Ontem e oje na economia

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ÍNDICE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

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Prefácios de Vítor Neto e de António Saraiva 03 Introdução 05 Setores a Explorar: Poucas Informações, Quem Perde com 09 a Política da UE, Quem Trava 130mil Empregos?, Turismo Rural, Alimentação - Spa e Saúde, O Mar: Energia a dar e Exportar, Um Mar de Ouro a Exportar, 15 Aquacultura+Pesca: Industrializar; Livro Verde da Energia(UE), Como Exportar: Bom Diálogo com a Banca, Melhores 21 Práticas com Mobiliário, Melhores Práticas com Vinhos, Algumas Conclusões, Voos Baratos Ajudam Exportar, Setor que Dominamos: Têxteis, AICEP e os Milhões, Vender 29 Mais Têxteis, Exportar Têxteis, Exportar Cintos e Carteiras Velhas Inovações e Literatices: Ensino Técnico - Aposta?, 36 Mito na Educação, Por um Bom AICEP na Boa AIP, Curtas ‘Cartas ao Diretor’, Minicoluna não Resultou, Sabia que(inovação) Concorrência, Existe? OPA sobre a PT, A DECO, ‘-Não 42 Estorva Pá’, Conclusão: Demitir-se? Como Melhorar? Crise e Estagflação: A História Repete-se, Arrefecimento 50 Substancial, Nobel para João da Silva, Small is Beautiful, David e Golias nas Telecoms, Comentário de um Leitor Fogos e Figos: Fogos e Figos no Paraíso, Um Verão Quente 57 Peixe e Tubarão, O Belo Inverno, Não Fui Lesado? Concorrência - Onde? Portugal, a UE e a PME, Uma dentre 63 Muitas Cartas, Uma Longa Troca de Cartas, O Microcrédito Teoria e Prática da Democracia Económica: Etanol na 71 Gasolina, Um Governador Íntegro (Califórnia), Patos Bravos e a Ciência do Turismo, Boas Intenções e Boas Práticas, Cavaco Silva Escreveu, Tough Competition Inovar a Cultura Empresarial e Fiscal (Marta Gregório) 81 Equacionar para Integrar: Minha Prática em: Tanzânia, 84 Angola, Filipinas, China; Como Selecionar Investimentos? Mais e Melhores Práticas: EUA, Suécia, Portugal, Austrália; 95 Efeitos secundários de mais vendas em setores-chave; Reparos em barcos de recreio; Reparos em navios A Voz dos Empresários: Azeite (Alexandra Monteiro) 100 Portugal, Terra de Gigantes: Quem o Luso Admira(Aleksa Serbim) 104 A Título de Conclusões: Tribunal Alemão, Euro-M ou Projetos 109 Inovadores? Detalhes, a Diferença entre Sucesso e Falhanço Executive Summary 112 ]


4.OUTRO SETOR: O MAR Energia para dar e exportar (Abr/08) Portugal tem excelentes condições de solo e clima para produzir óleo vegetal e etanol de beterraba para substituir diesel e gasolina. Temos a melhor orla da Europa para energias das correntes, marés e entre as melhores para a eólica e solar. Um agricultor alemão, com um quarto da nossa insolação, tem cem painéiss solares no telhado do seu estábulo. A energia produzida passa pelo medidor e o que ele não usa entra na rede. A REN de lá paga-lhe 0,50€/Kwh, 12,5mil €/ano. Na Suécia é igual. No fim do ano conta-se o que gastou e o que produziu e só paga a diferença. O biogás vem de restos vegetais e animais, são 35 mil fábricas na Alemanha, 32 mil na Suécia. Quase todas as casa em Israel produzem energia. Cá dizem que só as grandes unidades são rentáveis; "os parques eólicos e produzir energia são para grandes empresas", ao contrário do resto do mundo. Inovar é trazer as leis de lá, onde 50% dos novos carros são flexfuel e cada família é um potencial produtor de energia. Quase que qualquer oficina mecânica Nortenha pode fabricar kits para os motores diesel usarem óleo, fazer digestor de biogás ou tubos para usar as marés e os ventos. Só 10% dos componentes viriam de grandes empresas. Tudo de fábricas lusas. Um estudo da UE mostra que as melhores costas para se instalar equipamentos para usar as correntes do mar são parte da Escócia, parte da Irlanda e o norte de Portugal. Viana do Castelo foi eleita pela holandesa Teamwork como o melhor sítio da UE para instalar a Archimedes Wave System, simples e moderna energia gerada por ondas; com excelentes resultados. A indústria lusa está apta a fornecer 100% do equipamento. O Economist da semana passada confirma um bom futuro para biocombustíveis. Hoje por cá só 10 em 120 mil toneladas de resíduos do óleo alimentar é limpo e usado... em Espanha, pois o lóbi impede o governo de regulamentar os biocombustíveis, como na Europa! Inovar é mais do que laboratórios e nanotech; é sim democracia económica, onde o melhor, o inteligente David, contribui para o país. Vamos usar as milhares de competentes e pequenas fábricas, sem apoios, sem burocracias? Porque não copiar o bom da Europa, largar o crude e exportar 600 milhões ao ver cada família como um produtor, cada PME


como um importante gerador de trabalho, que reinveste no país e em inovação e não usa os lucros para criar trabalho algures?

Parque eólico ao pé do aeroporto de Copenhaga

Um mar de ouro a exportar (Abr/07) Temos ótimo solo, ótima costa. Como exportar mais? Muitos reclamam que os espanhóis levam o nosso peixe. Esse problema com vizinhos ocorre em todo o mundo. Há meses os governos da Dinamarca e Suécia negociam a longa disputa entre os seus pescadores. Devemos ouvir os profissionais desde cedo, não quando uns lerdos da capitania picam a entrada. Sardinha, salmão, muitos peixes têm ómega 3, uma substância importante para o organismo, em especial para a população idosa, que está aumentando muito. O peixe não engorda, não leva vacinas nem químicos para crescer, nem come rações estranhas. É uma ótima proteína animal; filetado e fumado vale muito mais. Japoneses e chineses são saudáveis, vivem muito, por comer peixe. O aumento dos rebanhos bovino e caprino não acompanha o da população. Deve-se evitar o porco. Assim, a procura de pescado aumentará. Os mariscos também são nutritivos, naturais e saborosos. A poluição aumenta na maioria dos mares, p.ex. no Mediterrâneo. As limpas costas do Atlântico têm um potencial invejável. Temos água e clima ideais para cultivar uma enorme variedade de algas, edíveis e para a produção industrial. A ágar-ágar é a matéria-prima para espessantes usados nas indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética. De algumas espécies extraem-se substâncias muito caras, para fármacos. P.ex. a porphyra umbilicalis e a glariaria vemeculosa servem para fluidificar o sangue e reduzir o colesterol. O Chile produ-las para bem alimentar o seu povo; com nova tecnologia exporta substâncias a bons preços. Chile, China, Filipinas são alguns dos países que aproveitam a costa e os rios. O Guadiana, p.ex, tem bom potencial para o camarão. O alto


Tua e o Tâmega para o salmão. A costa e as rias para tudo. Até para o cultivo de lagosta e de ostras. As técnicas são conhecidas, devemos implantá-las para exportar muito. O investimento é mínimo. Porque é que alguns burocratas o travam? Devemos organizar a produção e certificar a exportação. Há muito o Prof. Emâni Lopes propagava o cluster do mar. Tudo isto cria emprego, fixa o homem na aldeia, aproveita recursos e gera exportação. Quem trava as exportações e os homens do mar?

Aquacultura e Pescas A aquacultura é a produção em cativeiro de animais (p.ex. crustáceo, molusco, peixe, batráquio) ou plantas que tenham um habitat-base aquático em pelo menos uma fase da sua vida. Ela implica a sua propagação, manutenção e colheita em ambiente controlado. O objetivo é aumentar a produção com práticas como a alimentação artificial, a proteção contra predadores, a integração com outras espécies ou o controlo populacional (FAO, 2007). Ela inclui crocodilos para obter carne e pele, a produção de peixes tropicais e corais para fins decorativos ou a produção de ostras. O aumento da população exigiu novas formas de produzir proteína animal uma vez que só a pesca não tem capacidade de resposta e a produção bovina é cara. Portugal é um dos países que mais consomem peixe não-sustentável; diz-se que o de aquacultura tem antibióticos/hormonas. O consumo de produtos do mar ronda 60kg/hab/ano, i.e, um dos maiores da Europa. A exploração da pesca e a falta de uma boa gestão obriga à preservação dos recursos, que traz a captura para perto do zero. A aquacultura não substitui a captura de pescado selvagem, mas complementa-a e alivia a pressão sobre os recursos naturais do mar. Até -98 a maior proporção baseou-se na cultura de bivalves, p.ex. a ameijoa (Ruditapes decussatus). A produção de pescado cresceu desde 1995, p.ex. dourada e robalo, agora corvina, pregado e linguado legítimo. Portugal tem bom potencial para a aquacultura; em Vila do Conde temos mexilhão em 9 meses. Nas Rias Bajas, Espanha, atinge-se o tamanho comercial em 18 meses (o dobro do tempo daqui). A ostra cresce bem no estuário do Sado (8 meses). No Norte de França, Arcachon, leva 24 a 33 meses. Está a ser testada a produção integrada de peixe (jaulas de cultura e recifes artificiais), para torná-la sustentável. A aquacultura é habitual até em países com limitadas condições. P.ex. a Noruega, com gelo e frio, exporta 57% do consumo mundial, o Chile 12%. O Vietname exporta 600 milhões só para a UE, às vezes com dúbia qualidade. Se tivermos regras claras e o Instituto de Gestão dos Recursos Hídricos concessionar ao empreendedor 50m de frente de mar


onde não haja praias turísticas, podemos responder à toda a procura interna (hoje importa-se 57%)e ainda exportar. A aquacultura iria para 20 mil Ton/ano e criaria 9.800 empregos com um investimento irrisório.

Coleta de algas na baía de Vigo, Espanha

A Grécia produz 56%, a Espanha e Itália 15% do robalo da UE. Temos melhores condições do que eles. Do custo, 40% é ração, 25% mão-deobra. A dourada da Grécia chega cá a 3€/kg; o custo aqui é 4€. Lá obtêm 40kg/m³, cá só 1,5. Na produção de bivalves, metade é mão-de-obra, rende €50mil/ano ao empregado. Portugal tem melhores condições para produzir bivalves do que peixes. Uma ostra no Algarve demora 14-18 meses a crescer. Longe do mar, perto de rios e lagos, pode-se criar carpas, que rendem 10 a 30 mil/ano por trabalhador. Elas comem sobretudo restos agrícolas. Portugal importa €800 milhões em produtos do mar.

Em Normandie, FR, anfíbios buscam jaulas com ostras de 2 anos, um bom negócio. Aqui lavam-nas

Os ‘múltiplos circuitos burocráticos e a falta de um plano regulatório’, segundo um relatório técnico-económico da www.aqua.pt, impedem investimentos no setor. Falta ainda ‘orientação técnica e organizacional para as PME’. Após Cascais, Lagos, Portimão e Mira, estão entre os sítios privilegiados. A aquacultura off-shore, i.e, a alguma distância


da orla costeira, exige um pouco mais de investimento em equipamento e bom conhecimento das correntes, marinobiologia local, etc. Já há muito se extrai de algas e crustáceos substâncias para a indústria farmacêutica. Elas valem muito mais do que as licenças de construção, mas não vão para o erário dos autarcas com obras absurdas, e sim para pescadores e técnicos especializados, por isso são ignoradas. As algas contêm sais minerais (cálcio, ferro, fósforo, magnésio), oligoelementos (iodo, silício, zinco, selenio) e fibra dietética, proteínas, e poucos lípidos. Elas dissolvem o excesso de gorduras, são ligeiramente laxantes e têm todos os aminoácidos essenciais. Limpam o corpo das toxinas e fortalecem os ossos, cabelos e unhas. Renovam-se anualmente e assim é sustentável. Têm um grande uso industrial. Num excelente estudo, o Professor Ernâni Lopes estimou o efeito do potencial da pesca, aquacultura e indústria de pescado no PIB em 2,6 MM€ e 91 mil empregos. “O cluster do mar na Holanda, p.ex, tem cerca de 11.850 empresas. No ano de arranque (1997) o valor produzido pelo cluster foi de 20,3MM€, com um valor acrescentado de 10,6 e nos 5 anos seguintes aqueles valores cresceram, respectivamente, 22% e 19%, correspondendo a exportação a 63% da produção”. Em 2002 o cluster gerava 190 mil empregos, i.e, aprox. 15 pessoas por PME. Entre as algas comestíveis citamos: 19 Algas, as novas, velhas gemas do mar 1. Espaguete do Mar, Himanthalia elongata, Crua: Cortar, deixar de molho cerca de 30 min e usar em saladas. Proteínas: 8%, Hidratos de Carbono: 44%, Fibra: 33%. Em 100gr: Potássio: 8250mg, Cálcio: 720 mg, Magnésio: 435 mg, Fósforo: 240 mg, Ferro: 59 mg, Iodo: 15 mg. 2. Dulse, Palmaria palmata Cozinhada, só escaldar: Em sopas, massas, omeletes, e refeições rápidas. Proteínas: 18%, Hidratos de Carbono: 56%, Fibra: 2%. Em 100gr: Potássio: 7310mg, Cálcio: 560mg, Magnésio: 610mg, Fósforo: 235mg, Ferro: 50mg, Iodo: 55mg. 3. Wakame, Undaria pinnatifida Crua: Cortar, deixar de molho cerca de 10 min e usar em saladas. Cozinhada: Cozinhar 10-20 min. em sopas, arroz, batatas, legumes ao vapor. Proteína: 23%, Hidratos de Carbono: 47%, Fibra: 35%. Em 100gr: Potássio: 6810mg, Cálcio: 1380mg, Magnésio: 680mg, Fósforo: 235mg, Ferro: 20mg, Iodo: 23mg. 4. Kombu, Laminaria ochroleuca – Laminaria hyperborea Cozinhada: Cozer em panela de pressão 20min; com grão e feijão. Proteína: 7%, Hidratos de Carbono: 52%, Fibra: 30%. Em 100gr: Potássio: 4330mg, Cálcio: 8100mg, Magnésio: 715mg, Fósforo: 165mg, Ferro: 16mg, Iodo: 16mg. 5. Nori, Porphyra umbilicalis Refogada com cebola, em omeletes, croquetes; com massas, ovos, legumes, Proteína: 29%, Hidratos de Carbono: 43%, Fibra: 35%. Em 100gr: Potássio: 2030mg, Cálcio: 330mg, Magnésio: 370mg, Fósforo: 235mg, Ferro: 23mg, Iodo: 17mg.

Para iniciar uma aquacultura devemos ter água e bom clima(20 a 30º C). Algumas espécies de peixe podem resistir a muito sal na água, enquanto


p.ex. a carpa só vive em água doce. O tipo de aquacultura e as espécies animais ou vegetais a cultivar dependem das propriedades do local. Para ter uma aquacultura é preciso considerar: o tipo de solo, a qualidade e quantidade de água disponíveis e a facilidade de drenar o tanque. Para construir o tanque considere: o tamanho e a forma (retangular ou quadrado), a profundidade(0,3m nas margens e 1m no fundo). Por cá este setor cresce. Ele baseia-se em águas continentais, com espécies de salmonídeos, enguia, robalo, dourada, rodovalho, ostra e amêijoa e produz 7mil T/ano. Tem apoios europeus de 30M€ e do Promar (Plano Operacional de Pescas), que 22 no eixo 2, tem 105M€, sendo 78 do Fundo das Pescas . O consumidor ocidental tem um gosto apurado: p.ex. não come carpa, peixe de água doce criado na China, Brasil, etc. Prefere robalo, salmão, dourada, bacalhau (atum, alabote, consumido nos EUA, Canadá e Norte da Europa), peixes em vias de extinção ou perto da ruptura, cuja elevada procura 3 só poderá ser suplantada pela aquacultura .

Livro Verde da Energia (UE, Mar/06) Resumo o que ali li: “A UE destaca-se na procura, promoção de formas novas e renováveis de energia e no desenvolvimento de tecnologias com baixa produção de carbono. A UE apoia uma nova política comum com uma posição consensual nas questões energéticas. 1.Competitividade: Como eliminar os entraves à aplicação das medidas existentes? Que novas medidas podem ser adoptadas para atingir este objetivo? Como pode a UE incentivar os investimentos necessários no setor da energia? Como assegurar que todos os europeus tenham acesso à energia a preços razoáveis e que o mercado interno da energia contribua para manter os níveis de emprego? 2. Diversificação: Como promover a diversificação do aprovisionamento energético respeitadora do clima? 3. Solidariedade: Que medidas devem ser adoptadas ao nível comunitário para evitar que se desenvolvam crises 4. Sustentabilidade: Como garantir o uso de fontes de energia limpas e renováveis na UE? 5. Inovação e tecnologia: Que ação adotar ao nível comunitário/nacional para assegurar que a Europa mantenha a posição de vanguarda mundial? 6. Política externa: Queremos uma política comum no domínio da energia? Precisamos de mercados abertos e competitivos, com concorrência entre empresas que aspirem a ser concorrentes à escala europeia e não dominantes ao nível nacional. Mas, muitos mercados continuam a ser nacionais, dominados por um pequeno número de empresas”.

Passados 7 anos o que vejo por cá: Menos concorrência? Preços + altos? Mais das mesmas eólicas em terra? Inovações em Israel, México e Suécia, que não chegam cá? Porquê? Quem ganha e quem perde com as atuais práticas da UE e dos governos?


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