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APRESENTAÇÃO

Para dar continuidade ao conjunto de iniciativas de educação patrimonial integradas ao processo de restauro e requalificação do conjunto arquitetônico e urbanístico da Vila Itororó, empreendido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo em parceria com o Instituto Pedra, temos o prazer de oferecer o segundo volume da coleção Cadernos Canteiro Aberto.

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Vila Itororó – Uma história em três atos apresenta a minuciosa pesquisa realizada pelas professoras Sarah Feldman e Ana Castro, contextualizando os diversos momentos da construção desse originalíssimo espaço urbano, iniciada nos anos 10 do século passado, hoje patrimônio da cidade e do estado de São Paulo.

A restauração em curso da Vila Itororó possibilita a devolução de um bem público essencial para a compreensão da pluralidade sociocultural, característica fundamental da história da nossa cidade.

André Sturm

Secretário Municipal de Cultura de São Paulo

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FOREWORD

Proceeding with the heritage education initiatives associated with the process of restoration and regeneration of the urban and architectural ensemble of Vila Itororó, promoted by São Paulo City Hall's Secretariat of Culture in partnership with Instituto Pedra, we are proud to offer the second volume of the Cadernos Canteiro Aberto collection.

Vila Itororó - A three-act story presents the meticulous research undertaken by professors Sarah Feldman and Ana Castro, placing into context the various moments in the construction of this most original urban space, initiated in the 1910s, now a heritage of São Paulo city and state.

The ongoing restoration of Vila Itororó will deliver back to the population a public property that is essential for an understanding of social and cultural plurality, a crucial feature of our city's history.

André Sturm

São Paulo Municipal Secretary of Culture

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A restauração da Vila Itororó gera conhecimento sobre a Vila Itororó.

Essa afirmação, que pode parecer muito óbvia, nem sempre reflete a prática corrente das ações de restauro ou de proteção do patrimônio no Brasil. Na maioria das intervenções, a produção de conhecimento se dá de forma independente da “obra” propriamente dita; processos de tombamento costumam ser feitos sem instruções qualificadas.

As contingências da ação política do Estado servem como justificativa para tais falhas. Mas, para além disso, que outras dimensões diminuem o papel público que o patrimônio deveria potencializar?

Posso apontar ao menos mais duas razões: em primeiro lugar, a formação e a prática profissional cada vez mais especializadas e, portanto, menos universalistas e, em seguida, formas de atuação cada vez mais segmentadas: um contrato para o projeto, outro contrato para a obra, um especialista nisto, outro especialista naquilo...

Talvez essa segmentação seja mesmo um processo inevitável, mas já sabemos que uma obra de restauro deve ser antes de mais nada resultado de uma ação interdisciplinar. Mas, onde e como se daria a interdisciplinaridade nesse caso? Mais do que uma pergunta essa é uma questão para a qual a experiência da Vila Itororó nos provoca.

A vila não é um objeto, é um recorte da cidade. Tratar sua recuperação também como uma intervenção urbana acrescenta desafios aos muitos já existentes no campo disciplinar do restauro.

Compreender melhor essa complexidade a partir dessa perspectiva é a contribuição que nos traz a edição da presente pesquisa, levada a cabo pelas professoras Sarah Feldman e Ana Castro.

Luiz Fernando de Almeida

Diretor do Instituto Pedra

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The restoration of Vila Itororó produces knowledge about Vila Itororó.

The statement may seem obvious, but it does not always reflect the current practice of heritage restoration or protection activities in Brazil. In most interventions, the production of knowledge takes place independently of the "works" themselves; heritage-listing processes are often undertaken without qualified instruction.

The contingencies of the State's policy activities are used as justification for such failure. But, beyond that, what other dimensions decrease the public role that heritage was supposed to enhance?

At least two other reasons may be pointed out: first, the increasing specialization of professional training and practice, consequently making them less universalist, and second, the increasingly segmented modes of activity: one contract for the project, another contract for the work, an expert in this, an expert in that...

This segmentation may indeed be an inevitable process, but it is a known fact that a restoration must be, first and foremost, the result of interdisciplinary activities. But where and how would interdisciplinarity take place in this case? More than a question, this is an issue sparked by the experience of Vila Itororó.

The Vila is not an object, it is a picture of the city. Treating its restoration also as an urban intervention adds new challenges to the many that already exist in the field of restoration.

Bringing a better understanding of such complexity from this perspective is the contribution of the present research, undertaken by Sarah Feldman and Ana Castro.

Luiz Fernando de Almeida

Director of Instituto Pedra

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