Maria Publicação Comemorativa dos 15 anos da Maria Comunicação / Ano 2010
Pensar o novo! 15 anos da Maria Comunicação Empreendedorismo
Entrevista
Cultura
6 mitos sobre ser Rosely Sayão fala sobre o A arte contemporânea empreendedor que devem Projeto de Lei 117/13 da finlandesa Riikka ser esquecidos Sormunen
Turismo De praia às compras: curta Miami em cinco dias Maria 1
ALEGRIA: É ANIVER NO ANO DE MIL NOVESCENTOS E NOVENTA E CINCO, NASCEU MARIA. QUEM É MARIA?! A MÃE DE JESUS. MAS TAMBÉM A MÃE DE JOÃO SILVA. TODA MÃE A QUEM SE DEVE CONSIDERAÇÃO É UMA MARIA. A EMPRESA DE PUBLICIDADE “MARIA” NASCEU DA INSPIRAÇÃO DE JOÃO SILVA, E TEM TRAZIDO MUITAS ALEGRIAS AO SEU FUNDADOR, SÓCIOS E, COM CERTEZA, SEUS FUNCIONÁRIOS E CLIENTES. É UM NOME CONHECIDO NO BRASIL PELA SUA EFICIÊNCIA, CLAREZA DE OBJETIVOS E ÉTICA PROFISSIONAL. DESTE ESCRITÓRIO É DE ONDE SAEM AS INSPIRAÇÕES PARA AS BELAS LOGOMARCAS QUE DÃO CREDIBILIDADE COMERCIAL, PROMOVENDO OS PRODUTOS DA CLIENTELA QUE O PROCURA. TUDO QUE É FEITO COM AMOR, COM DEDICAÇÃO, É BELO E GRANDIOSO. QUEM OLHOU COM ATENÇÃO OS OUTDOORS FEITOS PELA EMPRESA MARIA, ESPALHADOS PELA CIDADE, VALORIZA A CRIATIVIDADE DE UM MOÇO CHEIO DE ENERGIA E INTELIGÊNCIA. NOS 2 Maria
RSÁRIO DA MARIA PEDIDOS QUE EU FAÇO AOS ORÍSA PARA QUE O BEM APAREÇA E PERMANEÇA ENTRE NÓS, O MAIOR TEMPO POSSÍVEL, ESTÁ INCLUÍDO O TRABALHO DE JOÃO, QUE CARINHOSAMENTE É CHAMADO POR NOSSA COMUNIDADE DE “JOÃO DA MARIA”. O BOM PUBLICITÁRIO É RESPONSÁVEL PELO CRESCIMENTO DE SEUS CLIENTES, POR ISSO É QUE EU PEÇO PELA CONSTRUÇÃO DE BELOS COMERCIAIS, QUE DEEM LUCROS AOS CLIENTES E À EMPRESA “MARIA”, SEM ESQUECER O COMPROMISSO SOCIAL. QUINZE ANOS DE TRABALHO E SUCESSO PROGRESSIVO DEMONSTRAM A SOLIDIFICAÇÃO DESSA EMPRESA, E EU ROGO AOS DEUSES QUE A ALEGRIA E A PROSPERIDADE (CONSTRUÍDA COM RESPONSABILIDADE) ENTREM E DANCEM NO SEU CAMINHO E NA CASA DE TODOS QUE ESTÃO A ELA VINCULADOS. AJÓ BÒ JÒ ILÉ. Mãe Stella de Oxóssi Ilê Axé Opô Afonjá Maria 3
Crônica
Maníaco da Máquina Um colecionador de lavadoras Por Bernardo Esteves
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uma tarde de 2011, o paulistano Fernando Ricci passeava por uma loja de eletrodomésticos num shopping de Higienópolis quando perdeu o chão. O motivo do transtorno foi uma máquina de lavar de cor grafite com design elegante e minimalista. Era a primeira vez que via aquele modelo importado. Era a Ferrari das lavadoras. Obcecado, não sossegaria enquanto não tivesse uma daquelas na sua coleção.
rede de água, e ele se precipitou para explorar as configurações e ciclos de lavagem. Perdeu a noção do tempo e passou várias horas na loja. Voltou para casa encantado e triste – com preço na casa dos 14 mil reais, ela não estava propriamente ao alcance do seu salário de analista de informações numa companhia telefônica. “É um modelo que nunca terei e nem verei lavando roupa”, pensou, resignado. Mas a sorte virou. Fracasso de vendas, a lavadora foi tirada de linha. No site da fabricante, Ricci conseguiu arrematar uma das últimas unidades, A máquina estava ligada e conectada à vendida na queima do estoque por 2 699 re-
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ais. “Apertei de tudo que era lado pra poder para espalhar as máquinas por todo canto. comprar”, contou numa manhã recente. Aos 36 anos, Ricci mora no 2º andar de um sobrado na Vila Fachini, na Zona Sul de São A máquina de aparência futurística é a joia Paulo. É um imóvel de quarto e sala que não da coroa da sua coleção. Fica em seu quar- deve ter muito mais que 50 metros quadrato, espremida entre outras duas lavadoras, dos, o que não impede que ele acumule ali sob a tevê de 55 polegadas. Com orgulho doze lavadoras (das quais duas portáteis), indisfarçado, Ricci ligou-a e, manipulando uma secadora e uma pequena centrífuga. com desenvoltura o menu na tela sensível “Moro numa grande lavanderia adaptada ao toque, mostrou as centenas de progra- para ser também a minha casa”, definiu. mas de lavagem disponíveis. A função mais notável é a de remoção de manchas, na É preciso se desviar das máquinas para qual o usuário informa a cor da roupa, o tipo se locomover e já na sala de estar o visitande tecido e a natureza da nódoa, e a máqui- te se depara com dois trambolhos junto ao na se encarrega do resto. Se o caso fosse sofá. Só na cozinha ficam cinco, incluindo remediar um acidente com ketchup numa uma de parede e outra portátil que lembra camiseta branca, a lavagem demoraria 157 uma lixeira. O centro nevrálgico é o espaminutos – a duração poderia variar se a má- ço que Ricci chama de lavanderia – o único cula fosse provocada por graxa, manteiga banheiro da casa, que faz as vezes também ou fezes de bebê. de área de serviço. Além de acomodar três lavadoras, o cômodo serve de depósito para O fascínio de Fernando Ricci pelas lava- uma profusão de sabões e amaciantes esdoras remonta à infância – ele se lembra de tocados em duas estantes e uma fruteira de quando a mãe o colocava de pé sobre um plástico. “Quando vou ao supermercado, o banquinho para assistir enfeitiçado às ma- primeiro corredor que visito é o de insumos quinadas com a roupa suja da família. Aos para lavar roupa”, contou. “Se amigos via18 anos, quando arrumou emprego como jam para o exterior, peço sabão importado caixa num supermercado, usou parte do sa- de encomenda.” lário para adquirir seu primeiro modelo. Não parou mais desde então – sempre que junEm 2006, o fã das lavadoras começou tava algum dinheiro, trazia um modelo novo a frequentar diariamente os sites das fabripara casa. Ricci guarda um registro deta- cantes em busca de novidades. Notou que, lhado das quinze lavadoras que já adquiriu, quando algum modelo saía de linha, simcom a data da compra, o modelo e o custo plesmente desaparecia da internet, o que o da transação. exasperava. Ter essa informação à mão sem depender de ninguém foi a principal motivaA obsessão ganhou escala depois que ele ção para que ele criasse um blog temático. deixou de morar com a mãe, há dois anos Roupa suja se lava na máquina! estreou em e meio. Em sua casa, sentiu-se à vontade 2010 e já teve quase 4 milhões de páginas Maria 7
acessadas. Ricci publica ali resenhas minuciosas dos novos lançamentos e esclarece dúvidas dos leitores. Posta também as centenas de vídeos do seu canal no YouTube, que mostram maquinadas comentadas por ele em tempo real. A popularidade do blog chamou a atenção dos fabricantes, que começaram a lhe mandar modelos para testes (dos catorze aparelhos atualmente em sua casa, cinco estão ali para avaliação e serão devolvidos). Ricci já ganhou uma máquina de presente e passou a receber convites para o lançamento de novos modelos e eventos temáticos. Disse que não recebe dinheiro das empresas e que a proximidade não compromete a isenção das suas avaliações – “Senão perco minha credibilidade”. Mas encontrou um jeito de fazer dinheiro com o hobby: ganha a vida escrevendo resenhas de eletrodomésticos (não só lavadoras) para um site de compras. Prefere não revelar quanto recebe, mas diz que consegue pagar suas contas. O paulistano costuma lavar roupas trazidas por vizinhos e familiares – um serviço que presta de graça e feliz. Chega a fazer sete maquinadas por semana nos períodos mais ocupados, mas diz não gastar muito com luz e água – as contas de setembro custaram-lhe 121,30 e 32,62 reais, respectivamente. Quando foi visitado por piauí, suas lavadoras estavam ociosas, algumas cheias de roupa acumulada – faltara água por cinco dias em seu bairro. Com frequência, Ricci convida amigos 8 Maria
para uma lavação coletiva de roupa suja, evento que batizou de wash-in. “Faço almoço e passamos o sábado usando as máquinas e testando ciclos diferentes”, explicou. Frequentador dos wash-ins, Eduardo Freitas comprou um modelo sob orientação de Ricci e até conseguiu ver certo encanto na máquina. Mas demorou a se acostumar com a esquisitice do amigo. “Ele colocava a máquina para funcionar e ficava sentado olhando por mais de uma hora”, contou, desconcertado. “Não via nenhum sentido nisso.” ♦ (Publicado originalmente na revista Piauí, Edição nº 98. Fonte: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-98/esquina/maniacoda-maquina)
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Aspas
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Arte
Riikka Sormunen Com um olhar incrível para cores e detalhes, e um ligeiro humor negro, a artista finlandesa produz trabalhos surpreendentes. por Bruna Bonifácio
Riikka Sormunen é uma ilustradora finlandesa de 27 anos, que faz trabalhos belísssimos, delicados, ricos em detalhes, ornamentos e estampas. De alguma forma, ela me lembrou um pouquinho a artista brasileira Ana Elisa Egreja, essa associação deve ter sido graças às criações de universos estampados, texturizados, repletos de informações e, em algumas obras, a presença de elementos surreais, ambas fazem isso. Embora tenha iniciado o curso de moda, a ilustradora não é formada em nenhuma faculdade. Seu interesse por assuntos relacionados à moda permanece e dá um certo tom fashion a suas produções. Os tecidos das roupas de seus personagens, as cortinas, sofás, tapetes, lençóis, cobertores dos cenários, são todos pensados, texturizados
e estampados. Em seu sketchbook, costuma rabiscar estruturas e desenhos básicos que formarão padrões e serão utilizados em ilustrações futuras, ela também anota instruções sobre cores, fundos, linhas, enfim, instruções de como fazer a composição posteriormente. Combinando a paleta de cores outonais que evocam Gustav Klimt, com a sensibilidade de uma ilustradora de moda, ela cria cenas que, além de lindas, possuem complexas narrativas. Seu traço bidimensional só dá espaço para um pouco de perspectiva na área do rosto (e em outras partes isoladas do corpo), acentuando os sentimentos transmitidos por suas personagens que parecem atormentadas, à beira de um ataque, ou ás vezes, num pleno relaxamento pós sexo. ♦ Acima, à esquerda e à direita: alguns trabalhos de Rikka Sormunen.
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Obra de Riikka Sormunen
Obra de Riikka Sormunen
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Obra de Riikka Sormunen
Casos da Maria
Lei Maria da Penha O que mudou com a Lei por guiadedireitos.org
Os casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres são um problema mundial. Já em 1979, a ONU criou a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. O governo brasileiro foi um dos que assinaram a convenção, comprometendo-se a tomar medidas para que os objetivos fossem alcançados. A Lei Maria da Penha dá proteção melhor e mais rápida para mulheres vítimas de violência familiar e doméstica. Uma das principais mudanças é que, em apenas 48 horas, o agressor pode ser afastado de casa, ser proibido de chegar perto da vítima e de seus filhos. A Lei 11.340, de 2006 é uma importante medida nesse sentido. Ficou conhecida como Lei Maria da Penha, em homenagem a uma mulher que, depois de sofrer duas tentativas de homicídio por parte do então marido, lutou junto à sociedade e órgãos políticos para mudar a situação precária das vítimas de violência doméstica no Brasil. Navegue nos itens abaixo para saber mais. O que a Lei define como violência doméstica Pela lei, violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada no fato de a vítima ser do sexo feminino, que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. A lei se refere aos casos em que a vítima e o agressor fazem parte de uma família ou unidade doméstica. A unidade doméstica é o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar. Pessoas agregadas (pesso-
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as que moram “de favor” e empregada doméstica, por exemplo) também fazem parte da unidade doméstica. A família é o grupo formado por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços legais (casamento) naturais (pais, irmãos e filhos) ou por afinidade. A lei se aplica a casos em que haja qualquer relação íntima de afeto (independentemente da orientação sexual), na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de morarem no mesmo lugar. Os tipos de violência doméstica Violência física: É qualquer ato que prejudica a integridade ou saúde corporal da vítima. Violência psicológica: Qualquer ação que tenha a intenção de provocar dano emocional e diminuição da auto-estima, controlar comportamentos e decisões da vítima por meio de ameaça, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, insulto, chantagem, ridicularização, ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. Violência sexual: É qualquer conduta que force a vítima a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada, que impeça a vítima de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao casamento, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante ameaça, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Violência patrimonial: É quando o agressor toma ou destrói os objetos da ví-
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Casos da Maria tima, seus instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Violência moral: Caluniar, difamar ou cometer injúria. Como proceder em caso de ser vítima da violência doméstica Qualquer mulher que tenha sido vítima de violência doméstica e familiar, independente de sua idade, pode procurar as delegacias de polícia mais perto de sua casa para registrar uma ocorrência policial. Se preferir, ela pode dirigir-se a uma Delegacia Especial de Defesa da Mulher. Só na cidade de São Paulo existem 9 dessas Delegacias que funcionam de 2ª a 6ª feira, das 8 às 18 horas. Nos finais de semana ela poderá se dirigir a uma delegacia comum. O atendimento na delegacia A situação de uma vítima de violência doméstica fica ainda pior quando a autoridade policial não a trata com respeito ou se nega a ouvir sua queixa. E isso acontece com certa freqüência porque ainda é um costume no Brasil pensar que brigas dentro da família devem ser resolvidas em casa e que a polícia teria coisas mais importantes e mais graves para resolver. É por isso que a Lei 11.340 também trata desse assunto. Veja alguns exemplos das obrigações da autoridade policial: • Ouvir a vítima, lavrar o boletim de ocorrência (escrever o documento que prova a reclamação da vítima) e, se a vítima quiser, tomar as providências para abrir um processo contra o agressor (em linguagem jurídica se diz “lavrar representação a termo”). • Colher as provas que servirem para verificar se o fato ocorreu e como
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ocorreu. Mandar para o juiz, em até 48 horas, o pedido de medidas protetivas de urgência. O juiz, por sua vez terá o mesmo prazo para responder se essas medidas devem ou não ser aplicadas (leia abaixo o que são medidas protetivas de urgência). Em caso de agressão física, encaminhar a vítima ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal. Em caso de necessidade, fornecer transporte para a vítima e seus dependentes para abrigo ou local seguro e acompanhar a vítima para retirar seus pertences do domicílio familiar. Ordenar a identificação do agressor, ouvir o agressor e as testemunhas. Outra mudança que a lei trouxe é que a vítima não pode mais “retirar a queixa” na delegacia de polícia. Nos casos de agressões físicas, o processo irá até o final, independente da sua vontade. Nos casos em que ela apresentou representação criminal, como a ameaça, ela poderá voltar a atrás em sua decisão, mas terá que fazer isso numa audiência com o juiz.
Medidas protetivas de urgência Como o nome já diz, são medidas de urgência adotadas em casos em que a vítima corre sério risco de ser agredida ao voltar para o domicílio, depois de fazer a denúncia. Quem decide se há ou não necessidade de tomar essas medidas é o juiz. Veja algumas: • Obrigar que o suspeito da agressão (lembre-se de que todos são inocentes até que se prove o contrário) seja afastado da casa ou do local de convivência da vítima. • Proibir que o suspeito se aproxime ou que mantenha contato com a vítima, seus familiares e testemunhas.
• Obrigar o suspeito à prestação de ali- • O juiz pode determinar que o agressor compareça obrigatoriamente a programentos para garantir que a vítima dependente financeiramente não fique mas de recuperação e reeducação. sem recursos. • Proibir temporariamente contratos de Medidas de assistência compra, venda ou aluguel de proprieOutra mudança trazida pela Lei Maria da dades que sejam possuídas em coPenha, é o reconhecimento de que as mumum. lheres que vivem em situação de violência, muitas vezes dependem financeiramente Outras determinações da Lei 11.340 de seus maridos ou companheiros, que são • Em caso de violência sexual, a mulher também os seus agressores.Além da garantem direito a serviços de contracepção tir que a mulher receba tratamento médico de emergência (para evitar uma possí- gratuito, tratamento especial para os casos vel gravidez indesejada), a prevenção de de violência sexual, o juiz também poderá Doenças Sexualmente Transmissíveis determinar que a mulher seja incluída em (DST) e da Síndrome da Imunodeficiên- programas de assistência mantidos pelo cia Adquirida (AIDS) e outros procedi- governo. Alguns exemplos: Bolsa Família, programas de cesta básica, garantir vaga mentos médicos necessários. • Caso seja comprovada a culpa do agres- nas escolas e creches para seus filhos (prinsor, é proibido aplicar penas de cesta bá- cipalmente, quando todos são obrigados a sica ou a substituição de pena que impli- sair de casa e mudar-se para outro lugar, em outro bairro, por exemplo). que o pagamento isolado de multa. Duas medidas são importantes para as • A vítima deverá ser informada do andamento do processo e também do ingres- mulheres que trabalham: no caso da mulher ser servidora pública, so e saída da prisão do agressor.
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Casos da Maria o juiz pode determinar que ela seja removida para outro setor, sem que ela sofra qualquer prejuízo (perdas salariais, de benefícios, etc.) para mulheres com outros vínculos trabalhistas (CLT, por exemplo) quando for necessário seu afastamento, os vínculos serão mantidos por até seis meses Por que a violência contra a mulher precisa de uma lei especial? Pela lei brasileira, alguém que foi acusado de um crime não pode ser preso até que sua culpa seja provada em um julgamento justo. Em alguns casos previstos na lei pode ser decretada a prisão preventiva com o objetivo de prevenir que o acusado fuja ou cometa outros crimes antes do fim do julgamento. Em casos de agressão física pura e simples (sem morte, roubo, estupro ou outro crime associado) dificilmente o acusado ficará em prisão preventiva por causa disso. Até aí, a lei faz sentido e tenta ser o mais justa possível ao não prender uma pessoa que pode ser inocente. Porém, imagine um caso de agressão onde a pessoa que bateu e a pessoa que apanhou moram na mesma casa ou convivem na mesma família. Imagine agora que a vítima é uma mulher e que seu agressor é um homem, maior e mais forte. Durante o processo de investigação da denúncia, o agressor é chamado para depor e, portanto, fica sabendo que a mulher o denunciou. A situação mais comum é que a vítima seja novamente agredida ou que receba ameaças para retirar a queixa e encerrar a investigação. Essas ameaças podem ser: novas surras, tirar os filhos de casa, tirar o sustento da mulher e assim por diante. Ou seja, em casos de violência doméstica o agressor tem poderes de dominar sua vítima em é por isso que a lei penal comum não serve. Além disso, os danos psicológicos ten-
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dem a ser mais profundos quando o agressor mora na mesma casa e a vítima não tem para onde ir e é obrigada a conviver com o medo. Com o tempo ficou claro para os legisladores que a violência no âmbito familiar é diferente e, portanto, precisa ser tratada de forma diferente. Atendimento telefônico gratuito Para ter mais esclarecimentos sobre quem pode ou não ser protegido pela Lei Maria da Penha, sobre as medidas de proteção e assistência e serviços de atendimento em sua cidade, use o DISQUE 180. A ligação é gratuita. ♦
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Empreendedorismo
6 mitos sobre ser empreendedor que devem ser esquecidos As expectativas nem sempre correspondem à realidade por Camila Lam
São Paulo – Muitos sonham em largar o emprego e empreender. Mas abrir e administrar uma pequena empresa nem sempre corresponde às expectativas do empreendedor. É o que mostra a pesquisa inédita “O Céu e o Inferno do empreendedorismo”, realizada pelo Sebrae-SP. O objetivo da pesquisa é conhecer em profundidade quem são e o que pensam os donos de negócios do Estado de São Paulo. Hoje, existem aproximadamente 2,2 milhões de empreendedores formalizados no estado.
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O estudo teve como base 120 entrevistas pessoais para definir os perfis de empreendedores e 1080 entrevistas telefônicas com microempreendedores individuais, proprietários de microempresas e empresas de pequeno porte. O período da coleta de dados foi de 10 a 25 de abril deste ano. Veja abaixo os principais mitos e verdades antes e depois de abrir a própria empresa: 1. Ser dono de negócio faz com que você corra menos atrás do dinheiro
Antes de abrir a própria empresa, 40% dos entrevistados acreditavam que viveriam correndo atrás do dinheiro. Depois de abrir, essa percepção subiu para 62%. 2. Dono de negócio pode tirar férias quando quiser
25% acreditavam que trabalhariam menos como dono do que como funcionário. Após a abertura do empreendimento, apenas 15% continuaram com essa ideia. 6. Uma boa ideia é o suficiente para enriquecer
41% dos pequenos empresários acreditavam que poderiam tirar férias a qualquer 43% dos empresários acreditavam que momento. Depois de abrir o negócio, esse uma boa ideia era suficiente para enriqueíndice baixou para 23%. cer. Mas depois de ter a própria empresa, essa opinião baixou para 34%. 3. Ser dono de negócio faz com que você tenha mais tempo para dedicar-se à Ainda de acordo com a pesquisa, as prinfamília e aos amigos cipais fontes de inspiração para empreen-
der, antes ou depois de abrir o negócio, são 57% acreditavam que teriam mais tem- vontade própria e família. po para ficar com a família e com os amigos. Mas ao virar dono de uma empresa, só Empresários de sucesso como Samuel 43% dos empreendedores continuaram com Klein, Washington Olivetto, Antônio Ermírio essa opinião. de Moraes, Abílio Diniz, Roberto Justus, Bill Gates e Sílvio Santos foram nomes citados 4. Ser dono de negócio não faz você pelos entrevistados como fontes de inspirase sentir só, sem ter com quem compar- ção. ♦ tilhar seus problemas 26% acreditavam que se sentiriam sozinhos, sem ter com quem compartilhar os dilemas de ter uma empresa. Depois de abrir o negócio, 37% dos entrevistados afirmaram que isso é verdade. 5. Dono de negócio trabalha menos que funcionário Maria 31
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Entrevista
Rosely Sayão “Pai e mãe devem ser presença constante na vida do filho” por Paulo Rocha (IstoÉ)
Considerada a maior especialista do País em educação infantil e de jovens, a psicóloga diz que, quando acontece a separação, a decisão de não compartilhar a guarda da criança é uma forma de punição
Para sempre: “Existe ex-marido e exmulher, mas não ex-filho”, diz Rosely
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Formada em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP), ela se tornou referência em relações familiares ao apresentar o programa “Seus Filhos”, na rádio BandNews FM, e por assinar há mais de duas décadas uma coluna no jornal “Folha de S.Paulo”, além de ter lançado os livros “Família: Modos de Usar” (Editora Papirus, 2006), “Em Defesa da Escola” (Papirus, 2004) e “Como Educar meu Filho?” (Publifolha, 2003). Nesta entrevista, discorre sobre o Projeto de Lei 117/13, apro-
Rosely Sayão - O principal avanço é tentar garantir por lei o direito da criança de conviver igualmente tanto com o pai quanto com a mãe. É uma lei de proteção à criança. Quando um bebê nasce, a maioria tem pai e mãe conhecidos e, em geral, unidos. Esse novo projeto tenta garantir que os filhos continuem a viver nessa configuração, independentemente da separação dos pais. No entanto, o fato de a gente ter essa lei não garante uma mudança de conceito e de mentalidade. Mesmo que formalmente a
“Muitas mulheres disputam a guarda dos filhos como se fossem um bem. Os maiores prejudicados com isso são os próprios filhos”
vado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que tornará a guarda compartilhada regra, mesmo em caso de disputa ou desacordo entre pais divorciados. O projeto ainda será votado pelo plenário.
guarda compartilhada seja regra, o pai ou a mãe podem inviabilizar isso. Então temos que trabalhar também para mudar a mentalidade a respeito desse assunto.
Maria - Quais são as maiores vantagens Maria - Qual é o principal avanço do pro- para os filhos desse tipo de guarda? jeto de lei que torna a guarda compartilhada Rosely Sayão - Quando um casal se une regra nos casos em que não há consenso e decide ter filhos, ambos deveriam se lementre os pais? brar que existe ex-marido e ex-mulher, mas Maria 35
Entrevista não ex-filho. É preciso que a criança tenha essa garantia de crescer e se desenvolver na companhia dos dois pais. Cada pessoa tem um estilo de ver a vida, um estilo de amar, de dar bronca, de ter paciência ou impaciência. É importante que a criança conviva com esses dois estilos diferentes, do pai e da mãe, porque dessa forma ela aprende a se relacionar com pessoas distintas e a reconhecer a diferença. Essa é a maior vantagem da guarda compartilhada.
a criança ter duas casas, ficar tais dias com um e tais dias com o outro. Se o ex-casal consegue se acertar e dialogar, isso é o de menos. E cada família pode encontrar suas maneiras de praticar isso. Maria - E como o ex-casal deve estipular regras? É ideal que a criança tenha as mesmas normas na casa do pai e da mãe?
Rosely Sayão O ideal para a criança é que seus pais conversem, se enMaria - Na guarda tendam e negociem compartilhada, exisalgumas posições te uma forma ideal fundamentais, mas de dividir o convívio só as fundamene os cuidados com tais. Por exemplo, os filhos? Como pai quando o filho chee mãe separados gar à adolescência, podem chegar a um ele poderá ir para equilíbrio? a balada ou não? É fundamental que pai Rosely Sayão e mãe concordem Não há uma fórmunesse ponto. Agora, la ideal. A guarda se a criança vai tocompartilhada não mar banho todo dia se mede pelo tempo ou não, a que horas que o pai e a mãe ela vai dormir, se vai passam com a crianalmoçar em frente ça, mas pela dedià televisão ou não, cação e pela dispotudo isso não precinibilidade de cada sa de acordo. É bom “Ainda vai levar um tempo até que a sociedade entenda e um. Os casais que para a criança ena ideia de que o homem tem plena condição de ainda estão juntosinternalize tender que em cada dar conta da criança sozinho” compartilham nacontexto há uma séturalmente a responsabilidade pelos filhos, rie de regras distintas a seguir. Não é necesseja na hora de buscar na escola, seja na sário criar uma situação artificial em que as hora de cuidar, ou de sair de casa. A guarda regras são as mesmas nos dois ambientes. compartilhada é uma possibilidade e uma Pai e mãe não precisam ter um mesmo distentativa de resguardar essa alternância da curso. As crianças são mais capazes do que criança com o pai e a mãe. Mas nós não nós, adultos, de viver na diversidade. Os precisamos entender essa guarda de um pais também não devem julgar as regras um modo quadrado, como se fosse obrigatório do outro. Eu ouço muito isso hoje. As mães
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me dizem: “Quando meu filho volta da casa brasileiro continua estabelecendo guardas do pai, volta achando que pode tudo”. Mas é unilaterais, geralmente para a mãe. Por que só restabelecer e reforçar as regras da casa isso acontece? que a criança pode até reclamar, mas entra no jogo. Rosely Sayão - É uma questão cultural e histórica. Antigamente, era função da mãe Maria - O que a sra. acha que deveria ser ser responsável pelo cuidado e pela educafeito quando um dos ex-cônjuges se recusa ção dos filhos. Hoje, as mães trabalham tana praticar a guarda compartilhada? to quanto os pais, e o cuidado das crianças é um dever de ambos. Mas ainda vai levar Rosely Sayão - Quando ocorre uma se- um tempo até que a sociedade entenda e paração, em geral há uma briga por bens, e internalize a ideia de que o homem também hoje os filhos são considerados um bem. Na tem plena condição de realizar essa função. nossa sociedade do consumo, os filhos se Muitos homens já dão conta das crianças tornaram uma posse. E a mulher, em geral, sozinhos. ainda se sente prejudicada quando ocorre uma separação, mesmo quando a iniciativa Maria - Ainda existe muito preconceito parte dela. É interessante isso. Voltando na em relação aos homens que executam funhistória, a função do homem era ser o pro- ções consideradas maternas? vedor, enquanto a mulher administrava o lar e a família. Quando um casamento chegava Rosely Sayão - Sim, existe preconceiao fim, a mulher saía prejudicada mesmo, to por parte de todos na sociedade. Não pois ela passava a vida sem aprender um apenas da Justiça, mas também de muitas ofício e, de repente, na meia-idade ou na mães e, inclusive, dos próprios pais. Nossa velhice, se via sozinha dependendo da boa maior dificuldade hoje é superar essa posvontade e de uma mesada do ex-marido. se que a mulher tem da maternidade, como Os tempos mudaram, hoje a mulher não de- se ela fosse quase 100% responsável pelo pende mais financeiramente do marido, mas filho. A mãe muitas vezes acha que só ela essa sensação ainda persiste. Então, mui- sabe fazer as coisas. E isso é reflexo da tas mulheres disputam a guarda dos filhos questão histórica. Era assim mesmo. Tanto como se fossem um bem. E elas não se dão que, até hoje, quando casais compartilham conta de que os maiores prejudicados com os cuidados com a casa e os filhos, a mulher isso são os próprios filhos. Elas pensam “o diz “meu marido ajuda”. Se ele ajuda, é porfilho é meu”. Mas acredito que, em um con- que a responsabilidade é dela, e o marido flito, sempre é possível o diálogo. É preciso é apenas um colaborador. Mas essa visão ouvir o outro e ceder, em prol do bem das está errada. Nós precisamos avançar muito crianças. Os filhos sofrem muito quando o nesse sentido. A mãe não é a detentora únipai e a mãe brigam. Os pais nesse momen- ca da habilidade de cuidar e de educar os fito têm de lembrar que serão pais até que a lhos. Não é só do jeito dela que a criança fica morte os separe. Precisam engolir mágoas bem. O jeito do pai também pode ser bom. e conter raivas. Mas a mãe tem essa atitude “eu sei, eu cuido, eu faço, deixa comigo”. Muitas crianças Maria - Desde 2008, uma alteração no perdem o convívio com o pai porque a mãe código civil contempla a guarda comparti- prefere dar conta de tudo sozinha. ♦ lhada. No entanto, a maioria do Judiciário Maria 37
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Mundo
Chinesa canibal tenta comer o filho pouco depois do parto Uma enfermeira encontrou a mulher mordendo o braço do filho no quarto
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por terra.com.br
ma mulher foi flagrada tentando comer o filho recém-nascido em um hospital da cidade de Shenzhen, na China, informou o Daily Mirror.
trabalho de parto no meio da rua. Embora estivesse grávida, ela foi forçada a sair de casa pela sogra depois de começar a se comportar de maneira estranha. A chinesa teria vivido várias semanas nas ruas antes A cena foi testemunhada por uma enfer- de dar à luz. meira que encontrou Li Zhenghua no quarto com os dentes cravados no braço do bebê. Ela acionou o alarme e tentou livrar a criança da mãe, mas o bebê só foi salvo quando médicos conseguiram inserir algo na boca da agressora para impedir que ela a fechasse e ferisse ainda mais o filho. Depois do Foto: Reprodução/ Daily Mirror susto, a chinesa foi sedada, e o filho levado a um local Uma investigação apura o que levou a seguro. mãe a atacar o próprio filho e considera colocar a criança sob os cuidados das autoriLi Zhenghua foi encontrada entrando em dades. ♦ 40 Maria
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Espaço
Asteroides ignorados podem causar fim do mundo, diz petição Cientistas planejam criar, no próximo dia 30 de junho, um evento chamado “Dia da Consciência do Asteroide”
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por terra.com.br
m grupo de mais de 100 cientistas e astronautas assinaram uma petição, no Reino Unido, solicitando maior atenção das autoridades para asteroides que podem se chocar com a Terra e acabar com a vida no planeta. As informações são do Daily Mail.
asteroide que atingiu a Terra em 1908, na região da Sibéria. Este foi o mais recente impacto que aconteceu no planeta e a devastação causada por ele foi de cerca de 2 mil quilômetros quadrados.
Estima-se que, dos mais de um milhão de asteroides que podem causar grandes daSegundo a publicação, os cientistas pla- nos à Terra, apenas 10 mil são conhecidos, nejam criar, no próximo dia 30 de junho, um ou seja, cerca de 1%. evento chamado “Dia da Consciência do AsIsso significa que, a qualquer momento, teroide”, para que exista um maior controle de pesquisa e de ação a respeito das - su- um asteroide desconhecido pode entrar na postas - iminentes colisões. atmosfera da Terra e causar uma destruição generalizada, sem nenhum aviso prévio. ♦ A data foi escolhida em homenagem ao
A qualquer momento, um asteroide desconhecido pode entrar na atmosfera da Terra e causar uma destruição generalizada, sem nenhum aviso prévio | Foto: Reprodução/ Daily Mirror
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Turismo
Curta Miami em cinco dias De praia a compras por terra.com.br
Pôr-do-sol em Miami: um espetáculo imperdível | Foto: iStock / Getty Images
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ara muitos, Miami Beach, na Flórida, nos Estados Undios, é a viagem dos sonhos: paraíso das praias e das compras, ela oferece inúmeras opções culturais e tem programas para todos os gostos, de museus e bairros históricos a casas noturnas famosas e restaurantes badalados. Se você vai viajar para lá, mas não pode ficar muito tempo, não se preocupe: separamos alguns programas imperdíveis para quem visita o local em apenas cinco dias. Confira o roteiro e divirta-se.
e guarda-sol, além de equipamentos para praticar esportes na água, como caiaques e motos-aquáticas.
Se quiser pegar leve e fugir do agito característico da SoBe - como é conhecida pelos locais -, dê um pulo no South Pointe Park, ideal para quem busca tranquilidade. O parque oferece uma vista de 360º de Miami e é um dos lugares mais bonitos para assistir ao pôr-do-sol. Ficou com fome? O Smith & Wollensky Restaurant fica dentro do parque e conta com um café à beira-mar, área ao ar livre e dois andares com vista para o mar, o Dia 1 - Sossego de dia, agito à noite ambiente perfeito para saborear filés e fruPara afastar o cansaço da viagem, que tal tos do mar. passar um dia em South Beach? Localizada entre o Oceano Atlântico e a Baía Biscayne, Quando cansar da tranquilidade, é só sair a praia é um dos principais cartões postais do parque e ir curtir a vida noturna agitadísda cidade, e não por acaso é a preferida de sima da região. South Beach conta com surfistas e jovens em busca de diversão. night clubs como o Mynt Lounge - o queriNa orla, é possível alugar cadeiras de praia dinho das celebridades - e o Story, ambos
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pertinho do South Pointe. E não precisa ter donados que funciona, há quase dez anos, pressa: os estabelecimentos costumam fun- como o bairro das galerias da cidade. O que cionar até as 5h da manhã. vale a pena é projeto chamado Wynwood Walls, em que, desde 2009, as paredes dos Dia 2 – Arte, moda e cultura no Miami galpões do coração do bairro -- as ruas NW Design District 25th e NW 26th, próximas à NW 2nd Avenue -- são recobertas de grafites da melhor Quem é apaixonado por arte, moda e cul- qualidade. tura, deve reservar o dia para ir ao Miami Design District. A região abriga mais de 130 Nunca pensei que pudesse haver um lugalerias de arte, showrooms e antiquários, gar visualmente mais interessante em Miami além de uma ampla variedade de restauran- do que a coleção de predinhos (e prediões) tes e bares. As galerias trazem o melhor da art-déco de South Beach. arte contemporânea, e é possível encontrar desde exposições dedicadas à herança haiSe estiver com dinheiro sobrando - ou tiana, até temáticas latino-americanas. quiser apenas conhecer os espaços deslumbrantes - pode visitar lojas de luxo como Além disso, o destaque é o Wynwood Prada, Armani e Louis Vuitton, além das Arts District, o pedaço mais descolado de boutiques e lofts das lojas de decoração e Miami, que é um bairro de galpões aban- design especializadas - o foco pode ser em
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luminárias, cadeiras ou tapetes.
mão e o tradicional café do país. Na 8th street, mais conhecida como Calle Ocho, estão localizados restaurantes como o El Pub e o Versailles, que há mais de 40 anos oferece pratos tipicamente cubanos, como a “vaca frita” - carne desfiada servida com cebola frita e uma mistura de feijão com arroz branco.
Pausa para o lanche: o bairro conta com uma variedade gastronômica a ser desfrutada por diferentes valores. No Buena Vista Bistrô, por exemplo, é possível provar o melhor da cozinha francesa por preços a partir de US$ 10. À noite, o The Cypress Room oferece clima dos anos 20, aperitivos e um Você também pode aprender mais sobre cardápio diversificado. a história e a cultura do país visitando o Bay of Pigs Museum and Library e o Cuban MeDia 3 – O melhor de Cuba em Miami morial Boulevard Park. Se estiver em Miami em março, não deixe de ir ao festival Calle Para conhecer o melhor de Cuba sem Ocho, que recebe milhões de turistas para sair de Miami, vá a Little Havana. No bairro, uma festa de rua que celebra os costumes você pode encontrar charutos enrolados à do país caribenho.
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Turismo Dia 4 – Muitas compras a preços incrí- 10h às 21h30 e das 11h às 20h aos dominveis gos. Finalmente, dia de fazer compras: o Sawgrass Mills é o maior outlet da Flórida e fica em Sunrise, a cerca de 30 minutos de Miami. São mais de 350 lojas de roupas, calçados, acessórios, eletrônicos, cama e cozinha e muitas outras opções. Algumas das marcas que você encontra por lá são Adidas, Armani, Bloomingdales, Diesel, Gucci, Lacoste, Nike, Ralph Lauren e Tommy Hilfiger. Na hora da fome, é possível escolher entre os 35 restaurantes do local, incluindo os clássicos Taco Bell e Burger King. O shopping funciona de segunda a sábado das
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Dia 5 – Mais compras com marcas adoradas por brasileiros Para completar a seção “compras” do roteiro, você pode aproveitar seu último dia em Miami para conhecer o Dolphin Mall. Fica bem pertinho do aeroporto internacional, a cerca de 15 quilômetros. Ele é menor do que o Sawgrass Mills, conta com 240 lojas, mas oferece as principais marcas procuradas pelos brasileiros, como GAP e Calvin Klein. O Dolphin funciona de segunda a sábado das 10h às 21h30, e das 11h às 20h aos domingos. ♦
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Colunista
País rico é país sem pobreza? por Leandro Narloch (Veja)
Nos últimos quatro anos, os brasileiros tiveram que conviver com a frase “país rico é país sem pobreza”. Ela esteve em toda logomarca, em toda propaganda do governo federal. Por isso é o caso de perguntar: é válida a afirmação do slogan de Dilma? A princípio, é difícil não concordar com a frase. Mesmo se parte da população tiver picanha na mesa e iPhone no bolso, ainda estaremos mal se a outra parte seguir faminta. Em 2011, quando o governo lançou o slogan, houve quem reclamasse da obviedade da afirmação – é claro que país rico é país sem pobreza, disseram.
estilo de vida dos brasileiros. Vagas em trabalhos menos produtivos que 3 000 reais por mês se extinguem. Uma família de classe média, que dispõe de apenas 900 reais para pagar alguém que limpe a casa, passe a roupa e passeie com o cachorro, terá de se virar com o serviço doméstico. Mas 900 reais por mês é luxo em alguns países latino-americanos. Haitianos logo perceberão a demanda não atendida por empregos domésticos no Brasil e virão contentes trabalhar aqui. Como demonstram os haitianos que já se mudaram ao Brasil, 900 reais para eles significa um ganho e tanto. Podem economizar todo mês o equivalente ao salário integral que ganhariam no Haiti – onde o salário mínimo, para quem não está entre os 40% de desempregados, é de 13 reais por dia.
Mas a frase não é óbvia. Na verdade, ela esconde um problema fundamental: é muito difícil não haver pobres num país rico. Essa condição não é estável, pois países ricos atraem pobres. Um país rico e sem pobreza até é possível, mas somente se o mundo Acontece assim o jogo preferido dos ecotodo enriquecer ao mesmo tempo ou se im- nomistas: o jogo de soma diferente de zero. pedirmos migrações erguendo muros e cer- No futebol ou no pôquer, a soma dos resulcas nas fronteiras. tados é nula. Um time precisa perder para o outro ganhar. Quem tem duas damas no O problema fica claro se o leitor imaginar pôquer perde as fichas para o sortudo que exatamente o que o slogan propõe, um país tirou uma trinca de setes. Não é assim nos rico e sem pobreza. Digamos que, ao acor- acordos voluntários da economia. As fichas dar amanhã de manhã, você percebe que se multiplicam; todos voltam para casa com tudo deu certo no Brasil. O menor salário um pote maior. Você e o haitiano jogam. E pago no mercado chega a 3 000 reais. Mes- os dois ganham. mo a turma do último tijolo da pirâmide social vive com alguma dignidade. Não há favelas A chegada em massa de haitianos, ainda ou indigentes; não sobrou sequer um único maior que a atual, faria bem a eles e às fasujeito que reutilize o copo de requeijão ou mílias brasileiras que os contratariam, mas seque roupa atrás da geladeira. Incrível. há uma consequência. Eles trariam pobreza para dentro das linhas imaginárias brasileiA alta de salários causa mudanças no ras. Alguns dos recém-chegados morariam 52 Maria
em cortiços com cinco pessoas no mesmo quarto. Outros, para economizar no transporte, montariam casebres em terrenos próximos à casa de brasileiros enriquecidos, criando cenas tocantes de contraste. Em pouco tempo, não seríamos mais um país rico e sem pobreza.
do, antes de mudarem para a metrópole. “A pobreza urbana não deveria ser comparada à riqueza urbana”, diz o economista Edward Glaeser, professor de Harvard e o mais celebrado especialista em economia urbana dos Estados Unidos. “As favelas do Rio de Janeiro parecem terríveis se comparadas a bairros prósperos de Chicago, mas os índiOs jornais mostrariam fotos de gente po- ces de pobreza no Rio são bem menores bre no Brasil, e essas imagens circulariam que no interior do Nordeste brasileiro.” pelo mundo. Os políticos da oposição alardeariam dados sobre a péssima qualidade Por essa nova comparação, a famosa de vida dos novos moradores que, segundo foto da desigualdade social mostra uma exeles, seriam explorados pelas famílias de celente notícia. Quem mora em Paraisópolis classe média. Ainda que todos os pobres vive muito melhor do que se tivesse permaenvolvidos na história tivessem melhorado necido no sertão nordestino, nas lavouras de situação. de boias-frias do Paraná ou entre os escombros de Porto Príncipe. Não importa se a miQuanto esse exercício de imaginação séria está mais aparente ou mais próxima; o explica a realidade brasileira? Um bocado. principal é que para os miseráveis ela tenha Muita gente entristece diante da desigual- diminuído. Glaeser arremata: dade sem notar que aquelas pessoas estão numa situação melhor que no passado. A pobreza urbana não deveria envergoÉ o caso da famosa foto acima, da favela nhar as cidades. As cidades não criam pode Paraisópolis ao lado de apartamentos de bres. Elas atraem pobres. Elas atraem poluxo do Morumbi. Quando livros didáticos bres justamente porque fornecem o que eles ou provas de vestibular escolhem essa ima- mais precisam – oportunidade econômica. gem para retratar a desigualdade social – e fazem isso com frequência –, comparam a Esse raciocínio vale não só para cidades, riqueza dos apartamentos com a miséria da mas para países. Mesmo se enriquecer, o favela. Mas a comparação mais adequada Brasil jamais será um país sem pobreza. E é é dos moradores da favela hoje e no passa- bom para os pobres que seja assim. ♦
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Saúde
Alergia a níquel Ou seja, alergia a praticamente tudo por Lucia Mandel (Veja)
Jóias e bijuterias.
É interminável a quantidade de objetos do dia a dia que contêm níquel. Isso porque ele tem vantagens, como resistência à corrosão, maleabilidade, dureza e propriedades eletrônicas. A lista inclui celulares, pilhas recarregáveis, talheres e bandejas de inox, maçanetas, moedas, CDs (esses cada vez menos no nosso dia a dia, né?), instrumentos musicais, jóias e bijuterias.
Muitas vezes a alergia começa com a perfuração da orelha e do uso de um brinco de metal. E principalmente por causa de bijuterias e jóias baratas que contêm níquel em grandes quantidades, e devem ser evitadas. Tipo aquele brinco que seu namorado comprou pra você na tenda hippie, lembra?
Em contato direto com a pele, o níquel pode causar reação alérgica, chamada dermatite de contato alérgica. Ela pode acontecer tanto depois de exposição prolongada ao níquel ou logo no primeiro contato. Depois de desenvolver a alergia, você sempre será sensível ao níquel. A reação da pele acontece na forma de coceira, vermelhidão, manchas ou bolhas.
Mas mesmo uma jóia de ouro não é garantida, porque ela é sempre feita de uma liga de ouro com outros metais, que pode incluir o níquel. A quantidade de ouro na liga é dada pelo número de quilates. Quanto maior esse número, mais ouro tem a liga e menos chance a jóia tem de causar alergia. Portanto, pode falar para o seu namorado: da próxima vez, brinco de ouro. E de muitos
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quilates! Botões Eles podem desencadear a alergia. Botões de metal em jeans, mas também zíperes, fivelas de cinto, colchetes. Muita gente usa esmalte incolor para revestir o objeto e assim não ter contato direto com ele. Mas fique alerta porque a dermatite volta quando o esmalte descasca. Armações de óculos Se a armação de metal causar reação alérgica, o níquel é geralmente o culpado, porque a maioria das armações de metal são feitas de uma liga de níquel. PreO que fazer? fira as armações de titânio ou de plástico, A principal atitupois não têm níquel. de é evitar contato direto com o Instrumentos musicais objeto causador da alergia. Nem Todas aquelas partes brilhantes de cor sempre isso é tão prateada, que tanto chamam a atenção nos simples. E se sua instrumentos de sopro como a clarineta e a pele está coçantrompa, contêm níquel. Cordas de guitarra do ou está dolorida, ela pode ser tratada. elétrica também. Esse contato direto e consCremes à base de cortisonapodem ser usatante do níquel com dedos ou boca, pode dos (com muita cautela e por um curto perícausar a dermatite de contato em músicos. odo de tempo) para reduzir a inflamação. E antialérgicos por via oral podem aliviar uma Tratamento coceira intensa.♦
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Tirinha
A diferença entre Scooby Doo e Doctor Who Ou seria Scooby Who e Doctor Doo? por Vinícius Perlato
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