Vilas Magazine | Ed 255 | Abril de 2020 | 30 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

Ano 22 Edição 255 | Abril 2020

CORONAVÍRUS FECHA TUDO EM LAURO DE FREITAS

FIQUE EM CASA O VÍRUS NÃO CIRCULA! SÃO AS PESSOAS QUE O FAZEM CIRCULAR


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infectologista Roberto Badaró (foto), considerado um dos maiores especialistas sobre o novo coronavírus do país, classificou como acertadas todas as ações executadas pelo governo do Estado para conter o avanço da Covid-19 na Bahia até o momento e ressaltou que, sem essas medidas, o Estado poderia ter, atualmente, números alarmantes. “Não se trata de uma competição, mas é preciso reconhecer que a Bahia respondeu muito antes do que a maioria dos estados à crise gerada pelo novo coronavírus. O governo do Estado implantou um bloqueio sanitário severo, o chamado isolamento vertical, quando a Bahia não tinha nem 20 casos. O resultado foi muito eficiente. A Bahia apresenta, de forma significativa, uma diminuição na velocidade do aparecimento de novos casos”, destacou o médico. De acordo com Badaró, “no gráfico dos casos oficiais no Brasil e no mundo, verificamos comportamentos diferentes. A China teve milhares de casos em Wuhan, onde tudo começou. A Itália agiu igual a Wuhan no início. Os Estados Unidos tiveram, devido à relação muito íntima

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de tráfego aéreo com a China, milhares de infectados chegando ao país diariamente, causando uma explosão de casos também. O Brasil tem a tendência da Coreia [do Sul], que interviu ainda relativamente cedo”. Ainda segundo o infectologista, no gráfico da Bahia, a projeção é inferior em número de casos e mortes, pois iniciou o bloqueio logo de imediato ao surgimento de casos. “Estamos tendo números inferiores ao previsto. O governo do Estado agiu com austeridade, contrariando o Ministério da Saúde, que orientou mal no início da chegada do Covid -19 ao Brasil”, afirmou. No domingo (29/3), a Bahia atingiu a marca de 156 casos confirmados. A previsão era que o estado já tivesse superado 300 ocorrências neste momento. Entre as medidas preventivas adotadas pelo Estado estão o fechamento de todas as escolas públicas e privadas da Bahia e a suspensão do transporte intermunicipal em cidades com casos confirmados. Em paralelo às ações de contenção, a Bahia está fortalecendo sua rede de atendimento. Já foi autorizada pelo governador Rui Costa a abertura de 500 novos leitos de

ALBERTO COUTINHO

“A Bahia se antecipou em ações contra novo coronavírus” Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e centros de triagem no interior. Em Salvador, além do antigo Hospital Espanhol, o Estado já assegurou outros três novos locais de atendimento para casos em investigação ou confirmados da Covid-19: o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, o Hospital Santa Clara e a Arena Fonte Nova, que juntos vão ofertar mais de 350 leitos. Badaró também pontuou a importância do novo Instituto Couto Maia (Icom) para o enfrentamento da doença. Inaugurada em julho de 2018, a unidade é especializada em doenças infectocontagiosas e desde 23 de março está atendendo exclusivamente pacientes com suspeita do novo coronavírus. “O Couto Maia está preparado. Não há falta de leitos de UTI neste momento, e não há faltas de unidades para atender os pacientes que, porventura, venham a ser contaminados pela doença nessas primeiras semanas”, acrescentou o médico.

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Inaceitável é que morra a sua mãe

À

medida que a pandemia se agrava no país, arrastando a atividade econômica para um inédito abismo, amplia-se a verborragia sobre o limite a partir do qual o custo de combater o vírus se tornaria maior que os benefícios – como se houvesse vidas dispensáveis. Poucos, entretanto, aceitariam incluir os seus próprios pais ou avós na lista de vítimas. Diz-se poucos, em vez de ninguém, porque quem advoga a tese possivelmente venderia a própria mãe para manter o fluxo de caixa. Em português claro, trata-se de defender que há mortes aceitáveis. Inaceitável, para essa gente, seria colocar o Estado a serviço das pessoas, sustentando quem precisa de sustento, ou investir pesadamente em meios e recursos para equipar o sistema público de saúde. O cinismo da fantasiosa meritocracia brasileira mostra fôlego, mas em breve vai precisar de um respirador mecânico. Desta vez a ameaça chega ao populacho encomendada pelo “andar de cima”, pelos ricos, que foram atingidos primeiro. Muito antes do Sistema Único de Saúde dar o alarme, foram as catedrais da medicina privada e privilegiada em São Paulo os arautos do caos. Mesmo em Salvador, é nos bairros abastados da orla que o Coronavírus primeiro fez carreira. Como mostraram os casos das empregadas domésticas – porque já não se usa “secretárias do lar” – no Rio de Janeiro e em Feira de Santana, o vírus facilmente alcançará os aglomerados subnormais das grandes cidades brasileiras, esgueirando-se pelas vielas e becos e penetrando barracos em que famílias inteiras partilham o mesmo cômodo. Porque morreram cinco mil no trânsito no ano passado e ninguém parou as estradas, poderíamos aceitar outros tantos sem parar o país, argumentam os acéfalos. Todos, de preferência, nas favelas. Segue de boa saúde a insanidade que tomou o país de assalto no fim de 2018. Ainda há idiotas que pensam estar a salvo do pior, embarcando nas suas lanchas rumo a lugares remotos. Pessoas decentes com o cérebro em funcionamento têm feito propostas realistas para apoiar não só as famílias, mas as pequenas empresas durante esta crise. Mas no atual estado de coisas só se ouvem barbaridades em Brasília.

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Ser capaz de ficar alegre, e mais alegre no meio da alegria. E ainda mais alegre no meio a tristeza. Todo caminho da gente é resvaloso, mas também, cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sobe, a gente volta”.

T

enho esse trecho da obra Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, como um mantra encorajador que me tem ajudado a superar os tantos obstáculos enfrentado ao longo dos meus 73 anos de vida. Mas esse, de agora, não tem precedentes. Pegou pesado. O efeito devastador provocado pela pandemia do coronavirus e seu desdobramento danoso em todas as atividades pelas quais o ser humano mantém sua sobrevivência econômica e social, atingiu fortemente a espinha dorsal de sustentação da revista Vilas Magazine. De repente, não mais que de repente, a falta de ar, um dos sintomas da contaminação do vírus, sufocou, quase de morte, as atividades da nossa editora, comprometendo seriamente a saúde da Vilas Magazine, por conta das restrições impostas pelo combate ao coronavírus, que obriga ao fechamento, mesmo que provisório, de significativa parcela de empresas anunciantes. Os efeitos são desvastadores. De repente, não mais que de repente, ficamos impedidos de honrar, como sempre, os compromissos para manter em atividade o veículo que consolidou forte parceria com a comunidade ao longo dos seus 21 anos de circulação ininterrupta. Esta edição circula alicerçada pelo entusiasmo que nos embala a prosseguir, sem a certeza do amanhã sadio. Mas vamos enfrentar as dificuldades, incentivados pelas mensagens tranquilizadoras de parceiros anunciantes, que nos asseguram retornar às páginas da revista tão logo as atividades voltem ao normal. Eles sabem, conhecem e confiam na eficiência da Vilas Magazine para alavancar os serviços e produtos de suas empresas. Carlos Accioli Ramos Vamos trabalhar. Diretor-editor da Vilas Magazine

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Registros & Notas

Ulyana Baptista Nunes realizou em 3 de março um dos maiores desafios de sua vida, ao ser diplomada como fisioterapauta, pela Universidade Unime. Superando todos os obstáculos, venceu a sua enorme dedicação, referendando desde já a competente profissional que o mercado passa a contar, a partir de agora. EVENTO SOLENE A cerimônia do Oscar 2020, o prêmio mais importante do cinema americano, transmitida para todo o planeta em 9 de fevereiro, foi acompanhada por 25 seletos clientes da locadora DVD Planet, em Vilas do Atlântico, recepcionados pelo empresário Sérgio Ssenkrad (foto), que toca o empreedimento há 18 anos. O evento contou com um jantar idealizado pelo chef André Marcal e a decoração do espaço levou a assinatura da sua esposa, Isabela Fontoura, que teve desde tapete vermelho, fotos com a réplica da estatueta e um bolão entre os convidados. Sérgio visualiza novos eventos na locadora, a única na Bahia que ainda investe em lançamentos recém-saídos do cinema. Um autêntico visionário. Jurandir do Santos (conhecido como Jurandir Sardinha), laurofreitense da gema, com 41 anos de idade, acumula mais de 50 lutas na sua trajetória na modalidade de MMA. 4 | Vilas Magazine | Abril de 2020

MARTELO BATIDO A deputada estadual Mirela Macedo (PSD) bateu o martelo e vai concorrer à prefeitura de Lauro de Freitas nas eleições de 2020. A definição para disputar a eleição ocorreu após reuniões com o senador Otto Alencar, que é presidente estadual do PSD na Bahia. “Nossa candidatura foi amadurecida ao longo dos últimos meses, dialogando com o nosso líder maior, Otto Alencar, e também com outras lideranças políticas, com o intuito de formar um amplo bloco partidário e apresentar à população”, declarou a deputada. Para Otto, Mirela reúne as competências necessárias para realizar uma excelente gestão à frente da prefeitura. “Mirela merece o nosso respeito e o nosso reconhecimento”, destaca o senador. Mirela Macedo começou a carreira política como vereadora de Lauro de Freitas e está em seu segundo mandato como deputada estadual.

COISAS DE LIz PASSOS É com bom humor que a publicitária baiana Liz Passos relata, em seu primeiro livro, o processo de descoberta e cura de um Linfoma Não-Hodgkin, há quatro anos. “um Encontro Inesperado” (Solisluna Editora) chega como parte de todo processo de aprendizado que a doença proporcionou, mas com uma grande vantagem: um texto leve e divertido. Liz Passos lançou sua obra em março, em noite de autógrafos na Casa do Comércio que superou as expectativas da autora: “Foi muito especial e reconfortante ter recebido tantos amigos, imprensa e pessoas que estão em tratamento contra o câncer e que foram lá a procura de força, esperança e para conhecer mais histórias positivas e vencedoras”, declara Liz, que também é criadora do blog Coisas de Liz. Por enquanto o livro está disponível apenas no site da editora: solisluna.com.br


Fé, esperança e solidariedade Teobaldo Costa

A

pandemia de coronavírus é confusa e assustadora para centenas de milhões de pessoas. Isso não é surpreendente. Muitos ao redor do mundo estão doentes e outros tantos morreram. Essa crise mundial levanta, não apenas sérias questões médicas, éticas e logísticas, mas também questões adicionais para as pessoas de fé. E é sobre fé e esperança, sobre o Deus que está dentro de nós, que quero abordar nesse espaço. Resista ao pânico. De forma alguma isso não quer dizer que não há motivos para preocupação ou que devemos ignorar os bons conselhos de profissionais médicos e especialistas em saúde pública. Mas pânico e medo não ajudam. Calma e esperança sim. E é possível responder a uma crise com seriedade e deliberação, mantendo um senso interior de calma e esperança. Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem religiosa Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, costumava falar sobre duas forças em nossas vidas interiores: uma, que nos atrai para Deus, e a outra, para longe de Deus. Aquela que nos afasta de Deus, que ele chamou de espírito maligno, “causa angústia, tristeza e cria obstáculos. Desse modo, perturba as pessoas por razões falsas destinadas a impedir seu progresso.” Soa familiar? Não dê credibilidade a mentiras ou rumores, fakenews, agressões irracionais, nem ceda ao pânico. Confie no que os médicos dizem. Estamos todos juntos tentando superar as dificuldades e vamos superá-las, certamente. O pânico, confundindo e assustando você, lhe afasta da ajuda que Deus quer lhe dar. O que está vindo de Deus então? Santo Inácio de Loyola tembém nos diz: “o espírito de Deus desperta

coragem e força, consolações, inspirações e tranquilidade”. Portanto, confie na calma e sinta a voz que é para ser ouvida: a voz de Deus. E isso vai te dar força e coragem para enfrentar qualquer dificuldade. Foi assim, com essa determinação, que enfrentei e venci um câncer de pulmão ano passado, e hoje estou curado. Com força, coragem e vontade de viver. Não demonize. Outro dia, um amigo me contou que no momento em que um idoso gripado entrou no metrô, o vagão esvaziou por inteiro e as pessoas começaram a gritar com ele, culpando por possivelmente espalhar o vírus pelo ambiente. As dificuldades de cada pessoa, de cada organização, de cada hospital ou empresa, são muitas nesse momento. Muitas coisas foram canceladas por causa do coronavírus, mas o amor, a solidariedade, a prudência, não podem nem devem ser cancelados. Se mantenha focado nele. Tenha um olhar adequado e compreensivo sobre seu semelhante, não espalhe outra doença, que é a falta de crença no outro, essa desconfiança doentia. Cuidar dos doentes. Essa pandemia pode ter um longo curso, alguns de nossos amigos e familiares podem ficar doentes. Faça o que puder para ajudar outras pessoas, especialmente idosos, deficientes, menos favorecidos e isolados. Tome as precauções necessárias; não seja imprudente e não arrisque espalhar a doença, mas não esqueça o dever fundamental de ajudar os outros. E não feche seu coração para os menos favorecidos e aos que carecem de cuidados de saúde. Eles sofrerão ainda mais. Mantenha seu coração aberto para todos os necessitados. Não deixe que sua consciência seja infectada. Igrejas de todas as religiões, no mundo todo, estão fechando, cancelando suas atividades. São medidas prudentes e necessárias, mas que trazem um custo oneroso espiritualmente para muitas pessoas, fazendo remover uma das partes mais

consoladoras de suas vidas, a religiosidade, e as isola ainda mais, no momento em que mais precisam de apoio. O que se pode fazer? Alguns cultos religiosos, como missas, são transmitidos ao vivo pela TV ou Internet, mas você pode rezar por conta própria. Ao fazê-lo, lembre-se de que você faz parte de uma comunidade, de um todo. Lembre que você se une a Deus em oração, mas também em ação, em benefício ao próximo. Nesse momento seja criativo. Você pode meditar, consultar um comentário interessante, ler ou ligar para amigos e compartilhar suas experiências de como está esperançoso. Isso é boa energia. Isso é espalhar Deus por toda parte. Confie que Deus está com você. Muitas pessoas, especialmente as que estejam doentes, podem sentir uma sensação de isolamento que agrava seu medo. E muitos de nós, mesmo que não estejamos infectados, conhecemos pessoas que estão doentes. Então a indagação flui naturalmente: por que isso está acontecendo? Não há resposta satisfatória para essa pergunta, mas mantenha a fé, creia que Deus está presente e entende nosso sofrimento e nos acompanha da maneira mais íntima. Deus entende em todos, indistintamente, nossos medos e apreensões. Vá com Ele em oração. E confie que Ele ouve você e está com você. Confie nas suas orações, ouça o seu coração, seu Deus interior, tenha um olhar mais compreensivo diante da vida, ajude quem precisa e confie no seu semelhante. Isso vai lhe fazer muito bem. E tenha certeza que vamos passar por isso juntos, cada um fazendo o que lhe cabe, mesmo que seja apenas ficar em casa, refletindo sobre tudo. E vamos sair mais fortalecidos. Teobaldo Costa é empresário.

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CORONAVÍRUS / COVID-19

Medidas preventivas ao Covid-19 param Lauro de Freitas

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a crise de saúde pública que transformou a vida dos brasileiros da noite para o dia, há três consensos entre médicos e cientistas de todo o mundo que vale destacar: o primeiro é que a Covid-19, causada pelo novo coronavírus, não é um “resfriadinho”, mas uma pneumonia viral que deixa sequelas mesmo entre os que escapam com vida. Como ameaça à saúde pública, trata-se de uma pandemia de “proporções apocalípticas”, conforme definiu Antônio Guterres, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O segundo consenso é que os mais jovens também são severamente afetados, inclusive necessitando de hospitalização. De acordo com dados do CDC, sigla em inglês do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, pessoas na faixa etária dos 20 aos 44 anos infectadas pelo novo coronavírus têm sido até mais hospitalizadas do que as de 45 a 64 anos, embora precisem menos de unidades de tratamento intensivo. Não é uma “doença de idosos”, apesar de afetar gravemente os mais velhos, como qualquer outra doença. O terceiro consenso é que a pandemia vai passar. O custo humano e econômico

dessa travessia depende do quanto as populações estejam dispostas a fazer sacrifícios pela coletividade, como isolar-se em casa pelo tempo que for necessário. Entretanto, ainda este mês o sistema brasileiro de saúde, público e privado, entrará em colapso. A garantia é do próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Falando durante uma entrevista coletiva no dia 20 de março, em Brasília, o ministro fez questão de explicar o que queria dizer por “colapso” do sistema de saúde: “O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, uma ordem judicial, mas simplesmente não há sistema [de saúde] para você entrar”, afirmou. O colapso do sistema, que atingirá tanto os usuários do SUS, como os que têm plano de saúde, indica que simplesmente não será possível tratar de todos os doentes que vão precisar de tratamento. De acordo com o ministério, poderá ser declarada quarentena quando o país atingir 80% da ocupação dos leitos de UTI disponíveis para o atendimento à doença. A ocupação é definida pelos gestores locais.

É com essa perspectiva que trabalham todos os gestores públicos do país desde o mês passado, quando a maioria finalmente se deu conta do que estava por vir – apesar de vários outros países terem passado pelo mesmo meses antes. Grande parte dos prefeitos e governadores passaram à ação, em muitos casos substituindo-se ao governo federal que, até o fechamento desta edição, pouco havia feito para conter a disseminação do novo coronavírus no país. Ao contrário, autoridades em Brasília vêm menosprezando a gravidade da crise de saúde pública, preocupados antes com os seus efeitos econômicos e políticos – apesar do claro aviso do ministro da Saúde. Já nas cidades e estados, medidas cada vez mais restritivas vêm sendo tomada quase todos os dias. Lauro de Freitas não deixou de também impor medidas de contenção, inicialmente impondo, por exemplo, uma distância de dois metros entre mesas de restaurantes, mas depois fechando shoppings centers e outros centros comerciais,

Barreiras físicas instaladas nos acessos à praia de Vilas do Atlântico e Ipitanga: espaços públicos interditados

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além de restaurantes e barracas de praia. Foi proibida também a circulação do comércio ambulante. A ordem vale desde 21 de março, mas por apenas 15 dias – um prazo que possivelmente será renovado enquanto durar a crise. De acordo com a prefeita Moema Gramacho, as restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais ainda podem aumentar. Cinco dias depois foram encerradas também as casas de espetáculos de qualquer natureza, boates, danceterias, salões de dança e similares, casas de festas e eventos, clínicas de estética e salões de beleza, bares, restaurantes, churrascarias, pizzarias, lanchonetes, foodtrucks e demais estabelecimentos do ramo. Lojas de todos os tipos e o “comércio em geral” também fecharam as portas, em princípio, até o dia nove de abril. Os postos de combustível continuam abertos, mas as lojas de conveniência estão fechadas. As clínicas de saúde humana e veterinária também foram encerradas, à exceção das que operam de regime de urgência ou emergência. Continuam abertos os supermercados, mercadinhos voltados exclusivamente para a venda de alimentos e gêneros de primeira necessidade, além de farmácias, padarias, lojas de alimentação e medicamento animal e humano A emissão sonora, tanto em logradouros públicos como em quaisquer estabelecimentos particulares ficou igualmente proibida, independente da gradação em decibéis. Campos de futebol públicos e privados, quadras esportivas e praças públicas e privadas também estão fechados, proibidas quaisquer atividades esportivas coletivas em espaços e logradouros públicos ou privados “enquanto perdurar a situação de emergência

em saúde de importância internacional, decorrente da Pandemia do Covid-19”. Os alvarás de obras e reformas em geral em imóveis estão suspensos, também até 9 de abril, incluindo para as intervenções que já estavam em andamento. Mesmo as obras e intervenções em imóveis já habitados, residenciais e comerciais, que não precisam de licenciamento foram suspensas. As novas medidas, ainda mais restritivas, levam em conta “a ampliação de medidas de prevenção e enfrentamento da pandemia decorrente do Coronavírus, pelo Governo do Estado da Bahia e pela Prefeitura Municipal de Salvador e suas consequências no dia a dia do município de Lauro de Freitas e de sua comunidade”, além da “necessidade de uma ação integrada entre todos os entes no sentido de uma ação efetiva e eficaz em toda a

Região Metropolitana de Salvador”. Escolas públicas e privadas já haviam sido fechadas e os espaços públicos interditados. Barreiras físicas foram instaladas nas alamedas de acesso à praia em Vilas do Atlântico, com vigilância ativa de equipes da prefeitura. A “situação de emergência” decretada em Lauro de Freitas segue medida semelhante em muitos outros municípios e estados. O decreto foi o quarto publicado pela prefeitura para tentar conter a disseminação do vírus – e o colapso do sistema de saúde. Em colapso é precisamente como se encontra a Itália, um país desenvolvido e com um sistema de saúde sofisticado, muito mais preparado que o brasileiro. Por lá, de acordo com despachos das agências de notícias, as equipes médicas são obrigadas a escolher quem deixarão morrer para poder salvar outros. A Itália não tem leitos de UTI em quantidade suficiente para atender todos, como não terá o Brasil, públicos ou privados, de acordo com o ministro da Saúde. Entretanto, ninguém de fato sabe como se comportará a pandemia no Brasil. Epidemiologistas são unânimes: tudo depende do sucesso que o país obtiver em conter a disseminação do vírus. Se menos pessoas adoecerem ao mesmo tempo o sistema de saúde ficará menos sobrecarregado – e menos pessoas morrerão por falta de atendimento médico. Os especialistas concordam que não será possível impedir a contaminação generalizada da população. O governo da Alemanha, por exemplo, estima que 80% dos alemães serão contaminados, apesar do alto poder de resposta do sistema de saúde daquele país. Até aqui, na ausência de uma vacina, a única estratégia eficaz é retardar ao máximo a disseminação do vírus. Para isso, além de ensinar as pesContinua na página 8 u

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CORONAVÍRUS / COVID-19

u Continuação da página 7

soas a lavar as mãos, autoridades de saúde em todo o mundo vêm insistindo no isolamento de todos os contaminados – já que é virtualmente impossível isolar 100% da população. Testar o máximo de pessoas, com ou sem sintomas da Covid-19, é o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), instância das Nações Unidas. Na Coreia do Sul, por exemplo, foram instalados postos de testagem “drive thru” em que as pessoas nem precisam sair dos carros para saber depois se devem ou não ficar confinadas. Como os testes são caros e o país não se preparou para enfrentar a pandemia, o Brasil vem testando apenas os casos graves. Assim, ninguém de fato sabe quantos estão contaminados e a solução passa a ser o confinamento de todos. A contenção está no foco das principais medidas que vêm sendo tomadas pelos governadores e prefeitos. Ao fechar escolas, comércio e serviços, paralisar os transportes, impor barreiras sanitárias nos aeroportos e nas estradas, o que as autoridades querem é que a população fique em casa. Em outros países, como na Itália, Espanha e Portugal, a chamada quarentena já é obrigatória e há polícia na rua para garantir que as pessoas fiquem em casa. No Brasil, parte da população aderiu por conta própria à orientação. Mas ainda há muita gente em circulação todos os

dias. Em Salvador também foi necessário bloquear o acesso às praias para que as pessoas entendam que não devem formar aglomerações. O Reino Unido prevê que as medidas de restrição para combate ao vírus vão durar um ano inteiro. E, para proteger os empregos, prepara-se para pagar os salários de todos os que não puderem trabalhar durante a crise. ECONOMIA E ASSISTêNCIA As sequelas econômicas desta crise de saúde pública já contratam uma recessão mundial que, no Brasil, pode ser a pior desde 1962. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por causa do encerramento forçado das atividades, a economia brasileira poderá encolher até 4,4% em 2020, ceifando cerca de cinco milhões de empregos. O Brasil tem hoje 10 milhões de desempregados. Para Guilherme Benchimol, presidente da XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores do país, o desemprego pode atingir até 40 milhões de brasileiros em decorrência da pandemia do coronavírus, multiplicando a crise por quatro. A previsão foi feita durante conferência de vídeo com outros empresários, em março. Nos Estados Unidos, a perspectiva é que o desemprego suba de 3% para 30%. De acordo com os diários brasileiros, a necessidade de criar um “Plano Marshall” para o Brasil foi sublinhada por vários empresários na conferência virtual. Atendimento a moradores de rua: oferta de abrigo no ginásio de esportes do Aracuí

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A proposta faz referência ao Programa de Recuperação Europeia, mais conhecido como Plano Marshall, posto em prática pelos Estados Unidos para reconstruir países aliados na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Tão grave quanto a perda dos empregos é a imediata cessação de rendimentos de uma vasta porção da população que trabalha na informalidade e depende da circulação de pessoas nas cidades para ganhar o pão de cada dia. Para amenizar o drama de milhares de famílias, Lauro de Freitas prevê instituir um “Bolsa Família Municipal” para atender exclusivamente os que vivem em extrema pobreza e que têm crianças e adolescentes em casa com R$ 200 mensais. De acordo com a proposta do vereador Antônio Rosalvo, presidente da Câmara Municipal, seriam beneficiadas as famílias que não recebem o Bolsa Família federal e que têm renda familiar per capita de até R$ 178. Abaixo do limiar da extrema pobreza, a população em situação de rua vem sendo atendida por equipes da prefeitura de Lauro de Freitas, que tentam convencê-las a se abrigarem no ginásio de esportes do Aracuí. O objetivo é evitar a contaminação deste público pelo novo coronavírus. A ação foi iniciada em 21 de março. No local, estruturado para servir de abrigo, estão sendo disponibilizados colchonetes, alimentação e conjuntos de higiene. De acordo com a prefeitura, “o número reduzido de pessoas encontradas nessa situação é resultado de ações já desenvolvidas pela gestão, como o Programa Bolsa Aluguel, que atende atualmente 56 pessoas que estavam em situação de rua”. Idosos e pessoas com doenças crônicas, identificadas em cadastro realizado com usuários do Restaurante Popular e da Cozinha Comunitária de Itinga, estão recebendo cestas básicas suficientes para o sustento de uma pessoa por quinze dias. Famílias atendidas por outros ser-


viços sociais e consideradas de alta vulnerabilidade também estão recebendo as cestas básicas. O Restaurante Popular e a Cozinha Comunitária de Itinga foram fechados para evitar aglomerações. Já os serviços do programa Bolsa Aluguel estão funcionando em regime diferenciado. O atendimento ao público foi suspenso e os contratos que venceriam este mês serão renovados automaticamente, após contato, por telefone, com os beneficiários.

O distanciamento social vale principalmente para pessoas com mais de 60 anos, que devem evitar o comparecimento ao trabalho ou frequentar qualquer ambiente fechado. A recomendação é sair de casa apenas para atividades

essenciais, como comprar mantimentos ou remédios ou obter serviços de saúde, quando essas tarefas não puderem ser realizadas por outra pessoa. Governos dos estados e de municípios Continua na página 10 u

Isolar-se em casa ainda é a medida de prevenção mais eficaz

O

isolamento é a medida mais eficaz para reduzir a propagação da doença, mantendo o funcionamento de serviços essenciais. Essa é a orientação que vem sendo adotada em diversos países do mundo. O distanciamento social impede até que pessoas de todas as idades, eventualmente contaminadas, mas sem sintomas, disseminem o vírus. Ao circular, tanto jovens como mais velhos podem adquirir a infecção e transferi-la a outros e para dentro de sua própria casa. Cálculo divulgado pelo Signer Laboratory, dos Estados Unidos (veja gráfico), ilustra a importância do distanciamento pessoal. Se nada for feito, uma pessoa infecta outras 2,5 no espaço de cinco dias, levando a 406 pessoas infectadas 30 dias depois. Se a circulação de pessoas for reduzida em 50%, uma pessoa infectará 1,25 pessoas em cinco dias e outras 15 nos mesmos 30 dias seguintes. Se o isolamento reduzir a circulação em 75%, uma pessoa infectará apenas 2,5 pessoas no espaço de um mês.

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Como lavar as mãos para evitar o vírus

CORONAVÍRUS / COVID-19

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já decretaram o encerramento completo de atividades não essenciais, pedindo que todos os que puderem fiquem em casa para desacelerar a disseminação do vírus e permitindo que o sistema de saúde atenda o máximo de pessoas ao longo de mais tempo. Grandes cidades brasileiras já registram casos de transmissão comunitária, quando não é identificada a origem da contaminação. Com isso, o país entrou em uma nova fase, que visa criar condições para diminuir os danos que o vírus pode causar à população. O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta avisa que “não há uma regra única para todo o país” e que “cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a caso”. Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde Wanderson de Oliveira “é importante analisar o cenário de casos e possíveis riscos”. Com base na evolução dos casos no Brasil, estima-se que, sem a adoção das medidas de prevenção, o número de

casos da doença dobre a cada três dias, sobrecarregando os serviços de saúde. Atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio. Mas o Ministério da Saúde recomenda também a redução do contato social para reduzir as chances de transmissão do vírus – que é alta se comparada a outros coronavírus do passado. As medidas gerais incluem o reforço da prevenção individual com a etiqueta respiratória – como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar – o isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por 14 dias, além da recomendação para que pacientes com casos leves procurem os postos de saúde. Os vírus respiratórios se espalham pelo contato e por isso é importante a prática da higiene frequente e a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares, brinquedos, maçanetas e corrimãos. Até mesmo a forma de cumprimentar o outro deve mudar, evitando abraços, apertos de mãos e beijos no rosto.

O que você precisa saber sobre o coronavírus Tire suas dúvidas sobre como agir em relação a prevenção, transmissão e cura do novo coronavírus

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om o avanço do novo coronavírus, que começou a se espalhar em Wuhan, na China, e passou a ser transmitido em ritmo acelerado em outros países e continentes, o mundo está em estado de alerta - ainda mais após a declaração de situação de pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil (e na América Latina), o primeiro caso da doença foi registrado no dia 26 de fevereiro deste ano, em um paciente que veio da Itália para São Paulo. Desde então, as autoridades de saúde estão tomando providências e anunciando medidas para conter a contaminação da melhor maneira possível. Por ser uma doença nova, ainda há muitas

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FONTES: Centers for Disease Control and Prevention, Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e médicos. Infográfico: Marcelo Pliger / Folhapress.

A limpeza pode ser feita com água e sabão ou soluções com pelo menos 60% de álcool

dúvidas sobre a disseminação, sintomas, cuidados e cura da covid-19. Abaixo seguem as respostas para as principais perguntas sobre o tema de acordo com os canais oficiais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Ministério da Saúde e da OMS. Confira a seguir: O que é coronavírus? O coronavírus vem de uma família de vírus que provoca infecções respiratórias. No momento, o mundo passa por uma pandemia do novo coronavírus, que teve início em 31 de dezembro de 2019 na China e passou a ser transmitido pelo mundo todo. O coronavírus provoca a doença que leva o mesmo nome, ou Covid-19. Conhecidos desde meados de 1960, os coronavírus costumam causar doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Contudo, alguns podem causar doenças graves com impacto em termos de saúde pública, como o que está sendo transmitido agora. Quais são os principais sintomas do coronavírus? Os sinais e sintomas clínicos são principalmente respiratórios, semelhantes aos de um resfriado. Em alguns casos, podem também causar


Para os serviços públicos e privados, é indicado que disponibilizem locais para que os trabalhadores lavem as mãos com frequência, álcool em gel a 70% e toalhas de papel descartáveis. Há ainda a orientação sobre o uso de máscaras e outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O Ministério da Saúde recomenda que a utilização de equipamento de proteção seja feita apenas por pessoas doentes, casos confirmados da doença, contatos domiciliares e profissionais de saúde. Para áreas com transmissão local da doença, é recomendado que idosos e doentes crônicos evitem contato social como idas ao cinema, shoppings, viagens e locais com aglomeração de pessoas. É recomendada também a redução de deslocamentos para o trabalho. O Ministério da Saúde incentiva que reuniões sejam realizadas virtualmente, que viagens não essenciais sejam adiadas ou canceladas e que, quando possível, o trabalho seja realizado em casa. Para as instituições de ensino, o ministério recomenda o planejamento de antecipação de férias, procurando reduzir infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Sintomas comuns: coriza, tosse, cansaço, dor de garganta. Sintomas graves: febre alta, pneumonia, insuficiência respiratória aguda. Os sintomas podem aparecer entre 1 e 12 dias após a exposição ao vírus. O que é o “período de incubação”? Quanto tempo dura no caso do coronavírus? Esse é o intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas. No caso do coronavírus, esse período pode durar de um dia até duas semanas (14 dias). Como acontece a transmissão? Aperto de mão, beijo e abraço podem passar o vírus? O vírus causador da Covid-19 pode se propagar por meio de gotículas do nariz ou da boca, via tosse ou espirro, por exemplo. Ainda há estudos que avaliam se a doença pode ou não ser transmitida pelo ar. Por enquanto, o que se tem certeza é que a transmissão ocorre por contato com: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão com pessoa infectada; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com

prejuízos no calendário escolar, inclusive com a possibilidade de utilizar o ensino à distância. No caso de um novo cenário, em que a transmissão estiver alta, a mudança de comportamento e rotina será imprescindível no enfrentamento da epidemia. Nesse sentido, adotar horários alternativos para evitar aglomeração de pessoas é uma das recomendações, como fazer as compras e utilizar o transporte público, por exemplo, fora do horário de pico. “Essas medidas são recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foram – e estão – sendo utilizadas nos países que se encontram em surto para diminuir a transmissão dos vírus”, disse Wanderson de Oliveira. “O que não queremos é chegar ao nível da Itália e por isso precisamos nos antecipar”, explicou. O ministério recomenda ainda que o plano deve incluir a compra de suprimentos para ter à mão caso a pessoa fique doente ou cuidando de algum enfermo da família. “Tudo isso deve ser feito de maneira racional, evitando compra exaContinua na página 12 u

a boca, nariz ou olhos. Dessa forma, aperto de mão, beijos e abraços, normalmente usados para cumprimentos, pelos brasileiros, devem ser evitados. Existe vacina para prevenção ao coronavírus? Até o momento, não. No entanto, há esforços de cientistas ao redor do mundo, incluindo no Brasil, que já iniciaram pesquisas para desenvolvimento de vacina. Ainda é precoce indicar se e quando ela estará disponível. O coronavírus pode matar? Em caso de complicações da infecção, como por exemplo, insuficiências respiratórias, o óbito pode ocorrer. No entanto, a maioria dos casos não leva à morte. Como se prevenir? É preciso parar de sair na rua? Como higienizar o corpo, objetos e ambientes? Segundo o Ministério da Saúde, as orientações devem ser adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a realidade Continua na página 12 u

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gerada e desnecessária”, ressalta Oliveira. Para idosos, doentes crônicos e pessoas com outras condições especiais, como tratamento de câncer, transplantados, doente renais, a recomendação é conversar com o médico para que as receitas de medicamentos sejam renovadas e, se possível, dadas por um tempo maior. A medida evita deslocamentos à farmácia do posto de saúde ou do bairro no período de maior circulação de vírus respiratórios, como a influenza. Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos, incluindo dedos, unhas, punho, palma e dorso com água e sabão e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las. Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras e maçanetas, entre outros. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária, em uma

solução de uma parte de água sanitária para nove partes de água, para desinfetar superfícies. Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas. Para a higienização das louças e roupas, recomenda-se a utilização de detergentes próprios para cada um dos casos. Destacando que é importante separar roupas pessoais e de cama de pessoas infectadas para que seja feita a higienização à parte. Caso não haja a possibilidade de fazer a lavagem destas roupas imediatamente, a recomendação é que elas sejam armazenadas em sacos de lixo plástico até que seja possível lavar. Além disso, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissio-

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local. “Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos e possíveis riscos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira. De maneira geral, as principais recomendações e que devem ser seguidas por todos são: n Lave bem as mãos com água e sabão, incluindo dedos, unhas, punho, palma e dorso, por 20 segundos e seque, preferencialmente, com toalhas de papel descartáveis. n Na falta de água e sabão, use álcool em gel para higienizar as mãos. O mesmo produto pode ser utilizado para limpar e objetos pessoais ou de uso coletivo, como celular, teclado, maçaneta, etc. n Ao espirrar ou tossir, cubra o nariz e boca com um lenço descartável ou com o antebraço. n Evite aglomerações, assim como deslocamentos e viagens, principalmente se estiver doente.

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nais da saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o Coronavírus. Também é importante, segundo o Ministério da Saúde, que as pessoas comprem antecipadamente e tenham em suas casas medicamentos para a redução da febre, controle da tosse, como xaropes e pastilhas, além de medicamentos de uso contínuo. Produtos de higiene também devem ser comprados e armazenados como uma medida de prevenção. No caso das crianças, recomenda-se que os pais ou responsáveis adquiram fraldas e outro produtos em uma maior quantidade para que se evite aglomerações em supermercados e farmácias.

n Mantenha os ambientes bem ventilados. n Evite tocar o rosto com as mãos sem lavá-las. n Para a limpeza doméstica, dê preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água) para desinfetar superfícies. n Para a higienização das louças e roupas, recomenda-se a utilização de detergentes próprios para cada um dos casos. Destacando que é importante separar roupas e roupas de cama de pessoas infectadas para que seja feita a higienização à parte. Caso não haja a possibilidade de fazer a lavagem destas roupas imediatamente, a recomendação é que elas sejam armazenadas em sacos de lixo plástico até que seja possível lavar. Posso sair à rua para caminhar, correr ou passear com o cachorro? Exercícios físicos ao ar livre estão permitidos, mas não em grupo, segundo o Ministério da Saúde. Se for uma corrida ou caminhada e tiver aglomeração, a pessoa já estará numa situação não recomendada. O mesmo vale para o passeio na rua com o cachorro. Pode fazê-lo desde que respeite a regra de evitar aglomerações e contato.


Postos de saúde devem agilizar atendimento de casos suspeitos

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ostos de saúde em regiões que já identificaram transmissão comunitária de coronavírus, passam a adotar nova metodologia de atendimento para pacientes que buscam as unidades com sintomas característicos do Covid-19, como febre junto com tosse, dor de garganta ou dificuldade respiratória. O Ministério da Saúde, em parceria com as entidades integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE) do coronavírus, criou a ferramenta de triagem rápida, um protocolo de fluxo de atendimento para ser utilizado durante a emergência. O método acelera o atendimento de casos suspeitos pelas equipes da Atenção Primária nos postos de saúde, impedindo a circulação e o contágio do vírus nesses ambientes. A medida é voltada para pacientes com risco de infecção, priorizando pacientes do grupo de risco, como idosos

e portadores de doenças crônicas e autoimunes, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto). Assim que chegam ao posto de saúde com os sintomas de gripe, os pacientes devem ser encaminhados para um ambiente de isolamento respiratório, evitando a circulação e contágio local de outros pacientes. O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez um apelo às equipes de Saúde da Família que atuam nos postos: “assumam os seus usuários, sua área de abrangência, monitorem as pessoas que vocês conhecem pelo nome, organizem a Atenção Primária para que as pessoas não tenham que ir para UPAS”. De acordo com o ministro, os sistemas que centralizaram o atendimento em hospitais foram os que atingiram mais rapidamente o colapso. “As pessoas não devem procurar as portas de urgências e emergências, nem os hospitais”, disse – “o

local a ser procurado com sintomas gripais é o posto de saúde perto da sua casa”. Depois de receberem os primeiros cuidados dos profissionais de saúde, os pacientes que apresentem sintomas graves ou que atendam ao grupo de risco, devem ser estabilizados e encaminhados para a rede hospitalar. Já os pacientes com sintomas leves receberão os cuidados necessários e orientações de isolamento. Se os familiares desses pacientes desenvolverem sintomas, também deverão procurar atendimento médico. Mesmo em isolamento domiciliar, os pacientes devem ser monitorados por equipes de saúde a cada 48h. A organização do processo dentro das unidades fica por conta dos gestores de saúde, que têm autonomia para determinar as estratégias necessárias para cada serviço, de acordo com a realidade e necessidade locais. LAURO DE FREITAS Em Lauro de Freitas, a secretaria de Saúde avaliava a possibilidade do ComContinua na página 14 u

O que fazer em caso de sintomas? Devo ir ao hospital? Em caso de suspeita de coronavírus, o Ministério da Saúde recomenda evitar ao máximo sair de casa. O paciente só deve procurar o serviço de saúde quando houver problemas mais sérios que necessitem de cuidados especiais, como dificuldade para respirar. Na maioria dos casos, o recomendado é repouso; evitar ao máximo sair de casa e ter contato com outras pessoas para não transmitir o vírus; hidratação (ingestão de bastante água e líquidos); uso de medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos); uso de umidificador no quarto; tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garganta e tosse.

família deve lidar? Nessa condição, quando há recomendação médica para isolamento domiciliar, o paciente deve ser mantido em casa, recebendo cuidados como hidratação e repouso. Os familiares devem tomar as precauções já indicadas, como evitar compartilhamento de objetos pessoais, contatos com secreção do paciente e higienização constante das mãos e do ambiente.

Como é feito o diagnóstico da Covid-19? O diagnóstico é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz). O procedimento deve ser realizado em uma unidade de saúde. As amostras são encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), definido pelo Ministério da Saúde para cada região.

É preciso usar máscaras? No momento, não há recomendação para uso de máscaras para a população em geral. Quem estiver saudável, não precisa se preocupar. Segundo o Ministério da Saúde, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais da saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus.

Quais os cuidados em caso de isolamento domiciliar? Como a

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O que fazer se tive contato com um paciente suspeito? Valem as dicas básicas de cuidados de prevenção e prestar atenção em eventuais sinais ou sintomas.

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CORONAVÍRUS / COVID-19

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plexo Municipal de Saúde de Itinga, entre a UPA e a chamada Upinha, funcionar como centro de triagem. “No local, a equipe fará as primeiras avaliações nos pacientes e encaminhará para a unidade que melhor irá atendê-lo. A intenção é fazer com que nas recepções das unidades não haja aglomerações, um dos critérios que ajudam a conter o vírus”, contou o secretário Vidigal Cafezeiro. A prefeitura garante que as unidades de Pronto Atendimento Nelson Barros e Areia Branca, UPA, Upinha e as Unidades de Saúde da Família (USF) estão prontas para atender a população e realizar diagnóstico clínico ou laboratorial, caso haja sinais e sintomas aliados ao critério epidemiológico. “É recomendável que em todos os casos de síndrome gripal seja questionado o histórico de viagens”, disse – “o diagnóstico que levará a realização do exame depende da investigação clínica”. Os atendimentos presenciais na Central Municipal de Regulação e nas USF que são postos reguladores para marcação de consultas e exames estão suspensos. De acordo com o coordenador da Regulação, Alan Reis, os encaminhamentos realizados pelo sistema serão reagendados assim que for restabelecido o funcionamento. Para pacientes oncológicos e renais crônicos, o serviço será mantido por meio dos telefones 3288-3455 e 3288-8652. Também os atendimentos ambulatoriais estão suspensos nas unidades do Hospital Municipal Professor Jorge Novis, no Complexo Municipal de Saúde, na Policlínica Professor Carlos Bastos, no Serviço Especializado de Reabilitação Auditiva e no u Continuação da página 13

Que cuidados deve tomar quem usa transporte público, como ônibus, trens e metrô? Não é necessário usar máscaras, no momento. As recomendações são para cada pessoa seguir e repassar a amigos e familiares as dicas de prevenção, sobretudo a higienização das mãos. Há medida de restrição ou bloqueio a pessoas vindas de outros países? No dia 19 de março, o governo brasileiro anunciou o fechamento das fronteiras terrestres com Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa; Guiana, Paraguai, Peru e Suriname. Contudo, o Ministério da Justiça, ressalta que o fechamento vale para fronteiras físicas, e não atinge quem viaja de avião. As restrições não são válidas para brasileiros, imigrante com residência definitiva no território brasileiro e profissionais estrangeiros que atuam em organismos internacionais. Os aeroportos continuam funcionando normalmente. Até o momento, o governo federal não definiu medidas nesse sentido. Também não há nenhuma medida de monitoramento de temperatura de pessoas vindas da China

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Secretário de Saúde Vidigal Cafezeiro Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Os serviços odontológicos emergenciais continuam mantidos nas 16 USF das 7h às 16h e no Pronto Atendimento Nelson Barros, em plantão de 24h. Cirurgias eletivas nas unidades da rede municipal de Saúde também foram canceladas. As medidas asseguram que serviços essenciais como ambulatório de psiquiatria, gestação de alto risco, doença falciforme, ambulatório de Atenção às Vítimas de Violência Sexual, Centro de Testagem e Aconselhamento, Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase e dispensação de medicamentos na rede continuarão em funcionamento. “Esses atendimentos não podem parar, são essenciais, sobre pena de sobrecarregar a rede de urgência e emergência e neste momento nossa estratégia é justamente o oposto, tentando reduzir esse fluxo no atendimento emergencial”, explicou o secretário. ou de outro país com registro de Covid-19, já que, segundo o Ministério da Saúde, não há impacto efetivo no procedimento, tendo em vista que as pessoas podem chegar ao Brasil sem sintomas. Há restrições para comprar mercadorias vindas de países com casos da doença? O vírus tem vida de 24 horas. Tudo que vem da China, por exemplo, demora mais que esse período para chegar ao Brasil. É o momento de estocar alimentos? Até o momento, não há nenhuma recomendação das autoridades de saúde sobre estocagem de alimentos. O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que é possível que famílias armazenem produtos de higiene como uma medida de prevenção. No caso das crianças, recomenda-se que os pais ou responsáveis adquiram fraldas e outro produtos em uma maior quantidade para que se evite aglomerações em supermercados e farmácias. Quais remédios devo usar para tratar os sintomas? O governo


Vacinação contra a gripe em drive-thru vai até 15 de abril

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em sair do carro, é possível receber a vacina anual contra a gripe no estacionamento do Restaurante Popular, em frente à quadra do Colégio Municipal 2 de Julho, em Itinga e no Vilas Tênis Clube, em Vilas do Atlântico. O esquema especial visa imunizar, sem maiores riscos, os 9,5 mil cidadãos com mais de 60 anos que devem procurar uma das 19 unidades até 15 de abril. A grande procura registrada no primeiro dia, a 23 de março, quase atingiu a meta: 8.256 pessoas foram imunizadas. Por isso, a prefeitura decidiu priorizar os maiores de 70 anos nos dias seguintes. A vacinação do público na faixa dos 60 aos 69 anos será reprogramada assim que o Ministério da Saúde disponibilizar as doses da vacina necessárias. Além de priorizar um público mais vulnerável à gripe, a estratégia vai reduzir a aglome-

ração de pessoas nos locais de vacinação. Equipes volantes da secretaria municipal de Saúde também farão a vacinação de idosos acamados e acolhidos em regime integral em instituições de longa permanência. O atendimento para receber a vacina contra o vírus da gripe Influenza A (H1N1 e H3N2) e B vai das 8h às 15h30. Este ano a campanha foi antecipada para facilitar o diagnóstico de pacientes com suspeita da Covid-19. Para quem não pode chegar à vacinação de carro, a superintendente da Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde Regina Coeli explica que as escolas foram preparadas para receber a população idosa com higienização adequada. “Nossa estratégia foi baseada na descentralização dos atendimentos para evitar aglomerações, o que é contraindicado nesse momento da pandemia

pede que as pessoas comprem antecipadamente e tenham em suas residências medicamentos para a redução da febre, controle da tosse, como xaropes e pastilhas, além de medicamentos de uso contínuo. A OMS chegou a fazer uma recomendação sobre evitar – em casos em que o uso dos medicamentos não tenha orientação médica – o ibuprofeno para tratar possíveis sintomas de covid-19. Mas voltou atrás e retirou a restrição, liberando o uso. Qual a taxa de letalidade da doença? Apesar de não haver dado oficial, informações mais recentes da OMS mostram que, na China, a taxa era de 3,5%, equanto em outros países o percentual registrado foi de 1,5%. Animais podem contrair ou passar a doença? Não há, até o momento, nenhuma evidência de que a transmissão do novo coronavírus aconteça por meio de animais de estimação domésticos. Também não há evidências de que cães e gatos podem contrair a covid-19. A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) informa que “a propagação atual da covid-19 é o resultado exclusivo da transmissão entre seres humanos”.

mundial do coronavírus”, disse – “os idosos entram nas salas individualmente”, em locais abertos e ventilados. A organização orienta os idosos a sentar no pátio das escolas em cadeiras individuais, um metro distante uns dos outros. A chamada para as salas de vacinação é individual. “Eles chegam, apresentam um documento com foto, recebem a ficha com a numeração e na sequência aguardam serem chamados pelo número”, explicou a técnica de enfermagem Mariana Souza. Os profissionais de saúde da rede municipal serão imunizados nas Unidades de Saúde da Família. Os profissionais do Hospital Geral Menandro de Faria e da rede privada de saúde terão um calendário de vacinação no próprio local. “Os públicos-alvo foram separados também de maneira estratégica para evitar multidões”, explica Coeli. A superintendente alerta quanto a importância de ser imunizado. “No estado da Bahia, em 2020, já foram confirmados 64 casos de influenza, e dentre esses, Continua na página 16 u

Existe cura para o coronavírus? A OMS junto de outros órgãos de saúde ao redor do mundo somam mais de 30 mil casos de pacientes que já se recuperaram da doença, segundo um levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Devo fazer quarentena? Também não há nenhuma determinação do governo federal que regulamente a quarentena quando não há a recomendação médica. No entanto, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, esclareceu que o isolamento e a quarentena são medidas de saúde pública para o enfrentamento ao coronavírus no país. “O isolamento não é obrigatório, não vai ter ninguém controlando as ações das pessoas, ele é um ato de civilidade para proteção das outras pessoas. Já a quarentena é uma medida restritiva para o trânsito de pessoas, que busca diminuir a velocidade de transmissão do coronavírus. Essas são medidas de saúde pública”, reforçou o secretário de Vigilância em Saúde. Marina Teodoro. Conteúdo publicado no portal Terra, em 16/3/20.

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48 foram confirmados para H1N1, com ocorrência de três óbitos pela doença. É uma doença letal”, ressalta. Para ser imunizado é necessário apresentar um documento de identificação com foto. O secretário de Saúde Vidigal Cafezeiro explica que a vacina é trivalente e imuniza contra três tipos de vírus diferentes, mas é contraindicada em alguns casos. “Não devem receber a dose pessoas com qualquer hipersensibilidade aos componentes da vacina, quem tenham alergia a ovo ou quem apresenta quadro de doenças febris” disse. A partir do dia 16 de abril, professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos portadores de doenças crônicas e outras clínicas especiais, poderão se vacinar contra o Influenza. Do dia nove de maio, Dia D de vacinação, em diante, serão imunizadas as crianças de seis meses a menores de seis anos, pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto – até 45 dias após o parto, população indígena e portadores de condições especiais. A

Idoso recebe vacina contra a gripe sem sair do carro: prevenção contra a pandemia campanha segue até o dia 23 de maio. A vacina anti-H1N1, que está sendo aplicada, não tem eficácia para proteger contra o Covid-19, alerta o secretário de Saúde Vidigal Cafezeiro. A importância da vacinação, nesse momento, está em aumentar a resistência do organismo contra o vírus da gripe influenza, que também

Conhecendo o inimigo Luiz Augusto Vassoler

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s pessoas precisam de algumas referências para acreditar nas palavras de alguém. Pois bem, tenho 67 anos, sou biólogo aposentado, trabalhei na seção de Raiva e Encefalomielite do Instituto Biológico de São Paulo, fui assistente do cientista Moacyr Rossi Nilson, trabalhei com o vírus da raiva, um vírus que causa 99% de letalidade, trabalhei na seção de Bacteriologia Animal e também sou professor de biologia. Os vírus são muito menores que as bactérias e não são visíveis ao microscópio óptico comum MOC, só com microscópio eletrônico ME é possível visualizar e fotografar os vírus. Para exames rápidos de diagnóstico da raiva usamos microscópia de imunofluorescencia mas não é um diagnóstico definitivo, requer confirmação e para tal injetamos o material suspeito no meio dos cérebros de cinco ratos brancos, espeta agulha na moleira do rato, afunda e injeta. Após cinco dias os ratos

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pode ser letal, e em reduzir a chance de equívocos na identificação do coronavírus. “A imunização reduz significativamente o risco da gripe influenza grave e contribui, por eliminação, para o direcionamento da investigação e tratamento adequado, no caso da confirmação do novo coronavírus”, explica Cafezeiro, que é médico.

apresentam os sintomas da raiva e o diagnóstico se torna definitivo. Sou especialista nisso. Agora vou comentar sobre outro vírus. Coronavírus é o nome de uma família de vírus que se divide em dois gêneros: o gênero Alphacoronavírus, que possui duas espécies: a CCoV, que causa gastroenterite em cães, e a espécie FCoV, que causa peritonite infecciosa felina PIF. Ambas doenças não atacam os humanos. E o gênero Betacoronavírus, que contém três espécies que atacam os humanos: n Especie Mers-Cov: causa a doenca Síndrome respiratória do Oriente Médio n Especie SARS-Cov: causa a doença Síndrome respiratória aguda grave. n Espécie SARS-Cov 2: causa a doença CoVID-19 essa que está nos atacando agora. Quando nos confrontamos com um inimigo, a primeira providência é examinar quais são os pontos fracos do inimigo. Esses vírus possuem uma estrutura extremamente primitiva e muito frágil. É apenas um filamento de RNA envolvido por uma película lipoproteica ou seja, uma fina membrana esférica de


Geriatra alerta para riscos da cultura de procurar medidas intuitivas para combater doenças

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s olhos de todo o mundo estão voltados para eles. Os idosos estão no centro da questão do novo coronavírus. O principal grupo de risco tem taxa de letalidade de 15%. A orientação, então, é evitar que qualquer um com possibilidade de transmitir o Covid-19 se aproxime. Mas é importante ter cuidado para que, nesse cenário, isolados, eles não adotem medidas caseiras para se proteger da doença. É o que alerta o geriatra Vinícius Lisboa, diretor clínico do Hospital de

DEPO SITPH O TO S

O perigo da automedicação dos idosos contra o coronaví rus

Transição Paulo de Tarso, instituição mineira que oferece linhas de cuidados em reabilitação, cuidados crônicos e paliativos. Segundo o especialista, é cultural das pessoas de mais idade a automedicação. E ela pode ser um risco em um momento como este. Por isso, o médico levantou informações importantes sobre a doença e a faixa etária que ela mais assusta. PO R Q uE O S IDO SO S? Estamos falando de uma síndrome gripal, que é bem diferente de um resfriado simples. Ou seja, são sintomas respiratórios associados a febre e repercussões sistêmicas, que podem evoluir a um processo mais grave do ponto de vista infeccioso, como uma sepse, co-

gordura e proteína, muito fina e que não é eficiente contra a desidratação e nem como isolante térmico. Ao ar livre o vírus desidrata, seca e morre. Ele necessita sair do doente infectado e entrar pela boca, nariz ou olhos da vítima sadia e assim infectar mais um e causar a doença nele. Na China constataram que esse virus se mantém vivo por algumas horas fora do corpo do doente e esse tempo de vida vai depender de onde esse vírus caiu após ter saído do corpo do doente. Se esse vírus cair em um local exposto à luz solar, ele morre em minutos, se for sob o sol do meio dia, morre em dois ou trê s minutos, ele não suporta os raios ultravioleta e também desidrata rápidamente se tomar a luz do sol diretamente. Em tempo nublado dura um pouco mais, talvez até uns 15 minutos. Se o vírus sair do doente num lugar sem luz solar incidindo diretamente nele, um local sombreado como dentro de casa ou dentro de algum veículo e o vírus cair sobre papel, madeira, roupas e cabelos, ele sobrevive por seis horas. Se o vírus cair sobre superfícies lisas, sombreadas e frias como vidro, mármores, azulejos, metais lisos, ele sobrevive por 12 horas. Mesmo sendo muito pequenos os vírus possuem algum peso e

nhecida popularmente como infecção generalizada. Pela idade, o idoso já tem automaticamente uma lentidão maior da resposta imunológica. Além disso, é normal que ele já tenha algumas comorbidades crônicas, como diabetes, hipertensão, doença cardíaca... Elas aumentam o risco de complicações. Por isso é importante alertar que não basta focar apenas na síndrome. É importante cuidar das doenças de base para que o idoso não esteja tão suscetível ao agravamento do quadro, em caso de contágio. O PERIGO DA AuTO MEDICAÇ Ã O Os idosos têm o hábito de se automedicar ou usar medidas caseiras. Eles seguem Continua na página 18 u

a tendência é cair assim que saem numa tosse, num espirro ou simplesmente uma pessoa falando está batendo a lingua no céu da boca e nos dentes e isso vai espirrando gotículas invisíveis cheias de virus que saem da boca. Mesmo apenas a respiração do doente já é suficiente para liberar vírus no ar. EX PLO RANDO O INIMIGO Isolamento social Fundamental isso. As pessoas não devem se aproximar. A pessoa infectada pode não apresentar sintomas mas está produzindo trilhões de vírus em seu organismo e esses vírus saem pela respiração dela. H igiene correta Ao usar um transporte público durante uma epidemia, é 100% certeza que em suas roupas e cabelos existem vírus vivos da doença e se apenas um desses vírus atingir as mucosas dos olhos, boca ou nariz, a pessoa será infectada. Estraté gia: Tendo consciência disso, não passar os dedos nos olhos, na boca e nem no nariz. Chegar em casa e não tocar em nada e nem em ninguém antes de lavar as mãos. Continua na página 18 u

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uma linha mais intuitiva. Isso é cultural já que antes havia um acesso mais irrestrito a medicações, como antibióticos. Podemos dizer que medidas caseiras como o consumo de chás ou a hidratação, por exemplo, não têm tanta repercussão no quadro clínico da doença. Não vão piorar a condição em que as pessoas se encontram. O receio é com medicamentos, que podem não ser os indicados. Isso não só pela interferência nos sintomas, mas também pelos efeitos colaterais e prejuízos para o organismo como um todo ou na resposta imunológica que eles podem provocar. Muitos analgésicos, por exemplo, ou antigripais têm na sua composição substâncias antialérgicas, que podem ter ação no neurotransmissor mais significativo para a nossa atividade corporal, a acetilcolina, o que pode trazer dificuldade de concentração, de triangulação e comprometer como um todo o funcionamento do organismo, trazendo outras repercussões não só relacionadas à síndrome gripal. E aí caímos naquele ponto de fragilizar a saúde de alguém que já tem uma lentidão maior na resposta imunológica. ASSISTÊ NCIA MÉ DICA Os idosos têm as mesmas orientações que os demais grupos. Não é o fato de desenvolver o mínimo sintoma respiratório que deve levar a pessoa a procurar um pronto-atendimento, em caráter de urgência. Apenas se ela tiver contato diário com alguém que tenha apresentado sintomas respiratórios específicos e, a partir daí, venha a desenvolver sintomas respiratórios, acompanhados de febre, é que ela deve procurar ajuda. No caso de fatores mínimos, discretos fatores nasais, sintomas alérgicos, entre outros, é melhor não expor o idoso a um ambiente onde ele estará suscetível, inclusive, a outras doenças. CO MO PREVENIR? É difícil sair do lugar comum neste caso: o recomendado é lavar as mãos mesmo, com frequência e qualidade. Além disso, deve-se evitar contato com pessoas com maior potencial de transmitir a doença. u Continuação da página 17

Retire a roupa que usou e pendure num local de pouco movimento e deixe a roupa lá por no mínimo 8 horas, lembre que sobre a roupa os vírus ficam vivos por 6 horas. Você pendura as roupas à noite e de manhã os vírus já estarão mortos e você poderá usar essas roupas novamente mesmo que não tenham sido lavadas. Lave os cabelos Não vá dormir com os cabelos infectados. O vírus é altamente sensível ao pH básico do sabão, sabobete, detergente; o shampoo não é muito eficiente pH quase neutro, use sabonete nos cabelos, é melhor. Evite Ao tocar maçanetas, torneiras ou qualquer superfície lisa onde outras pessoas tocaram antes, em seguida não toque nos olhos, nariz nem boca, lave as mãos o quanto antes. Limpeza Mantenha sua casa restrita a sua família mais íntima, não receba visitas durante a quarentena. Não adianta você tomar todos esses cuidados se as visitas não fizerem o

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Ida ao supermercado ou farmácia exige cuidados; vej a q uais

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recomendação é clara: se puder, não saia de casa. Idosos, pessoas que estão no grupo de risco (diabéticos, asmáticos, com problemas cardiovasculares e imunodeprimidos, entre outros) e com sintomas devem evitar mais ainda as saídas. CO MPRA O NLINE É bom frisar que as compras online são mais indicadas nesse momento, mas, no caso de quem está saudável e precisa ir ao mercado comprar mantimentos ou à farmácia, alguns cuidados devem ser tomados para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “O mercado tem muitos produtos que vêm de várias regiões do país e passam pelas mãos de diversas pessoas. É um lugar de fácil contaminação”, diz André Ricardo Ribas Freitas, médico epidemiologista e professor na Faculdade São Leopoldo Mandic. Um estudo publicado no periódico medRxiv revelou que o vírus pode ser detectado no

mesmo. Se possível durmam em cômodos diferentes da casa. Desinfetantes O vírus é altamente vulnerável a qualquer desinfetante, água sanitária, Lysoform, Pinho Sol e, com destaque o álcool etílico porque esse pode ser aplicado sobre a pele, mas os outros não. As autoridades recomendam à população o uso do álcool gel 70 que contém 70% de álcool e 30% de água, recomendam esse porque não é explosivo, contudo quanto menos diluído for o álcool mais desinfetante ele é; em laboratório é comum usarmos o álcool 92 mas a venda ao público é proibida porque esse é altamente inflamável e explosivo mas contudo é esse que eu uso para mim mesmo, precisa ter muito cuidado para não incendiá-lo. Os acidentes com esse tipo de álcool costumam ser muito graves, a garrafa explode e incendeia tudo ao seu redor. Existe também o álcool absoluto 100% álcool e 0% de água mas esse vai queimar a sua pele e é muito caro também. O álcool 46 usado em limpeza é fraco mas é melhor que álcool nenhum, é útil para as mãos e


“Ela pode usar uma alternativa extrema de usar uma luva descartável e tirar assim que sair do supermercado ou simplesmente lavar a mão assim que sair de lá”, sugere Freitas. É importante também manter uma distância de, no mínimo, um metro de outro indivíduo, e na hora de pagar, evitar dinheiro e preferir cartões. Ao chegar em casa.

ar por até três horas, até quatro horas em cobre, até 24 horas em papelão e de dois a três dias em plástico e aço inoxidável. Outra pesquisa, publicada no periódico Journal of Hospital Infection, mostrou que um coronavírus relacionado ao que causa Sars pode persistir até nove dias em superfícies não porosas, como aço inoxidável ou plástico.

O Q uE FAZ ER NO MERCADO Antes de tudo, escolha um horário em que o mercado provavelmente está mais vazio e prefira um perto da sua casa. No local, encare suas mãos como sempre sujas. Isso quer dizer que você deve evitar a todo custo colocá-las em seus olhos, boca ou nariz antes de lavá-las com água e sabão. Na farmácia, a mesma coisa.

limpeza de superfícies lisas. Máscaras Use máscara cirúrgica todas as vezes que sair de casa ou for se aproximar de outras pessoas. Observações finais O coronavírus possui uma capacidade infectante extraordinária, esse é o ponto forte dele porém a doença que ele causa tem baixo índice de mortalidade, se comparado aos piores vírus que existem. n Virus rábico da raiva, taxa de mortalidade de 99,9%. n Vírus Ebola taxa de mortalidade de 66%. n O vírus SARS-Cov 2 que causa a doença CoVID-19 tem taxa de mortalidade de até 20% em idosos com doenças pré existentes, diabéticos, hipertensos, cardíacos, asmáticos, aideticos, pessoas em tratamento de câncer e principalmente transplantados imunodeprimidos. Em adultos a taxa de mortalidade é de apenas 2%, morrem principalmente os fumantes, em crianças a taxa de mortalidade é praticamente zero % com raríssimas exceções.

AO CH EGAR EM CASA É aqui que os especialistas começam a dividir opiniões. Renato fouri, médico infectologista, primeiro secretário da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), acha um exagero limpar todos os itens comprados ao chegar em casa. “Independentemente se o vírus vive duas, quatro, seis horas, ele só contamina pelo contato. Então, se você mantiver a regra de higiene básica, de lavar as mãos e os alimentos sempre, não irá se infectar”, diz. fouri ainda ressalta que, até onde se sabe, a comida in natura não transporta o vírus. “Não pegamos gripe comendo alguma coisa. Com a Covid-19 deve ser igual”. Já Oscar Bru a-Romero, professor do Departamento de Microbiologia, ImunoContinua na página 20 u

Seleção natural Assim como ocorreu na epidemia pelo vírus H1N1 a gripe suína, todas as pessoas pegaram o vírus, a maioria desenvolveu anticorpos e daí em diante ficaram imunes a essa doença. Esse virus SARS-Cov 2 que causa a doença CoVID-19 todas as pessoas vão pegar também, a maioria desenvolverá anticorpos e ficarão imunes porém nesse processo é necessário frear a velocidade de disseminação do virus porque se pegar em todos rápido demais o sistema de saúde não dará conta de socorrer 20% da população de idosos e 2% da população de adultos. Que todo mundo vai se infectar com esse vírus é certeza, as medidas restritivas que estão sendo tomadas são apenas para desacelerar a transmissão. Sobreviverão os mais fortes e mais sadios, morrerão os mais fracos e mais doentes, a natureza funciona assim e não ha como mudar isso. Luiz Augusto Vassoler é biólogo

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logia e Parasitologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), pensa diferente. Em um comunicado, ele afirmou que é preciso, sim, limpar os itens. O professor diz para lavar os alimentos crus em água corrente e mergulhar as verduras e frutas em uma solução contendo água sanitária diluída em água. “Observe no rótulo da água sanitária a diluição ideal e o tempo necessário para deixar o alimento em imersão. Se não tiver essa informação no rótulo, busque outra marca, pois alguns produtos não devem ser utilizados em alimentos”. Depois disso, enxágue com bastante água. Bru a-Romero também recomenda passar álcool 70% em embalagens de alimentos que serão armazenadas. Freitas é da mesma opinião e recomenda que, ao chegar em casa, é bom tirar os sapatos e trocar a roupa. “Chegou, tira essa roupa, coloque para lavar e tome um banho”, diz. Segundo ele, as medidas devem ser drásticas. “O domicílio tem que ser um bunker, livre de coronavírus.” Gabriela Ingrid / UOL / Folhapress.

Q uanto tempo o ví rus Sars-Cov-2 sobrevive nas superfícies?

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odemos pegar Covid-19 tocando em superfícies contaminadas com o novo coronavírus, mas ainda não está claro quanto tempo o vírus pode sobreviver fora do corpo humano. Em locais públicos ao redor mundo, tornou-se comum ver gente tentando abrir as portas com os cotovelos, passageiros de trens evitando segurar em barras e alças e p essoas limp ando suas mesas no escritório todas as manhãs. Nas áreas mais atingidas pelo novo coronavírus, trabalhadores com roupas de proteção pulverizam desinfetante em praças, parques e ruas. Os serviços de limpeza em empresas, hospitais, lojas e restaurantes foram ampliados. Em algumas cidades, voluntários até se aventuram à noite para higienizar os teclados de caixas

eletrônicos. Como muitos vírus respiratórios, incluindo o da gripe, o Sars-Cov-2 pode se espalhar por meio de pequenas gotículas liberadas pelo nariz e pela boca de uma pessoa infectada quando ela tosse ou espirra. Uma única tosse pode produzir até 3 mil gotículas. Essas partículas pousam em outras pessoas, roupas e superfícies ao redor, mas algumas partículas menores podem permanecer no ar. Também há evidências de que o vírus é excretado por meio das fezes, por isso uma pessoa que não lave bem as mãos após ir ao banheiro pode contaminar qualquer coisa que toque. Mas, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), tocar uma superfície ou objeto

CO RO NAVÍ RuS EM CO NDO MÍ NIO S: Q uais cuidados tomar no elevador e áreas comuns?

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novo coronavírus mudou a estrutura das relações sociais. Especialistas recomendam que fiquemos em casa pelo maior tempo possível e evitemos aglomerações para que a pandemia não progrida. Mas para quem mora em condomínio de prédios ou casas, a possibilidade de usar as facilidades, como piscina e academia, pode parecer tentadora e até dar uma falsa sensação de segurança, por se tratar de ambientes conhecidos. Não é bem assim. Muitos condomínios já estão fechando áreas comuns para evitar que a constante circulação de pessoas ajude a espalhar o vírus. E se no local onde você mora os espaços coletivos ainda estiverem abertos, é importante tomar cuidados. O V i v a B e m conversou com a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês (SP) e com Paulo Olzon, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para tirar as

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principais dúvidas sobre o uso de áreas comuns. “O objetivo da quarentena voluntária na comunidade é diminuir o contato entre as pessoas para diminuir a velocidade de aumento no número de casos da população e dar condições para que o sistema de saúde consiga absorver os casos graves. Não adianta de nada fecharmos escolas e mantermos o contato entre pessoas (principalmente jovens e crianças) em locais como parquinhos, brinquedotecas e academias”, explica Dal Ben. Devo pegar o elevador ou subir de escadas? Os botões do elevador são superfícies tocadas frequentemente. De acordo com a recomendação dos especialistas entrevistados, não é necessário usar as escadas inclusive por muitas pessoas não terem condições físicas para subir até seus andares e, sim, higienizar as mãos após usar o elevador e tocar nos botões.


com o vírus e depois tocar o próprio rosto “não é considerado o principal meio de propagação do vírus”. Mesmo assim, o CDC, a Organização Mundial de Saúde e outras autoridades em saúde enfatizam que lavar as mãos e limpar e desinfetar superfícies frequentemente é essencial para impedir a propagação do Sars-Cov-2. Portanto, embora ainda não saibamos exatamente quantos casos estão sendo causados diretamente pelo contato com superfícies contaminadas, os especialistas aconselham ter cuidado. Mas um aspecto que não está claro é exatamente quanto tempo o novo coro-

navírus sobrevive fora do corpo humano. Um tipo de vírus resistente Alguns estudos sobre outros coronavírus, incluindo aqueles por trás das epidemias da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês) descobriram que eles podem sobreviver em superfícies de metal, vidro e plástico por até nove dias, a menos que sejam desinfetados adequadamente. Esse período pode chegar a 28 dias em baixas temperaturas. Sabe-se que os coronavírus são particularmente resistentes em termos de onde podem sobreviver. E os pesquisa-

dores agora estão começando a entender mais sobre como isso afeta a disseminação do novo coronavírus. Neeltje van Doremalen, virologista do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), e seus colegas do Rocky Mountain Laboratories em Hamilton, no Estado de Montana, fizeram alguns dos primeiros testes para analisar quanto tempo o Sars-Cov-2 pode sobreviver em diferentes superfícies. O estudo, que ainda não foi publicado em uma revista científica, aponta que o vírus pode sobreviver em gotículas por até três horas após ser expelido no ar por uma tosse. Gotas finas entre 1 e 5 micrômetros de tamanho, cerca de 30 vezes menores do que um fio de cabelo humano, podem permanecer no ar por várias horas. Isso significa que o vírus que circula em sistemas de ar-condicionado não filtrados só sobreviverá por algumas horas, principalmente porque as gotículas tendem a se depositar em superfícies mais rapidamente quando há circulação de ar. Mas o estudo do NIH descobriu que Continua na página 22 u

“Se for subir de escada, o cuidado também vale para quem tocou em corrimões e maçanetas”, explica Olzon. Devo ter medo de entrar no elevador se tiver alguém de máscara? Não. A máscara impede que a pessoa elimine gotículas no ar e contamine o elevador, portanto, este é o jeito certo da pessoa com sintomas como tosse, dor de garganta e espirros se deslocar. Só evite contato com essa pessoa: nada de cumprimentá-la com um aperto de mão. Mas você pode dar bom dia e um sorriso simpático, sem medo. Posso continuar usando a piscina? Apesar de o vírus não sobreviver na água com cloro, ainda é melhor evitar o uso da área pelo contato com outras pessoas, além do uso compartilhado de cadeiras e vestiários. É seguro treinar na academia do condomí nio? Como elas são ambientes fechados e muitas vezes pequenos, a academia também deve ser evitada por ser um local em que as pessoas têm muito contato umas com as outras tocando nos mesmos aparelhos, dividindo bancos, colchonetes e bebedouros. “Deve-se optar por realizar exercícios em casa ou em ambientes abertos longe de outras pessoas, sem compartilhar acessórios”, indica a infectologista do Hospital Sírio-Libanês. Giulia Granchi / UOL / Folhapress.

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o Sars-Cov-2 sobrevive por mais tempo quando depositado sobre papelão - até 24 horas - e de dois a três dias sobre superfícies de plástico e aço inoxidável. Os resultados sugerem que o vírus pode sobreviver por este tempo em maçanetas de portas, bancadas e outras superfícies duras. Os pesquisadores descobriram, no entanto, que as superfícies de cobre tendem a matar o vírus em cerca de quatro horas. H IGIENE É A MELH O R ARMA Mas a pesquisa também mostrou que os coronavírus podem ser neutralizados em um minuto ao se desinfetar superfícies com álcool 62-71%, água oxigenada 0,5% ou água sanitária contendo 0,1% de hipoclorito de sódio. Temperaturas e umidade mais altas também tendem a fazer com que outros coronavírus morram mais rapidamente, embora pesquisas tenham mostrado que um coronavírus que causa Sars morre com temperaturas acima de 56 C, mais quente do que uma água capaz de provocar queimaduras, a uma taxa de cerca de 10 mil partículas virais a cada 15 minutos. Embora não haja dados sobre quantas partículas de vírus podem ser encontradas em uma única gotícula de tosse expelida por uma pessoa infectada, pesquisas sobre o vírus da gripe apontam que gotículas podem conter dezenas de milhares de cópias do vírus influenza. CO RO NAVÍ RuS LIGA ALERTA PELO MuNDO No entanto, isso varia de acordo com o tipo de vírus, onde é encontrado no trato respiratório e em que estágio da infecção a pessoa está. Em roupas e outras superfícies mais difíceis de desinfetar, ainda não está claro por quanto tempo o vírus pode sobreviver. Embora seja possível detectá-lo nas roupas, as fibras naturais absorventes podem fazer com que o vírus resseque rapidamente, diz Vincent Munster, chefe da seção de ecologia de vírus do Rocky Mountain Laboratories e um dos responsáveis pelo estudo do NIH. “Especulamos que, devido ao material poroso, ele desidrata rapidamente e fica preso às fibras”, diz Munster. As mudanças de temperatura e umidade também podem afetar o tempo de sobrevivência de um vírus, e isso pode explicar por que é menos estável em gotículas suspensas no ar. “No momento, estamos realizando experiências para investigar o efeito da temperatura e umidade mais detalhadamente.” A capacidade do vírus de sobreviver por tanto tempo apenas ressalta a importância da higiene das mãos e da limpeza de superfícies, de acordo com Munster. “Existe a possibilidade de esse vírus ser transmitido de várias formas”, diz ele. UOL / Folhapress.

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Moema Gramacho responde perguntas com lágrimas nos olhos: agradecimento ao pessoal de saúde e aos garis, que não têm como ficar em casa

Prefeita pede esforço coletivo por tempo limitado

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prefeita Moema Gramacho defendeu no dia 27 de março o encerramento do comércio em Lauro de Freitas também em função das decisões tomadas pela prefeitura de Salvador, em “decisões sincronizadas com outros municípios”, mas não se comprometeu com prazos para manter tudo como está. Apesar disso, reconheceu que ultrapassar a crise vai exigir muito tempo e admitiu que não se sabe, por exemplo, “quanto tempo vai ser preciso manter as aulas suspensas”. Ápio Vinagre, Controlador-Geral do Município, explicou que “esses prazos [das medidas restritivas] podem ser alongados ou reduzidos” de acordo com a evolução do quadro da cidade e do entorno. “Nós não podemos esquecer que vivemos numa cidade limítrofe da capital do estado, uma cidade que tem 3,5 milhões de habitantes, uma cidade que está na porta do aeroporto”, disse. “Toda vida é importante, cada vida é importante e nós vamos seguir nessa luta até o fim”, garantiu. O Controlador lembrou que, de acordo com a lei federal que regula as medidas tomadas pelos estados e municípios, elas podem ficar em vigor “enquanto durar a pandemia”. Com lágrimas nos olhos, a prefeita agradeceu o esforço do pessoal da saúde pública e dos trabalhadores da limpeza, os garis. “Nós não temos como pedir que eles fiquem em casa”. Um dos argumentos de Moema Gramacho é que manter, por exemplo, os shopping centers abertos em Lauro de


Freitas quando eles estão encerrados em Salvador seria atrair para a cidade o público consumidor da capital – e com ele a disseminação do novo Coronavírus. Respondendo perguntas da população e da imprensa durante uma transmissão ao vivo pela internet, Moema destacou as exceções, como a dos supermercados, farmácias e padarias, previstas nos decretos municipais que determinaram o fechamento gradativo das lojas e negou o afrouxamento imediato das medidas. “Podemos ver outras exceções, mas neste momento não há condições” de liberar o comércio em geral, disse. A prefeita pediu um “esforço coletivo” por uma semana – talvez duas. “Não podemos ser condescendentes com a possibilidade de ampliação de casos no nosso município, no estado, no Brasil e no mundo”, disse – “esta semana será decisiva, os infectologistas têm pedido por tudo que não deixem ampliar a proliferação porque senão as próximas semanas serão mais difíceis ainda”. E insistiu no prazo de sete dias: “será que em uma semana a gente vai quebrar toda a economia do país? [A economia] resistiu a três anos de dificuldades. Será em uma semana que todos vão falir?”, argumentou. A prefeitura mantém conversas com empresários que vêm pressionando o Poder Público pela reabertura do comércio da cidade. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ainda em 27 de março, o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, lembrou que “suspender a quarentena não significa que as pessoas vão sair gastando” e que se não houver isolamento a economia sofrerá um segundo baque mais à frente. Ao contrário, num momento de extrema incerteza, a população tende a não consumir – sequer sair de casa – deixando o comércio aberto, mas às moscas. A par do fechamento do comércio e de espaços de convivência, públicos e pri-

vados, para manter as pessoas em casa, a prefeita, de acordo com a prefeitura, quer “p rep arar o sistema de saúde p ara atender uma demanda acima da capacidade da rede atual”. Para isso, pediu à Assembleia Legislativa da Bahia, em regime de urgência, o pedido de reconhecimento de calamidade pública no município. A “calamidade pública” é decretada quando danos à saúde e aos serviços

públicos passam da iminência à realidade – quando se instalam as situações antes previstas no “estado de emergência”. Nesse caso, recursos para ações de defesa civil podem ser destinados às ações que integrarem um Programa de Resposta aos Desastres. Em caso de desastre, o governo federal também poderia baixar Medida Provisória para o atendimento das pessoas Continua na página 24 u

APOIO

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afetadas. Faltará só o governo federal agir. Até 25 de março, de acordo Henrique Olinto Borri, secretário de Trânsito, Transportes e Segurança Pública de Lauro de Freitas, a cidade não havia recebido quaisquer recursos estaduais ou federais para o enfrentamento da emergência de saúde pública. A informação, distribuída por ele no WhatsApp, foi creditada a Luiz Antônio de Souza, secretário da Fazenda de Lauro de Freitas. Apesar das medidas restritivas já adotadas p or L auro de F reitas, o p edido foi encaminhado à Assembleia “para que o município consiga fazer frente às necessidades de saúde pública e à assistência social, em razão da emergência com a Covid-19”. Milhares de famílias que dependem do comércio de rua e do trabalho informal ficaram sem rendimentos da noite p ara o dia em L auro de F reitas e no país inteiro. Moema ressalta ainda que é necessário preparar o sistema de saúde para atender uma demanda acima da capacidade da rede atual e prestar assistência à população que está em isolamento social, conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por autoridades sanitárias do país. Entretanto, a calamidade da fome já

Rua no Centro de Lauro de Freitas com todo o comércio fechado em plena q uartafeira (25/3): população demanda apoio imediato 24 | Vilas Magazine | Abril de 2020

assalta as famílias que dependem do movimento de pessoas nas cidades. Também no dia 27 de março a Câmara Municipal aprovou, em sessão extraordinária, um projeto de lei da prefeitura que prevê a entrega de kits de alimentação escolar às crianças matriculadas em creches, préescolas e escolas dos níveis fundamental 1 e 2 e da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do município, enquanto durar a suspensão das aulas. Para muitas crianças, a refeição que a escola serve é a principal ou única do dia – e razão maior para a frequência escolar. A lei prevê que os kits mensais devem ser compostos por, no mínimo, dois quilos de feijão, dois quilos de açúcar, dois quilos de arroz, dois pacotes de biscoito, um quilo de farinha, dois pacotes de “milharina” – nome comercial de uma marca de flocos de milho pré-cozidos – 600 gramas de leite em pó, um pacote de macarrão, “uma unidade” de óleo – e nenhuma fonte de proteína. RENDA BÁ SICA Reunidos por teleconferência em 25 de março, 26 dos 27 governadores brasileiros pediram a aplicação da lei que instituiu, em 2005, uma renda básica de cidadania. Sancionada pelo então presidente

Luiz Inácio Lula da Silva, a lei prevê o direito de todos os brasileiros residentes no país e estrangeiros residentes há pelo menos cinco anos no Brasil, não importando sua condição socioeconômica, a receber um benefício monetário em parcelas mensais. O valor, afinal definido em R$ 600 durante apenas quatro meses e só para quem tiver perdido a renda, deveria ser capaz de atender “às despesas mínimas de cada pessoa com alimentação, educação e saúde, considerando para isso o grau de desenvolvimento do p aís e as possibilidades orçamentárias”. Diversos países europeus já se comprometeram a sustentar a folha salarial de empresas e mesmo a pagar autônomos, enquanto durar a emergência de saúde pública, para defender empresas e empregos. No Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em vez de bancar a fundo perdido, vai financiar dois meses das folhas de pagamento de pequenas e médias empresas para tentar preservar cerca de dois milhões de empregos enquanto durar a crise de saúde pública. Ficaram de fora todas as microempresas, aquelas com faturamento anual até R$ 360 mil – que também empregam.


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Rotary Club Lauro de Freitas realiza caminhada celebrando o Dia Internacional da Mulher TH IARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

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omo parte das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, o Núcleo de Senhoras do Rotary Clube Lauro de Freitas realizou, dia 14 de março, uma manhã de atividades, boa música e conscientização em Vilas do Atlântico, reforçando a luta das mulheres por mais respeito e menos violência. Com palavras de ordem, em camisas e faixas, o grupo saiu em caminhada da sede da Academia Andrea Maestri às 8h30, em direção ao Parque Ecológico, onde foram recebidas com aulas de alongamento e zumba, e na sequência apreciaram a apresentação da Banda e do Coral da Polícia Militar, relaxando na exuberante área verde do espaço.

Para Mariana Ramos, coordenadora geral do NSR, essas ações são fundamentais para levar informação ao público feminino. “Todas as ações que fazemos com as mulheres, no sentido de fortalecimento, é sempre importante. Temos o objetivo de entretenimento mas também de informação e chamamento de reflexão sobre os assuntos que nos atingem diariamente, a exemplo do feminicídio”, afirmou. Para a empresária Andrea Maestri, que trabalha com dezenas de mulheres diariamente em sua academia, “estamos nos fortalecendo e percebemos isso no nosso dia a dia, mas vale ressaltar que é um trabalho de formiguinha. Acredito que todos Continua na página 26 u

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uma pausa para descanso, e apreciar a apresentação da banda e coral da Polícia Militar a ai o u Continuação da página 25

esses movimentos, a exemplo da caminhada promovida pelo Rotary, são essenciais para essa construção”, destacou na oportunidade. Representantes da unidade de Lauro de Freitas da Ordem dos Advogados também estiveram presentes no evento. Em 2019 a OAB lançou a Comissão da Mulher Advogada, com objetivo de auxiliar as advogadas que também se sentem fragilizadas ante os casos de feminicídio, por exemplo. “Recebemos convites da comunidade para palestras e outras ações de fortalecimento, ações junto à Secretaria da Mulher, ao Batalhão da Polícia Militar e também junto ao Rotary Club Lauro de Freitas. No primeiro momento definimos o atendimento e auxílio à mulher advogada, até como fortalecimento, para então chegarmos nas comunidades, e temos muito claro que precisamos dar um passo de cada vez. A mudança cultural não vai dar saltos, a sociedade é machista e patriarcal, e isso é um processo que vem de muitos anos”, concluiu Cláudia Gregos, presidente da comissão. A caminhada aconteceu antes da recomendação do Ministério da Saúde para o isolamento social, fundamental para impedir o avanço do novo coronavírus.

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Prefeitura de Salvador vai requalificar orla de Ipitanga

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s obras de requalificação da orla de Ipitanga que pertence a Salvador, além de Stella Maris e Praia do Flamengo serão executadas pelo Consórcio Stella Maris, formado pelas empresas PJ Construções e Terraplanagem Ltda e Tracomal - Terraplanagem e Construções Machado Ltda. O resultado da licitação, realizada pela secretaria de Cultura e Turismo da capital, foi publicado no Diário Oficial de Salvador. A intervenção terá investimento previsto de aproximadamente R$ 37 milhões e duração de 18 meses. Os recursos são do Programa do Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). As obras vão começar na rua Professor Carlos Ott, na praia de Stella Maris, e seguirão até a rua Santo Antônio de Ipitanga, próximo ao Centro Panamericano de Judô. Todo o trecho tem extensão de 4,8 km e 400 mil m de área de obras. “Daremos início à requalificação de um dos trechos mais importantes da orla da cidade, seja pelo potencial turístico, seja pela valorização de toda uma região vocacionada para o lazer e para a praia”, disse o secretário de Cultura e Turismo, Claudio Tinoco – “vai ficar bom para o morador e também para quem visita Salvador”. A prefeitura de Salvador sublinha que a intervenção foi discutida com as comunidades envolvidas.


Projeto bicho preguiça-de-coleira é lançado no Litoral Norte Após as intervenções, o trecho contará com uma grande extensão de orla urbana requalificada composta por mobiliário e equipamentos urbanos, incluindo quadra de futebol, de vôlei, poliesportiva, ciclovias, espaços de convivência, pista de patins e de sk ate, esp aço p ara ioga, parques infantis, centro de apoio ao surfista, sanitários públicos, quiosques e módulos de apoio aos salva-vidas. As obras serão divididas em três trechos. O primeiro, de Stella Maris, conta com 1.130 metros, entre a rua Carlos Ott e o início do loteamento Praias do Flamengo, o segundo, com 2.085 metros, vai do loteamento à alameda Cabo Frio e o terceiro, de Ipitanga, com 1.600 metros, vai da alameda Cabo Frio até a rua Santo Antônio de Ipitanga. Além da implantação de urbanização, infraestrutura urbana, iluminação pública e equipamentos urbanos, a obra prevê a requalificação ambiental e tratamento p aisagístico ao longo da área de intervenção, que preserva as características originais do local, como a manutenção do cordão de dunas além da recomposição e manutenção da cobertura de restinga.

Parceria voltada a preservar o animal mobiliza a Concessionária Litoral Norte, o Instituto Tamanduá e a prefeitura de Mata de São J oão

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pós fase de implantação inicial na Reserva Sapiranga, o Projeto Bicho Preguiça foi oficialmente lançado no Litoral Norte em duas versões: em 14 de março, em evento realizado no Projeto Tamar em Praia do Forte e, no dia seguinte, em ação voltada para a comunidade da Sapiranga. Esse é o primeiro projeto de monitoramento realizado na região voltado a preservação da preguiça-decoleira, animal ameaçado de extinção. A iniciativa, realizada pelo Instituto Tamanduá em parceria com a Concessionária Litoral Norte (CLN), empresa do grupo Invepar, vai monitorar o comportamento do animal e construir um corredor ecológico no seu habitat. “O

projeto vai levantar as áreas de ocorrência e entender as principais ameaças que acometem a preguiça-de-coleira, visto que das seis espécies existentes no mundo, duas estão ameaçadas de extinção e a preguiça-de-coleira está entre elas. Esta espécie tem muita ocorrência na rodovia BA-099, assim, iremos integrar um conjunto de ações de pesquisa e educação ambiental que resultará em subsídios para criação de um plano de ação para a conservação da espécie”, declara a analista de meio ambiente da CLN, Brisa Cruz. As atividades acontecem na Reserva Ecológica Sapiranga, onde será construído um corredor ecológico formado pelas espécies de plantas prioritárias presentes na dieta da preguiça-de-coleira. As mudas do reflorestamento serão fornecidas pela CLN juntamente com a prefeitura de Mata de São João, que são parceiras em todas as etapas do projeto. A próxima etapa consiste no trabalho de campo, “quando vamos capturar as preguiças para instalação dos colares para monitoramento via satélite, possibilitando gerar informações sobre a localização e aspectos comportamentais dos bichos. Paralelo a isso, já estamos coletando amostras de p elos dos animais relocados para analisar toda a estrutura genética e de saúde desses animais”, explica o biólogo Fábio Lima.

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Ray mundo Dantas

Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo dantas@uol.com.br

Falando em conveniê ncia

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arece que a tendência de crescimento do negócio de varejo caminha pelas duas pontas: as grandes e as pequenas lojas. As grandes, as superlojas, os hipermercados, etc., se firmam pela variedade dos produtos e pela dimensão do estoque. As pequenas teriam o seu ponto forte naquilo que se chama de conveniência do consumidor, entendendo-se aí conveniência basicamente como proximidade da residência ou do trabalho. Um estudo de profissionais do Sloan Institute (MIT), traz entretanto algumas advertências a respeito dessa tal conveniência. Advertências que me parecem bastante relevantes para quem deseja sucesso com pequenas lojas. Segundo eles, para uma loja atender à conveniência do consumidor, precisa oferecer q uatro ní veis de facilidade aos seus clientes. O primeiro nível a vencer é a facilidade de acesso. Entendase aí acesso como a rapidez e a facilidade que o cliente terá para entrar em contato com a loja. Este conceito abrange, é claro, a proximidade, mas também se estende para outros tipos de acesso, como por exemplo, o telefone e um site na Internet. Inclui um estacionamento fácil, horários convenientes de abertura e fechamento e instalações adaptadas para receber paraplégicos. Outros serviços crescentemente oferecidos vêm sendo o delivery, que é o acesso do cliente às compras através de catálogos de produtos, via Internet, ou telefone, com entrega em domicílio, de modo que o consumidor nem precisa ir até à loja, poupando-se da perda de tempo com deslocamento, estacionamento, etc. Outro nível a satisfazer é a facilidade de encontrar o produto desej ado. Aparentemente simples de ser oferecida, trata-se aí de permitir ao cliente encontrar e selecionar os produtos que deseja, com rapidez. Para tanto, precisamos de uma boa sinalização, layout correto, merchandising visual, boa distribuição física da loja, pessoal bem treinado para informar, sistemas interativos para os clientes, etc. Isso pressupõe procedimentos simples que ainda não fazemos bem, como por exemplo, a colocação do preço nos produtos ou nas prateleiras, de modo fácil a identificar. Entre os recursos de interação com os clientes mais utilizados 28 | Vilas Magazine | Abril de 2020

pelas lojas de bairro, está o registro eletrônico de listas de presentes. Além das nossas já conhecidas listas de casamento, ou de chás de cozinha, podemos receber listas também para chás de bebê, casa nova, aniversários, formaturas, Natal, aposentadoria, volta às aulas, etc. Quem sabe, esta não seria uma ótima maneira de aumentar nossas vendas e fidelizar clientes nas lojas de bairro? A terceira facilidade que precisa ser oferecida aos clientes, seria a facilidade de posse, ou seja, a conveniência de obter rapidamente os produtos desejados, a disponibilidade imediata da mercadoria. Esta facilidade, é claro, diz respeito a uma boa posição de estoques da loja, e também, no caso de entrega em domicílio, à rapidez com que se faz o produto chegar às mãos do cliente. No primeiro caso, a boa posição de estoques, é necessário uma perfeita sintonia da loja com as demandas dos seus clientes do IMAGEM DEPO SITPH O TO S bairro. A verdade é que, em nosso país, ainda não conseguimos evitar essa queixa constante do cliente, que é não encontrar, semp re, na p rateleira, o p roduto que ele sempre costuma comprar naquela mesma loja. A quarta conveniência é a facilidade de completar a compra. Em poucas palavras isto significa permitir que, depois das compras, o cliente, cansado e disp osto a p agar p or elas, p ossa fazer isso rapidamente e ir para casa, sem ter que se irritar com filas intermináveis no check out, e com um atendimento lento ou deseducado de um operador de caixa ou do seu embalador. Ter que esperar e se aborrecer para pagar é uma experiência terrível para o consumidor. Para que isso não aconteça precisamos de layouts práticos nos caixas, facilidade na manipulação dos produtos, leitoras óticas, funcionários bem treinados e motivados, além de quantidade de caixas e operadores compatível com o movimento da loja. Se você consegue oferecer essas quatro condições ao seu cliente, então você tem uma loja, de fato, conveniente. Parabéns


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