Vilas Magazine | Ed 256 | Maio de 2020 | 25 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

iMAGeM: dePOsiTHPHOTOs

FIQUE EM CASA

Ano 22 Edição 256 | Maio 2020


Registros & Notas HeLenA cHeGOu Após nove meses de prazeirosa e ansiosa preparação, Marcus Vinicius e Emilie Vilar recepcionaram com todas as pompas, a chegada dia 16 de abril, da pequena Helena, que vem, ao lado da irmã, Maria Laura, de 5 anos, completar a alegria do casal. Marcus é integrante ativo do Rotary Club de Lauro de Freitas e Emilie é entusiasmada enfermeira.

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SMITH NETO, ASSUME SECRETARIA DE TRâNSITO, TrAnsPOrTe e OrdeM PÚBLicA de LAurO de freiTAs Desde o dia 2 de abril, a secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública de Lauro de Freitas, tem novo titular. Assumiu o comando o ex-superintendente de Trânsito, Smith Neto, em substituição a Olinto Borri, vereador licenciado, que respondia pela pasta até então, que volta à Câmara, dentro do prazo legal de desincompatibilização exigido dos candidatos às eleições deste ano. Smith Neto tem centrado esforços na ação de fiscalização das ordens de restrição do comércio para tentar reduzir a disseminação do novo coronavírus. A secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública faz parte da força-tarefa composta por agentes de diversas outras secretarias. Bacharel em Direito, Smith é servidor público desde 2001; integrou a equipe da SET – Superintendência de Engenharia de Tráfego da prefeitura de Salvador de 2000 a 2008 e a Transalvador, de 2008 a 2014. Desde 2017 respondia pela Superintendente de Trânsito e Transporte de Lauro de Freitas.

Publicação mensal de propriedade da ediTAr - editora Accioli ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42708-790. Tels.: 71 3379-2439 / 3379-2206. diretor-editor: Carlos Accioli Ramos (diretoria@ vilasmagazine.com.br). diretora: Tânia Gazineo Accioli Ramos. Gerente de negócios: Álvaro Accioli Ramos (comercial@vilasmagazine.com.br). Assistentes: Leandra Almeida e Vanessa Silva (comercial@vilasmagazine.com.br). Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Administrativo/Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br). distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável). Tratamento de imagens e cTP: Diego Machado. redação: Thiara Reges (jornalista freelancer). colaboradores: Jaime de Moura Ferreira e Raymundo Dantas (articulistas). Tiragem desta edição: 25 mil exemplares. impressão: Log & Print Gráfica e Logística S. A. (Vinhedo/SP).

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O mundo mudou: FIQUE EM CASA

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o pouco que se sabe sobre a COVID-19, sabe-se que é uma roleta russa: a maior ou menor gravidade da doença é diferente para cada um de nós. Jovens na faixa dos vinte ou trinta anos, perfeitamente saudáveis, também morrem da doença, com uma rapidez poucas vezes vista pelos profissionais de saúde. E há idosos com baixa imunidade que conseguem salvar-se, ainda que em menor percentual. Outro fato amplamente aceito na comunidade científica mundial é que, mais cedo ou mais tarde, cerca de 80% da população vai passar pela prova dos nove. A maioria terá sintomas leves – ou até inexistentes – e talvez nem perceba que foi contaminada, mas 20% vão precisar de um leito hospitalar e uma parcela dos hospitalizados terá de ser entubada numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Nos Estados Unidos, segundo dados oficiais, poucos saem de lá vivos. Mesmo aqueles que não apresentam sintomas, de acordo com os estudos até agora publicados, continuam a disseminar o vírus, contaminando outros, que seguem para a fila da roleta russa. Por isso, até que a ciência desenvolva uma cura ou uma vacina que previna a infecção, a meta é conseguir atender todos os que precisarem de um hospital, todos os que precisarem de uma UTI – e todos os que precisarem ser sepultados. Com alguma dignidade, pelo menos. Para isso, governantes responsáveis em todo o país pedem – talvez devessem obrigar – que as pessoas fiquem em casa. Nem todos conseguem atender o pedido. Muitas pessoas dependem de estar na rua para levar o pão para casa ao fim do dia. Muitos outros se vêm obrigados a comparecer ao local de trabalho, aberto ao público ou não, para não perder o emprego – e com ele o plano de saúde. Ainda há quem viva da ilusão de que, num passe de mágica, abrir as portas devolverá as coisas ao normal, apesar do medo e da maior recessão econômica já contratada em mais 60 anos no Brasil – e no resto do mundo. Quem se achar imune ao vírus ainda terá que decidir consumir como se ainda houvesse emprego. Em Santa Catarina, onde o governo cedeu à pressão do comércio e até shopping centers já reabriram, a associação do setor relata uma queda de 70% nas vendas depois da reabertura – porque sempre haverá 30% de desavisados ou mal-intencionados, para não dizer criminosos, sem

qualquer compromisso com a sua própria humanidade, que dirá a dos outros. Mas também deve haver 70% de empreendedores conscientes. Ainda em Santa Catarina, um proprietário de restaurante ouvido numa reportagem de televisão recusou reabrir as portas: “como é que o meu garçom vai atender com um metro e meio de distância do cliente?”, argumentou – “vai arremessar os pratos à mesa?”. Não basta reabrir o comércio: é preciso resolver a ameaça do vírus antes. Sem isso, todo o esforço planetário continuará voltado para o setor de saúde, não haverá retomada econômica, não haverá empregos e não haverá consumo. Antes que a pandemia seja controlada, nada será como já foi um dia. Setores que poderiam manter portas abertas, como os consultórios médicos particulares, que em Lauro de Freitas seriam liberados por se tratar de serviço essencial, em sua maioria podem estar fechados simplesmente porque os médicos não são propriamente uns desavisados. Caixas de supermercado, se pudessem, estariam em casa em vez de se expor a centenas de pessoas que passam por eles todos os dias, em vez de registrar milhares de produtos que uma infinidade de gente já tocou. Frentistas preferiam estar em casa e não arriscando a sorte a cada motorista atendido na bomba de combustível. Incontável número de trabalhadores expõe-se todos os dias dentro dos ônibus nas grandes cidades brasileiras, por necessidade ou falta de responsabilidade dos empregadores. Empreendedores mesmo têm adaptado as operações para vender pela internet e fazer entregas em domicílio ou planejam mudar de ramo – porque, pelo menos até segunda ordem, o mundo mudou. Mas também há quem aceite vender a própria mãe para manter o fluxo de caixa, como ficou dito neste espaço na edição passada. As máscaras faciais, que não passam de um paliativo, hoje recomendadas e já obrigatórias em muitas cidades, são a expressão do fracasso da nossa sociedade em conter uma pandemia, numa situação em que todos pudessem ficar em casa – exceto os trabalhadores de fato essenciais, heroicamente destinados ao sacrifício. Profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, atendentes – trabalham inteiramente paramentados e mesmo assim se contaminam em grande número, adoecem e morrem miseravelmente nesta pandemia. A maioria dos países que conseguiu um isolamento social eficaz teve que passar antes pela carnificina dos hospitais lotados, dos doentes dentro de ambulâncias na fila de espera, dos caminhões frigoríficos que empilham cadáveres por falta de câmaras apropriadas, dos carros funerários enfileirados em cemitérios e até das valas comuns em países pobres como o Brasil – como já ocorreu em Manaus. A explosão dos sepultamentos é que tem denunciado a subnotificação de mortes pela Covid-19 e a ilusão dos inconformados. Nem os cadáveres têm sido todos testados para o vírus no Brasil. Só para ficar no exemplo de Manaus, no dia 22 de abril havia 14 mortes confirmadas pela doença. Mas o número de enterros naquele dia apenas atingia 120 corpos – mais de 70 acima do número diário anterior à explosão da pandemia naquela capital. O isolamento social em Lauro de Freitas, como no resto do Brasil, continua insuficiente – dizem todos os governantes preocupados com a calamidade. Só na Ásia e em certos países europeus, onde as sociedades acumulam fama de organizadas, é que os governos conseguiram manter as pessoas em casa e transformar a pandemia numa crise gerenciável – com o imprescindível concurso de um empresariado que merece o nome, que não demitiu nem deixou trabalhadores ao desamparo. No caso brasileicarlos Accioli ramos ro, nem governo há. Por isso, fique eM cAsA. diretor-editor da Vilas Magazine

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ESPAÇO ABERTO

um abraço Adenáuer novaes

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alvez este seja o momento que mais se precise de um abraço caloroso. O isolamento social e os riscos de contaminação do coronavírus afastaram fisicamente muitas pessoas. É natural que a carência aumente e que o desejo seja alimentado dia a dia pela proibição. Todo ser humano gosta de ser abraçado, recebendo afeto, ampliando o sentimento de ser querido. Mas, precisamos de outro tipo de abraço, muito pertinente para o momento, adequado para quem abraça e renovador para quem o recebe. Trata-se do ‘abraço’ da empatia. Mais do que algo momentâneo, a empatia é uma condição permanente da pessoa que sabe se colocar no lugar do outro, compreendendoo e sendo capaz de sentir o que ele sente. A empatia permite que uma pessoa lide com a essência do outro e não apenas com o toque em seu corpo ou na oferta momentânea de uns poucos afagos. A empatia respeita as diferenças, extrapolando o politicamente correto, pois não se utiliza para atender a requisitos culturalmente modernos, mas pela percepção intrínseca de igualdade da condição humana. Na empatia, lida-se com o outro como pessoa, independentemente de qualquer juízo de valor sobre seu status social ou de suas intenções. Sim, um abraço é valioso e bom, mas a empatia é rica, sobretudo na convivência, para a ampliação da consciência, principalmente quando se torna mais intensa. Ser empático não exige qualquer demonstração externa, pois se trata de um atributo interior de

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alta relevância para a percepção das diferenças em que se situam as pessoas. A empatia não é simpatia, mas dela se utiliza para uma melhor convivência e para o desarme de qualquer tendência beligerante. Quando alguém não lhe entender as razões de sua fala ou de seu comportamento, compreenda sua falta de empatia, oferecendo-lhe a sua. Tolerância, paciência para com o outro e transigência são condições psicológicas socialmente incentivadas, mas não são habilidades integradas à personalidade como a empatia, pois se tratam de simples regras de conduta, que merecem aplausos. Adquirir a habilidade de ser uma pessoa que integrou a empatia à personalidade requer a compreensão das próprias inferioridades, a humildade de reconhecê-las e o desprendimento de todo e qualquer tipo de vaidade; é não se sentir superior, muito menos querer do outro o que não tem para lhe oferecer; é entender que o outro é alguém que talvez não tenha a mesma sabedoria nem conquistou o mesmo domínio sobre si mesmo como você. Sejamos mais empáticos, sem sermos ingênuos, compreendendo que cada ser humano caminha com o próprio fardo de sua ignorância, sem entender que a Vida está sempre o convidando, em tudo, a se aproximar do outro como seu semelhante. Ninguém é uma pedra que não possa querer um abraço, porém todos são seres humanos que podem entender que o desejo de serem compreendidos empaticamente é a raiz das boas relações e das intenções afetivas. Adenáuer Novaes é psicólogo, escritor, filósofo e engenheiro. adenauernovaes@gmail.com

Serenata invisível Alysson siqueira

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a calçada fria das cidades do nosso país, desde os primórdios do século passado, músicos se reuniam em frente a uma casa, um sobrado, um edifício ou sob uma janela em especial para tocar suas canções para que um cavalheiro declarasse seu amor por uma donzela. A serenata sempre foi um gesto de amor. No princípio, um gesto de amor romântico, aquele chamado eros, interpretado por músicos de fora, para dentro de um lar. Durante algum tempo, no início da minha jornada como profissional da música, trabalhei com serenatas. Foram diversas situações, das mais tradicionais às mais inusitadas. Testemunhei revelações das mais inesperadas e até um pedido de casamento rejeitado. Embora tivesse presenciado muitos gestos românticos, foi nesse trabalho que aprendi outras significações para serenata e que além do amor eros, ela também poderia ser uma manifestação genuína do amor filia e até o agape. Neste momento atual, no início do outono de 2020, a vida de todos nós tomou um rumo inesperado. Tivemos que nos recolher em nossas casas para tentar evitar uma tragédia de proporções globais. Tivemos que reinventar o nosso modo de viver e conviver com entes queridos mesmo à distância. E no meio de tantas novas formas de conviver que temos descoberto, eis que na janela de um edifício surge um músico tocando seu instrumento, rompendo a morbidez do silêncio do isolamento. Em outro canto, surge um canto, também da janela, da cantora de voz doce pedindo “paciência” a pessoas enclausuradas na vizinhança. De repente, em toda a parte, as janelas se abrem, e as melodias que delas saem são declarações de amor ao próximo, que espalham um punhado de alegria nesse momento sombrio. São como serenatas invertidas, que nascem dentro dos apartamentos e abraçam o mundo lá fora, mas ainda são serenatas: irresistíveis declarações de todos os tipos de amor. Obrigado a todos os antigos e novos seresteiros do outono de 2020.

Alysson Siqueira é professor mestre no curso de Licenciatura em Música do centro universitário internacional uninter.


Os impactos do covid-19 na economia brasileira Teobaldo costa

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stamos diante de uma das maiores crises sanitárias e, consequentemente, econômicas, enfrentadas pelo mundo no último século. Particularmente, ao longo dos meus 65 anos nunca vi nem vivi algo parecido. Nem mesmo as constantes alterações de planos econômicos e da nossa moeda gerou tanta incerteza e preocupação às famílias brasileiras. Quando o vírus chegou ao Brasil e os noticiários passaram os primeiros alertas, a população correu de forma desenfreada aos supermercados, motivados pelo medo de faltar alimentos e produtos nas prateleiras. Este momento foi superado e, hoje, o medo da escassez de alimentos nos supermercados deu lugar ao medo da falta de alimentos na despensa das casas. A crise econômica, o fechamento do comércio e o então eminente e agora efetivo aumento substancial do desemprego são as principais consequências dessa doença avassaladora que o mundo enfrenta. Até o fim de março deste ano havia um clima de muito otimismo nos corredores do Palácio do Planalto, em Brasília. A previsão mediana de mercado para a variação do PIB em 2020 passou de um crescimento de 1,8%, na coleta de março, para uma queda de 3,3%, na coleta de abril – diferença

de cerca de 5 pontos percentuais, conforme noticiou o Ministério da Economia, ainda em abril. Entretanto, há flores no jardim que nos remetem a esperança por dias melhores. No Brasil, apesar dos impactos do Covid-19 serem reais, temos tido bons resultados no combate a propagação do vírus e os sinais indicam a possibilidade – aos poucos, com cautela e responsabilidade – de retomar as atividades do comércio e devolver ao povo condições de lutar pelo sustento das suas famílias. A previsão do Governo e dos economistas é de uma retomada do crescimento do PIB para 2021, redução da taxa SELIC e controle da inflação. Outro fator importante para o combate aos impactos do Covid-19 são os programas sociais que os governos municipais, estaduais e federal têm implementado para minimizar as consequências do importante isolamento social. Cerca de 40% da população brasileira vive do trabalho informal, somado aos 11,6% de desempregados e aos milhares de comerciantes que tiveram de interromper suas atividades laborais, temos uma enorme parcela da população brasileira impossibilitada de prover o próprio sustento. É a hora da atuação do Estado. O ramo supermercadista, ao qual estamos inseridos, foi um dos menos afetados com a crise. Na contramão do mercado, conseguimos manter nosso

quadro de associados estável, sem demissões e, pelo contrário, só nos meses de março e abril geramos mais de 400 novos postos de empregos diretos com a abertura de uma nova unidade. Em momentos como este, a geração de emprego é o maior programa social que existe e nos orgulhamos muito em poder contribuir com a Bahia para amenizar a dor de muitas famílias. Contornado o cenário de pandemia, será fundamental a criação de uma agenda que auxilie empresas e profissionais a retomarem a sua rotina produtiva. Em especial aos micros e pequenos negócios, que são responsáveis por cerca de 70% dos empregos no país. Acredito que as gestões públicas têm em mãos o enorme desafio de ajudar o seu povo a se manter firme e confiante e que, em breve, retomaremos a normalidade. O povo brasileiro, forte e cheio de fé que é, saberá superar mais este desafio. Vai ficar tudo bem. Teobaldo Costa é empresário.

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CORONAVÍRUS / COVID-19

Nível de isolamento na cidade é insuficiente e não vai impedir colapso

LucAs Lins

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essoas em circulação nas ruas como se a vida seguisse normalmente é a cena constante em Lauro de Freitas. A prefeita Moema Gramacho avisou, em abril, que o nível de isolamento social até agora verificado na cidade não é suficiente para evitar o colapso dos sistemas de saúde e funerário. “O atual nível de isolamento é suficiente? Não!”, respondeu a prefeita durante transmissão online em que respondeu perguntas de jornalistas e cidadãos interessados. “Estou sendo muito verdadeira e sincera”, insistiu – “É preciso que a população compreenda. Nós precisamos que vocês fiquem em casa. Não é preciso desenhar. Isso está sendo mostrado pelas telas da televisão e está acontecendo em tudo quanto é país do mundo e que está acontecendo já em São Paulo, que está acontecendo já em outros estados e as mortes que já temos também na Bahia e as mortes em Lauro de Freitas”. A percepção da prefeita está amparada em dados da Fundação do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), datados de 20 de abril: as mortes provocadas por Covid-19 têm dobrado, em média, num intervalo de apenas cinco dias no Brasil.

Nos Estados Unidos e no Equador, países com taxas altas de disseminação da epidemia e que vivem hoje uma situação de caos nos sistemas de saúde e funerário, o intervalo dessa duplicação, em período similar, seria de seis dias, de acordo com a Fiocruz. Na Itália e na Espanha, outros dois países gravemente afetados, seriam precisos oito dias para dobrar o número de mortes em período similar. O dado consta de nota técnica do MonitoraCovid-19, sistema que agrupa e integra dados sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Epidemiologistas, geógrafos e estatísticos do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz têm se debruçado sobre a ferramenta para elaborar análises sobre o avanço da doença. VALA cOMuM A Fiocruz anota que houve uma aparente tendência à desaceleração do crescimento no número de casos em boa parte dos estados, principalmente nas regiões Sudeste e Sul – e que esse decréscimo tem relação com as medidas de isolamento social. No entanto, verificam os pesquisadores, o número de casos é um dado menos preciso do que o de óbitos. A ampla subnotificação da doença é um fato que recolhe o consenso de médicos

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Ação da Guarda Municipal no terminal de ônibus da estação Aeroporto do metrô: aglomeração permanente


População circula nas ruas de Lauro de Freitas: necessidade, medo de perder o emprego ou falta de noção da realidade

e cientistas em todo o país. Os números reais são muito maiores. Por isso, “os dados de óbitos são mais confiáveis do que os dados de casos para medir o avanço da epidemia”, esclarece o epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde da Fiocruz. “Isso porque, no caso do óbito, mesmo o diagnóstico que não foi feito durante a evolução clínica do paciente pode ser investigado”, informa. “Além disso, a situação clínica do paciente que vem a óbito é mais evidente, quando comparada aos casos que podem ser assintomáticos e leves – já que a testagem em massa da população brasileira ainda não passou do estágio das boas intenções. Não por acaso, ao mesmo tempo que corre para abrir novos postos de atendimento de saúde e procura estruturar

os existentes para atender as pessoas, a prefeitura já pensa no acúmulo de sepultamentos. “Nós não temos muitas vagas, apesar das reformas que já fizemos” nos dois cemitérios de Lauro de Freitas, em Portão e em Areia Branca, disse, “mas já estamos com espaço reservado para, se for necessário, transformar em cemitério”. Imagens de corpos sendo sepultados em vala comum em Manaus (AM), no final de abril, assombraram o país com a mostra do que pode vir a acontecer em qualquer ponto do Brasil que não tenha se preparado, com elevado isolamento social, para o pico da primeira onda da pandemia. Não se trata apenas de poder tratar todos os doentes, disponibilizando leitos de UTI suficientes e com pessoal médico treinado para a função. Trata-se de conseguir sepultar todos os corpos, com Continua na página 8 u

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CORONAVÍRUS / COVID-19

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um mínimo de dignidade, quando o primeiro esforço falha. essenciAis “Portanto, isolamento social”, reafirmou a prefeita. “Está precisando de alguma coisa? Delivery” – e pediu “criatividade no comércio, por favor”, para ofertar e entregar produtos na casa das pessoas. Mesmo assim, diversos setores estão autorizados a funcionar. Mas aquilo que a prefeitura aceitou definir como “atividade essencial” depois de conversas com comerciantes tem que cumprir medidas preventivas: máscara facial para vendedores e compradores, não só dentro das lojas, como nas filas externas, garantindo também o espaçamento entre as pessoas. “Os próprios bancos e lotéricas têm que garantir a fiscalização e o distanciamento entre as pessoas”, exemplificou. E insistiu: “Essa não é uma tarefa do poder público, é tarefa do comerciante que quer se manter aberto”. E prometeu fiscalizar. Uma força tarefa composta por 109 fiscais municipais de atividades urbanas e agentes das secretarias municipais de Desenvolvimento Urbano, Serviços Públicos, Trânsito, Transporte e Ordem Pública, Saúde, Meio Ambiente e da Procuradoria Geral do Município está nas ruas atrás dos infratores. Em abril, na primeira etapa da ação, 278 estabelecimentos comerciais foram notificados para que cumpram as medidas

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Smith Neto e o comando das CIPM de Lauro de freitas: combate às aglomerações LucAs Lins

preventivas. Mas há quem reivindique o direito de não fornecer máscaras de proteção, quanto mais impedir a aglomeração de pessoas no interior dos estabelecimentos. Em decisão proferida no dia 17 de abril, o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Lourival Trindade, acatou solicitação da prefeitura de Lauro de Freitas, e suspendeu os efeitos de liminar concedida à Associação Baiana de Supermercados (ABASE), que isentava estabelecimentos comerciais do município de disponibilizarem máscaras de proteção para clientes e funcionários, e de limitar a presença de 50 pessoas no interior de hipermercados e supermercados.

As medidas constam de decretos publicados pela prefeitura de Lauro de Freitas em 27 de março e sete de abril, com medidas para amenizar a proliferação no novo coronavírus. Com a decisão do desembargador, os estabelecimentos comerciais permanecem obrigados a cumprir as determinações. A liminar que suspendia o cumprimento das medidas tinha sido concedida à ABASE no dia nove de abril. Em sua decisão, o desembargador Lourival Trindade afirmou que a suspensão das medidas representava incontestável risco à ordem, à saúde e à segurança, e que as medidas adotadas pelo município viabilizam o funcionamento excepcional dos hipermercados e supermercados do município, “exigindo para tanto, apenas, e tão somente”, nas palavras do magis-


trado, a adoção de medidas de prevenção, com o objetivo de minimizar o agravamento da saúde pública. O desembargador também citou em sua decisão, a sanção, pelo governador Rui Costa, de lei estadual que determina a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção, em locais de trabalho, e a obrigatoriedade, por parte dos estabelecimentos comerciais, de disponibilizar e fiscalizar do uso do equipamento de proteção individual, por parte dos funcionários. O uso de máscaras faciais, hoje determinado por lei até com artefatos caseiros, já foi desaconselhado no país. Em março, o vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz, o médico infectologista Estevão Portela Nunes, ponderou ao site da instituição que, apesar de a máscara “ser útil em relação a evitar o vírus, já que a transmissão é por gotícula, em geral ela é mal utilizada” – “A pessoa na hora que vai tossir tira a máscara ou ela é posicionada de forma errada no rosto, a máscara molha e vai perdendo sua utilidade” – pontuou. Sem o treinamento necessário para o uso da máscara, a tendência é que uma falsa sensação de segurança se instale, estimulando as pessoas a circular nas ruas, quando a única medida de proteção efetiva é simplesmente ficar em casa. AGLOMERAÇõES Por necessidade de sobrevivência, até para

não perder o emprego, ou por absoluta falta de noção da realidade, o fato é que muita gente ainda circula em Lauro de Freitas. Segundo o Centro Integrado de Mobilidade Urbana (CIMU), que opera o sistema de videomonitoramento na cidade, os bairros de Portão, Itinga, Centro, Buraquinho, Caji, Vida Nova e Vilas do Atlântico concentram a maior parte das denúncias de aglomerações, feitas por meio do número 156, que funciona 24 horas por dia. Para combater a irresponsabilidade, equipes das 52ª e 81º Companhias Independentes da Política Militar (CIPM) de Lauro de Freitas, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal, percorrem os principais bairros, desfazendo aglomerações e orientando a população para a necessidade do distanciamento social. As incursões são realizadas duas vezes por dia em pontos estratégicos da cidade, definidos a partir de denúncias recebidas pelo CIMU, e de informações da força tarefa criada para fiscalizar o cumprimento, pelos estabelecimentos Continua na página 10 u

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fiscais da força-tarefa da cOVid-19 interditam estabelecimento comercial

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comerciais, das medidas de prevenção da Covid-19. “ Temos recebido muitas denúncias de aglomerações”, afirma o secretário de Trânsito, Transporte e Ordem Pública, Smith Neto. A ação percorre esses locais “pedindo às pessoas que fiquem em casa, e evitando as aglomerações nos bairros de onde temos recebido a maior parte das denúncias, a exemplo de Portão, Buraquinho, Vilas, Centro, Caji, Itinga e Vida Nova”, explica. Comandante da 52ª CIPM, o Major PM Monteiro lembra que a Polícia Militar já atuava no impedimento de aglomerações causadas pela prática de esportes em quadras, campos e praças do município, proibida desde 19 de março. O Tenente PM Franco, do Corpo de Bombeiros, já vinha coordenando um trabalho com o uso do serviço de som do veículo Auto Bomba Tanque (ABT), para conscientizar a população, pedindo que as pessoas fiquem em casa. “Com a força tarefa, vamos intensificar este trabalho”, disse. Entre as ações que vem sendo desenvolvidas pelos bombeiros, o tenente destacou o recolhimento, por parte do Corpo de Bombeiros, de doações de alimentos não perecíveis e artigos de higiene pessoal, que estão sendo recebidos no quartel local, localizado na Av. Santos Dumont, a Estrada do Coco, ao lado do SAMU. As doações são distribuídas à população mais necessitada. A conscientização da população também vem sendo operada por equipes das secretarias, pessoalmente no terminal de ônibus da estação Aeroporto do metrô, por exemplo, mas também por meio de um carro de som posto a circular durante três dias. No primeiro dia, a mensagem de que “ficando em casa, você se protege, me protege, e juntos combateremos o coronavírus” percorreu 78 quilômetros, acompanhada por viaturas da 52ª e 81º Companhias Independentes da Política Militar (CIPM), do Corpo de Bombeiros, da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Ordem Pública, da Guarda Municipal e de equipes de fiscais. O vistoso cortejo pode ter convencido mais pessoas de que o assunto é sério.

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Equipes das 52ª e 81º Companhias Independentes da Política Militar (CIPM) de Lauro de Freitas, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal, percorrem os principais bairros, desfazendo aglomerações e orientando a população para a necessidade do distanciamento social


secretário de saúde transfere pasta e assume coordenação da covid-19

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omou posse em 6 de abril a nova secretária municipal de Saúde, a médica Maria Isabel Andrade. O ex-secretário Vidigal Cafezeiro está agora à frente da recém-criada Coordenação de Combate ao Coronavírus (CCC/COVID-19). As primeiras ações e estratégias da nova Coordenação foram debatidas na mesma ocasião. A prefeita Moema Gramacho anunciou também a aquisição de testes rápidos para identificar pessoas infectadas. Especialista em clínica geral, a médica Maria Isabel Andrade faz parte dos quadros do município há quatro anos e acumula larga experiência na atenção básica. “Para mim é um desafio muito grande substituir o dr. Vidigal, que fez um grande trabalho à frente da secretaria”, disse – “Vamos trabalhar para dar

Na presença de Vidigal Cafezeiro, Moema Gramacho empossa a nova secretária de saúde Maria isabel Andrade (dir): continuidade

continuidade às ações que já vinham sendo desenvolvidas por ele e ampliar esse trabalho, especialmente agora que estamos em meio a esta pandemia.” Com 15 anos de experiência na atenção básica, com passagem pelos municípios de Salvador e Camaçari, a nova secretária Continua na página 12 u

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ressaltou a necessidade do isolamento social. Para ela, “a prefeitura tem seguido as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), suspendendo o funcionamento de estabelecimentos comerciais, além de outras ações no sentido de impedir a proliferação do vírus, no entanto, a população precisa nos ajudar nisso.” Dentre as atribuições da coordenação chefiada por Vidigal Cafezeiro estão a prevenção, orientação, controle epidemiológico, fiscalização, diagnóstico, assistência e monitoramento da Covid-19 em Lauro de Freitas. O núcleo conta com representantes da atenção básica e especializada, das vigilâncias em saúde e epidemiológica, e do departamento de enfermagem. Já imbuído da nova missão, o ex-secretário Vidigal Cafezeiro ressaltou como se dará a atuação da coordenação. “Estamos estabelecendo metas de fiscalização para fazer um bloqueio epidemiológico, a partir da identificação de possíveis focos de contaminação e criando leitos de retaguarda para fazer o primeiro atendimento, com ventilação não invasiva, até fazermos o equilíbrio desse paciente e regular para o estado”, contou Cafezeiro. O ex-secretário acredita que a coordenação, por estar voltada exclusivamente para o combate à Covid-19, possibilitará um trabalho mais abrangente, que chegará a toda a cidade, criando condições para a implementação de um bloqueio, evitando a contaminação de um grande número de pessoas. Vidigal Cafezeiro destacou ainda a experiência da nova secretária de Saúde do município, que “tem uma ampla visão da área e poderá contribuir muito, especialmente neste momento”.

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Prefeitura abre novo pronto atendimento para vítimas de Covid-19

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Pronto Atendimento Santo Amaro de Ipitanga, no Centro, foi aberto em 15 de abril, de forma emergencial, para atender pacientes com sintomas gripais. Os atendimentos são realizados em regime de plantão 24h, no sistema “porta aberta”. Foram instalados quatro consultórios, sala de inalação, sala de coleta, sala de hidratação, sala de isolamento e sala vermelha, além de sete leitos de observação, três leitos para pacientes com quadros agravados. Todos os leitos possuem suporte de oxigênio, sendo três para ventilação mecânica invasiva – também conhecido por respirador, essencial para a manutenção da vida nos casos mais graves da Covid-19. As unidades de Pronto Atendimento Nelson Barros e Areia Branca, UPA e Upinha de Itinga e nas Unidades de Saúde da Família (USF) Espaço Cidadão e São Judas Tadeu, em Itinga, Irmã Dulce, em Portão, USF Vida Nova, USF Chafariz, USF Antônio Carlos Rodrigues, em Areia Branca e USF Jambeiro, estão prontas para atender a população e realizar diagnóstico clínico ou laboratorial no caso de sinais e sintomas aliado ao critério epidemiológico da Covid-19. As USF de referência para atendimento a pacientes com sintomas da Covid-19 que compõem a lista estão nos pontos centrais de todas as zonas da cidade e devem ser procuradas por pacientes com sintomas suspeitos para Covid-19. Nesses locais eles receberão atendimento e encaminhamento a unidades referenciadas, caso necessário. Os profissionais das USF destinadas ao serviço especializado receberam orientações necessárias para o manejo adequado de pacientes que apresentem sintomas decorrentes da infecção por coronavírus. A equipe médica das unidades dará orientações aos pacientes com suspeita diagnóstica e coleta do material que será encaminhado ao


unidAdes de sAÚde dA fAMÍLiA usf cidade nova: Rua Alfa, Qd G, Lt 23. Itinga. Tel.: 3252-6499 usf Parque são Paulo: Lot. Parque São Paulo, Qd 22. Itinga. Tel.: 3251-8150 usf Pastor israel Moreira: Jd. Pouso Alegre. Itinga. Tel.: 3251-8244 usf espaço cidadão: Av. São Cristóvão. Itinga. Tel.: 3251-8240 USF São Judas Tadeu: Lot. Pérola Negra, Lt 28, Qd 6. Itinga. Tel.: 3378-1723 usf Vila nova de Portão: Lot. Pomar do Rio, Qd 2. Portão. Tel.: 3369-9226 usf irmã dulce: Rua Direta de Portão. Tel.: 3369-9294 usf noel Alves cruz: Lot. Solar União, Lt 24. Portão. Tel.: 3369-9890 usf Vida nova: Av. Djanira Maria Bastos. Caji. Tel.: 3288-5950 usf Antonio carlos rodrigues: Rua 2 de julho. Areia Branca. Tel.: 3291-8839 USF Padre João Abel: Rua Direta do Jambeiro. Jambeiro. Tel.: 3291-4459 USF Manoel José Pereira: Rua Direta do Capelão. Capelão. Tel.: 3291-5106 LucAs Lins

usf Lagoa dos Patos: Rua Manoel de Castro. Chafariz/Vila Praiana. Tel.: 3288-2963 USF Jardim Independência: Jardim Independência. Itinga. Tel.: 3252-9453

Laboratório Central de Saúde Pública. Nessas USF há consultórios para uso exclusivo de atendimento a síndromes respiratórias. Os pacientes sintomáticos serão acolhidos em separado dos assintomáticos. As demais unidades continuarão seus acolhimentos seguindo as estratégias de suspensão do agendamento ambulatorial, a fim de reduzir os aglomerados e assim a proliferação do novo coronavírus, dando prioridade aos atendimentos a pacientes com comorbidades e doenças crônicas, atendimento do pré-natal e puerperal. “É recomendável que em todos os casos de síndrome gripal seja questionado o histórico de viagens”, disse o médico e ex-secretário de Saúde, Vidigal Cafezeiro, agora à frente da Coordenação de Combate ao Coronavírus. Cafezeiro explicou que “o diagnóstico que levará à realização do exame depende da investigação clínica”. Os atendimentos presenciais estão suspensos na Central Municipal de Regulação e nas USF que são postos reguladores para marcação de consultas e exames. “Os encaminhamentos realizados pelo sistema de regulação serão reagendados

usf Tarumã: Rua Vernando Rocha. Jd. Tarumã. Itinga. Tel.: 3377-0676

O coordenador de combate ao coronavírus e médico, Vidigal Cafezeiro, explica que o PA é referência no município para atender casos característicos da síndrome gripal e estabilizar quadros com maior gravidade. “Essa é uma unidade de suporte, com teste, análise e possivelmente diagnóstico. Na sala vermelha, há três leitos com ventilação mecânica e monitor multimétrico onde podemos aferir pressão, batimentos cardíacos e saturação de oxigênio. Caso necessário também realizamos a transferência para unidades do estado de maior porte como Couto Maia, Ernesto Simões e Hospital Espanhol”, informa. LucAs Lins

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assim que for restabelecido o funcionamento. Para pacientes oncológicos e renais crônicos o serviço será mantido por meio dos tels.: 3288-3455 e 32888652”, de acordo com o coordenador da Regulação, Alan Reis. Foram suspensos também os atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas no Hospital Municipal Professor Jorge Novis, Complexo Municipal de Saúde, Policlínica Professor Carlos Bastos, Serviço Especializado de Reabilitação Auditiva, Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Os serviços odontológicos emergenciais continuam mantidos nas 16 Unidades de Saúde da Família (USF) das 7h às 16h, e Pronto Atendimento Nelson Barros em plantão de 24h. A medida assegura que serviços essenciais como ambulatório de psiquiatria, gestação de alto risco, doença falciforme, ambulatório de Atenção às Vítimas de Violência Sexual, Centro de Testagem e Aconselhamento, Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase e dispensação de medicamentos na rede continuarão em funcionamento. “Esses atendimentos não podem parar, são essenciais, sob pena de sobrecarregar a rede de urgência e emergência e neste momento nossa estratégia é justamente o oposto, tentando reduzir esse fluxo no atendimento emergencial”, explicou o ex-secretário de Saúde Vidigal Cafezeiro. Entre as ações estratégicas tomadas para conter o avanço do coronavírus no município, a secretaria avaliava a possibilidade do Complexo Municipal de Saúde em Itinga, entre a UPA e a Upinha, funcionar como centro de triagem. “No local, a equipe fará as primeiras avaliações nos pacientes e encaminhará para a unidade que melhor irá atendê-lo”, disse Vidigal. “A intenção é fazer com que nas recepções das unidades não haja aglomerações, um dos critérios que ajudam a conter o vírus”, explicou.

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SOLIDARIEDADE

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o meio de tanta tristeza provocada pelo novo coronavírus, a empatia, capacidade de se identificar com outra pessoa ao ponto de sentir o que ela sente, ganha papel de destaque no enfrentamento da pandemia. Primeiro por se tratar de ações que, com muito pouco, conseguem extrapolar as burocracias governamentais, e se tornam a única possibilidade para milhares de famílias que neste momento precisam de orientações, mas também de dinheiro e comida. Segundo pela oportunidade das pessoas redescobrirem as formas de transmitir afeto ao próximo. Os exemplos vão desde pequenos cuidados, como o bilhete que o vizinho deixa no elevador se oferecendo para ir no mercado ou farmácia para pessoas do grupo de risco ficar em casa, ou até as mobilizações de amigos, vizinhos, instituições e Ong’s, que conseguem arrecadar toneladas de alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal, e até garantir o salário para

trabalhadores informais. Já perguntamos algumas vezes pelas nossas redes sociais: ‘O que você tem feito para aj udar o próximo no enfrentamento a covid-19? ’ Conheça algumas das ações. insTiTuTO VOcÊ MuLHer O instituto é uma rede de apoio e incentivo à autonomia feminina. Durante o isolamento social o instituto disponibilizou o WhatsApp para tirar dúvidas, de associadas e não-associadas, sobre questões jurídicas, recebimento de benefícios e outros auxílios para empreendedoras. WhatsApp (71) 98744-4201 / Instagram @institutovocemulher PROJETO CRESCER Campanha para doação de cestas básicas para a comunidade da Lagoa dos Patos, em Lauro de Freitas, onde a instituição, sem fins lucrativos, atua regularmente na educação e desenvolvimento de mais de 200 crianças e adolescentes. As doações podem ser feitas na Pão Express, em Vilas do Atlântico, ou nas contas bancárias: Associação Projeto Crescer, CNPJ: 04.186.824/0001-59. Contas bancárias: Bradesco, agência 1640-3, conta corrente 14376-0; Banco do Brasil, agência 3781-8, O rotary club de Lauro de freitas também cerrou fileiras na corrente da solidariedade. cestas básicas obtidas em doação, foram entregues pela comissão de Proj etos Humanitários do clube, na comunidade de quingoma (esq.) e na creche Emily (dir.)


atender as comunidades de Itinga, Quinta da Glória, Leila Diniz, Lindu e Brisas. Vaquinha virtual: https://www.kickante.com.br/campanhas/ itinga-resiste-contra-covid-19 Mais informações: (71) 98818-8211 Ariadne disseMine AMOr nO seu BAirrO A empresária Sandy Najar ficou comovida com a história de seu Zé, um pipoqueiro, que está recebendo ajuda dos pais dos alunos da escola particular onde estaciona regularmente o seu carrinho. Sandy reuniu um grupo de amigas e decidiram fazer o mesmo pelos trabalhadores informais de seu bairro, o Horto Florestal em Salvador. A ideia é reunir um grupo de pessoas do bairro, que adquiram quantas cotas de R$50,00 couber em seu orçamento. Após o período de divulgação, o grupo é fechado, o valor é contabilizado e dividido entre os prestadores de serviço da região. Deu tão certo que o projeto já conta com 10 grupos ativos em Salvador, 1 em Vitória da Conquista, 1 em Lauro de Freitas e 1 em Brasília. Mais informações, no Instagram: @dissemineamornoseubairo contato em Lauro de freitas: Larissa Furtado (71) 98138-3278. conta corrente 23507-5. Mais informações pelo WhatsApp (71) 98138-0580 / Instagram @associacaoprojetocrescer iTinGA resisTe O projeto nasceu com o objetivo de dar visibilidade aos empreendedores e artistas locais, mas agora se uniu para combater o coronavírus. Através das doações, o projeto se dedica à distribuição de produtos de higiene, e a meta é

Parque Shopping Bahia doa máscaras a hospital de Lauro de freitas

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iente de seu compromisso social com todos os segmentos da sociedade, o Parque Shopping Bahia fez doação, em abril, de 1.100 máscaras para o Hospital Menandro de Faria, em Lauro de Freitas. Segundo a diretora do hospital, Murita Sampaio, a contribuição terá um impacto positivo necessário durante esse período: “Sabemos que se trata de um material importante para o hospital e que está em falta no mercado, então será de grande valia e faz a diferença para o trabalho em nossa unidade”, destacou a gestora. “Temos a noção de que estamos inseridos em um momento singular, e onde todo o esforço para preservar a vida das pessoas se faz necessário. Nesse contexto, o Parque Shopping Bahia vem para fazer a sua parte, contribuindo com a saúde na luta para conter o avanço da Covid-19, e superar esse momento”, destacou o superintendente do empreendimento, Thiago Cunha. O empreendimento é administrado pela Aliansce Sonae Shopping Centers, maior administradora de shopping do país, que também está doando 35 mil cestas básicas para comunidades carentes em várias regiões do país. Além da distribuição das cestas básicas, a Aliansce Sonae também está contribuindo com a ativação de 60 leitos de UTI para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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inspira. expira. respira. THiArA reGes Freelance para a Vilas Magazine

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e todas as previsões de como seria o ano de 2020, ninguém esperava por uma pandemia. O coronavírus se espalhou rapidamente por todo o mundo, gerando uma onda de insegurança: Preciso ficar em casa? Mas, e o meu trabalho, como pagar as contas e colocar comida em casa? E as crianças sem escola? Como proteger os idosos? Como fazer a minha vida funcionar? Somados a tudo isso, temos ainda que lidar com o isolamento social, uma distância forçada de amigos, parentes e a impossibilidade de estar em diferentes ambientes realizando atividades que nos proporcionam prazer, e ao mesmo, aprender como conviver tão intensamente com as pessoas que estão dentro da mesma casa, construindo uma nova rotina. Todas essas mudanças são capazes de gerar estresses que afetam tanto o corpo como a mente. Adelina Baraúna, 66 anos, apesar de ser terapeuta e estar à frente do Surya Espaço Terapêutico desde 2001 e praticar yoga há 43 anos, também está sentindo o impacto de

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“devemos aproveitar este período como aprendizagem, utilizando para isso um instrumento que já conhecemos: A respiração” Adelina Baraúna.

todas essas mudanças. “Tem toda uma rotina de atividades de casa e higiene que temos que cumprir, isso nos intervalos entre uma vídeo chamada e outra, seguindo com as atividades que antes fazíamos de forma presencial”, conta. Segundo ela, estabelecer uma rotina de atividades pensando no presente é uma das formas de chegar em um estágio de equilíbrio da mente que nos permite cuidar de nós mesmos e do outro. “Todos os seres humanos neste momento estão passando por um processo de transformação, e uma vibração que está presente é o medo, qualidade inerente do ser humano. Mas dentro da sabedoria do yoga e do autoconhecimento, alcançamos a compreensão que precisamos viver o agora, e o futuro depende disso, de como vamos viver o hoje. Então, se neste momento eu posso ficar em casa, não sou um profissional de linha de frente, seja profissional de saúde ou abastecimento, eu devo ficar em casa, esse é o meu papel. De casa, vou cumprir com as minhas atividades, home office, cuidados da casa, com as crianças; quem gosta de rezar, reze, quem gosta de vibrar um mantra, o faça. E dessa maneira eu consigo harmonizar a minha mente e pensar também na proteção do outro”. Fácil? Não é! Adelina fala que a vontade que dá é de sair de casa e eliminar esse inimigo, matar o vírus, mas infelizmente não pode ser assim. Então, devemos aproveitar este período como aprendizagem, utilizando para isso um instrumento que já conhecemos: Respiração. “Respirar, respirar de forma consciente. Quando você respira


de forma consciente você sente o ar entrar e sair dos p ulmõ es, e neste momento você sente o p resente. Primeiro, insp ira, nos ench emos de ar e de p ossibilidades; dep ois, ex p ira, é q uando nos esvaz iamos, j ogamos p ara fora toda a p reocup ação e ch egamos na nossa essê ncia. E faz emos esse p rocesso de forma repetida”, destaca. “ O termo resp iração, p or sinal, nunca foi tão usado como atualmente. Perceba q ue nos noticiários escutamos sempre falar sobre resp iradores e da necessidade deles p ara garantir vidas”, acrescenta. E não p ense q ue ap render a resp irar sirva apenas para superar momentos difíceis. F isiologicamente, a resp iração é comandada p elo sistema nervoso autônomo, e resp irar bem vai gerar impactos positivos também na p ressão arterial, temp eratura corp oral, digestão e metabolismo. “Quando conseguimos praticar a consciência da resp iração ao longo do dia, contribuímos também p ara uma q ualidade de sono melh or. Para a p essoa q ue foi p ara rua e p assou o dia inteiro desempenhando suas atividades, semp re é bem vindo tomar um banh o q uente, um p ouco antes de se deitar ingerir também um alimento quente, seja um chá, um leite, que antigamente se usava muito. Busque algo que lhe seja agradável, é uma atitude de carinho com você . N ão ligue televisão, se gostar ouça uma música, e sinta a respiração”. Fazendo os acompanhamentos terapêuticos, agora de forma virtual, Adelina acredita q ue este é um momento onde o medo, q ue está tão em evidência, deva ser usado como busca p elo autoconh ecimento. “ É um momento muito imp ortante de nossa ex istê ncia, uma grande transformação dentro da egrégora da terra, onde todos, sem ex ceção, estamos na mesma vibração energética. Então, se você tem a oportunidade de compartilhar os seus conh ecimentos ou buscar novos ap rendiz ados j unto a um terap euta, o faça, mesmo q ue de forma virtual. Busque uma pessoa que lhe aj ude a enfrentar, de forma amorosa, os seus medos. Só assim alcançamos a transformação”, concluiu.

hatsApp é fonte de mentiras relacionadas Covid-19

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em surpresa, quase 74% das mentiras circulam pelo WhatsApp, meio p referido p ela maior p arte dos criminosos q ue rep assam fantasias e falsidades a resp eito da p andemia. A U niversidade de C h icago, nos E stados Unidos, mostrou recentemente que a divulgação de mentiras efetivamente já levou à morte de pessoas na crise do novo coronavírus. A divulgação de notícias q ue não venh am diretamente das autoridades de saúde req uer rigorosa apuração, segundo critérios técnicos que norteiam o trabalho de profissionais qualificados em órgãos de comunicação social autênticos. C onduz ido p elas p esq uisadoras da E scola N acional de Saúde Pública da Fundação do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souz a Minay o, um estudo brasileiro ap ontou as p rincip ais redes sociais propagadoras de notícias falsas sobre o novo coronavírus no Brasil. Analisando denúncias e notícias falsas recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo entre 17 de março e 10 de abril, a Fiocruz revela que as outras mídias sociais mais utilizadas para disseminação de “fake news” sobre o novo coronavírus foram Instagram (10,5%), Facebook (15,8%). Os resultados também mostram que quase 27% das mentiras publicadas no F acebook ap ontam a F iocruz como orientadora no q ue diz resp eito à p roteção contra o novo coronavírus. Mais de 71% das mensagens falsas circuladas pelo WhatsApp citam a Fundação como fonte de textos sobre a Covid-19 e com medidas de p roteção e combate à doença. U ma das h istó rias mais biz arras q ue tem sido divulgada p or p essoas de capacidade intelectual diminuída, quando não mal-intencionadas, afirma que a tecnologia 5G dos celulares é culpada pela disseminação do novo coronavírus. Cientistas chegaram a gastar tempo precioso para explicar que a relação é biologicamente impossível, mas hoje qualquer maluco mais articulado com acesso a redes sociais desinforma livremente q uem desej a ser enganado. Continua na página 18 u rePrOduçÃO

Vídeo da Fiocruz orienta que só se deve compartilhar no cias devidamente comprovadas

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CORONAVÍRUS / COVID-19

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Além das teorias consp irató rias sobre a origem e até sobre a inex istê ncia do vírus, conversa q ue só afeta os mentalmente incapacitados, há receitas de sup ostos remédios q ue p roduz em efeito ap enas entre mentecap tos a q uem foi dado acesso ao WhatsApp – parcela numerosa da p op ulação. T odo e q ualq uer medicamento só p ode receitado, ou mesmo recomendado, p or médicos q ue atuam com base em ciê ncia e não em crendices. Uma das mentiras mais exóticas, já ex p ostas como tal p ela F iocruz , alega q ue “gargarejar com água morna ou salgada mata os vírus q ue se aloj am nas amígdalas e evita que passem para os pulmões”. N a mesma linh a, mentecap tos divulgam pelo WhatsApp também a fantasia de q ue alimentos alcalinos combatem o vírus, mencionando um sup osto “ virology center” de Moscou. EU FISCALI O I dealiz ado com base em um p roj eto de p ó s- doutoramento da p esq uisadora Claudia Galhardi, supervisionado pela p esq uisadora C ecília Minay o e ap oiado p ela F undação de Amp aro à Pesq uisa do E stado do R io de J aneiro, o E u F iscalizo possibilita que usuários notifiquem conteúdos imp ró p rios em veículos de comunicação, mídias sociais e WhatsApp. A ideia é q ue a sociedade p ossa denunciar notícias falsas ou conteúdos inap rop riados, ex ercendo, assim, sua cidadania e o direito à comunicação e entretenimento de q ualidade no q ue tange à p rodução, circulação e consumo dos produtos midiáticos. Além de registrar conteúdos inap ropriados, o aplicativo informa as datas das notificações e permite o envio de foto, vídeos e mensagens de tex to, como sugestõ es, elogios e reclamaçõ es. O ap licativo está disponível para os sistemas Android e iO S de smartp h ones.

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Coronavírus muda comportamento e regras de etiqueta entre as pessoas

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pandemia de coronavírus está exigindo A vida das mudanças comp ortamentais no mundo pessoas não todo. O isolamento social recomendado p ela O MS (Organização Mundial de Saúde) implica em novos será a mesma hábitos para os brasileiros. Entender que o contágio da doença é feito por após a pandemia meio do contato com obj etos ou p essoas contaminadas é o p rimeiro p asso p ara desacelerar o ciclo. Para as casas com criança, vale lembrar q ue, embora elas não sej am foco da preocupação, podem transmitir o vírus. O reforço de hábitos higiênicos como lavar as mãos e não tocar em superfícies possivelmente contaminadas é essencial. Cláudio Gonsales, infectologista do hospital Emílio Ribas (SP), recomenda o uso de máscaras apenas em caso de sintomas respiratórios, mesmo em casa, p ara evitar q ue outros moradores sej am infectados. As idas ao h osp ital também devem ser avaliadas. “ O q uadro é o mesmo de uma grip e, p ortanto toda situação semelhante é suspeita. Deve-se permanecer em casa até o final dos sintomas. A procura do atendimento médico deverá ocorrer somente se houver falta de ar significativa e tão apenas.” A consultora de etiqueta social Denise Farah dá algumas dicas de convívio social em tempos de Covid-19. “É imprescindível lembrar que o álcool em gel sem a higienização prévia das mãos é ineficaz. Outra regra básica é levar sempre uma caix inh a de lenço com você , p ara q ue a tosse ou esp irro não imp regne sua roup a ou outras pessoas.” Se for receber alguém em casa, q ue sej am p oucas p essoas. E lembre- se de h igieniz ar bem maçanetas, torneiras, cop os e o banh eiro. N ão tenh a medo de p arecer rude. “ N ão dê a mão, nem beij inh o, mantenh a distância além do q ue você gostaria com conhecidos e deixe sempre janelas abertas para o ar circular.” A empatia é outra máxima no combate ao coronavírus. Entender que o período


DICAS DE ETI UETA uF orneça uma rede de ap oio, telefonando ou escrevendo p ara amigos e familiares durante o isolamento social uAj ude os mais velh os, com idas ao supermercado ou farmácia uE ntenda q ue o p eríodo é de reclusão, não férias uNão crie pânico e busque informações de fontes oficiais, como O rganiz ação Mundial da Saúde e Ministério da Saúde uR eforce a imp ortância de lavar as mãos p ara as crianças, q ue p odem esp alh ar o vírus mesmo sem p ertencer ao grup o de risco uN ão saia de casa se não p recisar uR eceba p oucas visitas uMantenh a distância entre as p essoas uLeve álcool em gel e lenço com você será de sacrifícios pensando no coletivo é fundamental. Para o psiquiatra Jairo Bouer, mais do que nunca é hora de a tecnologia ser aliada. “ O ser h umano é agregador, gosta de confraternizar, ver o outro e essa distância física limitar os encontros. A dica é conectar- se via redes sociais, reclamamos que usamos demais, mas servirá como uma forma de tentar diminuir a sensação de distância.” Criar hábitos, mesmo em casa, é recomendado Se estiver trabalhando, determine horários para realizar as tarefas. D urante os momentos de descanso, ap roveite para encontrar atividades prazerosas, como ler, assistir a filmes e séries. C uidar dos mais velh os e de p essoas com q uadro dep ressivo também são tarefas necessárias durante esse período de isolamento. Bouer explica que a redução de contato afeta

diretamente esses dois grup os. “ O isolamento p ode ser fator de estresse, p ortanto é necessário um cuidado maior. Se conhece alguém com depressão, é bom combinar um telefonema p or dia, mandar semp re uma mensagem, mostrar que está lá para reduzir o isolamento e criar uma rede de sup orte. O mesmo serve p ara os mais velh os, q ue p recisam de muita conversa p ara comp reender q ue, p or serem grupo de risco, precisam ficar afastados fisicamente dos familiares”, diz Bouer. Oferecer ajuda na hora de fazer compras ou ir à farmácia é um gesto de carinh o. Alana Ambrosio / Folhapress.

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CORONAVÍRUS / COVID-19

O CORONAV RUS, A 3ª GUERRA MUNDIAL E UM NOVO TEMPO nal en e o

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José Nilton Carvalho Pereira Informações preliminares O coronavírus (ou Covid-19) é a maior ep idemia mundial dos últimos 102 anos, desde a gripe espanhola (1918-1920), que matou mais do que a 1ª Guerra Mundial (em combate morreram, aproximadamente, 20 milhões de pessoas); durante a gripe espanhola (que nem espanhola era), qualquer cálculo avança acima de 7 0 milh õ es de p essoas, inclusive a morte do então IMAGEM: DEPOSITHPHOTOS recém-eleito presidente do Brasil, Rodrigues Alves. Calma! Nessa época não havia antibiótico e as vacinas ainda eram muito primitivas. Se os remédios e as vacinas (ainda em processo de laboratório) não resolverem, se houver descontrole no combate intensivo e desobediê ncia civil amp liada, o coronavírus p ode (Deus nos livre!) trazer lembrança da “peste negra”, que devastou a Europa na Idade Média, com epicentro na Itália, onde morreu 1 em cada 3 habitantes e, no continente, entre 75 e 200 milhões de pessoas (dados imprecisos). Sobre o tema, existe um livro, obra-prima da época, intitulado “Decameron”, do italiano Giovanni Boccaccio (1313-1375). E também existe um filme sobre o mesmo assunto, no circuito de TV por assinatura: “Maravilhoso Boccaccio”. Coronavírus, Alvin To er e o segmento educacional N um dia q ualq uer da segunda metade do século 20 p erguntaram ao mestre norte-americano, Alvin Tofler, um dos profetas iniciadores e divulgadores da revolução digital (Alvin Tofler era notável, acima de tudo, por suas cáusticas ironias). Pergunta: “Mestre, como será a escola do futuro?” Resposta desconcertante: “E no futuro haverá escola?”

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À ép oca, muitos não entenderam. H oj e, a revolução digital e a escola virtual, on- line, com aulas à distância e teletrabalh o confirmam a profecia do professor, e cada vez mais ocupará esp aço no contex to da educação mundial. A escola e as aulas p ela internet serão marcas construtivas e multiplicadoras no século 21. Alvin Tofler dizia que um analfabeto no futuro não será ap enas q uem não souber ler ou escrever, e sim aq uele q ue não demonstrará capacidade de “aprender, desaprender e reaprender” (terceira onda), de forma eclética e dialética, como um rio corrente, interagindo com o mar. Assim, torna-se fácil construir uma proporção simples: “ A so c ieda de dig it a l est á p a ra o m u n do in du st ria l , a ssim c o m o o m u n do in du st ria l est á p a ra a so c ieda de a g rí c o l a , e a ssim c o m o a rev o l u ç ã o a g rí c o l a est a v a p a ra o m u n do da s c a v ern a s.” E a educação infantil? E as séries iniciais? Com toda razão, o infantil e as séries iniciais necessitarão de aulas p resenciais, de forma comp lementar, ap ó s a p andemia, pelos seguintes motivos: l Socialização infanto-juvenil: a criança precisa aprender a conh ecer a si mesma e ap render a conviver com outras; l Convivência presencial: desenvolvimento pleno da educação emocional; l Formação da consciência crítica, de valores sociais e de multiplicidade de opiniões no espaço interpessoal. O caso do Colégio Apoio, um dos pioneiros no Google, em Lauro de Freitas Há quase três anos, o Colégio Apoio, estabelecido desde a origem de Vilas do Atlântico, firmou um convênio com o Google for Education (inclusos o “google meet” e avaliações pelo “google form”). Resultado: Com treinamento intensivo dos professores, hoje já existem professores do Apoio com “certificação Google”, a exemplo do mestre Lázaro Carvalho, professor de Filosofia. Esses cursos foram presenciais e, agora, remotos. Durante este mês de maio acontece um novo curso, que trará p romissores resultados. Muitos são os elogios recebidos de dezenas de famílias, cujo resumo será postado no site do colégio. Assim, logo ap ó s o início da atual p andemia, as aulas do C olégio Apoio passaram a ser remotas (sala “meet”) e já estamos concluindo as avaliações da primeira unidade letiva, o que é permitido por legislação especial do MEC. O mundo do presente e o mundo do futuro Consequências do coronavírus Falsos valores A liderança da China L amentavelmente, p elo menos nos últimos 6 0 anos, o Ocidente vive calçando as sandálias da hipocrisia e dos falsos valores ex istencialistas, de origem francesa.


Não é este o espaço para discutir o assunto, mas basta um exemplo: Em muito países da Europa e América, a palavra “trabalho” retomou seu sentido original (trabalho “tortura”, do latim t rip a l iu m , instrumento de tortura, com origem na cruz babilônica). É muito triste ver parte da mídia dividir a semana em dias bons (sextou, de sexta a domingo) e dias de trabalho ou de preocupação e amargura (segundou, de segunda a quinta). Essa é uma visão distorcida e perversa da vida, com influência direta e deletéria no inconsciente coletivo, principalmente nas crianças e j ovens adolescentes. Q ualq uer dia é um dia feliz , basta q ue a p essoa estej a com saúde p ara trabalh ar, criar, p roduz ir, sorrir, ser feliz e manter a essencial alegria de viver. Basta ter harmonia com a natureza para atingir o equilíbrio pessoal. Em muitos países asiáticos (não só na China!), a palavra “trabalho” segue a doutrina “taoísta”, em que o produto do trabalho individual é motivo de “alegria plena”, pela certeza de que a vida dessa pessoa não é inútil, nem um conjunto vazio (no Oriente, o trabalho tem sentido de criação pessoal, sucesso e realização existencial). O mundo do presente: Q ualq uer observador atento p ercebe que o século 21 está começando agora, em 2020. Tivemos alguns ensaios, mas a revolução consistente ch egou agora. C h egou p ara abrir uma nova era p ara a h umanidade. D e início, observe-se que as centúrias do calendário são mera convenção (1801, 1901, 2001). Os séculos começam quando uma nova era se impõe à ordem anterior. Vejamos os últimos 600 anos: l O século 15 não começou em 1401, e sim com o fim da Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra (1337-1453) e a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453), determinando o fim da Idade Média; l O século 16 se antecipou. Tem início com a descoberta da América (1492) por Cristóvão Colombo; l O século 17 também se antecipou. Seu início efetivo é em 1580 (naufrágio de Portugal e criação da União Espanhola (1580-1640); l O século 18 marca-se, por exemplo, pela continuidade do Absolutismo europeu, mas termina antes de 1800, com a revolução americana (1776) e a Revolução Francesa (1789); l O século 19 traz a marca e a ousadia de Napoleão Bonaparte: fez decair a nobreza europeia, com a extinção de um mundo que já durava mais de mil anos: o Sacro Império Romano Germânico, fundado por Carlos Magno. Napoleão, apesar de meio louco e violento, ofereceu ao O cidente o p rimeiro C ó digo Civil, e adveio a herança democrática de liberdade, igualdade e fraternidade da R evolução F rancesa. l O século 20 demorou de começar. Só despertou com a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e deixou como herança a maior

revolução tecnológica e científica da humanidade, desde que o p rimeiro h o m o sa p ien s abandonou a caverna. l Agora, o coronavírus dá início pleno ao século 21. Quem viver, verá. Quem vier depois, contará melhor. Mensagem final de otimismo (I) D ep ois de uma grande ep idemia, ap arece, normalmente, um temp o de grande p rogresso e avanço sociocultural da h umanidade; l No mundo antigo, uma epidemia, viajando de navio até o p orto de Atenas, matou p arte da p op ulação, inclusive o líder e genial Péricles, mas coroou uma era de grande progresso (o século de Péricles); l A Peste N egra medieval ensinou aos europ eus noçõ es essenciais de h igiene, limp ez a e urbaniz ação, além de abrir portas a novas ideias e a um novo mundo: o Renascimento dos séculos 15 e 16; l Após a Gripe Espanhola (1918-1920) desenvolvem-se, na plenitude, os frenéticos anos 20, o automóvel, a aviação, a navegação com transatlânticos, o cinema mudo e depois falado, o cinema em p reto e branco com a genialidade de C h ap lin e uma criação tipicamente americana (filmes de faroeste), o cinema em cores, o j az z americano, a rumba cubana, o samba e o carnaval brasileiros, o surgimento da vacina em larga escala e o antibiótico, um amplo desenvolvimento da medicina e dos recursos hospitalares, etc. O desenvolvimento da informática e da telemática, o surgimento da internet e dos aparelhos de uso pessoal, interligados a distância. No plano político, os valores da revolução russa, do fascismo e do naz ismo ocup aram p arte do século. Aq ui estão ap enas alguns ex emp los. Mensagem final de otimismo (II). Algumas pistas do mundo do futuro (palpit metro ) E x iste uma tese determinista, da q ual não gosto muito, p or ser determinista: l Dos tempos antigos ao fim da Idade Média, o mundo era dominado p elo mar Mediterrâneo; l Do século 16 ao século 20, o oceano Atlântico governou o p laneta; l A partir do século 21, chegou o tempo imperial do oceano Pacífico. Será? l Uma verdade quase indiscutível: o extraordinário avanço do mundo on- line, da instantaneidade, do trabalh o remoto, da internet 5G, o que provocará um retorno das pessoas ao interior ou cidades de menor porte (Ex.: “os subúrbios” americanos); l A progressiva substituição do petróleo por energia limpa Continua na página 22 u

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(solar, eólica...); l N ovas liçõ es de h igiene, limp ez a e relacionamento interp essoal; l O retorno à vida bucó lica e simp les do interior, talvez um neoarcadismo (o c a rp e diem dos antigos latinos); l A interligação instantânea do p laneta, graças aos inovadores recursos da tecnologia; l A revalorização e ressignificação da família – com um novo ap rimoramento dos laços familiares; a redescoberta do afeto, da simplicidade, da fraternidade, e de antigos requisitos da vizinhança (agora, ao vivo ou on-line); l O ressurgimento e fortalecimento das religiões. Deus é sentimento, é essê ncia, é transfiguração. C onh eci muitas p essoas cultas q ue não acreditavam em D eus p orq ue não tinha existência material (ninguém via, nem p egava, nem sabia o peso e a altura). Vejam só: desde o começo dos temp os ex iste o bem e o mal, o dia e a noite, o frio e o calor, a saúde e a doença, o dualismo ex istencial. Q ue ironia! O coronavírus está destruindo parte da humanidade e ninguém o vê (a olho nu), nem sente o cheiro, nem a cor. É pena que muitas pessoas ainda continuem presa ao materialismo, mecanicismo e positivismo do final do século 19. l A Realidade de Madhu (surpresa total!) Existe um livro com esse título, lançado em 2013, cuja autora, a brasileira e paulistana, Melissa Tobias, nascida em 1981, espiritualista de sólida influência indiana, afirma que em 2020 (acredite, se quiser!) aconteceria uma grande epidemia contra a humanidade. É uma ex celente leitura em temp os de q uarentena, visto q ue, no século 21, o espiritualismo ganhará do materialismo, de forma irrestrita e de goleada. Pedimos esp ecial licença à autora e aos leitores, mas é im22 | Vilas Magazine | Maio de 2020

p ossível deix ar de transcrever o trech o fundamental do livro A Realidade de Madhu (Novo Século Editora), usando os verbos no passado: 2020 uando a er eira ealidade er inou de en ol er odo o plane a erra u a pande ia glo al a ou ai de r il e de errá ueo . oi u o en o ui o a ti o ue durou doi ano . oi u a pande ia iral p i o oáti a ue pene ra a o en e e orpo in o pa ei o a i ração de a or ao pr i o. ão a ia para onde ugir. Calma, não se assustem! A autora, logo a seguir, tranquiliza: depoi do ao eio a orde . A ual en e a idade grande e ão o ple a en e de rti a . ingu ai ora e idade grande . A pe oa igraIMAGEM: DEPOSITHPHOTOS ra para lo ai ai pr i a da na ure a e do ar li po para ugir da pande ia. ie no a po ou e pe uena idade do in erior . l Conclusão: A verdade é q ue o coronavírus deu início à 3ª Guerra Mundial, ora em desenvolvimento. U ma guerra de um único soldado inimigo (Covid-19) contra a h umanidade inteira. É p ena q ue muitos continuem “ dormindo p rofundamente”, como no p oema do genial e tuberculoso p ernambucano, o mestre Manuel Bandeira. Afinal, neste tempo nebuloso e incerto vale um conselho do pai da medicina moderna, o sábio árabe Avicena, em transcrição aproximada: A preo upação e ade da doença a ran uilidade e ade do re dio e a pa i n ia o in io da ura. José Nilton Carvalho é membro benemérito e vice-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) membro benemérito e diretor da Academia Baiana de Educação (desde 2001) diretor-geral do Colégio Apoio em Vilas do Atlântico professor de Língua Portuguesa, Redação e Literatura Brasileira há mais de 50 anos.


Lauro de Freitas reforça o alerta para uso da máscara e o isolamento social

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om equipes de fiscalização nas ruas, a Prefeitura de Lauro de Freitas tem reforçado o alerta à população para observar o uso da máscara e o isolamento social como medida de combate ao coronavíus no municíp io. A obrigatoriedade do uso das máscaras está determinada pelo decreto nº 4.610, editado em 13 de abril, para funcionários de estabelecimentos públicos, industriais, comerciais e instituições bancárias. Nas ruas de Lauro o uso da máscara de pano já entrou na rotina de muitas pessoas. Nos mercados, os funcionários estão cumprindo o decreto, mas muitos clientes ainda resistem a entender a imp ortância da medida. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso comunitário da máscara é uma barreira eficiente contra o coronavírus, mas alerta que a população deve usar a máscara feita de pano e deixar a cirúrgica para os profissionais da saúde. OUTRAS MEDIDAS O decreto que exige o uso da máscara, compõe um conjunto de outros 15 decretos, que estabelecem medidas para evitar a proliferação do novo coronavírus (Covid-19). Além das medidas legais, a p refeitura inaugurou o PA Santo Amaro de I p itanga (v ej a p á g in a s 1 2 e 1 3 ) p ara atendimento ex clusivo a p essoas com sintomas de grip e enquanto durar a pandemia, e determinou a higienização dos transportes coletivos, terminais e p ontos de ônibus, p assarelas e p raças. D e acordo com o decreto nº 4.610, estabelecimentos devem orientar o uso das máscaras por parte dos seus clientes. Para funcionários, a disp onibiliz ação é obrigató ria e de forma gratuita. N o caso dos clientes q ue não disp onh am do E PI , o decreto recomenda a disp onibiliz ação. T ambém devem ser oferecidos locais p ara h igieniz ação das mãos, com água e sabonete líq uido, ou p ontos com álcool gel 70%. Maio de 2020 | Vilas Magazine | 23


CORONAVÍRUS / COVID-19

M SCARAS:

Governo do Estado divulga catálogo com lista de fabricantes THIARA REGES F reelance p ara a Vilas Magazine

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governo da Bahia divulgou dia 14 de abril, o resultado do edital q ue h abilita associaçõ es, cooperativas, microempresas e empresas de todo o estado, a fabricar máscaras artesanais de p roteção facial, p ara distribuição em larga escala p ara a p op ulação, medida que visa a contenção do contágio do novo coronavírus. No total, 603 emp reendimentos foram cadastrados, reunindo um p otencial de p rodução de 9 milhões de máscaras em 30 dias. E m L auro de F reitas estão h abilitadas seis associações e cooperativas, 17 microemp resas e seis emp resas, totalizando 294 máquinas em operação e 214 costureiros. A Coopercentral, em Itinga, já está em ritmo de p rodução. D ébora R odrigues o o 1 , presidente da cooperativa, destaca q ue a metodologia de trabalh o segue

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os critérios p ara resp eitar o isolamento social. “Temos 63 costureiras, distribuídas p elos bairros de L auro de F reitas e Salvador, dedicadas à produção de máscaras. Existem vários subgrupos de trabalho, as costureiras q ue faz em p arte do grup o de risco, estão em suas casas, e conseguem produzir em média 200 máscaras por dia. O utras op taram p or formar grup os de q uatro p essoas, assim cada uma assume uma etap a do p rocesso, e a p rodução é maior, chegando a três mil máscaras por dia”. Atuando diretamente na economia solidária, Débora destaca que a maioria das coop eradas é ch efe de família, e a atividade realizada junto à cooperativa é a única fonte de renda dessas mulh eres. “ E ssa ação do governo estadual foi de ex trema imp ortância p ara essas famílias. São mulh eres q ue trabalh am p rincip almente com artesanato, e q ue neste momento não conseguem vender suas p eças p ois as feiras e eventos foram cancelados”, conta.

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Seguindo os critérios do edital, os fabricantes recebem R$ 1,00 por cada máscara, e, no caso da cooperativa, Débora frisa que o repasse é de R$ 0,65 a R$ 0,70 por máscara, para cada costureira, já abatido os custos operacionais. Manuella Martins o o 2 e E rica Pessoa o o 3 faz em p arte do grup o de microemp reendedores q ue também estão h abilitadas no edital, p orém nenh uma das duas recebeu até o momento demandas vindas diretamente do governo estadual. Ambas seguem em p rodução própria, um média de 200 máscaras por dia, tentando garantir o funcionamento de suas emp resas. Manuella destaca q ue como o go-

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verno do Estado vai priorizar as associações e cooperativas, ela espera que a divulgação do catálogo de fabricantes ajude no fechamento de contratos com empresas privadas. “A demanda de máscaras existe, mas hoje já tem muitas pessoas produzindo, inclusive informais. Seguimos com as vendas, a saída é rápida, mas o fechamento de vendas maiores é importante para que eu consiga manter todos os funcionários”. Essa também é a luta de Diego Brito. Ele é dono de uma empresa, uma das seis selecionadas no edital, q ue p roduz normalmente uniformes. Desde abril precisou se reinventar, aproveitando o seu maquinário para fabricar as máscaras, que hoje distribui para outras empresas e “Tivemos que nos reinventar, comprar tecido e produzir máscaras. Graças a isso, estamos conseguindo manter o quadro de funcionários. Mas não sei até q uando, a concorrê ncia está grande, todos estão produzindo e está barateando muito”. CAT LOGO ELETR NICO A h abilitação dos fabricantes das máscaras foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), emp resa p ública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), que p romoveu o edital em p arceria com as secretarias do Planejamento (Seplan) e de Desenvolvimento Econômico (SDE). A partir do resultado do edital, a CAR publicou um catálogo eletrônico com o nome do emp reendimento, sua localiz ação, contato comercial e potencial produtivo. D e acordo com o diretor- p residente da CAR, Wilson Dias, com o catálogo em circulação, a expectativa é que os processos de produção de máscaras sejam mais facilitados e rápidos. “O objetivo do edital é identificar essa rede de ofertantes, e, com o catálogo, aproximar de forma dinâmica, como o momento emergencial req uer, os p otenciais fornecedores dos contratantes”, destaca. As instituições habilitadas poderão ser contratadas p or diversos ó rgãos e secretarias do governo, tanto p ara confeccionar as máscaras, com insumos providos pelo próprio Estado (tecidos, TNT, elástico e linha), obtidos de doações de empresas, clubes e outras instituições p rivadas, adq uiridas no atacado, ou não, com todo material de resp onsabilidade das próprias instituições habilitadas.

ENTIDADES INSCRITAS E HABILITADAS NO EDITAL ESPECIAL PARA FABRICAÇÃO DE M SCARAS ARTESANAIS

ASSOCIAÇõES E COOPERATIVAS l Associação Comunitária de Vida Nova: Rua Marta Aguiar. Vida Nova. Tel.: (71) 9-8775-3003 l Associação São Jorge Filho da Gomeia: Rua Queira Deus, 78. Portão. Tel.: (71) 9-9162-3059 l Coopercentral: Rua Artur Barbosa, Loteamento Jardim Cidade Nova. Itinga. Tel.: (71) 9637-5396 l Dirlene Cunha Vieira: Rua José Henrique Requião. Tel.: (71) 9-4293-1456 l rica Jane Cerqueira de Jesus: Rua Deputado Jose Armando. Tel.: (71) 9-8869-8110 l itj Modas: Av. Amarilio Thiago dos Santos. Centro. Tel.: (71) 9-9668-3548 MICROEMPRESAS l A. Almeida de Almeida: Rua Priscila Dutra, 268. Buraquinho. Tel.: (71) 98717-1954 l Alinhavo Ind. e Comercio Ltda Me: Rua Jovino Nunes Pereira, 412. Tel.: (71) 99410-7779 l Ancora e Flores Consultoria e Assessoria: Rua Vereador Jone iss. Tel.: (71) 98753-1244 l Andrea Augusta Menezes de Melo MEI: Rua dos Vereadores, 349. Tel.: (71) 98174-5408 l Costura Fina Confecções Comercio e Serviços Ltda: Av Santos Dumont, 6216. Tel.: (71) 99347-0060 l Jose Savio Teles Ponte Me: Av Santos Dumont, 6216. Portão. Tel.: (71) 99919-4913 l Manuella Martins Macedo Me: Av. Brig. Mario Epinghaus, 329, Loja 17. Centro. Tel.: (71) 99611-9272 l Margarida Santiago de Oliveira Santana: Rua Milagres. Tel.: (71) 98284-0850 l Monique Marinho do Amaral: Rua Cezar A. Pedreira, 14. Tel.: (71) 98852-8684 l Navila Leal da Paz Ara jo: Rua Noêmia M. Paranhos. Tel.: (71) 99334-3440 l Regina Patrícia Costa Morelli: Rua Jaime da Silva Nery, 112. Centro. Tel.: (71) 99953-4678 l Rene Pinheiro: Av. Luiz Tarquínio Pontes. Tel.: (71) 99630-7887 l RM Confecções: Av. Brigadeiro Mário Epingaus, 52. Centro. Tel.: (71) 99119-7994 l Rosa Menina Confecções Eireli: Av. Pref. Celso Alves Pinheiro da Silva, 185. Centro. Tel.: (71) 3051-3682 l RS Rachel: Av. Praia de Itapoan, 514. Shopping Terrazzo Vilas, loja 7. Vilas do Atlântico. Tel.: (71) 99295-0048 l Sofi Sofi Ateliê: 1 Travessa do Progresso. Tel.: (71) 99608-1971 l Tainara dos Santos Nascimento: Rua Porto da Barra. Tel.: (71) 99109-9749 eMPresAs l Abiatar Ind stria e Com. de Confecções Eirelli: Rua Dr. Gerino de Souza Filho. Tel.: (71) 9-9346-8866 l JSSN Comércio de Calçados e Assessórios Eireli: Rua Itagiba. Tel.: (71) 9-9978-3862 l Maricota Ind stria e Comércio Ltda: Av. Luiz Tarquinio Pontes, 2653. Tel.: (71) 99311-0002 l MCC Confecções e Comércio Eireli: Rua Joao Chagas Ortis de Freitas, 607. Miragem. Tel.: (71) 99197-3088 l Rafaela Passos Francisco dos Santos: Rua 2 de Fevereiro, 183. Centro. Tel.: (71) 98111-3894 l Top Store Comércio Ltda: Rua Praia de Arembepe. Ed. Emp. Vip, salas 201/203. Tel.: (71) 3508-1380

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CORONAVÍRUS / COVID-19

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Escolas investem em EAD para minimizar impactos THIARA REGES F reelance p ara a Vilas Magazine

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om o fech amento das escolas, uma das medidas de isolamento social p ara combater o novo coronavírus, a Unesco estima que cerca de 1,5 bilhão de estudantes ficaram sem aulas presenciais em 160 países. Em L auro de F reitas, as escolas municip ais e particulares estão fechadas desde o dia 16 de março, por determinação de decreto municip al. Não há nenhum precedente para isso na história da sociedade, mas as instituiçõ es, p rofessores e estudantes p recisaram se reinventar, de forma q uase q ue instantânea, p ara minimiz ar os imp actos, seja da educação infantil e fundamental, na construção do conh ecimento de base, sej a p ara o ensino médio, às vésp eras de Enem e vestibular.

Professor José Nilton, do Colégio Apoio

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O caminh o mais ó bvio e esp erado é o uso das novas tecnologias digitais: aulas online, vídeo ch amadas, p lataformas de ensino com p ossibilidade de ap licação de avaliaçõ es individuais, e o Ministério da E ducação autoriz ou, “ em caráter excepcional”, que as aulas presenciais fossem substituídas por educação a distância (EAD), modelo que já vem sendo trabalhado no ensino superior há alguns anos. Em 2018, por exemplo, uma pesquisa do Instituto Nacional de E studos e Pesq uisas E ducacionais Anísio T eix eira - I nep , revelou q ue foram ofertadas mais vagas p ara EAD, (7,1 milhões) do que em cursos presenciais (6,3 milhões). Mas não p odemos esq uecer, que em se tratando de Brasil, o modo analó gico ainda é uma realidade. Ainda segundo o I nep , cerca de 33,5% dos estudantes que tentaram vaga no curso superior, nos últimos cinco anos, p or meio do E nem, não tem acesso à internet e a dispositivos, como comp utador ou celular, q ue p ermitam o ap rendiz ado via E AD . Vânia Galvão, secretária de Educação de L auro de F reitas, frisa q ue o desnível social é muito grande e q ue ap esar da p refeitura disp onibiliz ar uma p lataforma digital p ara uso da educação, Plataforma Red, lançada em novembro de 2019, nem todas as escolas ou estudantes conseguem utilizar. “Foi disponibilizado uma p lataforma digital, onde as escolas alimentam com conteúdos e atividades p ara os estudantes; a p ró p ria secretaria disp onibiliz ou alguns conteúdos, sobretu-

Estudantes na nova rotina de EAD

do sobre a área de saúde. Mas nem todas as escolas e estudantes estão utilizando. Tem escolas que imprimem as atividades e os p ais vão buscar, até p or falta de acesso à internet”. E m nota divulgada p ela assessoria de comunicação, em 7 de abril, a Secretaria Municip al de E ducação reforça q ue a Plataforma Red tem como objetivo dinamiz ar metodologias de ensino e q ue as atividades disponibilizadas durante o p eríodo de isolamento social não se referem ao conteúdo didático da grade curricular, acrescentando ainda q ue não


está em discussão a implantação de educação à distância. C om a p ossibilidade de uma nova p rorrogação do decreto q ue mantém as escolas fechadas, a secretária afirma ainda não ser p ossível avaliar os imp actos da p andemia p ara a educação. “ As p lataformas digitais são um comp lemento imp or-

tante p ara a educação contemp orânea, mas eu tenh o um entendimento de q ue nada substitui o ensino presencial. Estamos chegando ao fim de um semestre, os imp actos ex istem, o tamanh o desse impacto e quais medidas adotar a partir de agora, só será possível dizer quando tudo isso passar”, concluiu Vânia. UM PASSO FRENTE Ap esar da p andemia ap resentar um cenário completamente novo, algumas escolas estão ap roveitando o momento para fortalecer um trabalho que já estava em desenvolvimento, de utilização das novas tecnologias de informação e comunicação. É o caso, p or ex emp lo, do C olégio

Apoio, pioneiro em Vilas do Atlântico. Para José Nilton, diretor da instituição, dominar as novas tecnologias, com obj etivo de adq uirir conh ecimento, é fundamental p ara a nova geração. “ O Colégio Apoio está atento a isso, e há trê s anos firmou um convê nio com o Google For Education, investiu no treinamento intensivo dos p rofessores, e hoje já temos mestres com ‘certificação Google’, a exemplo de Lázaro Carvalho, professor de Filosofia. Inclusive durante este mê s de maio acontece um novo curso, que trará promissores resultados”. Q uanto ao p rej uíz o p ara este ano letivo, José Nilton acredita q ue as crianças da educação infantil precisarão de uma maior atenção q uando as aulas retornarem. “ L ogo ap ó s o início da atual p andemia, as aulas p assaram a ser remotas e já estamos concluindo as avaliaçõ es da p rimeira unidade letiva, o que é permitido p or legislação esp ecial do ME C . C abe destacar q ue p ara as séries iniciais será necessário aulas presenciais, ap ó s a p andemia, p ara fortalecimento da socializ ação, a criança p recisa ap render a conh ecer a si mesma e também a conviver com as outras”, concluiu. No Colégio Perfil, a estratégia também é de fortalecimento da educação a distância. “ As aulas p ara o F undamental 2 e o E nsino Médio acontecem regularmente, a partir das 7h20, com lista de presença, acomp anh amento da coordenação, mesmo professor e carga horária, e o currículo especial já foi encaminhado para o Conselh o E stadual de E ducação. T ivemos um cuidado também de p rep arar conteúdos esp ecíficos sobre ética e h onestidade, pensando no comprometimento com as aulas e avaliaçõ es, além de emitir um comunicado aos p ais, p edindo um sup orte no acompanhamento das aulas”, frisa Wilson Abdon, diretor da instituição.

Vânia Galvão, secretária de Educação de Lauro de Freitas

No Colégio Perfil, os alunos do Ensino Médio recebem um ch romebook no ato da matrícula. Já para os alunos do Fundamental 2, foi fornecido um comp utador p ara ser usado durante o isolamento, p ara aq ueles q ue não p ossuíam o eq uip amento. Há 21 anos no ramo da educação, Wilson Abdon acredita q ue a p andemia gere dois grandes movimentos, ambos relacionados ao uso das tecnologias. “ Por um lado, vai existir uma maior valorização da cultura digital, algumas escolas já saíram na frente, incluindo na vida dos estudantes, que a partir de agora vão aprender a olh ar p ara essas ferramentas de forma mais prática. Por outro lado, teremos uma relação inversa. Tenho dois filhos, um de 14 e minha menina de 7 anos, e a saudade dos amigos está muito grande. Já dá até para sentir falta daquele coleguinha mais ch ato, q ue só fala besteira. E ntão esse isolamento vai faz er essa geração p erceber o valor do contato h umano, de estar j unto, do bate p ap o, um olh ar no olho do outro”, conclui. Ana R ap h aela Medina, diretora p edagó gica do C olégio I mp acto, entende a angústia q ue muitas famílias estão sentindo neste momento, afinal ninguém estava p rep arado p ara todas as mundanças que foram necessárias por conta da p andemia. “ N osso sistema educacional Continua na página 28 u

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não estava p rep arado p ara essa mudança brusca na rotina escolar, tampouco as famílias e alunos. T odos estamos em um momento delicado, buscando adap tar p lanej amentos, conh ecer novas ferramentas p ara conseguir minimiz ar os imp actos no p rocesso p edagó gico. C omo é natural, as p essoas se adap tam de forma e velocidade diferentes, assim há famílias e alunos mais engajados e familiariz ados q ue outros com o novo processo de aprendizagem”. Sobre o isolamente, R ap h aela entende que algumas crianças vão ficar com muita necessidade de convivê ncia, e outros ainda mais introspectivos e isolados, mas é p reciso acreditar q ue dias melh ores virão. “ Acreditamos q ue onde h ouver esp erança, respeito, solidariedade e empatia, haverá amor e onde há o amor, as crianças aprenderão e sairão desse p eríodo de isolamento mais conscientes de seu p ap el p ara o mundo, sendo o agente transformador da próxima geração”, concluiu. EN UANTO ISSO, EM CASA Gustavo Cardoso é estudante do 6º ano do F undamental 2 do C olégio Acadê mico, e assim como milh ares de crianças, precisa cumprir a rotina de aulas virtuais. “ As aulas acontecem na mesma agenda da escola, q uando p resencial, só q ue

ilson Abdon, diretor Colégio do Perfil

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Ana raphaela Medina, diretora pedagógica do Colégio Impacto

agora através de uma sala virtual. T odas as tardes Gustavo vai para o quarto, com o celular, p ara ficar mais isolado e se concentrar na aula”, conta a mãe, Rosane Sacramento. R osane destaca q ue não se sente completamente confortável com essa nova realidade, e está preocupada com a q ualidade do ap rendiz ado. “ Acomp anh o as aulas com ele, e sento falta daq uele momento, de sala de aula, onde o aluno tira as dúvidas na hora da explicação. D e certa forma ach o q ue req uer muito mais da criança, q ue vai p recisar de mais determinação, sendo q ue é uma fase em que elas se distraem muito fácil, com a mensagem que chega do grupo do WhatsApp ou do Game”, frisa. “ Q uanto a escola, entendo q ue faltou uma orientação melh or p ara nó s, p ais, de como participar desse momento, potencializando o aprendizado. Antes tínhamos que acompanhar as atividades de casa, saber da rotina, ajudar a estudar para as avaliaçõ es. Agora p recisamos estar presentes na aula”, concluiu. Para Gustavo, tem sido difícil ficar tanto tempo em casa, tirar as dúvidas com os p rofessores nas aulas virtuais, mas o p ior é a falta dos amigos. “ Semp re sentava com um amigo na h ora da leitura, faz er trabalh os j untos, e conversar também com a turma. Sinto falta”. ESCOLAS UNIDAS O Grupo de Valorização da Educação

é uma iniciativa de escolas de Salvador e Lauro de Freitas, com objetivo de ajudar, tanto as instituições como as famílias, a sup erar as adversidades da p andemia. Atualmente já são mais de 100 escolas, desde pequenas instituições que só tem educação infantil, até grandes grup os educacionais, de Salvador, L auro de F reitas, C amaçari, F eira de Santana e outras cidades do interior. Wilson Abdon é membro do grupo e destaca que são debatidas questões como p lanilh as de custo, p ercentual de desconto q ue cada unidade p ode fornecer aos p ais, custos futuros p ara rep osição de aulas e outras q uestõ es q ue serão necessárias, como agir no retorno das aulas, dentre outras.

“Todas as tarde Gustavo vai para o quarto, com o celular, para ficar mais isolado e se concentrar na aula”, conta a mãe, Rosane Sacramento

“ N osso obj etivo é q ue através da troca de ex p eriê ncias todos consigam sair dessa fase com o menor imp acto p ossível. Sabemos q ue tem famílias q ue estão em melh ores situação q ue outras, então reforçamos q ue q uem p uder, continue mantendo as mensalidades em dias. T emos um olh ar cuidadoso, sobretudo p ara as escolas de educação infantil, pois temos o receio que algumas não consigam mais abrir as p ortas ap ó s a pandemia”, destaca.


Turismo regional deve impulsionar retomada do setor depois da pandemia ROBERTO DE OLIVEIRA / FOLHAPRESS

Agências, operadoras e hotéis pedem ao governo federal acesso a crédito e prazo maior de reembolso aos clientes para sobreviver

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turismo no Brasil só deve voltar aos p atamares anteriores à crise causada p ela p andemia de Covid-19 no final deste ano. Essa é a expectativa de entidades que representam h otéis, op eradoras e agê ncias de viagens. N os p rimeiros meses p ó s- p andemia, os roteiros domésticos e até mesmo regionais devem p revalecer. I sso p orq ue os viajantes devem querer um destino mais conh ecido e seguro, q ue ex ij a p ouco p lanej amento e deslocamento. O utra ap osta do setor é q ue, q uando tudo isso passar, haverá uma valorização do turismo e dos turistas. Q uem p uder voltar a viaj ar vai reconh ecer a imp ortância daqueles que trabalham na área, enq uanto h otéis e agê ncias vão dar mais valor p ara seus clientes, ap ó s p assarem p or uma crise q ue não se comp ara a nada

que já tenham vivido. Desde a última semana de março, o único movimento q ue as emp resas ligadas ao turismo tê m recebido é de clientes p edindo a remarcação ou o cancelamento de reservas. Muitas companhias já demitiram funcionários, reduziram jornadas e até fech aram as p ortas. Segundo enq uete realizada pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) com 736 hotéis, 63% deles estão fech ados. E ntre os resorts, o índice é de 100%. Para sobreviver à crise, o setor fez reivindicaçõ es ao Ministério do T urismo. A p rimeira delas era p ara conseguir a susp ensão de contratos de trabalh o. C omo ex p lica Sérgio Souz a, p residente da Resorts Brasil (associação dos resorts), além do imp acto econômico e social, não é ideal para os hotéis demitir funcionários que passaram por treinamentos específicos. “ Perder esse trabalh ador e ter q ue contratar outra p essoa custa trê s vez es mais do que manter o funcionário.” O primeiro alívio veio com a MP 936, assinada no dia 1º de abril, que permite a susp ensão do contrato de trabalh o p or

até 6 0 dias e a redução da j ornada p or até 90 dias. Mas, segundo entidades da área, isso não é suficiente. “Um dos problemas dessa crise é a imprevisibilidade”, diz Orlando de Souza, presidente-executivo do FOHB. Por isso, o setor está fazendo acordos com sindicatos para garantir uma extensão do período de flexibilização da jornada. O Ministério do T urismo anunciou em abril q ue estava p rep arando mais duas medidas de ap oio. U ma garante acesso a crédito e outra p ermite q ue as emp resas aumentem o p raz o de reembolso p or p acotes não usados. O crédito é visto como fundamental p ara a sobrevivê ncia das comp anh ias. Como explica Souza, empresários temem que bancos não queiram dar empréstimos com juros baixos, já que os negócios são considerados de risco agora. No dia 8 de abril, foi publicada a MP 948, que permite o reembolso de diárias e pacotes em até 12 meses após a pandemia. A medida deve evitar q ue as emp resas p ercam mais dinh eiro neste momento. Também há campanhas pedindo para Continua na página 48 u

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CORONAVÍRUS / COVID-19

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Trabalho dentro de casa exige mudança de rotina e organização

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os últimos dias, algumas empresas adotaram o sistema de home office para funcionários que podem exercer suas tarefas de casa, diminuindo o deslocamento e concentração de p essoas durante esta p andemia de coronavírus. Segundo L uiz O j ima Sak uda, esp ecialista em trabalh o remoto e professor de Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), este é um momento de transição, que pode durar mais ou menos a dep ender de cada tarefa ou ferramenta disp onível. Além disso, as limitaçõ es p odem faz er com q ue a p rioridade de alguma meta mude. “Tem dois perigos no home office: um é trabalhar de menos e o outro, demais”, afirma Sakuda. E le ex p lica q ue, no p rimeiro caso, a p essoa p ode p rorrogar as tarefas e trocar o período de trabalho para ver uma série, por exemplo. Já no segundo, como não é p reciso sair do trabalh o e voltar p ara casa, o funcionário pode perder o limite e trabalhar mais do que antes. Para evitar isso, o professor sugere estabelecer uma rotina com horários p ara começar e encerrar o ex p ediente. Para garantir a concentração, o funcionário pode utilizar aplicativos q ue bloq ueiam sites e redes sociais p or um p eríodo. O utra op ção é desativar notificações do celular para manter a atenção. T ambém é imp ortante encontrar um local silencioso, com boa iluminação, sem interrupções (combine com a família) e com todos os recursos necessários para fazer as tarefas, como uma boa conexão com a internet, p or ex emp lo. “Tem gente que gosta de colocar a mesma roupa do dia a dia”, comenta Sakuda. Para ele, isso não é exatamente necessário, mas é importante estar confortável e preparado para uma eventual videoconferê ncia.

Neste período, é indispensável manter boa alimentação, hidratar-se e praticar exercícios físicos, segundo o fisioterapeuta, professor da Universidade Cruzeiro do Sul (SP) e da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP), Alex andre da Silva. “Não é para sair do home office dolorido ou cansado”, diz. Além disso, para dormir melhor, ele recomenda exercícios de relaxamento ao final do dia. Larissa Teixeira / Folhapress.

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CULTURA

A importância da literatura infantil no desenvolvimento das crianças THIARA REGES F reelance p ara a Vilas Magazine

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e somos da mesma geração, você se lembra, certamente, dos p ersonagens criados p or Monteiro Lobato nas aventuras no Sítio do Pica Pau Amarelo: Dona Benta, Tia Nastácia, a boneca Emília, o Saci, o Visconde de Sabugosa. N ão sei se h oj e as mesmas h istó rias

conseguiriam atingir o imaginário da geração Alpha (nascidos a partir de 2010), uma geração que já nasce com o ‘chip’ da tecnologia. Mas, p ara nossa sorte, novos autores foram surgindo e aj udando a manter vivo o gosto das crianças p ela literatura. Segundo o Snel, sindicato q ue reúne os editores de livros do p aís, ap enas em fevereiro o mercado de livro movimentou R$ 162 bilhões, resultado melhor que o mesmo p eríodo do ano p assado, cres-

Juliana é mãe em período integral e uma entusiasta da leitura

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cimento de 1,52% no volume de livros adquiridos. A maior fatia fica por conta dos livros infantis, juvenis e educacionais, 35,45% dos exemplares. T alvez o segredo estej a em unir literatura à s novas tecnologias de informação. Pelo menos foi assim com Juliana D’Ávila. Mãe, em período integral, de Pedro, 10 anos, e Giovanna, 5 anos, Juliana criou em 2018 o Instagram @amorelivro, canal para interagir com outras mães e crianças sobre os livros que ela ia lendo com seus filhos. D esde então mais de 20 mil inscritos do canal acomp anh am o p roj eto # rumoaosmillivros. “ Aq ui em casa lemos todo santo dia, às vezes três vezes ao dia. Giovanna está com 5 anos e começou a pouco ler sozinha. É maravilhoso participar do seu desenvolvimento. N ão sou muito adep ta do ebook , e ach o q ue p assei isso p ara as crianças, elas gostam de tocar e p egar o livro. Já estamos no livro de número 610. O último que lemos foi ‘Deu Limerique na Casa do Bicho’, de Alexandre de Castro Gomes”, conta. Juliana sabe que não dá para separar as crianças das tecnologias, e na verdade até estimula maior interação com esse universo. “Meus filhos fazem aulas de p rogramação p ela internet através do canal @littlebigcoders, da Bianca, uma menina q ue mora em F eira de Santana e faz doutorado em tecnologia na UFBA. Eles também fizeram o projeto no Scratch sobre o coronavírus. Mas ap esar das tecnologias usamos semp re o bom e amigo livro e p ercebemos, p ela troca q ue temos no canal, q ue essa é uma p aix ão comp artilhada por muitas crianças”. O p roj eto deu tão certo q ue J uliana se arriscou até com as p alavras e lançou em 2018, em parceria com a editora Inverso, o livro ‘Senhor Pança e o Patinete’. O livro conta a h istó ria de Pedrinh o, um garoto q ue adora brincar e p ediu ao p ai um p atinete. Mas, em vez do patinete, seu pai


lhe deu um cofrinho: o Senhor Pança! “Essa história se mistura a história de meu filho, Pedro, que tinha o sonho de ir para o Rio de Janeiro. Ele fazia avião de papel coloridos para vender no condomínio onde moramos e na igrej a, e no ano p assado ele conseguiu j untar o dinh eiro e levamos ele para conhecer a cidade”. Para ela, ler constantemente para os filhos foi fundamental no processo de construção do livro, p rincip almente p ara conseguir ch egar nas crianças de forma leve com um tema tão complexo como educação financeira. “Com certeza me ajudou muito! Semp re faço p roj etos em casa com meus filhos e sempre estamos lendo juntos. Queria falar com eles de uma maneira lúdica, leve e animada sobre educação financeira. E acabei tendo a ideia de escrever o livro do Senh or Pança. Eles tinham acabado de ganhar um p orq uinh o p ara guardar as economias. O livro é bilíngue, foi o primeiro livro da editora escrito em p ortuguê s e inglês. E sei que ler com meus filhos me incentivou a escrever”, conta. Mas não é tão fácil viaj ar p ela literatura infantil, e para Juliana o principal desafio é, com tanta oferta de atividades e tecnologia, conseguir p render a atenção da criança no livro. “O principal desafio é encantar e capturar a atenção da criança. Para falar com uma criança é p reciso mergulh ar e entender o universo dela. Ver a criança como um adulto em formação, não subestimar a inteligência dela, usar uma linguagem adeq uada, mas não falar de maneira ‘bobinha’. Acho que é p or isso gostamos tanto dos clássicos da literatura universal, a ex emp lo da F antástica Fábrica de Chocolate, Frankenstein, O rei Arthur... São livros que não podem faltar aqui em casa”. “Não me considero uma escritora. Fazer o livro foi uma experiência maravilhosa que meus filhos puderam ver e participar de perto. Fui escrevendo e contando para eles. O livro nasceu com eles do meu lado.

5. O jovem fazendeiro, de Laura Ingalls 6. O gigante Egoísta, de Oscar Wilde 7. O grande livro de ciê ncias, do Manual do Mundo. 8. O túnel, de Anthony Browne 9. Memó rias de um burro, da condessa de Segur 10. O B G A, de R oald D alh

Viagem de Pedrinho ao rio de Janeiro. Parte dessa história é contada no livro de Juliana, ensinando as crianças um pouco de educação financeira

ATiVidAdes PArA fAzer cOM As criAnçAs nA quArenTenA Seguindo a recomendação de isolamento social determinada p elo Ministério da Saúde p ara combater os avanços da C ovid- 1 9 , nossa conversa com J uliana aconteceu por redes sociais. E é usando o p otencial da internet q ue J uliana está conseguindo manter uma rotina de atividades com as crianças. “Seguimos uma rotina, com h orário de leitura, artes, brincadeiras e experiências. Meus filhos gostam muito do canal Manual do Mundo, q ue p rop õ e experiências científicas que podemos fazer em casa. No momento estou trabalhando com eles a linh a do temp o da h istó ria e da arte. Assistimos também aos concertos da F ilarmônica de B erlim q ue nesse p eríodo está com o acesso grátis”, conta. Continua na página 34 u

Eles viram o livro nascer no rabisco de uma folha de papel ofício. Participaram de todas os lançamentos. Giovanna na época do lançamento tinha 4 anos e contava a história do livro como ninguém”.

TOP 10 V ai começar agora sua j ornada p elos livros infantis? J uliana p rep arou uma lista com os 1 0 mais q ueridinh os dos seus filhos. 1. O N abo G igante, T olstoi 2. O R ei G ilgamesh , L udmila Z eman e Sérgio C ap p arelli 3. Rei Arthur, de H. Pyle 4. O s 1 2 trabalh os de H ércules, Monteiro L obato

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CULTURA

u Continuação da página 33

Pedimos para Juliana, Pedro e Giovanna prepararem uma lista com dicas de atividades para fazer em casa durante o isolamento social. 1. Leitura em voz alta 2. B rincar de massinh a 3. Montar q uebra- cabeças 4. Pintar com tinta guache 5. C antar 6. B rincar de casinh a 7. Fazer experiências. Uma dica é o canal @ manualdomundo 8. Fazer um bolo, com ajuda das crianças 9. Fazer fantoches com meias e brincar de teatro. 10. Fazer vasos e objetos com massa de p ap el mach ê : cola, água, farinh a e p ap el h igiê nico 11. B rincar de j ogos de tabuleiro 12. Fazer a limpeza e arrumação da casa. Aspirar, lavar os p ratos, guardar a roupa Tem várias atividades q ue as crianças p odem aj udar sem se mach ucar 13. Fazer brinquedos usando caix as de leite ou outras embalagens 14. Sep arar os brinq uedos, Para q ue não estão mais em uso, p ara enfrentar a doação quarentena, 15. B rincar de bolinh a de sabão Juliana criou 16. Se aventurar no universo da p rouma rotina para gramação e eletrônica. Uma dica é o as crianças, canal @littlebigcoders que envolve 17. Fazer um livro juntos. Inventar leitura e outras histórias. atividades 18. Assistir um filme. 19. Pegar um quadro de um artista famoso e tentar imitar. 20. Fazer corrida de carrinhos. 21. Construir um robô com Lego e jogos de encaixe. 22. Brincar de STOP! Nome, lugar, objeto... 23. B rincar de caça ao tesouro, esconder algo num cômodo da casa. Ir falando se está quente ou frio. 24. C onversar e rir, rir muito

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Monteiro Lobato Em 18 de abril de 1882 nascia, em Taubaté (SP), José Bento Monteiro L obato, autor de literatura infanto- j uvenil e também um dos grandes personagens da história recente do Brasil. Ele ficou conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis e também pelos contos, artigos, um livro exaltando o petróleo e o ferro no Brasil e seu único romance, O Presidente Negro. Entre suas obras mais conhecidas estão Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Pica-pau Amarelo (1939). Além de escritor, Monteiro Lobato também fazia ilustrações para jornais. Polêmico e árduo defensor das p ró p rias ideias, em 1 9 1 7 , p ublicou o famoso artigo que criticava uma exposição da pintora Anita Malfa . O texto, chamado “Paranoia ou Mistificação?” , falava das influências dos ‘ismos’, como o futurismo, cubismo e surrealismo na arte de Malfa que, apesar disso, tinha um “talento vigoroso, fora do comum”. O escritor, contudo, não aprovava essa proximidade da artista com a cultura europeia. Com isso, Monteiro Lobato, de início, ganhou antipatia dos artistas ligados ao modernismo em São Paulo. Anos mais tarde, no entanto, ele faria as pazes com alguns rep resentantes do movimento, como Mario de Andrade. Nos anos seguintes, Lobato publicou seus primeiros livros. Em “Urupês” (1918), ele deu vida a um dos seus mais conh ecidos p ersonagens, o Jeca Tatu. Sua criação gerou muita p olê mica, j á q ue traçava um retrato p ouco elogiável do ‘ caip ira’ como um suj eito p reguiçoso, q ue simbolizava a miséria do campo no Brasil. O utros livros de sua fase inicial são “Cidades Mortas” (1919) e “Negrinha” (1920). Em 1927, Monteiro L obato mudouse para os Estados Unidos. Ficou lá até 1931 e enfrentou problemas com o seu livro “O Presidente Negro e o Choque de Raças”, no qual contava a h istó ria da vitó ria de um candidato negro à p residê ncia dos Estados Unidos. Apesar de não ter sido bem aceito p or lá, semp re defendeu este p aís p or conta do seu desenvolvimento, principalmente da infraestrutura. No seu retorno ao Brasil, em 1931, Monteiro Lobato defendeu com unh as e dentes um outro ideal: acreditava nas riquezas naturais do país e na produção de petróleo. Por conta disso, ch egou a enviar uma carta ao p residente G etúlio V argas, criticando o governo, o que lhe rendeu uma prisão. Em 1941, voltaria a ser preso pelo mesmo motivo. Esta luta pelo petróleo o deixou pobre e doente. Em 1948, Monteiro Lobato sofreu um derrame fatal, em 4 de julho, em São Paulo.


ViLAs dO ATLânTicO. 12h de domingo, 26/4. ruas vazias.

Prefeitura prorroga vencimento de taxas e prazos de regularização

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p refeitura de L auro de F reitas p rorrogou o vencimento da cota única e da p rimeira p arcela da Taxa de Fiscalização do Funcionamento (TFF), que venceram em 31 de março, para 30 de junho, mantendo o desconto de 10% na cota única. O anúncio foi feito p ela p refeita Moema G ramach o durante transmissão ao vivo pela Internet no dia 17 de abril. A inscrição em dívida ativa dos exercícios de 2018 e 2019 também está suspensa até o dia 30 de junho. O encaminh amento de açõ es j udiciais e de protestos ficou adiado pelo mesmo prazo. As facilidades do Programa de Regularização de Débitos Fiscais (PRD), que p ermite a q uitação e p arcelamento de dívidas por prazos de até 48 meses, foram igualmente p rorrogadas, mas até 20 de dezembro. Os descontos do PRD variam entre 10% e 70% sobre juros e multas. As dívidas de maior valor, q ue sup eram os R$ 100 mil, têm prazos de até 60 meses. Além dessas medidas, a p refeitura decidiu prorrogar até 29 de maio o prazo de vencimento dos alvarás p rovisó rios q ue venceram no final de março, permitindo que as empresas continuem funcionando até que possam regularizar a situação com o atendimento das pendências. Também ficam suspensos, até 30 de junho, os prazos de processos administrativos, fiscais e impugnações, com análise de cada caso. A q uitação de q ualq uer comp romisso se dará p elos meios usuais, assim q ue

forem restabelecidos, dentro dos novos prazos. Até lá, qualquer serviço da secretaria da Fazenda poderá ser acessado exclusivamente por meio do site sefaz. laurodefreitas.ba.gov.br, já que o atendimento está susp enso, até segunda ordem, nas trê s unidades do B anco de Serviços e na administração da secretaria. “Cuidar da economia e dos empregos é fundamental, entretanto a p refeitura tem consciê ncia q ue neste momento de p andemia, nada p ode ser mais imp ortante do que preservar vidas”, afirmou a p refeita Moema G ramach o a resp eito das medidas, anunciadas durante reunião com rep resentantes da Associação C omercial e Empresarial de Lauro de Freitas (ACELF) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, no final de março. O objetivo é minimizar os efeitos, na economia local, do fech amento de p arte do comércio p ara evitar a p roliferação do novo coronavírus, causador da COVID-19. A suspensão das atividades comerciais segue mantida, com uma lista de exceções ampliada. As exceções, assim como as ações para minimização dos efeitos do COVID-19 na economia, foram publicadas em decreto no dia 30 de março. Moema Gramacho reafirmou a necessidade de manter a susp ensão das atividades comerciais de alguns segmentos, e disse q ue a cada semana a gestão está fazendo avaliações do avanço do COVID-19 e da possibilidade de alteração das medidas – q ue entretanto deveriam

ser renovadas no final de abril por mais 1 5 dias (a t é o f ec h a m en t o dest a ediç ã o , qu e a c o n t ec eu n o p do m in g o , 2 6 de a b ril , a p ref eit u ra n ã o h a v ia in f o rm a do a l t era ç õ es. C a so el a s o c o rra m en qu a n t o a edição impressa estiver em produção gráfica, informaremos as medidas no site w w w .v il a sm a g a z in e.c o m .b r). A p refeitura recebeu p edido de comerciantes para estabelecerem um “rodízio do comércio”, que abriria em datas alternadas, mas, de acordo com a p refeita, “não há possibilidade de flexibilizar o isolamento social em Lauro de Freitas”. D e acordo com o Ministério da Saúde, a perspectiva é de que este mês de maio traga um aumento ex p onencial de casos da Covid-19. O país está no início da curva de crescimento p ela q ual outras naçõ es estão p assando ou j á p assaram, com consequências dramáticas para os sistemas de saúde e funerário. Segundo infectologistas as duas p rimeiras semanas de abril seriam críticas. Moema G ramach o informou ainda, em resp osta sobre consultas formuladas a outras p refeituras, q ue o municíp io j á tem “espaços reservados para, se for necessário, transformar em cemitério”. Seguem suspensas atividades de bares, restaurantes, pizzarias, churrascarias, lanchonetes e food trucks, casas de show e espetáculos de qualquer natureza, boates, danceterias e salõ es de dança, casas de festa e eventos, clínicas de estética e salões de beleza, entre outros, podendo, entretanto, oferecer “delivery” de acordo com decreto nº 4.596, que começou a vigorar em 26 de março. O s estabelecimentos comerciais autorizados a funcionar incluem lojas de material de construção e limpeza, oficinas mecânicas e lojas de autopeças e assistê ncia técnica, escritó rios q ue não estej am em centros comerciais, lavanderias, lojas que comercializem eq uip amentos de p roteção individual, açougues, serviços de limp a- fossa, loj as que comercializem insumos de saúde e postos de gasolina. Maio de 2020 | Vilas Magazine | 35


raymundo dantas

Escritor e palestrante, especializado em Mar eting no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

Lembrando o chacrinha

F TIMA POMBO / FOLHAPRESS CROMO

O

comércio p recisa da p ublicidade p ara levar sua mensagem de venda aos clientes, fortalecer sua imagem e buscar fidelização. Então é preciso utilizar bem essa ferramenta. Publicidade é uma arma valiosa quando bem trabalhada, mas pode se tornar um desastre, uma fonte de prejuízos, se mal conduzida. Vamos relembrar algumas dicas importantes. Analise a eficácia dos veículos disponíveis em relação ao seu negócio. Do ponto de vista da relação custo/benefício e considerando sua clientela, qual deve ser a mídia que pode lhe trazer melhores resultados? Será a TV? Será o rádio? Qual o melhor horário para falar com seus clientes? O encarte no jornal, não seria melhor? Talvez um bom folheto para distribuir de porta em porta no seu bairro? Ou um anúncio continuado no j ornal ou revista do seu bairro? Enfim, descubra o que seja melhor para o seu negócio, para aquele seu objetivo, que publicidade lhe traz mais vantagem. Analise as mídias alternativas, como mini out-doors, que você pode colocar na sua própria fachada; telemarketing para clientes já tradicionais ou potenciais; jornais ou revistas de bairro, mais econômicos e que atingem seu público alvo; fundo de ônibus, homem sanduíche, etc. Tudo é válido, de acordo com cada caso. Não entre na onda de só anunciar em mídias caras. Seja prático e faça as contas. O importante é atingir o cliente com a sua mensagem, e nem sempre o melhor resultado é alcançado pela mídia mais cara. Não pulverize sua verba de publicidade. s vezes, querendo anunciar em vários veículos ao mesmo temp o, p ode p rovocar p resença fraca em todos eles. Quase sempre é melhor concentrar os recursos em alguns poucos veículos, garantindo que sua mensagem atinja mesmo o alvo. Mas atente que há um efeito cumulativo na publicidade. Se a emp resa está semp re p resente com sua p rop aganda, ela j amais será esquecida. Por isso, para fixar a imagem do seu negócio, é melhor anunciar pouco, mas continuadamente, do que fazer grandes campanhas, uma vez ou outra. A frequência também lhe dá melhores condições de negociação com os veículos, p ois p ara eles é semp re melh or um cliente que anuncia sempre, garantindo uma receita fixa que vai ajudar a administrar melhor o fluxo de caixa do veículo. Não se descuide da imagem institucional. É uma ilusão p ensar q ue p rop aganda só é válida se divulga p roduto e preço. É necessário também fazer uma publicidade que crie uma boa imagem p ara o seu negó cio, q ue p romova sua emp resa, a q ualidade do seu atendimento, etc. Uma publicidade que gere credibilidade para sua empresa, ajudando a fidelizar os clientes. Em épocas de crise, a fidelidade dos clientes às vezes vai a zero. Quando se tem uma boa imagem institu-

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cional consolidada, isso vale como um seguro de vida, pois segura a clientela. Em cidades do interior, e para os pequenos e médios comerciantes, são poucas as opções. Mas aq ui em L auro de F reitas, p or ex emp lo, é sabido q ue o grande veículo p ara divulgação é a nossa Vilas Magazine. Fico à vontade para dizer isso porque é de conhecimento geral na cidade. F aça um anúncio inteligente e rep ita mensalmente para fixar sua empresa e sua imagem. Em tempos difíceis, como o atual, é comum o varej ista susp ender a p ublicidade p ara diminuir custo. Não há bobagem maior. É exatamente aí que mais precisamos da publicidade. Se o concorrente não está anunciando, não vá na onda dele. Anuncie. Anuncie sempre. É o anúncio q ue vai mostrar q ue você está vivo e lutando! E não esqueça do Dia das Mães, o segundo melhor período de vendas do ano! Anuncie! Como dizia sabiamente o Chacrinha: “quem não se comunica se trumbica”.


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