Vilas Magazine | Ed 259 | Agosto de 2020 | 25 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

DESASTRE AMBIENTAL O óleo voltou Manchas de petróleo voltam a aparecer nas praias baianas

HORTAS EM CASA

Misto de terapia e hobbie em meio a uma pandemia

Ano 22 Edição 259 | Agosto 2020

Prefeitura inicia liberação parcial, com restrições, de atividades comerciais em Lauro de Freitas Shoppings, centros comerciais, lojas de varejo de rua, igrejas e templos religiosos e serviços de drive-in estão autorizados a funcionar, com restrições, entre 8h e 17h, desde o dia 27 de julho. Leitor pode consultar a íntegra dos protocolos de reabertura, e todas as atualizações sobre o avanço da Covid-19 no município, no site www.vilasmagazine.com.br FÁBIO PEIXOTO

CONEXÃO COM A NATUREZA: Marcos Cardim, a esposa, Jamille, e o filho, Mateus:

MÁSCARAS

De proteção à acessório de moda

Parque Shopping Bahia finalmente começa a operar


q CIDADE

Reabertura gradual do comé rcio em Lauro de Freitas

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sta edição da V ilas Magazine foi concluída em 26 de julho, um dia antes de iniciar a primeira fase de rea­ bertura do comércio e outras atividades, em Lauro de Freitas e demais cidades da Região Metropolitana. Segundo o protocolo, a realização dessa primeira etapa de normalização dos serviços está condicionada ao índice de ocupação do leitos de UTI’s exclusivos para Covid-19 no estado, que não pode ser superior a 75%. A Bahia alcançou essa meta e se manteve constante por mais de cinco dias. Shoppings, centros comerciais, igrejas e templos reli­ giosos, estão autorizados a funcionar no município, com restrições e horários limitados. Desde aquele dia, bases de apoio, com equipes de fisca­ lização, estão montadas em locais com grande concentração de lojas de varejo e shoppings – Parque Shopping Bahia e locais estratégicos dos bairros Centro, Itinga, Portão, Areia Branca, Vida Nova e Vilas do Atlântico –, para acompanha­ mento do cumprimento das medidas que liberaram o funcio­ namento parcial de atividades em Lauro de Freitas. Nessas bases, formadas por servidores de quatro secretarias mu­ nicipais e demais órgãos envolvidos diretamente nas ações de fiscalização, estão sendo dadas orientações sobre como se prevenir da contaminação pelo coronavírus, e recebidas denúncias de clientes que identifiquem o descumprimento, por parte de estabelecimentos comerciais, das medidas determinadas pela prefeitura. De acordo com Smith Neto, secretário de Trânsito, Trans­ porte e Ordem Pública (SETTOP), as ações de fiscalização que vinham sendo realizadas nos estabelecimentos comerciais que já estavam autorizados a funcionar serão mantidas. “Além da fiscalização no comércio que já estava funcio­ nando, vamos implementar ações nos bairros para verificar se algum estabelecimento que não está ainda autorizado a funcionar esteja descumprindo esta proibição. Agora pre­ cisamos ainda mais que a população esteja ao nosso lado, cumprindo as medidas, e fazendo denúncias de quem está descumprindo”. A reabertura gradual de parte do comércio de não essen­ ciais foi definida, de forma conjunta, com gestores dos mu­ nicípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador (RMS). Entre as condições estabelecidas para autorização do funcionamento de parte dos estabelecimentos comerciais, foi levada em conta a disponibilidade de 25% de leitos de UTI na Bahia, que atualmente conta com 74% dos leitos ocupados, o que permitiu o início deste processo de reabertura. Vale salientar que ainda não estamos livres do vírus e para 2 |

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que Lauro de Freitas não repita o mesmo que aconteceu em outras cidades pelo Brasil e exterior, que precisaram recuar ao perceber a curva de crescimento do número de casos positivos, é muito importante que a comunidade faça a sua parte, usando máscaras, mantendo o distanciamento entre as pessoas, lavando as mãos com frequência, e principalmente, só sair de casa se for realmente necessário. CONDIÇ Õ ES PARA FUNCIONAMENTO Shoppings centers, centros comerciais e assemelhados podem funcionar de segunda a sábado, das 12h às 20h. Em estabelecimentos de médio e grande porte, a capacidade máxima de ocupação será de uma pessoa a cada 9m². No interior das lojas e nos centros comerciais de pequeno porte, o espaço para uma pessoa deverá ser de 5m². A quantidade de vagas de estacionamento deverá ser reduzida para 50% da capacidade total. O uso de máscaras é obrigatório, assim como o distanciamento mínimo de 1,5 m entre as pessoas, e a disponibilização de álcool em gel 70%. Quiosques de venda de produtos alimentícios, assim como bares, restaurantes e lanchonetes, podem realizar serviços de delivery e retirada na porta dos estabelecimen­ tos, inclusive para clientes do próprio shopping e de centros comerciais, não sendo permitido o consumo no local. Os clientes devem ser orientados a permanecer nos estabeleci­ mentos apenas o tempo estritamente necessário à realização de compras ou uso de serviços. Também há regras específicas para o funcionamento do comércio varejista de rua, que pode funcionar de segunda a sábado, das 10h às 17h, para o público geral, e das 8h às 10h, exclusivo para idosos e pessoas com deficiência, além de medidas para prevenção da proliferação do coronavírus. Fica proibida a realização de eventos promocionais que possam causar aglomeração. Igrejas e templos religiosos também fazem parte desta primeira etapa de reabertura. Neste caso, fica permitido o funcionamento de segunda a domingo, das 10h às 20h, com a capacidade máxima de ocupação de 50 pessoas por ceri­ mônia, ou de 30% da capacidade máxima do salão principal de celebração. Também se aplicam, neste caso, as medidas de distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, entre outras. A íntegra dos decretos municipais 4.652 e 4.653, que de­ terminam os protocolos setoriais para reabertura de serviços e atividades econômicas e religiosas, podem ser consultados no site da V ilas Magazine (www.vilasmagazine.com.br).


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Registros & Notas

Festejos adiados

Celebração em família

A família Andrade celebrou, uni­ da e radiante, o aniversário da empresária Ana Cley de, dia 17 de julho. Antes do jantar especial, um clique para enviar aos amigos, ausentes este ano, devido a pan­ demia: com o marido, Arilton e os filhos Ariltinho, Arilma e Ariana.

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A tomada da Bastilha aconteceu em 14 de julho de 1789, promovida pela população de Paris e marcou o início da Revolução Francesa. Nesta mesma data, em 1944, nascia Ray mundo Carballo Amoedo, em Aboal, pequena aldeia (hoje com não mais que 50 casas) do município de Mondariz, província de Pontevedra, comu­ nidade autônoma da Galiza, Espanha. Desde os 14 anos reside no Brasil e ao lado da família, comanda a delicatessen Bella Massa – como apurado padeiro de ofício –, endereço tradi­ cional de Vilas do Atlântico e região. Figura humana de raros predicados, ganhou mimos redobrados na data – restritos na fa­ mília, devido a pandemia – da esposa Lina (ao seu lado, na foto acima), filhos, netos, nora e genro. Dos inúmeros amigos conquistados e mantidos ao longo dos 76 anos de vida, as manifestações de apreço, este ano, ficaram restritas às mensagens virtuais, sem o calor dos abraços. “Mas no próximo ano, a festa será calorosa”, promete a esposa Lina.

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Nada mais prazeroso para um editor, do que ver que seu trabalho encontra recepti­ vidade na comunidade onde circula. Há 21 anos ininterruptos, a V ilas Magazine está presente, todos os meses, nas residências da região, onde encontramos leitores as­ síduos, a exemplo de d. Railda (esq.) e seu Fontoura. Muito obrigado.

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Audiê ncia que nos honra

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Em julho aniversariaram: dia 1º, Otá vio G aino ( 1) ; dia 6, o publicitário Rafael Andrade; dia 12, o empresário Coriolano Oliveira; dia 13, Ana Lucia Almeida, esposa de Gilberto Almei­ da, presidente do Rotary Club de Lauro de Freitas; dia 21, na is na n a e ; dia 23, a pedagoga organizacional Janeide Borges ( 3 ) ; dia 27, a empresária Maria de Nazaré Leal ( 4 - com o marido Valdemar) ; dia 28, a peda­ goga e professora especializada em Educação Inclusiva, Suely Calix to Caldas. 1º de agosto é dia de festa para a empresária Magda Mascarenhas ( 5 - com o marido Roberto e a filha Juliana) e no dia 20, para os amigos Marivaldo Paix ão ( 6 ) e Reinaldo Machado ( 7) .

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A vida dos pets num cená rio de pandemia Teobaldo Costa

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m meio ao isolamento social, ao qual todos fomos obrigados a conviver, devido à pandemia, a procura por um companheiro de quatro patas cresceu muito. Com mais tempo em casa, muitas pessoas que já tinham o desejo de adotar cachorros ou gatos, conseguiram transfor­ mar a vontade em realidade. Os bichinhos fazem companhia e deixam mais leve a rotina de ficar preso em casa. Segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), a população pet no Brasil é composta por cerca de 140 milhões, entre cães, gatos, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos. Porém especialistas no trato animal, mesmo contentes com o aumento na procura por adoções, alertam para res­ ponsabilidade com esta decisão. Afinal de contas, trata-se de seres vivos, que requerem cuidados, carinho e despesas. E ficamos tristes em saber que do outro lado da balança, pesa o crescimento do número de abandonos de animais. Desemprego, diminuição da renda, mudança de casa, término do casamento e até medo de contrair o corona vírus são alguns dos argumentos dados pelas pessoas – sem qualquer fundamento aceitável – para abandonar seus pets. Mas este triste cenário, não é algo recente. Na busca por melhorias e conscien­ tização coletiva da questão, surgiu em 2013, aqui em Lauro de Freitas, a Rede de Mobilização pela Causa Animal. Formada por um grupo de pessoas que luta pelos direitos dos nossos bichinhos, a REMCA desenvolve inúmeras ativida­ des, destacando a mobilização para a criação de um setor de proteção animal. Para a entidade, a realidade dos animais em nossa cidade, à época, já era bastante preocupante, necessitan­ do uma legislação municipal específica e atuação focada na proteção animal. O trabalho voluntário da REMCA trouxe os animais não humanos para

o debate sócio-político no município de Lauro de Freitas. Inclusive, a entidade foi a responsável pela elaboração do texto do PL e encaminhamento à Câmara de Vereadores, que culminou na criação e promulgação pela Prefeitura de Lauro de Freitas da lei nº 1.618 de 2016, que trata da pro­ teção animal e proíbe e classifica o abandono como mau trato, ficando os responsáveis sujeitos a punições, que vão de multas até responsabilização na vara criminal. Infelizmente na prática, até hoje não temos a devida fiscalização, nem aplicação da legislação pelo poder público, ficando o péssimo sentimento de impunidade no ar. Ao mesmo tempo, faltam políticas públicas efetivas para o cuidado com os animais. Já é comprovado que programas de castração, por exemplo, combatem a proliferação de ani­ mais em situação de rua e fomentam a guarda responsável. Outra ação, que o poder público municipal não promove, mas que se mostra eficaz, além de promover a conscientiza­ ção coletiva, são os eventos de adoções de animais e vacinas. Para completar, se faz necessário equipar e dar efetivida­ de ao Centro de Controle de Zoonoses do município, órgão público de saúde pública, que há muito vem sendo tratado com descaso e carente de investimentos. Uma coisa eu tenho certeza: a adoção é a melhor esco­ lha! A alegria, o companheirismo, o carinho que eles nos proporcionam são inigualáveis. Com ou sem pandemia, precisamos retribuir a eles, com todo amor e atenção, afinal, para eles, nós somos tudo que eles têm. A troca será recíproca e verdadeira! Um “AUbraço” Teobaldo Costa é empresá rio.

Teobaldo ao lado de sua cadela, Lisa

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q CIDADE

uis Mei eles, i eto e e u o, leu e e o, esi ente e Sé rgio Nascimento, diretor té cnico (a partir da esq.)

Empresa de Lauro de Freitas desenvolve soluções que aux iliam no combate à Covid-19

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esde o entendimento de que o mundo estava enfren­ tando uma pandemia, cientistas e pesquisadores se esforçam na busca por soluções que possam garantir menor sofrimento e maior probabilidade de vida, até que uma vacina seja descoberta e testada. Em apoio a essas iniciativas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) lançou, em março, editais que garantem aporte financeiro para o desen­ volvimento de projetos, e uma empresa de Lauro de Freitas foi selecionada: a MDI Industrial, empresa de tecnologia e inovação que desenvolve dispositivos médicos, soluções e produtos para a saúde e bem-estar, teve dois projetos aprovados. O primeiro visa desenvolver um equipamento que auxilia na correta aferição da função pulmonar, indicando inclusive se o paciente precisa de suporte do ventilador mecânico. “Trata-se de um monitor de capnografia, autônomo, de fácil manuseio e portabilidade, que analisa e registra a pressão de gás carbônico expirado pelo paciente, o que pode ajudar os médicos na correta aferição da função pulmonar, podendo liberar leitos mais cedo ou identificar pacientes que necessitem de apoio ventilatório urgente. Ele não substitui o ventilador, mas auxilia no diagnós­ tico de O2 e CO2”, afirma Kleuder Leão, presidente da empresa. O segundo projeto abrange o desenvolvimento de teste “pa­

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drão ouro”, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Nossa meta é identificar, em tempo real, a presença do coronavírus em amostras coletadas em swab de material oral (garganta) ou nasal. Acreditamos que seja possível processar 200 testes por dia, o que totaliza quase 5 mil testes por mês. Não existe nenhuma outra indústria no Brasil produzindo este equipamento, tudo que se tem até hoje é importado, o que aumenta consideravelmente o custo”, informa o executivo. Apesar de serem extremamente jovens – a empresa tem apenas três anos de operação –, Kleuder destaca que a equipe sempre trabalhou com o objetivo de nacio­ nalizar tecnologias já usadas em outros países, e assim fortalecer o Brasil como potência na construção de produtos com alta tecnologia. “A participação nestes editais foi de fun­ damental importância para projetar a empresa a um patamar de tecnologia ainda não visto no Brasil e com isso mostrar que é possível desenvolver produtos aqui, com alto valor agregado e com padrão de qualidade internacional. No final deste mês os produtos, resultado dos projetos inscritos no edital, devem estar em funcionamento, e, após aprovados pelo Inmetro e pela ANVISA, a MDI poderá fazer a comercialização. A Missão Covid-19 selecionou mais de 30 projetos, que apre­ sentaram soluções como uso da inteligência artificial para controlar a propagação da doença, ampliação do número de respiradores, desenvolvimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), dispositivos que reduzem a contaminação dos profissionais de saúde, um spray para superfícies, entre outros.

ACORDO ENTRE ESTADO E MUNICÍ PIO

Lauro de Freitas terá unidade do SAC Empresarial

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cordo de cooperação técnica para implantação de uma unidade do SAC Empresarial com atendimento espe­ cializado para microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte, no município de Lauro de Freitas, foi assinado em 20 de julho, entre governo do Estado e prefeitura municipal. O equipamento terá modelagem inédita, com orientações sobre linhas de crédito do Banco do Nordeste (BNB). “Com


LUCAS LINS

essa nova unidade e parceria com o município de Lauro de Freitas, queremos ajudar a desenvolver os pequenos negócios no interior, estimular e melhorar o ambiente de negócios. A nova modelagem, que será replicada em outros municípios, facilitará o acesso a informações qualificadas de como obter atendimento e potencializar os empreendimentos”, destacou o vice-governador João Leão, titular da SDE. Participaram da reunião o diretor de Comércio e Serviços e Oportunidades de Negócios da SDE, Rodrigo Newton – que será responsável por passar o treinamento à prefeitura sobre o atendimento aos informais, às micro e pequenas empresas, aos MEIs, e orientar sobre o acesso às linhas de crédito do BNB –; Cristiano Magarão, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação Tecnológica (SEDICS); Nelson Pelegrino, titular da secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado; Sérgio Silva, presidente da Conder; além da presença virtual do secretário estadual de Infraestrutura, Marcos Cavalcanti, e dos secretários municipais de Infraestrutura, Cesar Sampaio, e

de Governo, André Marter. Na reunião também foram discutidas questões de infraestru­ tura e geração de emprego e renda no município, a recuperação e banho de asfalto da Estrada do Coco e Av. Beira Rio, a reversão da Lagoa da Base (obra importante que vai diminuir os alagamen­ tos). Moema Gramacho pediu o apoio do vice-governador e do deputado federal, Cacá Leão, visando solução da questão dos 500 apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, na comuni­ dade Capiarara, prontos há mais de um ano, aguardando decisão do Governo Federal para serem entregues às famílias.

e e a Ma ns a no a aposta para Lauro de Freitas

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om 21 anos de profissão, exprocuradora de alguns municípios baianos e especialista em Direito Público, a advogada Rebeca Martins sem­ pre se mostrou inquieta com o cenário político do País. O constante panorama político de corrupção, injustiças e falta de perspectivas no Brasil, fez dela uma mulher formadora de opinião. Mulher de personalidade marcante, conservadora, casada e mãe de cinco filhos, Rebeca não se sentia confortável em ver os rumos políticos, principalmente dentro do município que abraçou como sendo seu de coração. Em 2018 a vontade de mudança falou mais alto e ela decidiu criar um grupo apartidário de apoio à can­ didatura de Jair Bolsonaro à presidência da república, o qual lidera com excelência. A vitória do presidente nas urnas deu ainda mais ânimo, determinação e força para Rebeca Martins. Em 2019 fundou o movimento de rua DIB – Direita Indepen­ dente da Bahia, com intuito de dar voz às pessoas comuns, bem como fomentar a conscientização do eleitorado. Sua postura ativa e independente, fez

dela uma referência, uma líder, com persona­ lidade e opinião própria, sem temer as críticas e os adversários. Essa sua postura chamou atenção de empresários, políticos e partidos que também querem a mudança do atual ce­ nário político. E, desde então, Rebeca passou a receber convites para ingressar na política. Frequentadora e admiradora de Lauro de Freitas desde a adolescência, escolheu o município para criar raízes e formar sua famí­ lia. Apesar do seu crescimento populacional, a insegurança, a falta de infraestrutura e o abandono total por parte dos gestores, fez do município um chamariz negativo. “Lauro de Freitas tem uma política viciada. Precisamos extirpar essa velha política do poder”. Devido sua experiência em Direito Público e vivência política como ex-procuradora de alguns municípios, Rebeca consegue, de for­ ma lúcida, destacar todos os pontos que não foram favoráveis para uma Lauro de Freitas organizada e igualitária. Como pré-candidata ao cargo de vere­ adora do município, Rebeca Martins quer

legislar em prol da população, da mulher, com preocupação também voltada à causa animal, sem perder sua essência e postura ética, ressalta que continuará sua trajetória independente fiscalizando todos os atos do Poder Executivo. A luta pela pauta anticorrupção, a de­ fesa do liberalismo econômico e a aposta na força da família para retomada de uma sociedade moralmente mais sadia, são as premissas que vão pautar sua atuação. “Minha experiência profissional e de vida e a vontade de termos uma cidade melhor, mais bonita, e mais igualitária, me motiva muito, e sei que posso agregar valores éticos e morais com a nova gestão”, afirma Rebeca.

: nsta am: a e oo : e e a Ma ns (em construção)

e e ama ns ahia i e : e e aMa nsB Agosto de 2020 |

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q MEIO AMBIENTE

DESASTRE AMBIENTAL O óleo ainda não acabou Manchas de petróleo, que em a n i am an e a te o litoral do Nordeste e Sudeste do Brasil, voltam a aparecer nas praias da Bahia THIARA REG ES | Freelance para a V ilas Magazine

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m desastre ambiental sem pre­ cedentes na história: desde agosto do ano passado a faixa litorâ nea brasileira, do Maranhão até o Rio de Janeiro, tem suas praias tomadas por manchas de óleo, prov enientes de um derramamento de petróleo cru, até hoje de origem desconhecida e identificados os responsá v eis. Segundo balanço apresentado pelo Ibama no início deste ano, mais de mil localidades foram afetadas, não sendo possív el mensurar o tamanho do estrago causado, principalmente à v ida marinha. L amentav elmente essa história ainda não acabou: desde o final de junho, novas manchas de óleo foram identificadas no litoral do Nordeste, inclusiv e em Salv ador e praias do litoral norte.

As praias de P iatã e Jaguaribe, em Salv ador, foram as primeiras a registrar a presença das nov as manchas na Bahia, durante o mê s de junho. Mas em julho, nov os registros ocorreram nas praias da P ituba e Rio V ermelho, em Salv ador; Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas; Interlagos, Arembepe e Barra do Jacuípe, em C amaçari; e P raia do Forte, em Mata de São João. “Desde o início de julho foram identi­ ficadas manchas de até 10 cm de diâme­ tro em div ersas praias da nossa região. Mas não temos informações consistentes quanto a quantidade de óleo, até porque o material não está sendo recolhido em sua totalidade”, destaca Arthur Sehbe, representante e fundador do grupo Guar­ diões do L itoral.

E m nota div ulgada pela Marinha, em 18 de julho, a instituição informa que atrav és do Grupo de Acompanhamento e Av aliação ( GAA) , composto também pelo IBAMA e Agê ncia Nacional de P etróleo ( ANP ) , foram recolhidos mais de 5 mil toneladas de óleo e resíduos oleosos, en­ tre o Maranhão e o Rio de Janeiro, entre setembro de 2019 e fevereiro deste ano, e que o material foi devidamente destinado, observ ando os protocolos ambientais. So­ bre os fragmentos encontrados este ano, cerca de 100 kg foram encaminhados para análise, e estima-se que somente 30% sejam efetivamente óleo relacionado ao derramamento do ano passado. RECORRÊ NCIA “Quando soube do reaparecimento das manchas de petróleo em Jaguaribe, no início de junho, fiquei angustiado até confirmar a informação”, conta Arthur. Angústia pelo pouco tempo, menos de 10 meses desde o aparecimento das primeiras manchas de óleo na litoral baiano, como pela incerteza do q ue de fato teria acontecido e como coibir nov os Novas manchas de óleo foram encontradas na praia e ilas o tl n o em ulho

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desastres semelhantes. “Não se sabe a origem do de­ sastre e, consequentemente, se o problema fora finalizado ou se pode haver novo vazamento. Por exemplo, pode ter sido um navio afundado, uma tubulação rom­ pida, ou algo que não tenha sido pontual, como estão especulando”, completa Arthur. Ainda na nota divulgada dia 18 de julho, a Marinha pontuava que tem trabalhado, de forma coope­ rativa, com a Polícia Federal e a CPI do Óleo, no objetivo de esclarecer totalmente o desastre, e que refor­ çou o monitoramento dos navios que transitam nas águas jurisdicionais brasileiras e nas suas proximidades. Quanto ao motivo para o reapareci­ mento das manchas, a Marinha explica que fatores meteorológicos, como alte­ rações de ventos e marés, acabam por revolver sedimentos e podem contribuir com o ressurgimento do óleo nas praias, fragmentos não coletados no ano passado. “O que achamos muito estranho nes­ sa recorrência foi o aspecto do petróleo, estava mole, muito similar a uma mancha recém chegada. Imaginávamos que esse material, após seis meses à deriva nos oceanos, chegasse na costa com algas, plásticos aderidos ou qualquer outro lixo, mas não foi como ocorreu”. Antes que pessoas tomem a iniciativa de limpar voluntariamente as praias, seja em mutirão ou monitoramento, é pru­ dente atentar para a pandemia que todos estamos enfrentando, evitando aglome­ rações, em cumprimento às observações

Arthur Sehbe, representante dos G uardiões do Litoral da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda evitar idas às praias. “Caso identifique alguma mancha de óleo, a pessoa deve fazer um registro do local afetado utilizando o aplicativo Timestamp, que identifica data, hora e local, inclusive com as coordenadas de latitude e longitude, e depois acione os órgãos competentes: prefeitura da cida­ de, Inema, Ibama ou Limpurb (no caso de Salvador), e na Defesa Civil, nas demais praias do litoral norte”, orienta Arthur. OS G UARDIÕ ES O grupo nasceu em outubro de 2019, poucas horas antes do petróleo atingir as praias do litoral norte. Com uma conexão muito forte com a natureza, seja na vida pessoal ou profissional, Arthur Sehbe, que é especialista em soluções ambien­

tais, ficou extremamente incomo­ dado ao perceber o tamanho do problema que estava por vir e a baixa atuação governamental no sentido de combater os estragos. Na manhã do dia 11, no ônibus a caminho do trabalho, por volta de 5 horas, Arthur acionou os amigos por mensagens, convidando quem pudesse participar de um mutirão no dia seguinte. “A grande maioria entendeu a urgência da demanda e antes das 12h, daquele mesmo dia, conseguimos organizar para o dia seguinte, 17 mutirões simultâneos em diferentes praias do litoral nor­ te. Monitoramos de Santo Antônio, no município de Diogo, até o Porto da Barra, em Salvador, por dias seguidos, exaustivos, de esforço físico e cansaço mental. Uma das situações mais deses­ peradoras vivemos em Sítio do Conde, na região de Poças, um lugar que teve pouquíssima atuação. Dava para sentir o odor a quase 800 metros da praia, ainda no carro. A praia e a bancada de coral estavam muito impactados, tinha pe­ tróleo por todos os lados. Ficamos cerca de cinco horas trabalhando sem parar. Tiramos quatro big bag’s de petróleo da praia. Quando a maré começou a subir, percebemos muito petróleo se aproxi­ mando, sujando a praia novamente. Não conseguimos segurar a emoção e chora­ mos muito, uma mistura de sentimentos inexplicáveis. Espero imensamente que não voltemos a esse estágio, mas quero aproveitar para parabenizar e agradecer a atuação de todas as pessoas que aju­ daram os Guardiões do Litoral”.

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q SUSTENTABILIDADE

HORTAS EM CASA Misto de terapia e hobbie em meio a uma pandemia THIARA REG ES |

Freelance para a V ilas Magazine

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á muito tempo que ter uma horta em casa ou aparta­ mento não é exatamente uma novidade. Muito já se falou, por exemplo, sobre os benefícios de consumir alimentos frescos e orgânicos, e também dos fatores estéticos, agregando o verde das hortas na decoração dos ambientes. Eu mesma, mantenho em minha casa, alguns vasos com ervas, a exemplo de hortelã, capim santo, manjericão e boldo; já comi o inhame e a batata-doce, e estou ansiosa para colher tomates, quiabo e mamão. Essa relação é tão contagiante, que cada um dos meus vizinhos também mantém suas pequenas hortas. Agora, por exemplo, sãos os chuchus do Sr. Antônio Martins, que estão em plena produção. E estes pequenos projetos ganharam um novo peso nos últimos meses. Pela necessidade de ficar em casa, as pessoas estão conseguindo dedicar mais tempo para o cultivo de frutas, legumes e hortaliças, até como uma forma de terapia. Além disso, a temática está movimentando a internet, tanto com a publicação de fotos nas redes sociais, inclusive dos famosos, como na busca por cursos que tirem todas as dúvidas e poten­ cialize os resultados. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, se surpreendeu com a procura pelo curso gra­ tuito de hortas para pequenos espaços. Realizado há 10 anos de forma presencial, por conta da necessidade de se evitar aglomerações o curso migrou para o ambiente virtual e, logo na primeira turma, teve mais de 8 mil inscritos. A segunda turma, que começou em maio, atingiu a marca de 10 mil alunos.

Entusiasta da conex ão com a natureza Marcos Cardim onse uiu onta ia a es osa, amille, e o filho, Mateus

Nas 12 horas de cursos, o público aprende os princípios bá­ sicos de cuidados com o solo, irrigação e luminosidade, além de conhecer as espécies que se adaptam melhor a cada ambiente. Acompanhe através do site https://www.embrapa.br/e-campo, a oferta de novas vagas. Q UINTAL V ERDE Marcos Cardim sempre foi um entusiasta da conexão com a natureza. Em sua casa, no bairro de Ipitanga, bem pertinho do Rio Sapato, ele está montando uma pequena horta, além de criar abelhas nativas, com ferrão atrofiado, que são ótimas na polinização, e um lago, com peixes ornamentais e tilápias. Curioso, Marcos está sempre buscando aprender algo novo. Foi assim com as abelhas, por exemplo. “Um amigo comentou comigo sobre essa possibilidade de criar abelhas nativas, pois, além do ferrão ser atrofiado, elas não picam, são ótimas com a polinização. Bom, de pesquisa em pesquisa hoje tenho em casa as abelhas Uruçu, que atuam na polinização de plantas frutíferas, por exemplo, e Jataí e Iraí, mais focadas na polinização da horta”, contou.

Emmanuel Cá ssio dá dicas de como começar uma horta 10

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De ervas, leguminosas, até às frutíferas, plantadas em vasos ou diretamente na terra, a exemplo do maracujá amazô­ nico que garante um belo pai­ sagismos ao ambiente, Marcos possui mais de 20 culturas, que durante esses meses de isola­ mento social, estão ganhando um cuidado especial. “Percebi que a horta está desempenhan­ do um papel de ‘terapeuta’ durante esses meses, e está ajudando muito a controlar a ansiedade. Não apenas a minha, rs! Minha esposa, Jamille Santa­ na, nunca tinha demonstrado interesse, mas agora ela faz parte de todo o processo. E nosso filho, Mateus, de 6 anos, ganhou até um cantinho especial onde ele mesmo está plantando”. “É um grande benefício poder ter o alimento assim, natural, que você mesmo plantou. E para além disso, precisamos pensar como contribuir com a natureza e o meio ambiente. Quando comecei a pesquisar sobre as abelhas, entendi que eu precisava reservar um espaço para plantas com flores e resina, a exemplo de coroa de cristo, cosmos, lavanda, lan­ tana e onze horas, que são ótimas para as abelhas. Então eu não posso plantar pensando só em mim, no que eu vou consumir, mas também em gerar oferta para a natureza”. PRIMEIROS PASSOS Para aqueles que decidiram começar

s ho tas e ais s o uma ma o o a a uem possui pouco espaço. Marcos Cardim, por ex emplo, ul a ho tali as em jardineiras (esq.) e no quintal acomoda colmeias de Jataí, mas a a a olini a o a horta (abaixo).

uma pequena horta em casa, o empresário Emmanuel Cássio, que há 16 anos se dedica à criação e manutenção de jardins em geral, destaca que alguns cuidados são necessá­ rios para garantir um bom resultado. “O primeiro passo na hora de fazer pequenas hortas em vasos ou jardineiras é cuidar para que tenha uma boa drena­ gem, fazendo com que a água filtre com facilidade, sem deixar acúmulo. Além disso, é importante uma boa adubação, é indicado o uso de terra orgânica, e eu aconselho ainda o uso de esterco de curral, substrato de frutas, humos de minhoca ou outros com funções parecidas. Na hora de semear, ficar muito atento pois algumas sementes são bem finas e pe­ quenas, caso afunde muito corre risco de não germinar. Depois disso é paciência e controlar bem a molhação, não molhe muito e também não deixe secar. Sinta a umidade da terra”, explicou. Para aproveitar melhor o espaço, Emmanuel destaca que vasos grandes podem acomodar mais de uma cultura, mas cada tipo em seu espaço, pois elas possuem tempo de colheita dife­ rentes. “O coentro, por exemplo,

enche e cresce rápido e o ciclo é mais curto que a cebolinha, que por sua vez, sabendo cui­ dar, rebrota e produz por muito tempo; já o alface precisa ser plantada separada uma muda da outra”, destacou. Sobre quais tipos de culturas plantar, a ideia é que você busque o que servirá de alimento e lhe dará prazer, e isso vale para hortaliças e frutas. “Hoje é possí­ vel manter plantas frutíferas em vasos, principalmente se forem de enxertia ou híbridas, mas é importante observar que o tamanho da vaso precisa se adequar à espécie. No clima de nossa região, você pode ter em casa Jabuticaba, Amora, Fruta dos milagres e Citrus em geral, por exemplo, e a grande maioria das hortali­ ças e legumes”, concluiu.

s hu hus e ntonio Ma ns

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q CIDADE

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MÁSCARAS De proteção à acessório de moda THIARA REG ES Freelance para a V ilas Magazine

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esde o aparecimento dos primei­ ros casos positivos da Covid-19 em Lauro de Freitas, no final de março, que estou em isolamento social em minha casa. Meu trabalho agora é 100% home office, e divido o tempo também em fazer pão, cuidar da casa, dos pets, da horta e do meu pequeno Benjamim. Para não dizer que nunca mais vi a rua, a cada dois meses vou com meu marido fazer o mercado (aliás, uma saga, né?! Não sei se o pior é estar no mesmo ambiente com tantas pessoas, ou ter que limpar tudo quando chegar em casa). Na minha última ida ao mercado, plena, munida de álcool em gel e uma máscara cirúrgica branca, me deparei com muitas pessoas usando máscara, mas nenhuma delas era branca! Lembro que no início da pandemia, as máscaras eram apenas uma incômo­ da obrigação, objetos de necessidade médica, e por algum período foi difícil até encontrar o produto para comprar. Mas agora, as máscaras já ganharam o status de acessório, com direito ao toque personalizado, como a marca de empre­ sas, e até a assinatura de grandes grifes nacionais e internacionais. Em uma busca rápida nas redes so­

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ciais é possível achar máscaras com as mais variadas estampas, desde as mono­ cromáticas, às clássicas estampas xadrez, camuflados, oncinha e poás, sem falar no uso de rendas, lurex, jeans, piquet e os bordados de micro paetê. Vale combinar a máscara com o roupa que está usando, com o estilo, o que inclui também o uso de bandanas, e assim, atender aos mais variados públicos. Os preços variam e atendem todos os bolsos, têm de R$ 5 até R$ 600. Cer­ to ou errado, existe um novo mercado nascendo dessa necessidade do uso de máscaras, que segundo os especialistas, deve durar até o aparecimento de uma vacina contra o coronavírus. PERSONALIZAÇ ÃO Para além das produções em larga escala, os pequenos ateliês de costura

também perceberam uma oportunidade neste mercado. Najara Pinheiro, do atêlie @dona­ ajusta, em Lauro de Freitas, conta que começou a produção no início de abril. “Quando começamos a vender máscaras, logo no início da pandemia, o uso ainda não era obrigatório. Criamos um modelo básico, de amarrar atrás da cabeça, mas que poderia ser usado apenas apoiando a máscara na orelha. Vendemos muitas máscaras nesse período: modelo único, o que mudava era o tamanho, de infantil a adulto, e três opções de cor”, conta. Ao passo que as medidas de restrição e quarentenas eram prorrogadas, Najara percebeu incremento na procura por novas cores e modelos. Aí foi a hora de adaptar o trabalho para atender uma demanda maior e garantir faturamento para o ateliê. “Começamos a produzir máscaras estampadas, modelos ana­ tômicos, adaptados com tiaras e com estilo de amarração diferenciados, pois percebemos que a máscara deixou de ser um simples acessório de segurança. Há muitas possibilidades de modelos e estilos, que inclusive ainda não traba­ lhamos. Para além da estética, estamos sempre atentos às recomendações do Najara Pinheiro usando o modelo ue om ina m s a a e a a


Ministério da Saúde e preocupados em garantir conforto, pois grande parte dos nossos clientes utilizam a máscara para trabalhar”, concluiu. As máscaras vão de R$ 10 a R$ 18, e em alguns meses, a produção foi responsável por 100% do faturamento de Najara. Maria Verônica, do ateliê @mariaa­ teliedemimos, foi resistente, não queria fazer máscaras, mas foi vencida pela insistência das clientes. “Bem, no início eu tive resistência a fazer as máscaras. Não achava certo me aproveitar de um momento de pandemia e fazer disso um negócio, mas as clientes não paravam de procurar. Primeiro, fiz um lote que foi totalmente doado, e só depois comecei a atender minhas clientes. Busquei modelos que se ajustassem melhor ao público femi­ nino, até chegar uma máscara funcional e bonita. Sempre trabalhei com tecido 100% algodão, com estampas divertidas, algu­ mas até com impressão digital. Hoje não produzimos apenas máscaras de proteção, mas um acessório que já faz parte da vida de todos, a partir desse momento, que precisa ser confortável, agregando tam­ bém um ar estiloso”, afirma. As máscaras representam hoje 70% do faturamento do ateliê. As peças vão R$ 7 a R$ 10, cada. PEQ UENO PÚ BLICO EXIG ENTE Se engana quem pensa que as crianças querem passar desapercebidas. Aline Reis conta que a venda de máscaras para o público infantil movimentou o @oimae_, salão e loja infantil, nos últimos meses. “Logo quando surgiu a pandemia, e ainda tinha pouca oferta, a procura por máscaras foi bem grande. Hoje estabilizou, as más­ caras já não são a principal parte do nosso faturamento, mas acredito que a procura será contínua a partir de agora”. As estampas, claro, passeiam pelo universo lúdico: no casos dos meninos são os super-heróis e Lucas Neto, e para as meninas a procura é por estampas mais delicadas e mimosas, como unicór­ nio e tons de rosa. “As mães têm um olhar para a proteção, se a máscara segue as

Criança també m quer andar na moda. a ina Ma ha o e a filha a a (dir.)

Ma ia e ni a us a on o to e es lo Aline Reis se dedica ao ex igente pú blico in an l abaixo)

recomendações, se o tecido é algodão, para evitar possíveis alergias, se tem conforto. Já as crianças buscam logo o personagem com os quais se identificam, e elas são bem exigentes nisso”, afirmou. A loja têm máscaras de R$10 a R$ 29, e as peças são feitas sob encomenda. Karina Machado, da @saralepe. bordados, uniu o bordado, carro chefe da empresa, com a demanda que surgiu de forma orgânica das clientes. “Traba­ lho com bordados, faço muito enxoval infantil, e quando começou a pandemia, algumas clientes me pediram muito que fizesse máscaras para as crianças. Co­ mecei a buscar lojas de tecidos, até fora do estado, e quando não encontrava um personagem específico, fazia a máscara bordada”, conta.

Sem querer, Karina abriu caminho para uma linha diferente de produtos, e hoje faz máscaras 100% algodão, modelo bico de pato, bordadas, com valores que vão de R$ 12 a R$ 15, além dos combos ‘mãe e filha’ ou ‘pai e filho’, extensor e outros acessórios como o porta máscara suja, e um dos mais procurados, o kit festa. “Como alternativa para aqueles que querem ficar juntos no aniversário de familiares, por exemplo, as máscaras são confeccionadas todas com o mesmo tema, cor e bordada com o nome do aniversariante”, concluiu. Como estamos no nosso ‘novo nor­ mal’, se precisar sair de casa, use máscara. Atente-se primeiros às indicações do Mi­ nistério da Saúde; depois escolha o estilo e modelo que mais combina com você. Opções não faltam! Agosto de 2020 |

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q EMPREENDEDORISMO

Pandemia combina com empreendedorismo? THIARA REG ES | Freelance para a V ilas Magazine

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cho que temos que viver um dia de cada vez. Essa máxi­ ma nunca fez tanto senti­ do. Se você pensar muito no que pode acontecer daqui para frente, a ansiedade bate na sua porta e você não consegue enxergar as possibilidades que aparecem e se desespera. Temos que tentar manter a calma e nos conscientizar que essa é uma fase passageira, que de forma resiliente, podemos enxergar novas perspectivas para as nossas vidas e nossos negócios no meio de toda adversidade”. Se você tem uma empresa, com certeza entende perfeitamente este sentimento da empreendedora Junia Franco. A pandemia do novo coronavírus chegou dando uma rasteira geral, dos pequenos aos grandes empresários; não teve ‘esse’ que não precisasse repensar o seu negócio, seja para aprender novas formas de se relacionar com os clientes, vendas online, delivery e drive-thru; seja para lidar com uma nova concorrência. É o que aponta o Portal do Empre­ endedor. De abril até a metade de julho deste ano, 21.415 pessoas tornaram-se microempreendedores individuais (MEIs) na Bahia, um crescimento de 18% em re­ lação ao mesmo período do ano passado. Mas é possível que este crescimento este­ ja associado à situação de desemprego no país, taxa de 12,2% no primeiro trimestre deste ano. A consultora empresarial Mariana Lima, destaca que empreender por ne­ cessidade sempre foi uma característica do empreendedorismo no Brasil. “Nos úl­ timos anos percebemos um crescimento do que chamamos de ‘empreendedores de oportunidade’, que são pessoas que 14

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gostam do desafio ou tem um propósito, e se dedicam no sentido de aperfeiçoar o que fazem. Mas não podemos esquecer que o povo brasileiro tem a caracterís­ tica de buscar sempre alternativas para complementar ou gerar renda para suas famílias, e neste momento de pandemia não seria diferente”, afirma. DOCE Q UE TE Q UERO DOCE Junia Franco (@juniabfranco), é nu­ tricionista e tem uma empresa de con­ feitaria há cinco anos. Começou em 2020 fazendo planejamentos que englobavam inclusive uma linha diferente de doces e um ambiente para receber os clientes, tudo para levar a empresa à um novo patamar. Mas veio a pandemia, e seus bolos para casamento e outros eventos, carro chefe da empresa, foram sumindo à medida que crescia o isolamento social. “Estávamos com a agenda quase fechada de casamentos até agosto. En­ tão, entrei em um ciclo de desânimo e desespero muito grande quando me dei conta que teríamos que parar tudo da noite para o dia”, conta. Mas não dava para continuar na inércia. Ela precisava agir, e rápido, caso contrário não teria como manter os funcionários e os custos do negócio. A inspiração veio do prazer de comer do­ ces, uma pequena porção, o suficiente para garantir ‘aquela’ alegria do dia, sem culpa. A ideia foi trazer novos sabores, aque­ les do planejamento de 2020, para novos formatos, e já na Páscoa, a produção foi o dobro em relação ao mesmo período de 2019. “Já estávamos pensando em uma

Junia Franco se reinventa e conquista novos clientes linha diferente de doces desde o ano pas­ sado. Queria atingir públicos diferentes dos eventos. O cardápio mais compacto, que chamamos de ‘emcasa’, já era um projeto, mas ainda em desenvolvimento. Então repaginamos os nossos clássicos para que se adequassem ao novo forma­ to, além de incluir novos sabores, com foco em sobremesas individuais e mini bolos, que os clientes pudessem desfru­ tar em suas casas”. A mudança gerou medo. Junia não tinha certeza se os clientes, que antes encomendavam bolos para eventos, iriam abraçar a nova ideia. Mas após os três meses de recuperação, ela já pensa em tornar o novo formato em algo fixo da empresa. “Nossa intenção é criar uma linha de produtos diferenciados, com um valor mais acessível e que se adeque à nova realidade, além de novos formatos de bolos decorados e opções de doces para eventos de pequeno porte. Já o cardápio ‘emcasa’, que criamos no início da pandemia, se tornou fixo e estamos fazendo melhorias constantes nele, a cada semana testamos novos produtos e sua aceitabilidade pelos clientes”, conclui. DO LIMÃO, UMA LIMONADA Mariana Lima (@marianalimaconsul­ toria), é publicitária, especializada em pesquisa de mercado e mídias digitais. Atua como consultora empresarial há


DICAS: INOV AÇ ÃO: Não só num momento de crise, mas em todo o momento, o pensamento de um empreendedor deve ser de inovação. As pessoas tem ideia errada de que inovação e tecnologia são a mesma coisa: não são. Inovar é fazer algo que você nunca fez ou fazer de forma diferente para ter um resultado melhor em qualidade, além de diminuir custo e tempo. RESPONSABILIDADE SOCIAL: O maior desafio dos empresários, em qualquer período, é reduzir o custo fixo e aumentar o lucro. Mas o empresário tem que entender que ele tem uma responsabilidade so­ cial. Veja: se aumentar o número de demissões, estou provocando um desaquecimento da economia; diminui o poder aquisitivo da pessoas, diminui também o consumo. Estamos falando de um efeito casacata, onde todos saem perdedo. B M : Tem algo chamado benchmarking, as boas práticas, que é olhar o que outras empresas estão fazendo, aqui e lá fora. Só que a maioria das empresas olham apenas para empresas do mesmo setor, e a grande sacada é adaptar estratégias de outros segmentos para o seu ramo atuação. EXPERIÊ NCIA DO CONSUMIDOR: Quanto à experiência, a pandemia nos leva em dois sentidos. Um deles é o de implantar um modelo híbrido, com atendimento em loja física e ao mesmo tempo online e delivery. As pessoas estão se adaptando e muitas vão permanecer consumindo dessa forma. Por outro lado, estamos na iminência da reabertura com­ pleta do comércio, e as empresas devem ter um olhar muito criterioso no sentido de oferecer uma experiência incrível ao consumidor, que, mesmo com todas as outras possibilidades de consumo que ele vem ex­ perimentando nestes últimos meses, justifique o fato dele sair de casa”.

15 anos e se sur­ preendeu com a grande procura nas primeiras se­ mana da pande­ mia. “Logo que a pandemia co­ meçou teve uma procura muito grande, mas o cenário era in­ certo. Percebi que os empresá­ rios estavam an­ gustiados, proje­ Mariana Lima tando situações para muito além do que de fato estamos vivendo hoje”, conta. A procura foi tão grande que em 24 horas Mariana fechou uma agenda de 20 consultorias gratuitas, de 1 hora cada, com pessoas de diferentes locais da Bahia. Mesmo sabendo que estamos passando por um momen­ to difícil, e que essa situação vai perdurar por algum tempo, a consultora reforça que sempre é uma boa oportunidade para aprender. Conceitos como inovação e experiência do consumidor, por exemplo, precisam mais do que nunca, estar claros na mente de empresários, seja daqueles que já possuem sua marca há anos, como também dos que decidi­ ram começar agora.

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q CIDADE

CORONAVÍRUS / COVID-19

OPINIÃO

‘ Especialistas’ de W hatsApp disseminam t atamentos sem om o a o ien fi a Com a pandemia, mé dicos que nunca trataram mol s as in e iosas se to na am es e ialistas Alex andre Cunha

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omo disse Cobb, o persona­ gem de Leonardo Di Caprio, em “A Origem” (Inception, 2010), a coisa mais infecciosa que existe não é um vírus ou um parasita, é uma ideia. Uma vez que se instala na mente, é quase impossível removê-la. Há algo ainda potencialmente mais perigoso: apaixonar­se por ela. A paixão por uma ideia faz com que as pessoas rejeitem de imediato qualquer evidência que contrarie o conceito básico pré-formulado e vejam as contestações como ataques pessoais ou movidas por motivos escusos. O apaixonado passa a em­ preender uma cruzada quixotesca contra moinhos de vento, não impor­ ta o quão obviamente fantasioso seja tudo. E sempre há vários Sanchos a acompanhá-lo. Com a pandemia do Covid-19 estamos assistindo a cenas até pou­ co tempo inimagináveis. Centenas de médicos que nunca trataram moléstias infecciosas se tornaram especialistas, basicamente com co­ nhecimentos adquiridos em grupos de WhatsApp onde são trocadas “experiências pessoais”. Contrariando as recomendações dos que estão acostumados há dé­ cadas a tratar doenças virais com acometimento pulmonar grave (Infec­

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tologistas, pneumologistas, intensivistas), aventuram-se a estabelecer protocolos para a Covid-19 sem embasamento na literatura científica. Mesmo com todas as sociedades de especialidades médicas das áreas tendo se manifestado contra o uso das medica­ ções fora de protocolos de pesquisa, estes seguem investindo contra os “inimigos” do tratamento e acusando os que agem com cautela e não fazem os pacientes de cobaias de “não quererem salvar vidas”. A grande maioria dos árduos defen­ sores dos kits de tratamento precoce propaga não apenas um efeito benéfico do tratamento, mas resultados surpre­ endentes. As afirmações são feitas basicamen­ te pela experiência pessoal dos parti­ cipantes dos “grupos”, onde relatam seus “bons” resultados. Daí já se nota uma ingenuidade quase infantil: para uma doença em que 80% das pessoas vão evoluir de forma assintomática ou sintomática leve, 95% das pessoas não precisam hospitalização e menos de 1% vem a falecer, as chances são enormes de que o paciente melhore, não por causa do tratamento, mas apesar dele. Tratei pessoalmente centenas de pes­ soas com dipirona e os resultados foram maravilhosos e nem por isso vou fazer lives divulgando seus fantásticos efeitos antivirais. Os defensores do tratamento precoce esquecem a importância de com­ parar os seus dados com os de pacientes não tratados.

O efeito de Dunnig Krugger é muito evidente neste grupo. Esse experimento social realizado na década de 90 demons­ trou que quanto menos um indivíduo conhece sobre determinado assunto mais tem convicção sobre sua sapiência no ramo. Nesta epidemia, assistimos a longos vídeos de uma médica ultrassonografista (importante especialidade de diagnósti­ co, mas que não trata doença alguma) fa­ lar com propriedade dos efeitos antivirais da Ivermectina e fazer recomendações de tratamento. Em alguns minutos, vemos informações bizarras como “na África não há Covid porque usam Ivermectina para tratar outras doenças” sem a menor comprovação de correlação causal nessa afirmação. Depois do falecimento da cloroquina, derrotada por inúmeros estudos cientí­ ficos demonstrando sua ineficácia como prevenção, em uso precoce ou tardio, há de se eleger um novo salvador da pátria. A irracionalidade da abordagem do dito “tratamento precoce” se percebe quando a cada dia aparecem mais candi­ datos que se somam ao “coquetel”, numa manifestação de “não sabemos o que estamos fazendo, então vamos fazer um pouco de tudo”. Cloroquina, azitromicina, zinco, vitamina D, ivermectina, nitazoxa­ nida, anticoagulante e corticóide. Algum desses deve funcionar, então administre­ mos todos. Nenhuma preocupação com efeitos adversos. São incontáveis os casos de medica­ mentos seguros e baratos que quando usados em algumas doenças especificas ou em combinação com outros com os quais não foram estudados causam gran­ des danos à saúde. Esquecem-se os colegas que temos muito a fazer para os que realmente precisam, e não para a grande maioria que não precisa , que teria melhora espontânea e está sendo submetida a tratamentos sem eficácia comprovada.


Inúmeros são os casos de pacientes q ue tomaram os “k its de tratamento precoce” desde o primeiro dia de doença e ev o­ luíram grav emente. E stes são observados pelos profissionais q ue estão realmente na linha de frente, atendendo, presencial­ mente, pacientes de C ov id­1 9 . Os q ue atendem pacientes lev es e assintomáticos, por vídeo, ou mensagem, do conforto de suas casas, não v eem esses casos. Alguém em sã consciê ncia moraria em um prédio constru­ ído por um engenheiro q uímico, q ue acha q ue sabe construir um prédio porq ue é engenheiro tal qual o civil Alguém acometido por uma doença cardíaca segui­ ria os conselhos de um grupo formado por infectologistas, dermatologistas, cirurgiões, e o almologistas para tratar sua doença se esses conselhos fos­ sem contra o q ue recomendam os cardiologistas e as sociedades de cardiologia? E sse é o univ erso distópico em q ue v iv emos atualmente. E specialistas formados pelo WhatsApp, disseminando trata­ mentos sem a mínima compro­ vação cientifica para pacientes desesperados. Mais um triste efeito colateral da pandemia. Nossa única esperança é q ue um bom Sancho tente conv encer os Quixotes de q ue são moinhos de v ento e não dragões. Mas se Cobb estiver certo, esse esforço será inútil. Alex andre Cunha é mé dico infectologista do Hospital Sírio Libanê s ( SP) e do Hospital Brasília ( DF) , e consultor mé dico o a in Me i ina ia n s a

Mú sica leva alegria e descontração a pacientes de hospital de campanha

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música continua transformando as tardes das sextas­feiras no hospital de campanha da Arena Fonte Nov a, em Salv ador. O cantor e compositor Nando Borges tem lev ado música e alegria aos pacientes e funcionár ios da unidade. A ação se inicia no horá rio do almoço dos colaboradores e segue no decorrer da tarde para as alas onde estão os pacientes. Ao som de “É o Amor”, composição q ue ganhou destaq ue com a dupla Z ezé Di C amargo e L uciano, Nando conq uistou funcionár ios e pacientes, como d. Josefa Alv es de Souza, de 58 anos, q ue v eio do município de Crisópolis, que ficou muito animada, cantando a música do início ao fim. Segundo a diretora médica da unidade, L ediv ia E spinheira, ações como essa são importantes para o tratamento dos pacientes. “É um momento de descontração, em q ue os pacientes reduzem a sua ansiedade, q ue é muito grande, diante de uma doença q ue eles sabem q ue pode ev oluir com grande grav idade, e até lev á­ los à morte. Ali eles sentem q ue estão v iv os, lutando por sua recuperação e isso é comprov adamente impactante na sua resposta à doença”, explica. O momento também é aprov eitado pelos colaboradores q ue estão na linha de frente no combate a C ov id­1 9 . P ara a diretora de assistê ncia da unidade Marcela Marq ues a ação garante mais lev eza e esperança. “P ara os colaboradores é um momento de descontração, fortalecimento da fé e da esperança de q ue tudo isso v ai passar e q ue estão cuidando por amor, por missão, por v ocação”.

Pesquisadores desenvolvem respiradores pulmonares de baix o custo na Bahia

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inco pesq uisadores v oluntá rios se uniram para dar origem ao projeto conhecido como Respiral 2.0, um protótipo de respirador mecânico que busca ser uma alternativa em caso da falta de respiradores comuns no país, dev ido ao número de casos de pessoas infec­ tadas pelo coronav írus. Um dos pesq uisadores é o engenheiro de computação formado pela Univ ersidade E stadual de Feira de Santana ( Uefs) , q ue também ocupa o cargo de primeiro sargento do E xército Brasileiro, Rodrigo C osta. E le explica q ue a ideia para criar o projeto surgiu após o pronunciamento do Ministério da Saúde solicitando que a comunidade cientí­ fica elaborasse algum equipamento para suprir a falta dos respiradores. Quando comparado ao v alor de um respirador conv encional, o Respiral 2.0 se encontra em uma linha bem mais acessível, visto que custa em torno de R$6.500 contra R$60 mil do outro tipo.

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Ray mundo Dantas

s ito e alest ante, es e iali a o em Ma e n no a e o, om Mest a o na s anha a mun o antas uol om

PREÇ O E MARCA Em busca da lealdade

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q ue sempre ouv imos dizer a respeito de v endas é q ue o preço é q ue determina o sucesso da loja. Quanto mais barato v ende, mais clientes terá. Aq ui dev emos perguntar: hav erá algum outro modo de manter clien­ tes, além do preço baixo? P or outro lado, será q ue preço baixo mantém mesmo os clientes? E ste é um tema q ue sempre v olta nas nossas conv ersas e parece nunca resolv ido. Mas o problema v erdadeiro, q ue está por trá s dessa discussão, não é o do preço, mas o da fi­ delização do cliente. O q ue de fato nos interessa é con­ seguir q ue o nosso cliente v olte sempre a comprar em nossa loja. E sse sim, é o desafio real. O desafio da fidelização é a guerra de todos os dias nas indústrias, nos nossos fornecedores. Grupos in­ teiros de especialistas em mark eting estão perma­ nentemente debruçados sobre essa q uestão bá sica: como fazer para q ue os consumidores elejam seu produto como o único que lhes satisfaz. Trata­se de administrar a lealdade à marca e, para tanto, é necessá rio torná ­la poderosa. E quais são as características de uma marca poderosa? P ense nos produtos líderes de mercado, q ue estão girando em suas 18 |

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prateleiras e gav etas! O q ue os diferencia? E m primeiro lugar, certamente pos­ suem uma marca cujo nome, forma ou desenho são bastante conhecidos do público. Qualq uer desses produtos é imediatamente distinguido pelo cliente. Alguns deles podem ser reconhecidos até por crianças q ue ainda não sabem ler. A familiaridade se dá portanto com a própria forma ou desenho da marca, q ue imediatamente os lev am a pronunciar o nome do produto.

Uma marca forte é portanto da fami­ liaridade dos clientes. Outra característica importante que está presente nas marcas fortes é a confia ili a e. Isto significa que a marca evoca uma promessa de satisfação em que se pode confiar. Mais uma v ez é a experiê ncia do cliente, no uso daq uele produto, q ue v ai criando essa confiança de que sempre encontrará naq uela marca as mesmas

respostas de q ualidade, q ue lhe dão plena satisfação. A terceira característica é o difeen ial om e o, ou seja, aq uela marca traz uma promessa confiável de cará ter muito especial, q ue a dife­ rencia das outras suas concorrentes. Seja esse diferencial de q ualq uer na­ tureza: q uem sabe, o cheiro, o sabor, o design, a tecnologia, ou até mesmo, o preço. Mas então o seu cará ter especial não estará em ser um produto barato, mas no fato de ter ‘sempre’ um preço ‘mais’ barato, entre produtos de mes­ ma q ualidade. Deu para perceber a diferença ? Agora, o q ue temos a aprender com tudo isso q ue as indús­ trias fazem? Temos q ue entender q ue, enq uanto a indústria cuida da fidelização do cliente ao seu produto, nós precisamos cuidar da fideli­ zação do cliente às nossas lojas, à nossa empresa, ou seja, à nossa marca. Se q uero a lealdade do meu cliente, então preciso encarar minha empresa como o grande produto q ue lhe ofereço: o meu nome comercial, minha marca! E la precisa ser forte, ou seja: conhecida, confiável e com vantagens competitivas especiais. C omo se faz isso? P ela div ulgação, isto é, publicidade. P elo tratamento sincero e colaborativo, que gera con­ fiança e, finalmente, pelas vantagens q ue v ocê oferece e q ue o cliente não encontrará em outra loja. O resto é papo furado! Mãos à obra!



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