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A Revista de Lauro de Freitas e Região
Ano 22 Edição 253 | Fevereiro 2020
Praia de Buraquinho, anos 60
Cruzamento da avenida Luiz Tarquínio com a rua do Oriente
Aterro com arenoso no trecho entre a ponte e o calçamento da entrada principal da cidade
Praça da Matriz, anos 50
MEMÓRIA
Santo Amaro de Ipitanga sem espaço para preservar o passado
Em louvor a Santo Amaro de Ipitanga
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mbaladas por músicas sacras e sucessos de grandes nomes da música sertaneja, as homenagens ao padroeiro de Lauro de Freitas, Santo Amaro de Ipitanga, foram encerradas na noite de 15 de janeiro, com show do padre Alessandro Campos, que lotou a Praça da Igreja Matriz. A festa do padroeiro, aberta uma semana antes, com novena, quermesse e a tradicional lavagem da escadaria da igreja Matriz de Santo Amaro de Ipitanga, por um cortejo de baianas, embaladas pelo hino em louvor a Santo Amaro de Ipitanga, também comemora os mais de
FOTOS: EDGARD COPQUE E LUCAS LINS
quatro séculos de fundação da Igreja Matriz. A festa do padroeiro faz parte do Calendário Oficial de Eventos Culturais do município, aprovado pela resolução de nº 14 do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC), e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas através do Fundo de Cultura. Recebem recursos do fundo os projetos aprovados pela maioria absoluta dos membros do CMPC, composto por representantes do poder público e da sociedade civil. Atualmente, Lauro de Freitas tem 52 eventos calendarizados.
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Maria Carolina Paraíso e Lucas Salomão. Aprovados em 2° e 4° lugar na Escola Bahiana de Medicina.
50 anos de experiência em aprovação.
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Registros & Notas
Roberto de Carvalho, percusionista
Lucas Andrade, clarinetista Kito Matos, violonista
Lula Gazineu, músico, compositor e cantor O aniversário do compositor, músico e cantor, Lula Gazineo, reuniu a fina flor baiana da boa música popular brasileira, na Varanda do Gibão de Couro, restaurante de comidas sertanejas, na Pituba. Uma noite agradável, temperada com repertórios da melhor qualidade, amigos em profusão, canjas generosas, deixaram o aniversariante em estado de graça plena. ENCONTRO PROFISSIONAL Aconteceu em 21 de janeiro, o 2º Encontro para Profissionais de Recursos Humanos e Áreas Afins, promovido pelo PECQUE – Programa de Educação Capacitação e Empregabilidade, no auditório do Colégio Mendel, em Vilas do Atlântico, tendo como proposta proporcionar capacitação continuada para os profissionais das áreas descritas, atualizando-os acerca das reformas previdenciária e trabalhista, e discutir ações conjuntas com o Núcleo de Capacitação Social para o avanço da Empregabilidade em Lauro de Freitas. O Encontro – com direção de Helenaide Santana, pedagoga e diretora de Acolhimento Social do Centro de Estudos Crescer e Construir e coordenação de Charles Bulhões, 4 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
professor, autor e coautor de livros de gestão de pessoas –, teve como palestrantes Gilmar Mendes (contador, MBA em Rotinas Trabalhistas e Previdenciárias, conselheiro e instrutor do CRC-BA) e Victoriano Garrido (psicoterapeuta, pósgraduado em psicologia, formação em Human Resources e em Total Quality Control) e Coordenação de Charles Bulhões (Professor, Autor e Coautor de Livros de Gestão de Pessoas).
A saida pelo empreendedorismo Teobaldo Costa
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requentemente ouvimos dizer que empreendedor é o empresário que iniciou seu próprio negócio. Quando ouvimos o termo empreendedor, tendemos a associá-lo a uma pessoa que tem ou está iniciando seu próprio empreendimento ou, em outras palavras, trabalhando por conta própria. Este é realmente o caso, pois a definição formal de empreendedorismo é que é o processo de iniciar um negócio ou uma organização com fins lucrativos ou sociais. Um empreendedor é alguém que desenvolve um modelo de organização, adquire o capital físico e humano necessário para iniciar um novo empreendimento, o operacionaliza e é responsável por seu sucesso ou fracasso. O empreendedor investe seus próprios recursos ou aumenta o capital de fontes externas e, assim, assume a culpa pelo fracasso, bem como colhe as recompensas em caso de sucesso. Em outras palavras, o empreendedor é o que assume riscos e é um inovador por natureza, um criador. Ou seja, das habilidades e capacidades que um empreendedor precisa ter, primeiro e acima de tudo, ele deve ser um inovador que tenha uma ideia de mudança de jogo ou um conceito potencialmente novo que possa ter sucesso no mercado competitivo. Observe que os investidores geralmente tendem a investir em ideias e conceitos que acham que gerariam retornos adequados para seu capital e, portanto, o empreendedor precisa ter uma ideia verdadeiramente inovadora para um novo empreendimento. Por exemplo, na nossa empresa, tivemos na origem a ideia inovadora de um novo modelo de negócio que mesclasse um atacado com um supermercado, ser um atacadista e um varejista ao mesmo tempo, daí colocamos o conceito até no nome: Atakarejo. Daí em diante foi muito trabalho para a coisa dar certo. Mas além de inovar, o empreen-
dedor precisa ter excelentes habilidades organizacionais e de gerenciamento de pessoas, pois para construir a organização a partir do zero, se deve relacionar com funcionários, clientes e fornecedores, com foco do resultado, para garantir o sucesso do empreendimento. Daí que o empreendedor precisa ser um líder que possa inspirar, ser um visionário e uma pessoa com um senso de missão, pois é importante que o empreendedor motive e conduza o empreendimento. Isso significa que liderança, valores, habilidades de formação de equipes e gerenciais são os principais atributos que um empreendedor precisa ter. Os empreendedores com ideias que mudam o jogo e as habilidades e atributos necessários para obter sucesso garantem que seus produtos, marcas e empreendimentos tirem participação de mercado das empresas existentes, que não estão criando valores ou são simplesmente ineficientes e paralisadas no tempo. Portanto, esse processo de substituição do antigo e do ineficiente por meio de ideias novas e criativas é contínuo e exige atenção permanente, seja para um novo empreendimento, como para permanecer e crescer continuamente. Por isso precisamos estar continuamente em processo de melhoria do trabalho, enxergando novas tecnologias e novos modelos, adquirindo novos conhecimentos. Temos que aprender com exemplos famosos de empreendedores que tiveram sucesso, apesar das probabilidades contrárias, porque tiveram ideias que mudavam o jogo e, mais importante, também tinham os traços e habilidades necessários que os tornariam lendários, porque foram inovadores. Da Apple à Microsoft, do Google ao Uber, a inovação é uma faísca que acendeu o sucesso dessas empresas, como aconteceu em outros lugares do mundo, como a 99 Táxi no Brasil, ou a colombiana Rappi, falando apenas dos casos de conhecidas empresas de tecnologia. Em todos outros casos que possamos estudar, nesse setor tecnológico ou em outros, vemos que, assim como os empreendedores não podem ter sucesso se não
tiverem os atributos necessários, e se não forem inovadores, fica muito mais difícil ter sucesso vivendo em um ambiente ou país que não incentiva riscos ou tolera fracassos e, mais importante, um país incapaz de fornecer-lhes os recursos monetários e o capital humano necessários para o sucesso. Isso significa que assim como os Estados Unidos continuam sendo o país de maior destaque para o empreendedorismo, pois possuem o ecossistema necessário para que esses empreendedores tenham sucesso, o Brasil não possui uma estrutura de apoio, seja de financiamento, educação ou desburocratização. E isso impede que possamos olhar o futuro de forma mais equilibrada com o resto do mundo. Portanto é urgente para o Brasil modernizar as relações dos governos com os empreendedores, seja em nível municipal, estadual e federal. Mais que necessário, é fundamental aumentarmos o diálogo e o incentivo ao empreendedorismo e à inovação para conseguirmos nos alinhar ao novo mundo, com novas relações de trabalho, onde o empreendedorismo assuma boa parte da capacidade de geração de empregos. Olhar essas relações de trabalho de forma antiga nos condena ao atraso, e pior, ao desemprego, que não por acaso teima em continuar, por não estarmos preparados e receptivos estruturalmente para o tempo do empreendedorismo inovador que avança mundo afora. Precisamos entrar na caravana empreendedora do mundo desenvolvido, que passa velozmente, e sair da passividade com pragmatismo, sem populismo, resolvendo nossos principais problemas: mais educação, mais acesso a crédito e menos burocracia. Teobaldo Costa é empresário.
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Registros & Notas
A SALVA ESCLARECE Diretores da SALVA - Sociedade dos Amigos de Vilas do Atlântico – Márcio Costa, coordenador geral e Jessé Palma, coordenador financeiro –, visitaram a redação da revista Vilas Magazine, sendo recebidos pelo diretoreditor, Carlos Accioli Ramos. Na oportunidade, os dirigentes informaram que as 20 câmeras instaladas no calçadão de Vilas do Atlântico, citadas em reportagem publicada na edição de janeiro, foram viabilizadas através de uma parceria da SALVA com a Superintendência de Segurança Municipal. A SALVA comprou e instalou as câmeras e o poder público, via Superintendência de Segurança Municipal, vai fazer o monitoramento 24h/dia. Moradores da orla que quiserem podem ter acesso ao monitoramento, via celular, inclusive com botão de pânico para ajudar no monitoramento. Os visitantes adiantaram ainda que a iniciativa faz parte de um projeto maior de monitoramento que vai englobar as portarias, com câmeras especiais, ruas, alamedas e avenidas.
NINA CHEGOU Dezembro foi recheado de fortes emoções para o casal Jamile e André Amorim. No dia 3, eles viveram a alegria do nascimento de Nina Maria, a primeira filha, ansiosamente aguardada, amada todos os dias da gestação, a luz mais forte da vida deles: “No dia 24 passamos juntos, o mais importante Natal de nossas vidas”.
No país das maravilhas
Pastor Paulo Ferreira, diretor do GGIM, Eliena Azevedo, secretária executiva do SSM, Márcio Costa, coordenador geral da Salva e Júnior Neves, superintendente do SSM, na entrega de um monitor de 50 polegadas, específico para o CIOP/SSm acompanhar as câmeras de videomonitoramento da orla de Vilas do Atlântico 6 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
Antônio e Celina Rafful, à caráter, em Dubai, que visitaram por quatro dias. “Conhecemos o Burj Khalifa (o prédio mais alto do mundo), a ilha da Palmeira (a maior ilha artificial do mundo), o Dubai Mall (o maior shopping mundo), além de andar pelos mercados de especiarias, tecidos e ouro. Fizemos um Cruzeiro pelos países do Emirados Árabes, passando por Mascate, Dora, Omam, Catar e Abu Dhabi”, descreve Celina, deslumbrada com tudo que viu.
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Registros & Notas
ENCONTRO DE NEGÓCIOS Com a presença do vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), João Leão, aconteceu em janeiro mais uma edição do Célerom FERNEM maior encontro de negócios multissetoriais do estado. Realizado no espaço corporativo do Hotel De Ville, em Itapuã, o evento reuniu empresários, especialistas, imprensa e representantes do poder público federal e estadual. No evento, o presidente da FERNEM, Josué Teles (empresário em Lauro de Freitas), destacou que as pequenas e médias empresas são as maiores geradoras de empregos do
O Projeto Trilha das Artes promoveu uma apresentação do cantor e compositor Jau, no Parque Ecológico de Vilas do Atlântico, em janeiro. Além do show de Jau, o projeto levou ao espaço outras manifestações artísticas, como tecido acrobático, palhaços, contação de histórias e aulas de Zumba. 8 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
Estado. “A Central de Negócios tem como objetivo principal fortalecer a economia regional como um todo, contribuir com a formação de novas centrais, ampliar e potencializar novos mercados, colhendo como frutos o bem social, a geração de mais empregos e dignidade para nosso povo”, disse. A Federação de Redes Multissetoriais de Negócios agrega oito centrais de negócios, em um total de 563 empresas, empregando de forma direta mais de 7 mil pessoas e tem como missão promover a competitividade das redes através da representação institucional e da potencialização de negócios
Maria do Carmo de Carvalho da Paixão, paraibana de Princesa Izabel, aniversaria dia 7 e vai celebrar a data ao lado do maridão, Waldyr da Paixão e da filha Bárbara. Mas, especula-se, que está em formatação pelos amigos, uma surpresa. Carminha tem como hobby pintar orixás.
O novo sistema viário, de acesso ao Parque Shopping Bahia, vai permitir também que a comunidade circule, com melhor mobilidade, por outras regiões da cidade
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onscientes da responsabilidade pela implantação de um equipamento do porte do Parque Shopping Bahia, seus diretores contrataram os serviços profissionais da TTC Engenharia de Tráfego e de Transportes, para um estudo de impacto na mobilidade urbana da cidade, após a inauguração do empreendimento. Com mais de 30 anos de atuação, a TTC foi fundada por técnicos pioneiros do setor no Brasil, e conta com profissionais atuantes nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Quais ações o Parque Shopping Bahia vai implantar em relação à mobilidade? Foram analisadas as plantas de implantação e verificado a localização de todos os acessos planejados, e quantificado os volumes veiculares atraídos. Com estes volumes, foi ajustado o posicionamento e quantidade das cancelas para não haver qualquer tipo de interferência no tráfego de passagem. Aliado a isso, nenhum dos acessos planejados se encontra nas vias de maior fluxo da cidade: av. Santos Dumont e av. Luiz Tarquínio. Com isso o tráfego de passagem não sofrerá nenhum tipo de interferência pelo fluxo de veículos atraído pelo shopping. Quantas vagas de estacionamento o Parque Shopping Bahia vai disponibilizar para seus clientes? O Parque Shopping Bahia vai disponibilizar aproximadamente 3 mil vagas. Todo o estacionamento poderá ser acessado por qualquer uma das cancelas. A circulação interna permite circundar todo o empreendimento. Como será o acesso dos clientes que vierem para o shopping de ônibus? Os clientes vindos da região norte da cidade terão um novo ponto de ônibus implantado em uma pista marginal, fora da via expressa, e uma passarela para a travessia segura da av. Santos Dumont. Com a implantação da nova passarela, o semáforo sentido Salvador será retirado, liberando o fluxo veicular neste sentido.
Urbanismo e know how de trabalhos realizados em entidades e órgãos de projeção nacional e internacional, tanto do setor público como privado. Utilizando modernas ferramentas e tecnologias para a realização sustentável dos projetos de seus clientes, a TTC destacou o profissional Márcio Fernando Barbosa (foto), arquiteto e urbanista, para esclarecer questionamentos encaminhados pela Vilas Magazine e melhor informar seus leitores e à comunidade.
Os clientes vindos de Salvador, Itinga e do Centro, terão um novo ponto implantado junto à av. Beira Rio, deixando a av. Santos Dumont livre para o tráfego de passagem. Junto à av. Luiz Tarquínio, após a duplicação, haverá novas baias de ônibus, também liberando o tráfego de passagem. Quem passa atualmente pela frente do empreendimento, não percebe que o shopping esteja investindo em mobilidade. Como informado anterirormente, não haverá acesso ao shopping pelas avenidas principais, ou seja, não haverá acesso para o shopping pela av. Santos Dumont, nem pela av. Luiz Tarquínio. Para acessar o shopping, os veículos vindos do litoral norte deverão pegar uma nova alça junto ao canteiro central, atravessar a pista oposta, semaforiada, e entrar no estacionamento, pelo acesso junto à nova via lateral ao shopping. Estas cancelas darão acesso ao deck park e ao bolsão frontal. Este caminho dá acesso também ao CALF, à UNIME e também à av. Luiz Tarquínio, sem a necessidade de passar pela av. Brig Costa Matos, atualmente estreita e com diversas lombadas. Para os veículos vindos de Salvador, a nova sinalização vai direcionar os condutores para a nova ponte, em fase de implantação, e para a via lateral, que dará acesso a outra nova via, com três acessos distintos ao shopping, e às docas, assim como ao Centro e a UNIME. Veículos originados na av. Luiz Tarquínio, deverão acessar uma destas novas vias e acessar o shopping pelas cancelas existentes. O shopping vai disponibilizar, em seu site, esquemas de circulação com a localização das
entradas e o percurso de cada região com direção ao shopping. No site será possível verificar também todas as intervenções viárias implantadas pelo shopping, nas imediações de seus acessos. A inauguração do shopping vai atrapalhar o trânsito na cidade? Veja bem, todo empreendimento novo atrai viagens, então desta forma o viário de acesso será mais exigido. Foram realizadas diversas simulações, inclusive sobrecarregando o volume que o shopping vai efetivamente atrair e o viário de acesso planejado e em fase de implantação aguentou os volumes atraídos estimados. Na inauguração, será realizada uma grande operação de trânsito, com a colaboração da SETTOP e da Polícia Militar, além da utilização de monitores de trânsito posicionados em diversos pontos viários de acesso, a fim de controlar, informar e mitigar os possíveis problemas. As cancelas de entrada serão abertas para não causarem nenhum tipo de retenção no trânsito, e haverá também um monitoramento assistido, realizado pela SETTOP, a fim de informar a necessidade de qualquer ajuste necessário, tanto nos acessos, como na sinalização. Como em qualquer grande equipamento deste tipo, haverá um tempo de acomodação do trânsito, lembrando que o novo sistema viário de acesso ao shopping também servirá para a comunidade acessar regiões da cidade que não possuem vias de acesso hoje.
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Prefeita defende reposição do nome de Santo Amaro de Ipitanga
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prefeita Moema Gramacho (PT) anunciou em 15 de janeiro a intenção de repor o nome histórico original da cidade – Santo Amaro de Ipitanga – de acordo com a prefeitura, por meio de projeto de lei que enviaria à Câmara Municipal. Em entrevista à Vilas Magazine, em outubro de 2008, a então prefeita afirmou que pretendia propor uma consulta à população sobre a reposição do nome de Santo Amaro de Ipitanga. Em entrevista à Rádio Metrópole, em 21 de janeiro, já com a polêmica nas ruas, a prefeita reafirmou que tudo seria feito por meio de plebiscito, não via projeto de lei e que “para esta eleição
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municipal já não dá mais tempo”. A consulta teria de ser feita pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), juntamente com as eleições. Defendendo-se de críticas, Moema Gramacho lembra que “eu não inventei nada” e chegou a contraindicar a sua própria proposta, lembrando que a mudança de nome implica em custos porque altera os dados cadastrais do CNPJ das empresas. De fato, a Lei Orgânica original do Município de Lauro de Freitas, no seu artigo 25º, determina a “realização de consulta plebiscitária para a mudança do nome do Município para Santo Amaro de Ipitanga – ou simplesmente Ipitanga”.
de suposta conotação ao catolicismo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade dos municípios brasileiros homenageia santos católicos – e mantêm a identidade por razões históricas e de identidade cultural, não religiosas. A inscrição da opção por Ipitanga na legislação que manda convocar o plebiscito já visava atender politicamente o movimento evangélico, que tem força política relevante e crescente em Lauro de Freitas. Apesar de declarações posteriores jogarem um balde de água fria nos defensores da proposta, o anúncio da prefeita durante a missa do padroeiro sinalizou claro apoio à reposição do nome original, não à adoção de um nome alternativo. “Reconhecendo a história do povo deste município, enviarei a Câmara de Vereadores, para aprovação, o Projeto de Lei que defende o nome Santo Amaro de Ipitanga como o fidedigno desta cidade” disse ela na missa do padroeiro. Dom Murilo Krieger também se manifestou sobre o nome do município: “ao refletir a história de Santo Amaro de Ipitanga, penso que ele é quem deveria ainda ser o nome desta cidade”, afirmou. Entre os não religiosos, há tanto quem defenda o retorno ao nome histórico, como quem advogue a manutenção de Lauro de Freitas – por razões práticas, comerciais e até burocráticas, inclusive quanto à mudança do CNPJ das empresas. Os que pregam a volta do topônimo histórico lembram a importância de se afirmar e consolidar as raízes da comunidade para se construir um futuro. Na Câmara Municipal, o apoio à proposta tende a ser escasso, apesar da prefeita contar com ampla maioria entre os vereadores. Emanuel Carvalho (PSDB), vereador da oposição, defende ser “importante discutir esta questão, até analisando os prós e contras na economia da cidade”. Para ele, “não se discute nada, pois o que está em jogo é apenas angariar mais ou menos votos”. Carvalho é “a favor de pensar a mudança do nome da cidade sim, mas não no ano eleitoral, para não servir de | Continua na página 12 u
EDGARD COPQUE
Conforme lembrou a prefeita, os legisladores “não deram nem a opção de continuar Lauro de Freitas”. A consulta deveria ter sido feita no prazo de seis meses a partir da promulgação da lei, que data de 1990, mas jamais aconteceu. Se não é a primeira vez que a prefeita defende o retorno à verdade histórica do topônimo original, agora fez o anúncio durante a missa solene que celebrou o santo padroeiro, no dia 15 de janeiro, presidida por dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil. Representantes das várias denominações evangélicas tradicionalmente se opõem à reposição do nome histórico por conta
Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil celebrou a missa do padroeiro na Matriz de Santo Amaro de Ipitanga
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um palco para os demagogos de plantão”. O vereador compara a proposta de alteração do nome à questão territorial com Salvador: “Literalmente vejo isso como mais uma jogada às vésperas de eleição, assim como foi na última eleição para governador, onde a briga pelo território de Lauro de Freitas contra Salvador foi para os holofotes e quando ACM Neto desistiu da candidatura a polêmica acabou e todos falsos heróis se calaram”, disse. Alfinetando a prefeita, o vereador acrescenta que “a mudança do nome da cidade de Lauro de Freitas para Santo Amaro de Ipitanga neste momento não passa de interesses políticos e mais um jogo de cena para tentar mostrar uma falsa paixão e heroísmo de quem não viveu nenhum momento do passado histórico da cidade, pois aqui não vivia”. Já os nativos, cada vez mais raros, defendem apenas que a memória seja respeitada. O jornalista e músico Márcio Wesley, 46 anos, é um deles. Nascido 12 anos depois da expropriação cultural a que Santo Amaro de Ipitanga foi submetida, ele conta que passou a infância “ouvindo meus pais, meus avós e os moradores mais velhos chamarem Lauro de Freitas de Santo Amaro de Ipitanga”. Porque “eles não aceitavam o novo nome, e nem eu”. Em artigo para a Vilas Magazine publicado em julho do ano passado, Márcio Wesley atesta que “moradores antigos ainda chamam a cidade que eu nasci, me criei e estou criando os meus filhos, de Santo Amaro de Ipitanga”. Afinal, “este era o nome da minha cidade antes da emancipação, em 31 de julho de 1962, quando rebatizaram descabidamente de Lauro de Freitas, que foi um importante engenheiro civil baiano, mas sem qualquer referência, nenhuma raiz ou relevância com a nossa gente”. A alteração artificial de topônimos serve, em geral, à tentativa de legitima12 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
EMANUEL CARVALHO: a favor de pensar a mudança do nome da cidade, “mas não no ano eleitoral para não servir de um palco para os demagogos de plantão” ção da ocupação do espaço por quem não pertence à comunidade original. Foi assim que, nos anos 70, a praia de Buraquinho desapareceu do referencial urbano e deu lugar à praia de Vilas do Atlântico, um loteamento construído sobre as dunas da praia original. A praia de Buraquinho, que em qualquer mapa oficial vai de Ipitanga à foz do Joanes, denomina hoje apenas um apertado trecho – aquele que o loteamento não ocupou. As referências históricas a Buraquinho remontam, pelo menos, ao século 18. Daniel de Sá, por exemplo, reproduziu na sua “Crónica do Despovoamento das Ilhas: uma viagem de emigrantes para o Brasil em 1750” (Lisboa, Editora Salamandra, 1995) o relato do Vice-Rei do Brasil, dom Marcos de Noronha, sobre o naufrágio da nau Nossa Senhora da Conceição e Porto Seguro, com 535 pessoas, em 1756. Dizia Noronha que “naufragou esse navio na foz do rio Joanes, próximo da Baía,
aonde fora reabastecer-se de alimentos e fazer aguada para seguir até Santa Catarina, porque ventos contrários demoraram cinco meses a viagem, no que se gastara o que comer e o que beber, aí perecendo, no lugar de Buraquinhos, de Santo Amaro de Ipitanga, muito mais de metade das pessoas que havia conduzido”. Hoje há apenas Vilas do Atlântico e Lauro de Freitas. Os filhos da terra perderam primeiro o seu espaço social e econômico, como lembrou um dia, faz quinze anos, o professor Emanuel Paranhos. Perderam depois o espaço vital – progressivamente excluídos por uma miríade de loteamentos e condomínios que, bem antes de visar segurança, buscavam pura e simplesmente excluir. A estratégia alcançou tamanho sucesso que ainda há quem pense ser Vilas do Atlântico “um condomínio” – de Salvador. As sequelas da alteração forçada do referencial de Santo Amaro de Ipitanga
ficam claras no déficit de integração das diversas comunidades. Para a população de Itinga e Vilas do Atlântico, por exemplo, Lauro de Freitas designa somente o centro da cidade. Para as famílias mais tradicionais de Portão, o topônimo nada vale. Os mais antigos ainda dizem que vão “a Santo Amaro” – nome que aglutina as comunidades – quando precisam se deslocar ao Centro. Já a alteração do nome de Santo Amaro de Ipitanga serviu a propósitos políticos – outro uso muito comum para a violação de topônimos. Foi o preço a pagar pela aprovação da emancipação. Foi em 1962 que ganhou autonomia o distrito de Santo Amaro de Ipitanga – hoje com 412 anos de história – e então pertencente a Salvador. Nascia ali uma colcha de retalhos que juntou comunidades diversas e com diferentes culturas, necessidades e aspirações sob uma bandeira de inspiração nacionalista e religiosa que – paradoxalmente – vinha ao
Em 1962 o cineasta baiano Glauber Rocha filmou Barravento, tendo como cenário a praia de Buraquinho. A história acompanha um negro educado que volta à aldeia de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião e crenças antigas.
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QUEM GARANTE O FUTURO SÓ TEM A GANHAR.
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Ipitanga: a real identidade ancestral de Lauro de Freitas
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cenário negando a origem jesuíta no próprio nome do município. Teria sido o engenheiro e vereador Paulo Moreira de Souza, de Salvador, falecido em março de 2003, aos 91 anos, quem primeiro articulou a emancipação de Santo Amaro de Ipitanga, apoiado pelas lideranças políticas locais. A proposta foi apresentada à Câmara Municipal de Salvador e aprovada por unanimidade porque a bancada do PSD, majoritária à época, achou de seu interesse homenagear um político falecido em circunstâncias polêmicas durante a campanha eleitoral para o governo do Estado. Tratava-se do engenheiro Lauro Farani Pedreira de Freitas, em homenagem a quem foi colocado um busto na pracinha em frente à estação de trem, no bairro da Calçada, em Salvador e cujo grande legado está no desenvolvimento das ferrovias, das quais aqui nunca se viu um metro de trilhos – até o metrô chegar ao aeroporto. O historiador Cid Teixeira, que integrava o conselho de cultura e turismo de Salvador em 1962, disse que defendeu a preservação do nome de Santo Amaro de Ipitanga, sem êxito. A mudança do nome no bojo de uma manobra política é um exemplo da perda de identidade da comunidade – e fato pacífico entre os especialistas que já trataram do assunto. A construção desse vazio identitário, próprio dos subúrbios das grandes cidades brasileiras, teve início Missa do naquele 31 de julho da padroeiro emancipação. Em vez na Matriz de de promover a autoSanto Amaro nomia, como seria de de Ipitanga: supor, a alteração do nome histórico status político trouxe da cidade mais alienação.
Tina Tude
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Tina Tude é atriz, educadora e ativista pela identidade ipitanguense, titular do segmento de Identidade e Memória do Conselho de Políticas Culturais de Lauro de Freitas.
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EDGARD COPQUE
o atual panorama político-social no Brasil, é preciso cautela ao interpretar de forma crítica, emancipatória e decolonial as manifestações hegemônicas sobre referências civilizatórias. Assim, ocorre uma reflexão sobre a incauta intenção de renomear o município de Lauro de Freitas como Santo Amaro de Ipitanga. Convém observar a historicidade local e perceber onde se confunde a divisão de Estado e Igreja, do território ancestral de Ipitanga (da ocupação dos povos originários, início da civilização local), do distrito (divisão socio-política-territorial e administrativa de Estado) e a Freguesia de Santo Amaro de Ipitanga (uma divisão administrativa da Igreja, estabelecida no território ancestral, cujo nome ainda se confunde no imaginário popular como a origem da civilização local, flagrando na contemporaneidade os vestígios de um pensamento colonial a ser superado). Conceitos como ancestralidade, Estado e Igreja; território ancestral, distrito e freguesia, levam o povo a pensar que o nome Santo Amaro de Ipitanga se referia originalmente à localidade, quando, na verdade, só passou a ser empregado com a chegada dos jesuítas e para designar a freguesia. O nome original do território, que mais tarde se constitui como distrito, era apenas Ipitanga, nome dado desde os ancestrais tupinambá e que, após a emancipação, virou Lauro de Freitas. A freguesia foi denominada Santo Amaro de Ipitanga, por estar situada no local chamado Ipitanga. Se estivesse num local chamado Itapuã, por exemplo, seria Santo Amaro de Itapuã, ou seja, o próprio nome da freguesia nos dá indicativos do nome ancestral e original do local. Contudo, dada sua legítima representatividade naquele período histórico, o senso comum convencionou chamar a localidade pelo nome atribuído pela Igreja, sendo preciso admitir que havia um território ancestral de Ipitanga, denominado pelos povos inaugurais, a ser reverenciado, reconhecido. De modo que não se pode, então, requerer retomar o nome Santo Amaro de Ipitanga como nome original, afinal, o nome original é o ancestral tupinambá, Y-Pitanga. Façamos, pois, uma revisão historiográfica profunda, para reparação e reverência a nossa origem, a exemplo do sábio papa Francisco, que, oportunamente, em arguta percepção decolonial, declarou reconhecer que a Igreja deve uma retratação histórica com a memória dos povos originários na América Latina, pelo silenciamento de suas pertenças civilizatórias. É chegado o tempo de reverenciar nosso nome ancestral de Ipitanga.
Tássio Simões Cardoso
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a cerimônia em homenagem ao padroeiro de Lauro de Freitas aconteceu um fato mais do que curioso. A prefeita Moema declarou que irá enviar para a Câmara de Vereadores um projeto de Lei para resgatar o antigo nome da cidade: Santo Amaro de Ipitanga. Esse assunto é bem complexo e divide opiniões. Há cidadãos – principalmente os recém-chegados – que consideram o nome Lauro de Freitas já consolidado e que os políticos deveriam se preocupar com outros assuntos mais emergenciais. Existem também aqueles – sobretudo os moradores mais antigos e católicos – que defendem a volta do nome Santo Amaro do Ipitanga, por considerá-lo mais representativo e simbólico. Por fim, há outro conjunto de moradores – formado basicamente por pesquisadores, artistas e gestores culturais – que, ao fazer uma leitura mais crítica sobre a história de Lauro de Freitas, aponta para uma maior valorização da ancestralidade indígena como pedra angular da nossa constituição identitária. Tal grupo defende o nome tupinambá: Ipitanga como a denominação que mais reflete o processo histórico local. Considero esse diálogo rico e estou irmanado mais com
a última tese (em outro texto, posteriormente, falarei sobre isso), mas no bojo dessa questão uma problemática cultural torna-se evidente: O que adianta mudar o nome da cidade se a maioria da população laurofreintese não conhece a sua própria história? Processos históricos importantes, como o levante do Rio Joanes, a emancipação política, a participação de Ipitanga nas guerras de Independência da Bahia, a formação das comunidades negras como Itinga, Quingoma e Areia Branca (só para citar alguns assuntos) são totalmente desconhecidos. Como os cidadãos podem exercer a cidade participativa – lutar por direitos, honrar os deveres, preservar os espaços públicos – sem o conhecimento da história do lugar onde vivem? Este quadro pode ser mudado se houver uma política de valorização da história e cultura locais. Lauro de Freitas – uma das economias mais pujantes da Bahia – tem tudo para ser uma cidade educadora, uma capital cultural da Costa dos Coqueiros, porém é necessário construir museus, bibliotecas, teatros, arquivos públicos, monumentos históricos, bem como movimentar as praças, escolas, universidades e centros culturais com uma agenda sistemática de oficinas, cursos e rodas de diálogos sobre a nossa história. Assim, somente depois desse processo de formação é que a classe política poderia organizar um plebiscito inspirado no modelo suíço de democracia direta, onde o povo esclarecido define os rumos da sua própria história. Portanto, mudar o nome da cidade sem antes construir centros de preservação da memória e possibilitar um amplo debate sobre o assunto é “colocar a carroça na frente dos bois”! Tássio Simões Cardoso é doutorando em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia, Mestre em Gestão e Tecnologia aplicadas à Educação, e professor da Educação Básica e do Ensino Superior.
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q CIDADE
Lauro de Freitas não tem endereço certo para abrigar seu acervo de memórias
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prendemos muito cedo através dos livros de História sobre a evolução humana e suas hipóteses, e como a sociedade se moldou até os dias de hoje. É nos livros de História também que aprendemos sobre a Humanidade, o descobrimento do Brasil, sobre as lutas heróicas de um povo por liberdade entre tantos outros feitos. Todas essas informações são fruto de documentos, pinturas rupestres e relíquias históricas, que estão preservadas em museus, bibliotecas e arquivos públicos. Tais documentos são estudados por anos, e cada descoberta é capaz de trazer um novo fato ou até mudar todo o rumo da História.
Um bom dia começa com um bom CAFÉ DA MANHÃ 16 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
Mas não podemos, de forma alguma, desconsiderar o papel da história oral, contada por nossos ancestrais, que carregam consigo algo ímpar, o pertencimento, bem como o papel da Imprensa, capaz de levar a informação ao conhecimento de todos. Você já parou pra pensar o que seria de um povo sem memória? Em 2018 a história do Brasil teve uma perda imensurável com o incêndio no prédio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Aqui, em Lauro de Freitas, a história ainda não tem um lugar digno de sua importância, seja um museu ou arquivo público, onde possa ser estudada e preservada a memória do município, nossa evolução. Essa ausência é imensamente
Professor Gildásio Freitas guarda, em casa e na memória, um verdadeiro acervo histórico de Lauro de Freitas sentida por toda a comunidade. Em 2019 a revista Vilas Magazine se uniu ao projeto desenvolvido pela escola municipal Ana Lúcia Magalhães, que lhe rendeu o prêmio no Educa7, de 2018 com a produção do filme documentário “Memórias de Santo Amaro de Ipitanga”, com o propósito de disseminar fatos mantidos pela oralidade de antigos moradores da cidade de Lauro de Freitas, que outrora se chamava Freguesia de Santo Amaro
Vilas do Atlântico Tel.: 3379-1034 Todos os dias, das 6 às 22h
de Ipitanga. Os relatos de personalidades como dona Aidê e dona Diluca, do bairro de Portão, as beijuzeiras Detinha e Nenzinha, de Areia Branca, seu Firmino e Tião Corredor, de Itinga, e por fim seu Domingos Balaieiro, ajudam a fortalecer, na nova geração, a importância de se criar um vínculo, não com o passado, mas com a identidade de nosso povo. Quem conhece as personalidades ou curiosidades por trás dos nomes de algumas ruas e praças da cidade? Contam os mais antigos, que todas as casas de uma certa rua, no Centro da cidade, eram de palha. Um determinado dia, uma delas pegou fogo, que rapidamente se alastrou, destruindo grande quantidade de casas vizinhas. Por conta desse fato, por anos, a rua que hoje se chama Miguel Santos Silva, era conhecida como a rua do Fogo. A rua José Ernesto dos Santos, aquecida pelo comércio e apelidada pelos frequentadores como ‘Avenida Sete’, já foi rua da Jaqueira, mas hoje não tem uma árvore sequer para contar história.
Rua Queira Deus, em Portão nos anos 60
Praça da Matriz, por volta dos anos 50 E assim por diante temos a rua da Lama, o beco do Jegue, o beco do Funil, o beco do Bozó, a avenida Beira Rio, a praça de Arcanja, o largo do Caranguejo, o largo do Isaac e tantos outros. Hoje um personagem que pode nos contar parte dessas histórias é o professor Gildásio Freitas, 71 anos, natural de Salvador mas um apaixonado pela história do povo de Lauro de Freitas. Por mais de 30 anos ele guarda documentos, jornais e publicações editadas na cidade, em sua residência e na memória, um verdadeiro acervo histórico de Lauro
de Freitas. Gildásio tem curiosidades das quais não têm respostas. Um exemplo é a rua Queira Deus, em Portão. “Conta-se que num certo final de tarde, algumas senhoras conversando na porta de casa, comentou-se que a prefeitura iria asfaltar a rua. Ao que uma delas, da janela, retrucou: - Queira Deus! Mas não tem como saber se de fato foi assim”. Há cerca de dois anos, Gildásio, em parceria com Tobé Veloso, trabalha em um projeto que deu origem à Associação Recreativa Cultural Ambientalista e Social, a ARCAS de Ipitanga. Ainda para este ano está prevista a inauguração de um espaço cultural para onde Gildásio doará todo o seu acervo. “O grande risco da história oral é que um dia as pessoas se vão. Muitos daqueles que me contaram o que hoje sei já se foram. Não acho justo levar isso comigo todo esse conhecimento, como também acho que seja justo que todos esses documentos e jornais que circularam pela cidade e outras relíquias devem estar ao acesso de todos. Conhecer a nossa história é muito importante para todos nós”.
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q CIDADE LUCAS LINS
Novas creches, como a Porto Feliz, no Santa Rita, em Itinga serão construídas com os recursos recuperados
Prefeitura aplica R$ 118 milhões na Educação de Lauro de Freitas
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erca de R$ 118 milhões destinados ao setor de Educação foram repassados, no ano passado, pela União ao município de Lauro de Freitas. São recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Fundamental (Fundef) que eram devidos desde 2006 e que foram efetivamente pagos em 2018. A ação para o pagamento dos precatórios da Educação foi impetrada pelo município ainda na primeira gestão da prefeita Moema Gramacho (PT). Foram muitos anos aguardando até que, em 2012, o município venceu a causa e o processo seguiu para fase de execução. Em 2017, já nesta terceira gestão, a Pre-
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feitura investiu esforços para que, uma vez concluída a execução, pudesse usar os recursos para garantir as melhorias tão esperadas na Educação do município. “O processo transcorreu todos esses anos e em 2017 foi retomada a execução pelo município após longos anos de batalha jurídica”, explica Henrique Tanajura, Procurador-Geral do Município – e “em 2019, o município, através da Procuradoria, conseguiu reverter a decisão judicialmente, com o posterior ingresso dessa verba nos cofres do município”. Moema Gramacho explica que “em 2018 os recursos chegaram a ser depositados, mas, infelizmente, um advogado da União suspendeu o pagamento, por
meio de liminar, com intenção explícita de postergar o recebimento”. A liminar foi derrubada em 2019 e o valor desbloqueado e colocado à disposição na conta da prefeitura. Corrigidos, os recursos chegam a R$ 118 milhões. O Plano de Aplicação desses recursos foi publicado no Diário Oficial do Município ainda no ano passado, seguindo as definições impostas pelos Tribunais de Contas da União (TCU) e de Contas dos Municípios (TCM) e encaminhado para conhecimento também dos Conselhos da Educação, do Sindicato, da Câmara Municipal e TCM. A prefeitura explicou, à época, que tanto o TCU quanto o TCM, por meio da Resolução 1.387/2019, apresentaram limitações para utilização dessa verba. “Os recursos do Fundef, oriundos de decisão judicial, objeto de precatórios, referentes a exercícios anteriores, somen-
te poderão ser aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino básico, vedada a utilização para pagamento de remuneração dos profissionais da educação, rateios, abonos indenizatórios, passivos trabalhistas ou previdenciários”, destaca o TCU. Seguindo a norma, o Plano de Aplicação distribui a totalidade dos recursos para infraestrutura das escolas, creches, na melhoria da qualidade da educação como um todo, inclusive construindo novas escolas e creches, reformando as atuais e climatizando as salas de aula com ar condicionado. Também serão implantadas quadras, parques infantis, salas multifuncionais, lousas digitais e equipamentos de informática, cozinhas nas escolas, bibliotecas, inclusotecas, e câmeras de segurança. O plano prevê ainda a ampliação do número de escolas em tempo integral e capacitação dos professores e demais educadores, dentre outras ações.
Prefeitura lista obras do governo estadual na cidade
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macrodrenagem do rio Ipitanga – mais conhecida como a obra dos piscinões –, os novos apartamentos populares destinados à realocação de moradores afetados pela obra, o sistema de esgotamento sanitário, a finalização da estrada da Quigoma e a licitação do sistema de transportes metropolitanos e municipais estiveram em pauta em janeiro, durante reunião entre a prefeita Moema Gramacho (PT) e o secretário Nelson Pelegrino, de Desenvolvimento Urbano. Estiveram presentes também Sérgio de Oliveira, presidente da Conder e representantes da Embasa, para tratar de assuntos relacionados às obras que o governo do Estado executa atualmente na cidade. O primeiro dos seis reservatórios de captação de água de chuva – os piscinões – localizado entre a Estação Aeroporto do metrô e o Fazendão, no Jardim das Margaridas, está quase pronto. De acordo com a prefeita, um segundo, atrás do Restaurante Popular de Lauro de Freitas, no Centro, será concluído ainda no primeiro semestre deste ano. | Continua na página 20 u
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IPTU pode ser emitido pela internet com abatimento relativo a 2019
D Moema Gramacho observa mapa de obras de Lauro de Freitas: ponto da situação u Continuação da página 19
Os piscinões serão também áreas de lazer para a população nos períodos em que o volume pluviométrico não exceder a capacidade de escoamento dos rios da cidade. Também em relação à obra de macrodrenagem, foram discutidos os 890 apartamentos que estão prontos desde outubro de 2018, no bairro do Jambeiro. A prefeita vinha cobrando a liberação do Governo Federal para que as unidades pudessem ser ocupadas. A prefeitura quer agora uma quantidade maior de unidades habitacionais, em função das últimas enchentes e do alto número de bolsas-aluguel que mantém. Mais 500 unidades deverão ser concluídas em março. ÁGUA E ESGOTO Segundo a prefeitura, o abastecimento de água em Lauro de Freitas, executado pela Embasa, já tem investimentos contratados para os próximos 20 anos. Mas a obra de esgotamento sanitário, que agora promete atender 80% da
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população até 2023, ainda depende da captação de recursos para atender o restante da população. Esses outros 20% já teriam projeto pronto. Ainda segundo a prefeita, o Governo do Estado voltou a se comprometer com obras de recuperação da avenida Santos Dumont, a Estrada do Coco, que hoje é municipal. Um estudo de viabilidade para duplicação da via Gerino de Souza Filho também foi solicitado pela prefeita, assim como maior divulgação da Via Metropolitana. Destinada a retirar da cidade o trânsito de passagem entre Salvador e o Litoral Norte, a via continua subutilizada. Outra obra viária, esta ainda à espera de conclusão, é a da Estrada do Quingoma, paralisada devido a problemas com a empresa executora. Segundo a Conder, responsável pela obra, uma nova ordem de serviço já foi expedida – e a empreitada está sendo relicitada. Moema Gramacho aproveitou a reunião para pedir ao governo que mais um trecho da obra, nas proximidades da creche Irmã Terezinha, seja incluído no escopo.
e acordo com a prefeitura de Lauro de Freitas, os carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 2020 estão sendo distribuídos desde janeiro nas residências, mas quem ainda não recebeu pode emitir uma segunda via na página da Secretaria Municipal da Fazenda, em http://sefaz.laurodefreitas.ba.gov.br. Este ano a correção do IPTU segue o patamar da inflação apurada no período de outubro de 2018 a setembro de 2019, que fechou em 3,22%. De acordo com Luiz Antônio de Souza, secretário da Fazenda, “todos os pagamentos efetuados com atualização superior à alíquota em 2019 e que não receberam o valor da devolução, serão compensados, com correção monetária, no carnê lançado em 2020”. O abatimento refere-se apenas aos imóveis que pagaram em 2019 uma taxa de IPTU superior à efetivamente decidida. A maioria dos imóveis já tinha pago apenas o valor devido e não terá direito a devolução de valores. Souza aproveita para convidar os contribuintes a “aproveitar o Programa de Regularização de Débitos Fiscais para quitar dívidas anteriores com descontos”. No site da secretaria, basta acessar a aba “Serviços Online”, escolher no catálogo a opção “IPTU 2020” e preencher o campo “Inscrição do Imóvel”. Após a pesquisa é possível imprimir a nova via do documento.
O pagamento à vista, com desconto de 10% podia ser feito até 31 de janeiro, mas também é possível parcelar em até dez vezes. A prefeitura habitualmente prorroga o prazo de pagamento, pelo que talvez seja possível pagar sem multa também em fevereiro. Segundo a prefeitura, cerca de 100 mil carnês terão sido entregues. Seria essa a quantidade de contribuintes proprietários de algum tipo de imóvel na cidade. Um adesivo com número de porta do imóvel acompanha os carnês este ano. A ideia é que as pessoas se animem a usar o adesivo para identificar a porta com o número oficial atribuído depois do zoneamento postal concluído anos atrás. O número já vinha impresso nos carnês de IPTU de anos anteriores, mas a população ainda não aderiu à mudança. Em Lauro de Freitas, a numeração das casas passou a ser métrica depois do novo zoneamento postal do município, que substituiu o antigo CEP único pelos CEP de cada rua. A numeração métrica evita duplicidade de números e desordens várias, facilitando a identificação dos imóveis, a vida dos carteiros – e da secretaria da Fazenda, que todos os anos distribui os carnês de IPTU.
Luiz Antônio de Souza: compensação de valores vale apenas para quem pagou a mais
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1,5 A Bicicleta do Vovô é um dos média-metragens incluídos na 12ª edição da mostra
Mostra Cinema e Direitos Humanos chega a Lauro de Freitas este mês
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Cine Teatro de Lauro de Freitas recebe de 11 a 14 de fevereiro, em duas sessões diárias, às 9h e às 14h, a 12ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos. Com acesso gratuito, o objetivo é consolidar a cultura e a educação em Direitos Humanos, ampliando espaços de debate e discussão por meio da linguagem cinematográfica e contribuindo para a formação de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância. Outros 13 espaços culturais da Bahia também recebem a mostra. Entre os vídeos que fazem parte da mostra estão seis produções brasileiras e uma moçambicana: os dois curtas “Nós” e “A Rua é NÓIZ”, e os cinco médias-metragens “À Espera” (Moçambique), “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, “A Bicicleta do Vovô”, “A Câmera de João” e “Heróis”. Os filmes abordam temas que vão desde imigração e direitos dos refugiados até direitos das pessoas com deficiência, direito à educação e cultura, inclusão social, direito das crianças e das mulheres, dentre outras questões. Todas as sessões são gratuitas, com legendas em todas as sessões e áudio descrição, além de tradução para Libras em sessões selecionadas. O intuito é democratizar o acesso à cultura e alcançar espectadores com perfil diversificado.
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milhões. Essa é a quantidade média de e-lixo ou lixo eletrônico produzida apenas no Brasil. E não duvide, isso é muito. No contexto do mundo moderno e super conectado, os eletrônicos fazem parte de nossa rotina da hora que acordamos até dormir: estamos falando da geladeiras, cafeteiras elétricas, smartphones, ar condicionados, aparelhos de televisão e uma infinidade de produtos que funcionam com uma bateria ou conectados à fontes de energia através de uma tomada. E para nos mantermos nesta realidade, aproveitando ao máximo as facilidades propostas pelos eletrônicos, tem gerado pilhas e pilhas de lixo. O Brasil ocupa o ingrato primeiro lugar como maior produtor de e-lixo da América Latina, e o 7º maior do mundo, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para muito além de entulhar os aterros sanitários, com uma estimativa assustadora de 120 milhões de lixo eletrônico no mundo em 2050, a preocupação está na composição química utilizada para a fabricação desses equipamentos, alguns chegam a misturar mais de 100 substâncias, o que torna o lixo eletrônico extremamente nocivo ao meio ambiente. Estamos falando, por exemplo, de chumbo, mercúrio, e do cádmio, que é um agente cancerígeno. Desde 2010 órgãos e instituições de proteção ao meio ambiente buscam a aplicabi-
LIXO MODERNO: Como fazer o descarte adequado de lixo eletrônico THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine
lidade da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.3,05/10), que é bem clara quanto ao gerenciamento do lixo eletrônico. A determinação é de que os diversos setores envolvidos na fabricação de e-lixo devem se responsabilizar também por gerar a logística reversa, ou seja, o recolhimento dos produtos quando não estiverem mais em uso pelos consumidores. A destinação para a reciclagem, uma possível solução que inclusive é rentável, também caminha a passos lentos. A estimativa é que cada brasileiro produz em média 8,3 kg de e-lixo por ano, e apenas 3% de todo esse volume é coletado de forma correta. O 17º Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, levantamento elaborado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, aponta que em 2018 apenas 38,1% do municípios brasileiros dispõem de alguma forma de coleta seletiva. Cabe destacar também, que uma das metas estabelecidas pelo Plano Nacional sobre Mudança do Clima, documento de dezembro de 2008, era ampliar o índice de reciclagem de resíduos sólidos urbanos em 20%, até 2015. PROJETO ILHAS Para amenizar estes impactos, existem projetos ativos em todo o país com objetivo de recolher lixo eletrônico do meio ambiente, dando uma destinação não poluente, realizando a logística
reversa, além de gerar oportunidades e renda. Em Lauro de Freitas um dos trabalhos que se destaca é do projeto Ilhas. Fundado há 14 anos, a iniciativa nasceu nas aulas de Tecnologia da Educação do professor Henrique Moitinho, 51 anos. “Eu trabalhava na iniciativa privada, e em sala de aula conseguimos recuperar um computador. Ali eu percebi que isso poderia ajudar instituições e estudantes com menos recursos, tanto em ter um equipamento pronto para uso, como em capacitar os jovens para uma profissão”, conta Henrique. O projeto funciona em três frentes. A primeira está em espalhar ecopontos pela cidade, proporcionando que a população faça o descarte de forma adequada; a segunda, realiza a triagem dos produtos recolhidos durante o mês e separa a matéria prima que será utilizada nos cursos, onde é ensinada a manutenção de computadores, do básico ao avançado, bem como computação gráfica e desenho técnico; e em terceiro, os produtos não utilizados nas aulas são encaminhados para ex-alunos, que transformam o lixo em fonte de renda, seja pela venda do eletrônico após a sua recuperação, ou pela venda de peças. “Equipamentos como computadores, telas, teclados, são utilizados nas aulas das turmas formadas nas comunidades, em parceria principalmente com igrejas e associações de bairro. Nos primeiros anos era necessário contar com o apoio de
PROFESSOR HENRIQUE MOITINHO: 14 anos de atuação com o Projeto Ilhas
instituições de Salvador pois o volume de lixo eletrônico recolhido era muito maior que a nossa capacidade de recuperação. Com os cursos que começamos a ministrar, conseguimos identificar jovens com potencial, que hoje trabalham com os eletrônicos e os transformaram em sua fonte de renda”, destaca. Hoje, com sete ecopontos distribuídos pela cidade, um deles dentro do colégio Sartre, no Miragem, de uso exclusivo de alunos e professores, além de uma unidade móvel, são recolhidos em média 1.500 quilos de e-lixo por mês. “Esse volume tende a aumentar nos meses de dezembro e janeiro, visto que as pessoas gostam de fazer grandes organizações ou mudanças para iniciar um ano novo. Mas nós mantemos sempre uma atenção para evitar que algum ecoponto sofra um colapso, ou seja, receba muito mais lixo do que a nossa capacidade de gerar a lo| Continua na página 24 u
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q MEIO AMBIENTE
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gística reversa, recuperando um produto que já foi usado e deixando em condições de uso para outra pessoa”, frisa. ONDE DESCARTAR SEU LIXO ELETRÔNICO: l Portaria do Vilas Tênis Clube (Vilas do Atlântico, de 7h às 22h); l Sede da SALVA (ao lado da entrada do Parque Ecológico, em Vilas do Atlântico, de 8h às 17h); l Paróquia São João Evangelista (ao lado da igreja católica, em Vilas do Atlântico, de 7h às 16h); l 52ª CIPM, Sede da Polícia Militar, Sala Multiprojetos (antiga Aldeias SOS, Centro - sentido Praia de Ipitanga. É necessário ligar para confirmar descarte); l Escola Municipal Dom Avelar (Vila Praiana); l CEFOC, Sala 102 (Jardim Tarumã, Itinga, de 8h às 14h). Para coletas de grandes volumes e quantidades, acionar a unidade móvel para agendamento, pelo tel.: (71) 99203-7771.
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ACELF quer Condomínio Empresarial de Fomento Público em Lauro de Freitas
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m “convênio e parceria entre o município, governo do Estado e iniciativa privada” poderia criar um “Condomínio Empresarial de Fomento Público” na cidade. Com foco inicial na indústria de quarta geração, como parque tecnológico o chamado CEF poderia “iniciar o processo de desenvolvimento da região Oeste da cidade”, correspondente às áreas do Caji e Quingoma, “atraindo ainda empresas satélites de apoio, mão-de-obra e produção de matéria-prima com foco nas empresas condominiais instaladas”. O parque empresarial seria dedicado a indústrias de tecnologia, não conformando um “distrito industrial”. Essa é uma das propostas produzidas por um estudo encomendado pela Associação Comercial e Empresarial de Lauro de Freitas (ACELF) ao economista e professor da UFBA, Edson Pitta Lima. De acordo com a ACELF, Lima vem dedicando parte do seu tempo a estudos iniciados em julho de 2019. “É através do conhecimento, estudos e amplo debate que a ACELF crê e trabalha diuturnamente pelo fortalecimento do setor que mais gera emprego e renda na cidade de Lauro de Freitas”, avalia o presidente da entidade Coriolano Oliveira. Para a ACELF, a anterior experiência do Midas, um espaço destinado ao desenvolvimento industrial em Lauro de Freitas, foi um sucesso. “O Midas foi exitoso, uma vez que em 1985, ou seja, antes da apresentação do Midas, Lauro de Freitas tinha 61 indústrias em seu território, ocupando 858 pessoas”, descreve a entidade – “dez anos depois o município já possuía um total de 263 unidades industriais que ocupavam 2.029 trabalhadores, evidenciando um aumento de 330% e 136%, respectivamente”. Segundo números da ACELF, a quantidade de “empresas atuantes” em Lauro de Freitas era de 7.622 em 2017, representando uma queda em relação ao ano anterior, que registrava 7.750 empresas. Em 2013 eram 8.198 empresas, 7.310 em 2014 e 7.706 em 2015. Pelos números do extinto Ministério do Trabalho e Emprego, em 2018 a grande maioria dos empregos em Lauro de Freitas estava no setor de serviços (75.640) e no de comércio (15.228). À exceção de 2008, na década de 2000 Lauro de Freitas também gerava sucessivos saldos positivos de emprego. O destaque foi 2019, com mais de 10 mil postos criados. De 2015 para cá, no entanto, quase só se observam saldos negativos, com a extinção de mais de sete mil postos de trabalho formais naquele ano, mais de 18 mil no ano seguinte, cerca de sete mil em 2017. Em 2018 houve uma leve recuperação, com 707 postos criados, mas
o mau desempenho voltou no ano passado. Os 3.115 postos de trabalho perdidos em Lauro de Freitas em 2019 representam o segundo pior desempenho entre todos os municípios do país acompanhados pelo governo federal, atrás apenas do Rio de Janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de dezembro de 2019. No Brasil como um todo, houve um saldo positivo de mais de 644 mil postos de trabalho. Na Bahia, foram criadas novas 24.576 vagas formais. Além de Lauro de Freitas, destaque absoluto na extinção de vagas de emprego em 2019 também na Bahia, perderam vagas, em segundo lugar Itabuna (747 postos) e outras 26 cidades baianas. Em todas as demais o saldo foi positivo. A ACELF adianta os instrumentos de políticas públicas que poderiam viabilizar o “Condomínio Empresarial de Fomento Público”, anotando antes que o Midas “ensaiou há cerca de 20 anos revolucionar o fomento comercial e industrial na cidade” – “numa época em que o incentivo fiscal era a pauta mais discutida entre investidores e o governo municipal”. “Na impossibilidade da adoção de incentivos fiscais para estimular a manutenção de atividades empresariais no municí-
Acima: A avenida Santos Dumont, principal corredor comercial da cidade: disputa e espaço com áreas residenciais Abaixo: Coriolano Oliveira, presidente da ACELF: “conhecimento, estudos e amplo debate”
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q ECONOMIA
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pio a solução está na oferta de áreas com preços controlados e equipadas com infraestrutura de modo a gerar economias de aglomeração”, defende a entidade. Um dos objetivos do CEF seria estabelecer, a curto prazo, maior ordenamento do uso do solo e a longo prazo o reordenamento do espaço urbano do município. A atividade empresarial, principalmente das unidades fabris, está hoje distribuída pela cidade em regiões que a ACELF vê mais vocacionadas para a ocupação residencial. “Liberar áreas, atualmente ocupada por galpões com atividades empresariais, para ocupação residencial, ensejando melhor aproveitamento da infraestrutura existente, e respondendo às pressões já presentes” é um dos objetivos expressos da proposta. Como é próprio de qualquer parque empresarial, a concentração também criaria melhores condições para o desenvolvimento das atividades, “notadamente manufaturas, em termos de acesso rodoviário, suprimento de água, energia e gás na qualidade exigida pela produção,
segurança contra incêndio e pública, tratamento de efluentes, laboratórios para teste de qualidade, oferta de utilidades e serviços especialmente para pequenas e microempresas, e para empresas de alta tecnologia”. Fomentar a implantação de novas atividades empresariais no município e “melhorar a qualidade ambiental atual e assegurar a qualidade ambiental futura do município” são outros objetivos. A entidade descreve que cerca de “quatro mil atividades comerciais serão deferidas no município”, apesar do “momento de forte crise neste ano”, segundo a secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Para a ACELF, muitas dessas atividades são voltadas para o atendimento ao consumidor local e necessitam de áreas de menor dimensão menor, não conflitando com a ocupação residencial dos bairros. Mas “no momento atual em que a expansão imobiliária passa a concorrer nesses bairros com a atividade empresarial na ocupação do solo, a tendência é para a expulsão da atividade empresarial, não dependente do consumo local”,
observa a ACELF. A pressão do aumento populacional num município de pequeno porte que é vetor de expansão da capital tende se intensificar no futuro, avalia a ACELF. Assim, “o conflito entre ocupação do solo para fins residenciais e para fins empresariais tenderá a se agudizar, havendo o risco das atividades empresariais se transferirem para o município vizinho, o que de algum modo já vem ocorrendo com a comercialização de materiais de construção ao longo da BA-099”, a Estrada do Coco. Já o parque empresarial teria 30% de sua área ocupados por “infraestrutura viária, paisagismo e áreas comuns para lazer de empregados, estacionamento de veículos de carga, estacionamento de veículos pessoais, restaurante e outros serviços pessoais exclusivos para os trabalhadores do condomínio e visitantes”. SIMLAURO Outra ideia derivada do estudo econômico é a implantação de um Sistema de Informação e Memória do Município de Lauro de Freitas (SIMLAURO), que seria “o primeiro pilar do tripé de projetos desen-
SALDO DO EMPREGO FORMAL EM LAURO DE FREITAS 2002-2019
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volvido pela ACELF sob a tutela do economista Pitta Lima”. Entre as informações a trabalhar estão aspectos históricos e georeferenciais, além de dados econômicos “da atual sexta maior economia da Bahia”. Reforçando o atendimento da lei federal de acesso à informação pública, o sistema poderia ser gerido em parceria com entes públicos e O economista Edson Pitta Lima, não-governamentais, desenvolve estudos para a ACELF beneficiando todos os segmentos da sociedade, dos estudantes aos empreendedores já instalados ou que queiram se instalar em Lauro de Freitas. “Além do escopo do projeto, a ACELF se coloca preparada para gerir o SIM em parceria com o poder público, a serviço da cidade”, propõe a entidade. O escopo do projeto extrapola a atividade econômica, desejando que a iniciativa “permita também aos jovens, em sua formação, um maior conhecimento da realidade do município”. E que “venha a gerar interesse ou fundamentação, através de informações quantitativas, para investimentos empresariais, e estudos de graduação e pós-graduação sobre o município”. Para os entes governamentais, seria onde o poder municipal, atendendo a legislação de transparência, disponibilizaria informações para o cidadão – de qualquer modo já disponíveis nos canais oficiais – além de servir como fonte de referência “para orientar e fundamentar a aplicação dos recursos dos cidadãos” – impostos, taxas e contribuições. A ACELF vê com preocupação um levantamento Sebrae que menciona, segundo o qual a taxa de mortalidade empresarial no Brasil, apurada entre as empresas constituídas e registradas nas Juntas Comerciais “mostra o preocupante dado de que 49,4% das empresas encerraram as atividades com até dois anos de existência, 56,4% com até três anos e 59,9% não sobrevivem além dos quatro anos”. “Em busca de alternativas viáveis que fortaleçam o setor produtivo” de Lauro de Freitas, a ACELF, filiada à Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia (FACEB), considerase “irmanada às entidades não governamentais sediadas em Lauro de Freitas de renome nacional”, como o CDL, a OAB, o Rotary Club Lauro de Freitas, o Lyons Clube, o Sebrae, Sesc e Senai, além de ter estabelecido parceria com a SICOOB, cooperativa de crédito nacional com mais de quatro milhões de associados em todo o país.
Regularize o título para poder votar em outubro
O
Brasil começa a se preparar para as Eleições Municipais de 2020. Faltam apenas nove meses para mais de 146 milhões de eleitores irem às urnas para eleger os vereadores, os prefeitos e os vice-prefeitos dos 5.568 municípios brasileiros. Contudo, para votar em outubro próximo, o eleitor precisa estar com a situação regular na Justiça Eleitoral (JE). Em maio do ano passado, a Justiça Eleitoral cancelou mais de 2,4 milhões de títulos de eleitores em situação irregular. O título é cancelado quando o eleitor deixa de votar e de justificar a ausência às urnas por três eleições consecutivas. É importante lembrar que cada turno de um pleito é considerado, para Consulte tanto, uma eleição diferente. A regularidade do título de elei- sua situação tor é uma exigência para obter di- eleitoral no versos outros documentos. Por isso, Portal do TSE. o ideal é evitar o cancelamento do título, normalizando o quanto antes O serviço é a situação no cartório eleitoral. gratuito. Assim, o eleitor que tenha deixado de votar em alguma eleição ou tenha dúvidas se está em dia com suas obrigações eleitorais pode consultar a sua situação no Portal do Tribunal Superior Eleitoral na internet. Se tiver o título cancelado, para regularizar essa situação, o eleitor deverá comparecer a um cartório eleitoral, apresentar um documento de identificação com foto e um comprovante de residência e preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE). Em seguida, deverá pagar multa no valor de R$ 3,51 por turno que tenha faltado à votação. Para votar nas Eleições de 2020, o eleitor deve normalizar sua situação até o dia 6 de maio (151 dias antes do pleito). A data também marca o prazo para emissão do título, alteração de dados cadastrais e transferência do domicílio eleitoral. QUITAÇÃO ELEITORAL O TSE oferece, em sua página eletrônica, a emissão de certidão de quitação eleitoral. Para acessá-la, é preciso clicar na opção Eleitor e Eleições e, em seguida, acessar o menu Certidões > Quitação eleitoral. O sistema solicitará o preenchimento de algumas informações pessoais, como o nome completo e a data de nascimento. O título de eleitor também precisa estar regular para que o cidadão esteja em dia com outros documentos, tais como passaporte e carteira de identidade.
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q FISCALIZAÇÃO
Procon de Lauro de Freitas apresenta balanço de fiscalização Órgão vem ampliando o número de operações e estabelecimentos visitados
A
diretoria de Fiscalização do Procon de Lauro de Freitas apresentou em janeiro, o balanço das operações mais recentes de fiscalização. Na operação “volta às aulas”, realizada pelo órgão no período de 9 de dezembro à 10 de janeiro, 38 estabelecimentos foram
visitados, entre escolas e papelarias. Priorizando o cunho educativo, a ação ocorreu em duas fases e teve como objetivo prevenir danos ao consumidor, orientando diretores e proprietários de escolas particulares em funcionamento no município. Além das visitas, as instituições de ensino receberam uma carta com orientações. A equipe do Procon verificou o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC) quanto ao acesso à informação, responsabilidades do fornecedor, venda
casada, acessibilidade, práticas abusivas, educação inclusiva, materiais de uso coletivo, reajuste de mensalidades, precificação individual nos produtos e nas vitrines, entre outros. Também foram verificados os alvarás de localização e funcionamento, conforme Art. 6º da Lei Municipal nº 696/1991 e a disponibilização de álcool em gel para uso dos clientes nas dependências do estabelecimento, em acordo com o Art. 1º da Lei Estadual nº 13.706/2017. Tendo completado 1 ano de funcionamento em outubro de 2019, o Procon Municipal de Lauro de Freitas tem ampliado a atuação da fiscalização, priorizando o caráter educativo. Além dos 38 estabelecimentos fiscalizados na operação “Volta
Hospital Espiritual entregas mais de 5 toneladas de alimentos, no 2º ano da campanha Natal de Amor NATAL DE AMOR DO HOSPITAL ESPIRITUAL CASA DE AMOR O projeto Caravana Ceia de Cristo, idealizado por Humberto e Patricia Aguiar, fundadores da instituição, em meio a muitas ações sociais da casa, contando com o apoio da equipe voluntária, pelo segundo ano consecutivo acolheu mais de 400 famílias cadastradas e residentes nos municípios de Camaçari (Vila de Abrantes-Semente do Vale), Dias D’Ávila (Projeto Cidade de Bethânia), Lauro de Freitas (grupo de mães cadastradas no projeto), distribuíndo mais de 5 mil quilos em cestas de alimentos, com panetones e frangos congelados. Para as crianças, foram distribuídos mais de 1.000 brinquedos. No varal solidário, mães podiam escolher até quatro peças de roupas e as futuras mamães enxovais. A ação estendeu-se também ao projeto do Instituto Terra Mãe, em Teodoro Sampaio, com as participações dos papais noeis Roberto Bomfim e Nalva (Estrela). SOLIDARIEDADE A campanha Natal de Amor do HECAM já é uma tradição e recebe ajuda dos pacientes, voluntários, amigos e colaboradores de Salvador (Colégio Vila Encantada, Escola Girassol, Sartre-COC, CEPE, CREMEB, Stúdio5, Start Stúdio de Artes e Instituto Embeleze) e de Lauro de Freitas (Restaurante D´Meg, Grupo Doe por um Sorriso e Instituto Cuidar). DEVER CUMPRIDO O HECAM encerrou as atividades de 2019 em 22 de dezembro, com uma linda palestra musicada proferida por Mauricio Pitangueira, coordenador do HECAM, abordando o tema ‘’Amor e Perdão sentimentos essenciais na construção do ser humano’’, mensagem que emocionou os mais de 400 presentes, entre pacientes e voluntários. 28 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
O TRABALHO CONTINUA Com amor e alegria do dever cumprido o HECAM deseja a todos os pacientes, voluntários, amigos e colaboradores um 2020 de grandes realizações, saúde, paz e luz. As atividades foram retomadas desde o dia 5 de janeiro, com cirurgias e tratamentos espirituais,holísticos, fisioterápicos, psicológicos, psiquiátricos e gratuitos CONHECENDO A OBRA Visite nossa página no Facebook e Instagram. Hospital Espiritual Casa de Amor. Rua Pérola Negra, 223. Itinga. Lauro de Freitas. Tels.: 71 3026 1631 / 3026-7070 / 99128-1438. ATENDIMENTOS O HECAM realiza atendimentos nas unidades de Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’Ávila e Jequié, com previsões para 2020 iniciar a construção da Sede Própria em Salvador (Lar da Criança Tio Juca) e o NUCI (Núcleo de Cuidados Integrativos), além de dar continuidade às ações visando a construção da Cidade de Bethânia, a primeira cidade espiritual resiliente, sustentavel e inclusiva, um projeto idealizado pelo HECAM, a pedidos e orientações da espiritualidade que coordena todos os trabalhos da casa.
contrados produtos com prazo de validade vencida e emitido um auto de infração. OPERAÇÃO “HORTO E JARDIM” realizada de 23/10 à 1º/11/2019 e retorno nos mesmos estabelecimentos no período de 9/12 à 13/12/2019. Sete estabelecimentos visitados. Constatou-se, em alguns estabelecimentos, a ausência de exemplar do Código de Defesa do Consumidor, conforme determinação legal.
às aulas”, as operações mais recentes registraram os seguintes números: OPERAÇÃO “NATAL LEGAL”, realizada de 18 à 20/12/2019. 25 estabelecimentos visitados. Sendo constatada a falta e precificação inadequada, tendo sido regularizada de imediato. OPERAÇÃO “CUMPRIMENTO DE DENÚNCIAS” realizada de 2 à 6/12 e 13/12/2019. Três estabelecimentos visitados. Sendo constatado produtos impróprios para o consumo e emitido um auto de infração. OPERAÇÃO “BLACK FRIDAY” realizada de 25 à 29/11. Quatro estabelecimen-
tos visitados. Constatou-se, em alguns estabelecimentos, a ausência de exemplar do Código de Defesa do Consumidor, conforme determinação legal, além da falta e precificação adequada. A ausência de alvará de funcionamento também foi identificada nesta operação que resultou na emissão de dois autos de infração. OPERAÇÃO “BLACK FRIDAY” em sites de lojas de varejo, realizada em 16, 22 e 29/11. Quatro estabelecimentos fiscalizados. Nenhuma irregularidade encontrada. OPERAÇÃO “CUMPRIMENTO DE DENÚNCIAS”, realizada de 2 à 11/11. Três estabelecimentos fiscalizados. Foram en-
DICAS PARA O CONSUMIDOR n Não perca os prazos para reclamar: 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para os duráveis; n Exija sempre a nota fiscal com os artigos discriminados. Recuse notas que relacionam apenas o código do produto. Isso dificultará sua identificação. n Em Lauro de Freitas, o consumidor pode fazer suas denúncias pelo telefone 3288-8919; presencialmente, na unidade do Procon, localizada na rua Silvandir F. Chaves, nº 158, Sala 6, Recreio de Ipitanga (rua lateral ao hospital Menandro de Faria, sentido Vida Nova) ou ainda pelo e-mail denunciaproconlf@gmail.com Os atendimentos presenciais são realizados de segunda a sexta-feira, de 8h às 14h.
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ESPAÇO ABERTO
Encontros de meditação em Vilas do Atlântico
A
cabo de retornar de mais uma temporada do Sul Índia, especificamente da cidade de Tiruvannamalai, no estado de Tamil Nadu, onde desde setembro estive vivenciando a vida meditativa e muitas experiências com ao povo e a rica e milenar cultura indiana. A partir do dia 8 deste mês, daremos reinício ao projeto “Meditação aberta em vilas do Atlântico”, com encontros todos os sábados, das 16h30 às 18 horas, em nosso templo de satsanga e meditação. Todas as pessoas a partir dos 12 anos podem participar. Importante ressaltar que a prática correta da meditação, além de ser comprovada ferramenta terapêutica para a manutenção da saúde do corpo físico e da mente, nos permite expandir nossas percepções e consciência, até que possamos experimentar uma realidade que transcende o tempo e espaço, e até mesmo a crença de que somos individualidades separadas que habitam corpos diferentes. “Quando através da meditação, o corpo físico relaxa, a respiração se torna lenta e profunda, os pensamentos cessam e a mente se volta para dentro, pode se ter a nítida experiência do ser eterno, infinito e único que somos, e que tem sua existencia mesmo sem o corpo fisico e a mente ... um estado de felicidade e beatitude permanentes, incomparáveis com qualquer alegria transitória que o mundo possa nos oferecer”. Tal realidade permanece ignorada pela maioria dos seres humanos enquanto não se dedicam à esta busca. Eis a sabedoria que busco transmitir nestes encontros aos sábados. Estão todos convidados! A entrada é franca, mas doações são aceitas. Inscrições e mais informações: tel.: 71 9 9156-3151. Siddhartharishi é yogue e educador holístico com formação prática desde 1990 no Brasil, Europa e Índia.
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Virtudes para um novo ano
A
chegada de um novo ano sempre traz consigo sonhos e expectativas. Muitas pessoas organizam planos e elaboram metas, outras apenas sonham e não se planejam; mas mantém as imagens dessas possíveis conquistas bem vivas em suas mentes e corações. Algumas conquistam os sonhos e as metas, enquanto outras chegam ao final do ano lamentando o que poderiam ter feito e deixaram de fazer. Entretanto sob um olhar mais profundo podemos perceber que todas essas pessoas em geral não priorizam elementos fundamentais na vida: as virtudes. Não é comum as pessoas planejarem ser mais generosas, mais bondosas ou mais temperantes. Como sugestão, listamos três virtudes a serem cultivadas neste novo ano. GENEROSIDADE “Não há convivência possível quando falta a generosidade do amor e quando prevalece o sentimento absorvente daquele que se considera único no mundo...” (Professora Delia Steinberg Guzmán, diretora internacional da Nova Acrópole). A generosidade é um ato de amor, significa usar a boa vontade para fazer o bem ao outro; é uma entrega de coração. Não se trata de distribuir o que se possui em excesso, de abandonar o que sobra. O homem generoso desenvolve a capacidade de gerar e dar de forma justa e para o bem comum. RENOVAÇÃO Como diz a filósofa Beatriz Diez Canseco: “Não devemos esperar nos sentirmos mal para começar o traba-
Nosso futuro Adenáuer Novaes
É
a vida um curto espaço de tempo entre o nascer e o morrer, cujo objetivo é a obtenção de sucesso? Este sucesso significa aprender, obter um bom emprego, ter dinheiro e patrimônio e depois, ou concomitantemente, pelo trabalho digno usufruir do que conquistou? Talvez não seja apenas isto. Mesmo sabendo que a maioria das pessoas deseja este sucesso, creio que isto é muito pobre, repetitivo, quase beirando a mediocridade. Por que então vemos pessoas bem sucedidas com depressão, infelizes ou desestimuladas para viver, algumas, inclusive, dando péssimos exemplos de ética? Deveria haver uma política pública para o envelhecimento, isto é, uma preparação para o viver visando a aposentadoria. O que deixaria o ser humano plenamente feliz e satisfeito com a vida senão o sentimento do dever cumprido, de ter ele mesmo realizado o próprio destino? Portanto, há que haver um futuro diferente e melhor para o ser humano além daquele sucesso minúsculo. O adulto e o idoso de hoje precisam de uma educação que lhes faltaram na infância. Não se trata tão somente de educar para uma morte digna, mas de ensinar a dar continuidade ao viver com um sentido maior. Quem já envelheceu necessita ser estimulado a voltar a se interessar por aprender para que ainda alcance o sentido da vida. Deve-se aproveitar a experiência do idoso, educando-o
lho de renovação interior, porque serão demasiadas impurezas que haveremos acumulado e necessitaremos de muito tempo para nos limpar.” A renovação é uma virtude que nos permite manter um frescor interior, livrando-nos do que nos pesa, e reafirmando o que nos eleva como seres humanos. CORAGEM Há que se ter coragem para enfrentar
a devolver à sociedade o que dela recebeu. Dando sua cota de serviços necessários à sua própria satisfação. Com isto ele aprenderá que a morte é um destino digno quando se deixa um legado social. Certamente saber que reconhecidamente contribuiu e contribui diretamente para a construção de uma sociedade melhor, que alcançou o sentido de sua vida e que a morte lhe é compreensivelmente uma experiência para a qual adequadamente se preparou o deixará, a qualquer tempo, feliz e realizado. Tal não ocorre por que não trabalha conscientemente e diretamente para um mundo melhor, não alcança o significado de sua existência nem se contenta com a morte como destino final de sua vida no corpo. Falta-lhe educação, conscientização, propriedade de seu destino sem terceirização de responsabilidades e, sobretudo, uma noção superior e transcendente para a própria vida. Por conta disto há inegavelmente um vazio existencial em cada ser humano. Ou a noção de responsabilidade coletiva, de solidariedade para a cidadania e de metas existenciais alcançáveis são exaustivamente disseminadas e internalizadas por cada ser humano ou o vazio da vida permanecerá. É este vazio o sintoma de uma sociedade constituída de autômatos, indivíduos sem norte e sem filosofia que o prepare para o agora e que inclua sua morte. Não se trata de uma preparação para o Além, mas para as experiências da vida presente em todas as suas etapas. O vazio desaparecerá quando o indivíduo compreender que deve sua cota de serviços voluntários e gratuitos ao mundo para que o mundo seja seu melhor legado. Adenáuer Novaes é psicólogo, escritor, filósofo e engenheiro.
a nós mesmos, superar nossas dificuldades internas e externas sem temor e com muita consciência. “Não é que nos falte valor para empreender as coisas por elas serem difíceis; mas elas são difíceis precisamente porque nos falta valor para empreendê-las” (Sêneca, filósofo estoico romano). O valor ou “coragem” é a virtude que nos ergue diante das adversidades, que nos faz fortes para cumprirmos com o nosso dever, que enobrece alma humana.
NOTA: A Organização Cultural Nova Acrópole de Lauro de Freitas convida a comunidade para a palestra “A Filosofia Eterna de Giordano Bruno”, dia 15, sábado, às 17h e conhecer sua programação cultural. Entrada franca. Visite a homepage www.novaacropole.org.r/laurodefreitas João Paulo, Eduardo, Manoela e Flávia, são voluntários da Nova Acrópole Lauro de Freitas. Fevereiro de 2020 | Vilas Magazine | 31
q PREVIDÊNCIA
Confira caminhos para quem está na fila de espera do INSS Embora o prazo seja de 45 dias, pedidos estão parados há meses e segurados buscam a Justiça
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O
segurado do INSS que está na extensa fila de análises do órgão pode tomar algumas providências enquanto aguarda uma resposta. Entre elas, entrar na Justiça e providenciar documentos extras. São quase dois milhões de benefícios para serem analisados no país, de acordo com o INSS, que afirma ainda que o tempo médio para a concessão de aposentadorias é de 125 dias. São 80 dias a mais do que o prazo oficial, de 45 dias, para analisar um pedido. E a reportagem já encontrou casos de segurados que aguardam há quase um ano.
Por causa dessa demora, trabalhadores estão recorrendo à Justiça para acelerar a concessão do benefício previdenciário. Alguns, inclusive, por meio de mandados de segurança. A ação obriga o INSS a dar uma resposta dentro do prazo estipulado pelo juiz e tem sido muito usada pelos advogados nos últimos meses. “Nada anda sem o mandado de segurança hoje, infelizmente”, diz Adriane Bramante, do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário. “Tem se falado muito para não judicializar, mas a demora é tanta que acabamos tendo que ir para a Justiça”, afirma. Já quem recebeu carta pedindo o cumprimento de exigências deve correr para entregar o que foi solicitado. Só assim vai destravar a análise do pedido e garantir que ele seja analisado. Após meses de espera, quem tiver o direito confirmado receberá os valores atrasados na conta. Os valores retroativos,
calculados desde a data do pedido do benefício ao INSS, serão pagos de forma automática, de uma única vez, com correção pela inflação medida pelo INPC, junto à primeira parcela do benefício. COBRAR BENEFÍCIO NA JUSTIÇA INCLUI DESPESA EXTRA A opção de entrar na Justiça contra o INSS deve considerar os custos com a contratação de um advogado. Mesmo que não seja necessário ter um profissional especializado para mover ação de até 60 salários mínimos no Juizado Especial Federal, a contratação é recomendável para evitar armadilhas. Importante lembrar que o INSS terá um advogado para defendê-lo. Em São Paulo, advogados podem cobrar até 30% do valor acumulado na ação por determinação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ana Paula Branco / Folhapress.
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q TURISMO
5 praias do Nordeste querem entrar na rota do descobrimento Locais questionam versão oficial de que navegadores chegaram primeiro a Porto Seguro PORTO SEGURO (BAHIA) Tida como o local oficial da chegada dos portugueses, em 22 de abril de 1500, a cidade tem atrações turísticas dedicadas ao fato histórico, caso do Memorial da Epopeia do Descobrimento, onde os turistas podem ver a réplica de umas das caravelas da esquadra de Pedro Álvares Cabral BARRA DO CAHY / PRADO (BAHIA) Basta conversar com um pradense para vê-lo revoltado com a versão oficial da história. Segundo os moradores, Cabral teria dado uma paradinha ali antes de ancorar em Porto Seguro, ao norte do município. Quem passa de barco pela região consegue avistar o monte Pascoal, descrito na carta de Pero Vaz de Caminha, o que seria a prova de que Prado é o berço do descobrimento. Na Barra do Cahy, há uma placa com um trecho da carta, indicando que ali está a primeira praia do Brasil PRAIA DO MARCO / SÃO MIGUEL DO GOSTOSO E PEDRA GRANDE (RIO GRANDE DO NORTE) Ali, os navegadores fincaram, em 1501, o primeiro marco de pedra para atestar a posse de Portugal sobre as terras recém-descobertas. Hoje, quem chega à praia encontra uma réplica do monumento – o original está na Fortaleza dos Reis Magos, em Natal. Pesquisadores potiguares defendem que foi naquele
IVAN RIBEIRO / FOLHAPRESS
Praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho (PE)
trecho do litoral que os portugueses chegaram pela primeira vez. Entre os argumentos que favorecem essa tese estão a menor distância em relação às ilhas de Cabo Verde, ponto de partida das esquadras, e as condições das correntes marítimas e dos ventos. Quem encampou a ideia foi a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte que, em 2018, lançou a campanha “Tudo Começa Aqui” CABO DE SANTO AGOSTINHO (PERNAMBUCO) Em 2000, o município comemorou o aniversário de 500 anos do descobrimento quase três meses antes do que o restante do país, no dia 26 janeiro. Nesta data, em 1500, o navegador Vicente Yañez Pinzón teria chegado a um ponto do litoral nordestino, batizado por ele de Cabo de Santa María de la Consolación. O espanhol teria sido, então, o primeiro europeu a pisar em terras brasileiras. Para alguns historiadores, o desembarque ocorreu onde hoje fica Cabo de Santo Agostinho, a 34 quilômetros de Recife
CAROLINA MUNIZ / FOLHAPRESS
Praia do Marco, que fica nos municípios de São Miguel do Gostoso e Pedra Grande (RN)
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Praia da Barra do Cahy, no município de Prado (BA)
Curtindo a surpreendente Aracaju Márcio Wesley
Q
PONTA DO MUCURIPE FORTALEZA (CEARÁ) Há também pesquisadores que defendem que Pinzón chegou, na verdade, à Ponta do Mucuripe, onde hoje se encontra o porto de Fortaleza. A evidência histórica mais forte de que o espanhol teria passado pela região é um mapa elaborado em outubro de 1500 pelo cartógrafo Juan de la Cosa. Os contornos presentes no documento apontam conhecimento sobre o litoral cearense. Em Fortaleza, há um bairro chamado Vicente Pinzón, em homenagem ao navegador. FELIPE SOUZA / FOLHAPRESS
uando falamos em acampar nos dias de hoje, muitas pessoas nem conseguem imaginar o que seja. Já ouvi um pouco de tudo de amigos e familiares: “prefiro o conforto de uma pousada ou hotel”,; “acampar é coisa de gente doida”, “odeio mato”, “tenho medo”, e por aí vai. Acampar é uma experiência enriquecedora que permite estreitar e reforçar laços familiares com momentos de lazer. Nós adoramos. Eu, minha esposa e nossos filhos reforçamos noções de respeito à natureza, trabalho coletivo com divisão de pequenas tarefas, além do desprendimento ao “ter”, valorizando o “ser”. Outra coisa boa: caímos no sono rapidamente, depois de um dia cheio de atividades, ao som da natureza. Sentimos uma melhora nos ciclos do sono durante o acampamento. São tantas coisas boas que nem consigo descrever. Se você quiser provar um pouco De cima para baixo: Mercado de artesanato; Camping na praia desse prazer, escolha um camping legal, com de Atalaia e no catamarã do Francisco, rumo à Croa do Goré referência, estrutura de banheiros, arejado, grama aparada, pontos de energia e segurança, a exemplo do camping de Atalaia, aqui perto, na nossa vizinha e encantadora Aracaju. Lá temos a oportunidade de conhecer museus, praias, gastronomia e a cultural local. O passeio pela Croa do Goré, no povoado Mosqueiro é uma delícia. Croa é a redução da palavra coroa, aquela crosta de terra mais alta que forma quase uma ilhazinha quando a maré está baixa, e goré é um crustáceo pequenino que vive por lá. Das margens do rio Vaza-Barris, de onde saem os passeios de lancha e catamarã até a Croa do Goré são cerca de 10 a 15 minutos de navegação até chegarmos ao preservado paraíso com manguezais e biodiversidade em pleno vigor. Francisco Ferrari é um conhecido agente de turismo e comandava o catamarã que pegamos, “precisamos preservar a natureza, aqui é o berçário da vida marinha”, explicou com orgulho durante a travessia. Se você estiver afim de fazer o passeio, é só ligar ou passar um zap para ele 79 98804-3429, diga que leu essa nota para ganhar um desconto especial. Serviços: Estrutura rústica com pequenos quiosques de sapé na praia. Cardápio a base de frutos do mar, pastéis de camarão, caldos, acarajé e até carne do sol. Diversão: Aluguel de pranchas de stand up-paddle, caiaques e jet ski. Valores: A travessia custa de R$40 à R$30. Comidas e bebidas com preços de barracas de praia. (Nos finais de semana o movimento é intenso. Durante a semana é mais tranquilo). Márcio Wesley, jornalista e músico integrante do excelente Bago de Jazz.
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q COMPORTAMENTO
OPERAÇÃO RESSACA
Estudo aponta que consumo de álcool nos dias de Carnaval seria igual ao consumo do resto ano. THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine
A
hhh, a dolorosa ressaca. Quem nunca sofreu com ela? Quando se é adepto de bebidas alcoólicas, nunca se está livre dessa possibilidade. A ressaca nada mais é que uma resposta, nada agradável, do corpo àquele abuso cometido durante a ingestão de bebidas alcoólicas, que provocam sintomas como dor de cabeça e enjoo, além de dores no corpo, boca seca, um humor péssimo e a vergonha, também conhecida como ressaca moral, de não se lembrar de nada que aconteceu. E neste mês de fevereiro, o número de pessoas que vão acordar com esses sintomas aumenta muito em relação aos outros meses do ano, destaca a nutricionista Eneida Bonfim. “Anos atrás tive
acesso a um estudo que revelava que o consumo de álcool apenas nos dias de Carnaval seria igual ao consumo do resto ano todo, o que é um índice muito elevado”, conta a profissional. De forma geral, Eneida destaca que a ressaca aparece principalmente pela desidratação do corpo. “A diurese alcoólica é uma das consequências mais notadas após a ingestão de álcool e o nosso corpo vai trabalhar no sentido de expulsar essa substância tóxica. Para se ter uma ideia, a ingestão de 250 ml à 300 ml de bebida alcoólica ocasiona a perda de 800 ml à 1 litro de água pelo corpo. No contexto do Carnaval, onde é tão complicado se ter acesso a banheiros, as pessoas evitam beber água achando que assim conseguirão ficar mais tempo sem fazer xixi. O que é um erro e só aumenta a desidratação”. Ainda em relação ao Carnaval, um outro engano bem comum, é comer uma
“Anos atrás tive acesso a um estudo que revelava que o consumo de álcool apenas nos dias de Carnaval seria igual ao consumo do resto ano todo, o que é um índice muito elevado”. Eneida Bonfim, nutricionista
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comida forte, pesada, achando que assim vai ser manter alimentado e disposto para percorrer o circuito. “Em Salvador as pessoas têm por hábito comer uma feijoada, por exemplo, antes de ir para o circuito. Acontece que se trata de uma comida de difícil digestão, que associada ao consumo de álcool, vai provocar um mal estar ainda maior”. A durabilidade e a intensidade dos sintomas podem variar de acordo como a quantidade de álcool ingerida, além de fatores da própria estrutura corporal de cada um. “Geneticamente as mulheres são mais suscetíveis aos danos provocados pelo consumo de álcool, isso em virtude da quantidade de gordura presente Bloco Furdunço se apresenta no pré-carnaval na Barra, em Salvador
no organismo. Além disso, fatores como altura e massa corporal também são determinantes na capacidade de consumo de cada pessoa”. COMO EVITAR? Para combater os sintomas da ressaca o melhor remédio é água, muita água. “O recomendado é consumir a mesma quantidade de água; por exemplo, bebeu um copo de bebida alcoólica, intercala com um copo de água. Aqui cabe destacar que a água com açúcar não vai resolver a ressaca, pois a digestão é muito rápida. A pessoa terá um pico de bem estar, que passará muito rápido e a náusea voltará logo em seguida”. Sobre a alimentação, a recomendação é comer frutas ou um carboidrato de digestão lenta, um espaguete à bolonhesa, por exemplo, que vai ajudar a manter o nível de açúcar no organismo. “Na verdade ninguém deveria se permitir beber para chegar a tal ponto. O coma alcoólico é o nível máximo, significa que seu corpo perdeu a capacidade de metabolizar e a intoxicação chegou a diversos órgãos do corpo humano, atingindo inclusive ao cérebro, levando à morte”. Se não conseguir evitar a ressaca, as dicas para que ela passe o mais rápido possível são: l Beber muita água; água de coco também pode; l Consumir frutas, a exemplo de abacaxi, laranja, melancia, que são refrescantes; l Chás ou suco com gengibre, que possui poder diurético; l Alimentação leve; uma sopa de legumes, por exemplo. Veja outra dicas ao lado. CLEBER SANDES / COOFIAV / FOLHAPRESS
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q COMPORTAMENTO
EXERCÍCIO PARA O CÉREBRO Fazer passatempos como palavras cruzadas pode ser alternativa na busca por uma mente sã; fãs de desafios compartilham suas histórias
P
alavras cruzadas e outros passatempos podem parecer simples atividades de lazer e entretenimento. Mas o hábito de colocar a cabeça para funcionar pode ajudar a treinar o cérebro e aumentar as conexões neurais, reduzindo o risco do desenvolvimento – bem como do agravamento – de doenças mentais. É o que afirma o médico Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Exercitar o cérebro por meio de cruzadinhas, por exemplo, pode ajudar a criar uma ‘poupança’ de neurônios e conexões. Assim, danos causados pelo envelhecimento podem ser amenizados”, diz o especialista. “Isso não quer diz que quem aumenta as conexões está completamente livre de ter um derrame cerebral ou outras doenças, mas os neurônios ficam mais resistentes. Quando você treina, você tem uma reserva”, completa. RUBENS CAVALLARI / FOLHAPRESS
Célia Vituli faz cruzadas todos os dias 38 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
Quem diz ter certeza de colher os benefícios dessa “malhação” cerebral é a aposentada Célia Vituli, 79 anos, que faz cruzadas desde os 14 anos de idade. O que era apenas um hobby passado de mãe para filha se tornou um estilo de vida. Há 22 anos, a aposentada participa do Encontro Brasileiro de Cruzadistas, onde ocorrem competições individuais e em grupos de várias idades. Célia afirma que perdeu as contas de quantos prêmios já ganhou em todos esses anos. Na edição de 2019 ela ficou em quarto lugar, mas tem uma explicação para a classificação que não considera boa. “Eu estava cansada porque tinha voltado de viagem, com o horário bagunçado, e estava resfriada. Não fui tão bem, mas não voltei de mãos vazias.” Com vocabulário arrojado, a aposentada garante que sente os benefícios da atividade em sua vida. “Com a prática, comecei a ficar boa. Faço todos os dias. É um treino. É como uma academia. Fortalece o cérebro. Com o tempo, o cérebro vai sofrendo, desgasta. Tem coisas em que já não tenho tanta agilidade. Então eu vou exercitando a cabeça. É um estímulo até para viver. É um desafio. Estou bem melhor do que muita gente da minha idade. E sei que é por causa das cruzadinhas”, diz a aposentada. E completa: “Dá uma sensação de bem-estar”. De acordo com o neurologista Fabio Porto, quanto maior o prazer envolvido no exercício cerebral, maior a neuroplasticidade – ou seja, a capacidade do cérebro de promover mudanças e adaptações estruturais e funcionais. “Se a atividade dá prazer, os benefícios são maiores. Tem que fazer o que gosta. Não adianta fazer por obrigação”, diz o médico. O funcionário público Paulo Sérgio de Guzzi Joaquim, 60 anos, diz sentir os benefícios de uma vida dedicada a decifrar desafios de revistinhas de palavras
cruzadas. Ele conta que fez da prática um hábito diário e afirma que o prazer é o que o motiva a continuar. “Comecei aos 17 anos. No início era esporádico, mas depois comecei a assinar e comprar revistas nas bancas. Hoje faço passatempos diariamente, gasto de 40 minutos a uma hora. Teve um sábado, em que fiquei fazendo durante quatro horas seguidas”, revela. “Moro com a minha esposa. Vez ou outra ela acha ruim e pede eu parar de fazer cruzadinha e ir passear, me divertir. Ela se incomoda, mas para mim está ótimo”, brinca Guzzi, que divide suas funções na repartição república com os campeonatos de cruzadas, dos quais saiu vitorioso mais de 30 vezes. PRÁTICA DEVE SER FREQUENTE E DESAFIADORA, DIZ MÉDICO Se fazer palavras cruzadas não parece algo prazeroso, tudo bem. O importante é desenvolver atividades que sejam desafiadoras. Aprender um novo idioma, ler livros com linguagem mais rebuscada, fazer contas, montar quebra-cabeças complexos, jogar xadrez e fazer natação ou hidroginástica são apenas algumas das opções disponíveis a quem busca estimular o cérebro para tentar se beneficiar com a prevenção, o retardo ou o controle de doenças mentais. Além de desafiadora, a atividade precisa ser frequente. Natan Chehter, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, explica que é necessário adquirir um hábito frequente e regular para sentir os benefícios da prática – como ocorre com os exercícios físicos, por exemplo.
“Primeiro, é preciso haver um desafio na prática para que haja uma curva de aprendizado. Se o exercício ficar fácil, precisa ser substituído por outro que ofereça desafio”, afirma o médico. “O que deve ser proposto é algo que a pessoa tenha condição, vontade e desejo de fazer. Porque é isso que vai garantir que seja frequente, e não pontual. O mais importante é dar continuidade a essas atividades, e que elas sejam prazerosas”, conclui o geriatra. Caroline Apple / Folhapress.
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q VIVER BEM
Consumo de alimento vencido pode causar intoxicação séria Segundo especialistas, não existe margem de segurança para o consumo após o vencimento
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A
limentos que estão com a data de validade vencida não devem ser consumidos, mesmo que apresentem um bom aspecto visual. Além de estarem mais propensos à ação de fungos e bactérias, substâncias dos próprios alimentos começam a se modificar, depois deste período, podendo causar intoxicações. “Algumas propriedades do alimento, depois do prazo de vencimento, já não agem da mesma forma. É o bom senso também. Isso não começa já no primeiro dia pós-vencido, mas é melhor evitar”, explica o gastroenterologista Thiago Gara. O médico explica que a data de vencimento só deve ser levada
em consideração enquanto o alimento ainda está fechado. “Quando aberto, o que vale é o aspecto do alimento. Cor e cheiro, principalmente. Se estiverem diferentes do que normalmente aquele tipo de alimento deveria apresentar, não devem ser consumidos”, explica. Ana Cristina de Castro Amaral, doutora em Medicina e médica assistente da disciplina de Gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo, concorda. “A margem de segurança provavelmente existe, mas a gente não pode ter garantia nenhuma.”
Ela explica que existem tempos diferentes para alimentos diferentes. “Depois de aberto ele vai se deteriorar mais rápido, existe o próprio contato com o ar.” Sobre alimentos preparados, como arroz, feijão e carnes, Thiago Gara explica que não tem problema guardá-los na geladeira para consumo posterior. No entanto, ele alerta de que é importante sempre colocá-los em recipientes que possam ser tampados. “Quando você cobre, mesmo estando na geladeira, você aumenta a durabilidade do alimento.
Segundo Ana Cristina de Castro, podem ser conservados na geladeira por até dois dias, normalmente, alimentos como carne moída, peru, carne cozida, peixe, marisco. Até quatro dias, molhos e sopas. Alimentos defumados como bacon podem esperar até sete dias. “A grande maioria das pessoas não se atenta a isso, mas existe uma orientação de como guardar alimentos em geladeira. Inclusive, recomendações de quais prateleiras cada classe de alimento deve ficar”, afirma. Continua na página 42 u
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q VIVER BEM
u Continuação da página 41
DOENÇA É MAIS PERIGOSA PARA CRIANÇAS E IDOSOS A infecção alimentar é um termo genérico para qualquer infecção adquirida por meio da ingestão de água ou alimento contaminado. Ela pode ser provocada por bactéria, vírus ou parasita. Entre os principais sintomas estão diarreia, vômito, e nos casos mais graves, dor abdominal, febre, dor no corpo e desidratação. A doença é mais problemática para crianças, idosos e pessoas com doenças graves. Na maioria das vezes, o corpo de um adulto consegue resolver este tipo de problema em até 48 horas. A indicação é tomar muito líquido e procurar tratamento médico se tiver mais que três evacuações por dia, diarreia com sangue, dor abdominal intensa, febre, calafrio e taquicardia. Suco de fruta natural, chá, água de coco e isotônico são as melhores formas de se hidratar. Quem está em crise deve seguir uma dieta leve, sem alimentos gordurosos ou muito temperados. Entre as dicas para prevenir estão analisar a higiene dos locais quando precisar se alimentar fora de casa e evitar comer alimentos crus em locais em que não se conhece o preparo. Tayguara Ribeiro / Folhapress.
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Os alimentos in natura, como carne fresca, podem ser congelados para consumir depois e devem ser descongelados na geladeira.
Sono da beleza existe e realmente repara o colágeno, diz estudo
É
durante o sono que estruturas minúsculas feitas de colágeno são reabastecidas. Pelo menos é o que descobriu um estudo publicado no periódico Nature Cell Biology, no dia 6 de janeiro, por cientistas da Universidade de Manchester, no reino Unido. Segundo os pesquisadores, o colágeno fornece estrutura ao corpo e é a nossa proteína mais abundante, garantindo a integridade, elasticidade e força do tecido conjuntivo do corpo. Existem dois tipos de fibrilas colágenas (estruturas parecidas com cordas, feitas de colágeno) no corpo. As grossas, com cerca de 200 nanômetros de diâmetro, são fabricadas até os 17 anos e permanecem no corpo por toda a vida. Já as finas, com 50 nanômetros de diâmetro, são quebradas no dia a dia. “É como imaginar os tijolos nas paredes de uma sala como a parte permanente e a tinta nas paredes como a parte
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n Entretanto, com o relógio biológico funcionando corretamente, as fibras finas morriam e eram reabastecidas de forma correta e ordenada
sacrificial, que precisa ser reabastecida de vez em quando”, diz Karl Kadler, principal autor do estudo, em um comunicado publicado pela universidade. Para explicar a importância das fibrilas finas, Kadler faz outra analogia: “Assim como precisamos lubrificar um carro e manter o radiador cheio d’água, essas fibras finas ajudam a manter a matriz do corpo”. Segundo ele, é intuitivo pensar que a matriz é desgastada com o tempo, mas até agora não se sabia o porquê. No estudo presente, entretanto, a verdade veio à tona: o relógio biológico reabastece as fibras que foram perdidas, protegendo as partes permanentes da matriz. Os cientistas comemoraram a descoberta. “Saber disso pode ter implicações na compreensão de nossa biologia em seu nível mais fundamental. Pode, por exemplo, nos dar uma visão mais profunda de como as feridas cicatrizam ou como envelhecemos”, conta o principal autor.
COMO O ESTUDO FOI FEITO n O colágeno foi observado por espectrometria de massa, e as fibrilas de camundongos foram observadas usando uma microscopia eletrônica volumétrica de última geração, a cada quatro horas durante dois dias. n Os cientistas perceberam que, ao eliminarem os genes do relógio biológico dos animais, as fibrilas finas e grossas foram misturadas.
QUANTAS HORAS PRECISAMOS DORMIR? Antes de sair impondo regras de quanto se deve dormir por noite, é importante ressaltar que cada pessoa tem o seu relógio biológico e precisa de uma quantidade de sono específica A ciência indica oito horas de sono porque, em média, a maioria das pessoas descansa de fato após 7h30 ou 8h30 dormindo. Mas existe quem precise fechar os olhos por apenas 4h ou até mesmo por mais de 12h. No fim do dia (ou melhor, da noite), o que conta é como você acorda: Se você sente sua atenção alterada, tem problemas de memória e acorda cansado, ou você dormiu demais ou de menos ou tem alguma doença do sono. Mas você só deve se preocupar se tiver esses sintomas com frequência, pois nesse caso pode ser que haja uma privação crônica de sono. É por isso que não há uma resposta fechada para essa pergunta, pois existem muitas peculiaridades relacionadas a questões genéticas e comportamentais. Apesar disso, a National Sleep Foundation (Fundação Nacional do Sono) dos Estados Unidos, criou uma tabela com os períodos de sono médios para cada faixa etária (veja abaixo).
Recém-nascido...................0 - 3 meses..........................14 a 17 horas por dia Bebê.................................... 4 - 11 meses........................12 a 15 horas por dia Primeira infância................ 1 - 2 anos.............................11 a 14 horas por dia Idade pré-escolar............... 3 - 5 anos.............................10 a 13 horas por dia Idade escolar...................... 6 - 13 anos...........................9 a 11 horas por dia Adolescentes...................... 14 - 17 anos.........................8 a 10 horas por dia Jovem adulto...................... 18 - 25 anos.........................7 a 9 horas por dia Adulto................................. 26 - 64 anos.........................7 a 9 horas por dia Idoso................................... a partir de 65 anos..............7 a 8 horas por dia
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Raymundo Dantas
Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br
Chips, preços e marcas
S
e é possível atribuir a um recurso tecnológico o poder de mudar o mundo, esse recurso é, sem dúvida, a tecnologia digital. Creio que desde a invenção da roda, jamais uma aplicação da ciência gerou tanta mudança, em tão pouco tempo, como o danado do chip, nos últimos dez anos. Essa é uma conclusão fácil para qualquer um de nós, que viu os sistemas computorizados tomarem conta das nossas lojas, desde os caixas até a última prateleira do depósito. A informática chegou para mudar tudo e, convenhamos, para melhorar a nossa vida. Entretanto, as facilidades que ela traz, põem de cabeça para baixo algumas situações e conceitos já consagrados pelo tempo, que pareciam imutáveis, mas que, agora, requerem de nós providências rápidas, para não se transformarem em prejuízos grandiosos. Uma das mudanças mais substanciais que estão acontecendo, por exemplo, é a que diz respeito à infidelidade crescente em relação à marca. E isso graças aos recursos dessa tecnologia digital. Veja por exemplo como cresceu ultimamente o número de produtos, serviços e marcas oferecidos ao consumo. E mais ainda, como se multiplicaram os meios e os recursos de distribuição (delivery, e-commerce, B2B, etc., etc...). Isto significa que a tecnologia abriu novas condições favoráveis ao surgimento de muitas novas empresas fornecedoras de produtos e serviços, os quais foram dirigidos para segmentos cada vez mais específicos do mercado. Além disso, favoreceu os meios de gerenciar uma distribuição ainda mais massificada de todos os produtos, ou seja, o consumidor final tem cada vez mais opções de produtos, serviços e meios de compra. Resultado: a concorrência fica cada vez mais acirrada, porque o crescimento das opções é relativamente maior que o crescimento do número de clientes. O mercado compra44 | Vilas Magazine | Fevereiro de 2020
dor cresce em progressão aritmética, enquanto a oferta de tipos de produtos, serviços e meios de distribuição cresce em progressão geométrica. O acirramento da competição faz subir o custo operacional, especialmente em pesquisa e desenvolvimento, publicidade e promoções. Os fornecedores e até também os varejistas, estão tendo que “comprar” seus clientes, enquanto a fidelidade a marcas vai para o brejo. Outra consequência? O preço. O preço adquire cada vez mais peso que a marca. E o acesso aos preços fica cada vez mais fácil via Internet, com sites que já indicam as melhores ofertas, num mercado cada vez mais global. A marca já não consegue segurar a barra do preço. E isso acontece em todos os ramos: do automóvel ao medicamento genérico, o preço está vencendo a guerra contra as marcas. Mais outra consequência? A necessidade de inovação. A tecnologia criou essa expectativa de novidade permanente. Criou um “vício” do novo, do mais moderno, do modelo “mais avançado”, da “tecnologia de ponta”. E a mídia vai sendo usada noite e dia para lançar as novidades, de tal modo que a vida útil média dos produtos está caindo vertiginosamente, o que significa mais e mais investimento no desenvolvimento de novos produtos. Quem saberia dizer qual é o melhor aparelho telefônico celular, neste exato momento em que você está lendo este artigo? Ou qual o item de biscoito mais gostoso do mercado, hoje? Ninguém mais sabe, com certeza, de coisa alguma. Só para se ter uma ideia, saiba que mais da metade da receita das indústrias de alta tecnologia vem dos seus produtos que tem menos de dois anos de lançamento. O valor da marca, do mesmo modo, tem mudado de dono, graças à danada da tecnologia digital! Aliás, não é sem razão que a Coca-Cola, que foi a marca mais valiosa do mundo, por tantas décadas, hoje ocupa o quinto lugar. Neste momento, a marca mais valiosa do mundo é... adivinhe, ... a Apple!