Vilas Magazine | Ed 258 Julho de 2020 | 25 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

Ano 22 Edição 258 | Julho 2020

58 ANOS Por medidas de isolamento social para frear disseminação do coronavírus, Lauro de Freitas celebra, sem festas, sua emancipação política


DIREITOS DO CONSUMIDOR

Procon Lauro de Freitas faz balanço de ações do primeiro semestre

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ntrega de exemplares do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em braile nas agências bancárias do município, mudança na coordenação geral com a nomeação de Naydm ller Dias, advogada com atuação no Direito do Consumidor, participação na força tarefa composta por mais de 100 fiscais da P refeitura, reforç ando as medidas adotadas pela administração municipal com o objetivo de impedir a proliferação do novo coronavírus (Covid-19), reunião com representantes do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia, com encaminhamento de recomendações e acompanhamento de procedimentos entre pais e escolas, foram algumas das ações que marcaram a atuação do Procon em Lauro de Freitas no primeiro simestre. Celebrando a superação da marca dos

w w w .vilasmagazine.com.br acebook VilasMagazine.Online Instagram: @VilasMagazine

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risa Meline, diretora de tendimento e Educação ao Consumidor do Procon Lauro de reitas, e o gerente da agência Centro do anco Santander, ldo ueirós lmeida, durante entrega de exemplares do Código de Defesa do Consumidor CDC em braile s agências bancárias do município

mil seguidores no Instagram em apenas três meses e meio de criação do perfil, o órgão fiscalizou cerca de 400 estabelecimentos, gerando 190 notificações, 50 autuações e 59 autos de constatação. O atendimento aos consumidores também passou a ser feito via whatsapp e “direct” do Instagram, além da realização de “ lives” , esclarecendo dú vidas, acolhendo reclamações e denúncias. A unidade registrou 404 atendimentos aos consumidores com um aumento em 80 das demandas de reclamações recebidas relacionadas com as compras online, em sua maioria passagens aéreas. Foram emitidas 81 decisões que resultaram em aplicação de multas como forma de compelir as empresas na prática de ilicitudes, priorizando o caráter punitivo/ pedagógico. CO T TOS COM PROCO DE L URO DE REIT S tendimento reclamações atendimentoprocon laurodefreitas.ba.gov.br Denúncias: denunciaprocon laurodefreitas.ba.gov.br Telefone e w hatsapp: 1 3288-8919. Instagram: proconlaurodefreitas.

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Registros & Notas Made in Bahia Formado por mais de 250 gestores baianos, o Grupo Business Bahia liderado pelo empresário Carlos Sérgio Falcão (dir.), lançou a campanha “Made in Bahia”, com o objetivo de conscientizar o consumidor da importância em adquirir produtos e serviços produzidos no Estado. Com ampla divulgação na imprensa baiana e nos mais diversos tipos de mídia, a ação visa atingir as variadas camadas da população. “Precisamos gerar um ciclo virtuoso onde a população faça a opção inteligente pelo consumo regional. Dessa forma, as empresas vão faturar mais e conseguirão não só manter os atuais, mas também gerar novos empregos”, detalha Falcão. Nessa primeira fase do projeto, mais de cinquenta empresas estão participando da iniciativa e a expectativa é que esse número ultrapasse a marca de cem apoiadores dentro dos próximos dias. A campanha chega em um momento de inquietantes incertezas para milhares de empresas, muitas atingidas de morte pelo Covid-19, lutando pela continuidade de seus negócios. Nesse momento, mais do que nunca, é fundamental nos mantermos parceiros, solidários, incentivando nossos conterrâneos. Identificada com as propostas, a revista Vilas Magazine ofereceu espontaneamente seu apoio à iniciativa, veiculando, a partir desta edição, peças promocionais e ações da campanha. A primeira peça está veiculada abaixo.

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UCE já está utilizando o processo 100 digital (zero papel) para o registro e arquivamento de atos empresariais para Sociedades Limitadas, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI e Sociedades Anônimas, nos postos de atendimento de Salvador, Lauro de Freitas e demais municípios da região metropolitana, devendo os clientes acessarem o site da Juceb www.juceb.ba.gov. br, onde estão disponíveis todos os serviços relativos ao registro e arquivamento de empresas. Empresário Individual e Cooperativas terão prazo de dois meses para se adaptarem a plataforma 100 Digital. Os livros contábeis também só poderão ser entregues exclusivamente no formato digital, dentro do prazo de 30 dias.

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Registros & Notas rupo Sabin é Empresa do no e confirma protagonismo feminino A trajetória de 3 anos de gestão que aposta na valorização, diversidade e equidade da empresa e os investimentos contínuos para oferecer medicina diagnóstica de excelência deram ao Grupo Sabin o título de Empresa do Ano, do Guia Exame da Diversidade. Criado em 2018, o reconhecimento é uma iniciativa da Exame, em Lídia bdalla é presidente parceria com o Instituto e ecutiva do rupo Sabin Ethos, e contribui para que empresas possam gerir seus negócios de forma socialmente responsável. Para reconhecer o Sabin como a Empresa do Ano, analistas do Guia coletaram dados e submeteram à uma metodologia própria, com base na adaptação de uma série de guias temáticos desenvolvidos pelo Ethos e pelos parceiros Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, Fórum de Empresas e Direitos LGBTI , Movimento Mulher 3 0 e Rede Empresarial de Inclusão Social (Reis). PROT O ISMO EMI I O O grupo também celebra sua confirmação em lugar de destaque no ran ing da GPT Mulher 2020, que distingue as Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar. Este é o 4º ano consecutivo que o Grupo Sabin figura na disputada lista da global Great Place to or , que avaliou as práticas das empresas do país para desenvolver a carreira das mulheres e estimular a liderança feminina. De acordo com a presidente do Sabin, Lídia Abdalla, o prêmio é uma forma de celebrar a trajetória da empresa, que oferece há mais de três décadas medicina diagnóstica de excelência e investindo em práticas de gestão eficiente e colaborativa. “Nossa empresa foi fundada há 3 anos, por duas destemidas mulheres que não mediram esforços para tirar do papel o sonho de empreender. Hoje, são mais de 5.400 colaboradores, de norte a sul do país, sob comando de uma mulher e uma conquista deste patamar, neste momento tão desafiador, chancela nosso propósito de inspirar o engajamento da mulher em todos os níveis da corporação e nos dá mais certeza de que estamos no caminho certo, destaca a executiva.

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Rotary Club de Lauro de Freitas empossa Conselho Diretor para o ano rotário 1 Em reunião virtual acontecida em 2 de junho, foi empossado o novo Conselho Diretor do Rotary Club de Lauro de Freitas, para o ano-rotário 2020/21, tendo como presidente o profissional de Mar eting, Gilberto Agostinho de Almeida, profissional de Mar eting Promocional. Ele dá continuidade ao trabalho desen- Gilberto e Ana Almeida: casal covolvido por Lean- manda as ações do Rotary Club de dro Andrade Reis Lauro de reitas 1. S antana, P rocura- Ela aniversaria dia 13. dor de carreira do município de Lauro de Freitas, que dirigiu o clube de serviços de 2019 a 2020. Sua esposa, a esteticista Ana Lucia Zangirolami de Almeida, assume a coordenaç ão do Núcleo das Senhoras do Rotary para o mesmo período. Rotary é uma organização internacional de profissionais e pessoas de negócios, líderes em suas áreas de atuação, que prestam serviços humanitários, fomentam elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a paz e a boa vontade no mundo. O Rotary foi fundado por Paul Percy Harris (nascido em 19 de abril de 18 8 e falecido em 2 de janeiro de 194 ), em 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, Illinois, EUA. O Rotary Club de Lauro de Freitas foi fundado em 13 de novembro de 1993 e seu primeiro Conselho Diretor empossado em 14 de julho de 1994. Do grupo de fundadores, ainda continuam em atividade no clube os sócios Antônio Carlos de Souza Santos, Jaime de Moura Ferreira, Roberto Margalho Mascarenhas e Valdemar Leal Pereira. Todos contribuindo decisivamente para o engrandecimento das atividades rotarianas.


Lauro de reitas, uma j ovem cidade de 58 anos com muito a aprender Teobaldo Costa

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freguesia de Santo Amaro de Ipitanga tinha esse nome pois cresceu a partir da igreja matriz de mesmo nome. Foi em 19 2 que o vereador Paulo Moreira de Souza propôs a municipalização do distrito de Salvador e a mudança do nome para Lauro de Freitas, homenageando o político baiano Lauro Farani Pedreira de Freitas, candidato a governador da Bahia e falecido em 1950, em um acidente aéreo, em Bom Jesus da Lapa. A proposta de emancipação surgiu para atender uma demanda da população local por melhorias nas políticas públicas, sobretudo nas áreas de educação, saúde, segurança e urbanização. A independência administrativa se mostrava o caminho mais curto para o crescimento. A mudança de nome não agradou a todos, mas foi necessária para embasar politicamente o projeto de lei e conseguir a devida aprovação na Câmara. De lá para cá, muita coisa mudou no município que integra a região metropolitana de Salvador. A história da cidade foi escrita com alegrias e algumas tristezas, em especial no tocante a política. Nas primeiras três décadas, Lauro de Freitas cresceu e se desenvolveu muito. Dados do IBGE revelam que a população passou de apenas 10 mil habitantes em 19 0, para quase 200 mil atualmente, espalhadas em 5 m do seu território. Tal cenário veio acompanhado dos problemas das grandes cidades, como crescimento desordenado, problemas de tráfego e mobilidade, violência e disputas pelo poder. A exploração imobiliária revelou a pior face da desigualdade, com bairros bem estruturados e sofisticados, contrastando com áreas de extrema pobreza e em processo de favelização. Por um tempo, conviveu com um incremento considerável na industrialização e atração de empresas.

Porém, estratégias equivocadas e gestões despreparadas à frente da prefeitura, ano a ano tem afastado investimentos e investidores da cidade. A situação é agravada pela inexistência de um sistema de saneamento básico e pela péssima malha viária urbana, gerando problemas sérios de alagamentos nos períodos chuvosos e complicações no trânsito. Ainda assim, temos um povo ordeiro, otimista e trabalhador, formado de uma mistura de nativos e visitantes que se encantaram pela região e a transformaram em moradia. Por aqui é muito comum ouvir a frase: “Vim morar em Lauro de Freitas em busca de qualidade de vida! ”. A cidade, que é o portal da capital para quem vem pelo Litoral Norte ou desembarca no aeroporto, tem um clima hospitaleiro, lindas praias e muito potencial para retomar o desenvolvimento. Recentemente, se consolidou um polo de entretenimento com diversos bares, restaurantes e casas noturnas reverenciadas pela ‘galera da balada’. Mas ainda carece de incentivo e estrutura para o turismo e cultura. A data do aniversário é dia 31 de julho. Esse ano sem as tradicionais comemorações devido à pandemia, mas para aqueles que torcem por uma Lauro de Freitas melhor, a esperança é de renovação. A vontade de reviver os tempos áureos, com uma cidade mais organizada, justa e bem cuidada. Enquanto isso celebramos, em casa e protegidos do Covid-19, mais um ano da eterna e querida Santo Amaro de Ipitanga.

Teobaldo Costa é empresário.

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Registros & Notas Mirela Macedo reivindica apoio para micros e pequenos empresários

A deputada estadual Mirela Macedo (PSD) se reuniu, em junho, com o diretor-presidente da Desenbahia, Francisco Miranda, para solicitar atenção especial da Agência de Fomento do Estado aos micro e pequenos empresários de Lauro de Freitas, prejudicados com a pandemia do coronavírus. A deputada, que tem conversado com comerciantes e representantes da categoria, tratou das dificuldades de sobrevivência e possibilidades de recuperação póspandemia, durante a reunião, que também contou com a presença do gerente de desenvolvimento e negócios da Desenbahia, Mar o Svec. “Linhas de crédito estão sendo ofertadas pela Agência de Fomento, com carência de até um ano e juros menores que os de mercado”, comemorou a deputada Mirela Macedo, que se comprometeu a divulgar as informações para os micro e pequenos empresários de Lauro de Freitas e da Bahia.

Lives da emancipação Celebrando os 58 anos da emancipação política de Lauro de Freitas, comemorados dia 31, a Editora Libre preparou uma série com oito lives abordando os aspectos históricos e sociais de diversos bairros do município, narrados pelos autores do livro “De Ipitanga a Lauro de Freitas: narrativas históricas do povo ipitanguense”. A obra, lançada em outubro de 2019, reúne textos produzidos a partir das narrativas memorialistas de antigos moradores de Santo Amaro de Ipitanga, com um olhar que não remete apenas ao passado, mas também ao entendimento quanto a construção do momento atual vivido pela cidade e suas bases marcadas pela contribuição indígena, africana e portuguesa. As duas primeiras lives aconteceram em 20 e 2 de junho, quando Eduardo Santana, Tássio Cardoso, Ladjane Alves Souza e Fátima Santana, abordaram as práticas quilombolas, seu Balaieiro e seu Caranguejo, duas personalidades marcantes na cultura da cidade. A programação segue neste mês, sempre às 1 h, no Instagram editoralibre. Confira: Dia - Márcio esle Emanuel Paranhos Narrativas e Histórias de Vida: seu Candinho e Amaro Brito; Dia 1 - Coriolano de Oliveira Vanusa Ribeiro A s faces do 2 de Julho: Breve Viagem à História de Lauro de Freitas; Dia 1 - Tina Tude e Rosangêla cciol M ãe M irinha e Tude Celestino: Poéticas ipitanguenses de vida, identidade e resistência; Vilas Magazine | Julho de 2020

Dia 24 - Dulce Moreira Sampaio e Gildete Melo: Memórias de Areia Branca de Sotero e a cultura paz para uma Lauro de Freitas Sustentável; Dia - ildásio reitas A emancipação política de Lauro de Freitas; Dia 1 - Sarau Lítero-musical da Emancipação Cantos e a Encantos do Ipitanga. Poesias, músicas e textos imagéticos sobre a cidade.


RE LE

Tempos de isolamento, dúvidas e medo

Solidariedade O Instituto Você Mulher será beneficiado com as doações motivadas pela live Anete50, que acontece às 19h do dia 1 , reunindo convidados especiais, como poetas, cantores e amigos da empresária A nete P ardo, celebrando seus 5 0 anos. A renda será convertida em cestas básicas que beneficiarão famí lias de mulheres em vulnerabilidade social de Lauro de Freitas, cadastradas no instituto. Doações podem ser em espécie, mediante depósito na conta corrente do Instituto Você Mulher (Caixa Econômica, ag. 34 2, c/c 0300258 - ) ou cestas básicas que podem ser entregues na sede do Instituto. Mais informações: institutovocemulher ou tel.: 1 98 44.4201

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A clí nica Dr. Zoo e Cia celebra 10 anos de funcionamento em Vilas do Atlântico, neste mês de julho. Uma das poucas da região com especialidade em animais silvestres e exóticos, a clínica é a realização de um sonho da médica veterinária Renata Del Bianco (foto) que, desde criança, se destacava pelo interesse e cuidados com os animais.

O V era Roch a D auster

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s pessoas e as empresas estão vivendo uma realidade que parece saída de um filme de ficção científica. O isolamento social no mundo globalizado e hiperconectado tem levado as pessoas e as empresas a discutirem como será o seu futuro e o que elas podem fazer no presente para que ele seja melhor. As imagens de metrópoles vazias de gente, como Nova or , que se vangloria de nunca dormir, surpreendem. A Shangai de antes do coronaví rus, lotada em terra e coberta de poluição por cima, deu lugar à placidez esquecida de um céu azul, que revela o topo dos prédios antes escondidos. A crise do coronavírus trouxe a morte silenciosa e cruel por sufocamento, desafiou a ciência e a economia, mas também revelou um planeta que o homem construiu e depois foi destruindo pela desmesura da sua ganância. Rios e lagos poluídos, hoje, exalam odores indesejados. Carros equipados com tudo que dá conforto tornam as ruas intransitáveis e nos fazem respirar gás carbônico. Praças de cimento e concreto substituem os clássicos jardins de outrora, franceses, de formas geométricas e simetrias perfeitas. Quem busca o verde dos jardins, qualquer que ele seja, encontra lugares frios, desprovidos de humanidade. Assim são inú meras cidades onde o ví rus se espalha, junto com o medo. O planeta Terra se vê desafiado pelo inimigo invisível. Não há cura, não há vacina, não há remédios efi-

cazes e nem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) suficientes para proteger as equipes de saúde e reduzir o número de infectados. No meio do povo, também estão os empresários que querem sobreviver, salvar suas famí lias e empresas. Empresários que geram empregos e garantem a renda de milhares de famílias. Eles são diferentes entre si. Há os que escolhem salvar a economia em detrimento da vida humana, mas também existem os lúcidos que preservam pessoas e empresas. Conscientes de que grandes personagens já se foram, perguntamse: “quantos profissionais sábios e experientes vamos perder?”, “Vai morrer tanto idoso que vai baixar a idade média da população mundial?”, “Quais as empresas que vão sobreviver ao isolamento social?”. As respostas nos conduzem à revisão de muitos conceitos. Precisamos rever nosso modo de vida, defender verdadeiramente a natureza, a vida animal, combater as práticas que geram o aquecimento global. E as marcas, tão importantes no mundo pós-moderno, precisam se ressignificar, deixar claro o seu propósito, o seu desígnio, a sua intenção de realizar algo que beneficie as pessoas nesse momento tão difícil da vida humana. É preciso estimular as marcas para que adotem bons propósitos, para que promovam ações pertinentes, generosas, construtivas e capazes de ajudar a tocar as pessoas nesse tempo de isolamento, dúvidas e medos.

Vera Rocha Dauster, é CEO da Rocha Comunicação e presidente do Sindicato das gências de Propaganda do Estado da ahia Sinapro- ahia . Julho de 2020 | Vilas Magazine | 7


CIDADE

Lauro de Freitas: 58 anos de Emancipação

MUITAS LEMBRANÇAS, POUCAS MEMÓRIAS T I R RE ES Freelance para a Vilas Magazine

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e terras de índios Tupinambás a polo de serviços e comércios habitada por um grande contingente de pessoas nascidas em outros lugares. Essa seria uma forma bem resumida de contar a história da cidade de Lauro de Freitas, saudosa freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, mas, infelizmente, certamente que para muitos dos leitores, até a parte dos ‘índios Tupinambás’ é novidade.

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Cabe aqui esclarecer, antes de mais nada, que me permito o uso da expressão ‘saudosa’ não pelo prazer de ter aqui vivido. Não alcancei as festas sob o pé do Oiti no Centro, as viagens com João Expresso ou os sambas de roda e as grandes manifestações culturais de Portão, e por muito pouco, também não tinha visto Balaieiro em seu ofício. De idade tenho menos que os 58 anos de emancipação do município e de moradora menos ainda. Mas por dever de ofício no exercício das atividades da minha profissão de jornalista, tenho a oportunidade de tra-

var conversas prazerosas com pessoas de todos os segmentos da comunidade, como o professor Antônio Cláudio, que me apresentou à moradores cheios de histórias, como as beijuzeiras de Areia Branca, dona Diluca e dona Aidê, que por meses nos alegraram com suas lembranç as nos textos da série ‘Memórias Ipitanguenses: contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga’; com o professor Gildásio Freitas, que em 2020 completa 40 anos de sua chegada na cidade. O jornalista Carlos Accioli Ramos, diretor-editor deste veículo de comuni-


quando a cidade completava 4 anos de emancipação, dois textos, assinados pelos jornalistas Rogério Borges e Marvin Kennedy, traziam ponderações acerca da necessidade de um olhar mais criterioso quanto a falta de integração dos moradores antigos com o novo topônimo, bem como a importância de um acervo público, que pudesse concentrar o que ainda se tem dessa história datada de antes de 1 08, quando da chegada da missão jesuíta ao Brasil Da história, o que se sabe, é que Ipitanga, nome que batizava as terras habitadas pelos índios Tupinambás (rio de águas rubras por conta do ferro), começ ou a se transformar logo da chegada da missão jesuíta, em 1 08. A primeira grande mudança foi no nome, ergue-se uma igreja e assim nasce a Paróquia de Santo Amaro de Ipitanga e com ela a freguesia de Santo Amaro de Ipitanga. Depois deste primeiro momento o que se segue, além da cultura de exploração e escravidão, são batalhas, algumas delas às margens do Rio Joanes, e a luta pela independência, já nos anos de 1800. A economia passou a girar em tor-

no da pecuária e dos engenhos, com destaque para Japara, Cají, Quingoma e São Bento, que utilizavam como força de trabalho os negros, escravizados, e talvez venha daí a forte presença das religiões de matriz africana e do samba de roda, que as beijuzeiras de Areia Branca dançam tão bem. Hoje Lauro de Freitas possui mais de 400 terreiros registrados. Depois dos engenhos, a história segue por grandes latifúndios que hoje delimitam alguns bairros de Lauro de Freitas, a exemplo das fazendas Buraco (hoje Buraquinho), São João e Pitangueiras (região de Vilas do Atlântico e Pitangueiras). Me lembro de dona Aidê e dona Diluca contarem que quando ambas ainda eram meninas, os portões da fazenda da Família Sá, a Fazenda Portão, estavam sempre abertos, e se tornaram caminhos para que os moradores daquela cercania chegassem até à margem do rio, para pescar, ou até na praia (Buraquinho), uma das poucas opções de lazer. Em 1942 mais um marco na formatação da cidade tal qual conhecemos hoje, a instalação da Base Aérea de Salvador, Continua na página 10 u

Referência na cidade, o pé de oiti faz parte das lembranças dos moradores de Santo Amaro de Ipitanga e Lauro de Freitas

cação, também se contextualiza nessa avaliação, credenciado pela contribuição editorial nas 258 edições impressas nos 258 meses de circulação da Vilas Magazine, resgatando detalhes da memória, personagens, causos e casos que dão consistência ao acervo histórico do município que nos abriga. Ele também um ‘estrangeiro’ apaixonado pela cidade. E foi através das páginas da Vilas Magazine que pude perceber que os questionamentos quanto a perda de identidade cultural e histórica não são de hoje. Na edição 12 , de agosto de 2009, Julho de 2020 | Vilas Magazine | 9


LAURO DE FREITAS: 58 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

Passado recente

u Continuação da página 9

que traz não apenas um novo ar de desenvolvimento, mas também novos moradores, trabalhadores da Base. Além disso, quando da emancipação, em 19 2 (desde 1932 as terras pertenciam a Salvador, sendo também por um período integrantes de Camaçari), o primeiro prefeito, eleito às pressas para se cumprir com os prazos legais estabelecidos, foi Celso Pinheiro Alves, enfermeiro na Base Aérea. O nome da nova cidade, que ainda hoje gera questionamentos e posicionamentos políticos, foi sugestão do então vereador de Salvador, Paulo Moreira de Souza, que propôs uma homenagem ao político baiano Lauro Farani Pedreira de Freitas, candidato a governador da Bahia, em 1950, que durante campanha faleceu em um acidente aéreo em Bom Jesus da Lapa. Lauro era natural de Alagoinhas, e não se tem notícias de qualquer relação histórica sua com a freguesia de Santo Amaro de Ipitanga e os seus moradores. A ausência do pertencimento do nome é tamanha ao ponto de os moradores de Itinga e Vilas do Atlântico, por exemplo, usarem a expressão ‘vou para Lauro’, quando o destino é o Centro da cidade, bem como os moradores mais tradicionais, também ao se referirem ao Centro, dizem que estão indo para ‘Santo Amaro’. De acordo com a Lei Orgânica do Município, um plebiscito deve ser convocado para a consulta popular quanto ao retorno do nome da cidade para Santo Amaro de Ipitanga, ato que já se tornou promessa de campanha política, pelo menos nas últimas três disputas municipais. O grande ‘boom’ populacional se dá no final dos anos 19 0 com a construç ão de grandes loteamentos e condomí nios como Miragem, Vilas do Atlântico e Encontro das guas, e os inúmeros prédios localizados nas comunidades de Caji e Itinga, esta última concentrando hoje a maior parte da população da cidade. A definição de pólo comercial e de serviços acontece a partir de 1990, já na gestão de João Leão (1989-1992) e a nova tributação de impostos, mais atraente do que a praticada em Salvador. E neste desenho, fica até difícil encontrar entre os moradores as pessoas que nasceram em Lauro de Freitas. Na gestão municipal nestes 58 anos de emancipação, apenas dois prefeitos, Amarílio Thiago dos Santos (19 -19 9) e Marcelo Abreu (2001-2004), são filhos da terra. Mas entendo que apesar de tantos ‘estrangeiros’, e eu sou uma entre eles, este não é o fator determinante para que a cidade de Lauro de Freitas, ou freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, como eu particularmente prefiro, perca sua identidade. A chegada de novas pessoas deveria contribuir apenas para a criação de novos costumes. Enquanto nada acontece, no que diz respeito ao topônimo da cidade ou a preservação histórica e cultural de documentos e arquitetura, bem como bens naturais que contextualizam grande parte da vida dos primeiros moradores, a exemplo dos nossos rios, Lauro de Freitas cresce, vertical e vertiginosamente, e caminha para se tornar tão somente a principal cidade da Região Metropolitana, às sombras da capital Salvador.

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Gildasio Freitas

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revista Planejamento, da Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia SEPLANTEC, no seu volume 2, nº 3, de maio/ junho 19 4, em artigo intitulado “O problema de terrenos na Região Metropolitana de Salvador”, assinado por Pedro de Almeida Vasconcelos, técnico da própria secretaria, no trecho que aborda os preços e ofertas de terreno, informa que os valores mais altos foram encontrado em Itaparica e os mais baixos em Lauro de Freitas. Foi mais ou menos esse o cenário que encontrei, quando aqui desembarquei, em fevereiro de 1981 e decidi me instalar definitivamente, a partir de março, aparelhado com uma copiadora da erox do Brasil, que viria a ser a primeira copiadora da cidade. Como a prefeitura não possuía máquina reprográfica, passamos a prestar este serviço ao poder público e também à comunidade. Minha primeira visão da cidade, quando alcancei a praça principal, por volta de meio dia, juntamente com um dos meus dois sócios, foi a de bois e vacas atravessando calmamente a rua, em busca de capim. A equipe administrativa se preparava para deixar a antiga Casa do Relógio (prédio ao lado da agência do Bradesco, onde hoje funciona uma repartição da prefeitura), espaço onde cabiam, incrivelmente, toda a estrutura da prefeitura. No centro da praça eram dados os últimos retoques para a inauguração do Centro Administrativo, no dia 30, que já se aproximava. Na descida, ao lado da prefeitura, em uma portinha, funcionava o Banco Real e no outro lado, a agência dos Correios. As únicas agências bancária e dos Correios. Ainda na Praça da Matriz, a principal da cidade, a telefônica, com uma interminável fila que sempre se formava pelos que precisavam fazer uma ligação, e assim mesmo, intermediada pela telefonista. Continua na página 12 u


Toda data importante é carregada de grandes histórias Mirela Macedo

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ou daquelas pessoas que costumam guardar na lembrança tudo de bom que foi vivido. Da infância, trago recordações dos finais de semana e férias em Lauro de Freitas, na casa das minhas tias. Passava dias na expectativa para chegar logo o momento de estar aqui com a família reunida, com tantos sorrisos e sentindo a energia inexplicável desse lugar. Lembro que na década de 80 Lauro era ‘longe’, a gente tinha toda uma organização para chegar. Essas cenas se repetiram muitas e muitas vezes. E a cidade que marcou minha infância, foi ficando cada vez mais próxima, marcando cada vez mais a minha história. Um dia passou a ser também o meu endereço, local do meu trabalho e lugar da minha vida. Foi em Itinga que dei os primeiros passos profissionais ao adquirir minha clínica médica. Trabalhei intensamente. Desenvolvi projetos sociais. Tive esse trabalho reconhecido e fui eleita para cuidar e representar esse povo na Câmara Municipal. Depois,na Assembleia Legislativa. Nesse município acolhedor e de gente dedicada, que tenho a honra e o orgulho de ser oficialmente cidadã, fiz amigos. E falando em amigos, é incrível a força de Lauro e do seu povo. É uma espécie de imã sem igual. Não apenas eu, mas muitos dos que vivem aqui vieram apenas para passar uns dias. E esses dias também se transformaram numa vida que resultaram em família, filhos e sonhos. E não dá para falar em sonhos sem pensar no futuro. Se antes ele já era incerto em função de tantas crises no mundo, com a pandemia do novo coronavírus tudo ficou ainda mais difícil. Mas, é certo que a gente vai passar por isso.

Sei também que nós somos vencedores no dia a dia. Não nos entregamos fácil. Vencemos tantos obstáculos ao longo da vida. E vamos vencer de novo. Quando isso passar e o futuro chegar, vamos mostrar como Lauro de Freitas é uma cidade linda, forte e que pode ser ainda melhor, fortalecendo a sua economia para receber turistas, criar novas oportunidades e escrever uma nova história. Porque é assim que tem que ser. E é assim que nesse mês especial eu parabenizo Lauro de Freitas pelos 58 anos de emancipação. E também quem teve e tem a sorte e honra de morar nessa terra. Gente como a dona Alice. que vive em Ipitanga e o jovem Thiago, em Buraquinho. As donas Marias, no Parque São Paulo, Centro, Areia Branca, Vila Praiana, Itinga e Vilas do Atlântico. Jac son lá em Portão e Raimunda no Jambeiro. Lorena e sua filha Liz, no Joc ey. Todas as famílias de Pitangueiras, Aracuí, Itinga, Caixa D gua, Caji, Vida Nova, Quingoma, Capelão e Barro Duro. Feliz aniversário, Lauro de Freitas. Parabéns, cidade dos nossos corações. Mirela Macedo é fisioterapeuta e deputada estadual. Julho de 2020 | Vilas Magazine | 11


LAURO DE FREITAS: 58 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

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Mais adiante, a Igreja Batista Lírio dos Vales, um dos pouquíssimos templos evangélicos existentes na cidade. Ao indagar onde se poderia almoçar, fui informado que o único lugar era o Bar e Restaurante Amizade, que ficava na outra praça, mais na frente, quase em frente ao pé de Oiti, um marco de referência no centro. Outros locais que tenho referência e que ficavam próximos ao restaurante, eram a Farmácia Nossa Senhora de Lourdes e o Mercadinho Compre e Lucre, os únicos estabelecimentos do gênero após Itapuã. Para os moradores das poucas aglomerações urbanas mais relevantes, que se resumiam ao Centro e ao bairro de Portão, ou para quem viesse para esse lado, entrar e sair daqui era um grande problema. O único meio de transporte coletivo era da linha Itapuã/Portão, com seus velhos ônibus apelidados de ‘matracas’, que faziam realmente jus ao apelido, pois vinham lentamente, matracando, desviando da buraqueira e parando para atender aos passageiros que acenavam, muitos deles conhecidos dos motoristas. Tempo depois foi colocada uma linha para o Terminal da França, no Comércio, em Salvador, e aqui, o fim de linha ficava na Praça da Matriz. Três ou quatro ombis, com as portas amarradas com arames, quase caindo aos pedaços, e superlotadas, levavam o povão para a praia nos domingos e feriados. Todo cidade que se preza tem o seu “senadinho” e com Lauro de Freitas não era diferente. No Bar do Barbudo, quase em frente à prefeitura, empresários, políticos, “puxa sacos” e “bocas de espera”, se reuniam para saber das ‘últimas’, entre goles intermináveis de cerveja. O prefeito, dr. Gerino, era assíduo frequentador dessas rodas de conversas. Foi justamente numa dessas rodadas que surgiu o Jornal do PGL, que foi o grande marco da imprensa escrita nesta cidade. O grande programa à noite era ir até a lanchonete do Natanael, na Praça Martiniano Maia, comer um cachorro quente com Coca-Cola. Fora isso, diversão eram as rinhas de galo, dominós, babas e idas ao estádio, domingo à tarde ou aos campeonatos nos campos de Portão, Pitangueiras e outras comunidades. A hoje portentosa Estrada do Coco e a antiga Estrada Velha de Portão ou Estrada das Pitangueiras, atual Avenida Luiz Tarquínio, não passavam de uma sucessão de chácaras, sítios e fazendas, na verdade ao longo de meras passagens para um também quase despovoado Litoral Norte, e quase nada lembram um passado recente que explodiu dando lugar à agitada Lauro de Freitas que hoje conhecemos, onde vivemos. ildasio reitas é escritor, historiador, sócio efetivo do Instituto eográfico e istórico da ahia.

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DO TEMPO

1558 - Missão jesuíta funda a Aldeia do Divino Espírito Santo (Vila de Abrantes), nas terras de Garcia D’ vila 1 - Os jesuítas fundam a freguesia de Santo Amaro do Ipitanga, às margens do Rio Joanes. Arquitetonicamente barroco-maneirista, a Paróquia Santo Amaro de Ipitanga ocupou por longo período a sede da freguesia e originou ao seu redor o povoado. Século 1 - Ciclo da cana-de-açúcar, com o esplendor dos engenhos Japara, Cají, Quingoma e São Bento. Século 19 - Um surto de cólera dizimou quase metade da população. 1814 - Negros muçulmanos integrantes da revolta escrava dos Haussás, são dizimados em combate às margens do Rio Joanes. 1 - As terras da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga passam a pertencer ao município de Montenegro, atual Camaçari. 1925 - A empresa francesa Compagnie Génerale d’Entreprise Aéronautique Latéco re constroi um campo de pouso, próximo do local onde hoje se localiza o atual Aeroporto Internacional de Salvador. A empresa operava uma linha entre Buenos Aires e Toulouse, na França. 1932 - As terras da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga voltam a pertencer ao município de Salvador. 1942 - Fundação da Base Aérea de Salvador 19 - Emancipação política. A freguesia de Santo Amaro de Ipitanga se torna cidade, com o topônimo de Lauro de Freitas. O ex-enfermeiro da Base Aérea de Salvador, Celso Pinheiro da Silva, assume como primeiro prefeito do novo município, até 19 . Foi co-fundador do Colégio Ipitanga. 19 - Prefeito marílio Thiago dos Santos. Natural de Santo Amaro de Ipitanga, na sua gestão foi aberta a estrada que dá acesso à praia de Ipitanga, com 4 m de extensão, hoje denominada Av. Amarílio Thiago dos Santos. Amarílio não conseguiu cumprir seu mandato até o final, sendo cassado pela câmara municipal. 19 9 - Prefeito Miguel Santos Silva. Na condição de presidente da Câmara de Vereadores, assume interinamente a prefeitura por apenas um ano, tempo em que implantou calçamento em ruas do centro da cidade e do distrito de Portão. 19 - Prefeito lfredo gostinho de Deus. ltimo prefeito eleito antes dos biônicos, não há registros sobre sua gestão, mas um fato se tornou exemplar: a contratação da auxiliar de ensino Valentina Silvina dos Santos, que se tornaria uma das maiores educadoras do bairro da Itinga, o mais populoso do município. 1972 - Lauro de Freitas é declarado ‘município de interesse da segurança nacional’, por decreto-lei amparado na constituição de 19 , assim como Simões Filho, Candeias e Camaçari. O governo federal passou a impor os prefeitos, atrofiando a representatividade local. 19 - Prefeito Ismael Ornelas arias. Primeiro prefeito indicado pelo governo federal. Na sua gestão foi normalizado o serviço de limpeza pública, a construção do Colégio Bartolomeu Gusmão, das escolas Fênix, Esfinge e Verdelux (em parceria com a Maçonaria), a Unidade Mista de Saúde Menandro de Faria. 1975 - Entregue o primeiro trecho da BA-099, Estrada do Coco, do Aeroporto Internacional de Salvador até a Praia do Forte 1979 - Lançamento do loteamento Vilas do Atlântico. Inauguração do Vilas Tênis Clube. 19 - Prefeito erino de Souza. O engenheiro e advogado Gerino de Souza Filho foi o segundo prefeito biônico, da então área de segurança nacional. Durante sua gestão foram inaugurados os prédios da administração do mu-


Prefeito Ismael Ornelas inspeciona obras da Unidade Mista de Saúde Menandro de Faria

Primeiro prédio da Prefeitura, e iste até hoje, ao lado da agência do radesco, no Centro

Acima: Serviço de aterro na rua Direita de Portão anos . Esq. erino de Souza ilho, prefeito de 19 a 19 . Abaixo: Ex- prefeitos Celso Pinheiro Alves e Amarilio Tiago dos Santos, com vereadores e correligionários.

nicípio e o estádio municipal, além da construção do cine teatro; levou energia elétrica e asfalto para Areia Branca, Jambeiro, Itinga e Portão. 19 - Prefeito Paulo Rosa. Primeiro prefeito eleito após o período dos biônicos. Dentre as realizações mais relevantes de sua gestão estão a construção de duas escolas em localidades pouco povoadas, mas hoje bastante habitadas: Escola Jovina Rosa, em Buraquinho e a Escola Francisco Pereira Franco, no Parque São Paulo, sendo esta estadual. No Centro foi construída a escola municipal Ana Lúcia Magalhães. Viabilizou a construção da primeira passarela sobre a Estrada do Coco. 19 9 - Prefeito oão Leão. Empresário do ramo de pré-moldados, o pernambucano João Felipe de Souza Leão imprimiu acelerado ritmo de desenvolvimento ao município. Dentre as suas muitas realizações estão a criação da Academia de Cadetes Mirins, a construção do Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, o Hospital Jorge Novis e a Escola Eurides Santana, em parceria com o SESI. Atraiu para o município a Unibahia, primeira escola de ensino superior, e em seguida vieram tantas outras, transformando Lauro de Freitas num pólo universitário dos mais dinâmicos da Bahia. Também implantou a biblioteca municipal e o ordenamento das barracas da orla de Vilas do Atlântico. 199 - Prefeito Otávio Pimentel. Engenheiro sanitarista, Otávio José de Carvalho Pimentel teve sua gestão marcada pela atenção especial à questão ambiental e à educação. A implantação do que hoje é o Parque Ecológico em Vilas do Atlântico, obras de saneamento básico na Itinga, criação do Departamento de Gestão Ambiental que evoluiu para a criação da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a despoluição do rio Sapato (chegando a haver o peixamento do rio), são algumas realizações na sua gestão, na qual Lauro de Freitas passou a integrar o seleto grupo de municípios turísticos credenciados pela Embratur. 1997 - Prefeito Roberto Muniz. Na gestão do engenheiro Roberto de Oliveira Muniz, também indicado por João Leão, destacam-se a Casa do Trabalhador, o Banco de Serviços, o ginásio de esportes, Centro de Saúde da Mulher na Itinga, posto de saúde em Portão, Parque do Saber, Av. Beira Rio, Centro de Gestão Ambiental, em Buraquinho, onde foi implantado o Projeto Joanes Vivo, que possibilitou o plantio do manguezal e educação ambiental para professores e alunos da rede municipal. 1 - Prefeito Marcelo breu. Com Marcelo Abreu fecha-se um ciclo de 1 anos em que a cidade esteve sob a liderança de João Leão. A gestão de Abreu foi responsável pela elaboração do PDM Plano Diretor Municipal, criação da Casa da Cidadania, Escola de Cadetes Mirins em Portão, implantação da educação infantil na rede pública, atração de quatro escolas particulares de ensino superior. Na sua gestão, a ONU Organização das Nações Unidas reconheceu Lauro de Freitas, como o segundo melhor ndice de Desenvolvimento Humano Municipal da Bahia IDH. - O Terreiro São Jorge Filhos da Goméia é tombado como Patrimônio Cultural da Bahia - Prefeita Moema ramacho. Com carreira política já consolidada no estado, Moema Gramacho se tornou a primeira mulher a assumir o Poder Executivo do município, se reelegendo no pleito seguinte. Em sua gestão foi inaugurada a Maternidade de Lauro de Freitas, primeira do município. 1 - Prefeito Márcio raponga Paiva. Após dois mandatos como vereador, Márcio Paiva é eleito prefeito pelo Partido Progressista (PP), assumindo após duas gestões do Partido dos Trabalhadores (PT). Durante sua gestão foi implantado o CEP por logradouros, em Lauro de Freitas. 1 - Prefeita Moema ramacho. Na sua terceira gestão acontece a inauguração da estação Aeroporto, do Metrô Salvador-Lauro de Freitas, a inauguração do Centro Administrativo de Lauro de Freitas e do Parque Shopping Bahia, maior centro comercial do Estado.

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CORONAVÍRUS / COVID-19

Escolas repensam formato para retomar aulas Volta dos alunos está cercada de desafios que envolvem aspectos pedagógicos, psicológicos, emocionais e sanitários

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os mais de 200 dias do primeiro ano na escola, Gabriela Lins, 4, passou mais de 0 em casa, vendo a professora e os amigos na tela do computador. Todo dia ela pergunta à mãe quando voltará a usar mochila e brincar no pátio do colégio. “A resposta para essas perguntas fica cada dia mais difíceis. Não sei quando as aulas vão voltar e, mesmo que voltem, não sei como vai ser a nova dinâ mica, como vai ser a convivência dela. Com

certeza, ela não vai voltar para o que tinha conhecido como escola” , disse a mãe da menina, a esteticista Luiza Lins, 32. Com um terço do ano letivo a distância e sem data definida para o retorno das aulas presenciais, colégios buscam alternativas para que os alunos continuem aprendendo e não percam o vínculo escolar. Depois de três meses, colégios estão preparando as famílias para adaptações que terão de ser feitas na volta às aulas.

Os protocolos de segurança trazem mudanças que vão desde hábitos de higiene até novas regras de convivência. Camilla Schiavo, diretora da escola Viva, em São Paulo, diz que educadores tiveram de fazer concessões e mudar a forma como enxergam a educação infantil. A unidade sempre defendeu que as crianç as deveriam ter o mí nimo de contato com as telas e que a prioridade deveria ser o contato e convívio social. “Não é que a gente tenha mudado de pensamento, mas tivemos que nos adaptar e ver que a tecnologia é a única forma de manter o vínculo. Não é como acreditamos ser ideal, mas é a ú nica opção”, disse. “Ainda não sabemos se vai ser possível voltar toda a turma, se eles poderão usar o parquinho, quais brincadeiras poderão ser feitas. Isso vai trazer mais um

ANÁLISE | GVE – Grupo de Valorização da Educação, coletivo de escolas particulares criado para tratar da postura adotada pelo setor durante o período de combate à epidemia do novo coronavírus.

Escola e amília. Princípios e Valores

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necessidade da quarentena mudou estruturalmente a organização e a vida social. Não é à toa que se diz que o mundo que conhecíamos cedeu espaço a um emaranhado de ineditismos e incertezas. As famílias estão adaptando-se tanto aos novos modelos de trabalho, quanto às demandas de acompanhamento do cotidiano escolar dos filhos. A tarefa de orientar e dar o suporte para que as atividades escolares aconteçam requer um esforço imenso de cada família, sobretudo pela distância física de um importante aliado no funcionamento dessa equação: a Escola. Na perspectiva das instituições de ensino, é possível dizer que o cenário nos convocou a compreender a necessidade de quebrarmos alguns paradigmas que eram a espinha dorsal do trabalho que realizávamos. A lógica foi desconfigurada e a narrativa precisou ser reescrita. Foi uma verdadeira revolução de saberes, em um curto espaço de tempo; revolução essa que exigiu adaptação, estudo, cooperação, trocas, resiliência e, sobretudo, desejo de continuarmos exercendo o nosso papel e propósito. Reafirmamos o compromisso do que sempre foi inegociável: a formação de nossas crianças. A pandemia nos apresentou a inúmeras condições substancialmente adversas, mas não nos retirou um vínculo que consideramos essencial. E é devido a essa relação construída que, mesmo em meio ao caos, a Escola e as amílias continuam exercendo o papel de formadores e educadores. Crianças transbordam vida e trazem consigo um infinito de potencialidades. Valorizar os seus saberes, cuidar para que escutemos verdadeiramente as suas vozes e preservar a sua infância são atos de profundo e necessário respeito. Planejar e

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oferecer uma experiência de aprendizagem para cada uma delas é reconhecer sua potência, cuidar da humanidade e apostar no seu destino. Mais ainda: é compreender o quanto elas também nos ensinam. É por elas e com elas que nos aventuramos e mergulhamos nesse oceano de reinvenções. O abraço, as brincadeiras e atividades coletivas, o toque carinhoso, ao menos por hora, deixaram de ser presenciais. Em contrapartida, os sorrisos, a criatividade e os laços permanecem. A realidade se apresenta de forma dura, mas o afeto nos conduz a subvertê-la. É essa premissa que nos faz defender que, diante de tantos elementos que foram subtraídos de nossas crianças, a Escola, que desempenha uma função tão central em sua constituição como sujeitos, não seja mais um exemplo de perda efetiva. Os momentos de intensa dor também podem ser janelas de oportunidade para o crescimento. A diferença reside na forma como enxergamos e vivenciamos a crise. É preciso acreditar que essa parceria é forte o suficiente para nos mantermos juntos, mesmo numa época tão turbulenta. Que possamos nos oxigenar com a esperança de um novo tempo: de crescimento, valorização e fortalecimento da Educação.


impacto para eles”, disse Camilla. A mábile P acios, dona do colégio Dromos, em Brasília, conta que, apesar de ainda não saber quando as aulas retornarão, já faz compras e adaptações necessárias no prédio. Também começou

a conversar com as famílias para falar sobre as novas regras. “ P recisamos acolher bem essas crianças, que estão com saudade da escola e dos amigos, mas de forma segura. Os pais precisam nos ajudar a explicar que eles

não vão poder se abraçar, se tocar, terão que usar máscaras. São mudanças grandes dentro do convívio escolar”, disse. O colégio irá espaçar as carteiras para que os alunos fiquem a 1,5 metro de disContinua na página 16 u

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CORONAVÍRUS / COVID-19

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tâ ncia, cada turma fará o recreio em horário diferente e o tempo no parquinho será limitado, já que os brinquedos terão de ser higienizados a cada uso. Para que os alunos possam ver o rosto dos professores, a escola comprou escudos de proteção transparentes. “Imagine o aluno assistir uma aula vendo só metade do rosto do professor. É uma mudança que pode até distanciá-los, tornar as relações menos afetivas”, disse. Lucia Rabahy, 42, disse temer os impactos dessas mudanças na relação que a filha Marina, de 9 anos, tem com a escola. A menina, no 4º ano na escola Castanheiras, em Alphaville, está ansiosa para voltar a escola e brincar. “Sinto que ela fica ansiosa até mesmo para as aulas online, porque quer ver os colegas. Ela sente falta do contato, das brincadeiras. E a escola sempre incentivou muito essa proximidade entre os alunos, não sei como vai ser essa mudança”, disse. A pedagoga Mônica Gardelli, que trabalhou na Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, disse que o retorno das aulas precisa ser cuidadoso e que as questões psicológicas e emocionais devem ser consideradas. “É preciso avaliar todos os impactos; não podemos só pensar que as crianças estão perdendo conteúdo. Temos que criar estratégias para que elas se sintam seguras, acolhidas e possam se desenvolver mesmo com essas novas restrições”, disse. Para Erastos Fortes, doutor em Educação e exmembro do Conselho Nacional de Educação, a dinâmica social das escolas as coloca como um dos ambientes de maior chance de contaminação pelo vírus. “Crianças e adolescentes têm um contato físico muito maior que o de adultos e isso é importante para o desenvolvimento. Isso precisa ser considerado e a volta não pode ser apressada. Para tirar um quarto da população de casa é preciso ter muita segurança de que a pandemia está controlada. Se não for dessa maneira, viveremos uma onda de contágio ainda pior.” Os colégios e educadores disseram sentir que terão um trabalho difícil de transmitir segurança para os pais. A empresária Luciana Fortes, 33, contou não se sentir segura em deixar o filho Pedro, de 2 anos, ir para a escola. “Eu prefiro que ele fique seguro em casa e sei que aos poucos ele está aprendendo coisas novas mesmo a distância. Ele já decorou novas musiquinhas, sabe novas palavras em inglês.” Isabela Palhares

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olhapress.

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uem é você na crise Lucia Moyses

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oda crise leva a uma mudança. Toda crise traz uma oportunidade de crescimento. Toda crise traz a hipótese do aprimoramento. Estamos em crise. Isso é inegável. O mundo está em crise. Isso todo mundo já sabe. O que ninguém ainda sabe é como sairemos dela. Para haver uma mudança, é preciso haver uma revelação. Só mudaremos se descobrirmos como somos e como os outros são. Portanto, sem querer minimizar o sofrimento deste momento, talvez possamos tirar algum lado bom desta situação. Será que existe algum lado bom? Certamente que sim. Há uma frase de F. Scott Fitzgerald¹ que diz: “mostre-me um herói e escreverei uma tragédia”. Pensando pelo lado positivo, mostre-me uma tragédia e encontraremos um herói. E muitos heróis estão se revelando neste exato momento. Profissionais da área de saúde, que arriscam suas vidas todos os dias. P oliciais, bombeiros e tantos outros servidores que estão nas ruas para nos proteger, ainda que (correndo) sérios riscos de vida. Inúmeros voluntários que poderiam ficar em suas casas protegidos do vírus, estão se dispondo a ajudar os mais necessitados. Claro que tais pessoas sempre existiram, bem como esse comprometimento, mas agora o risco é muito maior e ninguém as criticaria se quisessem tomar um caminho mais fácil e mais seguro. No entanto, o que estamos vendo são atos de heroísmo, desde os mais simples até os mais arriscados. Os mais pessimistas passam o dia a reclamar, queixando-se de tudo, agarrando-se às notícias ruins, às tragédias, a tudo aquilo que confirme que eles estão certos em seu negativismo. Os mais otimistas acreditam que tudo irá terminar rápido e não haverá sequelas. Entre um e


outro extremo há aqueles que sabem que o mundo nunca mais será o mesmo, mas, isso não significa um mundo pior. Muito pelo contrário. Tudo depende de nós. Quem é você nesta crise? Quem você quer ser nesta crise? As pessoas se revelam nos momentos difíceis. Nos momentos fáceis, é fácil sorrir, ser cordial, simpático, otimista. Nos momentos fáceis, é fácil oferecer ajuda, mostrar-se solidário, vestir-se com capas de bondade e valentia. Mas nos momentos difíceis, a máscara cai e cada um se mostra como realmente é. Triste? Sim. Irremediável? Não. Uma qualidade inegável que o ser humano tem é sua capacidade de mudança. Podemos mudar todos os dias, se quisermos e nos dispusermos a tentar. Quem você quer ser nesta crise? O herói ou o covarde? Esta é a hora das mudanças. Agora é a hora de descobrirmos nossa humanidade, nossa bondade, nossa disposição para ajudar. É a hora de crescer, de evoluir, de se olhar no espelho com orgulho, com altivez. Você pode ajudar alguém financeiramente, por pouco que ARQUIVO DEPOSITPHOTOS

seja? Alguém que, na crise, está desempregado ou impossibilitado de trabalhar? Ajude. Você pode ligar para alguém que está sozinho e com medo, para conversar e dar seu apoio? Ligue. Você pode ensinar alguma coisa ‘online’ para quem não sabe o que fazer e está cansado de ficar o dia todo em casa? Ensine. Você pode entreter as pessoas com danças, cantos, shows, qualquer coisa que as faça rir e se divertir? Entretenha. Somos seres criativos. Usemos a criatividade para tornar a quarentena mais agradável para nós e para os outros. O ser humano é essencialmente bom e ainda que haja algumas ervas daninhas, a maior parte do nosso jardim é composto de flores. Há muitas pessoas sofrendo e não há como minimizar seu sofrimento. Há muitas pessoas morrendo e não há como não se compadecer com as vítimas e seus familiares. Mas de tudo se pode tirar uma lição. Qual será a sua lição? Pais que pouco conviviam com os filhos, agora estão convivendo demais. Sentirão falta dessa proximidade quando a quarentena acabar ou suspirarão de alívio? Casais que mal se viam durante a semana, agora estão se vendo o dia inteiro. Sairão da quarentena com o relacionamento fortalecido ou pedirão o divórcio? Pessoas que estão sozinhas e talvez, pela primeira vez na vida, com tempo para refletir e se conhecer, sairão desta quarentena uma nova pessoa, ou continuarão a se esconder em sua mesmice? Trabalhadores que estão desempregados ou impossibilitados de trabalhar aprenderão a cozinhar para vender? Farão cursos ‘online’ e talvez descobrirão outra vocação? Ou ficarão em casa o tempo todo reclamando em frente à televisão? As pessoas lerão mais? Aprenderão coisas novas? Serão criativas? Terão a oportunidade de ajudar alguém? São tempos difíceis. São tempos de dor e sofrimento para todo mundo. Mas temos duas opções: deixamos o sofrimento e o medo nos afundar até cairmos em depressão, baixando tanto a nossa imunidade de forma que possamos ser mais uma vítima do vírus, ou erguemos a cabeça e procuramos formas de lutar e vencer nesta guerra que ninguém escolheu, mas que todos, inevitavelmente, tomamos parte. São tempos difíceis, mas o pessimismo, o alarmismo e a reclamação baixam nossa imunidade, enquanto o riso, o otimismo e o prazer, aumentam. Quem é você nesta crise? Como você sairá desta crise? A escolha é sua.

Lucia Moyses é psicóloga, neuropsicóloga e escritora. Autora dos livros “Você Me Conhece?” e “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia, além de outros seis livros, que formam a coleção DeZequilíbrios. ¹ Francis Scott Key Fitzgerald, mais conhecido como F. Scott Fitzgerald, escritor, romancista, contista, roteirista e poeta norte-americano, é considerado um dos maiores escritores americanos do século 20.

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Raymundo Dantas

Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

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Falando de vitrines

spero que, ao ler esta edição da revista Vilas Magazine, seu negócio já esteja aberto. Não sabemos até quando essa situação do vírus vai perdurar. Ótimo se já estiver normalizada a nossa vida. Assim, vou retomar nossas conversas, esperando que sejam úteis na sua volta à labuta. Uma das grandes preocupações dos lojistas de varejo é com as vitrines de seus estabelecimentos. Elas precisam estar arrumadas satisfatoriamente, do ponto de vista do cliente, para quem elas existem. O cliente gasta aproximadamente 4 segundos para passar na frente de sua loja. Por isso se espera da vitrine, em primeiro lugar, a atração irresistível, capaz de fazer o cliente parar para ver. Depois, é preciso que a vitrine agrade esteticamente, criando no consumidor uma sensação de prazer visual. A seguir ela deve promover a sedução do cliente para criar nele o desejo de possuir o que está exposto. E, finalmente, ela precisa produzir o impulso de compra. Por isso não é fácil trabalhar com vitrines. Há toda uma sabedoria na arrumação, de modo a torná-la apta a percorrer os quatro estágios que levam à compra. Este conjunto de conhecimentos e técnicas é chamado vitrinismo, e é parte do chamado merchandising visual. A vitrine, por si só, é uma mídia, ou seja, um instrumento de comunicação, de propaganda. Mas como qualquer mídia, a vitrine também tem que ser bem feita. Ela tem que se preocupar com a adequação aos desejos e expectativas

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do seu público alvo. Deve zelar pela imagem dos produtos e da loja, e além disso, precisa lidar muito bem com fatores, como a mensagem que se quer passar, e a emoção a ser transmitida. Um problema básico de quem arruma vitrines é a administração do espaço. Ele precisa estar adequadamente utilizado. Vitrines muito cheias, produzem poluição visual, desagradam esteticamente e não conseguem atrair o cliente, nem lhe dar prazer. Por isso, embora ela esteja cheia de produtos, o cliente não os vê. Por outro lado, grandes espaços vazios tiram também o prazer de ver e frustram o desejo da chamada fruição estética. Os espaços têm que ser bem utilizados, para pontuar a exposição dos produtos, fazer o cliente “respirar” entre um produto e outro, dar clareza à mensagem que você quer passar. Outro aspecto fundamental no vitrinismo é a iluminação. Ela é capaz de criar um clima propício à sedução, através de corretos efeitos luminosos. Ela faz realçar os produtos e direciona o olhar de quem vê a vitrine. Por isso as vitrines devem ser bem iluminadas, ainda mais iluminadas que a loja e que o exterior, embora deva imitar o máximo possível a luz do sol, de modo a não distorcer as cores. Não esquecer que o ponto principal de uma vitrine é a exposição dos produtos, ou seja destacá-los, dar-lhes expressão, criar uma atmosfera de aceitação e desejo, levando ao impulso de comprá-los. Mas se o seu negócio é supermercado, não vale a pena pensar em vitrinismo. Afinal de contas, supermercados não têm vitrine. Não têm vitrine? Não têm mesmo? Ledo engano! O que o supermercado não tem é gaveta, nem armário, para guardar os produtos na área de venda! O supermercado é a única loja de varejo que é só vitrine! Tudo é exposição de mercadoria: estrados, painéis, gôndolas, prateleiras, cabeças de gôndola, displays, etc. Tudo isso é vitrine, ou seja, exposição destacada de produtos, que devem ser arrumados de modo a fazer parar o cliente, dar-lhe prazer visual, seduzi-lo e gerar nele o impulso de compra. Não esqueça, porém, de fazer publicidade. Anuncie, para trazer o cliente até sua loja, para que veja sua vitrine e se complete o ciclo. Nesse retorno, a publicidade é fundamental. Boa sorte nesta volta e bons negócios! ARQUIVO DEPOSITPHOTOS


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