Vilas Magazine | Ed 282 | Julho de 2022 | 20 mil exemplares

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A revista de Lauro de Freitas & Região

Ano 24 | Edição 282 Julho de 2022

Cachoeira afrontou portugueses e foi 1ª capital da ‘Bahia brasileira’ Um quarto dos brasileiros não vai ao oftalmologista, indica pesquisa

LAURO DE FREITAS: 60 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

Moradores antigos ainda aguardam reparação histórica


REGISTROS & NOTAS

JEAN VICTOR

METRÔ DE SALVADOR E LAURO DE FREITAS: 8 anos e 33 km de trilhos

CIDADANIA Antônio Carlos

Prefeito Elinaldo Araújo, Magalhães Neto – ACM Neto – é o vereador Júnior Borges, mais novo cidadão camaçariense. A ACM Neto e Cacá Leão cerimônia de condecoração, realizada na Câmara de Vereadores de Camaçari, dia 14 de junho, foi prestigiada pelo prefeito Elinaldo Araújo, que destacou a parceria que o político tem com o município: “Minha cidade já entende e enxerga na sua pessoa, competência, como parlamentar, como legislativo, como executivo e com a sua capacidade de fazer política e aglutinar pessoas. ACM Neto tem um história de 20 anos de relação com a cidade e representou Camaçari como deputado federal”. Continuar contribuindo para o crescimento do município, é um desejo do pré-candidato a governador: “Sei que a Câmara me outorga essa honraria não apenas pelo o que já fizemos na cidade, mas, sobretudo, pela expectativa do que podemos fazer no futuro, e espero poder fazer mais, se Deus me permitir chegar ao governo do estado. Esse título aumenta ainda mais o meu compromisso de trabalhar por Camaçari e por seu povo”, agradeceu o novo cidadão municipal. A honraria foi proposta pelo presidente da Casa Legislativa, vereador Júnior Borges.

EMPREENDEDORAS

As irmãs, Jéssica Solla (esq.), cirurgiã-dentista, e a irmã, Giovanna Solla, bacharela de Direito, são as mais novas mulheres empreendedoras de Lauro de Freitas. Com inauguração prevista para este mês, as duas empresárias estão a frente de uma clínica de odontologia em Itinga.

SUSTENTABILIDADE A Sedur e a Limpec, de Camaçari, lançaram um projeto que consiste na coleta da substância gordurosa usada. A iniciativa, em parceria com a empresa Recigraxe, integra parte do programa Horto Educa, com atividades voltadas ao diálogo sobre a importância do cuidado para o meio ambiente e o ser humano. 2 | Vilas Magazine | Julho de 2022

Após passar 14 anos em obras, o metrô de Salvador completou em junho, oito anos de inaugurado, operando 20 estações distribuídas em 33 quilômetros de vias na capital e em Lauro de Freitas. O Tramo 3, que está em fase de expansão, vai viabilizar duas novas estações e mais cinco quilômetros de trilhos, chegando até o subúrbio de Águas Claras. Operando uma frota de 40 trens, cada um com capacidade de transportar mil passageiros por viagem, o sistema metroviário da Bahia transporta hoje aproximadamente 330 mil pessoas/dia e gera 1.350 empregos diretos. Segundo a CCR, a estação Lapa é a que tem o maior número de embarques diariamente, seguida pelas estações Pirajá, Aeroporto, Acesso Norte, Rodoviária e Mussurunga. Denominado “Impactos Sociais e Econômicos do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas”, estudo do Instituto Miguel Calmon, lançado em junho, aponta que a criação do sistema gerou um impacto positivo de R$ 11,1 bilhões na economia do estado e representou 0,60% do PIB (Produto Interno Bruto) da capital, com R$ 4,237 bilhões. A concessionária informou que, entre 2013 e o ano passado, foram investidos R$ 7,76 bilhões. De acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o sistema de monotrilho de Salvador, previsto para ser inaugurado no final do próximo ano, terá 23,3 quilômetros e 25 estações e se conectará com as linhas 1 e 2 do metrô. A previsão é que a demanda seja de 170 mil passageiros/dia e se some ao total de usuários transportados diariamente pelo metrô.

GRUPO IVI REPRODUÇÃO HUMANA ABRE ESPAÇO EM LAURO DE FREITAS

A médica Genevieve Coelho, especialista em tratamento de fertilidade, celebra a ampliação das ações do grupo IVI Reprodução Humana, do qual é diretora médica, com uma unidade funcionando no Shopping Estrada do Coco. “Chegamos para ajudar muitos pacientes e casais a realizarem o sonho da maternidade”, conta a profissional (veja informativo na pág. 7). A clínica, que completou 12 anos de funcionamento em maio, representa no Brasil o grupo internacional Grupo IVI – RMANJ, responsável por 80 clínicas em 9 países e mais sete centros de pesquisa ao redor do mundo.

SAC EFICIENTE Não é novidade que os serviços nos postos do SAC são prestados por equipes muito bem treinadas. Todos, indistintamente, exercem suas funções com eficiência e presteza. Exemplo: no posto do Parque Shopping Bahia, a equipe que atende as demandas do Detran tem sido avaliada muito positivamente, reflexo dos cuidados dos coordenadores Marcos Ma�os e Aymar Lima. De janeiro a maio de 2022, o SAC Lauro de Freitas prestou 84.500 atendimentos – média de aproximadamente 17 mil/mês. O serviço de habilitação (primeira via, renovação e entrega do documento) liderou a demanda, com 18.500 atendimentos, seguido de emissão de RG, com 17.130 atendimentos. A coordenação geral do posto SAC de Lauro de Freitas é operacionalizada por Yuri Carvalho, gerente e Lúcia Costa, subgerente.

Virginia Nogueira, gerente do posto SAC Pituacu, Andreia Mesquita, da diretoria de Qualidade SAC, Lúcia Costa e Yuri Carvalho (a partir da esq.)


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REGISTROS & NOTAS Rotary Club Lauro de Freitas empossa novo Conselho Diretor

Banco do Nordeste lança plano de ação para apoiar o segmento da construção civil em Lauro de Freitas O Banco do Nordeste lançou, em junho, no auditório da Estação Cidadania, em Itinga, o plano de ação territorial que irá apoiar o fortalecimento da construção civil no município de Lauro de Freitas. A ação integra o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), que busca contribuir com o desenvolvimento local, por meio da organização e elevação da competitividade de atividades econômicas. O lançamento foi realizado no auditório da Estação Cidadania, localizada no bairro da Itinga. A agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, Fabiana Neiva, explicou que o programa tem atuação em Lauro de Freitas e em Simões Filho. Aqui, conta com a intermediação da Secretaria Municipal de Trabalho Esporte e Lazer (SETREL), com ações previstas para abranger todos os profissionais que atuam na construção civil. MAÍNA DINIZ

O empresário Valdemar Leal Pereira assume a presidência do Conselho Diretor do Rotary Clube Lauro de Freitas para o período 2022-23. Rotariano desde 1994, é a segunda vez que Valdemar dedica seu dinamismo para comandar as ações do clube de serviços. Compõem sua diretoria Filadelfo Matos, vice-presidente; Leandro Andrade Reis Santana, secretário; Almir Rodrigues Cerqueira, tesoureiro; Carlos Luiz Accioli Ramos, diretor de protocolo; Janeide Maria Borges de Oliveira, diretora da Comissão de Desenvolvimento do Quadro Associativo; Marivaldo Batista da Paixão, diretor da Comissão de Administração do Clube; Filadelfo Matos, diretor da Comissão de Projetos Humanitários; Suely de Melo Calixto Caldas, diretora de Imagem Pública; Otávio Luís Gaino, diretor da Comissão de Fundação Rotária; Roberto Margalho Mascarenhas, diretor de Patrimônio; Haroldo Lima Neto, diretor de Novas Gerações.

PARCERIA AMBIENTAL O professor Henrique Moitinho (esq.) promoveu, em junho, uma apresentação sobre os trabalhos desenvolvidos pelo projeto socioambiental Ilhas, ao doutor Danilo Fonseca, professor atuante de Ciências Jurídicas do Centro Universitário de Adamantina (SP), especialista em Direito das Relações Sociais e mestrado em Direito Econômico Ambiental. O encontro estimulou o objetivo de firmar uma parceria para fortalecer o projeto Ilhas a apresentar seus trabalhos e ações socioambientais em outras regiões, encontrar novos investidores visando aumentar a quantidade de jovens e adultos contemplados com as capacitações em tecnologia e ampliar a proteção ao meio ambiente, através da logística reversa do lixo eletrônico. SINFONIA NORDESTINA A Orquestra Caraípa apresentou, na

noite de 15 de junho, no Teatro da Cidade do Saber, em Camaçari, o concerto Sinfonia Nordestina, sob a regência do maestro Saullo Guilhermo. Nascida em 2019, a orquestra é formada por alunos e ex-alunos do Conservatório de Música da Cidade do Saber, gerido pela Secretaria da Cultura (Secult). A titular da pasta, Márcia Tude, destacou que o evento foi a oportunidade do grupo se reconectar com o público, trazendo um repertório relacionado com a temática norteadora das ações da secretaria em 2022, o Centenário da Semana de Arte Moderna. O evento contou com a participação especial da cantora Nadja Meirelles e de atores do curso de teatro da Cidade do Saber, Corpo Coreográfico Bamuca e da Quadrilha Junina Fogueira Santa. 4 | Vilas Magazine | Julho de 2022

Pugilista baiano Waldemar Santana, ganha homenagem do Projeto Negro Muro, no Rio O projeto Negro Muro, que produz artes urbanas na cidade do Rio de Janeiro homenageando figuras da cultura negra, inaugurou dia 24 de junho, um mural dedicado ao pugilista baiano Waldemar Santana, na rua da Lapa, 49, em frente à sede da Associação Cristã dos Moços, onde o lutador, na década de 50, venceu o famoso mestre de Jiu-Jitsu Hélio Gracie. O muro, de autoria do artista Cazé e idealizado pelo produtor cultural Pedro Rajão, faz referência à trajetória de vida do lutador, que saiu de Salvador, na década de 50, com 22 anos, onde trabalhava como marmorista e mudou-se para o Rio na tentativa de aprimorar seu conhecimento nas artes marciais. A arte conta seu domínio da capoeira, a participação na Academia Gracie, a vitória no duelo que travou contra o famoso e invencível Hélio Gracie, em 24 de maio de 1955 e sua ascensão no mundo da luta, sendo conhecido como o Leopardo Negro, um dos precursores do MMA no Brasil. A grande luta durou 3h45, com a vitória de Waldemar, que virou celebridade nacional e por ser dono de um enorme carisma logo se tornou conhecido do público brasileiro. Cenas como sua relação com o carnaval carioca, artistas, imprensa e sua trajetória de vida são retratadas em cenas do mural. Waldemar morreu em agosto de 1984, em Salvador, com 54 anos. O projeto Negro Muro surgiu em 2018 e conta com diversas intervenções urbanas pelas ruas do Rio de Janeiro.


LAURO DE FREITAS:

60 anos de história, escrita com alegrias e algumas tristezas Teobaldo Costa

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freguesia Santo Amaro de Ipitanga tinha esse nome pois cresceu a partir da igreja matriz de mesmo nome. Foi em 1962, há 60 anos, que o vereador Paulo Moreira de Souza propôs a municipalização do distrito de Salvador e a mudança do nome de Santo Amaro de Ipitanga para Lauro de Freitas, homenageando o político baiano Lauro Farani Pedreira de Freitas, candidato a governador da Bahia e falecido em 1950, em um acidente aéreo. A proposta de emancipação surgiu para atender uma demanda da população local por melhorias nas políticas públicas, sobretudo nas áreas de educação, saúde, segurança e urbanização. De lá para cá muita coisa mudou em Lauro de Freitas, a história da cidade foi escrita com alegrias e algumas tristezas, em especial no tocante a política, educação e cultura. Nesta eu não poderia me furtar a prestar as minhas homenagens sinceras ao saudoso Duzinho Nery, em nome de sua família, o qual durante toda sua vida se dedicou à arte e a cultura local. A exploração imobiliária revelou a pior face da desigualdade, com bairros bem estruturados e sofisticados, contrastando com áreas de extrema pobreza e áreas nobres em outros bairros do município. Por um tempo, conviveu com um incremento considerável na industrialização e atração de empresas. Porém, estratégias equivocadas à frente da prefeitura, ano a ano tem afastado investimentos e investidores da cidade. Por falar em política, aproveito este espaço para agradecer os mais de 34 mil votos de confiança que recebi nas eleições do ano de 2020. Fizemos uma campanha propositiva, pensando no presente e no futuro de Lauro de Freitas e a nossa votação reflete uma quantidade considerável de munícipes que acreditam em um futuro melhor.

Muitas pessoas amigas tem me perguntado: “Teobaldo, você sairá candidato nas eleições em 2022?”. Por muito tempo pensei e analisei o cenário político, as atribuições dos deputados estaduais e federais e, principalmente, a minha vida empresarial. Por este motivo NÃO serei candidato nestas eleições. Mas continuarei firme em meus propósitos por Lauro de Freitas. Continuarei realizando e mantendo ações sociais que muitas vezes não são divulgadas, continuarei estudando a cidade e me preparando para, quem sabe, se Deus permitir, participar no futuro, mais uma vez de um pleito eleitoral dessa cidade que tanto amor. Mas o aniversariante é Lauro de Freitas, é Santo Amaro de Ipitanga e a data é 31 de julho. Como dizem os mais jovens, “sessentamos!” e como diria Nelson Rodrigues “Jovens, envelheçam”, mas com qualidade de vida e muita fé no coração. Deus abençoe todos os habitantes desta cidade amada! Teobaldo Costa é empresário.

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A Praça da Matriz nos anos 60

60 ANOS DE EMANCIPAÇÃO: Moradores antigos ainda aguardam reparação histórica Thiara Reges | Freelance para a Vilas Magazine

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cidade de Lauro de Freitas celebra um importante marco este ano, quando comemora os 60 anos de sua emancipação política. E por mais que esta história já tenha sido lembrada em outras oportunidades nas páginas deste periódico, com a colaboração de jornalistas, pesquisadores, professores, alunos e munícipes, um sentimento de saudade e respeito à população, nos remonta novamente ao tema. Para começar, é preciso destacar que, infelizmente, são poucos os registros documentais de domínio público sobre a história da cidade, que cresce vertiginosamente ano após ano sem possuir um arquivo público, um museu, 6 | Vilas Magazine | Julho de 2022

para abrigar seu acervo de memórias. Como viviam os moradores em 1962? Como se deu a linha do tempo do desenvolvimento nestes 60 anos? Água encanada, energia nas residências? Abertura de vias, ruas e estradas? Festas e costumes? Momentos relevantes das gestões anteriores, sobretudo as primeiras? Como se deu a escolha do nome das principais ruas da cidade? Falando nisso, alguém sabe informar quem foi Priscila Dultra? Trata-se de um pacote de fatos e acontecimentos que de alguma forma moldaram a cidade como vivemos hoje, e que são de extrema relevância no tocante ao resgate dessa recente, mas aparentemente já esquecida, história.

Disse a historiadora Emília Viotti da Costa (1928-2017): “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. E antes que novos fatos venham a marcar a história da cidade, ainda existe por parte dos moradores mais antigos o desejo do resgate do nome de Santo Amaro de Ipitinga, topônimo utilizado pelos moradores desde os idos de 1552, e substituído quando da data da emancipação por Lauro de Freitas, em homenagem a uma personalidade política sem qualquer relação com os moradores locais. A questão é polêmica, nada simples e ganha novos capítulos com o passar dos anos. A lei orgânica original do município de Lauro de Freitas, que data de 1990, no seu artigo 25º, determina a “realização de consulta plebiscitária para a mudança do nome do município para Santo Amaro de Ipitanga – ou simplesmente Ipitanga”. A consulta, que deveria ter acontecido num prazo de seis meses, mas jamais aconteceu, sequer dava como

opção a manutenção da denominação atual, Lauro de Freitas. Infelizmente, pela forma de condução e pouco resultado, tanto a proposta de plebiscito de 1990, quanto as demais iniciativas de retorno ao nome de Santo Amaro de Ipitanga, parecem ter perdido o sentido original de resgate histórico e identitário, passando a servir muito mais para o viés político e eleitoreiro. A sugestão de homenagear o baiano, natural de Alagoinhas, Lauro Farani Pedreira de Freitas, candidato a governador da Bahia, em 1950, que durante a campanha faleceu em um acidente aéreo em Bom Jesus da Lapa, foi do então vereador de Salvador, Paulo Moreira de Souza. Foi ele quem primeiro articulou a emancipação de Santo Amaro de Ipitanga, apoiado pelas lideranças políticas locais. A edição de fevereiro de 2020 da Vilas Magazine, destacava uma nova intenção da atual gestão municipal em repor o nome histórico original da cidade, quando seria encaminhado projeto de lei para apreciação da Câmara de Vereadores. O que até o momento não aconteceu. Não é a primeira vez que a prefeita Moema Gramacho (PT) declara publicamente concordar com a reposição do nome, apesar de em alguns momentos se contradizer ao lembrar que a mudança de nome implica em custos aos cofres públicos para a alterar os dados cadastrais do CNPJ das empresas. Já existe também quem defenda a manutenção do nome Lauro de Freitas, quer seja por razões práticas, comerciais e até burocráticas, quer seja por diferenças religiosas. Representantes das várias denominações evangélicas tradicionalmente se opõem à reposição do nome histórico por conta de suposta conotação ao catolicismo. Para os nativos, cada vez mais raros, e moradores mais antigos da cidade, trata-se de uma questão de respeito às suas raízes culturais. Não à toa, ainda, muitos deles ainda se referem a cidade como Santo Amaro de Ipitanga.


Transformações na política nacional marcaram o ano de 1962

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ra julho do ano de 1962 e um sentimento de alegria tomava conta de todo o país: a Seleção Brasileira conquistava o bicampeonato da Copa do Mundo de Futebol, superando na final a forte seleção da Tchecoslováquia, por 3 a 1, com gols de Amarildo, o substituto de Pelé (contundido logo na segunda partida), Zito e Vavá. O time contou ainda com as jogadas incríveis Djalma Santos e Didi, além da genialidade de Garrincha. Mas se no esporte o momento era de alegria, o mesmo não acontecia no cenário político. O país, de uma forma geral, vivia, há certo tempo, momentos de grandes agitações. O presidente era João Goulart, conhecido como Jango, que governou de

Ex-prefeitos, Celso Alves e Amarilio Thiago com vereadores 1961, após renúncia de Jânio Quadros, de quem era o vice, até 1964. O ato de sua posse gera por si só um capítulo à parte, que contou inclusive com o movimento “luta pela legalidade”, encabe-

çado pelo seu cunhado, Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, e diversos apoiadores pelo Brasil. Foram os últimos anos da Quarta República, período compreendido

entre 1946 e 1964, marcado pela ampliação das demandas da população e o surgimento de movimentos sociais, através do fortalecimento do movimento estudantil e dos sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais. Vale lembrar também que foi o período que antecedeu o golpe militar, que se arrastaria por 21 anos. Neste mesmo ano, na Bahia, Lomanto Júnior vencia a disputa para o governo do estado, tendo Orlando Moscoso como seu vice, Antônio Balbino e Josaphat Marinho para o senado. Lomanto recebeu o comando do estado das mãos de Juraci Magalhães, que concluía seu segundo mandato de governador. De 1959 a 1962, Juraci concluiu importantes obras no estado, como as hidrelétricas de Funil e Barranco, implantou a Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba), construiu parte da avenida do Contorno, Continua na página 8 u

Grupo IVI Reprodução Humana amplia atendimentos para Lauro de Freitas e região Com o objetivo de trazer facilidade e conforto, sem tirar as pessoas da sua rotina do dia a dia, o Grupo IVI, especializado em tratamentos de reprodução humana e infertilidade, está expandindo o seu atendimento para a região de Lauro de Freitas, Vilas do Atlântico e Litoral Norte. “Sempre tive pedidos de pacientes para que realizássemos atendimentos nessa região. É um grande centro urbano, que tem se desenvolvido cada dia mais, e que até então não contava com atendimento profissional nessa área de reprodução assistida. Com certeza, ajudaremos muitos pacientes e casais a realizarem o sonho da maternidade”, conta a Dra. Genevieve Coelho (esq.), Diretora Médica do IVI Salvador. Todos os médicos que atendem no Grupo IVI possuem formação em ginecologia com especialização em reprodução humana. No IVI Salvador é possível realizar desde a primeira consulta até exames (tanto em

mulheres quanto em homens) para identificar possíveis causas de infertilidade; assim como realizar todos os tipos de tratamento de reprodução humana disponíveis, como fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial; ou ainda outros procedimentos, como ovorecepção, congelamento de óvulos e rejuvenescimento de ovário e endométrio. Os especialistas do Grupo IVI estão realizando consultas semanalmente no Shopping Estrada do Coco. Informações de horários de atendimento e agendamentos podem ser consultadas pela central (71) 3014-9999 ou pelo whatsapp (71) 99188-0336.

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LAURO DE FREITAS | 60 ANOS u Continuação da página 7

ligando a Cidade Alta à Cidade Baixa, em Salvador, entre outras obras. Caberia a Lomanto, seu sucessor, dar continuidade. E assim o fez. Tão logo assumiu o governo do estado, que na época era o terceiro mais populoso do país, com cerca de 5,9 milhões de habitantes, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, inaugurou o trecho estadual da estrada Rio-Bahia, com 1.657 km. Nos anos de sua administração, inaugurou o serviço de abastecimento de água da capital e de outras 53 cidades, possibilitou a implantação de pequenas e médias indústrias no interior, assim como o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, através do Banco do Desenvolvimento do Estado da Bahia (Baneb) e na área de saúde, teve importante papel quanto a erradicação da varíola no estado.

Emancipação como sinônimo de progresso

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aquele mesmo ano de 1962, um fato mudaria o rumo da história de uma fatia da população da capital baiana. Concentrados em um trecho de cerca de 57 km² nas cercanias da Base Aérea de Salvador, fazendo fronteira com os municípios de Simões Filho e Camaçari, os moradores da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga levavam uma vida simples, com inúmeras dificuldades de infraestrutura e acesso à serviços básicos.

Apesar de gerar insatisfação dos munícipes com a troca do nome de freguesia de Santo Amaro de Ipitanga para Lauro de Freitas, a autonomia política e administrativa conquistada com a emancipação política era sinônimo de esperança para a chegada do progresso, que já estava sendo sentido através de importantes obras no estado.

Prefeito Ismael Ornelas acompanha construção de ponte em Buraquinho Os munícipes eram, sobretudo, pessoas vindas de outros bairros de Salvador, a exemplo do Nordeste de Amaralina, funcionários da Base Aérea ou das empresas que se instalaram nas proximidades da mesma, além de pes-

Parabéns, Lauro de Freitas! Nesses 60 anos, há 29 estamos crescendo com você.

REVENDEDOR AUTORIZADO

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‘‘Estamos juntos! Que tal um brinde?’’ Local não identificado, parecendo ser na antiga Rua da Jaqueira, proximidades do Fórum Criminal

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SALVADOR - SÃO PAULO

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soas em busca de melhores condições de moradia. Vale lembrar que, de fato, a comunidade tem sua origem datada em 1552, quando uma missão jesuíta construiu a igreja matriz de Santo Amaro de Ipitanga nos lotes de terras que o então governador-geral, Tomé de Souza, cedeu à Garcia D’Ávila. Assim como em tantas outras comunidades pelo Brasil, índios catequizados deram origem às populações, que se firmavam no entorno da igreja, definindo assim costumes e tradições. Entra neste contexto também o destaque para o importante papel do Rio Joanes, cujas margens presenciaram lutas pela independência nos anos de 1800, e o desenvolvimento econômico. A proximidade com o mar favorecia o escoamento da produção agrícola, fortalecendo a pecuária e os engenhos de açúcar, com destaque para Japara, Cají, Quingoma e São Bento. A força de trabalho utilizada eram os negros, africanos escravizados, mas que conseguiram deixar sua marca ao longo dos anos através das comidas, samba de roda e religião de matriz africana.

Entre os nativos de Santo Amaro de Ipitanga, já frutos dessa descendência, acredita-se que mais da metade da população da época nasceu pelas mãos de parteiras. Na freguesia não havia hospitais e nem, se falava em pré-natal. Vovó Lúcia era uma das parteiras mais conhecidas. Quando nasciam, as crianças eram aparadas pelas parteiras, que as banhavam em bacias de alumínio e lhes cortavam o umbigo. Com sete dias a parteira voltava para a visita por conta do ‘mal de umbigo’, assim contam os mais velhos. A água era coletada diretamente nas nascentes, em grandes tonéis de madeira, e vendida de porta em porta; mas tinha quem fosse com sua lata na cabeça buscar diretamente da valeta, que hoje não existe mais. Já a energia elétrica funcionava através de geradores doados pela Base Aérea, que às 22h eram desligados. A maioria das casas tinha candeeiro e lampião. O transporte era feito através do caminhão de João Expresso. Saía do bairro de Portão às 4h, levando para Salvador quem precisasse mercar Continua na página 10 u

60 ANOS DE LAURO DE FREITAS. Orgulho. É essa a palavra que define o que o Parque Shopping Bahia sente no aniversário de emancipação política de Lauro de Freitas. E é esse orgulho que nos move. É esse orgulho que nos preenche. E é ele que nos faz crescer com toda Lauro de Freitas. Parque Shopping Bahia. O Shopping de um novo tempo.

Casas de taipa, nas margens do rio Ipitanga. Abaixo: Construção dos prédios da prefeitura e a praia de Ipitanga

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LAURO DE FREITAS | 60 ANOS u Continuação da página 9

seus produtos na feira ou procurar um médico. “Por volta de 11h30 ele já estava de volta, e por onde passava ia jogando balas para as crianças. Por isso chamávamos ele de vovô”. Mesmo as ruas mais importantes da nova cidade não contavam com asfalto. Talvez tenha sido neste ponto que os moradores sentiram o primeiro sopro de progresso ao verem a Rua da Lama e a rua Romualdo de Brito, uma das principais do Centro, por exemplo, serem ‘patroladas’ logo nos primeiros meses após a emancipação. A atuação dos primeiros vereadores também é um destaque do período, como contou Nivaldo Santos Nery (filho de Jaime da Silva Nery, Juiz de Paz em Santo Amaro de Ipitanga) para a Vilas Magazine, no ano de 2018, edição de comemoração dos 56 anos de emancipação. As verbas públicas passaram a desempenhar um papel importante na criação de empregos, sobretudo públicos. Antes disso, Santo Amaro de Ipitanga contava apenas com Abelardo Andrea, militar do Exército e vereador de Salvador até 1951, que apadrinhava o distrito na Câmara da capital. Há uma rua com o nome dele no Centro de Lauro de Freitas. Quer seja por amor às raízes, quer por acreditar no potencial do novo polo de negócios, de certo o que se sabe é que a emancipação cumpre seu papel e a cidade de Lauro de Freitas se destaca no cenário estadual. O visível crescimento pode ser percebido também pelos números de habitantes: se em 1970 o Censo computava 1.869 domicílios, hoje já passam de 50 mil; se a cidade contava com 10 mil habitantes, em 2021 ultrapassou a marca dos 200 mil. NOTA: Alguns relatos citados neste material, foram coletados por alunos da Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, em 2019, para a produção do documentário “Memórias de Santo Amaro de Ipitanga”, um importante registro da história oral, contada pelos antigos moradores, que aos poucos estava se perdendo.

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PREFEITOS Celso Pinheiro da Silva Amarílio Tiago dos Santos José Temporal José Mendes Fernando Sabino Miguel Santos Silva Alfredo Agostinho de Deus Ismael Ornellas Farias (2) Gerino de Souza Filho (1) Paulo Rosa Neto João Leão (4) Otávio Pimentel Roberto Muniz (3) Marcelo de Abreu (5) Moema Gramacho (6) Moema Gramacho Márcio Araponga Paiva Moema Gramacho Moema Gramacho

PTB PSD ARENA ARENA ARENA ARENA ARENA ARENA ARENA PTB PMDB PMDB PMDB PSDB PT PT PP PT PT

31/7/1962 a 30/1/1966 31/1/1966 a 30/4/1969 1°/5/1969 a 17/7/1969 18/7/1969 a 25/9/ 1969 26/9/1969 a 18/11/1969 19/11/1969 a 30/1/1970 31/1/1970 a 30/1/1973 31/1/1973 a 31/12/1979 1°/1/1980 a 31/12/1985 1°/1/1986 a 31/12/1988 1°/1/1989 a 31/12/1992 1°/1/1993 a 31/12/1996 1°/1/1997 a 31/12/2000 1°/1/2001 a 31/12/2004 1°/1/2005 a 31/12/2008 1°/1/2009 a 31/12/2012 1°/1/2013 a 31/12/2016 1°/1/2017 a 31/12/2020 1°/1/2021

Prefeito eleito Prefeito eleito. Cassado pela Câmara Municipal Presidente da Câmara, no cargo de Prefeito interinamente Presidente da Câmara, no cargo de Prefeito interinamente Presidente da Câmara, no cargo de Prefeito interinamente Presidente da Câmara, no cargo de Prefeito interinamente Presidente da Câmara, no cargo de Prefeito interinamente Prefeito nomeado pelo governador do Estado Prefeito nomeado pelo governador do Estado Prefeito eleito Prefeito eleito Prefeito eleito Prefeito eleito 1 2 3 Prefeito eleito Prefeita eleita Prefeita reeleita Prefeito eleito Prefeita eleita Prefeita reeleita

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HISTÓRIA • A história do município se inicia no século 16, quando o governador-geral Tomé de Souza cedeu, ao seu criado e almoxarife, Garcia D’Ávila, em 21 de maio de 1552, duas léguas de terras ao longo do mar, nos campos de Itapuã e Vale do Rio Joanes. • Os jesuítas também marcaram presença importante. Em 1578 temos o registro de suas passagens por aqui, quando de uma visita à aldeia do Espírito Santo (atual Vila de Abrantes), ocasião em que é atribuído um milagre ao padre Anchieta, ao salvar um índio de afogar-se nas águas caudalosas do Rio Joanes. Em 1608 fundam a freguesia de Santo Amaro de Ipitanga. • Arquitetonicamente barroco-maneirista, a Igreja Matriz de Santo Amaro de Ipitanga ocupou por longo período a sede da freguesia e originou ao seu redor o povoado, hoje sede do município. A igreja adquiriu suas feições atuais, provavelmente no final do século 17. • A população da região era formada por um grande número de índios tupinambás, habitantes do Morro dos Pirambás. • Garcia D’Ávila recebeu algumas das primeiras cabeças de gado trazidas para o Brasil e aqui, pelos campos de Tatuapara, onde ergueu a sua fortaleza, e pelos arredores (Aldeia do Espírito Santo, Ipitanga e Itapuã), fez o ponto de partida no Nordeste, para o importante ciclo do gado. • Em virtude da proximidade com o mar, que favorecia o escoamento da produção agrícola, foram instalados enge-

nhos de açúcar que utilizavam um grande contingente de escravos como mão de obra. • No ciclo da cana-de-açúcar, a região teve o seu esplendor, destacando-se os engenhos: Japara, Cají, Quingoma e São Bento. • Em meados do século 19, com os reflexos do fim da cana-de-açúcar, da gradativa extinção da escravatura e de um surto de cólera que dizimou quase toda a população, dentre outros fatores, a região entrou em declínio, situação esta que não se altera muito, mesmo com a instalação do campo de aviação pelos franceses após a 1ª Guerra, em 1927. A construção da Base Aérea de Ipitanga e do aeroporto, durante a 2ª Guerra, é que atraíram rapazes de diversas procedências que acabam se fixando por aqui, se envolverem com nativas, constituindo famílias. • Lauro de Freitas pertencia a Salvador até que, em 1880, passou a ser distrito de Montenegro, atual Camaçari. Retornou a Salvador em 1932, assim permanecendo até 1962, quando foi elevado à categoria de município. Onze anos depois, passou a integrar a Região Metropolitana de Salvador. • A região recebeu, inicialmente, o nome de freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, por ter se desenvolvido a partir da igreja matriz de Santo Amaro de Ipitanga, construída no século 17, na parte mais alta da cidade. • Em 1962, depois de resoluções, decreto e lei, por indicação do então vereador da capital, o distrito de Ipitanga


A Praça da Matriz é palco para manifestações culturais que acontecem na cidade. é então emancipado, com o nome de Lauro de Freitas, dado em homenagem ao engenheiro ferroviário, Lauro Farani Pedreira de Freitas, falecido em acidente aéreo no dia 11 de setembro de 1950, quando de sua candidatura praticamente vitoriosa a governador da Bahia. • O Distrito foi criado, com a denominação de Ipitanga, pela Lei Estadual n.º 628, de 30/12/1953, subordinado ao município de Salvador. • Em divisão territorial datada de 1º/7/1955 o distrito de Ipitanga figura no município de Salvador assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º/7/1960. • Elevado à categoria de município, com a denominação de Lauro de Freitas, pela Lei Estadual n.º 1.753, de 17/7/1962, sendo desmembrado do município de Salvador. Constituído do distrito sede, instalado em 7/4/1963. • Em divisão territorial datada de 31/12/1963 o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2015.

• É nesse mesmo ano, que na paradisíaca praia de Buraquinho, Glauber Rocha dá a largada para a sua carreira internacional, ao concluir as filmagens Antonio Pitanga e Luiza Maranhão, na praia de Buraquinho, cenário escolhido por Glauber Rocha para as filmagens de Barravento

de Barravento que conquistaria o prêmio Opera Prima no Festival Internacional de Cinema de KarlovyVary, na Tchecoslováquia, hoje República

Tcheca. A praia de Buraquinho serviu de cenário para quase todo o desenrolar do filme. Nasce assim o nosso município sob o signo da cultura. • A partir da década de 60 do século 20, um ciclo de desenvolvimento se acelera, com a construção da Estrada do Coco e se consolida nos anos 90 com a Linha Verde, multiplicando-se o número de vilages, condomínios, loteamentos, restaurantes, bares, barracas de praia bem estruturadas, shoppings, bancos, pousadas e outros estabelecimentos voltados muitos deles para o turismo que se constitui numa grande vocação e potencialidade econômica da região. • Lauro de Freitas possui uma rica herança da cultura africana, expressada em centenas de terreiros de candomblé, grupos de capoeira, na voz e ritmo de seus sambistas, no artesanato que sai de seus teares e da cultura europeia, manifestada nas rezas de Santo Antônio, nas procissões, nos ternos de reis e outras ricas manifestações populares. Julho de 2022 | Vilas Magazine 11


FOLCLORE

Animação no retorno dos Cangaceiros de Ipitanga no São João de Lauro de Freitas

REGIÃO

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e m o ção e ao mesmo tempo a empolgação dos Cangaceiros e Marias Bonitas marcaram o desfile dos Cangaceiros de Ipitanga, no encerramento dos festejos juninos em Lauro de Freitas, dia 24 de junho. Na linha de frente, o vereador e movimentador cultural, Edivaldo Palhaço puxava uma legião de seguidores do Cangaço, mostrando assim o melhor do São João, na cidade. Para ele, a saudade estava muito grande dos festejos juninos. “Os Cangaceiros de Ipitanga é tradição em nosso município e esses dois anos sem desfilar por conta da pandemia deixou a gente com vontade de forrozear e fazer o melhor, que Lauro de Freitas já viu”, pontuou. Já na concentração, a fé ficou marcada por uma grande oração para Nossa Senhora Aparecida, em gratidão e benção ao desfile. Logo em seguida, a banda Tempero do Forró animou a concentração do bloco, na Rua São Jorge, local de partida do trio. As ruas do Centro ficaram dominadas pelos Cangaceiros, Marias Bonitas e seguidores do Cangaço, que dançavam ao som de Magary Lord, com o “Anarriê do Semba”. Uma das grandes marcas da manifestação é fazer o cortejo sem cordas. Por isso, ao longo do percurso diversas pessoas se juntaram ao bando, levando mais animação. Ao final, já novamente na Rua São Jorge, Isahias Sampaio e Forró Pé do Oiti fecharam em grande estilo o evento. Ary Mesquita. 12 | Vilas Magazine | Julho de 2022

O Rio Joanes nasce em uma Área de Proteção Ambiental (APA), no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, e desemboca na praia de Buraquinho, na divisa entre Camaçari e Lauro de Freitas.

Impactos ambientais nas bacias dos rios Joanes, Ipitanga e Pojuca foram tema de audiência pública em junho Thiara Reges | Freelance para a Vilas Magazine.

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Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia realizou, dia 15 de junho, uma audiência pública, no Auditório da Faculdade Unime, com a presença de gestores públicos, representantes da sociedade civil organizada e munícipes, quando foram discutidos impactos ambientais nas bacias dos rios Joanes, Ipitanga, Pojuca e suas soluções. Planejamento territorial, poluição e esgotamento sanitário, assoreamento dos rios, além do trabalho conjunto entre os municípios, foram alguns dos temas abordados durante o evento. Thiago Hiroshi, coordenador socioambiental da Embasa, considerou o evento de extrema importância por oportunizar que todos as organizações e municípios envolvidos, dialoguem no sentido de encontrar um conjunto de ações coordenadas, olhando para a bacia como um todo, e assim gerar resultados. No caso da bacia do Joanes, por exemplo, o trecho do rio que corta a cidade de Lauro de Freitas carrega toda a carga de poluição que recebe desde a nascente, no município de São Francisco do Conde. “Quando pensamos no Joanes, precisamos pensar em toda a bacia hidrográfica. O rio Joanes nasce em São Francisco do Conde e todas as ações em todos os municípios, na zona urbana e na zona rural, olhar para poluição difusa, ampliar fiscalização ambiental, desocupação do solo, tudo isso deve acontecer de forma muito integrada por todas as organizações envolvidas. Por isso o evento foi tão importante”, destacou. Para Fernando Borba, fundador da Oscip Rio Limpo, o evento foi positivo do ponto de vista do conteúdo abordado e das soluções apresentadas. “Acho importantíssima a discussão, que deveria contar com a presença de prefeitos dos municípios das bacias, e seus vereadores, lideranças empresariais e de organizações da sociedade civel. O mais importante, a meu ver, é o controle do uso e ocupação do solo das bacias, que deve ser feito de forma planejada e deixar Continua na página 26 u


ITACIMIRIM

Solidariedade cidadã mobiliza moradores e veranistas em mais uma ação ambiental Texto e fotos: Claudia Patricia Diniz Correia. Colaboração para a Vilas Magazine.

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o mês em que se celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, o Coletivo Preserve Itacimirim promoveu mais um mutirão de limpeza na praia da Espera, em Itacimirim, Área de Proteção Ambiental Lagoas de Guarajuba. A ação integrou o Programa de Educação Ambiental do grupo e coletou 35 kg de resíduos, em apenas 1 hora de trabalho que envolveu treze voluntários, no local onde está fixada a placa do Programa Bandeira Azul, selo ecológico internacional concedido a praias que atendem critérios de balneabilidade e limpeza. O material coletado, incluindo plástico, copos, garrafas, canudos, isopor e latas, foi recolhido pelo caminhão da empresa Naturalle, que presta serviço à Prefeitura de Camaçari. A convite de Ronaldo Maia, morador do condomínio Village Paraíso da Lagoa, na Ilha do Meio, o Coletivo participou no final da manhã daquele dia, do lançamento do Projeto “Adote uma árvore”, que promoveu o plantio de mudas, devidamente identificadas por placas com nomes das famílias moradoras do condomínio, que aderiram à iniciativa. Na roda de conversa com os moradores, Alexandre Torres, coordenador do Coletivo Preserve Itacimirim e gestor de praia do Comitê Bandeira Azul e Gabriela Schahin Caritá, diretora executiva do Coletivo e membro do Conselho Comunitário de Segurança de Itacimirim e Barra de Pojuca-Conseg, apresentaram os objetivos e ações do grupo, destacando a necessidade de multiplicar as ações de proteção aos recursos naturais de Itacimirim. Janecelia Nascimento e Renevaldo Lima, do Projeto Mundo Verde, explicaram o processo de descarte e aproveitamento do material reciclado, recolhido por

eles em Itacimirim desde 2019, após a coleta seletiva já implantada em pousadas, condomínios e restaurantes. “A reciclagem é benéfica para a qualidade de vida no planeta, o meio ambiente, a saúde de todos. Os resíduos recolhidos são separados e destinados a empresas especializadas para evitar contaminação e dar o melhor reaproveitamento”, esclareceu Renevaldo que mora na Rua da Floresta, Beira Rio, Itacimirim. O síndico do condomínio Paraíso da Lagoa, Marcelo Garcia, anunciou o início da coleta seletiva e a parceria com o projeto para contribuir na mobilização da comunidade em defesa do meio ambiente. “As

Alexandre Torres, coordenador do Coletivo Preserve Itacimirim e gestor de praia do Comitê Bandeira Azul, lidera ações ambientais em Itacimirim placas foram feitas para as dezesseis famílias que aderiram ao plantio das mudas, vamos fazer nossa parte, buscar engajamento de todos os moradores, agradeço ao Coletivo Preserve Itacimirim e ao Projeto Mundo Verde, afirmou. A administração do condomínio assegurou que continuará divulgando as ações do Coletivo e os resíduos da coleta seletiva serão recolhidos semanalmente pelo projeto Mundo Verde no local. As atividades do Coletivo Preserve Itacimirim são divulgadas nas redes sociais @coletivo_preserve_itacimirim Mensalmente são realizados mutirões nas praias, lagoa e rio do bairro. Contatos para parcerias, com Alexandre Torres: (71) 98893-5740. Claudia Patricia Diniz Correia é assistente social e jornalista (correia6@yahoo.com.br)

Moradores e veranistas participam como voluntários nas ações. Janecelia Nascimento (dir.), do Projeto Mundo Verde, que atua desde 2019, explica o processo de descarte e aproveitamento do material reciclado Julho de 2022 | Vilas Magazine 13


Cachoeira afrontou portugueses e foi primeira capital da ‘Bahia brasileira’

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ma escuna militar com 26 marinheiros portugueses estava fundeada no rio Paraguaçu, principal rota fluvial entre o Recôncavo Baiano e a Baía de Todos os Santos, com os canhões apontados para a Vila de Cachoeira. As ameaças não dissuadiram os principais líderes políticos da vila, que em junho de 1822 decidiram afrontar os portugueses e a aclamar dom Pedro de Alcântara como “regente constitucional e defensor perpétuo do Brasil”. A retaliação não tardou e a vila foi alvejada por uma saraivada de tiros e balas de canhão. O episódio, que completou 200 anos dia 25 de junho, marcou o início de uma “Bahia brasileira” e desencadeou a guerra pela Independência no estado, que opôs os portugueses e os nascidos no Brasil em uma série de batalhas que acabaram com a vitória brasileira em 2 de julho de 1823. 14 | Vilas Magazine | Julho de 2022

FOTOS: RAFAEL MARTINS / FOLHAPRESS

Imagem aérea das cidades de Cachoeira e São Félix, com ponte D. Pedro 2º, que as une e o rio Paraguaçu

“Cachoeira foi a primeira capital brasileira da Bahia. Enquanto Salvador ainda era uma capital portuguesa e submetida a Lisboa, Cachoeira formou um conselho interino que passou a governar a província”, afirma o historiador Sérgio Guerra Filho, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. A aclamação de dom Pedro respondia a uma consulta feita pelos deputados que representavam a Bahia nas cortes de Lisboa. O documento chegou com atraso ao Brasil e, por isso, “estava muitos graus abaixo da temperatura política na Bahia”, como aponta o historiador Luís Henrique Dias Tavares (1926-2020). O ponto de ebulição foi atingido em fevereiro, quando o brigadeiro português Inácio Luís Madeira de Melo virou governador em armas da Bahia sob forte resistência. Um levante foi sufocado pelas tropas portuguesas, que assassinaram a abadessa Joana Angélica no Convento da Lapa. O triunfo português em Salvador fez com que os revoltosos buscassem abrigo no Recôncavo Baiano, onde organizaram a resistência ao comando português na província. O período entre fevereiro e junho de 1822 foi marcado por articulações políticas, pela defesa de um centro de Poder Executivo no Brasil liderado por dom

Pedro e pela compra de armas, munição e pólvora. Assim, quando a canhoneira portuguesa aportou no rio Paraguaçu, trancando a entrada e saída de embarcações do porto de Cachoeira, os brasileiros estavam prontos para resistir. A aclamação a dom Pedro na Câmara Municipal foi comemorada em uma missa em ação de graças na Igreja Matriz de Cachoeira, em celebração conhecida como Te Deum. Ao fim da cerimônia, foram disparados os primeiros tiros. Além das balas de canhão que vieram da escuna, portugueses que moravam na cidade também reagiram, entrincheirados, com tiros de armas de fogo contra aqueles que celebravam a insurreição nas ruas e praças de Cachoeira. Um dos atingidos foi Manoel Soledade, personagem cuja participação na batalha ainda hoje é um mistério. Na versão mítica, eternizada em 1931 no quadro do artista Antônio Parreiras, Manoel teria sido o responsável pelo toque do tambor das tropas brasileiras e tombou ao solo sob o instrumento. O historiador cachoeirano Cacau Nascimento diz que não foi bem assim: “Manoel Soledade era um intelectual negro, uma figura influente. Ele recebeu um tiro após sair da missa e ficou ferido, mas não teve participação militar nas batalhas.” Os brasileiros reagiram para tentar neutralizar o ataque das forças portuguesas e instauraram uma Junta Interina Conciliatória e de Defesa, embrião do que a partir de setembro se consolidaria em um


governo paralelo da Bahia. O clima de guerra instaurou-se na vila. A embarcação portuguesa seguiu atacando de forma violenta, atingindo edificações de Cachoeira. A escuna canhoneira só foi tomada em 28 de junho, quando uma bandeira branca subiu na embarcação cercada por uma flotilha improvisada com canoas e saveiros. Capitão e marujos foram presos e enviados à cadeia pública de Inhambupe, vila do sertão baiano. A Junta de Defesa recebeu adesões de Santo Amaro e São Francisco do Conde e passou a ter pretensões mais amplas: governar a província e preparar a tomada de Salvador, ainda sob jugo português. A escolha de Cachoeira como centro da resistência foi natural. A vila era estratégica por causa do porto, que escoava a produção de fumo, couro e algodão. Tinha na época cerca de 20 engenhos de cana-de-açúcar que se mantinham com a força de trabalho escravo. O enfrentamento aos portugueses uniu comerciantes, coronéis, proprietários de terra e donos de

engenho, que escalaram escravizados para formar parte das tropas que partiriam para cercar a capital. “Foram vários grupos que se unificaram para a resistência. Mesmo com interesses conflitantes, eles se uniram em torno de um Brasil livre”, afirma Luís Antônio Costa Araújo, historiador e provedor da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira. O interesse por maior autonomia se transformou em um nacionalismo que levou parte dos líderes a trocar sobrenomes lusitanos por outros com referências nativas, como Baiense, Baitinga, Morici, Baraúna, Pitombo, Tanajura, Gê Acaiaba e Dendê Bus. Entre junho e outubro de 1822, foram criados em Cachoeira batalhões patrióticos, formados principalmente por brancos pobres, negros libertos e negros escravizados enviados pelos seus senhores. Entre eles, estavam a Companhia dos Caçadores de Santo Amaro, os Voluntários da Vila de São Francisco e os Voluntários do Príncipe Dom Pedro, cujos soldados ficaram conhecidos como “periquitos” pelo fardamento verde. Foi deste batalhão que participou uma das principais heroínas da guerra: Maria Quitéria de Jesus, uma jovem e exímia atiradora que se disfarçou de homem para ser aceita no batalhão. Proibida pelo pai de se alistar no batalhão, ela vestiu um uniforme do cunhado, cortou seus cabelos e se apresentou como um homem sob a alcunha de “soldado Medeiros”. Mesmo depois de descoberta mulher, permaneceu no batalhão e lutou nas batalhas em Salvador e na foz do rio Paraguaçu. O reforço oficial viria nos meses seguintes, quando o Exército Pacificador partiu do Rio de Janeiro com armamentos, 38 oficiais e 260 soldados para reforçar as tropas que conquistariam Salvador em 2 de julho de 1823. Depois de 200 anos, os filhos da terra lutam para preservar o legado da resistência cachoeirense, seja

pela exaltação ao passado de “cidade heroica”, seja pelas tradições dos descendentes de quilombos, inviabilizados ao longo dos últimos dois séculos. No dia 25 de junho, como acontece desde 2007, Cachoeira passou a ser a capital da Bahia por um dia. Por mais um ano, a cidade vai exaltar a figura do caboclo, que representa a participação popular nas batalhas contra os portugueses, com desfile cívico, sambas de roda e saudações nos terreiros de Candomblé. “O desafio é manter a tradição. Houve uma carnavalização da data, que caiu em meio aos festejos de São João. A data passou a ser uma coisa mais festiva e menos cívica”, explica o escritor e artista plástico Davi Rodrigues, que tem nas tradições populares de Cachoeira o centro de seu trabalho. Outro desafio é enfrentar a ruína econômica de uma cidade que saiu do apogeu no século 19, quando ganhou uma ponte de ferro sobre o rio Paraguaçu, ao declínio no século 20, com a derrocada do porto, da ferrovia, da indústria do fumo e dos engenhos de açúcar. Estagnada com cerca de 30 mil habitantes, caiu de segunda maior cidade baiana para o 83º município em população do estado. Mitigar as desigualdades sociais e raciais são um desafio ainda maior em uma cidade com mais de 80% da população negra, boa parte dela pobre. Foi só em 2020 que a cidade deu um passo na representatividade e elegeu sua primeira prefeita negra em 490 anos de história. Para Luís Antônio Costa Araújo, a cidade heróica de Cachoeira – que com seu casario histórico é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro – deve trabalhar para fazer do seu legado o ponto de partida para transformação econômica e social: “Isso aqui é um lugar sagrado”. João Pedro Pitombo / Folhapress.

Monumento homenageia os pioneiros da Independência Julho de 2022 | Vilas Magazine 15


MEMÓRIA

Salvador nos anos 60, 70 e 80

O Cristo de Salvador local e que foi criada 11 anos antes do famoso Cristo Redentor do Rio de Janeiro?

Se você viveu nessa época, remexa no baú da memória e relembre momentos e lugares que marcaram gerações:

nome original: Cidade do Salvador. Somos soteropolitanos: habitantes da cidade de Jesus. (Sotero: do Cristo. Politano: da cidade). A estátua foi um presente de José Botelho Benjamin para a a cidade de Salvador. Encomendada em 1920

• Ir na praia da 3ª escada do Farol da Barra era um dos locais preferidos pela juventude nos anos 70; • Praias distantes eram as do SESC (na terceira ponte) e Plakaford; • Pegar uma praia no meio da semana, só no então tranquilo Porto da Barra.

base no Cristo de duas pinturas a óleo de Dulce Benjamin (@nandatourinho), fã da Amo a História de Salvador que contou essa linda história. O nosso Cristo foi esculpido em Gênova, na Itália, num único bloco de mármore Carrara. Trazida a bordo do navio Cervino, a estátua foi inaugurada na véspera do Natal, em 24 de dezembro de 1920. Inicialmente, foi colocada sobre uma grande pedra no local então denominado Monte de Jesus, transferida para o local que hoje conhecemos como Morro do Cristo. Na verdade, o morro é a ponta original do morro do Ipiranga, que foi cortado quando a avenida Oceânica foi construída, no início do século 20. Em 2017 o Cristo da Barra foi tombado através da Lei de Preservação ao Patrimônio Cultural do Município. Você sabia disso tudo? Tá vendo aí que Salvador é outra história?

Rainha Elizabeth 2ª em Salvador

Nesta foto histórica, vemos

conversando com a rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra, no Palácio da Aclamação, quando da sua visita a Salvador, em novembro de 1968. Existem poucos registros desta visita, pois os fotógrafos foram proibidos no começo de um dos períodos mais duros do governo militar. Uma semana depois da censura e a repressão no Brasi. A rainha foi presenteada com um quadro de Carybé, com o tema “Cavalos”, que se encontra nos seus aposentos, no Palácio de Buckingham,

Point dos anos 70 A praia

do Sesc, trecho da praia de Jaguaribe, nos anos 70, 80, era o point da juventude “avançada” da época. A barraca da Jajá era a mais frequentada e vivia assim, lotada, na maior “azaração”. Valia até a máxima de a barraca da Jajá era o mesmo que ir à Roma e não ver o Papa 16 | Vilas Magazine | Julho de 2022

faixa de areia, entre os fortes São Diogo (1609) e Santa Maria (1614), era e • Badaladas do sininho anunciavam a chegada da Kombi de sorvetes Primavera; • Fantasia do Carnaval era mortalha, e daquelas que iam até o pé, como as azul turquesa, do Bloco do Jacú; • Concoridos eram os bailes do Patropi, do Preto e Branco, de Yemanjá (no clube Português), ou do Fantoches; • As festas chique de 15 anos aconteciam na Cabana da Barra; • Dançar na boate do Bahiano de Tênis (com som de Crezo), na ma�nê da Hipopótamos ou na Parafernalha; • Aprender a dançar como John Travolta com o anão da Maria Phumaça; • Os bailes das tardes de domingo no clube Palmeira da Barra, na Marquês de Caravelas; • As boites Bual’Amour e Close-up; • A cur�ção na Barraca do Juvená, em Itapuã, com direito a placa na rua: “Cuidado, Bêbados na Pista”; • A varanda do Varandá do Sandoval, na ladeira do Pau da Bandeira, com vista esplendorosa da Cidade Baixa, banhada pela Baía de Todos os Santos; • Imperdível assis�r a Gincana da Primavera, na Fonte Nova; • Teve algum colega de escola que fabricava loló para vender em frasco de seiva de alfazema no Carnaval?; • Praça da Sé, para pegar os ônibus da Vibemsa e da Duran; • Estudar no Vieira, Maristas, 2 de Ju-

Se levasse pau, acabava no Ipiranga ou no Pio X; • Excitante era fazer ponto na porta do Sophia Costa Pinto, na Vitória, para ver as pernas das meninas em seus • Viu o Leônico vencer o Vitória por 2x1, sagrando-se campeão baiano de 1966 e o goleiro Gomes, do Leônico, ajoelhado, rezando para o jogo acabar;

• Passou parafina no cabelo e usou calça OP, camisa Hang Tem, compradas • Marcava encontros na Fundação Politécnica, pois o Shopping Iguatemi • Usou roupas compradas na Mesbla e Sandiz; • Saboreou o hot dog do Tonny’s; • ‘Forrava’ o estômago com as ‘comidinhas de peso’ servidas nas madrugadas, na Kombi 4 Rodas, na Pituba; • no’ no Jardim dos Namorados; • só para ver Mara, Geisa e Deusdete; • durava 5 minutos, só para ver a bunda da menina que saia da água; • Sabia de cor os jingles, da Tv Aratu (‘TV Aratu canal 4 / Salvador, meu amor, Bahia…’), e da Telebahia (‘fale bem desta terra com emoção…’);


• Comprava bomba de 1000 no São João, escondido dos pais; • Usava calça jeans US Top, porque a Lee Riders era muito cara; • Viu seu primeiro show de strip-tease na Number One e teve a vida sexual iniciada no Alto de Ondina com as ‘meninas’ que faziam ponto em frente ao, já abandonado, Boliche de Ondina; • Foi aos shows no Clube Baiano de Tênis Novos Baianos; • ‘Pegava coroas’ no Quintela, Carinhoso, Casquinha de Siri e Tatu Paka (na Pituba); • Alistou-se na Barroquinha ou no Forte de Santo Antônio; • Tomava sorvete na Ribeira, nas tardes de domingo; • Dançou lambada ou discoteca no Freddy’s; • Tinha algum parente que corria na Turma da Madrugada; • Chamava a UNIFACS de Trabuco; • jogavam óleo na pista para os carros rodarem. Pura adrenalina; • Domingo à noite vibrava com o Pitubão e corria quando a polícia chegava; • Pulou do trampolim de saltos ornamentais na AABB, que depois virou Unimar, que virou Paes Mendonça, que virou Bompreço; • Ia ao shopping Iguatemi de frescão da Vibemsa; • a peça A Bofetada e outras tantas vezes a • da Barra; • Dançou na Tropicália, aos domingos, com Cleber e Pica-pau querendo dar show;

• Frequentou as boates Champanhe e Green House; • Cur�u as noitadas de samba do Tião Motorista, na Boca do Rio; • Lembra das ‘Mostras de Som’ do Social? • do Estudante; • Viu ‘malucos’ andarem de moto na balaustrada da praia da Barra nos pegas de domingo à noite; • Lanchou na Cubana, do Elevador La-

• Viu o Papai Noel chegar de helicóptero na Fonte Nova; • Cur�u banhos nos finais de tarde na Lagoa do Abaeté depois da praia; • • Namorou escondido no passeio público ou no Jardim de Nazaré; • No verão, paquerava turistas na Moenda, na Boca do Rio ou no Mercado Modelo, onde se ‘explicava’ os golpes de capoeira,

Prédio histórico na rua Chile abrigava a Farmácia Chile, na esquina com a Rua do Tira Chapéu, nas proximidades da Praça Municipal, defronte ao Palácio mente o Palácio do Governo. Por causa disso, os homens que passavam no em reverência aos governantes. cerda, e na Roses, no início da rua Carlos Gomes; • Comeu as esfihas do Good Day e do TengTeng, em frente ao Brazeiro, na rua Carlos Gomes; • Acampou durante o carnaval em Guarajuba, que �nha poucas casas, ou no Camping Club, em Itapuã; • Lembra do Manon (av. Sete, esquina com a Forte de São Pedro)? Primeiro bar a servir lanches e bebidas em bandejas penduradas nas portas dos carros. • Lembra do bar Gereré, no Largo das

• Comia no chines Tong Fong em frente ao Forum, no Campo da Pólvora; • No verão, depois do pôr do sol no Farol da Barra, tomava uns chopes da Brahma bem �rados, no bar Oceania, servidos pelos garçons Vovô ou Amilton, ou no Van Gogh, reduto do jogador Roberto Rebouças, do Bahia; • Comer pizzas nas noites de domingo na Barra, ou na Zucca, na Afonso Celso; • As boas mesas do Camafeu de Oxóssi e Maria de São Pedro, no Mercado Modelo; do Juarez, no Mercado do Ouro; do centenário Porto do Moreira e do Mocotó do Biu, parmegiana, campeão de vendas do Bella Napoli, na Piedade; do Colón, no Comércio.

Trio dos Novos Baianos subrindo a Ladeira da Montanha rumo à Praça Castro Alves, para cravar seu nome no Carnaval de Salvador e lançar uma tradição duradoura.

Quantas lembranças boas… Não dá para esquecer, mas dá para perceber que está todo mundo coroa. Se você lembrar de mais algumas, envie para completarmos a lista.

aberto 24 horas; • E da varanda do Avalanche, na João das Botas, no Canela?; • Dançou no Língua de Prata, em Itapuã? perdesse, engrossava o cortejo dos que voltavam caminhando, pela orla, até à Pituba, para pegar o primeiro ônibus, que saía às 4h30 para a Praça da Sé; • Lembra do bar Portal, onde Ne�nho cantava?; • Lembra do Canteiros e Popular, na Pituba? • Provou as ba�das do Diolino, no Rio Vermelho?; • antes era Bristol e antes ainda, era Cine Politeama), ou do Cine Bahia, onde Ghost • Ir para a praia do Conde durava mais de 6 horas, onde se chegava por uma trilha; Julho de 2022 | Vilas Magazine 17


SAÚDE & BEM-ESTAR

Um quarto dos brasileiros não vai ao oftalmologista, indica pesquisa Medicina recomenda ida ao especialista ao menos uma vez por ano, ainda que ‘enxergue bem’

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conteceu no último Carnaval. O primeiro sinal veio sob a forma de pequenos pontos pretos, flutuando diante do olho direito. Mas, Alexandre Cavalcanti, 49, não deu importância. Na manhã seguinte, quando acordou, o consultor de sistemas já não enxergava praticamente nada. Bateu o pânico. Era feriado. Do médico encontrado às pressas veio o diagnóstico: descolamento de retina. “Você pode ficar cego”, afirmou o especialista, insistindo na urgência da cirurgia. Cavalcanti decidiu arriscar e esperar pela volta de seu oftalmologista. Em 48 horas, foi operado. Hoje, completamente recuperado, se emociona ao lembrar do episódio. A angústia daqueles dias, ele sabe, poderia ter sido, se não evitada, amenizada. Portador de alta miopia havia seis anos, Cavalcanti não fazia check-ups. “Um monte de coisa para fazer e a gente vai levando”, justifica ele. “E o que está bom, você acha que não tem problema.” Se fosse ao oftalmologista ao menos uma vez por ano, como preconiza a medicina, Cavalcanti saberia que miopia grave é fator de risco para descolamento de retina. O caso ilustra o comportamento de muitos brasileiros em relação à saúde ocular, como mostra pesquisa Datafolha, com 2.088 pessoas, em 130 municípios. Delas, 24% não vão ao oftalmologista. É a minoria, sim, mas um contingente grande o bastante para despertar a preocupação de especialistas, sobretudo porque metade do total de entrevistados relata alguma dificuldade para enxergar. Por outro lado, 42% dos ouvidos disseram ter ido ao oftalmologista ao menos uma vez nos últimos 12 meses. Dos que dispensam o acompanhamento, 60% o fazem porque alegam “enxergar bem”, como Cavalcanti. Uma premissa tão equivocada quanto arrisca-

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da. “O sistema óptico funciona por compensação”, diz o oftalmologista Rodrigo Pegado, da SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia). “Como temos dois olhos, muitas vezes um olho acaba compensando o que está ruim e a pessoa tem a falsa sensação de que está tudo

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normal.” Além disso, condições graves, como catarata e glaucoma, são lentas e silenciosas. Quando surgem os primeiros sintomas, pode ser tarde. Caracterizado por danos progressivos no nervo óptico, o glaucoma, por exemplo, pode avançar ao longo de 10, 20 anos, sem dar nenhum sinal. E fibra óptica lesionada não se regenera, alerta Pegado. Segunda causa de cegueira no Brasil, o distúrbio afeta 900 mil pessoas no país, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, segundo o IBGE, 35 milhões de pessoas têm algum problema ocular. Deles, quase 600 mil são cegos. Em 80% dos casos, a visão poderia ter

sido preservada com medidas preventivas e/ou tratamentos adequados, diz a OMS. Não é por falta de informação. Conforme o Datafolha, 95% dos entrevistados conhecem as principais doenças oculares. Entre as mais citadas estão catarata (95% das menções) e glaucoma (74%). Outro dado da pesquisa que chama a atenção dos especialistas é a qualidade das consultas preventivas. Dos que vão ao médico regularmente, menos da metade é submetida a outros exames além do teste de acuidade visual. Muitas vezes, o paciente lê facilmente as letrinhas da tabela de Snellen e, ainda


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assim, tem doença grave. O rastreamento básico, diz o oftalmologista Pegado, prevê também medição da pressão intraocular e análise do fundo de olho. Bons hábitos, como não fumar e ter dieta equilibrada, são igualmente fundamentais para a saúde dos olhos. Com o aumento da expectativa de vida, a incidência das doenças oculares também cresce. Muitas estão associadas à falta de controle de outras condições crônicas, típicas do envelhecimento. Uma das mais comuns e perigosas, a retinopatia diabética, na imensa maioria dos casos, surge em decorrência do manejo inadequado do diabetes. Deixada a seu próprio curso, a complicação microvascular da retina, causada pelo excesso de glicose no sangue, pode levar até 50% dos pacientes à cegueira em cinco anos. No Brasil, o Ministério da Saúde estima em 2 milhões o número de doentes. Junto com hipertensão e aterosclerose, o diabetes também é fator de risco para OVR (oclusão venosa da retina), caracterizada pelo enrijecimento das artérias da retina ou por sua obstrução, causada, em geral, por coágulo. A urgência na promoção da saúde ocular não visa só o bem-estar dos pacientes de hoje, mas também conter a explosão de problemas prevista para os próximos anos. O descuido com a prevenção impacta a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, e a precariedade das políticas e programas de detecção precoce afeta cofres públicos. A lei 14.126, promulgada em 2021, garante a quem enxerga apenas com um olho os mesmos direitos e benefícios dos deficientes. “Há uma importância muito grande da prevenção como estratégia política de redução de custo social”, afirma Pegado. Karina Pastore / Folhapress.

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s anestesiologistas Anderson Gazineu e Eron Santana, respectivamente presidente e diretor de qualidade da Clínica de Anestesia de Salvador, receberam a placa da Acreditação Qmentum Diamond Internacional, em cerimônia realizada na sede da Associação Bahiana de Medicina (ABM), dia 14 de junho. Presentes no evento, Vicente de Araújo e Orlando Cunha, respectivamente superintendente médico e presidente do Hospital Português, e Álvaro Nonato, diretor médico do Hospital Aliança. As duas instituições participaram do processo de acreditação da Clínica de Anestesia de Salvador, único serviço de anestesiologia do norte-nordeste brasileiro com qualidade confirmada pela acreditação internacional trazida para o Brasil pelo Quality Global Alliance (QGA), após amplo projeto de aperfeiçoamento de suas atividades assistenciais e administrativas.


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pesar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ter aprovado o reajuste de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares em maio e dos recorrentes aumentos das mensalidades dos planos coletivos, que não dependem de autorização da ANS – o reajuste médio dessa modalidade em 2021 foi de 5,55% para os contratos com pelo menos 30 vidas e de 9,84% para aqueles com até 29 vidas – muitos usuários têm sofrido com práticas limitantes ou abusivas dos planos. Diante da não cobertura de procedimentos essenciais, reajustes abusivos e negativas diversas dos planos, consumidores têm recorrido à justiça para fazer valer o seu direito. Entre 2015 e 2021, cerca de 400 mil novos processos ligados à temática da saúde foram registrados por ano no Brasil. Desses, 130 mil são contra planos e seguros de saúde. As soluções jurídicas variam conforme as diferentes ações que podem ser movidas. Entre as demandas mais frequentes, destacam-se os pedidos de cobertura de procedimentos (inclusive estéticos reparadores), de materiais essenciais ao ato cirúrgico e de honorários médicos (inclusive de anestesia); e realização de exames e procedimentos que exigem o uso de novas tecnologias (ainda que não estejam previstos no rol da ANS). Além disso, a cobertura de fisioterapias, psicoterapias, fonoterapias, terapia ocupacional e demais terapias necessárias aos tratamentos contínuos, sem restrição de atendimento, tem sido foco de um bom número de processos judiciais.

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22 | Vilas Magazine | Junho de 2022

A dificuldade para obter tanto a cobertura de tratamento domiciliar (home care) quanto o ressarcimento ou reembolso das despesas médico-hospitalares são outras reclamações frequentes de beneficiários dos planos. Segundo a advogada Marina Basile, especialista em Direito à Saúde, boa parte dos 12 mil clientes já atendidos por ela corresponde a beneficiários de planos, que também têm recorrido à judicialização para discutir carências e danos morais em razão de abusividades cometidas; para a manutenção dos convênios coletivos em casos de demissão e aposentadoria; pela negativa de cobertura de internação em hospital de referência; e para a realização de cirurgias altamente especializadas (como é o caso das cirurgias robóticas). “Outra demanda que só cresce vem da família de pessoas com transtorno do espectro autista e de pessoas com alguma deficiência, que buscam garantir a cobertura de tratamentos multidisciplinares, tais como método ABA; terapia ocupacional e fonoaudiologia com integração sensorial, neuropsicologia, equoterapia, psicopedagogia e natação funcional, dentre outros”, relata. Ainda segundo a consultora jurídica, usuários de planos têm acionado a justiça também pela necessidade de fornecimento de medicamentos imprescindíveis de alto custo para o tratamento de doenças graves, tais como câncer, hepatite, doença de Crohn e esquizofrenia; para cobertura de quimioterapia, radioterapia e exames avançados de imagens; para liberação de imunoterapia e hormonioterapia para tratamento de câncer; e para fornecimento de medicamentos para uso domiciliar.


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SAÚDE & BEM-ESTAR “Há casos urgentes em que precisamos entrar com pedido de liminar. É o caso, por exemplo, de negativas de internação urgente em unidades e centros de terapia intensiva (UTI e CTI) e de negativas de cirurgias fetais”, destaca Marina Basile. Para a advogada, “o mais importante é entender a dor que sofre o consumidor para, a partir daí, encontrar a melhor solução jurídica. Sem dúvida, a informação especializada, adequada e precisa, nesse momento, faz toda a diferença na efetiva busca pelo restabelecimento dos direitos violados pelo plano de saúde”, completa. Marina Basile comentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo caráter taxativo do rol da ANS em detrimento do exemplificativo. Na opinião da especialista, os planos de saúde não podem se limitar a cobrir apenas aquilo que está previsto na lista da ANS, uma vez que ela serve apenas como exemplo para tratamentos básicos. Na prática, quando um paciente autista ou em tratamento oncológico, por exemplo, necessitar de um serviço de saúde que não está expressamente inserido no rol, será preciso procurar o Sistema Único de Saúde ou, ainda, pagar de forma particular. Contudo, “sabemos que nem o SUS consegue atender a uma demanda tão grande nem os brasileiros estão ‘nadando em dinheiro’ a ponto de, além de pagar a mensalidade do plano de saúde, custear os procedimentos não contemplados no rol”, declarou. O julgamento do STJ, comemorado pelas operadoras de saúde que se beneficiam da mudança, tem sido questionado por organizações da sociedade civil, coletivos, movimentos sociais e familiares de pacientes. O Ministério Público Federal enviou para a ANS, recomendação para que o tratamento integral aos pacientes autistas sejam assegurados. No dia 23 de junho foi votado e aprovado por unanimidade.

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sem ocupações as áreas de preservação permanente dos rios e seus barramentos. E quem controla o uso do solo, ou deveria controlar, são as prefeituras. Sem elas, nada acontece. Outra medida importante é a universalização do saneamento nas bacias, das nascentes à foz: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem, coleta de lixo, para todos os domiciliados nas bacias. Rios sem esgoto, sem lixo, com uma qualidade que a gente possa nadar e pescar neles. Essa é a meta”, destacou. SOBRE AS BACIAS O Rio Joanes nasce em uma Área de Proteção Ambiental (APA), no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, e desemboca na praia de Buraquinho, na divisa entre Camaçari e Lauro de Freitas. Dali, seu curso atravessa os municípios de Camaçari, Simões Filho, São Sebastião do Passé, Candeias e Dias d’Ávila, representado por remanescentes da Mata Atlântica, manguezais, restingas, dunas e cerrados, e está sob forte degradação. O rio Ipitanga possui sua nascente em Simões Filho, passa por Salvador e deságua no rio Joanes, em Lauro de Freitas. A barragem do Ipitanga 1 foi construída em 1931 com o objetivo de abastecer a cidade do Salvador. Ao longo destes anos, o rio está sendo contaminado, o que vem sendo notado pelos moradores da região. O crescimento demográfico e a urbanização, a ocupação por pedreiras em áreas não autorizadas e o lançamen-

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to em seu leito de resíduos e efluentes industriais, são os principais motivos para a contaminação. O rio Pojuca nasce no município de Santa Bárbara, passa pelos municípios de Coração de Maria, Terra Nova, Pojuca e deságua no Oceano Atlântico, na Praia do Forte. O encontro das águas cria um cenário muito visitado por turistas e moradores do município de Mata de São João,

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no litoral norte. A união das águas do Pojuca com o mar separa as praias de Itacimirim, ao sul, e do Forte, ao norte.

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Mercado pet deve crescer 14% em 2022 e franquias especializadas no setor são boas opções para investir Com a alta procura por cuidados com animais de estimação, o mercado pet está aquecido para expansão. Segundo a projeção do Instituto Pet Brasil - IPB, a área deve crescer 14% até o final de 2022, aumentando o faturamento de 51,7 bilhões conquistado no último ano. A movimentação positiva foi uma das grandes impulsionadoras de novos negócios, como a criação de franquias especializadas no segmento Para Patrícia Sprada, CEO da rede EcoCão Espaço Pet, de Curitiba, o mercado está bastante movimentado. “O brasileiro passou a cuidar mais dos companheiros em casa. Esses cuidados deixaram de ser um luxo, porque hoje os tutores entendem isso como necessidade para os animais”, compartilha a executiva, que pretende chegar a dezembro com um faturamento de R$ 13 milhões. De acordo com Rodolfo Calvo, sócio-fundador e CPO da rede Doggi, a expectativa de faturamento da rede para este ano é de R$ 16,2 milhões e, para alcançar estes números, o executivo aposta na movimentação do mercado. “Com a economia no setor gerando mais de R$ 50 bilhões por ano, o mercado se torna fértil para novos investimentos. Por isso, é importante avaliar as necessidades de cada local atendido para levar as melhores soluções para os tutores e seus animais”, afirma o executivo, que analisa outras formas de expansão para suprir as demandas do setor.

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Brasil caminha a passos largos no que diz respeito a construções sustentáveis. Segundo o ranking mundial elaborado pelo Green Building Council Brasil (CBC), somos um dos países com mais obras sustentáveis no mundo, ficando atrás apenas de nações como a China, Emirados Árabes e Estados Unidos. Com a alta da agenda ESG, sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança, é notável que executivos e investidores brasileiros já estão se movimentando e repensando seus negócios. O momento, então, é de desenvolvimento de soluções inovadores e sustentáveis, principalmente no mercado da construção civil – um dos segmentos que mais impactam o meio ambiente. Um estudo do Conselho Internacional da Construção (CIB), aponta que mais de um terço dos recursos naturais extraídos no Brasil são para a indústria da construção e 50% da energia gerada abastece a operação das edificações. Além disso, o setor é um dos que mais produzem resíduos sólidos, líquidos e gasosos, responsável por mais de 50% dos entulhos, entre construções e demolições. Diante disso, para uma construção ser considerada sustentável, todos os seus processos precisam ser sustentáveis. A madeira, por exemplo, é um dos materiais mais antigos utilizados na construção, porém foi substituída ao longo dos anos pelo aço e o concreto. Por ser o único material que é renovável e estruturalmente eficiente ao

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mesmo tempo, a madeira sempre esteve presente em construções nas regiões que enfrentam estações com temperaturas muito baixas, como os Estados Unidos e a Rússia. Elas oferecem benefícios térmicos, energéticos e acústicos, o que garante além da preservação ambiental, mais conforto e economia. Nos países desenvolvidos, há uma série de incentivos econômicos para construções verdes, como a Alemanha, que remunera os cidadãos que produzem um excedente de energia obtida por placas fotovoltaicas. Embora, nacionalmente falando, o Brasil ainda não tenha incentivos suficientes e tão eficientes, há alguns projetos para redução da carga tributária das construções, como o IPTU verde, uma espécie de desconto contemplado no IPTU para obras que implementarem sistemas ecoeficientes nas suas construções ou reformas. O cenário atual da arquitetura sustentável é mais tecnológico e eficiente, quando comparado há 20 anos atrás. As novas tecnologias possibilitam o aproveitamento dos recursos naturais de forma integral, como as madeiras engenheiradas, desenvolvidas na Áustria e que ganharam relevância e atenção mundial nos últimos anos, principalmente diante da sua versatilidade, modernidade e resistência. Hoje, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países que concentram mais edificações sustentáveis, de acordo com o estudo divulgado pelo United States Green Building em 2020. Realidade mundial, a sustentabilidade é palavra de ordem


CASA & DECORAÇÃO para as edificações e demais empreendimentos imobiliários, tendo em vista a diminuição, sobretudo, da emissão de gases do efeito estufa, como o CO2. Sendo assim, fica o seguinte questionamento: quais são os próximos passos do Brasil nessa jornada inovadora, disruptiva, moderna e sustentável da construção civil?

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e teve um ponto que ganhou destaque no universo trabalhista durante a crise do Coronavírus, com certeza esse é o home office. Contudo, fato que poucos estão se preocupando e que pode ocorrer mesmo com os colaboradores estando em casa em caso de acidentes de trabalho. São muitas as dúvidas relacionadas a esse tema, exemplo é como ficam os casos de doenças ou acidentes de trabalho? Quem é responsável por essa situação, o trabalhador ou a empresa? E para empresa, como se dá o controle? Saber se o funcionário está trabalhando ou não? A gerente de recursos humanos de uma empresa de consultoria contábil, Cris�ne Yara Guimarães, explica que esse modelo de trabalho ainda é recente. O home office começou a surgir no Brasil, ainda de forma �mida, por volta do ano de 2010 e a par�r de então a cada ano temos verificado um crescente número de empresas que têm autorizado tal modalidade de trabalho. A par�r de novembro de 2017, com a denominada “reforma trabalhista” o legislador inseriu esta modalidade de trabalho na CLT, o chamado “teletrabalho”, passando a tratar do tema de modo mais específico. “Sem dúvida alguma, além da necessidade que passamos, ao alocar um colaborador fora do ambiente de trabalho da empresa, esta tem uma redução de custos com espaço, insumos, consumo de energia elétrica, água, dentre outras, o profissional, por sua vez, não se vê obrigado a gastar tempo com deslocamentos, transportes, etc., cria-se uma nova mentalidade”, avalia aprofissional. Mas, como diz o ditado popular: ‘nem tudo são flores’. Ao implementar esse sistema de trabalho as empresas devem se blindar também, pois ainda con�nuarão a ter responsabilidade diante a estrutura e a saúde e


CASA & DECORAÇÃO bem-estar dos trabalhadores. Por isso é importante se proteger juridicamente. Outro ponto previsto na lei é que o empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. “Resumindo, ao contratar um profissional para prestação de serviços em tal modalidade (teletrabalho), o empregador deve elaborar um contrato individual de trabalho, explicitando ao máximo as condições e termos do mesmo”, complementa a especialista. De quem é a responsabilidade? A opinião é compartilhada por Tatiana Gonçalves, diretora de uma empresa de medicina do trabalho. Ela explica que muito se engana quem pensa que no home office não existem mais regras de medicina e segurança do trabalho. Elas não só existem, como são de responsabilidade do contratante. Isso pelo fato de que o contrato de trabalho deverá indicar o responsável pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto e como será realizado o reembolso de despesas arcadas pelo empregado. Neste contrato será dito quem será o responsável pela compra do mobiliário, equipamentos e suportes ergonômicos. “A norma legal define que o empregador deve instruir o trabalhador, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções contra doenças e acidentes de trabalho, e fornecer um termo de responsabilidade a ser assinado pelo empregado, comprometendo-se em seguir as instruções recebidas da empresa”, complementa. Mas acidentes acontecem e nesse caso começam dúvidas de quem é a responsabilidade. Fato é que um acidente pode acontecer em qualquer lugar, não sendo o domicílio do empregado um local livre de possíveis acidentes, e muitas vezes os motivos não se

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CONTRATE COM SEGURANÇA l Confira sempre a qualidade do serviço antes de contratá-lo. l Certifique-se de que o anunciante possua referências confiáveis. l Requeira sempre nota fiscal do serviço contratado, é um direito seu. l Os textos e responsabilidades de fornecimento desses serviços são única e exclusivamente do anunciante. l Evite realizar depósitos ou pagamentos antecipados, sem ter verificado a idoneidade do prestador do serviço. l Em caso de ter sido vítima de fraude, procure imediatamente a delegacia mais próxima para fazer um Boletim de Ocorrência. Comunique também à revista Vilas Magazine, pois sempre que o anunciante se revela inidôneo ou que haja recorrentes reclamações dos clientes, o setor jurídico determina a suspensão da veiculação dos anúncios, até que se resolvam os questionamentos.

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Acidentes de trabalho no home office: De quem é a culpa? correlacionam com a prestação de serviços realizada. “O trabalhador pode sofrer acidente em sua própria casa, promovendo um reparo hidráulico, cuidando do jardim ou numa atividade de lazer, ou, ainda, numa viagem recreativa, mas nesses casos não há implicação relacionada ao contrato de trabalho”, explica Gonçalves. Todavia, o empregado pode se lesionar em seu domicílio em decorrência da prestação de serviço, ao não se utilizar de equipamentos ergométricos necessários para postura correta nas horas em que passa à frente do notebook ou computador realizando as tarefas necessárias. Nesse caso a situação muda de figura e a responsabilidade pode ser da empresa. O advogado trabalhista Mourival Boaventura Ribeiro explica que em acidentes que ocorrem durante o trabalho se tem atualmente a jurisprudência, entendendo esse como “acidente de trabalho”. Ele cita decisão da Justiça do Trabalho, que reconheceu a queda em casa, de uma funcionária em Belém do Pará, como acidente de trabalho. Isso comprova a necessidade de preocupação das empresas em acidente ocorrido em home office, já que o mesmo pode ser equiparado ao acidente de trabalho. “É fundamental que empresas portadoras de trabalhadores que atuem em casa determinem firmemente seu horário de expediente. Façam isso no sentido de terem mais controle sobre a jornada laboral dos seus trabalhadores, e assim, em caso de acidente terão menos dúvidas para determinar se foi acidente de trabalho ou não”, alerta Tatiana. Prevenção é o caminho Para se blindar, a empresa deve atender as normas regulatórias do trabalho, mesmo em casos de home office, e treinar o trabalhador para ter certeza de que esse está em um ambiente seguro.


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SERVIÇOS & CIA Um exemplo é a preocupação com a NR-17, que possui importantes previsões sobre ergonomia aos trabalhadores, com previsão de tamanho e altura das mesas, distância dos monitores, entre outras. Nesse caso, segundo regras da reforma trabalhista, cabe ao empregador apenas instruir o empregado e sobretudo, de que eventuais custos decorrentes desta instrução serão regulamentados por contrato entre as partes, e não correr necessariamente pelo empregador, que comanda e controla o serviço. “Lembremos ainda que, pela atual regulamentação, o empregador apenas orientará o empregado para tomar precauções a fim de se evitar o seu adoecimento no trabalho, do qual o empregado passará recibo por meio de termo de responsabilidade”, finaliza Tatiana, reforçando que a prevenção, mais uma vez, é o melhor caminho nesses casos. Mas como fazer isso? É um ponto complexo, mas além de ter ferramentas de acompanhamento do período de trabalho de quem está em home office, é preciso haver capacitação e constante treinamento. Outro ponto é que, mesmo estando distante, é preciso medir o índice de satisfação e dedicação dos trabalhadores. Lembrando que a tecnologia pode ser uma forte aliada.

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Camaçari sanciona lei que permite abertura de empresa em residências

C

om o objetivo de flexibilizar e facilitar a abertura de empresas em unidades residenciais, a Prefeitura de Camaçari sancionou a Lei n.º 1743/2022, de 31 de maio de 2022, que dispõe sobre a autorização no município para que o Microempreendedor Individual (MEI), microempresas, empresas de pequeno porte, profissionais liberais e autônomos funcionem nas unidades residen-

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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Junho de 2022 | Vilas Magazine 33


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Camaçari sanciona lei que permite abertura de empresa em residências ciais de seus titulares ou sócios. A lei é um instrumento que chega para reconhecer e regulamentar um modo operacional de funcionamento das empresas enquadradas nessa modalidade. De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), foi feito um estudo de quais atividades poderiam ser permitidas para ter seu domicílio fiscal em unidades residenciais, bem como quais critérios seriam necessários que fossem atendidos, de forma que a mesma obtenha o alvará de funcionamento. O microempreendedor individual (MEI), as microempresas e as empresas de pequeno porte, além dos profissionais liberais e autônomos, podem estabelecer-se e funcionar na unidade residencial de seus titulares ou sócios desde que: a mesma não esteja situada em áreas ou zonas de preservação ambiental, salvo quando apresentado Habite-se ou documento equivalente, expedido pela secretaria competente; não ocupe faixa ou áreas non aedificandi (espaço onde não é permitido construir); o grau de risco de todas as atividades sejam classificadas como baixo, nos termos do Decreto Municipal n.º 7.041/2019, ou qualquer outro que venha a substituí-lo; o grau de impacto ambiental de todas as atividades sejam classificados como insignificantes, conforme estabelece legislação ambiental vigente, além das demais restrições contidas na referida Lei. Os documentos necessários para obtenção do alvará de funcionamento em unidades residenciais permanecem os mesmos divulgados pelas secretarias do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur) e da Fazenda (Sefaz). O MEI que exercer a atividade em unidade residencial deverá estar cadastrado no Portal do Empreendedor. De acordo com a lei, será permitida a duplicidade de endereço apenas nas ocasiões em Continua na página 36 u

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Camaçari sanciona lei que permite abertura de empresa em residências que as empresas pertençam a um mesmo proprietário, ou quando pertencentes a sócios em comum. Além disso, a emissão do alvará de funcionamento não dispensa o empresário ou a pessoa jurídica de observar as normas contidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), no que lhes forem aplicáveis, e não exime o contribuinte de promover a sua regularização perante os demais órgãos competentes, assim como nos órgãos fiscalizadores do exercício profissional, se exigido.

Limpec e Sedur firmam termo de cooperação técnica para reciclagem de óleo de cozinha

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LIMPA FOSSA

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LIMPA FOSSA

eunião realizada em 21 de junho, entre a empresa de Limpeza Pública de Camaçari (Limpec), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio ambiente (Sedur), e a empresa de coleta de óleo Recigraxe, deu partida ao Eixo Óleo do programa “Descarte Legal”. Na oportunidade foi firmado o termo de cooperação técnica instaurando a parceria para o sistema de recolhimento de óleo de cozinha descartável, que será realizado pela Recigraxe e viabilizado pela Limpec. Para Áldene Mota, diretor-presidente da Limpec, a parceria é “importantíssima e espero que o descarte correto de resíduos se multiplique em Camaçari e se torne um estilo de vida. O descarte legal para gente é descartar de forma que possa ser reaproveitado, e renovar o ciclo de vida daquele material. Confio que o projeto será abraçado por Camaçari”. O primeiro ponto de coleta do “Descarte Legal: Eixo Óleo” foi implantado no Horto Florestal, e desde aquela data, acomunidade pode realizar o descarte correto do resíduo.


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q TRIBUNA DO LEITOR

RESÍDUOS SÓLIDOS

Neste espaço o leitor pode sugerir pautas, criticar matérias publicadas nas edições, fazer denúncias de problemas, irregularidades ou direitos desrespeitados, como cidadão ou consumidor. A Vilas Magazine reserva-se ao direito de selecionar e resumir as mensagens. Denúncias sem identificação (e-mail, endereço e telefone), serão desconsideradas, assim como material ofensivo. Email para redacao@vilasmagazine.com.br

A destinação final dos resíduos sólidos de Lauro de Freitas foi tema de audiência pública, quando foram apresentados e discutidos o estudo de viabilidade técnica, ambiental, econômico-financeira e jurídica do tema. O encontro reuniu representantes do poder público e da sociedade civil, no auditório da Estação Cidadania (PEC-3000), dia 20 de junho. O estudo apresentado pela Bauer Engenharia para a destinação dos resíduos sólidos da cidade tem objetivo de desenvolver tecnologias limpas, buscando novos planos para cumprir a política nacional de resíduos sólidos. A análise apresentada pelo engenheiro Everton Bauer prevê a redução de lixo em 90%, com tecnologia 100% nacional e a utilização de gaseificação que pode ser usada como fonte de energia. Entre as ações propostas estão a separação para reciclagem e orgânicos, secagem de material orgânico, conversão de energia elétrica e tratamento de gases. A prefeita destacou que “essa usina vai reciclar todo o nosso lixo e aproveitar o máximo. O que sobrar, que for as cinzas, serão armazenadas em aterros menores do que têm hoje. Sem dúvida, Lauro de Freitas sai na frente nesse importante marco para o nosso meio ambiente”, contou a gestora. O Marco Regulatório de Saneamento, Lei nº 14.026/2020, estabeleceu novo prazo para encerramentos de lixões até 2024. “A audiência pública é parte da escuta popular importante desse processo e que, a partir de agora, a equipe vai recolher as contribuições para enriquecer o documento”, lembrou Ailton Florêncio, titular da Secretaria de Administração e de Projetos Estratégicos (SECAD), Ailton Florêncio. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) estabelece o avanço do país no que diz respeito a recuperação de 50% dos resíduos em 20 anos, e na Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, que trata sobre as soluções de destinação final de resíduos economicamente viáveis. ...... A coleta continuará como está, a empresa que implantar a usina ficará responsável em receber e separar os resíduos e produzir energia. Estive presente na audiência e questionei abertamente, inclusive para a prefeita Moema Gramacho, a atual situação da ‘usina’ que recebe podas e entulho, localizada em Quingoma (APA), onde estão enterrando lixo eletrônico, porque os administradores do aterro, não sabem o que fazer com esse material. Eles não controlam a coleta, que é realizada por carros tipo papa entulho, e são descartadas, sem controle, contendo vários resíduos, inclusive o eletrônico. Em 2017 detectei a situação, procurei o responsável na SESP, na época o sr. Renato, por sete vezes, não sendo atendido nenhuma das vezes, e não consegui apresentar a solução, já que tenho dois grupos de alunos empreendedores ambientais em Quingoma. Fiquemos atentos ao local da implantação dessa ‘usina’, porque se depender da eficiência e eficácia do poder público local, vai dar em nada. Henrique Moitinho, fundador e diretor do Projeto Socioambiental Ilhas.

38 | Vilas Magazine | Julho de 2022

DESAPOSENTAR

Ele chegou à praça com uma marreta. Endireitou a estaca de uma muda de árvore e firmou batendo com a marreta. Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra de arte. Não resisti a puxar conversa: - O senhor é da Prefeitura? - Não, sou da Alice, faz quarenta e dois anos. Minha mulher. - Ah... O senhor quem plantou essa muda? - Não, foi a Prefeitura. Uma árvore velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa estaca aí. Olha que beleza, já está toda enfolhada. De tardezinha eu venho regar. - Então o senhor gosta de plantas. - De plantas, de bicho, até de gente eu gosto, filho. - Obrigado pela parte que me cabe... Ele sorriu, tirou um tesourão da cinta e começou a podar um arbusto. - O senhor é aposentado? - Não, sou desaposentado. Foi podando e explicando: Quando me aposentei, já tinha visto muito colega aposentar e murchar, que nem árvore que você poda e rega com ácido de bateria... Sabia que tem comerciante que rega árvore com ácido de bateria pra matar, pra árvore não encobrir a fachada da loja? É... aí fica com a loja torrando no sol! Picotou os galhos podados, formando um tapete de folhas em redor do arbusto. - É bom pra terra... tudo que sai da terra deve voltar pra terra... Mas então, eu já tinha visto muito colega aposentar e murchar. Botando bermuda e chinelo e ficando em casa diante da televisão. Ou indo ao boteco pra beber cerveja, depois dormindo de tarde. Bundando e engordando... até que acabaram com derrame ou enfarte, de não fazer nada e ainda viver falando de doença. Cortou umas flores, fez um ramalhete: - Pra minha menina ... a Alice. Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flores. Ela também é desaposentada. Ajuda na escola da nossa neta, ensinando a merendeira a fazer doce com pouco açúcar e salgados com os restos dos legumes que antes eram jogados fora. E ajuda na creche também, no hospital. Ihh... A Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda, nem tem tempo de pensar em doença. Amarrou o ramalhete com um ramo de grama, depositou com cuidado sobre um banco. - Pra aguar as mudas eu tenho que trazer o balde com água lá de casa. Fui à Prefeitura pedir pra botarem uma torneira aqui. Disseram que não, senão o povo ia beber água e deixar vazando. Falei pra botarem uma torneira com grade e cadeado que eu cuidaria. Falaram que não. Eu teria que ficar com o cadeado e então ia ser uma torneira pública com controle particular e não pode. Sorriu, olhando a praça. - Aí falei: então posso cuidar da praça, mas não posso cuidar de uma torneira? Perguntaram, veja só, perguntaram se tenho autorização pra cuidar da praça!!! Nem falei mais nada. Vim embora antes que me proibissem de cuidar da praça... Ou antes que me fizessem preencher formulários em três vias com taxa e firma reconhecida, pra fazer o que faço aqui desde que desaposentei... Tá vendo aquele pinheiro fêmea ali? A Alice quem plantou. Só tinha o pinheiro macho. Agora o macho vai polinizar a fêmea e ela vai dar pinhões. - Eu nem sabia que existe pinheiro macho e pinheiro fêmea. - Eu também não sabia, filho. Ihh... aprendi tanta coisa cuidando dessa praça! Hoje conheço os cantos dos passarinhos, as épocas de floração de cada planta e vejo a passagem das estações como se fosse um filme! - Mas ela vai demorar pra dar pinhões, hein? - falei, olhando a pinheirinha ainda da nossa altura. Ele respondeu que não tinha pressa. - Nossa neta é criança e eu já falei pra ela que é ela quem vai colher os pinhões. Sem a Prefeitura saber ... e a Alice falou que, de cada pinha que ela colher, deve plantar pelo menos um pinhão em algum lugar. Assim, no fim da vida, ela vai ter plantado um pinheiral espalhado por aí. Sem a Prefeitura saber, é claro, senão podem criar um imposto pra quem planta árvores... - É admirável ver alguém com tanta idade e tanta esperança! Ele riu: - Se é admirável eu não sei, filho, sei que é gostoso. E agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice pra gente caminhar. Vida de desaposentado é assim: o dinheiro é curto, mas o dia pode ser comprido, se a gente não perder tempo! Domingos Pellegrini é jornalista, publicitário e escritor brasileiro, cuja obra compreende romances, contos, crônicas e poesia. É natural de Londrina (PR) e soma dois prêmios Jabuti, um dos títulos mais reconhecidos da literatura brasileira, com o livro O Homem Vermelho e o conto O caso da Chácara Chão.


q TÁBUA DAS MARÉS

- Julho / Agosto de 2022 A revista de Lauro de Freitas & Região

1º/7 - Sexta-feira 5h .........Alta .....2,2m 11h09 ...Baixa ...0,4m 17h30 ...Alta .....2,1m 23h15 ...Baixa ...0,6m 2/7 - Sábado 5h36 .....Alta .....2,1m 11h49 ...Baixa ...0,4m 18h06 ...Alta .....2,1m 23h53 ...Baixa ...0,6m 3/7 - Domingo 6h13 .....Alta .....2,1m 12h26 ...Baixa ...0,5m 18h49 ...Alta .....2,0m 4/7 - Segunda-feira 0h34 .....Baixa ...0,7m 6h58 .....Alta .....2,0m 13h08 ...Baixa ...0,5m 19h34 ...Alta .....1,9m 5/7 - Terça-feira 1h19 .....Baixa ...0,8m 7h47 .....Alta .....2,0m 14h .......Baixa ...0,6m 20h26 ...Alta .....1,9m 6/7 - Quarta-feira 2h13 .....Baixa ...0,8m 8h43 .....Alta .....1,9m 14h58 ...Baixa ...0,7m 21h26 ...Alta .....1,8m 7/7 - Quinta-feira 3h19 .....Baixa ...0,8m 9h45 .....Alta .....1,9m 16h06 ...Baixa ...0,7m 22h30 ...Alta .....1,9m 8/7 - Sexta-feira 4h30 .....Baixa ...0,8m 10h53 ...Alta .....2,0m 17h15 ...Baixa ...0,7m 23h32 ...Alta .....2,0m 9/7 - Sábado 5h39 .....Baixa ...0,7m 11h58 ...Alta .....2,0m

18h21 ...Baixa ...0,6m 10/7 - Domingo 0h30 .....Alta .....2,1m 6h45 .....Baixa ...0,5m 13h06 ...Alta .....2,1m 19h19 ...Baixa ...0,5m 11/7 - Segunda-feira 1h28 .....Alta .....2,2m 7h43 .....Baixa ...0,4m 14h08 ...Alta .....2,2m 20h15 ...Baixa ...0,4m 12/7 - Terça-feira 2h23 .....Alta .....2,3m 8h41 .....Baixa ...0,2m 15h06 ...Alta .....2,3m 21h06 ...Baixa ...0,4m 13/7 - Quarta-feira 3h15 .....Alta .....2,4m 9h34 .....Baixa ...0,1m 16h .......Alta .....2,4m 21h58 ...Baixa ...0,3m 14/7 - Quinta-feira 4h08 .....Alta .....2,5m 10h24 ...Baixa ...0,1m 16h53 ...Alta .....2,4m 22h45 ...Baixa ...0,3m 15/7 - Sexta-feira 4h58 .....Alta .....2,5m 11h11 ...Baixa ...0,1m 17h38 ...Alta .....2,4m 23h28 ...Baixa ...0,4m

16/7 - Sábado 5h45 .....Alta .....2,5m 11h58 ...Baixa ...0,2m 18h21 ...Alta .....2,3m 17/7 - Domingo 0h11 .....Baixa ...0,4m 6h30 .....Alta .....2,4m 12h41 ...Baixa ...0,3m 19h04 ...Alta .....2,1m 18/7 - Segunda-feira 0h56 .....Baixa ...0,6m 7h13 .....Alta .....2,3m 13h24 ...Baixa ...0,4m 19h51 ...Alta .....2,0m 19/7 - Terça-feira 1h41 .....Baixa ...0,7m 8h02 .....Alta .....2,1m 14h11 ...Baixa ...0,6m 20h41 ...Alta .....1,9m 20/7 - Quarta-feira 2h32 .....Baixa ...0,8m 8h54 .....Alta .....2,0m 15h08 ...Baixa ...0,8m 21h39 ...Alta .....1,8m 21/7 - Quinta-feira 3h39 .....Baixa ...0,9m 9h56 .....Alta .....1,9m 16h21 ...Baixa ...0,9m 22h49 ...Alta .....1,7m 22/7 - Sexta-feira 4h58 .....Baixa ...0,9m

11h08 ...Alta .....1,8m 17h41 ...Baixa ...0,9m 23h56 ...Alta .....1,8m 23/7 - Sábado 6h09 .....Baixa ...0,8m 12h21 ...Alta .....1,8m 18h47 ...Baixa ...0,8m 24/7 - Domingo 0h54 .....Alta .....1,9m 7h08 .....Baixa ...0,7m 13h23 ...Alta .....1,9m 19h34 ...Baixa ...0,8m 25/7 - Segunda-feira 1h41 .....Alta .....2,0m 7h56 .....Baixa ...0,6m 14h11 ...Alta .....2,0m 20h11 ...Baixa ...0,7m 26/7 - Terça-feira 2h21 .....Alta .....2,1m 8h38 .....Baixa ...0,5m 14h54 ...Alta .....2,1m 20h49 ...Baixa ...0,6m 27/7 - Quarta-feira 3h .........Alta .....2,1m 9h11 .....Baixa ...0,4m 15h28 ...Alta .....2,1m 21h21 ...Baixa ...0,6m 28/7 - Quinta-feira 3h34 .....Alta .....2,2m 9h47 .....Baixa ...0,3m 16h02 ...Alta .....2,2m

21h54 ...Baixa ...0,5m 29/7 - Sexta-feira 4h08 .....Alta .....2,3m 10h17 ...Baixa ...0,3m 16h36 ...Alta .....2,2m 22h24 ...Baixa ...0,5m 30/7 - Sábado 4h43 .....Alta .....2,3m 10h53 ...Baixa ...0,3m 17h06 ...Alta .....2,2m 22h58 ...Baixa ...0,5m 31/7 - Domingo 5h15 .....Alta .....2,3m 11h24 ...Baixa ...0,3m 17h41 ...Alta .....2,2m 23h31 ...Baixa ...0,5m AGOSTO 1º/8 - Segunda-feira 5h51 .....Alta .....2,3m 12h .......Baixa ...0,3m 18h15 ...Alta .....2,1m 2/8 - Terça-feira 0h04 .....Baixa ...0,5m 6h26 .....Alta .....2,2m 12h38 ...Baixa ...0,4m 18h54 ...Alta .....2,1m 3/8 - Quarta-feira 0h45 .....Baixa ...0,6m 7h06 .....Alta .....2,1m 13h17 ...Baixa ...0,5m 19h38 ...Alta .....2,0m 4/8 - Quinta-feira 1h28 .....Baixa ...0,7m 7h54 .....Alta .....2,0m 14h06 ...Baixa ...0,6m 20h30 ...Alta .....1,9m 5/8 - Sexta-feira 2h24 .....Baixa ...0,7m 8h54 .....Alta .....1,9m 15h09 ...Baixa ...0,7m 21h38 ...Alta .....1,8m

6/8 - Sábado 3h41 .....Baixa ...0,8m 10h09 ...Alta .....1,9m 16h34 ...Baixa ...0,8m 22h54 ...Alta .....1,9m 7/8 - Domingo 5h08 .....Baixa ...0,7m 11h39 ...Alta .....1,9m 18h .......Baixa ...0,8m 8/8 - Segunda-feira 0h06 .....Alta .....2,0m 6h30 .....Baixa ...0,6m 13h .......Alta .....2,0m 19h09 ...Baixa ...0,6m 9/8 - Terça-feira 1h13 .....Alta .....2,1m 7h38 .....Baixa ...0,4m 14h06 ...Alta .....2,2m 20h08 ...Baixa ...0,5m 10/8 - Quarta-feira 2h13 .....Alta .....2,3m 8h36 .....Baixa ...0,2m 15h .......Alta .....2,3m 20h58 ...Baixa ...0,4m

FASES DA LUA

Julho 6.....Quarto Crescente 13...Cheia 20...Quarto Minguante 28...Nova Agosto 5.....Quarto Crescente 11...Cheia 21...Quarto Minguante 27...Nova Fonte: Banco Nacional de Dados Oceanográficos da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil.

AVISO FÚNEBRE LEILA MARIA CHAVES QUILICI Nascimento: 18/6/1968 Falecimento: 12/6/2022

Moradora de Lauro de Freitas há 15 anos, Leila Quilici, como era conhecida, nos deixou no mês passado, coincidentemente no Dia dos Namorados. Amante de música e poesia, a família – Rogério, Victor e Lucca Quilici – deixa aos amigos, uma linda poesia amada por nossa querida mãe e esposa que esperamos inspirar cada um de vocês. Fique em paz, Mamma!

Aninha e Suas Pedras

Não te deixes destruir... Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede Cora Coralina

E-mail: ww.vilasmagazine.com.br Facebook: VilasMagazine Instagram: @VilasMagazine Publicação mensal de propriedade da EDITAR Editora Accioli Ramos Ltda. Av. Praia de Itapuã, 276, cj. 105. Lumiar Work Center. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42707-650. Tels.: 71 3379-2439 / 3379-2206. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (diretoria@ vilasmagazine.com.br). Diretora: Tânia Gazineo Accioli Ramos. Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (comercial@vilasmagazine.com. br). Assistentes: Leandra Almeida e Vanessa Silva (comercial@vilasmagazine.com.br). Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Administrativo/Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br). Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável). Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado. Redação: Thiara Reges (jornalista freelancer). Tiragem desta edição: 20 mil exemplares. Impressão: OESP Gráfica (SP). PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 71 3379-2439 / 3379-2206 / 9 8899-2439 CONTATOS COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br Vilas Magazine é uma revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gratuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais cadastrados de Lauro de Freitas e região (Abrantes, Jauá, Stella Maris, Ipitanga, Praia do Flamengo). Disponível também em pontos de distribuição selecionados na região. Opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Editora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publicadas nesta edição, por qualquer meio, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Direitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e credibilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva ao direito de recusar ou suspender a veiculação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine também utiliza conteúdos editoriais licenciados pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Magazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas registradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.

Julho de 2022 | Vilas Magazine 39


ÚLTIMA PÁGINA O professor doutor em direito penal Luciano Santoro também diz que é comum que as autoridades públicas imputem às pessoas que avisam sobre uma blitz o crime previsto no artigo 265 do Código Penal. Essa interpretação, segundo ele, busca a preservação das pessoas em face de possíveis danos, gerando perigo para um número indeterminado de pessoas. “No entanto, há precedentes judiciais afastando essa tipificação, porque é uma atuação esporádica e ocasional da polícia - e não é efetivamente um serviço de utilidade pública -, que não gera perigo concreto da ação ou dolo de frustrar o serviço”. Luciano Santoro, doutor em direito penal.

DO WHATSAPP PARA A PRISÃO:

Afinal, avisar sobre blitz é crime e dá cadeia?

O

caso de uma mulher de 25 anos, presa em flagrante por divulgar informações sobre blitz em grupos de mensagens, na cidade de Poços de Caldas (MG), chamou a atenção de muita gente pelo fato de uma ação considerada corriqueira tenha como consequência reclusão. Ela não foi liberada para responder ao crime em liberdade e foi encaminhada ao sistema prisional do estado, segundo a Polícia Civil. Especialistas ouvidos pelo UOL expliApesar de não existir cam que, apesar de não existir uma lei uma lei específica, as específica que versa sobre esse tipo de autoridades podem transgressão específica, avisar a outras interpretar como crime pessoas sobre as blitze realizadas pelos órgãos de segurança e fiscalização pode, o ato de repassar ao sim, ser interpretado como crime pelas público informações sobre autoridades policiais. blitze realizadas pela polícia No caso de Minas Gerais, segundo a Polícia Civil, a jovem foi autuada em flagrante por “atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública”. “Com a conclusão dos trabalhos investigativos é que será possível informar sobre o indiciamento da suspeita”, informou a corporação. O caso reacende um velho debate entre especialistas em direito que discorre sobre, por um lado, a garantia da integridade de operações e a segurança das pessoas, e por outro, a ponderação necessária antes da criminalização do ato. Como ainda não existe no Brasil uma lei específica que trate dessa conduta, as autoridades acabam por enquadrá-la no artigo 265 do Código Penal, que prevê pena de reclusão de um a cinco anos e multa para quem “atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública”. No entanto, segundo o advogado criminalista e mestre em direito Roberto Gama, respeitando-se entendimento diverso, é preciso considerar algumas premissas básicas para se concluir que a simples informação compartilhada por alguém, avisando a outros sobre a existência de uma blitz, caracterizaria crime de atentado contra a segurança pública. “A primeira consideração a se observar é o princípio da legalidade que as normas de direito penal exigem, conforme previsto no art. 1º do Código Penal, que diz que não há crime sem sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. “Outro princípio importante a se levar em consideração é o da taxatividade, que exige da lei penal a descrição taxativa dos elementos que caracterizam o comportamento humano que a lei penal visa reprimir. No caso em questão, esse comportamento específico não está previsto na hipótese legal do artigo 265 do Código Penal, tratando-se de conduta atípica”. Roberto Gama, mestre em direito. 40 | Vilas Magazine | Julho de 2022

PROJETO DE LEI EM TRAMITAÇÃO Santoro cita que, inclusive, há um projeto de lei tramitando no Senado Federal que busca criminalizar a conduta de se divulgar informação relativa a local, data ou horário de ação de fiscalização de trânsito, “blitz” ou similar (PL 3734/2019), inserindo o artigo 311-A, no Código de Trânsito Brasileiro, com pena de seis meses a um ano de detenção, ou multa. De autoria do senador Fabiano Contarato (PT/ ES), o projeto tramitou em tempo regimental para a apresentação de emendas na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça e, no momento, aguarda designação do relator. “Se há um projeto de lei para criminalizar a conduta, é porque ela ainda não é crime”, destaca o professor. “Vale esclarecer, porém, que aquele que procede dessa forma, avisando sobre blitze em redes sociais, além de se expor a um risco de acabar tendo que responder a um procedimento criminal, posto que há autoridades que entendem que pode ser utilizado o artigo 265, do Código Penal, ainda contribuem negativamente para a segurança pública”, conclui. Maurício Businari, colaboração para o portal UOL.

Seminário orientou agentes públicos para o ano eleitoral

D

iretores gerais, servidores das áreas administrativas dos órgãos e entidades da administração pública, especialmente de contratos, convênios e de pessoal participaram, dia 9 de junho, na sede da Procuradoria Geral do Estado da Bahia, do Seminário Administração Pública no Ano Eleitoral. O evento deu continuidade às atividades de sensibilização e orientação dos agentes públicos quanto às determinações legais previstas para o ano eleitoral e último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, em cumprimento às finalidades previstas para o Comitê Interinstitucional de Acompanhamento, criado com o Decreto nº 21.260, de 24 de março de 2022, integrado pelo Secretário da Fazenda, que o coordena, e pelos Secretários da Administração, do Planejamento, de Comunicação Social, da Casa Civil e pelo Procurador Geral do Estado. Os palestrantes foram os procuradores do Estado Sissi Andrade e Jorge Salomão, além do auditor fiscal Ilan Nogueira de Oliveira Santana. Segundo o procurador do Estado, Jorge Salomão, uma vez iniciado o ano eleitoral de 2022, os meses que antecedem o pleito trazem algumas preocupações à rotina dos gestores públicos, especialmente quanto aos atos permitidos e vedados aos agentes públicos neste período, no tocante a nomeações, contratações, demissões e outras questões. A atenção dos agentes deve ser rigorosa e redobrada quanto aos prazos que impõem as vedações, pois ainda existem condutas que atualmente são consideradas permitidas, mas passarão a se tornar proibidas antes do pleito eleitoral.


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