ELEIÇÕES 2016
MOEMA GRAMACHO SÓ FALTOU VOTO EM VILAS DO ATLÂNTICO l Relatório ambiental rejeita quiosques na orla de Vilas do Atlântico l Prefeitura deve abandonar ideia da Zona Azul este ano
NOVA LINHA
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cena da cidade
Mande sua foto registrando algum flagrante inusitado da cidade, com breve descrição, para redacao@vilasmagazine.com.br
A cadela Chiquinha não dispensa os passeios matinais. Amarrada no corpo do seu dono, Lucival, ela acompanha o despertar da cidade.
www.vilasmagazine.com.br Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42700-000. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (accioliramos@vilasmagazine.com.br) Diretora: Tânia Gazineo Accioli Ramos Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (alvaro@vilasmagazine.com.br) Assistentes: Leandra da Cruz Almeida e Vanessa dos Santos e Silva Contatos: comercial@vilasmagazine.com.br Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri Adm./Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br) Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@vilasmagazine.com.br) Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado Redação: Rogério Borges (coordenador) Colaboradores: Jaime Ferreira (articulista), Thiara Reges (repórter freelancer) PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 0xx71 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 CONTATO COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br Tiragem desta edição: 32 MIL EXEMPLARES Impressa na Gráfica Log & Print (Vinhedo/SP).
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Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gratuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais de Lauro de Freitas, Estrada do Coco e região (Busca Vida, Abrantes, Jauá, Jacuípe, Guarajuba, Stella Maris, Praia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publicadas nesta edição, por qualquer meio, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Direitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CONAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e credibilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a veiculação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine utiliza conteúdo editorial fornecido pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Magazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas registradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.
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EDITORIAL
Moema prefeita, de novo
M
Carlos Accioli Ramos Diretor-editor
ais uma vez dado o recado das urnas, a ex-prefeita Moema Gamacho (PT) tornou-se também prefeita eleita, reassumindo as funções no próximo dia 1º de janeiro. Até aí não há grande novidade, uma vez que a eleição da petista era dada como mais que provável. Para isso contribuíram decisivamente os quatro anos da gestão de Márcio Paiva (PP), que de alguma forma não conseguiu associar realizações a imagem pública e acabou desistindo de concorrer à reeleição sem dar maiores explicações, num ato que potencializou ainda mais a candidatura de Moema Gramacho. Conforme revela a apuração urna a urna feita pela Vilas Magazine, a prefeita eleita só não venceu na região de Vilas do Atlântico. Mesmo assim, recebeu mais de um terço dos votos nos locais de votação que tendem a reunir os eleitores do bairro, do Miragem e imediações. A memória dos anos abastados, de fartos recursos públicos, quando Moema Gramacho governou pela primeira vez, entre 2005 e 2012, certamente pesou a favor da candidata. O cenário desta vez é outro. Com as receitas em queda, a prefeitura não tem muito por onde mostrar realizações. A crise econômica persistente e o garrote do governo federal nos gastos públicos vão garantir alguns anos de penúria para todos os municípios. A apuração dos votos por região para a Câmara Municipal, que a Vilas Magazine publicará na edição de dezembro, mostra que a prefeita eleita, apesar de não começar o seu novo governo com maioria parlamentar, logo receberá a adesão de muitos dos vereadores, como é habitual acontecer. Outros tantos ex-candidatos, não eleitos, mas com votação suficiente para serem tidos como lideranças populares, tendem a ser atraídos para funções executivas de forma a ampliar a base de sustentação real do governo, nas ruas. A adesão de vereadores eleitos à base governista faz parte do jogo político. Afinal, os parlamentares precisam apresentar resultados aos eleitores e só a caneta do Executivo tem o poder de fazer a despesa. Mas dar cargos no Executivo a personalidades que as urnas rejeitaram é estapear o eleitor, por mais que isso faça sentido do ponto de vista pragmático da política. Figuras tradicionais da política local, alguns há muitos anos encastelados no Poder Público, quer no Executivo quer no Legislativo, perderam lugar na Câmara este ano. Em boa medida isso aconteceu devido às novas regras eleitorais, com uma campanha mais curta, de 45 dias, mais ampla proibição de atos publicitários, despesas limitadas por lei e impedimento de financiamento por empresas. Aos candidatos pouco mais sobrou para fazer campanha do que o seu histórico de realizações junto às comunidades, o trabalho efetivo de cada um na defesa dos interesses da coletividade. Quem não se elegeu provavelmente foi reprovado nesse quesito. Por isso, não há justificativa para acolher tais personalidades no governo, nem sob o argumento de que são “lideranças comunitárias”. No Executivo deve estar quem trabalha e não quem foi reprovado nas urnas por falta de trabalho para apresentar.
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Ainda estamos tentando descobrir.
H O RÁ RIO S D E FU N CIO N A MEN TO :
SEG U NDA A SEX TA : 8 h às 1 9 h 3 0 • SÁ B A DOS: 8 h às 1 5 h
AV. PRAIA D E ITAPUÃ, N º 1 3 4 1 CAS A AMARE L A E N T RE O BE LVE D E RE CE N T E R E O BRAD E S CO LOJ A V ILAS 7 1 3 3 6 9 1 8 7 4 • LOJ A V ITÓR IA 7 1 3 0 1 4 2 3 3 4 • LOJ A P ITUB A 7 1 3 2 4 8 9 5 3 5
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REGISTROS & NOTAS
Fábrica de Bolo Vó Alzira abre em Lauro de Freitas a segunda franquia na Bahia
Não é sempre que presenciamos uma história linda e verdadeira de superação. O casal Luciano Sabino e Priscilla Bessa, inaugurou, na Av. Luiz Tarquínio, próximo da entrada principal de Vilas do Atlântico, a segunda loja da Fábrica de Bolo Vó Alzira na Bahia com a presença ilustre da própria dona Alzira Ramos, (à dir., de amarelo, com os franqueados) que cede seu nome e
receitas ao projeto que nasceu em 2007, com um bolo caseiro vendido em fatias no bar de um amigo, no centro do Rio de Janeiro, para ajudar no orçamento da casa. Ali surgia o negócio da família: a rede Fábrica de Bolo Vó Alzira. O negócio cresceu aos poucos, vendendo bolos em bares, lanchonetes e restaurantes. Em 2010, a antiga mercearia da família foi transformada em fábrica de bolos, e o cheiro logo atraiu a clientela. No ano seguinte, veio a segunda loja. Em 2014, com o lançamento da franquia, a produção migrou para uma cozinha industrial que faz 600 mil bolos por mês. Hoje, aos 69 anos e com dois netos, “Vó Alzira” tem seu nome na fachada de quase 200 lojas espalhadas pelo Brasil e agora se prepara para ir mais longe: pretende inaugurar uma loja em Boca Raton, na Flórida (EUA), no começo de 2017.
Galeria dos Pães celebra 7 anos em Vilas do Atlântico
Jovens trocam emoção das baladas por ação de solidariedade Em maio deste ano, um grupo de amigos tomou a iniciativa de trocar a noite de lazer semanal, para ajudar a quem precisa. Em vez da balada, uniram forças por uma ação de solidariedade, que se iniciou na semana seguinte, voltada para moradores de rua. Levaram algumas quentinhas com alimentos, e enquanto faziam a entrega, puxavam conversa, buscando conhecer os motivos que levam essas pessoas para as ruas. Colheram depoimentos fortes, se emocionaram e fortaleceram a decisão de manter a ação por outras semanas. Surgiu assim o Amor em Ação. Hoje já distribuem mais de 200 quentinhas por ação, doam roupas, materiais higiênicos, brinquedos, orientam como tirar documentos pessoais e até ajudam na intermediação para internamento em clínicas de reabilitação. Tudo conseguido com doações de amigos. As acões de rua acontecem a cada 15 dias, sempre nas quintas-feiras e uma vez por mês o grupo visita uma instituição de caridade. O movimento não possui agenda política ou religiosa e tem como missão promover a ética, a paz, a cidadania, os direitos humanos, a democracia e resgatar valores como a caridade, o altruísmo e a gratidão. Contribuições são muito bem-vindas. Interessados em participar podem entrar em contato pela página do instagram (@amoremacaossa) ou email (movimentoamoremacao@gmail.com).
Encontro de Literatura, Artes e Cultura
Clientes, amigos, parceiros e a comunidade foram recepcionados, dia 28 de setembro, com degustação de doces e salgados da qualificada linha de produtos da Galeria dos Pães, celebrando os sete anos de funcionamento da casa em Vilas do Atlântico. Liderando o comitê de recepção, o patriarca Max (ao centro, de camisa branca) e os cinco filhos: Diego (camisa vermelha), Tiago (camisa listrada), Danilo (camisa preta), Manuella e Leonardo. 8 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
O Rotary Club Lauro de Freitas Centro, presidido por Lindolfo Oliveira, e a Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas, presidida por Valéria Vaz, promovem, de 19 a 24 deste mês, o 1º Encontro de Literatura, Artes e Cultura – ELAC, com a participação do Grupo de Poetas do G13, da ALALF e comunidade artística em geral. A abertura do evento acontece na manhã do dia 19, sábado, das 9h as 13h, na área de eventos do Restaurante D’Meg (rua Gerino de Souza Filho, 222 - atrás do Maxxi Atacado), com lançamento de livros, recital de poesias, apresentação musical, exposição de arte e manifestações culturais.
“No início de cada ação de rua, achamos que estamos indo fazer o bem ao próximo. No final, percebemos que estamos fazendo MUITO bem a nós mesmos. Se livrar de vaidades, preconceitos, medos e diferenças. Se apossar de compaixão, solidariedade, carinho e amor. Quando conseguimos estar ali por inteiro, com a mais pureza que Deus nos deu, o resultado é esse aí da foto. Amor ingênuo, sem malícias. Amor de verdade, sabe? Como não amar ir para as ruas? Como não amar conhecer pessoas e histórias incríveis? Como não se derreter com tanto amor recebido? Queria que esses sorrisos congelassem aí. Queria que essas crianças não sentissem a dor da miséria da vida nas ruas. Queria muito que elas não conhecessem a dura realidade de sentir fome, frio e solidão. Ah, meu Deus, como eu queria! Vamos fazendo o que está ao nosso alcance. E, de pouquinho em pouquinho, o cinza vai ficando colorido. Até a próxima, meus queridos...” Flávia Accioli Ramos, 27 anos, médica veterinária e participante do grupo Amor em Ação.
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DEPOIMENTO
Festa para as crianças da Escola Rotary de Quingoma O Núcleo de Senhoras do Rotary, coordenado por Maria das Graças Cerqueira – assessorada por Mariana Mateus, da Comissão de Ação Social e Integração Jovem –, promoveu em outubro, festa para as crianças da Escola Rotary de Quingoma, com entrega de brinquedos (doados por parceiros da instituição) e muitas atividades. 㜀 ㌀㈀㌀㔀ⴀ 簀 㤀㤀㈀㈀㠀ⴀ㌀㈀ 㤀 ⼀挀氀椀渀椀挀愀猀愀渀氀愀稀稀愀爀漀 挀氀椀渀椀挀愀猀愀渀氀愀稀稀愀爀漀⸀挀漀洀⸀戀爀 䄀瘀⸀ 匀愀渀琀漀猀 䐀甀洀漀渀琀Ⰰ 欀洀 Ⰰ㔀 搀愀 䔀猀琀爀愀搀愀 搀漀 䌀漀挀漀 䈀䄀ⴀ 㤀㤀Ⰰ 䰀愀甀爀漀 搀攀 䘀爀攀椀琀愀猀⸀ 䔀猀瀀愀漀 䄀攀爀漀 䔀洀瀀爀攀猀愀爀椀愀氀Ⰰ 渀먀 㠀㠀㌀Ⰰ 䰀漀樀愀 ㈀⸀ 䔀洀瀀 Novembro de 2016 | Vilas Magazine | 9
REGISTROS & NOTAS
Viva o Grão incentiva ação ambiental no mês das crianças
uPáreo na Câmara Intensificam-se as articulações na Câmara Municipal de Lauro de Freitas para definir o próximo presidente da Casa. Estão no páreo o atual presidente, Antônio Rosalvo (REDE) - esq. - o campeão de votos da eleição deste ano, Edilson Ferreira (PRB) e Naide Brito (PT), dir. – esta, com o apoio da prefeita eleita Moema Gramacho (PT).
Durante o mês de outubro, em homenagem às crianças, o Viva o Grão distribuiu mudas de árvores nativas para as crianças u q Garoto é maquiado para a participar da festa das crianças, promovida pela Associação de Moradores de Aracuí. A iniciativa teve o apoio de pessoas e empresas daquela comunidade. A associação foi fundada em 1986 e tem como presidente Antônio Roberto dos Santos, o “Conti”.
uGol Social A garotada que participa do Projeto Gol Social na Base Comunitária de Itinga em breve vai ganhar uniformes de futebol para estimular a adesão à prática esportiva. Em Salvador já foram entregues 84 uniformes. uImagem pública Uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado e a Rede Brasileira de Diagnóstico (RBD) dá ao Hospital Geral Menandro de Faria, na Estrada do Coco, os recursos do diagnóstico por imagem. São novos equipamentos de ressonância, tomografia, mamógrafos e raio-x, num investimento de mais de R$ 80,2 milhões que inclui outros nove hospitais. uEnem Os estudantes da escola estadual Bartolomeu de Gusmão, no Centro, este ano tiveram acesso a uma ferramenta de internet específica para o Ensino Médio, destinada aos alunos do 3º ano que se 10 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
prepararam para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O módulo pode ser acessado por meio de wi-fi na própria unidade escolar e nos celulares dos alunos, desde que tenham dispositivos hotspost da Oi. uVideo aulas O conteúdo do módulo inclui acervo de videoaulas gravadas e ao vivo, produzidas pela empresa Liceu Virtual, livros digitais interativos e banco de questões com notificador do momento de revisar assuntos, sistema interno para rastreamento de carências de aprendizagens e com procedimentos de localização de falhas de aprendizado. A plataforma oferece ainda um simulado de prova individual, no modelo do Enem, por agenda feita pelo estudante, com relatório de tendências de desempenho. uBarbeiros em Vilas O lote abandonado ao mato e com um barracão em ruínas, tomado por cupins, na rua Praia de Tambaú, em Vilas do Atlântico, agora é também um criadouro de barbeiros – o inseto transmissor da doença de Chagas – ou de um inseto muito parecido com ele que tem assustado os moradores das redondezas.
qA Base Comunitária de Segurança de Itinga promoveu, dia 8 de outubro, festa para crianças da comunidade, com diversas atividades recreativas, intervenções artísticas e culturais, doação de brinquedos, doces e lanches. A ação acontece desde a instalação da BCS na comunidade, em 2012, atendendo um público estimado de mil crianças por edição e conta com o apoio de empresários e comerciantes locais, dos policiais militares da base, do Corpo de Bombeiros Militar, dos conselhos comunitários e de direitos humanos e principalmente dos moradores do bairro, fortalecendo a corrente do bem. Amilton Amparo
uTransição adiada Outubro já ia avançado e o Executivo municipal ainda não havia criado a comissão de transição que deve passar o serviço à próxima gestão.
Acarajé do Natanael: tradição familiar em Vilas
que visitaram as lojas. Foram distribuídas mais de 200 mudas de Pau Brasil, Ipê, Flamboyan, Mangueira, Jaqueira, Jambeiro, Cajueiro, Açaizeiro, Pitangueira e Acerola. A iniciativa teve como objetivo despertar nas crianças o interesse pela natureza, pela preservação do meio ambiente e reforçar a importância da participação dos pais no processo de uma nova conscientização para o futuro. “Era visível a alegria e o brilho nos olhos dos pequenos ao receberem as mudas”, desabafa o empresário Iuri Brandão, diretor da empresa.
AGORA O
Há 28 anos na av. Praia de Itapoan esquina com Copacabana (fundos do Vilas Tênis Clube), o baiano Natanael Brito, 44 anos, formou clientela que extrapola Vilas do Atlântico e a própria cidade. “Carla Perez é uma das nossas clientes habituais. Vem gente até do litoral norte buscar nossos acarajé e abará”. Ele próprio prepara a massa do acarajé, em casa, com a esposa. A família mora em Vida Nova, onde mantém uma área especialmente destinada à produção. Ele aprendeu a fazer o quitute com a mãe, que também tem uma banca de acarajé. do outro lado do clube. Aos 63 anos, dona Vera segue no ofício. Na barraca, Natanael conta com a ajuda das duas filhas. Cuidadoso com a qualidade do que faz, oferece o acarajé, o abará (tanto a quilo como individual), bolinho de estudante, passarinha e cocadas. É umas das referências do bairro.
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cidade
Relatório ambiental rejeita quiosques na orla de Vilas do Atlântico
O
relatório encomendado pela Justiça Federal aos órgãos ambientais sobre a ocupação da orla de Vilas do Atlântico desaprovou o projeto da prefeitura de Lauro de Freitas para instalação de quiosques no calçadão. Os quiosques, de reduzidas dimensões, substituiriam as atuais barracas de praia. De acordo com fonte da prefeitura que teve acesso ao documento, o relatório recomenda ainda a retirada de toda e qualquer estrutura da praia – incluindo a área de marinha, nos 33 metros da linha da preamar – o que inclui o calçadão e boa parte dos jardins das residências da orla. Uma das recomendações do relatório é que a restinga seja recuperada em toda a área de marinha. Ao todo, o relatório faz seis recomendações, duas delas sobre a iluminação 12 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
da orla, que deve obedecer a critérios de proteção à desova de tartarugas marinhas. Outra trata de resíduos sólidos na restinga e de medidas para evitar o descarte naquele bioma. A remoção de todas as barracas, quiosques e estruturas de apoio da areia, cordão arenoso e manguezal dá o tom do relatório, que insiste ainda na necessidade de respeitar o afastamento de 33 metros da linha de preamar para qualquer edificação. Prevendo uma decisão desfavorável da Justiça Federal, que ainda vai avaliar o relatório, a prefeitura decidiu deixar pronto para apresentação um outro projeto, simplificado em relação aos quiosques anteriormente propostos. Agora eles seriam removíveis e não mais permanentes. Qualquer decisão deve ser tomada ape-
Praia de Vilas do Atlântico: órgãos ambientais recomendam a recuperação da restinga em toda a área de marinha
nas no ano que vem, o que garante mais um verão com barracas na praia. A proposta da Associação dos Barraqueiros de Vilas do Atlântico para a orla é montar quiosques – barracas de menor porte – junto às ilhas de entrada no calçadão, nos acessos às alamedas. O calçadão seria desviado naqueles pontos para passar por trás das novas barracas, um nível acima delas. A “barraca ecológica” teria área construída de 110 m² e soluções avançadas, como o uso de containers como base estrutural – uma alternativa cada vez mais usada em projetos arquitetônicos sustentáveis. Um dos aspectos das novas barracas é que estariam abaixo do nível do calçadão, sem impactar a paisagem.
Prefeitura deve abandonar ideia da Zona Azul este ano
A
tentativa da prefeitura de Lauro de Freitas de licitar ainda este ano a implantação do estacionamento pago em via pública – a chamada “zona azul” – deverá ser abortada, segundo apurou a reportagem da Vilas Magazine. Diante das críticas à iniciativa, intensificadas no mês passado, a única posição conhecida da prefeitura foi veiculada por meio de uma página no Facebook atribuída à Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Ordem Pública. Uma postagem de 13 de outubro avisava que “o processo de Zona Azul segue na fase licitatória interna”. Embora a ideia de implantar a Zona Azul venha de maio de 2015, só em julho último a prefeitura revelou publicamente alguns detalhes do projeto, durante reunião da Associação de Comercial de Lauro de Freitas com empresários do Centro e que a Vilas Magazine noticiou em primeira mão. Na ocasião, muito em função das críticas da plateia, prepostos da prefeitura avisaram que a ideia ainda era “preliminar”, mas logo em setembro seria publicado um edital de licitação para exploração do serviço – já retirado pela prefeitura “para maiores adaptações”, de acordo com a postagem. O montante envolvido no negócio seria de cerca de R$ 65 milhões. u
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cidade
A avenida Praia de Copacabana, em Vilas do Atlântico, era uma das “áreas piloto” que a prefeitura vinha estudando para implantar o estacionamento pago. Outros locais da cidade que deveriam receber o sistema incluem Buraquinho, Jardim Aeroporto, o entorno do Largo do Caranguejo, Portão e Ipitanga. O tempo de permanência no Centro deveria ser de uma hora, com tolerância de mais uma. O usuário pagaria R$ 3 por hora pelo direito de estacionar em via pública. Os comerciantes já naquela altura protestaram contra a ideia, mesmo em termos preliminares, argumentando que uma das vantagens do comércio de rua em relação aos shopping centers é ter estacionamento gratuito. O presidente da Associação Comercial Ricardo Souza defendeu na ocasião que qualquer mudança que implique em aumento dos custos dos empresários ou que vá impactar o faturamento das empresas teria que ser precedido de debates com a categoria.
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Situação caótica de cabos em postes é alvo de ação da Coelba
P
ostes sobrecarregados de cabos, que acabam por se romper e cair na via pública fazem parte da paisagem em Lauro de Freitas e Salvador como em qualquer grande cidade brasileira. A desordem é fruto do crescimento e diversificação dos serviços de telecomunicações, em especial de internet, mas também de telefonia e TV a cabo, que têm o direito de usar os postes, mas muitas vezes o fazem sem o consentimento da empresa responsável: a distribuidora de energia elétrica. A fiscalização precária permite até “estoques” de cabos no alto dos postes, à espera de futuras utilizações, para não mencionar os que não servem para mais nada, mas foram deixados ali mesmo em vez de serem retirados pelas empresas.
Em Vilas do Atlântico o cenário não é diferente do resto da cidade. E é nas principais vias de circulação que os molhos de cabos proliferam, se rompem e chegam a calçada. Ali ficarão por tempo indefinido se já não estiverem em uso, ou até que a interrupção do serviço alerte a empresa responsável. Quanto maior o emaranhado de cabos pendentes, maior o receio das pessoas. Na avenida Praia de Itapoan, por exemplo, há sempre pedestres com medo do que pode cair dos postes. A disputa por espaço para cabos no alto dos postes de rua já levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a ditar regras para o compartilhamento com as operadoras de telecomunicações, que devem pagar à distribuidora de energia pelo uso do espaço. A principal preocupação da Aneel é dar igualdade de condições às prestadoras de serviços de telecomunicações e evitar barreiras para a entrada de novos competidores no mercado. Para a agência reguladora, a ocupação desordenada dos postes nas grandes cidades tem impactos do ponto de vista técnico e de segurança, mas também da competição do setor de telecomunicações. Se não houver espaço nos postes os novos prestadores de serviços, que precisam ter acesso à infraestrutura, acabam ficando fora do mercado. Mas a regulamentação acabou proporcionando também um critério de regramento para a caótica ocupação dos postes, que frequentemente resulta em cabos quebrados e caídos pelas calçadas, assustando pes- u
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cidade
soas que não sabem se aquilo representa ou não perigo de morte. Pelas regras em vigor, o compartilhamento não pode comprometer a segurança de pessoas e instalações, nem os níveis de qualidade e a continuidade dos serviços prestados pelas distribuidoras de energia elétrica. Uma resolução conjunta da Aneel e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), obriga as distribuidoras de energia elétrica a zelar para que o compartilhamento de postes se mantenha dentro das normas técnicas. Também é responsabilidade das distribuidoras de energia elétrica notificar as empresas de telecomunicações sobre a necessidade de regularização. Mesmo sem qualquer notificação prévia da distribuidora de energia elétrica, a regulamentação exige que as situações de emergência ou que envolvam risco de acidente sejam priorizadas e regularizadas pelas empresas de telecomunicações. Na Bahia, a Coelba vem executando desde o final do ano passado um “Plano de Ordenamento das Redes de Distribuição de Energia, Telecomunicações e Iluminação Pública” nos principais corredores viários – de Salvador. A ação também ocorre esporadicamente para resolver casos isolados em qualquer área, inclusive em Lauro de Freitas. O plano de ordenamento consiste na identificação e retirada de cabos inativos e equipamentos instalados à revelia da concessionária, além da coordenação e monitoramento das ações de regularização das situações de desorganização do cabeamento das telecomunicações, com emaranhados de fios, exposição de riscos de acidentes e poluição visual. O objetivo final é ordenar as redes de telecomunicações instaladas nos postes da rede elétrica. Primeiro, as empresas de telecomunicações ordenam os seus cabos. Depois, a Coelba retira os cabos sem identificação ou desativados, placas, “reservas técnicas” das empresas de telecomunicações em postes, além de providenciar o aprumo ou a substituição de postes. 16 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
Curso de artes cênicas de cunho social forma 100 jovens de Lauro de Freitas
U
m espetáculo de teatro marcou, em outubro, o encerramento de cursos de teatro, dança, figurino e produção de moda do projeto Núcleo de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas, realizado pela Associação Cultural Tupã para 100 jovens de Lauro de Freitas. Os cursos são resultado do edital publicado em 2015 para atender às diretrizes do Plano Juventude Viva, realizado por meio da Coordenação Estadual de Políticas para a Juventude (Cojuve). Para o coordenador, Jabes Soares, “iniciativas como essa possibilitam
“Operação Adsumus”: esquema com laranjas envolve 45 municípios
D
ois mandados de prisão, oito de busca e apreensão e duas conduções coercitivas foram cumpridos em outubro em Lauro de Freitas, Salvador e outras cinco cidades baianas no âmbito da “Operação Adsumus”, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio de promotores de Justiça da comarca de Santo Amaro e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco). A Adsumus investiga um esquema criminoso de fraude em licitação, envolvendo políticos e diversas empresas de execução de obras e manutenção de máquinas e veículos, nas quais o quadro societário é composto por “laranja”. O esquema, de acordo com o MP-BA, é executado em cerca de 45 municípios baianos, movimenta recursos da ordem de R$ 300 milhões e foi descoberto após visitas do Ministério Público a 124 escolas e unidades de saúde. Os crimes investigados são de fraude em licitação, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As investigações realizadas pelos promotores de Justiça têm o apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Centro de Apoio Criminal (Caocrim), do Ministério Público estadual.
Jovens fazem espetáculo de rua na Praça Martiniano Maia, Centro
o contato dos jovens com o mundo das artes, promovendo o resgate da autoestima o protagonismo do jovem na comunidade”. Para os jovens atores Alberto Paim, 18 anos, e Suelen Santos, 19, de Itinga, a conclusão do curso incentivou a criação de um grupo de teatro de rua, intitulado Novos Ereotás. Eles pretendem continuar a expressar as artes cênicas. “É gratificante trabalhar com o teatro de rua porque temos a possibilidade de interação, de olhar e sentir a reação do público”, disse Alberto – “a troca desses sentidos é muito importante para o artista”.
A turma, formada por estudantes da rede pública de ensino, iniciou o curso em novembro de 2015. A coordenadora geral do projeto de arte e educação Eliete Teles conta que além da formação específica nas artes cênicas, o projeto do Núcleo de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas proporcionou, com um acompanhamento multidisciplinar, vários debates com os jovens sobre assuntos relacionados à cidadania. O Plano Juventude Viva reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros em situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos. As ações buscam a ampliação dos direitos da juventude, a desconstrução da cultura de violência, a transformação de territórios atingidos por altos índices de homicídios e o enfrentamento ao racismo institucional, com sensibilização de agentes públicos para o problema.
CONCURSO DE BOLSAS-2017 ( vagas complementares, algumas séries ) *
ENSINO MÉDIO: apenas o 1º ano ENSINO FUNDAMENTAL: do 1º ao 8º ANO INFANTIL: 3 ANOS (*) Bolsas de 20 a 70%, até o preenchimento das vagas. Data da avaliação: 28/11 (Colégio Apoio / Vilas)
COLÉGIO APOIO. A SEGUNDA FAMÍLIA DOS NOSSOS FILHOS… … e o primeiro colégio de Vilas
(Lauro de Freitas-BA)
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cidade
Praça e parque ecológico recebem intervenções para abrir ao público
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Parque Ecológico de Vilas do Atlântico e a praça de acesso ao parque, na avenida Praia de Itapoan, devem receber intervenções no valor de cerca de R$ 130 mil, provenientes de contrapartida ambiental devida por uma construtora. As antigas instalações da Polícia Militar na praça, junto à entrada do parque, estão sendo reformadas para abrigar o braço da Guarda Municipal destinado à fiscalização do meio ambiente. A sala principal deverá se transformar em espaço de recepção do parque. A ideia das secretárias de Meio Ambiente Ana Carolina Rabelo, do Planejamento Eliana Marback e do secretário de Serviços Públicos Pepe Pipolo, que estiveram no local em outubro, é abrir o parque ao público, oferecendo atividades
programadas, sob a tutela uma regulamentação de uso. As regras, que ainda não estavam definidas à data do fechamento desta edição, buscam controlar também o uso da concha acústica existente no parque. De acordo com o projeto, a encosta em frente à concha será preenchida por uma arquibancada feita com pneus usados, resultado de reciclagem. De acordo com os secretários municipais, tudo estará pronto antes do fim da atual gestão, em 31 de dezembro. Em maio a Vilas Magazine publicou reportagem mostrando o abandono do Parque Ecológico. A falta de pessoal, de equipamentos, de ferramentas básicas e até de serviços de limpeza pública faziam parte da realidade enfrentada pela equi-
Representantes da prefeitura em visita ao parque: promessa de concluir o trabalho antes do fim do ano. Encosta em frente à concha acústica será preenchida por uma arquibancada feita de pneus
pe do parque. Uma das questões levantadas estava relacionada ao domínio público do parque. Uma antiga trilha, que circundava o parque, continua tomada pela vegetação e pela invasão das residências mais próximas, mas o assunto chamou a atenção do Ministério Público, que está agindo para remover os invasores. 18 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
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eleições 2016
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Moema Gramacho só não vence nas urnas de Vilas do Atlântico
oema Gramacho (PT) foi eleita para um terceiro mandato como prefeita de Lauro de Freitas em outubro último, numa disputa apertada com o vereador Mateus Reis (PSDB), que surpreendeu ao conquistar mais de 40% dos votos na primeira eleição de que participou para o Executivo Municipal. No cômputo geral, Moema Gramacho ficou com 52,4% do eleitorado e Chico Franco (DEM) com quase 7%. A performance da petista foi consistente com a da última eleição da qual ela participou, em 2008 – exceto na região de Vilas do Atlântico, que desta vez escolheu o adversário: quem teve 50% dos votos foi Mateus Reis. Moema conquistou este ano na região apenas 36% dos votos, quando em 2008 havia sido a preferida nas urnas. Vilas do Atlântico foi também a região em que Chico Franco (DEM) conquistou a maior proporção de votos em toda a
cidade: 14%. Nem no Centro, tradicional reduto eleitoral do candidato, o desempenho foi tão bom. Ali o democrata ficou com 9% dos votos contra 41% do tucano e 50% da petista. As regiões em que Moema Gramacho foi bem votada nas eleições anteriores voltaram a apostar nela, com o destaque habitual para Areia Branca. Ali, nada menos que dois terços dos votos foram para a candidata do PT. No Caji-Vida Nova, 59% dos votos foram da petista. Já em Itinga, que detém 36% dos votos da cidade – peso suficiente para definir uma eleição – a prefeita eleita recebeu 55% dos votos. Em 2012 o prefeito Márcio Paiva (PP) foi o preferido em Itinga. Mateus Reis, que tem base eleitoral naquela região, conquistou 41% dos votantes. Como em eleições passadas, os eleitores de Itinga seguiram a tendência geral, de que destoou, desta vez, apenas Vilas do Atlântico.
Três semanas depois da eleição, o vereador Mateus Reis, que encerra o mandato no final do ano, já estava de volta à sua atividade profissional, acompanhando turistas numa viagem de fim de semana a Bom Jesus da Lapa. O capital de votos acumulado nesta campanha à prefeitura – expressivos 34 mil sufrágios para um candidato que cumpria apenas o primeiro mandato como vereador – garante o seu retorno à Câmara em 2020. A prefeita eleita também voltou rapidamente às suas atividades – no caso como deputada federal, em Brasília, onde tem participado das votações da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata do teto dos gastos públicos. No dia 25 de outubro, Moema lamentou no Facebook a aprovação da PEC: “infelizmente foi aprovada a PEC 241 – da desgraça para o povo brasileiro”. Ainda no espírito do mandato legislativo, conclamou à resistência: “o povo precisa reagir e tentar barrar no Senado”, escreveu. No dia 19 de outubro a prefeita foi à tribuna da Câmara para criticar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) e atribuiu o alto índice de abstenções, votos nulos e em branco das últimas eleições Moema Gramacho vota acompanhada do neto, mantendo um capital político que foi ampliado pelo mandato de deputada federal. Em Brasília, ela continua a dar muita atenção aos temas da política nacional, como a votação da PEC do teto dos gastos públicos
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à perda da credibilidade dos políticos e da política, à falta de qualificação dos políticos. Em Lauro de Freitas houve mais de 18% de abstenções e mais de 13% de votos nulos e em branco. Ao fazer a defesa da esquerda política na tribuna, Moema avisou que “o PT não morreu”. Regiões Para avaliar o comportamento do eleitorado em cada região do município, a Vilas Magazine contou urna por urna os votos das duas zonas eleitorais de Lauro de Freitas, considerando a distribuição geográfica dos locais de votação. No gráfico das páginas 22 e 23, as regiões estão representadas na proporção do eleitorado de cada uma. Os dados são dos boletins de urna divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. O resultado pode não espelhar fielmente a vontade do morador de cada região, já que ao eleitor é facultado, sempre que possível, escolher o local em que deseja votar, ainda que em bairro diferente daquele em que reside. De modo geral, entretanto, a grande maioria dos eleitores vota nas imediações da sua residência, o que permite a análise do comportamento dos eleitores por região. O resultado das urnas instaladas na Unime foi igualmente repartido entre as regiões de Vilas do Atlântico e do CentroIpitanga e os eleitores registrados no Quingoma foram incluídos no grupo de u Areia Branca.
espaço aberto
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Lição de boa política
s dois prefeitos que estão coexistindo na cidade de São Paulo – o eleito e o que deixará o cargo em janeiro – protagonizam um raríssimo caso de civilidade política, de postura republicana e de respeito à voz das urnas. Poucos dias após as eleições municipais, João Dória e Fernando Haddad se reuniram para acertar a etapa de transição, que anunciaram como histórica e colaborativa, visando ao bem da população. Também informaram que o primeiro passo será dado com a participação de técnicos da equipe de Dória no plano de combate às enchentes no próximo verão, que já está em elaboração pela administração Haddad. Vale destacar que os dois prefeitos pertencem a partidos adversários e que ambos disputaram o primeiro turno da mesma eleição, colocando-se, respectivamente, em primeiro e em segundo lugar. Fato esse que realmente tornará histórica a transição entre dois governantes. Vale lembrar que a crônica política registra casos extremos, SVILEN MILEV como políticos que zeraram (quando não engordaram as dívidas) dos cofres públicos antes de deixarem os cargos ou aqueles que até saíram pela porta dos fundos, recusando-se a sequer cumprimentar o sucessor escolhido pelos eleitores. A par dos elogios que merece, a atitude dos dois políticos paulistanos – um buscando colaborar para assegurar a continuidade dos serviços da prefeitura e outro reconhecendo os acertos da gestão de seu antecessor –, pode ter adicionalmente um efeito salutar sobre a intolerância e a agressividade cada vez mais agudas nas ruas e nas redes sociais, que estão dividindo as pessoas, inclusive amigos, familiares e colegas de trabalho. Ou seja, em lugar de estimular um saudável e produtivo embate de ideias e propostas entre adversários partidários ou ideológicos, a diversidade de opiniões políticas está criando um verdadeiro campo de batalha, no qual vale tudo para impor posições, até insultos, xingamentos e rompimentos de relações pessoais estreitadas ao longo de décadas. Parece que largos segmentos da população estão esquecendo que a democracia pressupõe espaço e respeito a diferentes visões de mundo e de políticas públicas. E que uma das mais belas características do Estado Democrático de Direito é exatamente o debate produtivo entre os contrários, que pode gerar uma rica soma de propostas, soluções e sugestões, a serem aplicadas em benefício de todos. Luiz Gonzaga Bertelli, presidente do Conselho de Administração do CIEE.
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eleiçþes 2016
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trânsito
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Multas de trânsito mais caras incluem lei do farol
s novos valores de várias multas para infrações gravíssimas, previstos pela alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), passam de R$ 191,54 para R$ 293,47. As multas por infrações graves passaram de R$ 127,69 para R$ 195,23, enquanto as infrações médias aumentaram de R$ 85,13 para R$ 130,16 e as leves de R$ 53,20 para R$ 88,38. As multas aplicadas a motoristas suspeitos de dirigir alcoolizados, que se recusarem a fazer o teste do bafômetro também foram reajustadas, de R$ 1.915 para R$ 2.934,70, além de ter a habilitação suspensa por um ano. A multa por trafegar em rodovias com os faróis baixos apagados durante o dia voltou a ser aplicada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já retomou a fiscalização. Antes, os motoristas que não acendiam o farol pagavam multa de R$ 85,13. Agora a penalidade é de R$ 130,16. A fiscalização será feita onde houver sinalização indicando que o condutor está trafegando em
rodovia, tanto em trechos urbanos, quanto em rurais. A PRF fará um mapeamento das rodovias e notificará o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre os trechos que estão sem sinalização. Para evitar transtornos, a polícia orienta os motoristas a que, em caso de dúvida, mantenham os faróis acesos. Durante o primeiro mês de vigência da lei, em julho, foram registradas no país 36% menos colisões em comparação com o mesmo período de 2015, que registrou 183 acidentes. Nessas ocorrências, 39 pessoas morreram e 67 ficaram gravemente feridas, números 56% e 41% menores, respectivamente, quando comparados ao mesmo período do ano passado, em que houve 88 mortes e 113 feridos graves. Os números também mostram redução de 34% nos atropelamentos. Foram 86 contra 131 no mesmo período do ano passado, considerando apenas os acidentes ocorridos durante o dia em rodovias federais. gabriel jabur / ag. brasília
Faróis acesos durante o dia nas rodovias: obrigatoriedade está de volta 24 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
Som alto em veículos passa a ser punido com multa
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Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou em outubro três novas resoluções – uma delas regulamentando autuações para som automotivo. As outras tratam do transporte coletivo de passageiros e de requisitos de segurança para veículos que transportam presos. A nova norma determina a autuação do condutor que for pego com som automotivo audível pelo lado externo do veículo, independentemente da frequência ou do volume, que perturbe o sossego público, em vias terrestres de circulação. Nesse caso, o agente de trânsito deverá registrar, no campo de observações do auto de infração, a forma de constatação do fato. A ação será considerada grave e acrescida de mais cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme estabelece o art. 228 do Código de Trânsito Brasileiro. A medida faz exceção a ruídos produzidos por buzinas, alarmes, sinalizadores de marcha a ré, sirenes pelo motor e demais componentes obrigatórios do próprio veículo. Também não estão incluídos na decisão os veículos prestadores de serviço com emissão sonora de publicidade, divulgação, entretenimento e comunicação, desde que estejam autorizados por órgão ou entidade competente, além de veículos de competição e os de entretenimento público, que estejam permitidos a utilizar o som específico em locais apropriados ou de apresentação estabelecidos pelas autoridades competentes. Transporte coletivo Agora todos os veículos rodoviários para transporte coletivo de passageiros, fabricados em qualquer ano, devem obedecer aos limites máximos de peso bruto total (PBT), bem como o peso bruto transmitido por eixo nas superfícies das vias públicas estabelecidos na Resolução nº 210, de 13 de novembro de 2006. A medida ficará em vigor enquanto produzir efeitos uma decisão judicial que determinou que fosse excluída a ressalva que obrigava apenas
mulher veículos fabricados a partir de 1° de janeiro de 2012. Dessa forma, a previsão deverá ser estendida a todos os veículos, sem exceção. No transporte de presos, uma nova norma estabelece requisitos de segurança, conforme previsto pela Política Nacional de Trânsito. O objetivo é a adequação do veículo para transporte de presos considerando a função, o meio ambiente e o trânsito. A determinação prevê, ainda, que os veículos fabricados e transformados para transporte de presos deverão obter o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT) e poderão utilizar luz vermelha intermitente
Papo de Mulher encerra Outubro Rosa em Vilas
gabriel jabur / ag. brasília
A médica urologista Fernanda Pimentel, coordenou o evento e palestrou sobre a Incontinência Urinária & Fortalecimento do Assoalho Pélvico
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Mesmo o som original do carro deve ser mantido em volume que não se ouça do lado de fora
e dispositivo de alarme sonoro somente quando houver prioridade de trânsito e de livre circulação, estacionamento e parada, e em efetiva prestação de serviço de urgência que os caracterizem como veículos de emergência. A exceção será o transporte provisório e precário, por motivo de força maior, de suspeitos de cometimento de crime em compartimento de carga de viaturas policiais. Fica proibido o transporte em compartimento de proporções reduzidas, com ventilação deficiente ou ausência de luminosidade.
ncerrando as atividades do Outubro Rosa, o Colégio Perfil promoveu, dia 22 de outubro, o evento ‘Papo de Mulher’, um encontro de informações sobre o universo feminino e a prevenção do câncer de mama. Coordenado pela médica urologista Fernanda Pimentel, o evento abordou temas como estética e reconstrução da mama, climatério, sexualidade e prazer, com profissionais de saúde de diversas áreas. No encerramento, a coach organizacional Ana Cristina Andrade palestrou sobre o Despertar da Autoestima, uma das vertentes mais delicada para as mulheres. Participaram como palestrantes as profissionais Conceição Guedes, mastologista (Prevenindo o Câncer de Mama), Emille Ribeiro e Thais Fagundes, cirurgiãs-plásticas (Mama: Estética e Reconstrução), Fernanda Greice, ginecoligista (A Primeira Consulta com Ginecologista), Martha Tavares, ginecologista e histeroscopista (A Mulher no Climatério), Cris Arcuri, educadora sexual (A Sexualidade e o Prazer) e Lucíola Graciose, fisioterapeuta, que falou sobre sua especialidade. A médica urologista Fernanda Pimentel, que dissertou sobre a Incontinência Urinária & Fortalecimento do Assoalho Pélvico, destaca que “o encontro foi pensado para ser um bate papo informal entre a comunidade e os profissionais, que fortaleça a prevenção, porém de uma forma leve, onde todas as mulheres consigam tirar suas dúvidas, abordando o assunto intimamente, sem ter aquele clima de sala de aula”. Novembro de 2016 | Vilas Magazine | 25
seus direitos
Nova legislação acelera e facilita cobrança de taxas condominiais Leonardo Valverde Calixto de Almeida
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ilas do Atlântico (foto) e região muito se desenvolveram com o passar dos anos, fazendo com que quem aqui more há mais de uma década tenha testemunhado um significativo crescimento no fluxo de pessoas, produtos e serviços. Hoje a localidade conta com inúmeras opções em saúde, educação, lazer, alimentação, etc. Todavia, há se de lembrar que a área fora inicialmente projetada para ser um grande loteamento, predominantemente residencial e que muito embora seja atualmente um município em franco crescimento econômico, ainda pode ser considerada uma cidade-dormitório, isto é, as pessoas aqui residem, mas desenvolvem suas atividades comerciais em outros locais. Nesta baila identificamos inúmeros condomínios, alamedas, praças e os recém chegados prédios residenciais. Neste universo é comum a presença da temida inadimplência, palavra que causa dores de cabeça a qualquer síndico. Entretanto, a partir deste ano, com a entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil (NCPC, Lei nº 13.105/2015), as ações que buscam cobrar da unidade inadimplente suas cotas condominiais em atraso tornaram-se mais céleres e simplificadas. Isso por que a nova legislação atribui à dívida, desde que preenchidos os devidos requisitos, natureza de Título Executivo Extrajudicial, permitindo que tais processos tramitem como Ações de Execução. Expliquemos: anteriormente os processos eram regidos como Ações de Cobrança pelo procedimento sumário, isto é, eram protocolados, agendava-se audiência de concilia-
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ção, muitas vezes uma segunda audiência para instrução, para só depois o juiz sentenciar. Prolatada tal decisão, ainda seria cabível a interposição de recursos para somente então iniciar a fase de execução e o condomínio tentar receber algo, sem contar as possibilidades de recursos. Ou seja, para o coletivo ver quitado o débito, forçoso era passar por um longo e penoso processo de conhecimento, sendo que inarredável a conclusão de que o inadimplemento de um condômino afeta direta e imediatamente as contas do condomínio, recaindo sobre os demais moradores os encargos resultantes do inadimplemento. Já o novo diploma legal permite que o magistrado receba o processo e imediatamente intime o devedor para pagar o débito no prazo de três dias sob pena de ter seus bens penhorados, inclusive o próprio imóvel. Dessa forma, o novo Código de Processo Civil , além de garantir uma enorme celeridade na cobrança, aumenta significativamente a probabilidade do recebimento das taxas em atraso. Leonardo Valverde Calixto de Almeida é advogado (OAB/BA 51.704)
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comportamento
Antimanual de como criar os filhos Pesquisadora americana que estuda a ciência da criação diz que tentar moldar os filhos como gostaríamos e entupi-los de atividades é, basicamente, inútil
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uem está à procura de um manual simples e prático para transformar seus filhos pequenos em crianças obedientes, estudiosas e com um futuro financeiro brilhante pela frente não deveria nem abrir o novo livro da psicóloga americana Alison Gopnik, da Universidade da Califórnia em Berkeley – a não ser que esteja disposto a mudar radicalmente de ideia a respeito do que significa “criar bem” um ser humano. “Do ponto de vista da evolução, tentar moldar conscientemente como seus filhos ficarão quando adultos é tanto fútil quanto autoimplosivo”, escreve a pesquisadora, sem meias palavras, em “The Gardener e the Carpenter” (“O Jardineiro e o Carpinteiro”, ainda sem versão para o português).
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O título da obra é, ao mesmo tempo, sua metáfora central. Carpinteiros, diz a pesquisadora, são os sujeitos que desbastam e serram a madeira bruta até que ela fique exatamente com o formato desejado (o de uma cadeira, por exemplo). Jardineiros, por outro lado, podem até fazer alguns truques ornamentais com sua tesoura de jardim, mas simplesmente não têm como controlar o crescimento das plantas: o máximo que podem fazer é escolher um bom pedaço de solo, adubar e regar os brotos adequadamente. A postura de Alison é, em parte, uma reação à mania do “parenting” (algo como “a arte de ser pai/mãe”), um termo cada vez mais usado nos Estados Unidos, em especial em livros de autoajuda sobre, é óbvio, a criação dos filhos. Para ela, pensar segundo as diretrizes do “parenting” (as quais, aliás, podem variar brutalmente de best-seller para best-seller) equivale a transformar o ato de cuidar de crianças numa espécie de emprego não remunerado em tempo integral, enquanto ele deve ser encarado como um relacionamento, que inclui tanto amor quanto aprendizado constante. Dito dessa maneira, parece uma visão clichê, mas a pesquisadora americana, mãe de três filhos e avó de três netos, faz questão de construí-la a partir do que estamos descobrindo sobre a evolução da natureza humana e de experimentos dos principais laboratórios de psicologia do planeta. Ela argumenta que boa parte das delícias e dificuldades peculiares que enfrentamos ao cuidar de crianças são resultado do ciclo de vida bastante esquisito da espécie humana (quando comparado à maioria dos demais mamíferos): cooperação entre macho e fêmea para cuidar dos bebês (e também entre parentes e vizinhos, além dos pais biológicos), infância e adolescência incrivelmente longas, fêmeas que continuam vivas por décadas
após a última ovulação. GÊNIOS BRINCANDO A infância aparentemente interminável dos filhotes humanos explica, segundo Alison, a importância do ato de brincar e de fazer bagunça. Para pais que estão ficando doidos tentando deixar a casa arrumada, as brincadeiras podem virar fonte de irritação e cansaço, mas elas são as principais ferramentas usadas pelos pequenos para investigar como funcionam os mundos físico e social, além de comprovadamente melhorar a criatividade e o aprendizado. A psicóloga, portanto, é inimiga declarada da tendência moderna de entupir as crianças com atividades de todo tipo, do balé à aula de informática. Tempo para brincar sem script definido é essencial, segundo ela. Aliás, quando o assunto é aprendizado, Alison afirma que é preciso desconfiar do excesso de atividades formais e curriculares não apenas porque elas cansam e fazem atrofiar a criatividade, mas também porque as crianças pequenas possuem capacidades aguçadas de decifrar o mundo à sua volta que independem da sala de aula.
“As crianças aprendem mais, na verdade, a partir dos detalhes inconscientes do que seus cuidadores fazem do que com qualquer manipulação consciente ligada ao ‘parenting’”, escreve. Isso vale tanto para regras morais e sociais – com crianças, a máxima “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” quase nunca funciona – quanto para o raciocínio. A falta de conselhos mais claros e específicos no livro pode parecer frustrante para quem está arrancando os cabelos com a cria complicada (“Meu Deus, como eu faço para ele parar de assistir cenas de videogame no YouTube?”), mas pelo menos é mais realista do que 99% da baboseira que lemos por aí. Não tem atalho. Não tem milagre. Muita coisa pode dar errado – ou “dar certo” de jeitos que ninguém poderia imaginar a princípio. Como genitor de dois pequenos seres humanos, este escriba se sente tentado a concordar. Reinaldo José Lopes / Folhapress.
“THE GARDENER AND THE CARPENTER” Autor: Alison Gopnik. Editora: Farrar, Straus and Giroux. 320 páginas.
BRINCAR À VONTADE FAZ BEM R FATO Principalmente nos primeiros anos de vida, as brincadeiras livres, sem muitas regras, são a principal ferramenta dos pequenos para tentar entender o mundo e as pessoas. Deixe-as brincar à vontade o máximo possível É IMPORTANTE NÃO DEIXAR SEU FILHO SEM RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS T MITO Falar do que você sabe com confiança ajuda a criança a aprender, mas a capacidade de ela perguntar e buscar respostas é igualmente importante CRIANÇAS SÃO IMUNES A PRECONCEITOS T MITO Logo que aprendem a falar, elas tendem a categorizar objetos, animais e pessoas com “rótulos” relativamente fechados. Por isso, é importante não reforçar ideias como “chorar é coisa de menininha” CRIANÇAS NÃO SABEM DIFERENÇA ENTRE FAZ-DE-CONTA E REALIDADE T MITO Com meros três anos, crianças sabem que pessoas só podem falar com animais em brincadeiras, não na vida real “FAÇA O QUE EU DIGO, NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO” NÃO FUNCIONA R FATO Crianças são muito mais sensíveis aos comportamentos que observam do que às palavras dos adultos. Não adianta dar instruções verbais se você não age como deseja que elas ajam Novembro de 2016 | Vilas Magazine | 29
comportamento
Rede social precoce Para evitar problemas como pedofilia e bullying, monitoramento das crianças pelos pais deve ser constante, dizem especialistas
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riança ainda não tem maturidade para entrar em rede social, dizem alguns. Não adianta proibir, porque hoje praticamente todas têm celular, acreditam outros. Enquanto pais e mães se debatem para saber quem está com a razão, há uma única certeza: é preciso orientar as crianças e acompanhá-las de perto no uso das redes sociais. Apesar de a maioria delas, como o Facebook e o Instagram, recomendar a entrada apenas a partir dos 13 anos de idade, uma pesquisa conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI. br, composto por membros indicados
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pelo governo, setor tecnológico e sociedade) mostrou que, em 2013, 43% das crianças de nove e dez anos com acesso à internet já tinham perfil próprio em uma rede social. Participaram da pesquisa mais de 2.000 crianças e adolescentes (dos 9 aos 17). O objetivo era traçar um panorama de riscos e oportunidades digitais para a faixa etária. Para a advogada Patricia Peck Pinheiro, especialista em direito digital, os brasileiros não têm o hábito de ler os termos de uso dos serviços e faltam campanhas de conscientização sobre os inúmeros riscos do uso das redes, como exposição da intimidade, pedofilia e ciberbullying. “Os pais têm o dever legal de vigilância. O aparelho conecta a criança a uma rua digital global”, alerta a advogada. Para os especialistas ouvidos pela reportagem, por ainda não terem capacidade de administrar a exposição da intimidade que as redes exigem e por serem
mais suscetíveis a investidas de pessoas mal-intencionadas, as crianças devem aguardar a idade mínima recomendada para fazer parte desse universo. Sentada no sofá de casa, ela não percebe que a internet é um espaço público e que tudo o que ocorre em seus domínios fica documentado, criando uma pegada digital que pode trazer consequências graves, não só durante a infância mas também na vida adulta. A neuropediatra Liubiana Araújo, presidente do departamento de desenvolvimento e comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra alguns riscos menos conhecidos. “A criança está construindo sua personalidade e, nas redes sociais, ela tenta se moldar de acordo com o que os outros esperam dela”, diz. “Sem falar que, ao ignorarem o limite mínimo de idade, os pais ensinam que as regras podem ser burladas.” Os pais, por sua vez, têm muita dificuldade para resistir aos apelos insistentes dos filhos. “Eles vivem muito atarefados e ficam mais tranquilos quando as crianças estão no celular, nas redes sociais, porque
marcação cerrada Uma das melhores estratégias para minimizar os riscos é participar da vida digital da criança – ou seja, observá-la quando joga, assiste a vídeos ou faz buscas. E ensinar quais podem ser as consequências de se postar uma foto ou publicar um comentário nas redes, como faz a consultora de marketing Daniela Sene, 39, mãe
A publicitária Sandara Palazon, que não permite que as filhas, Luiza e Isabela, de 8 anos, tenham smartphone
Karime Xavier / Folhapress
de Nicole, 9, e Beatriz, 3. “Eu tenho a senha dela, mas prefiro entrar junto. Quando vi a foto de uma menina de biquíni, expliquei que há adultos que não são do bem e que não é legal postar esse tipo de foto.” Daniela não vê o acesso às redes sociais como um “problema” porque, segundo ela, a filha foi orientada sobre como usá-las. “Não quero limitar algo que faz parte do mundo dela”, afirma a mãe, que é “amiga” de Nicole no Snapchat e no Instagram. Fazer amizade ou “seguir” o filho nas redes sociais é mesmo uma boa estratégia, de acordo com os especialistas, porque permite saber com quem a criança se relaciona, ver se as fotos compartilhadas são adequadas, etc. A publicitária Sandra Palazon, 51,
acredita que as gêmeas Luiza e Isabela, de 8 anos, não têm maturidade ainda para ganhar um celular. As meninas tiveram uma aula na escola sobre os perigos da exposição nas redes sociais e, depois de muita conversa em casa, perceberam que as armadilhas são reais. “Eu conversei com elas sobre o caso de uma amiguinha que postou a foto ao lado de um amigo sem maldade nenhuma e foi alvo de chacotas. Elas entenderam e não me pedem mais celular”, conta. Segundo a neuropediatra Liubiana Araújo, é possível prevenir muitas situações arriscadas, mas os pais precisam saber falar “não”. “Estão banalizando os riscos e, quando acontece algo, todo mundo sofre”, alerta. Rachel Botelho / Folhapress.
Fonte: Patrícia Peck Pinheiro, advogada especialista em direito digital. Ilustrações: Luciano Veronezi
elas dão sossego”, afirma a médica. Gabriela de Moura Brasil, 39, está tentando. Ela liberou o Instagram para o filho Guilherme, de 10 anos, mas não cedeu à pressão para entrar no Facebook. “Não é fácil. A primeira coisa que ele fala é que fulano e sicrano têm. Eu explico que eles mentiram a idade para fazer o cadastro [aberto a maiores de 13 anos] e que eu sou contra”, diz. Já a empresária Andréa Corrêa, 44, mãe de Guilherme, 13, e Gabriel, 9, é do time que acredita que não há como impedir o acesso às redes ““os dois meninos têm perfil no Facebook. “Proibir não tem como, então tem que fiscalizar. Mas eu avisei que tenho acesso a tudo e os oriento para não conversarem com quem não conhecem”, conta.
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turismo
PEQUENA GRANDE ILHA
Mantenha o fôlego ao percorrer os íngremes caminhos da principal atração da Costa Verde fluminense: o mar de diferentes tons vale o esforço 32 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
Cachoeira da Feiticeira
Gustavo Simon / Folhapress
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a solitária travessia por uma das trilhas que cruzam a Ilha Grande, em meio à mata atlântica, os sentidos tornam-se mais aguçados. A cada passo floresta adentro, a sinfonia da natureza invade os ouvidos: o ronco de um bugio, a cantoria das cigarras, o suave murmúrio dos rios. No ar, o perfume das jaqueiras carregadas. De repente, num lampejo de fogo, um tiê-sangue rabisca o céu de vermelho. Uma das estrelas da Costa Verde fluminense, a Ilha Grande é mais que um destino para quem gosta de praia. O prazer da caminhada num cenário ainda não totalmente contaminado por intervenções humanas, no entanto, cobra seu preço: uma dose de esforço físico. No sobe e desce, entre uma puxada e outra de ar puro, antes que tome corpo a vontade de desistir da empreitada, vale fazer uma pausa. É hora de escolher um ângulo e fotografar: um pássaro, uma árvore, um bando de saguis, uma nesga de céu azul. Fôlego retomado, mais um pouco de caminhada e, por uma fresta aberta no meio
dos galhos, já se avista o mar. A imensidão de água de tons esmeralda e azul-turquesa reconforta. O ruído das ondas se torna mais nítido. Ufa: chegada triunfal! Existe alternativa para os que querem dispensar a trilha: basta escolher uma praia e ir de barcos-táxi, que partem do cais da vila. Aí, é só se esquecer da vida e assistir à passagem do tempo. REFÚGIO Do TREKKING Ilha Grande, a maior do arquipélago de Angra dos Reis, é repleta de enseadas protegidas e praias estreitas banhadas por águas calmas. A de Lopes Mendes, a mais procurada delas, porém, foge à regra: recebe ondas fortes, que arrebentam numa faixa de três quilômetros de areia fina sombreada de amendoeiras. As águas cristalinas e a riqueza da vida marinha atraem mergulhadores de várias regiões do Brasil e do exterior. Moreias, tartarugas, robalos, além de corais e anêmonas, fazem a alegria dessa turma. Para quem não é iniciado, um snorkel é o passaporte para descortinar um mundo marinho repleto de atrações.
Recortada por trilhas bem sinalizadas (veja mapa na pág. D6), a ilha é também paraíso de praticantes do trekking, que não se cansam de apreciar a fauna e a flora. Em 20 minutos, sem muitos obstáculos, pode-se caminhar entre a Vila do Abraão, centro da ilha, e a praia de Abraãozinho. Quem preferir trajetos mais longos poderá andar por mais de duas horas e alcançar praias como a de Dois Rios. Para chegar, é preciso atravessar a única estrada de terra do local, o que inclui encarar uma longa subida seguida de uma inclinadíssima descida. É bom que se diga: a jornada vale todo o esforço, mas é possível ser surpreendido por fortes pancadas de chuva – é apropriado levar na mochila um par de tênis e meias extras. A ilha é uma alternativa para o turista de orçamento reduzido, que, nestes tempos de vacas magras, pode substituir as badaladas praias do litoral norte paulista por uma dose de aventura. Entre caminhadas e trajetos de barco, o tempo a passar é pretexto para apreciar a paisagem e deixar fluir a prosa com quem é da terra. u Divulgação
Garoto salta de deque na praia de Fora, na Ilha Grande
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turismo
Paraíso, ilha já foi ‘caldeirão do inferno’
“S
e nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos e desocupados, farrapos vivos, fantasmas prematuros; desejaríamos enlouquecer, recolhermo-nos ao hospício ou ter coragem de amarrar uma corda ao pescoço e dar o mergulho decisivo.” Assim escreveu Graciliano Ramos nas suas “Memórias do Cárcere”, o mais contundente testemunho sobre o presídio da Ilha Grande. Preso político na ditadura de Getúlio Vargas, Graciliano nunca soube a real razão de ter sido mandado para trás das grades, pois não havia acusação formal contra ele. Por dez meses, de março de 1936 a janeiro de 1937, o escritor foi torturado. Viveu em porões imundos. Sofreu privações. O relato das experiências longe da liberdade foi lançado em 1953, após sua morte. Em meio a tanta beleza natural, a Ilha Grande já foi um dos lugares mais sinistros e sombrios do Brasil, quando, diante de suas praias sedutoras, abrigava um sistema carcerário para onde era encaminhado todo tipo de “ladrão, desordeiro ou subversivo”. Ao longo de aproximadamente cem
ROBERTO DE OLIVEIRA / FOLHAPRESS
A praia do Abraão concentra a vida “urbana” da ilha, com o cais, restaurantes e pousadas. Acima, vista do mar na praia do Camiranga, na enseada das Estrelas, na Ilha Grande.
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Em meio à beleza natural, local abrigou prisões e colônias correcionais; a maior delas foi convertida em museu. Clássico de Graciliano Ramos, ‘Memórias do Cárcere’ tem como base período em que escritor ficou preso na ilha
anos, as colônias correcionais, prisões e penitenciárias da Ilha Grande estiveram associadas a condições desumanas a que os internos eram submetidos. Outros presos ilustres passaram por lá: os jornalistas e escritores Orígenes Lessa e Fernando Gabeira, os revolucionários Flores da Cunha e Luiz Carlos Prestes, o dramaturgo Nelson Rodrigues, a psiquiatra Nise da Silveira. Ilha Grande funcionou ainda como uma espécie de “laboratório” para o aprimoramento do crime organizado. Entre os “colaboradores”, Rogério Lengruber, o “Bagulhão”, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, assim como Escadinha e João Francisco dos Santos, figura controversa, malandro transformista conhecido como Madame Satã.
Lagoa Azul, ‘Pérola’ local, é uma das paradas dos passeios de barco que dão ‘meia volta’ ou ‘volta inteira’ à ilha e podem durar até 8 horas. Sagui em trilha da Ilha Grande (esq.), onde o barulho do mar se mistura aos sons de uma fauna diversa.
inferno Localizada numa das praias mais belas da Ilha Grande, a de Dois Rios, a colônia foi instalada em 1894. No local, também foram construídas 50 casas para abrigar as famílias de oficiais encarregados da segurança da cadeia – apelidada de “caldeirão do inferno”. Somente em 1994 os prédios do complexo arquitetônico Instituto Penal Cândido Mendes foram implodidos. Hoje, ali funciona um museu. Seu acervo é uma importante fonte de reflexão sobre as políticas carcerárias e seus efeitos na sociedade brasileira. Para chegar a Dois Rios, o visitante segue pela única estrada de terra da ilha. São cerca de 12 quilômetros, partindo da Vila do Abraão. Atenção: pelo caminho, você poderá cruzar com um caminhão, que faz o transporte de moradores, mas não adianta insistir, carona ali é proibida.
Gustavo Simon / Folhapress
Roberto de Oliveira / Folhapress.
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vida saudável
Implante dentário é dividido em três fases e leva até oito meses
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uem pretende colocar um implante dentário precisa ter paciência. Todo o procedimento, desde a avaliação clínica até a prótese definitiva, pode demorar de seis a oito meses, dependendo da quantidade de dentes a ser implantado e da estrutura óssea do paciente. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o implante dentário é dividido em três partes principais: a instalação do pino de titânio, a colocação de um parafuso para fixar o pino ao dente e, finalmente, o dente, chamado de coroa. Antes de realizar o procedimento, é necessário fazer exames de sangue e uma tomografia para saber a situação do paciente.
Os implantes são formados por Coroa em porcelana feita em laboratório de prótese Componente protético sobre o qual a prótese é cimentada ou parafusada Pino de titânio inserido no osso por meio de cirurgia
IMPLANTES PIRATAS
RECOMENDAÇÃO AO CONSUMIDOR Peça para o dentista colocar na nota fiscal dados como o fornecedor do produto, o número de registro na Anvisa e o nome do laboratório responsável
uParecem com os originais, mas não passam pelos testes de qualidade e segurança exigidos pela Anvisa e não têm garantia alguma uOs componentes piratas são feitos com dimensões de encaixe mais folgadas, o que faz com que se afrouxem com mais facilidade. Nesse espaço, há risco de proliferação de bactérias e perda do implante
O implantodontista Alexandre Bussab explica que o implante é a instalação de um pino de titânio, que é parafusado no osso do paciente. Este pino vai substituir a raiz. “O titânio é um metal compatível com o nosso organismo. Para que a integração entre titânio e osso ocorra por completo, demora de quatro a seis meses”, disse. Ele explica que, após esse procedimento, o paciente recebe uma prótese provisória do dente, que pode ser fixa ou móvel. A cirurgiã-dentista Carla Moruzzi ressalta a importância do repouso absoluto nas primeiras 48 horas após o procedimento. “A alimentação precisa ser pastosa e o paciente não pode forçar a mastigação no local do implante”, afirma. Após a fixação do pino no osso, será necessário abrir novamente a gengiva para ins-
talar um novo parafuso para fixar o pino de titânio ao dente. O tempo de cicatrização varia de paciente para paciente e pode demorar de três semanas a dois meses. Somente após a cicatrização do segundo procedimento é que será instalada a prótese definitiva do dente. Cuidado com prótese barata Pacientes devem ficar muito atentos à escolha do profissional e ao tipo da prótese a ser utilizada pelo especialista – desconfie de serviços muito baratos, que podem não estar usando materiais recomendados. Em média, um pino e um dente custam entre R$ 1.500 e R$ 4.000. Em dúvida, fale com o Conselho Regional de Odontologia da Bahia (71)3114-2525. Regiane Soares / Folhapress.
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vida saudável
Tratamento de vesguice em crianças tem resultado melhor
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infância é o melhor momento para tratar a vesguice (estrabismo). Quanto mais cedo ela for detectada e tratada, maior será a chance de recuperar a capacidade de visão do olho torto. Para que os olhos fiquem retos, é preciso que os músculos que os movimentam funcionem em sincronia. Esses músculos são comandados por nervos cranianos, que os ligam ao cérebro. É por isso, por exemplo, que distúrbios neurológicos (veja infográfico na outra página) podem fazer com que a pessoa fique vesga. Mas, como explica a oftalmologista Célia Nakanami, do Departamento de Oftalmologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo, a maior parte dos casos é hereditária, por isso, é comum
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que os sintomas apareçam na infância. “Se os pais notarem algum desvio, eles devem procurar o médico imediatamente”, diz Célia. “Pode haver queixas do tipo dor, vermelhidão nos olhos, coceira ou lacrimejamento, que ocorrem por causa do esforço visual para tentar deixar os olhos retos”, afirma o oftalmologista Josenalva Cassiano, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Célia explica que, na vesguice, o cérebro passa a ignorar a imagem borrada produzida pelo olho torto, chamado de “olho preguiçoso”. Por isso, esse olho vai enfraquecendo sua capacidade de visão. Como até os oito anos a pessoa ainda está desenvolvendo a visão, essa é a melhor fase para evitar maiores danos ao
olho ruim. E é o tratamento com tampão que vai forçar o olho preguiçoso a trabalhar e melhorar. “Se não tratar, essa perda pode até ser irreversível”, diz Célia. Em pessoas que ficaram vesgas após os oito anos é comum haver visão dupla, porque o cérebro já não ignora as imagens do olho ruim. “Dizem que se a criança brincar de entortar os olhos vai ficar vesga. Não é verdade”, afirma Josenalva.
Uso de tampão e cirurgia são indicados Tampão não corrige o desvio dos olhos, como explica a oftalmologista Célia Nakanami. A solução costuma estar na cirurgia, que, ainda assim, não garante resultados para a vida toda. Há situações em que o procedimento nem é necessário, como no de uma criança que fica vesga porque enxerga mal (geralmente de perto) e força a vista para enxergar. Aí, o uso de óculos pode resolver. Gislaine Gutierrez / Folhapress.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) defende a realização do teste do olhinho em todos os bebês logo após o nascimento, a fim de detectar qualquer alteração que possa causar obstrução no eixo visual e uma possível cegueira. O
diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado. O teste é um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas fotografias. Para que este reflexo possa ser visto, é necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pela pupila. Isso significa que a criança não tem nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua visão. A criança não nasce sabendo enxergar. Ela vai aprender, assim como aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do olho precisam estar normais, principalmente as que são transparentes. O teste do olhinho pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.
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moda & beleza
Selva e praia se encontram no Alto Verão da Hering como as micro estampas de penas, frutas e pássaros. Sempre de olho nas tendências, as peças-desejo são as batas com detalhes em renda e babados, os tops cropped e as blusas ombro a ombro, que já viraram uma peça tem-que-ter em qualquer guarda-roupa! A cartela de cores ganha tons pastel como o rosa bebê, azul piscina e verde água. Além disso, a coleção também traz vestidos em diferentes comprimentos com fluidez em mangas mais largas – godê e maxi – e recortes estratégicos. Jardineiras, saias, shorts, calças, camisas também trazem mais frescor para o Alto Verão. O jeans está presente em diversas lavagens, com destaque para o White denim. Nas modelagens há opções de
Marca traz uma coleção leve com inspiração na natureza e no mar flare, super flare, skinny, cintura super alta, jegging e legging. A grande novidade é o modelo cropped, aposta da estação, com a barra mais curta e desfiada na altura da canela. O shorts jeans também ganhou uma versão atualizada com corte
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
A
nova coleção de Alto Verão da Hering, que está nas lojas desde 12 de outubro, é tribal, praiano, natural, colorido e alegre, com temas que vão das praias até a selva Amazônica. Esta inspiração é traduzida nas estampas com elementos tropicais e étnicos. Na estamparia feminina, estão presentes elementos geométricos, folhagens e flores com toques étnicos e tribais,
irregular, mais curto na frente e comprido atrás - moderno e descontraído para completar os looks com muito estilo! No fim do ano as festas pedem peças mais delicadas e festivas com rendas, bordados, metalizados, paetês e mensagens positivas. A grande aposta são os vestidos longos de renda, o brilho aplicado às tshirts e as pantalonas brancas. Na coleção masculina as listras continuam em alta junto com as micro estampas, flores e muitas folhagens. Peças mais refinadas em linho aparecem em bermudas e camisas. Os fãs de camisetas também vão se apaixonar por esta coleção, das clássicas às modernas, das totalmente estampadas às mais discretas. Os jeans vêm com estampas rotativas nas camisas, e com a nova lavagem white
Mirian Goldenberg
Mirian Goldenberg é é antropóloga, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. miriangoldenberg@uol.com.br
Uma lista para ser feliz Conheça as 13 coisas que toda mulher precisa saber e praticar para ser mais livre e muito mais feliz
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ecentemente participei de um evento chamado “Momento de amigas” para falar sobre os tabus relacionados ao corpo da mulher brasileira. No fim do encontro, decidi ler uma lista divertida do tipo “13 coisas que toda mulher precisa saber... para ser mais livre e muito mais feliz!”. Como a minha lista fez muito sucesso com as minhas novas amigas, decidi publicá-la aqui. Se quiser, envie para o meu e-mail os itens que você gostaria de adicionar à minha lista. 1. Valorizar a amizade – investir tempo, atenção e carinho nas suas amigas. Elas nos escutam, apoiam, cuidam e reconhecem nosso valor. 2. Não se preocupar tanto com a opinião dos outros – ligar o botão do “foda-se”!
denim. Para o look de Ano Novo, nas cores branco e amarelo, a Hering traz mil possibilidades de combinações para a noite da virada. Destaque para as peças de linho, que combinam leveza e sofisticação para começar o ano com boas vibrações. A linha de básicos apresenta novidades para aqueles que são antenados e não dispensam um look hi-lo. Para elas, vestidos dupla face, regatas halter neck, mais fechadas no colo, e t-shirts em gola V disponíveis em novas cores. Para eles, peças slim com modelagens mais justas ao corpo e camisetas em gola V, regatas e polos em novas cores. Já o jeans chega com a combinação de estilo e conforto, em opções variadas de shapes e lavagens para completar a produção.
3. Aprender a dizer não. 4. Priorizar o tempo para você mesma – ter tempo para cuidar do próprio corpo, prazer e saúde. 5. Fazer uma verdadeira faxina existencial – jogar fora tudo e todos que não cabem mais na vida: aqueles vampiros que só criticam, botam para baixo, sugam a sua energia. 6. Colocar o foco na própria vontade – agradar, em primeiro lugar, a você mesma. 7. Não se comparar com outras mulheres – buscar valorizar os seus pontos fortes e não focar no que falta. Ser, cada vez mais, você mesma! 8. Gostar dos seus defeitos e imperfeições – ter um olhar mais generoso e carinhoso com seu corpo, seus cheiros, seu jeito de ser. Não se esconder, não ser invisível, não ter vergonha do próprio corpo.
9. Brincar muito mais – ser plenamente a criança que você nunca deixou de ser. 10. Saber que grande parte do seu sofrimento é cultural e compartilhado por outras mulheres – você não está sozinha! 11. Falar sobre as suas inseguranças, medos e vergonhas – dividir com as amigas as coisas que você esconde é a melhor maneira de perceber que outras mulheres têm o mesmo tipo de sofrimento. 12. Rir das inseguranças – rir de você mesma é uma forma de lidar com mais leveza com as dificuldades e ansiedades. É libertador! 13. Construir um projeto de vida – ter uma vida com significado que contemple seus sonhos, desejos e vontades. Se você gostou da lista, compartilhe com suas amigas. Quem sabe elas também se divertem e se libertam dos tabus, preconceitos, vergonhas e inseguranças com o próprio corpo? Novembro de 2016 | Vilas Magazine | 41
Jaime de Moura Ferreira Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br
Oportunidade
O
portunidade é a possibilidade ou chance de evoluir, melhorar, realizar sonhos ou criar novidades. Sem dúvidas, é uma nova situação para se adquirir benefícios. É evidente que essa busca visa melhorar a situação de vida do ser humano. Por isso, deve-se perseguir essa mudança no momento adequado, favorável ou desejado, para não se surpreender com o custo da oportunidade, que vem a ser o emprego de um recurso com determinada finalidade, em renúncia de outra. Sem dúvidas, o resultado da decisão tomada, tem a ver com a oportunidade. Torna-se necessário que se entenda o significado da oportunidade. Quando se pede algo ao Grande Deus, saúde, dinheiro, melhoria profissional, melhores condições de vida e tantos outros, o que se recebe não são esses benefícios, literalmente, mas a oportunidade de conquistá-los. De forma semelhante, quando o ser humano quer adquirir alguma coisa, tem que lutar bravamente para conseguí-la, surgindo a oportunidade para esse fim. Embora a oportunidade vise benefícios, também pode ser vista de dois ângulos diferentes: um é a conquista e o outro é a perda. Tomemos como exemplo o momento projetado por um leão, para agarrar um búfalo. Se o leão dominar o búfalo, a oportunidade favoreceu ao predador, portanto uma conquista. Porém, se o búfalo descobre a preparação do leão e escapa, a oportuni42 | Vilas Magazine | Novembro de 2016
dade representa uma perda para o leão. Assim pensando, pode-se concluir que, na vida, tudo é representado por dois lados, ou seja, o benefício obtido com a oportunidade, para uma pessoa, e, para outra, a perda da oportunidade para essa conquista. Dessa forma, durante a existência dos seres humanos, várias oportunidades surgem em seus caminhos e é quando a escolha se faz presente. Cabe o preparo, qualificação e determinação para que seja alcançada a conquista, senão se amarga com a perda. Deve-se evitar a fuga da oportunidade que surge, pois poder-se-á não encontrar outra. A primeira iniciativa, após o seu surgimento, é a ação. A oportunidade acontece para todos os seres vivos. As plantas a buscam para que a terra absorva suas sementes e o bioma lhes seja propício para se transformarem em novas plantas. Os animais selvagens, após seus nascimentos, fazem de tudo para que a natureza lhes confira a oportunidade da idade adulta. Os pássaros, além de buscarem a oportunidade para o acasalamento, preparação dos ninhos, chocagem dos ovos e nascimento dos filhotes, ainda trabalham, duramente, em busca da alimentação para os seus rebentos. O ser humano deve tratar a oportunidade como uma dádiva divina, sempre representada pelo esforço e trabalho honesto, aproveitando-a para a evolução espiritual e moral. Deve pensar exaustivamente e observar, quando da multiplicação dos bens materiais, não deixar acontecer a redução dos valores humanos; da construção de
casas palacianas e de encantadoras aparências, não permitir lares viciados e desfeitos; da utilização de recursos tecnológicos, evitar-se o afastamento do calor humano e o discernimento. Nunca se deve perder a oportunidade de ser honesto consigo mesmo e ser o personagem principal de sua história. Outra situação que o ser humano deve abolir é culpar o seu Deus criador ou os seus amigos, companheiros, colegas de trabalho, vizinhos e a sociedade em geral, pelos maus significados de sua existência. Nesse momento, surge a grande oportunidade para mudar o rumo de sua vida. Nunca se deve viver na indecisão, pois a vida não será concreta. Deve-se buscar a ressurreição, ou seja, o renascer. Fazer da oportunidade o algo novo e cumprir, obrigatoriamente, com os compromissos, inclusive aqueles que elevarão seu espírito e desenvolverão suas atividades para o bem de seus semelhantes. Procura-se ouvir o som dos ventos, dos mares, do céu e da terra, extasiando-se com a natureza. Eles alimentarão a alma. A oportunidade é, antes de tudo, um teste de valores. Embora ela surja para todos, poucos têm a capacidade, momentânea, de absorvê-la, por motivos diversos. Porém, deixar de usufrui-la é demonstrar a incapacidade para se recuperar das dificuldades e, dessa forma, apresentar seu atestado de incompetência e continuidade de vida desagradável. A oportunidade bate poucas vezes em nossa porta. Nunca devemos deixar de atendê-la.