PERSPECTIVAS PARA LAURO DE FREITAS EM 2018. Pág. 12 R
A Revista de Lauro de Freitas e Região
Ano 20 | Edição 228 Janeiro de 2018 32.000 exemplares
Metrô no Aeroporto: aumento rápido do fluxo de passageiros viabiliza anúncio da estação Lauro de Freitas antes de outubro
EDITORIAL
Vilas Magazine ano 20 No 20º ano de circulação ininterrupta, a Vilas Magazine consolida o seu papel como órgão de imprensa de Lauro de Freitas, muito além do guia de comércio e serviços que caracteriza a publicação desde 1999. A revista cresceu, ao longo dos anos, tanto quanto cresceu a cidade, embora a sólida e progressiva sustentabilidade deste órgão de imprensa não tenha sido acompanhada pela aglomeração urbana em que vivemos hoje. A Lauro de Freitas de há 20 anos era uma cidade ainda viável, sem as ruas tomadas por uma frota impossível de veículos, sem a ocupação urbana irresponsável que nessas duas décadas transformou a cidade. Para muitos, tudo isso representa desenvolvimento. Para os nossos representantes políticos, certamente. Vão longe os dias em que o último agente público municipal comprou briga pela preservação de Lauro de Freitas. Faz 15 anos que a prefeitura ameaçou, pela primeira vez, tamponar a tubulação de lançamento clandestino de esgoto nos cursos d’água. Ameaçou, mas nunca cumpriu a ameaça porque o enredo político é sempre mais relevante do que a preservação da cidade. Faz oito anos que foi anunciada a obra do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Lauro de Freitas, iniciada e nunca concluída. Faz 15 anos que a cidade produziu o seu primeiro Plano Diretor – dez desde que ele foi refeito do zero como se o primeiro não tivesse sido elaborado – ambos cheios de promessas e boas intenções. Uma delas era a contenção do gabarito dos prédios – nada que exigisse investimento de mundos e fundos, como a construção de um “Parque da Cachoeirinha”, que ficou no esquecimento, ou do SES, que até aqui parece votado ao mesmo destino. De tudo isso a Vilas Magazine deu testemunho em suas edições ao longo de duas décadas, nunca deixando de expor, com todas as letras, os fatos como eles são. Numa cidade pequena, de relações muito próximas, em que o dono da mercearia é compadre do barbeiro, fica mais complicado fazer jornalismo com seriedade e responsabilidade. Inúmeras vezes este órgão de imprensa sofreu pressões de todos os tipos para publicar – ou deixar de publicar – isto e aquilo, conforme mudava o rumo para onde sopram os ventos. Às vezes diretamente, outras vezes por interferência dos compadrios. Nem sempre foi possível acomodar todas as tensões, mas a busca por uma postura de imparcialidade e isenção nos permitiu mostrar ao público que ninguém “bota na revista” – como ainda se diz na cidade – esta ou aquela informação porque mais lhe interessa, porque tem contatos privilegiados. Ao longo destes 20 anos foi preciso educar de agentes públicos a protagonistas da sociedade civil para o papel que desempenha um órgão de imprensa. A meta foi atingida, mas hoje convivemos com múltiplas fontes de informação – blogs informais, muitas vezes – que muitas pessoas confundem com meios de comunicação social. A Internet e particularmente a disseminação das redes sociais ampliou a liberdade de expressão ao ponto do paroxismo. Nessa esfera, 2017 fica marcado pela popularização global do termo “fake news” – notícias falsas – assunto predileto do presidente dos Estados Unidos, ele próprio grande disseminador de falácias em redes sociais, de acordo com a grande imprensa norte-americana. Hoje é possível martelar qualquer fantasia na cabeça das pessoas, por meio de um blog particular, de perfis em redes sociais e até por meio dos grupos de Whatsapp. A qualquer texto produzido por qualquer um, sem qualquer fundamento, nem
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mesmo técnico, hoje se dá o nome de “matéria”. Vídeos gravados em qualquer celular correm as redes sociais sem o devido tratamento, sem o contexto adequado. Tudo isso concorre para confundir o público. Mas tudo isso também torna mais relevante a missão dos órgãos de imprensa, comprometidos com a produção de jornalismo, credíveis e confiáveis. A Vilas Magazine continuará a fazer o seu papel no contexto local, com a serenidade de sempre, buscando sempre prestar um serviço sem estar a serviço de ninguém. É isso que o 20º ano de circulação promete para o futuro. Por isso 2018 é um ano muito especial para todos que fazemos a Vilas Magazine. Estreamos em janeiro de 1999, como um jornal – com acabamento de revista – destacando em nosso editorial o mote da nossa chegada: “Visando suprir uma carência que se constata no mercado editorial de Lauro de Freitas, pela não continuidade de circulação de periódicos – poucos jornalísticos e muitos caça-anúncios, de duvidosas tiragens – Vilas Magazine começa a circular, neste primeiro mês do ano de 1999, assumindo o propósito de se tornar um veículo regional, dedicado a divulgar assuntos que sejam do interesse dos moradores da região, sem se afastar jamais do comportamento ético que deve nortear, sempre, os compromissos de um veículo jornalístico”. Desde então, nos mantivemos sempre presentes em momentos importantes da nossa comunidade, dando visibilidade às boas notícias, boas parcerias, e principalmente, histórias que compõem a efervescência cultural de Lauro de Freitas e região. Celebramos em 2018 nossas Bodas de Porcelana. Um feito para poucos e sem precedentes no mercado editorial de Lauro de Freitas e região. Construímos uma relação que se mostra duradoura, embasada em mútua confiança e respeito, entre a Vilas Magazine e a comunidade, valores conquistados e mantidos através de posturas éticas, seriedade de ações, independência responsável, imparcialidade e credibilidade, muita credibilidade, dando espaço para a comunidade reivindicar ações para o seu bem-estar. A partir de 2006 optamos definitivamente pelo formato padrão de revista, forçados pelo aumento de tiragem, partindo para impressão em máquinas rotativas, ideais para grandes tiragens editoriais. Em muitas edições dos janeiros da nossa história, estão registradas algumas transformações importantes: crescemos para melhor atender nossos leitores, e inauguramos a nova sede da revista; acompanhamos o anúncio do início das obras voltadas para a realização da Copa do Mundo no Brasil; a proposta de um centro de judô em Ipitanga e a construção de uma unidade do IFBA, em Itinga. Registramos o nascimento de pequenos futuros leitores e vimos Janssen Villian Ramos Costa, 17, se tornar Jovem Embaixador, fazendo imersão nos Estados Unidos. Em 2018 queremos enriquecer ainda mais a nossa história e você, leitor, é peça fundamental nesse projeto. Envie e-mail para redacao@vilasmagazine.com.br contando a sua relação com a revista Vilas Magazine.
Réveillon À data do fechamento desta edição (29/12/17), antes das festas da virada do ano, a cidade ainda era toda preparativos. Todos estimamos que a multidão que era esperada em Lauro de Freitas para os três eventos de grande porte – dois privados, em Vilas do Atlântico e um público, em Itinga – tenha sido recebida com a necessária atenção. Ao conceder alvarás para a realização desses eventos, a prefeitura certamente sabia o que estava fazendo, na certeza de que eventuais tumultos pudessem ser contidos pela ordem pública em nome do bem maior, que é a comunidade.
Carlos Accioli Ramos Diretor-editor
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NESTA EDIÇÃO A revista de Lauro de Freitas & Região
www.vilasmagazine.com.br Facebook: VilasMagazine.Online Instagram: @VilasMagazine Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42708-790. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (diretoria@vilasmagazine.com.br) Diretora: Tânia Gazineo Accioli Ramos Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (comrcial@vilasmagazine.com.br). Assistentes: Leandra Almei da e Vanessa Silva (comercial@vilasmagazine.com.br) Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri Administrativo/Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br). Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@vilasmagazine.com.br) Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado
REGISTROS & NOTAS...Págs.: 8 a 11 PERSPECTIVAS 2018...Págs.: 12 a 15 CIDADE...Págs.: 16 a 26 lMetrô deve começar a operar em fevereiro na estação Aeroporto lProjeto Servidores do Bem visita instituição de Areia Branca lAula inaugural do MedioTec reúne mais de 600 alunos em Lauro de Freitas lUniversidade de Verão deve atrair 60 mil a Lauro de Freitas lMudança de nomes de ruas não afeta vida diária de moradores do município lCombate ao bullying rende prêmio de redação a estudante de Lauro de Freitas lPIB per capita de Lauro de Freitas cai menos que em Salvador lRio Sapato limpo e asfalto renovado nos 450m da frente do Vilas Tenis Clube lTRANSPORTE ESCOLAR - Lei admite veículos com até 15 anos de uso no trans porte escolar; Isofix será universal em veículos novos a partir de 2020; Exija o que a legislação ainda não cobra COMUNIDADES...Pág.: 27 lPraça das Mangueiras, em Vida Nova está tomada por barracas
Redação: Rogério Borges (DRT 6851/MG), coordenador Colaboradores: Jaime Ferreira (articulista), Thiara Reges (fre elancer), Raymundo Dantas. PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 0xx71 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 CONTATO COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br TIRAGEM: 32 MIL EXEMPLARES. Impressão: Log & Print Gráfica e Logística S. A. (Vinhedo/SP)
Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gra tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condo mínios residenciais de Lauro de Freitas, Estrada do Coco e região (Busca Vida, Abrantes, Jauá, Jacuípe, Guarajuba, Stella Maris, Praia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de respon sabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Editora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publicadas nesta edição, por qualquer meio, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Direitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CONAR – Con selho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impos sibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e credibilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a veiculação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine utiliza conteúdo editorial fornecido pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Magazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas registradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.
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TRÂNSITO...Pág.: 28 lRadar móvel flagra mais de 500 motoristas por excesso de velocidade na BA-099 lTabela 2018 do IPVA, tem redução de até 6,8% nos valores lHomicídio por motorista alcoolizado dá 5 anos de prisão TURISMO & LAZER...Pág.: 30 lComo encontrar a passagem mais barata COMPORTAMENTO...Pág.: 32 lEm livro, psicólogos usam ciência para explicar como meditação funciona EMPRESAS & NEGÓCIOS...Pág.: 34 lPragas no escritório VIVER BEM...Pág.: 38 lAndropausa preocupa se perda de hormônio for muito intensa MODA & ESTILO...Pág.: 40 lO charme das listras SOLIDARIEDADE...Pág.: 41 lCrescer: Muito mais que um projeto social CLASSIFICADOS BOA DICA...Págs.: 45 a 108 lSeção de facilidades e serviços disponibilizando profissionais nos segmentos Saúde & Bem-Estar, Gastronomia, Festas, Educação, Casa & Decoração, Serviços Gerais, Auto & Cia. e Imóveis. Consulte na página 45, o índice geral por segmento. ESPECIAL / TEMPO DE PRAGAS - Chegada do calor aumenta a incidência de pragas em casa. Como combatê-las. Pag. 89. TRIBUNA DO LEITOR....Pág. 109 TÁBUA DAS MARÉS / TELEFONES ÚTEIS....Pág. 110 MAPA DE VILAS DO ATLÂNTICO....Pág. 111
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REGISTROS & NOTAS
Sem patrocínio, karateca baiano viaja e conquista torneio mundial A tradicional festa de carnaval da região, que acontece dia 3 de fevereiro, com concentração e festa no Villas Tênis Clube, este ano traz a Charanga do Recôncavo, o Povo Pediu, grupo musical que embala os amantes da boa música e mais uma atração surpresa. Camisas estão à venda no Villas Tênis Clube e tem preço promocional para o primeiro lote: R$ 40, + 1kg de alimento. O segundo lote sai por R$ 50, + 1kg de alimento (os alimentos arrecadados serão doados à instituições de caridade da região). Informações pelos tels.: 71 99125-0061 ou 99139-2234.
Boa forma O atleta baiano Rodrigo Delayti Alcântara (à dir. no alto, segurando a bandeira brasileira), integrou a seleção baiana e brasileira no 18º World Traditional Karate Championship e o 2º UWK World Championship, disputados em Montecatini, na Itália, em dezembro, quando conquistou campeonato mundial no Enbu Misto e o vice-campeonato em Kumite em Equipe. Aluno da academia Jinseikan, onde pratica o karatê-do tradicional, Rodrigo precisou, para representar a Bahia e o Brasil, mais uma vez contar com a ajuda de amigos e familiares – continua sem patrocínio oficial – , que tiveram que fazer uma “vaquinha” para arrumar o dinheiro que custeasse sua participação naqueles torneios internacionais. Rodrigo integra a seleção baiana de karatê-do tradicional e foi convocado para compor a Seleção Brasileira pela Confederação Brasileira de Seleção Brasileira de Karatê Tradicional.
t O judoca Enzo Espinola, 12 anos, morador de Lauro de Freitas, sagrou-se campeão baiano 2017, na categoria sub-13 (até 47kg). Enzo foi campeão também da Copa Bahia Open e Copa Marista, nas categorias sub-13 e sub-15, respectivamente, além de ser premiado como melhor atleta do ano, no Colégio Sartre Escola SEB (onde estuda) e na academia Judô Paulo Fraga e ser Destaque do Ano pela Federação Baiana de Judô - FEBAJU. 8 | Vilas Magazine | Janeiro de 2018
Luiz Carlos Sampaio Santos, Luizinho, é uma figura de fino trato, educado e gentil no exercício das suas atividades, desempenhadas com rara eficiência e fidalguia, diariamente na Delicatessen Atlântico, no Centro de Lauro de Freitas, no relacionamento com os clientes. Próximo dos 50, tem dedicado algumas horas de lazer, estendendo os cuidados também para a qualidade de vida. Despretensiosamente começou a praticar corrida de rua e ‘pegou gosto’. “Não me importo de chegar entre os melhores, mas em evoluir sempre”, desabafou, após concluir em 28 minutos, os 5 km de uma das etapas do Circuito das Estações, dia 10 de dezembro, em Piatã.
Visita
O vereador Roque Fagundes (PT) foi recebido em visita à Vilas Magazine em dezembro e falou ao diretor Carlos Accioli Ramos sobre a importância da lei de sua autoria que regulamenta o transporte escolar privado no município (leia reportagem à pág. 24). Ao mencionar o trabalho colaborativo que levou ao texto aprovado pela Câmara Municipal, Fagundes ressaltou a participação especializada do secretário de Trânsito, Transporte e Ordem
Heróis das praias Resultado de uma parceria com o Projeto Tamar, os salva-vidas de Lauro de Freitas receberam, em dezembro, certificação de Capacitação Estratégica de Monitoramento Reprodutivo das Tartarugas Marinhas. Para simbolizar o momento, os profissionais realizaram a soltura de tartaruguinhas na praia, uma espécie de compromisso com a defesa do animal. 28 de dezembro é o Dia Mundial dos SalvaVidas. Em Lauro de Freitas são 47 salva-vidas que atendem os 9,6km de litoral do município. FOTOS: CARLOS ALCÂNTARA
Academia Adalgisa Rolim celebra 25 anos
qPALESTRA O advogado Ápio Vinagre, secretário Controlador Geral da Prefeitura de Lauro de Freitas, proferiu palestra, à convite do Rotary Club Lauro de Freitas, em sua última reunião do ano, sobre a Lei Federal nº 13.019/2014 (MROSC), pertinente ao Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, que trata das parcerias entre o ente público, associações, etc. Abaixo (a partir da esq.): Ápio Vinagre, o presidente do Rotary Club Lauro de Freitas, Joaquim Ramos, o secretário Leandro Santana e o protocolo Haroldo Lima Neto.
Pública Olinto Borri, entre outros. Acompanhado de seu assessor parlamentar, advogado Antonio Carlos Almeida, o edil também dissertou sobre sua atuação ao longo do ano na Câmara de Vereadores de Lauro de Freitas, afirmando ter sido o parlamentar que mais usou a tribuna, no período. Roque Fagundes (esq.) e Antonio Carlos Almeida
A tradicional Escola de Ballet Adalgisa Rolim, de Vilas do Atlântico, completou 25 anos de atividades colecionando muitas histórias de sucesso. Como parte das comemorações, aconteceu no Thereza Brasil, Mônica Motta, dia 16 de dezembro – com ocupação máxima Adalgisa Rolim, Fryda Barbosa e do teatro Casa do Comércio –, o Festival 25 as colaboradoras Vânia Matos e anos, reunindo 160 dançarinos, para as apre- Eloisa Nazaré (a partir da esq.) sentações de “O Quebra Nozes” e “Michael Jackson: The King of Pop”, que ficarão marcadas na história da instituição, como mais um dos seus muitos momentos inesquecíveis. Presente na vida dos moradores de Vilas do Atlântico, grandes nomes do balé nacional e internacional foram revelados na academia, a exemplo de Gabriel Matheo Belluci (hoje, na Europaballett St. Pölten, na Áustria), José Alves (que está na Companhia Cassa Pancho, em Londres), Fernanda Hurbath (única bailarina com selo de solista da Royal Academy of Dance e bolsista no Palluca Ecole, Drenden, Alemanha), Luiz Gustavo Matos Madubuike (atuando no Virginia National Ballet & Gainesville Ballet School, EUA) e Mariana Gomes (primeira brasileira contratada pelo Ballet Bolshoi). Para tornar o evento ainda mais emocionante, além dos atuais alunos da academia, o espetáculo contou ainda com participação de cerca de 40 ex-alunos, entre os quais Michelle Medina, Sara Pontelo, Marcela Chaves, Dani Marques, Ticiana Accioly, Livia Brito, Bau Brito e Hamilton Hasselmann.
SOLIDARIEDADE REAFIRMADA A campanha deste ano do Panetone Solidário, promovida pelo Rotary Club Lauro de Freitas, superou os números das edições anteriores. Foram comercializados 4.673 panetones, numa demonstração da parceria da comunidade com as ações do clube de serviços. Fabricante dos produtos, a Delicatessen Atlântico, de Lauro de Freitas, manteve sua parceria com o projeto social. Todo o lucro auferido com a venda dos panetones, será aplicada nas ações sociais desenvolvidas pelo Rotary Club Lauro de Freitas, voltadas para atender necessidades de entidades carentes assistidas pelo clube, no município.
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REGISTROS & NOTAS
Representante de Itinga conquista novamente o concurso Garota BCS É de Itinga, pela segunda vez consecutiva, a Garota BCS 2017. A estudante Keise Luana Matos (dir.), 16 anos, superou outras 17 concorrentes em cerimônia realizada em Salvador no final do ano passado e declarou: “quando estou na passarela, me sinto livre, é como se estivesse voando”. Todas as finalistas do Garota BCS vivem em áreas onde estão instaladas as Bases Comunitárias de Segurança, em Salvador e no interior. A iniciativa tem o objetivo de elevar a autoestima das jovens, valorizando a diversidade étnica e sociocultural. Em 2016, Luana Souza, também de Itinga, conquistou o primeiro lugar no concurso. Para Keise, o concurso de beleza representa a realização de um sonho de infância. “Desde muito novinha, desejo ser modelo”, disse – “sempre gostei de fazer poses para fotos”. Ela levou para casa um book fotográfico e um notebook, além de assinar contrato com uma agência de moda por dois anos. Também será a representante da Polícia Militar no Miss Bahia Juvenil. O segundo lugar ficou com Gyselle Leonni, 16, represen-
Projeto Ilhas No segundo semestre do ano passado, a equipe de Tecnologia na Educação e Projeto Ilhas capacitou 55 moradores de comunidades, entregou dois infocentros e certificou 89 servidores públicos das unidades escolares e administrativo da SEMED. Um dos infocentros foi entregue na comunidade de Jardim Castelão e o outro na Unidade Escolar Educandário Marizia Pitanga. Os cursos de tecnologia foram: Tecnologia no Cotidiano, Conceito Nuvem, Edição de Texto Profissional, Manutenção de Com10 | Vilas Magazine | Janeiro de 2018
MATEUS PEREIRA
tante de Narandiba, em Salvador, que deseja, “a partir de agora seguir a carreira de modelo ou fazer faculdade de dança”. Já Elisabete Leal, 17, conquistou o terceiro lugar e “estava tranquila no desfile por receber o apoio da torcida do Bairro da Paz”. Alinhado ao Pacto pela Vida (PPV), programa criado pelo Governo do Estado para reduzir a violência em áreas de vulnerabilidade social, o concurso começou em 2014. Esta é a terceira edição com o envolvimento de todas as bases. “É um trabalho de inclusão”, disse o comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão – “diversas garotas que participaram do concurso estão no mercado de trabalho da moda, buscamos promover o resgate dessas jovens, mostrando que elas são capazes, e também fortalecer a relação da polícia com as comunidades”, disse. A comandante da BCS de Itinga, Tenente PM Naila Menezes, comemorou a vitória de Keise Luana: “é uma menina muito esforçada e tenho certeza que ela vai galgar uma carreira de sucesso naquilo que ela se dedicar”, disse.
putadores e Gestão do Lixo Eletrônico. Todos com aproveitamento muito satisfatório ajudando a melhorar a qualidade de vida profissional de servidores públicos e Turma de surdos e deficientes intelectuais em aula realizada na Barraca Araruama
preparando as pessoas das comunidades para ingressarem no mercado de trabalho com diferencial. O secretário de Educação do município, professor Paulo Gabriel Nacif e a presidenta da Câmara de Vereadores, Naide Brito, fizeram a entrega dos infocentros e certificados. “O projeto fica amplificado, é possível tornar a região em um polo de profissionais com diferenciais na área de tecnologia e fará com que as unidades escolares municipais estejam em consonância com as inovações tecnológicas”, destacou o professor Henrique Moitinho, diretor do Departamento de Tecnologia na Educação e Projeto Ilhas da SEMED.
BLUEREI/REINALDO DELGADO
(A partir da esq.) Igor Sales, Luís Eduardo da Silva, Rina Fonseca, Inna Fernandes, Diego Araújo, Denis Dinigre, Iuri Abreu e Jaime Ferreira
Observatório Social começa a fiscalizar contas públicas em Lauro de Freitas Conservatório Mozart O Conservatório de Música Mozart fechou o ano de 2017 promovendo cinco recitais com os alunos e professores, em dias alternados de dezembro, no Cine Teatro de Lauro de Freitas. O Mozart Baby&Kids, reunindo alunos de 9 meses a 4 anos de idade se divertiram com o musical “O Circo”. Além desses eventos, professores do conservatório realizaram 11 Saraus na área verde da instituição, quando alunos desenvolveram a prática de conjunto e também apresentações individuais. Pedro Cavalcante, Adriano Algranti, Lucas Torres, Gabriela Archila e Chiara Ramundo, se destacaram em performances impecáveis. A diretora da instituição, Eliane Oliveira Brito destaca que, dentre os 13 anos de atividades do conservatório, este foi o mais qualificado.
NOVO DESAFIO José Bonifácio Silveira Gomes (esq.), economiário e rotariano, associado ao Rotary Club Lauro de Freitas, foi eleito, para o triênio 2018/2010, presidente da diretoria executiva da Associação dos Economiários Aposentados e Pensionistas da Bahia, em pleito realizado no final de novembro.
O Observatório Social do Brasil (OSB) de Lauro de Freitas, entidade que se dedica a acompanhar as licitações públicas e os gastos promovidos por agentes políticos municipais em mais de 100 cidades de 18 estados, elegeu em dezembro a sua primeira diretoria. O advogado Diego Sued Alves de Araújo, 28 anos, ligado à Ordem dos Advogados do Brasil, foi eleito presidente. O aposentado Denis Dinigre, 74 anos, membro do Conselho Municipal de Saúde, é vice-presidente para Assuntos Administrativo-Financeiros. A vice-presidente para Assuntos Institucionais e de Alianças é a empresária Inna Porto, 39 anos. Assuntos de Produtos e Metodologia é a pasta da advogada Rina Fonseca, 36 anos, ligada à Faculdade Maurício de Nassau. A vice-presidência para Assuntos de Controle Social é a contadora Iara Dórea, 47 anos, representante do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-BA) e do OSB nacional. Jaime de Moura Ferreira, 74 anos, administrador e professor universitário aposentado, representa o Rotary Club Lauro de Freitas no Conselho Fiscal, ao lado de Márcio Costa, 64 anos, coordenador geral da Sociedade Amigos do Loteamento Vilas do Atlântico (SALVA) e do sociólogo Luís Eduardo Andrade da Silva, 39 anos, da Unime. O fotógrafo Igor Araújo Sales, 37 anos, a contadora Ana Bárbara Coelho, 47 anos e o consultor de vendas Iuri Alisson de Jesus Abreu, 20 anos, são suplentes. Os membros da diretoria e conselho fiscal, que por exigência estatutária não têm filiação nem atividade política partidária, representam no OSB Lauro de Freitas as entidades de que fazem parte. O método de trabalho do OSB é informar os gestores públicos e o Ministério Público (MP) sobre qualquer irregularidade constatada nas auditorias permanentes às contas do município. A prefeitura local recebe comunicação prévia e a oportunidade de corrigir o procedimento. A entidade não faz denúncias públicas, nem permite que seus membros façam uso político dos trabalhos. A entidade trabalha apenas tecnicamente, junto aos gestores públicos e, se necessário, para municiar o MP, que então atua dentro do seu papel legal. Para isso, conselhos profissionais dão pareceres especializados, em parceria com OSB. A cada quatro meses o Observatório Social prestará contas à comunidade, apresentando os resultados do trabalho desenvolvido, oferecendo indicadores da gestão pública local comparados aos de outros municípios do mesmo porte e apresentando relatório sobre os recursos públicos economizados pela ação dos voluntários. As unidades municipais do OSB têm um único funcionário, que é o coordenador executivo. Por princípio, o OSB não recebe recursos públicos. Todos os demais participantes, diretoria incluída, são voluntários. Qualquer organização ou cidadãos podem participar da entidade que fiscaliza os gastos do poder público municipal, entrando em contato pelos tels.: 71 99622-4888 e 99912-8389. Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 11
q CIDADE PERSPECTIVAS 2018
2018 O
fim da crise, com crescimento econômico, faz o norte de qualquer prognóstico para 2018, também em Lauro de Freitas, condicionando inclusive o desfecho das eleições, principalmente se os efeitos do fim da recessão chegarem às camadas menos favorecidas da população antes de outubro. O prazo não é dos mais razoáveis. Só a partir de 2019 a população assalariada deve começar a sentir alguma melhoria no padrão de vida, beneficiando politicamente talvez os prefeitos que pretendam se reeleger em 2020, desde que consigam apresentar resultados localmente. A expectativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 estava em 2,64% – e quase 1% para 2017 – no Boletim Focus do Banco Central de 15 de dezembro. E o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) já projetava número semelhante em setembro – reduzido dos 3,4% previstos em março. José Ronaldo Souza Junior, responsável pela Diretoria de Estudos e
O ano da retomada em Lauro de Freitas
Políticas Macroeconômicas explica que o número anterior contava com a aprovação da reforma da Previdência Social no meio do ano passado, o que não aconteceu. Tornar sustentáveis os gastos públicos é a questão essencial para que os investidores confiem na retomada econômica e voltem a fazer investimentos de mais longo prazo, especialmente em infraestrutura, disse Souza Júnior em setembro – destacando que estados e municípios também precisam equacionar questões fiscais para garantir a retomada do crescimento. Não sendo realista pensar que governadores e prefeitos sacrificarão tradicionais políticas clientelistas em ano de eleições, resta confiar na rigorosa aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal para obrigar os gestores a manter as contas em dia. A tendência de crescimento setorial do PIB permite prognosticar um ano bom, embora menos brilhante que em outros cantos, para os cofres públicos de Lauro de Freitas, mais dependentes que são do comércio e serviços do que da indústria. A previsão para CAROL GARCIA
Metrô no Aeroporto: aumento rápido do fluxo de passageiros viabiliza anúncio da estação Lauro de Freitas antes de outubro
2017 e 2018 é que o PIB industrial cresça 0,5% e 3,4%, enquanto os serviços apenas 0,1% e 2,2% respectivamente. A agropecuária – puxando o fim da recessão e mais uma vez carregando o país nas costas – pode ter crescido 12,5% em 2017. A expansão de 2,7% prevista para o consumo das famílias em 2018 é que mostra o horizonte mais favorável para a economia local, sustentando emprego e renda. Já o consumo do governo deve cair 0,2% este ano, pelo que as despesas públicas prometem continuar sob torniquete. Nada tão severo quanto a queda de 1,9% prevista para 2017, mas longe de significar a retomada de obras essenciais como o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) ou a ampliação da infraestrutura. Nada indica que haja verbas federais para esse fim já em 2018 – apesar do orçamento municipal destinar quase R$ 4,8 milhões para “ampliação” do SES. O montante representa 2,5% do investimento anteriormente previsto para Lauro de Freitas nesse setor. Diversos outros investimentos pontuais em infraestrutura devem acontecer este ano, mas com recursos da prefeitura. Entre eles, a construção de um “centro administrativo” para abrigar a Câmara Municipal e o gabinete da prefeita, além da reforma de prédios públicos, tudo orçado em quase R$ 10 milhões. A previsão de crescimento econômico ampara as expectativas de arrecadação. PROJETOS IMOBILIÁRIOS Este pode ser o ano da retomada também para a asfixia urbana de Lauro de Freitas, com novos projetos imobiliários em perspectiva. A projeção para a
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formação bruta de capital fixo, incluindo a produção de material de construção, inclui uma alta de 4,2% – depois de mais uma queda, provavelmente de 2,5%, em 2017. Em Lauro de Freitas essa tendência pode significar nova ampliação da oferta de imóveis novos. Nacionalmente, especialistas preveem um aumento de 25% nos lançamentos imobiliários depois de sete anos de retração contínua. A taxa de expansão só não assusta mais porque parte de um patamar muito baixo em 2017: o índice de atividade da construção imobiliária despencou de 117 em 2011 para 54 no ano passado. O crescimento prognosticado para o setor não atinge sequer o índice de 2016, mas deixa claro que a ameaça da expansão imobiliária sem infraestrutura urbana não foi extinta pelos anos de crise. O investimento público mais relevante – e viável – para acomodar esse que é o maior problema de Lauro de Freitas estará localizado em outro município: é a ponte para Itaparica, destinada a derivar a expansão urbana de Salvador para rumo diferente, transferindo à ilha boa parte dos problemas locais. O governador Rui Costa (PT) pretende lançar o edital de licitação da ponte “ainda no primeiro semestre de 2018”, segundo afirmou em dezembro. Viagens do governo baiano à China e de responsáveis por empresas chinesas à Bahia fazem parte do esforço para tirar o projeto do papel. Um dos mais obstinados agentes públicos nesse processo é o vice-governador e secretário de Planejamento João Leão, ex-prefeito de Lauro de Freitas. Leão já disse que a ponte tem potencial para transformar Itaparica no que Lauro de Freitas é hoje. Mas até que a ponte seja concluída e o investimento imobiliário derive para Itaparica ainda muitos anos passarão. No meio tempo Lauro de Freitas terá que administrar o inchaço local. Nesse sentido, a nova via metropolitana, ligando a BA-099 em Camaçari à BA-526 (CIA-Aeroporto), em Salvador, promete dias melhores para o trânsito local a partir de 2018. A ideia
Projeto atual do “Centro Administrativo de Lauro de Freitas”: Câmara e gabinete da prefeita é que o tráfego entre a capital e o litoral norte deixe de ocupar a avenida Santos Dumont – nome local da Estrada do Coco – passando ao largo da área urbana de Lauro de Freitas. Entretanto, já está em projeto a expansão da área urbana para a região que via metropolitana vai atravessar. METRÔ Em ano de eleições, o efeito político da abertura da via metropolitana deve se somar ao início da operação do metrô na estação Aeroporto. Ainda não é a estação Lauro de Freitas, prometida para a metade da avenida Santos Dumont, onde está em construção um shopping center, mas se a integração entre os micro-ônibus e o metrô funcionar já será possível remover das ruas a maior parte dos ônibus. A melhoria na qualidade de vida da cidade será sensível a partir disso, potencializando a alavancagem eleitoral de Rui Costa no município. Há ainda uma remota possibilidade de que, antes de outubro, o governo anuncie o início da construção do trecho do sistema metroviário até a estação Lauro de Freitas – o que seria de interesse imediato da candidatura governista. Para isso é necessário que a estação Aeroporto atinja o volume de seis mil passageiros por horapico durante seis meses consecutivos – a
partir de março, portanto. Quando a operação na estação Aeroporto estava prevista para dezembro último, Luiz Valença, presidente da CCR Metrô Bahia, disse acreditar “que lá para julho [de 2018] essas condições estarão presentes”. Começando a operar em fevereiro, é possível supor que em setembro o governador possa anunciar a “presença das condições” para a obra. A demanda prevista com a operação plena das linhas 1 e 2 é de 500 mil passageiros por dia útil. Alcançar essa meta depende fundamentalmente de uma integração eficaz entre o transporte público rodoviário local e a estação Aeroporto, mas o xadrez político envolvido numa solução para as cooperativas do chamado “transporte alternativo” representa uma ameaça ao cumprimento da meta em tão curto espaço de tempo. Depois de verificados os seis mil passageiros por hora-pico durante seis meses consecutivos, a CCR Metrô Bahia, concessionária do sistema, tem mais seis meses para apresentar estudos e então obter a autorização do governo para começar as obras. Os termos fazem parte do contrato de concessão. O mais provável e na melhor das hipóteses, é que a primeira composição ferroviária sairia de Lauro de Freitas por volta do final de 2019. Politicamente, entretanto, o anúncio da obra já rende dividendos. Na dúvida, todos os agentes políticos governistas preferem sublinhar que a es- u Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 13
q PERSPECTIVAS 2018
u tação Aeroporto já “é Lauro de Freitas” e que por isso o metrô já chegou à cidade – apesar da controvérsia com o município de Salvador, que afirma o oposto. Como o prefeito ACM Neto (DEM), da capital, é tido como candidato ao governo do estado este ano, a questão ganhou contornos eleitorais e não apenas políticos. POLÍTICA Para a população e no que se refere aos efeitos do metrô para a mobilidade urbana, tanto faz em qual município se encontra a estação Aeroporto, desde que a integração com o sistema de ônibus seja eficaz – e o governador parece estar consciente disso. Não interessa a Rui Costa entrar num debate sobre os limites entre quaisquer dois municípios, ambos povoados por potenciais eleitores seus. Mas a campanha promovida pela prefeita Moema Gramacho (PT) em torno da questão de limites com Salvador não se restringe à localização da estação de metrô. Além de Ipitanga a partir do Centro de Judô, toda uma faixa de mil metros a leste da BA-526 (CIA-Aeroporto) é formalmente território da capital, incluindo parcelas importantes dos bairros de Itinga, Capelão e Areia Branca. Essas áreas urbanas sempre foram administradas por Lauro de Freitas, que reivindica na Assembleia Legislativa a sua incorporação oficial, conforme preceito da lei de revisão de limites. Está em jogo, primeiro, a receita do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) dos imóveis hoje localizados em Salvador, mas taxados por Lauro de Freitas. Em lei aprovada pela Câmara Municipal em dezembro último, a prefeitura define expressamente que continuará a cobrar o IPTU de “todos os imóveis localizados na área objeto do impasse”, listando em separado as ruas em questão. São vias que não fazem parte da tabela de logradouros da cidade, definida por lei em 2015, mas cujos imóveis “permanecerão no cadastro imobiliário do município de Lauro de Freitas, para todos os fins, 14 | Vilas Magazine | Janeiro de 2018
Ponte Salvador-Itaparica: mais relevante obra de infraestrutura para Lauro de Freitas em 2018 inclusive quanto à cobrança” do IPTU – segundo aprovaram os vereadores. A disputa está ligada ainda ao plantel de eleitores. O zoneamento postal de Lauro de Freitas, efetivado em 2017 a partir da tabela de logradouros de 2015, veio revelar que os residentes dessas áreas são na verdade eleitores de Salvador. Se antes o comprovante de residência trazia o CEP único 42700-000 de Lauro de Freitas, agora traz o código específico da rua. Como o recadastramento biométrico do eleitorado de Lauro de Freitas só deve ser obrigatório a partir de 2019, uma eventual redefinição do município de residência terá impacto apenas na eleição municipal de 2020, para a prefeitura e Câmara Municipal. Uma redução do número de eleitores nas áreas em questão atingiria o desempenho eleitoral de quem sempre teve a preferência ali. A depender da ordem de grandeza, a supressão dos títulos locais pode impactar também o número de cadeiras na Câmara Municipal. Com 121.743 eleitores registrados em novembro do ano passado, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, por apenas 1.743 títulos eleitorais a Câmara Municipal de Lauro de Freitas já poderia aumentar para 19 o número de vagas em 2020 – facilitando a eleição dos menos votados. Sem esses eleitores, o número de vagas deve permanecer em 17 – limite constitucional para municípios que registram entre 80 mil e 120 mil eleitores. Essa é a perspectiva que deve orientar a atuação política de todos os agentes políticos locais ao longo de 2018, num esforço para ver a revisão de limites aprovada segundo os interesses de Lauro de Freitas – e, de toda forma, em confor-
midade com os preceitos legais, já que a administração das áreas de fato vinha sendo exercida pelo município. Do outro lado dos limites, a tendência é que a prefeitura de Salvador continue buscando entrar de fato no território que legalmente pertence à capital para atender ao que pede a lei de revisão e assim poder afirmar que efetivamente o administra. A motivação do prefeito ACM Neto (DEM) para manter o território é basicamente a mesma que tem Lauro de Freitas para o reivindicar. Mas a provável disputa eleitoral para o governo do estado acrescenta a necessidade de não ceder à prefeitura liderada por Moema Gramacho (PT), numa receita adequada para o desacordo. A distribuição de carnês de IPTU de Salvador nesse território – as áreas que a prefeitura de Lauro de Freitas classifica sob “impasse” e onde decidiu também cobrar IPTU – é certa como as eleições de outubro. Comparando os carnês das duas prefeituras, é fácil prever que o contribuinte opte por recolher o imposto em Lauro de Freitas, em valores muito inferiores aos praticados pela capital, mesmo ciente de que contribui em Salvador. A disputa tende a marcar o período da campanha eleitoral para o governo do estado, com previsível desgaste para o prefeito ACM Neto, pelo viés do carnê de IPTU, caso ele realmente venha a postular o Palácio de Ondina. Mas a reação militante à crescente presença de agentes da prefeitura de Salvador naquelas áreas também pode reverter o cenário se não for melhor calibrada. Além do episódio do chamado loteamento Lindóia, em território de Salvador, contado pela Vilas Maga-
zine na edição de dezembro, tem havido ataques verbais aos agentes da prefeitura de ACM Neto. Não interessando o debate a ninguém fora de Lauro de Freitas, uma eventual votação da revisão de limites na Assembleia Legislativa deve ficar mesmo para depois da eleição, que é ponto no tempo definidor de 2018. À espera de outubro e dos novos governos estadual e federal, Lauro de Freitas deve passar o ano inteiro em clima de campanha, com breve pausa apenas para a Copa do Mundo, entre junho e julho. INFRAESTRUTURA A transformação do Hospital Geral Menandro de Faria em maternidade pública é a mais importante novidade para Lauro de Freitas no setor da Saúde, mas para 2019. A reforma, prometida pelo governo, começa quando ficar pronto o Hospital Metropolitano, que já iniciou obras na fase de terraplenagem. O novo equipamento, construído pelo estado, substituirá o Menandro de Faria como hospital de urgências e emergências, num investimento da ordem de R$ 180 milhões e capacidade para 265 leitos. Com quase 28 mil metros quadrados de área construída, será erguido numa área de 90 mil metros quadrados no Quingoma, com acesso pela BA-526. A proximidade com o centro urbano de Lauro de Freitas faz do próprio Hospital Metropolitano um acréscimo importante para a infraestrutura de saúde pública da cidade. Embalada pela retomada da economia, com alguma segurança da arrecadação tributária, a prefeitura pretende investir R$ 10 milhões em infraestrutura apenas pela pauta de reivindicações do Orçamento Participativo (OP), uma prática de gestão das prefeituras do PT que ouve as comunidades para definir obras nos bairros. O total representa pouco mais de 2% do orçamento fiscal da prefeitura para o ano, estimado em cerca de R$ 471 milhões. MANU DIAS
Via Metropolitana: a mais importante obra de infraestrutura para desafogar o trânsito local em 2018
Construção do Hospital Metropolitano rende reforma do Menandro de Faria Além da verba do OP, novas quadras poliesportivas devem ser construídas na cidade, ao custo de quase R$ 1,5 milhão. Mais da metade dos recursos previstos no orçamento para este ano são transferências constitucionais de verbas do estado e da União, a maioria com destino certo: Saúde e Educação. Há ainda R$ 15 milhões provenientes da alienação de bens – e uma previsão de despesa de R$ 4,3 milhões para a implantação do “Centro Administrativo de Lauro de Freitas”. A ideia vem de 2008, quando a expectativa era gastar R$ 1,7 milhão na obra. O projeto atual prevê que o novo edifício abrigue apenas a Câmara Municipal e o gabinete da prefeita – e não todas as repartições da administração pública. O prédio deve ocupar a área onde atualmente estão a Câmara Municipal, a secretaria da Fazenda e o Banco de Serviços. A estrutura básica do edifício será um antigo galpão da Insinuante, a ser entregue pelo futuro shopping center da Estrada do Coco como “contrapartida social”. Outros R$ 4,3 milhões serão aplicados na “requalificação do prédio da prefeitura e de unidades administrativas”. O prometido sistema cicloviário pode mesmo se tornar realidade, a julgar pela destinação de mais de R$ 22 milhões ao projeto – mas a verba inclui pavimentação e recuperação da malha viária. Também está no orçamento uma “requalificação da orla marítima”, orçada em R$ 7 milhões, provavelmente destinada a acomodar a demolição das barracas de praia, implantando quiosques fora da faixa de marinha. Montante parecido deve ser aplicado em novos projetos de habitação social e melhorias em unidades já existentes. O “Zona Azul”, estacionamento pago em via pública, é outro projeto que recebeu dotação orçamentária para 2018: R$ 120 mil. Obras de drenagem e contenção de encostas também estão previstas. Orçadas em R$ 8,6 milhões, provavelmente tratarão problemas pontuais, sem resolver os alagamentos da Boca da Mata, em Portão e da av. Luiz Tarquínio, em Pitangueiras. Não há informação relativa a projetos específicos para esse setor.
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q CIDADE
Metrô deve começar a operar em fevereiro na estação Aeroporto
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metrô fez em dezembro a primeira viagem de teste da estação Mussurunga à estação Aeroporto, num trecho de 3,5 Km. A bordo, além do comandante da Base Aérea de Salvador Coronel-Aviador José Henrique Kaipper e outros convidados, estavam o vicegovernador João Leão (PP) e a prefeita Moema Gramacho (PT), que posaram juntos para fotos na chegada ao terminal. O governador Rui Costa (PT), que normalmente participa das viagens inaugurais do metrô, desta vez cedeu o protagonismo ao ex-prefeito de Lauro de Freitas. Leão aplicou à cidade a frase que vem sendo divulgada pelo governo para sublinhar as vantagens do metrô: “quem vive ou trabalha em Lauro de Freitas tem segurança de saber que horas vai chegar em casa ou no trabalho”. Moema
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Gramacho destacou que a nova estação está localizada no município. A proposta é que os moradores de Lauro de Freitas usem a estação Aeroporto enquanto a linha 2 não avança até a metade da avenida Santos Dumont, conforme está previsto. A construção do trecho até a estação Lauro de Freitas, na metade da avenida Santos Dumont, depende do volume de passageiros em horários de pico na estação Aeroporto. A estação Aeroporto, que tinha previsão de entrega para o mês passado, só deverá começar a funcionar efetivamente entre fevereiro e março. Ainda falta terminar obras complementares – incluindo Imagem aérea mostra o metrô atra vessando pela primeira vez a avenida Carybé em direção à estação Aeroporto
o terminal de transbordo e uma passarela de 400 metros – e integrar o sistema de transporte metropolitano ao metrô. Depois disso já será possível chegar à região do Iguatemi em cerca de 25 minutos e à Lapa em 35 minutos. O governo avalia que o número de usuários pode chegar a 500 mil/dia depois da entrada em operação da estação Aeroporto. O sistema transporta hoje, diariamente, cerca de 270 mil pessoas. Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano Jusmari Oliveira, o próximo passo é iniciar o tramo três do sistema de metrô, até Águas Claras, no subúrbio de Salvador, “onde vamos construir a nova rodoviária e dar funcionalidade a essa que é a maior obra de intervenção urbana da América Latina”. Com a Estação Aeroporto, o sistema metroviário alcança 33 Km de extensão, incluindo 20 estações e oito terminais de integração com ônibus. Os terminais de Pituaçu e Aeroporto ainda estão em fase de obras, com conclusão prevista para
CAROL GARCIA
janeiro. A Linha 1 é composta por oito estações ao longo de 12 Km, entre as estações da Lapa e Pirajá. A Linha 2, do Acesso Norte ao Aeroporto, inclusive, quando estiver em operação, passará a compreender 21 Km de extensão e 12 estações. Até agora, o projeto do metrô, desde a assinatura do contrato de concessão em modelo de Parceria Público-Privada (PPP) em 2013, recebeu investimentos na ordem de R$ 5,6 bilhões, valor que inclui obras das Linhas 1 e 2, revitalização de seis trens e sistemas, reforma e ampliação dos terminais de ônibus, aquisição de 34 novos trens, implantação de sistemas, manutenção e operação do Metrô. No auge das obras, o projeto chegou a empregar mais de oito mil trabalhadores diretos, indiretos e terceiros.
João Leão e Moema Gramacho (centro) posam para fotos na estação Aeroporto: sistema de metrô “chega a Lauro de Freitas”
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q CIDADE
Projeto Servidores do Bem visita instituição de Areia Branca
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projeto Servidores do Bem, de colaboradores da secretaria de Comunicação Social do Estado, levou música e presentes para cerca de 30 crianças e adolescentes, com idades entre três e 17 anos, atendidas pelo Lar Educar para o Futuro, de Areia Branca. A instituição oferece atividades educativas no bairro desde 2016. Houve distribuição de presentes doados pelos colaboradores e um lanche para celebrar o momento, além da apresentação do coral Comunicanto Secom, formado por servidores da secretaria. Fantasiados com trajes de personagens que povoam o imaginário das crianças, eles cantaram canções do repertório infantil. A iniciativa faz parte da ação de fim de ano da secretaria e antecipou o início do projeto, previsto apenas para janeiro de 2018. “A gente já queria aproveitar o Natal, que é uma data que a gente costuma sempre ajudar as pessoas, escolher uma instituição de caridade para ajudar com presentes e trazer o coral Comunicanto, que é um projeto que a Secom já trabalha, para que as crianças assistissem
a apresentação”, explicou a Assessora de Planejamento e Gestão da Secretaria de Comunicação, Marcela Freitas. “Foi uma iniciativa muito bacana em parceria com o setor de Recursos Humanos, todos os setores contribuíram, doaram presentes, foi muito bacana”, disse. “É muito lindo, é bonito de ver a criançada toda alegre. Isso não tem preço”, disse o copeiro Leandro Santos, que tem dois filhos atendidos pela instituição. O Lar Educar para o Futuro oferece reforço escolar, balé, karatê e aulas de violão a preços populares ou gratuitas, para aqueles que não podem pagar. A iniciativa é da pedagoga Gicélia Almeida que, desempregada, encontrou na solidariedade uma forma de ocupação. “O objetivo é dar uma ocupação para as crianças. Elas iam para a escola e, quando chegavam, eu as via por aí, pela rua, brincando. E aí nasceu no coração esse desejo de poder ajudar, de contribuir com a sociedade, com a minha comunidade”, diz Gicélia. “Muitos amigos começaram a nos ajudar e hoje a instituição funciona com muitas doações”, explica.
ELÓI CORRÊA
Coral Comunicanto Secom antecipa projeto para crianças de Areia Branca
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Aula inaugural do MedioTec reúne mais de 600 alunos em Lauro de Freitas
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entenas de estudantes de oito escolas estaduais de Lauro de Freitas, Dias d’Ávila, Ipirá e Candeias participaram da aula inaugural do MedioTec, em dezembro, no Instituto Federal da Bahia (IFBA) de Lauro de Freitas. Os cursos, da área de Tecnologia da Informação, com duração de 18 meses já começaram para cinco mil estudantes do ensino médio em 44 cidades do interior da Bahia. O programa, uma ação do Ministério da Educação, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, está sendo realizado na Bahia a partir da parceria entre a Secretaria da Educação do Estado e o IFBA. Participaram da aula inaugural alunos das escolas estaduais Alfredo Agostinho de Deus, Francisco Pereira Franco, Hermano Gouveia e Kleber Pacheco, de Lauro de Freitas, Luís Moura Bastos (Dias D´Ávila) e Maria Bastos Melo e Monsenhor Alcides (Ipirá) e Ouro Negro (Candeias). O programa tem como objetivo proporcionar aos estudantes do 2º ano do Ensino Médio uma formação profissional e ampliar as chances de inserção no
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CLAUDIONOR JUNIOR
Estudantes lotam o IFBA para aula inaugural mundo do trabalho, seja como emprego formal ou por meio do empreendedorismo, a partir de cursos técnicos, com aulas no turno oposto ao ensino regular.
PAULO NACIF: 1.100 horas-aula movimentam a cidade durante uma semana
Universidade de Verão deve atrair 60 mil a Lauro de Freitas
omeça no dia 15 deste mês a jornada da “Universidade de Verão” de Lauro de Freitas, uma iniciativa inspirada na tradição de universidades do hemisfério norte, que oferecem aulas e atividades acadêmicas diversas durante o período de férias. Fora dos Estados Unidos, as atividades costumam incluir temas não acadêmicos e para públicos mais amplos. A versão local pretende transformar a cidade “num grande centro acadêmico com espaço para os mais diversos debates”, de acordo com o secretário municipal de Educação Paulo Gabriel Nacif. A iniciativa é da prefeitura de Lauro de Freitas em parceria com o governo da Bahia e diversas instituições de ensino superior, entre elas a Universidade Federal da Bahia (UFBA). São 1.100 horas-aula, distribuídas em três conferências, 100 minicursos, 50 oficinas, 30 comunicações e 25 rodas de saber, entre os dias 15 e 21 de janeiro de 2018. Todas as atividades são gratuitas. Nesta primeira edição, a iniciativa desenvolve o tema “Conexões Democráticas para uma Cidade Educadora”. De acordo com a prefeitura, as palestras e conferências contarão com a presença do ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, do reitor da UFBA João Carlos Salles, do cineasta Pola Ribeiro, do exreitor da UFBA Naomar Almeida Filho, da antropóloga Nilma Lino Gomes e do sociólogo Miguel Arroyo, entre outros. A prefeitura esperar atrair cerca de 60
mil pessoas, entre estudantes, professores, profissionais da cultura, dos esportes, artistas, além dos moradores da cidade. O público também poderá acompanhar as atividades transmitidas simultaneamente por meio dos diversos canais de comunicação online. Presencialmente, as atividades acontecem nas escolas e centros comunitários dos bairros, no Parque Ecológico e nas praias de Vilas do Atlântico e Buraquinho, em espaços religiosos e praças de esporte como o Centro Panamericano de Judô, em Ipitanga, um dos “campi” da Universidade de Verão. Os outros são o Instituto Federal da Bahia (IFBA) e a Escola Municipal Dois de Julho, em Itinga, o Centro da Cidade, provavelmente com foco no Cine Teatro, Para participar, interessados devem acessar a página www.laurodefreitas. ba.gov.br/univerao e se cadastrar como “novo usuário”, preenchendo um formulário. Depois basta acessar a programação no site e se inscrever em uma ou mais atividades, clicando na opção “quero participar”. Entre os cursos e minicursos oferecidos há alguns de qualificação profissional, como de instalação de placas de energia solar, manutenção de computadores, eletricista e designer de sobrancelha. Há também atividades acadêmicas, esportivas, culturais, turísticas para crianças, na forma de conferências, palestras, rodas de conversas, exposições, feiras, espetáculos e seminários. Todas as atividades terão certificação.
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Mudança de nomes de ruas não afeta vida diária de moradores do município
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mudança de nome – que não é de hoje, mas aconteceu há dois anos já – não afetou e continua não afetando o serviço dos Correios ou quaisquer outros. Os nomes novos passarão a ser mais utilizados à medida que os moradores forem atualizando os cadastros de que participam. Entretanto, todas as referências ao nome antigo levarão ao nome novo, sem prejuízo para os serviços prestados aos moradores, até porque a referência é o número de CEP do logradouro. A prefeitura de Lauro de Freitas criou um mecanismo online que permite saber se determinada rua mudou de nome. Acessando o endereço goo.gl/xGgn4n é possível verificar o nome novo de qualquer logradouro. Centenas de ruas de Lauro de Freitas foram renomeadas no início de 2016, quando foi criada a lei que delimitou os bairros da cidade. A Vilas Magazine noticiou a mudança na época, mas poucas pessoas deram importância ao assunto, até porque na prática e na vida diária dos
moradores tudo continuou como antes. Diversas ruas também tiveram a descrição técnica da via alterada. O que era oficialmente uma “Travessa”, por exemplo, passou a chamar-se “1ª Travessa”, mas agora que o logradouro está vinculado a determinado CEP o dado torna-se pouco relevante para o endereçamento de correspondências. Outras ruas tiveram o nome alterado por estarem em desacordo com a lei: pessoas vivas não podem ser homenageadas em logradouro público. Outras ainda eram designadas apenas por letras e ganharam nome próprio. Em outros casos as ruas apenas trocaram de nome entre si para melhor organização do zoneamento. As empresas com sede em Lauro de Freitas que precisem atualizar o CEP e o nome do logradouro junto à prefeitura podem ficar isentas do pagamento de taxas para esse serviço. Uma indicação nesse sentido, de autoria do vereador Roque Fagundes (PT), foi aprovada na Câmara Municipal em novembro último. A medida depende de aprovação da prefeitura.
Mecanismo online permite saber se determinada rua mudou de nome
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Alisson Carvalho recebe certificado do prêmio: contra as “coisas erradas”
Combate ao bullying rende prêmio de redação a estudante de Lauro de Freitas
“G
ordinez saiu da janela e resolveu contar à mãe que estava sofrendo bullying”. A frase conta um pouco da história criada por Alisson Santos de Carvalho, 13 anos, aluno da Escola Nossa Senhora de Lourdes e o único da cidade premiado no 4º Concurso de Escritores Escolares da Bahia. Outros 17 estudantes foram premiados em seis categorias. Alisson ganhou um e-book e um kit com 30 livros. O concurso, organizado pela Fundação Pedro Calmon, bateu recorde nesta quarta edição, com 1.170 inscritos em mais de 60 cidades, envolvendo 232
escolas distribuídas pelo estado. Alisson ficou em terceiro lugar na categoria redação do ensino fundamental 2. O trabalho de Alisson conta a história de um garoto vítima de bullying e gordofobia, mas que soube perdoar. “Estou bastante feliz”, descreveu Alisson, que sonha em ser advogado para defender as pessoas “vítimas de coisas erradas”. O estudante conta que a motivação para criar o texto partiu do seu desejo de combater o bullying na escola. A certificação do prêmio foi entregue ao estudante pelo ator e escritor Aldri Anunciação, que declamou uma poesia e destacou a importância de participar do concurso e desbravar o mundo da literatura. “A escrita do Alisson revela todo um raio X da alma dele”, disse – “a gente vê a potência da literatura, ela demonstra cantinhos do ser humano que só a escrita criativa expressa”. Bárbara Falcón, gestora na diretoria do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon, entregou à secretaria de Educação de Lauro de Freitas um certificado de menção honrosa por incentivar seus alunos a participar do concurso. Além da certificação, a Secretaria ganhou um kit de livros.
PIB per capita de Lauro de Freitas cai menos que em Salvador
L
auro de Freitas continuou a apresentar um Produto Interno Bruto (PIB) per capita superior ao de Salvador, apesar de ter sofrido maior queda que a capital de 2014 para 2015 – no primeiro ano da recessão que já chegou ao fim. Apesar do crescimento populacional, em cinco anos o PIB per capita da cidade aumentou 35%, enquanto o PIB cresceu quase 55%. Já o PIB de Salvador aumentou 42% no mesmo período, contra pouco mais de 30% no cálculo per capita. Em valores absolutos, Lauro de Freitas tinha em 2015 um PIB per capita de R$ 29.516,68, contra R$ 19.812,07 de Salvador. O setor de serviços é o carro-chefe do PIB em ambos os municípios, seguido pelo comércio e construção. Só em 2015 este último setor deixou de ser relevante em Salvador. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou em dezembro último as estimativas do PIB dos municípios com referência a 2010 e até 2015. O PIB per capita é um dos principais indicadores de qualidade de vida nas cidades porque divide pelo número de habitantes o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos. O resultado não é necessariamente distribuído de forma igualitária na renda das pessoas, mas indica o potencial de redistribuição da riqueza. Nenhum dos dois municípios merece destaque positivo nesse aspecto. A capital baiana, com o 9º maior PIB municipal do Brasil em 2015, na classificação por habitante está na 1.918ª posição nacional e na 28ª estadual. Lauro de Freitas é o 915º no país e o 17º na Bahia. O salário médio registrado pelo IBGE em Salvador para 2015 estava em 3,5 salários mínimos – R$ 2.758 em valores daquele ano. Já em Lauro de Freitas, cidade conturbada e integrada à capital, o rendimento médio do trabalhador no mesmo ano era quase a metade disso: 1,8 salários mínimos ou R$ 1.418. Em Lauro de Freitas, com 76% da população ocupada, mais de 35% tinham rendimento mensal de menos de meio salário mínimo ou R$ 394.
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Sapato limpo e asfalto renovado nos 450m da frente do Vilas Tenis Clube
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prefeitura concluiu em dezembro, a tempo da festa de réveillon, a limpeza do trecho do rio Sapato em frente ao Vilas Tênis Clube, que abrigou uma festa privada de grande porte na virada do ano. O restante do rio está tomado pelas baronesas há mais de um ano. Os 450 metros de asfalto na avenida Praia de Copacabana em frente ao clube também foram recuperados. De acordo com Renato Braz, secretário de Serviços Públicos de Lauro de Freitas, o uso de uma retroescavadeira para a limpeza daquele trecho do rio é parte de um plano de prevenção de alagamentos. “Identificamos 27 pontos críticos propensos a enchentes em períodos de elevadas chuvas na cidade”, disse Braz. “Esses pontos são limpos constantemente e monitorados diariamente”, garante o secretário. Segundo a prefeitura, o trabalho é contínuo, feito manualmente pelas equipes de Serviços Públicos, para limpeza e retirada das baronesas. A retro-
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escavadeira estaria operando nos cinco quilômetros de extensão do Sapato, que aflora no Flamengo e segue até a foz do Joanes, em Buraquinho. Braz destacou ainda que as máquinas removem ilhas formadas no meio do rio que bloqueiam o escoamento das águas e provocam transbordamentos. Além das obras de desassoreamento, foram abertas frentes de trabalho para a revitalização e limpeza das matas ciliciares nas margens dos rios que cortam Lauro de Freitas. Em meados de 2016, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), dragou o Sapato para aumentar a calha do rio e acomodar o volume extra de água pluvial que seria recebido da drenagem da Lagoa da Base. A obra, criticada pelo potencial de carrear esgoto doméstico não tratado para o rio,
Asfalto novo e rio limpo no trecho de 450m da frente do Vilas Tenis Clube
continua suspensa. O secretário municipal de Infraestrutura, Vidigal Cafezeiro, afirma que a operação da Conder retirou 50 mil metros cúbicos de material orgânico. “Encontramos de tudo dentro do rio, desde geladeira a pneus velhos”, disse ele. A prefeitura informa que a próxima etapa é a repovoação do Sapato com alevinos, peixes nativos da região. Renato Braz considera que “os peixamentos também são uma importante forma de divulgar conceitos de educação ambiental com foco na interdependência entre conservação da biodiversidade e qualidade de vida”. PLANO DE SANEAMENTO Os dois secretários participaram das seis audiências públicas realizadas em setembro nos bairros de Itinga, Areia Branca, Vida Nova, Portão, Centro e Vilas do Atlântico como parte do processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. Com as obras do Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade paradas, a Câmara aprovou o documento em sessão extraordinária em novembro passado. O Plano é uma exigência legal para o muni-
O rio Sapato fora da área do clube: baronesas já fizeram aniversário.
cípio continuar a ter acesso a verbas do governo federal destinadas ao setor. O prazo acabava em 31 de dezembro. Basicamente um conjunto de boas intenções, o Plano serve para planejar ações no âmbito do saneamento básico municipal. Um dos artigos define que, na ausência de redes públicas de esgotamento sanitário – como é o caso de mais de 90% de Lauro de Freitas – “são admitidas soluções individuais de afastamento e destinação final do esgotamento sanitário devidamente tratado”. Tais soluções dependem agora de projeto aprovado pelo órgão ambiental, alvará de funcionamento e/ou da vigilância sanitária, licença ambiental e laudos de análise laboratorial do efluente final de esgoto tratado, além de comprovação de manutenção mensal do sistema de esgotamento sanitário. “Para lançamento em solo [o cidadão] deverá comprovar e atender aos parâmetros de eficiência”, além de comprovar “distância mínima de 1,5 metro entre a
Secretários de Serviços Públicos (de azul) e de Infraestrutura (de branco), com a prefeita Moema Gramacho durante audiência pública do plano de saneamento: peixamento é a próxima etapa para o rio Sapato
base inferior do dispositivo [de esgotamento] e o lençol freático” – o que promete ser um desafio em áreas como Vilas do Atlântico, urbanizada sobre dunas. Para os condomínios que lançam efluentes finais de esgoto tratado na rede de drenagem pluvial, há a exigência de apresentar anualmente ao órgão ambiental um laudo laboratorial que comprove a manutenção dos parâmetros definidos pelo Plano. Além de fiscalizar o cumprimento
da nova lei, cabe ao município coibir o lançamento de esgoto in natura, portanto sem tratamento algum, na rede de drenagem pluvial – com destino aos cursos d’água e às praias da cidade. Forte odor de esgoto pode ser percebido nos bueiros, em diversos pontos da cidade, indicando lançamento ilegal de efluentes domésticos. Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 23
q CIDADE
Lei admite veículos com até 15 anos de uso no transporte escolar
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exploração de serviços de transporte escolar privado em Lauro de Freitas passa a ter regulamentação em lei municipal aprovada no mês passado. De autoria do vereador Roque Fagundes (PT), a lei ratifica normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e estabelece que as exigências do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) quanto a equipamentos também devem ser cumpridas pelos veículos cadastrados. O CTB estabelece que os veículos “especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente poderão circular” depois de inspeção semestral – também prevista na lei local – para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança, equipamento que registra a velocidade e o tempo – e lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira, além de cintos de segurança em número igual à lotação e “outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo Contran”. Um desses requisitos – o uso de cadeirinhas e assentos elevados para o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade – que seria exigido a partir de 1º de fevereiro de 2017, foi dispensado “até que os veículos sejam fabricados com cintos de três pontos e sistemas de ancoragem do tipo Isofix”. A obrigatoriedade do uso de cadeirinhas infantis no transporte escolar já havia sido adiada anteriormente. O próprio Contran já determinou que novos projetos de veículos, produzidos no Brasil ou importados, devem trazer os sistemas de fixação Isofix a partir de 29 de janeiro deste ano. Em 2020 a medida valerá para todos os veículos em produção no país. Apesar de ser obrigatório nos automóveis particulares, rendendo multa aos pais menos preocupados com a segurança, os dispositivos foram dispensados para o transporte escolar. Se estivesse em vigor, o descumprimento representaria infração gravíssima, com retenção do veículo e sete pontos na carteira de habilitação do motorista. Em audiência pública no Senado há pouco mais de dois anos, representantes dos motoristas afirmaram que não teriam como cumprir a obrigação, considerada desnecessária por eles em razão do baixo número de acidentes no setor. Alegam que, desde 1997, quando entrou em vigor o novo Código de Trânsito Brasileiro, nenhuma criança morreu ou sofreu lesão grave sendo transportada por veículos escolares legalizados e vistoriados. Já o Denatran apresentou dados do Ministério da Saúde mostrando uma diminuição de cerca de 30% dos acidentes com ferimentos graves para as crianças que estavam usando os equipamentos de segurança.
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Na época, também a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez um alerta sobre a mortalidade infantil no trânsito. Segundo a corporação, 1.200 crianças morreram no espaço de cinco anos nas rodovias federais devido a acidentes. Para a então diretora-geral da PRF Maria Alice Nascimento, o número de mortes só pode diminuir se o uso das cadeirinhas for adotado por mais pessoas. “Os condutores precisam entender que a utilização do bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação pode salvar a vida de seus filhos em um possível acidente”, disse. A ONG Criança Segura e a Proteste consideraram a anulação da medida um retrocesso. “A forma mais segura de transportar crianças nos veículos é na cadeirinha, pois ela é projetada de acordo com o tamanho da criança para retê-la no veículo, distribuir a força da colisão de forma igual pelo corpo e proteger partes frágeis do corpo da criança, como cabeça, pescoço e coluna”, afirmou Gabriela
Freitas, coordenadora nacional da ONG em nota publicada pelas entidades. Dados da organização apontam que o trânsito é responsável pela maioria (38%) das mortes de crianças e adolescentes em acidentes. Na faixa dos 5 aos 14 anos metade das mortes ocorre em acidentes de trânsito. FROTA PADRONIZADA Os empresários também não querem a padronização da frota, argumentando que a medida aumentaria os custos. Projeto de lei nesse sentido tramita na Câmara de Deputados desde 2013. Pela proposta original, os veículos teriam pelo menos 15 lugares. Já a lei municipal de Lauro de Freitas aprovada em dezembro último para regular o serviço estabelece que os veículos podem ter sete lugares, no mínimo. Os motoristas chegaram a fazer manifestações por todo o país, incluindo Lauro de Freitas, em agosto de 2016 para
protestar contra a exigência da padronização. De acordo com a prefeitura, os motoristas da cidade achavam que a norma “cria obstáculos para a classe” porque “o custo para aquisição aumentará muito, refletindo no preço do serviço”. Os micro-ônibus do transporte escolar público, padronizados, custaram cerca de R$ 150 mil há um ano e meio, segundo a prefeitura. Uma van nova para 15 passageiros tem preço semelhante. Já uma
O vereador Roque Fagundes: regulamentação do transporte escolar privado Abaixo: Vans do transporte escolar: proposta de lei quer padronização de veículos MARCELO CAMARGO / ABR
“Kombi Escolar” com oito anos de uso – limite imposto pela legislação municipal para os novos motoristas – está em cerca de R$ 26 mil, segundo a tabela FIPE, referência para o mercado de automóveis. Para os veículos que já estão cadastrados na prefeitura, a lei admite até 15 anos de uso. O mesmo modelo fabricado em 2003 vale hoje cerca de R$ 16 mil. A exigência de assentos elevados e cadeirinha também passa a valer em Lauro de Freitas quando o Isofix chegar às ruas. Pela lei municipal, “os veículos deverão ser obrigatoriamente dotados dos equipamentos e documentos estabelecidos no CTB e CONTRAN”. Em Lauro de Freitas, o motorista de transporte escolar precisa de um “nada consta” na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), não tendo cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias durante os doze meses anteriores à renovação da licença. A exigência apenas repete o que estabelece o CTB. No mês passado uma comissão da Câmara de Deputados rejeitou proposta que permitiria ao condutor de transporte escolar cometer infração grave ou gravíssima. O objetivo era facilitar a habilitação ou a renovação da licença para conduzir escolares, muitas vezes inviabilizada pelo u acúmulo de pontos de infração. Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 25
q CIDADE
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Isofix será universal em veículos novos a partir de 2020
e acordo com resolução do Contran, novos projetos de veículos, brasileiros ou importados, precisam ter os sistemas de fixação Isofix obrigatoriamente a partir de 29 de janeiro deste ano. Em 2020 a medida valerá para todos os veículos em produção no país. O sistema é composto por dois pontos de fixação na base que se encaixam em dois pontos no veículo, localizados no vão entre o assento e o encosto do banco traseiro. Um terceiro ponto no carro se liga a uma espécie de gancho da cadeirinha, evitando que o dispositivo se movimente. Esse ponto pode estar no assoalho, na parte de trás do encosto ou na lateral do carro, na mesma área de onde saem os cintos de segurança. O Observatório Nacional de Segurança Viária explica que o Isofix é um sistema criado em 1997 pela Volkswagen. O termo é um neologismo que une a conhecida sigla ISO, de “International Organization for Standardization” e o “fix” para fixação. Sistemas semelhantes existem fora da Europa com outros nomes. O objetivo é padronizar e simplificar o encaixe dos dispositivos de retenção – bebê conforto, cadeirinha de criança e booster – para garantir a eficiência do produto. O sistema exige pontos de ancoragem específicos, tanto no veículo quanto na cadeirinha. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), o Isofix prende melhor os equipamentos de segurança. Testes realizados na Europa demonstram que os
Exija o que a legislação ainda não cobra
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iversas entidades, incluindo o Instituto de Certificação e Estudos de Trânsito e Transportes (ICETRAN) recomendam cuidados que vão além do que exige a legislação nacional e municipal ao contratar um serviço de transporte escolar. A maioria das dicas é bastante óbvia, mas a mais importante é colocar em prática, por conta própria, as exigências de regulamentação que vêm sendo adiadas pelo Poder Público. Assim, mesmo não sendo ainda obrigatório o uso de assentos elevados e cadeirinhas no transporte escolar, prefira contratar serviços que
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ofereçam o dispositivo de segurança. E se o veículo tiver o sistema Isofix, tanto melhor. Verificar visualmente o estado de conservação do veículo também ajuda a prevenir problemas. Não deixe só por conta da vistoria das autoridades de trânsito. Apesar da legislação de Lauro de Freitas permitir o uso de carros com até 15 anos de uso, prefira os mais novos. E veículos maiores oferecem, no mínimo, maior conforto para as crianças. Veja outras dicas: 1. Confira a legalidade do condutor e veículo e condutor Solicite as informações sobre os veículos e condutores autorizados a oferecer o transporte escolar. Em Lauro de Freitas o órgão de trânsito responsável fica na Secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública de Lauro de Freitas, à rua Itamaraju (antiga Clinío A. Rodrigues), número 98, no Jardim Aeroporto, em Pitangueiras. 2. Confira a autorização do trânsito no
Sistema de fixação de dispositivos de segurança oferece eficácia de 96%
dispositivos fixados com Isofix reduzem o deslocamento dos dispositivos para transporte de crianças. Há um menor próprio veículo Todo veículo de transporte escolar deve ter afixado, no vidro dianteiro, uma autorização oficial visível para quem está na parte exterior do veículo. 3. Monitore o serviço diariamente Observe o comportamento das outras crianças e do próprio condutor quando ele for buscar as suas crianças em casa. Faça perguntas às crianças sobre como o motorista dirige, se ele costuma dirigir em velocidade excessiva e se o uso de cinto segurança é sempre obrigatório. 4. Exija a presença de um monitor Apesar de não ser exigido por lei, condutores responsáveis e comprometidos com um transporte escolar seguro e de qualidade contam com um monitor ou ajudante para gerenciar o fluxo de crianças no veículo e verificar se todos estão usando o cinto de segurança. 5. Tenha anotados os dados do motorista
REPRODUÇÃO VOLKSWAGEN
q COMUNIDADES
Praça das Mangueiras em Vida Nova está tomada por barracas
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deslocamento do pescoço, ombros e coluna cervical, reduzindo as lesões nas crianças transportadas dessa forma. Os dispositivos fixados com Isofix tiveram eficácia de 96% de encaixe correto, contra 30% dos dispositivos fixados com cinto de segurança. Não tenha receio de pedir as informações pessoais do motorista como RG, CPF e números de telefone. Imprevistos acontecem e você não quer se ver numa situação em que não tem a menor ideia de onde e como estão os seus filhos caso eles não cheguem no horário combinado.
om pouco mais de 20 mil habitantes, o bairro de Vida Nova vem se expandindo como núcleo habitacional de Lauro de Freitas e acumulando problemas de segurança pública em meio a um cenário urbano cada vez mais desorganizado. A Praça das Mangueiras, único espaço de lazer do bairro e onde anos atrás se projetava construir equipamento urbano, hoje está tomada por barracas do comércio informal, algumas delas já com cercas de lata que tomam o espaço público. A qualificação do espaço de lazer, inclusive com quadra esportiva, Vista aérea da Praça das Mangueiras hoje fica por conta dos canteiros de há sete anos, ainda sem barracas tijolo feitos pela própria comunidade Hoje as barracas do comércio informal tomam todo o perímetro da praça em no entorno das árvores. Erguida como bairro planejado ambiente desorganizado (abaixo). para funcionários públicos de Salvador nos anos 90, Vida Nova tornou-se um polo urbano. A antiga Fazenda Caji desapareceu para dar lugar também aos condomínios do entorno, responsáveis pela maior parte do crescimento populacional de Lauro de Freitas nas últimas décadas.
6. Converse com os pais das outras crianças Seja na hora de contratar um transporte escolar ou qualquer outro tipo de serviço, conversar com outras pessoas que utilizam o mesmo serviço é uma excelente forma de conhecer seus pontos fracos e fortes. 7. Eduque as crianças A importância das normas de trânsito, do uso do cinto de segurança e de um comportamento adequado dentro do veículo são noções que os responsáveis devem passar às crianças – começando pelo exemplo dado a bordo do carro da família.
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q TRÂNSITO
ALBERTO MARAUX
Tabela 2018 do IPVA, tem redução de até 6,8% nos valores
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Policial rodoviário aponta radar móvel na Estrada do Coco
Radar móvel flagra mais de 500 por excesso de velocidade na Operação Natal na BA-099
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uas mil pessoas e 1.126 carros, motos e ônibus foram abordados pelo Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) até o final da tarde do dia 25 de dezembro na BA-099 (Estrada do Coco), durante a Operação Natal. Os radares móveis pegaram 507 veículos trafegando acima da velocidade permitida entre Arembepe, Barra do Jacuípe e Guarajuba, em Camaçari e Praia do Forte, em Mata de São João. Cinco veículos foram retidos por irregularidades na documentação e 39 motoristas sopraram o bafômetro. O BPRv registrou quatro acidentes. As infrações relacionadas ao excesso de velocidade lideraram o ranking das mais cometidas por motoristas brasileiros desde 2010. Velocidades até 20% maiores que o limite, resultam em infração média, com multa de R$ 130,16 e três pontos na carteira. Entre 20% e 50% maiores a infração é grave, com multa de R$ 195,23 e cinco pontos. Acima de 50% além da velocidade máxima permitida, a infração é gravíssima, punida com multa no valor de R$ 880,40, sete pontos e suspensão da carteira de habilitação.
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s contribuintes baianos vão pagar em 2018, em média, cerca de 3,16% a menos no valor do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), de acordo com tabela divulgada pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), juntamente com o calendário de pagamento do imposto. A redução mais significativa é de 6,8%, para os caminhões. O IPVA dos automóveis registra queda de 3,7%, o das motos, de 2,25%, o de ônibus e micro-ônibus, de 4,36%, e o de veículos utilitários, de 3,82%. A pesquisa foi realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos preços praticados em outubro de 2017. A portaria que oficializa os prazos para quitação do IPVA 2018 foi publicada também no Diário Oficial do Estado (DOE). “A queda nos valores do IPVA ocorre em decorrência do mercado, que está pressionando os preços dos veículos usados para baixo”, explica o diretor de Arrecadação da Sefaz, Augusto Guenem. Segundo ele, o IPVA é a segunda fonte de arrecadação tributária do Governo do Estado e a frota tributável da Bahia é de cerca de 1,9 milhão de veículos. “Vale lembrar que o valor arrecadado é dividido meio a meio com o município onde o veículo foi emplacado”. DESCONTOS EM PAGAMENTOS ANTECIPADOS A tabela traz descontos para quem pagar o imposto antecipadamente. O prazo final para o pagamento do tributo com 10% de desconto, em cota única, é 7 de fevereiro. Existe ainda a opção de pagamento com 5% de desconto para quem fizer a quitação do valor integral do imposto no dia do vencimento da primeira das três cotas do parcelamento padrão do imposto, data que varia de acordo com o número final da placa do veículo. Parcelar o imposto em três vezes, por fim, é outra opção, bastando para isso observar a data de vencimento da primeira cota na tabela, de acordo com o
número final da placa. O pagamento pode ser feito em qualquer agência do Banco do Brasil, Bradesco ou Bancoob, bastando apenas apresentar o número do Renavam. Os débitos referentes à taxa de licenciamento e às multas de trânsito deverão ser pagos até a data de vencimento da terceira parcela, e os débitos anteriores do IPVA ainda não notificados também podem ser divididos em três vezes, juntamente com o IPVA 2018. O proprietário que perder o prazo da primeira cota deixa de ter o direito ao parcelamento em três vezes. O seguro obrigatório deverá ser pago integralmente até o vencimento da primeira parcela do imposto, em caso de parcelamento do IPVA. O pagamento do tributo referente a embarcações e aeronaves deverá ser efetuado até 30 de maio. Estão isentos do pagamento do IPVA os veículos de empresas concessionárias de serviço público de transporte coletivo, aqueles com mais de 15 anos de fabricação, veículos terrestres com motor de potência inferior a 50 cilindradas e embarcações com motor de potência inferior a 25 HP. Também estão na faixa de isenção máquinas agrícolas, táxis de propriedade de motoristas profissionais autônomos, e veículos pertencentes a embaixadas, a representações consulares, a funcionários de carreira diplomática e a pessoas jurídicas de direito privado instituídas pelo poder público estadual ou municipal. São imunes ao IPVA, os veículos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, dos partidos políticos, inclusive suas fundações, e das entidades sindicais, instituições de educação ou assistência social sem fins lucrativos e dos templos religiosos. Todas as informações podem ser consultadas no site: www.sefaz. ba.gov.br ou pelo call center da Secretaria: 0800 071 0071.
Homicídio por motorista alcoolizado dá 5 anos de prisão
E
ntra em vigor em 20 de abril a lei 13.546, que aumenta a pena para o motorista que provocar acidente com morte ou causar lesão grave ou gravíssima ao dirigir alcoolizado ou sob o efeito de qualquer outra substância psicoativa. O condutor terá como pena a reclusão de dois a cinco anos, além de outras possíveis sanções. A nova regra entra em vigor em 120 dias. Antes, a legislação previa que, por praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, a pena seria de detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir. No caso de ocorrer homicídio culposo, fixava o aumento de um terço da pena. A diferença entre detenção e reclusão é um reforço punitivo contido no projeto sancionado pela Presidência. No caso da detenção, as medidas são, em geral, cumpridas no regime aberto ou semiaberto. Já a reclusão é a mais severa entre as penas privativas de liberdade, pois é destinada a crimes dolosos – quando há intenção de matar. Para Márcia Cristina da Silva, advogada voluntária da Associação Preventiva de Acidentes e Assitência as Vítimas de Trânsito
(Apatru), esse método da aplicação da lei é a mudança principal. “O método processual muda. Nesse sentido, a pessoa já sabe que, se beber e dirigir, tem o risco de ficar presa, respeitando, claro, o direito de ampla defesa”, detalha. Reforçando esse entendimento, foi acrescentado ao Código de Trânsito Brasileiro um parágrafo que determina que “o juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do DecretoLei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime”. Questionada sobre a real possibilidade da nova norma gerar mudanças no comportamento, a advogada afirma que, “como entidade prevencionista, nossa opinião é sempre que as ações que geram mais frutos são as de educação, inclusive na escola e por meio de programas de educação”. Todavia, pondera que, para casos recorrentes de pessoas que dirigem sob efeito de psicoativos, é importante uma medida mais rígida, pois ela “pode gerar uma reflexão nos motoristas que não enxergam com tanta seriedade o ato de dirigir e acabam bebendo”, acredita. A lei teve origem em projeto de autoria da deputada Keiko Ota (PSB-SP), passou pelo Senado e, depois, novamente pela Câmara. Ao sancionar a proposta, o presidente Michel Temer vetou artigo que previa a substituição da pena de prisão por pena restritiva de direitos nos crimes de lesão corporal culposa e lesão corporal de natureza grave decorrente de participação em rachas, quando a duração da pena fosse de até quatro anos.
Provocar uma morte ou lesões graves no trânsito vai dar cadeia a partir de abril Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 29
q CIDADE q TURISMO
COMO ENCONTRAR A PASSAGEM MAIS BARATA
Marcar voos no meio da semana, pesquisar preços com 90 dias de antecedência e buscar o mesmo bilhete em vários sites são estratégias que ajudam a reduzir os custos da viagem
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Bilhete Premiado Onde, quando e como pesquisar na internet para encontrar as passagens aéreas com os melhores preços
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érias que envolvem viagens de avião começam com um grande gasto logo de cara: a passagem. Alguns truques, porém, ajudam a diminuir esse custo – como marcar os voos em determinados dias da semana, escolher a antecedência certa para comprar e saber usar todos os mecanismos de busca que a internet tem para oferecer. Quanto maior a flexibilidade, maiores as chances de encontrar bons negócios. Incluir escalas – que tornam o trajeto mais longo –, pousar em aeroportos mais distantes do centro e viajar no meio do dia são algumas das estratégias que barateiam a viagem. Como o turista quer aproveitar o destino ao máximo, há mais gente buscando voar durante a noite para um destino internacional ou na sexta para emendar as férias com o fim de semana. E, com a demanda, sobem os preços.
Portanto, segundo Eduardo Fleury, country manager do site buscador de preços Kayak, o melhor é partir numa quinta, por exemplo, e voltar numa terça. Basicamente, tentar fugir do rush. Com a data em mãos, ajuda na economia comprar o bilhete na hora certa: o ideal é planejar uma antecedência de três meses. Na hora de fechar negócio, tanto faz o dia da semana se for uma viagem internacional, diz André Gavioli, gerente de marketing do Submarino Viagens. “Já para os destinos nacionais as companhias aéreas costumam ser mais agressivas no período de sexta a partir das 20h até domingo às 23h59”, afirma. Mas, como regra geral, o horário da compra pouco importa. Dados do buscador Skyscanner mostram que o conselho de procurar descontos na madrugada é furado, diz Tahiana Rodrigues, gerente de comunicação do site no Brasil. Na busca pelo melhor preço, pesquisar em mais de um site é essencial. Agências de viagem virtuais podem ter preços mais altos que as companhias aéreas, já que cobram taxas. Mas às vezes têm bilhetes mais baratos, porque podem ter adquirido uma cota grande de passagens promocionais, que não estão mais disponíveis para compra direta. Sites que comparam preços têm ainda a vantagem de mostrar voos mais baratos, com escalas mais longas ou em maior número em relação às que aparecem nos sites das companhias aéreas. Quem não tem data fechada de viagem pode ainda observar promoções ao longo do ano. Gavioli sugere seguir nas redes sociais companhias aéreas e agências. “O usuário recebe uma mensagem e, dessa maneira, não perde as promoções, que tendem a ter disponibilidade limitada.” Fernanda Reis/Folhapress.
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q COMPORTAMENTO
Em livro, psicólogos usam ciência para explicar como meditação funciona
mês de treino, entrevistá-los para ver se agora eles se consideram mais focados e calmos. A análise cuidadosa dos resultados desse tipo de estudo pouco controlado, bem como sua comparação com pesquisas metodologicamente mais exigentes, revela que a mera presença de um grupo de colegas simpáticos e de um instrutor empolgado é capaz de produzir um aumento no bem-estar dos participantes que seria equivalente, no fundo, ao efeito placebo de um medicamento (quando uma substância inócua, oferecida a um paciente que confia
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aniel Goleman e Richard Davidson, psicólogos e autores do livro “A Ciência da Meditação”, estavam entre os muitos jovens americanos de classe média que, ao longo dos anos 1960 e 1970, deixaram os confortos do Ocidente e se enfurnaram no Himalaia, em busca de um guru que os conduzisse à iluminação. Ao menos no caso deles, anos de estudo das tradições contemplativas do Oriente conseguem conviver bastante bem com doses salutares de ceticismo. É o que se depreende da leitura da obra, um guia informativo e moderado dos estudos feitos nas últimas décadas sobre a neurociência da meditação. Embora Goleman e Davidson tenham contato regular com o Dalai Lama e outros mestres budistas e hinduístas, suas conclusões são cautelosas: sim, meditar parece fazer bem, de modo geral, mas está longe de ser um negócio mágico. Aliás, como os dois fazem questão de frisar, “meditação” é um termo amplo demais. As disciplinas mentais/espirituais oriundas da Ásia que acabaram ficando debaixo desse guarda-chuva conceitual quando foram transplantadas para o Ocidente são quase tão diversificadas quanto as tradições religiosas onde nasceram. Por isso mesmo, argumentam os autores (ambos com experiência em pesquisa empírica sobre o tema e praticantes da meditação), cada modalidade de meditação provavelmente trará benefícios diferentes, em níveis diferentes, de acordo com a intensidade e a qualidade da prática. Para demonstrar isso, Goleman e Davidson apresentam o que equivale a um pequeno tratado de metodologia em pesquisa biomédica. Não basta, por exemplo, colocar meia dúzia de sujeitos numa turma de “mindfulness” (hoje a modalidade mais popular de meditação, cujo objetivo, grosso modo, é focar a atenção no momento presente) e, depois de um 32 | Vilas Magazine | Janeiro de 2018
em seu médico, parece produzir uma melhora). ACADEMIA ESPIRITUAL Outra abordagem metodológica valiosa envolve a comparação do efeito das práticas de meditação com outro tipo de atividade – relaxamento, fisioterapia etc. Em ambos os casos, o resumo da ópera é que a prática casual de qualquer modalidade de meditação, por períodos curtos, dificilmente terá algum efeito positivo duradouro. Como ocorre quando os músculos são exercitados, a intensa “ginástica” cerebral da meditação também só produz uma mente
verdadeiramente possante com o tempo e a prática constante. Embora os primeiros benefícios de abordagens como a “mindfulness” – melhora na memória de curto prazo, menor ativação em áreas cerebrais ligadas ao estresse e à raiva – apareçam após algumas dezenas de horas de prática, a questão é saber até que ponto é possível produzir “traços alterados”, como dizem os autores do livro – ou seja, verdadeiras transformações da personalidade dos meditadores. A resposta que eles podem oferecer
por enquanto? Sim, os meditadores de “nível olímpico” – grandes mestres e iogues, gente capaz de passar meses ou anos em retiros espirituais – de fato parecem ter certos superpoderes, por falta de um termo melhor. Análises de ressonância magnética funcional, por exemplo, indicam que esse tipo de indivíduo é capaz de lidar com a dor intensa de maneira muito diferente do comum dos mortais. Embora eles sintam a intensidade do estímulo doloroso de modo muito
semelhante ao de outras pessoas no instante em que ele acontece, é possível testemunhar uma diminuição muito rápida do impacto dessa dor em seus cérebros – como se, de fato, eles conseguissem observar os efeitos da dor de forma distanciada, e não como algo que toma conta da identidade deles. Da mesma forma, análises preliminares desses grandes iogues sugerem uma capacidade de retardar os efeitos do envelhecimento sobre a anatomia cerebral, às vezes produzindo uma “idade cerebral” algumas décadas mais jovens que a “idade cronológica” do sujeito. Se não dá para passar onze anos numa caverna do Nepal, o que fazer para tentar conseguir alguns dos tais “traços alterados”? Não tem milagre, dizem os pesquisadores: perseverança, um mestre confiável e trabalho duro são a chave – uma receita de iluminação que não difere muito da que caracteriza a ciência. Reinaldo José Lopes/Folhapress.
SERVIÇO A Ciência da Meditação Autores: Daniel Goleman e Richard J. Davidson Editora: Objetiva. Quanto: R$ 44,90 (296 págs.)
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q EMPRESAS & NEGÓCIOS
Pragas no escritório
É
Veja com qual tipo de praga no trabalho você se identifica
quase impossível passar pela vida profissional sem cruzar pelo menos uma vez com um colega ou chefe que faz fofoca, puxa o tapete dos outros ou manipula situações. Esses comportamentos podem contaminar o escritório como pragas. São atitudes tóxicas, afirma Yuri Trafane, sócio-fundador da Ynner Treinamentos. Na opinião dele, não dá para rotular pessoas por causa de uma ação ou outra – ninguém é uma coisa só –, mas é possível identificar hábitos que atrapalham os colegas e a empresa (veja alguns abaixo). Se não dá para fugir desses comportamentos, o jeito é ter jogo de cintura para enfrentá-los. “Não controlamos a atitude do cole-
ga, mas podemos controlar nossa reação”, diz a psicóloga Izabela Mioto, professora da Fundação Álvares Penteado, de São Paulo. Saber lidar com pessoas de todo tipo é uma competência valorizada pelas empresas. Conforme o profissional vai crescendo na carreira, a tendência é que as relações interpessoais se tornem mais complexas, envolvendo não apenas colegas, mas clientes e parceiros de negócios, explica Flora Victoria, da Sociedade Brasileira de Coaching. Se mal conduzido, o relacionamento com a equipe pode afetar a produtividade e a satisfação do profissional, já que gera atritos e suga as energias dos envolvidos. Não há uma fórmula mágica para guiar as relações tóxicas para um caminho saudável. O melhor, segundo os especialistas, é tentar compreender por que o colega ou o chefe age daquela forma, antes de rotulá-lo. “Assim, talvez seja possível desarmar o seu mecanismo de defesa”, diz Mioto. Também é preciso cuidado para não colocar no outro a culpa
AS OITO PRAGAS DO TRABALHO CARRAPATO
PULGA
Sempre grudado com o chefe, nunca expressa a sua verdadeira opinião e sempre vai na onda do que o superior fala. Também não escuta as ideias de pares e subordinados. Em vez de entrar em competição com ele, é melhor se concentrar nas suas competências.
É aquele chefe ou colega que nunca para quieto, e sua ansiedade afeta a produtividade da equipe. Por exemplo, ele manda um e-mail e já liga na sequência para saber se você recebeu. Questiona mais de uma vez se já fez uma determinada tarefa. Para neutralizá-lo, pergunte que tipo de atitudes você pode tomar para deixá-lo mais seguro e entregue o que prometer.
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por dificuldades e falhas. “Em muitos casos, o profissional usa o mau comportamento alheio como desculpa para se vitimizar”, diz Joel Dutra, coordenador do programa de estudos em gestão de pessoas da FIA - Fundação Instituto de Administração. ‘TEMPERAMENTO DIFÍCIL’ A administradora Cassiane de Carvalho, 40, passou dois anos dividindo a sala de trabalho com uma colega de “temperamento difícil”. Segundo Carvalho, ela falava mal de todo mundo, levava fofocas de funcionários para a diretoria, era simpática quando precisava Continua na página 36 u
TRAÇA Nunca está satisfeita com o trabalho e consome o tempo dos colegas para reclamar, corroendo a motivação da equipe. Para não se contagiar, tente selecionar as reclamações que realmente fazem sentido e os exageros. Quando possível, tente mostrar o lado positivo de estar ali, mas cuidado para não ser visto como puxa-saco do chefe e da empresa.
ARANHA
RATO
Um dos tipos mais perigosos, é aparentemente dócil, mas, pelas costas, tece uma teia de intrigas para surpreender o colega e puxar seu tapete quando ele menos espera. Quando identificá-lo, monitore os seus passos e muito cuidado para não soltar informações que podem ser usadas contra você mais tarde.
Competitivo, faz de tudo para mostrar que é melhor do que os outros. Para alguns colegas, esse tipo de comportamento pode ser um estímulo para elevar o desempenho. Se o seu perfil é mais cooperativo, tente não entrar no jogo dele e busque o sucesso em outras áreas.
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q EMPRESAS & NEGÓCIOS
do outro, mas grosseira na maior parte do tempo. Não era demitida porque era o braço direito de um dos sócios. “É muito desgastante sair de casa todo dia sabendo que vai encontrar uma sanguessuga”, diz Carvalho. No fim, a empresa se mudou para outra cidade, e Carvalho teve que deixar o emprego. Hoje, ela ainda tem a ex-colega numa rede social, mas as duas não se falam mais. LIMITE Ter jogo de cintura é importante, mas nem tudo é negociável. Desvios de caráter que podem levar a problemas mais sérios dentro da organização devem ser levados à chefia ou ao departamento de recursos humanos, sempre com cautela. “É delicado, porque quem denuncia assume o ônus da prova e pode ficar em uma situação de fragilidade. É preciso mostrar casos concretos”, diz Dutra, da FIA - Fundação Instituto de Administração. Além disso, lidar com comportamentos tóxicos é bem diferente de estar inserido num ambiente tóxico, quando a cultura da instituição favorece conflitos e posturas antiéticas. “Aí, não se trata de uma questão de ajuste. Quando os valores da empresa e do chefe vão no sentido contrário dos seus, não tem remédio. É melhor sair”, afirma Eduardo Ferraz, consultor em gestão de pessoas.
MOSQUITO Seu habitat natural é o lugar do cafezinho no escritório. Não perde a oportunidade de cutucar os colegas para coletar informações e logo transmiti-las para os outros, contaminando o ambiente de trabalho. Quando encontrá-lo pelos corredores, tente não alimentar a sua conversa e não passe a fofoca adiante.
Carolina Muniz/Folhapress.
ESCORPIÃO BARATA Parece sobreviver a tudo, inclusive a demissões -mesmo sem fazer nada para se destacar. Se a falta de iniciativa desse colega sobrecarrega o seu trabalho, o primeiro passo é tentar uma conversa para entender onde está o problema. Se não resolver, veja se é possível buscar uma solução com o gestor.
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Quando fica insatisfeito, sai dando ferroadas em todo mundo. Para lidar com pessoas assim, a solução não é fugir nem atacar de volta. Trate-as com firmeza e respeito e, se não for possível conversar, dê um tempo e retome o assunto depois.
Raymundo Dantas Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. E-mail: raymundo_dantas@uol.com.br
Ano novo e motivação a nossa motivação. Esta sim, é a palavra mágica que nos devolve a vitalidade, a coragem de viver, de enfrentar com otimismo qualquer problema e, especialmente, de encontrar satisfação, alegria e realização pessoal no que fazemos. É a motivação que move o mundo. São as pessoas motivadas que fazem acontecer as coisas.
ILUSTRAÇÃO: DEPOSITPHOTOS
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uando chega o ano novo instala-se, com ele, todo um clima de otimismo, de esperança, de motivação. É como se tudo fosse, de repente, mudar para melhor. É como se tudo e todos tivessem uma nova chance para recomeçar, fazer de novo, desta vez sem os erros do passado. Para usar uma frase já bem batida podemos dizer que o ano novo traz uma esperança que vence os medos. E, na verdade, o que é uma esperança que vence o medo? É um estado de espírito que leva a pessoa a enfrentar com coragem e vontade a sua realidade de sempre, mas com a certeza de agora atingir seus objetivos ou realizar seus sonhos. É o que acontece com a grande maioria do povo brasileiro no início de cada ano, inclusive comigo e certamente com você, caro leitor. Mas o que mudou, afinal? O País é o mesmo, os problemas são os mesmos, nada mudará subitamente. Ao abrir sua loja no primeiro dia útil do ano, você encontrou as mesmas mercadorias, os mesmos empregados, os mesmos clientes, os problemas de sempre, as coisas boas de sempre. Mas, no entanto, o clima é outro, a esperança é grande, o ano é novo. A esperança está presente, porque o ano novo traz, de qualquer modo, um novo sentimento. O que muda então? O que muda é a cabeça da gente. O que muda é a nossa maneira de olhar para as mesmas coisas, utilizando um novo olhar. O que muda é o nosso estado de espírito, a nossa capacidade de encontrar motivos de esperança onde antes só enxergávamos a mesmice cotidiana. O que muda o mundo à nossa volta é
Quem está motivado não precisa de uma novidade para trabalhar com entusiasmo. A motivação é que o move. E a motivação está dentre dele próprio, pois cada um é que se motiva a si mesmo. É claro que a nossa motivação pode ser estimulada por alguém ou algum fato, mas ela só se instala quando é desejada por nós mesmos. Ora, por que então ficamos dependendo de um ano novo para renovar a esperança que motiva? Por que não deflagramos um processo permanente de otimismo e motivação? Se as pessoas trabalham com mais satisfação e produzem mais quando estão motivadas, por que não fazemos um trabalho permanente de motivação com os nossos funcionários? Tentando responder a essas indaga-
ções, quero propor a você, empresário ou gerente, uma campanha de motivação que poderia se chamar: “Ano novo o ano inteiro”. Aproveite os momentos felizes de início de ano, para prolongar esse estado de espírito e contaminar com ele todo o seu pessoal. Como fazer isso? Em primeiro lugar cuide da sua própria motivação. Um líder desmotivado não contamina ninguém a não ser com mais desmotivação. Portanto, mantenha-se otimista e motivado. Dentro desse clima promova uma gestão mais participativa. Ouça mais os seus funcionários, chame-os para conversar sobre o negócio, ouça suas sugestões, ponha em prática as boas, fale a eles sobre seus planos para a loja/empresa nesse ano que começa, troque percepções. Eles vão se sentir valorizados e irão pensar mais sobre o próprio trabalho, para poder trazer melhores sugestões para você e assim serem ainda mais valorizados. Pronto: Está criado o círculo virtuoso da motivação constante. Vá então atribuindo responsabilidades sempre maiores para os que demonstram na prática sua motivação. Faça da atribuição de responsabilidade não um encargo remunerado, mas um privilégio para os mais dedicados e competentes. A participação maior nas responsabilidades, a proximidade maior com as decisões da gerência deve ser um privilégio, antes de ser uma promoção salarial. Você verá como a coisa funciona em cascata! Você verá como a produtividade aumenta, as pessoas ficam mais satisfeitas, o faturamento cresce e você próprio fica mais feliz e otimista. Independentemente da época do ano e do que seja ou aconteça no mundo lá fora! E então, na sua empresa, vai pintar um novo ano feliz! Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 37
q VIVER BEM
Andropausa preocupa se perda de hormônio for muito intensa Médicos dizem que é natural a queda de testosterona após os 40 anos, mas é preciso ficar atento
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ssim como ocorre com as mulheres após os 40 anos, os homens também perdem hormônios. Esse fenômeno é chamado de andropausa, uma analogia à menopausa. Há, porém, diferenças. “É errado dizer que a andropausa é a ‘menopausa dos homens’. A menopausa ocorre em 100% das mulheres. É certo que um dia ela pare de menstruar, pare de produzir hormônio. No homem, isso não acontece com todos”, diz o médico Alexandre Hohl, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “A perda de hormônio é gradativa. A partir dos 40 anos, qualquer homem pode ter diminuído a testosterona, mas só uma pequena parte terá uma perda tão grande que possa gerar sintoma.” Apesar de a andropausa ser mais frequente conforme o envelhecimento, não quer dizer que certamente os mais velhos sofrerão mais. “Não se pode determinar uma idade precisa. Um homem de 50 anos pode ter menos testosterona que um de 70. É muito relativo”, diz Marcelo Bronstein, médico e professor de endocrinologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A perda de testosterona se torna preocupante quando é intensa, pois pode acarretar outros problemas, fazendo um círculo vicioso. Pessoas sedentárias, obesas, com diabetes, correm mais riscos E a andropausa também é um fator
que desencadeia esses problemas, e outros mais graves. “A andropausa é uma das principais causas da osteoporose [doença dos ossos]”, afirma Hohl. O tratamento vai depender do paciente. “Todo homem, independentemente da idade, tem que ser avaliado pelo médico para ver se é o caso de fazer dosagem de testosterona. Uma reposição inadequada pode desenvolver mais rápido um câncer de próstata”, diz Bronstein. DESEMPENHO SEXUAL PODE TER PREJUÍZOS Um dos pontos que mais mexem com os homens com a chegada da andropausa é a perda do apetite sexual. Para tentar reverter o problema, muitos apelam para medicamentos para tratar a disfunção erétil. Porém, médicos alertam para os riscos. “Existem riscos para os homens que tomam algum medicamento para o coração. Nesse caso, é contraindicado”, diz o médico Marcelo Bronstein. Emerson Vicente / Folhapress.
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q MODA & ESTILO
O charme das listras
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estampa listrada é uma das mais populares entre as mulheres e combina com qualquer estação do ano. As opções variam desde as riscas fininhas até as mais largas, na vertical, na horizontal ou na diagonal, deixando o visual sempre bem-composto – seja ele clássico ou básico. Uma dica é prestar atenção nas proporções do corpo: se o quadril for mais largo, por exemplo, o ‘look’ fica equilibrado com blusa listrada e calça lisa. O tipo de tecido, a modelagem da peça e a largura das listras também influenciam no caimento da roupa. O que vale sempre, porém, é o bom senso. Confira algumas dicas.
Texto: Rose Santos/Folhapress Fotos: Robson Ventura/Folhapress. Modelo: Camila Dantas/Agência By Clo Model Management (Santos/SP).
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q SOLIDARIEDADE
CRESCER: Muito mais que um projeto social Thiara Reges: Texto e fotos Freelance para a Vilas Magazine
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palavra crescimento nos remete a estrutura, durabilidade e intensidade. No embalo desses adjetivos, temos em Lauro de Freitas uma instituição que há 17 anos propõem um nível de acompanhamento socioeducacional que sobrepõem a imagem que conhecemos de escola e também de projeto social. Falamos do Projeto Crescer, instituição sem fins lucrativos, com sede na comunidade Lagoa dos Patos, listada entre as mais carentes do município de Lauro de Freitas. A essência do projeto prevê que crianças, a partir de seis anos de idade, possam frequentar a instituição imergindo em um ambiente de cultura, educação, socialização, que desperte, de forma gradual até o seu desligamento, aos 18 anos, a formação do senso crítico, diferenciação entre certo e errado, e transforme-os em futuros jovens comprometidos e determinados com a mudança. E isso vem sendo bem feito. Não é sem razão todo o reconhecimento da instituição, inclusive a nível nacional, figurando como protagonista da campanha global Criança Esperança. Mas desde meados do ano de 2016, o número de parceiros fixos vem diminuindo, e para completar, a instituição não conseguiu renovar a parceria com a UNESCO, em virtude de no mês de renovação ainda possuir um contrato ativo com recursos disponíveis. Esse valor inclusive, está sendo empregado agora em melhorias na sala de música, banheiro de depósito, como está previsto em contrato, 40% para pagamento de pessoal e 60% para investimento em equipamentos e
obras estruturais. “Hoje, a instituição precisa de cerca de R$ 62 mil reais mensais para manter o pleno funcionamento, com o pagamento de fornecedores e, principalmente, de todos os colaboradores. São eles que fazem o projeto ser o que é; que formam crianças e adolescente como cidadãos prontos para o mercado de trabalho e para apoiar a família. A parceria com a UNESCO, através do projeto Criança Esperança, encerrou-se no final de 2017, e, por estar com contrato ativo, o Projeto Crescer não pode se candidatar para o pleito 2018. Se tudo der certo, em 2019 estaremos firmes com a UNESCO, mas até lá temos um ano inteiro pela frente, e mais de 500 famílias contando com o nosso apoio”, destaca Raimunda Araújo (foto), coordenadora da instituição. Este ano, Raimunda passou uma semana no Projac (estúdio da Rede Globo, no Rio de Janeiro), para participar das gravações da campanha do Criança Esperança. Mesmo com um roteiro estruturado, ela insistiu que não era correto gravar o vídeo sem falar em qual cidade funcionava o projeto. Sua persistência, associada aos resultados do Projeto
Crescer, foram percebidos com destaque, colocando o projeto como protagonista da campanha (assista ao vídeo completo no Facebook/VilasMagazine). Com 30 parceiros a menos e sem o recurso da UNESCO em 2018, Raimunda teme, por exemplo, deixar de assumir novas crianças e até ter que mandar algumas, que já estão no projeto, para casa. “Começamos com 18 crianças. Hoje já atendemos mais de 275, e com fila de espera, famílias pedindo nossa ajuda. Mas se o cenário não mudar teremos que mandar 100 crianças para casa. Até o próximo mês devemos concluir um balanço, para avaliar a nossa arrecadação, pois é muita irresponsabilidade segurar um profissional, logo no momento em que surgem as oportunidades, sendo que não conseguiremos honrar com o compromisso”. Dentre as parcerias vigentes está a Secretaria Social do município, que por desconhecimento da nova gestão, quanto aos processos burocráticos, só conseguiu efetivar o contrato deste ano em agosto. “O repasse da prefeitura é de R$ 120.000,00, mas para o período de um ano”, frisa. CRESCER PARA A VIDA E PARA O MERCADO DE TRABALHO O trabalho diário é intenso, muito em virtude da demanda. Hoje o Projeto Crescer atende 275 crianças e adolescentes, com uma fila de espera com mais de 500 pessoas. Todo o trabalho é planejado, e segue uma ordem de atividades definidas a partir de critérios psicossociais, capacidades pessoais e respeitando o dom u Janeiro de 2018 | Vilas Magazine | 41
q SOLIDARIEDADE
natural de cada indivíduo. “O projeto precisa ser atrativo para que as crianças e adolescentes queiram permanecer. As ruas estão cheias de ‘coisas fáceis”. O projeto não. Aqui temos regras, rotinas: para fazer parte do projeto a criança precisa estar matriculada na escola, só frequenta o projeto com uniforme, possuímos regras para manter uma boa convivência; e se tudo isso não for de certa forma estimulante, nós vamos perder essas crianças, principalmente para as drogas”, completa Raimunda. As crianças do projeto participam de aulas de música, judô, capoeira, balé, informática, reforço escolar. Quando entram na adolescência definem suas metas futuras, respondendo a famosa pergunta: “O que você quer ser quando crescer?” A partir de então, esses jovens entram para o grupo de desenvolvimento pessoal, onde define-se as etapas que precisam ser superadas para que o objetivo final seja alcançado. “Ao completarem 16 anos, nossos jovens começam o curso de rotinas administrativas, quando ele se prepara para o primeiro emprego. Todos aprendem a fazer o currículo, conforme as exigências do mercado, trabalha a redação, planilhas de Excel, relações interpessoais, e demais atividades sempre necessárias nos ambientes de trabalho. O curso tem duração de cinco meses, sendo que o último mês as aulas tornam-se práticas, aqui no escritório da instituição. Depois desse processo buscamos uma colocação no mercado local”, destaca. Em 2016, mais de 30 jovens conquistaram uma oportunidade no mercado local. Empresários, como Ana Cleide Ribeiro, da Pão Expresso, aderiram ao projeto e há anos geram oportunidades de trabalho para os jovens da comunidade da Lagoa dos Patos. “Todos os jovens que vieram do Projeto Crescer para a nossa empresa demonstraram muita capacidade e perfil profissional. Todos começam como estagiários, e hoje já temos alguns efetivados no setor administrativo”, destaca a empresária. Este ano um novo projeto já está em andamento. Através de uma parceria com a UNIME e o SENAI, os jovens serão preparado para ocupar vagas nas indústrias do Pólo de Camaçari. Das 275 pessoas que o Crescer atende atualmente, 220 são crianças e adolescentes (de 6 a 18 anos),
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CRESCER COM A COMUNIDADE Mas os anos de convivência revelaram que a comunidade é muito carente, em vários aspectos, e quando uma pessoa consegue crescer, prosperar a família toda cresce junto. “Nós abrirmos a porta do projeto para a comunidade. Temos um banco de currículos com mais de duas mil pessoas cadastradas. Diariamente a rede de supermercados Atakarejo nos envia a lista de vagas disponíveis em Lauro de Freitas, Salvador e região, e nós fazemos os encaminhamentos dos currículos”, cita Raimunda. Outro momento de total interação é para cadastramento e recadastramento do programa Bolsa Família, onde são realizados mutirões para atendimento da comunidade. “De uma forma geral as pessoas enfrentam dificuldades com o acesso à Internet, e muitas vezes, quando procuram órgãos públicos para resolver algo, como o Bolsa Família, encontram muitas dificuldades. Por fim, as pessoas que mais precisam daquele recurso acabam por desistir. Nos nossos mutirões tentamos evitar justamente isso”. Além dos oficineiros que coordenam as atividades culturais e esportivas, o projeto mantém em seu quadro fixo assistente social, psicólogas e psicopedagogas. “A criança é o fio condutor. Através dela conhecemos toda a família. O psicopedagogo é o profissional que trabalha as dificuldades de aprendizado das crianças, mas o psicólogo e o assistente social fazem o acompanhamento, tanto com as crianças quanto com suas famílias, fazendo inclusive encaminhamentos de Bolsa Família, auxílios em casos de desabamentos, orientações para famílias que tenham portadores de deficiência, auxílio com dependentes químicos, encaminhamentos para o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), quando necessário. Esse é o nosso papel, ajudar a comunidade em tudo que pudermos alcançar”, destaca Raimunda.
COFRINHO SOLIDÁRIO Cada ano dos 17 de atuação do Projeto foi marcado por novos aprendizados. Desde 2016 o cenário econômico do país mudou muito, e o Projeto Crescer, percebeu a importância de mudar também a forma das pessoas apoiarem o projeto. Assim surge a campanha Cofrinho Solidário. A mecânica é muito fácil: escolas, academias, e outros espaços onde as pessoas pagam serviços na forma de mensalidade, o parceiro estimula o aluno a pagar 1 real a mais. Se a mensalidade da sua academia custar R$ 50,00, você pode pagar R$ 51,00. Esse excedente é repassado para o Projeto Crescer. “Outra forma de parceria possível é a permissão para colocarmos nosso cofrinho na empresa, no comércio, em consultórios profissionais, para a livre contribuição dos funcionários e clientes. Doando apenas 1 real por mês, o doador ajuda o Projeto Crescer a tirar uma criança das ruas. Não queremos onerar o orçamento de ninguém, entendemos que os dias estão difíceis, mas 1 real para o Projeto, apenas 1 real, vai fazer toda diferença”, afirma Raimunda. A aceitação, por parte dos empresários está sendo muito positiva. Até o momento, todos que foram procurados aceitaram participar da campanha. Mas, como a proposta é que cada um contribua com um pouco, para bater a meta será necessária a ajuda de muitos mais. “Se um terço das empresas de Lauro de Freitas ajudassem alguma instituição social, com certeza estaríamos em um cenário bem diferente. Está na hora da nossa cidade abraçar os projeto sociais. Se cada um participar com um pouco conseguiremos ir muito longe e a cidade toda só tem a ganhar”, conclui Raimunda. PROJETO CRESCER Rua Marília Tereza dos Santos, 328. Tels.: (71) 3288-3503 / 98847-4060. www.projetocrescer-ba.com.br
Parceria longeva A Vilas Magazine compartilha algumas histórias junto com o Projeto Crescer, e não é de hoje. Na edição 36, que circulou em janeiro de 2002, registramos a primeira festa de Natal da instituição que contou com a presença de 200 pessoas para celebrar com o alunos, na época 21 crianças, muita prosperidade.
Depoimentos “Conheci o Projeto Cresce pelo site. Estávamos procurando uma instituição que trabalhasse sério em Lauro de Freitas. Fui pessoalmente conhecer a estrutura. Gostei muito e iniciamos a nossa parceria. A academia fez uma corrida beneficente, e todo o dinheiro arrecadado foi doado para o projeto. Os empresários aqui de Lauro de Freitas deveriam conhecer o Crescer, firmar parceria, apoiar, até porque, tirando crianças das ruas o Crescer está ajudando no dia a dia de todos nós”. José Luiz Beltrão Pinto Junior, sócio proprietário da Academia Eco Hit. “A primeira avaliação que destaco do Projeto Crescer é que é uma instituição séria, com pessoas comprometidas e responsáveis, o que hoje é difícil de achar. Segundo, que é um projeto que atende a comunidade carente de Lauro de Freitas, em uma região que é muito complicada, que é a Lagoa dos Patos. E o mais interessante ressaltar é que não se trata de um trabalho pontual, mas uma construção, que começa com crianças e suas aulas de canto, balé, esportes, até chegar à idade de se colocar no mercado de trabalho. É um nível de acompanhamento escolar que definitivamente não existe na rede pública. É um trabalho educacional muito sério no intuito de salvar essas crianças de um meio tão complicado. Quando firmamos a parceria entre o Projeto Crescer e o Colégio Perfil, foi com a intenção de mostrar aos nossos alunos que por eles terem uma realidade de vida melhor, com mais oportunidades, a responsabilidade deles é muito maior. Não é só doar algo e depois sumir. Queremos que nossos alunos doem tempo, se doem, se envolvam com as causas sociais da nossa cidade e aprendam a pensar no outro. Então nós levamos os nossos alunos para dentro do Crescer, ao mesmo tempo que trazemos as crianças de lá para dentro de nossa escola. E essa interação é muito importante. O que vejo no Crescer é um projeto lindo, que não se preocupa em ajudar, mas sim em formar cidadãos. Eu diria aos meus amigos empresários que nós somos ainda mais responsáveis. Apoiar um projeto social sério, participar ativamente da sua atuação, é ajudar a nossa cidade a mudar de status. É ter menos violência, educação melhor, formação melhor para os funcionários, capacitação de mão de obra”. Wilson Adbon Neto, diretor executivo do Colégio Perfil.
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Jaime de Moura Ferreira Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br
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cordar de um sono bem ou mal ocorrido, também é um despertar. Porém, o objetivo deste artigo é identificar como o ser humano desperta para a vida. O despertar coloca as pessoas conscientes do que lhes estão em sua volta, quer na família, nos grupos de trabalhos, nas horas de lazer e, acima de tudo, naqueles que constituem sua existência. Dessa forma serão identificadas as pessoas que lhe rodeiam e, em algumas, a contradição do que se apresentam. Sair do estado de dormência, passar a ter vigor físico e espiritual, enterrar a depressão, tornar-se presente e abandonar a inércia, são algumas atitudes que o farão atingir a esse despertar. Muitas vezes o ser humano aceita sua existência negativa, ou por falta de força mental e espiritual, ou por desconhecer a essência do acordar. É necessário que cada pessoa identifique sua realidade. Sem dúvidas, essa situação representa o mistério de sua vida. Vive-se, intensamente, o presente. Isso é bom! Porém, cumprir um dos deveres humano é despertar para o seu futuro, definindo seus objetivos e metas e tudo fazer para atingi-los. O despertar para a vida exige extrair do coração a espontaneidade para satisfazer suas necessidades, respeitando as dos outros; insistir nos valores morais e éticos; não ocultar os enigmas; e procurar desenvolver a parte humana do seu ser, que lhe transcende para o infinito. Isso é viver com o espírito evoluído. Também, o despertar induz procurar o lado bom das coisas; viver acordado no bem; livrar-se de pesos
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Despertar
passados; abandonar o viver de sonhos e as extravagâncias ridículas. Isso significa a capacidade para crescer. Em muitos momentos o ser humano sente-se esmorecer, desanimar-se e se abater. Porém, nessas situações, devese trabalhar muito; acreditar em um Ser infinitamente superior; ocupar o tempo, de acordo com o permitido pelo seu físico e suas condições cognitivas, evitando o nada fazer. Para um despertar alvissareiro as pessoas devem saber que o seu pensamento e suas execuções, muitas vezes, confrontam os de outros e, dessa forma, esses se colocarão contra suas ideias. Porém, não importa o que seu semelhante pense ou lhe critique. Se suas manifestações são benfazejas, exequíveis e visam a evolução do ser humano, continue com elas. Não ficar revoltado com aqueles que não lhe compreendem, é o princípio básico da
evolução. Tente auxiliá-los de forma que eles venham a lhe entender. Procure ajudar sempre, muito embora existem pessoas em condições mais necessitadas e, nem sempre, aceitam seu auxílio. Acate os fenômenos da natureza e lute por um meio ambiente mais sadio; respeite a fauna e a flora, identificando os bens que elas lhe oferecem; e ame os animais, não importando a situação deles, que, também, promove-lhe um auspicioso despertar. No que se refere ao patriotismo, civismo e amor à pátria, o ser humano deve pensar muito na sua vivência e na situação do seu país, buscando contribuir com valores evoluídos e evitar discussões inócuas, no que alude à política. Lembrar que no campo institucional sempre haverá críticas e elogios, a depender de quem faz o comentário e o lado que se defende. Porém, a sociedade, e nela os viventes se incluem, deverá analisar a posição do seu país, sem preconceitos, paixões e raivas, buscando a devida colaboração para se melhorar a situação moral, ética e de valores, pensando na sua pátria, na comunidade e nos outros menos favorecidos. Para tanto, deve policiar as palavras, atitudes e comportamentos. Também, deve-se desgrudar de bens materiais fora de uso, distribuindo com quem mais precisa. Dessa forma, os seres humanos despertarão para o que está ocorrendo em sua volta, na sociedade, em seu país e no mundo, promovendo, dentro de suas condições de saúde, idade e cognição, algo de positivo, que, sem dúvidas, muito contribuirá para a elevação do seu espírito.