Vilas Magazine | Ed 243 | Abril de 2019 | 32 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

Ano 21 Edição 243| Abril 2019

O cotidiano de Vilas do Atlântico pelo olhar do stand-up comedy


CENAS DA CIDADE REGANDO AS MUDAS O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Lauro de Freitas, Alexandre Marques, publicou no Instagram uma foto que teria recebido do “senhor Francisco, morador de Ipitanga”, que rega uma das mudas que a prefeitura plantou no dia 16 de março em parceria com a Igreja Batista de Vilas do Atlântico. “Fiquei muito feliz ao receber essa imagem que retrata o respeito, cuidado e consciência da importância da participação de todos, da união para avançarmos e produzirmos resultados efetivos coletivos”, anotou o secretário.

NUVENS CARREGADAS As fortes chuvas que caíram nos dias 22 e 23 em Lauro de Freitas assustaram mais pelas formações nebulosas carregadas do que propriamente pelos estragos causados, embora tenha havido muitos alagamentos na cidade. A Defesa Civil do município registrou duas ocorrências com riscos. As câmeras do Centro Integrado de Monitoramento Urbano (CIMU), que atua em parceria com a Defesa Civil, também não registraram ocorrências graves naquele período.

A revista de Lauro de Freitas & Região

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BANKOMA INCENTIVA REFLEXÃO: “VAMOS PRESERVAR PARA TER”. Mameto Lúcia. A Av. Amarílio Thiago dos Santos, no Centro da cidade, se transformou num tapete verde refletindo o brilho das lantejoulas das roupas do bloco afro Bankoma na segunda-feira de Carnaval, com o tema Katendê Mukua-Xinsaba, que significa habitante das folhas. A mãe de santo Lúcia Neves, do Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia, explica que, para os adeptos do candomblé, este ano é regido por Ogum, “orixá guerreiro que dá a seus filhos forças para lutar pelo que desejam. Levamos uma reflexão sobre a preservação ao meio ambiente e a dificuldade em encontrar essas folhas de banho que curam. Hoje em dia está cada vez mais escasso encontrar estes elementos da natureza, mas é importante saber que remédio sintético tem a base de sua ação uma planta medicinal. Então foi esse o chamamento: vamos preservar para ter”, explicou a religiosa.

LUCAS LINS

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Registros & Notas LBV desenvolve ação que estimula educação de crianças carentes As crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade (LBV), em Itinga, receberam kits de material pedagógico, em evento realizado dia 12 de março, como parte integrante da campanha “Criança Nota 10 – Proteger a infância é acreditar no futuro”, promovida pela insti- A tenente da Base Aérea de Salvador, tuição com o objetivo de apoiar Nejaim, esteve na unidade pela primeias famílias que não tem recursos ra vez e se emocionou com o que viu para a compra do material escolar e incentivar a garotada a frequentar a escola e a continuar os estudos. Como tradicionalmente acontece, a cerimônia foi marcada por muita alegria. “Achei muito legal, vem várias coisas no kit. Ganhei uma mochila, cadernos, canetas, lapiseiras, lápis, dicionário, papel oficio, cola, tesoura. Eu estou muito feliz. Não sei nem como agradecer”, disse Tadeu Vitor, de 11 anos, que é atendido pela LBV há um ano. Nas diversas unidades da LBV espalhadas pelo país, a campanha entregará mais de 19 mil kits a estudantes de 90 municípios, sendo 12% a crianças e adolescentes da LBV; 56,3% para meninos e meninas de 6 a 15 anos atendidos em 66 centros comunitários de assistência social da instituição; e 31,7% serão destinados a atendidos por organizações parceiras. Na Bahia, além de Lauro de Freitas, Salvador, Itabuna e Uauá também serão contempladas com kits da campanha. A Legião da Boa Vontade acredita que a educação iluminada por valores éticos, ecumênicos e espirituais transforma o ser humano para melhor, por isso, há mais de 69 anos, ela atua ao lado das populações em situação de vulnerabilidade social. Em suas unidades que atendem crianças e adolescentes, a LBV oferece o apoio necessário às famílias para que os filhos tenham acesso à educação e a garantia e proteção de seus direitos, além de outros benefícios como atividades socioeducativas, esportivas, culturais, artísticas, lúdicas e recreativas e projetos permanentes de incentivo à leitura. Em Lauro de Freitas, o Centro Comunitário da Instituição fica na Rua Prof. Theócrito Batista, s/n, Itinga, anexo ao Centro de Atendimento Integrado à Criança e ao Adolescente (Caic). Mais informações pelo tel.: (71) 3288-6149.

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Escola Mais Perfil inaugura nova estrutura A Escola Mais Perfil inaugurou, em 11 de março, uma nova sede, com novos ambientes, mais espaço e nova proposta. Localizada ao lado do prédio que abriga a escola desde sua fundação, o espaço tem área verde, dois módulos divididos em Educação Infantil e Ensino Fundamental 1, sala de dança, uma mini cidade, entre outras novidades. Em breve, um teatro com 250 lugares com projetos abertos para a comunidade, e a hortinha que, em união com a cozinha experimental, será um espaço para dinâmicas inovadoras, completarão a estrutura. A família Perfil - liderada pela matriarca, Tia Mary –, ao longo dos 33 anos de história na comunidade, celebrou unida esta nova conquista, mais um sonho realizado

Projeto Socioambiental Ilhas Com mais uma turma de jovens e adultos capacitados para o mercado de trabalho, o Projeto Socioambiental Ilhas contemplou, nos seus 12 anos de atividades em Lauro de Freitas, 2.380 pessoas com diversos cursos de tecnologia. O trabalho, também realizado nas unidades escolares municipais, tem melhorado a qualidade de vida profissional de servidores públicos. A turma certificada em março, baseada na comunidade de Jardim Castelão, contou com a presença da prefeita Moema Gramacho, que u


Campanhas solidárias viabilizam ações sociais do Rotary Club Lauro de Freitas

A ARTE ONDE O POVO ESTÁ Bago de Jazz na Estação da Lapa Há quase dois anos, usuários da Estação da Lapa, em Salvador se acostumaram a assistir, a partir das 18 horas das quartas-feiras, o quarteto Bago de Jazz tocar música instrumental. O movimento nasceu para ser uma temporada de um mês, mas já se vão 24 meses e já virou point cultural, relaxando as pessoas que voltam para casa após um intenso dia de trabalho. Muitos, surpreendidos pela arte, resolvem ficar mais um pouco para curtir o bom repertório. O projeto, uma iniciativa do Grupo Bago de Jazz, inspirado na cultura musical que acontece nas estações de metrô do mundo, traz como proposta popularizar a música instrumental, que sofre com a ilusão de ser referenciada como um gênero musical “elitista”. Um público diferenciado acolheu a iniciativa do Bago de Jazz na Lapa. Os músicos tem presenciado momentos gratificantes. Certa feita uma senhora chorava muito emocionada: “não sabia que gostava desse tipo de música”. Outro dia, um jovem, que parecia ser morador de rua, e colocou algumas moedas no baldinho, onde as pessoas contribuem com o que podem. entregou certificados aos alunos (foto). O professor Henrique Moitinho, mentor da iniciativa, informa que o Projeto Ilhas também promove palestras, cursos e a implantação de ecopontos para descarte responsável do lixo eletrônico.

O Rotary Club Lauro de Freitas viabilizou, usando parte dos recursos auferidos com a campanha Panetone Solidário, promovida em dezembro passado, a aquisição de equipamentos para pessoas com deficiência, como cadeira de rodas e de banho e andadores, para beneficiar pessoas carentes do município. Outra parte dos recursos será aplicado em apoio às instituições assistidas pelo clube, em número de 14, sob a coordenação interna da Comissão de Projetos Humanitários. O Rotary Club Lauro de Freitas, na pessoa do presidente Marivaldo Paixão, agradece às pessoas e empresas que contribuem e apoiam suas campanhas solidárias e ações sociais.

j Com a presença da governadora do Distrito 4550, Anaci Paim, o Rotary Club Lauro de Freitas homenageou, na reunião ordinária do dia 12 de março, as associadas e integrantes do Núcleo de Senhoras do Rotary, pelo Dia Internacional da Mulher (foto 1). Na mesma reunião também foram homenageados os associados Otavio Gaino, Honra ao Mérito por 10 anos de serviços; Ana Cristina Andrade, prêmio Avenidas de Serviços e Nazaré Leal, titulo Paul Harris (foto 2). Na semana anterior, a família rotária confraternizou em um descontraído companheirismo em Itacimirim (foto 3).

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Registros & Notas Banda Groove Baiano fortalece conceitos e lança o single “É pra lá que eu vou”

A Groove Baiano é uma banda de música baiana, que traz em sua essência distorções de guitarra e muita percussão. Buscando manter suas raízes com a maior originalidade possível, traz um repertório variado com hits nacionais, sucessos atuais e antigos do axé music. No Carnaval deste ano a banda lançou nos seus shows o seu primeiro single “É pra lá que eu vou”, disponível em todas as plataformas digitais (Spotify, Deezer, YouTube, Redes Sociais). A música traz elementos eletrônicos, um passeio pelo pop e, sobre-

tudo, mantém a essência da música baiana, com originalidade e verdade. Liderada pelo vocalista Saulo Braga e produzida por Vicente Lopes, ambos moradores de Lauro de Freitas, desde 2017 a banda passou a investir fortemente no trabalho autoral. Agora a banda parte para a produção contínua de músicas próprias, buscando mudar seu posicionamento, objetivando maior presença nos mercados nacional e internacional, sem se descuidar do segmento de eventos, onde mantém uma concorrida agenda de compromissos em micaretas, casamentos, formaturas, eventos corporativos, aniversários, entre outros. Com 16 anos de estrada, Saulo Braga (na foto à esq. com um grupo de fãs) acumula influências de artistas consagrados, que embasam sua formação musical, como Luiz Caldas, Netinho, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Banda Mel, Olodum, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Novos Baianos, Saulo Fernandes, entre outros. Contatos: shows@bandagroovebaiano.com.br Acesse o QrCode e adicione o sucesso ‘É pra lá que eu vou’ na sua playlist do Spotify

RETRATOS DO COTIDIANO A exposição Retratos do Cotidiano que apresenta o olhar do fotógrafo baiano Cláudio Colavolpe sobre a capital baiana, pode ser visitada gratuitamente no piso L3 do Salvador Norte Shopping até o dia 30 de abril. A mostra, que evidencia a beleza natural e arquitetônica da cidade, busca promover positivamente a ‘soterópolis’ através dos cliques produzidos durante a sua rotina de trabalho. O profissional é um verdadeiro admirador do cenário cultural com destaque para as festas populares e paisagens famosas como Barra e Pelourinho. As imagens traduzem o olhar apaixonado sob a visão de quem vive o ritmo da primeira capital do Brasil. Através das fotos, o público faz um verdadeiro passeio de Itapuã ao Bonfim. Colavolpe tem mais de 20 anos de atuação na área da fotografia, registrando imagens autorais e projetos de moda. Retratos do Cotidiano pode ser visitada de segunda a

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sábado, das 9h às 22h; e domingo, das 12h às 21h. Informações: www.salvadornorteshopping.com.br


tavo Candotta celebra seu aniversário este mês. Morador de Vilas do Atlântico há 34 anos, como presente, Gustavo pede aos amigos e à comunidade doações de alimentos não perecíveis, que serão entregues a duas instituições de Lauro de Freitas: LBV e ACCABEM. As doações podem ser entregues na pizzaria Santa Fé (av. Priscila Dutra, 268), todos os dias de abril, a partir das 15h.

LAERTE SANTANA

SOLIDARIEDADE O chef e empresário Gus-

Atleta de programa social da Base Aérea, estudante de Lauro de Freitas, representará o Brasil em competição mundial

RECONHECIMENTO João Oliveira Sobrinho, Mestre Daiola, foi agraciado em 22 de março, com o prêmio Berimbau de Ouro 2018 – o Oscar da Capoeira Mundial –, em solenidade realizada no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador. Com 50 anos, dos quais 39 dedicados à capoeira, Mestre Daiola é presidente da Associação Jequitibá Capoeirada, que desenvolve projetos sócio-educativos, esportivos e culturais em comunidades de baixa renda nos bairros de Itinga, Portão, Centro e Vida Nova, em Lauro de Freitas, envolvendo mais de 250 crianças e 22 educadores. Professor de Educação Física pela Unime, foi convocado em 2005 para ministrar cursos na Europa, estabelecendo-se em Cartagena, Espanha, onde desenvolveu trabalhos voltados ao público infantil. De 2007 a 2013 promoveu o projeto Sementes de Jequitibá, na escola Municipal Enock Amaral, no Chafariz, com ampla repercursão na comunidade. Em 2015 recebeu o título Notável Saber Popular. Atualmente realiza um trabalho social com crianças e jovens, utilizando a capoeira, maculelê e puxada de rede, como agentes transformadores, nas escolas Euzébia Brito da Cruz, em Portão e no Educandário Mariza Pitanga, em Vilas do Atlântico. Caio Vilas Boas, 17 anos, foi aprovado em 1º lugar em bacharelado em piano na UFBA. Aluno do Conservatório Mozart, de Lauro de Freitas, Caio consagra o feito ao apoio da família e à dedicação dos dirigentes do Mozart. Ao lado, a diretora do conservatório, Eliane Brito, Caio Vilas Boas e seu professor de piano, Flávio Santos, que lhe preparou peças específicas de grandes compositores clássicos, além da parte teórica.

Representar o Brasil no Campeonato Mundial Escolar de Orientação 2019, na Estônia (Europa), é o novo desafio de Alana Santos de Souza. Alunaatleta da Escola Municipal Amauri Siqueira Montalvão, em Areia Branca e do Programa Forças no Esporte (Profesp), desenvolvido pela Base Aérea de Salvador, Alana competiu com cerca de 80 estudantes de nove federações filiadas à Confederação Brasileira de Orientação (CBO), na seletiva nacional, em Luiziânia (GO), e se classificou entre os três primeiros lugares da categoria D2. A Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), parceira da CBO na etapa nacional, fará a intermediação dos dez atletas classificados, masculino e feminino, para o mundial promovido pela Federação Internacional de Esporte Escolar (ISF), a ser realizado de 29 de abril a 5 de maio, na Estônia. O Profesp, uma parceria da Base Aérea de Salvador com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), promove o desenvolvimento esportivo com o intuito de aproximar as Forças Armadas da comunidade, visando a inclusão social de crianças e adolescentes e a promoção da saúde e do bem-estar físico. Cerca de 180 estudantes participam do programa. Abril de 2019 | Vilas Magazine | 7


q CIDADE

PARQUE SHOPPING será o grande vetor de crescimento para a RMS

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om 103 mil m² de área construída e 42 mil m² de Área Bruta Locável (ABL), o espaço disponível para locação em três pisos, o Parque Shopping Bahia, que está em fase final de construção, no espaço do antigo lojão Insinuante, terá 210 lojas, dez lojas-âncora e sete megalojas – só na primeira fase, devendo gerar três mil empregos diretos. Entre outras, estão confirmadas as redes Renner, Riachuelo, C&A, Preçolância, Le Biscuit, Kalunga, e Clivale. Com nove salas de cinema operadas pela rede Cinépolis, quatro grandes restaurantes e 22 opções na praça de alimentação além do setor de lazer, onde o parque de diversões Magic Ganes ocupará 7.300m², serão fortes atrativos de público. Localizado no coração da cidade, o Parque Shopping Bahia está também na conexão entre Salvador e o Litoral Norte, em plena avenida Santos Dumont (a Estrada do Coco), por onde passam mensalmente cerca de 900 mil veículos, de acordo com medição dos radares da Prefeitura. Ainda em fase de obras, o shopping deve ser inaugurado no final deste ano. Com estacionamento para três mil veículos, o shopping deve se tornar o principal ponto de circulação de pessoas na cidade – semelhante ao que é a região do Iguatemi em Salvador – depois que for construída a estação Lauro de Freitas do metrô, que terá ligação direta com o empreendimento. Um terminal de transbordo de ônibus também está previsto para a área do shopping. Ewerton Visco, representante da Aliansce Shopping Centres, responsável pela administração e comercialização do Parque Shopping Bahia, acredita que o empreendimento tem tudo para ser um sucesso. “A cidade nunca mais será a mesma”, previu ele no ano passado, no lançamento do empreendimento. COMPLEXO Além do shopping propriamente dito, que também será ampliado no futuro, um investimento anunciado de mais de R$ 600 milhões criará o maior complexo multiuso em implantação

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no Brasil atualmente. Serão aproximadamente 80 mil m² de área comercial. O Parque Shopping Bahia será a âncora de um complexo destinado a receber também instituições de ensino, edifícios empresariais, residenciais, espaço de eventos, um “Power Center” integrado ao shopping, entre outras operações. O futuro Centro Administrativo de Lauro de Freitas (CALF), composto por prédios da antiga Insinuante entregues à prefei-

tura como contrapartida pelo licenciamento da obra, também faz parte desse complexo. Os edifícios do centro administrativo passam atualmente por reformas, que também serão pagas pelo empreendimento. O custo público será apenas do mobiliário. Todas as secretarias municipais que hoje funcionam em prédios alugados serão relocadas para o CALF, permitindo economias com o aluguel dos espaços, além da sinergia própria do trabalho em um único espaço. Só não serão realojadas as secretarias que já ocupam prédios próprios, como a de Infraestrutura e a de Serviços Públicos. No térreo, será instalado um “mini SAC”. BENÇÃOS Dia 20 de março, o padre Juraci Magalhães, da paróquia de Santo Amaro de Ipitanga, celebrou missa em ação de graças pelo Dia do Trabalhador da Construção Civil, no hall do empreendimento (abaixo), acompanhada por mais de 300 trabalhadores, diretores do empreendimento e lojistas.

CUMEEIRA Antenor Neto, sócio do empreendimento; Luís Carlos Batista, empresario; Jaques Wagner, senador; Fausto Franco, secretário estadual de Turismo e a prefeita Moema Gramacho

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q CIDADE

Prefeitura vai informar ao Ministério Público suspeitas de lançamento de esgoto no Sapato

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prefeitura de Lauro de Freitas voltou a notificar proprietários de residências nas margens do rio Sapato, num esforço para “identificar os imóveis que estejam despejando esgoto in natura” no curso d’água – conforme determina Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público estadual no ano passado. O TAC é decorrente de inquérito aberto pelo Ministério Público em outubro de 2016 para apurar eventuais danos ao meio ambiente. Lançar esgoto não tratado em cursos d’água, diretamente ou por meio da rede pluvial, é crime previsto em lei. Uma tentativa de atender o Ministério Público foi feita em maio do ano passado, quando a prefeitura distribuiu notificações no mesmo sentido, solicitando que os papéis fossem entregues na prefeitura – conforme publicado pela Vilas Magazine em junho. Desta vez, notificação publicada em Diário Oficial discrimina o nome de 65 proprietários no loteamento Jardim do Atlântico e na rua Carlos Conceição, no bairro de Buraquinho – incluindo pessoas jurídicas – e indica que os documentos deviam ser entregues num posto móvel da prefeitura instalado dentro do próprio loteamento, que tem acesso pela rua Ana C. B. Dias, no Miragem. De acordo com a prefeitura, proprietários de Vilas do Atlântico e Ipitanga seriam notificados em seguida, nos mesmos termos, também por meio do Diário Oficial do Município. Quem deixar

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de comparecer ou não apresentar os documentos “será denunciado ao Ministério Público Estadual, para as devidas providências jurídicas cíveis e criminais”. A documentação deve atestar “a tipologia, a manutenção e operação do sistema de tratamento sanitário adotado pelo imóvel, bem como a indicação da destinação final do efluente tratado por este sistema”. Entre as exigências estão um “relatório fotográfico do Sistema de Esgotamento Sanitário” e a apresentação de cópia do “vale descarte fornecido pela Embasa à empresa limpa-fossa referente ao descarte adequado do resíduo coletado” – já que o proprietário também é responsável pela destinação adequada do esgoto depois de recolhido pelos limpa-fossa. A notificação informa que “os imóveis irregulares”, por omissão ou inadequação do cumprimento das leis ambientais, serão informados ao Ministério Público Estadual, em atendimento ao Termo de Ajustamento de Conduta. Equipes técnicas da secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e da Embasa realizaram neste Verão a fiscalização de ligações irregulares identificadas nos bairros de Vilas do Atlântico, Ipitanga e Buraquinho que lançam resíduos sólidos no rio Sapato. Segundo a prefeitura, além de ligações clandestinas na rede de água pluvial, foi constatado o lançamento de esgoto doméstico e as residências foram notificadas. O TAC assinado com o Ministério

O rio Sapato no trecho da rua Carlos Conceição, em Buraquinho: proprietários do loteamento Jardim do Atlântico foram notificados a provar que não poluem o rio

Público, entretanto, também obriga a prefeitura a “adotar providências para fazer cessar o lançamento indevido de efluentes sanitários, realizando desativação e tamponamento sempre que necessário”. O tamponamento implica que qualquer descarga de efluentes retornará para dentro das residências se a destinação não for corrigida.


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O secretário de Meio Ambiente Alexandre Marques (centro) posa com equipe da secretaria junto ao posto móvel instalado em março no loteamento Jardim do Atlântico

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q CIDADE

Oficinas de Planos de Bairro começam em maio

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s datas das audiências públicas dos Planos de Bairro, que deveriam ter acontecido a partir de março, foram alteradas pela prefeitura de Lauro de Freitas. Agora a primeira oficina, em Itinga, acontecerá no dia oito de maio (veja o calendário ao lado). Os Planos de Bairro vão detalhar os planos para as novas macrozonas criadas pela revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) no ano passado. As diretrizes para a discussão já foram estabelecidas no próprio PDDM, condicionando o destino de bairros inteiros. Apesar de o novo PDDM já estar em vigor, as audiências públicas que darão base aos “planos de bairros” agora previstos só serão realizadas este ano. A prefeita Moema Gramacho garantiu que os Termos de Acordo e Compromisso (TAC) dos loteamentos “serão respeitados até os Planos de Bairros ficarem prontos”. Uma das alterações que vem provocando protestos é uma nova área de expansão industrial que incluiria o Quingoma – uma das últimas reservas de área verde no município. A prefeita adiantou que a área “está restrita a indústrias ‘limpas’ e garantindo a preservação ambiental”.

Eleitores podem regularizar título

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regularização dos títulos de eleitor que foram cancelados por falta de comparecimento aos postos de recolha de dados biométricos deve começar a ser feita a partir de 8 de abril. A partir dessa data, os eleitores que tiveram seus títulos cancelados poderão comparecer aos postos ou cartórios da Justiça Eleitoral munidos de documento oficial com foto e comprovante de residência. Em Lauro de Freitas, o cartório da 180ª Zona Eleitoral funciona no Empresarial Torres Business, à rua Silvandir F. Chaves, 108, loja 4 (primeira rua após o Hospital Geral Menandro de Faria, sentido Salvador, na av. TANIA REGO

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Santos Dumont). Em março, a Justiça Eleitoral realizou uma nova atualização nos dados biométricos dos 38 municípios participantes da primeira fase do segundo Ciclo do Projeto Biometria na Bahia, encerrado em 22 de fevereiro. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de biometrizados nas cidades que passaram pela revisão atingiu mais de 71%, o que representa quase 832 mil eleitores com identificação biométrica.


Coelba lidera queixas no Procon de Lauro de Freitas mpresas de eletricidade, telefonia, água e saneamento lideram as reclamações de consumidores no Procon Lauro de Freitas. De janeiro a março, a Fundação realizou mais de 300 atendimentos a consumidores e abriu 26 processos de reclamações. Com cerca de 10% dos atendimentos, a companhia elétrica se destaca com queixas de cobrança indevida e suspensão do serviço (corte). Na linha de operações e fiscalização, mais de 80 estabelecimentos foram visitados e 1.200 materiais educativos distribuídos em 2019. PROCON: Empresarial Torre Business, Pitangueiras. Tel.: (71) 3288-8919. Email: denunciaproconlf@gmail.com

“O contato direto do órgão com o público fortalece as relações de consumo”. Gleydson Faleiro, coordenador local do Procon

EDGARD COPQUE

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Prefeitura reforça sinalização de vias públicas na cidade

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Secretaria Municipal de Trânsito, Serviços Transporte e Ordem Pública (Settop) priorizam está dando andamento ao processo inicialmente de implantação e manutenção de sinalização vias próximas viária horizontal e vertical em diversos pontos às escolas do município. O serviço priorizou, inicialmente, a pintura de faixas, quebra-molas, e instalação de placas de advertência nas vias públicas onde há escolas municipais, estaduais e conveniadas. O secretário da Settop, Olinto Borri, destaca que a próxima etapa do serviço de sinalização será executado nos grandes corredores do município, como na avenida Santos do Dumont, Luis Tarquínio, Beira Rio, Fortaleza e São Cristóvão.

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q CIDADE

OAB Lauro de Freitas debate a violência contra a mulher

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m chamado à responsabilidade coletiva no combate à violência contra a mulher esteve no centro da mesa redonda promovida pela subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 8 de março. “Verdade, é que não basta a lei”, escreveu a advogada Helena Posener, presidente da Comissão da Mulher Advogada da entidade em poema-prosa exposto durante o debate, que marcou o Dia Internacional da Mulher em Lauro de Freitas. “A sociedade precisa avançar na desconstrução de uma cultura de valores invertidos que sempre resultaram em violência, menosprezo e discriminação”, avançou – “o que se quer e se espera, é que mulheres unidas e homens valorosos contribuam para a erradicação deste quadro, com amor, fé, coragem, força e perseverança”. O tom de esperança por dias melhores para a realidade feminina permeou as intervenções, apesar do cenário sombrio. Em todo o país, as denúncias de violência contra mulheres aumentarem quase 30% em 2018, quando a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – o Disque 180 – registrou mais de 92 mil ligações. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, menos de 10% das cidades do país têm delegacias especializadas no atendimento a mulheres e Lauro de Freitas não é uma delas. Antônia Faleiro, juíza da 1ª Vara Criminal de Lauro de Freitas, convidada para o debate na OAB, contou que “temos índices vergonhosos de agressões físicas e as reportadas estão muito aquém das efetivamente ocorridas”. A psicóloga Mônica Gargur explicou que isso ocorre muito em função da cultura vigente: “para que é que eu vou me expor se isso depois vai virar contra mim?” – argumentou. A magistrada defendeu que “o primeiro destinatário do nosso discurso [anti-violência] somos nós mesmos”, até porque há “pequenas violências do dia a dia travestidas de gentileza”, como desmerecer o outro com base

em preconceitos elogiosos. Faleiro destaca que a violência revela o desejo de supremacia de um corpo sobre outro corpo, denunciando que “a nossa cultura é a do macho branco no comando”. É do Juízo de Antônia Faleiro que partem, em Lauro de Freitas, as ordens de medidas protetivas de mulheres ameaçadas por violência. Quem as cumpre é a tenente PM Luana Queiroz, da 52a CIPM, no comando da Ronda Maria da Penha na cidade, que também participou do debate. A tenente explicou que o papel da Ronda não é, como a maioria das pessoas pensa, patrulhar as ruas atenta a atos de violência contra a mulher, mas fazer a proteção ativa das mulheres ameaçadas, em visitas periódicas à residência, por exemplo. A ideia é mostrar aos potenciais agressores que a polícia está atenta. Luana Queiroz explicou que também participa do treinamento de policiais militares para lidar com situações de violência doméstica, indicando formas de atuar para efetivamente atender uma vítima que pede socorro, por exemplo. Uma das queixas de Helena Posener é justamente a dificuldade de fazer com que a polícia “leve um agressor preso” quando uma mulher é ameaçada. E se a lei não basta, “muitos homens esclarecidos desconhecem a Lei Maria da Penha”, atesta. Por isso, na opinião dela, “as leis precisam ser trabalhadas nas escolas”. Definindo homens agressores como doentes, Posener afirma que “estamos retrocedendo porque falta educação de base”. Ângelo Ramos, presidente da subseção da OAB, que também participou do debate, sustentou que homens e meninos também devem ser trabalhados para uma mudança de mentalidade, e não só as mulheres. A violência psicológica, que “é uma das maiores que se pode fazer”, também preocupa a presidente da Comissão da Advogada Mulher. “A dor moral (A partir da esq.:) Luana Queiroz, Antônia Faleiro, Anete Pardo, Helena Posener, Ângelo Ramos, Mônica Gargur e Humberto Sérgio em debate na OAB Lauro de Freitas. O tom de esperança por dias melhores para a realidade feminina permeou as intervenções, apesar do cenário sombrio

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se banalizou”, verifica. E conclui: “chegamos na agressão física porque não combatemos a violência psicológica e moral”. O advogado Humberto Sérgio, outro participante do debate, concorda com Posener. “A lei tem que cumprir o seu papel, mas não vai resolver o problema”, afirmou. E defendeu que “não é a punição” que resolve, “mas a certeza da punição” caso o crime seja cometido. Para ele, a cultura patriarcal vigente tem responsabilidade no atual estado das coisas. “Sou irmão de cinco mulheres, tenho três filhas”, contou – “até o gato lá em casa é fêmea”. Mas “minha mãe era machista: numa casa com tantas mulheres, meu filho vai lavar prato?” – dizia. Anete Pardo, que participou do evento representando a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, falou sobre as atividades do Centro de Referência Lélia Gonzalez (CRLG), ligado ao departamento de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, que atendeu 1.449 mulheres vítimas de alguma forma da violência doméstica entre janeiro e outubro do ano passado. De acordo com ela, o Plano Municipal de Políticas para Mulheres será apresentado em breve. Implantado no município há quase 13 anos, na primeira gestão da prefeita Moema Gramacho (PT), o CRLG conta com o apoio da Ronda Maria da Penha desde março de 2018. Um dos serviços prestados pela Ronda junto ao Centro é o acompanhamento de mulheres até às residências para fazer valer determinações judiciais, para retirar pertences – ou para remover o agressor resistente da residência.

Subseção de Lauro de Freitas da OAB empossa novos dirigentes

O advogado Ângelo Ramos Pereira foi empossado (A partir da esq.:) Milton Moreira na presidência da subseção de Lauro de Freitas da OAB da Silva Filho, Rhayssa Muti para o triênio 2019/2021, em solenidade realizada em Effren, Tatiane Anita Almeida de 21 de março. Também foram empossados os demais Souza Leão, Alexandre Ribeiro membros da mesa diretora: Alexandre Ribeiro Caetano, Caetano, Ângelo Ramos Pereira, vice-presidente; Tatiane Anita Almeida de Souza Leão, Ana Ana Patrícia Dantas Leão, secretária geral; Rhayssa Muti Effren, secretária adjunta Soraia Lima e Mauricio Leahy e Milton Moreira da Silva Filho, tesoureiro. O presidente Ângelo Ramos reafirmou a disposição coletiva em avançar e concentrar esforços pela conquista de antigas e novas metas em favor da advocacia na comarca, fortalecer parcerias com os três poderes, além da importância de manter o estreitamento das relações e parcerias com o terceiro setor. A solenidade foi prestigiada com presenças ilustres, como Ana Patrícia Dantas Leão, vicepresidente da Seccional Bahia; Mauricio Leahy, secretário-adjunto seccional Bahia; Soraia Lima, ex-presidente da subseção Lauro de Freitas, além da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, secretários, vereadores, OAB Camaçari, representantes da Associação Comercial e Empresarial de Lauro de Freitas, Rotary Club, Clube dos Diretores Lojistas, polícias civil e militar, corpo de bombeiros e empresários.

DIREITOS HUMANOS Com o intuito de promover a tolerância e o necessário respeito aos direitos inerentes a pessoa humana, a subseção da OAB em Lauro de Freitas entendeu por bem criar a Comissão Permanente de Direitos Humanos, por iniciativa do presidente da subseção da entidade no município, Angelo Ramos. Formada por um grupo de advogados engajados na causa e coordenados por Frederico Augusto Loureiro (foto), a comissão será responsável pelo desenvolvimento de projetos voltados ao máximo esclarecimento da população, em especial, com enfoque na divulgação dos meios de garantia de direitos existentes. Também, será direcionada a atenção a fiscalização de locais onde seja realizado o atendimento da população, buscando identificar possíveis violações ou desrespeitos aos preceitos resguardados pela Constituição Federal. Diversos projetos deverão ser desenvolvidos ao longo do próximo triênio, como seminários, o congresso comemorativo aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, entre outros. Abril de 2019 | Vilas Magazine | 15


q MEMÓRIAS

IPITANGUENSES:

Contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga

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ra uma dessas tarde muito quentes de verão, quando cheguei à casa de Andrelina Rosa de Oliveira Barbosa, 83 anos, mais conhecida como Dona Diluca, no popular bairro de Portão. Com passos curtos, porém firmes, toda arrumada, ela veio ao nosso encontro, sem disfarçar sua visível timidez, pois já sabia o motivo de nossa visita: uma conversa descontraída sobre suas memórias, que resultaria em um vídeo, para o canal ‘Memórias de Santo Amaro de Ipitanga’, do Youtube, e um texto para a revista Vilas Magazine. “Sempre recebo a revista aqui em casa, trazida por amigos e parentes. Quando não chega, peço logo para alguém ir pegar uma na livraria do Vicente, aqui em Portão. Tenho as duas mais recentes, as dos anos anteriores precisei fazer uma limpeza, e tive que me desfazer”, conta. Em uma folha de papel ela havia escrito algumas coisas para falar. “Filha de João Arcanjo de Oliveira e Rosa de Lima Santos, nascida aqui no bairro de Portão em 28 de agosto de 1935. Casada com José Alves Barbosa, hoje viúva, sou mãe de cinco filhas, seis netos e seis bisnetos. Católica, praticante”, lê lentamente. Mas queríamos mais, e aos poucos ela foi contando de sua infância... “subir em pé de pau, correr picula, juntar de noite um grupo de meninos e meninas para contar história, coisas do interior que hoje em dia o povo não sabe o que é”; de como o bairro de Portão mudou... “ sempre morei aqui, era um coqueiral, muitas mangueiras, muito verde, e hoje quando olho aqui do quintal e vejo aquele hotel…(risos)”; ou do orgulho do pai, João Expresso, que não deixava um estudante sem ir para a escola... “se ele soubesse que algum motorista tivesse deixado alguém no ponto, era perigoso a pessoa perder o trabalho”. Mas de todas as histórias uma chama mais atenção, principalmente pelo brilho

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Dona Diluca, 83 anos. Uma vida de fé a Nossa Senhora do Bom Parto

Capítulo 2:

Dona Diluca, filha de João Expresso e a Igreja de Nossa Senhora do Bom Parto, em Portão THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine


presente no olhar dessa mulher, que ainda conserva delicados traços de beleza. Ela conta que em uma de suas viagens com o caminhão, João Expresso recebeu uma encomenda de uma vizinha, uma parteira de nome Ana. Ela lhe pediu que comprasse uma imagem de Nossa Senhora do Bom Parto. “Era no Taboão que se comprava as imagens de santo naquela época. Ele trouxe uma imagem, pequenininha, de Nossa Senhora. A parteira não gostou, disse que era feia, e devolveu a meu pai. Ele sempre foi muito católico, e ficou com a imagem da santa”, conta. “Aqui nessa rua de casa tinha três armazéns, mas era uma miscelânea, até caixão de defunto vendia. Aqui quase defronte, tinha um terreno ainda vazio. Meu pai pediu ao dono do terreno, se poderia fazer uma gruta para colocar a imagem da santa. As pessoas naquela época eram muito amigas e deixaram que ele fizesse a gruta”, lembra.

Os partos naquela época eram feitos por parteira, ou na maternidade Nita Costa, no Rio Vermelho. Mulheres prontas para ter seus filhos, saiam de várias localidades do litoral norte, para Salvador. A gruta era ao mesmo tempo ponto de descanso e, principalmente, orações à Nossa Senhora do Bom Parto. “As mulheres vinham de todos esses lados daqui, até de Arembepe, para ter filho. Quando não conseguiam caminhar, eram carregadas em redes. Uma coisa horrível, nunca gostei de ver aquilo. Sabendo da gruta, com a imagem de Nossa Senhora, paravam para fazer a reverência. Muitas mulheres nem chegavam na cidade, na maternidade. Era muito longe. Muitas tinham os filhos no caminho, outras infelizmente morriam. Outras ficavam na base aérea, que não era tão fechada como hoje, tinha hospital e as pessoas eram acolhidas também ali”, conta. “Aqui em Portão tinha uma parteira ARQUIVO PESSOAL

Registro do casamento, com José Alves Barbosa. “Foram 10 perús e três dias de festa. Um casamentão”

Imagem de Nossa Senhora do Bom Parto comprada por João Expresso ou parideira chamada Almerinda. As parideiras eram muito calmas, não tinham nervosismo. Ela acendia uma vela e fazia a marcação. Se a vela queimasse até aquele ponto e a criança não tivesse nascido, a parideira mandava procurar o “homem do anel” (o médico). De alguma forma ela sabia que não ia conseguir tirar a criança”. Percebendo todo esse movimento em relação a imagem de Nossa Senhora do Bom Parto, João Expresso sugeriu então que fosse construída uma igreja. “Ele conversou com o dono da terra e fez a igreja. Naquela época o povo não se importava, hoje é que por qualquer pedacinho de terra as pessoas brigam. Quando decidiu fazer a igreja providenciou de comprar outra imagem, maior, que está lá até hoje, há cerca de 100 anos. A igreja foi construída aos poucos, com ajuda da comunidade”. A primeira igreja era branca com portas cinzas. Havia a porta da frente, e portas laterais, bem característico de igrejas de interior. Na frente, um cruzeiro. Conta-se que a devoção de João Expresso era tanta, que todos os dias ao sair para | Continua na página 18 u

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q MEMÓRIAS

IPITANGUENSES:

Contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga

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fazer suas rotas, parava em frente a igreja para fazer uma oração, encostando a testa no cruzeiro, gesto que com o tempo deixou marcas. Muito católica, como seu pai, muitos dos momentos felizes de sua vida aconteceram na Igreja do Bom Parto. E o casamento foi um desses. Dona Diluca não escondia o entusiasmo ao contar os detalhes. “Me casei com 22 anos. Meu marido era de Cruz das Almas, mas conheci aqui mesmo. Naquela época, o casamento civil era em Salvador, no Fórum Ruy Barbosa. Apesar do aluguel de carro ser algo caro, mas era uma tradição, e eu fui de carro até lá. Já o casamento religioso foi aqui mesmo na Igreja do Bom Parto. Meu vestido foi muito simples, até porque eu não gostava de muito enfeitado. Quem fez foi Darci Magalhães, a pessoa que me ensinou a costurar. As músicas eram lindas. Madalena Melo o nome da cantora, ela tinha um coral muito bonito. Só de peru, foram 10 (risos). Ao todo foram três

dias de festa. Um casamentão”, lembra sorrindo. Ficou viúva cedo, as 48 anos de idade, e encontrou amparo nas filhas, ainda adolescentes, na costura, e na religião, para superar a saudade. Assim como sua mãe, Dona Diluca assumiu os trabalhos da igreja, cuidando e conservando. Fazia reza de Santo Antônio, montava presépio. “Tinha que ir nas dunas buscar areia, galhos, plantas, para fazer a decoração. As castanhas viravam animais, às vezes pessoas. Não se comprava nada, era tudo feito pela comunidade”. Dona Diluca foi a responsável pela igreja por 41 anos. Os registro sobre a inauguração, bem como fotos daquela época, se perderam. A igreja já passou por transformações, foi reformada, construído um muro, colocado portão. Hoje tem secretaria, mas quando é preciso lembrar de algo do passado, é à Dona Diluca que a comunidade recorre. “Tomei conta 41 anos da Igreja, hoje não tenho mais função assim, mas a chave da Igreja ARQUIVO PESSOAL

Único registro da igreja de Nossa Senhora do Bom Parto, em Portão. À esquerda, de paredes brancas e portas cinzas e, logo à frente, o Cruzeiro

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continua comigo (risos). Existe outra cópia, mas a minha ninguém nunca tomou”, conta orgulhosa. NOTA DA REPÓRTER Que delícia foi o primeiro capítulo, com a história de Dona Aidê. Só nós fez querer saber mais sobre a comunidade de Portão. Para o segundo, fomos falar com Dona Diluca, filha de João Expresso. Diferente de Aidê, Diluca é muito tímida, o que não diminuiu o cuidado ao nos receber, com deliciosos sucos para refrescar a tarde quente de verão. Suas memórias nos levaram até a Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, e toda a religiosidade que ela envolve. Foi quase uma hora de conversa, e ao final, quando peguei a câmera para fotografá-la, ela logo retrucou, aos risos: “Mas o que essa menina ainda quer comigo?”. E lá estava toda sua timidez de novo. NOTA DO EDITOR – A coluna “Memórias Ipitanguenses: contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga”, surge da parceria entre a revista Vilas Magazine e a Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, através da Secretaria Municipal de Educação. Participaram da produção deste capítulo: Andrelina Rosa de Oliveira Barbosa (Dona Diluna), Secretaria da Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, Antonio Cláudio, Caíque Barbosa e a jornalista Thiara Reges.

Não deixe de conferir mais detalhes dessa história. Acesse o QR Code, e confira.


q CAPA

VILAS COMEDY

Amigos levam para o palco o cotidiano de Vilas do Atlântico, através do stand-up comedy THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine

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om, em se tratando de Vilas do Atlântico, bairro de Lauro de Freitas, a expressão bairrista pode facilmente ser substituída por Vilas Comedy, um projeto de stand-up comedy que arranca boas risadas do público, explorando em sua essência o cotidiano do bairro. Os responsáveis pelo projeto são os amigos Gabriel Caldas, 23, e Matheus Maia, 24. O primeiro é nascido e criado em Vilas do Atlântico; o segundo chegou com 1 ano de idade e desde então fez aqui a sua morada. Suas vidas se cruzam pela primeira vez no Colégio Perfil, cursando a 4ª série. “Estudamos alguns anos juntos, fazíamos trabalhos juntos, mas a amizade não era tão forte, mas sempre foi muito cordial”, lembra Matheus. Depois do ensino médio as circunstâncias os afastaram. Gabriel prestou vestibular para engenharia mecânica, no SENAI CIMATEC, mas trancou ainda no primeiro ano e mudou de curso. Graduou-se em publicidade pela Unime. Matheus prestou vestibular para engenharia elétrica, passou, mas não frequentou nem uma aula. Graduou-se também em publicidade, na Unifacs. Em 2015 a amizade de Gabriel e Matheus se fortalece. Os dois estagiavam no setor de marketing do Colégio Perfil. Gabriel já havia descoberto o stand-up,

Bairrista – Adjetivo e substantivo de dois gêneros: 1. que ou aquele que habita ou frequenta um bairro; 2. que ou aquele que defende com entusiasmo os interesses do seu bairro ou da sua terra. BRASILEIRISMO • BRASIL – Que ou aquele que devota afeição especial ou exagerada à sua cidade ou ao seu estado e tem sentimentos e/ou atitudes de hostilidade ou de menosprezo para com as demais cidades ou os demais estados.

e convidou Matheus para assistir sua apresentação. “Foi o primeiro show de standup que assisti. Depois da apresentação fui trocar umas ideias com Gabriel, já com a proposta de construirmos um projeto que levasse o stand-up para dentro de Vilas do Atlântico. Ali nasceu o Vilas Comedy”, conta Matheus. STAND-UP, COMÉDIA DE UM NERD PALHAÇO “A arte de certa forma sempre me chamou a atenção. Na época do Colégio Perfil, por exemplo, participava de grupos de dança. Não aconselho ninguém a procurar sobre isso no Youtube”, conta Gabriel aos risos. Ele lembra que sempre foi um ‘nerd palhaço’ e tinha uma certa afinidade com tudo que envolvia a comédia. | Continua na página 20 u

Matheus Maia e Gabriel Caldas, criadores do Vilas Comedy Abril de 2019 | Vilas Magazine | 19


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Certa vez assistiu um show de Murilo Couto e ficou fascinado: queria saber tudo sobre esse estilo de comédia, o stand-up comedy, como funcionava, quem mais estava neste universo. Mas a chama se apagou com as atribulações do curso de engenharia mecânica. Tão logo trancou o curso, começou a buscar em Salvador, pessoas que compartilhassem dessa mesma paixão. E achou. Decidido a dar asas à sua criatividade, escreveu seu primeiro texto, e no início de 2015 se apresentou, em Salvador, no Rio Vermelho. “Me senti completamente realizado. Percebi que pessoas que nunca havia encontrado antes estavam rindo de mim, dos textos que fiz em casa, e entendi que era o que me dava prazer. É o que eu quero fazer”, conta. De uma forma geral Gabriel acredita que é possível viver de stand-up comedy. O gênero cresceu muito no Brasil na última década, fruto da persistências dos artistas em ensinar a diferença do stand-up para a imitação, gênero mais comum, sobretudo no Nordeste, e a maturidade do público para consumir tal conteúdo, resultado da facilidade proporcionada pela internet. Mas se por um lado a rede ajuda, ela também torna o público mais seletivo, e o sucesso pode escapar pelas mãos. “O primeiro passo para que você tenha sucesso é conseguir entender exatamente onde você está. Não adianta querer ser o artista, colocar sua arte, sem saber o que o seu público está procurando. E a internet tem um papel importante porque ao mesmo tempo que ela é vitrine, ela possibilita que as pessoas encontrem coisas novas e refinem a sua busca”, frisa Gabriel. VILAS DO ATLÂNTICO NOS PALCOS “Ainda lembro claramente da primeira apresentação do Vilas Comedy: Convencemos os responsáveis pelo antigo Boteco de Vilas a fazer uma parceria. Eles liberaram as terças-feiras, dia considerado fraco de clientela, e tudo era por nossa conta, bilheteria, som, iluminação, cenário, divulgação, tudo. Meia hora antes da apresentação eu estava esticando lona, publicando na internet, conferindo lista de ingressos, correndo para buscar material em casa, e ainda decorando texto”, lembra Gabriel. Sessenta pessoas. Esse foi o público no primeiro dia. “Em resumo, os

Gabriel sempre divide o palco com outros comediantes. Na terceira temporada, em 2017, ao lado de Gabriel estão (a partir da esq.) João Pimenta, Matheus Buente, Juninho Brandão, Nathan Menezes, Nane Passos, Maurício Ramos 20 | Vilas Magazine | Abril de 2019

nossos amigos. Pessoas que fomos convidando, trabalho de formiguinha, pedindo para dar ‘aquela força’, e que sabemos que naquele momento foram pela amizade, para que a apresentação não fosse um fiasco completo. Mas na terça-feira seguinte o público aumentou para 80 pessoas, e os rostos eram diferentes da noite da estreia. Foi aí que percebemos que tinha alguma coisa muito boa acontecendo”, destaca Matheus. Foram quatro terças-feiras na primeira temporada e as portas ficaram abertas para a segunda temporada, que veio um ano depois, em 2016, no mesmo local, só que agora na parte externa da casa. “Nosso público aumentou, a média foi de 90 pessoas por noite. E a temporada também foi maior, fizemos cinco dias. Percebemos que havíamos conseguido algo muito legal: trazer uma opção diferente de entretenimento para Vilas do Atlântico, e estávamos inseridos na programação cultural da cidade”, contam. Matheus não faz comédia. Na parceria coube a ele cuidar da administração e dos bastidores, mas nas apresentações do Vilas Comedy, Gabriel nunca sobe ao palco sozinho. Ele sempre divide o espaço com outros artistas de Lauro de Freitas e região, a exemplo de Raoni Oliveira, João Pimenta, Cristian Bell e da dupla Jair & Vicentino. E O PROJETO CRESCEU Em 2017 o Vilas Comedy se transformou em uma produtora, realizando em dezembro a terceira temporada de shows, dessa vez em um espaço maior, o Santa Música. A temporada recebeu o nome de Santa Comedy. “Passamos a ser um negócio e os donos dos espaços não fecham mais a parceria para nos ajudar; fecham porque é bom para a casa, levamos público e a proposta é boa para os dois lados”, ressalta Gabriel. Com uma média de público de 120 pessoas na terceira temporada, Gabriel e Matheus perceberam a força do digital. As divulgações nas redes sociais estavam chegando no público certo e levando até os shows. “A última apresentação da temporada foi já no finalzinho de dezembro e estávamos apavorados com a possibilidade de pela primeira vez não ter público. Apreensivos, pensamos em lançar uma promoção: quem fosse de roupa branca teria um desconto no ingresso. Me emociono quando lembro das pessoas chegando, todas de branco, para assistir nosso show. Nesta noite colocamos


Jaime de Moura Ferreira Ad­mi­nistrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com

170 pessoas no local, nosso recorde de público”, conta Gabriel. PORTAS ABERTAS A quarta temporada ainda não aconteceu. Gabriel e Matheus contam que tiveram dificuldades em fechar parcerias que viabilizassem a realização do projeto em 2018. Mas enxergaram na internet uma oportunidade ímpar de manter o projeto vivo. As páginas nas redes sociais já existiam, mas eram usadas exclusivamente com o objetivo de divulgar os shows e entre as temporadas formava-se um hiato, sem conteúdos, tão pouco interação com o público. “Durante muito tempo usamos as redes sociais apenas como mais uma alternativa para divulgar os shows. Mas no final de 2018 começamos a explorar, divulgando o conteúdo que dominamos, que é Vilas do Atlântico, através de tretas, brincadeiras e memes. E o resultado foi maravilhoso”, contam. Em uma semana a página do Instagram cresceu de 760 para dois mil seguidores, todos conquistados de forma orgânica. “Cada meme publicado conquistava 400, às vezes 600 compartilhamentos. Começaram a chegar mensagens de pessoas que hoje moram foram do país, dizendo que se sentem em casa com nossas publicações. Além, é claro, das várias sugestões de conteúdo que podemos explorar”, conta Gabriel.

Nota do Editor – Esta matéria, contando a história da Vilas Comedy foi também uma conquista das redes sociais. Em 11 de março lançamos em nosso Instagram (@ vilasmagazine), uma enquete para saber se o público gostaria de ver um pouco mais sobre o projeto dos meninos. Em menos de 24 horas, já havia ultrapassado a marca de mil participações. O resultado depois de uma semana foi um sonoro SIM, com 98% dos votos.

Pureza da criança

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ureza, segundo os dicionários, significa a qualidade do que é puro. Enxergo logo as crianças! Essa candura inocente, representa a pureza da água, do ar e do vento. Lamentavelmente, quando a criança alcança a idade adulta surgem comportamentos adversos, pela experiência que a vida lhe deu, que nos deixam atordoados: tende a perder a capacidade imaginativa e criativa que tinha; adquire o hábito de analisar de modo apressado; costuma enxergar apenas o invólucro, sem buscar a realidade invisível; não exercita a percepção para o intangível; resiste ao apoio e incentivo para motivar pessoas; gasta pouco tempo com a orientação educativa; tenta fugir do desconhecido; respeita pouco a criatividade dos outros; e demora em descobrir suas próprias competências. Essa virgindade da criança está no seu sorriso, que significa a paz no coração e a sensação do dever cumprido, sem o peso na consciência, tão peculiar ao adulto, não importa se tenha sujado a fralda. Essa ingenuidade, nitidez e transparência exprime a pureza espiritual, que falta nos adultos, pois estes, na sua maioria, pensam no poder, enriquecimento de qualquer jeito, e nos seus objetivos. As crianças, diferentemente, não complicam. Pouco adianta os pais quererem proteger as crianças quando as mesmas transgridem o que é correto para a sociedade do bem. Deve-se educá-las para criar nelas as responsabilidades. E como será essa orientação? É evidente que esses pais têm a obrigação de gerar modelos e não, apenas críticas. Porém, o que ocorre, na grande maioria, é que eles não têm moral para doutriná-las. A pureza das crianças é um sentimento nato, tendo em vista que elas sabem reconhecer suas derrotas,

principalmente quando começam a andar. Caem, se refazem e recomeçam. Ocorre que o adulto deixa de medir seus passos e, quando escorrega, sente-se acanhado ao se levantar.Será que a criança deverá ensinar ao adulto como proceder? As crianças sentem medo, principalmente daquilo que não conhecem, porém têm mais valor que o adulto, pois abordam de maneira clara aquilo que os crescidos não o fazem. Em alguns casos, os pais se tornam crianças e lhes permitem que o aprendizado seja espontâneo. Porém quantos agem assim? O que se vê, geralmente, é a mentira, para confortar suas crianças. Isso é o correto? A mentira sempre enfraquece o ser humano. Por que alguns adultos preferem observar a nitidez da cocaína, ao invés de admirar a pureza das crianças? Algumas mulheres, de acordo com suas religiões, se acham puras, pois nunca tiveram experiências sexuais. Isso é pureza? A castidade se encontra na alma e faz parte da evolução do espírito. Lembrar “que somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos” (Eduardo Galeano - escritor e jornalista uruguaio – 1940/2015). Assim, verificar a pureza das crianças nos leva ao aprendizado daquela espontaneidade e poderemos ser melhores do que somos. Por que duvidar disso? Vamos manter a pureza das crianças, pois ainda representa o que tem de nítido nesse nosso mundo e que, dificilmente, poderá ser trocada por outros comportamentos praticados. Saudemos essa pureza como se fosse o grande desafio para alguns dasociedade, que constituem o mundo que habitamos. Abril de 2019 | Vilas Magazine | 21


q ANIVERSÁRIO DE SALVADOR

Qualificação de Ipitanga faz parte dos planos na comemoração dos 470 anos da fundação de Salvador

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rimeira capital do Brasil, Salvador completou 470 anos de fundação em 29 de março. Com dez dias de comemorações – entre 21 e 31 – numa vasta programação de eventos, a soterópolis festejou a si mesma. Houve de inaugurações de obras até o Festival da Cidade, com apresentações culturais em vinte pontos diferentes da cidade. “Hoje, apresentamos um conjunto de R$ 840 milhões em investimentos que a Prefeitura vai liderar em comemoração aos 470 anos da cidade”, disse o prefeito ACM Neto (DEM) ao anunciar a programação. “São obras impactantes e transformadoras em diversas localidades, nas áreas de infraestrutura, habitação, educação, saúde, cultura, promoção social, turismo e geração econômica”,

comemorou. A requalificação do trecho de orla entre Stella Maris, Praia do Flamengo e Ipitanga – até o Centro de Excelência de Judô, que já é território de Lauro de Freitas – é um dos destaques apresentados por ACM Neto. Todas as rampas de acesso à praia serão construídas ou reformadas e a região ganhará áreas pergoladas para sombreamento de banhistas. O objetivo é obter para as três praias o selo Bandeira Azul, que atende critérios como educação e informação ambiental, qualidade da água, gestão ambiental e segurança e serviços. Com projeto pronto, a orla de Stella Maris a Ipitanga terá “ações diferenciadas, que valorizarão a vegetação de restinga do local”, de acordo com a prefeitura de Salvador. Serão implantados um

campo de futebol, duas quadras de vôlei, espaço para ioga e meditação, de apoio para os surfistas, área de skate, ciclovia, trilhas para caminhadas, parque infantil, quiosques de baiana de acarajé e de coco e espaços compartilhados entre ciclistas e pedestres. Amaralina e Boa Viagem também vão ganhar a requalificação da orla que a prefeitura da capital vem fazendo há alguns anos. O último trecho foi entregue em 25 de fevereiro, em Ondina. Na lista de entregas estão ainda a requalificação da Ponta do Humaitá, a implantação do Espaço Colabore, no Parque da Cidade, e a estátua de Mãe Stella, em Stella Maris, além de novos postos de saúde e escolas. “Com esse volume recorde de investimentos, são muitas iniciativas a serem realizadas nos próximos dois meses”, pontuou o prefeito. Os dez dias do Festival da Cidade tiveram programação totalmente gratuita, multicultural e artistas patrocinados exclusivamente pela iniciativa privada. Foram cerca de 60 ações de diversas ma| Continua na página 24 u

Ipitanga vai receber a requalificação que a prefeitura de Salvador vem fazendo em toda a orla da capital

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ROMILDO DE JESUS / FUTURA PRESS / FOLHAPRESS

Farol e Forte de Santo Antonio da Barra, o mais tradicional cartão postal de Salvador

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q ANIVERSÁRIO DE SALVADOR

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nifestações culturais, seja teatro, música, literatura, fotografia, exposições, artesanato, economia criativa, brincadeiras ou oficinas. O ponto alto aconteceu no próprio dia 29, aniversário da cidade, com o Concerto Internacional Salvador 470 anos, no Farol da Barra, que contou com a apresentação de cantores locais como Saulo, Márcia Freire e Magary Lord, além do angolano Paulo Flores e dos portugueses António Zambujo e Ana Moura.

São 470 anos da expulsão dos Tupinambás.... ..e do destino de Francisco Pereira Coutinho, o fundador que não foi

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s habitantes originais da região, relata o jornalista Eduardo Bueno na obra “Brasil, uma história - a incrível saga de um país”, teriam sido os tapuias, expulsos para o interior pelos tupis, que vieram da Amazônia por volta do ano 1000. O primeiro europeu a chegar à terra que viria a ser São Salvador da Bahia foi o português Diogo Álvares Correia, um náufrago, por volta de 1510, na Baía de Todos os Santos. Na época, os donos da terra eram os tupinambás. Caramuru, nome que os habitantes da terra lhe deram, teria fundado Cachoeira, comunidade 18 anos mais antiga que Salvador – e facilitado o contato dos portugueses com os índios. A estratégia não deu bom resultado. Francisco Pereira Coutinho, o primeiro “donatário” do rei português Dom João 3º, que recebeu uma capitania hereditária na terra dos tupinambás, ali pela ladeira da Barra, onde é hoje Salvador, foi corrido pelos índios, juntamente com Caramuru, indo refugiar-se em Porto Seguro, com Diogo Álvares, O escritor Raymundo Faoro, na obra “Os Donos do Poder – Formação do Patronato Político Brasileiro”, cita Frei Vicente do Salvador, que registrou o trágico destino do primeiro colonizador destas terras. 24 | Vilas Magazine | Abril de 2019

Chegado em 1535, Coutinho poderia ter sido o fundador da cidade, não fosse ele um homem rude, habituado a expandir os domínios portugueses na Índia à base de armas, mas sem sorte em Pindorama – a terra mítica dos tupi-guarani. Os tupinambás, antropófagos, não deixavam barato as desfeitas que lhes faziam. Coutinho “esteve de paz alguns anos com os gentios [os índios] e começou dois engenhos”, conta Frei Vicente em História do Brasil – “levantando-se eles depois, lhos queimaram e lhe fizeram guerra por espaço de sete ou oito anos, de maneira que lhe foi forçado e aos que com ele estavam embarcarem-se em caravelões e acolherem-se à capitania dos Ilhéus”. O fidalgo português foi depois convidado pelos próprios tupinambás a voltar à sua capitania, sempre acompanhado por Caramuru. “Se foram ter com eles, assentando pazes e pedindo-lhes que se tornassem, como logo fizeram com muita alegria”, registra Frei Vicente. Porém, “levantando-se uma tormenta deram à costa dentro na baía na ilha Taparica”, chegando eles ao naufrágio. Ali os tupinambás mataram e degustaram a tripulação inteira, “exceto um Diogo Alvares, por alcunha posta pelos índios o Caramuru, porque lhe sabia falar a língua”.

Índio tupinambá com seu tacape, arma de guerra com que tratavam os inimigos no século 16 Consta ainda que Coutinho, devorado na ocasião, foi executado por uma borduna empunhada por uma criança, cujo irmão fora morto pelo donatário. A falta de interlocução cultural – que condenou o primeiro donatário ao estômago dos tupinambás – não fez falta a Tomé de Souza, um militar português de fama ainda maior. Este chegaria cinco ou seis anos depois, em 29 de março de 1549, com uma frota de caravelas, um séquito para mais de mil portugueses, incluindo os primeiros jesuítas – e a missão explícita de fundar uma cidade. Começava ali a invasão de Pindorama. A população tupinambá, estimada em 100 mil pessoas no século 16, é composta hoje por menos de cinco mil indivíduos. Eles vivem num território que ainda aguarda demarcação, por imperativo constitucional, no sul da Bahia, entre Una, Buerarema e Ilhéus. Em vez do povoado que Coutinho e Caramuru queriam desenvolver a partir daqueles dois engenhos na capitania, surgiu uma cidade-fortaleza planejada, criada por decisão política do rei de Portugal, para ocupar o território. E foi então que os tupinambás começaram a ser expulsos. Faz agora 470 anos.


q COMPORTAMENTO

Elogio da lealdade no Dia do Amigo

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tica ou lealdade – e às vezes só vergonha na cara mesmo – são conceitos que poderiam substituir-se ao da amizade, um sentimento tão banalizado que só no Brasil é comemorado em três datas diferentes: uma delas é neste 18 de abril. O 20 de julho e o 30 de julho são as outras duas. Mas a maioria das pessoas lembra-se dos “amigos” é em 4 de fevereiro – quando o Facebook avisa que é hora de comemorar a amizade. A data, que corresponde ao dia da fundação daquela rede social, talvez seja a mais representativa do parco valor que o termo adquiriu. Pessoas que acreditam ter milhares de amigos apenas porque elas estão na sua página do Facebook recebem em fevereiro calorosas juras de amizade eterna enviadas por perfeitos desconhecidos. O que muitas vezes chamamos de amigo é na verdade alguém com quem partilhamos um interesse qualquer. Alguém que é, por vezes, incômodo, porque ele também usa o conceito para abusar da relação que finge manter conosco. Amigos, ao contrário do que se pensa mais comumente, não são destino preferencial de pedidos de favores. Antes pelo contrário. Por amizade, favor nenhum se deve pedir a eles. Até porque, se amigos são, o favor farão sem que sejam solicitados. Aos amigos não se pedem sacrifícios. Antes os oferecemos. O jornalista e escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, que publicou em 2017, pela Bertrand Brasil, uma coletânea de 122 crônicas sob o título “Amizade também é amor”, aborda esse sentimento também em contraste com a vulgaridade dos nossos dias, quando relações de todos os tipos são tão fluidas e instáveis que tudo parece ter perdido o sentido. A deslealdade, muitas vezes confundida com a defesa de interesses próprios, como se esta a justificasse, também aparece na crítica desenfreada ao outro. A amizade não autoriza a emboscada, o embuste, o abuso que a intimidade parece permitir. Aqui também, antes pelo contrário. O respeito que dedicamos aos estranhos é ainda mais devido aos que chamamos de amigos.

“Estranho equilíbrio”, uma das crônicas de Carpinejar, começa por citar um provérbio: “se quer ser amigo feche um olho, se quer manter uma amizade feche os dois olhos”. Porque “amizade é fugir do julgamento, é compreender a alternância, os altos e baixos, os desabafos”. Porque “amigo não cobra coerência, não fica em cima cutucando feridas”. Antes de Carpinejar, a mitologia grega nos legou uma visão mais consistente da amizade, ao retratar a relação entre Orestes e Pílades – talvez os amigos mais famosos da literatura clássica. É Orestes quem afirma: “todo homem que, pelo seu caráter, é unido a outro, ainda que seja um estranho, vale mais tê-lo como amigo do que ser parentes sem conta”. Não por acaso, destinado por Apolo a matar a própria mãe para vingar o assassinato de seu pai, Orestes hesita no momento final, mas desfere o golpe ao ser instigado por Pílades, seu grande amigo de toda a vida. O remorso enlouquece Orestes, mas Pílades ainda está a seu lado e juntos até o fim da vida cumprem outras missões ordenadas por Apolo. OS HOMENS BONS A amizade também ocupou o filósofo grego Aristóteles, que em Ética a Nicômaco lhe dedicou um capítulo – estabelecendo para sempre o elo que ainda hoje existe entre os dois conceitos. “A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos”, escreveu – “Ora, os que desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente”. O filósofo lista ainda as amizades imperfeitas, “quando o que se leva em mira é o prazer ou a utilidade”, caso em que “até os maus podem ser amigos uns dos outros, ou os bons podem ser amigos dos maus”.

BOA PRAÇA José Valdir (de blusa azul) é uma dessas pessoas que vale muito à pena conhecer. Sempre com uma piada pronta, onde está presente, presente está o bom humor. Pessoas que lhe dedicam amizade, como Jorge Márcio, Tadeu Tramontina e Gilberto Bezerro – há mais de 15 anos – não abrem mão da sua companhia, em qualquer dia, a qualquer hora, até para saudar um novo dia.

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CHOCOLATERAPIA: O poder do chocolate nos tratamentos estéticos THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

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onta-se que os antigos astecas já desfrutavam do poder do cacau, principal matéria-prima do chocolate, para realçar a beleza. O extrato das sementes era utilizado em banhos relaxantes, para hidratação da pele. Mas esse ritual era reservado apenas às pessoas da elite, nobres, próximas do rei. Os tempos mudaram e agora todos podemos usufruir dos tratamentos estéticos feitos com essa iguaria. Na prática, os benefícios do chocolate estão no alto poder antioxidante presente no cacau: quanto mais antioxidantes em nosso organismo, mais prolongamos a nossa jovialidade e retardamos os sinais do envelhecimento. A dermatofuncional e tricologista Marina Von Ammon (@clinicadermalife), 33, destaca que com os avanços da ciência e todas as informações que temos hoje acerca de cuidados e manipulação das substâncias naturais, já é

possível um atraso de 10 anos no envelhecimento da pele. Mas ela alerta que uma correta escolha de tratamentos e cosméticos é determinante no resultado. “Os benefícios dos tratamentos de pele a base de chocolate estão no alto poder antioxidante do cacau, então é importante frisar que para alcançar o resultado esperado, de hidratação e umectação, é necessário, primeiro, que o chocolate utilizado seja o mais puro possível. Existem muitos cosméticos que apresentam apenas a essência do chocolate, ou seja, tem o aroma mas não tem o chocolate em sua composição”, ressalta a profissional. Não existem contraindicações ao uso de cosméticos a base de chocolate, mas Marina frisa que o uso não é recomendado para pessoas que tenham a pele oleosa. “O chocolate tem um teor de gordura muito alto, então pessoas que possuem a pele mais oleosa, com tendência a acne, e o couro cabeludo com mais oleosidade e dermatite, devem evitar. No caso das pessoas com a pele seca, consulte sempre um profissional para a correta indicação dos produtos ou tratamentos que lhe trarão resultados mais efetivos”, afirma. Quem quiser desfrutar dos benefícios do chocolate, pode experimentar a máscara ChocoDerma, da clínica Derma Life, uma hidratação facial profunda, anti envelhecimento, a base de chocolate. Indicado para peles desidratadas, ressecadas e peles maduras, as sessões duram 1h30, e o resultado é uma pele macia, com brilho e textura revitalizada. Mas Marina ensina também uma máscara de chocolate que pode ser feita em casa. “Você vai precisar de 1 barra de chocolate preto, sem açúcar, e óleo de amêndoas (pode substituir por azeite de oliva). Derreta o chocolate junto com duas colheres de chá de óleo de amêndoas ou oliva. Uma vez que o chocolate esteja derretido e se encontre tudo bem misturado, retire Máscara de chocolate ajuda no rejuvenescimento da pele

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Além de delicioso, um bom negócio THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

C “Com os avanços da ciência e todas as informações que temos hoje acerca de cuidados e manipulação das substâncias naturais, já é possível um atraso de 10 anos no envelhecimento da pele”. Marina Von Ammon, fisioterapeuta.

do fogo. Espere esfriar o suficiente para aplicar na pele. Deixe agir por 20 minutos, e retire com água morna. Lembrando que a máscara é indicada para pele seca, e o chocolate precisa ser amargo, sem açúcar”, conclui.

om uma espátula, delicadamente ela contorna a torta, alisando-a. O passo seguinte é para deixar qualquer pessoa hipnotizada: o brigadeiro de chocolate, brilhoso, escorre delicadamente formando gotas. É com este carinho que a confeiteira Maria Aparecida Duarte (@docurasedeliciasgourmet), 28, manipula o chocolate, matéria-prima de suas tortas. Formada em administração, Cida, como é mais conhecida, trabalhou muitos anos dentro de escritório, de carteira assinada, mas sempre teve na confeitaria uma paixão e um complemento de renda. “Comecei a cozinhar cedo, aos 12 anos. Lembro que assistia o programa de Ana Maria Braga, e aprendi uma receita de pastel que fiz durante muito tempo. Quando completei 18 anos e comecei a trabalhar, levava o brigadeiro para vender para os colegas do escritório e para os clientes. Já morando aqui em Abrantes, trabalhava perto de casa, e aproveitava as horinhas antes do expediente e do almoço para dar conta das encomendas”, conta. | Continua na página 28 u

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FLOR DA PAIXÃO: A flor do maracujá e seu simbolismo com a Paixão de Cristo THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine

Cuidadosamente Cida confeita mais uma torta, com muito chocolate O trabalho no escritório não estava dando certo e Cida decidiu sair. Com mais tempo livre, ela começou a fazer bolos de pote e vender no condomínio Reserva Parque, onde mora, em Vila de Abrantes, e é na pequena cozinha de casa que ela faz todos os preparos. Sua clientela se formou no boca-a-boca, e as primeiras encomendas de tortas grandes logo começaram a chegar. “Lembro bem que a primeira torta que fiz profissionalmente foi um desastre. O recheio ficou muito mole. Daqui de casa até chegar em Brotas, local de entrega, foi uma aflição. Quando cheguei lá o recheio tinha vazado praticamente todo. Para minha surpresa a pessoa que encomendou adorou, e é minha cliente até hoje”, conta. E lá se vão três anos que Cida se dedica exclusivamente à confeitaria. Fez cursos, ampliou os produtos, e hoje consegue ‘viver do açúcar’. “Minha renda, comparada ao período de carteira assinada, é três vezes maior. E quero ir muito além. A cerca de dois meses fiz o processo de formalização como pessoa jurídica, e foi muito fácil. Hoje sou micro empreendedora, e o meu foco é fornecer para empresas e cantinas”, destaca. Cida explora as mais diversas combinações com o chocolate, mas a que faz mais sucesso é o ‘choconinho’, a combinação com o leite ninho. Seu carro chefe são as tortas, mas ela faz brigadeiros gourmet, palha italiana, cone de chocolate, e na Páscoa cresce a procura pelos ovos de colher e pelos kits, com pequenas unidades. Para quem está começando, Cida destaca que o cuidado com a matériaprima é essencial. “Ainda tenho certa dificuldade em encontrar a matériaprima, porque o chocolate precisa de qualidade para que se consiga trabalhar corretamente com ele, até por conta do clima: um chocolate de má qualidade vai derreter mais facilmente com o calor. Uso o chocolate 50% cacau, e priorizo sempre produtos de qualidade, para que o resultado final atenda as expectativas dos meus clientes. E tem dado certo”, conclui.

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m francês, fleur de la passion; em italiano, fiore della passione; e em inglês, passion flower. No bom português a flor da paixão, como é conhecida internacionalmente a flor do maracujá, dona de uma beleza ímpar, foi capaz de encantar os europeus a ponto de se estabelecer uma relação simbólica da flor com a Paixão de Cristo. Há mais de 500 anos, quando os navios portugueses aportaram em terras brasileiras, os pés de maracujá estavam em floração. Nossas terras eram descritas como um verdadeiro paraíso, onde até um momento de tanta dor para os cristãos, havia sido reproduzida por Deus em forma de flor. O primeiro a demonstrar seu encanto foi o Papa Paulo 5º (1605 - 1621). Segundo relatos históricos ele teria sido tomado por um momento de grande emoção ao receber a flor do maracujá de presente, como um sinal de que o evangelho precisava ser espalhado pelo ‘Novo Mundo’. Ordenou então, que cristãos a plantassem por toda a Europa, onde ainda hoje é considerada uma planta ornamental. No Brasil, os jesuítas enxergaram na exótica flor um caminho para ensinar aos índios sobre a Paixão de Cristo. Simbolicamente os filamentos em volta do miolo representam a coroa de espinhos; nos filamentos também está presente o roxo, que é a cor que representa o sofrimento de Jesus; os três estigmas, parte do órgão feminino da flor, são os cravos que o prendiam na cruz; e os cinco estames, parte onde é produzido o


cura pelos ovos de colher, ou como ela chama, as ‘delícias de colher’. “Essa mistura, de chocolate com maracujá, já é bem comum nas confeitarias por conta do toque cítrico do maracujá. Nesta delícia de colher, temos a casquinha de chocolate amargo, uma camada de chocolate ao leite, uma camada de mousse de maracujá, e finaliza com a geleia, que é feita com as sementes e o suco do maracujá. Conseguimos brincar então com as texturas, com o doce e com o cítrico”, finaliza.

pólen, são as cinco chagas de Cristo. Ao formato redondo do fruto, foi associado a ideia do mundo de pecados, que Cristo deu a sua vida para salvar. Mas o que será que acontece quando juntamos dois símbolos da Páscoa: chocolate com o maracujá? A resposta vem na ponta da língua, com gostinho de quero mais. A explosão de sabores dessa combinação é famosa, e a confeiteira Priscila Sales (@senhoritachocolate), 28 anos, faz questão de adicionar na sua lista de produtos. Desde criança ela acompanhava sua avó, Tacilia, responsável pela cantina de lanches de um centro espírita. Com o tempo a paixão pelo universo dos doces só foi crescendo. Priscila lembra que desde os 11 anos já fazia bolos, seguindo à risca as orientações da avó. Mas fazer dessa paixão a sua profissão só aconteceu há sete anos, com o incentivo de vizinhos e amigos. Hoje Priscila atende em média 50 encomendas por mês, mas em datas comemorativas, a exemplo da Páscoa, a demanda chega a ser quatro vezes maior. As principais encomendas são de tortas doces, mas Priscila faz também salgados e pães. Na Páscoa cresce a pro-

Esq.: Priscila Sales e a Delícia de Colher, sabor mousse de maracujá. Acima, a flor do maracujá

ALFARROBA: Tem gosto de chocolate, mas não engorda e ainda faz bem à saúde THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

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ummmmm! Que o chocolate é uma delícia, todos concordamos, mas será que é possível aproveitar bem a Páscoa sem o peso na consciência de estar jogando toda a dieta pelo ralo? Para nossa alegria uma vagem, com baixo teor de gorduras e açúcares, tem substituído o cacau em várias receitas,

sem perder a alegria do paladar. Estamos falando da Alfarroba, uma vagem nativa do Mediterrâneo, rica em vitamina A e C, e com poderoso poder antioxidante. “Naturalmente falando, em relação ao cacau, a alfarroba não possui estimulantes, como a cafeína e teobromina, além de conter um baixo | Continua na página 30 u

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índice glicêmico. Possui 0,7% de gorduras e açúcares naturais, enquanto o cacau possui 23% de gordura e mais 5% de açúcar”, destaca a nutricionista Adriana Alves. As vantagens da alfarroba vão além: rica em fibras de alta viscosidade, melhora a função intestinal; o magnésio e o potássio presentes em sua composição, ajudam a evitar hipertensão; evita o risco de osteoporose e pode ser consumido por grávidas; não possui lactose e glúten; é naturalmente adocicada, não sendo necessário adicionar açúcar em seus preparos, além de ser um alimento permitido aos diabéticos. Mas antes que você elimine o cacau completamente de sua vida, é importante destacar os benefícios funcionais presentes nos chocolates tradicionais, como seu efeito energético e o poder estimulante, além de provocar sensação de prazer e bem estar. Mas isso só vale para chocolates com cacau acima de 60%. “Evite chocolate branco, ao leite e achocolatados, pois possuem quantidades elevadas de gorduras e açúcares. Busque sempre por produtos que sejam o mais puro possível, ou seja, que apresentem maior quantidade de cacau”, recomenda Adriana. Fique atento também com a pegadinha dos chocolates dietéticos, que só apresentam a restrição do açúcar, mas a concentração de gordura e calorias é maior que em produtos tradicionais. Por isso sempre confira o rótulo e as informações nutricionais. “Caso você não tenha restrições alimentares não tem porque eliminar o chocolate do seu cotidiano, mas é importante consumir com moderação, limitando-se a 30 gramas por dia. Quando consumido em quantidades elevadas, o chocolate provoca alterações emocionais, indo da euforia até a depressão, o que resulta na dependência”, frisa Adriana. Caso queira investir em uma linha mais saudável, a alfarroba pode ser encontrada em casas de produtos naturais, na forma de bombons, barras e em pó, e substitui facilmente o chocolate em preparos como bolos e biscoitos, sem perder o sabor.

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Chocolate até na cervejinha THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

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uer inovar no presente de Páscoa, mas sem perder o sabor clássico que vem do chocolate? Saiba que as cervejas artesanais podem ser uma ótima opção. Em exponencial crescimento no mercado, elas conquistaram o paladar do brasileiro, que está cada vez mais exigente e também aberto para conhecer novos sabores e combinações. A Robust Porter, produzida pela cervejaria As Divas do Tio Chico, é uma cerveja escura que explora as notas de chocolate através do malte tostado. Com 5,7% de teor alcoólico, corpo baixo para médio, espuma densa com tonalidade marrom clara, provoca uma leve sensação de aquecimento devido ao teor alcoólico. Na boca, explode a combinação de sabor, prevalecendo as notas de toffee e chocolate. O estilo de cerveja Porter é consumido desde o início do século 18, na Inglaterra, e teria recebido esse nome pois fazia muito sucesso entre trabalhadores que transportavam cargas nos mercados locais e nos portos, conhecidos popularmente como porters. Cláudio Carijé, sócio da cervejaria destaca que essa Porter possibilita combinações tanto pela semelhança como pelo contraste, sendo uma boa pedida também no almoço em família. “A Porter cai muito bem no almoço de Páscoa, acompanhando queijos, um gorgonzola, por exemplo, e também na hora do sobremesa, com um chocolate meio amargo, um sorvete, ou um bom mousse, quem sabe”, destaca. Apaixonado pelas cervejas artesanais desde a primeira vez que experimentou, Cláudio começou a produzir sua própria cerveja em 2015. Alexandre Naralio e Roberto Anastácio, os outros sócios, já estavam nessa onda há mais tempo. Robust Porter com notas de toffe e chocolate


BACALHAU OU CHOCOLATE? Na lista de compras para a páscoa, o bacalhau é uma das prioridades. Além de saudável, o pescado permite uma variedade de pratos

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inegável que os portugueses trouxeram vários hábitos e tradições para o Brasil, desde a época da colonização, inclusive o próprio catolicismo que foi inserido na nossa cultura. E são os católicos que seguem tradicionalmente o costume de se abster de carne vermelha durante toda a Quaresma, incluindo a Semana Santa, e principalmente, no domingo de Páscoa. Eles optam por comer peixe neste período, e um dos preferidos é o bacalhau. No período da Páscoa a procura pelo peixe aumenta, pois a data é uma ótima ocasião para reunir a família e uma oportunidade de apreciar uma bela bacalhoada. Obviamente, os ovos de chocolate estão nas listas de compras, mas, pesquisas mostram que os brasileiros estão optando também pelo bacalhau. De acordo com a pesquisa “Hábitos Alimentares dos Brasileiros – preferências, dietas e tendências de consumo”, realizada por uma das mais tradicionais bancas do Mercado Municipal Paulistano, na hora de escolher o que vai integrar o cardápio

pascoal, 52% dos brasileiros entrevistados dizem que o bacalhau não pode faltar na mesa; 25% não dispensa o chocolate; 13% aprecia um bom vinho durante a refeição e 10% não dispensa um bom azeite de oliva para acompanhar os pratos. Por ser um prato que não é feito com frequência pela maioria das pessoas, muitas vezes surgem dúvidas de como escolher um bom peixe para incluir no cardápio. O bacalhau tem várias possibilidades de receitas e possui muitos benefícios para a saúde. Tendo em vista o alto valor nutritivo, é um peixe com baixo nível de colesterol e rico em ferro, magnésio e fósforo, além de vitaminas A, E e D. E para escolher um bom bacalhau, é importante prestar atenção nos seguintes fatores: Aparência Deve estar seco e sem sinal de umidade ao toque. O cheiro do bacalhau também é bem característico, se estiver diferente, é melhor procurar uma outra peça. O que vem no pacote Se for comprar um bacalhau que está embalado, se aten-

te ao que vem junto com o peixe. Nada de rabo ou barbatanas, pois não são úteis no preparo. Higiene do local Hoje o bacalhau pode ser encontrado em vários locais, como feiras, empórios, mercado, etc. O espaço deve estar limpo, com a temperatura adequada. Engana-se quem acredita que só existe um tipo de bacalhau disponível no mercado. Há opções para todos os gostos e preferências: Bacalhau Gadus Morhua, proveniente do Atlântico Norte, é o mais nobre de todos, possui uma carne mais branca e macia. Bacalhau Saithe possui coloração mais escura e sabor mais forte que o Gadus Morhua. Fica macio quando é cozido, assim sua carne pode ser desfiada com mais facilidade. É uma ótima opção para bolinhos, ensopados, tortas e pasteis. Bacalhau Gadus Macrocephalus originário do Pacifico Norte, parece com o Gadus Morhua. É possível diferencia-lo pelo rabo e também pelas barbatanas, pois, ele tem um bordado branco nas pontas. O ideal é que seja feito em grandes pedaços. Bacalhau Zarbo é o menor de todos os tipos. Tem corpo alongado e quando é desfiado as lascas ficam mais duras. Também é indicado para bolinhos, ensopados, tortas e pirão, pois a textura não será tao importante nesses alimentos. Bacalhau Ling de sabor marcante, possui carne mais branca. Pode ser cortado em postas e usado em saladas ou fazê-lo em pedaços para ser grelhado ou cozido. Mesmo que seja delicioso e possua os mais variados tipos de receitas, é necessário ter cautela no consumo deste tipo de peixe, por mais que não faça parte das refeições diárias corriqueiramente. Dessalgar o bacalhau é extremamente importante para que fique não apenas mais saboroso, mas também mais saudável, pois ele costuma ter muito sódio na sua composição. O correto é deixa-lo em uma média de 36 horas na água com gelo, trocando o líquido, no mínimo, três vezes. Abril de 2019 | Vilas Magazine | 31


q TURISMO & LAZER

Garapuá

Morro de São Paulo

Boipeba

Segunda e Terceira Praia

Visitantes encaram altos e baixos que dão acesso a mirantes e praias com piscinas naturais

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e está pensando em conhecer Morro de São Paulo, aqui vai um conselho: leve pouca coisa ou apele para mala de rodinha. Isso, claro, se pretende carregar a bagagem por conta própria até o hotel. A vila está a cerca de 60 quilômetros de Salvador (em linha reta), na ilha de Tinharé, que pertence ao município-arquipélago de Cairu. Este, por sua vez, engloba a ilha de mesmo nome, a ilha de Boipeba e outras 23. Logo após a chegada de barco ao Morro, o visitante já tem de enfrentar uma ladeira de tirar o fôlego – literalmente. Depois, encontra mais decidas e subidas, que fazem o destino inacessível a pessoas com dificuldade de locomoção. Se não der para economizar nas malas, é bom pegar um “táxi”. Em Morro, isso significa contratar os serviços de um dos carregadores que ficam à espera dos visitantes no píer, com seus carrinhos de mão. Ao todo, no povoado, são cerca de 200 carregadores, que se organizam em quatro associações: uma responsável pelo transporte dos pertences dos moradores e outras três que atendem aos visitantes. O preço varia de acordo com o tamanho da bagagem: R$ 10, R$ 15 ou R$ 20*. Carros não entram na ilha. Nas ruelas, circulam apenas pedestres. Há uma estrada de terra por onde passam veículos de serviço e de hotéis. Quem visita Morro é obrigado a pagar uma

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taxa de R$ 15, independentemente do tempo de estadia. A cobrança é uma tentativa de restringir o acesso à vila, que tem em torno de 8 mil habitantes e recebe 400 mil turistas por ano, com maior procura no período de outubro a março. Entre março e julho, há outro fluxo importante: o de viajantes israelenses. Em geral, são grupos de jovens recém-saídos do serviço militar obrigatório, que descobrem o destino pelas redes sociais. Partindo de Salvador, é possível pegar um catamarã para Morro (são duas horas e meia de viagem). Não é recomendado, porém, para quem costuma enjoar em embarcações. A alternativa é fazer um trajeto marítimo-terrestre-marítimo, por conta própria ou por meio de operadoras de turismo. Nesse caso, são 40 minutos de barco até a ilha de Itaparica, uma hora e meia de ônibus até Valença e mais 12 minutos de lancha até Morro. O portal do vilarejo, por onde passam todos aqueles que chegam, é o mesmo da Fortaleza de Morro de São Paulo. A fortificação começou a ser construída em 1630 para defender a região de invasores. Foi desativada em


Gamboa do Morro

Fortaleza de Morro de São Paulo, construída em 1630

DANILO VERPA / FOLHAPRESS

1907 e acabou em ruínas, mesmo tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1938. Após uma restauração, entre 2009 e 2017, o espaço ganhou estrutura para virar museu, cujo funcionamento ainda depende de licitação. Hoje, podem ser acessadas a parte externa do forte e a muralha de 678 metros para chegar até ele. A visita, gratuita, pode ser feita das 9h às 18h30, mas o horário de maior movimento é ao entardecer. O pôr do sol é um grande evento em Morro. Outros locais perto da fortaleza são disputados pelos turistas para assisti-lo: o restaurante ao ar livre do hotel Portaló e, no alto do morro, o bar Toca do Morcego e o Mirante do Farol. O lounge da Toca do Morcego tem mesas e pufes em meio às árvores e música eletrônica. Oferece uma das melhores vistas do entardecer – um pouco comprometida, porém, pela quantidade de selfies. A entrada custa R$ 15 e uma cerveja long neck, R$ 12.

Para ir ao mirante, é preciso continuar a subida por mais alguns minutos. No fim do caminho, à esquerda, chega-se a um deque, à beira de um barranco: uma vista igualmente bonita – e gratuita. À direita, há outro mirante de onde se tem boa visão das praias. De lá sai uma tirolesa com 70 metros de altura e 340 metros de extensão. A descida custa R$ 50 por pessoa e acaba no mar, na Primeira Praia. Em Morro, as praias são nomeadas em sequência: Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta. Quanto menor o número da praia, mais perto ela fica da vila – e suas lojas, pousadas e restaurantes ao longo da rua principal. Com mais ondas, a Primeira Praia é menos frequentada pelos turistas, que se concentram, sobretudo, na Segunda, em razão da boa estrutura de restaurantes e das águas tranquilas. Continua na página 34 u

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q TURISMO & LAZER

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A Terceira é o ponto de saída dos passeios de barco. Já a principal atração da Quarta Praia são as piscinas naturais que se formam na maré baixa. Ali, nem é preciso mergulhar para ver peixes. À frente, está a Quinta, também conhecida como praia do Encanto. Com poucos hotéis, é ideal para se afastar da muvuca. Quando a maré fica baixa, ganha uma larga faixa de areia, emoldurada por um manguezal. Outra praia que merece ser visitada é a Gamboa do Morro. Dá para ir para lá de barco ou por uma caminhada de cerca de 40 minutos, a partir do píer de Morro de São Paulo. O percurso só pode ser feito na maré baixa e passa por meio de pedras e pontes não muito seguras. Turistas lambuzados de lama dos pés à cabeça são sinal de que se chegou ao povoado da Gamboa do Morro. Ali, há um paredão de argila, anunciada como medicinal. A praia tem quiosques para quem quer passar o dia no

local e, para almoço, uma boa opção é o restaurante Nativas, na vila de pescadores. O arroz de polvo, para duas pessoas, custa R$ 110. O viajante que não tem muito tempo pode ter uma noção geral do arquipélago ao fazer um passeio de barco de volta à ilha, que para em alguns pontos de Boipeba e no centro histórico do município, em Cairu. Custa R$ 130 por pessoa. Quem diz ter criado o passeio é o Alemão, folclórico guia turístico de Morro. Capixaba, ele viajou para o povoado há 28 anos e, apaixonado pelo destino, por lá ficou. Além de saber tudo sobre o arquipélago, Alemão é conhecido por se apresentar para os turistas com o seu trompete de mão – com a boca, faz o som do instrumento, simulando-o com as mãos. Se quiser conhecê-lo e não o vir tocando pelas ruelas de Morro, basta perguntar a qualquer morador, que com certeza saberá onde encontrá-lo. Continua na página 36 u

Turistas na Quarta Praia

FOTOS: DANILO VERPA / FOLHAPRESS

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PĂ´r do sol na Toca do Morcego

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q EMPRESAS TURISMO && LAZER NEGÓCIOS

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Do outro lado do rio do Inferno, vizinha Boipeba é só sossego 36 | Vilas Magazine | Abril de 2019

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eparada da ilha de Tinharé pelo rio do Inferno, Boipeba é só sossego. Não tem carro, música alta nem turistas para todo lado. O celular também pega mal por lá. As praias, pelo menos fora da alta temporada, são quase desertas. No começo de setembro, havia mesas de sobra no restaurante do Guido, que prepara a lagosta mais famosa da ilha, na praia da Cueira. A 20 minutos de caminhada da vila de Boipeba, a praia é uma das mais bonitas da região, com altos coqueiros que fazem sombra à faixa de areia. Guido começou ali há 36 anos, servindo o prato aos turistas em um carrinho de mão. Com o sucesso, montou o próprio restaurante, mas ainda


TATIANE AZEVICHE

Mas em qualquer época vale visitar a Ponta dos Castelhanos, no sul da ilha. No encontro do rio Catu com o oceano, forma-se uma ponta de areia que fica à mostra na maré baixa, assim como um banco de corais. A forma mais fácil e segura de chegar é de barco, mas também há trilhas até lá. Na praia, uma barraca de pastel, com versões bem recheadas, faz sucesso com os turistas. O pastel de lagosta com banana sai por R$ 14. Perto dali, no fundo do mar, está o navio espanhol Madre de Dios, que afundou na região em 1535. Os restos da embarcação ainda podem ser vistos por quem mergulha com cilindro na região. Carolina Muniz / Folhapress. * Preços coletados em setembro/18, quando foi feita a reportagem.

Vila de Boipeba, outro dos encantos da região GUSTAVO PORTO

cozinha no meio da praia, em um fogão a lenha fincado na areia. Uma lagosta na manteiga, para duas pessoas, sai por R$ 150. O drinque Boipeba é um dos mais pedidos, feito de vodca, abacaxi, manjericão, manga, tomate e maracujá. Custa R$ 20. Mas a baixa temporada tem suas desvantagens. Ao passar de barco sobre as piscinas naturais de Moreré, mal dá para reconhecer as fotos vistas durante o planejamento da viagem, que mostravam um mar cristalino, à la Caribe. É entre os meses de novembro e março, quando as águas ficam mais claras, que é possível aproveitar melhor o mergulho por ali.

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q EMPRESAS & NEGÓCIOS

Raymundo Dantas

Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

As compras dos pequenos

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uem está no varejo ouviu dizer, a vida toda, que o lucro está nas compras. Se isso não é completamente verdadeiro, pelo menos podemos dizer que tem muito de verdade. Sem dúvida uma boa compra (mercadoria certa, preço bom, condições de pagamento boas, etc.) já significa meio caminho andado para o lucro. O contrário disso, uma compra mal feita, aí sim, é certeza de prejuízo. Mas comprar bem é uma ciência. E as dificuldades começam pelo próprio fato de que a compra significa uma atividade com dois pólos: alguém que compra e alguém que vende. Quem compra quer vantagens e quem vende também quer. O poder de fogo, às vezes, está com o comprador (uma grande rede de lojas, por exemplo, quando compra de um pequeno fornecedor local). Mas, na maior parte dos casos, é a indústria que tem um grande porte, comparativamente ao poder de compra do pequeno comerciante. A desigualdade de porte entre comprador e fornecedor é realmente uma grande problema que se apresenta para o varejista, de qualquer setor, que busca fazer das suas compras o melhor trampolim para os lucros. Por mais simpáticos que sejam os representantes, por maior que seja o clima de parceria instalado, há uma realidade econômica que sempre irá se impor: o poder de compra. Quem

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compra mais, terá sempre condição de obter maiores vantagens, por uma questão de escala, que dá ao fornecedor melhor relação custo/benefício (custos fixos, logística, etc.). Portanto, as pequenas empresas de varejo padecerão sempre dessa dificuldade, que restringe seu poder de fogo na competição com as grandes. Muitas vezes seu volume de compra nem sequer permite o acesso à própria indústria,

forçando-as, invariavelmente, a se abastecer com distribuidores ou atacadistas. A grande solução para esse problema continua sendo a Central de Compras. É preciso aprender a compartilhar, com outras empresas do mesmo ramo e porte, as compras. As necessidades de cada um, somadas, produzem um volume de compras semelhante ao de uma grande empresa e permite o mesmo poder de barganha na hora da negociação. Centrais de Compras reduzem custos operacionais e obtêm preços, prazos e vantagens bem melhores do que aqueles


que, cada um individualmente, poderia conseguir. A curto prazo, essas vantagens diretas ocasionarão outras bonificações, como, por exemplo, o aumento de volume dos negócios de cada pequeno varejista, pela maior competitividade que seus preços passarão a ter. Alem disso, haverá uma tarefa a menos na firma: comprar. E esta talvez seja uma das tarefas que mais absorve tempo e preocupação do empresário. Liberado dessa tarefa, vai sobrar tempo para pensar no crescimento do negócio, na melhoria dos serviços prestados, no melhor atendimento ao cliente, etc. A Central de Compras tem evoluído para a formação de redes de pequenas empresas, sob uma marca única, geralmente com a participação de um grande distribuidor. Os varejistas de farmácia, por exemplo, já se agrupam desse modo em todo o País. Os de supermercado também já se associam assim. E estão se dando bem. Não entendo por que esse procedimento ainda não se tornou geral entre os pequenos. Desconfiança? Então basta dar uma olhada em volta, para constatar que algumas redes de lojas de médio e até de grande porte no Brasil de hoje, foram participantes de Centrais de Compras, quando eram pequenas. E até cresceram graças a isso. Nesse tempos bicudos de fusões, em que até os grandes procuram ser maiores, está na hora de vitalizar a cooperação entre os pequenos, e o correto é começar pelas compras. Se o pequeno quiser sobreviver, crescer e se perpetuar.

O que você precisa saber antes de abrir sua empresa - Parte 2 Enquadramento tributário correto é essencial Em geral, as empresas são classificadas de acordo com o porte e o faturamento anual em micro, pequena, média e grande empresa. É importante que estejam enquadradas corretamente para que sejam recolhidos todos os impostos devidos, prevenindo assim, problemas com a Receita Federal e, ao mesmo tempo, evitando que o empresário pague tributos dispensáveis, o que representaria um prejuízo. No Brasil, há três tipos de regimes tributários mais comuns, aplicados a empresas de todos os portes: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.É importante que a escolha seja feita com apoio do contador, pois a melhor alternativa para cada empresa pode variar de acordo com o ramo de atividade, o faturamento, o valor das despesas operacionais, entre outros fatores. É fundamental realizar, portanto, uma análise cuidadosa antes de tomar a decisão. Sócios devem ser escolhidos com critério Para os empresários que vão atuar com um ou mais parceiros de negócios, definir com quem será celebrada a sociedade é outro ponto importante. Alguns tópicos merecem uma reflexão mais demorada, que pode ser iniciada a partir de perguntas orientadoras como: l Os sócios têm os mesmos propósitos para o negócio? l Quais as tarefas que serão desempenhadas individualmente e qual será o grau de autonomia individual? l Há consenso sobre pontos que costumam ser críticos, como o valor da remuneração, a distribuição dos lucros, a possibilidade de contratar familiares como funcionários, etc.? l O futuro sócio apresenta algum tipo de pendência junto a órgãos como Receita Federal, Secretaria da Fazenda estadual e a Previdência Social? É válido salientar que restrições desse tipo podem impedir a abertura da empresa ou mesmo prejudicar o relacionamento com fornecedores e bancos, dificultando o acesso ao crédito. Importante Cônjuges podem ser sócios apenas se não forem casados em regime de comunhão ou separação universal de bens. Antes de estabelecer a sociedade, no entanto, convém registrar em contrato as obrigações das partes em caso de separação, para que a dissolubilidade do casamento não inviabilize a continuidade das operações da empresa. Colaboração da Objetiva Consultoria Empresarial.

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q PREVIDÊNCIA

Separe a papelada para fazer a declaração do Imposto de Renda Documentos são os mais importantes ao fazer a prestação de contas dos ganhos e das despesas de 2018

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s trabalhadores, aposentados e demais contribuintes que tiveram renda tributável acima de R$ 28.559,70 em 2018 precisam prestar contas à Receita Federal. O prazo para fazer a declaração do Imposto de Renda começou no dia 7 de março e vai até as 23h59 de 30 de abril. A declaração do IR é o momento em que o contribuinte informa ao fisco quanto recebeu durante todo o ano, o

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que inclui salário, aposentadoria, renda de aluguéis e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), por exemplo, e também declara os seus gastos com saúde, educação, empregada doméstica e atividade profissional, entre outros. Para isso, o contribuinte deve ter em mãos os documentos corretos. O mais importante deles é o informe de rendimentos da empresa, no caso do trabalhador assalariado. Para os aposentados, é

preciso ter o informe do INSS. Na hora de declarar a renda total no ano, não pode haver erros, qualquer vírgula, ponto ou número a mais pode causar divergências entre os dados informados pela fonte pagadora e o contribuinte, o que pode levar à malha fina do imposto. As despesas também são alvo da Receita Federal, principalmente os gastos com saúde, pois não há limite para conseguir o abatimento no IR. Por isso, na hora de informar o que pagou, quanto pagou e para quem pagou, o contribuinte precisa ter os documentos corretos. Para os gastos com médicos, os recibos e os informes dos planos de saúde são essenciais. No caso dos convênios, já há cruzamento dos gastos entre o fisco e as empresas dos planos. Para os médicos, também há um controle dos recibos emitidos no ano.


CUIDADO COM A RENDA DO DEPENDENTE O contribuinte que informa dependentes na declaração deve ter muito cuidado. Caso tenham recebido rendimento tributável no ano de 2018, é preciso informar essa grana ao fisco, senão, o trabalhador cairá na malha fina. Dentre os rendimentos tributáveis estão salário, grana de estágio e, até mesmo, pensão alimentícia. Contas em nome dos dependentes, como a poupança, também devem estar no Imposto de Renda. Cristiane Gercina / Folhapress.

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q VIVER BEM

Descobrir o câncer de próstata cedo é fundamental para cura Exame é indicado para homens com mais de 50 anos, ou 45 anos, para quem tem casos na família

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s homens costumam procurar ajuda médica para verificar a próstata quando estão com algum distúrbio ao urinar. A doença mais frequente com sintomas desse tipo é a hiperplasia prostática benigna. O perigo é que o câncer de próstata é mais grave, mas não apresenta sinais na fase inicial. Então, quando eles aparecem, a doença já está avançada. É por isso que os especialistas recomendam o check up a partir dos 50 anos, em geral, ou após os 45 anos para quem já teve casos na família ou é negro. O ideal é que tanto o exame de toque quanto o PSA (de sangue) sejam feitos para auxiliar no diagnóstico correto. Em caso de suspeita de câncer, uma biópsia será feita. Segundo o uro-oncologista Arnaldo Fazoli, do comitê científico do Instituto Oncoguia de São Paulo, o médico tem que diferenciar se o câncer está só na próstata ou se ele já se espalhou – as chamadas metástases. “Na fase inicial, a gente consegue tirar esse câncer de próstata e o paciente não ter mais que fazer nenhum tipo

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de tratamento para o resto da vida”, afirma Fazoli. Por outro lado, se o paciente descobrir que está com o câncer só na fase avançada, a chance de cura fica muito mais difícil. Já a prostatite é uma inflamação, geralmente causada por uma bactéria, que pode vir da uretra ou do intestino do próprio paciente. De acordo com o urologista Alex Meller, da Universidade Federal de São Paulo, ela se divide em dois tipos: a aguda, que é muito sintomática, quando o homem tem dificuldade para urinar, e a crônica, que não agride tanto a próstata e quase não tem sintomas. Para evitar a doença, os idosos devem cuidar da imunidade: “Dormir bem, se alimentar bem, se você tem diabetes, manter a diabete controlada, não fumar, não beber.” EXAME DE RETO DURA APENAS 10 SEGUNDOS Segundo Arnaldo Fazoli, quando se faz só o PSA, cerca de 30% dos casos de câncer de próstata não são detectados. Já com os dois exames, apenas 2% ou 3% passarão sem diagnóstico. “O exame de toque tem bastante importância por que ele pode detectar um nódulo”, explica o médico Alex Meller. Fazoli diz ainda que quem já fez sabe que não causa dor nem sangramento e dura, em média, 10 segundos. Luiza Goulart / Folhapress.


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ESPAÇO ABERTO

Caminhe na direção da felicidade Gustavo Arns

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elebrado em 193 países, o Dia Mundial da Felicidade é comemorado em 20 de março, mas o que de fato esta data representa? Criado pelo filantropo, ativista, estadista e proeminente assessor especial da ONU, Jayme Illien, o dia foi escolhido para inspirar, mobilizar e promover o movimento global da felicidade e bem-estar da sociedade. Tão difícil quanto definir o que é felicidade, é saber como atingir a idealização social que temos do que é ser feliz. A definição do termo pelo especialista em psicologia positiva e professor da aula mais concorrida de Harvard, Tal Bem Shahar, diz que a felicidade é, na verdade, a combinação de bem-estar físico, espiritual, intelectual, relacional e emocional. O equilíbrio entre esses aspectos é que irá definir se estamos caminhando em direção aos nossos objetivos. Bem-estar físico: Começamos a pensar em fatores como: qualidade do sono, hábitos alimentares, exercícios físicos. Esse tipo de cuidado básico que o corpo humano necessita para estar em harmonia, muitas vezes são deixados de lado no estilo de vida que vivemos hoje, com multitarefas e inúmeros afazeres que parecem nunca estarem concluídos. É necessário dar a atenção necessária ao bem-estar físico, pois ele será um dos grandes responsáveis pela nossa capacidade de concluir as nossas metas nos demais campos de ação. Bem-estar intelectual: É também muito importante refletir a respeito do nosso bem-estar intelectual. Analisar se de fato estamos buscando conhecimento em áreas que gostaríamos de ter ou que já temos domínio, mesmo que não estejam necessariamente ligadas a um objetivo profissional. Sentir que o aprofundamento em algum tema está nos trazendo uma construção de sabedoria e conhecimento impacta diretamente na realização de felicidade. Bem-estar relacional e emocional: No aspecto relacional e emocional, é preciso refletir em como estão os relacionamentos, se o nosso círculo de amizades tem sido algo construtivo e importante, se são pessoas confiáveis e que existe um sentimento verdadeiro mútuo. Um am44 | Vilas Magazine | Abril de 2019

biente seguro, onde se possa ser quem realmente é, sem a necessidade de performar um papel que não é seu. Avaliar se você está dedicando um tempo de qualidade para essas pessoas que são significativas na sua vida, estando presente de verdade e se importando com eles da forma correta. Como, por exemplo, desfrutar de uma boa companhia em um jantar agradável sem concentrar os pensamentos em alguma conta para pagar, uma situação estressante do dia ou em mensagens no celular. Bem-estar espiritual: O bem-estar espiritual é uma avaliação sobre a sua real presença nas atividades que você se propôs a realizar. Estar focado no presente nem sempre é uma tarefa fácil, mas a concentração em desfrutar e aproveitar o momento fará toda a diferença na sua percepção do presente e afetará positivamente suas realizações para o futuro. É preciso ter um olhar cuidadoso para as sensações do nosso corpo, a forma como você está se sentindo, a vitalidade que você tem tido para realizar as tarefas e demais sintomas que possam surgir e afetar seus objetivos. A partir daí, é possível construir boas metas pessoas e profissionais, focando na direção certa para você quer caminhar neste ano de 2019. Entenda qual é o seu grande objetivo a longo prazo e quais são as pequenas realizações que vão te fazer atingir ele. Traçar metas semestrais, mensais, semanais e diárias que te auxiliem a construir uma possibilidade factível de chegar onde você almeja. Dentro disso, tem mais uma colocação da psicologia positiva que podemos acrescentar, que o aspecto profissional é uma das esferas humanas, mas que por diversas vezes podemos acabar depositando toda nossa esperança de ser feliz nisso e acabar nos frustrando constantemente. Claro que a realização material é importante e até linhas espirituais vem afirmando que não existe problema em galgar um caminho de conforto, para que tenha uma vida prazerosa e com condições de realizar os sonhos pessoais. A necessidade de ser feliz que encaramos constantemente na nossa realidade, faz com que estejamos sempre em busca disso e não se pode deixar que os momentos de tristeza, amargura, raiva e sofrimento nos façam desistir do que buscamos. Compreender essas sensações e aceitá-las, faz com que possamos passar pelas dificuldades mais rápido e estejamos mais preparados para construir um futuro como planejado. GUSTAVO ARNS é idealizador do congresso internacional da felicidade e coordenador do curso “GBA da Felicidade: Transformando pessoas e organizações”, promovido pelo ISAE Escola de Negócios (www.isaebrasil.com.br)


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