Vilas Magazine | Ed 218 | Março de 2017 | 32 mil exemplares

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ECONOMIA SOLIDÁRIA EM ABRANTES

PAGUE CONTAS NA MOEDA LOCAL



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EDITORIAL

Circulação continua a ser uma prioridade no 19º ano da Vilas Magazine

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ão há milagres, pelo menos no setor produtivo da economia. Ou você produz o que uma maioria quer comprar, presta o serviço de que um grupo de consumidores precisa, ou não vai gerar riqueza, criar empregos e, por fim, girar a roda do desenvolvimento social – que é para isso que se trabalha. Um veículo de comunicação não é diferente. Ou publicamos o que as pessoas precisam e querem saber ou não há audiência. Sem audiência, não haveria retorno em vendas para os anunciantes, que são o sustentáculo de todos os veículos, mesmo os que têm circulação paga. Assim, é fundamental garantir que a circulação da Vilas Magazine continue a atingir de fato os leitores – que querem e precisam consultar os anúncios de produtos e serviços que todos os meses são publicados. O ciclo virtuoso que garante acesso a ofertas para os leitores e retorno em vendas para os anunciantes depende fundamentalmente de uma distribuição bem calibrada e efetiva. O universo do público leitor e consumidor, naturalmente, está em permaCarlos Accioli Ramos nente mudança. Por isso a Vilas Magazine está sempre atualizando a base de Diretor-editor dados sócio-econômicos e demográficos da região. Não basta dar o recado. É preciso garantir que a mensagem chegue, com regularidade, ao seu destino. O cuidado que sempre tivemos com a circulação da revista continuará no topo das nossas prioridades neste 19º ano de circulação, garantindo que os leitores sejam bem servidos e os anunciantes bem remunerados pelo investimento que todos os meses fazem. Fielmente.

Recadastre o seu condomínio e garanta o recebimento todos os meses da Vilas Magazine Com o propósito de qualificar ainda mais a entrega da revista Vilas Magazine nos domicílios residenciais da região, estamos reordenando nosso setor de Distribuição. Em Vilas do Atlântico os exemplares são entregues em todos os domicílios do loteamento. Fora dos seus limites, priorizamos a entrega em condomínios residenciais da região, incluindo partes de Stella Maris, Praia do Flamengo e Abrantes, em Camaçari. Essa distribuição é complementada com exemplares disponíveis em pontos de distribuição previamente selecionados na região, com grande fluxo de pessoas. Atualmente, em torno de 500 condomínios na região recebem a revista Vilas Magazine, todos os meses. Ao longo desses 18 anos de circulação, embora tenhamos mantido o compromisso de disponibilizar a revista Vilas Magazine, todos os meses, aos moradores da região, estamos certos de que podemos melhorar e otimizar ainda mais essa logística. Para isso, precisamos dispor de informações seguras e precisas de como a revista chega até você. Nesse processo, a sua parceria é estrategicamente fundamental. Se os exemplares mensais não estão sendo entregues com regularidade na sua casa, consulte o síndico ou o administrador do seu condomínio e peça para nos informar e, caso necessite, fazer o recadastramento. FALE COM A GENTE: Tels.: 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 | comercial@vilasmagazine.com.br 4 | Vilas Magazine | Março de 2017


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cena da cidade

Mande sua foto registrando algum flagrante inusitado da cidade, com breve descrição, para redacao@vilasmagazine.com.br Com a aposta de organizar eventos gratuitos para os artesãos e artistas plásticos locais, a Central do Artesanato de Lauro de Freitas realizou em fevereiro a 19ª edição da Feira do Artesanato, na praça da av. Praia de Itapoan, ao lado da igreja católica. Foram quatro dias sob o lema “resgatando artesanato em Lauro de Freitas” com a participação de 66 artesãos e 16 artistas plásticos. Wellington Rocha, presidente da Central do Artesanato, planeja realizar outras feiras, mas não há ainda datas definidas. De acordo com ele, a ideia é “gerar emprego e empregabilidade, fortalecendo o empreendedorismo local”.

www.vilasmagazine.com.br Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42700-000. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (accioliramos@vilasmagazine.com.br) Dire­to­ra: Tânia Ga­zi­neo Accioli Ramos Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (alvaro@vilasmagazine.com.br) Assistentes: Leandra da Cruz Almeida e Vanessa dos Santos e Silva Contatos: comercial@vilasmagazine.com.br Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri Adm./Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br) Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@vilasmagazine.com.br) Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado Redação: Rogério Borges DRT 6851/MG (coordenador) Colaboradores: Jaime Ferreira (articulista), Thiara Reges (repórter freelancer) PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 0xx71 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 CONTATO COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br Tiragem desta edição: 32 MIL EXEMPLARES Im­pressa na Gráfica Log & Print (Vinhedo/SP).

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Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gra­tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais de Lauro de Freitas, Es­trada do Coco e região (Busca Vida, Abran­tes, Ja­uá, Ja­cuí­pe, Gua­ra­juba, Stella Maris, Pra­ia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi­ tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publi­cadas nesta edição, por qualquer me­io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Di­reitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CO­NAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e cre­di­bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a vei­culação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine u­ti­liza conteúdo edi­to­ri­al fornecido pela Agência Fo­lhapress (SP). Os títulos Vilas Ma­­gazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas regis­tradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.


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REGISTROS & NOTAS Jovens mostram Arte na Praça Aconteceu em 11 de fevereiro a 9ª edição do projeto Arte na Praça, evento que proporciona momentos de dança, música, teatro e poesia aos moradores do bairro de Itinga. Os encontros são realizados na Praça da Esperança (José Ramos), um sábado por mês. Idealizado e desenvolvido pela ProduArt, produtora criada por alunos recém formados do Núcleo de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas - Jovens Baianos, o projeto conta com o apoio da Associação Cultural Tupã (ACTU), Ereoatá Teatro de Bonecos, Teatro Eliete Teles e Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social. Dia 18 acontece outra edição. Interessados em participar com apresentações artísticas podem enviar e-mail para equipeartenapraca@gmail.com

Projeto Praia Acessível em Vilas do Atlântico

A praia de Vilas do Atlântico mais uma vez serviu de cenário para uma ação do projeto Praia Acessível, voltado para pessoas com deficiência motora, auditiva e intelectual ou com mobilidade reduzida, que possam usufruir de momentos de lazer. Criado no ano passado, o projeto é pioneiro no Brasil, 8 | Vilas Magazine | Março de 2017

quando se considera o fato de ser permanente e financiado pelo poder público. Em Lauro de Freitas estão disponíveis três cadeiras anfíbias e 30 metros de esteira que possibilitam o banho de mar sem dificuldades. Os portadores de necessidades especiais são auxiliados por estudantes universitários, fruto de uma parceria com a Faculdade Maurício de Nassau. Além do banho de mar assistido, os beneficiários do projeto podem praticar outros esportes na praia, como frescobol, bocha, vôlei sentado e surf adaptado. A prefeitura promete expandir as ações do projeto para Buraquinho e Ipitanga.


Pedro Moraes / GOVBA

João Leão recebe Comenda 2 de Julho A mais alta honraria da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), a Comenda 2 de Julho, foi concedida ao vice-governador João Leão. Natural do Recife, João Felipe de Souza Leão completou 71 anos em 27 de fevereiro e mora na Bahia desde o fim da década de 1950. Formado em agronomia, o atual vice-governador e secretário do Planejamento do Estado foi prefeito de Lauro de Freitas, entre 1989 e 1992, e deputado federal por cinco mandatos consecutivos. Foi secretário de Infraestrutura do governo estadual, entre agosto de 2009 e março de 2010, além de secretário da Casa Civil de Salvador, de 2011 a 2012. João Leão tornou-se Cidadão Baiano em 2007.

Ação solidária em prol do Instituto dos Cegos da Bahia A Texto & Cia Assessoria de Comunicação ampliou a campanha de doação para o Instituto dos Cegos da Bahia (ICB) com o apoio do Laboratório Sabin. Durante a ação, que terá seu encerramento no dia do aniversário de Salvador – 29 de março – as pessoas que puderem doar materiais de limpeza para o ICB poderão se dirigir a uma das unidades do Sabin (na região o laboratório tem unidades em Vilas do Atlântico e Stella Maris). Os produtos que o Instituto mais precisa são: água sanitária, detergente (louça), sabão em pó, sabão em pasta, álcool, álcool gel, saco de lixo 30/50/100 e 200L, papel higiênico, papel toalha (rolo e folha), guardanapo de papel, vassoura e desinfetante (Veja e Pinho Sol).

Jamile e André, filhos de Pedro César e Laura Rêgo e Jair Menezes(in memoriam) e Rilsa Maria Amorim, casaram em 4 de fevereiro em requintada cerimônia realizada no espaço do Instituto Feminino da Bahia, no Politeama, em Salvador. Após o ato solene, os convidados foram recepcionados no histórico ambiente do Museu Henriqueta Catharino, de arquitetura colonial e mobiliário do século 19.

Povo de santo reverencia Iemanjá em Buraquinho

Mãe Lúcia (abaixo), a Mameto Kamurici do terreiro São Jorge Filho da Gomeia, em Portão, comandou a benção das oferendas a Iemanjá na praia de Buraquinho, em fevereiro. Após entoar o xirê – sequência de toques de atabaques e cantos em homenagem à Orixá, – Mãe Lúcia abriu o cortejo que levou os balaios até os barcos ancorados na foz do Joanes. Pedindo paz, Mãe Lúcia lembrou que “esta é a única manifestação pública do povo de santo de Lauro de Freitas”. E lembrou a relevância dessa tradição: “são mais de 300 terreiros no município. Estamos aqui para pedir paz, pedir pela natureza, equilíbrio”.

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espaço aberto

A servidão voluntária Helington Rangel

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o meado do século 16, o filósofo francês Étienne de La Boétie, morto aos 32 anos, disseca, no panfleto “Discurso da servidão voluntária,” o estranho fenômeno de homens que abdicam da própria autonomia de pensar para acompanhar a cabeça alheia, comportando-se segundo o mestre ordenar. A produção literária mais famosa de Étienne de La Boétie foi escrita no final da adolescência, em 1548, após a derrota do povo francês contra o exército e fiscais do rei, taxando novo imposto sobre o sal. O texto tornou-se oração à liberdade, com reflexões sobre fatores de dominação da maioria por pequeno grupo, da opressão. Na obra, o autor medita sobre a possibilidade de cidades inteiras submeterem-se a vontade de um governante, evento que somente pode transformar-se em realidade

mediante a servidão espontânea. Na formulação dele, são os próprios homens que se permitem dominar, pois, caso aspirassem ao retorno da liberdade, necessitariam rebelar-se para reconquistá-la. Na visão de Étienne de La Boétie, a tirania implode quando indivíduos reagem contra sua própria escravidão. Como a autoridade constrói seu domínio com a obediência consentida dos oprimidos, a estratégia de resistência sem violência é palpável, organizando coletivamente a recusa de curvar-se à vassalagem. Ele enumera a maneira como os povos podem subjugar-se voluntariamente ao governo de um só homem: em primeiro lugar, pelo hábito, pois quem está acostumado à serventia tende a não questioná-la; em seguida, pela religião ou pela superstição, que se forma em torno da figura do líder. No entanto, não são exclusivamente esses dois métodos os elementos indispensáveis para conceber a escravidão não forçada: o segredo da dominação consiste como envolver o poviléu na estrutura piramidal do poder, sem protesto.

Sob a ótica de Étienne de La Boétie na sua época, os camponeses e artesãos eram, em certo sentido, mais livres e felizes: após cumprirem as ordens do mandachuva, podiam investir o resto do tempo como desejassem. Já os cortesãos, gravitando continuadamente em torno do soberano, ficavam distanciados da liberdade. Ao esmiuçar de forma abrangente a dependência, Étienne de La Boétie capta que existe na própria alma humana o germe da lógica da natureza: no reino animal, todos estimam a liberdade e se recusam a servir – e quando o fazem é por imposição, daí nenhum homem ter motivo para viver submisso. Depois de 439 anos da sua divulgação, o escrito do humanista francês carrega ainda vigor intelectual capaz de auxiliar no diagnóstico sobre a tradição de o povo brasileiro sentir-se orgulhoso ou envaidecido da sua peculiar mansidão e passividade, falta de nexo para quem convive com um Estado revestido de gatunos astuciosos. Helington Rangel é professor universitário, economista e jornalista helingtonr@gmail.com

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cidade

Tal como uma subprefeitura virtual, SALVA tem planos ambientais para Vilas do Atlântico

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uncionando “quase como uma subprefeitura”, na avaliação do coordenador geral Márcio Costa, a Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva) segue em atividade 15 anos depois de fundada. Todo tipo de problema urbano em Vilas do Atlântico acaba na mesa dos coordenadores da entidade, que correm atrás das soluções junto à prefeitura. No capítulo dos projetos para o bairro, a Salva quer operar o Parque Ecológico de Vilas do Atlântico “em parceria com a prefeitura”. No final do ano passado a entidade ganhou sala em espaço público – na entrada do parque, recentemente reformada. A Salva quer viabilizar a “auto-manutenção” do parque, realizando feiras de produtos orgânicos, mantendo um orquidário e estimulando atividades de educação ambiental, além de outros eventos. Outra das preocupações da atual co-

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ordenação da Salva é com o fluxo de água do rio Joanes. Márcio Costa afirma que “a Embasa retira toda a água da barragem, que não tem vazão para verter para Buraquinho”, ocasionando “grave problema ambiental e econômico para a região”. (leia matéria à página 18). A regularização ambiental inclui a retomada das obras de esgotamento sanitário no bairro. Costa avalia que isso poderia funcionar como uma “contrapartida” da Embasa. A entidade pede pressa no esgotamento sanitário de todo o município, “urgente esgotamento sanitário na Lagoa de Base” e o fim do lançamento de esgoto no rio Sapato por meio da rede pluvial, inclusive de bairros vizinhos. A Salva sugere iniciativas de “educação ambiental nas comunidades do entorno do rio” para minimizar o lançamento clandestino de esgoto. Obter o esgotamento sanitário da Lagoa de Base “antes do final da obra da

Márcio Costa, coordenador geral da Salva, em frente ao novo espaço da entidade: meio ambiente é preocupação


A Salva quer tomar conta do Parque Ecológico de Vilas do Atlântico em parceria com a prefeitura

Conder” que reverte a drenagem pluvial daquele bairro para o rio Sapato é outra prioridade da Salva. Márcio Costa lembra que “não existe um tempo bem delimitado” para essa providência e que “dessa forma vai haver esgoto no fluxo pluvial todos os meses vindo para o rio Sapato”,

além de continuar a haver prejuízo para os moradores da Lagoa da Base. O meio ambiente aparece no topo das preocupações da entidade também quando se trata de propor a coleta seletiva de lixo em Vilas do Atlântico, com a implantação de um projeto piloto e o de-

senvolvimento de projetos com empresas de reciclagem. A segurança pública, primeira razão de ser da Salva, 15 anos atrás, continua na pauta. A entidade quer melhorar a vigilância preventiva contratada a uma empresa privada, inclusive com o uso de câmeras e obter maior atuação conjunta com a Policia Militar. A infraestrutura do bairro, se depender da Salva, também vai melhorar, por exemplo nas portarias de Vilas do Atlântico, com o uso de “totens informativos”. Acima de tudo, a entidade defende a manutenção do Termo de Acordo e Compromisso (TAC) de Vilas do Atlântico, mas quer um programa de manutenção preventiva das praças, ruas e avenidas, com o plantio de árvores, melhoria dos passeios e via para ciclistas.

Obras no Sapato fazem parte da drenagem da Lagoa da Base

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stá em execução em Vilas do Atlântico, desde o mês passado, o cronograma das obras de reversão de drenagem da Lagoa da Base, de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder). De acordo com a empresa, a atual etapa inclui o “desassoreamento” do rio Sapato entre a avenida Praia de Itapoã e a rua Praia de Mucuripe, além da ampliação da passagem de água sob as ruas Praia de Mucuripe e Praia de Tambaú, com a instalação de novas manilhas. Ao mesmo tempo, prosseguem as obras na avenida Amarílio Tiago dos Santos, entre o Centro de Lauro de Freitas e Ipitanga.

O leito do rio Sapato, cheio de baronesas, LEG recebe a espuma O leito do rio Sapato, cheio de baroresultante do nesas, recebe a espuma resultante desassoreamento. do desassoreamento Máquinas a serviço da Conder (esq.) instalam novas manilhas sob a rua Praia de Tambaú, aumentando a vazão de água entre trechos do rio.

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cidade

Audiência pública para discutir a recomendação do Ministério Público: ânimos acirrados

Abertura da Praia de Guadalupe depende de decisão judicial

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município de Lauro de Freitas está impedido de derrubar o muro que delimita os loteamentos Vilas do Atlântico e o Miragem na altura da rua Praia de Guadalupe, até posterior decisão judicial. Liminar nesse sentido foi concedida no dia 3 de março pela 1ª Vara da Fazenda Pública, atendendo pedido da Associação de Moradores de Vilas do Atlântico (AMOVA) e Sociedade de Amigos do Loteamento Vilas do Atlântico (Salva), entidades representativas dos moradores. A ação de Interdito Proibitório interposta pelas entidades visa sustar a demolição recomendada ao município pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA). A análise técnica produzida pela instituição menciona que tanto a rua Praia de Guadalupe, em Vilas do Atlântico, como a rua C, no Miragem, “possuem o mesmo código de logradouro”, concluindo que o muro constitui obstrução de via pública. 14 | Vilas Magazine | Março de 2017

Pedra cantada Reportagem da Vilas Magazine publicada em maio de 2014, há quase três anos, alertava para a criação da conformação legal que poderia levar à abertura de quatro novos acessos a Vilas do Atlântico – incluindo a rua Praia de Guadalupe, alterando as características originais daquelas vias, construídas como vias locais estreitas e sem saída, todas com um balão para retorno de veículos no fim. Naquela época ainda estava em discussão o projeto de lei que viria a atribuir o mesmo código de logradouro a ruas distintas, em bairros distintos, sinalizando a intenção de abrir novos acessos a Vilas do Atlântico. A Guadalupe, apesar de ser uma alameda de Vilas do Atlântico, passava a constar da listagem de logradouros como pertencente também a Buraquinho, bairro vizinho que inclui o Miragem, com o mesmo número de cadastro: 040881.

Outras três ruas paralelas à Guadalupe foram incluídas pela proposta legislativa da prefeitura no novo bairro de Buraquinho, onde elas efetivamente não existem. Além da rua Praia de Guadalupe, acabaram “geminadas” ao Miragem pelo código de logradouro também as ruas Praia de Gravatá, Praia do Conde e Praia de Lucena – todas vias locais sem saída, dentro dos limites originais do loteamento. Agora a análise técnica do MPBA constatou que as ruas em questão “possuem o mesmo código de logradouro, o que as torna única e não vias sem saída distinDelanise Costa: o problema não é o muro, mas a falta de estudos técnicos


tas”, concluindo que houve “interrupção do seu fluxo” – uma realidade criada pela lei que instituiu os códigos de logradouro. Além disso, no projeto de lei, a rua Praia de Guadalupe, apesar de estreita e com um balão para retorno de veículos no fim, típico de vias sem saída, aparecia classificada como “coletora”, designação própria de vias com intensidade média de tráfego, entre local e arterial – sugerindo a intenção de derivar para ali um trânsito mais intenso. Naquele ano a prefeitura desmentiu com veemência a abertura de novos acessos, apesar dos códigos de logradouro coincidentes, mas no ano passado afirmou ao Ministério Público que “a rua Praia de Guadalupe foi projetada para conectar os dois loteamentos”, Vilas do Atlântico e Miragem, conforme consta da argumentação do MPBA. Entretanto, quando o loteamento Vilas do Atlântico foi construído, no final dos anos 70, o Miragem ainda não existia. Ali havia apenas dunas e áreas encharcadas onde os veranistas de Vilas do Atlântico praticavam esportes. Além disso, os memoriais descritivos do TAC de Vilas do Atlântico preveem apenas três acessos para o loteamento, que ficaram

Tereza Araújo (seg. à esquerda) em reunião de moradores na Guadalupe: prevendo o fim da paz conhecidos como primeira, segunda e terceira portarias. A análise técnica do MPBA menciona ainda, expressamente, as ruas Praia de Gravatá, Praia do Conde e Praia de Lucena, considerando que também teriam sido projetadas para ligar Vilas do Atlântico ao Miragem, por dentro do loteamento Jardim do Atlântico “que, aparentemente, interrompeu o fluxo de pelo menos mais três vias” – as mencionadas. Trânsito até a Copacabana Não por acaso, a recomendação do MPBA verifica que “vem aumentando o número de loteamentos que cercam sua área interna, transformando-se irregularmente em condomínios”. O muro da rua

Praia de Guadalupe pode ser apenas o primeiro de muitos a cair em loteamentos “fechados” por toda a cidade. Está em discussão uma proposta de moradores da área da Guadalupe para que o loteamento Jardim do Atlântico, no Miragem, permita o acesso público de veículos entre a rua Ana Dias e a avenida Praia de Copacabana, atravessando vias públicas por dentro daquele loteamento. A ponte para pedestres que hoje existe sobre o rio Sapato seria substituída por uma passagem para veículos, na tentativa de dar vazão ao trânsito gerado pelo Miragem em direção a Vilas do Atlântico e vice-versa. A ideia poderá colher a oposição dos moradores do loteamento Jardim do Atlântico e da avenida Praia u

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cidade

de Copacabana e adjacências, já que ninguém quer passar a viver com um congestionamento de veículos na porta de casa de uma hora para a outra. O frequente engarrafamento da rua Ana Dias, continuação da Priscila Dutra, foi o principal motivo apontado pelos moradores do Miragem para reivindicar a abertura de mais um acesso a Vilas do

Mapa da área em questão: Códigos de logradouro coincidentes sinalizavam abertura de novos acessos desde 2014 (dir.) Vista aérea da área hoje ocupada pelo loteamento Jardim do Atlântico, com Vilas do Atlântico ao fundo: na área em destaque, a rua Praia de Guadalupe (abaixo) convivência harmônica – e despachou a gravação dos depoimentos para análise do Ministério Público.

Atlântico durante a audiência pública sobre o tema, promovida pela prefeitura em fevereiro. Presidida pela prefeita Moema Gramacho (PT), a audiência não resultou em qualquer decisão, apenas abrindo espaço para a defesa das posições contra e a favor da derrubada. A mesa foi composta por representantes das associações de moradores de Vilas do Atlântico, do 16 | Vilas Magazine | Março de 2017

Miragem e de Buraquinho. A prefeita avisou que não tomaria posição naquele momento e afirmou que seja qual for a decisão, não haverá surpresas: todos serão avisados com antecedência. Diante de ânimos acirrados, com parte da plateia entoando gritos de “der-ru-baaa”, Moema Gramacho disse que se esforçará para manter a tranquilidade entre as comunidades para uma

Perdas e ganhos Tranquilidade e harmonia é tudo o que os moradores da Guadalupe e alamedas adjacentes temem perder. A perspectiva é entupir uma estreita via local com o trânsito que hoje entope o Miragem. Tereza Lisboa Araújo, 82 anos, que mora na rua Praia de Guadalupe há 23 anos, sabe que vai perder o sossego: “não sei como vai ser”, disse durante uma reunião de moradores. Delanise Costa, moradora de Vilas do Atlântico, apelou durante a audiência para a civilidade de todos, alertando para a confusão do objeto da discussão, que deveria ser técnica e legal e não uma disputa entre bairros. O problema, lembrou, é que foram emitidos alvarás de construção e funcionamento para equipamentos geradores de tráfego no Miragem sem levar em conta a mobilidade urbana. “O problema não é o muro”, definiu. A moradora pediu estudos técnicos para o trânsito de toda a


cidade – e não só no Miragem. “A Estrada do Coco toda, Vilas do Atlântico toda” vivem o mesmo problema, lembrou. Já André Macedo, representante da Cooperativa de Transporte Escolar e Turismo de Lauro de Freitas (COOTELF), quer soluções imediatas. Trabalhando no trânsito, Macedo enfrenta quase diariamente o congestionamento nas imediações das escolas do Miragem. Ele acredita que a derrubada do muro virá descongestionar a rua Ana Dias e minimizou os problemas de segurança que isso pode trazer. Macedo contou que roda 220 Km todos os dias dentro de Vilas do Atlântico e disse que vê “muito assalto”. Para ele, “derrubando ou não o muro, os assaltos vão continuar”. A segurança é a principal preocupação dos moradores do entorno da Guadalupe.

André Macedo: abertura de novo acesso a Vilas do Atlântico como prioridade

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Instituto CCR lança edital para projetos culturais

Instituto CCR, organização sem fins lucrativos ligada ao grupo CCR – que explora o metrô de Salvador e Lauro de Freitas – abriu inscrições para um novo processo seletivo para patrocínio de projetos na área cultural. Apenas produtores culturais com CNPJ cadastrado em Lauro de Freitas poderão representar a Bahia no edital devendo inscrever seus projetos até 14 de março. Os escolhidos serão patrocinados com o montante de até R$ 200 mil cada um, não sendo obrigatório que o patrocínio chegue a esse limite. O valor total do patrocínio oferecido é de R$ 2 milhões. Na primeira edição do edital, em 2016, cadastraram-se 730 instituições. Foram submetidos 86 projetos, e 17 deles foram aprovados para o recebimento do apoio do Instituto CCR. Este ano, além de Lauro de Freitas, outros 173 municípios em outros estados foram incluídos. O principal objetivo do “2º Edital Instituto CCR de Projetos Culturais” é fomentar o desenvolvimento cultural em municípios – exceto capitais – no entorno das unidades de negócio administradas pelo Grupo CCR. Lauro de Freitas tornou-se elegível por conta da estação Aeroporto da linha 2 do metrô, que está sendo construída em território do município. Para a edição deste ano, as regras do edital foram mantidas. Para participar, os projetos (e seus proponentes) devem atender a pré-requisitos. Somente serão aceitas inscrições feitas via Sistema de Inscrição Online, no site do Instituto CCR (http://www.institutoccr.com.br), dentro do período de inscrição, até 14 de março de 2017. Os proponentes devem ser pessoa jurídica e estar sediados em uma das 174 cidades listadas no edital. Até a data de abertura do edital (14 de fevereiro de 2017), os projetos devem estar aprovados (com publicação no “Diário Oficial da União”) e aptos a captar no artigo 18 da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura. Após indicação dos projetos, os proponentes serão submetidos a uma avaliação pela área de “compliance” do Grupo CCR. Somente receberão o aporte projetos cujos proponentes sejam aprovados nessa etapa. “O primeiro edital, no ano passado, atingiu plenamente o objetivo de apoiar o desenvolvimento da cultura fora dos grandes centros urbanos”, disse Marina Mattaraia, gestora do Instituto CCR. “O edital de 2017 é resultado do amadurecimento da política de investimento social privado do Grupo CCR. É uma ferramenta que permite também o relacionamento com um maior número de proponentes, aumentando o conhecimento do Grupo CCR nessas regiões e ampliando as possibilidades de apoio a projetos qualificados”, afirmou.

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meio ambiente

Abertura das comportas no Joanes pode reduzir problemas ambientais

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conclusão do esgotamento sanitário de Camaçari – porque, ao contrário de Lauro de Freitas, o município vizinho tem sistema de esgotamento sanitário – vai reduzir drasticamente, ao longo dos próximos anos, o volume de água que chega à represa Joanes 1. A informação foi dada por Júlio Mota, superintendente de assuntos regulatórios da Embasa, em setembro do ano passado, durante reunião com membros da Oscip Rio Limpo. De acordo com ele, a questão já preocupava a engenharia da empresa, que buscava uma alternativa para minimizar esse efeito. A redução do volume de água a montante da barragem vai agravar ainda mais o fluxo de água a jusante, já quase inexistente. O engenheiro químico Márcio Costa, coordenador geral da Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico, afirma que “há meses não se verte água para a praia de Buraquinho, segundo informações de funcionários da Embasa que operam a barragem”. De acordo com ele, “a tendência é não verter mais água – só vai verter se houver uma enchente rio acima”. Na prática, o Joanes morre na barragem Joanes 1, sem chegar a Buraquinho. A água que chega à praia pela calha do Joanes é, na verdade, apenas a água poluída do rio Ipitanga, um dos seus afluentes. Como as comportas da barragem estão seladas, só verte água quando chove em excesso, transbordando o reservatório – inclusive causando alagamentos nessas ocasiões. O vereador Antônio Rosalvo aponta as comportas abertas da barragem Joanes 1: reabertura reivindicada

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A barragem Joanes 1, no Jambeiro: a montante, belo lago, ...

O risco de alagamentos – e o modo de evitá-los, abrindo preventivamente as comportas da barragem – é uma das bandeiras do vereador Antônio Rosalvo (REDE) há anos. De acordo com ele, devolver o fluxo de água ao Joanes “não é só uma questão ambiental, mas de defesa civil”. As gestões do vereador junto à Embasa para conseguir a abertura das comportas, de acordo com ele, resultaram infrutíferas até agora. Para Caio Marques, da Rio Limpo, o retorno do fluxo de água deve ser prioridade por questões ambientais. Mas Júlio Mota lembra que a prioridade é o abastecimento de água à população. Dar vazão ao reservatório é possível, mas seria uma decisão delicada porque poderia colocar em risco o abastecimento. Há ainda a questão legal. De acordo com Costa, que participou de uma reunião da APA (Área de Proteção Ambiental) Joanes-Ipitanga em dezembro do ano passado, um represen-


Estudantes de Portão também estão atentos ao rio Joanes

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... mas a jusante apenas um riacho até encontrar as águas poluídas do Ipitanga

conservação do rio Joanes preocupa também a comunidade estudantil do Colégio Social de Portão, que desenvolve projetos de arte-educação voltados ao protagonismo dos jovens e que têm contribuído para que os estudantes mobilizem a comunidade e as famílias para enfrentar as ameaças ambientais. Na escola, instituição conveniada ao Governo do Estado, o alerta perpassa diferentes ações pedagógicas, envolvendo música, dança, artes plásticas, teatro e cinema, com destaque para as produções de audiovisual do Núcleo de Cinema e Vídeo. Por meio do projeto de audiovisual, os alunos criam vídeos interdisciplinares, como o “SOS Rio Joanes”, premiado no Produções Visuais Estudantis (Prove) – projeto da secretaria da Educação do Estado. Para a realização do vídeo, os estudantes foram sensibilizados a partir do teatro, para despertar neles o interesse em pesquisar sobre a importância do rio. Reprodução

tante da Embasa, especialista em barragens, afirmou que a empresa tem licença para retirar 3,75 m³ de água por segundo da barragem e retira apenas 2,4 m³. Mas “pelas Portarias SRH nº 091/08 e 092/08 de concessão de uso das águas do rio Joanes, esse valor é para a barragem Joanes 2”, afirma Costa. “Para a barragem Joanes 1 o valor concedido é de 1,0 m³”, garante. De acordo com Mota, há técnicos na Embasa que defendem o fim da captação de água na barragem Joanes 1 devido aos custos do tratamento. É possível, portanto, que a lógica econômica consiga adiar o fim do rio Joanes, amenizando a poluição em Buraquinho e quem sabe até os alagamentos. ENTENDA: Jusante e montante são lugares referenciais de um rio pela visão de um observador. Jusante é o fluxo normal da água, de um ponto mais alto para um ponto mais baixo. Montante é a direção de um ponto mais baixo para o mais alto. A jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água e montante é a parte onde nasce o rio. Por isso se diz que a foz de um rio é o ponto mais a jusante deste rio, e a nascente é o seu ponto mais a montante.

Tela do vídeo SOS Águas do Joanes: envolvendo a comunidade

Depois de realizarem a pesquisa, os alunos reproduziram o conhecimento adquirido através de desenhos e pinturas, que foram espalhados por toda a escola. Eles desenvolveram também cordéis, composições musicais, peças teatrais e coreografias, apresentados no próprio colégio. Tudo foi registrado em vídeo, cuja trilha sonora é assinada pelo cantor, compositor e instrumentista Gereba Barreto. Para a coordenadora do projeto e arte-educadora Petinha Barreto, a produção dos vídeos pelos alunos é a prova do quanto a arte pode ser uma parceira no amadurecimento como ser humano. “Através de projetos culturais, os estudantes são estimulados à criatividade e ao gosto pelo ambiente escolar e pelas disciplinas do currículo regular. A arte está vinculada à Educação, ou seja, elas complementam os conhecimentos”, explica a educadora. Março de 2017 | Vilas Magazine | 19


comunidades

Comunidade de Abrantes adota moeda virtual para estimular economia local

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s moradores de Abrantes, em Camaçari, desde o mês passado já podem pagar suas contas de consumo e boletos bancários na moeda local, o “Abrantes” – AS$. Além de facilitar a vida de quem já aderiu à moeda virtual do lugar, a novidade pode atrair mais gente para o sistema – que visa estimular a economia local. A nova facilidade foi possibilitada pela abertura de um posto da Caixa na chamada Prefeitura Avançada da Orla, o Centro de Atendimento Municipal (CAM), na Estrada do Coco, junto ao Banco Comunitário Abrantes Solidário. O posto depois converte Abrantes em Reais junto ao “emissor do meio circulante” alternativo. O banco foi criado há quase três anos, na esteira de um movimento de economia solidária que no Brasil conta até mesmo com um plano oficial do governo federal. Na Bahia há ainda

AS$ 10 valem R$ 10. O Banco Comunitário Abrantes Solidário oferece microcrédito para pequenos comerciantes e garante o “lastro” da moeda local

Nivalda Santos: ainda há resistência das pessoas

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uma “Rede Baiana de Bancos Comunitários de Desenvolvimento” que inclui, além de Abrantes, em Camaçari, os municípios de São Francisco do Conde, Simões Filho, Cachoeira, Matarandiba, Cairu, Guanambi e Canavieiras. A iniciativa é gerida pelo Forum Sustentável da Costa dos Coqueiros, ONG que dá apoio a organizações comunitárias do litoral norte baiano. As principais funções do “banco” são a oferta de microcrédito popular e a garantia de “lastro” para a moeda local. A qualquer tempo, um comerciante que tenha recebido pagamentos na moeda “Abrantes” pode trocar os valores por reais, à razão de AS$ 1 por R$ 1. De acordo com Aloisio Silva Ribeiro, presidente do banco, atualmente há cerca de AS$ 10 mil em “papel moeda” em circulação, devidamente lastreados em reais. Apenas 55 comerciantes locais estão conveniados ao sistema, aceitando o Abrantes como pagamento, mas a oferta de microcrédito para pagar em até cinco vezes sem juros, na moeda alternativa, tem potencial para alavancar a aceitação. Os empréstimos – de no máximo AS$ 300 – são para consumo das famílias ou destinados a pequenos comerciantes, como artesãos ou vendedores de picolé, exemplifica Ribeiro. Todos os meses são concedidos empréstimos que somam


AS$ 2 mil a AS$ 3 mil. Há também linhas de crédito para grupos produtivos – três pessoas ou mais – com limite de AS$ 1.000 e dois meses de carência para pagar. O banco comunitário também empresta em reais, mas nesse caso há juros. Como apenas os comerciantes conveniados podem retornar ao banco para converter a moeda em reais, quem recebe o empréstimo precisa usar os Abrantes na rede conveniada, na própria comunidade, estimulando a economia local. Um desses comerciantes é Sérgio Bispo da Hora, verdureiro que aderiu à iniciativa desde a primeira hora, em 2014. “Ainda está lento”, diz ele. Mas Sérgio confia que as pessoas passarão a acreditar mais na iniciativa agora que podem pagar contas de consumo com o Abrantes. Nivalda Santos, que toca um pequeno restaurante e também aceita pagamentos em Abrantes, verifica que “há uma resistência à moeda” por falta de esclarecimento. O principal obstáculo à adesão dos moradores, na verdade é a ausência de uma cadeia de produção menos limitada na localidade. O açougue, por exemplo, aceita pagamentos em Abrantes, mas precisa trocar tudo por reais quando vai comprar carne “porque não há abatedouro aqui”, explica Ribeiro. Ali se interrompe a circulação do Abrantes. Muitas famílias também preferem ir comprar mais longe, fora da comunidade, onde os Abrantes não são aceitos.

O posto da Caixa junto ao Banco Comunitário: aceita-se Abrantes

t Aloísio Ribeiro: posto da Caixa deve alavancar aceitação da moeda alternativa u sérgio Bispo: confiança na moeda

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comunidades

Abrantes Futebol Clube:

um time de sonhos Thiara Reges

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er jogador de futebol é o sonho que mexe com a mente de muitos meninos, de norte a sul do Brasil. E não seria diferente com o pequeno Paulo. Mas as surpresas da vida transformaram esse sonho em uma lição do bem. Paulo Henrique Costa dos Santos, hoje com 17 anos, é o fundador do Abrantes Futebol Clube, time que ajuda crianças e jovens a reescreverem suas histórias de vida, mantendo vivo o sonho de entrar em campo e jogar futebol. Sua inspiração? O pai, Paulo Santana dos Santos, jogador de futebol, meio campista, com passagens pelo Ipiranga, que morreu assassinado com seis tiros, em 2010, em Salvador. “Tinha feito testes em algumas escolinhas, sem nunca ter chegado ao futebol profissional, e pensei: Será que é tão difícil assim ser jogador de futebol? Quando meu pai morreu resolvi criar um time e ajudar meninos que tenham esse mesmo sonho que eu”, conta. Sete anos se passaram e hoje cerca de 200 crianças e jovens, de nove a 30 anos, treinam nas categorias sub 15, sub 17 e sub 20, num precário campo de chão batido e alguns poucos tufos de grama. O alambrado, uma grande conquista do time, foi construído há um ano, pela prefeitura de Camaçari, e ajuda a dificultar o acesso de animais no campo, mas são visíveis buracos feitos por cachorros e fezes de cavalos. Já existe, junto à Prefeitura de Camaçari, um projeto para implantar melhorias no espaço, com construção de arquibancada e vestiários. Paulo estima que cerca de 70% dos 22 | Vilas Magazine | Março de 2017

meninos que frequentam a escolinha esteja em situação de vulnerabilidade familiar. “A grande maioria dos meninos vive em situação de risco, pais usuários de drogas por exemplo, entre outras situações. Mas esses são os mais esforçados. Exemplos não faltam, como o de um menino que veio treinar com a chuteira rasgada, colada com fita. Perguntei: Como treina assim? A resposta veio transbordando de entusiasmo: ‘Professor, esse é o meu sonho’. Impossível não ajudar”, destaca Paulo. Enquanto rola a conversa, histórias vão sendo relembradas, ganhando novos contornos, acreditando num final feliz. Jaciel Tomaz dos Santos, tem 18 anos e saiu do interior de Pernambuco, em 2013, em busca de melhores oportu-

nidades. Dividindo seu tempo entre o trabalho, ajudante de pedreiro, os estudos e os treinos na escolinha, Jaciel já foi convidado para jogar em Goiás e agora,

Paulo Henrique (acima), é o fundador do Abrantes Futebol Clube, time que ajuda crianças e jovens a reescreverem suas histórias de vida, mantendo vivo o sonho de entrar em campo e jogar futebol.


além do Abrantes, compõe a equipe do Galícia, de Salvador. “A saudade da família é grande, mas quem busca alguma coisa de melhor na vida tem que correr atrás. Meu sonho é jogar futebol, e quem sabe um dia jogar pelo Sport de Pernambuco, meu clube do coração”, desabafa Jaciel. “Nabson, que hoje disputa o campeonato sergipano, Leo Ribeiro, no Confiança, também de Sergipe e Jaciel no Galícia, são exemplos de talentos revelados pelo Abrantes e que agora estão em bons times, crescendo no futebol e realizando seus sonhos”, conta Paulo Henrique orgulhoso em perceber que apesar das dificuldades e pouco apoio os resultados estão aparecendo. O time feminino, que contava com aproximadamente 30 meninas, não aguentou a pressão da falta de apoio e parou de treinar em 2016. “Quando me perguntam o que falta, respondo que é tudo! Nossos técnicos e o preparador físico são voluntários, mas ajudamos com o transporte para que eles consigam estar com os meninos segundas, quartas e sextas. Além disso, materiais como chuteiras, bolas e coletes sempre são necessários”, frisa Paulo Henrique. A meta agora é preparar os times para o campeonato Intermunicipal, um dos principais campeonatos amadores da

Bahia, que começa em abril, e o Baiano Juvenil, sub 15 e sub 17, que começa em agosto. Apesar de feliz com os resultados já alcançados pelo Abrantes Futebol Clube, Paulo Henrique ainda acalenta o sonho de ser um atacante de destaque no futebol. “Sempre treino, não desisti do meu

sonho de ser um jogador de futebol”, conclui Paulo. Pessoas físicas e/ou jurídicas interessadas em apoiar o trabalho do Paulo Henrique e o Abrantes Futebol Clube podem fazer contato pelo tel.: (71) 982775800 ou e-mail abrantesfutebolclube@ outlook.com

A medicina esportiva ajuda no tratamento contra as drogas

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medicina esportiva é uma grande aliada para complementar e potencializar o tratamento no combate à dependência química. “A prática de exercícios aumenta o condicionamento físico, melhora a autoestima e altera os hormônios do sistema nervoso central. Um deles é a endorfina, responsável pela sensação de prazer e que também diminui a ansiedade e irritabilidade, sensações frequentes na luta para se livrar do vício”, comenta a médica do exercício e do esporte Karina Hatano. Mas os benefícios dos esportes não param por aí. Representam uma forma de ocupação e integração. Isso porque as pessoas se mantêm ativas e podem até fazer novas amizades, dependendo da modalidade. “Tal contato e troca de experiências serve como motivação para quem precisa enfrentar e superar esse grande desafio’, complementa a especialista. Toda e qualquer atividade física alivia o estresse e proporciona a sensação de bem-estar. Uma corrida de 30 minutos, por exemplo, melhora o humor, o entusiasmo, a energia e o engajamento nas atividades do dia a dia. Mas antes de sair por aí, praticando qualquer exercício é importante o dependente químico passar por uma avaliação de um médico do esporte. Ele fará os exames clínicos e laboratoriais e mediante os resultados dará as indicações de exercícios e de alimentação. O acompanhamento periódico, inclusive, é imprescindível para mensurar os progressos. DEPENDÊNCIA QUÍMICA Uma pesquisa feita entre 2012 e 2013, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgou dados sobre o uso de maconha, cocaína e seus derivados e também bebidas alcoólicas no Brasil. Com os resultados, os pesquisadores estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes, o que representa mais de 8 milhões de pessoas.

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turismo

PARQUE DOS DINOSSAUROS Em paisagens primitivas, fósseis e rochas de milhões de anos mostram aos turistas um pouco da pré-história do Brasil, que tem um geoparque oficial, no Ceará, e 23 projetos para novas unidades Geoparques levam turista à préhistória com fósseis e rochas esculpidas pelo tempo; Brasil tem apenas um exemplar, mas soma mais de 20 estudos para novas áreas

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isitar um geoparque é viajar à préhistória. Bilhões de anos se acomodam nas marcas que ficaram no solo, nas montanhas e nos monumentos esculpidos pelo tempo. Nesses lugares podem ser encontrados desde formas estranhas e raras em rochas até fósseis de dinossauros e outros bichos pré-históricos. Em 2004, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) criou a Rede Global de Geoparques (GGN, na sigla em inglês), que reúne áreas com sítios geológicos cientificamente relevantes, estruturadas para promover proteção, educação e desenvolvimento sustentável. O Geopark Araripe, localizado no sul do Ceará e reconhecido pela Unesco em 2006, é o único representante brasileiro na rede.

Não se trata de uma unidade de conservação, nem é uma nova categoria de área protegida. Essa modalidade de parque oferece a possibilidade de associar a proteção do patrimônio geológico com o turismo e o desenvolvimento regional, explica Carlos Schobbenhaus, coordenador do Projeto Geoparques, iniciativa do CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Com a colaboração de pesquisadores de várias instituições, o CPRM já elaborou pelo menos 23 estudos completos sobre áreas onde futuros geoparques podem ser instalados no Brasil. Uma delas fica no Quadrilátero Ferrífero, no centro-sul de Minas Gerais (veja outros locais no mapa). Esses estudos, que contêm um levantamento científico minucioso das características geológicas e o potencial turístico das regiões escolhidas, são, no entanto, apenas o primeiro passo para o nascimento de um geoparque. A criação de uma estrutura de gestão e outras ações complementares devem ser propostas por autoridades públicas, comunidades locais e iniciativa privada, em uma fotos: Samuel Macedo / Folhapress

ação integrada, afirma Schobbenhaus. Esse não é um conceito engessado, diz Paulo Boggiani, geólogo da USP e pesquisador de geoturismo. O geoparque pode ser privado ou estatal e pode ter um roteiro bastante diversificado. A falta de infraestrutura para receber visitantes é a maior dificuldade dos locais pesquisados pelo CPRM, o que também

Réplicas de Angaturama limai (maior), pterossauros (acima) e Santanaraptor placidus (menor) no museu de paleontologia

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Rio Batateiras sem água, no Geopark araripe, no Ceará

impede o reconhecimento pela Unesco de novos geoparques no Brasil. Segundo Boggiani, um sistema já utilizado no Geoparque Arouca, em Portugal, e que pode dar certo por aqui, é o de montar projetos para buscar recursos no setor privado. As empresas, a comunidade local e os turistas ganham, afirma. Um dos impactos positivos do modelo, de acordo com Boggiani, está na geração de renda para a comunidade local por meio do turismo. Para tal, diz ele, os aspectos geológicos nesses lugares devem estar articulados com outras atrações, como florestas e praias, para despertar o interesse dos visitantes.

pouco explorado O Ministério do Turismo afirma que já trabalha com o desenvolvimento de parques relacionados ao patrimônio natural do Brasil, por meio do ecoturismo, e que apoia iniciativas relacionadas aos geoparques. O ministério diz também reconhecer que o geoturismo ainda é pouco explorado diante do potencial do país. De acordo com Gilson Burigo Guimarães, geólogo da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), isso ocorre, em parte, porque somos mais sensíveis para apreciar a biodiversidade florestas, rios, etc. do que nossa herança geológica.

Isso pode causar certo desinteresse em visitar um sítio arqueológico, por exemplo. “Um dos objetivos do geoturismo é fazer a tradução do conhecimento científico para o público”, diz ele. “Visitar um sítio desses amplia a capacidade de compreender nosso planeta, o que é uma ferramenta poderosa para conservar a nossa história”, afirma Guimarães. A rocha que um turista vê em um geoparque deixa de ser uma simples pedra. Ele pode conhecer não somente a geologia do local, mas também valores como a biodiversidade e a cultura, comu pleta Schobbenhaus. Everton Lopes Batista / Folhapress.

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turismo

CHAPADA DO ARARIPE

Geoparque no Ceará mistura dinossauros e templo religioso Turista pode aproveitar trilhas na chapada do Araripe enquanto conhece um pouco da pré-história brasileira Os nove geossítios se espalham por seis municípios e englobam até o local onde está a estátua do padre Cícero

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travessar a Chapada do Araripe, na região cearense do Cariri, é ver com os próprios olhos o sertão virar mar. À medida que se avança pela formação rochosa, a poeira da estrada e as árvores amareladas da caatinga vão ficando para trás e dando lugar a uma mata verde e viva. Nascentes, rios e até cachoeiras fazem a água brotar e impedem que a chapada fique seca, mesmo nas épocas mais áridas do ano. Se o sertanejo já se acostumou com a secura, os animais que viviam por ali há cerca de 100 milhões de anos nem

imaginavam o futuro daquele pedaço de mundo. A região era literalmente um mar, onde nadaram tartarugas pré-históricas e parentes dos atuais crocodilos. Hoje, esses e outros bichos antigos estão prensados nas rochas do Cariri, na forma de fósseis. A grande quantidade deles e o bom estado de conservação desses materiais são um dos motivos que fizeram da região o primeiro (e único até o momento) geoparque criado no Brasil. O Geopark Araripe engloba seis municípios e conta com nove geossítios – entre a chapada e a parte baixa, chamada de Vale do Cariri. À primeira vista, pode parecer um papo chato para quem não gosta de dinossauros ou acha que as rochas antigas

são só pedregulhos velhos. Mas pode ser um prato cheio para o turismo. Um bom início de roteiro é o Museu de Paleontologia que fica na cidade de Santana do Cariri. Ali, é possível ver uma réplica em tamanho real de um Angaturama limai, um dinossauro nordestino que pode parecer um tiranossauro para quem não entende muito desses animais. Nas paredes, fósseis de libélulas, peixes e pequenos animais disputam espaço. fotos: Samuel Macedo / Folhapress

Paredão da Chapada do Araripe, no Ceará

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Estrada na Chapada do Araripe

Além dos pterossauros – o Cariri é terra de 23 espécies desse bicho e do terceiro maior indivíduo já identificado no mundo, alguns tão preservados que apresentam músculos e vasos sanguíneos. Antes do museu, que recebe cerca de 900 visitantes ao mês, moradores vendiam os fósseis ou os guardavam em casa, já que as pedras com peixinhos e outros desenhos gravados serviam de disputados objetos de decoração. De lá, é possível ir ao geossítio Floresta Petrificada do Cariri, onde há troncos de árvores que viraram rochas. No Batateira, um minicânion conta com paredões cheios de fósseis de crustáceos. Mas nem tudo é pré-história. A cerca de 7 km da cidade de Barbalha, no geossítio Riacho do Meio, quem não quer saber de dinossauro pode fazer trilhas pela mata e procurar um animal que, por enquanto, está bem vivo: o soldadinhodo-araripe, pássaro endêmico que está ameaçado de extinção. “Os geossítios não estão relacionados apenas à geologia, mas também aos atrativos naturais e culturais do Cariri”, diz Marcelo Martins, diretor do Geopark. Os nove sítios têm entrada gratuita, mas recomenda-se ir com um guia. Até a Colina do Horto, em Juazeiro

do Norte, onde está localizada a famosa estátua do padre Cícero, é considerado um geossítio – ali estão as rochas mais antigas encontradas, com cerca de 650 milhões de anos.

Acima dessas pedras, onde já zanzaram dinossauros, a estátua de 27 metros de altura de “padim Ciço” ouve as orações dos religiosos. Bruno Molinero / Folhapress.

Fóssil de libélula exposto no museu de Paleontologia, em Santana do Cariri, no Ceará

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família

Os benefícios de dedicar mais tempo para os filhos Pesquisa realizada em Israel aponta que os pais só disponibilizam 14 minutos e meio para suas crianças

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edicar um tempo adequado para os filhos se tornou uma grande luta para os pais nos dias de hoje. Eles passam o dia no trabalho, e quando chegam em casa têm que se dividir com os afazeres do lar, o descanso, as mídias sociais e as crianças, essas cada vez ganhando menos horas de atenção dos seus responsáveis. Pesquisa realizada em Israel, pelo professor Amos Rolider, aponta que os pais dedicam apenas 14 minutos e meio por dia a suas crianças no país, uma queda alarmante se comparada há 20 anos, em que disponibilizavam duas horas por dia. Os dados são preocupantes, já que os pais deveriam desempenhar uma das tarefas mais elementares do homem, que é cuidar de seus descendentes e passar valores para eles. Afinal de contas, de todos os seres vivos, o homem é o que mais depende do seus ancestrais. O rabino Samy Pinto compartilha um pouco da sabedoria milenar judaica e destaca os benefícios de disponibilizar um grande período de tempo para as crianças e adolescentes, e também as consequências de ser ausente na vida deles. n Gere amor e seja um modelo Não se encontra entre os seres vivos relações tão fortes entre pais e filhos, marido e mulher, irmãos e, até mesmo, relação com os avós, como nos seres humanos. Diferente dos outros seres, em que seus filhotes criam dependência muito mais rápido, o homem tem uma dependência maior de seus progenitores. E a dedicação de tempo dos pais para com a criança gera um fenômeno muito interessante: o amor. “A dependência gera o amor. Aquele que doa produz amor, e aquele que recebe produz admiração. Vê naquele que doa modelo educativo”, comenta Samy. Essa admiração, consequência do amor criado, fará com que a criança e o adolescente vejam nos pais um modelo significativo a seguir, ele vai poder andar, transformar e melhorar o mundo, porque a dependência gerou nele um ser amado, pronto para atuar na sociedade. “Essa pesquisa dos 14 minutos e meio nos dá um alerta, a falta de tempo para com os filhos fará com que eles saiam desta relação muito desequipados, inseguros e suscetíveis a uma série de influências não desejáveis dentro da sociedade”, comenta o rabino Samy. n Seja um porto seguro e não um fornecedor de presentes Hoje em dia, uma característica muito presente nos lares é que pai e mãe trabalham fora, isso faz com que exista um cansaço dentro do lar. Os pais já chegam exaustos em suas casas, trazendo menos tempo de convivência, e menor disposição física e emocional para tratar os filhos.

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Em muitos casos, essa ausência causa nos pais o sentimento de culpa, que, para compensar, acabam retirando limites e criando uma situação de presentes e de mimo para que as crianças apreciem eles. “Sem limites e com excesso de presentes, nós criamos, ao invés de filhos, príncipes e princesas tiranos. Porque eles nos exigem cada vez mais, não no aspecto intelectual e emocional, mas sim no aspecto material”, adverte o rabino. Outra consequência negativa, da tentativa de compensar a ausência, é a crise de autoridade dos pais, tornando as crianças e adolescentes mais agressivos. “Um bom tempo dedicado aos nossos filhos fará com que eles nos vejam, na concepção original do modelo educativo, como um porto seguro para ajudá-los a alçarem voos”, completa. n Desligue a TV e o smartphone Não é somente o fato de que pai e a mãe trabalham fora e chegam cansados em casa que diminui a disposição deles de se dedicarem aos seus filhos. Recentemente, os aparelhos eletrônicos ganharam grande espaço na vida das pessoas, e o uso inadequado e exagerado deles vem substituindo o tempo precioso para se estar com as crianças.


Cuidando da nossa casa interior De acordo com o rabino Samy, “cada vez mais, as horas que poderiam ser usadas para estreitar um bom relacionamento com os filhos, estão sendo usadas para sites de relacionamentos, e outras atrações eletrônicas disponíveis no mundo da Internet”. Para a sabedoria milenar judaica, o melhor educador de um ser humano é o seu pai e sua mãe. “Eles são insubstituíveis e intransferíveis, não se pode passar esta missão para qualquer outro. São eles que têm todas as condições de trabalhar como modelos, com tempo, para entregar ao mundo homens e mulheres que poderão fazer a diferença na sociedade”, conclui o rabino Samy Pinto. O rabino Samy Pinto é formado em Ciências Econômicas, se especializou em educação em Israel, na Universidade Bar-llan, mas foi no Brasil que concluiu seu mestrado e doutorado em Letras e Filosofia, pela Universidade de São Paulo (USP). Foi diplomado rabino pelo Rabinato chefe de Israel, em Jerusalém, e é o responsável pela sinagoga Ohel Yaacov, em São Paulo, conhecida como sinagoga da Abolição.

Myrella Brasil

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uando pensamos em reestruturar nossas vidas, é fundamental o cuidado com a nossa casa interior. Abra as janelas de sua casa todos os dias para o Sol, a luz e o ar entrarem, renove suas energias. Ao acordar, agradeça todos os dias pela vida e por todas as oportunidades de aprendizado que irão surgir. Pinte as paredes, redecore a casa, tire os excessos, esvazie o porão da consciência. Você pode começar fazendo isso em sua casa física e isso se refletirá em sua casa mental. Lembrese: guardar o “lixo” pode te adoecer. A doença seria aquela moradora que não gosta da casa limpa, organizada, arejada, clara e colorida. Já a saúde é uma moradora exemplar, ela gosta de tudo limpo e organizado, sem excessos! Sobrecarregar o corpo físico com estresse e ansiedade faz com que o corpo perca a sua energia vital e descarregue a sua bateria, gerando desequilíbrios orgânicos e psíquicos. Às vezes, nos impomos objetivos e metas que não precisamos ou não estamos preparados no momento, mas por teimosia nos sujeitamos à práticas diárias exaustivas, ultrapassando nossos limites físicos e mentais. E talvez por isso percamos nossa saúde, por estarmos despendendo muita energia em objetivos equivocados. Assim, precisamos cuidar de nossa casa mental, além de nossa casa física, que também merece nossa atenção, pois a bagunça e os entulhos impedem o fluxo saudável de energia e ela é um indicativo de nosso estado mental. Uma grande faxina interior e exterior é sempre necessária. Não é possível fazer uma grande faxina, separar o que queremos do que não nos serve mais, organizar tudo sem fazer uma certa bagunça no início. Ela nos causa desconforto, mas logo tudo vai entrando no seu lugar e o ambiente

começa a ficar como queremos. Não precisa arrumar a casa toda de uma vez só, podemos limpar um cômodo por vez, sem pressa! Tenha paciência e perseverança não desista no meio do processo, continue, mesmo levantando muita poeira, no final, vai valer a pena! Siga em frente, não lastime o passado, veja no presente verdadeiramente um “presente” para recomeçar e mais uma oportunidade de ser feliz em seu futuro! O verdadeiro estado de consciência é aquele em que estamos completamente presentes no agora. Então vamos começar agora essa limpeza? Mas como? Identificando sentimentos, pensamentos e ações não coerentes, que estão te limitando e desequilibrando. Proponha-se a fazer pequenas mudanças diárias que fazendo-o sentir mais disposto, feliz e renovado, conseguindo assim reestruturar toda sua casa interior, com determinação, coragem e muito amor por si próprio e pela vida. Crie sempre paisagens mentais alegres, otimistas e saudáveis! A sua casa é um templo sagrado e merece todo seu cuidado e dedicação! O melhor momento de recomeçar é agora! “Não importa onde você parou… em que momento da vida você cansou… Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo… é renovar as esperanças na vida, e o mais importante… acreditar em você de novo. …jogue tudo fora… Mas, principalmente… esvazie seu coração… fique pronto para a vida… para um novo amor…” Carlos Drummond de Andrade.

Myrella Brasil é terapeuta, escritora, pales­trante, pesquisadora. www.myrellabrasil.com.br Março de 2017 | Vilas Magazine | 29


ECONOMIA

Confira as datas para fazer o saque da grana do FGTS Calendário oficial da Caixa começa no dia 10 para quem nasceu em janeiro e fevereiro

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governo e a Caixa divulgaram o calendário oficial dos saques das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A grana começa a ser liberada no dia 10 de março, conforme a data de aniversário do

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trabalhador. Os primeiros a sacar serão os nascidos em janeiro e fevereiro. Os trabalhadores poderão sacar o dinheiro até o dia 31 de julho. A medida deve beneficiar 30,2 milhões de trabalhadores e injetar R$ 30 bilhões na economia

brasileira, segundo o governo. Será liberado o saldo total das contas do FGTS vinculadas a contratos de trabalho encerrados até 31 de dezembro de 2015, em que o trabalhador pediu Continua na página 32


PASSO A PASSO PARA CONSULTAR O SALDO

u

Marรงo de 2017 | Vilas Magazine | 31


ECONOMIA

u Continuação da página 30 demissão ou foi demitido por justa causa. Antes de o governo autorizar o saque das contas inativas, o trabalhador só poderia retirar o dinheiro em situações específicas, como na aposentadoria, se permanecesse três anos desempregado, para financiar a casa própria ou em caso de doença grave. O saque do FGTS depositado pelo patrão atual ou de contratos de trabalho encerrados em 2016 continua sendo permitido só nessas situações ou em caso de demissão sem justa causa. Se o valor for inferior a R$ 3.000, o dinheiro poderá ser retirado nos caixas eletrônicos, nas lotéricas ou nos correspondentes Caixa Aqui, com o Cartão do Cidadão. Para valores maiores, será preciso ir até uma agência da Caixa. Os trabalhadores com mais de R$ 10 mil disponíveis terão que comprovar, por meio de anotação na carteira de trabalho ou termo de rescisão, que o contrato de trabalho foi encerrado até o final de 2015. Leda Antunes / Folhapress.

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SEGURANÇA

Melhor alternativa é transferir o dinheiro Quando for a uma agência da Caixa, o trabalhador que não é correntista do banco poderá transferir o dinheiro de seu FGTS para sua conta. Segundo a Caixa, não será cobrada tarifa por essa operação. Para não correr risco de ser roubado, o ideal é não sair da agência ou da lotérica com o dinheiro vivo. Para quem tem poupança na Caixa, o crédito será feito automaticamente. Os correntistas do banco podem solicitar a transferência no site ou por telefone e não precisarão ir a uma agência, desde que seu cadastro esteja em ordem.

Dinheiro de contas inativas do FGTS será isento de Imposto de Renda A Receita Federal informou que o dinheiro de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liberado para saque será isento de cobrança de Imposto de Renda. Segundo o Governo Federal, são R$ 43,6 bilhões em cerca de 49,6 milhões de contas inativas, segundo o governo, mas uma pessoa pode ter mais de uma conta inativa em seu nome. O pagamento será feito de 10 de março a 31 de julho. O dinheiro do FGTS já é considerado rendimento isento para cobrança do Imposto de Renda, e para o recurso de conta inativa não será diferente. Os contribuintes deverão informar os valores recebidos na declaração do Imposto de Renda de 2018, como “rendimentos isentos e não tributáveis”, de acordo com a Receita.


Marรงo de 2017 | Vilas Magazine | 33


comportamento

Parei de tomar a pílula Para dividir a responsabilidade da contracepção com o parceiro e por questões de saúde, mulheres abandonam os anticoncepcionais hormonais e investem em outros métodos, como a camisinha

C

elebrada como símbolo da liberdade sexual na época de seu surgimento, na década de 1960, a pílula anticoncepcional é hoje encarada de um jeito muito diferente por cada vez mais mulheres. Para elas, seu uso se tornou em larga medida uma imposição dos parceiros e serviu para que a responsabilidade de evitar uma gravidez acabasse recaindo apenas sobre a mulher. Em consultórios médicos e em grupos de discussão na internet, o debate tem esquentado. Além de buscarem métodos alternativos, elas também procuram maneiras de dividir o sentimento de responsabilidade sobre a contracepção. A publicitária Valéria Sousa, 22, diz que nunca se adaptou aos efeitos colaterais da pílula, mas que usava devido aos parceiros, que se recusavam a empregar a camisinha. “O que mais me motivou a deixar a pílula foram as situações em que eu e algumas amigas nos encontrávamos: por saber que nós usamos pílula, o cara se sentia confortável o suficiente para dar desculpas e não se proteger [usar o preservativo]”, relata. “Com o tempo, aprendi a sair de situações que a sociedade costuma tratar como normal. Pode ser também uma questão de opinião, mas é bom reforçar que se isso te faz mal, não é necessário usar. Há outros métodos contraceptivos [veja infográfico na outra página] e, principalmente, com responsabilidade dividida”, diz. A administradora Mariana Lima, 29, começou a questionar, além da divisão das responsabilidades, também os gastos associados à contracepção. Depois de anos usando a pílula e, posteriormente 34 | Vilas Magazine | Março de 2017

o anel vaginal, ela resolveu largar os métodos hormonais. “Eu achava injusto pagar R$ 60 todo mês e ainda ter a preocupação de quando colocar, tirar, etc. Passei a pedir pro meu namorado comprar. Mas ainda assim minha ‘preocupação’ continuava, porque era eu que tinha de lembrá-lo sempre da data da compra. Até que tomei a decisão de não usar mais, assim o cuidado seria dos dois”, diz. Além da maior discussão sob a igualdade dos sexos na responsabilidade Danilo Verpa / Folhapress

A publicitária Valéria Sousa, que decidiu parar de tomar a pílula

pela contracepção, muitas das mulheres buscam outros métodos devido à maior atenção com os potenciais efeitos da pílula – além de um maior risco de problemas circulatórios para quem tem histórico de problemas na família, muitas relatam aumento de peso, diminuição da libido e outros sintomas indesejáveis. Não há números oficiais que indiquem a quantidade de mulheres que têm repensado seus métodos contraceptivos devido a questões ideológicas, mas o movimento já se faz sentir em muitos consultórios médicos no Brasil. “Vejo um movimento de mulheres, ainda limitado a redes sociais, organizando-se para exigir dos planos de saúde que indiquem médicos que ofereçam contracepção não hormonal. Mulheres estão convidando os parceiros a refletir sobre contracepção e optando pelo uso correto e exclusivo de preservativo”, diz a ginecologista Halana Faria “Deixar de usar pílula tem sido um motivo para que mulheres passem a dialogar mais sobre a necessidade de usar preservativo em todas as suas relações.” Mestra em Saúde Pública pela USP, Halana atua no Coletivo Feminista Sexualidade em Saúde, ONG que prioriza o atendimento médico humanizado ao público feminino. Para ela, ainda existe no país a ideia de que as mulheres são as únicas responsáveis pela contracepção. “Não vamos nos esquecer que há serviços de atendimento geridos por instituições religiosas que recusam-se a oferecer DIU e laqueadura por exemplo. Que quando uma mulher apresenta efeitos colaterais à contracepção hormonal frequentemente não consegue acesso a alternativas”, afirma Halana, que diz não ser contrária à pílula. “Não faço coro à demonização da contracepção hormonal. Acho que há mulheres e grupos sociais que podem, sim, beneficiar-se do seu uso e isso precisa ficar claro”, diz Halana, que ressalta a importância do acesso à informação para


ARSENAL CONTRACEPTIVO Alternativas para prevenir a gravidez; algumas devem ser usadas com orientação médica

PÍLULA HORMONAl Impede a ovolução. Uso diário e em horário determinado. Não recomendada para fumantes, pessoas com histórico de problemas circulatórios e vasculares na família

HORMÔNIOS INJETÁVEIS Ação semelhante à da pílula. Injeção mensal ou trimestralmente. As restrições aos hormônios injetáveis são semelhantes às da pílula anticoncepcional

que as mulheres possam tomar decisões. Ana Carolina de Magalhães (foto abaixo), pesquisadora na área de física, usou a pílula anticoncepcional sem perceber qualquer problema ou efeito adverso por mais de uma década. Durante uma temDanilo Verpa / Folhapress

DIU Dispositivo intrauterino em forma de T. Pode ser hormonal ou de cobre. Pode aumentar sangramento, duração e cólicas menstruais. Não recomendado em casos de anemia severa

DIAFRAGMA Anel flexível bloqueia entrada do espermatozóide no útero. Deve ser colocado antes da relação sexual e retirado depois. Há maior risco de infecção urinária.

porada no Canadá, porém, ela começou a repensar o uso do método e passou a pesquisar alternativas não hormonais. Ela conta que, nesse processo, teve o apoio do marido para abandonar a pílula e, também, “dividir as responsabilidades” para evitar uma gravidez não planejada. Hoje o casal optou pelo diafragma e pela camisinha associados. “Parte da decisão de usar a camisinha associada é que é praticamente a única opção de contraceptivo que o homem usa. As outras são coito interrompido, que não nos agrada, além de não ser um método muito confiável, e a vasectomia, que nem sempre é reversível. Sentimos falta de outras opções”, explica. “Usando a camisinha e o diafragma, cada um fica responsável por um método”, conta Ana Carolina. EXCESSOS A pílula anticoncepcional é oficialmente considerada uma linha de tratamento para a síndrome do ovário policístico (SOP). No entanto, na opinião da médica Nathalia Cardoso, que também atende na

PRESERVATIVO Usado por homens e mulheres. É o único que, além do papel contraceptivo, também previne contra DSTs. É o mais recomendado e pode ser associado a outros métodos

ONG, ela é possivelmente excessiva em muitos casos de mulheres jovens. “No início das menstruações, as meninas têm ciclos irregulares, o que é característico da maturação do eixo hormonal, aspecto esse que tende a se regular com o tempo. Adiciona-se a isso o fato de que, com a puberdade, a acne pode aumentar. Esses dois fatores, somente, não diagnosticam a SOP, de forma que temos que ficar atentas para a prescrição indiscriminada de contraceptivos.” Na opinião do professor da Faculdade de Medicina da Unicamp, Luis Bahamondes, hoje as redes sociais têm sido usadas para difundir muitas informações sem lastro científico e que, de uma certa maneira, tem havido uma espécie de demonização da pílula. “O método é seguro, não é uma ameaça mundial como muitos blogs dizem por ai”, explica o médico, que também é pesquisador da clínica de planejamento familiar da universidade. Ele reafirma a a importância de haver uma análise do histórico de saúde das pacientes. Giuliana Miranda / Folhapress.

Março de 2017 | Vilas Magazine | 35


COMPORTAMENTO

Esse emoticon clássico, além de indicar o estado de espírito alegre, pode indicar ao final de uma sentença que tratase de uma piada ou de uma situação engraçada

O moji “piscando”, pode servir para paquerar, mas também para indicar uma ironia em uma sentença, ou indicar uma brincadeira

Esse sorriso malicioso pode ter uma conotação s ex u a l o u d e flerte; o uso em outras situações pode ser arriscado

Nos EUA esse e m o ­j i d a l u a nova com uma face adquiriu o sentido de “estranho”, como se alguém ou algo não estivesse no lugar certo

O joia, que para muitos não passa de um OK, também pode ser usado e percebido como um lacônico “ah, tá”, ou uma maneira grosseira de parar uma conversa

O símbolo japonês originalmente de agradecimento ou de pedido educado – “por favor” – ganhou também um sentido religioso, de reza ou oração

O emoji de ventania ou vento, acabou ganhando a não tão nobre conotação de flatulência, ao menos entre entre usuários brasileiros

A CIÊNCIA DOS

emojis “E

aí, curtiu o karaokê ontem à noite?”, pergunta Jorge para Sarah, pelo WhatsApp, aplicativo para troca instantânea de mensagens. “Adorei. Não sabia que você cantava tão bem ;P”, ela responde. O emoticon “;P”, referência a uma língua de fora, dá uma pista importante do que Sarah realmente gostaria de dizer: sua vontade era de furar os próprios tímpanos ao ouvir o desafinado amigo. A explicitação da ironia é uma das vantagens trazidas pelo uso de emoticons (expressões e desenhos baseados em caracteres convencionais, como “:-)”, por exemplo) e emojis (como os desenhos que ilustram essa página, popularizados em aplicativos de trocas de mensagem). Os cientistas estão prestando cada vez mais atenção a essa forma de comunicação, especialmente psicólogos, em 36 | Vilas Magazine | Março de 2017

busca de entender um pouco melhor o comportamento humano. Para Linda Kaye, psicóloga da Universidade Edge Hill, no Reino Unido, explorar a miríade de dados de conversas virtuais carregadas de rostinhos e desenhinhos é uma chance de decifrar idiossincrasias a partir das situações em que cada um os utiliza. “Se você observa os traços de personalidade, parece haver uma relação entre o quanto melhor uma pessoa lida com outra ou a compreende e o quanto usa emojis”, diz. Ela e outras duas colegas escreveram um artigo sobre o assunto que foi publicado na revista especializada “Trends in Cognitive Sciences” em janeiro. Outros estudos já constataram uma mistura de ativação de áreas do cérebro ligadas à lin-


Psicólogos veem no intenso uso de emojis e emoticons uma boa oportunidade para estudar o comportamento e as relações interpessoais guagem e à emoção quando uma pessoa lê uma mensagem com emojis. De alguma maneira, esse tipo de resposta se aproximaria daquela gerada em uma interação face a face. No fim das contas, os emoticons e emojis podem ser muito mais do que o reforço de que algo foi satisfatório ou agradável (use um “coração” com “S2” ou “<3”) ou a manifestação de segundas intenções por trás de uma conversa casual. Essas “palavras” como resume Luli Radfahrer, especialista em comunicação digital e professor da USP, não têm um significado fixo. Embora algumas como notas de dinheiro voando e o emoticon de espanto (:-O) sejam bem claros em resumir até frases inteiras, outros vão ganhando significados diferentes segundo quem os utiliza – especialmente os jovens. É o caso do “joinha”. Para a velha guarda, o significado pode ser um singelo “OK”, mas entre os mais jovens ele assumiu um significado mais rude, como um desinteressado ou rude “ah, tá”, como explica Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia & Sociedade, do Rio de Janeiro. ‘Novidade’ Se emojis são palavras que chegam como estrangeirismos em uma língua, é natural que os jovens sejam os primeiros a se apropriarem e transformarem seus significados, diz Radfarher. “Eles são os mais dispostos a experimentar com a língua.” Isso não quer dizer que inaugurar uma

“ciência dos emojis”, como Linda e colegas defendem, com testes de imagens e análises comportamentais, tenha um bom embasamento, diz o professor, que acredita que estudos do tipo não acrescentariam muito sobre o que sabemos de linguística. Já Luiz Carlos Cagliari, professor aposentado e pesquisador da Unesp, lembra que a discussão não é tão diferente daquela que surgiu quando os europeus modernos tiveram contato com a China. “Acharam que os chineses não sabiam pensar, já que possuíam um sistema de escrita ideográfico, pictográfico, no qual primeiro vem a ideia, depois o som”, diz. “Quem acha que emoticon ou emoji é novidade esquece que a escrita mais antiga era pictográfica, de objetos que eram traduzíveis em palavras. Os egípcios já tinham emojis – eles são tão velhos quanto andar para frente.” Um paralelo possível é o caminho percorrido pelos programas de computador. Antes era necessário clicar em um comando para as funções pretendidas, como “salvar”, para guardar um arquivo. Hoje, basta clicar em um ícone com um disquete – que muitos dos que nasceram neste milênio nem sabem o que originalmente significa. “No final das contas, a ‘escrita chinesa’ prevaleceu sobre a alfabética”, brinca Cagliari. O interesse da academia em estudar o tema, opina, é uma boa chance para desfazer o preconceito linguístico que muitas vezes acaba viciando esse tipo de discussão. “A escola ensina a escrever de um jeito, mas esse jeito não é o único.” Gabriel Alves / Folhapress.

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vida saudável

Relação sexual é uma das formas de pegar a hepatite B Forma de contágio ainda é desprezada, mas a doença oferece o risco de levar à cirrose e ao câncer

I

nflamação do fígado que pode levar à cirrose e ao câncer no órgão, a hepatite B pode ser pega em relações sexuais sem camisinha. “As pessoas se esquecem desse risco, mas a taxa de contaminação nessa situação é bem alta”, diz a hepatologista Regina Gomes dos Santos. É possível pegar a hepatite C dessa forma,

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também, embora seja incomum. Muitas vezes a hepatite passa despercebida, porque pode não haver sintomas. “Isso é acontece porque o fígado preserva suas funções vitais até que 70% de suas células estejam comprometidas”, diz o hepatologista Tércio Genzini. Ele explica que o perigo é que mesmo sabendo que tem a doença, há quem mantenha hábitos que a leva às fases finais da hepatite. “Ou seja, leva à cirrose, esta sim um quadro irreversível e de maior risco”, afirma. É por isso que o mais seguro é fazer testes preventivos de detecção da doença,

a partir da coleta de sangue. Segundo Regina, dos três tipos mais comuns, a A é a que oferece menor risco de se tornar crônica (permanente). “A quantidade de gente com hepatite B é maior, mas só 5% se torna crônica”, explica. Já na C isso acontece em 80% dos casos. Por outro lado, existe medicamento contra a C com 90% de taxa de cura. O transplante, se necessário, só resolve a insuficiência hepática. O vírus continua no sangue e, segundo Regina, a pessoa continua precisando de medicamentos. Genzini ainda lembra que há vários mi-


tos envolvendo a doença. “Um deles é que se não beber durante a semana, pode abusar no fim de semana”, diz. O outro é que banhos de água quente esterilizariam materiais cortantes – o que só é possível com uso de equipamento específico, chamado autoclave. Confusão mental é uma possibilidade Infectados com hepatite B e C podem apresentar quadro de confusão mental. “Isso só acontece quando o paciente está com cirrose”, diz a hepatologista do Hospital Bandeirantes Regina Gomes dos Santos. “Pode até chegar ao coma”, completa. A médica explica que a confusão começa aos poucos. A pessoa pode ter perda de concentração, dificuldade de operar máquinas, por exemplo, tremores e sonolência. Gislaine Gutierre / Folhapress.

SINTOMAS Febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjôo ou náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura (cor de café), olhos e pele amarelados (icterícia), fezes esbranquiçadas. A pessoa pode não ter sintoma nenhum e mesmo assim ter a doença, inclusive em estado avançado.

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vida saudável

Dor perto do umbigo pode ser apendicite e exige socorro rápido Perda de apetite, náusea e vômitos também são sinais da doença, que é tratada apenas com cirurgia

APENDICITE

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O

primeiro sintoma é uma dor em volta do umbigo. Seis a oito horas depois, esse desconforto migra para a parte inferior direita da barriga. Quem apresenta esses sinais deve correr para um pronto-socorro: pode ser apendicite, doença que evolui em questão de horas e pode


levar à morte. Apendicite, como explica o cirurgião pediátrico Leonardo Kawasaki, é uma inflamação do apêndice, que é uma estrutura do intestino grosso. “Ele tem de 6 cm a 10 cm, mas, com a inflamação, pode até duplicar de tamanho”, diz. O mal ocorre por infecção do órgão ou por presença de fecalito (fezes endurecidas) numa espécie de canal do apêndice. Kawasaki explica que, além dessas dores, a pessoa costuma ter febre entre 37 e 38 graus, perda de apetite, náuseas e vômitos. No começo, pode até achar que se trata de algum desconforto no estômago. “Em algumas situações, o apêndice está virado para trás e simula uma dor renal, uma dor lombar”, ressalta o cirurgião José Capalbo. Mas o pior a fazer é demorar para ir ao pronto-socorro. Com o passar das horas, o apêndice pode sofrer uma perfuração ou uma necrose. “Como há muitas bactérias no apêndice, a doença pode evoluir para um quadro muito grave, que é a peritonite, uma inflamação no tecido que reveste a cavidade abdominal”, diz Capalbo. Essa inflamação pode virar uma infecção generalizada a matar a pessoa ou deixar sequelas. Não há como se prevenir da apendicite, cujo tratamento é sempre cirúrgico.

A dica de Kawasaki é não se recusar a ser internado para confirmar o diagnóstico. “Como a evolução é muito rápida, ele precisa se conscientizar que poderá precisar de uma cirurgia de emergência”, avisa. Idosos podem ter doença sem sintomas Idosos podem ter apendicite sem apresentar sinais. “A hora que ele começa a ter sintomas, já está com peritonite”, diz o cirurgião José Capalbo. Segundo ele, isso ocorre porque o corpo já não reage com a mesma força aos processos inflamatórios. A apendicite, no entanto, atinge mais pessoas com idades entre 15 e 50 anos. Gislaine Gutierre / Folhapress.

NÃO DEIXE SUA REVISTA PARADA NA PORTARIA Se as edições mensais da revista Vilas Magazine não estão chegando com regularidade na sua casa, consulte o síndico e/ou administrador se o condomínio está cadastrado. Se não estiver, peça para cadastrar e garanta o recebimento todos os meses do mais completo informativo de facilidades e serviços da região. Na dúvida, nos consulte: comercial@vilasmagazine.com.br

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beleza & estética

EFEITO MOLHADO Penteado tem tudo a ver com dias quentes e é fácil de fazer; além do gel, outros produtos podem ser usados para criar o mesmo visual

O

penteado que cria o visual de cabelo molhado e já fez bastante sucesso no passado voltou a aparecer no tapete vermelho. “Esse estilo era adorado nos anos 1980. Depois, sumiu e, agora, está com tudo novamente”, diz o cabeleireiro Adam Simon.

Para a cabeleireira Annyelle Karla o penteado ainda seguirá em alta nos próximos meses. “Ele é a cara do verão. O efeito molhado dá a sensação de ter acabado de sair do banho.” O produto mais usado para criar esse efeito nos fios é o gel, mas ele não é o único. “É possível usar também uma musse ou mesmo o ‘live-in’ [espécie de cremes em enxágue]. Para escolher o mais adequado, vale pedir a indicação de um profissional”, diz o cabeleireiro Davi Lira.

A quantidade de produto utilizado também depende de sua qualidade. “Quanto melhor for, menos será necessário para fixar o penteado. E o aspecto visual ficará melhor”, explica Simon. O cabeleireiro Robson Trindade res­ salta, no entanto, que quem usa o penteado com frequência deve ter alguns cuidados extras. “O gel que possui álcool na composição pode gerar desgaste nos fios, então, opte por produtos sem esse componente. Além disso, na hora de lavar, é importante usar um condicionador bom, que trate dos fios e os mantenha saudáveis.” Julia Couto / Folhapress.

APRENDA A FAZER

PASSO 2 (acima) Una as duas mechas laterais na parte de trás da cabeça e prenda ambas com grampos. PASSO 3 (abaixo) Com a ajuda de um pincel, passe gel nas mechas laterais, começando pela raiz e parando na metade do comprimento do fio

PASSO 1 Com o cabelo bem liso, separe duas mechas laterais e uma mecha no topo da cabeça. Prenda cada uma com um prendedor 42 | Vilas Magazine | Março de 2017


PASSO 4 (acima) Pegue a mecha do topo da cabeça e desfie os fios com um pente fino para criar um topete alto PASSO 5 (abaixo) Jogue essa mecha para trás e passe camadas generosas de gel na raiz e no comprimento dos fios, até que o penteado fique firme

Resultado da aplicação

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mundo animal

Humanização dos animais aquece mercado pet

M

esmo diante da crise econômica no Brasil, o crescimento do mercado pet durante 2016 foi estimado em 5,7%, de acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). As projeções do órgão apontam para um faturamento de 19 milhões. Uma das principais razões para esse crescimento é que os pets não são mais simplesmente animais de estimação, eles são parte das famílias, com espaços reservados dentro de casa, muitas vezes os bichinhos são tratados como filhos por seus tutores. Em sua maioria esses animais são de porte pequeno e precisam de cuidados especiais em relação à higiene, alimentação e até vestuário visto que muitas vezes, não suportam temperaturas mais baixas sem a utilização de roupas. A proximidade entre pets e seus responsáveis é tamanha que os bichinhos passam por uma “humanização” na qual o uso de roupas e acessórios é amplamente aceito dando margem para o crescimento do mercado pet e a criação de novos produtos. Nesta onda, objetos de uso comum também passam por modificações, coleiras, guias e peitorais para cães ganham estilo próprio com estampas personalizadas e acabamento moderno. Empresas investem no crescimento desse setor com produtos diferenciados para agradar aos mais diversos públicos. Com essa nova visão dos pets, a preocupação com a saúde deles, principalmente a alimentação, também aumenta. Levando em conta itens como ração, vacinas, exames, consultas, banho, tosas e acessórios, o gasto mensal médio com um bichinho de estimação fica em torno dos R$300,00, podendo ser maior se algo 44 | Vilas Magazine | Março de 2017

inesperado como um acidente ou doença acontecer. Deste valor é estimado que 67% seja gasto em alimentação, 16,4% em serviços (banho e tosa), 8,2% com acessórios e produtos de beleza e 7,8% com medicamentos. Não há crise econômica para os responsáveis ao ver o seu pet feliz e com saúde.

Vacinação canina Rudemberg de Almeida Mendonça

A

vacinação é, sem dúvida, uma grande responsabilidade que um dono adquire no momento em que adota/compra um animal. A exemplo do que ocorre em humanos, os cachorros também podem ser afetados por uma série de doenças e parasitas que podem ameaçar sua saúde e bem-estar. Para evitar esse tipo de sofrimento e transtorno para seu melhor amigo, é recomendado que o calendário de vacinação seja seguido de maneira correta. É importante ressaltar que todo esse processo deve ser orientado e acompanhado por um médico veterinário. Embora saibam da importância e necessidade de vacinar seus cães, muitos donos não sabem quais vacinas são importantes e como funciona o calendário de vacinação canina. Confira a seguir quais são as vacinas e quando elas devem ser aplicadas. Principais vacinas As vacinas que são obrigatórias para

a saúde e bem-estar canina são: Vacina múltipla ou polivalente (V8 ou V10); Vacina antirrábica; Gripe Canina e Giardíase. As vacinas polivalentes protegem os cães contra uma série de doenças que são verdadeiras ameaças à sua saúde, como: Hepatite infecciosa canina, leptospirose, adenoviorse, cinomose, coronavirose. A vacina antirrábica, como seu nome já diz, tem como principal finalidade proteger os cães contra raiva. Já as vacinas de gripe canina e de giardíase protegem contra vírus influenza e o parasita giárdia, respectivamente. É importante vacinar seu cachorro de maneira correta e adequada, pois algumas das doenças citadas são consideradas zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas dos cães para os homens. Diferença entre a vacina V8 e V10 As vacinas V8 e V10 protegem contra as doenças citadas anteriormente, porém a vacina V10 pode oferecer proteção contra outros sorovares, ou seja, tipos da bactéria leptospira. Embora isso pareça positivo, pode ser algo em vão. Isso porque os sorovares dessa bactéria variam de acordo com as regiões do país.


de doenças causadas por vermes que podem causar sérios danos à saúde. A imunização deles começa pelo vermífugo. A primeira dose de vermífugo deve ser dada aos 15 dias de vida, com reforço aos 30 dias de vida. Após esse período, a vermifugação deve ser mensal até o sexto mês de vida do cão. Passado esse período, o reforço deve ocorrer a cada 4 meses.

Vermifugação Além das vacinas, os filhotes também devem ser submetidos a vermifugação. Esse procedimento é tão importante quanto a aplicação das vacinas. Isso porque eles protegem os cães de uma série

Calendário de vacinação canina 6 a 8 semanas de vida: Vacina múltipla; 12 semanas de vida: Vacina múltipla – dose de reforço, gripe canina e giardíase; 16 semanas de vida: Vacina múltipla – dose de reforço, gripe canina – dose de reforço, giardíase – dose de reforço e antirrábica. Passadas as 16 semanas de vida o

Deveres com seu animal Jaime de Moura Ferreira

O

ser humano quando se propõe criar um animalzinho, principalmente cães e gatos, em uma análise mais apurada, está interessado em evoluir seu egoísmo, através das múltiplas terapias e status que lhes serão oferecidos, por esses seres vivos. Porém, necessário se faz à essas pessoas uma avaliação de sua existência, principalmente no que se refere a tempo, condições financeiras (alimentação e veterinário) e vontade de abrigar em seu lar uma nova vida, como se fosse um membro da família, dando-lhe atenção, carinho e cuidados. Essa responsabilidade com o animal vai de sua infância até sua morte, pois abandonar ou maltratar animais é crime. Por outro lado, a sociedade deve contribuir com a importância para a vida desses seres, pois já está provada a qualidade do sentimento animal, que em nada se difere ao dos humanos. Também, deve se conscientizar de sua obrigação, denunciando, informando e exigindo dos poderes públicos o cumprimento da legislação vigente (em Lauro de Freitas,

cão deve ser imunizado anualmente com cada uma dessas vacinas, a fim de evitar erros e esquecimento. A melhor forma de organizar o calendário de vacinação de seu amigo é fazer todas as vacinas em um mesmo dia e repetir ano a ano. Reações adversas Após ser vacinado é comum o cão apresentar febre, inchaço no local de aplicação da vacina, prostração (sentimento de desânimo e preguiça). Todos os cães merecem ser tratados e cuidados com respeito e carinho. Saúde animal é uma obrigação do dono que não deve em hipótese alguma ser negligenciada. A vacinação canina é um verdadeiro gesto de amor. Gostou do nosso texto? Curta e compartilhe, faça com que as informações aqui fornecidas cheguem ao maior número de pessoas possíveis. Rudemberg de Almeida Mendonça possui estudos em psicologia e trabalha com reeducação comportamental de cães e gatos em São Paulo.

é a Lei nº 1.618/2016, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pela Prefeitura). No município existe uma ONG, denominada REMCA (Rede de Mobilização pela Causa Animal), na qual a diretoria está, diuturnamente, empenhada nos cuidados com os animais, cujos serviços principais é a adoção, castração, recolhimento de abandonados e vacinação para as diversas doenças, principalmente a raiva. Embora exista na secretaria municipal de Meio Ambiente uma divisão específica para esse assunto, ainda não se tem notícia de um trabalho ordenado, para esse fim. Em Salvador, a vereadora, Ana Rita Tavares cuida exclusivamente dessa causa. Vale registrar que a convivência com os animais, oferece aos seres humanos profundos benefícios, tais como: redução do estresse, relaxamento, controle da pressão sanguínea, além de estimular o humor e o divertimento. Por fim, lembra-se aos donos que coloquem plaquetas de identificação nos animais quando levá-los para passear, e também os sacos plásticos para recolher as fezes. Jaime de Moura Ferreira é ad­mi­nistrador, consultor organizacional, ambientalista e defensor da causa animal.

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Jaime de Moura Ferreira Ad­mi­nistrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br

N

em sempre o que se pensa e se projeta está de acordo com o pensamento dos outros. Quando dessa situação, a pessoa deve discutir, frente a frente, com o interlocutor, evitando-se desavenças, desvirtuamentos e desconfortos. Assim, começa o respeito. Respeitar é algo que merece um segundo olhar, um repensar. Dessa forma, reconsiderar o que foi dito cria o respeito mútuo e elevação do ser humano. Tudo começa com o respeito. Respeito é um dos valores mais importante das pessoas. Respeito ao próximo, respeito aos pais, respeito aos professores, respeito aos idosos, respeito à natureza, respeito à fauna e flora, respeito à terra, ao ar, ao céu e à água. Essa veneração, culto ou homenagem abastece a importância na interação social e no modo de viver. Então, surgiu a expressão “respeitar para ser respeitado”. Respeitar não significa concordar com as ideias dos outros, mas ter apreço, consideração e conviver sem conflitos, além de expressar compreensão e entendimento. Respeito envolve educação e responsabilidade. O respeito não deve gerar submissão e temor, mas o sentimento que leva à percepção e ao fortalecimento da relação interpessoal. O ser humano tem obrigação de respeitar aos contraditórios, leis, normas, crenças, religiões e entender as pessoas nas suas individualidades, pois cada uma escolhe ser como é. O que não é certo é se deixar levar por essas pessoas, nem aceitar suas preleções, mas deve-se evitar transparecer discriminação e ofensa às mesmas. O respeito pode se mostrar através

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Respeito

da empatia, que é a capacidade de entender e sentir o sentimento de outra pessoa. Sem dúvida, os seres humanos vêm reduzindo o respeito para com o próximo, pois a amizade espontânea está sendo muito pouco praticada. O interrelacionamento vem se transformando em negociação de interesses, quando cada pessoa procura obter maior ganho. O respeito exige levar em consideração a liberdade das pessoas, conservar valores elevados, evitar o desejo de adquirir vantagens em tudo e evitar a lei da verdade absoluta. Isso implica em falar ou abordar uma situação de forma ponderada e sensível. Também, mesmo nas horas de lazer, o ser humano deve procurar entender as pessoas que o estão vivenciando, dividindo esse tempo com as múltiplas iniciativas do grupo, a fim de que todos fiquem satisfeitos. Respeitar alguém deve ser de livre e espontânea vontade, e esse respeito não se faz com palavras, mas com atitudes. O respeito é a alma

do progresso, que tem o valor do ouro e a dureza do diamante. Daí, o autorrespeito é a raiz da disciplina e a base fundamental para que ele exista. Muitas pessoas entendem ser verdadeira a postura que tomam. Nessas situações, o interlocutor deve analisar essa atitude, julgando-a sem fazer comparações com a sua. Por outro lado, procura-se entender a maneira de viver delas e seus valores morais, éticos e espirituais, antes de se fazer um julgamento. Sem dúvidas, essa atitude, também, significa respeito. Outra situação de grave desrespeito decorre quando um grupo se reúne e uma pessoa quer dominar as demais, falando sem parar, não permitindo as outras apresentarem suas considerações. O mundo mudou muito. Novas tecnologias, avanços sociais, maneiras de viver, porém, o respeito deve ser mantido. Movimentos reivindicatórios fazem parte da democracia, porém, o excesso dessas ações prejudica o “dia a dia” dos demais seres humanos. Nesses casos, o respeito para com os semelhantes está sendo esquecido. Outro fato que nos leva ao desespero é a falta de respeito para com os professores, base fundamental para preparação dos jovens e para o enfrentamento do mundo. Em épocas passadas, havia situações que os educadores eram mais respeitados que os pais. As religiões podem muito contribuir para a prática do respeito, desde que não cheguem ao radicalismo. Por fim, não importando a religião, o ser humano deve respeitar o Deus Criador, pois Ele é o responsável pela nossa existência e tudo de que necessitamos. Caso contrário, fica difícil a salvação para a raça humana.


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