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A Revista de Lauro de Freitas e Região
Ano 20 | Edição 236 Setembro de 2018
CALÇADÃO DE VILAS
PEDRA PORTUGUESA DE NOVO SOB AMEAÇA
CENAS DA CIDADE BANCA DE VILAS, NOVA DIREÇÃO Aloízia e Paulo Lima são os novos proprietários da banca mais antiga de Vilas do Atlântico, junto à praça do Parque Ecológico (lateral do Mercado Pão Expresso). Depois de namorar a banca por mais de três anos, o casal finalmente conseguiu fechar negócio e mudou-se de Piatã, onde mantinha uma outra banca, dentro de um shopping center. Eles pretendem agora instalar uma porta de vidro e ar condicionado para garantir o conforto da clientela.
RIO SAPATO Já foi dada a largada para a limpeza do rio Sapato: começaram a ser despejados os produtos químicos de tecnologia japonesa que prometem resolver o problema.
A revista de Lauro de Freitas & Região
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Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42708-790. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (diretoria@vilasmagazine.com.br). Diretora: Tânia Gazineo Accioli Ramos. Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (comercial@vilasmagazine.com.br). Assistentes: Leandra Almeida e Vanessa Silva (comercial@ vilasmagazine.com.br). Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri. Administrativo/ Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br). Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@ vilasmagazine.com.br). Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável). Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado. Redação: Rogério Borges (DRT 6851/MG), coordenador. Colaboradores: Jaime de Moura Ferreira e Raymundo Dantas (articulistas), Thiara Reges (jornalista freelancer). Tiragem desta edição: 30 mil exemplares. Impressão: Log & Print Gráfica e Logística S. A. (Vinhedo/SP).
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Previna-se do câncer de cólon #setembro_verde
O que é o câncer de cólon? O câncer de cólon são tumores que acometem o intestino grosso (o cólon) e o reto, sendo o terceiro câncer mais incidente no mundo. É tratável e curável na maioria dos casos quando detectado precocemente.
Dra. Adriana Campos Andrade Ribeiro gastroenterologista e endoscopista
Como surgem esses tumores? A história genética é relevante, entretendo 70% desses tumores ocorrem de forma casual, grande parte se inicia a partir de pólipos adenomatosos, que são lesões benignas, mas que evoluem com o passar do tempo para o adenocarcinoma, o câncer de cólon mais comum. Quais hábitos podem ser modificados para a prevenção desse câncer? Tabagismo e alcoolismo, como também hábitos alimentares inadequados são importantes fatores relacionados ao câncer de cólon. Por exemplo, a ingestão exagerada de carne vermelha, enlatados, frituras e alimentos com baixo teor de fibras aumentam as chances do desenvolvimento desses tumores e de sofrer complicações da doença. Existem alguma doença que pode contribuir para o surgimento do câncer de cólon? Diabetes e obesidade são condições associadas, assim como pacientes que tem doença inflamatória intestinal como é o caso da retocolite ulcerativa, uma doença autoimune que agride a mucosa colorretal, cujo dano crônico nas células da mucosa favorece o surgimento da displasia, que dará origem a lesões malignas. E mais raramente, algumas síndromes genéticas, com a Polipose adenomatosa familiar e Síndrome de Lynch - doença hereditária autossômica dominante, responsável por cerca de 3% a 5% dos tumores colorretais.
PUBLIEDITORIAL
Qual exame preventivo devemos fazer? A colonoscopia de rastreamento continua sendo o método mais indicado, pois esses pólipos podem ser retirados quando pequenos e ainda benignos. De acordo com as novas diretrizes publicadas pela American Cancer Society, recomenda-se iniciar a prevenção do câncer de cólon realizando o exame de colonoscopia após os 45 anos de idade. E para aqueles casos com história familiar positiva de câncer de cólon, a prevenção deverá se iniciar aos 40 anos. A colonoscopia é um exame muito frequente na prática da endoscopia digestiva, os aparelhos evoluiram muito, e quando realizada por profissionais especializados, a tendência é diagnosticar cada vez mais lesões pré neoplásicas, como pólipos de baixo grau e neoplasia precoce, e consequentemente vamos diagnosticar menos neoplasia avançada. Fundada em 2004 a GastroCentro tem como missão essencial, atender com uma equipe especializada em gastroenterologia e endoscopia digestiva, buscando a melhoria permanente da qualidade e oferecendo uma assistência integrada e harmônica com tecnologia avançada e respeito às necessidades dos seus pacientes. Diretora Técnica: Dra. Adriana Campos Andrade Ribeiro (CRM 13374) Especialidades: Gastroenterologia, Coloproctologia, Endocrinologia, Nutrição, Psicoterapia Principais procedimentos: Colonoscopia, Endoscopia, Balão Intragástrico, Consultas Médicas, Phmetria, Manometria, entre outras. Saiba mais em: www.gastrocentro.net | Tel.: 71 3379-6699 | Whatsapp: 71 98233-5454 Rua Pelicano 341, QD 4, Lote 16, Loteamento Varandas Tropicais. Pitangueiras. Lauro de Freitas. BA.
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NOSSA OPINIÃO
NOVA, BELA E POUCO USADA Aberta ao tráfego há três meses, a longamente aguardada Via Metropolitana ainda não cumpre a missão que lhe foi destinada: aliviar os congestionamentos na avenida Santos Dumont – a velha Estrada do Coco no trecho urbano de Lauro de Freitas. O trânsito de Salvador para o Litoral Norte e de retorno ainda não descobriu os 11,2 Km de belas, perfeitas e desimpedidas pistas, continuando a lotar a cidade. Parte do problema é que o acesso da Paralela à Via Metropolitana tem que ser feito através de São Cristóvão, mas não há sinalização apropriada antes do viaduto de acesso. Depois daquele ponto, o motorista tem que fazer o retorno no Km 1 da Santos Dumont – mas ali também não há indicação da nova estrada. Além disso, a falta de divulgação adequada criou a ideia de que há dupla cobrança de pedágio para quem usar a via, o que não é verdade. É necessário investir em informação para os usuários do sistema de rodovias.
DANDO PRESSA Agora que a estação Aeroporto do metrô já conta com um terminal de transbordo, é necessário trabalhar para a plena integração do modal rodoviário, metropolitano e local. As soluções estão prometidas, mas fazem-se esperar. Há pressa porque a construção da estação Lauro de Freitas, a meio da avenida Santos Dumont, e a respectiva extensão da linha 2 dependem fundamentalmente do aumento do movimento de passageiros na estação Aeroporto. O incrível subdimensionamento do terminal rodoviário, que mal acabou de ser construído já passará por uma ampliação, também não ajuda em nada esse importante objetivo. O famoso marco de entrada da cidade ficará melhor, por exemplo, no Barro Duro.
FRACASSO Não havia ainda um balanço final da campanha de vacinação anti-pólio e sarampo à data de fechamento desta edição, mas a cinco dias do fim da campanha mais de quatro milhões de crianças ainda precisavam ser imunizadas em todo país. A meta era vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças na faixa etária estabelecida, mas apenas 62% do público-alvo havia sido vacinado. Diante desses números, não parece precipitado declarar que a campanha fracassou. Com ela, fracassam os governos em todos os níveis, fracassam os pais e responsáveis que não levaram as crianças até um posto de vacinação – e fracassamos todos nós, como sociedade, incapazes que fomos de fazer acontecer algo tão simples como vacinar as nossas crianças. A principal lição a tirar disso é que, se perdemos uma batalha, ainda não perdemos a guerra. A imunização continua a ser possível, nem que a campanha tenha que ser permanente. Não é possível que um país como o Brasil, com estoques de vacina abarrotados, não consiga manter erradicada uma doença como a poliomielite. Carlos Accioli Ramos Os postos de vacinação continuam aí, mas se ninguém fizer nada conDiretor-editor tinuarão sem crianças para imunizar.
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Registros & Notas
FOTO: PIERRE VERGER © FUNDAÇÃO PIERRE VERGER
EXPOSIÇÃO: O cotidiano baiano da década de 40, revelado pelas lentes de Pierre Verger
A Galeria Fundação Pierre Verger, localizada no Portal da Misericórdia, no Pelourinho, inaugurou, em agosto, a exposição “Cheguei na Bahia”, como parte da programação da Flipelô - a Festa Literária Internacional do Pelourinho. Com curadoria de Alex Baradel, a mostra, que segue aberta ao público até 9 de novembro, remonta parte do cotidiano baia no de meados da década de 1940, a partir de 32 fotografias originais (ampliações analógicas feitas a partir do negativo
original). A exposição integra as ações comemorativas dos 30 anos da Fundação Pierre Verger. Quando Verger chegou à Bahia, em 1946, Salvador era outra cidade, bem diferente do cenário que se vê hoje, com detalhes únicos que marcaram um tempo especial da capital. Como chegou de navio, o que ele viu primeiro foi um guindaste. Capoeiristas ainda eram estivadores e de terno branco os homens se vestiam nas ruas. A cidade era menor, esperando a industrialização da Bahia, os bairros periféricos não existiam e, para além do Dique do Tororó, já era interior. Na Liberdade, mulheres lavavam roupas em água natural. Em meio a essa riqueza cultural, Pierre Verger se encantou pela vida baiana, entoada pelas canções de Caymmi e contornada por lindas praias, dominadas por pescadores em vez de banhistas. As fotografias da exposição foram produzidas nos quatro primeiros anos da presença de Pierre Verger na Bahia. Um recente trabalho de digitalização dos negativos do fotógrafo permitiu identificar quais das mais de 7 mil fotos realizadas na Bahia durante 30 décadas eram as mais antigas. A mostra revela as transformações sociais, econômicas, culturais e estruturais da Bahia nas últimas décadas, como a av. Oscar Pontes que não tinha emergido do mar e a feira de São Joaquim que, antes do incêndio, era Água de Meninos.
n Galeria Fundação Pierre Verger. Portal da Misericórdia, nº 9, Loja 1, Centro Histórico. Salvador. Tel.: 3321-2341. De segunda a sexta, das 9h às 18h. Sábados, das 9h às 17h.
CARURU
Evento de rua em Vida Nova
A AMBIU - Associação de Moradores das ruas Praia de Bertioga, Iporanga e Ubatuba, em Vilas do Atlântico, realiza dia 23, a partir das 12h, um caruru, na alameda principal entre as três ruas. Além da iguaria, os organizadores prometem que o evento - promovido para arrecadar recursos para manutenção das alamedas - terá música de boa qualidade, bingo e muita diversão para crianças e jovens. Informações: pensaeventos@pensaeventos.com.br ou WhatsApp 71 99213-6293.
Programado para o dia 30 de setembro o evento Desafio Vida Nova, formado por caminhada e corrida pelas ruas do bairro, com saída do Posto de Saúde da Família, às 8 horas. Promovida por Lourenço Alves, a prova é aberta para homens e mulheres de qualquer idade e terá percursos diferenciados: caminhada de 2km e corrida de 5km e 10km. Interessados em participar devem entrar em contato pelo tel.: 98316-5155 (zap) ou email: corridasemlaurodefreitas@gmail.com
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JAZZ NO PARQUE Nos cinco domingos de setembro o quarteto Bago de Jazz apresenta no Parque Ecológico de Vilas do Atlântico, das 15h30 até 17h, o mesmo formato que o grupo faz, há mais de um ano, na Estação da Lapa, todas as quartas-feiras, 18h, com a concepção de música instrumental de rua e a cultura do “chapéu”, na qual as pessoas contribuem da forma que quiserem, além de terem a oportunidade de comporem o álbum autoral do quarteto. Batizado de Jazz no Parque, o projeto foi desenhado para que os componentes se apresentem na grama, entre as pessoas, de forma intimista, executando clássicos do jazz, bossa jazz, temas pop e músicas autorias. O Bago de Jazz é formado pelos músicos Márcio Wesley, (bateria), Nivaldo Cerqueira, (sax), Alan Moraes, (baixo) e Luciano Pinto, (piano elétrico).
ALUNOS DE MEDICINA DA UNIME DÃO EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE NO DIA D Estudantes do curso de Medicina da Unime participaram voluntariamente do Dia D da vacinação contra a poliomielite e sarampo, na unidade da Escola Rotary de Quingoma. Dedicados, atuando com singular profissionalismo, os jovens deram uma demonstração do comprometimento com o qual vão conduzir suas atuações na medicina. Na foto ao lado estão (a partir da esq.) Rafaela Vergne (6º semestre), Filipe Martins (6º semestre), Paula Mesquita (6º semestre), Pérola Reis (6º semestre), Mariana Nascimento (7º semestre), Rafael Jabar (6º semestre), Larissa Brandão (7º semestre). Completaram o grupo, a infectologista e professora da instituição, Nilse Quirino, Lara Mello (7º semestre), Keylla Alves (7º semestre), Bethânia Rêgo (7º semestre) e Alice Oliveira (7º semestre), que no momento do registro, prestavam atendimento à moradores daquela região. Ao lado, grupo de rotarianos, liderados pelo presidente do RC Lauro de Freitas, Marivaldo Paixão, e parceiros voluntários que trabalharam naquela ação. Setembro de 2018 | Vilas Magazine | 7
Registros & Notas Salvador Shopping conquista Prêmio Abrasce O Salvador Shopping comemora a conquista do Prêmio Abrasce 2018, promovido pela Associação Brasileira de Shopping Centers. O case “Show exclusivo de Caetano Veloso celebra 10 Anos do Salvador Shopping” levou o bronze na categoria Marketing Eventos e Promoções. A campanha impactou os clientes de forma inovadora, uma vez que sorteou dez clientes (cada um levou outros dez convidados) para assistir a um show exclusivo do artista, que ganhou contornos ainda mais especiais ao ter como cenário o deslumbrante Convento do Carmo. A premiação aconteceu durante o Congresso Internacional de Shopping Centers, realizado em agosto em São Paulo. O centro de compras foi o único baiano vencedor da premiação, em 2018.
Henrique Medeiros e Karina Dourado (respec tivamente superintendente e gerente de Marketing do Salvador Shopping) e Fernando Rocha (diretor Regional de Operações BA/SE do Grupo JCPM)
Encontro profissional O Café com Psicologia promovido pela Clínica Dantas Gama, em Vilas do Atlântico, de setembro, acontece dia 15, abordando o tema: Psique, corpo e cura: um caminho para integração, com foco sobre a influência dos processos emocionais sobre os sintomas físicos. O facilitador é o profissional Breno Gama (dir.). Mais informações: Tel.: 3379-4451. WhatsApp 98880-4451. Instagram: @psicologareginagama
A Associação dos Artesãos de Lauro de Freitas empossou a nova diretoria para os próximos quatro anos, estando assim constituída: Tânia Regina Nascimento (presidente, na foto, de chapéu e blusa vermelha), Neusa Araújo (tesoureira), Irlande Oliveira (1ª secretária) e Lourdes Brito (2ª secretária). No Conselho Fiscal atuam Mina Alonso, Zélia Brito e Gilene Chies.
Inscrições para a 4ª Chamada do Edital de Mobilidade Artística e Cultural A Secretaria de Cultura da Bahia torna público que as inscrições para a 4ª chamada do Edital de Mobilidade Artística e Cultural podem ser realizadas até 11 de setembro, conforme publicado na edição de 11 de agosto, do Diário Oficial do Estado. Com recursos do Fundo de Cultura da Bahia, o valor para a quarta chamada é de R$ 400.000,00, a serem investidos em projetos nas áreas de Intercâmbio e Difusão e Residência
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Artística e Formação Cultural para atividades que podem ocorrer fora do estado ou país. Nesta edição, as propostas devem ter como data de início do cronograma a partir de 1º de fevereiro de 2019, até 30 de abril de 2019. O edital potencializa que artistas, produtores e agentes culturais realizem diálogos interculturais a partir de ações, cursos e/ou atividades nos âmbitos, nacional e internacional. O valor limite de apoio por proposta é de até R$ 50 mil para as linhas de Intercâmbio e Difusão e até R$ 25 mil para projetos de
Residência Artística e de Formação Artística e Cultural. Para realizar as inscrições o proponente deve acessar o sistema Clique Fomento, disponível no endereço http://siic.cultura.ba.gov.br e após a inscrição, clicar no botão ENVIAR. É importante que antes de enviar o candidato cheque todas às exigências dos documentos necessários, devendo se atentar a inclusão dos anexos na formatação exigida.
Espaço Aberto
S
Grite
de heróis e de benfeitores. eus pulmões são importantes Imponha-se ante uma sociedade dos reservatórios processadores do que faltam o caráter, dos que roubam e alimento que lhe será imprescinAdenáuer Novaes dos que querem sempre levar vantagem dível à manutenção de seu corpo. em tudo. Não aceite, não pactue nem O ar que você respira será parcialmense alie aos que se mostram superiores te devolvido ao meio ambiente. e fazem propaganda de seus feitos, Uma das formas de devolução é pela apresentando-se como líderes moderfala. Sua voz é resultado da energia de nos. Não passam de enganadores que seu corpo e da vida inteligente que ele tratam as pessoas como marionetes e abriga. Por esta razão ela traduz quem vítimas que precisam ser salvas. você é, expressa sua dignidade e deterOponha-se aos que apresentam mina seu destino. ideias velhas com palavras novas para Portanto, nunca se cale quando se ludibriar o ingênuo e agradar os que expressar é o que lhe resta para que sua anseiam por quem os conduza como se vida valha a pena. Se necessário grite, não fossem capazes. desabafe a plenos pulmões, pois a morte Valorize a expressão de suas ideias, de uma pessoa se inicia quando ela se reagindo a tudo quanto vise ter poder omite ante o que lhe impõe qualquer sobre você sem ser consentido, pois suas palavras, faladas ou tipo de inferioridade. Grite em alto e bom som quando pretenderem anular escritas, sempre serão importantes formas de identificação seu direito de expressão ou quando quiserem calar sua voz de sua personalidade e de seu valor pessoal. É hora de você examinar sua consciência e não aceitar perante a injustiça. Sempre que alguém quiser retirar de você o direito de o próprio silêncio como meio de justificar sua impotência, ser você mesmo, mostre sua dignidade e seu desagrado. pois certamente você pode fazer mais. Adote o comportamento de quem está atento a si, ao Nunca se cale nem demonstre aceitação do que oprime. Não aceite que seja desvalorizado ou tratado como se outro e à sociedade para que todos ganhem e vivam sob um nada valesse. Você, como todo ser humano, é a razão da sistema justo, alcançando o bem-estar coletivo. Seu grito não é dos que só sabem fazer barulho, mas daexistência de uma sociedade que deve respeitar a pessoa queles que utilizam todos os meios para combater a injustiça, humana, sem qualquer restrição. Em tempos de alta corrupção, de justificativas simplistas a intolerância e, sobretudo, o desrespeito à vida humana. Utilize sua voz para conduzir ideias que, ao serem postas para o egoísmo e da vilania dos que não têm escrúpulos para em prática por você mesmo, produzem prosperidade social. usurpar, não se cale. Pela voz, pela escrita, pelo voto e por todos os meios ao Nossa vida encontra um sentido quando produz o bem de seu alcance não se intimide ante os vilões à solta, disfarçados todos. ADENÁUER NOVAES é psicólogo, escritor, filósofo e engenheiro. adenauernovaes@gmail.com
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q CIDADE
Tirar pedras portuguesas do calçadão de Vilas do Atlântico volta a ser proposto
U
ma enquete – consulta informal sem qualquer valor estatístico – foi lançada na internet pela Salva (Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico) para perguntar o que seria melhor para o calçadão de Vilas do Atlântico. De acordo com Márcio Costa, coordenador-geral da entidade, a prefeitura quer saber “se seria melhor manter as pedras portuguesas ou colocar um piso mais moderno, como os pisos intertravados”. A consulta foi encerrada no mês passado, depois de receber 57 participações – 37 delas a favor de manter a pedra portuguesa. Junto à enquete a Salva publicava duas fotos, lado a lado. A primeira mostrava o calçadão em pedra portuguesa, atualmente esburacado – resultado da falta de manutenção adequada por calceteiro qualificado. A segunda foto era uma montagem mostrando como ficaria o calçadão com piso intertravado. Ao anunciar a consulta, Márcio Costa afirmou que “tem verba da Prefeitura do Orçamento Participativo para manutenção do calçadão de Vilas do Atlântico”, mas manutenção mesmo a pedra portuguesa não recebe. Há quase dez anos, em 2008, a mesma Salva queria fazer uma “consulta popular” no bairro para definir o destino das pedras portuguesas. A ideia era cimentar o calçadão, para facilitar a manutenção. A prefeitura alegava, naquela época, que era difícil encontrar calceteiros – o profissional que faz o corte e assentamento das pedras. A Vilas Magazine localizou dois deles, residentes em Lauro de Freitas e publicou reportagem mostrando que o calçadão estava esburacado e irregular porque a manutenção era feita por pedreiros, à base de cimento. Diante da repercussão pública, a Salva optou por manter o calçamento em pedra portuguesa e pediu à prefeitura “a recuperação adequada do
CONTRASTE: remendos feitos por pedreiros, com cimento, destruíram o calçadão que agora precisa ser refeito, se o bairro quiser manter a sua identidade visual
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Trecho do calçadão executado e mantido por morador, na Praia do Surf: exemplo de que o trabalho bem feito dispensa conserto
parece shopping center”, como disse Caetano Veloso na época, quando criticou a substituição desse tipo de pavimento no Porto da Barra, em Salvador – e que “também esburaca se não há cuidado”. O trecho então novo do calçadão, que estendeu as pedras portuguesas até Buraquinho, feito por calceteiros de Feira de Santana, contratados pela prefeitura em 2005, é representativo de um serviço bem executado, quase tanto quanto o trecho da rua Praia de Saquarema, onde o calçamento é perfeitamente estabilizado, uniforme e plano. Já o calçamento antigo, que tem a
idade do próprio bairro, passou por sucessivas intervenções paliativas ao longo dos anos, quase sempre executadas por pedreiros – e não por mestres calceteiros, que são profissionais especializados e muito mais caros. Em consequência disso, o calçadão transformou-se numa colcha de retalhos, com pedras mal cortadas e mal compactadas, nem sempre de calcário, em serviços sem qualidade de execução. A enquete estava disponível na página da Salva na internet, em https://www.salvavilasdoatlantico.org.br/consulta-publicacalcadao-de-vilas-do-atlantico/.
CNPJ FORNECEDOR: 13.358.270/0001-10 TIRAGEM: 32 MIL EXEMPLARES R$ 1.690,00 3clX6 CM
calçamento”, como no trecho conhecido por Praia do Surf, na esquina da rua Praia de Saquarema, executado pelo proprietário da casa em frente. A então prefeita Moema Gramacho (PT), garantiu em outubro daquele ano que “se mantiverem [a decisão pelas pedras portuguesas] já estamos preparando uma licitação para [contratar] calceteiros” – e recebeu da Salva a indicação de um profissional da própria cidade para executar o serviço, que nunca foi feito. Um calçamento em pedra portuguesa bem executado dura mais do que qualquer cimento ou “rua com chão que
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q CIDADE
Terminal da estação Aeroporto recebe 65 linhas de ônibus
O
terminal de transbordo de ônibus para a estação Aeroporto do metrô entrou em operação no princípio de agosto, atendendo 36 linhas metropolitanas e uma municipal, de Salvador. O chamado “transporte alternativo” de Lauro de Freitas continua fora do terminal, sem integração ao sistema de metrô e sem requalificação. Estão finalizadas também as obras do pátio de estacionamento de trens, onde ficará estacionada parte da frota da Linha 2. Por determinação da Agerba e da prefeitura de Salvador, desde o dia 18 de agosto mais 21 linhas metropolitanas e sete urbanas passaram a ter ponto no terminal de transbordo. O ponto de ônibus provisório da rua Gerino de Souza Filho foi desativado e o primeiro ponto depois do viaduto, no sentido Lauro de Freitas, passou a funcionar apenas até as 20h. Até o primeiro horário do dia seguinte, os usuários devem embarcar e desembarcar na Plataforma A do terminal de ônibus.
Subdimensionado, conforme já temia a CCR Metrô em julho do ano passado, o terminal passará por uma ampliação imediata, que deverá ficar pronta dentro de 10 meses. Das 13 baias atuais, passará a ter 21, como estava originalmente previsto pelo projeto do metrô. A capacidade do terminal foi reduzida na última hora para acomodar e manter no lugar o “marco de entrada” do município – uma exigência da prefeitura de Lauro de Freitas na época. Por falta de baias disponíveis, apenas uma linha municipal de Salvador operava no terminal logo depois da inauguração, a Jardim das Marga-
pTERMINAL DE TRANSBORDO: subdimensionado para acomodar o marco de entrada na cidade
t Charge publicada pela Vilas Magazine em 2013 previa o contraste entre o metrô que estava a caminho e o sistema de transporte local 12 | Vilas Magazine | Setembro de 2018
EDGARD COPQUE
LINHAS ATENDIDAS PELO TERMINAL Municipais de Salvador
1003...............Aeroporto - Lapa 1001...............Aeroporto - Praça da Sé 0410...............Sieiro - Aeroporto 1002...............Aeroporto - Campo Grande 1625...............Paripe - Aeroporto (via Cajazeiras) 1632...............Fazenda Coutos - Aeroporto 1653...............Paripe - Aeroporto (via São Rafael) 1024...............Jardim das Margaridas - Terminal
Metropolitanas
ridas – Terminal Aeroporto (1204). Uma semana depois, contudo, a prefeitura de Salvador resolveu acomodar mais sete linhas no terminal. Com 11,7 mil m² de área total, o terminal tem capacidade para receber mais de 100 mil passageiros por dia e foi construído em seis meses, com a participação de 300 colaboradores. O espaço possui 13 baias para ônibus e três plataformas para embarque e desembarque de passageiros, podendo receber até 91 ônibus por hora. O novo equipamento atende as normas técnicas de segurança e acessibilidade, incluindo piso tátil, escada rolante e elevador de acesso à passarela, além de sinalização em braile nas escadas fixas. O acesso de pedestres é feito pela passarela que liga o terminal à Estação Aeroporto de Metrô, na rua Gerino de Souza Filho e na avenida Santos Dumont (Km 0 da Estrada do Coco). O espaço conta com guaritas de entrada e saída, sala de primeiros socorros e sanitários comuns e exclusivos para pessoas com dificuldade de locomoção. Os rodoviários contam com espaço reservado próximo ao terminal, com sala de apoio, copa e sanitários femininos e masculinos, no padrão dos outros terminais de ônibus administrados pela CCR Metrô Bahia. A segurança no local será feita pela equipe de Agentes de Atendimento e Seguranças da concessionária e por rondas estratégicas, com o auxílio de 28 câmeras de vigilância integradas à Sala de Supervisão Operacional e ao Centro de Controle Operacional do Metrô.
807.URB..........Monte Gordo - Terminal Aeroporto 838.URB..........Areia Branca - Itaigara / Orla 840.URB..........Vilas do Atlântico - Terminal Aeroporto 840A.URB.......Loteamento Miragem - Terminal Aeroporto 841.URB..........Vilas do Atlântico - Praça da Sé (via orla marítima) 841A.URB.......Loteamento Miragem - Praça da Sé (via orla marítima) 842.URB..........Vilas do Atlântico - Praça da Sé (via orla maritima) 846.URB..........Lauro de Freitas - Lapa (via Av. Centenário) 846A.URB.......Praia de Ipitanga - Lapa (via Av. Amarílio Tiago dos Santos) 846A2.URB.....Praia de Ipitanga - Lapa (via Praça de Arcanja) 850.URB..........Itinga - Lapa (via Av. Cardeal da Silva) 855.URB..........Jambeiro - São Cristóvão (via Terminal Aeroporto/Cond. Vida Bela) 855A.URB.......Vida Nova - Lapa (via Itinga) 857.URB..........Arembepe - Terminal Pituaçú (via Itapuã) 858A.URB.......Praia de Ipitanga - Terminal Aeroporto (via Av. Amarílio Tiago dos Santos) 860I.URB.........Portão - Terminal Pituaçú (via Av. Pinto de Aguiar) 862.URB..........Vida Nova - Boca da Mata 879.URB..........Lauro de Freitas - Terminal Rodoviária (via Stiep) 881.URB..........Itinga - Terminal Pituaçú (via Itapuã) 882.URB..........Itinga - Terminal Rodoviária (via Itapuã/Av. Magalhães Neto) 882A.URB.......Vida Nova - Terminal Rodoviária (via Itapuã / Av. Magalhães Neto) 883.URB..........Vida Nova - São Cristóvão (via Terraplac/Terminal Aeroporto) 883A.URB.......Vida Nova - Terminal Aeroporto (via Av. Santos Dumont) 883A2.URB.....Vida Nova - São Cristóvão (via Caic/Term. Aeroporto/Cond. Vida Bela) 883A3.URB.....Vida Nova - Terminal Aeroporto (via Parque São Paulo/Cond. Vila Bela) 884.URB..........Vila de Abrantes - Lapa (via Itapuã) 884A.URB.......Jauá - Barroquinha (via Areias / orla marítima) 885.URB..........Vila de Abrantes - Terminal Aeroporto 885A.URB.......Jauá - Terminal Aeroporto 885I.URB.........Vila de Abrantes - Terminal da França (via São Joaquim) 886.URB..........Areias - Terminal Rodoviária (via Stiep) 889.UAR..........Dias d’Ávila - Itapuã (via Entroncamento) 889.URB..........Nova Dias d’Ávila - Itapuã (via Entroncamento) 889A.URB.......Camaçari - Itapuã (via BA-099 e Aeroporto) 889A.URB.......Entroncamento (Dias d’Ávila) - Itapuã via BA-099/Aeroporto 889A2.URB.....Mata de São Joao - Itapuã (via Dias d’Ávila)
Linhas do 1º ponto após viaduto (sent. Lauro de Freitas) após 20h
138.URB..........Praia do Forte - Terminal Mussurunga 834A.URB.......Madre de Deus - Lauro de Freitas 838.URB..........Areia Branca - Itaigara / orla 841.URB..........Vilas do Atlântico - Praça da Sé (via orla marítima) 841A.URB.......Loteamento Miragem - Praça da Sé (via orla marítima) 842.URB..........Vilas do Atlântico - Praça da Sé (via orla maritima) 854.URB..........Portão - Terminal Mussurunga 857.URB..........Arembepe - Terminal Pituaçú (via Itapuã) 857i.URB.........Arembepe - Terminal Mussurunga (via BA-099) 858A2.URB.....Praia de Ipitanga - Terminal Mussurunga (via Praça de Arcanja) 862.URB..........Vida Nova - Boca da Mata 879.URB..........Lauro de Freitas - Terminal Rodoviária (via Stiep) 889.UAR..........Dias d’Ávila - Itapuã (via Entroncamento) 889.URB..........Nova Dias d’Ávila - Itapuã (via Entroncamento) 889A.URB.......Entroncamento (Dias d’Ávila) - Itapuã (via BA-099/Aeroporto) 889A2.URB.....Mata de São João - Itapuã (via Dias d’Ávila) 889E.URB........Camaçari - Itapuã (via BA-099 e Aeroporto) 903.URB..........Madre de Deus - Outlet Premium 937.URB..........Buraquinho - Terminal Mussurunga
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q CIDADE
Ministério Público começa a ouvir moradores sobre poluição sonora
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Ministério Público (MP) da Bahia já começou a ouvir moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais, em Vilas do Atlântico, a respeito de denúncia apresentada pela Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva) contra a prefeitura de Lauro de Freitas por falta de fiscalização de poluição sonora. De acordo com ata distribuída por Márcio Costa, coordenador-geral da Salva, durante audiência na sede do MP em Lauro de Freitas, a Procuradora Maria Augusta Carvalho esclareceu que a Promotoria de Justiça irá atuar nas hipóteses de poluição sonora, tanto de forma individual, apurando denúncias contra estabelecimentos, como em relação à política pública de fiscalização de poluição sonora pelo município – situações distintas da perturbação do sossego alheio. Segundo a Salva, o interesse da comunidade é apurar as denúncias de “liberação indiscriminada de alvarás para eventos festivos em algumas residências da orla de Vilas do Atlântico e a fiscalização da poluição sonora causada por vários eventos”. De acordo com a entidade, a prefeitura de Lauro de Freitas já tinha sido instada a comparecer ao MP em junho último “para prestar esclarecimentos e apresentar soluções”. A representação contra a Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas, pela “concessão de alvarás para a realização de festas em áreas exclusivamente residenciais” e para “construção de casas de shows em áreas eminentemente residenciais” foi entregue ao MP em maio último. Para a entidade, os alvarás são irregulares. A Salva destaca, na representação, o “verdadeiro transtorno aos moradores de Vilas do Atlântico, não só pelo tumulto de carros e pessoas nesses locais, como também, o barulho insuportável”. E faz referência ao “barulho exacerbado, além dos
limites legais estabelecidos em lei, até altas horas da madrugada”. A entidade menciona ainda “cenas de violência e até sexo explícito” em frente às residências. A realização de festas particulares normais nas casas da orla fica ressalvada na representação. O que a Salva denuncia é que “alguns moradores estão fazendo de suas residências verdadeiras casas de shows, com realizações de festas de todos os tipos, toda semana”. De acordo com a entidade, “com o aval da prefeitura municipal”, que teria concedido os alvarás. A Salva aponta ainda a falta de fiscalização desses eventos, inclusive quanto à poluição sonora. Em relação às casas de espetáculos, bares e estabelecimentos semelhantes, a Salva defende que “não é razoável se pleitear o fechamento dessas casas”, apesar de nunca ter concordado com a concessão dos respectivos alvarás. Na representação, pede apenas que a prefeitura fiscalize e multe os estabelecimentos que descumprem a legislação. Famílias residentes no condomínio EcoVillas, prejudicadas pelas emissões sonoras dos estabelecimentos comerciais do entorno, já haviam prometido recorrer ao Ministério Público denunciando danos morais e à saúde causados pelo descumprimento da lei do silêncio em Lauro de Freitas, com o apoio da Salva, caso o assunto não fosse resolvido. Em março deste ano, a prefeita Moema Gramacho (PT), em entrevista a uma rádio de Salvador, afirmou que iria pedir “apoio da polícia para ajudar a gente a combater” a poluição sonora, para “prender aquele infrator” (sic). A prefeita garantiu que “notificar e cobrar multa nós temos feito, mas, mesmo assim, eles insistem”. A fiscalização da secretaria de Meio Ambiente, depois de uma reunião com os moradores, também em março, afirmou que havia concedido um prazo de 90 dias para a adequação Continua na página 16 u
O coordenador-geral da Salva, Márcio Costa em frente à sede do MP em Lauro de Freitas: providências a caminho 14 | Vilas Magazine | Setembro de 2018
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dos bares à legislação. A Vilas Magazine publicou, naquele mês, reportagem de capa mostrando os abusos permanentes em Lauro de Freitas e explicando que a lei proíbe barulho acima de determinado limite em qualquer área da cidade, a qualquer hora do dia ou da noite. De acordo com a lei, bares localizados em área comercial que excedem o limite de 70 dB (decibéis) entre 7h e 19h ou 60 dB entre as 19h e as 7h são obrigados a instalar isolamento acústico para obter um Alvará de Autorização para Utilização Sonora. A inexistência do alvará, que deve ser exibido “na entrada principal do estabelecimento, em local visível ao público”, implica em multa diária de R$ 2 mil. Para obter o alvará, a lei municipal exige que o estabelecimento apresente “laudo técnico comprobatório de tratamento acústico”, assinado por técnico especializado ou empresa idônea. A multa por poluição sonora vai de R$ 700 (até 5 dB acima do limite) a R$ 140 mil (mais de 45 dB acima). A secretaria de Meio Ambiente também anteriormente prometeu agir contra os bares que ignoram a lei do silêncio e não possuem o Alvará de Autorização para Utilização Sonora, que depende do isolamento acústico. O telefone da fiscalização de meio ambiente para as denúncias é 33699197 – funcionando apenas em horário comercial.
Quingoma recebe projeto Intercambiando Saberes
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ma experiência internacional que proporciona a troca de conhecimentos entre mulheres francesas e os cidadãos do município chegou ao Quingoma no mês passado, de acordo com a prefeitura de Lauro de Freitas. No âmbito do projeto “Intercambiando Saberes”, um grupo de Montreuil, na França participou da oficina “O índio que habita em nós”. O grupo conheceu um pouco da história e cultura da casa indígena no Quingoma, assistiu a tradicional dança do Toré e experimentou a arte da pintura indígena. Depois, as francesas compartilharam conhecimentos com a comunidade local, discutindo a importância do território para os remanescentes de quilombo e “a violência externa social que atinge as mulheres”. O samba de roda do grupo Renascer do Quingoma encerrou as atividades. Kadjidia Doucouré, diretora da “Maison de Quartier”, Centro Social Espéranto, em Montreuil, falou sobre a proposta do projeto, “que visa combater a violência contra a mulher através da troca de saberes”. A Espéranto é uma estrutura de atendimento social da municipalidade de Montreuil, dedicado à animação da vida social e cultural, ao acompanhamento de projetos, individuais ou coletivos e à defesa de direitos. Para Doucouré, “aqui na Bahia a cultura da violência ainda está muito enraizada pelo machismo e sexismo”. Por isso, “o que construímos com O grupo francês posa essas atividades são forças e informações para enfrentar para fotos no Quingoma: essa violência, e principalmente, incentivamos os jovens contra a violência a abraçarem essa luta”.
LUCAS LINS
u Continuação da página 14
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Proerd forma mais 1.300 jovens em Lauro de Freitas LUCAS LINS
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ais de 1,3 mil crianças de oito escolas da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas compuseram mais uma cerimônia de formatura do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Executado nos primeiros seis meses deste ano com aulas dinâmicas nas unidades escolares, o programa orientou crianças e adolescentes a dizerem não às substancias psicoativas – e a lidar com situações conflituosas e como andar em segurança pelas ruas. Iniciativa da Polícia Militar da Bahia, mais de 15 mil crianças e adolescentes de Lauro de Freitas passaram pelo Proerd ao longo dos últimos dez anos. Executado em Lauro de Freitas pela 52ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), o programa desenvolve a conscientização de alunos da educação infantil ao 7º ano do ensino fundamental das escolas públicas e particulares. A meta, em 2018, é alcançar cerca de três mil crianças e adolescentes.
A solenidade, realizada na Crianças participam de Concha Acústica, no Centro, evento de formatura do foi uma grande festa com Proerd na Concha Acústica direito a animador infantil e apresentação da Companhia de Cães do Batalhão de Polícia de Choque. Para a plateia de crianças, três animais treinados simularam abordagens a suspeitos, imobilização e localização de drogas. Oito delas foram premiadas com uma bicicleta pelas melhores redações com o tema “O que significa Proerd para você”.
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Prefeitura faz contas em balanço de investimentos
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prefeitura de Lauro de Freitas anunciou no mês passado a intenção de criar um programa de incentivo à emissão de notas fiscais com compensação financeira para o contribuinte local – à semelhança do que já existe na esfera estadual – além de já ter redobrado os esforços de arrecadação, via solução de dívidas tributárias pendentes. A ideia é combater a sonegação para sobreviver ao período de crise que afetou o país inteiro. Dos R$ 315 milhões que havia em contratos com a Caixa, governos estadual e federal e iniciativa privada favorecendo Lauro de Freitas desde 2012 – quando os cofres públicos estavam cheios – a prefeitura já identificou a aplicação de R$ 215,5 milhões, ou mais de dois terços, incluindo os grandes investimentos do orçamento do estado. De acordo com a prefeitura, o esforço agora é para “salvar outros contratos”, que somam recursos da ordem de R$ 29,4 milhões. Parte dos recursos anteriormente captados acabou devolvida à origem por não terem sido aplicados dentro do prazo legal, entre 2013 e 2016. A recuperação desses recursos exigiu a reprogramação dos investimentos. Entre eles, creches, postos de saúde, pavimentação de ruas e obras de drenagem. A prefeita Moema Gramacho (PT) explicou que “fizemos um mutirão de licitação para acelerar o andamento dos processos e assegurar a manutenção dos recursos”. Do total de R$ 315 milhões, pouco mais de R$ 6 milhões haviam sido aplicados ainda no final de 2012, no fim da gestão anterior de Moema Gramacho. Outros R$ 30,9 milhões foram investidos
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nos quatro anos seguintes. A prefeita diz que a maior parte dos recursos restantes, resgatados desde que ela reassumiu o Executivo municipal, já estão sendo investidos ou se encontram em fase de projeto ou licitação. A reforma da quadra de esportes em Buraquinho, antes licitada, terá o investimento reprogramado. Na Praça do Caranguejo, em Itinga, as obras ainda aguardam a licitação. Há projeto para instalar um camelódromo ali, outro em Vida Nova e um terceiro na avenida Santos Dumont, a Estrada do Coco. A prefeitura quer ainda requalificar 13 praças, com novos parques e construir mais dois postos de saúde e reformar escolas públicas. O total inclui os investimentos do governo do estado que incluem o território do município, por exemplo nos reservatórios de contenção de enchentes ao longo do rio Ipitanga – a obra dos piscinões – que prevê também obras de EDGARD COPQUE
macrodrenagem de diversos córregos de Lauro de Freitas responsáveis por alagamentos. A prefeitura lista ainda uma retomada da obra do Sistema de Esgotamento Sanitário de Lauro de Freitas “executada pelo Estado com recursos do Governo Federal captados pela Prefeitura”, com a instalação do duto que ligará a cidade ao emissário submarino de Jaguaribe, em Salvador. O restante do projeto continua parado. O investimento previsto de R$ 160 milhões para 27 estações elevatórias abrangerá, inicialmente, apenas parte da cidade. No âmbito municipal, estão em andamento as obras da Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil e da Academia de Saúde, no Espaço Cidadão, em Itinga – R$ 1,66 milhão, com recursos do Estado. Há ainda um Centro de Esporte e Cultura para o Jardim Diamante, também em Itinga, quadras poliesportivas em quatro locais e obras de drenagem na estrada do Quingoma. Outra obra listada pela prefeitura é a reversão de drenagem da Lagoa da Base, que estão concluídas em mais de 70%, de acordo com a prefeitura. A obra está paralisada por decisão judicial, de acordo com entidades de moradores de Vilas do Atlântico, que discordam do empreendimento pelo potencial de carrear esgoto doméstico para o rio Sapato. A drenagem do Canal dos Irmãos, em Pitangueiras e a reforma do Mercado Municipal e da Passarela das Flores, no Centro, também estão em andamento. Há ainda obras de pavimentação de ruas em execução. Em Areia Branca, está em construção um Centro de Iniciação ao Esporte, com prazo de conclusão para o fim A prefeita Moema Gramacho apresenta obras realizadas desde o ano passado: recuperando contratos
LUCAS LINS
deste ano. E foi reaberta a Cozinha Comunitária de Itinga, que hoje serve 400 refeições por dia para a comunidade da Chácara Tahiti. Também reabertos foram 14 postos de saúde e o Hospital Municipal Jorge Novis, agora Hospital Dia, em Itinga – os investimentos mais significativos em saúde desde o ano passado. De acordo com a prefeitura, mais de mil pacientes passaram pelo mutirão de cirurgias organizado ali. A unidade realiza intervenções cirúrgicas de pequeno e médio porte, além de exames especializados. Com vinte leitos de enfermaria, duas salas cirúrgicas, seis ambulatórios e um laboratório de análises clínicas, o Jorge Novis atendeu quatro mil pessoas no espaço de seis meses.
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Conselho Municipal de Cultura de Lauro de Freitas promoveu no mês passado o segundo Fórum Municipal de Cultura para dar prosseguimento aos trabalhos de discussão sobre o desenvolvimento cultural da cidade. A meta era coletar dados e Participantes do Fórum de Cultura durante o evento propostas para a implantação do Sistema Municipal de Cultura. Nesta segunda edição o fórum foi realizado por meio de exposições, debates e grupos de trabalho que discutiram o tema “Onde não há atividades culturais, a dos grupos de trabalho. Os temas incluíram violência vira espetáculo”. Artes Cênicas, Audiovisual e Cultura Digital, Aberto aos órgãos públicos, entidades Artesanato e Artes Plásticas, Cultura Popular, representativas da sociedade e a todos os Comunidades Tradicionais, Dança, Literatura, cidadãos, o Fórum promoveu debates sobre Música e Patrimônio Cultural. as questões ligadas ao Fundo Municipal de Outra proposta do Fórum foi a formação Cultural, ao calendário cultural das manifes- do Grupo de Articulação Municipal de Cultura tações tradicionais e outros, além da formu- (GAMC), que irá fomentar a participação lação de propostas para o desenvolvimento da sociedade civil nas ações culturais do da cultura em Lauro de Freitas, por meio município.
Fórum de Cultura discutiu o tema da violência
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Dia D da vacinação contra pólio e sarampo teve baixa afluência
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meta era que até o fim de agosto pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças de um a quatro anos fossem vacinadas contra a poliomielite e o sarampo. Até o fechamento desta edição da Vilas Magazine (27/8) ainda não havia números finais da campanha, mas em Lauro de Freitas apenas 30% do público alvo havia sido vacinado até o dia 18 de agosto, o dia D da mobilização, de acordo com a prefeitura. A campanha prosseguiu até o fim do mês passado. Na média, a Bahia estava com a cobertura em 43% para as duas vacinas, com apenas três municípios acima dos 80% e mais de 300 abaixo de 50%. Rondônia era o estado mais bem posicionado na campanha, com 85% para a vacina anti-poliomielite e 83% para sarampo. O Rio de Janeiro era o mais atrasado, com 29% e 31%, respectivamente. Nacionalmente, a média ficou em 51%, sempre apenas até o dia 18. Otimista, o secretário de Saúde de Lauro de Freitas Erasmo Moura disse que o município tem um histórico positivo de cumprimento das metas nas campanhas de vacinação. “Enquanto outras cidades têm dificuldade de atingir a meta de 95% de imunização do público alvo, Lauro de Freitas em todas as campanhas atingiu e pretendemos repetir o feito nesta do sarampo e poliomielite”, afirmou. No mês anterior, a prefeitura não informou em quanto estava a cobertura vacinal em Lauro de Freitas. “Queremos atingir 100% da meta ou mais porque nosso município não atende somente as crianças de Lauro de Freitas, mas também as que vêm de Salvador e da Região Metropolitana”, disse a prefeita Moema Gramacho (PT). E deixou um apelo: “as pessoas precisam entender que dedicar um tempo pra levar as crianças pra vacinar pode salvar a vida delas”. De acordo com a prefeitura, “a resposta nos postos de vacinação em Lauro de Freitas foi positiva”, mas em regiões como o Quingoma a afluência de pais e responsáveis para vacinar as crianças ficou abaixo da expectativa
durante todo o sábado do dia D. Para o ministro da Saúde, Gilberto Occhi “esse é um movimento de todos, um trabalho de todos para proteger as nossas crianças”. Pais e responsáveis devem levar as crianças que ainda não foram vacinadas, independente da situação vacinal anterior, já que este ano a campanha é indiscriminada. O esforço é impedir que doenças já erradicadas retornem ao Brasil. Para a poliomielite, as crianças que ainda não haviam tomado nenhuma dose da vacina foram vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já haviam tomado uma ou mais doses receberam a gotinha da Vacina Oral Poliomielite, a VOP. Em relação ao sarampo, a meta era vacinar todas as crianças com uma dose da tríplice viral, independente da situação vacinal. A exceção era para as que tivessem sido vacinadas nos trinta dias anteriores, não necessitando de nova dose. O governo federal oferece todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são
Ministério da Saúde lança serviço de combate à Fake News Canal no WhatsApp possibilita que a população consulte se a notícia que recebeu nas redes sociais é verdadeira ou falsa Para combater as Fake News sobre saúde, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, abre mais um canal de comunicação com a população. Qualquer cidadão brasileiro poderá adicionar gratuitamente no celular o WhatsApp do Ministério da Saúde — (61) 99289-4640. Ele servirá exclusivamente para verificar com os profissionais de saúde nas áreas técnicas da Pasta se um texto ou imagem que circula nas redes sociais é verdadeiro ou falso. Ou seja, é um canal exclusivo e oficial para desmascarar as notícias falsas e certificar as verdadeiras. t Gêmeos recebem a gotinha da vacina anti-pólio no posto de vacinação na Escola Rotary em Quingoma: movimento ficou abaixo da expectativa no dia D
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RAFAEL MAGNO
cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos. SARAMPO De acordo com o ministério, o país enfrenta atualmente dois surtos de sarampo, em Roraima e no Amazonas. Até o dia 14 de agosto haviam sido confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas. Outros 5.630 permanecem em investigação. Já em Roraima, foram 296 casos confirmados, com 101 em investigação. Também a Europa vive um surto de sarampo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atingindo um número recorde. Os dados, divulgados pela organização no mês passado, apontam que mais de 41 mil crianças e adultos foram infectados com sarampo só nos primeiros seis meses de 2018. O número total de casos para esse período excede os 12 meses reportados em todos os outros anos desta década. Sete países tiveram mais de mil casos desde janeiro: França, Geórgia, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia e Ucrânia – este o país mais afetado, com mais de 23 mil pessoas infectadas. Na Europa, pelo menos 37 pessoas já morreram este ano devido à doença.
Animada pelos super heróis, cada um com seu uniforme preferido, a criançada comparece para a vacinação antipólio e sarampo
RAFAEL MAGNO
Médica executa exame de punção mamária em paciente: diagnóstico prometido para uma semana
Exame de punção mamária está disponível na rede pública municipal
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exame de punção de nódulo mamário, para possível diagnóstico de câncer de mama, já pode ser feito nos serviços de saúde municipais, em Lauro de Freitas. A prefeitura começou a oferecer o procedimento no
mês passado, com 40 punções marcadas. A marcação da punção é feita de segunda a sexta-feira na Central de Regulação, localizada na rua Maria Isabel dos Santos (conhecida como avenida Beira Rio), no Centro, das 8h às 14h. É necessá-
rio apresentar documento de identidade e solicitação médica. O procedimento é realizado sempre às terças-feiras, no Hospital Municipal Dia Jorge Novis, em Itinga, para os pacientes que passaram pela Central de Regulação. Antes o procedimento era feito em Salvador e o diagnóstico levava cerca de sete meses. Agora a espera será de uma semana, promete a prefeitura. “O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil e o diagnóstico precoce é essencial para aumentar a chance de cura da paciente”, explicou a mastologista do Jorge Novis, Juliana Varjão. Diretora administrativa da unidade, Elisa Daltro diz que o procedimento é relativamente simples e “consiste na aspiração do conteúdo do nódulo mamário para avaliação em laboratório”. A oferta do exame deve aumentar com a contratação recente de mais um mastologista para a rede municipal, o médico Marques Vinicius Gomes, que atende na Policlínica Carlos Bastos, na Vila Praiana. Além do exame, ele fará também as cirurgias no Jorge Novis para retirada de nódulo benigno, drenagem de abscesso, biópsia para retirada de todo o tumor, correção de fístula e retirada de uma parte da mama, quando for o caso. Setembro de 2018 | Vilas Magazine | 21
q SOLIDARIEDADE
Obras Irmã Dulce e Margareth Menezes lançam campanha em prol da instituição
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s Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) lançaram em agosto, a campanha Diga Sim pra Irmã Dulce durante evento com a presença de profissionais, voluntários e da cantora Margareth Menezes, estrela da campanha, que foi homenageada pela instituição do Anjo Bom com o título de Embaixadora de Irmã Dulce. Desenvolvida pela agência de publicidade Engenhonovo, a campanha visa estimular o público a fazer doações em prol da entidade dentro do novo formato do programa de notas fiscais, visto que
a contagem de pontos passou a ser exclusivamente por meio digital. O foco da campanha é estimular o público a se tornar um doador da OSID, acessando o site www.notapremiadabahia.ba.gov.br e, durante o cadastro, escolher as Obras Sociais Irmã Dulce como instituição favorita de saúde. Cada pessoa pode indicar até duas entidades filantrópicas, sendo uma da área de saúde e outra da área social. Após registrar-se, é importante que o cidadão solicite a inclusão do seu CPF no documento fiscal eletrônico sempre que realizar uma compra, para que a doação seja direcionada às instituições indicadas no cadastro. Entre as peças da campanha estão vídeo, spot de rádio, anúncio
Margareth Menezes visita criança internada no Centro de Reabilitação. Acima, a cantora, estrela da campanha publicitária, recebe de Maria Rita o diploma de Embaixadora de Irmã Dulce.
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em jornais impressos, outdoor, busdoor, e peças para redes sociais. Através do programa Sua Nota é um Show de Solidariedade e com o apoio da sociedade, as Obras Sociais Irmã Dulce conseguiram, ao longo de quase duas décadas, ampliar o atendimento à população, especialmente a mais necessitada. Os recursos oriundos do programa contribuíram para a construção de diversos núcleos da instituição, a exemplo do Hospital da Criança, do Centro de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho), do Núcleo de Apoio à Pesquisa e do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (onde hoje funciona o Centro Especializado em Reabilitação e o Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência). O Sua Nota é um Show também be-
Morador de Lauro de Freitas ganha R$ 100 mil no Nota Premiada neficiou a OSID na reforma do Centro Geriátrico, na compra de ambulâncias e medicamentos e no pagamento de contas de água e energia, entre outras realizações. Em 33 etapas do programa, a instituição arrecadou aproximadamente R$ 15,9 milhões. As Obras Sociais Irmã Dulce abrigam atualmente um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do Brasil, com mais de 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência, pacientes sociais, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes de substâncias psicoativas e pessoas em situação de rua. Em sua sede, em Salvador, a instituição realiza por ano 12 mil cirurgias e 17 mil internamentos. Diariamente, 2 mil pessoas são atendidas na instituição. Fundada em 26 de maio de 1959, por Irmã Dulce, a organização conta com um perfil de serviços único no país, distribuídos em 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de saúde, assistência social, pesquisa científica, ensino em saúde, ensino fundamental e na preservação e difusão da memória de sua fundadora. A entidade é reconhecida como instituição de utilidade pública nos âmbitos municipal, estadual e federal e cadastrada no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).
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m morador de Lauro de Freitas integra a lista de dez contemplados do sorteio de agosto da Nota Premiada Bahia, realizado dia 15. Cada sorteado recebeu um prêmio de R$ 100 mil. Também foram contemplados quatro cidadãos de Salvador, um de Serrinha, um de Vitória da Conquista, um de Itabuna, um de São Gonçalo dos Campos e um de Milagres. Todos os resultados têm como base os sorteios da Loteria Federal. Os números dos bilhetes com os quais as pessoas concorrem aos prêmios são divulgados com antecedência no www.notapremiadabahia.ba.gov.br. Para acompanhar todo o processo, basta acessar o site, fazer o login e, no menu “Minha Conta”, escolher a opção “Bilhetes”. A busca pode ser filtrada pelo período de emissão da nota fiscal. Das 71 pessoas já contempladas pela Nota Premiada Bahia desde o início da campanha, em fevereiro, 49 são da capital e 22 do interior. De acordo com a Secretaria da Fazenda (Sefaz-Ba), responsável pela campanha, são atualmente mais de 340 mil participantes inscritos no site. Além de estar cadastrado, é preciso incluir o CPF nas compras realizadas em estabelecimentos que emitem a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e). Todo mês dez pessoas ganham o prêmio de R$ 100 mil. Os participantes também compartilham suas notas fiscais eletrônicas com 674 instituições beneficentes apoiadas pelo programa Sua Nota é um Show de Solidariedade: quem se cadastra
para concorrer aos sorteios deve indicar até duas instituições, uma da área de saúde e outra da área social. COMO PARTICIPAR Para participar, basta fazer a inscrição no www.notapremiadabahia.ba.gov.br. A partir daí, é preciso solicitar a inclusão do CPF a cada compra realizada em estabelecimentos que emitam a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica, documento fiscal que possui um QR Code, código de barras com formato quadrado, a popular “quadradinha”. A Nota Premiada Bahia tornou mais simples o ato de apoiar instituições beneficentes mediante o compartilhamento de notas fiscais. Ao indicar as instituições de sua preferência durante a inscrição realizada no site, cada participante compartilha automaticamente suas notas a cada compra realizada. Para isso, basta que o estabelecimento comercial seja emissor da Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica, e que o participante não se esqueça de solicitar a inserção do CPF na nota. Instituições beneficentes que ainda não participam do Sua Nota é um Show de Solidariedade podem solicitar sua inscrição preenchendo o formulário de cadastramento eletrônico no site www. sefaz.ba.gov.br. Basta clicar no botão “Educação fiscal”, em seguida no banner “Sua Nota é um Show de Solidariedade” e, na página do programa, acessar o link “3ª fase”. Para esclarecimento de dúvidas a respeito, ligar para o 0800 071 0071.
APOIO A revista de Lauro de Freitas & Região
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q SOLIDARIEDADE
Projeto Vida, que atua no Parque Dona Lindu, precisa de ajuda para continuar ação social na comunidade j Thiara Reges | Freelance para a Vilas Magazine
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região conhecida como Dona Lindu, em Itinga, é famosa em Lauro de Freitas, pena que por motivos tão negativos. Tráfico de drogas, briga de facções, muita violência e sangue. É nesse cenário que se encontra o Projeto Vida, um trabalho da Igreja Batista Bíblica de Israel, que visa formar novos cidadãos e uma nova história para a comunidade. Por alguns anos a Igreja, através da Associação Vinde a Mim, tentou atuar no combate direto ao vício de álcool e drogas, mas o índice de recuperações sempre foi muito baixo. Desistir da comunidade não estava em questão. Mudou-se o foco e, há dois anos, o trabalho é na prevenção, através da educação de crianças de 2 a 13 anos de idade, evitando o contato com o vício. “Se hoje o Dona Lindu já é um local violento, imagina há quatro anos atrás, quando começamos a obra”, destaca Washington Irmão, diretor do Projeto Vida. Ele conta que em apenas uma semana, 476 famílias procuraram a unidade para o cadastro socioeconômico. E a procura mantém-se alta, com filas de espera para todas as séries. O maior trabalho da instituição se concentra na creche, período integral para crianças de 2 a 4 anos, e reforço escolar no contraturno das aulas, para crianças de 4 a 13 anos. Todas recebem a orientação de pedagogos, e o acompanhamento, na área de saúde, nas especialidades de psicologia, assistência social, pediatria, e a mais recente conquista da instituição, o atendimento odontológico. Às crianças são oferecidas ainda oficinas de canto e coral, música, informática, capoeira e judô. “Esta última é mais recente, mas
já tem mostrado resultados e é hoje uma de nossas oficinas mais promissoras. Já temos alunos competindo a nível estadual”, frisa. As crianças chegam às 7h30 e ficam até às 16h30. Neste intervalo são oferecidas quatro refeições (café da manhã, lanches e almoço). Atualmente o quadro de funcionários conta com 17 profissionais, mais os voluntários. Para garantir a inscrição no Projeto Vida é necessário cumprir alguns requisitos. No caso da creche, num período de seis meses, os responsáveis precisam comprovar a empregabilidade ou que voltaram a estudar. Para as crianças de quatro a 13 anos, o requisito é a apresentação do comprovante de matrícula e o boletim escolar. “Na nossa metodologia fazemos uma visita semestral às escolas onde as nossas crianças têm aula regularmente. E é uma troca de informações valiosa para o desenvolvimento da criança, sobretudo aquelas em estágio mais crítico de aprendizagem”, destaca Washington. CRISE E COLABORAÇÃO 2018 tem sido um ano difícil. “Aqui na comunidade a maioria das pessoas vive com salário mínimo ou bolsa família. Aquele
j Crianças atendidas pelo Projeto Vida. A creche, com capa cidade para 24 crianças, está fechada desde o início do ano k O consultório odontológico é a conquista mais recente, e atende as crianças do projeto l A sala de informática comporta 20 alunos. As máquinas novas foram compras com o dinheiro arrecadado em evento beneficente l
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k
Jaime de Moura Ferreira que tem dois salários é luxo”. A crise e o desemprego que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atinge cerca de 1,168 milhão de pessoas na Bahia, provocou também uma queda nas doações à Igreja Batista Bíblica de Israel, única mantenedora do projeto. “Para manter a instituição precisamos mensalmente de cerca de R$ 40 mil. Infelizmente não contamos atualmente com nenhum apoio, seja do município ou estado. A renda vem apenas das doações dos fiéis nos cultos da Igreja, e a conta não está fechando”, destaca Washington. As consequências já são percep-
tíveis. A primeira foi o fechamento da creche, que está sem funcionar desde o início do ano. Em seguida, a redução em 30% da capacidade de atendimento do projeto e ainda a diminuição no quadro de funcionários. E ainda assim, a instituição conta com a parceria e compreensão dos colaboradores, que estão recebendo o salário atrasado, mas ajudando a manter o trabalho da instituição. Hoje a instituição mantém 143 crianças. “Ontem, dia 20, foi dia de pagamento. Infelizmente cinco pessoas ficaram sem receber, e não temos previsão, dependemos da entrada de algum recurso”, desabafa. Pessoas jurídicas e físicas interessadas em conhecer e ajudar o Projeto Vida podem entrar em contato pelo WhatsApp (71) 99667-5216 ou Facebook/projetovidaibbi
Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com
A Primavera
O
inverno deixou a terra com as árvores espectrais, pois a frieza assim providenciou. Pode-se dizer que elas ficaram em hibernação! Surgiu então a primavera austral, modificando a paisagem. Estava-se após o inverno e antes do verão. O astro rei, ainda em solstício, brilhava suave, dando início ao aumento da temperatura e trazendo para o nosso planeta maior claridade, além dos matizes que projetava no céu. Estava-se em 23 de setembro. As plantas, saiam do aspecto fantasmagórico e começavam a se distinguir. Brotavam folhas em seus galhos verdejantes, carregavam-se da floração, demonstrando sua pujança. Era o começo da frutificação e da sua reprodução. Por ser a estação do ano mais perfumada e florida, destacavam-se os ipês brancos, amarelos, rosas e lilases. Os animais silvestres brigavam, entre si, para ganharem a companheira para seu acasalamento. Também, despertavam os hibernantes. As flores multicoloridas se abriam na confluência dos rios e as borboletas, em grandes volumes, transformavam o espaço numa tela cheia de cores. Os pássaros chocavam os últimos ovos, em seus ninhos, enquanto alguns já se orgulhavam de seus rebentos nascidos. As chuvas que caíram trouxeram para os rios águas cristalinas e neles peixes prateados, em desova. Os seres humanos pisavam nas suas nascentes, ou “ôlho d’água” e ficavam estarreci-
dos com a pureza das mesmas. As águas do mar aumentavam, em razão da elevação da temperatura, transmitida pelo sol, e o brilho da lua no céu, mostrava que era a rainha das noites. A maré também ficava mais alta. As montanhas altaneiras e brilhantes, algumas ainda cobertas de neve, faziam parte da linda pintura, traçada pelo Grande Criador. Os seres humanos sentiam-se encantados com o meio ambiente, com as plantas, pássaros, rios e frutas que lhes eram oferecidos e tudo faziam para preservá-lo. As aves, vindas de territórios distantes, desciam no lago próximo, para se alimentar e, também, descansar. Os viventes se encantavam com aquela estação e vibravam deslumbrados com sua magia inconfundível. Sem dúvidas, a natureza se enfeitava e se embelezava com múltiplos coloridos. Era o renascimento dela. De acordo com a religião católica, a primavera foi criada por Deus, quando nos premiou com o “Jardim do Éden”. A terra inspirava aos poetas e artistas diversos, notadamente os pintores, a exemplo de Sandro Botticeli, que em 1482 pintou a “Alegoria da Primavera”. Tudo era lindo. Os campos, as florestas, os rios e o degelo das montanhas completavam o quadro divino. Os humanos buscavam naquela beleza o complemento do despertar de sua alma e enxergavam o mundo com olhares benfazejos. No meu mundo de sonho e eu não queria acordar, nosso planeta se apresentava diferente e formoso. Era a primavera! Setembro de 2018 | Vilas Magazine | 25
q TURISMO
Ilhéus Fazendas de cacau abrem porteiras para visitantes
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m totem em forma de barra de chocolate fincado na BA-262 marca o começo de uma nova rota turística na Bahia: a Estrada do Chocolate, rodovia estreita que liga Ilhéus ao município de Uruçuca. O lançamento aconteceu em 18 de julho, dia da abertura do Chocolat Festival 10º Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado todos os anos em Ilhéus. Na primeira fase, 20 propriedades, na estrada principal e em vicinais, abrirão suas porteiras aos turistas. A ideia é que o circuito cresça e englobe até 50 fazendas. O Sebrae está dando consultoria aos fazendeiros e capacitando pessoal, informa Marco Lessa, empresário, organizador do festival e principal articulador da rota turística. O governo do estado investiu R$ 400 mil até agora. Os recursos, segundo Lessa, foram aplicados na sinalização da estrada e na criação de um site (estradadochocolate. com.br/site/) e de um aplicativo. Agora, o objetivo é conquistar parceiros na iniciativa privada para melhorar o acesso a fazendas mais afastadas, onde o asfalto não chega. “Também falta levar sinal de celular à região. Quero que o turista venha a Ilhéus, mas não fique apenas na praia todos os dias”, afirma Lessa. O turismo pode ser uma alternativa para salvar a economia da cidade, que desmoronou na década de 1990, depois de as lavouras terem sido dizimadas pela praga conhecida como vassoura-de-bruxa. De lá para cá, alguns produtores recuperaram as plantações e estão obtendo resultados no mercado de cacau fino, destinado à fabricação de chocolates especiais. Mas o crescimento é lento. Lessa diz que muita gente está “batendo o pó da calça” e se mexendo para mostrar os atrativos das suas fazendas. Não são poucos. Casarões centenários impregnados de história, muitos dos quais já serviram de cenário para filmes e novelas, agora podem ser vistos por dentro. Em alguns, o turista poderá provar pratos da roça, típicos da região, diferentes da culinária baiana dominante no litoral. As visitas incluem experiências no campo. Será possível acompanhar a colheita feita há mais de um século manualmente, com facão e, no meio da floresta, beber o mel do cacau, caldo doce que escorre da polpa da fruta. Depois, subir nas barcaças onde as amêndoas são secas ao sol, sob telhados que deslizam sobre trilhos, acompanhar as etapas da produção do chocolate e participar de degustações. O passeio exige calça comprida e botas. Anda-se pelo meio de mata selvagem, já que os pés de cacau são plantados entre árvores nativas, algumas com dezenas de metros de altura. O sistema, conhecido como cabruca, garante a umiContinua na página 28 u
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CasarĂŁo da fazenda Capela Velha, onde moram os donos da propriedade Frutos do cacau Setembro de 2018 | Vilas Magazine | 27
q TURISMO
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dade e o sombreamento necessários ao cacaueiro e contribui para a preservação da mata atlântica. Para acolher a nova demanda turística, a cidade de Ilhéus conta com aeroporto e 10 mil leitos em 60 meios de hospedagem, de pequenas pousadas a resorts. As colheitas anuais de cacau, em maio e novembro, são boas épocas para o passeio. Quem quiser conhecer todas as fazendas da Estrada do Chocolate deve reservar ao menos dois dias – de Ilhéus a Uruçuca, a rodovia tem 40 quilômetros. Vale a pena esticar o roteiro por mais um dia para conferir também as propriedades na BR-415, estrada que liga Ilhéus a Itabuna. O agendamento das visitas pode ser feito diretamente com cada fazenda – o escritório da Estrada do Chocolate, no centro de Ilhéus, vai funcionar apenas como central de informações. A seguir, o roteiro de algumas das propriedades que estão recebendo turistas para visitação (os preços foram coletados em julho, e podem sofrer alterações). Cidade com o mais extenso litoral entre os municípios baianos, Ilhéus foi fundada em 1536 como “Vila de São Jorge dos Ilheos”, e elevada a cidade em 1881
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FAZENDA PROVISÃO Estrada Ilhéus-Uruçuca, km 27; fazendaprovisao. com.br Tataraneto do coronel Domingos Adami de Sá, primeiro intendente de Ilhéus, Roberto Novaes recebe os visitantes na propriedade de 300 hectares, na família desde 1815. Ele assume o papel de guia e mostra todas as instalações, começando pela capela de Nossa Senhora da Conceição, que fica ao lado da porteira. As barcaças para secagem do cacau podem ser vistas do casarão, mas há a opção de acompanhar os trabalhadores na tarefa de pisar as amêndoas com os pés descalços. Após percorrer a plantação e degustar o fruto, o turista conhece o interior da casa e se refresca com suco de cacau. Não é preciso agendar: as visitas acontecem diariamente, das 8h às 16h (R$ 30 por pessoa). O almoço com cardápio baiano pode ser contratado à parte (R$ 60 por pessoa). Grupos podem ainda optar pelo day use. Por R$ 400, o pacote para seis pessoas inclui trilhas pela mata e passeio de canoa pelo rio Almada. Já a diária com pensão completa sai R$ 190 por pessoa – os hóspedes dormem no casarão ou em um imóvel anexo. FAZENDA PORTO ESPERANÇA Distrito Rio do Braço, estrada Ilhéus”“Uruçuca, entrada pelo km 22; tel.: 73 99132-5441. Chegar à fazenda já é uma experiência – depois de cruzar a porteira e estacionar o carro, o visitante atravessa o rio Almada, em pé, em uma balsa de tração manual. Na outra margem, aguarda o agrônomo mineiro Marcelo Abrantes, que adquiriu a propriedade há quatro anos e decidiu revolucionar. Em vez de destinar seus frutos à fabricação de chocolate, inventou um método para produzir cachaça a partir do mel do cacau. A destilaria deve ficar pronta em dezembro, mas os primeiros lotes experimentais já podem ser provados, além dos outros produtos da Porto Esperança: mel de cacau in
Na fazenda Riachuelo, visitantes podem acompanhar o processo de produção do chocolate Mendoá
natura e amêndoas caramelizadas com açúcar demerara. Além da degustação, a visita – que deve ser agendada e custa R$ 100 por pessoa – inclui caminhada de um quilômetro, roça adentro, para conhecer a cascata da fazenda. Vale negociar um pulo até uma bonita ponte ferroviária, construída em 1910. FAZENDA RIACHUELO Estrada Ilhéus-Uruçuca, km 20; mendoachocolates.com.br A propriedade fabrica o chocolate Mendoá – produz 300 quilos por dia, distribuídos para 17 estados. É o único endereço da nova rota onde se conhece o processo todo: da lavoura de cacau à barra. O visitante começa pela fábrica – é preciso usar roupas especiais para ver de perto, através de vidros, como as amêndoas viram chocolate. Em seguida, uma caminhonete leva o turista pelos dois quilômetros de estradinhas de terra que cortam a plantação. Quem estiver disposto a sujar os sapatos pode ir a pé ao local onde os trabalhadores quebram a casca do cacau e separam as amêndoas. Este mês, a fazenda ganha um lojinha. A visita deve ser agendada por email e custa a partir de R$ 50 por pessoa.
Funcionários da fazenda Riachuelo quebram a casca do cacau para retirar as amêndoas. Abaixo, interior da capela de Nossa Senhora da Conceição, na entrada da fazenda Provisão
FAZENDA CAPELA VELHA Estrada Ilhéus-Uruçuca, km 32, vicinal de acesso a Mucambo; tel.: 73 99916-2181. A fazenda estava em ruínas quando foi comprada, em 2011, pelo casal mineiro Tais e Carlos Tomich. Eles conduziram uma restauração e, pela primeira vez, estão recebendo visitantes. A construção onde funcionava o antigo secador de cacau foi transformada Continua na página 30 u
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q CIDADE
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em um salão com cozinha, onde os dois recebem grupos a partir de dez pessoas. Ao redor das mesas ficam antigos equipamentos da fazenda, como o bodogo (facão para cortar cacau), o bicador (instrumento pontudo para pegar o cacau no chão) e o caçuá (cesto de palha para transporte da fruta). O roteiro é montado a gosto: pode ser uma caminhada rápida pela lavoura, seguida de almoço típico, ou durar o dia todo, incluindo uma trilha e participação na colheita. As visitas devem ser agendadas e custam a partir de R$ 45 por pessoa. Espaço na sede da fazenda Capela Velha comercializa artesanato da região
Barcaças da fazenda Provisão, onde as amêndoas são secas ao sol, sob telhados que deslizam sobre trilhos. Visitantes podem acompanhar as etapas da produção do chocolate e participar de degustações
FAZENDA INDEPENDÊNCIA Estrada Ilhéus-Uruçuca, nº 200; tels.: 73 999832518 e 73 99110-0213 A propriedade com 500 hectares, colada à cidade de Uruçuca, mudou de mãos em 1982 e foi inteiramente recuperada. A lavoura de cacau ocupa 250 hectares em terreno bastante acidentado – o passeio pela plantação, que começa em novembro, será feito em trator ou caminhonete 4x4. O ponto alto do roteiro promete ser o café da manhã (ou da tarde), servido na varanda do casarão: trata-se de uma mesa forrada de quitutes baianos, como cuscuz de milho fumegante regado com leite de coco e bolo de mandioca. As visitas devem ser agendadas (R$ 50 por pessoa). FAZENDA PRIMAVERA Estrada Ilhéus-Itabuna, km 20; tel.: 73 98818-3207. Há sete gerações na mesma família, a fazenda já não produz cacau em larga escala e funciona basicamente em função do turismo. Quem recebe os visitantes é o proprietário, o falante Virgílio Amorim, 74. O passeio leva duas horas. Depois de passear de charrete e percorrer a plantação, é hora de conhecer o museu, onde Amorim expõe suas relíquias. Lá estão louças, utensílios de cozinha e moedas do século 19 e documentos assinados pelo marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892). No final, é servido lanche com bolo e suco de frutas locais como cacau e cupuaçu. A fazenda funciona de segunda a sexta, a partir das 9h. É preciso agendar a visita, que custa R$ 25 por pessoa. FAZENDA YRERÊ Estrada Ilhéus-Itabuna, km 11; fazendayrere. blogspot.com O agrônomo Gerson Marques, 55, é proprietário
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e anfitrião. Depois de receber os visitantes com suco de cacau gelado, ele dá uma aula sobre a produção de chocolate. Chega, então, o momento de caminhar pela plantação, conhecer as barcaças, os tanques de fermentação das amêndoas e, em seguida, provar os chocolates especiais produzidos na fazenda. A sala da casa serve de lojinha, onde o turista encontra chocolates, amêndoas caramelizadas, nibs de cacau (amêndoas torradas e picadas) e geleia de mel de cacau. Não é preciso agendar – os visitantes são recebidos de segunda a sábado, das 9h às 16h, e aos domingos, das 9h às 12h. A visita, de duas horas, custa R$ 30 por pessoa. INSTITUTO BIOFÁBRICA DE CACAU Rodovia Ilhéus-Uruçuca, km 32; biofabrica.org.br A entidade sem fins lucrativos visa desenvolver a cultura cacaueira. Em uma área de 60 hectares são produzidas 3 milhões de mudas por ano, incluindo outras espécies, como mandioca e abacaxi. Ao longo de 30 minutos, os visitantes percorrem os viveiros acompanhados de um dos biólogos da equipe e, ao final, podem comprar mudas --cada uma sai por R$ 1,70. A visita é gratuita e deve ser agendada. ESTAÇÃO RIO DO BRAÇO Estrada Ilhéus-Uruçuca, acesso pelo km 25. O povoado que se formou ao redor desta antiga estação ferroviária, inaugurada em 1911 e desativada em 1954, parece um cenário esquecido no meio da floresta. Ao longo de uma rua há uma fileira de ruínas de casarões erguidos na década de 1920 – vários foram usados como locação para a novela “Renascer”, da Rede Globo. A estação passou por uma tentativa recente de revitalização,
mas está fechada. Lá dentro, permanecem preciosidades como um livro de prestação de contas, escrito à mão, datado de 1929.
Bolo, suco de cajá e cuscuz de milho no café da manhã servido na fazenda Independência
HARAS ILHA BELA Distrito Rio do Braço, estrada Ilhéus-Uruçuca, acesso pelo km 23; tel.: 73 99981-4829. Desde janeiro, a propriedade recebe visitantes aos sábados e aos domingos, das 9h às 17h, em sistema de day use. O turista paga R$ 40 para ter direito a todas as atividades: trilha, passeio a cavalo, piscina, pescaria, pedalinho, tirolesa e futebol na areia. Para as crianças, há touro mecânico, plantio na horta, futebol com sabão, passeio de charrete e ordenha. O almoço, que inclui pratos típicos preparados no fogão a lenha, é servido no esquema bufê e pago à parte: R$ 55 o quilo, sem bebidas. Quem se hospeda em um dos seis chalés pode jantar em torno de uma fogueira. O pernoite sai R$ 180 para o casal. Texto: Flávia G. Pinho. Fotos: Caio Ferrari. Folhapress.
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q VIVER BEM
Escolher o colchão certo para dormir evita danos à coluna
Produto deve ter densidade adequada ao peso de quem vai deitar. Vale testar antes de comprar
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er um sono tranquilo e acordar disposto depende muito do colchão onde se deita. Mais que isso, a principal parte de uma cama é também responsável por evitar danos à coluna ao longo do tempo. Colchão é algo tão importante que o uso de um errado foi citado como o responsável por tirar o lateral Marcelo, da Seleção Brasileira, do jogo da Copa do Mundo contra o México. O atleta teve um espasmo lombar. “É importante lembrar que, mesmo deitados, realizamos esforço muscular na lombar e posturas inadequadas ao dormir podem aumentar isso”, afirma o ortopedista Yoshinobu Nagasse. Independentemente do revestimento a ser usado, a densidade é o que mais deve ser levado em consideração na hora de fazer a escolha. Pessoas pesadas, por exemplo, devem usar modelos mais densos (veja infográficos). O conforto também é importante para definir qual o colchão a ser usado. “A pessoa deve deitar e se sentir confortável. Deve também
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evitar os extremos. Colchão duro demais pode levar a problemas nas articulações, mole demais pode ocasionar diversas lesões, entre elas, hérnia de disco”, diz o membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Alexandre Stivanin. Para o ortopedista Tiago Lazzaretti Fernandes, coordenador científico do Núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Sírio-
Libanês (SP), o ideal é que a coluna fique na posição neutra, sem que o colchão provoque desvios quando o indivíduo estiver deitado de lado. “Seria interessante se a pessoa pudesse testar o colchão por algumas noites para checar se a adaptação é adequada”, afirma o médico.
PRODUTO DE TESTE É MAIS MACIO Os colchões colocados como peças de mostruário para teste em lojas costumam ser mais macios do que aqueles que são entregues embalados em casa. Segundo o ortopedista Tiago Lazzaretti Fernandes, é importante levar isso em consideração na hora da compra. “Lembrar que o colchão da loja geralmente é mais utilizado e que provavelmente ele chegará mais duro em casa”, afirma. William Cardoso / Folhapress.
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q CARREIRAS
A
utoajuda para executivos sempre vende bem, mas o sucesso é maior em épocas de rápida mudança. A revolução digital segue eliminando cadeias de trabalho e abalando a confiança de líderes em escala planetária. Nesse momento fluido, livros que misturam lições básicas sobre empreendedorismo a um sentimento quase religioso de autoconfiança vendem como pão quente (até que algum aplicativo torne obsoleto também o pão quente). Mas qual executivo sério tem tempo para ler tudo isso? Nenhum, especialmente neste ambiente corporativo cada vez mais cheio de metas e mais vazio de prazos. Por isso, seguem aqui os resumos comentados das lições essenciais que recheiam sete dos livros considerados fundamentais dentro desse subgênero literário. Alguns deles não são exatamente “literatura para executivos”, como “O Segredo” e “A Arte da Guerra”, mas frequentam as mesmas estantes e, por isso, também conseguiram um lugar na lista. Como tempo é dinheiro e ninguém tem tempo para nada, vamos ao que interessa. Edson Aran / Folhapress.
O bê-á-bá O bê-á-bá da autoajuda da autoajuda para executivos
para executiv
O MONGE E O EXECUTIVO James C. Hunter, Ed. Sextante, 144 págs.
Resumos comentados dos princip livros sobre vencer na vida p. D4 e D
Lição 1: Influência e liderança funcionam melhor do que o poder para alcançar seus objetivos. Liderar é influenciar pessoas para que elas façam o que você quer. Esse é o verdadeiro poder.
vida prática Pronto. Você não precisa mais ler o best-seller “O Monge e o Execu# C. Como organizar a coleta seletiva no se tivo” (Editora Sextante), do americano James Hunter, consultor-chefe da empresa de treinamento J.D. Associados. sobrerodas O livro já vendeu 4 milhões de cópias no Brasil e no mundo graças # Em teste, utilitáriolições Peugeot 5008 conq ao recurso narrativo da “fábula moral que passa importantes de vida”, mesmo estratagema que fez a fama e a fortuna do brasileiro sobremorar Paulo Coelho. # Aprenda a equilibrar forma e conteúdo Hunter conta a história de John Daily, rico executivo americano que, muito estressado, vai passar uns tempos num mosteiro beneditino próximo ao lago Michigan. Lá, encontra o monge Simeão que, na verdade, também é um ex-executivo chamado Leonard Hoffman. Pois é, a trama é ridícula, mas não importa. O fundamental aqui é que Simeão é uma espécie de mestre jedi 34 | Vilas Magazine | Setembro de 2018
SEJA FODA! Caio Carneiro, Ed. Buzz, 208 págs.
Especialistas comentam receitas de best-sellers para vencer no trabalho e na vida
bá ajuda ecutivos
da administração de empresas e passa toda sua sabedoria para o nosso amigo John Daily. Em síns dos principais tese: o poder nasce da liderança e não o contrário. vida p. D4 e D5 “O livro é bem menos impactante do que esse resumo”, comenta Elaine Saad, da Associação Brasileira de Recursos Humanos, ABRH. “De fato, influenciar e agir é muito mais importante do que ter o poder.” Mas o truque aqui, explica ela, é que a seletiva no seu condomínio p. D2 pronta de como não existe uma receita ser influente, pois isso varia de pessoa para pessoa e também de empresa para geot 5008 conquista pelo luxo p. D6 empresa. “O profissional precisa descobrir qual é a sua maneira de influenciar a organirma e conteúdo na estante de livros p. D3 zação em um determinado contexto”, acrescenta Saad, “pois as situações também mudam”. Em resumo, pratique a influência desde sempre, jovem padawan, e o poder será a consequência desse movimento Gabriel Cabral/Folhapress
Produção Aline Prado
Lição 2: Para conseguir 100% de sucesso, você precisa dar 100% de si. Esse é o ensinamento essencial de “Seja Foda!” (Editora Buzz), best-seller de Caio Carneiro. A orelha do livro conta que o autor fez seu primeiro milhão antes dos 25 anos (uau!) trabalhando com marketing de relacionamento, que é apenas um nome chique para uma lição ancestral: “trate bem o cliente e ele retornará”. O uso do palavrão no título faz com que o livro se destaque nas lojas, embora seja derivativo, já que sua evidente inspiração é “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se”, de Mark Manson (veja ao lado), publicado nos Estados Unidos em 2016. A essência do ensinamento de Caio Carneiro é que determinação e esforço fazem toda a diferença num mercado cada vez mais competitivo. Mas só isso basta? Paula Traldi, fundadora da Blosson Treinamento e Desenvolvimento e membro do conselho consultivo da Camargo Correa S.A., entre outras empresas, concorda em termos. “Muitas vezes, nem 100% é o bastante, é preciso dar 150% de si. Para isso, é essencial que o executivo trabalhe com aquilo que gosta e o faz se sentir realizado. Desta forma, dar 100% ou 150% de si para o progresso da empresa será sempre um prazer”, diz. Elaine Saad, presidente da ABRH, acrescenta: “Dar 100% de si é ótimo, desde que o profissional esteja de acordo com os valores e os propósitos da organização na qual está inserido. Esses precisam coincidir com os dele, ou o esforço será inútil”.
A ARTE DA GUERRA Sun Tzu, Ed. Martins Fontes, 360 págs.
Lição 3: Hierarquia, disciplina e determinação são o caminho para a vitória. Conhecer o adversário e antecipar as reações dele também ajudam bastante. Essa é a essência de “A Arte da Guerra” (várias edições), um tratado de estratégia militar escrito pelo general chinês Sun Tzu no século 5 a.C. Não é exatamente um livro de negócios, mas virou leitura obrigaContinua na página 36 u
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q CARREIRAS
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tória entre executivos desde que foi citado pelo personagem Gordon Gekko (Michael Douglas) no filme “Wall Street - Poder e Cobiça” (1987), de Oliver Stone. O fato de Gekko ser um picareta e escroque nunca abalou a fama do livro e talvez até a tenha aumentado. “A Arte da Guerra” tem linguagem poética e é uma leitura leve e agradável, embora muitas lições sejam impraticáveis na vida empresarial, a menos que você esteja planejando sitiar uma cidade murada. Nunca se sabe. Composto de aforismos e pequenas histórias, o manual de Sun Tzu é uma ode ao poder rígido e centralizado, sempre pronto a defender suas posições e rechaçar ameaças antes mesmo que elas se apresentem. Paula Traldi, da Blosson Treinamento e Desenvolvimento, lembra de um chefe que costumava repetir que “só os paranoicos sobrevivem”, mas acrescenta que o problema dessa maneira de pensar é enxergar fantasmas onde não existe nada. “A gente nem deveria ter inimigos dentro de uma organização”, afirma Elaine Saad, da ABRH. “O risco aqui é transformar colegas em adversários e se descuidar do desafio externo, que é cada vez maior”, diz ela. Paula Traldi complementa: “O mundo hoje é descrito como Vuca, sigla para ‘Volatile, Uncertain, Complex, Ambiguous (volátil, incerto, complexo e ambíguo). Tudo o que nós não precisamos num momento como este é de mais paranoia”.
MINDSET - A NOVA PSICOLOGIA DO SUCESSO Carol S. Dweck, Ed. Objetiva, 312 págs.
Lição 4: Você vai cair muitas vezes na vida, mas o importante é conseguir se levantar e, mais do que isso, analisar atentamente o obstáculo que o levou a tropeçar. Essa é a lição mais importante do livro “Mindset - A Nova Psicologia do Sucesso” (editora Objetiva), da psicóloga americana Carol S. Dweck. Basicamente, o que a autora propõe é que pessoas bem sucedidas têm um “mindset de crescimento” -elas nunca se rendem, nunca duvidam das suas capacidades e enxergam os inevitáveis tropeços como etapas necessárias para alcançar a glória e a fortuna. O livro é autoajuda aplicada ao mundo dos negócios e há uma certa religiosidade de fundo, do tipo “Deus nos dá dificuldades de acordo com nossa capacidade de superá-las”. Mas com esse mambo-jambo previsível, Carol S. Dweck já vendeu mais de 1,7 milhão de cópias, então provavelmente ela está certa. Paula Traldi tem, contudo, uma receita mais sucinta e eficaz: “Autoconfiança e autoconhecimento são tudo na vida. Quem tem essas duas coisas, nunca enxerga obstáculos”. E Elaine Saad adverte que no momento de fazer uma análise do que deu errado é necessário buscar outras opiniões. “O feedback dos colegas é importante para que o diagnóstico do ‘tropeço’ seja mais acurado, senão você corre o risco de não aprender nada e até voltar a repetir o erro.”
OS SEGREDOS DA MENTE MILIONÁRIA T. Hary Eker, Ed. Sextante, R$ 29,90, 176 págs.
OS 7 HÁBITOS DAS PESSOAS ALTAMENTE EFICAZES Stephen R. Covey, Ed. Best Seller, 462 págs.
Lição 5: Ficar rico dá muito trabalho, mas existe um truque: quem quer enriquecer acredita que cria as oportunidades, enquanto as pessoas de mentalidade pobre enxergam apenas obstáculos. Esse é o ensinamento que se extrai de dois best-sellers distintos, “Os Segredos da Mente Milionária” (editora Sextante), do canadense T. Harv Eker, e “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes” (editora Best Seller), do americano Stephen Covey. E, como você percebeu, é apenas uma reelaboração da lição anterior. Há mais uma dezena de títulos sobre empreendedorismo que pregam exatamente a mesma coisa: o obstáculo só está lá para que
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O SEGREDO Rhonda Byrne, Ed. Sextante, R$ 49,90, 216 págs.
Lição 6: O universo é movido pela lei da atração. Pense positivo e a vida será positiva. Pense negativo e a vida vai tratá-lo muito mal. Este é o grande segredo de “O Segredo”, o best-seller mundial da australiana Rhonda Byrne. Existe também um documentário de mesmo título no Netflix que resume toda a filosofia da autora. Embora não seja exatamente um livro para executivos, pois a tal lei da atração supostamente opera milagres em todas as áreas da vida, “O Segredo” é um produto que também frequenta a estante dos livros de negócios. Rhonda Byrne esclarece, no entanto, que não basta apenas “pensar positivo” e desejar ardentemente o que se quer: é preciso visualizar e vivenciar a sensação de já ter conseguido para que o “universo decida presenteá-lo” com aquilo. O livro sugere que você faça a lista do que realmente deseja e estipule até mesmo o tempo para alcançá-lo. Elaine Saad não descarta totalmente o sentido quase religioso de “O Segredo”, mas faz ponderações. “Acreditar sempre funciona, é claro”, diz ela, “mas o executivo precisa saber o que quer e entender o que está acontecendo com ele, pois é muito difícil controlar o pensamento.”
você encontre uma maneira de superá-lo. Outro conselho repetido à exaustão é que é preciso ficar atento aos custos e mantê-los em patamares baixos. Além disso, deve-se buscar a associação com pessoas cujos talentos complementem o seu, para que o empreendimento cresça com mais rapidez. Digamos que você faça um excelente cachorro-quente e seu vizinho tenha uma Kombi na garagem. Juntando os dois você tem um food truck. É isso. Elaine Saad, no entanto, diz que essas receitas são simplificadoras. “O ser humano não é tão previsível e nem todo mundo quer ficar milionário”, diz ela. “É mais importante buscar prazer no que se faz do que só correr atrás da riqueza. O que todos precisamos é de um montante de dinheiro que nos pareça adequado e nos faça feliz”.
A SUTIL ARTE DE LIGAR O FODA-SE Mark Manson, Ed. Intrínseca, 224 págs.
Lição 7: Você não é nada especial, mas suas escolhas são. Tenha a coragem de abandonar o ego e se engajar em um “projeto” que seja maior do que você. Segundo o livro “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se” (editora Intrínseca), do blogueiro Mark Manson, a verdadeira felicidade só é alcançada quando cai a ficha de que você é um zé-ninguém e de que as suas ideias e os seus sonhos de grandeza também são. Manson faz uma salada de existencialismo francês com budismo tibetano para formular um tipo de autoajuda que aposta no “negativo”, na ideia de que você não vai “chegar lá”, mas que isso não importa. Segundo o autor, o que dá sentido à existência é a formulação de um projeto de imortalidade que deve ser sua herança e seu legado para o mundo. Você é apenas um parafuso útil no mecanismo, mas isso é ok, desde que você concorde com os objetivos do mecanismo. O que Mark Manson defende é que a ideia de vencer sempre é um conceito “da moda”, mas não é real. A felicidade está em conquistas prosaicas e simples, desde que imbuídas de sentido para você. Elaine Saad concorda. “O importante é entender o que o realiza e isso é muito diferente para cada um”, diz. “Não existe uma ‘grande felicidade’, mas sim a soma de ‘pequenas felicidades’ que dão prazer e sentido ao seu dia a dia.” O mesmo pensa Paula Traldi: “Os novos gurus de comportamento empresarial dizem isso, mas o conselho funciona mais para países desenvolvidos, onde problemas como o de desemprego são menores. Quando se pode escolher onde trabalhar, o executivo vai em busca de um propósito, ele quer fazer parte de empresas cujos valores coincidam com os dele. Essa é uma ideia que vai crescer muito nesse mundo novo.” Como se vê, todos os livros de autoajuda para executivos vendem fórmulas mágicas, mas elas de fato não existem. Sobram, porém, algumas regrinhas básicas que fazem bastante sentido: conheça a si mesmo, conheça o contexto, exerça influência e tenha fé. Fé em você, é claro. No mais, é só seguir a dica do grande filósofo Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”
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q EMPRESAS & NEGÓCIOS
Direitos e deveres dos que buscam no estágio a porta de entrada para o mercado de trabalho
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pesar de não configurar vínculo de emprego, o estágio é a porta de entrada para o mercado de trabalho para muitos estudantes. Além de contribuir para o desenvolvimento profissional, é uma oportunidade para adquirir a experiência exigida por muitas empresas na hora de realizar uma contratação. O período pós-férias pode ser um bom momento para pleitear uma vaga. Com o término de muitos contratos, as ofertas tendem a aumentar. No entanto, o Ministério do Trabalho faz um alerta aos estagiários: embora o estágio não caracterize relação de trabalho, os estudantes possuem uma série de direitos garantidos pela Lei nº 11.788 de 2008, conhecida como a Lei do Estágio. Segundo o diretor do Departamento de Políticas de Empregabilidade do Ministério do Trabalho, Higino Brito Vieira, o estágio é parte do processo de formação, fundamental para o conhecimento prático do ambiente de trabalho. “Na maioria das vezes, esse é o primeiro contato dos estudantes com o mercado e pode abrir portas para o futuro, proporcionado pela relação direta com o meio profissional”, ressalta. Podem estagiar os alunos com matrícula e frequência regular no ensino médio, ensino superior, educação especial ou profissional e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em relação à carga horária, a Lei do Estágio fixou o teto de seis horas por 38 | Vilas Magazine | Setembro de 2018
dia, sem ultrapassar 30 horas semanais para os estagiários que cursam o ensino superior, médio e profissional. No caso de estudantes da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional da EJA, são quatro horas diárias, não excedendo a 20 horas semanais. E oito horas diárias e 40 horas semanais para estágios de cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, desde que haja previsão no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. Também está prevista na legislação a redução da carga horária em até 50% em dias de prova ou que antecedem à avaliação. As faltas injustificadas, porém, podem ser descontadas no pagamento da bolsa TEMPO DO ESTÁGIO E BENEFÍCIOS O estudante pode estagiar por até dois anos na mesma empresa ou no mesmo órgão público, exceto portadores de deficiência. Em estágios obrigatórios (requisito para obtenção de diploma), a concessão de bolsa ou outro tipo de remuneração é opcional. Já nos estágios não obrigatórios (atividade optativa), o contratante deve fornecer bolsa estágio e auxilio transporte. A Lei, entretanto, não estabelece um piso mínimo para a bolsa; o valor é acordado entre as partes do contrato. Vale alimentação e seguro saúde não são obrigatórios. A partir de um ano de estágio, o estagiário terá recesso de 30 dias, ou o proporcional ao período estagiado, quando inferior a um
ano. Apesar de não ser segurado pela Previdência Social, o estudante pode contribuir como segurado facultativo. DEVERES DO ESTAGIÁRIO Os estudantes devem apresentar, a cada seis meses, um relatório das atividades executadas no estágio à instituição de ensino, além de cumprir os horários e as atividades estabelecidas no estágio. Podem contratar estagiários: pessoas jurídicas de direito privado, órgãos da administração pública ligados à União, estaduais e municipais, além dos profissionais liberais de nível superior, devidamente registrados em seus respectivos conselhos.
Raymundo Dantas Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br
Ética vende?
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Caso o contratante não cumpra as regras estabelecidas na legislação, o estagiário pode requerer seus direitos trabalhistas na Justiça, o que implicaria a descaracterização do contrato de estágio. Com isso, a empresa ou a instituição pública podem ser oneradas com o pagamento de todos os custos do estagiário. Segundo a Lei do Estágio, a instituição privada ou pública que reincidir nas irregularidades também pode ficar impedida de receber estagiários por dois anos.
empo já houve em que ser comerciante era sinônimo de ser desonesto. A sua qualificação mais comum era a de “tubarão”, “sabidão” e, preferencialmente, “ladrão” mesmo! E esse estigma era terrível, porque se generalizava sobre muitos e muitos homens de bem, e se criava uma imagem tremendamente negativa para a atividade comercial, cujos efeitos até hoje sentimos. Diz a sabedoria popular que “o povo aumenta, mas não inventa”. Desta forma é lícito pensar que, nesse trajeto histórico, alguma coisa errada foi feita por parte dessa gente, de modo a atrair tal fama para si e para toda a categoria. Coisas como misturar água no leite, afanar no peso da mercadoria, no troco, na conta da “caderneta”, e por aí se ia. Delitos grosseiros, até pouco inteligentes, que iam sendo desmascarados e arruinando a imagem do infrator e do comércio em geral. Tempos em que não havia legislação em defesa do consumidor, nem tribunais de pequenas causas. Mas tempos em que, acima de tudo, não havia uma consciência mais profunda da cidadania, da ética, dos deveres, nem dos direitos. Terão mudado os tempos? Creio que sim. Não apenas pela existência de organismos e instrumentos coibidores e fiscalizadores, mas principalmente porque as pessoas cresceram em educação e consciência ética. As pessoas passaram a entender melhor as suas responsabilidades e exigem com precisão os seus direitos. A outrora maioria silenciosa sumiu, cansou com a corrupção, já não está mais disposta a engolir sapos e evitar queixas. As operações comerciais se tornaram mais transparentes para o público com a
livre competição, e até o avanço tecnológico contribuiu para tornar obsoletas as práticas desonestas. Mas, infelizmente, às vezes ainda estamos pagando por uma imagem secular de desonestidade, que os maus empresários criaram. E uma boa imagem, meu amigo, é difícil de se criar, mas muito fácil de se destruir. Se você me perguntar hoje, se um empresário ético consegue melhores resultados econômico-financeiros que um mau empresário, eu não saberei responder com segurança. É possível que não. Mas é também possível que sim. O que lhe direi, com certeza absoluta, é que, especialmente nestes tempos de tolerância zero contra a corrupção, o comportamento antiético, a desonestidade comercial, é o mais mortal dos riscos a que se pode expor um negócio hoje. O descrédito, a falta de confiança do consumidor, é a pena de morte para qualquer empreendimento. Levando em conta tudo isso, o que quero lhe lembrar é a velha epígrafe romana: “Não basta à mulher de César ser honesta; é preciso também parecer!” Ou seja: comporte-se honestamente, mas se preocupe também em demonstrar isso ao seu cliente, ao seu empregado, ao seu fornecedor e ao Governo. Comunique-se, mostre seu serviço, dê transparência às suas promoções, ouça seu cliente e o esclareça a respeito do que você faz em seu benefício. Dialogue com seus empregados e faça-os perceber a sinceridade de sua parceria. Enfim, se você está jogando limpo, isso tem que ser mostrado claramente. Os bons empresários precisam readquirir a plena confiança da população e fortalecê-la urgentemente. Só então vai ser possível garantir que ética também vende e pode trazer bons lucros - limpos e honrados lucros. Setembro de 2018 | Vilas Magazine | 39
q MODA & BELEZA
q EVENTOS
Festival de Jazz reúne grandes talentos no Vale do Capão
Estilo urbano
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ráticas, as bolsas a tiracolo, ou shoulder bags (bolsas de ombro), ganharam as ruas em modelos despojados e compactos. A tendência nasceu das marcas de esporte, mas hoje há opções ideais a atividades cotidianas, especialmente em razão da praticidade. Nas vitrines, são encontradas em tecidos diversos, como jeans ou combinações de nylon e poliéster. Zíperes e bolsos dão acabamento a tamanhos minis e pequenos do acessório, geralmente retangular. Para Laís Urizi, consultora de moda, esses itens estão versáteis. “Mas até a escolha da cor é pessoal. Depende do estilo de quem usa, da ocasião e da mensagem a transmitir. O vermelho anima looks básicos, como pretos”, exemplifica. A também consultora de moda Marcia Jorge acrescenta que o desejo de carregar objetos pessoais com segurança e estilo sempre fez parte do mundo da moda. “A estilista Coco Chanel [1883-1971], francesa, desenvolveu os primeiros modelos que permitiam às mulheres levar pertences e, ao mesmo tempo, ter as mãos livres.” Como Laís, Marcia crê não
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haver regras para criar looks. “Quem compra um item de moda já imagina as combinações que fará. Cada um é livre, não precisa esperar a celebridade usar para virar tendência.” E reforça: para bolsas despojadas não é preciso ter visual esportivo.
Vale do Capão, um dos destinos mais procurados da Chapada Diamantin por quem busca o equilíbrio entre corpo e mente, será novamente palco para o Festival de Jazz do Capão, que já faz parte do calendário de eventos do Nordeste, será realizado dias 21 e 22 de setembro. Os espetáculos, que reúnem grandes talentos da música instrumental, acontecem a partir das 20 horas na Praça da Vila do Capão, distrito de CaetéAçú, localizado no município de Palmeiras, a 440 km de Salvador. A programação do Festival, que está em sua 7ª edição, é gratuita. Na sexta-feira (21), se apresentam Stefano Cortese Trio e convidados, o músico Paulo Mutti, a dupla Filipe Moreno e Tarcísio Santos e o grupo Conexão Berlin, da Alemanha. A noite do sábado (22) começa com a Mostra EMUS/ UFBA, apresentando Jessica Kaline Quarteto, seguida do Eric Assmar Trio – em um Tributo a Álvaro Assmar, do saxofonista Joander Cruz e, para fechar, Dani e Debora Gurgel Quarteto. “A tendência atual do Festival é de buscar trabalhos de qualidade, consistentes, de artistas que já têm uma maturidade, já têm uma carreira em andamento, independentemente de serem conhecidos do grande público ou não. Esse ano temos também a presença forte de mulheres como protagonistas. Dani e Debora Gurgel têm uma carreira internacional, mas o grande público no Brasil talvez ainda não as conheça. Tem a Jessica Kaline, que é uma jovem guitarrista, estudante
Fabiana Schiavon / Folhapress.
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FOTOS: RIVALDO GOMES / FOLHAPRESS
Modelos de estilos variados são encontradas em tecidos diversos, como jeans ou combinações de nylon e poliéster. Zíperes e bolsos dão acabamento a tamanhos minis e pequenos do acessório, geralmente retangular
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