Vilas Magazine | Ed 226 | Novembro de 2017 | 32 mil exemplares

Page 1

CONTAS PÚBLICAS DE LAURO DE FREITAS SOB ESCRUTÍNIO R

A Revista de Lauro de Freitas e Região

Ano 19 Edição 226 | Novembro de 2017 32.000 exemplares

CEP FIM DO CEP ÚNICO RENDE DÚVIDAS SOBRE LIMITES DE BAIRROS COMUNIDADES DESCOBREM QUE MORAM EM RUAS DE SALVADOR



EDITORIAL Transparência O Observatório Social do Brasil chega a Lauro de Freitas para acompanhar as contas da prefeitura e da Câmara praticamente em tempo real, como conta a reportagem que publicamos nesta edição a partir da página 21. Tratase uma das iniciativas mais meritórias de que se tem notícia num país que se habituou a reclamar dos políticos sem fazer nada a respeito disso. Em torno da entidade, milhares de voluntários resolveram agir, prevenindo o que até poderiam ser desvios de dinheiro público – antes que eles aconteçam. Muitas vezes serão apenas atos de mera incompetência ou desinteresse pela coisa pública, que da mesma forma é preciso prevenir, poupando milhões aos cofres públicos. Vale destacar que a iniciativa parte de dois jovens profissionais da cidade, mas conquistou o interesse de um senhor de 74 anos, que na primeira hora se alistou para o trabalho. Ele, que na aposentadoria enfrenta as insuficiências do serviço público de saúde, junta-se a jovens que querem fazer a sua parte para dar outro rumo ao país, partindo da esfera municipal. Tudo isso é, no mínimo, inspirador. Importante sublinhar o caráter comprovadamente apartidário da entidade, a metodologia técnica do acompanhamento das contas públicas e o afastamento em relação ao “denuncismo”, tão comum nos indignados que nada fazem para reverter o quadro.

Barquinho Indignação foi o que mais transpareceu quando dinheiro público – ainda que oriundo de contrapartidas – foi aplicado num monumento de duvidosa concepção, discutível significado e absolutamente nenhuma necessidade, plantado no canteiro central do Km 0 da Estrada do Coco com a logomarca da gestão municipal pintada no sopé. O “barquinho do berimbau”, que estava lá antes e foi removido para dar lugar à coisa nova, não prestava melhor serviço à identidade municipal porque também tinha a bordo uma logomarca da gestão, como se equipamentos públicos fossem espaços de publicidade política, mas ao menos não custou tanto aos cofres municipais. Anos depois a concessionária do metrô teve que reduzir o tamanho do projetado terminal de transbordo para a estação Aeroporto apenas para manter intacto e no lugar o tal marco novo. Agora, depois de tudo, surge a proposta de derrubar a coisa toda, supostamente porque o “barquinho do berimbau” é que era bom. A disputa territorial com Salvador no entorno da estação de metrô pode não ser alheia à ideia peregrina. Há quem jure que a estação se encontra em Lauro de Freitas e há quem garanta que não, de jeito nenhum. Há quem diga que o transbordo está em terras soteropolitanas e quem pense que não. O IBGE dirá, com base na lei de limites de 1969. Se a intenção for apenas construir o terminal de ônibus no tamanho correto, derrube-se a inconveniência. Mas se for meramente para enterrar as referências a gestores adversários, Carlos Accioli Ramos basta fazer como eles faziam e se voltou a fazer agora: pintar de outra cor sai mais barato. Diretor-editor

CEP para todos Por falar em disputa territorial e transparência, é necessário dizer claramente às pessoas que residem em Areia Branca e em Itinga, na faixa que pertence a Salvador, que elas se encontram em outro município e que também têm CEP, o da capital. Se antes o CEP único de Lauro de Freitas era informalmente aceito pelos Correios para entregar correspondência na faixa soteropolitana daquelas duas regiões, hoje não é mais. Duas reportagens nesta edição literalmente desenham a explicação de que há dois bairros em Salvador, batizados Areia Branca e Itinga – mas diferentes dos bairros de mesmo nome em Lauro de Freitas. É injusto e injustificável que os residentes de Areia Branca e de Itinga, na parcela que pertence a Salvador, sejam privados do serviço público dos Correios ou orientados a usar um CEP comunitário de Lauro de Freitas quando aquelas ruas têm CEP próprio, da capital. Até as pedras da calçada compreendem que toda aquela região deveria ser incorporada a Lauro de Freitas, que sempre a administrou. Mas a população não pode ser privada do adequado serviço postal apenas para manter de pé a ideia de que já é tudo nosso.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 3


NESTA EDIÇÃO A revista de Lauro de Freitas & Região

www.vilasmagazine.com.br Facebook: VilasMagazine.Online Instagram: @VilasMagazine Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42708-790. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (diretoria@vilasmagazine.com.br) Dire­to­ra: Tânia Ga­zi­neo Accioli Ramos Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (comrcial@vilasmagazine.com.br). Assistentes: Leandra Almeida e Vanessa Silva (comercial@vilasmagazine.com.br) Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri Administrativo/Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br). Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@vilasmagazine.com.br) Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado Redação: Rogério Borges (DRT 6851/MG), coordenador Colaboradores: Jaime Ferreira (articulista), Thiara Reges (freelancer), Raymundo Dantas. PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 0xx71 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 CONTATO COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br TIRAGEM: 32 MIL EXEMPLARES. Im­pressão: Log & Print Gráfica e Logística S. A. (Vinhedo/SP)

Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gra­ tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais de Lauro de Freitas, Es­trada do Coco e região (Busca Vida, Abran­tes, Ja­uá, Ja­cuí­pe, Gua­ra­juba, Stella Maris, Pra­ia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi­tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publi­cadas nesta edição, por qualquer me­io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Di­reitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CO­NAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e cre­di­bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a vei­culação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine u­ti­liza conteúdo edi­to­ri­al fornecido pela Agência Fo­lhapress (SP). Os títulos Vilas Ma­­gazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas regis­tradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.

4 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

REGISTROS & NOTAS...Págs.: 5 a 7 CIDADE...Págs.: 8 a 23 l CEP´s - Zoneamento postal já está valendo em Lauro de Freitas l Limites - Salvador rejeita ceder território a Lauro de Freitas l Poluição - Prefeitura tem patrulha sonora contra abuso de sons l Mobilidade - Integração ônibus-metrô avança na RMS l Observatório Social - Contas públicas do município sob escrutínio social SOLIDARIEDADE...Págs.: 24 a 26 l Somos todos ‘Filhos de Maria’. Grupo de voluntárias ajuda gestantes de comunidade carente EDUCAÇÃO...Págs.: 26 e 27 l Professoras de Lauro de Freitas concorrem a prêmio nacional de educação TURISMO & LAZER...Págs.: 28 a 31 l Arquipélago da Madeira: um paraíso no Oceano Atlântico. Destino português esbanja paisagens deslumbrantes, ótimos vinhos e muito contato com a natureza DECORAÇÃO...Págs.: 32 e 33 l Redes e balanços ganham novas funções e espaços na decoração. EMPRESAS & NEGÓCIOS...Págs.: 34 e 35 l Vale a pena empregar pessoas com deficiência? Texto da mestra em Educação e psicopedagoga Suely de Melo Calixto Caldas, exclusivo para a Vilas Magazine COMPORTAMENTO...Págs.: 36 e 37 l É hora de entender que o bullying está levando ao óbito. Entrevista com Sergio Kodato, professor da USP. VIDA SAUDÁVEL...Págs.: 38 e 39 l Câncer de próstata: Teste é indicado aos 50 anos, no geral, e aos 45 anos para negros, ou quem tem parente com doença SAÚDE & BEM-ESTAR...Págs.: 40 a 43 l Crianças devem evitar sucos industrializados e refrigerantes l Colesterol alto é desconhecido da maior parte da população MUNDO ANIMAL...Págs.: 44 e 45 l Transporte no carro seu pet com segurança. l CCZ de Lauro de Freitas mantém combate à raiva animal BELEZA & ESTÉTICA...Págs.: 46 e 47 l Corte bordado elimina os fios quebrados e as pontas duplas l Maquiadoras adotam a esponja em formato de gota para passar a base e obter resultado natural CLASSIFICADOS BOA DICA...Págs.: 50 a 108 Seção de facilidades e serviços disponibilizando profissionais nos segmentos Saúde & Bem-Estar, Gastronomia, Festas, Educação, Casa & Decoração, Serviços Gerais e Auto & Cia. Consulte índice geral por segmento na página 49.

l

TRIBUNA DO LEITOR....Págs. 109 e 110 TÁBUA DAS MARÉS / TELEFONES ÚTEIS....Pág. 111


REGISTROS & NOTAS Rotary Club homenageia professora

Encontro cultural

Vídeo-diálogo sobre a solidão, promovido pela organização em setembro

A professora Mariza Pereira Gonçalves, fundadora da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Lauro de Freitas - APADALF, foi homenageada pelo Rotary Club Lauro de Freitas pelo seu dedicado trabalho como educadora, referência no município. A iniciativa do reconhecimento foi proposta pela rotariana Suely de Melo Calixto Caldas, na foto ao lado da homenageada (centro) e do presidente do Rotary Club Lauro de Freitas, Joaquim Ramos.

Clube inicia a 4ª edição do Panetone Solidário O Rotary Club Lauro de Freitas inicia este mês, a quarta edição da campanha Panetone Solidário, que tem como objetivo fomentar receita para o clube aplicar nos seus programas sociais, beneficiando instituições assistidas e comunidades carentes do município além de estreitar laços de parceria disponibilizando um produto de qualidade. A campanha beneficente tem a participação direta dos rotarianos e seus familiares, sócios do Rotaract, Núcleo de Senhoras do Rotary e voluntários, e conta com o apoio de empresas parceiras e adesão direta da comunidade. O custo unitário do panetone, com 400g é R$ 10,00. Interessados em contribuir, podem fazer contato pelos telefones (71) 988973379 ou 99159-8786.

Em 2002, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura, instituiu o Dia Mundial da Filosofia, reconhecendo o poder transformador da filosofia nas sociedades humanas. A data passou a ser celebrada na terceira quinta-feira de novembro. Este ano, a organização internacional Nova Acrópole – Filosofia, Cultura e Voluntariado – realiza a 12ª Semana da Filosofia, com o tema “Filosofia: Educação e Formação para o Ser Humano”, em Lauro de Freitas, dias 18 e 19. “A Educação é a arte e a ciência de eduzir o que existe de melhor no ser humano. A filosofia à maneira clássica promove o sentido original da educação, fazendo com que cada um se esforce por ser melhor a cada dia, não somente do ponto de vista técnico, mas, principalmente, no sentido humano. Ensina a desenvolver, diariamente e de maneira consciente, seu potencial de generosidade, bondade, solidariedade, inegoísmo, honestidade, imaginação criativa, discernimento, vontade, entre outros. Ensina a aproveitar cada oportunidade que a vida nos entrega”, esclarece o professor Mauricio Schmall, diretor da sede Lauro de Freitas e coordenador da Nova Acrópole na Bahia (que possui outra unidade na Pituba, fundada a 17 anos). PROGRAMAÇÃO: lSábado, 18, às 17h, palestra: “Filosofia: Educação e Formação para o Ser Humano”. lDomingo, 19, às 16h, apresentações artísticas (esquetes): “Ginástica e Música para a Alma”. Inf.: (71) 99100-0735/www.nova-acropole.org.br Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 5


REGISTROS & NOTAS Uma boa tarde de sábado em Vilas do Atlântico Uma ensolarada tarde de sábado de outubro foi o cenário mais que apropriado para o casal Nilton e Luciene Cardoso abrir as portas de sua residência, em Vilas do Atlântico, para uma confraternização entre seus companheiros do Rotary Club Lauro de Freitas, do qual são integrantes. Além do agradável convívio, todos degustaram generosos cortes de bode assado na brasa (preparados pelo mestre Renato), especialmente trazido pelos anfitriões, de sua propriedade rural, em Juazeiro. A serenidade do anoitecer se harmonizou com as “canjas” musicais de alguns talentosos presentes, interpretando sucessos dos (qualificados) cancioneiros nacional e internacional. Luciene e Nilton (a partir da esq.:, com os filhos Milena e Nilton Jr.) prometem repetir outras agradáveis confraternizações.

6 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

u Com mais de 12 anos de mercado, a Acqua Aroma, marca de perfumaria para casa com fábrica e laboratórios próprios, sediada em Lauro de Freitas, inaugurou, em outubro, a quarta loja franqueada. A nova unidade marca o lançamento do novo conceito de loja que está sendo levado no plano de expansão da marca, iniciado em 2017 e já está em execução nas franquias em implantação no estado de São Paulo A nova loja está localizada no Shopping Villaverde Street Mall, em Vilas do Atlântico. uFortalecido com a experiência das edições do projeto “Eu, Você e a Praça – Comida, Diversão e Arte”, Ney Gomes, lança uma extensão fixa do projeto, com a instalação do “Eu, Você e a Casa – Colaborativa Cultural”, em Vilas do Atlântico, com espaços multifuncionais onde micro empresários, artistas e artesãos oferecem produtos e serviços de segmentos variados.


Berçário Natural Uma tartaruga marinha fez ninho na praia de Vilas do Atlântico, bem em frente a uma das escadas de acesso do calçadão à areia, entre as barracas 50º e Buraco da Velha. A segurança dos ovos, enterrados pela tartaruga na área cercada pelo Projeto Tamar, depende apenas do cuidado dos banhistas. Há um outro ninho no extremo sul da praia de Ipitanga, também cercado.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 7


q CIDADE

Zoneamento postal já está valendo e gerando dúvidas em Lauro de Freitas

O

s Correios publicaram no mês passado a listagem dos Códigos de Endereçamento Postal (CEP) das ruas de Lauro de Freitas, distribuídos por rua e bairro, como em qualquer cidade mais organizada. São 1744 logradouros em 19 bairros com limites muito bem definidos, mas ainda desconhecidos da população. Fazer compras online ou contratar operadoras de telecomunicações agora depende de ter resposta para a pergunta mais popular de Lauro de Freitas desde o mês passado: “qual é o meu CEP”? Antes bastava informar o velho 42700-000 e deixar por conta dos fornecedores o desafio de fazer a entrega no endereço correto. Agora os sistemas informatizados já não reconhecem o antigo CEP único. Com os códigos de endereçamento postal de Lauro de Freitas oficializados pelos Correios, cada rua recebeu um CEP – e há ruas com mais de um, dependendo do bairro que atravessam. Para complicar, centenas de ruas mudaram de nome no início de e o CEP está associado ao nome novo. E às vezes é impossível determinar o CEP de um imóvel sem saber o bairro em que ele se encontra. Na época a Vilas Magazine publicou a lista de nomes novos na Internet e informou na edição impressa onde encontrar a listagem, mas poucos deram a devida importância ao assunto. O mesmo se deu com a formalização dos 19 bairros de Lauro de Freitas. A Vilas Magazine explicou em detalhe, mas nem todos perceberam a necessidade de saber em que bairro se encontram e até a data de fechamento desta edição ainda não havia meio de obter a informação. A falta de sinalização adequada nas ruas – com placas completas que informem o bairro e o CEP – ajuda manter a população desinformada. Esse trabalho ainda estava em execução quando os Correios finalmente oficializaram o zoneamento postal. Falta ainda identificar os imóveis, que receberam números de porta associados ao CEP. Em Vilas do Atlântico e outras partes da cidade onde as casas eram identificadas pela quadra e lote – herança da época do loteamento – agora haverá

8 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

EDMAR DE PAULO

Novas placas das ruas são essenciais para orientar os moradores sobre o CEP


numeração métrica. Mesmo assim, a grande maioria das pessoas pode descobrir o CEP da sua rua acessando o site dos Correios (www. buscacep.correios.com.br). Basta digitar o nome da rua e identificar a cidade. A imensa maioria das ruas tem um CEP apenas e de quebra os Correios ainda informam qual é o bairro. Já quem mora exatamente no limite entre um bairro e outro, vai precisar descobrir de que lado se encontra. Quem busca o CEP de uma rua que atravessa mais de um bairro precisa primeiro saber onde está. A rua Doutor Gerino de Souza Filho, por exemplo, atravessa seis bairros: Itinga, Centro, Recreio Ipitanga, Caixa d’Água, Quingoma e Jambeiro. Além desses seis CEP diferentes, tem ainda mais um para a Caixa Postal Comunitária (CPC) do Caixa d’Água e outro só para a QBEX Computa-

dores, grande usuária dos serviços dos Correios. A avenida Santo Amaro de Ipitanga, antiga rua Djanira Maria Bastos, é mais extensa que a avenida Santos Dumont, nome da Estrada do Coco no trecho de Lauro de Freitas. São quase 11 Km através de sete bairros – e sete CEP´s diferentes. Saber exatamente onde termina um bairro e começa o outro é determinante para localizar o CEP correto. Essa tem sido a principal dificuldade das pessoas, que encheram as redes sociais com dúvidas a respeito. Um morador da rua Rodolfo B. Barros, antes identificada com o Jardim Jockey Club, encontrou três CEP diferentes para a mesma rua. Apesar de curta, ela agora abrange três bairros, no limite entre eles: Aracuí, Centro e Ipitanga. Tudo depende do trecho e do lado da rua em que o imóvel está.

Quem explicou isso ao morador, no Facebook, foi o vereador Antônio Rosalvo (REDE). Há dez anos ele persegue o zoneamento postal de Lauro de Freitas e acabou associado à implantação dos códigos. Por isso as pessoas têm recorrido a ele para tirar dúvidas. SAGA A Vilas Magazine tem noticiado, ao longo dos anos, a saga do zoneamento postal. De acordo com Rosalvo, tudo começou em 2007, por causa da dificuldade de receber correspondência em localidades como o Jambeiro, comunidade que ele passaria a representar na Câmara Municipal dois anos depois. “As pessoas eram obrigadas a se deslocar até um posto comunitário porque o Correio não sabia onde entregar a correspondência”, conta. A dificuldade para acabar com o CEP único deriva da desorganização da u

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 9


q CIDADE

10 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


cidade. Para atribuir números de CEP a cada rua, os Correios precisam contar com um cadastro completo de todos os imóveis – e nem isso a prefeitura tinha até anos atrás. Precisam também que as ruas sejam identificadas uma a uma – e muitas ruas de Lauro de Freitas sequer constavam do cadastro oficial. É necessário também que as ruas estejam distribuídas por bairros, mas isso só aconteceu em 2014. Ele conta que “a primeira tarefa foi fazer uma listagem dos logradouros, das ruas da cidade, com base nas informações disponíveis”, em 2008. A primeira lista foi produzida e entregue aos Correios em 2009 – conforme noticiou a Vilas Magazine na época. O próprio Antônio Rosalvo e o hoje vereador Roque Fagundes (PT), então secretário municipal da Fazenda, estiveram à frente desse trabalho. Mas a lista “era incompleta, cheia de falhas nas informações”, recorda Rosalvo.

Para saber o CEP da sua rua, basta acessar o site dos Correios - www.buscacep.correios.com.br digitar o nome da rua e identificar a cidade No site vilasmagazine.com.br você confere a relação das ruas que tiveram seus nomes alterados Era o “cadastro imobiliário da cidade”, que a Prefeitura usava para cobrar o IPTU. E “depois a secretaria da Fazenda ainda descobriu que faltava cadastrar mais de 28 mil imóveis”. Segundo ele, “naquela época a própria Fazenda tinha problemas para entregar carnês de IPTU” e a maioria das correspondências era devolvida pelos Correios por problemas de endereço. Já em 2015, sempre no esforço de produzir os dados que os Correios requeriam, centenas de ruas ganharam nome e

outras foram rebatizadas para se adequar à legislação, que não permite homenagear pessoas vivas em logradouro público. Só as visitas técnicas a logradouros, execução de topografia e levantamentos em bases cartográficas do município levaram três anos e meio de trabalho. “O trabalho desenvolvido foi extremante técnico”, disse Ailton Borges, que dirigiu os trabalhos na secretaria de Governo da gestão municipal passada e que continua u a fazer na equipe na atual gestão.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 11


q CIDADE

No início do ano passado a “Divisão de Bairros e Base Oficial de Logradouros” foi finalmente entregue aos Correios pelo então prefeito Márcio Paiva (PP) numa cerimônia pública no Cine Teatro. A efetivação do zoneamento postal ainda levaria quase dois anos mais. “Entra gestão, sai gestão, a equipe continuou trabalhando na organização da cidade e atingimos agora o resultado”, comemora Rosalvo. A respeito das dificuldades da população para definir o bairro em que se encontra, o vereador afirma que a prefeitura “tem trabalhado para instalar as placas novas o mais rapidamente possível”. O esforço acontece desde o ano passado, conforme também noticiou a Vilas Magazine em setembro de 2016. Há placas que foram produzidas com erros de grafia, caso das ruas Itagi e Itagibá, que não existem na listagem dos Correios com “j”, como estão grafadas nas placas. A implantação do zoneamento postal apresentou à população, agora de fato, a nova realidade dos bairros. De uma hora para a outra, os limites passaram a ser relevantes e têm surpreendido muita gente. A exemplo do conjunto Dona Lindu, o Residencial Brisas de Itinga, por exemplo, já não fica em Itinga, mas no Caji – que agora também abriga o CAIC. Já o final de linha dos ônibus do Parque

12 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

A entrega da base de logradouros aos Correios em 2016 (a partir da esq.): o ex-prefeito Márcio Paiva, o secretário de Governo Márcio Leão, o vereador Antônio Rosalvo, o diretor dos Correios Ney Campello, acompanhado de diretora e Ailton Borges, líder da equipe São Paulo está em Salvador. O Miragem deixou de existir como topônimo, fazendo parte do bairro de Buraquinho. E a rua Praia de Guadalupe acabou mesmo restrita ao bairro de Vilas do Atlântico. Numa primeira listagem a prefeitura havia identificado equivocadamente o logradouro como pertencente também a Buraquinho. A lista final ainda tem erros, identificando como condomínio setores de bairro que são loteamento. O Eco Villas, que pertence oficialmente no bairro de Pitangueiras, ganhou um CEP exclusivo, ligado a Vilas do Atlântico, por conta do lote 14 da quadra 12 da rua Praia de Tubarão, que dá acesso ao condomínio. Os demais imóveis da rua têm CEP 42708730, mas o do Eco Villas é 42708-900, classificado como “grande usuário”. Antônio Rosalvo e Roque Fa­gun­des em reunião nos Correios, há seis anos: a saga do zoneamento postal

Moradores descobrem que estão em Salvador

P

or conta da busca dos novos CEP, alguns moradores dos bairros de Itinga, Parque São Paulo, Capelão e Areia Branca vêm descobrindo que na verdade moram em Salvador. Praticamente toda a localidade urbana em Areia Branca e no Capelão são território da capital e por isso terão que se identificar pelo zoneamento postal de Salvador. Uma faixa de mil metros a Leste da BA-526 (CIA-Aeroporto) – veja o mapa à página 15 – pertence oficialmente à capital, embora sempre tenha sido administrada pelo município de Lauro de Freitas. Por isso, inclusive, os moradores se habituaram à ideia de que estavam em Lauro de Freitas. E usavam sem problemas o CEP único da cidade. O carteiro entregava a correspondência mesmo nas áreas que pertencem à cidade vizinha. Agora que há um CEP para cada rua de Lauro de Freitas, quem mora do lado da capital descobriu que o código sempre foi outro. Exemplo disso é a rua São Francisco de Assis, no Parque São Paulo, que dá acesso ao Residencial Quinta da Glória. A


VIVIANE SALES

rua sempre foi tida como parte de Lauro de Freitas, mas os Correios informam que ela fica mesmo é no bairro Areia Branca de Salvador, CEP 41412-200.

A capital oficializou recentemente 163 bairros, incluindo um chamado Areia Branca e outro Itinga, que abrangem a faixa de mil metros a Leste da BA-526. Embora tenham o mesmo nome dos bairros de Lauro de Freitas, são territórios distintos. A prefeitura de Lauro de Freitas, que sempre administrou toda aquela região, reivindica a revisão dos limites oficiais junto à Comissão Especial de Assuntos Territoriais da Assembleia Legislativa. Por enquanto os moradores do trecho terão mesmo que usar o CEP de Salvador. O mesmo vale para os moradores da área de Ipitanga que pertence a Salvador e que inclui o loteamento Marisol. Mas naquele caso o topônimo foi suprimido pela reorganização de bairros de Salvador, passando a área a pertencer ao bairro de Stella Maris. Essa faixa de território também está em disputa na Assembleia Legislativa. Também há casos esdrúxulos como o

Em Lauro de Freitas tem Farmácia Preço Popular

do Fazendão, sede do Esporte Clube Bahia. A propriedade tem metade da área em Lauro de Freitas e a outra em Salvador. Mas o acesso pertence à capital, pelo bairro da Itinga de Salvador, que ninguém sabe ao certo onde termina, para começar a outra. Curiosa mesmo é a situação da avenida 2 de Julho, construída por Lauro de Freitas em território que formalmente pertence a Salvador. A via liga a avenida Santos Dumont – antiga Estrada do Coco – ao Centro da cidade. Dilema semelhante vive a Lagoa da Base, outra área de Salvador ocupada ao longo dos anos pela população, contra os muros da Base Aérea. A prefeitura local adicionou a comunidade ao bairro de Vila Praiana, mas sem fazer parte de Lauro de Freitas e não existindo nos registros da capital, tanto a avenida como as ruas da Lagoa da Base simplesmente não constam da listagem de CEP de nenhuma das duas cidades.

Mais de

400 lojas

em diversas cidades do país.

ENDEREÇO:

ENDEREÇO:

Ao lado da Villas Dental Clinic

Estrada do Coco, ao lado da Labchecap

Av. Praia de Itapoan, 420.

Av. Santos Dumont, 4844.

HORÁRIO:

HORÁRIO:

Sábados das 8h às 18h.

Sábados das 8h às 18h.

Segunda a sexta das 8h às 21h.

Segunda a sexta das 8h às 22h.

Com a confiança de quem já está há mais de 98 anos no mercado. Acesse www.precopopular.com.br e veja onde mais encontrar uma Farmácia Preço Popular. | SAC 0800 643 3031

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 13


q CIDADE

Salvador rejeita ceder território a Lauro de Freitas

O plenário da Assembleia Legislativa tomado por manifestantes de Lauro de Freitas: contra a suposta invasão de Areia Branca e Itinga

F

alando em nome da prefeitura de Salvador, o deputado estadual Luciano Ribeiro (DEM) disse que a capital não pretende abrir mão de qualquer parcela de território em favor de Lauro de Freitas. O posicionamento, formalizado na última reunião da Comissão Especial de Assuntos Territoriais da Assembleia Legislativa, contraria acordo técnico do ano passado entre as duas prefeituras, fruto de negociações comandadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), do governo do Estado e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Valmar d´Alexandria, técnico da SEI que participou de audiência anterior, também em outubro, reafirmou que os dois municípios foram ouvidos e que “construímos a nossa proposta com base nisso”. Pelo acordo, Ipitanga seria definitivamente entregue a Salvador, o Barro Duro seria transferido para a capital, Areia Branca seria incorporada até a BA-526 e a faixa de mil metros de Itinga que pertence a Salvador seria partilhada seguindo a linha do rio Itinga. A área da Quinta Portuguesa, por ter um acesso pela rodovia, seria recortada para permanecer integralmente em Salvador. Entretanto, a prefeita Moema Gramacho (PT), de Lauro de Freitas, já havia dito que não estava satisfeita com o acordo. Para ela, os termos não atendiam os interesses de Lauro de Freitas. Agora a prefeitura de Salvador mandou avisar que pretende apenas manter os limites atuais, sem discutir mais nada. Para o vereador de Lauro de Freitas César Nascimento (PP), que participou da reunião, o prefeito ACM Neto, de Salvador, “é inimigo da nossa cidade”. Já para o vereador Antônio Rosalvo (REDE), também presente, a questão é financeira. “Neto quer tomar os recursos gerados pelo metrô”, afirmou. 14 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

De acordo com a prefeitura de Lauro de Freitas, Luciano Ribeiro “informou que [eles] não vão abrir mão das estações de transbordo e do metrô”. Mantidos os limites atuais, tanto o terminal de ônibus como a estação Aeroporto do metrô ficaria em território de Salvador. De acordo com Rosalvo, Luciano Ribeiro foi “curto e grosso” e a reunião não durou nem uma hora. “Ele disse que não havia muito o que discutir, que eles pretendiam manter os limites atuais e ponto final”, conta. Em resposta, Moema Gramacho disse que “é preciso consultar o povo, mesmo antes da Comissão tomar uma decisão”. A prefeita elencou todos os equipamentos e serviços públicos de Lauro de Freitas nas localidades pertencentes a Salvador para provar que não é a prefeitura da capital que administra aquelas áreas – e voltou a pedir diálogo direto com ACM Neto. É necessário buscar um acordo entre as duas prefeituras porque, de acordo com o deputado Ângelo Coronel (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, sem isso nenhuma proposta de revisão de limites irá a votação no plenário. Em entrevista à Vilas Magazine, Coronel explicou que se trata de “uma praxe da Casa” tratar de limites sempre por acordo entre as partes. “Nós só vamos colocar para votar se houver acordo entre os gestores dos dois municípios”, garantiu – se não houver acordo, “o projeto fica engavetado”. Enquanto não houver nova lei redefinindo limites ou decisão judicial nesse sentido, valem os limites estabelecidos em 1969 e que estão em vigor. MANIFESTAÇÃO Uma audiência pública anterior, também em outubro, acabou em manifestação política pela incorporação das parcelas de Areia Branca, Itinga e Ipitanga que pertencem a Salvador – mas foram desde sempre administradas por Lauro de Freitas. A Câmara Municipal suspendeu a sessão do dia para que os vereadores e a população pudessem participar da audiência pública. De acordo com informação da Câmara, três ônibus estavam programados para sair da cidade em direção à Assembleia Legislativa. Centenas de pessoas compareceram com camisetas especialmente preparadas para a oca- u


u Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 15


q CIDADE

sião, a maioria delas com um infográfico da Vilas Magazine impresso, mostrando a discussão dos limites territoriais com Salvador. O grupo defendia a posição da prefeitura de Lauro de Freitas. Prevista para acontecer no auditório da Comissão, a audiência foi primeiro transferida para um espaço maior e depois para o plenário principal da Assembleia Legislativa, tamanha foi a afluência de populares de Lauro de Freitas. Representando a capital estiveram presentes apenas a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e Elba Guimarães Veiga, coordenadora setorial da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo de Salvador (Sedur). Enquanto a plateia se manifestava contra a suposta anexação de Areia Branca e Itinga por Salvador – por meio da lei que recentemente reorganizou os bairros da capital – Elba

Veiga se esforçava para explicar que “Lauro de Freitas e Salvador estabeleceram os bairros respeitando os respectivos limites” e que ninguém tinha invadido território alheio, dispondo-se a rediscutir o assunto. A rediscussão, que acabou definida como resultado final da audiência pública, seria depois descartada por Luciano Ribeiro. A reportagem sobre o zoneamento

Prefeita Moema Gramacho discursa no plenário da Assembleia: acordo não servia interesses de Lauro de Freitas

postal publicada às páginas 8 a 13 desta edição, mostra que os bairros de Lauro de Freitas estão contidos nos limites oficiais do município – até porque os Correios não atribuem CEP de uma cidade em território de outro. Nas parcelas de Areia Branca e Itinga que formalmente são território de Salvador, o CEP é da capital. Na região conhecida por Areia Branca, assim como em Itinga, há uma faixa de território de mil metros a partir da BA-526 (CIA-Aeroporto) que pertence a Salvador. Essas áreas estavam anteriormente integradas a outros bairros da capital. Uma nova lei definiu aqueles trechos como os bairros de Areia Branca e Itinga. O movimento já tinha sido recebido como tomada de posição de Salvador em relação à revisão de limites, indicando pouca disposição da capital para ceder território, mesmo aquele que nunca administrou. A prefeita de Lauro de Freitas argumenta que nenhum dos dois bairros Manifestantes com camisetas estampadas com infográfico da Vilas Magazine: mobilização popular

16 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


agora demarcados atende aos requisitos estabelecidos pelo próprio município de Salvador para identificar um bairro. Entre eles, haver escola pública, unidade de saúde e transporte público – de Salvador. Em atendimento a esses pressupostos é que a faixa de Ipitanga que pertence a Salvador foi incorporada ao novo bairro de Stella Maris, que abrange ainda o Flamengo. Ali também não há qualquer desses serviços públicos. Os limites entre Lauro de Freitas e Salvador vêm sendo rediscutidos desde 2007, com base em lei estadual que prevê a incorporação formal dos territórios pelo município que efetivamente os administra. Essa é uma das linhas que orientam os trabalhos da comissão técnica encarregada de propor à Assembleia Legislativa os novos traçados. O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) defende que os novos limites

sejam traçados pela linha da BA-526, incorporando a Lauro de Freitas toda a área que hoje Salvador define como os bairros de Areia Branca e Itinga. O deputado defende ainda que Ipitanga pertença a Lauro de Freitas, mas disse que o caso do loteamento Marisol “deve ser discutido”. O Marisol ocupa praticamente toda a área de Ipitanga que pertence a Salvador. Não há sinal de que os moradores do Marisol concordem em retornar à administração de Lauro de Freitas, como acontecia até 2014. Há três anos a prefeitura local firmou termo com Salvador para que a capital passasse a administrar efetivamente a área, que lhe pertence desde 1969. Desde então a prefeitura de Salvador vem prestando serviços ali. O mesmo não ocorre em Areia Branca e Itinga, onde o poder público de Salvador nunca esteve e ainda não está presente. Ali a população reafirma identidade com

Lauro de Freitas. Somente com a criação do zoneamento postal é que as pessoas se deram conta de que, na verdade, residem em território de Salvador. Agora que o CEP único foi eliminado, tornou-se necessário informar o CEP específico da rua para, por exemplo, fazer compras online. Nessa busca é que muita gente descobriu que mora na capital. O debate na Comissão Especial de Divisão Territorial da Assembleia Legislativa sobre os limites entre Lauro de Freitas e Salvador foi iniciado em 2007, quando a prefeita Moema Gramacho solicitou uma verificação. Ancorado na Lei Estadual 12.057/2011, o projeto de Atualização dos Limites Intermunicipais da Bahia é fruto de parceria entre a SEI, representante do poder Executivo e responsável pela coordenação do trabalho, o IBGE e a Comissão Especial de Assuntos Territoriais e Emancipação da Assembleia Legislativa.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 17


ANPr

q CIDADE

U

Prefeitura tem patrulha sonora contra abuso de sons

ma “Patrulha Sonora” está em ação desde o mês passado para atender casos de abuso de sons ou ruídos acima do permitido pela lei municipal que regula o assunto. A patrulha pode ser chamada pelo número 153, da prefeitura e a ronda é feita por funcionários das secretarias de Trânsito, Transporte e Ordem Pública e de Meio Ambiente. De acordo com o secretário Olinto Borri, responsável pela pasta da Ordem Pública, a patrulha age com foco em veículos, estabelecimentos comerciais e residências que estejam emitindo sons acima do permitido pelas Normas Regulamentadoras 10.151 e 10.152. Para determinar o abuso, a prefeitura usa um decibelímetro, que mede os decibéis emitidos “utilizando sempre a curva de ponderação A do aparelho”, destacou Borri. O parâmetro oferece uma medição aproximada de como o ser humano escuta sons. “As vibrações serão consideradas prejudiciais quando ocasionarem ou

puderem ocasionar danos materiais, à saúde e ao bem-estar público”, diz. Entre as penalidades previstas está a apreensão provisória do aparelho de som ou veículo no qual ele esteja instalado até o restabelecimento da ordem pública. O proprietário do aparelho de som ou do veículo vai arcar com os custos de remoção e estacionamento. A lei estabelece que “é proibido perturbar o sossego e o bem-estar público com ruídos, vibrações, sons excessivos ou incômodos de qualquer natureza, produzidos por qualquer forma ou que contrariem os níveis máximos de intensidade”. Aparelhos sonoros, carros de som e similares são liberados em períodos diurnos – que vai das 7h às 19h – mas não podem ultrapassar setenta decibéis (dB). Mesmo assim, a lei limita o uso dessa aparelhagem à “convocação popular de utilidade pública, assim como serviços de rádio comunitária” e aos “carros de som e similares usados nas propagandas eleitoral e política e nas manifestações coletivas”. A lei dispõe ainda que quando o barulho for causado por máquinas, motores,

compressores ou geradores estacionários, problema frequente nas vizinhanças de estabelecimentos comerciais, os níveis máximos permitidos são de 55 dB entre 8h e 18h e de 50 dB depois das 18h. O fenômeno, também conhecido como poluição sonora, ocorre com frequência também na orla, em Ipitanga e Vilas do Atlântico, especialmente no verão. Residências alugadas para eventos costumam ser o principal foco de problemas para a vizinhança, que ao longo dos anos tem sido obrigada a aguentar barulho em níveis elevados, por vezes durante a noite inteira. Em outras partes da cidade o problema abrange os “paredões de som” – aparelhagem em geral instalada em veículos e projetada para exceder o limite legal dos 70 dB. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito de outubro do ano passado proíbe a utilização, em veículos de qualquer espécie, de equipamento que produza som “audível pelo lado externo”, independentemente do volume ou frequência. A infração é considerada grave, rende cinco pontos na carteira de habilitação e resulta em retenção do veículo.

52ª CIPM tem nova sede, no espaço da Aldeias SOS

A Secretário Olinto Borri, da Segurança Pública: patrulha visa coibir abusos 18 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

sede da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), uma das unidades responsáveis pelo policiamento ostensivo em Lauro de Freitas, passou a funcionar na rua Amarílio Thiago dos Santos, 144, ocupando uma das casas da Aldeias SOS. A unidade funcionava antes numa casa em área residencial entre a avenida Beira Rio e a Luiz Tarquínio, também no Centro. No mesmo novo espaço funciona uma


ALBERTO MARAUX

Moema Gramacho (centro) entrega as chaves do carro da prefeitura cedido ao Proerd

ERIK SALLES

creche que recebe crianças em situação de vulnerabilidade e a sede do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). A Aldeias SOS acolheu também a sede da Ronda Maria da Penha, que presta assistência a mulheres vítimas de violência e em medida protetiva e do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), que atualmente atende mais de 1.500 crianças. A nova infraestrutura, parceria entre o estado, o município e a iniciativa privada, foi entregue em cerimônia com a presença do secretario de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, da prefeita Moema Gramacho (PT) e do comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão. De acordo com a prefeita, parte do terreno doado para a instalação da unidade policial deve ser utilizado para a realização de ações sociais. De acordo com ela, “o município de Lauro de Freitas partilha da ideia que só ações de polícia não são suficientes para resolver o problema da violência”. A prefeitura disponibilizou dois carros para uso do Proerd e da Ronda Maria da Penha. Conhecido como “prefeito” da 52ª CIPM, o subtenente Jardelino recebeu uma placa de reconhecimento pela dedicação às ações da unidade. “Ele representa muito bem os guerreiros que atuam aqui na 52ª CIPM”, afirmou o comandante da Companhia, major Fabrício Oliveira. “Se conseguimos reunir parceiros e amigos que colaboraram para o lançamento desta nova sede é graças à dedicação dos homens e mulheres que fazem parte deste grupo”, disse.

Os promotores de Justiça (a partir da esq.) Adriano Assis, Rita Tourinho e Cristina Graça conduzem debates sobre a integração das linhas metropolitanas ao metrô

Integração ônibus-metrô avança na RMS

E

stavam previstas para o dia 30 de outubro alterações em mais dez linhas de ônibus da Região Metropolitana de Salvador (RMS), que passam a servir a integração com o metrô. Anteriormente, essas linhas seguiam diretamente os terminais de ônibus de Salvador. O diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessôa, conta que há técnicos realizando estudos para aumentar a eficiência na prestação do serviço. “Com a integração plena o passageiro metropolitano vai economizar 15% do seu tempo”, garante. “Os impactos serão vistos gradativamente, e tanto o trânsito como a vida da população vão melhorar”, diz Pessôa. “Isso muda a mobilidade e, sobretudo, a qualidade de vida de milhares de pessoas que circulam entre Salvador e Região Metropolitana todos os dias”, disse o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster. “No momento em que as pessoas têm um sistema de alta capacidade, rápido, confortável e seguro à disposição, como é o metrô, elas podem saber exatamente

quanto tempo levam no deslocamento para casa, para o trabalho”, explicou. Quem não usa o transporte público também já sentiu a diferença. O secretário estadual da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, observa que a avenida Paralela vai retomando a sua vocação de via expressa e não só por causa dos novos viadutos de retorno. “A cada linha dessas são vários ônibus retirados, principalmente no horário de pico, favorecendo a mobilidade”, lembra. Mas os ônibus que percorrem a orla de Salvador, por enquanto, devem continuar em circulação. A promotora Rita Tourinho, do Ministério Público (MP) da Bahia, que acompanha o processo, garantiu que não haverá retirada dos ônibus metropolitanos da orla da capital até a conclusão dos estudos que estão em andamento sobre o valor da tarifa definitiva da integração. Em reunião realizada em outubro, as empresas também se comprometeram a comunicar o MP sobre eventuais demissões para que o órgão possa cruzá-las com informações da Agerba. De acordo com Dauster, “houve interpretações equivocadas que geraram dúvidas, como a circulação de notícias de que algumas linhas seriam extintas e de que pessoas perderiam seus empregos”. De acordo u com ele, “isso não é verdade”. Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 19


q CIDADE

Linhas metropolitanas serão redesenhadas até dezembro

A

A regularização e otimização dos sistemas de transporte e integração dos estudantes saídos da RMS ao sistema municipal de Salvador também foi tratada na reunião do Ministério Público, com a participação dos promotores Cristina Seixas Graça e Adriano Assis. Segundo o MP, o secretário de Mobilidade Urbana de Salvador, Fábio Mota, informou que a meia passagem será garantida. Conforme ratificou Rita Tourinho, essa é uma medida natural decorrente de acordo anteriormente firmado. MUSSURUNGA, PITUAÇU E PERNAMBUÉS As mudanças vão reduzir o tempo de espera nos pontos de ônibus na RMS e diminuir o tempo de viagem com a integração com o sistema metroviário, além de melhorar a mobilidade de Salvador, com a redução do trajeto das linhas de ônibus. Outras 19 linhas já haviam sido alteradas no início de outubro, incluindo as que ligavam Itinga, Portão, Vida Nova, Praia de Ipitanga, Miragem, Buraquinho e Vilas do Atlântico ao Terminal da França. Todas essas linhas hoje terminam na estação de transbordo para o metrô em Mussurunga. Agora tiveram itinerários e pontos finais alterados as linhas que circulam nas avenidas Prof. Pinto de Aguiar, em Patamares; Jorge Amado, no Imbuí; Magalhães Neto, na Pituba e Rua Arthur de Azevedo Machado, no Costa Azul. Mesmo assim, metade delas continuará a circular pela Paralela até a estação Pernambués do metrô, a última antes da

20 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

AMANDA OLIVEIRA

Transbordos para estações do metrô já fazem parte do dia a dia em Salvador rodoviária de Salvador. É o caso das linhas que ligavam Lauro de Freitas, Portão e Vida Nova ao Terminal da França. Identificadas como 879.URB, 882.URB e 882A.URB, essas linhas passam a ter ponto final na estação Pernambués. Igual destino tem a 886.URB (Jauá – Terminal da França). As linhas que circulavam no corredor Av. Prof. Pinto de Aguiar, 860I.URB, 857.URB, 881.URB, 843.URB e 849.URB, que iam para o Itaigara, Calçada ou Terminal da França, tiveram os itinerários mais encurtados, terminando na estação Pituaçu do metrô. O passageiro que desejar seguir até o Terminal da França, Calçada, ou outra localidade, deverá integrar com o metrô e posteriormente com um ônibus urbano nos terminais intermediários, utilizando os cartões Metropasse, CCR Metrô ou Salvador Card, pagando apenas uma passagem. Fiscais da Agerba devem acompanhar os primeiros dias da alteração. A integração é feita do ônibus metropolitano ao metrô e de novo em ônibus urbano – e no sentido inverso: ônibus urbano, metrô, ônibus metropolitano. O prazo para a integração é de três horas se a integração envolver ônibus metropolitano e de duas horas se for com ônibus urbano. O termo que sela o acordo para integração foi assinado por representantes do Governo do Estado e Prefeitura de Salvador na sede do Ministério Público da Bahia. A Ouvidoria da agência reguladora, a Agerba, está disponível pelo tel.: 0800 071 0080 ou e-mail agerba.ouvidoria@ agerba.ba.gov.br.

té dezembro serão totalmente licitadas, regulamentadas e integradas ao metrô as linhas que fazem o transporte dos moradores da Região Metropolitana (RMS) até a capital. “O estudo que está sendo realizado sobre o valor da tarifa, a readequação do trajeto e a concessão das novas linhas metropolitanas minimizam a possibilidade de eventuais desempregos”, ressaltou o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster. A reestruturação do sistema vai aumentar o número de linhas e diminuir os gastos por conta da redução do trajeto, ajudando a equilibrar economicamente a estrutura. Além disso, o tempo de espera dos passageiros vai ser reduzido. “A viagem que levaria uma hora pode passar a ter meia hora apenas, pois as linhas que alimentam principalmente o metrô não precisarão mais ficar mais tempo no trânsito de Salvador”, explicou o secretário. O transporte metropolitano será todo redesenhado e, “obviamente, haverá impacto, mas não deixarão de atender à população da RMS”, afirma Eduardo Pessoa, diretor da Agerba, órgão que regulamenta o transporte metropolitano por ônibus. Depois da licitação a fiscalização será mais efetiva. “Estamos adquirindo um sistema novo, faremos a fiscalização através de GPS, identificando os veículos com atraso ou com algum problema”, contou Pessoa. PAULA FROES

Ônibus metropolitanos têm percursos encurtados com final de linha nas estações de transbordo


Contas públicas de Lauro de Freitas sob escrutínio social

A

s contas públicas de Lauro de Freitas, da prefeitura e da Câmara Municipal, estarão sob minucioso escrutínio a partir de 2018. A tarefa será cumprida por cidadãos voluntários, reunidos no Observatório Social do Brasil (OSB), entidade que se dedica a acompanhar com lupa as licitações públicas e os gastos promovidos por agentes políticos municipais em mais de 100 cidades de 18 estados. Mais de três mil cidades estão na fila para criar um OSB local. Com sede nacional em Curitiba (PR), o OSB mantém parcerias com diversas entidades especializadas e conta com o endosso do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato. “Todos os anos ele faz palestra gratuita no encontro nacional do Observatório Social do Brasil, que acontece em Curitiba”, conta Iara Dórea, vice-presidente da organização nacional e que lidera a instalação do OSB de Lauro de Freitas. O OSB de Lauro de Freitas será formalizado no próximo dia 6 de dezembro às 19h, em Assembleia Geral no auditório 2 da Unime. Qualquer organização ou cidadãos podem participar desde já da fundação, entrando em contato pelos telefones 71 99622-4888 e 99912-8389 – ou comparecendo à Assembleia Geral. Para fazer parte da diretoria, o interessado não pode ter nem filiação, nem atividade partidária. Também não pode prestar serviços a partidos políticos. Membro do Conselho Federal de Contabilidade, conselheira e ouvidora do Conselho Regional da classe, empresária contábil, trader internacional e professora universitária, Dórea mora em Lauro de Freitas desde 1992. “Sempre tive vontade de abrir o OSB de Lauro de Freitas, mas o município precisa estar maduro” para dar esse passo, avalia. “A culpa não é dos políticos, é nossa porque não fiscalizamos”, sintetiza. Independente de poderes públicos e de partidos políticos, o OSB depende da participação de entidades da sociedade civil e dos cidadãos interessados em fiscalizar de fato a prefeitura e a Câmara Municipal. “Quanto eu tentei havia aqui apenas o Sindicato dos Comerciários, o Lions e Rotary Club”, conta Dorea. Hoje há a OAB e diversas associações de moradores atuantes. A iniciativa de abrir agora o OSB de Lauro de Freitas partiu justamente de dois jovens advogados, formados na Unime: Marcus Bispo, 33 anos, que é também engenheiro civil e Diego Sued Araújo, 28 anos.

O juiz federal Sérgio Moro palestra em evento do Observatório Social: apoio

Foram eles que, em contato com o OSB nacional, descobriram que uma vice-presidente da entidade morava em Lauro de Freitas e se colocaram à disposição. O grupo depois entrou em contato com outras entidades locais da sociedade civil – incluindo membros dos conselhos municipais – para apresentar a ideia. Já aderiu à proposta a Associação de Moradores de Vilas do Atlântico, representada pela médica Janaina Ribeiro. O Rotary Club Lauro de Freitas avalia participar como organização ou por meio de seus membros, individualmente. Do grupo inicial faz parte ainda o aposentado Denis Dinigre, 74 anos, membro do Conselho Mu- u

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 21


q CIDADE

nicipal de Saúde “e usuário do SUS”, como ele mesmo define. Dinigre acha que devia ter se preocupado com a fiscalização do poder público a vida inteira, mas só começou a se interessar mesmo depois que se aposentou e deixou de poder pagar um plano de saúde. “Virei usuário do SUS”, resume. “Sempre faltam coisas para a Saúde, eles dizem que não há recursos e eu fui tentar entender para onde vai o dinheiro”, conta. “Agora que chegou o OSB a Lauro de Freitas, com todos esses especialistas que nos apoiam, nós vamos saber”, conclui. METODOLOGIA TÉCNICA O método de trabalho do OSB é informar os gestores públicos e o Ministério Público (MP) sobre qualquer irregularidade constatada nas auditorias permanentes às contas do município. A prefeitura local recebe comunicação prévia e a oportunidade de corrigir o procedimento. A entidade não faz denúncias públicas, nem permite que seus membros façam uso político dos trabalhos. Iara Dórea avalia que sempre haverá interesse em usar o OSB como trampolim político, “mas a gente descobre” e aborta a tentativa. A entidade trabalha apenas tecnicamente, junto aos gestores públicos e, se necessário, para municiar o MP, que

então atua dentro do seu papel legal. Para isso, conselhos profissionais dão pareceres especializados, em parceria com OSB. A cada quatro meses o OSB local presta contas à comunidade, apresentando os resultados do trabalho, oferecendo indicadores da gestão pública local comparados aos de outros municípios do mesmo porte e apresentando relatório sobre os recursos públicos economizados pela ação dos voluntários. Para manter os custos rasos, pagos pela sociedade civil, as unidades municipais do OSB têm um único funcionário, que é o coordenador executivo. Por princípio, o OSB não recebe recursos públicos. Todos os demais participantes, diretoria incluída, são voluntários. “Quanto mais pessoas participarem, mais licitações podemos acompanhar”, explica Dórea. A capacitação dos voluntários é uma parte fundamental da atuação do OSB – incluindo membros dos conselhos municipais, que são obrigatórios por lei, mas muitas vezes compostos por pessoas que não fiscalizam de fato por não terem conhecimento técnico suficiente. “Muitos conselheiros municipais estão ali proforma”, avalia Dórea. Os mantenedores da sede do OSB em Curitiba incluem a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), o Serviço

Social da Indústria (SESI) e a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR). Entre os apoiadores estão ministérios públicos estaduais, o Tribunal de Contas da União e tribunais estaduais de contas, seções da Ordem dos Advogados do Brasil, sindicatos e associações profissionais e o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná. Para Iara Dórea, os resultados da atuação do OSB começam na prevenção. Apenas nos últimos quatro anos, mais de dois mil voluntários em todo o Brasil pouparam mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres municipais apenas identificando irregularidades antes que alguns absurdos fossem concretizados. Um dos cenários observados é a redução dos gastos das Câmaras Municipais assim que os vereadores tomam conhecimento de que os gastos estão sendo acompanhados com uma lupa. “Quando a Câmara sabe que está sendo monitorada, começa a cortar gastos”, atesta Dórea. Ela conta o caso da Câmara de Porto Seguro (BA), onde as despesas com combustível caíram de R$ 7.203 no primeiro trimestre de 2016 para R$ 476 no mesmo período de 2017. Em Rondonópolis (MT), de acordo com o OSB as despesas mensais da Câmara Municipal com diárias dos vereadores caíram de R$ 4.133 em 2012 para R$ 1.433 no ano seguinte, quando o OSB começou a funcionar naquele município. Em outro município, o OSB flagrou a tentativa de compra de sacos de lixo e papel higiênico por mais de R$ 10 milhões. Questionada, a prefeitura disse que houve um erro de multiplicação, que devia ter sido por fardo de 100 unidades, mas acabou publicada por unidade – e voltou atrás. É o acompanhamento permanente de licitações que promove maior economia de recursos públicos. Em Ponta Grossa (PR), por exemplo, o valor pago pela Iara Dórea (centro) com Dênis Dinigre e Janaína Ribeiro: escrutínio social

22 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


Lauro de Freitas tem 45% dos orelhões fora de operação

Diego Araújo e Marcus Bispo (dir): iniciativa levou à criação do OS de Lauro de Freitas prefeitura no combate a pragas urbanas caiu 72% depois do escrutínio do OSB, que levou ao aumento da participação de empresas nas licitações. Como as compras do município são acompanhadas desde a licitação até a efetiva entrega do produto ou serviço foi possível identificar, por exemplo, a tentativa de pagar mais de R$ 20 mil por um carrinho de limpeza que custava R$ 418 no mercado. Em outro caso, o OSB identificou uma licitação que oferecia pagar R$ 7.804 por um produto adquirido no ano anterior por R$ 24. O próprio OSB busca empresas que podem participar das licitações, estimulando o aumento da concorrência. O procedimento é padronizado e ocorre em todos os observatórios municipais conforme fluxograma especialmente preparado por uma empresa de auditoria (veja gráfico abaixo). Em média, nos municípios onde o OSB ainda não existe, apenas três empresas participam de cada licitação. Quando o OSB está presente, o número sobe para nove, reduzindo os preços por meio do estímulo à concorrência. O fluxograma padrão do Observatório Social do Brasil: trabalho técnico para prevenir irregularidades

Já é possível fazer chamadas gratuitas a partir dos 507 telefones públicos da Oi em Lauro de Freitas. A gratuidade, que vale para toda a Bahia e outros 14 estados, está em vigor desde outubro e vai até 30 de março do ano que vem. A medida é uma penalidade imposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à operadora por não conseguir manter um mínimo de 90% dos chamados Terminais de Uso Público (TUP) em funcionamento. Não é a primeira vez que isso acontece. De acordo com dados disponibilizados pela Anatel, apenas onze dos 417 municípios baianos atingem o percentual mínimo de orelhões em condições de uso. Menos da metade dos orelhões estão em ordem em 292 municípios. Em Lauro de Freitas, 225 dos 507 orelhões estariam “em manutenção”, de acordo com a Anatel. Mas nos outros 282 as chamadas, por enquanto, são grátis. A distribuição espacial de orelhões que não funcionam atinge todos os bairros de Lauro de Freitas indistintamente, mas eles são maioria ao longo da avenida Santos Dumont, a Estrada do Coco.

MOBILIZAÇÃO - Durante o mês que passou a sociedade trabalhou coletivamente no combate ao Câncer de Mama. O Outubro Rosa serve como alerta para que mulheres e homens estejam atentos com o cuidado com seu corpo. Através da redes sociais da revista Vilas Magazine convocamos mulheres a contar suas histórias de superação. Confira no site www.vilasmagazine.com.br a história de Diana Oliveira, que superou o câncer com 27 anos de idade, e perceba que vale muito lutar pela vida.

SEMEANDO AÇÕES - Uma resposta criativa da comunidade escolar do Kleber Pacheco, de Portão, ao estado de abandono que caracteriza historicamente o Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão. Dia 26 de outubro foi lançada a semente da horta comunitária, para plantio de verduras e legumes. No processo de colheita, as famílias mais pobres da localidade serão as primeiras a serem contempladas.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 23


q SOLIDARIEDADE

Somos todos ‘Filhos de Maria’ Grupo voluntário de amigas promove dignidade para gestantes carentes Thiara Reges: Texto e fotos Freenlance para a Vilas Magazine

É

muito gratificante quando uma ideia boa se transforma em uma corrente do bem. Foi assim que surgiu o grupo ‘Maria Maria’, amigas que se reuniram para fazer a doação de enxovais para recém-nascidos das comunidades menos favorecidas próximas, e que hoje, após 14 anos de estrada, agrega conhecimento, humanização e dignidade. A iniciativa germinou com Cidália Almeida, quando uma funcionária de sua casa engravidou. Além da falta de informação sobre o assunto e os vários mitos, chamou atenção de Cidália, também, a falta dos itens básicos para os cuidados da criança nos primeiros dias. Por coincidência, foi exibida uma reportagem na televisão, na mesma época, que mostrava algumas mães e seus recém-nascidos saindo do hospital apenas com o lençol da própria instituição. Esse foi o ‘toque mágico’ despertando em Cidália a decisão de, mesmo sendo um grãozinho de areia, fazer a sua parte. Percebendo que a carência se estendia para outras mulheres grávidas, moradoras da comunidade de Portão, em Lauro de Freitas, Cidália começou a ligar para as amigas, vizinhas do condomínio

24 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

Encontro das Águas, convidando-as para uma ação do bem: doar enxovais para gestantes carentes, onde cada pessoa ficaria responsável por um kit. A ideia não foi bem vista, nem por quem ia doar, nem por quem ia receber. “É o mesmo que ‘dar o peixe e não ensinar a pescar’, ouvi de algumas pessoas”, frisa Cidália. Ficou acordado então que a entrega do enxoval dependeria da participação regular da gestante no pré-natal (assistência na área da enfermagem e da medicina prestado à gestantes durante os nove meses de gravidez, visando melhorar e evitar problemas para a mãe e a criança nesse período e no momento do parto) no posto de saúde do bairro além de sua participação em uma palestra promovida pelo grupo, onde profissionais de saúde, parceiros que moram no mesmo condomínio, falariam sobre assuntos, mitos e dúvidas. “Lembro do ‘incentivo’ de uma gestante, em um determinado momento: ‘meu vizinho disse que isso não vai dar em nada, vou sair daqui de mãos abanando”. No primeiro ano foram entregues 19 enxovais, e quando as gestantes voltaram para o bairro, com eles nas mãos, o impacto positivo foi imediato. Estava consolidado o grupo ‘Maria Maria’, alicerçado pela generosidade e solidariedade dos seus voluntários integrantes. Até hoje a luta persiste, a cada ano. A seleção das gestantes é feita pela indicação de quem já participou, ou através do Posto de Saúde de Portão. Cada mulher

pode participar apenas uma vez, até como forma de incentivar a prevenção a doenças, o cuidado com o corpo e o planejamento familiar. O enxoval é composto pela banheira cheia de itens básicos, que vão garantir a assistência ao recém-nascido nos primeiros dias de vida. “Conseguimos garantir o básico para que um ‘filho de Maria’ inicie sua vida com dignidade”, frisa Cidália. “Abrimos um período de inscrições para que as gestantes se cadastrem e tenhamos assim uma ideia de quantidade. Contamos com a ajuda dos profissionais


As “Marias”: grupo de voluntárias, fazendo o bem do posto de saúde, mas a informação circula através do boca a boca. No dia da palestra sempre acontece de chegar uma pessoa nova, que não havia feito a inscrição. Como dizer não? Quando lembramos que nossos filhos tiveram a oportunidade de ter tudo e eles tem tão pouco, fica impossível não ajudar”. A entrega dos enxovais acontece uma vez por ano, e em 2017 será neste dia 29 de novembro. A meta é atender 40 gestantes, sem contar com as doações dos voluntários, que sempre chegam, e são muito bem vindas.

UMA FORTE (E SALUTAR) RELAÇÃO COM A COMUNIDADE O relacionamento ao longo destes anos permitiu às ‘Marias’, identificar as principais fragilidades da comunidade. “Doenças como sífilis e herpes são comuns, e infelizmente os casos de alcoolismos, drogas e violência, são recorrentes”, conta. O ciclo de palestras então ganhou reforço e hoje o evento conta com pediatras, enfermeiros, psicólogos, terapeutas e demais profissionais da área de saúde, em sua grande maioria moradores do condomínio. Quando neGestantes reunidas: palestra sobre assuntos, mitos e dúvidas

cessário, o atendimento se estende para além das palestras, e a gestante ganha o acompanhamento adequado para manutenção de sua saúde e de seu filho. Este ano o ciclo foi organizado por alunos de enfermagem da UNIME, ampliando a interação com a comunidade. “Ficamos surpresas com as perguntas que ouvimos muitas vezes durante as palestras: ‘Mioma come menino?’; ‘Se beber o colostro a criança morre?’; Mesmo com tanta facilidade de acesso à informação e o pré-natal, as gestantes chegam aqui cheias de dúvidas, com muitos medos e mitos. Muitas chegam com problemas familiares, com os companheiros, sem saber como lidar com o turbilhão de sentimentos que acompanha a gestação. É gratificante para todas nós ajudar a melhorar a vida dessas mulheres de alguma forma”, destaca. As ‘Marias Marias’ conseguiram também estabelecer uma relação de amizade com a comunidade. “Apesar do bairro onde moramos ser o mesmo, existe um grande distanciamento das pessoas com o nosso condomínio. Hoje somos paradas em mercados, por mulheres que em algum momento estiveram nas nossas palestras, e o mais gratificante é que elas fazem questão de trazer os ‘filhos de Maria’ para conhecermos”. MARIA MARITACAS Há cerca de três anos a ACCBEM – Casa de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes, instituição localizada no bairro de Itinga que cuida de idosos, estava precisando urgente de ajuda com medicamentos e fraldas geriátricas. Chegava a hora de dar novos contornos ao projeto e abraçar mais pessoas, “afinal, somos todos filhos de Maria, independente de sexo, religião, etnia, etc.”. E o caminho encontrado foi o artesanato. Muitas participantes já tinham conhecimento ou trabalhavam com as artes, e bastou unir esses conhecimentos. “Quem já sabe, passa o conhecimento para as outras, e assim montamos uma u Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 25


q SOLIDARIEDADE

linha de produtos de qualidade, personalizados, e que custeiam o bem”. Surgem então as ‘Maria Maritacas’, apenas como forma de direcionar os objetivos de cada projeto, se para enxovais ou para assistência aos idosos. Os produtos fabricados pelas Marias, em costura e MDF, precisavam ser vendidos, e a solução veio através da parceria com o condomínio Encontro das Águas, que cede, duas vezes anualmente, o espaço de eventos para a realização da Feira de Artesanato, geralmente próximo ao Dia das Mães e Natal. Toda a verba arrecadada é revertida para os projetos: a venda dos produtos ajuda nos enxovais e o valor da inscrição dos expositores é revertido para a ACCBEM ou casos extras, que surgem ao longo do ano. Hoje a feira recebe uma média de 500 visitantes e 56 expositores, que podem ser de artesanato, comidas e outros, em um dia inteiro de entretenimento para a família. “A procura tem sido grande e tentamos selecionar os expositores pelo produto, de forma a garantir melhor fluidez à feira, que acontece apenas em um dia. O público tem opções diversas de comidas, food trucks, artesanatos variados, além de parquinho para as crianças e atrações artísticas e culturais”, conclui. São voluntárias do Maria Maritacas: Ângela Gusmão, Cidália Maria de Almeida, Dell Ribeiro, Eloá Peruzzo Scarton, Fátima Brandino Secco, Iraci Oshikata, Isete Régis, Jhamilly Sousa, Lila Fadigas, Maria de Fátima Zochling, Raquel Nunes de Almeida, Sônia Okuma, Sylvia Abreu, Sylvia Regina de Sá, Suzane Fonseca e Yolanda Jampietro. Todas, juntas, promovem um belo trabalho de solidariedade. Artesanato produzido pelas Maria Maritacas

26 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

q EDUCAÇÃO

Cinco professoras de Lauro de Freitas concorrem a prêmio nacional de educação

C

inco professoras da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas foram selecionadas para participar das etapas regional e nacional da 10ª edição do Prêmio Professores do Brasil (PPB). O prêmio foi criado pelo Ministério da Educação para valorizar e dar visibilidade ao trabalho de professores da rede pública do país e incentivar o aperfeiçoamento de práticas pedagógicas nas salas de aula. Três das educadoras de Lauro de Freitas desenvolveram atividades escolares lúdicas, com a proposta de ensinar sobre o empoderamento feminino e racial, valorização da cultura nordestina e a própria cultura infantil como patrimônio social. O projeto “Carolina Maria de Jesus, uma história para aprender desde bebê” de Noemia Verúcia Almeida Pereira, apresentou a historiografia de uma das primeiras escritoras negras do país como exemplo de força feminina e referência da identidade negra, trabalhando a questão do pertencimento através da leitura de imagens. Destacou ainda a importância da cultura nordestina através da realização de atividades que despertam vínculos afetivos. Já o “Carolinando da cabeça aos pés”, da professora Cristiane Santos de Melo, levou a valorização da criança negra para alunos, suas famílias e para a comunidade do entorno da escola, por meio da história de Carolina Maria de Jesus, da Grafitaria Crioula e do grupo As Ganhadeiras de Itapuã. Enquanto isso, o projeto “Brincadeira: oitava arte da criança”, de Carla Santos Pinheiro, desenvolveu rodas de conversas, oficinas e trocas de experiências sobre a importância dos familiares


ARTIGO brincarem junto com as crianças. Foram selecionadas ainda as professoras Ladjane Alves Souza, com o projeto Memórias de Seu Baleeiro, um dos mestres da cultura popular da cidade, e Fernanda Pereira Alves, com Minha cidade: Identidade. O Prêmio Professores do Brasil reconhece, todos os anos, o trabalho dos professores nas seguintes categorias: Educação Infantil (Creche); Educação Infantil (Pré-Escola); Ensino Fundamental (Anos Iniciais/ Ciclo de Alfabetização/ 1º. ao 3º. ano); Ensino Fundamental (4º. e 5º. anos); Ensino Fundamental (6º. ao 9º. ano) e Ensino Médio. Professoras Noemia Verúcia Almeida Pe­ reira e Cristiane Santos de Melo, do Centro de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos

Não se apequene Adenáuer Novaes

L

íderes que pensam pequeno, que se dedicam ao poder, às suas carreiras, aos compromissos que exaltam seus egos inflados são mais suscetíveis à corrupção. Tudo fazem para se manterem no poder e em evidência, pois cegam sua consciência para o progresso e para a melhoria do que conduzem. Chefe que não tem competência para ir além de atender ordens superiores, em detrimento da própria criatividade, do aprimoramento de sua atividade e do bem-estar de seus liderados diminuem a produtividade do que executam. Pessoas que conduzem pessoas e que não vão além de torná-las seus objetos de manipulação, reduzem a manifestação do que elas têm de melhor, travando o crescimento pessoal de cada uma delas. São como capatazes que querem escravizar seus liderados. O poder emana de quem consente, portanto, ninguém tem poder sobre nenhum outro ser humano sem que lhe seja delegado. A liberdade do ser humano, respeitando o direito do outro, é inalienável. Fundamental é que esta liberdade, tornando-se responsável, seja assumida com intenção de mudar a própria vida, bem como o meio à sua volta. Quando se trata de votar, a liberdade de escolha não deve ser exercida como se tratasse do único recurso para mudar a realidade da sociedade em que se vive. Um povo que não se esforça pela prosperidade pessoal e coletiva, perde sua liberdade de escolher, de decidir e de crescer, portanto, é preciso ir além do voto, exercendo

ações pessoais para mudar, inclusive o que é de interesse coletivo. O cidadão que permite que sua cidade, seu país ou seu espaço de manifestação seja dominado por quem não tem ética, que não seja competente nem se ocupe do bem público não está contribuindo para a construção de uma sociedade harmônica. O liderado forja o líder que tem. É, portanto, responsabilidade do cidadão pelo que ocorre em sua sociedade, sem embargo das penalidades àqueles que traem seu voto, muito menos a culpabilidade das autoridades, cujo dever não pode ser negligenciado. É preciso que o cidadão não se apequene, pois em suas mãos e na sua disposição se encontram soluções que podem, no médio e longo prazos, promoverem o surgimento de uma nova sociedade. É preciso que ele seja grande, seja próspero e tome para si o destino de sua sociedade. Portanto, sendo você patrão, empresário, líder religioso ou chefe de algum grupo, nas costumeiras comemorações de aniversários, de despedidas, de finais de ano ou outras, além das felicitações e de ajustes nos processos, converse sobre ações comunitárias para educar a população à ordem, ao progresso, ao empreendedorismo, ao ético, bem como a tudo que implique em melhoria social. É hora de pensar grande e de ultrapassar os limites do egocentrismo para agir sabiamente para que o amanhã virtuoso se aproxime mais rapidamente do hoje. Adenáuer Novaes é psicólogo, escritor, filósofo e engenheiro.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 27


q TURISMO & LAZER

ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA um paraíso no Oceano Atlântico Destino português esbanja paisagens deslumbrantes, ótimos vinhos e muito contato com a natureza

C

om cenários que reúnem impressionantes obras da natureza, o Arquipélago da Madeira é um refúgio localizado em meio à imensidão do Oceano Atlântico. De origem vulcânica, sua posição geográfica privilegiada proporciona um clima ameno o ano inteiro, perfeito para desfrutar o que suas ilhas têm de melhor, como as paisagens montanhosas, o mar com temperatura agradável e as atrações que convidam seus visitantes a uma experiência inesquecível. Considerado o melhor destino insular do mundo, é formado por um conjunto de ilhas que pertencem a Portugal, sendo as princi-

pais e únicas povoadas a Ilha da Madeira e Porto Santo, que somam 270 mil habitantes. Desertas e Selvagens são reservas naturais desabitadas, mas abertas para visitas guiadas. A Madeira é a maior e principal ilha do arquipélago. Possui uma infraestrutura hoteleira impecável, sendo a maioria empreendimentos cinco estrelas, restaurantes premiados e ainda atrativos que valem a visita. Sua capital, Funchal, tem ares cosmopolitas que se misturam à história e cultura local. Um exemplo disso é a Zona Velha, que surpreende com o melhor da vida noturna por entre os edifícios históricos e portas que são FOTOS: TURISMO DA MADEIRA

FUNCHAL

28 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

Santana abriga os pontos mais altos da ilha da Madeira, como o Pico Ruivo, o Pico das Torres e o Pico do Areeiro


PORTO SANTO

obras de arte. A bordo do teleférico, os turistas se encantam com a vista espetacular para o oceano e para as montanhas cobertas pela vegetação exuberante durante os 20 minutos de viagem até Monte, parte alta da cidade. A melhor maneira de voltar é com o tradicional e divertido carro de cesto, um típico transporte madeirense que proporciona muita adrenalina em uma descida de cerca de dez minutos até Livramento, metade do percurso para o centro da cidade. Outro atributo da ilha é a impressionante Floresta Laurissilva. Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade, é exclusiva da Macaronésia (nome moderno para designar os

vários grupos de ilhas no Atlântico Norte, perto da Europa e da África, e mais uma extensa faixa costeira do Noroeste da África) e conta com árvores de grande porte e densa vegetação subtropical, formando panoramas cheios de cor e movimento. Aproximadamente dois terços da ilha são protegidos pelo Parque Natural da Madeira, criado em 1982 e classificado como Reserva Biogenética, já que abriga flora e fauna única. Essa exuberante paisagem natural é o ambiente ideal para estar ao ar livre e aproveitar as piscinas naturais e mirantes, ou praticar atividades radicais como canyoning, rapel, mountain biking, parapente e surfe. Seja em terra, água ou ar, o que não faltam são opções para todos os gostos,

distribuídas em lugares como Porto Moniz, Seixal, São Vicente, Câmara de Lobos, entre outros. Além disso, é imperdível caminhar por uma das inúmeras levadas, canais de irrigação que chegam a 1.400 quilômetros e que foram construídos para trazer grandes quantidades de água do norte da ilha para o lado sul. A gastronomia madeirense é um encanto à parte. Por ser um destino insular, sua base são frutos do mar, como as lapas (tipo de molusco local) e peixes, como o espada-preto. Outro prato delicioso é a “Espetada”, churrasco de carne bovina que sempre é acompanhado de milho frito e de Bolo-do-Caco com manteiga de alho. Não deixe de provar a poncha, uma bebida típica feita com aguardente u de cana, limão e açúcar.

Câmara de Lobos, na parte oeste da Ilha, conta com diversas atividades turísticas, como o mirante Cabo Girão, uma plataforma de vidro suspensa em um penhasco à 580 metros de altura, de onde se tem uma deslumbrante vista para a ilha e o Oceano Atlântico.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 29


q TURISMO & LAZER

O destino também é muito buscado pelos amantes do vinho. A premiada bebida da Madeira é servida como aperitivo ou como digestivo e seus aromas deliciosos já conquistaram adeptos em todo o mundo. É um vinho fortificado com mais de cinco séculos de existência, produzido nas encostas e adegas da Ilha da Madeira. É na capital que também se pode conhecer a fundo os costumes do lugar. O bordado típico é uma tradição centenária de minuciosa delicadeza, usada para decoração de artigos do lar e vestuário. A ilha também apresenta uma vasta lista de eventos culturais que acontecem durante todo o ano. Os principais são as Festas de Carnaval, a Festa da Flor, o Festival do Atlântico, a Festa do Vinho, o Festival de Colombo, o Festival da Natureza e a Festa de Fim de Ano. Essa última conta com o famoso espetáculo de fogos de artifício, já classificado como o “Maior Espetáculo Pirotécnico do Mundo”. Não se pode deixar a região sem conhecer Porto Santo – a outra ilha habitada do arquipélago – acessível por avião ou barco. A forma mais usual é utilizar o ferry que sai pela manhã da Ilha da Madeira e retorna no fim da tarde. Seus extensos areais dourados lhe renderam o apelido de Ilha Dourada, já que percorrem praticamente toda sua costa sul e se unem ao mar azul turquesa. O clima é ideal para passar o dia todo na praia, relaxando e curtindo a vista e a areia, que tem propriedades terapêuticas comprovadas. A água do mar do Porto Santo também é usada em tratamentos de talassoterapia, devido às quantidades elevadas de estrôncio, crômio e iodo, elementos benéficos para a saúde. Vila Baleira é a única cidade e abriga a Casa-museu Cristóvão Colombo, que recria o ambiente primitivo onde o famoso descobridor da América viveu.

O ENTARDECER EM FUNCHAL

30 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


INFORMAÇÕES GERAIS

VINÍCOLAS

Moeda: assim como no restante de Portugal, a região da Madeira utiliza o Euro como moeda corrente. É possível trocar dinheiro em bancos e casas de câmbio. Cartões de crédito internacionais são amplamente aceitos. Fuso horário: o arquipélago está no fuso GMT +0. A diferença de horário entre o Brasil e a Madeira varia de acordo com o horário de verão de cada país. Clima: é comum escutar que na Madeira é primavera o ano inteiro. O clima é ameno devido à sua posição geográfica privilegiada, que proporciona temperatura média anual de 19,4 oC. Visto: brasileiros não precisam de visto para entrar em Portugal. Com um carimbo no passaporte, você pode circular por até 90 dias por toda a União Europeia, e ainda é possível renovar a permissão por mais 90 dias. Conexões aéreas: a principal porta de entrada é o Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo (FNC), que está a apenas 20 minutos do centro de Funchal e recebe diariamente voos nacionais e internacionais. Também é possível acessar o arquipélago pelo Aeroporto de Porto Santo. O arquipélago da Madeira fica a menos de 2 horas de voo de Lisboa e entre 3 e 4 horas distante das principais capitais europeias. Conexões marítimas: frequentemente visitados por navios de cruzeiro, os portos de Funchal e Porto Santo servem de ponto de chegada e de partida desde outros destinos. As ligações diárias entre ilhas são feitas em ferryboat com duração 2h30 e permitem também o transporte de veículos.

FUNCHAL

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 31


q DECORAÇÃO

A

s redes são peças muito utilizadas pelos brasileiros. Práticas, confortáveis e leves, são perfeitas para relaxar ou tirar um cochilo, e são comuns em varandas, quintais e casas de praia. Mas com suas cores, tecidos e barrados variados, elas não precisam ser só um objeto utilitário e podem ter papel de destaque na decoração, ocupando cômodos como salas e quartos, e até mesmo servindo para separar ambientes. Para a arquiteta Tânia Póvoa, as redes combinam bem com ambientes rústicos, descontraídos ou que trazem um clima praiano: “Elas são muito usadas em projetos com uma pegada mais tropical, com cores como o laranja, e em ambientes com muita cerâmica e madeira”, conta. As cores podem variar, e o objeto pode tanto trazer um toque de cor para um ambiente neutro, como harmonizar com os outros móveis. “Em ambientes que já são muito coloridos, prefiro trazer a rede em tons como o cru. É preciso equilibrar as cores para não ficar exagerado”, explica a arquiteta. Tons neutros também podem ser utilizados para introduzir a rede em ambientes mais sofisticados: “Essa é uma peça informal e precisa ser usada com cuidado. Em um ambiente luxuoso já optei por uma rede branca, pois a própria rede já chamava a atenção naquele espaço”, conta a designer de interiores, CecíliaAvena. Barrados finos, longos e detalhados também figuram bem nesse tipo de projeto. Qualquer que seja o ambiente que a rede irá ocupar, no entanto, é preciso planejar bem sua instalação. “O local onde a rede vaiser pendurada deve estar previsto na obra, ou bem planejado, sempre pensando no vão que a rede vai ocupar”, recomenda Cecília. Os suportes variam de acordo com a superfície onde serão fixados: na parede

32 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

Na varanda projetada por Giovanna Magr

GABRIELA MEDRADO*

TENDÊ salas

As redes são peças muito utilizadas pelos brasileiros. Práticas, confortáveis e leves, são perfeitas para relaxar ou tirar um cochilo, e são comuns em varandas, quintais e casas de praia. Mas com suas cores, tecidos e barrados variados, elas não precisam ser só um objeto utilitário e podem ter papel de destaque na decoração, ocuNa varanda projetada por Giovanna Magro, da Due Projetos e Design, a rede compõe pando cômodos como salascom e os dema quartos, e até mesmo servindo para separar ambientes. a arquiteta Tânia restritas PóGABRIELA MEDRADO* TENDÊNCIA Peças Para deixam de ficar à voa, as redes combinam bem e são usadas até despara sepa As redes são peças muito uti- salas e quartos com ambientes rústicos, lizadas pelos brasileiros. Prácontraídos ou que trazem um PEÇAS MENORES Peças deixam de são ficar ticas, confortáveis e leves, clima praiano: “Elas são muito Para quem não tem espaço para uma perfeitas para relaxar ou tirar usadas em projetos com uma restritas às varandas, rede em casa, uma boa alternativa que coum cochilo, e são comuns em pegada mais tropical, com ocupam salas e quartos oferece o mesmo efeitoo são as cadeiras varandas, quintais e casas de res como laranja, e em ampraia. Mas com suas cores, tee sofás suspensos os muita balanços: “As e bientesoucom cerâmica e são usadas até para cidos e barrados variados, elas madeira”, conta.e dividem redes ocupam muito espaço não precisam um objeto separarserossóambientes o ambiente. As cores podem variar, e o utilitário e podem ter papel de objeto podeo tanto trazer Os balanços trazem conforto e a um destaque na decoração, ocutoque de cor para um ambiende alvenaria, ou em pilares deemadeira ou descontração sem criar esse bloqueio”, pando cômodos como salas te neutro, como harmonizar Giovanna concreto. Paredes deservindo gesso acartonado explica a arquiteta quartos, e até mesmo com os outros Magro. móveis. “Em Os balanços vêm em materiais como precisam de reforço inserido em obra. para separar ambientes. ambientes que já são muito natural e plástico Também é importante planejar bem vime, fibras, madeira Para a arquiteta Tânia Pócoloridos, prefiro trazer a erede voa, as redesdos combinam como objeto deÉdesem tons como o cru. preciso a disposição móveis, bem para que nada podem ser usados com rústicos, equilibrar as cores “Muitas vezespara essanão fiqueambientes no caminho da rede.desUsá-la como taque no ambiente: contraídos ou que trazem um ela tenha é a peça emficar explica que exagerado”, o cliente gasta mais,a arpeça de decoração exige que clima praiano: “Elas são muito quiteta. um espaço reservado, já que ela não será por investir numa peça assinada por um usadas em projetos com uma Tons neutros também popor exemplo”, conta retirada.mais Mas tropical, seu tamanho pode designer renomado, pegada comtambém codem ser utilizados para introGiovanna. sercomo uma vantagem: res o laranja,aepeça em pode am- ser usada duzir a rede em ambientes O arquiteto Gustavo Argollo criou para separar ambientes: “Como bientes com muita cerâmica e ela fica mais sofisticados: “Essaum é uma madeira”, conta. para umeprojeto: “Elausana horizontal, cria uma divisão no espaço balanço de madeira peça informal precisa ser As cores podem variar, eo comdespojado cuidado. Em um amdeu um climadamais e lúdico instantaneamente”, conta Cecília. objeto pode tanto trazer um biente luxuoso já optei por Tânia Pó toque de cor para um ambienuma rede branca, pois a próte neutro, como harmonizar pria rede já chamava a atenção com os outros móveis. “Em naquele espaço”, conta a deUS ambientes que já são muito signer de interiores Cecília AveDE coloridos, prefiro trazer a rede na. Barrados finos, longos e em tons como o cru. É preciso detalhados também figuram equilibrar as cores para não

Redes e balanços ganham novas funções e espaços na decoração

Re ga ee

Redes e balanços ganham novas fu e espaços na dec


uma rede branca, pois a prómobilização de um grupo em prol do crescimen Maria Cláudia Costa / Divulgação pria rede já chamava a atenção essencial e necessário à Divulgação manutenção dos noss naquele espaço”, conta a decomuns. USE REDES NA signer de interiores Cecília AveDECORAÇÃO na. Barrados finos, longos e O associativismo nasce dessa demanda, da junç detalhados também figuram com objetivos semelhantes que compreendem bem nesse tipo de projeto. TOQUE DE PRAIA O uso de unir forças, viabilizando diálogos e con Qualquer que seja o ammais tradicional das Hoje, viv beneficiam todos os membros de um determin biente que a rede irá ocupar, redes é em ambientes em que Desde agosto de 1975, a Associação de àD no entanto, é preciso planejar com toque praiano, que graças bem sua instalação. “O local Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia optam por materiais ações,(AD c ao ambiente, que comonde a rede vai ser pendurada rústicos, como madeira incentivando o setor da construção civil baian coletivo bina com os clientes, deve estar previsto na obra, ou e cerâmica união de cerca de 80% das construtoras e im um casal jovem com bem planejado, sempre penCada ve atividade no estado. uma pequena”, sando no vão que a rede vai Emfilha um cenário competitivo, manter uma empresa saudável USO DAS CORES Para posicion Foi utilizada o pape ocupar”, recomenda Cecília. umconta. resultado e equilibrada podea ser um desafio. Neste contexto, a Nós, enquanto entidade, percebemostornam rel Os suportes variam de acordo madeira pinus: harmonioso, coordene mobilização de “Elaé um grupo em prol do crescimento conjunto é a ADEMI-BA tem na tomada de decisões continua com a superfície onde serão do a a cor damadeira rede com aar de à manutenção dos nossos interesses o mercado. Reconhecer a importância uma essencial e com necessário fortaleci fixados: na parede de alvenaé também compreender que é mais fá paleta da decoração comuns. inacabada e também foi ria, ou em pilares de madeira Na conju próx determinados objetivos quando atuamos utilizada no aparador e O associativismo ou concreto. Paredes de gesso AMBIENTES LUXUOSOSnasce dessa demanda, da junção de pessoas do Sem nas prateleiras. o móveis do espaço Giovanna Magro, da Due Projetos Design, a rede compõe com os Assim demais acartonado precisam deereforcomsofisticados objetivos semelhantes que compreendem a importância Projetos (Conjur) balanço combinou com ço inserido em obra. pedem cores de redes unir em forças, viabilizando diálogos e conquistas que (CBIC) em a proposta domembros de um determinado grupo. Também é importante planeutras, comindustrial beneficiam todos os O even projeto”, explica. nejar bem aPeças disposição dos finos às varandas, ocupam TENDÊNCIA deixam deacabamentos ficar restritas Desde agosto de 1975, a Associação de Dirigentes de uma pr móveis, para que nada fique Gabriela Medrado / e quartos e são até para separar os ambientes uti- salas Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA) vem no caminho da rede. Usá-lausadas que fala DIVISÃO NO ESPAÇO Ag. A Tarde Práincentivando como peça de decoração exige “Constru Por sua extensão o setor da construção civil baiana a partir da são que ela tenha um espaço reunião de horizontal, as cerca redesde 80% das construtoras e imobiliárias em da Cons tirar servado, já que ela não será atividade no estado. podem servir também em E, em o retirada. Mas seu tamanho t Na varanda para separar ambientes s de Nós, enquanto entidade, percebemos o papel crucial que Imobiliá também pode ser uma vanprojetada por , tea ADEMI-BA tem na tomada de decisões relevantes para empresa tagem: a peça pode ser usada SEGURANÇA Ao instalar Giovanna Magro, elas o mercado. Reconhecer a importância do associativismo para separar ambientes: “Couma redecompõe é preciso a rede com Ações c jeto é também compreender que é mais fácil alcançar mo ela fica na horizontal, cria planejar bem o local, Crédito: Pexels os demais móveis associaç el de uma divisão no espaço instandeterminados objetivos quando atuamos conjuntamente. considerando o espaço do espaço movime ocutaneamente”, conta Cecília. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoi MARIA CLÁUDIA COSTA / DIVULGAÇÃO necessário, e escolher o õe ascom e os demais móveis do espaço para ap Pequenas Empresas (Sebrae), é possível alcan suporte de acordo com DIVULGAÇÃO ndo p Gustavo Argollo por resultados, Peças menores Gustavo Argollo optouoptou por balanço na casa de ampliar um casala jovem o tipo de parede participação e espaços Para quem não tem espaço pabalanço na casa de um casal jovem entre a sociedade e o poder público quando h q Tânia Póvoa acredita que as redes combinam Póra uma rede em casa, uma boa restritas às varandas, ocupam de uma associação. bem com rústicos e descontraídos bem alternativa queambientes oferece o mesDIVULGAÇÃO Divulgação para separar os ambientes desE, de fato, é madeira algo que com percebemos com c mo efeito são as cadeiras e Os balanços vêm em mate- plo”, conta Giovanna. pinus: “Ela éisso uma um 42de anos de história da ADEMI-BA. Enquanto i sofás suspensos ou os balan- riais como vime, fibras, madeiO arquiteto Gustavo Argollo ar inacabada e também foi uito ços: “As redes ocupam muito ra natural e plástico e podem criou um balanço de madeira utilizada aparador esempre nas estivemos p renome eno credibilidade, TOQUE DE PRAIA O uso mais tradicional uma espaço e dividem o ambiente. ser usados como objeto de des- para um projeto: “Ela deu um prateleiras. Assim o balanço ações que contribuíram positivamente para a redescombinou é em ambientes com imobiliário. toque m coOs balanços trazem o conforto taque no ambiente: “Muitas clima mais despojado e das lúdico com a proposta inBahia e para o mercado Rua praiano, que optam por materiais rústiame a descontração sem criar esse vezes essa é a peça em que o ao ambiente, que combina dustrial do projeto”, explica. ca e A metodologia do associativismo é benéfica cos, como madeira e cerâmica bloqueio”, explica a arquiteta cliente gasta mais, por investir com os clientes, um casal joparaSUPERVISÃO as empresas e seus interesses, mas tam Giovanna Magro, da Due Pro- numa peça assinada por um vem com uma filha pequena”, *SOB DA EDITORA eo USO DAS CASSANDRA CORES Para umComprar resultadoimóveis har- em empresa consumidores. jetos e Design. BARTELÓ designer renomado, por exem- conta. Foi utilizada a madeira Crédito: Pexels / Divulgação um por exemplo, uma monioso, coordene a correpresenta da rede com a maior segura ienDe acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Microdaedecoração produto final e o modo de trabalho. paleta nizar Pequenas Empresas (Sebrae), é possível alcançar melhores incorporadoras filiadas também sentem e “Em resultados, ampliar a participação e espaços de diálogos As LUXUOSOS AMBIENTES Projetos sofisuito e esse resguardo nas suas negociações. As entre a sociedade e o poder público quando há aticados presença pedem redes em cores neutras, rede têm justamente essa finalidade, de propor de uma associação. com acabamentos finos Divulgação ciso

A importância do associativismo

Redes e balanços ganham novas funções e espaços na decoração

nços as funções decoração

agilidade, investimentos acessíveis, informaç E, de fato, isso é algo que percebemos com clareza nestes setor, estudos, pesquisa e certificações de qual DIVISÃO NO ESPAÇO Por sua extensão 42 anos de história da ADEMI-BA. Enquanto instituição de empresas. horizontal, as redes podem servir tamrenome e credibilidade, sempre estivemos presentes em bém para ações que contribuíram positivamente para a economia da separar ambientes Bahia e para o mercado imobiliário.

não a ar-

pontrontes uma usaampor prónção deAveos e ram

USE REDES NA DECORAÇÃO

SEGURANÇA Ao instalar uma rede é

Tânia Póvoa acredita que as redes combinam

preciso planejar bem o local, consideA metodologia do associativismo é benéfica não apenas para as empresas e seus interesses, mas também parao os rando espaço necessário, e escolher o consumidores. Comprar imóveis em empresas associadas, suporte de acordo com o tipo de parede bem ambientes rústicosuma e descontraídos porcom exemplo, representa maior segurança frente o produto final e o modo de trabalho. Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 33

Divulgação

USE REDES NA DECORAÇÃO

As incorporadoras filiadas também sentem essa garantia e esse resguardo nas suas negociações. As associações têm justamente essa finalidade, de proporcionar maior agilidade, investimentos acessíveis, informações sobre o

Crédito: Pexels


q EMPRESAS & NEGÓCIOS

Vale a pena empregar pessoas com deficiência? Distante de uma compensação mais avançada, esses mecanismos sociais ainda são criados e aplicados, possivelmente com boas intenções. Um exemplo bastante emblemático dessa compensação, refere-se ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro. Trata-se de uma data estabelecida

precisam ser “obrigadas” a empregá-las, presumivelmente podem não lembrar do quanto o trabalho é importante para a dignidade humana. Se as empregassem, essa lei estaria obsoleta. Ora, é obvio que o trabalho é importante para o ser humano, seja ele deficiente ou não. Como uma necessidade humana, surgiu com o próprio homem, que se não o criasse, não sobreviveria. Constitui-se numa atividade vital, vai muito além do “ganha-pão” e da satisfação das necessidades básicas. Tem a ver com realização pessoal. Do outro lado, as consequências da inatividade afeta diretamente a personalidade, o processo de estruturação e

pela Organização das nações Unidas – ONU, com o objetivo de gerar discussões sobre a situação das pessoas com deficiência, seus direitos e necessidades. Mas, será que vale a pena comemorá-la? A necessidade da sua criação não estaria também denunciando a dificuldade do reconhecimento dos direitos dessas pessoas? Dito de outra forma, se elas fossem reconhecidas e tivessem seus direitos garantidos, haveria a necessidade da criação dessa data comemorativa? No âmbito das relações de trabalho, a Lei nº 8.213/91, também conhecida como lei de cotas, define no art. 9,3 que empresas com até 200 empregados devem destinar 2% das vagas a profissionais portadores de deficiência. De 2001 a 500, o índice deve ser de 3%. Se a empresa tem entre 501 e mil funcionários, precisa reservar 4% das vagas. De 1.001 em diante, 5% do quadro deve ser de pessoas com deficiência. Se as empresas

formação do mundo psíquico. Estima-se que, no mundo, 785 milhões de pessoas com deficiência estão em idade de trabalhar. Certamente pessoas talentosas e capazes de exercerem uma profissão, mas o acesso à dignidade, através do trabalho, é muitas vezes negado, existe uma resistência ou dificuldade das empresas para contratarem, muitas preferem inicialmente pagar multas que vão de 2,2 mil a 228 mil. No Brasil, apesar da importância e da obrigatoriedade legal, a inclusão no mercado de trabalho formal ainda é pequena: apenas 403,2 mil pessoas com deficiência estão empregadas. A exclusão do emprego e a marginalização na sociedade impingem um custo econômico que, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho - OIT, representa entre 3% a 7% do PIB, causando um enorme prejuízo para a toda a sociedade.

Suely de Melo Calixto Caldas / Exclusivo para a Vilas Magazine

A

célebre frase “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, de Fernando Pessoa, no poema “Mar Portuguez” (assim mesmo, com z) retrata questões tão populares, exercendo uma grande influencia até hoje, mesmo tendo sido escrita na metade do século 20. O modo afetivo do poeta ao tratar dos problemas com os quais sempre é possível haver uma identificação, no trecho em destaque, encanta pelo seu otimismo despertando uma crença de que de tudo pode-se tirar algum proveito quando a intenção é boa. Esse pensamento serve de motivação para uma reflexão acerca das várias tentativas da sociedade para transformar-se diante da sua atual e constante dificuldade de aprender a conviver com a diversidade. Nessas tentativas, a sociedade cria estratégias para reparar anos e anos de muitas injustiças cometidas com os que foram discriminados, abandonados a própria sorte e rejeitados. Assim ao buscar-se corrigir os danos causados pela incapacidade humana de conviver com a diferença, muitas leis são criadas, elegem-se datas comemorativas, sistemas de cotas, mecanismos para compensar injustiças sociais. Entretanto, se essas estratégias são criadas é porque a sociedade não conseguiu organizar-se de tal maneira que os indivíduos possam conviver mais harmonicamente. Esse diagnóstico, visível na mais complexa cena de expressões de violência e intolerância, presume uma relação de causa e efeito: quanto mais leis e mecanismos de reparação de danos são criados, menos se consegue diminuir a distância persistente entre os direitos das pessoas e a efetivação dos mesmos. 34 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


Raymundo Dantas Pelo exposto, a situação é preocupante: além deles não conseguirem empregos, quando conseguem não são dignamente remunerados. Possivelmente por existir muitas dúvidas acerca da sua capacidade gerando questionamentos do tipo: “Vale a pena empregar pessoas com deficiência?”. Evidente que vale a pena, pois se trata de um grande mito considerálas improdutivas. Elas podem ser tão produtivas quanto às demais pessoas, principalmente se seu potencial for valorizado, inclusive ajudam a melhorar o ambiente organizacional. Quem se dispuser a empregá-las comprovará na prática o quanto valorizam o emprego, são assíduas, habilidosas e colaboradoras e que a inclusão não diminui a produtividade da empresa, tampouco gera custos. E quanto às questões relacionadas à acessibilidade, podem até ser resolvidas a custo zero. Ademais, acessibilidade não é somente arquitetônica, mas principalmente atitudinal. Em vista desse breve panorama ora delineado, pactua-se com o poeta, se a alma não é pequena, significa que ela é grande, ainda não perdeu a sua capacidade de sonhar, de lutar e com essa grandiosidade, espera-se que nas comemorações do dia 3 de dezembro possam-se obter tantas conquistas que muito em breve seja dispensável essa comemoração. Por enquanto, resta saldar a dívida com a convicção de que vale muitíssimo a pena a comemoração por ser de grande importância para todos e homenagear verdadeiramente as pessoas com deficiência pela coragem com que enfrentam a luta no seu dia a dia! Suely de Melo Calixto Caldas é professora universitária, mestra em educação, psicopedagoga, especialista em educação inclusiva, trabalha com direitos humanos, membro do Rotary Club e da Academia de Letras de Lauro de Freitas.

Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. E-mail: raymundo_dantas@uol.com.br

A arte da guerra

H

á 2.500 anos, um general chinês, chamado Sun Tzu, escreveu um manual chamado “A arte da guerra”, onde estabeleceu os princípios técnicos para os combates. O interessante é que esse livrinho, até hoje, é muito utilizado para o estudo da competição entre empresas. Sun Tzu diz, por exemplo, que a melhor estratégia é a ofensiva, ou seja, vence geralmente quem ataca primeiro. Ora, no mercado também é assim. Quem sai na frente, quem chega primeiro ao mercado, tem toda chance de ser o primeiro na mente do cliente. E se o seu produto e/ou serviço são bons, dificilmente a concorrência derruba a sua liderança. Por isso é que todo mundo pede Gillette, e não lâmina de barbear; por isso a gente tira uma xerox e não uma cópia. A marca de quem chegou primeiro virou nome genérico do produto. Aliás, o primeiro soutien, ninguém esquece mesmo! Mas quando não se conseguiu ser o primeiro, resta a estratégia defensiva de Sun Tzu. Uma alternativa defensiva é fincar pé como segundo lugar, isto é, como a melhor alternativa ao líder de mercado. Como a SBT fez, em relação à Globo, ou a Pepsi, em relação à Coca-Cola. Outra possibilidade defensiva é buscar nichos de mercado, para criar aí uma posição mais forte. Você pode não ser o líder dos supermercados, mas pode ser o primeiro, ou seja, o melhor, em hortifrutigranjeiros, ou em importados, por exemplo. Outra sugestão de Sun Tzu é invadir pelos flancos, ou seja, “comer o mingau pelas beiradas”, criar alternativas diferentes. Como a Grendene, que resolveu fabricar sapatos de plásticos, quando ninguém tinha imaginado isso. Ou como as lojinhas de conveniência dos Postos de Gasolina, abertas 24 horas, que pegaram o varejo de alimentos pelo flanco. Ainda há a estratégia de guerrilha, que

consiste em atacar de surpresa e depois escapar também rapidamente. São essas modas de verão, por exemplo, em que se faz a cabeça da clientela com um produto, só por algum tempo. Foi o que aconteceu com bambolês, ioiôs, patins e outros produtos, como agora esse brinquedinho de girar nos dedos, que está sendo uma coqueluche. Viram moda de um dia para outro e depois perdem a graça e desaparecem por um bom tempo. Mas enquanto duram, trazem bons lucros, embora se deva ter cuidado para não ficar com estoque alto na hora em que a moda acaba. Mas Sun Tzu dizia que, alem das estratégias, que são decisões mais permanentes, é preciso também adotar táticas de guerra, que são atitudes a serem tomadas no dia a dia do combate. A principal delas, segundo ele, é ir para o front. Para nós isso significa estar na loja, circular pelo salão de vendas, ouvir o consumidor, descobrir o que ele pensa dos produtos que você está vendendo, dos serviços que sua loja está prestando, saber dos desejos e necessidades do seu cliente. Ir ao front também significa visitar o concorrente, ver suas lojas, seu movimento, seus preços, seus serviços. Ver o que ele tem de bom para lhe ensinar, e verificar o que você está fazendo melhor que ele. É também estar ligado nas tendências do mercado e do ramo, ler as revistas e sites especializados, visitar centros maiores para conhecer as novidades e ser o primeiro a implantá-las na sua cidade. Tudo isso e muito mais está lá, no livrinho do velho general. É só atualizar a informação, trazê-la para o seu diaa-dia e aprender muito. Afinal, a vida é uma luta, e para sobreviver nesse mercado é preciso mesmo dominar a arte da guerra.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 35


q COMPORTAMENTO

ENTREVISTA SERGIO KODATO, 63

É hora de entender que o bullying está levando ao óbito

Professor da USP afirma que episódio em Goiânia é alerta para agir contra falta de cultura em resolver conflitos na escola

P

or trás do ato do estudante de 14 anos que, vítima de bullying, foi à escola e abriu fogo contra colegas em Goiânia, GO, (sexta-feira, 20 de outubro), há uma teia de problemas que, com a escola no centro, envolve as famílias, as instituições, a espetacularização da violência e também a recorrência de visões radicais na sociedade. Essa é avaliação do psicólogo Sergio Kodato, 63, coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares ligado à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto – onde leciona. “A discussão radical é de uma eliminação do opositor, para, na verdade, não lidar com o conflito”, diz. Para ele, os conflitos vão sempre aparecer na escola, mas precisam ser resolvidos. Pelas informações de colegas, o adolescente que efetuou os disparos sofria bullying, um termo que recentemente ganhou presença no debate, sendo muitas vezes até banalizado. Como é possível relacionar essa discussão com um caso dessa gravidade? Houve um período que foi quase moda falar em bullying. Depois, parece que foi se esquecendo, mas o bullying acabou se integrando à cultura dos jovens. Tornou-se uma forma dos adolescentes descarregarem sua agressividade elegendo um, dois ou um grupo de bodes expiatórios. Que são intensamente gozados e vitimizados. E isso vai calhar com características psicológicas dessas vítimas. É como se houvesse indivíduos que têm vocação para ser bode expiatório, geralmente aqueles chamados de nerds, mais calados, com alguma deficiência. Mas como isso se caracteriza até que chegue a uma violência mais extrema como essa? É uma coisa contínua, sistemática, e o jovem vai remoendo. Nesse caso especÍfico, chama a atenção que o modus operandi é muito parecido com o de serial killers americanos. E episódios como esse são espetacularizados 36 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

pela mídia. Então, para esse indivíduo, serve como método. Desde o episódio de Columbine, serial killers são vítimas de bullying que sofrem calados e vão se transformando em uma bomba ambulante. Vão alimentando desejos de vingança. E, como ocorre em outros casos, a espetacularização tem um efeito mimético. Mas por que a recorrência de casos dentro de escolas? A escola é um lugar da negociação, é essencialmente onde os conflitos vão aparecer. Nossa luta é que professores e toda equipe se preocupem com medidas de resolução, de modo negociado. Isso não é feito. Isso passa pelos pais, que muitas vezes vão para brigar nas escolas. Isso afeta todas as escolas de maneira igual? Existem escolas mais abertas e escolas intolerantes, o que tem a ver com a gestão. Se uma gestão promove a diversidade, a negociação, não deixa acontecer. Se a direção é mais travada, os alunos não enxergam um canal de diálogo. Porque os conflitos precisam ser resolvidos de alguma forma. A escola tem que se preocupar com aqueles que parecem mal humorados, preocupados, porque são os que potencialmente geram situações de conflitos. E esses jovens acabam se sentindo sozinhos... Quando você está sozinho, acuado, vai recorrer a essa saída violenta. Porque a representação que tem é que todo mundo está contra você. Acaba gerando uma situação que chamamos de “ideação suicida”, e o jovem começa a pensar em matar. “Todo mundo está contra mim, meu pai não sabe o que fazer”. E como a mídia já deu um modelo... Existe uma faixa etária em que a preocupação com esse comportamento tem de ser maior? Sim, é a adolescência, onde tem o desenvolvimento moral. Que é quando, segundo [o psicólogo Jean] Piaget, o julgamento moral ainda está se formando. Há um processo de desenvolvimento da


EDSON SILVA / FOLHAPRESS

RAIO X Formação Possui graduação em p s i co l o g i a ( 1 9 7 8 ) , mestrado (1988) e doutorado (1996) em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pela USP

Trajetória É coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares, da USP de Ribeirão Preto, onde leciona. É autor de “O Brasil fugiu da escola: motivação, criatividade e sentido para a vida escolar” (Ed. Butterfly, 2011)

impotência e rejeição, seja da família ou dos professores.

anomia, depois passa pela heteronomia, onde se radicaliza. [Nesse momento], tenho que entender que o certo é certo, o errado é errado. Depois é que vem a autonomia, quando vai se discutir, fazer o meio termo. A escola não propicia essa passagem, a família não desenvolve isso. As instituições no Brasil ainda estão na heteronomia, por isso tem esse radicalismo, um fanatismo. Este é um momento em que a questão moral precisa ser balanceada na escola. Mas tem ainda a questão da

Em que medida a violência na sociedade, e o aprofundamento de visões radicais, tem relação com conflitos dentro do ambiente escolar? Geralmente, a discussão radical é de uma eliminação do opositor, para, na verdade, não lidar com o conflito. Precisamos problematizar o preconceito, por exemplo, mas o que se vê é o acirramento do conflito, do racismo, homofobia, na política. Como essa escola pode superar um trauma como esse? Sabe-se que diante de uma situação traumática, tende-se a esquecer e negar. O problema é que a situação traumática volta na sua consciência. Aquele cadáver está ali. A escola tem que discutir a

Quando você está sozinho, acuado, recorre à saída violenta. Porque a representação que tem é que todo mundo está contra você. Acaba gerando uma situação que chamamos de ‘ideação suicida’, pensa em matar. ‘Todo mundo está contra mim, meu pai não sabe o que fazer’. E como a mídia já deu um modelo...

segurança do ponto de vista escolar e comunitário, as razões. A catástrofe e a tragédia, para ser superada, precisa ser expressada. Por isso os artistas representam as catástrofes, é uma forma de elaboração. Se essa escola quiser continuar, vai entrar num período de luto, chorar as perdas, mas tem de pensar nas lições. E em outras escolas, é hora de falar sobre o assunto ou é melhor adiar uma abordagem? É o momento de se preocupar e ver que o bullying está levando ao óbito. Todas as escolas deveriam se preocupar com mecanismos de mediação. Ter urnas, canal de denúncias, para que quem sofre ter a quem recorrer. Os conflitos devem ser resolvidos na sala, porque está se formando cidadania. E precisamos ensinar como encarar os conflitos de forma civilizada. Paulo Saldaña / Folhapress.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 37


q VIDA SAUDÁVEL

CÂNCER DE PRÓSTATA Teste é indicado aos 50 anos, no geral, e aos 45 anos para negros, ou quem tem parente com doença

Q

uando ator americano Ben Stiller veio à público, ano passado, informando que descobriu ter câncer de próstata agressivo aos 48 anos, dois anos antes da idade recomendada nos EUA para fazer o exame de detecção da doença, trouxe de volta a discussão sobre o tema no Brasil, onde também vale a recomendação de testes a partir dos 50 anos. Urologista e coordenador da campanha Novembro Azul da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), Geraldo Eduardo Faria diz que o caso de Stiller é in-

comum, mas também diz que cada vez há mais homens abaixo dos 50 anos com a doença. “Eu, particularmente, entendo que os exames poderiam ser feitos mais cedo, mas temos que adotar uma postura oficial”, diz Faria, lembrando que a SBU segue padrões americanos e europeus— a partir de 50 anos para todos e 45 para negros e quem tem parente de primeiro grau

com a doença. O perigo que há em adiar os exames é que o câncer de próstata não dá sintomas na fase inicial. Quando eles aparecem, a doença já é grave. Muitos homens se recusam a fazer o exame de toque e com isso podem perder a chance de cura, possível só com a doença no início. Segundo o urologista do Instituto

CONVERSANDO SAÚDE COM O NOB Novembro Azul – Mês de Combate ao Câncer de Próstata O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum nos homens (excetuando-se o câncer de pele não melanoma). Aproximadamente 60% dos casos de câncer da próstata no mundo acometem homens com idade de 65 anos ou mais. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha e embutidos têm sido associadas ao aumento do risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e ômega 3

aparecem como fatores protetores. Programas de controle da doença são aplicáveis para a redução da mortalidade, entretanto, os métodos de rastreamentos atuais, com dosagem de PSA e toque retal, permanecem sob discussão. As recomendações mais recentes são para discutir individualmente com os pacientes e reservar o rastreamento para aqueles com boa saúde geral, expectativa de vida maior que 10 anos. Pacientes de risco elevado para câncer de próstata, como os de raça negra e aqueles com história familiar positiva, também devem ser considerados para

Lauro de Freitas - Rua Doutor Barreto, 294 Pitangueiras - Lauro de Freitas / BA Tel.: (71) 3443-0170

Salvador - Avenida Adhemar de Barros, 123 Ondina - Salvador / BA

realizar o rastreamento. No geral, o rastreamento deve ser iniciado aos 50 anos de idade, com toque retal realizado por urologista e dosagem anual do PSA. Em resumo, o Novembro Azul deve ser focado também na saúde do homem, de forma geral. Como oncologista, tenho o dever de alertar também para o rastreamento de outros tipos de neoplasia que podem ser facilmente preveníveis, como o câncer de pênis, além de tumores do intestino, que acometem tanto homens como mulheres e que podem ser rastreados e prevenidos somente com colonoscopia.

Dr. Rafael Batista Oncologista

Cremeb 19769

Marcação de consulta: (71) 4009-7070 clinicanob

38 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

www.nucleodeoncologia.com.br

Responsável técnico: Eduardo Dias de Moraes | CRM-BA 11145


Brasileiro de Combate ao Câncer, Álvaro Alexandre Dias Bosco, um em cada três casos deixa de ser diagnosticado quando o homem se recusa a fazer o exame de toque e faz apenas o PSA, que é de sangue. Para um diagnóstico claro, é preciso fazer os dois. Bosco diz que quando se descobre o câncer mais cedo, nem sempre é preciso apelar para os tratamentos mais agressivos, que podem acarretar em impotência sexual e incontinência urinária. Como esse câncer leva anos para evoluir, Bosco diz que pode

ser feita a vigilância ativa, em que o médico acompanha a doença e só intervém se necessário. A hiperplasia benigna da próstata, que é o crescimento do órgão, pode causar sintomas como dificuldade para começar a urinar, jato fraco, gotejamento, vontade de urinar muitas vezes, ardência e dor – mas não é câncer. “O risco de tê-la aumenta com a idade”, diz o urologista Bosco. Mas há tratamento, com remédios ou cirurgia.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 39


q SAÚDE & BEM-ESTAR

Crianças devem evitar sucos industrializados e refrigerantes Consumo excessivo de açúcar pode levar a doenças futuras, como diabetes e males do coração

A

batalha contra o alto consumo de açúcar entre crianças continua forte entre os médicos. Para muitos, não é nem questão de taxar o açúcar como vilão, mas sim o excesso de seu consumo. Com a correria do dia a dia e a maior dificuldade de acesso a produtos frescos, os alimentos industrializados ganham cada vez mais espaço na mesa do brasileiro. E isso é muito perigoso, principalmente para as crianças. “A introdução precoce do próprio açúcar interfere no paladar da criança, predispondo a várias doenças”, diz a

40 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

nutricionista Isabel Jereissati, da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional. Doenças vasculares e diabetes são alguns desses males. Segundo o Ministério da Saúde, 60,8% das crianças abaixo dos 2 anos no Brasil consomem bolachas recheadas e 40,5% de menores de 5 anos tomam refrigerante. “Tem alimentos que são muito práticos. No dia a dia, os pais acabam utilizando produtos industrializados, altamente palatáveis, com embalagens chamativas para as crianças, com excesso de gordura, sal e açúcar”, diz. Muitas vezes, os pais se preocupam demais com alguns alimentos tidos como

vilões e esquecem outros. “A batata frita, feita em casa, comparada a produtos industrializados talvez não seja tão maléfica quanto um iogurte com corante e açúcar”, afirma a especialista. Um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), indica que o máximo que uma pessoa deve consumir de açúcar por dia é 25 gramas. Mas, na prática, isso é praticamente impossível. “Ninguém consegue fazer essa contabilidade”, diz Maria Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para


Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. “A questão é que o consumo rotineiro que é excessivo”, completa.

CANTINA DE ESCOLA AINDA PREOCUPA Para Maria Edna de Melo, presidente da ssociação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, a alimentação servida em escolas da rede pública e privada melhorou, apesar de ainda contar

q

com muito carboidrato, como as massas. Porém, o que merece atenção são as cantinas. “Precisava haver uma regulamentação nas cantinas escolares. Existe uma venda muito grande de produtos ricos em açúcar e gordura. Alguns pais têm dificuldade de falar ‘não’ aos filhos.” Emerson Vicente / Folhapress.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 41


q SAÚDE & BEM-ESTAR

Colesterol alto é desconhecido da maior parte da população

H

ábitos alimentares saudáveis e uma rotina de exercícios físicos são requisitos essenciais para manter um nível equilibrado do colesterol, tanto do chamado bom (HDL) quando do ruim (LDL). Entretanto, dizem especialistas,

42 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

exames anuais também são fundamentais. A maioria da população brasileira, 67%, desconhece ter colesterol alto, segundo o cardiologista Henrique Tria Bianco, diretor do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de

Cardiologia, que cita pesquisa da instituição. “A grande maioria não sabe quais são seus níveis de colesterol”. Mas nem sempre a combinação ideal de alimentação saudável e exercícios pode evitar as consequências negativas do colesterol, como doenças cardiovasculares. O histórico familiar é um dos fatores que deve servir de alerta, segundo Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Moriah, de São Paulo. “O problema pode ter fundo


genético. Às vezes, mesmo uma pessoa magra, que se exercita, não consegue reduzir o colesterol ruim, que pode entupir artérias. É preciso ir ao médico para avaliar os níveis da gordura no sangue”, afirma. Ele também alerta que pessoas com alto risco devem cortar do cardápio alimentos embutidos e gordurosos, como picanha, porco, comidas fritas, pizza e salgados. O cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, da capital paulista, João da Silveira, explica que o colesterol bom ajuda a ‘limpar’ as gorduras nas artérias. Já o ruim é perigoso porque pode entupir todas as artérias, inclusive a do coração. “É uma espécie de ferrugem passando que cria uma placa de gordura e pode levar ao infarto. Cerca de 50% das pessoas descobrem esse mal morrendo”. O especialista afirma que outros fatores de risco podem elevar o colesterol ruim no sangue, como

tabagismo e obesidade. “Uma dica é caminhar uma hora por dia. Pode ser de forma intercalada”. A Sociedade Brasileira de Cardiologia mudou a medição da taxa de referência do colesterol, em agosto. “O Brasil passou a ser um dos países mais rigorosos do mundo”, diz o médico Renato Zilli. “Pessoas com histórico de doenças cardiovasculares graves, como infarto ou derrame, deverão manter o chamado colesterol ruim (LDL) abaixo de de 50 mg/ dl. Antes, o teto era 70mg/dl”, explica. Tatiana Cavalcanti / Folhapress.

Consumido pelo homem desde a Antiguidade, o azeite de oliva é rico em gorduras monoinsaturadas, que ajudam a elevar o HDL (colesterol “bom”) e a reduzir o LDL (colesterol “ruim”), além de terem também propriedades antioxidantes e combate os chamados radicais livres, associados ao câncer. Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 43


trar no carro dão um pouco de trabalho e ficam inquietos, já outros vão direto se acomodando na janela. Sentir o vento no rosto pode ser fofo para quem mas não é seguro para o q MUNDOolha, ANIMAL animal. Assim como os passageiros, os animais também precisam ser transportados com segurança. Segundo os estudos da Royal Society for the Prevention of Accidents, entidade britânica que visa prevenir diversos tipos de acidente, uma batida a 50 km/h faria um cão de 22,5 kg ser atirado contra o motorista com peso equivalente ao de nove homens de 76 kg, ou seja, 684 kg. A publicitária Ana Peixoto, 31, O aconselhado nunca transportar tem doisécachorros shih-tzu: Chico, de 4 anos, tem sete quilos, e cães e gatos soltos no veículo, Jobim, de seis meses, está com semseis os quilos. itens apropriados Nos passeios em família, os pets saem nas cadeievar o pet para presas passear ao sempre de rinhas cintoé motivo de segufesta, pelo menos o bichinho. ao rança do para banco traseiro.Alguns “No começo choramingavam entrar no carro dão um pouco dee ficavam trabalho inquietos, mas e ficam inquietos, já outros vãoagora diretojá se acostuacomomaram. Eles associam o carro a dando na janela. passeio”, comenta Sentir o vento no rosto pode Ana. ser fofo para As cadeirinhas usadasAssim por quem olha, mas não é seguro para o animal. Ana são ideais para animais de como os passageiros, os animais também precisam pequeno e médio portes. Os ser transportados pets com são segurança. transportados em caSegundo deiras os estudos da Royal eSociety for the específicas preparadas Prevention ofpara Accidents, entidade britânica que ser utilizadas com coleira visa prevenirdo diversos de acidente, batipo tipos peitoral. Em petuma shops tida a 50 km/h um cão os de preços 22,5 kg ser defaria Salvador da atirado cadeirinha para passeio nos veículos contra o motorista com peso equivalente ao de deou R$seja, 90 a R$kg. 200. Além nove homensvariam de 76 kg, 684 da cadeirinha, hátem também a opA publicitária AnaPeixoto,31, dois cachorção dos cintos que garantem ros shih-tzu: Chico, de 4 anos, tem sete quilos, ea segurança do animal em um aciJobim, de seis meses, está com seis quilos. Nos dente de carro, porque o deipasseios em família, os pets nastraseiro. cadeirinhas xam preso aosaem banco Os presas ao cinto de segurança do banco traseiro. cintos podem ser adaptadores “No começo choramingavam e ficavam inquietos, mas agora já acostumaram. Eles associam o carro a passeio”, comenta Ana. As cadeirinhas usadas por Ana são ideais para animais de pequeno e médio portes. Os pets são transportados em cadeiras específicas e preparadas para ser utilizadas com coleira do tipo peitoral. Em pet shops de Salvador os preços da cadeirinha para passeio nos veículos variam de R$ 90 a R$ 200. Além da cadeirinha, há também a opção dos cintos que garantem a segurança do animal em um acidente de carro, porque o deixam preso ao banco traseiro. Os cintos podem ser adaptadores presos às coleiras peitorais ou apenas de encaixe Responda rápido: X, ao cinto de segurança do carro. Em apetClasse shops de apresentada há duas semanas Lauro de Freitas podem ser encontrados vários na África do Sul, é a primeira picape da Mercedes-Benz? Quem respondeu “sim” – a 44 | Vilas Magazine | Novembro de 2017 – errou. maioria, certamente O último lançamento da marca, que desembarcará no Brasil em 2019, é feito a partir de uma aliança entre Mercedes, Nissan

nela, e os gem o esp co de trás possibilita elas tamb o animal e brusca, já pode ser j As divisó por enco do taman de grade Outros devem se aves, ham pequeno dentro d para cada

Transporte seu pet com segurança

ANA PEIXOTO / ARQUIVO PESSOAL

L

Penalida

Chico só vai passear de carro em sua cadeirinha presa ao cinto

estilos e tamanhos, vendidos a partir vem ser levados em caixas. Já aves, de R$ 20. hamsters e outros animais pequenos Ha ainda aspassear caixas de transporte. estar também de Chico só vai de carro em devem sua cadeirinha presa dentro ao cinto Essas devem ser resistentes e espa- gaiolas específicas para cada espécie. çosas de acordo com as medidas do animal, às para o bichinho não ficar PENALIDADE durante a viagem. O ideal presos coleiras peitorais ou tável desconfortável duranteao a viagem. O é que No Código de Trânsitocom Brasileiro seja ventilada, trava apenas de encaixe cinto de para não fechamento portas e segurança do ventilada, carro. Existem no (CTB) ideal é que seja com trava existe umadas regulamentaalçataxativa para transporte. A caixa de mercado vários das estilos e tamapara fechamento portas e alça ção sobre o modo correto transporte custa R$ 50nosa nhos, que sãoAvendidas a partir de paratransporte. caixa de transporte levar os animais de de estimação R$ 280. O texto menciona apenas de R$de30. custa R$ 50 a R$ 280. veículos. Para animais de porte maior, Ha ainda as caixas de transPara animais de porte maior, a proibição de conduzir um veículo porte. Essas devem ser resisten- o melhor e ideal para a seguo melhor e ideal para a segurança animais (bem como ou rança do animal e dopessoas condutor tes e espaçosas de acordo com com do animal e do condutor é usar a carga) na parte externa do veículo, as medidas do animal, para o é usar a grade de contenção. grade de contenção. divisórias referindo-se especificamente ao caso São divisórias de metal que serbichinho não ficarSão desconforde metal que servem para limitar a das picapes. circulação do animal no automóvel, De acordo com o artigo 235 podendo ficar no centro (entre os do Código de Trânsito Brasileiro, bancos dianteiros), laterais, que im- conduzir pessoas, animais ou carga pedem o animal de sair pela janela, e na parte externa do veículo, salvo os traseiros, que restringem o espaço nos casos devidamenteautorizados, do animal no banco de trás. caracteriza uma infração graveRODRIGO que MORA rod Apesar de as grades possibilitarem resulta em cinco pontos na carteira o movimento, elas também podem nacional de habilitação (CNH). machucar o animal em caso de uma Já o artigo 252, que diz respeito freada brusca, já que ele está “solto” e a dirigir o veículo transportando pode ser jogado contra a grade. pessoas, animais ou volume à sua esAs divisórias podem ser feitas querda ou entre os braços e pernas, por encomenda, que depende do é uma infração média, com quatro tamanho do carro e do tipo de grade. pontos na CNH. Outros animais, como gatos, deLhays Feliciano / Ag. A Tarde.

AUTO BRASIL

La pick-up, avó da Classe X

No Códig ro (CTB) lamentaç modo co mais de e O texto proibição culo com pessoas o terna do especifica picapes. De aco do Códig ro, condu ou carga veículo, s mente au uma infra em cinco cional de o artigo 2 dirigir o v pessoas, sua esque e pernas, com quat


A

pós a campanha nacional contra raiva em cães e gatos, que aconteceu de 1º de setembro a 16 de outubro, o CCZ- Centro de Controle de Zoonoses de Lauro de Freitas, continua o trabalho direcionado a atingir a meta de imunizar 36 mil animais até o final do ano. Mais de 12.700 vacinas já forma aplicadas nessa campanha. Somente no dia D, em 30 de setembro, 5.391 animais foram imunizados. Segundo o coordenador do CCZ, Ricardo Vieira, os números triplicaram com relação à campanha de 2016, quando apenas cerca de 4 mil animais receberam a vacina. Somando os primeiros nove meses do ano já foram aplicadas mais de 23 mil doses contra raiva em Lauro de Freitas. Atualmente, a equipe de agentes de endemias é formada por 14 profissionais divididos em trabalhos de campo, além da investigação, nos casos de detecção de doenças em localidades específicas. “Fazemos um monitoramento constante, uma vez que vivemos em uma região com muita fauna e flora, áreas propícias para os animais silvestres, que são alvo e sinalizadores de doenças como raiva e febre amarela. Muitas pessoas ainda não têm o habito de manter uma rotina de vacinação em seus animais e isso é um problema”, explicou. Para atender as demandas da população que muitas vezes não tem acesso aos locais de vacinação ou não sabem onde as equipes do município de Lauro de Freitas operam, o CCZ realiza ações itinerantes em condomínios de pequeno, médio e grande porte. “Começamos a trabalhar assim por entendemos que temos um público ainda desconhecido. Além disso, estamos focados em capacitar profissionais e levar para as escolas e associações o programa de educação em endemias, contra as arboviroses, que são zika, dengue e outras endemias graves”, afirmou Ricardo Vieira. Como forma de oferecer maior cobertura, com atendimentos em domicílio, o CCZ disponibiliza o número 3288-8912,

Centro de Controle de Zoonoses de Lauro de Freitas mantém combate à raiva animal JOSÉ MARCELINO

para que a população solicite atendimentos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, sempre das 8h às

16h. A sede do Centro de Controle de Zoonoses fica na Rua José Leite, nº 90, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 15h30.

POSTOS DE VACINAÇÃO: nCentro de Controle de Zoonoses, Caji: de segunda a sexta-feira. nItinga: às segundas-feiras, em frente ao Shopping Dez nJoquei Clube: às terças-feiras, em frente ao PS Chafariz e na Escola Enoque Amaral nPortão: às quartas-feiras, nas USF Irmã Dulce e Vila Nova de Portão nCentro: às quintas-feiras, no P. A. Nelson Barros nVida Nova: às sextas-feiras, no Posto de Saúde Vida Nova Os postos atendem das 9h às 14h.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 45


q BELEZA & ESTÉTICA

LIVRE DAS PONTAS DUPLAS O corte bordado elimina os fios quebrados e as pontas duplas, sem alterar o comprimento e garantindo um cabelo saudável

É

possível se ver livre das pontas duplas cortando o cabelo. Mas o que fazer se não quiser mexer no comprimento e no volume dos fios? O segredo é uma técnica chamada corte bordado. O método pode ser feito de duas maneiras: manualmente, de forma que o cabeleireiro enrola pequenas mechas entre os dedos, deixando em evidência as pontas duplas e cortando-as; ou com o auxílio de uma máquina, que tem aparência semelhante à de uma chapinha. Em ambos, o processo demora entre 30 minutos e uma hora e produz bons

resultados, segundo profissionais da área. “As pontas duplas dão um aspecto poroso e áspero ao cabelo. Com esse corte, que não altera em nada o comprimento dos fios, o cabelo fica muito mais saudável e bonito”, diz o cabeleireiro Douglas Moura. Em geral, os cabelos tingidos ou com mechas loiras são os que costumam ficar mais ressecados e, consequentemente, apresentam mais problemas. “A descoloração desconstrói a fibra capilar do cabelo e, como resultado, o fio abre em pontas duplas”, explica o cabeleireiro Jefferson Lima. Quem usa frequentemente secador e chapinha sem os cuidados necessários também está mais suscetível ao dano. “Especialmente a chapinha, já que é uma fonte de calor concentrada, o que pode danificar os fios”, alerta Lima. A técnica é indicada para todos os tipos de cabelo. “Só não é recomendada para aqueles bem curtinhos, porque quanto mais próximo da raiz, menor a chance de ter pontas duplas”, explica a cabeleireira Bruna Mariano Pissolito. O ideal é que o procedimento seja feito a cada dois ou três meses. O cabeleireiro Moura salienta que para um melhor resultado não basta só fazer o RUBENS CAVALLARI / FOLHAPRESS

Cabeleireiro tira pontas duplas com o corte bordado, sem mexer no tamanho

corte bordado. “As pontas duplas aparecem porque o fio está danificado. Então, depois do corte, é importante entrar com uma linha de tratamento para recuperar a saúde do cabelo e evitar que novas pontas duplas reapareçam”, afirma. CUIDADOS Embora a técnica seja simples, os profissionais não recomendam que a pessoa faça o procedimento sozinha. “O risco é ela querer refazer a técnica com muita frequência e acabar cortando fios saudáveis e que não têm pontas duplas, tirando, então, o volume natural do cabelo”, alerta Moura. A cabeleireira Waleska Maiza Araújo dos Santos é adepta do corte bordado. “Sempre que o cabelo está um pouco mais danificado por conta das mechas e não quero mexer no comprimento, faço. Recomendo muito esse tipo de corte”, salienta. Karina Matias / Folhapress.

46 | Vilas Magazine | Novembro de 2017


O TRUQUE DA ESPONJA Maquiadoras adotam a esponja em formato de gota para passar a base e obter resultado natural

ROBSON VENTURA / FOLHAPRESS

A

s mulheres contam com uma nova opção na hora de fazer a maquiagem. É a esponja em formato de gota, acessório já adotado por maquiadoras e blogueiras de beleza e que promete um resultado mais natural e uniforme na hora de passar a base. Especialistas indicam que, para obter um efeito mais suave, o truque é utilizá-la úmida, como ensina a maquiadora Gisele Santos. “Em um potinho com água, mergulhe a esponja e espere um minuto. Ela vai ficar inchada, e o excesso de água deve ser retirado, apertando-a algumas vezes. Depois disso, coloque gotinhas da base em uma paleta e passe a esponja úmida sobre elas. Em seguida, com batidinhas, comece a aplicá-la no rosto. Quando toda a pele estiver preenchida, será possível perceber o efeito bem uniforme.” Ela salienta que jamais o acessório deve ser esfregado de um lado para o outro. “Isso só arrastará o produto, que ficará sem fixação e com a cobertura prejudicada”, explica. A profissional pondera, porém, que a quantidade de base usada costuma ser maior, já que a esponja suga muito o produto. Por isso ela indica o seu uso para conquistar um melhor acabamento da maquiagem. “Eu gosto de passar a base com o pincel de fibra dupla e depois usar a esponja úmida com batidinhas. Dessa forma, ela vai tirar o excesso de produto e deixar o resultado bem suave e natural”, recomenda. Essa é a mesma opinião da maquiadora Juliana Rakoza. “Gosto de usar em casos específicos, especialmente para tirar o e feito de pele craquelada, quando a base fica muito pesada”, afirma. Juliana conta que também prefere passar o produto com um pincel e que, se nota que há excesso de base, utiliza a esponja para a correção. “Espirro água termal no rosto, espero ela ser absorvida e, então, passo a esponja, pressionando-a levemente sobre a pele, fazendo movimentos em formato de vírgula.” Gisele destaca que o acessório pode ser usado também para passar o primer e o corretivo. “Uma dica legal é que a pontinha da esponja ajuda a espalhar melhor o corretivo na região dos olhos, ficando mais uniforme e evitando o craquelamento. É ótimo, especialmente, para quem já tem linhas de expressão”, diz, lembrando que os produtos

A maquiadora Gisele Santos afirma que a esponja é uma aliada na hora de passar a base sempre devem ser aplicados com batidinhas. Outro truque, segundo ela, é aproveitar a ‘sujeirinha’ de base que fica na esponja depois da aplicação no rosto para maquiar as orelhas e o pescoço. “Em fotos e vídeos, se essas regiões não recebem maquiagem, a diferença de cor em relação ao rosto fica muito evidente.” Karina Matias / Folhapress.

Novembro de 2017 | Vilas Magazine | 47


Jaime de Moura Ferreira Ad­mi­nistrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br

Desemprego no Brasil

O

Brasil, no momento, está amargando uma enorme crise econômica. Porém outras, até piores que esta, já têm registros. No entanto, nunca o País enfrentou tamanha crise de valores morais, éticos e espirituais. Também, o extravagante volume de desemprego que, segundo o IBGE, no 1º trimestre de 2017 atingiu a 13,7% da população capacitada para o trabalho, ou seja 14,2 milhões. Vale lembrar que a quantidade de cidadãos no Brasil chegou a 207 milhões. Pior é quando se registra que dos 88,9 milhões de pessoas trabalhando, 33,4 milhões não são registrados. Ainda assim, desse número de trabalhadores, quantos ostentam um salário digno? Como se chegar a uma independência financeira? Ou melhor, que quantidade de brasileiros tem uma vida com dignidade? Grande parte deles, após constituírem família, retornam à casa de seus pais ou procuram a família e amigos para manter sua sustentação. Além da enorme crise que se atravessa existe outro problema que muito contribui para essa situação: a desqualificação profissional que, em muitas ocasiões, existe a oferta do trabalho, mas essa população não está preparada para enfrentá-la. Todos têm sonho, porém, não são os outros que vão realizá-los. É preciso, urgentemente, reinventar-se. Paro para pensar o que significa um ser humano honesto, trabalhador, principalmente aqueles que já se encontram empregados, de uma hora para outra, retornarem para casa sem o emprego. Como ficará a demanda de sua família, notadamente dos filhos (alimentação, escola, saúde, lazer, crescimento e o atendimento de tantas outras necessidades)? E para os amigos e grupos sociais, o que dizer? E, principalmente, o que eles irão pensar desse cidadão desempregado? Tem início o processo de infamação: será que ele roubou? Ele é um incompetente? É um irresponsável? E, se esse desempregado vive de aluguel? Sem dúvidas, para alguns, é um verdadeiro tsunami em sua vida. Felizmente, mesmo neste vendaval de problemas, o brasileiro consegue ser alegre; alguns nunca perdem o sorriso. Destaca-se a inteligência e criatividade do brasileiro, que sempre encontra um meio de superação. Mas nem sempre o nível de inteligência alcança a mesma pontuação para a criatividade. E, em outras vezes, são muito acomodados. Ainda se verifica a situação social da população que, embora hoje o sexo feminino ajude no ganho salarial, novamente existe muito machismo, quer nas empresas, quer nas residências. Outros, sofrem, permanentemente, com os fatores climáticos (seca e falta de água), reduzindo suas lavouras e pequenas

48 | Vilas Magazine | Novembro de 2017

crias familiares, em desespero. São obrigados às mudanças para fora de sua terra natal, em busca de emprego. Junta-se a isso o avanço tecnológico, quando seres humanos são trocados por máquinas. Pior é que o País vive uma enorme crise moral e que o grande empregador, o Estado, é constituído de políticos dominando o poder, fazendo doação de empregos para os seus apadrinhados, muitas vezes, sem a devida condição profissional e pessoal para o cargo ocupado, com raras exceções, que diga o deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva “Tiririca”, em sua carta. Assim, extrapola a desorientação dos gestores públicos, que visam, tão somente, atender suas necessidades e daqueles que lhe elegem. Mais grave quando roubam, escandalosamente, tirando da população as estruturas básicas (moradia, educação, segurança e mobilidade). Dessa forma, os gestores públicos, vivem da enganação, desídia e corrupção. Necessário se torna a preparação da mão-de-obra, não só pelo governo, mas, também dos grandes empresários, a fim de que se tenha, sempre, profissionais qualificados, para atender à grande demanda da economia. É evidente se entender que um país desenvolvido representa uma nação mais civilizada. Essa aprendizagem, a exemplo de grandes potências mundiais, deve começar na infância, em um ensino modernizado, ressaltando-se a inteligência, o desenvolvimento cognitivo e a criatividade. Assim, pode-se acabar com o desemprego no Brasil, que, diga-se de passagem, é um dos mais potentes países do mundo. Por que não acompanhar o desenvolvimento da agroindústria que, atualmente, representa a fonte de riqueza para o País? A evolução da agroindústria não se deve creditar à ação do governo, mas pelas atitudes empresariais, que modernizaram tudo que os servem, também contribuindo para o desemprego dos catadores e coletores humanos. Lamentavelmente, no escoamento da produção, encontram-se muitos entraves governamentais (armazenamento, estradas com poucas condições, portos inadequados e planejamento de safra impróprios). Para completar essa situação assustadora do desemprego, a tecnologia moderna colocou o sistema “bankline”, que, para utilizá-la é necessário a evolução humana. No meio desse imbróglio surge a má distribuição da renda, para a população e a insaciável gula do governo em aumentar os impostos das empresas, decorrendo na sonegação exagerada. Todos perdem. Embora algumas organizações lutem pela implantação do empreendedorismo, cooperativismo e o primeiro emprego, o Brasil continua na “escravatura laboral”. Tudo isso é muito lamentável!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.