Vilas Magazine | Ed 247 | Agosto de 2019 | 32 mil exemplares

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A Revista de Lauro de Freitas e Região

Ano 21 Edição 247 | Agosto 2019

EM DEFESA DAS ABELHAS Parque Ecológico de Vilas do Atlântico sedia evento de mobilização e educação ambiental em prol dos insetos, fundamentais no processo de polinização das plantas


CENA DA CIDADE SUFOCO A rampa de acesso à praia de Vilas do Atlântico na rua Praia de Grumari tem representado um desafio impossível para cadeirantes e complicado para quem se dispõe a puxar para cima uma cadeira de rodas. Aparentemente, a rampa não atende a norma ABNT 9050, que estabelece parâmetros técnicos para a construção do equipamento. O primeiro deles é que a rampa deve ter uma inclinação máxima de 8,33% – cerca de 4 cm de desnível para cada 50 cm de comprimento. Assim, para vencer uma altura de 1m, a rampa deve ter 12,5m de comprimento, o que não é o caso ali. A norma admite até 12% de inclinação no caso de reformas, quando for impossível atender o parâmetro. Também deve haver patamares inicial e final, além do intermediário, para descanso no meio da subida, a cada 50m de percurso. A largura mínima recomendável das rampas está estabelecida em 1,5m – com mínimo de 1,2m. Quando for impraticável aumentar a largura, admite-se 90cm, mas toda rampa, em qualquer caso, tem que ter corrimão de duas alturas dos dois lados. A construção de rampas fora das normas técnicas, apesar das boas intenções, pode provocar acidentes ao incentivar o seu uso sem que a segurança dos cadeirantes esteja garantida.

A revista de Lauro de Freitas & Região

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Ressonância Magnética em Lauro de Freitas é na Unidade Grupo CAM. GRUPO

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Responsável Técnico: Dr. Airton Ribeiro CRM 10652

Outros serviços de imagem

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Registros & Notas Enfermeira do HGRS é premiada em Portugal por trabalho sobre violência obstétrica

Enfermeira da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Geral Roberto Santos (Unacon-HGRS), a doutoranda Rita Velozo recebeu em junho, em Lisboa, o prêmio Marília Viterbo de Freitas pela melhor apresentação oral da 15ª Conferência Internacional de Investigação em Enfermagem, com o trabalho ‘Violência obstétrica: percepção de profissionais de saúde’. A honraria foi concedida pela Associação Portuguesa de Enfermeiros. Na ocasião, a profissional do HGRS apresentou, ainda, outros dois trabalhos: ‘Visão de graduandos sobre cuidados paliativos’ e ‘Perfil sociodemográfico e clínico de mulheres portuguesas com câncer de mama’. A organização do evento levou em consideração, na avaliação do barema, o resumo preliminar enviado e a exibição oral. Rita de Cássia Velozo da Silva é docente, especialista em administração hospitalar e mestre em enfermagem, ambos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). É doutoranda em ciências de enfermagem na Universidade do Porto (Portugal) e, também, uma das organizadoras do livro ‘Tratado de Enfermagem em Oncologia’.

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Educadores homenageados Os educadores Antônio Cláudio Nogueira (dir.) que atua na Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, e Abílio Manuel, professor na mesma unidade e na Escola Municipal Pedro Paranhos, foram homenageados do Café Cultural, projeto de iniciativa do Departamento de Diversidade e Inclusão, da Coordenação da Educação Básica da Secretaria Municipal de Educação. Nesta edição, foram destacadas as contribuições dos educadores nas áreas de memória local, cultura afrobaiana e meio ambiente. Os professores integram o corpo de profissionais do município desde a década de 1990, quando começaram a realizar atividades extraclasses sobre as respectivas temáticas, por meio de diversas linguagens, a exemplo de produção de vídeos, peças de teatro, elaboração de poemas, além da promoção de palestras. Os trabalhos sempre estabelecem conexões dos educandos com a sociedade e com as transformações sociais e tecnológicas locais e mundiais. MATEUS PEREIRA / GOVBA

Governador Rui Costa e Daniel Alves avaliam parceria em projetos sociais

O jogador Daniel Alves almoçou com o governador Rui Costa e com a primeira dama, Aline Peixoto, em julho, no Palácio de Ondina, em Salvador. Acompanhado do empresário e de amigos, Daniel, que é baiano, de Juazeiro, presenteou Rui com a camisa número 13, utilizada na final contra o Peru, quando a Seleção Brasileira conquistou a Copa América. No encontro, foram discutidas parcerias em projetos sociais para serem deixadas de legado para a Bahia. “Convidei Daniel para dar seu exemplo de vida no apoio ao esporte da Bahia e no incentivo à nossa juventude, e ele topou. Quem sabe em breve nós tenhamos ele aqui junto a projetos sociais, mostrando aos jovens baianos, por meio do esporte, um exemplo de caminho a ser seguido”, declarou o governador. Daniel Alves agradeceu o convite e se colocou à disposição para firmar parcerias em futuros projetos no estado. “Quero seguir inspirando as pessoas e mostrar que elas podem realizar os seus sonhos”, afirmou o jogador.


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Registros & Notas Lauro Poetas, Poesia Viva 2019 Em setembro a cidade vai conhecer uma nova leva de poetas, com o lançamento de um livro reunindo trabalhos selecionados através do concurso “Lauro Poetas, Poesia Viva 2019”. Organizado pelo Instituto Multi Ações em parceria com o GELF - Grêmios Estudantis de Lauro de Freitas, o objetivo do projeto é incentivar e divulgar novos talentos, mapeando a produção poética em Lauro de Freitas. Yuri Teixeira, 22 anos (foto), conselheiro de Cultura do município e coordenador do projeto, destaca que o concurso foi dividido em etapas. “Entre abril e junho foi o período de inscrição, e agora estamos no processo de curadoria, selecionando as poesias para o livro impresso, que será lançado dia 13 de setembro, como parte das atividades do 1° Festival Estudantil de Lauro de Freitas, realizado pelo GELF”, frisa Yuri. No início de julho foram divulgados os nomes dos poetas inscritos nos concurso, e como o número foi inferior a 100 pessoas, todos estarão presente na versão digital do livro. Quanto ao impresso, serão selecionadas 50 poesias, contando ainda com trabalhos de dois autores convidados, Mateus Grucci e Joana Flores, além da participação especial da Poesia Tudina, trilogia do poeta Tude Celestino, autorizado por sua filha, Tina Tude. “Estamos agora selecionando as 50 poesias que vão compor o livro, que será impresso com tiragem inicial de 100 exemplares, e distribuído gratuitamente em pontos de cultura, associações de bairro, grupos culturais, além das escolas públicas municipais e estaduais de Lauro de Freitas, ajudando a promover ainda mais a literatura na nossa região”, conclui Yuri.

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Aliança Francesa inaugura unidade em Vilas do Atlântico

Há 46 anos promovendo a língua e a cultura francesa em Salvador, a Aliança Francesa chega à Região Metropolitana e celebra a abertura de sua primeira unidade em Lauro de Freitas. Situado no Villaverde Street Mall, na principal avenida de Vilas do Atlântico, o novo espaço propõe cursos personalizados para quem gosta de francês e deseja aprender o idioma, bem como viver uma experiência de imersão cultural profunda. “A Aliança Francesa de Vilas do Atlântico é a realização de um sonho antigo e fruto do esforço coletivo de parceiros como o centro educacional ACBEU e os empresários Ismael e Rafael Abreu, gestores do Villaverde Street Mall, em criar no shopping um polo linguístico de referência”, explica Mamadou Gaye (dir., de camisa branca -, com alunos da instituição), diretor da Aliança Francesa na Bahia e cônsul honorário da França em Salvador. Instalada em Salvador desde 1973, a Aliança Francesa Salvador é uma associação cultural sem fins lucrativos que tem por propósito a difusão da língua francesa e da cultura francófona no mundo. Pautada no lema “curso de francês, cultura e alegria!”, além de promover os tradicionais cursos de francês, a instituição também integra o circuito artístico-cultural da cidade, abrigando uma biblioteca com mais de 6 mil exemplares, uma galeria para exposições, o Teatro Molière e, em breve, um novo bistrô no espaço do antigo Café Terrasse. RENOVADO O executivo Edmilson Silva tirou alguns dias de férias do Parque Shopping e foi recarregar as energias no monte Aconcágua, na cordilheira dos Andes, a montanha mais alta fora da Ásia, com 6.961 metros de altitude, e, por extensão, o ponto mais alto tanto no Hemisfério Ocidental quanto no Hemisfério Sul.


Parque Shopping Bahia A diversão e o entretenimento ganharam um novo patamar. As compras e os grandes negócios alcançaram um novo plano. O conceito de shopping center chegou a um novo nível. Parque Shopping Bahia. Muito mais do que um grande shopping. 84 mil metros quadrados de ABL, 144 mil metros quadrados de área construída, o maior complexo comercial em construção do Brasil, hoje com 95% das suas obras concluídas. Grandes marcas confirmadas no Parque Shopping Bahia. São 18 lojas-âncora e megalojas, 204 lojas, casa de eventos, escolinha de futebol, praça de alimentação, lounge gourmet e doze salas de cinema, sendo quatro salas VIP´s. Mas de 3.500 empregos diretos, gerando emprego e renda para toda a região. Tudo isso dentro de um megacomplexo, com 260 mil metros quadrados, preparado para receber, além do shopping center, serviços de hotelaria, centro administrativo municipal, universidade, day-hospital e muito mais serviços, alimentando

ainda mais o fluxo de pessoas nessa privilegiadíssima localização, na direção do crescimento da região metropolitana, na direção do novo, do desenvolvimento e do sucesso. Parque Shopping Bahia. Muito mais do que um grande shopping. Faça parte de um novo momento.

PRESENÇAS JÁ CONFIRMADAS Supermercado Pão de Açúcar, com 2.100 m² Cinema Cinépolis Quarta maior operadora de cinemas do mundo e a maior da América Latina, atualmente com mais de 2.200 salas em oito países –, com 9 salas, sendo três VIP´s Lojas Renner Rede gaúcha de lojas de roupas e acessórios para o público feminino, masculino e infantil) Loja Conceito Centauro 5 G A primeira do Nordeste com esse conceito. Marca conhecida pela venda de srtigos esportivos, a primeira do Nordeste com esse conceito Lojas C&A Cadeia internacional de lojas de vestuário. No Brasil, é a maior rede de lojas de departamento do país e a décima segunda maior empresa varejista Lojas Riachuelo Rede de lojas de departamento brasileira pertencente ao Grupo Guararapes Confecções. Lojas Le Biscuit Rede de lojas de departamento brasileira que vende itens de artigos de decoração, pintura, brinquedos, materiais escolares, papelaria e armarinho, festa, utilidades para o lar, dentre outros. Lojas Preçolandia Rede de lojas atuando há mais de 40 anos no varejo, tendo como missão oferecer produtos para o lar, com destaque para uma grande bagagem no quesito casamento. A lista de casamento da Preçolandia oferece diversos produtos que se adequam a cada perfil, garantindo presentes deslumbrantes aos noivos. Academia Smart Fit Maior rede de academias esportivas da América Latina, com cerca de 1,8 milhão de clientes matriculados nas mais de 550 unidades distribuídas nos 26 estados brasileiros e mais o Distrito Federal, além de presença no México, Chile, República Dominicana, Peru, Colômbia, Equador, Argentina e Guatemala.

Paris Saint-Germain Academy Brasil Megacomplexo esportivo, com CT de Treinamento com quatro campos oficiais de Fut11. O projeto é inédito no país. Academia de Futevôlei Comandada por Anderson Águia, do Rio de Janeiro, um dos maiores expoentes do futevôlei McDonald’s Rede mundial de restaurantes de fast food. Burger King Rede de restaurantes especializada em fast-food. Parque de diversões do Magic Games A maior rede de parques indoor do Brasil estará presente no Parque Shopping Bahia com 7 mil metros quadrados para oferecer momentos de lazer para a toda a família.

EQUIPE RESPONSÁVEL PELO SUCESSO DE VENDAS DO PARQUE SHOPPING BAHIA: Marcos Vianna (gerente de Comercialização), Roberto Vianna, Ana Paula Guimarães, Marcos Tourinho e Endy Vieira Agosto de 2019 | Vilas Magazine | 7


Registros & Notas q Os paletes que embalam os exemplares da revista Vilas Magazine, de São Paulo para Lauro de Freitas, se transformam em abrigos para cachorros de rua, pelas mãos hábeis do cidadão Celes Costa, morador de Itinga, que faz as casinhas por hobby. uA Atlântica Delicatessen, tradicional endereço gastronômico do Centro de Lauro de Freitas, sai na frente em respeito ao meio ambiente, ao disponibilizar canudos descartáveis aos seus clientes.

Aprovação é melhor que ranking Excelência em formar alunos que trilham seus próprios caminhos com responsabilidade. Quando cada um escolhe, segue e alcança seus objetivos, temos a certeza de ter feito um excelente trabalho preparando os jovens para a vida. Parabéns aos nossos alunos pelo esforço e dedicação

Família Perfil

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tRC LAURO DE FREITAS Leandro Santana (esq.) sucede Marivaldo Paixão na presidência uRC LAURO DE FREITAS CENTRO Guilherme Oliveira (dir.) sucede Margarida Maria Oliveira na presidência

Clubes de Rotary de Lauro de Freitas renovam conselhos diretores Os dois clubes de Rotary da cidade, Rotary Club Lauro de Freitas e o Rotary Club Lauro de Freitas Centro empossaram seus novos diretores, para o Ano Rotário 2019-20. Em 5 de julho o novo Conselho Diretor do RC Lauro de Freitas foi empossado, estando assim constituído: presidente: Leandro Andrade Reis Santana; vice-presidente: Roberto Margalho Mascarenhas; secretário: Gilberto Agostinho de Almeida; tesoureiro: Valdemar Leal Pereira; diretor de protocolo: Carlos Accioli Ramos; diretora de administração do Clube: Mayra Virginia Sesti Paz; diretor de desenvolvimento do quadro associativo: Coriolano Oliveira Filho; diretor da comissão de projetos humanitários: Sonia Carolina Garcia Mota; diretor de patrimônio: Marcus Vinicius Bispo; diretor de imagem pública: Diego Sued Alves de Araújo; diretor de Fundação Rotária: Otávio Luiz Gaino; diretor

Yan Lucas Medicina UEFS

João Belo Engenharia UNIFACS

novas gerações: Manuel Alegria Teixeira Mendes. Conselho Fiscal: Jaime de Moura Ferreira (presidente) Filadelfo Matos e Luiz Aparecido Cardoso. Substitutos: Secretaria, Nilton Nunes Cardoso; tesouraria, Antônio Carlos Souza Santos; protocolo, José Bonifácio Gomes. Em 27 de julho o RC Lauro de Freitas Centro empossou os novos integrantes do Conselho, que está assim constituído: presidente: Guilherme Salgueiro de Oliveira; secretário: Lindolfo Quaresemin de Oliveira; tesoureiro: Munyr Choucate Júnior: diretor de protocolo, Neusa Machado Andrade: diretor de desenvolvimento do quadro associativo: Selene Araújo Vilas Boas; diretor de imagem pública: Márcia de Matos; diretor de serviços comunitários: Maria Maraglai S. de Oliveira; diretor de Fundação Rotária: Munyr Matos Choucate.

Victor Fraga Medicina UNIFACS

Lucas Fraga Direito Baiana de Direito

www.colegioperfil.com.br | (71) 3289-8080 R. Praia de Ondina, Quadra A3, Lote 56 Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas, BA

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q CIDADE

57 ANOS DE EMANCIPAÇÃO Quais os novos passos para a economia de Lauro de Freitas? THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine

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auro de Freitas completou em 31 de julho, 57 anos de emancipação política, uma cidade relativamente nova, mas que conseguiu se consolidar no cenário econômico da Região Metropolitana como um importante polo de serviços e comércio. É a oitava maior cidade do estado, segundo levantamen-

Praça da Matriz, com a igreja de Santo Amaro de Ipitanga, fundada no século 16 pelos jesuítas, junto com a aldeia de São João. Em 1608, foi criada a Paróquia de Santo Amaro de Ypitanga. Acredita-se que o templo atual tenha sido construído na segunda metade do século 17, com algumas alterações posteriores. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Iphan, em 1944. 10 | Vilas Magazine | Agosto de 2019

to do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com cerca de 195.095 habitantes (dados de 2018), e seu PIB a coloca como a 15ª maior economia da Bahia. Segundo o economista Artur Mattos, que atuou em diferentes gestões do município e hoje coordena a Nota Fiscal Eletrônica, em Salvador, Lauro de Freitas ganhou relevância a partir da década de 1990, com um plano estratégico muito claro de incentivos fiscais. “A geolocali-

zação da cidade, por si só, não explica seu potencial nos setores de serviços e comércio. É preciso salientar que a proximidade com Salvador, garantiu uma mão de obra de excelência, e que um plano de gestão bem definido, focado na atração e captação de empresas através de incentivos fiscais, foram determinantes para o crescimento econômico de Lauro de Freitas nestes últimos 30 anos”, frisa. Mas Artur destaca que essa proximidade com Salvador também gera impactos negativos. Como muitas pessoas moram em Lauro de Freitas e trabalham em empresas da capital, parte do consumo acaba acontecendo em Salvador, transformando Lauro em uma cidade dormitório, e isso do ponto de vista do crescimento econômico, não é bom. Esse fluxo de Lauro para Salvador gera


mais um foco de atenção, algo que vem se tornando o ‘calcanhar de Aquiles ‘ da cidade: a infraestrutura. “Nos últimos anos, muitas pessoas se deslocaram de Salvador para Vilas do Atlântico, Buraquinho e o Condomínio Parque Encontro das Águas, em busca de qualidade de vida. Essa foi a ideia vendida para atrair novos moradores. Mas é impossível falar em qualidade de vida com os engarrafamentos que se formam nas principais avenidas, sobretudo nos horários de pico. Muitas vezes chega a ser pior do que em Salvador. Algumas pessoas com quem eu converso já pensam em buscar outro lugar, e com a chegada do novo shopping, em uma área que já é historicamente crítica do ponto de vista do deslocamento, tem deixado as pessoas ainda mais preocupadas”, destaca.

A av. Santos Dumont - antiga Estrada do Coco - corta a cidade e é o maior circuito comercial do município

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q CIDADE

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PENSADO PASSOS À FRENTE Sobre uma possível estagnação ou saturação de mercado, Artur destaca que é necessário uma análise criteriosa, mas, com o olho no futuro, ele enxerga um potencial de crescimento econômico para a cidade que ainda pode ser explorado em dois segmentos: o turismo e a tecnologia. “Entendo que o turismo na região foi pouco explorado, talvez até por conta das praias do litoral norte. Já a tecnologia, pode e deve ser trabalhada através das startups, aproveitando também o potencial acadêmico das instituições presentes na cidade”. No que tange ao equilíbrio das contas municipais, Artur entende que Lauro de Freitas possui uma situação privilegiada em relação a outros municípios. “Lauro têm uma situação econômica privilegiada do ponto de vista fiscal, com uma boa arrecadação de IPTU, IPVA, ICMS e ISS, ou seja, existe mais de uma forma de arrecadação e isso garante um melhor equilíbrio, sobretudo em momentos de crise. Diria inclusive que Lauro de Freitas pode até caminhar para se tornar uma cidade modelo, desde que a administração da cidade seja feita com uma gestão de qualidade”, conclui.

“Lauro de Freitas pode até caminhar para se tornar uma cidade modelo, desde que a administração da cidade seja feita com uma gestão de qualidade”. Artur Matos.

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TADEU MIRANDA

Praia de Ipitanga

O I N G L E^S C O M P L E T O , COMPLETA MAIS UM ANO. 25 ANOS DE SUCESSO.

LAURO DE FREITAS VILAS DO ATLÂNTICO 711 3379 4425

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q CIDADE

Greenpeace promove mobilização pelas abelhas em Vilas do Atlântico THIARA REGES | Freelance para a Vilas Magazine

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Parque Ecológico de Lauro de Freitas recebeu, no dia 13 de julho, um evento de mobilização e educação ambiental em prol das abelhas, insetos fundamentais no processo de polinização das plantas. O público presente no parque participou de diversas atividades integrando diversão e conhecimento por toda a tarde. Organizado pelo Greenpeace Salvador, o objetivo central da ação é despertar o olhar da população para as pautas sobre o meio ambiente, principalmente quanto aos impactos que o desequilíbrio provoca na nossa vida. Segundo Rafael Copello, 38, educador ambiental e coordenador do GT Educação no Greenpeace Salvador, “a mídia vem falando sobre a morte de grande quantidade de abelhas, e um dos responsáveis são os agrotóxicos usados nas lavouras. Existe inclusive um estudo que aponta que se toda a população de abelhas morrer, a raça humana ficará extinta em quatro anos”, alerta Rafael. Durante o evento foram realizadas atividades como pintura

facial, envolvendo principalmente as crianças, exposição, coleta de assinaturas para a petição, oficinas de papel semente e compostagem em baldes, silk em camisetas e ecobags, e roda de conversa musicada, com o grupo cultural Boi Tricotado. “Nós tentamos de todas as formas tornar o processo de educação ambiental o mais natural possível. Da mesma forma que existem os analfabetos funcionais, nós entendemos que existem os analfabetos funcionais da ecologia; se você falar com essas pessoas vai perceber que elas sabem separar o lixo, sabem que devem jogar o lixo no lixo, mas talvez não consigam entender que relação tem isso com o todo, com o mundo. Nosso papel é sensibilizar para que as pessoas se conscientizem que elas devem cuidar de suas casas”, frisa Rafael. SALVE AS ABELHAS O Greenpeace alerta que apenas entre dezembro e março passado, mais de meio bilhão de abelhas foram encontradas

Rafael Copello conduzindo as oficinas de compostagem de resíduos orgânicos em baldes e papel semente Crianças se divertiram com a pintura facial e silk em ecobags 14 | Vilas Magazine | Agosto de 2019


Voluntários do Greenpeace Salvador mortas em diversas regiões do país. Grande parte disso se deve ao uso contínuo, e por vezes indiscriminado, de agrotóxicos nas lavouras. O Brasil, por sinal, é um dos países que mais utilizam veneno no mundo. “A morte das abelhas gera impacto direto em nossa vida, um exemplo disso é diminuição nas colheitas e a lentidão na recomposição de florestas”, destaca Rafael. Cerca de 73% das espécies vegetais do planeta dependem das abelhas no processo de polinização – levar o pólen da estrutura reprodutiva masculina para a estrutura reprodutiva feminina da mesma ou de outras flores, garantindo assim a formação de frutos e sementes. O vento, a água e a gravidade, também são agentes de polinização--. No Brasil existem em média 1.600 espécies de abelhas. Sobre a participação dos cidadãos no processo de preservação das abelhas, e do meio ambiente, Rafael destaca que todas as ações, por menores que sejam, vão contribuir para o resultado final. “Da separação e coleta do lixo, que já foi amplamente divulgado, até a seleção e plantio de sementes que estimulem o papel das abelhas. Durante muito tempo pensamos sobre que mundo deixaremos para nossas crianças; acontece que já estamos usando o que é deles, tomamos emprestado, e temos que devolver minimamente da mesma forma que pegamos”, conclui Rafael. O Greenpeace Salvador está em atividade desde 2007. Hoje conta com 35 voluntários, atuando em manifestações, coleta de assinaturas para petições e educação ambiental, com ações mensais regulares em Salvador e região metropolitana. Mais informações: siga o @geenpeacessa nas redes sociais.

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q CIDADE

Hospital Metropolitano gera 25% dos empregos na construção de edifícios

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s áreas da construção civil e da agropecuária lideram a geração de postos de trabalho na Bahia nos cinco primeiros meses de 2019. Os setores criaram mais de oito mil empregos cada um, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistematizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Nesse período, a Bahia gerou mais de 26 mil novos postos de trabalho. O secretário de Planejamento Walter Pinheiro destacou que dos 1.559 postos criados na construção de edifícios, 430 são da obra do novo Hospital Metropolitano, em Lauro de Freitas. A obra representa um investimento de R$ 180 milhões e deve ser inaugurada em dezembro. Pinheiro defende que

Obras do Hospital Metropolitano: governo é indutor de crescimento econômico e geração de emprego

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“o papel do governo é fundamental como indutor de crescimento econômico e da geração de emprego”. Além da construção de edifícios, ainda no setor da construção civil, destaque para obras para geração de energia elétrica e telecomunicações, com 2.410 empregos. De acordo com o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães esse é o resultado do investimento em obras públicas estruturantes, tanto em Salvador, que obteve um saldo positivo de 3.623 vagas nesse período, como também no interior do estado. “Além disso, reflete o esforço que o Governo do Estado, por meio do SineBahia, tem feito na captação de vagas para o setor da construção civil”, explicou Magalhães. Com 78% de obras concluídas, o Hospital Metropolitano será o principal equipamento de saúde da Região Metropolitana de Salvador, atendendo a


todos os casos da rede de urgência e emergência inclusive do litoral norte, por ser de fácil acesso, a partir de diversas vias expressas – o que deve desafogar o Hospital Geral do Estado, o Hospital Geral Roberto Santos e o Hospital Geral de Camaçari. Também estão em curso a pavimentação asfáltica de 2,6 Km da rua Djanira Maria Bastos, no Quingoma e a construção de outra via de acesso ao novo hospital. Com 265 leitos, sendo 55 de Terapia Intensiva (UTI), é um hospital de grande porte, com 27,9 mil metros quadrados de área construída. Referência para casos de urgência e emergência, trauma e acidente vascular cerebral (AVC), a unidade terá dez salas de cirurgia. Um dos destaques do projeto é a Unidade de Atenção ao Acidente Vascular Cerebral (UAVC), que atenderá pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (isquêmico, hemorrágico ou ataque isquêmico transitório), na fase aguda, ofertando tratamento trombolítico venoso, reabilitação precoce e investigação etiológica completa. Após a inauguração do Hospital Metropolitano, o Hospital Geral Menandro de Faria, na av. Santos Dumont (antiga Estrada do Coco), será requalificado e terá o perfil modificado para atender gestantes e crianças. A unidade será uma maternidade de alto risco e um hospital pediátrico.

Prepostos da Secretaria de Serviços Públicos de Lauro de Freitas (Sesp), podam árvore em Vilas do Atlântico, bairro que abriga grande parte do patrimônio arbóreo da cidade, plantado desde a fundação do loteamento, há 40 anos.

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NOSSA OPINIÃO

A lenta agonia do Rio Sapato

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permanente cobertura de baronesas em trechos do rio Sapato, em Vilas do Atlântico, já se tornou parte da paisagem. Lamentavelmente. Lamestavelmente. Às plantas aquáticas, alimentadas pelo fluxo de esgoto doméstico não tratado, soma-se o mato às margens. É vergonhoso que mês após mês o descalabro prossiga inalterado, sem que as autoridades ambientais e da limpeza pública tomem qualquer providência para ao menos disfarçar a incapacidade do poder público em manter os rios livres de poluição. Culpar os cidadãos é sempre a primeira escolha das autoridades, que não deixam de ter razão porque, como se sabe, “a prefeitura não tem como fiscalizar cada bueiro da cidade”. Uma grande maioria, em toda a cidade, certamente despeja dejetos domésticos não tratados na rede pluvial ou diretamente nos cursos d’água por absoluta falta de escolha. Trata-se da faixa da população que muito afortunada poderá se considerar se tiver um teto sobre a cabeça, por mais precário que seja. A preservação dos rios está longe de ser uma das preocupações de quem ainda não conseguiu “bater uma laje” por baixo do telhado. Mas há também gente muito bem instalada e porca, mal-educada, parcamente formada em valores cívicos, apesar de medianamente escolarizada, que infesta a rede pluvial ou diretamente os cursos d’água enquanto profere opiniões falsamente moralizantes sobre tudo ao seu redor. A sanha “justiceira” que pede o enforcamento do vizinho transgressor nunca se aplica ao próprio quintal, onde qualquer oportunidade para ganhar uma vantagem é tratada com a maior naturalidade do mundo. Como o erro é sempre um problema alheio, os rios continuarão como estão. Até que venha o tamponamento e passem a ser chamados de “canal de esgoto”.

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Trecho do rio Sapato, permanentemente coberto por baronesas e mato: enxugar gelo também é necessário. Foto tirada às 16h de 27/7/19.


A poluição que a prefeitura vem combatendo há um ano por meio do “Projeto de Revitalização do Rio Sapato”, com aplicação da tecnologia natural não-química, teria apresentado os primeiros resultados no fim do ano passado – redução do mau cheiro, presença de alevinos e outros indicativos de regeneração das águas. Oito meses depois, ainda há trechos com resultados a apresentar. O mato às margens do rio não tem explicação razoável, mas é verdade que retirar as baronesas do rio Sapato equivale a enxugar gelo enquanto não cessar o despejo de esgoto. No início do ano, equipes da prefeitura e da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), fiscalizaram e notificaram proprietários de imóveis em que foram identificadas conexões irregulares de esgotamento sanitário em Ipitanga. A promessa era fazer o mesmo em Vilas do Atlântico e Buraquinho. Mas mesmo que todas as ligações diretas fossem eliminadas, restaria a rede de drenagem pluvial para fiscalizar. A intenção era identificar ligações inadequadas na rede de água pluvial, incidência de despejo de águas provenientes da totalidade do esgoto doméstico e outros efluentes. As ligações irregulares são identificadas por meio de técnicas específicas, que só precisam ser postas à disposição da fiscalização. Também é verdade que nada disso é suficiente. O esgoto não tratado chega ao Sapato e a outros cursos d’água não só diretamente, mas também através da rede pluvial, a partir de pontos às vezes muito distantes dos rios. A retomada da construção do Sistema de Esgotamento Sanitário poderia minimizar o problema no futuro, mas a adesão dos proprietários de imóveis seria imprescindível. Cabe a cada um construir a conexão do imóvel com a rede pública. Entretanto, os moradores do bairro pedem que a prefeitura continue a enxugar gelo, retire as baronesas a intervalos regulares e mantenha o mato sob controle. Lamentavelmente resta apenas acompanhar a lenta agonia de uma referência de Vilas do Atlântico, que sofre, desde muito, com o abandono a que foi relegado pelo poder público ao longo de gestões. Parece até proposital. Mas não se pode esconder: falta ação e determinação do poder público e seus gestores para interromper essa agonia. Falta vontade.

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q CIDADE

Coleta “seletiva” em Vilas do Atlântico cria ponto de descarte de lixo comum

Coleta “seletiva” cria ponto de lixo em Vilas do Atlântico

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chamado Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de resíduos recicláveis em Vilas do Atlântico transformou-se em mais um ponto de acúmulo de lixo doméstico comum, além de garrafas e até pequenos eletrodomésticos. Em vez de promover a educação ambiental, como era o propósito do então secretário municipal de Serviços Públicos, Renato Braz, os contentores coloridos criaram um lixão na margem do rio Sapato, em plena esquina da avenida Praia de Itapoan. Apesar de ser recolhido pela prefeitura, o lixo é depositado ali todos os dias, ao longo do dia inteiro e atrai os catadores que, em busca de material efetivamente reciclável, ajudam a espalhar a sujeira pela calçada. Os recipientes são facilmente abertos por eles. Mas os moradores 20 | Vilas Magazine | Agosto de 2019

do bairro sequer se dão ao trabalho de depositar o lixo dentro dos containers, que têm uma abertura limitada – supostamente destinada a receber material pré-selecionado. Paradoxalmente, os recipientes de coleta seletiva de Vilas do Atlântico hoje exibem um aviso de que “não é necessário separar os resíduos, os mesmos podem ser depositados em um único container, inclusive vidros”. Quando foram instalados, no início do ano, os containers tinham o símbolo da reciclagem e estavam destinados a materiais específicos: papel, plástico e metal. Faltava o de vidros, que existe no PEV do Miragem, instalado no ano passado. A coleta seletiva foi tentada anteriormente em Vilas do Atlântico, por iniciativa da Sociedade de Amigos do Loteamento

de Vilas do Atlântico (Salva). Muitos moradores deslocavam-se até os pontos de coleta especificamente para depositar o lixo previamente separado. A ideia fracassou porque o recolhimento do material, que estava por conta de uma cooperativa de catadores, deixou de ser economicamente viável. Os recipientes acabaram se transformando em locais de acúmulo de lixo comum – como acontece agora novamente – e posteriormente removidos das calçadas. Segundo a prefeitura, “todo material descartado no PEV” seria coletado pela secretaria de Serviços Públicos e destinado à Cooperativa dos Agentes Ecológicos de Lauro de Freitas (CAELF). Havia planos para instalar mais cinco pontos de coleta seletiva na cidade: em Buraquinho, Ipitanga, Vida Nova, Itinga e Centro. Em outros pontos da cidade, a mesma secretaria de Serviços Públicos deu início, no mês passado, a uma “campanha de fiscalização e orientação de limpeza pública e meio ambiente”. De acordo com o diretor de Fiscalização, Igor Souza, a campanha vai “abraçar todo o município, percorrendo bairro a bairro, distribuindo panfletos e conversando com a população”. “O objetivo inicial é educar, conversando com as pessoas a respeito


dos resíduos que elas produzem”, diz. “A cidade sofre muito com resíduos e lixos nas ruas. As pessoas têm o hábito que fazer a limpeza de seus quintais e colocar os resíduos na rua. Tem também aquelas pessoas que constroem e jogam o entulho em qualquer lugar”, verifica. Igor Souza conta que há pessoas que já foram notificadas mais de duas vezes, mas continuam cometendo a infração. Por isso o trabalho educativo. A Lei n° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, e a Lei municipal n° 1723 de 2017, que criou o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Lauro de Freitas, estabelecem notificações como primeiras medidas. Depois das notificações, a prefeitura promete multar os moradores que continuarem jogando resíduos e entulhos nas ruas. A população pode denunciar o descarte irregular de resíduos pelo telefone 3379-6256 – promete a prefeitura. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. CICLO DA COLETA SELETIVA Longe de ser uma atitude romântica de pessoas preocupadas com o meio ambiente, a coleta seletiva faz parte de um processo de gestão urbana que tem relevância econômica, cria empregos e reduz custos. Não basta distribuir containers coloridos pela cidade. RAFAEL MAGNO

Canteiro de rua no Centro de Lauro de Freitas: lixo e entulho são deixados em qualquer espaço

Lixo nas margens do rio Sapato. Vilas do Atlântico mal cuidado De acordo com o “Compromisso Empresarial para Reciclagem”, uma ONG, um diagnóstico inicial seria composto pelo estudo socioeconômico da população, da composição do lixo e de um panorama do mercado de materiais recicláveis. Nessa etapa, são identificadas fontes de financiamento e ações de coleta seletiva já existentes envolvendo escolas, catadores e ONG, por exemplo. São avaliadas as tecnologias disponíveis e os impactos ambientais da implantação do projeto. Depois, na etapa de planejamento, há a definição do modelo de coleta seletiva, abrangência geográfica e estratégia de educação e sensibilização da população, além de uma análise dos custos operacionais. Dimensionam-se mão de obra, veículos, contêineres e demais equipamentos. Compradores de sucata do entorno são mapeados e a possibilidade de parcerias locais e consórcios com municípios vizinhos avaliadas. Na terceira etapa, a da implantação, é estabelecida a periodicidade da coleta, os dias da semana e número de viagens dos veículos. Aí então são Instalados os PEV, com apoio logístico, capacitação de cooperativas de catadores e construção de galpões de triagem. Durante a operação do sistema, quarta etapa do ciclo, há a avaliação de indicadores de Desempenho, como o custo por tonelada coletada, quantidade

recolhida por domicílio e por PEV, receita com a venda dos materiais recicláveis. Faz-se o monitoramento de preços, promovem-se ações de marketing para estímulo do mercado de reciclagem e a continuidade dos investimentos em informação e educação. Por fim, na análise dos benefícios, fazse a contabilidade de receitas ambientais: aumento da vida útil de aterros sanitários e benefícios da educação para a redução dos gastos com limpeza pública, por exemplo. As receitas econômicas também são calculadas: são os recursos gerados pela operação de novos negócios de reciclagem. E há ainda as receitas sociais, como a geração de empregos diretos e indiretos, a inclusão de trabalhadores que de outra forma não teriam uma fonte de renda – e promoção de cidadania. RAFAEL MAGNO

Sesp inicia campanha de fiscalização e orientação de limpeza pública

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q CIDADE

q CULTURA

Companhias da Polícia Militar de Lauro de Freitas trocam comando

O Cel. PM João Neto transfere o posto de comando da base de Itinga ao Major PM Sérgio Dias (dir)

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s companhias de Polícia Militar de Lauro de Freitas têm novo comando desde o mês passado. A transmissão de posto, presidida pelo Coronel PM Alfredo Nascimento, aconteceu no dia 24 de julho, tanto na 52ª CIPM como na 81ª – sediada na Base Comunitária de Segurança de Itinga, onde o Tenente Coronel PM João Neto passou o comando para o Major PM Sérgio Dias. A cerimônia da 52ª CIPM foi na sede das Aldeias SOS, no Centro, que abriga a companhia. O Major PM Fabrício Silva transferiu o comando para o Major PM Everton José Monteiro Leal. João Neto, que comandou a 81ª CIPM desde 2017, agradeceu pela oportunidade de mostrar seu trabalho em Lauro de Freitas, em especial no bairro de Itinga. O Major PM Sérgio Dias, que assumiu a unidade, já esteve à frente da companhia anteriormente e quer dar continuidade ao trabalho que desenvolveu antes: “Conheço a unidade, a área e a maioria dos oficiais”, disse – “com certeza será uma fase de sucesso”. Na 52ª CIPM, o Major PM Fabrício Silva relembrou

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conquistas importantes durante mais de três anos à frente da unidade. Presente às duas cerimônias de transmissão de posto, a prefeita Moema Gramacho (PT) destacou os projetos implantados em Lauro de Freitas graças à parceria entre a prefeitura e a Polícia Militar, a exemplo da Ronda Maria da Penha, que completou no mês passado um ano de atuação em Lauro de Freitas. A cúpula da Polícia Militar da Bahia também tem novos nomes desde 23 de julho nos cargos de comandantes de Operações de Inteligência (Coint), de Policiamento nas Risps Central e Baía de Todos os Santos, de Diretores de Apoio Logístico (DAL), de Ensino e de Promoção Social, do Departamento de Saúde e da Corregedoria da instituição. Assumiram novos postos os coronéis PM Anildo Rocha (Coint), Paulo Coutinho (Risp/ Central), Nílton Cézar Machado (Risp/BTS), Augusto Magnavita (Corregedor), Carlos Alberto Neves da Silva (Ensino), Antônio Carlos Portugal (DAL), Renato Rocha Ventura Júnior (Promoção Social) e Jayme Nunes da Silva Filho (Saúde).

Na 52ª CIPM, o Major PM Fabrício Silva transfere o comando ao Major PM Everton José Monteiro Leal (dir)


Pé de Poeta leva atores locais a festival de teatro em Paris

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Coletivo Pé de Poeta, formado por dez jovens de Itinga e do Centro de Lauro de Freitas, conseguiu levar à França o espetáculo África em Nós, a convite do Théâtre de l´Opprimé Paris. A trupe conseguiu custear a viagem de oito membros por meio de uma vaquinha eletrônica. Incentivando a iniciativa, a Vilas Magazine divulgou na edição de maio último a proposta do grupo, com um apelo para que a comunidade ajudasse a completar o orçamento. Foram sete dias de uma experiência única na vida do coletivo, observando o cenário da capital francesa num mês de Verão. “Passávamos só olhando, como em um filme, na caminhada de cerca de hora e meia até o Théâtre de l’Opprimé de Paris”, desde a Rue Daguerre, em Montparnasse, conta o diretor Armindo Rodrigues Pinto. “Estar em Paris e presenciar a diversidade cultural que há no país foi fabuloso e apresentar o nosso espetáculo África em Nós foi uma das sensações mais intensas que tive”, disse Vitória Cenas do espetáculo África Santos, 17 anos. em Nós, com a trupe do No dia da despedida, com as coletivo Pé de Poeta em economias feitas, “o grupo se deu ao apresentação na França. prazer de comer um doce parisiense, Oficina dirigida por tomar um sorvete, com classe, usanArmindo Pinto no Théâtre do as mesas e agora, observando de l´Opprimé de Paris: a os passantes”, descreve. A venda de herança de Augusto Boal bonecas Abayomi – feitas pelo próprio grupo apenas com amarrações – ajudou a pagar o mimo. A origens do Théâtre de l´Opprimé de Paris estão ligadas ao Brasil, tendo sido fundado por Augusto Boal nos anos 70, com financiamento do Ministério da Cultura da França. O método do Teatro do Oprimido está hoje presente em mais de 60 países. A apresentação do Coletivo Pé de Poeta aconteceu no Festival MigrActions, entre os dias 27 de junho e 7 de julho, com a participação de uma dezena de grupos de todo o mundo. O grupo de Lauro de Freitas foi convidado a participar por conta da experiência do grupo: o espetáculo África em Nós une as técnicas do Teatro do Oprimido, do brasileiro Augusto Boal às danças afro-brasileiras, aos movimentos do candomblé e ao Método Laban de Dança, criando uma estética própria.

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q REGIÃO

IGREJA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

4 séculos de história em Abrantes THIARA REGESFreelance para a Vilas Magazine

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Igreja do Divino Espírito Santo, em Abrantes, Camaçari, é uma das mais antigas do Brasil. Sua primeira edificação é datada de 1558, quando da fundação da Aldeia do Divino Espírito Santo pelos jesuítas. A arquitetura chama atenção pela simplicidade e a história ganha destaque pela riqueza e relevância no contexto do século 16. Apesar dos poucos documentos que registram sua fundação, a igreja está entre as 10 mais antigas do país, ficando atrás apenas da Igreja Nossa Senhora da Graça, em Olinda-PE (1551), Paróquia da Nossa Senhora da Luz, em São Lourenço da MataPE (1540), Igreja Nossa Senhora Santana, em Ilhéus-BA (1537), Igreja Nossa Senhora do Monte, em Olinda-PE (1537), Igreja dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu-PE (1536), Igreja do Rosário, em Vila Velha-ES (1535), Igreja da Graça, em Salvador-BA (1535) e Igreja da Misericórdia, em Porto Seguro-BA (1526). Quem nos ajuda a contar parte dessa história é o sr. João Bosco Ramalho, 81 anos, morador de Abrantes desde 1995. Ele é natural de Senhor do Bonfim (centro norte da Bahia, a 375 quilômetros de Salvador), mas a trabalho já morou em diversas cidades baianas e desde que se aposentou veio morar em Vila de Abrantes para ajudar a filha Solange, com os negócios. Em Abrantes, como em todas as cidade onde morou, João Ramalho sempre gostou de estudar a história e participar ativamente da vida em comunidade, assim, foi diretor de associação comercial, membro da Maçonaria, um dos fundadores do Rotary Clube Itapagipe, além de realizar atividades junto a Igreja Católica. “Está na minha índole, eu gosto de saber sobre os lugares onde estou. Sempre li muitos livros, mas gosto mesmo é de conversar com as pessoas, e muitas das coisas que sei de Abrantes, é fruto da história oral que os moradores mais antigos e naturais do local me contaram”, frisa. Apesar dos mais de quatro séculos, a história da Igreja ainda é pouco conhecida, principalmente pela nova geração.

VILA NOVA DO ESPÍRITO SANTO DE ABRANTES João Ramalho conta que a história começa em 1558, quando Tomé de Souza, primeiro Governador Geral do Brasil, encaminhou para as terras às margens do rio Joanes, um grupo de jesuítas comandados pelo padre João Gonçalves e o irmão Antonio Rodrigues. O primeiro local escolhido para instalação, junto ao rio, foi descartado, após uma epidemia que matou 700 índios e um padre que cuidava deles. Depois de um tempo se descobriu que era impaludismo (malária). Sem querer abandonar o local, eles avançaram mata adentro e encontraram uma 24 | Vilas Magazine | Agosto de 2019


área que ficava a sete léguas da corte (hoje Praça Municipal Tomé de Sousa, em Salvador), mais elevada e com ventos fortes, que eles acreditavam ser capazes de levar os transmissores de novas epidemias para longe da comunidade. Nascia então a Aldeia do Divino Espírito Santo, habitada por índios Tupinambás e onde foi construída uma igreja, inicialmente de palha e barro, com um alpendre e algumas janelas, além do cemitério. Em maio 1624, a aldeia serviu de asilo para o bispo dom Marcos Teixeira, o clero da Diocese de Salvador e os jesuítas, durante a invasão holandesa, demonstrando ser um local seguro e resistente. Essa invasão, em Salvador, durou apenas um ano, mas foi o suficiente para que em 1758 a aldeia fosse elevada à categoria de vila, por provisão do Conselho Ultramarino, passando a se denominar Vila Nova do Espírito Santo de Abrantes, e no mesmo ano sendo inaugurada a Casa da Câmara e cadeia municipal. “Existem muitos mitos de que Marquês de Abrantes teria passado um tempo aqui. Não se tem registro disso. O nome Abrantes foi dado apenas como uma homenagem”, frisa João Ramalho. Uma gravura de 1792, feita por Domingos Alves Branco Moniz Barreto, escriturário da contadoria geral da Junta da Real Fazenda da Capitania da Bahia, com original disponível no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa, demonstra o perfil retangular de Vila de Abrantes, muito comum das aldeias dos | Continua na página 26 u

Igreja do Divino Espírito Santo está entre as 10 mais antigas do Brasil. Dir.: Gravura de 1792 com disposição geométrica de Vila de Abrantes

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q REGIÃO

u Continuação da página 25

jesuítas. João Ramalho destaca que era neste espaço que os índios faziam suas cerimônias, e que depois se transformou em um campo para jogar futebol. “Quando cheguei aqui, em 1995, essa área onde hoje se encontra a praça, em frente à Igreja, era o campo de futebol. Aqui da Igreja, como é mais elevado e a porta é bem grande, dava para ver perfeitamente o campo, e algumas vezes, eu estava ajudando a fazer alguma celebração, precisava me segurar para não gritar gol (rsrs)”. Em 1846 a vila é extinta, por resolução provincial, sendo integrada às terras do município de Mata de São João, e só em 1920, Vila de Abrantes passa a compor o recém criado distrito de Camaçari, do qual pertence até hoje. A IGREJA “Pensa que acabou? Como diz meu amigo sr. Sales: senta que ainda tem muito dendê para catar”, diz João Ramalho ao entramos na Igreja do Divino Novo altar

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Espírito Santo. É possível que o atual prédio seja do século 17, por sua característica de paredes de pedras, parte delas ainda conservadas. Durante o início do século 20 apenas uma missa por ano era celebrada, na festa do Divino Espírito Santo, mas por falta de manutenção a igreja foi se deteriorando. É a partir de 1968, com a chegada da missão dos padres alemães, coordenados por padre João Wust, que a igreja é revitalizada, ganhando importante papel junto à comunidade. “O padre João Wust tanto fez o trabalho de reforma do prédio, como também um importante trabalho social, fortalecendo o senso de comunidade entre os moradores. Isso porque eles encontraram a igreja abandonada, muitas peças foram até roubadas, e para a restauração o padre envolveu toda a comunidade”, frisa. Em 1971 foi montada uma comissão, que atuou na arrecadação de fundos, visitar as casas da comunidade e organizar os voluntários; em 1974 foram feitos os primeiros trabalhos de reboco na parte interna e externa; em 1975 foi comprado o piso de pedra, em Jacobina, que só chegaria para ser instalado um ano depois; e em 3 de junho de 1976 foi realizada a primeira lavagem da Igreja. “Junto à comunidade, a proposta de padre João Wust era que as pessoas se ajudassem. As mulheres aprenderam com irmã Laurencia, religiosa que veio na missão, o ofício de parteira. As casas que estivessem precisando de reparos, a igreja ajudava com o material, cobrindo parte do valor, e o morador ficava responsável em juntar os voluntários para pôr a mão massa”, conta. Desde então a igreja não passou por novas restaurações, conservando as características propostas em sua construção. Seu estilo arquitetônico chama atenção pela simplicidade: o chão com piso de pedra, sem vitrais ou janelas, sem colunas. O mezanino, onde o coral se apresentava, caiu com o tempo e padre João Wust optou por não refazer, substituindo por uma coluna para dar sustentação. Conserva, ainda hoje, o púlpito onde os padres ficavam para rezar a missa (hoje sem a escada, não sendo possível acessar, utilizada então com altar para a imagem de Nossa Senhora). As imagens sacras também ficaram abandonadas. Hoje a igreja possui imagens novas, uma imagem restaurada e duas bem antigas, que não


3º Festival Cultural e Gastronômico Tempero Bahia De 15 a 25, vinte e oito restaurantes de Salvador participam do festival que tem como tema ‘Bahia, África, Portugal - uma mistura de sabores’

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João Ramalho, morador de Abrantes há 24 anos e apaixonado pela história se sabe ao certo quantos anos tem, nem tão pouco suas origens, mas acredita-se que tenham vindo de Portugal. O altar original não tinha mais como ser restaurado e se perdeu. O novo, padre João Wust conseguiu junto à capela do 19º Batalhão de Caçadores, no Cabula, em Salvador, por isso destoa do estilo missionário de toda a igreja. Mas o degrau do altar é original, pode-se perceber por pequenas conchas que aparecem nas partes mais desgastadas, demonstrando sua origem marítima. Durante a reforma foram encontradas ossadas humanas, já que naquela época era comum que as autoridades do lugar fossem enterradas dentro das igrejas. Não sendo possível identificar cada ossada, todos foram reunidos em uma única cova e ganharam uma carneira diante do altar. Padre João Wust voltou para Alemanha, mas João Ramalho teve a oportunidade de lhe conhecer durante uma de suas visitas à comunidade. Desde 1757 a igreja foi elevada a paróquia, hoje compõe a Diocese de Camaçari, sob a coordenação do padre Luiz Orlando Ferreira.

alvador sedia este mês a sua festa gastronômica anual, com a 3ª edição do Festival Cultural e Gastronômico Tempero Bahia. Este ano participam 28 restaurantes, que se estendem desde a praia de Stella Maris até a Ilha dos Frades. Estão confirmadas participações de casas renomadas: Restaurantes Lôro, na Praia de Stella Maris; Bella Bistrot, na Pituba; Bella Napoli e Restaurante do Senac da Casa do Comércio, ambos no Caminho das Árvores. No Rio Vermelho, estão o Bottino, Blue Praia Bar, Casa de Tereza, Casarão do Hotel Mercure Rio Vermelho, Dendê, La Taperia, A Portuguesa Maluca, Varanda Gourmet, Vini Figueira Gastronomia, além do Solar, que também participa com a unidade do Palacete das Artes, na Graça. Em Ondina, o Carvão e a Casa Lisboa, e na Barra, o Du Chef. No Cabula, o Paraíso Tropical e, em Brotas, o Donana e o Portogaia, na Chácara Gourmet (Acupe de Brotas). Chegando no Campo Grande, o Restaurante Genaro, do Wish Hotel da Bahia, hotel oficial do Festival. Descendo pela Contorno estão o Amado e na Bahia Marina, o Lafayette e o Soho. No Pelourinho, o Cuco Bistrô e cruzando a Baía de Todos os Santos, o famoso Preta, na Ilha dos Frades. Com o tema “Bahia, África, Portugal - uma mistura de sabores”, o Tempero Bahia acontece de 15 a 25, envolvendo uma série de atividades gastronômicas e culturais. Nos dias 17 e 18, o Passeio Público sediará atividades culturais, uma feira de arte moda e design, além de música instrumental e a Cozinha Show, uma das atividades mais esperadas do evento. A realização do Tempero Bahia vem através da Lei de incentivo Federal e Ministério da Cidadania, com patrocínio da Cielo e do Governo do Estado da Bahia e a participação da Prefeitura de Salvador, Bahiagás, Sebrae e Senac. Nossa região estará presente, representada pelo restaurante do Lôro, de Stella Maris, com a sugestão do chef Valdir Santos (dir.:), Badejo Madagascar: peixe grelhado na crocancia de coco, servido com vegetais frescos grelhados, arroz de hauçá com camarão e jabá, regado ao molho de ervas finas e camarão gigante (abaixo).

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q MEMÓRIAS

IPITANGUENSES

Contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga

Capítulo 5:

A mercearia de ‘Lindomar Castilho’ THIARA REGES Freelance para a Vilas Magazine

I

tinga, com 70 mil habitantes, é o bairro mais populoso de Lauro de Freitas. Sua ocupação aconteceu de forma muito rápida, são pouco mais de 40 anos desde a venda dos primeiros lotes, um deles vendido para o sr. Firmino Teodoro dos Santos, 79 anos, que está entre os moradores mais antigos da comunidade. Quando ele chegou no bairro, havia apenas uma casa construída, todo resto era mato. Mesmo assim, ele enxergou ali uma oportunidade, e depois de erguer a sua casa, colocou uma mercearia, a primeira daquela região. “Vamos lá no Lindomar Castilho, era esse o meu apelido, por conta das músicas que tocavam no vinil e do meu bigode”, conta. Mas precisamos voltar um pouco no tempo e conhecer melhor esse baiano de Cruz das Almas. Na verdade seu Firmino nasceu em São José do Aporá, Muritiba (114 km de Salvador, integra a Região Geográfica Imediata de Cruz das Almas), mas bem pequeno foi com os pais e oito irmãos para o interior de Cruz das Almas, e desde cedo conheceu a rotina da vida na roça. “Era uma infância muito difícil, a vida era essa mesma, trabalhar na roça, dia de sábado ir para a feira e no domingo às vezes tinham umas corridas de cavalo”, lembra. Bom, quem conhece essa realidade sabe que não se tem muitas opções: logo cedo está na lida, para ajudar a garantir o sustento de casa, trabalha a semana toda ganhando pouco, e todo trabalho 28 | Vilas Magazine | Agosto de 2019

Seu Firmino na varanda de sua casa, vestido com a camisa do Esporte Clube Bahia, sua paixão que aparece é sempre bem-vindo. Com 15 anos, o jovem Firmino já estava aceitando trabalho em outras cidades. A primeira vez que saiu de casa foi para Ubatã, distante cerca de 250km. “Terminava o trabalho eu voltava para casa, sempre voltava para casa”, diz. Aos 19 anos, já casado com dona Martinha, foi com o cunhado trabalhar em Ubatã. O combinado eram dois meses de tempo de serviço. Terminado o período, retornando para casa, tomaram conhecimento de um caminhão que estava estacionado na praça, contratando pessoas para um trabalho no estado de Goiás. “A proposta era boa, estávamos precisando de trabalho e sem pensar fomos. Subimos em um caminhão que ao todo levava 45 homens. Foram dias e mais dias de viagem. Já naquela época estava proibido transportar pessoas assim para trabalhar, então o caminhão não seguia a estrada normal, tinha que dar voltas, usando estrada menos conhecida”.


“Quando chegamos em Conquista (Vitória da Conquista), um grupo vendo o caminhão passar começou a gritar: ‘olha a comida dos índios, olha a comida das onças”. Firmino quis saber que história era aquela, os outros falaram que era besteira, mas no fundo ele ficou preocupado, até porque a única coisa que de fato ele sabia era que estava indo para o Goiás. A viagem continuou. Firmino se lembra que uma noite dormiram em Uberlândia/ MG, e de manhã, na hora de sair, o motorista disse que não tomassem café pois já estava perto, iriam todos almoçar em Itumbiara, já em Goiás, que era o destino final. Deu oito horas, deu 10 horas, deu 12 horas, e nada de chegar. “O carro parou, nós vimos uma fazenda, já com os milhos secos no pé, e foi para lá que corremos. Caímos dentro comendo milho e umas abóboras que encontramos, tudo cru, mas ninguém se aguentava mais de fome”. Chegando, enfim, em Itumbiara, Firmino e o cunhado foram trabalhar em uma fazenda, e só voltariam para casa, em Cruz das Almas, um ano e dois meses depois. Verdade seja dita que dona Martinha só veio saber das aventuras do marido depois que ele voltou, visto que ela já tinha até dado ele como morto. “Na mesma época que fui para Goiás teve um acidente com um caminhão em uma estrada ali perto, e a família pensou que nós dois tínhamos ido embora (rsrsrsrsrs). Chegamos em Cruz num dia de sábado, descemos na praça, e fomos tomar uma cervejinha. Daqui a pouco chegou tanta gente da feira, chorando, aquela coisa, fiquei foi com medo da polícia me prender (rsrsrsrsrs). E Martinha no meio do povo, chorando”, conta aos risos. E foi assim, de aventura em aventura que Firmino veio parar pelas bandas de cá, na década de 1960. Veio com um senhor que vendia jaca e outras frutas no Nordeste de Amaralina, em Salvador. Gostou, arrumou emprego e ficou por cerca de três meses. Alugou uma casa, lá no Nordeste de Amaralina mesmo, e foi buscar a esposa e o primeiro filho.

Morou no Nordeste de Amaralina cerca de 10 anos, onde nasceram mais dois meninos e uma menina. Nesta época trabalhava colando placas de publicidade. Um dia dona Martinha o encontrou no bairro de São Cristóvão, ela estava vindo olhar um terreno no novo loteamento para comprar. Jardim Independência, esse era o nome de uma das etapas do que hoje é o bairro de Itinga. “No mesmo dia que fechamos negócio, 5.500 cruzeiros, a empresa entregou o terreno, e sem perda de tempo subimos uma casa de taipa, e por ali mesmo dormimos. Aliás, dormir não deu, porque nesse dia caiu uma chuva tão forte que um barranco desceu arrastando tudo, ficamos cheios de lama, a casa foi derrubada. Quando o dia raiou, eu já estava de pé levantando outra casa. E aqui nós estamos até hoje”. Essa foi a primeira etapa loteada do terreno, provavelmente pela proximidade com um paiol da Base Aérea instalado ali perto e que grande parte dos moradores vieram do Nordeste de Amaralina, como seu Firmino e a família. Essa etapa veio antes inclusive do que hoje é conhecido como Largo do Caranguejo e Parque São Paulo, e como já estava ocupado, muita gente passava por alí para ver como estava o loteamento antes de fechar negócio. Seu Firmino percebeu nessa movimentação uma oportunidade de negócio. Não pensou duas vezes: abriu uma mercearia na parte de baixo da casa, como ele mesmo diz, “para catar o dinheirinho do povo que passava”. “Não tinha carro, as pessoas passavam por ali sempre à pé, daqui até lá no Parque São Paulo, de manhã, de tarde e até de noite. Então abri o meu negocinho, quando chegou a energia foi ainda melhor, pois botei uma geladeira e fui crescendo aos poucos”. “Ia no mercado que vendia peixe, sardinha, essas coisas, e comprava 10 kg de sardinha, passarinha e cavalinha. O dono do mercado perguntava o que eu ia fazer com aquilo tudo, eu falava que era para as crianças, (rsrsrsrs). Eu fazia a sardinha e cozinhava o ovo, colocava naquele suco de corante, o ovo ficava vermelho. Por

aqui mesmo pegava cobra coral, a gente mesmo que pegava, ela podia até estar viva, era só colocar na cachaça. Até hoje, nas quitandas por aí você encontra. Aí a turma vinha e caia dentro, comendo o tira gosto e bebendo umas”, conta, rindo. Das histórias daquela época, o que seu Firmino se lembra é que o lobisomem já morou em Itinga. “Do outro lado do rio tinha um homem, de nome João, que a turma dizia que ele virava o lobisomem, ele era assim meio amarelado e logo morreu. Se eu acreditava? Num sei, quem sabe, ninguém nunca viu!”. A mercearia cresceu, vendia de tudo um pouco, e tinha, claro, a caderneta dos fiados. “Anotava durante a semana para receber na sexta-feira, aí o povo pagava que era para beber mais. Mas tem uns que até hoje me devem (rsrsrs)”. Mas a burocracia foi tornando tudo difícil e depois de cerca de 10 anos seu Firmino fechou a mercearia. Hoje, aposentado, seu Firmino conta que sempre foi muito feliz morando em Itinga. “Minha esposa faleceu em 2004 e eu continuo aqui. Itinga cresceu demais nesses anos todos, está muito grande. Aqui desenvolveu menos, mas do Largo do Caranguejo pra lá é uma cidade. Hoje é bom por conta da facilidade de transporte, mas naquele tempo era mais maneiro, hoje não tem mais segurança”, concluiu. NOTA DO EDITOR Continuando com as histórias do povo de Lauro de Freitas, adentramos no bairro de Itinga, o mais populoso do município. E alí, história é o que não falta. Seu Firmino é o personagem de nosso quinto capítulo, contando suas aventuras e a descoberta do bairro onde mora há mais de 40 anos. Não deixe de conferir mais detalhes dessa história. Acesse o QR Code. A coluna “Memórias Ipitanguenses: contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga”, surge da parceria entre a revista Vilas Magazine e a Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães, através da Secretaria Municipal de Educação. Participaram da produção deste capítulo: Firmino Teodoro dos Santos, Antonio Cláudio, Caíque Barbosa e a u jornalista Thiara Reges.

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q MEMÓRIAS

IPITANGUENSES

Contos, crônicas e histórias da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga

A Caipora e a matataúba

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CAÍQUE COSTA BARBOSA Especial para a Vilas Magazine

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ma lenda popular muito conhecida na nossa antiga Santo Amaro de Ipitanga, era a da Caipora (de caá, mato; e pora, habitante, morador, segundo o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luis da Câmara Cascudo, pág. 177), que tinha como ocupação guardar a floresta. A Caipora é o Curupira, com os pés normais. Os antigos sempre alertavam aos jovens sobre a lenda da Caipora, dizendo que ela não possuía uma forma física, mas o seu objetivo era atrapalhar a trilha em matas fechadas, principalmente de pessoas que pretendiam fazer o mal contra a natureza. Era tradição entre adolescentes e jovens da época, a caça e captura de pássaros, seja para domesticar ou até mesmo comercializar. Também naquela época, apenas as pessoas de posses possuíam gaiolas prontas, assim, pedir para os pais comprarem uma gaiola pronta seria como pedir hoje um bom celular atualmente. Quem quizesse ter uma gaiola para prender seus pássaros tinha que fabricar, e para isso usavam uma madeira pouco conhecida, chamada matataúba, encontrada na região apenas nas matas do Cají-Caixa D’agua, próximo às margens do rio Ipitanga. Podiam ser árvores baixas mas algumas chegavam a ter 10 metros de altura e a melhor madeira para a produção das gaiolas ficava no ponto mais alto delas. As mães geralmente não deixavam que os filhos se embrenhassem nas matas, mas a molecada geralmente formava grupos para saírem escondidos, em aventura. Um desses aventureiros era Artêmio da Luz, 48 anos, natural de Santo Amaro de Ipitanga e morador do Centro da cidade. Ele conta que para chegar até à mata, atravessavam o rio Ipitanga depois de passar pelo balão – hoje Estrada do Coco, já naquele tempo com seus perigos pelo trânsito de carros e falta de sinaleiras.

O cinema da Base Aérea e a mangueira assombrada... MÁRCIO WESLEY | Especial para a VIlas Magazine

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no de 1989. Durante as férias de verão, a galera solta e afim de aventuras, mas isso não era problema pra gente, a cidade tinha infinitas oportunidades de diversão: torneios de futebol, gincanas, festinhas, paqueras e praia. O clima era de euforia. Mas assistir um filme em um cinema era um lance luxuoso. O mais próximo ficava no Shopping Iguatemi, que para mim e minha galera era coisa de “gente rica”, como dizíamos, para “mauricinhos e patricinhas”. Aqui tínhamos o Cine Teatro, no centro da cidade, que até hoje é gerido pelo Governo do Estado, entretanto, só exibia filmes brasi-

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leiros, sendo que a maioria não era para nossa idade, mas bem que eu queria assistir, principalmente as pornochanchadas. Tinha um colega que era pipoqueiro do cine, ele assistia os filmes escondido e depois nos contava, com detalhes. Meu sonho era assistir uma pornochanchada (rsrsrs). Uma das alternativas era o cinema da Base Aérea de Salvador, que de vez em quando, abria os portões para os nativos e filhos de militares que moravam em Lauro de Freitas e região. Naquele cinema tive a oportunidade de assistir ‘E.T’; ‘Indiana Jones – Os caçadores da Arca Perdida’ e ‘De Volta para o Futuro’. Estávamos na fervura das videolocadoras e dos videocassetes, que eram equipamentos caríssimos – existia até consórcio para adquirir. As televisões com poucos canais, cinco ou seis no máximo. Não existia TV por assinatura. Certo dia, meus pais, que eram servidores da Base Aérea, avisaram que teríamos cinema. Oba! Vou convidar os amigos, os mais chegados e os menos bagunceiros, pois não queria arrumar


Depois de passar pelo balão, o grupo seguia até a mata, onde entrava à procura das árvores de matataúba. Alguns levavam um saco com pedras ou quebravam galhos de árvores para marcar o percurso feito, pois era local de mata fechada e a única referência que tinham para se orientar era a margem do rio Ipitanga. Naquele tempo era muito comum em toda cidade, a crença em lendas e muitos diziam que especificamente naquela mata do Cají, vivia a famosa Caipora. Contavam que o sinal da sua presença era a tentativa de atrapalhar a trilha das pessoas, seja tirando as marcações feitas durante o caminho ou até mesmo chamando os “invasores” pelos nomes. Artêmio lembra que certa vez, junto com um grupo de jovens, todos inexperientes, como ele, durante uma dessas excursões, ouviram gritos com voz que parecia ser de um dos companheiros, afirmando que havia encontrado a matataúba. Mas ao se aproximarem do amigo que supostamente dado o alerta, ele afirmou que não havia gritado nada. Se entreolhando, assustados, todos entenderam ter sido arte da caipora, só lhes restando a alternativa de saírem, apavorados, em desordenada carreira da floresta, para nunca mais voltarem.

Um lobisomem em Santo Amaro de Ipitanga KAILANE BOMFIM OLIVEIRA Especial para a VIlas Magazine

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ra comum, nas conversas sob o pé de oiti (hoje praça Martiniano Maia, no Centro da cidade, em frente à Delicatessen Atlântico) surgirem comentários sobre a presença de um lobisomem na Santo Amaro de Ipitanga. Essas histórias eram geralmente contadas pelos mais velhos que aproveitavam o bate-papo para amedrontar os mais novos. DEPOSITPHOTOS Os lobisomens eram descritos como um homem com aparência de lobo ou cão que andavam sobre duas patas e apareciam em noites de lua cheia, por volta de meia noite. Naquele tempo as lendas se espalhavam rapidamente pela cidade, espalhando medo entre as pessoas, fazendo com que poucos se aventurassem pelas ruas durante tarde da noite, e até mesmo evitasse comer alimentos que poderiam atrair o bicho. Também comentavam os mais velhos que o sétimo filho, de um sétimo filho, se tornaria um lobisomem. Algumas pessoas contam que nas noites de lua, costumavam ouvir uivos e barulhos de animais seguidos de passos de pessoas. Quem se arriscava a espiar durante a noite, jurava ver pegadas e até vultos, informações que logo chegavam aos ouvidos da população como verdadeiros sinais de que o lobisomem estaria pelas redondezas. Os fatos nunca foram comprovados, mas é certo que a lenda do lobisomem agitou durante muito tempo a vida dos moradores da pacata Santo Amaro de Ipitanga.

problemas com os milicos – o lance da ditadura ainda assombrava as nossas cabeças, o extremo respeito, misturado com o medo viviam impregnados em todos, inclusive nas crianças e jovens. No horário marcado fomos até o portão de entrada da Base. Como de costume, fomos recepcionados por soldados com roupas camufladas, alguns com pistolas na cintura, outros com metralhadoras. Nos informaram que um ônibus viria nos buscar e levar até o cinema, que ficava há uns dois quilômetros. Deu tudo certinho, assistimos o filme “De volta para o Futuro”, naquele telão com som encorpado. O cinema era antigo com cadeiras de madeira desconfortáveis, sem pipoca ou lanchinho (risos), mas valia muito a pena estarmos ali. Na saída alguém perguntou: “Cadê o ônibus?”. Um dos militares respondeu: “quem mora em Lauro de Freitas vai a pé, o ônibus vai levar as pessoas que moram em Itapuã e São Cristóvão”. Imediatamente pensei: zorra, estamos ferrados! Teríamos que passar pela velha mangueira assombrada. Diziam os colegas que durante a noite,

ao redor da antiga mangueira, almas de militares assombravam quem passava por lá. Outros falavam que eram de pilotos que morreram em acidentes aéreos e que apareciam andando por ali. Imagine o frio na barriga? Quando nos aproximamos da bendita árvore, um gritou: “Corre que eu vi alguma coisa ali”. Misericórdia. Foi dada a largada de uma prova de 100 metros rasos, correria total. Com o coração ao ponto de explodir, chegamos ao portão. Ufa... Os soldados que estavam de plantão até se assustaram com a correria e reclamaram: “desse jeito vocês vão passar a noite aqui” (risos). Mas o pior estava por vir. O medo cria situações inimagináveis. Em nossa frente estava o velho cemitério da Igreja da Matriz, outra ‘casca dura’ para enfrentarmos. Nova correria, dessa vez com gritaria pelas ruas, misturado com medo e gargalhadas. Minha corrida só acabou quando cheguei na porta de casa, com um palmo de língua pra fora. Márcio Wesley é jornalista e músico, nascido e criado em Lauro de Freitas.

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q COMPORTAMENTO

Por que as ressacas parecem ficar mais fortes com a idade? O tempo pode tornar os efeitos mais fortes graças aos problemas de saúde que geralmente se acumulam

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omar uma cerveja ou uma caipirinha a mais já é suficiente para causar um estrago no seu dia seguinte? Pode ser desagradável, mas não é motivo para preocupação – não de saúde pelo menos. Se os anos costumam fazer bem para um bom vinho, o mesmo não vale para pessoas, nas quais os efeitos do álcool costumam se tornar mais cruéis com o tempo. A ressaca é o efeito tóxico da bebida e seus subprodutos no corpo. De forma geral, não há como definir qual é o ponto sem volta da dor de cabeça do dia seguinte, já que isso pode variar muito de pessoa para pessoa.

As bebidas alcoólicas são tóxicas para o corpo e precisam ser metabolizadas. “Entre a absorção e ser excretado, temos processos que se utilizam de várias enzimas. Conforme vamos envelhecendo a nossas metabolização já não tem a mesma eficácia de quando somos jovens”, diz Nelson Iucif, médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia. “Da mesma forma como quando somos jovens somos mais rápidos, temos mais força.” Segundo o especialista, o sistema nervoso também é afetado, ficando mais suscetível aos efeitos do álcool e à sua metabolização. Lucif diz que outro fator que pode contribuir para a maior facilidade para ressaca são os problemas de saúde que a idade muitas vezes traz.“As pessoas tomam medicamentos para esses problemas, e essas drogas vão interagir com a bebida alcoólica, direta ou indiretamente, na maioria das vezes desfavorecendo a metabolização, a excreção dos seus subprodutos”, diz o especialista. Desse modo, com o avanço da idade, uma dose que antes não fazia nem cócegas pode ter maiores efeitos momentâneos e levar mais tempo para ser eliminada do corpo. A maior sensibilização, porém, só se acentua entre os 60 e 65 anos. Em qualquer idade, o segredo é conhecer seus limites e não esquecer de beber água enquanto consome álcool. Folhapress.

VAI NESSA O que funciona contra a ressaca

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SEM EFEITO O que não evita nem cura ressaca

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q VIVER BEM

CERATOCONE AFETA OS OLHOS E LEVA AO TRANSPLANTE DE CÓRNEA Doença é degenerativa e responde por 7 em cada 10 cirurgias do tipo realizadas no Brasil

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ceratocone é uma doença degenerativa que afeta a visão e responde por sete em cada dez transplantes de córnea no Brasil. Como a evolução é muito rápida, a recomendação dos especialistas é que a pessoa consulte um oftalmologista com frequência. “É possível flagrar a doença logo no início com a tomografia da córnea para adotar tratamento que evite sua progressão e a piora da visão”, afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto. O principal indicativo de que a pessoa tem a ceratocone é a visão borrada e distorcida, tanto para perto quanto para longe. Também são comuns a aversão ao excesso de luz, a fadiga ocular no uso de aparelhos eletrônicos e a dificuldade em enxergar à noite. Em casos muito graves, o comprometimento é tão grande que a córnea fica muito fina ou com cicatrizes que impedem a correção


visual com lentes, restando como opção apenas a realização de um transplante. Sem método preventivo, resta evitar a evolução da doença, a partir do momento em que é detectada. Antes que a situação fique crítica, é possível usar o crosslinking como opção no tratamento. “O crosslinking consiste no uso de riboflavina [vitamina B2] e de radiação ultravioleta para aumentar a rigidez da córnea e reduzir a progressão do ceratocone”, afirma Lísia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo especialistas, a doença é multifatorial, ou seja, pode ter causas genéticas, ambientais ou celulares.

COÇAR PODE AGRAVAR O PROBLEMA Segundo especialistas, há situações que podem agravar a doença. “É sabido que fatores externos podem acelerar a progressão da doença, como o hábito de esfregar muito os olhos, levando a traumas repetitivos na córnea”, diz a oftalmologista Alessandra Guimarães Brigagão. Leôncio Neto explica o porquê de esfregar os olhos ter relação com a doença. “A pressão sobre os olhos aumenta o espaçamento entre as fibras de colágeno da córnea”. Isso explica porque o ceratocone aparece mais em pessoas alérgicas. A OMS - Organização Mundial da Saúde estima que 30% dos brasileiros têm algum

tipo de alergia. Desses, mais da metade desenvolve alergia nos olhos”, afirma. Segundo o especialista, uma parcela da população está mais sujeita a sofrer com a doença ao longo da vida. “O risco de desenvolver ceratocone é seis vezes maior em pessoas que sofrem de síndrome de Down. Outras condições que aumentam a predisposição à doença são a apneia do sono e doenças alérgicas como atopia, asma e bronquite”, afirma. Quem tem olhos secos também conta com uma predisposição maior a ter doença e, até por isso, não dever usar qualquer colírio para se proteger. William Cardoso / Folhapress.

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q EMPRESAS & NEGÓCIOS

Nova fábrica deve gerar 100 empregos diretos em Lauro de Freitas

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CAMILA SOUZA

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ma nova fábrica de instrumentos e materiais hospitalares, com previsão de investimento na ordem de R$ 7 milhões e geração 100 empregos diretos será instalada em Lauro de Freitas. O protocolo de intenções com a Be Life foi assinado pelo vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, João Leão, em julho. A empresa vai produzir lençóis e aventais hospitalares, fraldas geriátricas e compressas de gaze cirúrgica estéril e não estéril em geral, com capacidade produtiva de 73,9 milhões de unidades por ano. “Ficamos entusiasmados quando recebemos empresários baianos que acreditam e investem em nosso estado”, disse Leão. Com este, já são 50 protocolos de intenções assinados em 2019 pelo Governo do Estado, com um volume previsto de R$ 2,3 bilhões em investimentos e estimativa de geração de 4,7 mil empregos diretos. “Julgamos estratégico gerar empregos e movimentar a economia local”, disse André Almeida, diretor da empresa. “Fizemos um estudo e vimos que existe uma grande oportunidade de crescimento no estado da Bahia, por isso o investimento” – mas sem o apoio do governo nada disso aconteceria, “pois é importante termos incentivos fiscais, senão não conseguimos competir com empresas de outros estados”, completou. Ao todo, estão previstos 224 novos empreendimentos na Bahia até dezembro de 2021, com investimentos de R$ 13,5 bilhões. A expectativa do governo é gerar 20,6 mil empregos diretos, de acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico. No primeiro semestre deste ano, 31 empreendimentos implantados foram responsáveis pelo investimento de R$ 2,5 bilhões e pela geração de 5,4 mil empregos diretos. Os dados são fruto de acompanhamento da secretaria junto às empresas que assinam protocolos de intenções com o Governo do Estado. Segundo João Leão, os empreendimentos implantados mostram um panorama do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governo baiano na interiorização dos investimentos: “Desses novos empreendimentos implantados, 25 estão fora da Região Metropolitana de Salvador, com investimentos de R$ 2,4 bilhões e geração de 2,4 mil vagas, ou seja, as cidades do interior estão sendo industrializadas que também cresçam economicamente”, disse. Os segmentos que se destacam na previsão de volume de

VICE-GOVERNADOR JOÃO LEÃO: Investimento de R$ 7 milhões para Lauro de Freitas investimentos e empregos são Eletricidade Gás, com R$ 8,3 bilhões e quatro mil empregos, e Minerais não metálicos, com R$ 1,6 bilhão e 2,4 mil empregos. Vale destacar a previsão de geração de empregos nos setores de Comércio e Serviços, com 3,2 mil postos de trabalho e Alimentícios, 2,6 mil vagas.

Bahia registra saldo positivo na geração de empregos em junho

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Bahia registrou saldo positivo na geração de empregos no mês de junho, com a abertura de 2.362 vagas de trabalho com carteira assinada, uma variação de 0,14% em relação a maio. Os dados estão no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no mês passado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. A Construção Civil foi a principal responsável pelo resultado, com a geração de 1.563 empregos. Também tiveram saldo positivo no estado Serviços, Comércio, Indústria de Transforma-


Raymundo Dantas

Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

A guerra na mente

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palavra chave no jogo do mercado é o posicionamento, ou seja, como está seu negócio, ou sua marca, na cabeça do consumidor. O campo de batalha da competição é sempre a mente das pessoas. Por isso é importante chegar lá e assumir a primeira posição. Dizem os estudiosos de mercado que a primeira marca a chegar à mente dos clientes, dominará de saída cerca de dois terços do mercado. Ou seja, sua loja, quando é pioneira na exploração de certo nicho de mercado, ou no oferecimento de um novo serviço, etc., consegue um poderoso “share of mind”, isto é, uma imensa fatia da mente do consumidor. Essa posição, quando bem defendida, se torna, em curto prazo, praticamente imbatível na preferência daquele nicho de mercado, ou na prestação daquele serviço. Tudo isso me vem a propósito da divulgação dos resultados do “Top of Mind”, essa simpática pesquisa que anualmente se realiza, classificando

as marcas mais presentes na mente do consumidor. Dirigida por um Conselho, onde têm assento os dirigentes das principais associações de profissionais do Marketing e da Publicidade, a pesquisa apresenta todas as condições de respeito e credibilidade. O procedimento é simples e direto. O consumidor é abordado com perguntas do tipo: “Que marca lhe vem à cabeça quando se fala em .......?” (por exemplo, supermercado). O consumidor tem três segundos para responder, pois esse é o tempo necessário para que ele não tenha que pensar, e sim apenas dizer o que sua mente lhe ordena imediatamente. A cada ano os resultados trazem novas surpresas, embora sempre confirmem o fato de que a força de uma marca não vem apenas da propaganda, mas é o resultado de um conjunto de esforços que incluem qualidade, bons serviços, preços, criatividade, e etc. Sem dúvida, haverá quem diga que esses números não significam muita coisa, que pesquisa é sempre uma coisa incerta, que tudo depende de quem foi entrevistado, etc. Para quem conhece metodologia de pesquisa e a seriedade com que esta é realizada, esses números, entretanto representam uma fotografia da realidade do mercado. São, no mínimo, um instrumento

de análise para os detentores das marcas. Se algumas avançam e outras retroagem, há que se pensar no assunto. Que estará acontecendo? O que meu concorrente está fazendo para crescer? Onde estou errando, se minha marca está sendo esquecida? Que fazer agora para retomar, ou conquistar, uma melhor fatia na mente de consumidor? Foi-se o tempo em que a gente conseguia fidelidade apenas tentando satisfazer o cliente. O cliente agora é insaciável, não se satisfaz definitivamente com nada. A cada dia quer mais: mais opções em produtos e serviços de qualidade, melhor preço, mais facilidade na compra, mais inovação, e por aí vai. Estes são alguns dos novos valores exigidos pelos clientes. E se sua loja sai na frente, oferecendo vantagens reais, sua marca vai tomando conta de espaços cada vez maiores na mente do cliente. Nada acontece no mercado por acaso. Tudo tem causa, tudo tem consequência. Tudo, portanto, requer análise e consequente estabelecimento de objetivos a alcançar, estratégias e táticas de conquista. Quem tem olhos para ver, que veja. Quem tem ganas de vencer, que aja,...e aja rápido!

PEDRO MORAES

ção, Extrativa Mineral, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Administração Pública.

Construção Civil foi a principal responsável pelo resultado na Bahia, com a geração de 1.563 empregos.

SALVADOR A capital baiana registrou a criação de 10.051 mil empregos formais em 12 meses, até junho, também segundo dados do Caged. Os números posicionam Salvador como a cidade que mais gerou postos de trabalho com carteira assinada entre as capitais do Nordeste. O índice do Caged representa a diferença entre admissões e desligamentos contabilizados. Os setores de destaque na criação dos novos postos foram Serviços (6.283), Construção Civil (4.108) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (341). Na contramão, tiveram baixas as áreas de Indústria de Transformação (-571), Comércio (-58) e Agropecuária (-25), Administração Pública (-19) e Extrativa Mineral (-8). Agosto de 2019 | Vilas Magazine | 37


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Veja o que muda no benefício por incapacidade com a reforma

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aposentadoria por invalidez, benefício pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aos segurados incapacitados para o trabalho, ficará bem menor quando as novas regras da reforma da Previdência entrarem em vigor. O benefício vai mudar de nome e passará a se chamar aposentadoria por incapacidade permanente. O cálculo, que hoje considera 100% da média salarial do trabalhador, também vai mudar. A primeira redução ocorrerá na média salarial, que será calculada com todas as remunerações do segurado em reais. Atualmente, há o descarte dos 20% menores valores. Só os 80% maiores entram no cálculo. Depois, o INSS passará a considerar um percentual de 60% sobre essa média, para quem tem até 20 anos de contribuição. O benefício só será maior se o segurado tiver mais do que 20 anos obrigatórios. A cada ano extra serão acrescentados 2%. No mês de abril, segundo o Beps (Boletim Estatístico da Previdência Social), 28.290 aposentadorias por invalidez foram concedidas pelo INSS, das quais 16.534 para homens, ou 58,44%. O boletim não detalha o tempo de contribuição dos segurados quando começaram a receber o benefício. Até então, isso não era relevante na aposentadoria por incapacidade. Com a reforma, passa a ser. Os auxílios-doença mudam menos, mas também ficarão diferentes quando as novas regras entrarem em vigor. A PEC da reforma não altera a regra de cálculo. Porém, segundo a secretaria de Previdência do

Ministério da Economia, a média usada como base para o benefício também passa a considerar 100% das contribuições, e não mais 80%. O cálculo do auxílio é previsto em lei e segue igual.

VOTAÇÃO SERÁ ESTE MÊS A reforma da Previdência foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados. A próxima etapa, que prevê uma passagem pela comissão especial que analisou a proposta do governo e, depois, a votação em segundo turno no plenário da Casa, será iniciada este mês. A proposta de emenda constitucional ainda será analisada no Senado. Agora que o primeiro turno foi encerrado, novas mudanças no texto só podem retirar trechos da medida. Fernanda Brigatti / Folhapress. DEPOSITPHOTOS

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Jaime de Moura Ferreira Ad­mi­nistrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com

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Caminhos

odo ser humano percorre um caminho para alcançar um resultado. Dessa forma, movimenta-se. Essa direção deverá ser boa ou ruim, pois a vida é constituída dessas duas qualidades e os seus efeitos serão alvissareiros ou não, a depender do desenvolvimento que se traça. Quando se toma o caminho para o sucesso, é necessário que o ser humano obedeça as regras sociais, espirituais e os valores ditados pela sociedade, cumprindo a realidade que se vive. Para atingir o objetivo do sucesso os viventes têm que acessar um caminho sem volta e caírem nas graças da humanidade, pois é ela que fará essa aprovação. Do mesmo modo, o carisma utilizado pela pessoa que está caminhando, faz ressuscitar a influência e admiração pelos observadores, criando uma simpatia para julgadores e, com isso, agradar à maioria. Uma coisa é muito certa: para trilhar o caminho do êxito e agradar todas as pessoas, necessário se torna ter persistência e andar de acordo com ela. Charles Chaplin, ator, diretor, produtor, humorista, empresário e escritor britânico (1889-1997) disse “a persistência é o menor caminho do êxito”. Vale lembrar que o rumo não acontece, tão somente, na atuação dos princípios humanos, pois esse começo pode ser mudado, por interesses próprios ou de terceiros e aceitos pela pessoa que caminha. Quando se refere à religião católica, Jesus disse, segundo a Bíblia Sagrada: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Para alguns que absorvem essa frase, tem-se: o caminho da verdade é vida.

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Seguindo esse pensamento, o ser humano deveria, entre outros, praticar a fraternidade, a verdade, o respeito e o despertar da alma e do coração. Cumprindo as boas leis da sociedade, traça-se o caminho, principalmente de “abrir as portas” para os que mais precisam. O caminhar ocorre, também, quando se faz exercícios físicos, para se ter um corpo saudável e prolongar o encontro inevitável com a morte. No nosso caminho enfrentamos a pobreza, que tanto pode ser do bolso ou da alma. Lembremos que o caminho pode se transformar em servidão, quando os viventes derrapam dos seus princípios e passam a praticar as degenerações das leis determinadas pela sociedade. Todo caminho leva a algum lugar e é impossível movimentar-se sem marcar esse acesso, que pode ser, a livre arbítrio, positivo ou negativo. “Para se construir o caminho, deve-se caminhar”. Vale lembrar que se deve cuidar da natureza, pois ela foi elaborada pelo Criador (flora e fauna), para nos atender e jamais esquecer que “a maior das árvores já foi semente”. As experiências vividas, em um determinado caminho, podem ter ‘pegadas’ profundas ou superficiais. Depende da nossa escolha. Devemos acordar para o tempo, que não para e as oportunidades que nele iremos encontrar. O importante é, ao chegarmos no final da vida, olharmos para trás e percebermos uma história de vida que nos honre e dê satisfação para os outros. E para finalizar, não esquecer do caminho dos estudos, de acordo com as possibilidades da escola, dos professores e da família.


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