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Chapada Diamantina
Ano 20 | Edição 234 Julho de 2018 32.000 exemplares
FOTO: DELUNA
A Revista de Lauro de Freitas e Região
Com área maior que a Suiça, a Chapada Diamantina ostenta uma beleza cênica ímpar. Considerada o berço das águas da Bahia, nascentes e rios abastecem dezenas de municípios, em meio a vales, cânions, quedas d’água e montanhas esculpidas há bilhões de anos pela água e pelo vento. Há espaço tanto de curtição quanto de contemplação, com trilhas e lugares perfeitos para, é claro, um mergulho em águas cor de cobre.
Diretor TĂŠcnico: Dr. Airton Ribeiro da Silva Filho - CRM: 10652
EDITORIAL APELO PELA TOLERÂNCIA É julho e estamos a caminho de soluções para a vida do país. Podia ser apenas um otimismo despropositado, mas o horizonte está no calendário: outubro. É quando cessa a indefinição sobre o futuro político e, consequentemente, econômico – que é o que de fato interessa. Ao fim e ao cabo, o eleitor quer é a economia em pleno funcionamento, não importa quem ocupe os gabinetes de Brasília. Para isso é necessário estabilizar o cenário político, encerrando uma disputa iniciada mais de dois anos antes da eleição, desde que o último vice-presidente eleito chegou ao Palácio do Planalto. Até lá, compasso de espera, com a recomendação de manter a cabeça fria numa campanha eleitoral que promete tensão acima da média. Pela primeira vez teremos extremos – para não dizer extremistas – em disputa direta. O corpo-a-corpo mais próprio das campanhas municipais, em que a vizinhança se engalfinha por um candidato ou outro, tende a ganhar escala nacional. Certas militâncias nada ideológicas, contaminadas pelo clima de guerra aberta que há anos se desenvolve, estão e estarão expostas à boataria de Whatsapp, que propaga todo tipo de bobagem – e sem contraditório. Isolado na sua própria esfera de “opinão”, esse eleitor alimenta-se do que supõe serem verdades. Basta que estejam de acordo com aquilo em que ele já acreditava. No país recordista mundial dos linchamentos cada vez mais gente confunde violência com justiça, opinião com fato. E muita sorte teremos se isso não acontecer de má fé. A tradição nacional é, tristemente, de desrespeito aos direitos humanos. Admite-se serenamente a violência, desde que não nos atinja. Admitimos a extrema miséria do outro, como se de uma lei natural se tratasse. O abismo socioeconômico que separa larga parcela de brasileiros e assusta os estrangeiros em visita ao país está na raiz de todos os nossos problemas, mas não alcançamos compreender isso porque o outro, no Brasil, é cada vez mais um inimigo a abater e não um vizinho a acolher. Somado à percepção de que o Estado é incapaz de prover segurança ou emprego, esse padrão de comportamento resulta numa cultura de resolução de conflitos por meio de mais violência – e daí, inclusive, os linchamentos. Na esfera política, de uns anos para cá também se trucida gente em praça pública. O que deveria ser uma arena de conciliação por meio de debate transformou-se num circo romano em que alguém é ocasionalmente atirado aos leões para satisfação de uma plateia ignorante. Isso precisa ter fim. EXPLICANDO A VIA METROPOLITANA A abertura ao tráfego da nova Via Metropolitana pode produzir resultados imediatos no trânsito da cidade, com reflexos positivos em todas as vias que, direta ou indiretamente, vão desaguar na avenida Santos Dumont, a Estrada do Coco. Quem trafega entre o Litoral Norte e Salvador, nos dois sentidos, tem todos os motivos para optar pelo percurso da nova estrada em vez de se atolar no congestionamento urbano de Lauro de Freitas. Do acesso na BA-099, em Catu de Abrantes, até os viadutos do aeroporto são cerca de 16 Km de percurso, feitos em cerca de 14 minutos – se tanto, respeitando a velocidade máxima de 80 Km/h. Por dentro de Lauro de Freitas seriam cerca de 10 Km feitos no dobro ou no triplo do tempo, dependendo do congestionamento do dia. A economia de combustível por larga margem compensa os 6 Km a mais da Via Metropolitana. Essa conta precisa ser intensivamente explicada aos usuários da Estrada do Coco. Além disso, a rota de Salvador para o Litoral Norte pela Via Metropolitana tem que ser claramente sinalizada antes mesmo do acesso a São Cristóvão pela avenida Paralela. COMÉRCIO INFORMAL A desordem urbana caracterizada pelo comércio informal, resultado do cenário ecoCarlos Accioli Ramos nômico atual, não é apenas injusta com quem paga taxas e impostos, mas ilegal e por isso Diretor-editor merece a ação fiscalizadora do poder público. Necessário sublinhar que as normas municipais para estabelecimento de comércio não se destinam a arrecadar tributos, mas a organizar a vida urbana, evitando, por exemplo, que uma barraca qualquer ocupe praça pública ou as calçadas, destinadas para outro fim. Julho de 2018 | Vilas Magazine | 3
CENA DA CIDADE
O rio Sapato, livre de baronesas, em frente ao Vilas Tenis Clube: última limpeza do trecho havia sido pouco antes do réveillon.
A revista de Lauro de Freitas & Região
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Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gratuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais de Lauro de Freitas, Estrada do Coco e região (Busca Vida, Abrantes, Jauá, Jacuípe, Guarajuba, Stella Maris, Praia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Editora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publicadas nesta edição, por qualquer me io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Direitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e credi bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a veiculação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine utiliza conteúdo editorial fornecido pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Magazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas registradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.
Registros & Notas Number One Vilas integra novo grupo educacional
Rotary Club Lauro de Freitas empossa novo Conselho Diretor para a gestão 2018/19
Em junho de 2017 os empresários Flávio Augusto Silva e Carlos Wizard Martins adquiriram o controle acionário da rede de franquias Number One, dando origem ao Grupo Wiser Educação, que já conta com a marca Wise Up, passa a operar com 455 escolas e a meta é atingir mil unidades em 2020. I n a u g u ra n do esta nova fase, a Number One Vilas do Atlântico traz um novo curso direcionado a o p ú b l i co adulto, com metodologia diferenciada, que além de ensinar inglês em 24 meses, é baseada em um conteúdo exclusivo sobre oratória, coaching, negociação, liderança, planejamento estratégico, empreendedorismo e disciplinas, que colaboram com o crescimento pessoal e profissional do aluno. Acima, Renato Façanha Sampaio (esq.)diretor do Number One Vilas do Atlântico e Flávio Augusto, um dos empresários mais admirados no Brasil, dono da Wiser Educação na qual a Number One faz parte junto com a Wise Up.
O Rotary Club Lauro de Freitas renova seu Conselho Diretor, para a gestão 2018/19, tendo na presidência o escritor Marivaldo Paixão (dir.), funcionário aposentado da Petrobrás. Rotariano desde junho de 1999, esta é a segunda vez que Marivaldo assume a presidência do clube de serviço, tendo ainda exercido diversos cargos nas demais gestões. É soteropolitano, poeta, escritor, cantor e compositor. Casado com a artista plástica Iraci Paixão, é pai de três filhos e avô de cinco netos. Foi membro da Federação Baiana de Escritores, da Academia de Letras Castro Alves e fundador do Grupo Cultural Pórtico. Participou do Movimento Cultural do Centro de Arte Deraldo Lima. É membro da Academia de Cultura da Bahia, fundador e o primeiro presidente da Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas - ALALF, na gestão 2010/12, ocupa a cadeira número 2, tendo como patrono o escritor Jorge Amado e atualmente é diretor administrativo da instituição. O novo Conselho Diretor do Rotary Club Lauro de Freitas está assim constituído: Presidente: Marivaldo Batista da Paixão; Vice-presidente: Sonia Carolina Garcia Mota; Secretário: Otávio Luiz Gaino; Tesoureiro: Filadelfo Matos; Diretor de Protocolo: Leandro Andrade Reis Santana; Diretora de Desenvolvimento do Quadro Associativo: Rita Franco Bispo de Carvalho; Diretor de Administração do Clube: Milton Ribeiro de Freitas; Diretora da Comissão de Projetos Humanitários: Janeide Maria Borges de Oliveira; Diretora de Imagem Pública: Mayra Virginia Sesti Paz; Diretora de Fundação Rotária: Suely de Melo Calixto Caldas; Diretor de Novas Gerações: Gilberto Agostinho de Almeida; Diretor de Patrimônio: Roberto Margalho Mascarenhas. Conselho Fiscal: Jaime de Moura Ferreira, Antônio Carlos de Souza Santos e Luís Aparecido Cardoso.
PROJETO CRESCER Os atletas da equipe de judô do Projeto Crescer vêm trazendo resultados satisfatórios para a instituição. Desde a abertura das aulas em 2015, foram mais de 40 medalhas distribuídas entre os três primeiros lugares em competições oficiais. Quatro dos atletas foram considerados melhores do ano pela Federação Baiana de Judô em 2016/2017, com participação ativa da equipe em campeonatos estaduais no Rio de Janeiro, Espírito Santo e na Bahia. O Projeto Judô para Todos tem como objetivo ampliar e consolidar as ações socioeducativas realizadas pelo Projeto Crescer através do
esporte. Visando atender 60 atletas que necessitam de ajuda para participar das competições, as organizações, pessoas físicas e demais colaboradores, podem patrocinar um dos atletas da instituição. “Acreditamos que através do esporte nossas crianças e adolescentes poderão se fortalecer pessoalmente para enfrentar os desafios da vida. Estamos promovendo a cidadania, a garantia e preservação de direitos individuais e coletivos”, ressalta a coordenadora institucional do Projeto Crescer, Raimunda Araújo. Interessados em patrocinar um atleta podem entrar em contato pelo telefone (71) 3288-3503. Julho de 2018 | Vilas Magazine | 5
Registros & Notas Estudante de Lauro de Freitas representa a Bahia em conferência de meio ambiente LAERTE SANTANA
Misael Oliveira Barbosa, 13 anos, da Escola Municipal Ipitanga, representou a Bahia e Lauro de Freitas na fase nacional da 5ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), que aconteceu no mês passado em Sumaré (SP). “Implantar a cultura da sustentabilidade na
LANÇAMENTO LITERÁRIO 1 O estudante João Pedro Magalhães Macedo, 16 anos, lança o seu primeiro livro dia 21, às 16h, na Livraria Leitura do Shopping Salvador Norte. João Pedro cursa o 2º ano do ensino Médio Técnico em Suporte e Manutenção a Informática, no CEEP-TIC em Lauro de Freitas. 6 | Vilas Magazine | Julho de 2018
sociedade para garantir o uso adequado da água em gerações futuras” foi o argumento do estudante no projeto apresentado à conferência, que tinha como tema “Vamos Cuidar do Brasil Cuidando das Águas”. Para chegar à fase nacional, o estudante do 8º ano passou por uma seleção municipal e depois foi escolhido na etapa estadual entre mais de 150 representantes de toda a Bahia. Nestas etapas, as votações pela escolha dos melhores projetos foram feitas pelos próprios estudantes. Ao todo foram eleitos 19 delegados para compor a comitiva baiana. A proposta de Misael é realizar um trabalho sobre “O Uso Racional da Água nas Escolas”, proporcionando à comunidade escolar noções de sustentabilidade
e cidadania. Para ele, “a falta de água é um problema recorrente aqui na cidade”. O estudante quer “promover hábitos sustentáveis em benefício do meio ambiente”. E acrescenta que “na prática, pensamos em fazer a captação da água da chuva, tratá-la com equipamentos adequados e reutilizar aqui na escola”. A Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente é uma iniciativa do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), constituído pelo Ministério da Educação (MEC) e Ministério do Meio Ambiente (MMA). Trata-se de um processo pedagógico, dinâmico, de diálogos e encontros, voltados para a valorização da cidadania ambiental nas escolas e comunidades, com o objetivo de mobilizar estudantes, adolescentes e jovens de todo o país visando promover a reflexão a partir da educação ambiental crítica, participativa, democrática e transformadora.
LANÇAMENTO LITERÁRIO 2 Sabe aquelas ideias massas que volta e meia aparecem na Internet? Pois é, Juliana D’Ávila, pernambucana de 36 anos, teve um desses insights. Em fevereiro deste ano ela pensou em como fortalecer a relação dos filhos, Pedro e Giovanna, de oito e três anos, com a leitura, e criou um perfil na Rede Social Instagram, o @amorelivro. Suas publicações abordam o universo que permeia a leitura e outras formas de estimular a cultura. Dicas de livros, indicações de editoras e também de outras mães, relatos de como estimular a leitura desde que as crianças nascem, sugestões de como trazer as crianças para os livros, enfim. Juliana mostra que existe vida para além de videogames, e que ela pode ser fantástica. Em quatro meses, o perfil já possui mais de 6.500 seguidores e os filhos de Juliana já leram mais de 100 livros. Moradora de Lauro de Freitas há mais de sete anos, com o marido Luis e os filhos, Juliana lança este mês uma nova fase do seu projeto: o livro Senhor Pança e o Patinete. Formada há 13 anos em Ciências Contábeis e especialista em Finanças e Controladoria, Juliana uniu o amor a literatura infantil à sua formação, para contar a história de um garoto e relação com o dinheiro, a importância de aprender a poupar e de ter um objetivo. “O livro traz muito da minha experiência com meus filhos. Sempre tive o cuidado de orientá-los para o bom uso do dinheiro, e acho super importante que isso seja compartilhado com outras crianças”, destaca. Publicado pela editora Inverso, o lançamento será no dia 21, na livraria Nobel, em Lauro de Freitas (Av. Praia de Pajuçara - prédio da Ebateca).
Brahma Kumaris de Vilas do Atlântico recepciona estudioso da mente humana O britânico Mike George, autor best-seller e especialista no funcionamento da mente, veio ao Brasil no final de maio e lançou o seu novo livro “O Sistema Imunológico da Alma”, pela Editora Vozes e esteve em vários Estados . No centro de retiro da Brahma Kumaris em Vilas do Atlântico, acompanhado pela coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, Luciana Ferraz, o escritor palestrou para 120 pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer esse
profundo estudioso da mente humana. Ele tem a convicção de que a postura mental de cada um é o fator que determina o sucesso na vida, seja interior ou exterior. Cabendo a nós mergulhar fundo no entendimento dessa faculdade interior chamada pensamento. O escritor explora há 30 anos esse tema além de outros, como estresse, meditação e autoliderança, em palestras, seminários, workshops e retiros para mais de 250 mil pessoas. Numa combinação única de insight, sabedoria e humor, reúne as três vertentes chaves do século 21 - inteligência emocional, desenvolvimento de liderança e ‘desaprendizado’ contínuo. Mike George é autor de 14 livros best-sellers sobre transformação pessoal que foram traduzidos para 15 idiomas. Alguns deles foram publicados no Brasil: Mind sets, Viva com Sabedoria, Viva Melhor, “Os Setes Mitos Sobre o Amor”, “Aprenda a Relaxar”, e “1001 Meditações”.
Pequenos focados em artes marciais Foi realizado em 9 de junho, na Unime em Lauro de Freitas, o 2º campeonato AKTKD de Taekwondo. O evento estadual, com três modalidades – Luta (Kyorugui), Quebramento (Kiokpa) e Sequência (Poomsae) –, teve a participação de aproximadamente 250 atletas de Salvador e cidades do interior, entre de crianças, jovens e adultos. Foi o primeiro evento da modalidade na Bahia do qual participou uma criança autista, a atleta Andressa Kelly. Presente no evento o presidente da Federação estadual de Taekwondo, o grão-mestre José Carlos Teixeira, o presidente da Federação de Muay Thai, o mestre Marcos Araújo, o presidente da Federação de Hapkido, o mestre Marcus Loureiro, além do secretário de Esportes de Lauro de Freitas, Wilson Souza. O Centro de Artes Marciais AKTKD, de Vilas do Atlântico, sagrou-se bicampeão no geral.
Acima (a partir da esq.), Rodrigo Porto, Pedro Henrique, Pedro Gentil, Kaua Vinhas e Kalebe Gonçalves. Ao lado, Andressa Kelly
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ESPAÇO ABERTO
Lamento e tenho vergonha Adenáuer Novaes
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amento e tenho vergonha de meu país, pois seus políticos, escolhidos democraticamente pelo povo, portanto, por mim também, comportam-se de forma inadequada e em desacordo com a ética. Faltam ao povo e aos políticos a consciência sobre quais são os fundamentos de uma nação. Lamento e sinto vergonha porque outros cidadãos, imitando-lhes o comportamento, justificando-se por causa deles, agem da mesma forma contaminando toda a sociedade da qual faço parte. Falta-lhes o exemplo de personalidades que sirvam de referencial ético, com valores forjados pelo trabalho, pelo empreendedoris-
mo e pela excelência profissional. Lamento e tenho vergonha pela violência que domina o dia a dia das pessoas que vivem com medo, transitando estressadas e fragilizadas, tornando sua vida social um espetáculo digno de um filme de terror. Faltam aos responsáveis pela violência civilidade, compaixão e obediência a autoridade, tanto quanto a paz interior. Lamento e tenho vergonha pela fome que atinge pessoas na cidade em que vivo, que mendigam e anseiam pela misericórdia alheia, desejando que suas vidas magi-
camente se transformem e encontrem uma saudável felicidade. Faltam melhores condições de vida, empregos e habitação digna. Lamento e tenho vergonha pela falta de escolas, que a educação seja um negócio e que permaneça em plano secundário, sem o protagonismo necessário para promover mudanças significativas na sociedade. Faltam políticas públicas que priorizem recursos para a educação básica e fundamental. Lamento e tenho vergonha pela falta de recursos e pela desorganização na área da saúde, em que as pessoas sofram e sejam deixadas entregues às suas dores, ao descaso sem assistência médica, nutricional e psicológica. Falta aos gover-
Direito constitucional de ir e de vir Alderico Sena
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cidadão que transita de veículo nas estradas deveria ter a garantia de retorno por um período de 24 horas quando passar por um pedágio, apresentando o cupom de pagamento, considerando o direito constitucional de ir e de vir. Os veículos que se deslocam para Feira de Santana, por exemplo, são obrigados a passar por três pedágios, em menos de 100 km e os que transitam pela Estrada do Coco, além de pagar um pedágio caro, não tem direito a qualquer cobertura em caso de emergência para os que trafegam pela Estrada da Cascalheira, com destino a Camaçari. O Ministério Público precisa apurar este desrespeito à Constituição Federal, considerando que está prevalecendo para a cidadania são deveres e
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não direitos. Na Constituição em vigor, a liberdade de locomoção está garantida pelo inciso XV do art. 5º, que assim dispõe: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. A locomoção apresenta quatro aspectos: um neutro, o direito de permanecer; três positivos, direito de deslocamento, a pé ou por veículos dentro do território nacional, o de sair e o de entrar no território nacional. É o chamado direito de ir e vir. Essa regra constitucional aplica-se tanto aos brasileiros quanto os estrangeiros (mas para esses, exige-se, também, para circular em território nacional, o passaporte). O direito à circulação é manifestação característica da liberdade de locomoção: direito de ir, vir, ficar, parar, estacionar. O direito de cir-
nantes a inteligência necessária para que entendam a importância de uma boa e bem aplicada previdência. Lamento e tenho vergonha pela falta de esgotamento sanitário que contribui para a proliferação de doenças, degradando a vida humana, sobretudo, nas comunidades menos favorecidas que vivem em habitações de risco. Falta aos governantes e políticos a humildade para que se ocupem do que não aparece nem dá voto. Meu lamento e vergonha devem-se à dificuldade em reverter tais condições e por não vislumbrar em curto ou médio prazo uma mobilização social capaz de fazê-lo. Não é agradável fazer parte de uma sociedade paralisada, estagnada e, por vezes, insensível aos graves problemas que a acometem. Tenho esperança de que meu lamento se junte a outros para que possamos aumentar a massa crítica daqueles que se esforçam, mais do que fazem a própria obrigação, para mudar nossa sociedade. Espero também continuar, enquanto lamento, trabalhando em favor de uma sociedade mais justa, igualitária e feliz. Sei que não estou sozinho. ADENÁUER NOVAES é psicólogo, escritor, filósofo e engenheiro. adenauernovaes@gmail.com
culação ou liberdade de circulação consiste na faculdade de deslocar-se de um ponto para outro pela via pública. Essas restrições, mesmo quando não forem explicitadas em determinado dispositivo garantidor da liberdade, são decorrentes do sistema adotado pela Constituição Federal, que deverão ser consideradas no exercício dos direitos assegurados pela Carta Magna. O direito de ir e vir tem, como todos os outros, como limite natural o direito do outro. Não pode alguém, com base no direito de ir e vir e permanecer, por exemplo, obstar a passagem de quem também esteja exercendo sua liberdade de circulação. Além desse limite natural, indispensável à convivência social pacífica, está esse direito limitado pela lei. Por fim, conclui-se que o direito à liberdade de ir e vir, garantido pelo inciso XV do art. 5º da Constituição Federal de 1988, não é absoluto, visto que está regimentado pelas normas de convivência social e nos termos do dispositivo constitucional em referência.
ABR Artes inaugura galeria no Shopping Villaverde A exposição “Sertão e Mar” do artista plástico Sérgio Amorim marcou a inauguração da Galeria ABR Artes, em Vilas do Atlântico, no Shopping Villaverde Street Mall, com um coquetel oferecido no último dia 08 de junho. Sérgio Amorim é natural de Itaberaba e possui obras espalhadas por todo o mundo. Nesta exposição, que permanecerá até 31 de julho, o artista através do seu estilo, usando espátula em óleo sobre tela, mostra cenas do cotidiano sertanejo, vaquejadas, relembrando também os saveiros que por muito tempo foram cartão postal da antiga Salvador. Com esta exposição, segundo José Abreu, Administrador da ABR Artes, “inicia-se aqui em Vilas do Atlântico um ciclo de valorização dos mestres e dos novos talentos da arte de nossa região”. Abreu informou que a ABR Artes possui também um espaço de treinamento dedicado a difundir a arte através de palestras e oficinas, que podem estimular a criatividade e aproximar pessoas que compartilham o mesmo interesse.
Sérgio Amorim com José Abreu
Abreu comentou também que algumas obras da exposição “Sertão e Mar” podem ser vistas na área de convivência da Academia Ecohit, onde os seus alunos, além de cuidarem do seu bem estar, através de atividades físicas, poderão apreciar um pouco da arte de Sérgio Amorim.
ALDERICO SENA é especialista em gestão de pessoas e coordenador de Pessoal da Assembléia Estadual Constituinte de 1989. aldericosena@gmail.com
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q EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE LAURO DE FREITAS
Emancipação política garantiu desenvolvimento há 56 anos
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inquenta e seis anos depois de emancipada – a comemorar em 31 de julho – e Lauro de Freitas é cada vez mais uma extensão de Salvador, como se fosse mais uma região da capital. A conurbação não deixa alternativa e esfumaça os limites, que deixam de fazer sentido na vida prática da população – a não ser pela diferença no valor de IPTU que cada município cobra. O crescimento populacional das grandes cidades brasileiras transformou os desafios urbanos em problemas metropolitanos, envolvendo os vários municípios do entorno. Não por acaso, são cada vez mais comuns as instâncias de gestão intermunicipais – e mais ainda as metropolitanas, sugerindo inclusive uma gestão centralizada. Os governos estaduais têm assumido o papel de gestores metropolitanos onde não há outro recurso, mas continua ausente o planejamento urbano conjunto. Além disso,
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no que se refere por exemplo à mobilidade na Região Metropolitana de Salvador e conforme destaca um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2014, “as articulações mais desenvolvidas em âmbito institucional se restringem aos municípios de Salvador e Lauro de Freitas”. Essa cooperação específica está relacionada à implantação da linha 2 do metrô, que deverá seguir até a metade da avenida Santos Dumont, onde está em construção um shopping center. Embora inclua no sistema o transporte público rodoviário, o metrô não tem uma gestão uniforme dessa integração. Em função de um limite municipal qualquer, subitamente uma linha de ônibus deixa de ser “urbana” e passa a ser “metropolitana” – embora nem a paisagem mude e sem que a realidade do transporte de passageiros o exija. Nem sempre foi assim. Em 1962, quando o distrito de Santo Amaro de
Nivaldo Santos Nery na praça da Matriz, hoje urbanizada: filho do juiz de paz que deu posse aos primeiros vereadores eleito Ipitanga foi emancipado de Salvador e passou a se chamar Lauro de Freitas, o transporte para a capital exigia uma verdadeira viagem. “O ônibus era a marinete de João Expresso, de Portão”, conta Nivaldo Santos Nery, 74 anos – que na época tinha 17. A autonomia política e administrativa teve vantagens objetivas para a localidade, conta Nery. A rua Romualdo de Brito, uma das principais do Centro de Lauro de Freitas hoje, era de barro há 56 anos. Foi numa casa dessa rua, antigamente de
O primeiro prédio da prefeitura nos anos 60 e hoje, ocupado pelo Banco de Serviços: autonomia administrativa é cada vez mais relativa
palha, que ele e seus nove irmãos nasceram e onde ainda hoje a família mora. Depois da emancipação, a chamada “rua da lama” logo foi “patrolada”, por intervenção política local. Os primeiros vereadores eleitos foram empossados pelo pai de Nivaldo Nery, que era Juiz de Paz em Santo Amaro de Ipitanga. Jaime da Silva Nery veio de Amargosa para Santo Amaro de Ipitanga em 1941, como tantos outros, para trabalhar na Base Aérea da Aeronáutica, sob orientação de militares americanos, interessados na infraestrutura em meio à Segunda Guerra Mundial. Outras bases no litoral do Nordeste foram cedidas aos americanos na época, em troca de equipamentos militares e do financiamento da construção da primeira usina siderúrgica brasileira, em Volta Redonda (RJ). O Brasil só romperia com a Alemanha um ano mais tarde. Em 1941, conta Nery, os trabalhadores moravam em barracas nos limites da Base Aérea, onde hoje existe a rótula que dá acesso a um dos portões e à avenida Dois de Julho, atrás do Restaurante Popular. Ainda hoje uma área sujeita a alagamentos por causa do córrego que passa ali, a área foi desocupada quando houve a primeira enchente com moradores no local. “Alguns ficaram em Santo Amaro” – mais acima, subindo a ladeira da Igreja
Matriz – “enquanto outros se mudaram para São Cristóvão, que na época se chamava Cascalho – assim contava minha avó”, diz Nery. Já Santo Amaro de Ipitanga, para os trabalhadores da Base Aérea, era “a Guaximba”, nome que se dava a qualquer localidade nas proximidades de áreas militares. Os moradores eram chamados de “guaximbeiros”. Jaime da Silva Nery mudou-se naquela época para a rua do fogo, nome que se dava a uma das ruas no início da atual avenida Luiz Tarquínio Pontes. Depois comprou, “por um conto e quinhentos”, a casa de palha onde viria a criar a família. Toda a “rua da lama” tinha casas de palha. O desenvolvimento inicial de Santo Amaro de Ipitanga esteve intimamente ligado à vida militar. O primeiro prefeito, Celso Alves Pinheiro da Silva, nascido em Cachoeira de São Felix, foi enfermeiro da Base Aérea. Amarílio Tiago dos Santos, filho da terra que perdera a primeira eleição, governou apenas dois anos – acabou cassado pela Câmara Municipal. A partir de 1973, com a posse do prefeito biônico Ismael Ornelas Farias, indicado pelo regime militar, a influência da
Calçamento de ruas no Centro de Lauro de Freitas nos anos 70: influência da Base Aérea
Base Aérea só aumentou. Lauro de Freitas havia sido designada “área de segurança nacional” um ano antes. O próprio Ornelas trabalhou por décadas na Base Aérea. Nery conta que certa vez, já nos anos 70, o comandante da Base perguntou a sua esposa, Lindóia, que também era da Aeronáutica: “Ornelas já calçou a sua rua?”. E foi então que a lama se foi. Calçaram desde certa esquina “até este poste”, em frente à casa da família, conta Nery. O Coronel então teria perguntado ao prefeito: “Ornelas, já calçou a rua de Lindóia?”. O prefeito confirmou, mas deixou claro que fez só ate à metade. A emancipação “fez uma diferença” na cidade, diz. Os vereadores passaram a dar apoio ao pessoal do comércio, por exemplo. As verbas públicas passaram a desempenhar um papel importante na criação de empregos, sobretudo públicos. Antes disso, Santo Amaro de Ipitanga contava apenas com Abelardo Andrea, militar do Exército e vereador de Salvador até 1951, que apadrinhava o distrito na Câmara da capital. Há uma rua com o nome dele no Centro de Lauro de Freitas. Hoje, resolver os problemas de mobilidade de Lauro de Freitas exige mais do que um comandante bem intencionado: é preciso ter verba federal e obras do estado para abrir novas estradas e trazer o metrô.
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q CIDADE
Transbordo da estação Aeroporto fica para agosto mas bicicletário gratuito já está em funcionamento
O
terminal de ônibus que fará as operações de transbordo para a estação Aeroporto do metrô deve ficar pronto “no mais tardar na primeira semana de agosto”. A previsão é do governador Rui Costa (PT), feita durante a inauguração da passarela da estação Mussurunga, no início do mês passado. O terminal de transbordo vai receber os ônibus da Região Metropolitana e potencializar o uso da estação Aeroporto – ainda abaixo da expectativa. O aumento do 12 | Vilas Magazine | Julho de 2018
número de usuários em horários de pico é essencial para viabilizar a extensão da linha 2 até a estação Lauro de Freitas, no Km 3,5 da avenida Santos Dumont, onde está em construção um shopping center. Para começar a discutir a extensão, a concessionária precisa verificar seis mil passageiros por hora-pico durante seis meses consecutivos na estação Aeroporto. Alcançar essa meta depende fundamentalmente de uma integração eficaz entre o transporte público rodovi-
ário local e a estação Aeroporto. Depois disso a CCR Metrô Bahia, concessionária do sistema, tem mais seis meses para apresentar estudos e então obter a autorização do governo para começar as obras. Os termos fazem parte do contrato de concessão. BICICLETÁRIOS Os bicicletários de algumas das estações do metrô, que permitem que os usuários deixem as bicicletas, gratuitamente,
mais de 72 horas consecutivas são removidas e doadas pela CCR Metrô. Já são cinco as estações com bicicletário na Linha 1 – Bonocô, Acesso Norte, Retiro, Bom Juá e Pirajá – e duas na Linha 2 – Detran e Aeroporto. Mais dez bicicletários serão entregues no futuro próximo, de acordo com Hamilton Trindade, gestor de Operação e Atendimento da CCR Metrô. O cadastro para uso gratuito do bicicletário requer documento com foto do responsável. Se outra pessoa utilizar a mesma bicicleta, os dados desse segundo usuário também deverão constar no cadastro. O horário de funcionamento dos bicicletários é o mesmo das estações de metrô, das 5h à meia-noite.
Construção do terminal de transbordo para a estação Aeroporto: essencial para aumentar o número de passageiros no metrô. Bicicletários estão em operação em sete estações do metrô, inclusive Aeroporto. Aos sábados, domingos e feriados é possível embarcar com as bicicletas no último vagão de cada trem
VÁ DE BIKE Os ciclistas contam com uma opção a mais nos fins de semana, quando é permitido o embarque das bicicletas no metrô. A estação Aeroporto é uma das que registram maior número de embarques de bicicletas – que só pode ser feito pela última porta do último vagão – ao lado de Lapa, Pernambués e Imbuí. O limite são duas bicicletas por trem. A campanha Vá de Bike vale para os sábados a partir das 14h e nos domingos e feriados durante o dia inteiro. Em execução há dois meses, só no primeiro mês a CCR Metrô registrou 150 bicicletas, em média, nos fins de semana. Os domingos registraram o maior pico de utilização, com 77% da demanda. Os outros 23% do movimento ocupam os sábados e os feriados. O Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas completou no mês passado quatro anos de operação, transportando cerca de 330 mil usuários por dia e alcançou a marca de 100 milhões de passageiros transportados desde o início das operações. Com um acréscimo de 14,4 Km e oito novas estações em 2017, o metrô foi responsável por quase 50% do crescimento da rede de transporte de passageiros sobre trilhos do Brasil, de acordo com dados da ANP Trilhos. Hoje, o modal possui 33 Km de extensão, 20 estações, sete terminais de integração com ônibus e duas linhas em operação, com mais de 800 viagens diárias. Dezesseis passarelas de acesso às estações e entornos também foram implantadas e revitalizadas e outras três estão em fase final de implementação. ELÓI CORREA
em um local seguro e adequado, também podem ajudar a aumentar o número de passageiros. A estação Aeroporto conta com um deles. Após se cadastrar com um dos funcionários da estação, o usuário, acompanhado de um agente de atendimento, pode deixar a bicicleta em uma das vagas, com um dispositivo de segurança, como correntes ou travas com segredo. Não há tempo máximo de permanência diária, mas as bicicletas deixadas no local por Julho de 2018 | Vilas Magazine | 13
q CIDADE
Opção pela Via Metropolitana não custa mais caro a motoristas
J
á estão abertos ao tráfego os 11,2 quilômetros da Via Metropolitana, por onde devem passar mais de 15 mil veículos por dia, de acordo com o governo do Estado. O trecho liga o Km 8 da BA-099 (Estrada do Coco), em Camaçari, ao Km 5 da BA-526 (CIA-Aeroporto). De acordo com o governador Rui
Costa (PT), não haverá dupla cobrança de pedágio para quem trafega do litoral norte em direção a Salvador. “inicialmente haverá uma operação manual, com ticket, mas nós conversamos com a concessionária para fazer um processo automático”, revelou. A nova via será mantida pela Conces-
sionária Bahia Norte, que vai cobrar R$ 4,40 pelo pedágio de carros de passeio, furgões e picapes. Mas quem passar pelo pedágio em Jauá fica liberado de pagar na chegada à CIA-Aeroporto, se fizer o percurso no prazo de uma hora. No sentido oposto, de Salvador para o litoral norte, não há pedágio na Via Metropolitana. Na prática, não haverá custo acrescentado de pedágio para quem optar pela Via Metropolitana em vez de seguir por dentro de Lauro de Freitas, tanto na ida como na volta. Os quilômetros a mais no percurso poderão ser compensados pelo FOTOS: MANU DIAS
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A nova via, que liga a BA099 à BA-526: Santos Dumont fica para o tráfego local. Veja na próxima página, mapa com o traçado da nova rodovia u
trânsito fluido, poupando o combustível que seria gasto nos frequentes engarrafamentos da avenida Santos Dumont. Entre a BA-526 e a BA-099 há ainda um novo acesso a Lauro de Freitas, pela Rua Dr. Gerino de Souza Filho, próximo ao Jambeiro, que passa a ser uma opção para quem entra e sai da cidade por aquela região. Também foi criado um novo retorno para quem trafega da avenida Santos Dumont para Camaçari, pela Estrada do Coco, logo após a entrada de Busca Vida. O governo espera que parte do volume de veículos que hoje transita pelo sistema viário da avenida Paralela, Dorival Caymmi e Complexo Dois de Julho migre para a nova via, aliviando o trânsito no entorno do aeroporto. Construída com recursos da ordem de R$ 298 milhões, a via tem o duplo objetivo de desafogar o trânsito em Lauro de Freitas, liberando a avenida Santos Dumont – e criar um novo vetor de crescimento para a Região Metropolitana de Salvador (RMS). À margem da via está sendo construído o
Hospital Metropolitano. Ali também será erguido um novo bairro planejado. Município com maior índice de motorização da RMS, com 113,7 automóveis para cada mil habitantes, Lauro de Freitas supera até mesmo a capital (105,2), de acordo com uma pesquisa de mobilidade urbana da secretaria de Infraestrutura da Bahia realizada em 2012. Apesar disso, apenas 2,6% das viagens na RMS verificadas pelo mesmo estudo são originadas em Lauro de Freitas. Salvador contribui com quase 76%, seguida de Camaçari, com mais de 5% do total. A pesquisa mostra também que das 310 mil viagens com destino a Lauro de Freitas verificadas em junho de 2012 – quando foi realizado o estudo – mais de 100 mil eram trânsito externo e quase todas originadas em Salvador. A construção da Via Metropolitana foi adiantada em primeira mão pela Vilas Magazine em setembro de 2012. A revista revelou também o traçado, em 2014 e acompanhou a construção desde o começo de 2015. Julho de 2018 | Vilas Magazine | 15
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q CIDADE
Informalidade cresce e atinge em cheio a saúde financeira de empresas legalmente estabelecidas
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aumento do contingente de trabalhadores autônomos nos últimos doze meses na Bahia – 16,6% ou 48 mil pessoas – está ligado à maior presença de vendedores ambulantes e do comércio informal nas ruas, levando empresários a reclamar de um cenário de concorrência desleal e que acaba por minar a saúde financeira das próprias empresas. O fenômeno, reflexo da crise econômica que assolou o país nos últimos anos, tem ajudado a recuperar um pouco os níveis de renda das famílias e, portanto, também os padrões de consumo – mas é alvo de reclamações do comércio formal, que paga taxas e impostos. Apesar do emprego assalariado ter ficado praticamente estável no mesmo
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período, tanto no setor privado quanto no público, nas empresas reduziu-se o número de assalariados com carteira assinada – menos 17 mil trabalhadores. Em contrapartida, elevou-se o contingente de trabalhadores sem registro em carteira – 19% ou 19 mil pessoas. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), do governo do estado. Ainda há 508 mil pessoas desempregadas na Região Metropolitana de Salvador – embora o número represente uma redução de cinco mil trabalhadores na comparação entre março e abril deste ano, representando uma taxa de desemprego total de 25,2% da População Economicamente Ativa (PEA). A taxa de
desemprego aberto caiu de 18,7% para 18,1%, mas a taxa de desemprego oculto aumentou de 7,0% para 7,1%. A taxa de desemprego aberto reflete o número de pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da pesquisa e não exerceram nenhum tipo de atividade nos sete dias anteriores. Já o desemprego oculto inclui duas formas: o desalento e o trabalho precário. Na definição da Fundação Seade e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o desemprego oculto por trabalho precário inclui as pessoas que, para sobreviver, exerceram algum trabalho, de auto-ocupação, de forma descontínua e irregular, mas procuram emprego nos 30 dias anteriores
ao da pesquisa ou até 12 meses antes. É desse contingente, principalmente, que vêm as pessoas que, para sobreviver, passam a vender, por exemplo, pizzas congeladas nas ruas. Mas há também quem se aproveite da fiscalização deficiente para instalar verdadeiras lojas nas calçadas, ocupando espaço público para explorar um comércio que nada tem a ver com desemprego ou trabalho precário. EMPREGO E RENDA A informalidade é uma característica das economias menos desenvolvidas de uma forma geral, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O efeito vale para a Bahia em relação ao Brasil, assim como para o Brasil em relação aos países mais desenvolvidos. Recente relatório da entidade, intitulado “Mulheres e homens na economia informal” revela que os empregos informais já representam mais de 60% das vagas em todo o mundo – uma tendência que a desregulamentação do mercado de trabalho, como a que ocorreu no Brasil, tende a acentuar. Em todo o mundo, há mais de dois bilhões de pessoas sem contratos fixos ou carteiras assinadas. E os dados não consideram pessoas fora do mercado de trabalho. A pesquisa destaca o óbvio: “a maioria das pessoas entra na economia informal não por escolha, mas como uma consequência da falta de oportunidades na economia formal e na ausência de meios de subsistência”.
A informalidade se altera fortemente quando observadas as condições socioeconômicas dos países. Enquanto nas economias mais ricas, a média de vagas informais fica em 18,3%, mas nos países em desenvolvimento e de menor renda o índice salta para 79%. Um trabalhador vivendo em uma nação com economia mais frágil tem quatro vezes mais chances de ficar em um posto informal do que aqueles em áreas com melhores indicadores. Na agricultura, a informalidade chega a atingir 93,6% dos trabalhadores, enquanto na indústria e nos serviços os percentuais caem, respectivamente, para 57,2% e 47,2%. A informalidade está vinculada também a determinadas modalidades de contratação. O fenômeno é mais comum em vagas de tempo parcial (44%), temporárias (60%) e na combinação dessas duas características (64%). Já em atividades de tempo integral, o índice cai para 15,7%. MINANDO EMPRESAS E TRABALHADORES Para a OIT, a informalidade traz como consequências a má qualidade do trabalho, a queda de rendimentos e a proteção social dos trabalhadores. Mas também tem impactos no conjunto da economia, minando a sustentabilidade das empresas, tensionando negativamente a produtividade e afetando a arrecadação
dos governos. Promover a sustentabilidade de empresas que oferecem vagas de qualidade e prevenir estímulos ao crescimento de empregos informais são duas das medidas recomendadas para enfrentar o quadro da informalidade e alcançar o objetivo estratégico do “trabalho decente”, defendido pela OIT. Nas Américas, apenas a Guiana e o Haiti têm programas nacionais de promoção do trabalho decente. No Brasil, a reforma das leis trabalhistas, levada a efeito no ano passado, vem sendo responsabilizada pela precarização das relações de trabalho – o que leva ao aumento da informalidade. O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, observa que “foi vendido à população que modernizando [a legislação], o país ia gerar mais empregos” – mas “os empregos que estão sendo gerados são na informalidade, sem direito a férias, 13º salário e licença maternidade”, muitas vezes no comércio informal das ruas. “E mesmo assim, o número de demissões continua a superar o de admissões, e a renda do trabalhador caiu”, destacou no último dia primeiro de maio. Já o governo federal vê um aumento no nível do emprego ainda este ano. Para o ministro do Trabalho Helton Yomura, o país deve ter um saldo positivo de dois mi- u
Barracas improvisadas aproveitam o clima de Copa do Mundo e de São João para vender camisetas e licores em Vilas do Atlântico Sob a passarela do Hospital Geral Menandro de Faria continua a haver barracas de comércio informal Julho de 2018 | Vilas Magazine | 19
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lhões de postos de trabalho em 2018. “Em janeiro, foram mais de 71 mil vagas; em fevereiro, mais 61 mil vagas e, em março, mais de 55 mil vagas” – descreveu. “Foi o melhor janeiro dos últimos cinco anos e o melhor fevereiro dos últimos quatro”, contabilizou. Para ele, “estamos no rumo certo” e se a economia seguir a tendência de projeção do Banco Central e do Ministério da Fazenda, “os empregos acompanharão a retomada dos investimentos”. De acordo com a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, porém, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1% no primeiro trimestre do ano. No último trimestre de 2017, atingiu 11,8%, segundo dados divulgados na semana passada. E continua a ser a mais elevada do país na Região Metropolitana de Salvador. UM TERÇO NA INFORMALIDADE Diante desse quadro, especialistas consideram inevitável o crescimento do
Junto ao conjunto Clériston Andrade e na entrada da Passarela das Flores, na avenida Santos Dumont, o comércio informal é a regra. O ponto é tradicional
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comércio informal. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada em abril mostra que um terço dos brasileiros desempregados sobrevive com bicos e trabalhos temporários, geralmente informais. Para 29%, o sustento vem da ajuda financeira da família ou amigos e 7% recebem auxílio do programa Bolsa Família. Apenas 2% utilizam poupança ou investimentos. O estudo, que entrevistou 600 pessoas nas 27 capitais, revela que a falta de trabalho provocou a queda no padrão de vida de seis em cada dez brasileiros. Entre os trabalhos informais mais comuns, estão os serviços gerais (21%) – manutenções, pedreiro, pintor, eletricista –, produção de comida para vender (11%) – como marmita, doces e salgados –, serviços de diaristas e lavagem de roupa (11%) e serviços de beleza, como manicure e cabeleireiro (8%). A média de dedicação a esse trabalho é de três dias por semana. Essa periodicidade revela, segundo o SPC/ CNDL, não apenas uma escolha, mas escassez de oportunidade, pois apenas 12% dos que fazem bicos consideram que está fácil conseguir esses trabalhos. O levantamento revelou também que 41% dos desempregados possuem contas em atraso, sendo que 27% estão com o nome negativado em serviços de proteção ao crédito. Os débitos mais frequentes são parcelas no cartão de loja (25%), faturas do cartão de crédito (21%), contas de luz (19%), contas de água (15%) e parcelas do carnê ou crediário (11%). O tempo de atraso médio das dívidas é de quase sete meses e o valor é de R$ 1.967, em média. Em relação aos hábitos de consumo, a pesquisa mostra que mais da metade (52%) dos desempregados brasileiros abandonou algum projeto ou desistiu da aquisição de um sonho de consumo por causa da demissão. As iniciativas mais frequentes foram deixar fazer reserva financeira (28%), voltar atrás no plano de reformar a casa (25%), desistir de comprar ou trocar o carro (17%) e deixar
de comprar móveis para a residência (17%). Foram citados ainda os planos de abrir o próprio negócio (16%), realizar uma faculdade ou pós-graduação (14%) e fazer uma grande viagem (13%). Também foi alto o percentual (38%) dos que disseram não ter sonho algum. ADAPTAÇÃO Para se adaptar aos cortes na receita doméstica, 59% disseram ter mudado o padrão de vida. Os cortes mais expressivos foram na compra de roupas, calçados e acessórios (65%), saídas para bares e baladas (56%), delivery e comida fora de casa (56%), alimentos supérfluos, como carnes nobres, bebidas e iogurtes (52%), atividades de lazer (52%) e gastos com salão de beleza (45%). As principais despesas que foram mantidas foram: água e luz (65%), produtos de higiene, limpeza e alimentação básica (64%), planos de internet (49%), telefonia (45%) e TV por assinatura (40%). Há também 32% de desempregados que mantiveram plano de saúde. Quase metade dos desempregados (46%) passaram a pedir dinheiro emprestado a amigos e familiares e 30% recorreram ao cartão de crédito. Como contenção de gastos, 63% optaram por marcas mais baratas na hora das compras. O levantamento revela ainda que 68% dos entrevistados passaram a fazer mais pesquisas de preços, além de pechinchar (62%).
Prefeitura retoma obra do Mercado Municipal
Obras em andamento no Mercado Municipal: conclusão está prevista para dezembro
F
oi retomada a reforma do Mercado Municipal de Lauro de Freitas, na rua Valdomiro Rodrigues, no Centro. Além da requalificação das áreas de circulação externas, estão sendo construídos vinte novos boxes. O paisagismo faz parte do projeto. Os recursos para a obra haviam sido captados durante a segunda gestão de Moema Gramacho (PT) e foram agora aplicados. A obra tem três etapas de execução simultânea. As duas primeiras, com recursos do governo federal da ordem de R$ 550 mil, consistem na construção dos boxes novos e urbanização da área externa. Para a conclusão da terceira etapa, que inclui a reforma dos boxes e dois banheiros já existentes, de acordo com a prefeitura, foi necessário aportar R$ 400 mil de recursos municipais. Os boxes terão oito metros quadrados, projetados para suprir as necessidades tanto dos feirantes que comercializam alimentos como dos outros tipos de serviços. Na área de circulação, dois banheiros dão suporte para os trabalhadores e para quem frequenta o local. A conclusão da obra está prevista para dezembro deste ano.
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Câmara aprova novo parcelamento de dívidas de contribuintes Foi aprovado em junho na Câmara Municipal um Projeto de Lei do Poder Executivo que cria uma espécie de Programa de Recuperação Fiscal (Refis), mas mais abrangente que o do ano passado. O objetivo é aumentar a arrecadação do município. O novo Programa de Regularização de Débitos Fiscais do Município de Lauro de Freitas (PRD) visa estabelecer critérios e parâmetros para a recuperação da dívida ativa. De acordo com a Câmara, o montante atual é elevado e sem redução anual significativa – o que tem sido objeto constante de registros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Segundo a Câmara, a prefeita Moema Gramacho (PT) reconhece as dificuldades que levam o contribuinte a se tornar inadimplente e ressalta a falta de respaldo legal para a negociação das dívidas, mesmo que o contribuinte procure, espontaneamente, o município para regularizar suas pendências fiscais. A proposta é estimular o pagamento à vista, ou, em caso de parcelamento, com entradas de valores significativos. O valor final será inferior ao do vencimento da dívida original com sua respectiva atualização. Embora tenha semelhança com o Refis 2017, o PRD, segundo o Executivo, é mais abrangente porque oferece parcelas que não excedem a capacidade de interessados com baixo poder aquisitivo. Um segundo projeto aprovado no mês passado tem como objetivo estimular investimentos e dispõe sobre a regularização de parcelamentos do solo, edificações, atividades e engenhos publicitários. Também altera a lei municipal nº 1.528, de 26 de junho de 2014, que dispõe sobre a contrapartida social relativa ao licenciamento de empreendimentos, além de estabelecer o lote mínimo para fins de parcelamento do solo.
Av. Beira Rio tem nova passarela Foi reaberta ao trânsito de pessoas a passarela da avenida Beira Rio, sobre o rio Ipitanga, nas proximidades do shopping center que está em construção na avenida Santos Dumont. A nova passarela tem estrutura metálica, como a anterior, que foi interditada no início de 2017 por apresentar risco para o trânsito de pedestres. A passarela é uma peça única com 2,5 m de largura e pouco mais de 26 m de comprimento. A próxima estrutura a passar por reforma será a Passarela das Flores, na avenida Santos Dumont em frente ao conjunto Cleriston Andrade. 22 | Vilas Magazine | Julho de 2018
Lauro de Freitas alcança meta de vacinação contra H1N1 A meta de cobertura vacinal contra a gripe H1N1 foi alcançada em Lauro de Freitas, com mais de 91% das pessoas do público-alvo imunizadas, o que corresponde a 39.265 aplicações. A campanha foi iniciada no dia 23 de abril e encerrada em 11 de junho. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde era de 90% do público alvo. Foram imunizadas mais de oito mil crianças entre seis meses e cinco anos de idade, quase 1,6
meses a 2 anos que foram imunizadas durante a campanha. De acordo com a secretaria da Saúde do Estado, até o dia 16 de junho foram notificados 1.297 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 103 óbitos. Dentre esses casos, 261 foram confirmados para Influenza, sendo 199 pelo subtipo A H1N1, com 26 deles levando à morte dos pacientes. No mesmo período do ano passado foram 353 casos e 33 óbitos de SRAG. Dentre eles, 25 foram confirmados para Influenza, sendo Influenza A H1N1 (02 casos) sem registro de mortes. Foram confirmados casos de A H1N1 em 50 municípios da Bahia, incluindo Lauro de Freitas, onde um caso resultou em morte. Salvador registrou 13 mortes. A faixa etária de maior ocorrência ficou os maiores de 60 anos e entre os menores de cinco anos. Mais de 60% das mortes ocorreram nesses grupos.
LUCAS LINS
Vacinação contra H1N1 em supermercado da cidade durante a campanha: estratégia levou ao cumprimento da meta
Obras em canal buscam aliviar alagamentos na Luiz Tarquínio
mil gestantes e 12 mil idosos, entre outros. A estratégia da secretaria Municipal de Saúde para alcançar a meta incluiu a programação de vacinação para os acamados incluídos no públicoalvo e a realização de dois dias “D”, que aconteceram em 12 de maio, como em todo o país e em 26 de maio apenas para o município. Do total disponibilizado pelo Estado, uma parte vai ser utilizada na segunda dose das crianças de 6 Obras na rua Jackson Bueno Retomada no final do ano passado, a obra de desvio do canal dos Irmãos, em Pitangueiras, deve aliviar os alagamentos na avenida Luiz Tarquínio. Outras ruas que o curso d’água percorre no subterrâneo também são afetadas cada vez que chove mais forte porque o canal ainda não tem a vazão necessária. Foi instalada mais uma galeria, com mais de três metros de diâmetro. No total são 240 metros de obras. O investimento, de acordo com a prefeitura, é superior a R$ 2 milhões. O canal está sendo desviado em um trecho da rua Jackson Bueno para retomar o curso mais adiante, em direção ao Ipitanga. De acordo com o engenheiro César Augusto Sampaio, da secretaria de Infraestrutura da prefeitura de Lauro de Freitas, o canal foi ocupado indevidamente naquela área.
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q MEIO AMBIENTE
Ministério Público quer diagnóstico para sanear rios Joanes e Ipitanga
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TADEU MIRANDA
A
elaboração de um amplo diagnóstico sobre as condições ambientais da bacia hidrográfica dos rios Joanes e Ipitanga são objetivos e compromissos estabelecidos no dia 30 de maio pelo Ministério Público estadual e por representantes de Lauro de Freitas, Salvador, Camaçari e Simões Filho. Além disso, busca-se a definição de medidas prioritárias, com efeitos a curto e médio prazos, para resgatar a saúde dos mananciais. Os representantes municipais deverão enviar ao MP, para cada Promotoria de Justiça do respectivo município, uma série de informações atualizadas sobre a área que eles ocupam na bacia hidrográfica de modo que possam ser identificadas as principais causas que comprometem a qualidade da água em cada trecho. Entre as informações devem estar dados sobre o que os especialistas chamam de saneamento integrado, contemplando esgotamento, drenagem, abastecimento de água e resíduos sólidos. A coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), promotora de Justiça Cristina Seixas Graça, presente na reunião, explicou que as informações complementarão os estudos já existentes, como aqueles realizados pela Embasa e pela Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga. Cristina Seixas Graça informou ainda aos representantes que seriam enviados ofícios pedindo as informações – e que devem contemplar também a situação dos planos de saneamento e esgotamento, além de dados sobre obras de saneamento em andamento ou em projeto e os níveis de ocupação e usos do solo de cada município. “Temos que construir um diagnóstico, para criar um plano de atuação com prioridades e metas”, afirmou a promotora. O quadro atual da qualidade da água pura e tratada que é retirada da bacia, responsável por grande parte do abastecimento da capital e região metropolitana antes da barragem do Jambeiro, foi discutido por promotores de Justiça, gestores municipais, técnicos da Embasa e da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal). O monitoramento ambiental do Joanes-Ipitanga tem sido, há pelo menos dois anos, uma prioridade máxima do MP. Com a formação de um banco de dados, deverá ser consolidado um diagnóstico que subsidiará o Grupo de Trabalho sobre a situação da bacia, criado pelo MP e formado por promotores de Justiça do Meio Ambiente, com interlocução com promotores da Saúde e do Consumidor. A promotora informou que serão realizadas reuniões sistemáticas com os representantes municipais para construção e execução de medidas efetivas do plano de atuação. A reunião contou com a participação dos coordenadores dos Centros de Apoio Operacionais de Defesa da Saúde e do Consumidor, respectivamente os promotores de Justiça Rogério Queiroz e Márcia Câncio, dos promotores de Justiça do Meio Ambiente Cecília Marins, Edivaldo Vivas, Luciano Pitta, Maria Augusta e Patrícia Ramos, do gerente de Controle de Qualidade da Água e Efluentes da Embasa Fabrício Aleluia, de representantes da Arsal e dos secretários de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Saúde de Camaçari, Lauro de Freitas e Simões Filho – além da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT).
Prefeitura aposta em tecnologia para limpar o rio Sapato O rio Ipitanga no trecho que atravessa o Centro de Lauro de Freitas: MP quer identificar as principais causas que comprometem a qualidade da água
A
prefeitura de Lauro de Freitas anunciou em junho que vai usar microorganismos para decompor o lodo que fica depositado no fundo do rio Sapato. De acordo com o engenheiro agrônomo Cid Simões, “esses seres ajudarão o corpo hídrico a combater ainda bactérias nocivas, presentes na água por conta do lançamento de esgotos in natura que oxidam e matam o rio”. Simões é diretor da AmbieEM, empresa que ficará responsável pelo projeto. Segundo o engenheiro, “todo esse sistema é realizado a partir de cálculos e estudos baseados na capacidade de depuração” – explicando que as bactérias “agirão como decompositores, transformando a poluição em substâncias minerais”. Se funcionar, o método deverá manter o rio livre das baronesas, que se alimentam das águas poluídas. A proposta foi apresentada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Lauro de Freitas no encerramento das ações da Semana do Meio
Ambiente com o lançamento do projeto piloto inédito na cidade. A expectativa é a de que nos próximos doze meses o manancial que banha o município em mais de sete quilômetros de extensão, reduza os índices de poluição com a melhora significativa da qualidade de suas águas. Os microrganismos serão lançados inicialmente em dois pontos, numa extensão de quatro quilômetros. O primeiro é na avenida Beira Mar, em Ipitanga e o segundo no local onde o rio recebe os efluentes lançados pela Lagoa dos Patos. “Esse está sendo considerado o pontapé inicial para mais projetos que virão para revitalização dos nossos rios”, prometeu o secretário de Meio Ambiente Juraci Alves. De acordo com a prefeitura, o Sapato “recebe em média, diariamente, 150 quilos de poluição”. Alves contou que equipes da secretaria “têm ido de casa em casa” para notificar os moradores sobre a “necessidade de implantar filtros antes de lançar os dejetos no rio Sapato”. RAFAEL MAGNO
O engenheiro Cid Simões (terceiro à direita):
bactérias transformam poluição em substâncias minerais
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q GERAL
Rádios comerciais se opõem a publicidade nas comunitárias
A
comercialização de publicidade pelas rádios comunitárias, prevista em Projeto de Lei (PL) que tramita no Senado, foi alvo de duras críticas da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Em mensagem enviada às rádios no mês passado, a entidade considera o projeto inconstitucional, afirmando que “está em curso no Senado Federal um escândalo que atenta contra o poder público, o contribuinte e as emissoras de rádio comerciais”. De autoria do ex-senador Donizeti Nogueira (PT-TO) e relatoria do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e segue agora para análise da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática. Para a Abert, “o projeto de lei iguala uma rádio comunitária a uma comercial”,
embora as finalidades sejam distintas. “A rádio comercial paga um alto valor pela outorga, e tem obrigações e encargos tributários, trabalhistas e previdenciários que geram elevados custos”, argumenta a entidade. Já as rádios comunitárias são administradas por associações sem fins lucrativos e recebem, gratuitamente, autorização pública para funcionar. De acordo com a entidade, há cerca de seis mil emissoras comunitárias no Brasil. Segundo o Ministério das Comunicações, são 4.775 as rádios comunitárias em operação no país. A autorização para se abrir uma rádio comunitária é obtida facilmente, de acordo com a Abert, com uma documentação muito simplificada. Segundo o Ministério das Comunicações, o processo de outorga levava pelo menos quatro anos, mas agora está em cerca de um ano e a expectativa é de que caia para seis meses. ROQUE DE SÁ
Por ser obtida a título gratuito, a rádio comunitária não pode ser explorada comercialmente, fazer publicidade comercial paga ou auferir lucro. A principal fonte de custeio é o apoio cultural em forma de patrocínio. Já para a rádio comercial, afirma a Abert, o processo de obtenção de uma outorga é extremamente difícil, caro e demora muitos anos. Este tipo de emissora tem inúmeras obrigações legais de operação. Atualmente existem mais de 4,6 mil emissoras de rádio comerciais em todo o Brasil. A Abert “espera que o Senado rejeite a proposta que levará à extinção das pequenas emissoras comerciais, com efeitos danosos ao direito de informação do ouvinte”. Já a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraco) argumenta que o governo permitiu a criação das comunitárias, mas as condenou a “morrer de fome”, já que não teria previsto formas suficientes de financiamento. PUBLICIDADE OFICIAL É proibido às rádios comunitárias inserir propaganda comercial na sua programação – a não ser sob a forma de “apoio cultural” de estabelecimentos localizados na sua área de cobertura. A liberação da exploração comercial permitiria veicular a publicidade de grandes anunciantes de fora da comunidade. Mas o foco do setor é a propaganda oficial. “Queremos ter acesso a verbas públicas de mídia”, afirmou Geremias dos Santos, presidente da associação das comunitárias, durante audiência pública
Rodrigo Gebrim (dir) e Geremias dos Santos, presidente da Abraco, na audiência do Senado: um pede denúncias de conteúdo impróprio, o outro quer acesso à propaganda oficial
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no Senado no ano passado. Para ele, “é absurdo não termos acesso a verba de mídia que prefeituras, câmaras, assembleias legislativas, governos estaduais e federal têm disponíveis”. Pela legislação atual, a rádio comunitária é uma emissora de baixa potência, com alcance limitado e sintonia destinada a apenas uma comunidade. As comunitárias reivindicam também a ampliação da potencia autorizada, de 25 W para 250 W, aumentado o alcance das emissoras. As rádios comunitárias foram regulamentadas há 20 anos com o objetivo de democratizar a comunicação social em pequenas comunidades. Devem funcionar em frequência modulada (FM), com potência até 25 Watts e cobertura restrita a um raio de apenas 1 Km a partir da antena transmissora. Apenas entidades comunitárias sem fins lucrativos e com sede na comunidade em que a emissora operar podem registrar rádios comunitárias. A lei prevê ainda que as rádios comunitárias devem ter uma programação pluralista, sem viés de qualquer tipo, abertas à participação plural de todos os moradores. É proibido às comunitárias veicular defesa de doutrinas, ideias ou sistemas sectários, políticas, religiosas ou de qualquer tipo. Apesar disso, são comuns as acusações de proselitismo e de divulgação apenas de conteúdo dirigido, seja político ou religioso, recebidas pelo Ministério das Comunicações. Durante audiência pública no Senado no ano passado, Rodrigo Gebrim, representante do ministério, mais uma vez pediu a ajuda da população para denunciar quem faz mau uso desse tipo de veículo de comunicação. “Denunciem, temos um setor específico no ministério que cuida disso”, disse. Lembrou que “o conteúdo das rádios deve ser aberto para a comunidade, com pluralidade de opinião” e pediu a participação das pessoas: “é do nosso interesse atuar, mas precisamos de ajuda para isso”, disse – “é impossível fiscalizar o conteúdo de todas as rádios comunitárias”.
Moradora de Salvador ganha R$ 1 mi na Nota Premiada Bahia
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ganhadora do primeiro sorteio especial de R$ 1 milhão da campanha Nota Premiada Bahia, do Governo do Estado, mora no bairro de Matatu, em Salvador. Ela foi sorteada no dia 20 de junho, a partir dos números da Loteria Federal, entre mais de 317 mil concorrentes cadastrados no site da campanha (www.notapremiadabahia.ba.gov.br). O resultado foi verificado por duas equipes da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), com a fiscalização da Auditoria Geral do Estado (AGE). Ao todo, a Nota Premiada Bahia já promoveu PAULA FRÓES / GOVBA cinco sorteios mensais desde fevereiro, contemplando 35 moradores da capital e 15 do interior. Para concorrer, além de estar cadastrado, é preciso incluir o CPF nas compras realizadas em estabelecimentos que emitem a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e). A iniciativa também beneficia instituições sociais e de saúde que integram o programa Sua Nota é um Show de Solidariedade. Ao se cadastrar no site, o participante escolhe até duas instituições, entre as 674 cadastradas, para o compartilhamento das notas fiscais eletrônicas. A quantidade de bilhetes eletrônicos a que o cidadão terá direito para concorrer aos prêmios depende do volume de compras realizadas.
Parceria entre Governo e Oi assegura R$ 30 mi para cultura
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ais R$ 30 milhões serão investidos na cultura baiana a partir de parceria renovada entre o Governo do Estado e a Oi Telefonia. Os recursos serão destinados aos projetos culturais em execução em 2018. O governador informou que a reunião tratou da contratação de uma plataforma de serviços na área de educação, a Oi Educa. “A empresa tem um projeto de serviços estruturado para as escolas, e nós estamos discutindo uma forma de utilizar essas ferramentas para melhorar o gerenciamento nas nossas escolas”, acrescentou. Nos últimos 12 anos, a Oi investiu R$ 280 milhões na cultura baiana. Para o presidente da empresa, Eurico Teles, a Bahia faz os olhos dos investidores brilharem. “A Bahia é um estado estratégico para a Oi. Temos mais de cinco milhões de atendimentos no estado. No ano passado, ganhamos mais de 73 mil clientes de Oi TV e temos um investimento aqui de R$ 60 milhões neste trimestre. Também tivemos um recolhimento de R$ 441 milhões em impostos para o Estado. Tudo isso é resultado da parceria com o Governo do Estado, que vai durar muitos e muitos anos”. Julho de 2018 | Vilas Magazine | 27
q SOLIDARIEDADE
Mãe busca ajuda para filho com paralisia cerebral Thiara Reges Freelance para a Vilas Magazine
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em uma casa simples, de uma das estreitas ruas de Portão, em Lauro de Freitas, que mora uma família de muitas lutas e também muita esperança. Joelma Ferreira da Silva, 43 anos, cuida dos dois filhos, Paulo Vitor e Pedro Henrique, este último com paralisia cerebral.
“Olha ‘meu negão’, essa moça é repórter, ela vai ajudar a gente e você vai ter uma cadeira de rodas”, fala ao filho, com sorriso largo ao me receber em sua casa. A gravidez foi desejada. Há dez anos atrás Joelma já tinha duas filhas e queria muito um menino. Vieram os gêmeos Paulo Vitor e Pedro Henrique. “Nasceram ambos com muita saúde. Tenho todos os laudos médicos, teste do pezinho, e todos os outros exames entregues pela maternidade que comprovam isso”, afirma Joelma.
“Meu filho merece uma vida mais digna”
Quando as crianças tinham cerca de quatro meses, Pedro teve uma febre muito forte. Joelma foi a emergência duas vezes, e era mandada para casa, a equipe médica dizia que estava tudo bem. Mas a febre persistiu e Pedro convulsionou. Foi levado novamente para o hospital onde, dessa vez, ficou internado por três meses. “Peguei trauma de sirene. Lembro que aqui próximo, do outro lado da pista, tinha a sede do Corpo de Bombeiros. Toda vez que a sirene soava eu lembrava do hospital e daqueles dias”. Neste período de internação, Pedro foi diagnosticado com paralisia cerebral, o que mudou completamente os rumos da família. “Ele voltou para casa com sonda, não mexia nada, nem os olhos. O pai não entendeu que o momento era de dedicação total a Pedro, e foi embora. Eu fazia salgados para vender, mas parei de trabalhar. Hoje somos eu e meus dois meninos. As meninas já estão casadas, têm suas famílias, mas estão sempre aqui me ajudando”, completa. Joelma passou por instituições de assistência à deficientes, como o Hospital Sara e o Instituto Baiano de Reabilitação – IBR, mas Pedro não foi aceito em nenhuma delas. A mãe passou a cuidar do filho, ela mesma, em casa. Em atenção integral a Pedro, a renda familiar se resume ao BPC, benefício ao idoso e à pessoa com deficiência, no valor de um salário mínimo mensal, mas as necessidades de cuidados médicos vão muito além dessa fração. Com escoliose, Pedro precisa de uma cirurgia na coluna e uma cadeira de rodas adaptada. PARALISIA CEREBRAL E O DIA A DIA Duas em cada mil crianças podem nascer com paralisia cerebral (PC). Os sintomas podem surgir até os dois anos de idade, quando a criança está desenvolvendo suas habilidades motoras, mas pode provocar também deficiência intelectual, convulsões, problemas visuais e auditivos, entre outros. Mas já há algum tempo esses fatores não são impeditivos para um desenvolvimento social. Ir à escola, ter amigos, fazer passeios, e porque não, cursar uma faculdade? Pedro frequentava a Escola de Cadetes Mirins, ali mesmo em Portão, junto com o irmão Paulo.
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“Eu levava os dois e ficava no pátio, de guarda, para o caso de algo acontecer. Cada um ficava em uma sala e não eram muitos os momentos em que ele chorava. Quando acontecia, era só eu falar o nome dele e tudo estava resolvido”, conta. “A diretora Sandra sempre foi muito parceira, nos apoiava mesmo. Foi a única escola que nos aceitou. Me ajuda até hoje, sempre que pode manda fraldas para ele. Mas não tenho mais condições de levar Pedro aos lugares sem uma cadeira de rodas apropriada”, desabafa. Pedro não anda. Comum em casos de PC, Pedro desenvolveu uma escoliose, de formação na coluna vertebral. Esse tem sido o grande desafio da família neste momento. “Por conta da escoliose Pedro fica sempre deitado. Vou mudando ele de posição, mas tem ficado cada vez mais intensos, o desconforto e as dores. Isso também tem nos obrigado a ficar dentro de casa o tempo todo. Carrego meu filho no colo o tempo que precisar, mas preciso encontrar a posição adequada para não machucar ele”, frisa. Saudosa, Joelma conta que quando Pedro era menor a paralisia não a impedia de levá-lo a qualquer lugar. Sempre gostou de ir a shoppings e nos aniversários de crianças, quando era convidado. “Lembro de uma vez que o aniversário foi no shopping. Eu nem sabia que isso era possível. Achei o máximo. Entrei com Pedro na piscina de bolinhas. Foi uma diversão só”. Até o atendimento no Hospital Universitário da Unime, onde fazia hidroterapia, foi preciso parar. “São duas conduções: uma até o ponto do Menandro de Faria, atravessar a passarela com ele no colo, e esperar mais uma condução até a Unime. Infelizmente tornou-se muito desgastante. Antigamente, tinha um carro da Secretaria de Saúde que fazia esse transporte, mas com as mudanças na prefeitura, ficamos também sem essa alternativa”, destaca.
“Por conta da escoliose Pedro Henrique tem que ficar sempre deitado. Vou mudando ele de posição, mas tem ficado cada vez mais intensos, o desconforto e as dores”, desabafa a mãe, Joelma
ESPERANÇA “Nunca fui de acreditar nesses jogos, sabia? Loterias, essas coisas. Mas agora até faço uma fézinha. Nunca se sabe!. Uma vizinha, que também tem o filho cadeirante, ganhou. Se mudou para um lugar mais tranquilo e estão bem. Já pensou se acontecesse comigo? Ou quem sabe depois de publicada sua reportagem eu consiga ir para o programa do Rodrigo Faro, na televisão, e ganhar a cirurgia e a cadeira de rodas para ‘meu negão”. Ele parece entender, e sorri. A fala esperançosa de dona Joelma é um retrato do momento crítico que vivemos no país. Depois de tantos casos de corrupção revelados, as pessoas estão cada vez mais desacreditadas, até dos serviços de assistência básica. “Não gosto do atendimento público, na verdade acho que fiquei com medo. Quando chegamos no hospital, meu filho
com quatro meses era completamente sadio, tinha um quadro de febre, e saiu do hospital três meses depois com paralisia cerebral. E o pior de tudo foi ouvir de alguns profissionais de saúde que eu fosse embora para casa que meu filho não tinha mais jeito. Falavam que ele nunca iria se mexer, que nunca iria abrir a mão, por exemplo. Mas eu vejo que todo empenho de ir atrás de tratamento para meu filho não foi em vão, consigo ver evolução.” Ao longo desses anos, sempre que consegue, dona Joelma leva o filho para consultas em hospitais particulares, fonoaudiólogos e outras especialidades. Até equoterapia ela conseguiu pagar. “Fui marcar um procedimento para meu filho, pelo SUS, e ficou agendado para daqui a seis meses. Nem sempre é algo que dá para esperar, mas no serviço público é assim. Já tentamos uma cadeira de rodas pelo governo, mais recentemente no CEPRED (Centro de Atenção à Saúde), mas como demorou muito para chegar, já não servia mais pois Pedro tinha crescido”, frisa. “Hoje quando você abre os jornais, têm sempre uma mala de dinheiro que estava escondida. Mas, uma cadeira de rodas para meu filho eu não consigo. Para dar um banho, colocamos ele em uma cadeira de plástico”, desabafa. A escada, com degraus irregulares, que dá acesso à casa, nem é vista como obstáculo. “Pego ele no colo, subo e desço quantas vezes for necessário. Hoje, fazer a cirurgia seria fundamental para que Pedro tenha qualidade de vida, poder sair de casa, passear; adorávamos ir ao shopping, por exemplo. Ninguém gosta de ficar preso”, conclui, Joelma, sem perder a esperança de conseguir ajuda, para que seu filho tenha uma vida mais digna. Quem puder ajudar o Pedro Henrique, pode entrar em contato com a revista Vilas Magazine, pelo e-mail redacao@ vilasmagazine.com.br Julho de 2018 | Vilas Magazine | 29
q TURISMO & LAZER
Chapada Diamantina
Flutue no Poço Azul e se encante com a bucólica vila de Igatu e suas casas de pedras
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ravada no interior da Bahia, a Chapada Diamantina ostenta uma beleza cênica e é considerada o berço das águas do estado. Em uma área maior que a da Suíça, nascentes e rios abastecem dezenas de municípios, em meio a vales, cânions, quedas d’água e montanhas esculpidas há bilhões de anos pela água e pelo vento. Há espaço tanto de curtição quanto de contemplação, com trilhas e lugares perfeitos para, é claro, um mergulho em águas cor de cobre. Além da natureza, eventos culturais de qualidade têm levado turistas para a região. Nos dias 20 e 21 de abril, a primeira edição do Conecta Chapada reuniu gente de todas as tribos no balneário do Rio Paraguaçu para assistir, entre outros, o show de Zeca Baleiro com Targino Gondim, sanfoneiro e autor da canção “Esperando na Janela”, em parceria com Manuca e Raimundinho do Acordeon. Outros eventos, como o Festival de Jazz do Capão, o Encontro de Blues, o Festival de Chorinho e o Festival de Forró, em Mucugê, o Festival de Igatu, o Festival de Lençóis, e várias festas santas e tradicionais asseguram a diversidade cultural na região. Com isso também fica garantida a alta taxa de ocupação em hotéis, pousadas e, ultimamente, nas casas de moradores que passaram a alugá-las para visitantes durante os períodos que compreendem os eventos. As distâncias entre as atrações naturais e as cidades turísticas da Chapada Diamantina são grandes. Visitar a região requer tempo e exige escolher uma cidade como base, além de um bom planejamento para fazer o deslocamento por estradas nem sempre asfaltadas.
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Sem carro, ou sem ter um pacote que inclua transporte até os locais que pretende visitar, a tarefa é quase impossível para o turista. Os lugares não têm conexão com transporte público regular. A falta de placas de sinalização indicando os caminhos até as atrações torna imprescindível a contratação de guias locais, o que contribui também para aumentar a segurança do turista. A maior concentração de coisas interessantes na Chapada fica perto das cidades de Andaraí, Lençóis, Rio de Contas, Pal-
O Poço Azul é uma das mais belas atrações da Chapada Diamantina. Formado por um rio subterrâneo, o incrível tom azul de suas águas deve-se à presença de calcário, magnésio e carbonato de cálcio no fundo do poço. A água, com temperatura em torno de 24°C, embora pareça parada é corrente, oriunda de um lençol freático subterrâneo que, de quatro em quatro horas, é renovado.
meiras, Mucugê, Ibicoara e Vale do Capão. PANTANAL MARIMBUS Na fazenda Marimbus, a seis quilômetros de Andaraí, paga-se R$ 30 por pessoa para ter uma experiência relaxante na propriedade de 486 hectares – o equivalente a 450 campos de futebol. Após percorrer de carro uma pequena estrada de terra, que
corta a caatinga, chega-se a um píer onde estão ancoradas sete canoas, cada uma com capacidade para duas pessoas, além do condutor que rema a embarcação. Durante o passeio pela área alagada da propriedade o que impera é o silêncio, interrompido só pelos pássaros. Com a serra do Sincorá ao fundo e refletida no espelho d’água, percebe-se a vastidão da planície alagada por águas calmas e propícias ao banho. O passeio de canoa leva em u Julho de 2018 | Vilas Magazine | 31
torno de duas horas. Navega-se cerca de 2 dos 27 quilômetros de extensão da área alagada, entre várias espécies de plantas aquáticas, como as ninfeias, que se abrem por volta das 8h da manhã e se fecham a partir das 14h. A jornada é acompanhada por voos rasantes de jaçanãs, gralhas-cancãs, ariris e gaviões-carrapateiros, entre outros coloridos seres alados. Estrangeiros ficam deslumbrados e costumam banhar-se nus. “Dia desses, um alemão saiu da água, sem sunga, e perguntou se aqui tinha cobras. Quando eu disse a palavra anaconda, ele colocou a mão na frente do ‘pequeno’ e disse ‘Uau’”, contou o condutor Fábio Silvestre, 35, que trabalha há 16 anos no local. O visitante deve levar repelente, roupa de banho e usar um chapéu ou boné para se proteger do sol. O uso de colete salva-vidas é obrigatório, e o aluguel do acessório está incluso no preço do passeio. Helder Madeira, 58, proprietário do local há 20 anos, conta que nunca houve um acidente no passeio que, segundo ele, é acessível para idosos e pessoas com necessidades especiais. “Recebemos cerca de 200 visitantes por mês. Já levamos cadeirantes, deficientes visuais e pessoas da melhor idade, além de crianças de colo e até quem não sabe nadar, sem proble-
ma”. Todos os meses são propícios para se visitar, embora os passeios ocorram mesmo no meio do ano, quando o nível da água costuma abaixar Os condutores têm treinamento para atender pessoas com deficiência. Está em construção, no local, um centro com museu, auditório e banheiro adaptado. Hoje, há apenas dois banheiros rústicos POÇO AZUL A cerca de uma hora de Andaraí fica o Poço Azul, na cidade de Nova Redenção. São R$ 30 reais para entrar e ter acesso ao poço de água cristalina em tonalidade azul, que brota dentro de uma caverna. No preço do ingresso estão inclusos colete, máscara e snorkel para flutuar – mergulhar e nadar são proibidos— e admirar o fundo, que varia de 4 a 21 metros de profundidade. O incrível tom azul da água deve-se à presença de calcário, u MARLENE BERGAMO / FOLHAPRESS
A água azul do Poço Encantado, que foi descoberto em 1940 por caçadores que procuravam uma onça, na Chapada Diamantina
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ROBERTO OLIVEIRA / FOLHAPRESS
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ROBERTO OLIVEIRA / FOLHAPRESS
O acesso para a vila de Igatu é feito por uma estrada de pedra
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Cachoeira do Sossêgo DELUNA
ROBERTO OLIVEIRA / FOLHAPRESS
Região com nascentes, cânions e montanhas, a Chapada Diamantina encanta visitantes Julho de 2018 | Vilas Magazine | 33
magnésio e carbonato de cálcio no fundo do poço. O bagre cego, de quatro centímetros, e o camarão pitu de água doce são algumas espécies que povoam o local. A água, com temperatura em torno de 24°C, embora pareça parada é corrente, oriunda de um lençol freático subterrâneo que, de quatro em quatro horas, é renovado. O local, descoberto em 1920 por garimpeiros, remete a um “gate” de jogo hiper-realista. O turismo foi aberto apenas em 1994. Cerca de 700 metros do poço já foram explorados, mas o acesso a algumas partes é restrito. Em 2005, foram achados, a 20 metros de profundidade, o esqueleto completo de uma preguiça, além de ossadas incompletas de um hipopótamo, um mamute, um tigre dente de sabre, e de dois humanos. Todos encontram-se atualmente no museu da PUC de Minas Gerais. Segundo o guia Giovani, 23, a chegada ao poço é acessível a pessoas com mobilidade reduzida. “Atendemos cadeirantes, idosos ou qualquer tipo de pessoa que precise de nossa ajuda, pois temos treinamento de salva-vidas.” Antes de trocar de roupa e tomar um banho para flutuar – sim, o banho é DELUNA
ROBERTO OLIVEIRA / FOLHAPRESS
q TURISMO & LAZER
Do Morro do Pai Inácio se avista o Morro do Camelo
obrigatório, assim como lavar os cabelos e não passar nenhum tipo de creme ou protetor –, reserve um almoço caseiro no restaurante da dona Alice, que fica na propriedade e resgata com sua comida a força de quem desceu até o fundo do poço. Visitas são possíveis durante o ano todo, mas em janeiro, fevereiro, dezembro e feriados, o local fica lotado. O período considerado melhor para este passeio é de julho a setembro. Nessa época, o poço não é invadido pelo rio Paraguaçu, fenômeno que torna a água turva A atração abre das 8h às 16h30, todos os dias. A luz do sol entra na caverna entre 13h e 14h30, permitindo uma visão melhor das formações. Sempre é possível, no entanto, enxergar o fundo do poço durante o horário em que o acesso é permitido A visita custa R$ 30, por pessoa, e o valor inclui equipamento de segurança (colete flutuador, máscara, snorkel e o banho antes de entrar no poço). O pagamento deve ser feito em dinheiro Os condutores são preparados para atender pessoas com deficiência. O trajeto até o poço inclui vários degraus esculpidos em pedras, com uma corda como corrimão e um escada de madeira com 31 degraus
Adeptos de escaladas encontram na região todas as modalidades 34 | Vilas Magazine | Julho de 2018
VILA DE IGATU Considerada a Machu Picchu brasileira, a Vila de Igatu, antes alcunhada de Xique-Xique de Igatu, fica a 14 quilômetros de Andaraí. Metade do caminho é feito por uma estrada de pedras. Também é de pedra o casario histórico do vilarejo construído por garimpeiros no século 19, época do Ciclo do Diamante na região da Chapada Diamantina. O diamante rareou e a vila, que chegou a ter mais de 9 mil habitantes, registra hoje apenas 394 moradores. Parte do local tornou-se um vilarejo fantasma, com ruínas das casas de pedra. Um silêncio emana da arquitetura desmoronada e, curiosamente, bonita de ver. Entretanto, não se deixe levar pela atmosfera bucólica do local. É preciso estar atento, especialmente com relação ao dinheiro. Como a maioria dos ingressos para os passeios é cobrada em dinheiro vivo, é comum turistas levarem consigo boas quantias, o que atrai a cobiça de eventuais gatunos. Há quem ainda se aventure na garimpagem atrás da mais valiosa das gemas no local, embora encontrá-las seja cada vez mais raro. Agnaldo Leite dos Santos, 78, o seu Guina, também dono do Bar Igatu, ponto turístico da vila, foi um dos que encontrou, mas não garimpa mais. “Já peguei muito diamante. Em 1980, cheguei a pegar 30, 40 cabeças [pedras] de uma vez. Mas quando a gente descobre um garimpo desses, o dono da serra toma”. Quando a reportagem perguntou se
ele ainda tinha diamantes para vender, seu Guina respondeu que sim, mas só uns “mosquitinhos” (diamantes pequenos). Mostrou-nos um lote com dez “mosquitos”, à venda por R$ 500. Segundo ele, os turistas que passam por ali acabam comprando tudo. A vila pode ser visitada o ano todo. Com 24 ruas, 12 pousadas, 6 restaurantes, 55 pontos comercias, 46 veículos, 33 motos, 154 famílias, 36 adolescentes de 12 a 17 anos, 285 adultos, 35 aposentados, 80 casais, 74 crianças de 0 a 11 anos, 225 eleitores, 7 estrangeiros, 95 mães, 84 pais, 18 viúvos – o lugar tem personagens que valem a pena conhecer, como Amarildo dos Santos, tido como um dos maiores fãs de Xuxa. É ele quem realiza todo ano esse “censo” e o vende por R$ 25. As ruas da vila têm calçamento de pedra, o que dificulta a circulação. Nas ruínas, a locomoção é difícil. Carlos Bozzo Junior / Folhapress Fotos desta página pertencem ao acervo da Galeria Arte & Memória, de Igatu, que possui um museu ao ar livre instalado nas ruínas garimpeiras que dão acesso ao espaço, além de um jardim de esculturas e salas expositivas de arte contemporânea. Um charmoso café e creperia compõem um ambiente único e agradável.
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q EMPRESAS & NEGÓCIOS
Entenda os direitos dos consumidores Gilberto de Jesus Bento Junior
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m tempos de crise, a preocupação com um melhor consumo é maior, assim, para ANDRÉ M. CHANG / FOTOARENA / FOLHAPRESS quem comprou e se sentiu lesado e para quem pretende comprar é fundamental se atentar preço”, o consumidor pode e deve reclamar, impedindo a adoção de métodos aos seus direitos, evitando ações abusivas por comerciais desleais, que possam confundir o consumidor. O primeiro passo é a pesquisa previa dos preços antes da compra, estaparte das empresas. Hoje se observa um crescente número de reclamações em relação a compras de belecendo os produtos que pretende comprar e marcando os preços para produtos que não eram o que se esperava e em não correr o risco de ser pego de surpresa por descontos enganadores. Para relação a promoções que não condizem com a re- quem só percebeu que foi enganado agora, depois da compra, cabe denunciar alidade, sem contar com sites falsos e e-commerce, as empresas praticantes e, até mesmo, boicotar no futuro. por isso, todo cuidado é pouco. É importante que o consumidor se previna, se atentando aos seus direitos. Lembrando que nas relações de consumo existe uma série de obrigações do Raymundo Dantas fornecedor para com o consumidor, Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, que devem ser cumpridas rigorosacom Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br mente, evitando prejuízos à população, e caso isso ocorra é passível entrar em contato com órgão de proteção de consumidor ou até entrar com processos por danos morais. Essas obrigações, estão no Cóos tempos de Copa do Mun- para se presentear. É assim no Carnaval, digo de Defesa do Consumidor (Lei do, a emoção dos brasileiros na Copa, no São João, no Natal. 8.078/90), e engloba vários pontos se encontra à flor da pele. Mas as pessoas também compram como a previa advertência sobre todas Tudo é futebol, tudo é verde-amarelo, quando sofreram uma frustração, para as condições que envolvem a aquisição tudo é coração. Há uma verdadeira se compensarem. Ou quando estão com de determinado produto ou serviço, compulsão pela bola, pela nacionalida- raiva, para se sentirem vingadas. E assim como, o preço, composição, quantidade, pela vitória. E dentre as ações que por diante. Qualquer estado emocional de, a validade e os riscos que o produto decorrem dessa explosão emocional, o exacerbado é motivo para fazer disparar ou serviço apresenta, entre outras. consumo é das mais evidentes. o impulso de comprar. Aliás, se existe alguma ação huPensando nessas coisas, me vem a PREVINA DE GOLPES mana visceralmente emocional, essa lembrança de que precisamos explorar Ponto muito importante é que é será, sem dúvida, o consumo, o impulmais o emocional, em nossas lojas, para expressamente proibida a publicidade so de comprar. As pessoas compram, estimular o impulso de compra. O emoenganosa ou abusiva por parte dos quando estão felizes, para festejar, cional positivo, da alegria e da felicidade, fornecedores, assim, se observar o famoso: “tudo pela metade do dobro do
Aguenta coração!
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COMO OS DEFEITOS PODEM SER RECLAMADOS Não é por que comprou algo mais barato que esse pode estar defeituoso, assim é interessante se atentar às obrigações relativas à substituição ou reparação do produto ou serviço defeituoso, sendo que, caso isso ocorra se deve exigir a reparação dos danos de qualquer natureza, é necessário que sempre sejam observados atentamente os prazos decadenciais e prescricionais previstos no Código de Defesa do Consumidor. O prazo para reclamar e exigir a reparação dos defeitos aparentes e de fácil constatação é de trinta dias, caso o produto ou serviço adquirido seja tido como não durável, ou de noventa dias no caso de durável. Os prazos têm início a partir da efetiva entrega do produto ou da execução do serviço. Já quanto aos vícios ocultos, os prazos são os mesmos e têm início a partir do momento que ficar evidenciado o defeito do produto ou serviço. Importante é que a reclamação formal deve ser exercida impreterivelmente nos prazos indicados, sendo que o direito perde valor fora desses. Já no caso de ação judicial, na busca
para que possamos associar o nosso ponto de venda às melhores sensações do consumidor. Venda deve ser emoção, festa, alegria, felicidade. Como fazer para criar um ambiente assim em cada ponto de venda? Como estabelecer um ambiente que contamine a emoção do cliente, logo que ele entra na loja? Em primeiro lugar, festa é luz. Ambientes bem iluminados já criam um clima de festa. Limpeza e arrumação cuidadosa também compõem esse clima. Ornamentação é fundamental: algo alegre e bem bonito. Música, por que não? Por que não utilizar o sistema de som da loja para ter música permanentemente? Música de fundo, é claro, nada de som alto. Música do gosto do seu público cliente. Pode ser forró, pagode, MPB ou música clássica, contanto que esteja ao nível sociocultural do seu cliente, música que o faça feliz. As pesquisas demonstram que mais
de reparação dos danos impostos, o prazo prescricional é de cinco anos, a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Portanto, o direito a efetiva reparação dos danos morais, materiais e à imagem é amplamente resguardado pela legislação e vem sendo amplamente tutelado pelo Poder Judiciário, conforme é possível constatar-se em várias decisões favoráveis. DIREITO DE ARREPENDIMENTO EM QUALQUER COMPRA O código de defesa do consumidor permite, em seu artigo 49, que o consumidor se arrependa da compra que fez em até sete dias corridos. Assim, sempre que você perceber que fez uma compra que não deveria ter feito, por qualquer motivo (não é necessário justificar), pode pedir o cancelamento sem qualquer custo. É importante documentar, ao menos por e-mail e guardar esse pedido de desistência. Se ocorrer a cobrança, o consumidor tem direito à devolução do valor em dobro e uma indenização compensatória. Então consumidor, fique atento, devemos reivindicar mais qualidade, mais respeito, ou ao menos a reparação e responsabilidade contra os abusos que sofremos. GILBERTO DE JESUS BENTO JUNIOR é advogado.
de 50% das mães levam seus filhos para as compras. Que ótima oportunidade para ativar a emoção! Que tal, criar espaços só para as crianças, com parquinho, jogos, bolas de soprar e pipoca? Talvez um palhacinho para brincar com elas, ou a própria Emília, e até a Cuca, quem sabe? Além das boas emoções, a mamãe vai poder ficar mais tempo na loja, se divertindo com as compras. Tudo isso, entretanto, pressupõe um atendimento também alegre e muito simpático. Sem pessoal feliz, não há jeito de criar um clima de boas emoções. Tire os fardamentos pesados. Consiga com os fornecedores uniformes coloridos, alegres e festivos, que possam mudar a cada mês, por exemplo. Contamine seus funcionários (sei que essa é a parte mais difícil) com essa ideia de boas emoções, de clima de alegria e de festa. Um secular ensinamento nos diz que se deve prolongar o prazer e reduzir o tempo
da dor inevitável (Maquiavel). Portanto, vamos criar uma sensação agradável em cada departamento da Loja. Uma boa surpresa em cada corredor, para prolongar cada vez mais a emoção prazerosa. Quanto à dor inevitável (as filas, por exemplo), vamos fazer o possível para agilizá-las, reduzi-las. Especialmente as filas do Caixa, que deixam a última impressão da loja para o cliente. Ali, mais que em qualquer outro lugar da loja, é preciso sorrir, passar alegria, confiança, emoção. Acredite: tudo o que as pessoas querem da vida é ser felizes. Todos nós (você também) queremos viver com boas emoções. Quem encontra um clima de alegria e felicidade em uma loja, jamais comprará em outra. Mesmo quando a outra pratique preços mais baixos. Afinal, felicidade não tem preço! Aguenta, coração!
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q COMPORTAMENTO
90% dos acidentes com crianças em casa podem ser evitados
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cidentes domésticos como afogamentos, quedas, queimaduras e intoxicações ainda são a principal causa de morte de crianças no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, 13 crianças morrem por dia no país em decorrência deste tipo de acidente. Mas de acordo com especialistas, 90% dos acidentes podem ser evitados. As quedas representam quase metade das ocorrências. Por possuir a cabeça proporcionalmente mais pesada que a de um adulto, o centro de gravidade de uma criança é mais alto, o que influencia diretamente no seu equilíbrio, facilitando os tombos. Para evitar que os pequenos se machuquem, não ter tapete em casa e móveis baixos já ajuda. Mas tudo isso sem tirar a independência, afinal explorar o ambiente à sua volta faz parte do desenvolvimento. “É preciso muita supervisão, mas tem que dar espaço para ela explorar sem tirar a liberdade. Tem que adaptar o ambiente, tirar os riscos maiores, porque criar autonomia é importante para eles”, afirma Gabriela Guida de Freitas, gerente-executiva da ONG Criança Segura, entidade que atua na prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. Dentro de casa, qualquer ambiente é preocupante. Mas um dos que mais requer atenção é a cozinha. O cômodo pode conter produtos de limpeza e existe o risco de eles serem ingeridos acidentalmente. Também oferece risco de queimaduras, isso sem falar nos objetos cortantes, como facas. Por isso, as dicas são tentar usar sempre as bocas de trás do fogão e colocar os cabos das panelas virados para dentro para não serem alcançados pelas crianças, para que elas não virem a panela sobre si, derramando líquidos quentes nelas.
OCORRÊNCIAS
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As quedas lideram o ranking de acidentes domésticos, mas pequenos cuidados ajudariam a diminuir as ocorrências
IURI KUZO / STOCK PHOTOS
TODO CUIDADO É POUCO Uma inocente brincadeira na banheira, pode ser fatal
Banheiro exige mais cuidado
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uando se tem crianças em casa, todo cuidado é pouco, porque qualquer coisa, desde um brinquedo até um simples banho pode ser fatal. “Para uma criança de até três anos de idade, três dedos de água são o suficiente para um afogamento”, ressalta a pediatra Cylmara Aziz. Para ela, o banheiro é um lugar que exige cuidado redobrado. “O afogamento pode acontecer na banheira, mas também no vaso sanitário ou até mesmo em um balde”, afirma. Thiago Braga / Folhapress.
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q MODA & BELEZA
Corpos reais Famosas tidas como referências de beleza postam fotos expondo imperfeições e motivam outras mulheres a aceitar seus corpos
U
ma leva de modelos e artistas famosas que é referência de beleza decidiu abandonar os retoques de imagem e publicar nas redes sociais fotos em que seus corpos aparecem sem correção, com estrias e celulites. A iniciativa, segundo especialistas, ajuda o público a desmistificar as figuras que aparecem na TV, nas passarelas de moda e na internet, incentivando outras mulheres a se aceitarem e a enxergarem beleza em si mesmas. Modelos como Isabeli Fontana e Gizele Oliveira postaram imagens de suas estrias. Além delas, a cantora Anitta já havia chamado a atenção ao mostrar suas celulites no vídeo de “Vai Malandra”. A psicóloga Isabela Cotian explica que fotos de belas mulheres na internet podem influenciar de maneira positiva ou negativa as seguidoras. “Quando as mulheres buscam nessas famosas referências de cuidados com a saúde, alimentação, desenvolvimento pessoal, moda e estilo, entre outras, elas podem ser positivas”, afirma. “O aspecto negativo é quando as mulheres não se sentem bem com a imagem delas, e essas fotos perfeitas geram comparação. Isso pode despertar sentimento de inferioridade ou frustração, tristeza e até compulsão alimentar ou compulsão por compras, promovendo falta de confiança em si mesma”, diz Isabela. A psicóloga considera importante a iniciativa de celebridades que postam imagens reais de seus corpos, sem retoques. “Desta forma, elas estão promovendo a autoaceitação de outras mulheres, quebrando o mito da perfeição e despertando identificação.” Para trabalhar a autoestima, Isabela explica que é importante conhecer a si mesma, saber seus pontos fortes, reconhecer as próprias habilidades e os talentos. “Assim, a mulher passará a valorizar o que tem de positivo em vez de ficar se concentrando no que não tem, naquilo que não está igual ao que ela vê nas 40 | Vilas Magazine | Julho de 2018
Lara Pires / Folhapress.
OTAVIO VALLE / FOLHAPRESS
redes sociais”, analisa. A dermatologista Monisa Nóbrega estima que mais de 90% da população feminina brasileira tenha celulite e que cerca de 50% possua estrias. “Se a atriz é referência de beleza mesmo tendo celulite e estria, é importante que o público veja que pode se aceitar”, afirma Monisa. “Mesmo que seu corpo também tenha esse tipo de imperfeição.” A dermatologista Larissa Viana, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a mulher pode até fazer tratamentos para diminuir estrias e celulites, mas que o mais importante – e que pode transformar a vida dela – é a autoaceitação. “Aceitar-se é um ato revolucionário”, afirma Larissa. A cantora Geo Mantovani, 23 anos, conta que já sofreu ao ver os corpos de celebridades nas redes sociais e se comparar com elas. “Eu via famosas e blogueiras de moda com corpos muito magros, então, resolvi desconstruir a minha rede social: parei de seguir todas e fui em busca de mulheres que tivessem o corpo parecido com o meu. No meu caso, foram as modelos plus size”, conta. “Antes, eu tinha dificuldade em aceitar o meu corpo como ele era. Hoje, procuro seguir e acompanhar aquelas mulheres com as quais me identifico.” Geo conta que tinha o sonho de ser cantora, mas que pensava que nunca conseguiria. “Eu achava que gordas não poderiam subir ao palco”, explica ela. “Até o dia em que vi a [cantora britânica] Adele e pensei que se ela podia ser cantora estando acima do peso eu também poderia.” Agora, Geo ajuda outras garotas a passarem pelo processo de aceitação pelo qual passou. “Mostro meu corpo como ele é nas redes sociais e quero que seja visto de forma natural”, diz.
A nova moda em pintura de unhas, a pintura multicolorida. São utilizadas várias cores de esmaltes nas unhas. A repórter posa para foto com unhas multicoloridas.
Unhas coloridas
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Brilho, strass, desenhos e formas geométricas? Esqueça! A tendência é pintar uma unha de cada cor; veja dicas para entrar nessa moda
á pensou em pintar uma unha de cada cor? Não, não se trata de brincadeira de Carnaval. É a nova tendência da chamada “nail art”, que vem ganhando cada vez mais espaço entre as blogueiras de moda, como a atriz Julia Faria, e já começa também a fazer sucesso nos salões de beleza de todas as regiões do Brasil. “A nova moda veio de uma empresa sul-coreana de marca de esmaltes, a Troude Lapin. No Instagram da marca (@troudelapin), há várias opções de combinações que podem ser usadas como inspiração”, afirma a manicure Diana Ribeiro da Silva. Segundo ela, quem tem um estilo mais ousado e gosta de inovar pode abusar das cores, sem muitas regras. Mas, para quem ainda está receosa, a dica é criar uma paleta de cores equilibrada. “Para as mais discretas, optar pelo degradê de tons é uma boa pedida, além de ser mais fácil de escolher e ficar super moderno”, orienta. A manicure Amarilis Mariano, da marca de esmaltes TopBeauty, também indica para as mulheres mais clássicas um degradê partindo do nude. “Comece com cores que se destaquem menos entre seus tons, como os claros e os azuis”, indica. Outra opção, segundo ela, é usar um tom sobre tom em cores quentes. “Fazem sucesso.” Quando a mulher já estiver mais acostumada à ideia, a dica das manicures é, então, ousar. “Para as mais despojadas, vale brincar com as cores e criar combinações incríveis. Quanto mais diferentes as cores entre si, melhor”, afirma Amarilis. Segundo Diana, usar o estilo “rainbow nails”, que tem como base as cores do arco-íris, é outra dica. “É perfeito para as mulheres mais modernas, porque ele mistura vermelho, laranja, amarelo, verde e azul”, ensina. Ela lembra, ainda, que o preto é um curinga.“Combina com todas as outras cores, mas fica muito bonito com laranja,rosa, branco, vermelho ou amarelo.” Nesta tendência, o ideal é que as unhas estejam mais curtas. Para o esmalte durar mais e não descascar, a recomendação é passar no máximo duas mãos para não deixar muito grosso. Marcia Câmara, manicure especialista em desenhos e estampas geométricas, indica também a finalização usando um “top coat” (cobertura finalizadora). “Depois que o esmalte já estiver seco, é só passar uma camada, porque ele garante mais brilho e durabilidade”, afirma. Karina Matias / Folhapress.
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Jaime de Moura Ferreira Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com
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A Ética
ética é um estilo de vida, que busca a qualidade do costume superior na conduta humana. Nesse momento em que se vive, aqueles que se identificam com esse bem, estão perplexos com as atitudes da sociedade. Essa área que se ocupa com as normas morais parece que foi abandonada. Torna-se difícil querer identificar o segmento ético, quando a sociedade, como um todo, com raras exceções, abandonou os valores morais e espirituais e escolheu abraçar o leviano, o incorreto e o desajustado, transformando suas ações em, tão somente, “o levar vantagem em tudo”. Sabe-se que a ética é diferente de lei, pois nenhum indivíduo pode ser preso pelo seu não cumprimento. Assim, o desmando social está muito acima do que se espera, nos segmentos públicos e privados. Foi-se o tempo em que se acreditava que as atitudes éticas passavam de pai para filho, o que para os seres humanos representavam o modo de viver e conviver. As ações de ética estão diretamente atreladas ao caráter e, segundo os estudiosos, esse aspecto se forma até a adolescência. Assim, vive-se em uma sociedade viciada, onde a ética e o caráter passam a não ter valor e os poucos que ainda insistem nesses sentimentos são tachados de “idiotas”, que não vivem no mundo atual. A ética pode ser ensinada nas escolas para fornecer subsídios para construção de valores, do ponto de vista do bem e do mal. Aliás, nesse período as crianças têm tudo para absorvê-la, pois ainda não estão impregnadas com as mazelas instituídas, na maioria das famílias. Porém, os professores que transmitem esse aspecto moral se batem com as condições de impunidade, desequilíbrio e vício, que vive a sociedade. A ética deveria ser o instrumento orientador das profissões (código de ética) médica, jornalística, empresarial, política e religiosa. Mas, o que se vê está bem aquém dessa realidade, com raras exceções. O que se destaca são atitudes pouco explicáveis e fazem parte da atuação do ser humano na sociedade, definindo seu campo para
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o bem ou mal. Como a ética representa um bem intangível, é pouco aceita como patrimônio. Segundo Aristóteles (384 a 322 a.C. filósofo grego e médico, discípulo de Platão e educador de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia): “Toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras”. Pouco aceita pelos seres humanos da atualidade. Dos poderes organizados, em uma república, que é o caso do Brasil, a população sempre espera o máximo de ética, pois esses três componentes são constituídos de funcionários públicos. Porém, neste momento, o que se vê é a disputa de vantagens e vaidades humanas que identificam o caráter desses servidores, conforme notícias permanentes nos meios de comunicação, cada um querendo ser mais importante que o outro. Aqueles que não pertencem à corja avassaladora da gatunagem, nem dependem do mal-uso do erário, sofrem com essa situação do Brasil e “têm vergonha de ser honestos”. Porém, para alguns, seus sentimentos humanos e pátrios superam essa sensação desalentadora. Assim, ainda existe a ética, porém, a vaidade humana, a vontade de obter ganhos e a facilidade para a prática do mal conseguem desnudar essa conduta. O que se observa no Brasil, no que diz respeito à ética, é que todos os seres humanos “precisam ter; alguns dizem que têm; poucos levam a sério; e ninguém cumpre à risca”. Sem dúvidas a ética promove a confiança, que pode ser praticada pela moral que se fundamenta na obediência às regras estabelecidas. Quanto aos políticos, existe um descrédito quase que geral, alastrado para os servidores públicos, que, muitas vezes, são cumpridores de suas obrigações, até com sacrifícios. O que se busca é uma sociedade respeitando os códigos de ética, todos saindo ganhando e que ninguém se sinta prejudicado, desde que existam relações justas. Caso contrário, a população continuará sendo punida pelo governo e, com isso, destruindo o cidadão brasileiro.