Vilas Magazine | Ed 211 | Agosto de 2016 | 32 mil exemplares

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54 ANOS

CIDADE SEM MEMÓRIA

MARTINA


Cemitério Parque Bosque da Paz,15 anos.

Agora com Crematório.

71 2201 4222

www.bosquedapaz.com.br

O Cemitério Parque Bosque da Paz é como um abraço da natureza. Um lugar que inspira paz e beleza e que conta com uma excelente infraestrutura de conforto, segurança e serviços de apoio para a sua família, com destaque para o seu novo serviço: a Cerimônia de Cremação. Um momento bonito e repleto de emoção em homenagem e respeito a quem você ama.

Acesso após Colégio Villa. Avenida Paralela.

Cerimônia de Cremação: em até 6x.


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cena da cidade Mande sua foto registrando algum flagrante inusitado da cidade, com breve descrição, para redacao@vilasmagazine.com.br

A velha castanheira da avenida Luís Tarquínio Pontes foi se cercando de ameaças urbanas a comprometer a sua copa, seus ramos, sua saúde. Por vingança, do alto de sua história, gigantesca, passou a ameaçar o urbanismo do entorno. A convivência da estrutura urbana com o arvoredo, necessária e desejável, é uma responsabilidade acrescentada do poder público, que precisa ficar atento à saúde desses magníficos espécimes, cuidando para que não venham a causar danos quando deveriam trazer benefícios.

www.vilasmagazine.com.br Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42700-000. Tels.: 0xx71/3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos (accioliramos@vilasmagazine.com.br) Dire­to­ra: Tânia Ga­zi­neo Accioli Ramos Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos (alvaro@vilasmagazine.com.br) Assistentes: Leandra da Cruz Almeida e Vanessa dos Santos e Silva Contatos: comercial@vilasmagazine.com.br Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos. Assistente: Bruno Bizarri Adm./Financeiro: Miriã Morais Gazineo (financeiro@vilasmagazine.com.br) Assistente: Leda Beatriz Gazineo (comercial@vilasmagazine.com.br) Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e CTP: Diego Machado Redação: Rogério Borges (coordenador) Colaboradores: Jaime Ferreira (articulista), Thiara Reges (repórter freelancer) PARA ANUNCIAR: comercial@vilasmagazine.com.br Tels.: 0xx71 3379-2439 / 3379-2206 / 3379-4377 CONTATO COM A REDAÇÃO: redacao@vilasmagazine.com.br Tiragem desta edição: 32 MIL EXEMPLARES Im­pressa na Gráfica Log & Print (Vinhedo/SP).

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Revista mensal de serviços e facilidades, distribuída gra­tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais de Lauro de Freitas, Es­trada do Coco e região (Busca Vida, Abran­tes, Ja­uá, Ja­cuí­pe, Gua­ra­juba, Stella Maris, Pra­ia do Flamengo e parte de Itapuã). Disponível também em pontos de distribuição criteriosamente selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi­ tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publi­cadas nesta edição, por qualquer me­io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Di­reitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CO­NAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e cre­di­bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a vei­culação de anúncios que se mostrem enganosos ou abusivos, por constrangimentos causados ao consumidor ou empresas. A revista Vilas Magazine u­ti­liza conteúdo edi­to­ri­al fornecido pela Agência Fo­lhapress (SP). Os títulos Vilas Ma­­gazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas regis­tradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.


Editorial Sinal dos tempos Vem aí a mais curta e franciscana campanha eleitoral de todos os tempos. Para alívio geral, exatos 118.561 eleitores aptos a votar este ano em Lauro de Freitas terão de aturar menos propaganda e por menos tempo do que antes. A partir de agora, devido à reforma da legislação eleitoral, os candidatos já não poderão gastar o que quiserem, venha lá de onde vier a verba. E pessoas jurídicas já não podem fazer doações a campanhas políticas. A fonte secou e também não adianta ser milionário. De acordo com as normas em vigor, em Lauro de Freitas os candidatos a prefeito poderão gastar, no máximo, R$ 935 mil na campanha eleitoral. Os candidatos a vereador, cerca de R$ 140 mil. O recurso ao famoso “caixa dois” tornou-se demasiado arriscado em tempos de Lava Jato e o Ministério Público eleitoral certamente estará de olho nos “sinais exteriores de riqueza” das campanhas. O cidadão comum também pode ficar atento. Basta dividir o teto de gastos pelo número de cavaletes expostos nas ruas, por exemplo.

Laranja do quintal A última flor do Lácio, no Brasil, oferece ao menos três acepções para o termo “laranja” enquanto substantivo masculino. Nenhuma delas faz referência positiva ao fruto da laranjeira: 1. fig. infrm. indivíduo nem sempre ingênuo cujo nome é utilizado por outro na prática de diversas formas de fraudes financeiras e comerciais, com a finalidade de escapar do fisco ou aplicar dinheiro de origem ilícita. 2. p.ext. B cr. homem tolo, ingênuo. 3. mús o mau regente de orquestra. Esse “indivíduo nem sempre ingênuo” parece estar por todo lado: em licitações fraudadas ou recebendo por serviços não prestados, por exemplo. É muita mão-de-obra. Aqui da província nos habituamos a olhar para Brasília com olhos estrangeiros, como se a laranjada fosse produto típico do Planalto Central. Não é. Gradualmente, observa-se, o Ministério Público – e não só – vai prestando maior atenção à laranjada local. A recente investida contra um esquema suspeito de saquear o SUS na Bahia é só a ponta de um dos novelos que as instâncias de controle vêm desfiando. O laranja menos ingênuo – ou mais tolo – se não for um regente de orquestra, pode muito bem ser seu vizinho. Ele nem sempre está em Brasília. Mais novidades estão a caminho.

Polarização

Carlos Accioli Ramos Diretor-editor

O desembarque do vice-prefeito Bebel Carvalho da aliança com o prefeito Márcio Paiva (PP) é mais um episódio da pré-campanha deste ano a influenciar a eleição municipal. Bebel desembarca para apoiar o pré-candidato Chico Franco (DEM), que vem com o apoio do prefeito de Salvador ACM Neto. O cenário vai apontando para uma polarização entre o DEM e o PT, que traz Moema Gramacho para o páreo. Ambos os partidos querem palanque em Lauro de Freitas para 2018 e devem investir pesado nos respectivos nomes.

“O fato de homens públicos se locupletarem com recursos por definição destinados ao bem comum é uma vilania realmente merecedora de julgamento implacável e punição rigorosa, pois vitimiza principalmente os cidadãos mais carentes de investimento público”. Trecho do editorial “Antes tarde do que nunca”, do jornal O Estado de São Paulo, edição de 24/7/16.

“Os brasileiros de bem precisam ter a mesma coragem dos canalhas”. Ministra Carmen Lúcia, futura presidente do STF.

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Registros & Notas

Empório estiloso Os empreendedores Bruno Mendes (esq.) e Hamurabi Silva, sócios do Armazém Express, empório gourmet especializado em produtos selecionados, como vinhos, cervejas artesanais, queijos, pães e especiarias, comemoram a aceitação dos clientes pelos eventos de degustação promovidos na casa, entre eles o Villas On Tap, realizado quinzenalmente, no Villas Prime Center, na rua Priscila Dutra.

Uma casa com sabor e aromas de Chicago Os empreendedores Ricardo Loureiro, Hermes Souza e Guga Straatmann (no centro da foto - a partir da esquerda -, com seus colaboradores) estão desde janeiro presentes em Vilas do Atlântico, com uma unidade da Chicago Stuffed Pizza, no Villa Verde Street Mall. O ‘pouso’ se deu por entenderem existir uma afinidade entre o conceito da Chicago com o público-alvo residente na região, ‘respirado” por Ricardo e Hermes, que moram em Vilas do Atlântico. A casa trabalha com uma pizza diferente (com mais recheio que as pizzas tradicionais), ambientação Pop Rock, música ao vivo nos finais de semana, entradinhas diferentes para os clientes, além de cervejas lager e artesanais, chopp, vinhos, roscas e espumantes.

CAMPEÃO SEM PATROCÍNIO Em julho a Federação de Karatê Tradicional da Bahia, participou do Campeonato Brasileiro de Karatê Unificado, em São Paulo. O evento uniu, pela primeira vez, as três maiores vertentes desta arte marcial: o Karatê-Dô-Tradicional, o Karatê de Contato e o Karatê Geral, todos convergindo com a finalidade de tornar o Karatê um esporte olímpico. A FKTB foi representada por quatro atletas, entre eles o carateca Rodrigo Delayti Alcântara (esq. na foto), da academia Jinseikan, que trouxe o vice-campeonato brasileiro na modalidade Kogo Kumite adulto. Rodrigo é morador de Vilas do Atlântico e a luta que ainda não conseguiu ganhar é para conseguir patrocínio. Mas dessa luta ele não desiste.

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Vilas do Atlântico no roteiro do jazz O quinteto Bago de Jazz é um grupo formado por amigos amantes da música instrumental, músicos experientes e com suas carreiras definidas no mercado cultural. Artistas que se uniram para fazerem o que mais gostam na vida. Nas apresentações tocam com dinâmica (sem barulho excessivo) e com sedução musical, dando ambiência para que as pessoas possam curtir o som, encontrar os amigos, colocar o papo em dia e até dançar. Com o objetivo de criar espaços, for­mar plateia e incentivar a circulação da música instrumental na cidade, o

grupo se apresenta às terças-feiras, no Boteco de Vilas e nas quartas, no Mariposa, sempre a partir das 20h. Os shows seguem um roteiro, e após os primeiros 50 minutos começa uma jam session com participações e canjas de artistas presentes nas casas. O nome do grupo vem da associação

ACBEU inicia comemorações pelos seus 75 anos com exposição do acervo de artes visuais No ensejo das celebrações pelos seus 75 anos, a ACBEU – Associação Cultural Brasil Estados Unidos, deu início em 22 de julho, às celebrações pelos seus 75 anos de atuação na Bahia, com a inauguração da exposição Acervo Acbeu - 75 anos: uma trajetória de inovação e incentivo à cultura. O vernissage aconteceu na Galeria ACBEU – que também comemora o seu 40º aniversário. A mostra, com curadoria da professora e crítica da Escola de Belas Artes da UFBA, Alejandra Muñoz, formada por obras do acervo da própria instituição, reúne trabalhos de 15 artistas brasileiros conhecidos nacional e internacionalmente: Almo, Anderson AC, Arthur Scovino, Calasans Neto (à esq., obra Do Jazz, de 1975, gravura em metal), Eriel Araújo, Josiltom Tonm, Juraci Dórea, Lia Cunha, Marepe, Milena Oliveira, Mili Genestretti, Rosa Bunchaft, Sérgio Rabinovitz, Tuti Minervino e Zmário e fica aberta até o dia 27 deste mês. “As obras da galeria estão em permanente exposição em todas as unidades de ensino da ACBEU – Vitória, Pituba, Magalhães Neto, Vilas do Atlântico e ainda pela ACBEU Maple Bear – mostrando aos alunos, professores, colaboradores e visitantes como a arte é um importante meio de expressão e de transmissão de conhecimento”, detalha Jorge Calmon Filho, presidente do Conselho da ACBEU.

á fruta jaca, apreciada no Nordeste e que é degustada aos poucos, “bago a bago”, isso também acontece com o jazz. O grupo é formado por Luciano Pinto, teclado; Márcio Wesley, bateria; Nivaldo Cerqueira, sax; Gilberto Santos Jr., trompete e Alan Moraes, baixo, (na foto acima, a partir da esq.).

O Sindicato dos Empregados do Comércio de Lauro de Freitas empossou dia 29 de julho, a nova diretoria, e tem como presidente o advogado José Carlos Silva Costa, que ocupou diretoria jurídica na gestão anterior.

Espaço consolidado Os gestores Jamil e Lidiana, celebram os seis anos de atividades da Academia Corpo Ativo na região, “com muita dedicação, trabalho e alegria. Agradecemos a Deus todos os dias e aos parceiros que contribuíram para que chegássemos até aqui, conscientes de estarmos oferecendo um serviço de qualidade aos nossos clientes”, desabafa Lidiana, que é educadora física pós-graduada. Jamil é engenheiro elétricista e dá suporte logístico à esposa. O casal é de Franca, interior de São Paulo e mora em Lauro de Freitas desde 2005.

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Registros & Notas

Formando equipe Chico Franco, pré-candidato do DEM a Prefeitura de Lauro de Freitas, convidou o economista Edson Pitta Lima para coordenar a elaboração do seu Plano de Governo. Pitta Lima tem especialização em planejamento global e planejamento do desenvolvimento regional pela CEPAL/ILPES, tendo ministrado aulas de Planejamento do Desenvolvimento Regional como professor convidado da CEPAL/ILPES em Baia Blanca - Argentina. Coordenou a elaboração do Plano Diretor do COPEC, foi titular da Secretaria de Planejamento Ciência e Tecnologia do governo Roberto Santos, coordenador de Planejamento do Banco de Desenvolvimento de São Paulo, consultor do PRODUR para reforma administrativa municipal.

fotos: Ronivaldo Farias

EVENTOS

Guarda Municipal remove colmeia O Grupamento Ambiental (GALF) da Guarda Municipal de Lauro de Freitas fez a primeira retirada de colmeias num terreno baldio de Vilas do Atlântico, com apoio da superintendência de Ordem Pública da prefeitura. Foram quatro colmeias retiradas durante o treinamento da equipe do GALF. Cumprindo a legislação ambiental, as abelhas foram removidas para outra área e não exterminadas. O superintendente Emerson Macedo indica que as pessoas podem denunciar a existência de colmeias e pedir a sua remoção pelo número 153 8 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

u A Prefeitura de Lauro de Freitas, por meio da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria Municipal de Educação, por intermédio da Divisão de Ações Afirmativas (DAFIR), promove dias 10 e 11, no auditório da Unime, o 4º Seminário Internacional de Ações Afirmativas Gênero e Diversidade. A atividade compõe o conjunto de ações do Agosto Negro que acontece na cidade. Estão previstas presenças do representante da Embaixada da Nigéria na Bahia, Misbah O. Akann, do desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, Lidivaldo Brito e do professor Gildeci Leite, da Universidade da Bahia. O evento oportunizará também o lançamento do livro Xangô e Thémis, estudos sobre filosofia, direito e racismo, de Sérgio São Bernardo, além de apresentações culturais do Balé do TCA e da cantora Vivian Caroline - Banda Didá. A responsável técnica do evento é a professora Mestra, Rosângela Accioly. Outras ações acontecem ao longo do mês: dia 5, apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia e dia 6, seminário “Ser Quingoma Erinlé, no espaço Ilê Axé Opô Erinlé, no Quingoma; dia 23, exibição do “Espetáculo Áfricas”, no cine-teatro, no Centro; dias 10 e 29, ciclo de palestras itinerantes “Consciência Negra para além do Novembro Negro”, na Escola Municipal de Quingoma e dia 31, seminário de Combate ao Racismo Institucional, no auditório da Unime. Interessados podem solicitar mais detalhes dos eventos pelo telefone 99269-0388 ou encaminhando e-mail para seminariointernacionallf@gmail.com u Como adultos lúdico-criativos inovam e são mais felizes, bate-papo vivencial com a mestra em educação, especializada em desenvolvimento lúdico-criativo, dia 26, das 19h30 às 21h30, no Espaço Terapêutico Luz (Rua Praia de Itaparica, 34, Vilas do Atlântico). O evento tem prosseguimento dias 27 e 28, com a Jornada Ativadora Vivencial. Inscrições prévias e informações pelos telefones (71) 99962-2468 / 99194-7442.


Novo espaço alia boa música e gastronomia Foi inaugurada em Vilas do Atlântico, em julho, a mais nova opção de entretenimento da região: o Santa Música, restaurante temático que traz como proposta oferecer, todas as noites, sempre música de qualidade. Buscando fugir do tradicional, a casa surgiu da iniciativa da família Seabra: William e Maria de Fátima e os filhos Márcio, Fábio e William Junior, voltada para o público que cobrava um espaço diferenciado, onde combinar gastronomia e lazer. Chorinho, Bossa Nova, Jazz, MPB, Anos 60,70 e 80 fazem parte da programação do Santa Música.

ROTARY O engenheiro Lindolfo Oliveira foi empossado, em 30 de julho, como presidente do Conselho Diretor do Rotary Club Lauro de Freitas Centro para a gestão 2016/17. Ele substitui a esposa, Maria Maraglai, (ambos na foto) que comandou o clube na gestão passada. O casal integra clubes de Rotary por vários anos, tendo participado anteriormente do Rotary Club Pituba e Rotary Club Lauro de Freitas, deste, ele é sócio fundador e foi diretor da Avenida de Serviços Internos do primeiro Conselho Diretor. LIONS Gleice Baptista tomou posse como presidente do Lions Club de Lauro de Freitas - Quatro Estações, para a gestão 2016/17, dia 30 de julho. Abnegada, Gleice assume pela terceira vez o comando deste atuante clube de serviços. Ambas as solenidades foram realizadas no Meg Espaço de Eventos.

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emancipação política de lauro de freitas

54 anos de emancipação de Lauro de Freitas Trilhos do metrô enfim dão significado a um topônimo artificial

L

auro de Freitas chega aos 54 anos de emancipação política – registrados no último 31 de julho – sem que a data tenha adquirido sentido. As cerimônias públicas de carácter cívico repetem-se como se um dia viessem a emprestar significado à emancipação, numa inversão absoluta entre causa e efeito. Foi em 1962 que ganhou autonomia o distrito de Santo Amaro de Ipitanga – hoje com 408 anos de história – e então pertencente a Salvador. Nascia ali uma colcha de retalhos que juntou comunidades diversas e com diferentes culturas, necessidades e aspirações sob uma bandeira de inspiração nacionalista e religiosa que – paradoxalmente – vinha ao cenário negando a origem jesuíta no próprio nome do município. Teria sido o engenheiro e vereador Paulo Moreira de Souza, de Salvador, falecido em março de 2003, aos 91 anos, quem primeiro articulou a emancipação de Santo Amaro de Ipitanga, apoiado pelas lideranças políticas locais. A proposta foi aprovada pela Câmara Municipal de Salvador porque a bancada do PSD, majoritária à época, achou de seu interesse homenagear um político nascido em Alagoinhas e falecido em um acidente aéreo em Bom Jesus da Lapa, doze anos antes, durante uma campanha eleitoral para o governo do Estado. Tratava-se do engenheiro Lauro Farani Pedreira de Freitas, em homenagem a quem foi colocado um busto na pracinha em frente à estação de trem, no bairro da Calçada, em Salvador e cujo grande legado está no desenvolvimento das ferrovias – das quais aqui nunca se viu um metro de trilhos. Não por acaso, a Lei Orgânica do município prevê a convocação de um plebiscito com o objetivo de repor o nome de Santo Amaro de Ipitanga, que seria de iniciativa da Câmara Municipal. As lideranças religiosas que se opõem ao topônimo original, por remeter ao catolicismo, são a principal razão pela qual o plebiscito nunca foi realizado. Cinquenta e quatro anos depois, com a chegada do metrô ao Km 0 da Estrada do Coco, Lauro de Freitas finalmente terá seu primeiro par de trilhos para exibir. Uma centena de metros deles, talvez. O advento da ferrovia em terras de Santo Amaro de Ipitanga poderá vir a justificar o batismo político. Bem estruturado, qualquer discurso faz sentido. É o caso do “Núcleo do Museu da Cidade” – a rigor uma sala no terminal turístico Mãe Mirinha, em Portão, com alguns painéis fotográficos, peças do Terno de Reis e duas esculturas que remetem à cultura afro-brasileira. Nem remotamente se pode considerar o espaço – aliás dedicado à cultura popular – inaugurado em 2013, como representativo da cidade ou de sua história, apesar do nome. Mas o discurso político está presente desde o painel na entrada – onde se lê que a sala é “um presente de sensibilidade e compromisso” do prefeito 10 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

– até a representação fotográfica dos folguedos típicos da cidade sem remeter à história propriamente dita. A necessária valorização da cultura afro-brasileira acaba por se confundir com a representação histórica – necessariamente mais abrangente. Mesmo pobre de conteúdo, o Museu da Cidade, enquanto iniciativa, tem valor. Falta agregar material verdadeiramente histórico, por meio de curadoria profissional – e para isso há museólogos. Muitas famílias entre as mais antigas de Santo Amaro de Ipitanga e Portão certamente teriam com o que contribuir para essa realização. Nem o mais elaborado repertório de argumentos consegue escamotear a falta de referências históricas – acadêmicas – sobre Santo Amaro de Ipitanga. A designação “Lauro de Freitas”, imposta em 1962, tornou-se lugar comum na consciência

Sala do “Núcleo do Museu da Cidade”: falta de referências acadêmicas


popular e tende a perpetuar-se. O topônimo é hoje um significante sem significado. A construção desse vazio identitário, próprio dos subúrbios das grandes cidades brasileiras, teve início precisamente há 54 anos, naquele 31 de julho da emancipação. Em vez de promover a autonomia, como seria de supor, a alteração do status político trouxe mais alienação. As parcas referências indicam que logo na sua primeira eleição, feita às pressas para cumprir prazos legais da emancipação, a cidade empossou um prefeito eleito pela diferença de votos das urnas de Valéria, então pertencente ao novo município, mas tradicionalmente uma outra comunidade, sem laços socioculturais com Santo Amaro de Ipitanga. Apesar de “emancipada”, a comunidade recebia uma liderança política estrangeira a si mesma. O território original do município emancipado

totalizava 210 km² e abrangia grande parte do que hoje é a região da Paralela. Toda essa extensão territorial foi integrada a Salvador até que o muro do aeroporto fosse o limite. Mesmo a praia de Ipitanga, que está na origem do topônimo histórico, em sua maior extensão passou a fazer parte da capital. Os anos seguintes não trouxeram melhor sorte: Amarílio Tiago dos Santos, o filho da terra derrotado na primeira eleição, em 1962, seria eleito em 1966, mas governaria por dois anos apenas. Acabou cassado pela Câmara Municipal, em 1969, em plena ditadura militar. O advento do regime ditatorial, dois anos depois da emancipação, ajudaria a alienar a comunidade nativa na sua própria cidade – situação que se agravou ainda mais a partir de 1972, quando o município foi declarado “de interesse da segurança nacional” por decreto-lei amparado na constituição de 1967. Os municípios de Simões Filho, Candeias e Camaçari foram igualmente enquadrados, passando a ter prefeitos nomeados e não eleitos, o que atrofiou a representatividade política local. Lauro de Freitas estava incluída por ser vizinha de uma base aérea da Aeronáutica. O aeroporto, originalmente pertencente a Santo Amaro de Ipitanga, já tinha sido recortado no mapa para se encaixar no território de Salvador. Quando voltaram a ser realizadas as eleições diretas nas áreas de segurança nacional, a prefeitura foi ocupada, entre 1973 e 1985, por Ismael Ornelas Farias e Gerino de Souza Filho. O primeiro prefeito eleito depois da redemocratização foi Paulo Rosa Neto, que governou entre 1986 e 1988, sendo substituído por João Leão. A retomada da vida política local trouxe uma mudança profunda no ritmo de desenvolvimento da cidade e João Leão influenciaria decisivamente a eleição dos três prefeitos seguintes, todos do seu grupo político: Otávio Pimentel, em 1993, Roberto Muniz, em 1997 e Marcelo Abreu, em 2001. O desenvolvimento econômico dos últimos vinte anos trouxe para a cidade muita gente nova e mais preparada que não se integrou à população nativa, ajudando a criar bolsões de desigualdade. Há diferenças no nível de educação, no poder de compra e mesmo na cultura. Falta aos recémchegados uma identidade afetiva com o lugar. Para eles, Lauro de Freitas é uma extensão de Salvador e Vilas do Atlântico uma espécie de enclave da capital no município vizinho. As sequelas da alteração forçada do referencial de Lauro de Freitas ficam claras no déficit de integração. Para a população de Itinga e Vilas do Atlântico, por exemplo, “Lauro de Freitas” designa somente o centro da cidade. Para as famílias mais tradicionais de Portão, o topônimo nada vale. Os mais antigos ainda dizem que vão “a Santo Amaro” – nome que aglutina as comunidades – quando precisam se deslocar ao Centro. As raízes culturais cedem espaço ao interesse de mercado: os topônimos só se mantêm se forem marcas comerciais para o turismo, por exemplo. É precisamente essa a história da praia de Buraquinho, que em qualquer mapa vai de Ipitanga à foz do Joanes. Há pouco mais de 30 anos, por conveniência de marketing ligada à comercialização do novo loteamento, a maior parte da praia foi artificialmente rebatizada “Vilas do Atlântico”. Hoje, Buraquinho é um nome que designa apenas uma curta faixa de praia junto à foz do rio. Cinquenta e quatro anos depois, apesar de estar para receber os seus primeiros metros de ferrovia, a cidade ainda não entrou nos trilhos. Por incrível que pareça, paredes meias com a capital, Lauro de Freitas ainda não tem sistema de esgotamento sanitário. O ordenamento urbano, apesar dos mais recentes e meritórios esforços da gestão pública, continua longe de ser resolvido. A qualidade de vida na cidade continua a cobrar medidas que possam ir além do asfaltamento de ruas. Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 11


cidade

Vista do Complexo de Saúde de Itinga: atenção especializada para todos os públicos Edmar de Paulo

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Prefeitura abre serviço de saúde em Itinga, prometendo gama de especialidades

ois centros de saúde – um “do Homem” outro “da Mulher” – um posto de pronto atendimento pediátrico, uma unidade de saúde de atenção ao idoso, uma farmácia e uma base do Serviço de Atendimento Móvel

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de Urgência (Samu) compõem agora, ao lado da UPA 24h de Itinga, o que a prefeitura de Lauro de Freitas chama de Complexo de Saúde de Itinga, na altura do Parque Santa Rita. O conjunto foi apresentado no mês

passado à população durante cerimônia com a participação do deputado federal Cacá Leão (PP) e de personagens tradicionais da cidade, como dona Aidê, seo Balaeiro, seo Diomédes, seo Avelino, dona Alda e dona Nani, que elogiaram a popular “clínica do idoso” – que em Lauro de Freitas atende pessoas com idades a partir de 55 anos e não apenas os que têm mais de 60 anos. Na unidade de Atenção Municipal ao Idoso (AMI), a prefeitura promete oferecer especialidades tão variadas como angiologia, endocrinologia, reumatologia, ortopedia, psiquiatria, psicologia, cardiologia, nutrição, oftalmologia, odontologia e fisioterapia, além de geriatria. No Centro de Saúde da Mulher a promessa é manter as especialidades de colposcopia, exame ginecológico preventivo (citologia e microflora), mastologia e, claro, ginecologia. Já no Centro de Saúde do Homem o compromisso é oferecer atendimento de urologia. As duas unidades devem manter dermatologista, gastroenterologista, nutricionista, ortopedista, otorrinolaringologista, psiquiatra, endocrinologista e clínico geral.


Fiocruz pesquisa transmissão do Zika Vírus por muriçocas

J

á está em vigor a lei federal que permite entrada forçada de agentes de saúde em imóveis suspeitos de terem focos do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de doenças como zika, dengue e chikungunya. A entrada forçada de agentes de saúde passa a ser permitida nos casos em que os imóveis estejam em situação de abandono e em que o dono do imóvel esteja ausente ou não tenha permitido a entrada. Se necessário, os agentes poderão solicitar a ajuda à autoridade policial ou à guarda municipal. A lei institui também o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), com o objetivo de financiar projetos de combate à proliferação do mosquito transmissor. O Ministério da Saúde terá até 30 dias, contados a partir da publicação da lei, para regulamentar critérios e procedimentos para a aprovação de projetos deste programa. Muriçocas As medidas poderão ter um efeito limitado no controle da transmissão do Zika se ficar confirmada a possibilidade de que muriçocas também transmitam o vírus. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou a presença do Zika em mosquitos Culex quinquefasciatus – nome científico da muriçoca ou pernilongo doméstico – coletados no Recife. Com isso, o inseto passa a ser um potencial transmisssor do vírus. Até o momento, nenhuma pesquisa científica comprovou a tese, que já assusta. A pesquisa foi feita pela Fiocruz Pernambuco na Região Metropolitana do Recife, onde a população do Culex é cerca de 20 vezes maior do que a do Aedes aegypti, como em geral. Os resultados preliminares da pesquisa de campo identificaram a presença de Culex infectados naturalmente pelo vírus Zika em três dos 80 grupos de mosquitos analisados até o momento. Em duas dessas amostras, os mosquitos não estavam alimentados, demonstrando que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma alimentação recente num hospedeiro infectado. Ainda serão necessários estudos adicionais para avaliar o potencial da participação do Culex na disseminação do vírus Zika e seu real papel na epidemia. O estudo atual tem grande relevância, uma vez que as medidas de controle de vetores são diferentes. O Aedes tem hábitos diurnos, embora a fêmea possa picar à noite caso tenha oportunidade. Já a muriçoca, além de voar alto e fazer um zunido, sai para se alimentar à noite. O Aedes costuma voar abaixo de 1,2 metros e, por isso, pica mais pés, perna e joelhos, e tem uma picada indolor.

A nova lei prevê a “incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida” como umas das medidas de combate ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FNDCIA) divulgou nota em que reprova a medida. De acordo com o procurador regional do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, Pedro Serafim, coordenador nacional da entidade, a lei tem potencial para causar doenças nos seres humanos e outras espécies, além de perdas econômicas. “Alguns países da comunidade europeia, e também o Canadá e os Estados Unidos, vem restringindo a pulverização aérea. Nós vemos um retrocesso muito grave para a saúde pública. O fumacê não resolveu, tem tornado o mosquito resistente, e não vai ser com essa pulverização desordenada, que pouco alcança o alvo, que vai resolver”, criticou. O coordenador do Grupo de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Marcelo Firpo, classificou a autorização prevista na lei como um “retrocesso civilizatório”. Segundo ele, as áreas afetadas vão ser usadas como laboratórios. “Vai fazer da população em geral um grande espaço de experimentação humana com substâncias perigosas, cujos efeitos só vão aparecer anos depois”.

Pulverização Uma lei que autoriza o uso de aviões para pulverizar substâncias químicas contra o Aedes também foi sancionada, apesar de criticada por organizações de saúde e combate a agrotóxicos. Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 13


cidade

Ruas e escolas estaduais de Lauro de Freitas integram monitoramento da central do estado

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s 120 câmeras de monitoramento de segurança de Lauro de Freitas já integram o novo Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública 2 de Julho, em Salvador. De acordo com o Coronel Castro, responsável pelo Gabinete de Gestão Institucional Municipal (GGIM) de Lauro de Freitas, todas as câmeras de rua da cidade já transmitem imagens para o centro de operações do governo do estado, inaugurado em julho pelo governador Rui Costa (PT). A unidade ocupa uma área de 13 mil metros quadrados em um prédio de quatro andares, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) e funcionará como cérebro operacional para ações de segurança, reunindo em um único espaço as polícias Militar, Civil e Técnica e o Corpo de Bombeiros, além de agregar efetivos federais e municipais. “O Centro vai servir para além da segurança pública”, disse Rui Costa – “é um equipamento de defesa social, que vai beneficiar a população em diversos aspectos”. A proposta é agregar à central as imagens de todos os hospitais e escolas estaduais da Bahia, incluindo as de Lauro de Freitas. Até dezembro essa meta deve ser atingida, segundo o governador. O Governo do Estado está licitando as câmeras para cerca de 1,3 mil escolas estaduais. A expectativa é que até o final do ano 300 câmeras já estejam sendo monitoradas pelo Centro em instituições da região metropolitana e Salvador. A imagem e som capturados nessas unidades e nas unidades de saúde poderão servir como prova em si-

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tuações específicas, auxiliando o trabalho do Ministério Público, da Defensoria, e de outros órgãos envolvidos. “Esse material servirá como prova para a condenação de pessoas responsáveis por determinado crime”, destacou o governador Rui Costa. “Muitas vezes, a justiça tem todos os elementos de culpa, mas não tem provas” – “o Centro de Operações garantirá essas provas, em imagem e áudio”, disse. Com investimento de R$ 260 milhões de recursos estaduais, a unidade é tida como o maior centro de operações policiais da América do Sul, envolvendo a participação de 400 profissionais. O local conta com sala de monitoramento, onde uma tela de 14 metros de largura receberá imagens em tempo real das mais de mil câmeras integradas ao sistema – incluindo as 120 de Lauro de Freitas, as da CCR, empresa operadora do metrô de Salvador e da Concessionária Via Bahia, que administra a BR-324 e BR-116. As imagens captadas pelo imageador acoplado ao helicóptero da Polícia Militar também são transmitidas para a central. A partir do Centro de Operações 2 de Julho, as forças de segurança passam a monitorar a capital, a região metropolitana e o interior. Presente na inauguração, o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, destacou que a unidade “encurta o tempo de resposta e melhora as ações das


aos profissionais envolvidos o acesso ao posicionamento das viaturas via GPS, a comunicação com unidades móveis da Secretaria de Segurança Pública (SSP) utilizadas em grandes eventos e em ações de

investigação criminal, além da operação do Call Center 190 da Polícia Militar e do monitoramento de presos em um espaço reservado à Secretaria de Administração Prisional e Ressocialização (Seap).

Prefeitura começa a multar carros de farol apagado durante o dia na Estrada do Coco

A Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública: áudio e vídeo de escolas e hospitais estaduais serão monitorados em tempo real Carol Garcia

policias. Somente com a integração nós vamos conseguir prestar o melhor serviço de segurança à população”. O centro também possui um heliponto que dará agilidade às ações policiais de emergência e proporciona

prefeitura de Lauro de Freitas começou a aplicar multas este mês aos motoristas que transitam pelo trecho urbano da Estrada do Coco durante o dia sem estar com os faróis ligados. A Lei 13.290, de 23 de maio, que institui a obrigatoriedade de circular com faróis acesos durante o dia nas rodovias brasileiras vale também para os 7,5 Km da BA-099 que atravessam Lauro de Freitas. Apesar de administrado pela prefeitura, o trecho ainda é efetivamente uma rodovia e está sujeito à chamada “lei do farol”. Até o final de julho a prefeitura realizou apenas “abordagens de advertência”.

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tituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social avalia que “empresas cujos valores são percebidos como positivos pela sociedade tendem a ter uma vida longa” e que “do contrário, tornam-se frágeis, sem competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação”. De acordo com os princípios do Ethos, adotar uma gestão socialmente responsável implica, necessariamente, atuar buscando trazer benefícios para a sociedade.

Equipamento para escolas públicas: manutenção sempre foi um problema

Empresas poderão contribuir Ministério Público para infraestrutura de escolas discute transferência de públicas em Lauro de Freitas praias para municípios

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ai a votação este mês na Câmara Municipal de Lauro de Freitas um projeto de lei que pretende estimular a iniciativa privada a contribuir, de forma voluntária, “para a melhoria da qualidade de ensino da rede pública municipal”. O incentivo, na verdade, é para que as empresas do município doem equipamentos e realizem obras de manutenção, conservação, reforma e ampliação de prédios escolares, além de outras ações. A contrapartida é a exploração de publicidade nos equipamentos doados e nos espaços físicos das escolas, em muros e outdoors – desde que a mensagem seja considerada apropriada pela secretaria de Educação. A proposta veda a veiculação de propaganda político-partidária e o nome de pessoas que concorrerão a cargos eletivos em qualquer esfera. “A infraestrutura das escolas e

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sua manutenção tem sido, ao longo dos anos, um dos principais problemas da administração municipal”, argumenta o vereador Antônio Rosalvo (REDE), presidente da Câmara e autor do projeto de lei. “Não basta construir salas de aula, é necessário garantir a manutenção”, diz. A participação das empresas no programa dependerá da assinatura de um “termo de cooperação” com a secretaria municipal de Educação, que avaliará a conveniência de divulgar a mensagem publicitária nas dependências da escola. Apenas um muro e um outdoor poderão exibir publicidade em cada escola. Os problemas de infraestrutura na rede pública de ensino são antigos e recorrentes, frequentemente alvo de protestos do corpo de alunos, professores e dirigentes das escolas. Já para as empresas o principal benefício é de imagem pública. O Ins-

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Ministério Público Federal na Bahia realiza no dia 24 uma audiência pública para debater os impactos trazidos pela pela lei que transfere a gestão de praias da União para os municípios. Presidido pelo procurador da República Pablo Barreto, que atua na área de Meio Ambiente, o evento acontece na sede do MPF/BA. O objetivo é conhecer e debater a viabilidade e condições de gestão das praias, considerando os aspectos jurídicos, técnicos e de gestão participativa. O encontro busca esclarecer pontos relacionados à futura implementação da norma, dentre eles a garantia de que os espaços costeiros serão usados conforme sua classificação, o uso e ocupação das praias, inclusive ambulantes e quiosques. A audiência é uma iniciativa do projeto MPF pelo Gerenciamento Costeiro (MPF-Gerco) da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (meio ambiente e patrimônio cultural) que tem a finalidade de desenvolver modelos de atuação para auxiliar os membros que atuam na região costeira do país. O MPF-Gerco pretende facilitar o trabalho integrado na proteção da costa brasileira e na solução e prevenção de conflitos, aproveitando, quando possível, os mecanismos do Projeto Orla.


Ministério Público abre nova sede em Lauro de Freitas

Vista área das obras da Via Metropolitana: expectativa da Bahia Norte é entregar em março de 2017

Manu Dias

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Ministério Público do Estado da Bahia inaugurou em julho um novo espaço de trabalho na comarca de Lauro de Freitas. A nova sede, localizada na Rua 2 de Fevereiro, nº 66, Centro, foi inaugurada pela procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado, que agradeceu aos promotores de Justiça que reclamaram por condições de trabalho mais dignas.

Justiça determina prazo para delimitação de terras no Quingoma

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Nova sede do Ministério Público estadual em Lauro de Freitas: mais condições de trabalho A promotora de Justiça Patrícia Peixoto de Mattos fez um agradecimento em nome dos demais promotores. Ela lembrou que a conquista teve início na gestão de Márcio Fahel. “Trabalhamos em dois Fóruns durante anos”, disse. “Para nós, é um resgate poder desenvolver as nossas funções em uma sede com esta” – destacando que “hoje, temos todas as condições que precisamos para tocar o MP pra frente”. A nova sede tem 22 salas, sendo 10 gabinetes, uma recepção, uma central de inquéritos, sala de estagiários, sala de arquivo, copa, sala de triagem, uma sala de reunião e ainda sete banheiros e estacionamento privativo.

pedido do Midicialmente em procesObras da Via nistério Público sos de reintegração de Metropolitana Federal na Bahia posse e relatam sofrer seguem dentro (MPF/BA), a Justiça atos de ameaça e viodo cronograma deferiu, em junho, lilência, como incêndio minar determinando de barracos e agressões ao Instituto Nacional físicas. de Colonização e Reforma Agrária O RTID, de responsabilidade do (Incra) a conclusão e publicação do Incra, é o documento que deverá Relatório Técnico de Identificação identificar, reconhecer, delimitar e e Delimitação (RTID) das terras da titular a área ocupada pelos remacomunidade remanescente do qui- nescentes de quilombolas. Em nolombo do Quingoma, no prazo de vembro de 2015, o Estado da Bahia e 120 dias. A comunidade reside na a Bahia Norte firmaram com o órgão área onde está sendo construída a um termo de cooperação técnica Via Metropolitana, sob responsabi- com o objetivo de elaborar o relatólidade do Governo do Estado e da rio de delimitação da comunidade concessionária Bahia Norte. do Quingoma. A ação do MPF havia pedido tamDe acordo com informações bém medida liminar determinando a prestadas pelo instituto e pela conimediata suspensão das obras até a cessionária ao MPF, uma empresa conclusão dos estudos necessários seria contratada para produzir o para a elaboração do RTID, mas o documento, bem como órgãos espedido não foi contemplado pela taduais seriam os responsáveis pela decisão judicial. supervisão e coordenação da equipe O Ministério Público avalia que o técnica em campo. O RTID deveria local é alvo de especulação imobiliária ser concluído em abril, mas em maio e como os residentes ainda não detêm o Incra informou que ainda não havia a titularidade dos imóveis a possibili- recebido nenhum produto conclusidade de perda das terras tem gerado vo para a composição do relatório. instabilidade na região. Segundo Além das medidas liminares, a informações do Ministério Público, os ação requer que o Incra finalize todo integrantes da comunidade passaram o processo de regularização fundiária a ser frequentemente demandados ju- da comunidade no prazo máximo de u Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 17


cidade

Andamento da obra As obras nos 11,2 quilômetros da Via Metropolitana estão sendo executadas de acordo com o previsto pelo cronograma e devem ser entregues em março de 2017, de acordo com Wagner Magalhães, gerente de engenharia da Bahia Norte, concessionária responsável pelos trabalhos. A última avaliação divulgada dá conta de que a obra já conta com 47% do total executado. “Da Estrada do Coco – onde foi construída uma passagem subterrânea – até o Rio Joanes temos três quilômetros, aproximadamente, de área pavimentada, com conclusão de toda a drenagem e a parte de infraestrutura viária”, disse. “O prazo será cumprido, estamos bastante empenhados”, afirmou Magalhães. Das 12 pontes previstas no projeto, nove estão em fase de acabamento, como as que foram erguidas sobre os rios Paranamirim e Joanes. De acordo com a concessionária, a vegetação nas margens foi recuperada e barreiras de metal foram instaladas em diversos pontos da via para ampliar a segurança. Com as obras iniciadas em janeiro de 2015, a Via Metropolitana Camaçari-Lauro de Freitas vai ligar a BA- 526, na altura do Km-18,5 da Rodovia Cia Aeroporto, até a BA-099, na Estrada do Coco, contornando a região central do município de Lauro de Freitas. Quando concluída, deve aliviar também o sistema viário da região norte da capital como as avenidas Paralela e Dorival Caymmi e o complexo Dois de Julho, próximo ao Aeroporto Internacional de Salvador. As intervenções devem reduzir pela metade o tempo do percurso dos cerca de 110 mil veículos que trafegam diariamente pela região. A expectativa é que no pico da obra sejam gerados 750 empregos diretos. Neste momento, 300 trabalhadores da construção civil desempenham diferentes funções no canteiro de obras. 18 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

Marília Cabral

u doze meses, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil a serem revertidos para o Fundo Nacional de Direitos Difusos, que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

cultura

Festival Ipitanga de Teatro 2016 inclui oficinas e mostra de teatro de grupos locais

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tradicional Festival Ipitanga de Teatro (FIT Bahia) realiza a 9ª edição agora em agosto, com espetáculos programados para o Cine Teatro de Lauro de Freitas e para a Praça da Matriz, Centro da cidade. Este ano o FIT Bahia recebe representações de todas as regiões do país, com espetáculos dos estados da Bahia, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Tocantins, entre os dias cinco e 13. A principal novidade deste ano é a realização da Mostra Ipitanguense de Teatro (MIT), destacando grupos locais. O objetivo é valorizar e fomentar a cena teatral da cidade, estimulando a criação de novas trupes teatrais. A mostra acontece dias 5 e 6, no Cine Teatro, com entrada franca. Quem deseja desenvolver a vocação para as artes cênicas ou adquirir novas experiências, o FIT Bahia volta a oferecer oficinas e workshops de teatro à comunidade, tanto para iniciantes como para os que já têm experiência na área. A missão da produção é integrar os artistas participantes e aquecer a cena teatral em Lauro de Freitas. Com uma programação recheada de gêneros teatrais, do drama à comédia,


Curral Grande: Marcos Barbosa e Eduardo Machado trazem a história dos campos de concentração no Ceará

MOSTRA IPITANGUENSE DE TEATRO PROGRAMAÇÃO 5 e 6 de agosto (Mostra Local) Dia 5/8 (sexta-feira), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. A MENINA QUE ROUBAVA LIXO. Polo de Atores de Lauro de Freitas. Texto: Tobé Veloso. Direção: Renato Lima e Tobé Veloso. Drama. Duração: 60m. Classificação: Livre. Sinopse: A peça retrata a história de Luna, uma boneca encontrada no lixo que é reciclada por um catador de rua e ganha vida. A boneca decide que a cidade precisa ficar limpa e logo é acusada de roubar todo o lixo existente pelos vilões Espalha Lixo e Xabrú. Dia 5/8 (sexta-feira), 17h. Cine Teatro de Lauro de Freitas GAZETA DO PALHAÇO. Grupo Revolução Teatral. Lauro de Freitas. Texto e direção: Rubenval Meneses. Farsa. Duração: 45m. Classificação: Livre. Sinopse: Em meio a uma crise criativa para a montagem de um novo espetáculo, a trupe da alegria, em seus bastidores, interagem com um velho jornal deixado por alguém da plateia, iniciando assim, uma divertida e desafiadora aventura. Dia 5/8 (sexta-feira), 20h. Cine Teatro de Lauro de Freitas O BEBADO E O DEFUNTO. Chico de Assis Cia de Comédia. Lauro de Freitas. Texto e direção: Chico de Assis. Comédia. Duração: 40m. Classificação: 10 anos. Sinopse: Para escapar do exército um fugitivo resolve se fingir de defunto, mas um falso bêbado muito esperto chega até o velório e consegue descobrir toda a farsa. Mas ficou para o “fugitivo” a melhor parte, pois o prazo que ele poderia ser preso já tinha passado, então este falso defunto fica livre. DIA 6/8 (sábado), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas LOUCURAS. Cia Por da Cena. Lauro de Freitas. Texto: Grupo. Direção: Eliana Souza. Drama. Duração: 45m. Classificação: 12 anos. Sinopse: É um momento de reflexão e sensibilização sobre um tema tão delicado, a questão das pessoas com transtornos psicológicos. O espetáculo passeia por diversas histórias de personagens

chamam a atenção nesta edição do FIT Bahia os espetáculos que referendam temas sociais da atualidade, rompendo preconceitos e abrindo discussões. Provavelmente o espetáculo mais importante desta edição do FIT Bahia, ganha o palco no dia 8, às 20h30 a produção Curral Grande, do Coletivo Ponto Zero, do Rio de Janeiro. O texto é de Marcos Barbosa e a direção de Eduardo Machado. Quatro atores – Lucas Lacerda, Brunna Scavuzzi, Brisa Rodrigues e Carlos Darzé – revezam-se em cena para mostrar quarenta personagens e contar uma das histórias menos contadas do Brasil: a dos campos de concentração no Ceará, durante a seca dos anos 30. Outro espetáculo que promete, pela qualidade do retrospecto da trupe que o traz a Lauro de Freitas, é Gato Preto, da Cia. Teatral Oops!.., de Goiânia (GO). Com direção do já premiado João Bosco Amaral e texto de Edgar Allan Poe, a peça põe Sol Silveira no palco como Annabela, uma mulher de natureza extremamente sensível e delicada, esposa exemplar e especialmente afeiçoada aos animais que se torna irritável, sombria e apática frente a um repentino horror desencadeado por sucessivos acontecimentos que a fazem crer que o seu gato, chamado Plutão, possui algo de sobrenatural. O FIT Bahia mais uma vez terá apresentações gratuitas para alunos da rede pública de ensino. A escola deve procurar a produção do evento com antecedência para garantir a participação. Com o intuito de fortalecer a formação de plateia na cidade, os ingressos estão sendo vendidos a preço populares – R$ 10, com meia entrada disponível para todo o público, quando adquirido o ingresso com antecedência na bilheteria do Cine Teatro de Lauro de Freitas. O festival tem o apoio do Fundo Municipal de Cultura de Lauro de Freitas, com produção de Duzinho Nery.

que vivem suas angustias, seus sonhos, seus tabus, suas dores, seus amores e suas fantasias perpassando pelas suas alucinações. DIA 6/8 (sábado), 17h. Praça da Matriz. Centro. A MENINA DAS PEDRAS. Novos Ereoatás. Lauro de Freitas. Texto: Conto Popular adaptado por Rubenval Meneses. Direção: Rubenval Meneses. Drama Cômico. Duração: 45m. Classificação: Livre. Sinopse: Narra a história de uma família pobre de um lenhador e sua única filha adolescente. Eles são oprimidos pelo Senhorio que mais tarde se encanta com a bela moça e pressiona a seu pai a aceitar o casamento, não conformado com a negativa, o Senhorio apela para o jogo de azar, promovendo uma trapaça para alcançar seu objetivo. DIA 6/8 (sábado), 20h. Cine Teatro de Lauro de Freitas EDU E CAÇÃO, A LENDA DOS CABEÇAS QUADRADAS. Polo de Atores de Lauro de Freitas. Texto e Direção: Tobé Veloso. Melodrama. Duração: 55m. Classificação: Livre. Sinopse: A peça narra o cotidiano dos alunos da Escola do Centrão, onde a diretora Dôdôi e suas aliadas, a coroa da merenda, Rosa e a “Fessora – Estagiária”, tentam de todas as formas conter a depredação do patrimônio físico na escola, além de lutar contra o péssimo rendimento dos alunos na sala de aula. DIA 6/8 (sábado), 21h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas Solenidade de premiação.

7 a 14 de agosto (Mostra Nacional) Dia 7/8 (domingo), 19h. Abertura. Cine Teatro de Lauro de Freitas Dia 7/8 (domingo), 20h. Cine Teatro de Lauro de Freitas GAIOLA, O CAÇADOR DE SOLIDÃO. Cia. Távola de Teatro de Lauro de Freitas. Texto e Direção: Duzinho Nery. Elenco: Léo Santis. Drama adulto. Duração: 50m. Classificação: 16 anos. Sinopse: O espetáculo narra à vida de um homem comum que resolve por opção, depois de todas as decepções, se isolar e viver por si só criando ambientes onde possa encontrar apenas o que deseja, refugiando-se deste mundo onde a intolerância, a falta

de dignidade e de respeito ao próximo deixou de ser prioridade. Dia 8/8 (segunda-feira), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. BERLIM: DOIS CORPOS À PROCURA. Karma Cia. de Teatro (ItajaíSC). Texto: Mauro Filho. Direção: Pietra Garcia. Elenco: Leandro Cardoso, Mauro Filho. Drama adulto. Duração: 50m. Classificação: 16 anos. Sinopse: Com o objetivo de discutir temas como a homofobia, a intolerância e o desejo de liberdade, juntando teatro com dança contemporânea, o espetáculo traz os dois protagonistas em busca da felicidade, sufocada pela opressão e violência da sociedade, à procura da aceitação por quem são e amarem sem medo, em direção a Berlim. Dia 8/8 (segunda-feira), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. CURRAL GRANDE. Coletivo Ponto Zero (Rio de Janeiro-RJ). Texto: Marcos Barbosa. Direção: Eduardo Machado. Elenco: Lucas Lacerda, Brunna Scavuzzi, Brisa Rodrigues, Carlos Darzé. Contemporâneo adulto. Duração: 70m. Classificação: Livre. Sinopse: Quatro atores revezam-se entre quarenta personagens diferentes para contar a história sobre os campos de concentração no Ceará, durante a seca dos anos 30. Dia 9/8, (terça-feira), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. INVENTÁRIOS EM: O DESPERTAR... Coletivo Inventários (SalvadorBA). Texto: Criação Coletiva. Direção: Kadu Fragoso. Elenco: Beto Cerqueira, Sara Andrade, Heme Costa, Nicole Raposo, Vinicius Galdino, Telson Fernandes, Wesley Guimarães, Rafael Arjones, Tragicomédia, infantil. Duração: 70m. Classificação: Livre. Sinopse: Desenvolve uma encenação tendo, como ponto de partida, o treinamento físico do ator/atriz, para amparar a construção de um ator-atriz-boneco (a). Entendemos o (a) ator- atriz-boneco (a) como o (a) intérprete que utiliza uma proposta de manipulação em seu próprio corpo. Dia 9/8, (terça-feira), 17h30. Praça da Matriz. Centro. TOME SUA POLTRONA. Cia. Circo Rebote (Brasília-DF) Texto: O grupo. Direção: Atawalpa Coello. Elenco: Erika Mesquita, Atawalpa Coello. Comédia. Duração: 40m. Classificação: Livre. Sinopse: Comédia circense inspirada nos teatros populares do passado, onde os artistas se apropriam da vivacidade do cômico, das acrobacias

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cultura u

e canções populares. Atawalpa e Berinjela são dois personagens excêntricos que realizam a cada dia o grande show de suas vidas. Mas há um encantamento entre os dois que transpõe as barreiras do palco e do público, resultando em uma série de tentativas de conquistas e situações inesperadas junto a plateia. Dia 9/8, (terça-feira), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas MAÇÃ – UM ACONTECIMENTO CÊNICO. Coato (Salvador-BA) Texto: Grupo com colaboração de Rafael Medrado. Direção: Marcus Lobo. Elenco: Viviane dos Santos, Jamile Cazumbá, Maurício Pedreira, Roberta Nascimento, Natielly Santos, Danilo Lima, Simone Portugal, Bernardo Oliveira, Marcus Lobo, Adriano Souza. Adulto. Teatro Performático. Duração: 60m. Classificação: 16 anos. Sinopse: Esta obra dialoga com o espectador provocando-os uma autorreflexão acerca do ser mulher, ser coletivo, ser o mito. Uma arte marcada pela justaposição de diferentes elementos cênicos, música, cinema, dança, fotografia, espaço/corpos em trânsito, produzindo dessa união uma forma narrativa/cênica sem nome/ significado/didatismo, a performance está presente, mas ela não é o todo, os corpos semânticos se performam na cena permitindo a multiplicidade apaixonada dos elementos cênicos utilizados de forma imbricada, já não se sabe onde começa uma e onde termina a outra, mas estão todas apaixonadamente emaranhados. Já não se sabe se é verdade o que é dito aqui, o que é a verdade? Dia 10/8, (quarta-feira), 17h30. Praça da Matriz. Centro. AS ESPERTEZAS DE ARLEQUIM. Arte da Comédia (Curitiba-PR). Texto e Direção: Roberto Innocente. Elenco: Marcelo Leonel Felczak, Wenry Marteliano Bueno, Joseane Berenda da Silva. Comédia. Duração: 45m. Classificação: Livre. Sinopse: O velho Pantaleão quer casar com Ricciolina. Arlequim, seu criado, também está apaixonado por ela, Ricciolina não quer nenhum dos dois; um é velho, o outro é criado, prefere um jovem bonito e rico da cidade, mas não aparece ninguém. Arlequim prepara uma armadilha para tirar Pantaleão do seu caminho e poder conquistar Ricciolina. Entre muitas peripécias, confusões e acrobacias, Arlequim demonstra sua esperteza dando uma lição no velho pantaleão conquistando o coração de Ricciolina num final surpreendente. Dia 10/8, (quarta-feira), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. PALHAÇOS. Preqaria Cia. de Teatro (Belo Horizonte-MG). Texto: Timochenco Wehbi. Direção: Ricardo Martins. Elenco: João Valadares, Leonardo Horta. Tragicomédia adulto. Duração: 55m. Classificação: Livre. Sinopse: Conta a estória do palhaço Careta que tem sua rotina alterada quando, de volta a seu camarim onde irá se preparar para a próxima sessão do velho circo mambembe, se depara com um espectador/fã que, de maneira desavisada, adentra o espaço do artista. A partir daí pode-se conhecer melhor o visitante – um vendedor de sapatos, metódico e cheio de problemas pessoais, cujo nome é Benvindo. O que deveria ser a preparação para mais um número, transforma-se em um jogo tragicômico e surpreendente, no qual o palhaço traz à tona os sonhos mais puros e os desejos mais pérfidos de seu fã. Dia 11/8, (quinta-feira), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. ANÁGUAS. Cia. Oxente de Atividades Culturais (João Pessoa-PB). Texto: Lourdes Nunes Ramalho. Direção: José Maciel. Elenco: Margarida Santos, Mônica Macedo, Palmira Palhano. Drama adulto. Duração: 50m. Classificação: 14 anos. Sinopse: Retrata a história de três mulheres que lutam cada uma a sua maneira para se manterem fieis aos seus princípios. Com isso, são capazes de passar por cima dos seus próprios egos liberando o que há de mais cruel no ser humano: Conflitos, desarmonia, egoísmo, injustiças, condenação que permeiam o espetáculo do início ao fim. Essas três mulheres mostram suas fraquezas e se apoiam no próprio seio familiar. Dia 11/8, (quinta-feira), 17h30. Praça da Matriz. Centro. BOCA PROSA. Grupo Boca Prosa (Lauro de Freitas). Improvisação teatral livre musicada. Elenco: Luciano Pinto e Gilberto Jr. Comédia. Duração: 50m. Classificação Livre. Sinopse: Conta a história de dois idosos, Velho de Jucélia e Seu Carlito, que conta suas divertidas experiências de vida. Diversão e muito música garantida. Dia 11/8, (quinta-feira), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. GATO PRETO. Cia. Teatral Oops!..(Goiânia-GO). Texto: Edgar

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Allan Poe. Direção: João Bosco Amaral. Elenco: Sol Silveira. Drama adulto. Duração: 45m. Classificação: 12 anos. Sinopse: Annabela é uma mulher de natureza extremamente sensível e delicada, esposa exemplar e especialmente afeiçoada aos animais. Contudo, torna-se uma pessoa irritável, sombria e apática, sem muita simpatia por animais ou pelo próprio marido, frente a um repentino horror desencadeado por sucessivos acontecimentos que a fazem crer que o seu gato, chamado Plutão, possui algo de sobrenatural, uma certa maldição do Gato Preto. Dia 12/8, (sexta-feira), 10h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. MEMÓRIAS DE UM QUINTAL. Insensata Cia. Teatral (Belo Horizonte-MG). Texto e Direção: Brenda Campos, Claudio Marcio, Dário Marques, Keu Freire. Elenco: Dário Marques, Brenda Campos, Keu Freire, Claudio Marcio. Contemporâneo infntil. Duração: 50m. Classificação: Livre. Sinopse: Em meio a músicas e brincadeiras populares, a peça traz à cena o duelo entre uma criança e um pardal. Manguinha, sonhava em acertar o pássaro com o seu bodoque, mas sua péssima pontaria fazia dele motivo de chacota. Determinado, depois de muito treinar, finalmente consegue acertar um pardal! Mas o que sentiu nesse momento não foi exatamente a alegria que sempre esperou. Dia 12/8, (sexta-feira), 17h. Praça da Matriz. Centro. O AUTO DO REI LEAL. Coletivo Rei Leal / Associação Grupo de Teatro Cutubas (Fortaleza-CE). Texto: José Mapurunga Direção: Alcântara Costa. Elenco: Alcantara Costa, Gustavo Lopes, Claudio Magalhaes, Silvio Gurgel, Marcello Holanda, Ericsson Claudio, Afonso Teixeira, Tirolês. Tragicomédia. Duração: 50m. Classificação: 12 anos. Sinopse: Cansado de suas obrigações, o cego Rei Leal decide dividir seu reino com as três filhas. Sua generosidade seria medida pelo afeto demonstrado por cada uma. Cinicamente as duas mais velhas, Goneril e Zuleide derretem-se em elogios e são retribuídas com várias propriedades espalhadas pelo Ceará e pelo mundo. Cordélia, sua filha predileta e que ama verdadeiramente o pai, recusa-se a imitar a hipocrisia das irmãs e critica a forma com que seu pai divide seu legado, e por este ato é deserdada. Sem propriedades a mendigar, Leal segue um caminho errante. A partir daí, desenrolam-se situações cômicas e trágicas, com ingredientes regionais.

chama e a magia da arte nos corações tristes dos artistas de rua. Dia 13/8, (sábado), 17h. Praça da Matriz. Centro. CORDEL DA MORTE MORRIDA (E, AS VEZES, MATADA). Grupo Teatral As Lucianas (Rio de Janeiro-RJ) Texto e Direção: Luciana Ezarani. Elenco: Graziel Oliveira, Luciana Ezarani, Angel Beatriz, Raphaela Morret, Cintia Travassos. Comédia. Duração: 50m. Classificação: Livre. Sinopse: É uma comédia que brinca com o medo. Em uma cidade bem distante acontece uma tragédia. Quem matou James Garcia? 4 suspeitas surgem para contar suas versões da história. Os grandes vilões, filmes, histórias e lendas são relembrados nessa aventura assustadoramente hilária. O público, então, é convidado a desvendar esse mistério recheado de graça, música e diversão. Dia 13/8, (sábado), 18h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. E SE A GENTE SE CONHECESSE OUTRA VEZ? Grupo Artpalco (Araguaína-TO). Texto e Direção: Luiz Navarro. Elenco: George Henrique, Tatiane Breve. Drama adulto. Duração: 42m. Classificação: 12 anos. Sinopse: Conta a história do casal de amigos Ana e Lauro, que diante da proximidade da morte resolvem partir numa aventura poética para descobrir o que teria acontecido de diferente em suas vidas, caso no passado outros caminhos tivessem sido trilhados. Será que toda nossa vida vem traçada e colocada na conta do destino? Ou a gente tem a capacidade de moldá-lo mesmo nas situações limítrofes da vida? Amor, vida, amizade, morte e tempo são ingredientes desse espetáculo. Dia 13/8, (sábado), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. O CANDELABRO. Cia. Távola de Teatro (Lauro de Freitas). Texto e Direção: Duzinho Nery. Elenco: Ruth Marinho. Drama adulto. Duração: 45m. Classificação: 16 anos. Sinopse: O espetáculo provoca uma reflexão sobre a crueldade dos atos de violência, que vitimam milhares de mulheres e revela a dimensão de aspectos que circundam as vidas de quem está diante desta situação. A peça se divide em lapsos de memória que marcam a vida de Maria Aurora, abordando os seus conflitos e o seu sofrimento mostrando como em uma atitude transgressora ela consegue ser a sua própria luz. Isso de maneira forte, tocante, poética e sublime.

Dia 12/8, (sexta-feira), 18h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. MAURICE. Cia. Sala 3 (Goiânia-GO). Texto: Andreane Lima. Direção: Altair de Sousa. Elenco: Andreane Lima, Esley Zambel, Victor Melo, Gabriela Lima, Isabela Naves. Drama adulto. Duração: 70m. Classificação: 16 anos. Sinopse: Maurice Hall, personagem-título e alter ego de Forster, um jovem da alta burguesia rural inglesa que perde o pai ainda na infância e é criado sem uma referência masculina forte. Quando ele então atinge a idade adulta, vai estudar em Cambridge, onde na tradicional cidade universitária, conhece Clive Durham, aristocrata por quem se apaixona e com que vive uma história de amor clandestina e platônica, embora partilhada.

OFICINAS E ENCONTROS

Dia 12/8, (sexta-feira), 20h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. P´S. Trapiá Cia Teatral e Associação União do Sobrado (Caicó-RN). Texto: Gregory Haertel. Direção: Lourival Andrade. Elenco: Alexandre Muniz. Drama adulto. Duração: 60m. Classificação: 12 anos. Sinopse: “P’s” traz para uma vila do sertão nordestino a história de P, jovem que assassina brutalmente alguns familiares seus. Focando nas intensas contradições do personagem e passando por momentos que vão desde a sua infância até o seu suicídio, “P’s” procura trazer à tona o homem além do seu ato, não com o intuito de explicá-lo e, consequentemente, diminuí-lo, mas com a vontade única de nos aproximar dele e, com isto, talvez também nos aproximar de nós mesmos. P’s coloca em discussão a memória, a psiquiatria, a justiça e o amor desmedido.

10/8, (quarta-feira), 14h às 16h30. Clube Ipitanga (Centro). Oficina: Comédia Dell´arte italiana. Público: Atores a partir dos 15 anos. Ministrante: Roberto Innocente e Grupo Arte da Comédia (Curitiba-PR).

Dia 13/8, (sábado), 15h. Cine Teatro de Lauro de Freitas. CORA CORALINHA. Cia de Teatro Sala 3 |Goiânia – GO Texto: Aline Isabel Ferreira. Direção: Altair de Sousa. Elenco: Cris Roriz, Sajames Paiva, Igor Leoni, Mysllene Paixão, Thalles Ranielle, Raquel Rosa. Comédia infantil. Duração: 50m. Classificação: Livre. Sinopse: É de forma lúdica e bem-humorada que o texto retrata o encontro de uma trupe de teatro já cansada e desiludida com a vida artística e Aninha a jovem menina que representa Cora Coralina. Aninha vem ao encontro da trupe para reacender a

8/8, (segunda-feira), 9h às 11h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. Oficina: A dança contemporânea como linguagem teatral – processo criativo do espetáculo “Berlim: dois corpos à procura”. Público: A partir de 16 anos para atores, bailarinos e público em geral. Ministrante: Karma Cia de Teatro (Itajaí-SC). 9/8, (terça-feira), 9h às 11h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. Oficina: O ator interventor da Cena Social. Público: A partir de 15 anos para atores e público em geral. Ministrante: Ruth Marinho. Cia. Távola de Teatro (Lauro de Freitas).

11/8, (quinta-feira), 9h às 11h30. Cine Teatro de Lauro de Freitas. Oficina: Jogos Teatrais. Público: Para crianças e adolescentes de 7 a 12 anos. Ministrante: João Bosco Amaral e Sol Silveira, Cia. Teatral Oops!.. (Goiânia-GO). 12/8, (sexta-feira), 9h às 11h30. Clube Ipitanga (Centro). Oficina: O laboratório “O Teatro e a Rua” busca pesquisar o espaço urbano como palco para a realização de espetáculos. Público: Atores a partir dos 16 anos. Ministrante: Grupo Teatral AsLucianas (Rio de Janeiro-RJ). 13/8, (sábado), 9h às 11h30. Câmara de Vereadores de Lauro de Freitas (Centro). Roda de Conversa: Intrcâmbio Nacional de Teatro Independente. O encontro tem como objetivo criar uma rede de relacionamento e produção compartilhada capaz de efetivar a circulação de espetáculos entre os grupos de várias partes do país que integram a programação do FIT BAHIA 2016 e quaisquer grupos interessados do estado da Bahia. Preqaria Cia de Teatro (Belo Horizonte-MG).


espaço aberto

O destino da cidade depende dos nossos votos Fernando Antonio da Silva

A

Justiça, a Polícia Federal e os órgãos de controle estão cumprindo seu papel para apuração e condenação dos políticos, funcionários e empregados que utilizaram suas funções para locupletarem-se com o patrimônio público, formado pela contribuição de todos nós eleitores, através do pagamento de tributos. As ações desses órgãos estão mudando a realidade política nacional para melhor, vez que, diferentemente do passado, não está assegurada a impunidade dos ricos e poderosos pertencentes à elite brasileira e que enriqueceram às custas do sacrifício do povo, principalmente do segmento mais carente. A tarefa, entretanto, necessita ser complementada pelos eleitores, sem cuja contribuição certamente o país não mudará para melhor, oferecendo um futuro mais promissor para nós, nossos filhos e netos. Neste início de agosto estão definidos os candidatos para cargos do executivo e legislativo municipal. Seus mandatos vão até 2020. O eleitor de Lauro de Freitas tem dois meses para refletir, analisando o perfil dos candidatos, seu passado, atitudes, compromissos com a verdade e com as promessas de campanhas ou mandatos anteriores, enfim seu comportamento ético e sua capacidade de estruturar uma gestão séria e voltada para o atendimento das necessidades do nosso município. Não podemos nos permitir a opção pelo menos ruim ou pelo que rouba mas faz. Além da capacidade como gestor ou legislador é fundamental que sejam escolhidas pessoas confiáveis, que sejam honestas em suas promessas e compromissos, que respeitem os outros poderes e não busquem comprar o apoio desses com cargos ou dinheiro desviado de contratos realizados.

Como está largamente comprovado pelas apurações da operação Lava-jato, os partidos ocupantes do poder, principalmente PT, PP e PMDB juntaram-se para institucionalizar a prática da compra de apoios, com cargos e dinheiro desviados dos impostos que com grande sofrimento pagamos. No poder buscou-se distribuir as migalhas para o povo com os programas sociais, enquanto a sorrelfa, desviavam-se bilhões de reais para partidos, empresários e funcionários públicos. É preciso que o eleitor seja consciente de que a escola e o hospital que faltam ou estão mal aparelhados, as ruas esburacadas, o esgoto correndo perto de suas casas, são situações resultantes desse comportamento desonesto dos políticos dos referidos partidos em quase sua totalidade. A grande armadilha na qual tem caído os eleitores é confiar no discurso fácil dos políticos que se dizem preocupados com o povo mais sofrido, adotam o populismo e o assistencialismo como bandeira ou buscam o fácil discurso do governo voltado para o povo e contra as elites, e, que na verdade, estão a fim de se locupletarem às custas do crédulo eleitor. Historicamente, constata-se que os discursos dos comunistas, socialistas e populistas são sempre o de buscar a melhoria dos mais pobres. Entretanto os dirigentes e seus familiares são sempre os mais beneficiados ficando longe das escolas que não ensinam, do sistema de saúde que não atende ou atende muito mal ou dos bairros populares carentes de absolutamente tudo. Essa realidade brasileira e de nosso município não é fruto da imposição dos regimes ditatoriais, e sim da má escolha dos eleitores, que não levam em conta a maneira como os partidos aos quais pertencem os políticos e como os politicos se comportaram no passado, no exercício de funções públicas, e, também, com quem estão aliançados, quem os apoia, qual a sua equipe e campanha. É preciso exigir do político que exponha suas intenções através de planos e programas de governo, indicando os recursos necessários, de onde virão e como serão

aplicados, os critérios para dimensão e escolha de sua equipe de trabalho, se por mérito ou por barganha política. Estrutura inchada pelo clientelismo para atender compromissos de campanha ou para obter apoio é prática que tem sido evidenciada como caminho aberto para a corrupção e para a má administração em contraposição com a racionalização da administração, com estrutura enxuta e preenchida com profissionais comprovadamente competentes e que tenham histórico de conhecer o município e cuidar com seriedade o patrimônio público. Em Lauro de Freitas, a má gestão dos oito anos do PT, e dos últimos quatro anos do PP, o exagero da verticalização, nenhuma intervenção inteligente na mobilidade urbana, o abandono de obras públicas inacabadas ou a concluir, nenhuma ação para retomada do saneamento no município, tanto uma gestão quanto a outra (PT e PP) subjugaram o Legislativo com favorecimentos mais deslavados pelo Executivo, com a ocupação de secretárias, superintendências, departamentos e/ou obras de utilidade duvidosas, tudo para favorecer seus aliados. Um gestor para Lauro de Freitas precisa conhecer sua realidade e seus problemas, ter um plano de governo, equipe competente, currículo de seriedade com o trato dos recursos públicos e que não busque a Prefeitura apenas como um degrau de escalada para sua ascensão política. Esperamos que o eleitor de Lauro de Freitas não perca essa oportunidade, ressaltando que se erramos novamente teremos que conviver com as mazelas de uma má gestão até 2020. Certamente, muitos que hoje estão arrependidos e reclamando das deficiências, que enfrenta cotidianamente no município, não analisaram com a profundidade requerida em quem votar. Fernando Antonio da Silva é administrador de empresas e corretor de imóveis.

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saúde & bem-estar

A dieta das

sementes

Não as julgue pelo tamanho. Do ponto de vista nutricional, elas são verdadeiras gigantes. Conheça os predicados de sete badaladas sementes e aprenda a inseri-las na rotina de um jeito fácil e saboroso TEXTO: Thaís Manarini / Abril Comunicações S/A

Fotos: Iuri Brandão

A

pesar de muitos desses pequenos grãos travarem contato com a humanidade há milênios – os astecas adoravam chia, enquanto os incas se refestelavam de quinua –, eles só despertaram interesse por aqui mais recentemente. Alguns motivos ajudam a explicar a fama repentina e, por consequência, a oferta crescente. “As pessoas estão mais conscientes da importância da alimentação na prevenção de doenças”, avalia Flávia Morais, gerente de nutrição de uma rede de lojas que comercializa itens com apelo saudável. E, nos últimos tempos, os experts na área confirmaram aquilo que civilizações antigas intuíam: as sementes representam um prato cheio para o organismo. “De maneira geral, esses alimentos são ricos em fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos de ação antioxidante”, resume Flávia. Ou seja, é um combo capaz de dar uma força em diversas frentes, do combate ao colesterol alto e ao ganho de peso à proteção contra o câncer. Mas, claro, cada semente tem seu ponto forte (elas estão esmiuçados a seguir). “Por isso, a indicação é variar na rotina. Até porque existem muitas opções no mercado e elas são bem versáteis”, diz a nutricionista Carolina Arbache. De acordo com ela, de uma a duas colheres de sopa por dia já estão de bom tamanho. Até quem é celíaco pode embarcar nessa. Afinal, linhaça, gergelim, amaranto e companhia não têm glúten, substância que faz mal a essa turma. Só é necessário ter muita atenção no rótulo. “Algumas marcas processam essas sementes com alimentos que carregam glúten. Com isso, pode ocorrer o que chamamos de contaminação cruzada”, avisa a nutricionista. Mesmo com tantas vantagens e um crescimento na procura, ainda não dá pra dizer que o costume de comer sementes pegou de vez no Brasil. Numa pesquisa recém-conduzida pela Editora Abril em parceria com a marca Centrum, 59% dos mais de mil entrevistados veem a classe como algo que precisam ingerir mais, mas não conseguem – ela desbanca até frutas nesse sentido. Então chegou o momento de ajudarmos você a plantar esse hábito para colher um pacote de benefícios.

Exagerar não faz bem Independentemente da riqueza nutricional, nunca é bom comer nenhum alimento em excesso. “Se abusamos de um item, deixamos de comer outras coisas. E a primeira regra

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Chia

S

alvia hispanica é o nome oficial dessa sementinha, que vem conquistando aos poucos popularidade no Brasil. Porém, sua reputação começou a ser construída lá atrás, já que fazia parte da dieta dos povos précolombianos, como maias e astecas. “A chia é uma excelente fonte de proteínas. Nesse aspecto, é semelhante à ervilha, à lentilha e ao grão-de-bico”, informa a nutricionista Glorimar Rosa, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dentro dos minúsculos grãos há também um teor elevado de fibras. Por causa dessas substâncias, o alimento estimula a saciedade e impulsiona o funcionamento do intestino. Em estudo da Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, cobaias alimentadas com a semente ou sua

de uma alimentação equilibrada é diversificar”, diz a nutricionista Carolina Arbache. E lembre-se: as sementes são cheias de fibras. Então, ao recrutá-las à mesa, é preciso beber mais água. Se deixar a hidratação capenga, o intestino trava.


farinha apresentaram um acréscimo de 150% na quantidade de fezes eliminadas do corpo. “Acreditamos que os mesmos efeitos possam ser observados em seres humanos”, diz a nutricionista Sandra Soares Melo, professora da instituição. Agora, segundo Glorimar, o grande atrativo da semente é o equilíbrio entre as gorduras ômega-3 e ômega-6, que lhe confere propriedades anti-inflamatórias. Vale lembrar que a alimentação habitual do brasileiro é carregada basicamente de ômega-6 – e o desbalanço ameaça as artérias. “A chia apresenta cinco vezes mais ômega-3 do que 6, uma proporção ótima”, destaca Glorimar. Vai um sagu? Sabia que, em contato com a água, a chia vira um gel? “A semente cresce cerca de 15 vezes”, calcula Sandra. Dá para aproveitar essa característica e preparar um sagu. Para isso, misture 1 colher de sopa da semente com 100 mililitros de suco de uva integral e deixe na geladeira por umas quatro horas. Também é possível botar os grãos em iogurtes, saladas e na comida – seu sabor é bem suave.

Também tem farinha Na verdade, triturar a semente até facilita a absorção de seus compostos do bem. “Para assegurar o melhor aproveitamento do alimento, consuma a farinha após o processamento”, orienta Glorimar. Se preferir, use-a na receita de pães, biscoitos e bolos.

Amaranto

C

hegando à América, o colonizador europeu tratou logo de proibir essa semente, usada em rituais que lhe causavam estranheza. Sorte que a medida não vingou. “Sua proteína é considerada de alto valor biológico”, aponta a nutricionista Valéria Caselato, professora da UFRJ. Para testar o poder do nutriente, a especialista deu pipoca de amaranto (isso mesmo!) a 20 idosos por três meses – o estudo foi realizado na Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. A experiência mostrou que a semente contribuiu para o ganho de massa magra, que vai minguando com o avançar da idade. Ventila-se por aí mais um benefício da proteína. “Após vários testes, concluímos que ela é a responsável por uma redução do colesterol”, revela o bioquímico José Arêas, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. De acordo com ele, o segredo está na digestão do nutriente. É que esse processo dá origem aos chamados peptídeos bioativos. Durante experiências em laboratório, esses pedacinhos de proteína se mostraram capazes de inibir uma enzima que participa da produção do colesterol no fígado. Para isso, seria necessário ingerir 25 gramas das proteínas do amaranto, o correspondente a 170 gramas de semente. O dilema: no estudo em seres humanos, Valéria não identificou essa vantagem. Na verdade, as taxas até subiram um pouco. “Então, enquanto não há trabalhos definitivos, não indicaria o amaranto como alimento funcional para baixar o colesterol”, pondera a nutricionista. Por outro lado, ela reforça que a qualidade da proteína e a capacidade de essa semente saciar fazem dela uma ótima escolha para grande parte das pessoas. Pipoca de... amaranto É fácil preparar o petisco que foi oferecido aos participantes de um experimento na Unicamp. Basta jogar uma colher de sopa de amaranto em uma panela quente, sem adicionar óleo. Leve ao fogo baixo até que grande parte dos grãos se torne branca. Isso deve demorar de 10 a 30 segundos. “É bem rápido. Só cuidado para não deixar queimar”, orienta Valéria. “E repita quantas vezes quiser”, completa. Os grãos também podem ser servidos em sopas e saladas ou cozidos junto com o arroz. A farinha cai u bem em mingaus, panquecas, biscoitos, pães e pudins. Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 23


saúde & bem-estar

“Como consequência, auxilia na prevenção de tumores e doenças cardiovasculares”, lembra a profissional. Em trabalho publicado em 2012, cientistas do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer perceberam que o alto consumo dessa semente protegeu mulheres após a menopausa contra a doença na mama. O efeito, nesse caso, teria a ver com as lignanas, que, além do efeito antioxidante, possuem estrutura similar à do estrogênio, hormônio feminino que está em queda nesse momento. Com ou sem casca? No mercado, encontramos as duas versões. Mas a isenta de casca é mais prática, pois essa parte do alimento não costuma ser consumida. Só tome cuidado para não encher a despensa com os pacotinhos que têm bastante sal. Em casa, a semente pode ser assada, cozida ou torrada. Uma excelente ideia é triturá-la e utilizar sua farinha para empanar frango e peixe – e, para o preparo ficar realmente saudável, recorra ao forno em vez da fritura. Os grãos inteiros ficam bacanas dentro de um mix de castanhas ou, ainda, direto na salada.

Gergelim u

Girassol

C

ostuma tirar proveito de seu óleo? Pois está mais do que na hora de dar uma chance à semente, justamente de onde o tempero é extraído. Segundo a nutricionista Ana Beatriz Barrella, o alimento se sobressai por concentrar ômega-6, uma gordura boa. “Além de compor as membranas celulares, ela é precursora de substâncias que modulam as respostas inflamatórias e a manutenção da pressão”, descreve. Só não se esqueça também de levar à mesa as fontes de ômega-3 (como a chia, lembra?), porque a desproporção entre essas gorduras é associada a um maior risco de piripaques no peito. A semente tem outro trunfo: é lotada de fibras, fundamentais para estimular o trânsito intestinal. “Elas também deixam a digestão de carboidratos mais lenta. Assim, a glicose não é absorvida de uma só vez”, diz Ana. Isso é ótimo para segurar a fome e barrar o aparecimento do diabete, por exemplo. Pensa que acabou? Que nada. O interior do grão reúne antioxidantes, especialmente o ácido fenólico. E estudos já apontaram que, por causa desses elementos, o alimento bate de frente com os radicais livres.

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D

izer que ele é rico em cálcio não basta. A graça mesmo é fazer essa observação: todos os dias, os adultos precisam consumir, em média, 1 000 miligramas do mineral, que é indispensável para a integridade dos ossos e a prevenção da osteoporose. Acontece que 100 gramas dessa semente reúnem nada menos do que 825 miligramas da substância. Ou seja, quem usar só 20 gramas do alimento (o que geralmente se recomen- u


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saúde & bem-estar

u da) leva de lambuja 165 miligramas do nutriente – um pouco menos do que o valor fornecido por um copo de leite. “E a qualidade do cálcio é a mesma”, afirma a nutricionista Carolina Arbache. Tanto é que indivíduos que não consomem produtos de origem animal são incentivados a investir na sementinha – tudo para que não sofram as consequências ao esqueleto de uma alimentação pobre no mineral. Inclusive, foi-se a época em que o cálcio era sinônimo somente de ossos inquebráveis. Atualmente, ele é bastante ligado à perda de peso. Por dois motivos: impediria o estoque de gordura no corpo e, simultaneamente, incentivaria a quebra dessas moléculas. Quer mais uma razão para ir atrás da semente? Devido a sua capacidade antioxidante, ela não deixa os radicais livres causarem estragos no organismo. Em um trabalho da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, especialistas identificaram o gergelim preto como o mais potente contra esses inimigos em potencial. Contudo, concluem que a semente clara também não deixa nada a desejar. Que tal mesclar as duas? Conhece o tahine? Ingredientes: 1 xícara (chá) de gergelim; 1 colher (chá) de óleo de gergelim; Sal a gosto; Água morna. Modo de preparo: Moa as sementes com o óleo e adicione água e sal até que a pasta fique homogênea. Fica uma delícia no pão sírio. Mil e uma receitas Se você não é fã de tahine, Sandra Soares Melo, professora da Univali, tem outros destinos para o gergelim. “Ele fica excelente em omeletes”, dá a dica. Como a semente forma uma crosta, pode substituir a farinha de rosca em pratos que vão ao forno, como peixe, frango e banana. Experimente ainda em cookies, na salada, no arroz... 26 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

Guinua

É

outra semente milenar, mas de trajetória recente em solo brasileiro – chegou por aqui na década de 1990. E, de lá pra cá, muitos de nossos cientistas a colocaram à prova. É o caso da nutricionista Flavia Farinazzi, docente da Faculdade de Tecnologia em Alimentos de Marília (Fatec), no interior paulista. Por um mês, ela estimulou voluntários a consumirem duas barras de cereais todos os dias – cada uma continha 9,75 gramas de quinua, totalizando quase 20 gramas do grãozinho. “Isso daria mais ou menos uma colher de sopa”, informa. E não é que essa singela quantidade trouxe benefícios expressivos? “Verificamos uma redução nos níveis tanto do colesterol total como do LDL, considerado o perigoso, além de uma baixa nos triglicérides”, conta a professora. Sua xará, a nutricionista Flávia Giolo de Carvalho, pós-doutoranda da Escola de Educação Física e Esporte da USP de Ribeirão Preto, chegou a resultados similares em seu estudo de mestrado, feito com mulheres na pós-menopausa – nessa fase, por causa de alterações hormonais, há maior probabilidade de problemas cardíacos. A experiência, conduzida na Universidade Estadual Paulista de Araraquara, no interior paulista, durou um mês. Nesse período, as 35 participantes comeram 25 gramas de quinua em flocos todos os dias. “O impacto na queda de colesterol foi bem significativo, considerando o pouco tempo de intervenção”, diz. A abundância de fibras, lignanas e compostos antioxidantes é apontada como possível explicação para os bons resultados. Em três cores Ao procurar pela quinua, você verá que ela pode ser branca, preta ou vermelha. “Não há diferenças nutricionais importantes entre o trio”, adianta Flavia Farinazzi. Ocorre que a branca é mais fácil de achar. O bacana de levar as outras duas é a possibilidade de montar pratos coloridos. Como tirar proveito Dá pra colocar a quinua no tabule, aquela salada libanesa, ou utilizá-la para empanar postas de salmão e filés de frango. Flávia Giolo, da USP de Ribeirão Preto (SP), recomenda um brigadeiro: ele é de biomassa de banana verde e cacau com granulado de quinua. Já a Flavia da Fatec informa que a quinua substitui o arroz numa boa, já que cresce depois do cozimento. Os flocos ainda enriquecem iogurtes, granolas, cereais matinais e shakes.


Abóbora

U

ma trinca se sobressai ao avaliar o interior do alimento: proteínas, fibras e gorduras saudáveis, com destaque para o ômega-6. “A semente de abóbora também é fonte de vitamina E, um potente antioxidante que tem efeito antienvelhecimento e protege a pele e os cabelos”, observa a nutricionista Glorimar Rosa. Em uma pesquisa, ela ofereceu 20 gramas da farinha do grão a mulheres obesas – elas ainda seguiam uma dieta pobre em calorias. E farinha por quê? Nesse formato, a professora garante que sua riqueza nutricional é mais bem aproveitada. “Notamos redução no percentual de gordura corporal, menor resistência à ação da insulina e diminuição no perímetro do pescoço dos participantes”, relata a profissional. A medida dessa região do corpo é reconhecida cientificamente como um indicativo de doenças metabólicas - como diabete e hipertensão – e risco cardiovascular. No entanto, a perda de peso foi evidenciada também no grupo que fez dieta e não ganhou a farinha da semente. De qualquer forma, a conclusão é que o alimento tem funções superinteressantes no dia a dia. “Um exemplo é o aumento significativo no consumo de fibras e a melhora do trânsito intestinal”, aponta a nutricionista da UFRJ. “Aliás, devido ao elevado teor de fibras e à capacidade antioxidante, muitos países têm sugerido o uso dessas sementes na prevenção e no controle do diabete”, conta Sandra, da Univali. Somando aí a presença de zinco, selênio e ômega-3, outra vantagem da ingestão

rotineira seria o fortalecimento da imunidade. Petisco saudável Quer saborear algo em frente à televisão ou preparar um tira-gosto para os amigos? Estão aí ótimos momentos para recorrer às sementes de abóbora. É só separá-las da polpa, lavar bem em água corrente, temperar com uma pitadinha de sal (ou outro ingrediente) e deixar no forno por alguns minutos. Dicas das experts De acordo com a nutricionista Sandra Soares Melo, outra opção é descascar a semente e usar apenas a parte interna (de cor verde) em saladas, frutas e iogurtes. Já Glorimar prefere desidratá-la no forno – o que eliminaria fatores antinutricionais –, triturar e, em seguida, salpicar a farinha por cima dos alimentos.

Linhaça

Departamento de Ciências Nutricionais da instituição e estudiosa do tema há mais de 25 anos.

E

Triture sem dó Se comer a minúscula semente direto, não conseguirá acessar seus aclamados nutrientes. Por isso, dê preferência à farinha, que, segundo Lilian, pode ser comida crua ou incorporada a pães, cereais matinais e barrinhas. E o melhor é usar assim que ela passar pelo liquidificador.

ssa aí tem vários truques na manga. Na UFRJ, a professora Glorimar já notou que a farinha de linhaça marrom prolonga a saciedade. “Assim, favorece a perda de peso”, conclui. “Mas a dieta como um todo tem de ser balanceada, claro”, lembra. Lá do outro lado do mundo, na Universidade Griffith, na Austrália, a sementinha exibiu outro poder. Ao revisar 14 estudos, Saman Khalesi, pesquisador na área de nutrição e doenças cardiovasculares, concluiu que ela baixa a pressão arterial. “Para experimentar bons resultados, nosso trabalho sugere que o uso deve ser contínuo. E a quantidade ideal seria de 30 a 50 gramas por dia, coisa de 2 a 4 colheres de sopa”, descreve. O motivo: a linhaça é um baita reduto de ácido alfa-linolênico, um tipo de ômega-3. Entre seus atributos, está o de proteger o sistema circulatório, minimizar inflamações e relaxar as artérias.

Para completar, antioxidantes como as lignanas ajudam a controlar o colesterol. Agora viajemos para a Universidade de Toronto, no Canadá, onde a linhaça moída ganhou a fama de prevenir e combater o câncer de mama. E as apostas também recaem sobre o ômega-3 e as lignanas. “A ingestão diária de 25 gramas da semente chegou a reduzir o crescimento do tumor em pacientes que tinham acabado de descobrir a doença”, revela Lilian Thompson, professora do

Marrom ou dourada? A escolha depende do seu objetivo. “Para auxiliar na perda de peso, a mais indicada é a marrom, que contém fibras altamente viscosas”, orienta Glorimar. Por outro lado, se a ideia é fartar-se com as gorduras boas do alimento – que são anti-inflamatórias e baixam o colesterol –, aí quem sai na frente é a linhaça dourada. Só que um ponto joga contra ela: o preço. “Ela é importada e, por isso, muito mais cara por aqui”, afirma Glorimar. Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 27


região solidariedade

Olhai por nós! Thiara Reges / Freelancer para a Vilas Magazine

“J

á estive aqui mais de 10 vezes. Iniciei o tratamento das vistas e como tem a clínica aqui mesmo, posso continuar. Não sei como seria se tivesse que ir até Salvador”. O desabafo do sr. Alvino Santos, 69 anos, morador da localidade de Monte Gordo, em Camaçari, conta um pouco da relação da comunidade com a Fundação Emaus e Centro Oftalmológico Emaus.

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Construído em 2013 através de uma iniciativa da Fundação Emaus, clubes de Rotary da Itália, Rotary Club de Lauro de Freitas e Associação Missione Brasile da Itália, o Centro Oftalmológico Emaus conta com equipamentos de alta qualidade, com capacidade para atender em média 90 pacientes/dia, de baixa e média complexidade, a exemplo de exame oftalmológico, autorefrator e campo visual. Mas o cenário atual não está como previsto quando da


implantação do espaço. Como os atendimentos dependem da regularização da parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) através da secretaria de saúde do município de Camaçari, em greve, o centro consegue atender apenas duas vezes na semana, em apens um período, atingindo somente 2% do público estimado. “O local mais próximo para atendimento oftalmológico para esta população é aqui na Fundação Emaus, que agora depende apenas da liberação das guias de atendimento do SUS por parte do posto de saúde. Se não for aqui, as pessoas tem que se deslocar para Camaçari, Salvador ou Lauro de Freitas. Existe demanda pelo atendimento, existe a estrutura, existem equipamentos, falta apenas a parceria efetiva com o município”, destaca o padre Luis Carrescia, coordenador da Fundação Emaus.

A médica Rita Ferreira, responsável técnica da unidade destaca que tão logo acabe a greve, a busca será pela regularização da parceria com o município para o pleno atendimento da comunidade, dando continuidade ao único projeto já iniciado, que atende pacientes com glaucoma, além de iniciar novos projetos, a exemplo do Olhar Brasil, cujo foco é nas crianças. “A unidade está pronta e conta com o que há de mais moderno para atendimento de pacientes de média complexidade, mas sem a parceira com o SUS, através do município, não temos como ampliar o número de atendimentos”, frisa a profissional. Glaucoma “Semana passada mesmo fui para Salvador e consegui levar mais quatro pessoas, o que cabia no carro. Sempre que Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 29

u


solidariedade

u vou buscar meus remédios procuro saber quem está precisando também e levo. Acho que nós temos que nos ajudar”. Seu Nivaldo Bispo, 67 anos, é um dos pacientes do Centro Oftalmológico Emaus. Diagnosticado com glaucoma, faz as consultas na sua localidade, mas precisa se deslocar até Salvador para ter acesso aos colírios, algo que segundo a oftalmologista Karla Leite, médica da unidade, não era para acontecer, “até porque, a probabilidade de um paciente parar o tratamento por não ter o colírio é muito grande, e nos preocupa”. Atendendo na localidade a dois anos de forma voluntária, o trabalho de Karla está hoje voltado principalmente para o tratamento de glaucoma. Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 3% da população brasileira acima de 40 anos possa ter glaucoma, doença causada pela lesão do nervo óptico e relacionada à alta pressão do olho, que pode levar à cegueira. Pessoas com mais de 50 anos, com histórico familiar da doença, afrodescendentes, pacientes com pressão elevada do olho devem se submeter a exame oftalmológico de forma regular. O tratamento da doença é feito com colírios e é oferecido pelo SUS. Em 2015, foram registrados 2,2 milhões de atendimentos.

A oftalmologista Karla Leite faz atendimentos voluntários há dois anos na Fundação Emaus

Durante triagem na localidade, que possui cerca de 20 mil habitantes, foram identificados 220 pacientes com glaucoma. “Para o tratamento ser completo, a parceria com o município deve prever além das consultas, a entrega dos colírios, que tem um valor elevado para esta população, mas é importante destacar que sem os colírios a doença, que não tem cura, continua progredindo. A parceria que temos hoje só contempla as consultas, e em números ainda reduzidos. Quanto aos colírios, os pacientes precisam procurar outras unidades, mas essa tentativa de solução tem sido complicada para eles, e muitos acabam desistindo do tratamento”, completa a oftalmologista. Fundação Emaus Com aproximadamente 10 anos de

Já estive aqui mais de 10 vezes. Iniciei o tratamento das ‘vistas’ e como tem a clínica aqui mesmo, posso continuar. Não sei como seria se tivesse que ir até Salvador”. Alvino Santos (dir.), 69 anos, paciente do Centro Oftalmológico Emaus

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atuação, a Fundação Emaus, coordenada pelo padre Luis Carrescia, começou, de certa forma, através do incentivo dos seus amigos italianos, que queriam ajudar a localidade a partir de sua vocação pastoral. O nome Emaus foi escolhido em uma passagem bíblica do Evangelho de Lucas, que conta a ida dos discípulos para Emaus, levando a boa nova para Jerusalém. “O nome quer dizer lugar de encontro, esperança de vida”, explica Padre Luis. A instituição é sem fins lucrativos, com finalidade socioeducativa. Hoje, além do centro oftalmológico, a Fundação conta com unidade escolar, que atende crianças de 3 a 5 anos, estufas para cultivo hidropônico e Centro Polivalente (espaço destinado a prática de esportes, cultura, atividades lúdicas e eventos), onde a instituição fornece regularmente reforço escolar para 50 crianças. “A Fundação tem finalidade de ajudar as crianças, jovens, disponibilizar o espaço, a clínica… Espero que em breve a parceria se regularize e o trabalho possa ser ampliado, não apenas no atendimento do glaucoma, mas como novos projetos como o Olhar Brasil, que é um atendimento voltado para as crianças, dando inclusive os óculos quando necessário”, completa Padre Luis.

Nivaldo Bispo, 67 anos, é um dos pacientes do Centro, diagnósticado com glaucoma, que tem que recorrer a Salvador para ter acesso aos colírios e continuar o tratamento


Projeto Crescer busca parceria na comunidade, para ajudar crianças e jovens em situação de risco Thiara Reges Freelancer para a Vilas Magazine

C

om o objetivo de educar e desenvolver socialmente crianças em situação de risco, o Projeto Crescer atua há 15 anos na localidade da Lagoa dos Patos, em Lauro de Freitas. Com o apoio de parceiros e o empenho de funcionários e voluntários, os resultados são alçados, e a cada ano novas metas são traçadas. Para 2016 o objetivo é ampliar o número de pessoas atendidas e inserir 30 jovens e adultos no mercado de trabalho. Rogério Issa (na foto, com crianças do Projeto), 42 anos, professor em Vilas do Atlântico há 22 anos e empresário há 15, começou sua relação de voluntariado na instituição, como monitor de matemática, através da indicação de amigos. Passados 12 anos de história, chegou a hora de ampliar a dedicação à comunidade, e pelos próximos quatro anos Rogério responde como presidente da instituição.

Como primeira ação, de alcance municipal, dessa nova gestão, no mês de agosto o projeto lança oficialmente a campanha “Selo parceiros do Projeto Crescer” que convida empresários e sociedade civil de Lauro de Freitas a abraçarem a instituição. Com contribuições, através de boleto bancário, de R$30,00, R$ 50,00 ou R$ 100,00 mensais, o objetivo é conseguir manter a folha de pagamento, que hoje contempla 13 funcionários, 1 estagiário e 7 oficineiros, sempre em dias e sem precisar fazer cortes no quadro. “A instituição possui ótimos parceiros que contribuem com bens e serviços, além da doação do projeto Criança Esperança, mas este determina quanto do recurso liberado pode ser usado com pagamento de pessoal, que infelizmente não contempla nosso quadro completo”, frisa Rogério. A instituição atende atualmente 275 pessoas, destas, 220 são crianças e adolescentes (de 6 a 18 anos), não apenas da

comunidade da Lagoa dos Patos. “Como temos oficinas técnicas, a exemplo de auxiliar administrativo, muitos jovens do Chafariz, Vila Praiana, Itinga, Portão, nos procuram para se capacitar e conseguir colocação no mercado de trabalho. Inclusive a instituição está aberta para que empresários de toda cidade façam seleção de estágio com nossos jovens”, completa Rogério. O projeto conta ainda com 10 voluntários regulares. Interessados em conhecer o projeto e participar da campanha podem agendar uma visita pelo telefone (71) 3288-3503 ou e-mail info@projetocrescer-ba.org.br Cada parceiro receberá um selo de certificação.

A Vilas Magazine apoia essa instituição Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 31


Tiradentes revela o que está por trás das delícias mineiras

gustavo simon / Folhapress

turismo

Moradores abrem sítios para visitação e oferecem boa comida e prosa

U

m armazém singelo, com uma balança antiga no balcão, prateleiras abastecidas por latas de biscoito revestidas com tecido de chita e um orelhão na entrada. No igualmente acanhado sítio ali em frente, a fumaça que sai de uma chaminé estreita é sinal de que a cachaça está a todo o vapor no alambique – instalado em uma construção sem paredes. A zona rural de Tiradentes, na estrada da Caixa d’Água, é de uma simplicidade extrema – e é ela que esconde parte do seu charme. Pois é de lá que saem algumas das delícias que abastecem as mesas de restaurantes e pousadas da cidade colonial mineira. E é a explorar a simplicidade dos produtores locais que partem do centro pequenos grupos de turistas, em um projeto batizado Sabores da Estrada da Caixa d’Água. O circuito é uma parceria com a agência Libertas, de Belo Horizonte (tel. 31/2516-0333; preço sob consulta) – pode ser feito por conta própria também. Lançado em junho do ano passado, foi uma das atrações do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, realizado no final de agosto de 2015. Ao todo, 11 produtores rurais foram mobilizados para receber visitantes e mostrar, do jeitinho mais hospitaleiramente mineiro, a artesanalidade de seus saberes. Por ali, o turista vê que a cachaça, o queijo – mozarela ou frescal –, os biscoitos, a linguiça e os docinhos têm por trás uma prática particular, um rosto, um sorriso: do Juca do Lino, do Chiquinho, da Rosileia, da Rosana... Empório da Roça O passeio começa na venda de Vera Lucia da Silveira, a Lucinha, que, com o projeto, acabou por rebatizar seu armazém como um legítimo ‘empório da roça’. Ali são encontrados ingredientes produzidos pelos moradores do distrito – chamado de Caixa d’Água justamente porque na região resistem as ruínas de um reservatório que abastecia a locomotiva da linha que cortava a região, ligando-a a Tiradentes. Estão nas prateleiras, por exemplo, os biscoitos de Rosana Nascimento: há rosquinhas, goiabinhas, broinhas de fubá, biscoitos de nata, quebra-quebra... Mas mais gostoso talvez seja

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Vista das ladeiras de Tiradentes e da serra de São José


thiago morandi / divulgação

Mesas na varanda do restaurante Sabor Rural, e abaixo, Rosquinhas feitas por Rosana Nascimento, em Caixa D´Água

luiza fecarotta / folhapress

ir até o sítio de Rosana, o Bela Vista, para sentar-se na varanda e ouvir a prosa mineira ao provar os quitutes com café recémpassado, atividade devidamente mineira. Uma quitandinha (em ‘mineirês’, quitanda é um tabuleiro de quitutes) com bom papo é também uma das atrações do sítio do Engenho, em que Rosileia Aparecida Silveira produz mozarela – cerca de 20 quilos por dia. O queijo, que tem valores a depender do formato (pode ser em barra, bolinhas ou nozinhos), é feito com leite de um u pequeno rebanho, criado ali mesmo na propriedade.

Biscoitos, queijos e cachaça feitos em distrito abastecem bares e restaurantes do centro da cidade histórica Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 33


turismo

u

Outra parada do roteiro é no alambique de seu Juca do Lino, que, aos 78 anos, ainda comanda a produção de 350 litros de cachaça por semana. A receita, que ele segue há mais de 20 anos, tem a cana fermentada em canjiquinha antes de passar pelo alambique rústico, com traços de improviso. A bebida, branquinha e de sabor intenso, pode ser encontrada também em alguns pontos de Tiradentes, como o Bar do João Rosa, no largo das Forras. Antes de voltar ao centro, a sacola ainda pode receber as linguiças artesanais de Adineia, os crochês e artesanatos de Geralda, o mel de Chiquinho, os peixes do Zé...

Em passeio por distrito de Tiradentes, turista pode parar em dois restaurantes típicos

N

o distrito de Caixa d’Água, na zona rural de Tiradentes, uma figura recorrente é a do barão de Santa

Maria: diz-se que as ruínas do reservatório e a linha do trem, por exemplo, são ‘do tempo do barão’. Na verdade, pouco se sabe concretamente sobre a história dele – além do fato de que teria possuído terras em Piraí (RJ) e morrido em Tiradentes em fins do século 19. E o certo ar de mistério ajuda

gustavo simon / Folhapress

Roteiro de sete horas inclui frango, tutu e leitoa assada

thiago morandi / divulgação

Celia Silveira exibe a leitoa que serve na varanda do sítio. Na outra página, ladeira e casario colonial no centro histórico de Tiradentes

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a ambientar um dos pontos altos do roteiro pela estrada que corta a região. No sítio do Barão, a varanda de Celia Silveira, 52, tem vista para escombros do chalé (que tem mais jeito de mansão) do militar, derrubado há cerca de 40 anos. As toalhas de chita a cobrir as mesas de madeira fizeram do lugar um restaurante, em que Celinha serve uma receita de leitoa pururuca ensinada por sua bisavó. Prato do tempo e da família do barão. O animal é criado, abatido e preparado ali. Ele descansa por sete dias em uma marinada de vinho, alho e sal, com temperos plantados no mesmo sítio – manjericão, tomilho, alecrim. Depois, é assado na brasa de carvão, por ao menos sete horas, até ganhar um gostinho defumado. Chega à mesa com arroz e tutu. A estrada da Caixa d’Água passa também pelo Sabor Rural, especializado na cozinha típica mineira. Com grandes mesas na varanda, fica em um espaço agradável e campestre, cercado de árvores. A refeição pode ser aberta com a caipirinha, servida numa chaleira. Pratos com o tutu com porco e linguiça, feijão tropeiro e frango com ora-pro-nóbis, servem de duas a quatro pessoas.

Distrito de Bichinho concentra os artesãos locais

O

utro distrito afastado cerca de 15 minutos de Tiradentes (na verdade já parte do município vizinho de Prados), Bichinho também atrai muitos turistas da cidade. No local estão instalados vários dos artesãos locais – que, por vezes, revendem suas peças também em lojas no centro de Tiradentes. Um dos mais conhecidos é Antônio Carlos Bech, da Oficina de Agosto. Nos ateliês de Bichinho, móveis e peças decorativas, entre o religioso e o sensual, podem não sair tão barato, mas garantem um bom passeio. Gustavo Simon / Folhapress

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cOMPORTAMENTO

NANA NENÊ Deixar a criança chorando no quarto pode ensiná-la a dormir a noite toda e não causa estresse, segundo um novo estudo, mas pais brasileiros resistem à ideia

N

ão sabe mais o que fazer para que a hora de pôr as crianças na cama deixe de ser um tormento? Não se desespere, há uma luz no fim do túnel. Segundo novo estudo, deixar o filho chorando no quarto durante intervalos curtos ou atrasar o horário de ir para a cama não só funciona como não deixa a criança estressada nem prejudica o vínculo com os pais. Mas há um porém. Segundo especialistas, técnicas comportamentais – disseminadas no Brasil em livros como “Nana, nenê” e “A Encantadora de bebês”– são métodos importados que combinam muito mais com sociedades rígidas na educação dos filhos, como as de alguns países europeus e dos EUA do que com o estilo liberal das famílias brasileiras. “De modo geral, todas as técnicas comportamentais trazem uma melhoria do sono, mas, na prática, os pais chegam ao consultório dizendo que leram tudo sobre elas e que não vão fazer nada disso”, conta a neurologista infantil Magda Lahorgue Nunes, coordenadora do grupo de estudos do sono da Sociedade Brasileira de Pediatria. Assim, diz ela, o melhor método para

“ensinar” a criança a dormir é aquele que os pais se comprometem a seguir. Além de considerar a rotina da família e a personalidade de cada filho para definir uma estratégia, eles precisam ter paciência para suportar muito choro e protesto. A psicóloga Sabrina Grunwald Forte, 37, mãe de Marina, 4, e Felipe, 2, deixou cada um deles sozinho no berço por períodos diferentes. Mesmo assim, recebeu “olhares tortos” da família. O estudo, publicado no periódico “Pediatrics”, dividiu 43 crianças australianas de 6 a 16 meses de idade, todas saudáveis, mas com problemas de sono, em três grupos. Em um deles, os pais tentaram a extinção gradual, técnica na qual se permite que o bebê chore por intervalos curtos regulares durante várias noites. O outro tentou atrasar o momento de ir para a cama gradualmente. O terceiro funcionou como controle. Um ano depois, foi observado que as duas técnicas reduziram o tempo que as crianças demoravam para dormir em comparação ao grupo controle. Os níveis de cortisol, hormônio que mede o estresse, estavam normais nos

bebês dos três grupos, e não houve diferença nas medidas de bem-estar emocional e comportamental das crianças. Uma crítica às técnicas que deixam o bebê chorando até pegar no sono é que elas prejudicam a ligação entre mãe e filho e “ensinam” o sentimento de abandono. Mas estudos anteriores – nenhum realizado no Brasil até agora – já haviam sugerido que não há danos à criança. “Os nossos ancestrais botavam limites e não havia trauma”, diz a neurologista infantil Rosana Cardoso Alves. A médica diz que entre os seis meses e o primeiro ano de vida do bebê o mais importante é estabelecer uma rotina – incluindo preparar a casa e a criança para o sono – em vez de apelar para uma técnica comportamental. Os seis meses são um marco importante porque nessa época o bebê saudável não precisa mais acordar para mamar. Mesmo assim, é normal que as crianças despertem durante a noite e voltem a dormir espontaneamente, desde que ninguém interfira. “Os pais não devem achar que todo resmungo ou agitação significa que o bebê precisa deles; sua presença interfere no sono e acostuma a tê-los por perto na hora de dormir”, diz a pediatra Anete Colucci. Até um ano e meio de idade, a filha mais velha de Audrey Vargas Lustig, 36, Corina, hoje com 5 anos, acordava toda noite querendo mamar. A designer, que também é mãe de Oliver, de dois meses e meio, diz que mesmo com uma rotina

FAÇA

NÃO FAÇA

Mantenha uma rotina consistente antes de dormir. Desligue a TV, o tablet ou o celular de 2h a 1h antes do horário de dormir. Diante de um resmungo ou agitação durante a noite, fique em silêncio, não olhe o relógio e dê tempo para que a criança volte a dormir

Evite atividades físicas vigorosas antes de dormir, programas de TV ou histórias que possam atemorizar a criança. Evite o toque e a manipulação desnecessários durante a noite. A partir dos 6 meses, não acorde a criança para mamar

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TÉCNICAS PARA DORMIR Melhor método depende de cada família EXTINÇÃO GRADUAL Coloque a criança na cama e saia do quarto, mas se ela chorar volte após um intervalo curto (1 a 3 minutos), passe a mão na cabeça ou cubra-a e saia novamente, aumentando os intervalos de retorno. A técnica visa promover a capacidade de se acalmar sozinho e voltar a dormir sem associações indesejáveis nem a interferência dos pais.

EXTINÇÃO SISTEMÁTICA Após a rotina pré-sono, coloque o bebê no berço em um horário pré-estabelecido, saia do quarto e ignore seus chamados até a manhã seguinte, assegurando-se de que ele não se machuque. O objetivo é eliminar atitudes que reforçam certos comportamentos (como chorar e acordar).

Audrey Vargas Lustig com a filha Corina, de 5 anos: mistura de técnicas ajudou na hora de dormir Raquel Cunha / Folhapress

estruturada a filha acordava muito. “Quando chegou num ponto insustentável, tentamos o ‘Nana, nenê’, mas não aguentamos porque ela chorava muito. O que funcionou foi misturar técnicas e tirar o vício do ‘mamá’ e do colo de madrugada. O treino durou um mês e pouco e ela passou a virar a noite dormindo.” problema novo O sono dos filhos passou a ser um problema para os pais há poucas gerações. Mudanças sociais, como mães que trabalham fora e ficam pouco com as crianças, em geral à noite, contribuíram para a preocupação com o tema. “Os pais vivem a angústia de que os filhos estão sendo terceirizados e passam uma dupla mensagem à criança: estão cansados, mas culpados por passarem tanto tempo longe. Eles trocam a leitura, a companhia e a conversa com o filho por um vídeo, um programa, e esperam que seja possível desligar a criança junto com a TV”, diz Colucci. Anos atrás, continua Nunes, não havia discussão: “Os pais mandavam dormir e todo mundo ia”. “Agora eles estão um pouco perdidos, todo mundo chega tarde e o momento de encontro da família acaba sendo à noite. Essa mudança social influenciou o hábito de sono”, completa.

REORGANIZAÇÃO DO HORÁRIO Observe o horário médio em que a criança dorme espontaneamente e tente reduzi-lo em 15 minutos. Quando o novo horário estiver consolidado, antecipe-o em mais 15 minutos, até que esteja de acordo com a rotina da família. É importante ter um horário fixo para acordá-lo de manhã.

ROTINA POSITIVA Estabeleça um ritual com atividades relaxantes e prazerosas: dê um banho, diminua ruídos e luzes da casa, promova alguma atividade calma e prazerosa, como leitura ou música suave, e avise a criança que é hora de dormir. É importante que os horários de dormir e acordar sejam consistentes e regulares. Pode ser empregada junto com outra técnica.

Rachel Botelho / Folhapress.

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comportamento

Pesquisa mapeia fatos e angústias sexuais no país Homem tem medo de performance ruim; mulher, de pegar alguma DST

O

brasileiro tem medo de falhar na hora H; a brasileira, de pegar DSTs. Mais de 40% das mulheres sentem alguma dor na hora do sexo; um terço dos homens tem dificuldades para obter uma ereção. Só 28% das pessoas usam camisinha regularmente. Esses e outros dados foram foram traçados pela pesquisa Mosaico 2.0, que, pela segunda vez, traçou um perfil da sexualidade do brasileiro. O estudo é coordenado por Carmita Abdo, psiquiatra sexóloga da USP, e apoiada pela farmacêutica Pfizer. Foram entrevistadas 3.000 pessoas dos 18 aos 70 anos de idade de sete regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio, Salvador, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte e Distrito Federal). A amostra é composta por 1.530 homens e 1.470 mulheres. Em comparação à versão de 2008, Carmita destaca que subiu de 43% para 57% o número de mulheres que fazem sexo por atração, ou seja, sem envolvi-

mento amoroso. O número masculino permanece estável na casa dos 70%. “Há uma maior consciência da distinção entre afeto e sexo por parte das mulheres”. Mesmo assim, as mulheres ainda são as mais conscientes em relação aos perigos de se adquirir uma DST. Em relação ao sexo, essa é a principal preocupação entre elas (55%); do lado masculino, o maior medo é o de não ter uma boa performance. “A explicação para essa preocupação dos homens é a própria genitália masculina, exposta. Se não há ereção, seu desempenho fica visivelmente comprometido – é praticamente uma comprovação de sua ‘incompetência’”, diz Carmita. A discrepância de preocupações entre os sexos também se dá por uma questão de excitação, explica a sexóloga Débora Pádua. “As mulheres demoram até quatro vezes mais tempo para se excitar, aí elas acabam tendo tempo para se preocupar com DSTs, por exemplo.” Outra coisa curiosa observada na pesquisa é o fato de “sono saudável” ganhar de “vida sexual satisfatória” para as mulheres. Para eles, ter bom sexo é quase

CASAL SINCRONIZADO Quanto mais maduro o casal, mais qualidade tem a relação sexual. Na conta, não entra só a performance, mas a dedicação dispensada 38 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

tão importante quanto se alimentar. Para Carmita, esse tipo de observação mostra que as prioridades para qualidade de vida entre os sexos “não são sobreponíveis”. A explicação seria a maneira como funcionam as cabeças: a do homem pensa que, com a questão sexual resolvida, as outras são mais fáceis de lidar (seria mais fácil dormir após o orgasmo, por exemplo), explica Carmita Para as mulheres, seria difícil enxergar o mundo dessa forma. No caso, o sexo se torna mais provável à medida que outras áreas da vida são resolvidas – o descanso é uma delas. “Se a mulher for transar, ela pensa: ‘vou ter que tomar banho, me limpar...’ Se o homem está estressado, ele pensa que transando vai ficar melhor e acaba até esquecendo do problema. A mulher não tem essa facilidade, ela pensa na dificuldade e não visualiza o prazer”, exemplifica Débora. DOR Chama a atenção a porcentagem de mulheres (40,3%) que relatam ter dor durante o ato sexual. Segundo a sexóloga Lelah Monteiro, além de disfunções sexuais como o vaginismo (vagina que não dilata), há desinformação. A partir

GAROTA DO VOVÔ Iniciação sexual masculina com garotas de programa não é tão comum hoje entre os jovens (1,5%) como era antigamente (15,1%)


O SEXO E OS SEXOS Pesquisa aponta impressões e fatos da questão sexual para homens e mulhares

PERFORMANCE X DOENÇA Entre os homens, 55% têm medo de não ter uma boa performance na cama; entre as mulheres, 46% têm medo de pegar uma doença sexualmente transmissível (DST) do climatério, as mulheres tem um déficit natural na lubrificação vaginal, o que, além de dor no ato sexual, pode favorecer o aparecimento de infecções. Outro fator seriam os resquícios de um moralismo excessivo. “Muitas mulheres de sucesso profissional, bem formadas, nunca se masturbaram, nunca tiveram um orgasmo e ainda têm vergonha de falar disso. Elas acabam sendo tolhidas de sua sexualidade”, diz Lelah. A dificuldade na ereção relatada por

32% dos homens poderia ser explicada tanto por doenças (como diabetes e doenças circulatórias) quanto por uma pressão social. “Existe uma ‘castração social’. Hoje parece que todos são estupradores, eles são massacrados, não podem mais se comportar como homens saudáveis. Outra coisa é que antes, bastava ter ereção. Agora, tem que ter ereção, sucesso econômico, não pode ter ejaculação precoce. É difícil não perder a compostura”, diz Lelah.

SEM DORMIR NA HORA H Para as mulheres, a qualidade do sono vem antes da vida sexual; para o homem, boa vida sexual é quase tão importante quanto comer

Para Débora, a combinação de dor com a insegurança e falta de controle masculinas é desastrosa: “A mulher sem vontade sexual não se lubrifica e tem maior risco de sentir dor. A mulher não quer ver o cara inseguro (o que piora a disfunção erétil) aí algumas acabam fingindo orgasmo só para que o parceiro tenha confiança e acabe ejaculando mais rápido.” Essa insegurança masculina também é responsável, segundo Carmita, pela ainda baixa adesão ao uso da camisinha, usada em todas as relações apenas por 28% das pessoas (36% nunca usam). Para as especialistas, além do baixo número de campanhas fora do carnaval, há pouco direcionamento – não há nenhuma com foco na terceira idade por exemplo. Gabriel Alves / Folhapress.

DOR DE UM LADO, PRESSÃO DO OUTRO 32% dos homens relatam alguma dificuldade de obter ereção, número semelhante ao de mulheres que relatam dor durante o sexo, 40,3% Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 39


VIDA SAUDÁVEL

Mulheres devem fazer exames preventivos a partir dos 45 anos

A

s alterações hormonais que ocorrem no corpo da mulher depois da menopausa, que é a última menstruação, são tidas como responsáveis por uma série de doenças, como câncer de mama e de ovário, infarto e osteoporose (enfraquecimento dos ossos). Por isso, mulheres que estão nesse período da vida não podem descuidar de exames obrigatórios para evitar ou tratar eventuais doenças no início. A idade da menopausa varia de paciente para paciente, mas a média é entre 45 e 55 anos. “A importância de fazer exames nessa fase deve-se principalmente ao fato de a mulher necessitar de um acompanhamento

40 | Vilas Magazine | Agosto de 2016


mais rigoroso, em que ela fará dosagem hormonal”, afirma a ginecologista e obstetra Renata Moedim. Segundo o ginecologista Luciano Pompei, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, na pósmenopausa, os exames mais importantes continuam sendo os de antes, como o papa nicolaou, para prevenção do câncer do colo do útero; a mamografia, para rastrear câncer de mama; o ultrassom do útero, para avaliar o endométrio (camada interna do útero); e o exame que avalia a saúde dos ossos da paciente. “A mulher deve fazer esses exames, como uma rotina ginecológica, pelo menos uma vez ao ano por toda sua vida”, afirma Renata.

no sangue, medem o hormônio da tireoide e verificam como estão os rins. Os médicos salientam também que as mulheres na pós-menopausa precisam dar mais atenção à alimentação e à atividade física, pois a alteração hormonal pode desequilibrar os níveis de gordura e de açúcar no sangue. Mamografia acha nódulos pequenos A mamografia, que deve ser feita a partir dos 40 anos (no caso de mulheres que não têm histórico de câncer de mama na família), tem demonstrado grande eficácia no combate à mortalidade. Enquanto no autoexame a mulher só consegue perceber nódulos com 3 cm a 4 cm, a mamografia detecta já a partir de 3 milímetros. Quando o nódulo é detectado inicialmente, aumenta a chance de sucesso no tratamento. Bárbara Souza / Folhapress.

Outros exames Outros exames recomendados são os que avaliam a dosagem de gordura e glicose

Agosto de 2016 | Vilas Magazine | 41


Jaime de Moura Ferreira Ad­mi­nistrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br

A

existência do ser humano está relacionada a um conjunto de ideias, ações e comportamentos, que lhe credencia interagir com sua própria realidade e na sociedade onde vive. No entanto, também existem profundas inquietações que sufocam sua alma e ele tem de superá-las. Internamente, é acionado por dois polos distintos e a realidade da sua existência dependerá do relacionamento harmonioso desses polos. Para promover relações humanas e se expressar com os demais seres viventes, o ser humano necessita da palavra. Ocorre que esta, com a mesma semelhança dos polos, se apresenta de duas formas antagônicas: bálsamo e espada afiada. Bálsamo, quando a palavra conforta, alivia, apoia e transmite segurança para os que a recebem; espada afiada quando fere, desorienta, magoa, ataca e ofende seus semelhantes. Assim, a palavra reflete elevado poder de sugestão, afetando e influenciando, profundamente o ouvinte. Dessa forma, o ser humano deve usar a linguagem adequada, com ima­ gens sugestivas, em bases éticas e valores morais, em plano de elevada consciência, para atingir sua sabedoria intuitiva e promover o caminho da linguagem da realidade, para seus ouvintes. É muito importante reconhecer padrões, fluxo contínuo da sinceridade, bem como a tradução do que se vai transmitir, para o uso correto das palavras. Geralmente, as pessoas que recebem a palavra têm dificuldade para decodificar o seu significado, quando não possuem os mesmos valores éticos, morais, culturais, religiosos, etc. do emitente e, por isso, podem desvirtuar seu sentido. Para se evitar agravos, o emissor deve ter a percepção do mundo ambiente, o respeito pela compreensão e o alcance de sua linguagem. O ambiente social, de modo geral, é modelador da palavra. No entanto,

42 | Vilas Magazine | Agosto de 2016

A palavra ela depende muito da emoção, comportamento e alteração fisiológica do emissor. O difícil é definir e controlar esses sentimentos. A percepção é o ponto de partida para a compreensão. Por isso, a compreensão deve ser bilateral. Assim, o ser humano, através do controle de procedimentos, pode equacionar seus sentimentos e exercitar a razão, no momento de proferir a palavra. Sem dúvida, este exercício depende de muitos conhecimentos acumulados, principalmente os espirituais, que aprimoram os campos de observação, conhecimento e compreensão. Outro aspecto de elevado valor, na configuração da palavra, é a ausência do preconceito, seja de qualquer tipo e segmento. De modo geral, o emissor possui um padrão definido, no seu plano mental, e deseja que seu interlocutor tenha padrões semelhantes ao seu. Daí surge o preconceito de um ser humano para com o outro. O ideal seria que o emissor tivesse a curiosidade e a responsabilidade humana para entender e compreender os sentimentos e atitudes do decodificador. Essa compreensão seria o embasamento para o conhecimento e aceitação humana. Esse comportamento promoveria melhores relações humanas na sociedade. Até ocorre, por descuido, o cometimento de uma falha. Porém, ao percebê-la, o emitente deveria, de imediato, corrigi-la. Se assim não fizer, ele estará promovendo a humilhação para o decodificador e, consequentemente, um mal-estar. A palavra possui energia, por isso, tem força. A sua duração depende da ação do emitente e da aceitação do decodificador. Nesse aspecto, a palavra pode trazer felicidade, prosperidade, elevação e sucesso, ou, tristeza, desventura, dilapidação e negatividade. Oscar Wild (16/10/1854 e 30/11/1900) deixou-nos duas pérolas sobre

o assunto: “se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo” e “Se você não consegue entender o meu silêncio, de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos”. Ainda, o padre Fábio de Melo (sacerdote católico, cantor, compositor, poeta, escritor e professor) registrou: “Palavras erradas costumam machucar para o resto da vida, já o silêncio pode ser a resposta de muitas perguntas”. Os sábios meditam sobre a sociedade e a natureza, mas, principalmente, sobre como entender a alma humana, sempre mais complexa. Dessa forma, busca “conhecer a si mesmo”, “conhecer a ocasião oportuna”, “ o que é bom ou mau”, e “entender que nada é melhor do que moderação”, para liberar a palavra. Só sabiamente caminhando se chega à sabedoria. Porém, “quando se precisa falar muito para se dizer algo, é porque ou o saber ainda não alcançou sua plena maturidade, ou se está dissimulando” (I Ching). Portanto, deve-se escutar mais que falar. Segundo Dalai Lama “A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância”. O último aspecto que se remota à palavra é o amor. Para se realizar essa aspiração é necessário que o ser humano não esteja impregnado de rancores, ódio e dissabores com o semelhante e, na maioria das vezes, consigo mesmo. Então, as palavras devem ser emitidas nas dimensões e realidade de sua existência, pois, assim, atingirá à compreensão do ouvinte. “A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida”. (Arnaldo Jabor, jornalista, cineasta, crítico e escritor).


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