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Óleo sobre tela de Mestre António Joaquim, 2000.
EVOCAÇÃO DE FERNANDO PESSOA NA VILA DA FEIRA E EM SANTA MARIA DA FEIRA
Joaquim Carneiro*
Esta evocação, traz-nos à memória uma entrevista inserta no jornal “Diário de Aveiro”, do dia 28 de Novembro de 1985 - véspera do 50º aniversário da morte de Fernando Pessoa -, dada pelo Dr. Celestino Portela, Sócio Fundador da LAF - Liga dos Amigos da Feira e que dela apresentámos, com a devida vénia, uns excertos nesta Homenagem ao Poeta.
A entrevista foi conduzida por Anabela Cortês.
É da autoria de Aureliano Lima, recentemente falecido, o primeiro monumento nacional em honra de Fernando Pessoa, inaugurado pelo Chefe do Estado, general Ramalho Eanes, no dia 30 de Novembro de 1983, na cidade da Feira, distrito de Aveiro. Estiveram presentes ao acto, entre outros escritores, Miguel Torga, Agustina Bessa-Luís; Eduardo Lourenço, José Augusto Seabra, André Crabée Rocha, José de Melo, António Rebordão Navarro, Clara Crabée Rocha, Aureliano Lima e Frederico de Moura, tendo Clara Crabée Rocha proferido, no ginásio de um estabelecimento de * Designer Gráfico. Executivo LAF.
ensino local, uma conferência sobre “Fernando Pessoa, Poeta do Desassossego”, notável a todos os títulos e saudada com o maior entusiasmo e carinho pela assistência, que saudava na conferente as palavras proferidas mas também a filha de um dos nossos maiores escritores vivos, o autor da “Criação do Mundo” e de “Cântico do Homem”. Ramalho Eanes, por sua vez, usando da palavra, afirmara, na sessão de boas-vindas, dirigindo-se aos representantes da Comissão de Vigilância do Castelo da Feira, da Liga dos Amigos da Feira e da Câmara Municipal: «Àqueles homens que promoveram esta homenagem, justa e tardia, o agradecimento da Nação. - O dr. Celestino Portela, a quem dirigimos, por este motivo, algumas questões, nesta altura em que se celebram os cinquenta anos da morte de Pessoa. - Porquê um monumento a Pessoa na Feira? - Desde que Bernardo Soares escreveu «Minha pátria é a língua portuguesa” todas as terras onde o português é falado têm legitimidade para erguer um monumento nacional de homenagem a Fernando Pessoa.
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Essa legitimidade adquiriu-a o Norte do País, concretamente o distrito de Aveiro, especificamente Santa Maria da Feira. E outras razões sobejam. No Norte, na cidade do Porto, na revista “A Águia”, iniciou Fernando Pessoa a sua actividade literária com a série de artigos sobre a “Moderna Poesia Portuguesa”. No Porto nasceu Ricardo Reis; do Porto partiu para o exílio no Brasil. A poesia de Fernando Pessoa está cheia de saudade da província e do norte: “O Tejo não é o rio que passa na minha Aldeia”. “O Natal, lá para o Norte, é melhor”. “Serviram-me o amor como dobrada (à moda do Porto) fria”. - Mas acima de tudo o primeiro monumento nacional de homenagem a Fernando Pessoa surgiu na Feira porque ... na Feira existem Homens que sonharam, Deus quis, e a obra nasceu. - Para além da inauguração do monumento houve um conjunto de actos “ad hoc” que gostaríamos de relembrar para os leitores do distrito de Aveiro. - Todas as comemorações de Fernando Pessoa no concelho da Feira a que me reporto são iniciativa e execução da LAF - Liga dos Amigos da Feira. Em 30-11-1982 foi celebrado em Vila da Feira o 47º aniversário da morte de Fernando Pessoa aos 47 anos de idade. Penso que foi a única comemoração no País de tão singular efeméride. Nesse dia o professor Salvato Trigo proferiu no Salão Nobre da Câmara Municipal a palestra sobre “Actualidade de Fernando Pessoa”. Foi editada uma plaquete com versos de vários poetas sobre Fernando Pessoa com o título “Silva Poética” de Homenagem a Fernando Pessoa. Foi distribuída uma medalha comemorativa, da autoria de mestre José Aurélio, em tiragem limitada de 275 exemplares. Foi editado também um poster da autoria de mestre J. Carneiro, na tiragem de 200 exemplares numerados, comemorativo da homenagem. Após a palestra do professor Salvato Trigo seguiu-se um convívio durante o qual os poetas António Rebordão Navarro, Aureliano Lima e Alberto Uva declamaram poemas da sua autoria, entre eles os incluídos na “Silva Poética”. Foi durante este convívio que surgiu a ideia de inaugurar em «30-11-1985» o primeiro monumento de homenagem a Fernando Pessoa mas que o querer da Comissão Executiva da Liga dos Amigos da Feira antecipou para 30-11-1983 o acto da inauguração. O programa executado a quando da inauguração do monumento é o que consta do exemplar que anexo, sublinhando-se que a
inauguração foi feita pelo senhor Presidente da República general Ramalho Eanes e Miguel Torga. - Existe na Feira uma tertúlia dedicada a Pessoa. Que realizações promoveu já? - Além do que consta das respostas anteriores podemos referir: - Saraus de divulgação poética: - Medalha comemorativa da inauguracão do monumento a Fernando Pessoa, da autoria de Joaquim Carneiro, design e Baltazar Bastos, escultura. - Edição da palestra do professor Salvato Trigo sobre “Actualidade de Fernando Pessoa” - Edição de uma plaquete de Aureliano Lima com poemas alusivos a Pessoa e seus heterónimos; - Edição de cartazes e postais; - Preparamos para 13-VI-86, a “II Mostra de Coleccionismo do Concelho da Feira”, dedicada a Fernando Pessoa. - Voltando ao monumento “Pessoa” a sua forma simbólica e centrada na heteronímia tem sido acessível aos feirenses e aos visitantes? - O tema dado ao escultor Aureliano Lima para a execução do monumento foi: A unidade, diversidade e pluralidade da obra pessoana. Sentimos que o autor foi feliz. Aceitamos que o monumento não seja acessível ao comum dos cidadãos mas pretendemos que fosse fonte de interrogações, que questionasse a juventude e o público. Afinal a actualidade e perenidade de Pessoa mantém-se, e o escândalo de “Orpheu” em 1915 não cessou ainda. O retrato é acessível! - Mas qual o «rosto»? - Que medidas formularia para uma verdadeira consagração de Pessoa no sentido de o ver lido pelos jovens e pelo povo português em geral? [...] Que este cinquentenário da sua morte realize o grito com que termina a “Mensagem”:
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«É a Hora».1
Diário de Aveiro, Nº. 138 - 28 Novembro 1985 (Excertos).
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Cartaz por Joaquim Carneiro’82
“Conferência pelo Prof. da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Dr. José Augusto Seabra” que, pela sua ausência em Macau, foi realizada pelo Prof. Dr. Salvato Trigo.
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30 Novembro/82 - Sal찾o Nobre da C창mara Municipal da Feira Actualidade de Fernando Pessoa - Prof. Dr. Salvato Trigo.
Nota: Por se encontrar ausente em Macau, a Conferencia foi realizada pelo Prof. Dr. Salvato Trigo.
Conferência pelo Prof. Dr. Salvato Trigo, no Salão Nobre da Câmara Municipal, sobre Actualidade de Fernando Pessoa. 19
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Actualidade de Fernando Pessoa Salvato Trigo, 1983. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
Medalha da autoria de José Aurélio, 1982.
Parece-me ser este um óptimo local para evocar hoje, 47 anos após a sua morte em 30 de Novembro de 1935, o Poeta dos Heterónimos, de seu nome civil Fernando António Nogueira Pessoa. Com efeito, que melhor terra haveria para recordar o nosso poeta múltiplo do que esta simpática Vila, também ela marcada pela heteronímia. Na verdade, a terra designada por Vila da Feira, pela primeira vez na carta de couto concedida por D. Teresa, em 1117, à «Villa de Osseloa», tinha recebido, anterior e sucessivamente, os nomes de «Lancóbriga», de «Civitas de Sancta Maria» e de «Terras de Santa Maria». Três nomes, enfim, para referir um mesmo território dominado pelo vetusto castelo do séc. XI, donde terá partido, em 1128, a sublevação dos adeptos de D. Afonso Henriques contra sua mãe, D. Teresa. Uma nota de glória nacional que o Castelo da Feira guarda, decerto, com o maior orgulho, uma vez que, com esse acto de patriótica rebeldia, nasceu simbolicamente Portugal pela força indomável do filho do Conde D. Henrique, ao qual poderíamos, aqui e agora, fazer o mesmo pedido que Fernando Pessoa lhe dirigiu na Mensagem: «Pai, foste cavaleiro. Hoje a vigília é nossa. Dá-nos o exemplo inteiro E a tua inteira força!»
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30 Novembro/82 - Salão Nobre da Câmara Municipal da Feira Apresentação da medalha - A Fernando Pessoa - Escultor José Aurélio.
Índice Alberto Uva - Perfil de Fernando Pessoa António Botto - Poema de cinza à memória de Fernando Pessoa António Rebordão Navarro - Vício de Fumar Armando da Silva Carvalho - A Ode Arménio Vieira - Retrato de Poeta Aureliano Lima - A Fernando Pessoa Carlos Queiroz - O Amigo César Teixeira - Fernando Pessoa Jacinto de Magalhães - Poema Raul de Carvalho - Desenho Sofia de Mello Breyner Andresen - Fernando Pessoa Silva Poética Vários Autores, 1982 Com poemas dedicados a, ou inspirados em Fernando Pessoa. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
Medalha da autoria de: Joaquim Carneiro, design e Baltazar Bastos, escultura, 1983.
Vasco de Lima Couto - Ode - Fernando Pessoa
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22 O Escultor Aureliano Lima, Autor do Monumento e da plaquete de poemas Ele e os Outros, em momento de autógrafos.
ALBERTO CAEIRO
Ele e os Outros Aureliano Lima, 1983. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
Caminhas pelo interior da seiva maternal, pelo lado de fora de uma flor pagã. Aí te re encontro na pura sensação (sem metafísica) e por isso respiras pela luz da emoção e desces até ao deus-criança, com quem brincas ou te deitas nos sonhos - único sonho em que acreditas. Depois olho-te na frescura da terra, onde as coisas são coisas e os frutos a memória das árvores, ou da água, ou do fogo, e esperas a gaze do esquecimento, sem dor e sem remorsos. Aureliano Lima
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Ciclo de Conferências integradas na “Inauguração do Primeiro Monumento Nacional de Homenagem a Fernando Pessoa”.
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Dr. Fernando Guimarães, primeiro conferente das Comemorações da “Inaguração do Primeiro Monumento Nacional de Homenagem a Fernando Pessoa”.
Em 1895, Eugénio de Castro (ao lado de Manuel da Silva Gaio), anima a edição duma “revista internacional”, «Arte»; em 1898, Teixeira de Pascoaes publica um dos seus primeiros livros mais importantes «Sempre»; em 1912, inicia-se a segunda série da revista «A Águia» sob a orientação deste
26 Novembro/83 - Salão Nobre da Casa do Povo de Fiães Fernando Pessoa e o Movimento Saudosista - Dr. Fernando Guimarães.
mesmo poeta, que se apresenta como órgão da “Renascença Portuguesa” e do movimento saudosista; em 1915 é publicada a revista modernista «Orpheu», onde sobressaem nomes como os de Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. Num espaço de vinte anos, estas quatro datas - sucessivos momentos altos no desenvolvimento da nossa literatura parecem marcar o modo paradoxal como três movimentos da nossa poesia se mantêm, ao mesmo tempo, próximos e afastados: o Simbolismo, o Saudosismo e o Modernismo. Embora estes dois últimos movimentos não deixem de manter relações extremamente importantes com o Simbolismo, é neles que, em especial, iremos centrar a nossa atenção a partir de duas figuras que, de certo modo, os representam emblematicamente: Fernando Pessoa e Teixeira de Pascoaes. Estamos perante duas poderosas individualidades poéticas da primeira metade do século XX que, no entanto, passam ao lado uma da outra a certa distância, ora numa atitude de razoável entendimento, ora numa posição mais ou menos suspeitosa, cheia de mal-entendidos, reservas, ambiguidades. Porquê?1 [...]
Revista Villa da Feira - Terra de Santa Maria, nº 7, Junho de 2004.
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27 Novembro/83 - Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Arrifana Fernando Pessoa, a Poesia e o Mito - Professor Dr. José Augusto Seabra, Ilustre Ministro da Educação.
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28 Novembro/83 - Salão Nobre da Junta de Freguesia de Paços de Brandão Fernando Pessoa e a Poética da Nostalgia - Prof. Dr. Salvato Trigo.
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29 Novembro/83 - Salão Nobre da Câmara Municipal da Feira O Mito Pessoa - Prof. Dr. Eduardo Lourenço.
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30 Novembro/83 - Escola Preparatória de Vila da Feira Inauguração do Monumento - Intervenção do Senhor Presidente da República António Ramalho Eanes.
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30 Novembro/83 - Escola Preparatória de Vila da Feira Apresentação do Monumento - Dr. Aurélio Pinheiro.
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30 Novembro/83 - Escola Preparat贸ria de Vila da Feira Fernando Pessoa, Poeta do Desassossego - Prof. Dra. Clara Crab茅e Rocha.
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[...] Que dizer de um acto destes, em que temos o Senhor Presidente da República connosco, a homenagear um poeta. Isso significa, antes de mais, que o mais alto representante do povo português sabe compreender que, numa pátria, a poesia é o valor essencial. E quem diz a poesia, diz a língua, porque Pessoa é essencialmente o poeta da língua portuguesa e, só por isso, o poeta da pátria. Um poeta que, como aqui foi bem dito pela professora Clara Crabbé Rocha, se multiplicou em linguagens, assumindo da língua aquilo que é essencial, que é o ela poder acolher o ser em todas as suas formas. Assim, poeta da língua, poeta da pátria, Pessoa é também o poeta da universalidade, não só porque da língua portuguesa soube fazer várias linguagens, mas também porque soube até incorporar as línguas estrangeiras, escrevendo em inglês, em francês, mas sobretudo assumindo o que nas outras línguas é para ler, porque as linguagens, quer sejam articuladas no som, quer sejam articuladas na pedra ou no bronze, são a forma que o homem tem de procurar um regresso a uma origem perdida,
que é também não apenas a saudade do passado, mas a saudade do futuro, de que falava Pascoaes. Por isso, nós devemos assumir essa saudade imensa de um futuro melhor, que Pessoa, glosando Pascoaes, nos deu como mensagem, essa saudade imensa de um futuro melhor, pela qual, diversamente, todos nós, aqui, lutamos. Mas nesta oportunidade, eu queria, sobretudo, se me permitem, amigos feirenses, fazer desta comunidade local um símbolo do que pode ser o Portugal do futuro, porque, aqui, na Vila da Feira, um punhado de homens, de homens cidadãos, de homens intelectuais, de homens na simples acepção da palavra, soube mostrar que não é necessário viver nas grandes capitais, nas grandes metrópoles, para assumir a universalidade pessoana. É possível, de facto, que, em cada comunidade enraizada na terra, surja sempre aquilo que fecunda Portugal e a humanidade: a poesia. E, por isso, eu queria dizer que Portugal ficará grato à Vila da Feira por este acto de civilização, por este acto de cultura, por este acto de cidadania, que é o monumento a Fernando Pessoa.1 [...] Revista Villa da Feira - Terra de Santa Maria - Nº 12, Fevereiro 2006.
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30 Novembro/83 - Escola Preparatória de Vila da Feira Alocução de Encerramento - Intervenção do Senhor Ministro da Educação, Prof. Doutor José Augusto Seabra.
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Ementa, com um poema de Henrique Veiga de Macedo, Fernando Pessoa e os Outros.
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O Senhor General Ramalho Eanes à saída do Castelo da Feira, após o “Jantar de Encerramento” comemorativo da inauguração do Monumento.
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Mensagem do Senhor Presidente da República, António Ramalho Eanes, no Salão Nobre da Câmara Municipal.
Placa colocada na parede poente do Salão Nobre do Castelo da Feira: A recordar a visita a este Castelo do Senhor Presidente da República, António Ramalho Eanes, na Inauguração do 1º Monumento Nacional a Fernando Pessoa - 30-11-1983 - C.V.C.F.
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Primeiro Monumento Nacional a Fernando Pessoa, escultura de Aureliano Lima, inaugurado pelo Senhor Presidente da República General António Ramalho Eanes e Miguel Torga.
Este corpo representa a: “Unidade, diversidade e pluralidade da Obra pessoana” Erguendo-se em planos cada vez mais altos e apontando para os píncaros da imortalidade. O corpo em bronze assenta sobre um hexágono de granito, com uma altura de um metro e meio, em cujas faces estão inscritos poemas de heterónimos de Fernando Pessoa. Conversa Acabada
Na face frontal está a seguinte inscrição:
Exibição do filme integrado na Inauguração do 1º Monumento Nacional a Fernando Pessoa, no Cine-Teatro Santa Maria.
A FERNANDO PESSOA 13.06.1888 - 30.11.1935 C.M.F. e L.A.F. - 1983.
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Cartão de Boas Festas Ed.: DREN - Direcção Regional de Educação do Norte - CAE Entre Douro e Vouga
“Chove. É dia de Natal.”
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“Um Rosto para Fernando Pessoa”. Obras de trinta e cinco Artistas Portugueses Contemporâneos. Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, Julho de 1985. Cartaz da Exposição, onde está representada a maquete do Monumento de Homenagrm a Fernando Pessoa, em Santa Maria da Feira.
“Fernando Pessoa é o poeta do desassossego. Esta palavra docemente sibilante que deu o título ao livro do seu semiheterónimo Bernardo Soares, “ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa”, traduz um dos sentimentos porventura mais marcantes da contemporaneidade: uma inquietação que, literariamente, se enraíza no “spleen” decadentista, em particular baudelairiano no começo do século se mascara de excitação com o futurismo de Marinetti, se consubstancia depois com a náusea no existencialismo de Camus e Sartre, e encontra múltiplas derivações nos nossos dias. Saudamos hoje Fernando Pessoa como uma das grandes vozes portuguesas dessa inquietação moderna, que não encontra paz em nenhum paralelo. O poeta renunciou ao contentamento, como se depreende do poema “O Quinto Império”: “Triste de quem é feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lição da raiz Ter por vida a sepultura.” Fernando Pessoa, Poeta do Desassossego Clara Crabée Rocha, 1986. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
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Programa Dia 13 - 14.00 horas
- Deposição de uma coroa de flores no 1.º Monumento Nacional de Homenagem a Fernando Pessoa, à Praça Fernando Pessoa, em Santa Maria da Feira. 14.30 horas
- Inauguração, pelo Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal, da 2.a Mostra de Coleccionismo do Concelho de Santa Maria da Feira, no Salão Nobre da Sede da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira. 14.45 horas
- Apresentação do n.º 132 da revista “Filatelia Temática”. 15.00 horas
- Primeira obliteração, com o Carimbo Comemorativo editado pelos CTT, pelo Ex.mo Senhor Presidente da Associação Portuguesa de Filatelia Temática. 21.30 horas
- Palestra, pelo Ex.mo Senhor Professor Dr. David Mourão-Ferreira, subordinada ao tema Fernando Pessoa a Mulher e o Amor, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. - Das 10.00 às 12.30 horas e das 14.00 às 20.00 horas
- Abertura da Mostra de Coleccionismo. Dia 15 - Das 14.00 às 19.00 horas
- Abertura da Mostra de Coleccionismo. 19.00 horas - Encerramento. 20.00 horas - Jantar de Confraternização na Cave
do Restaurante Brasil - Santa Maria da Feira. Este programa integra-se no Programa Cultural da Câmara Municipal, para o ano de 1986. “Número Especial” da revista Filatelia Temática, n.º 132, dedicada exclusivamente à “2ª Mostra de Coleccionismo do Concelho de Santa Maria da Feira”, de Homenagem a Fernando Pessoa.
Liga dos Amigos da Feira- LAF
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Inauguração da 2ª Mostra de Coleccionismo do Concelho de Santa Maria da Feira de Homenagem a Fernando Pessoa, pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal Alfredo Oliveira Henriques. Dr. Celestino Portela faz a Apresentação da Exposição ao Dr. David Mourão-Ferreira e acompanhantes.
Postal/Noticiário, edição dos CTT, anunciador do Carimbo Oficial a ser aposto nos locais indicados: Posto do Correio Salão Nobre da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira.
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Dr. David Mourão-Ferreira proferiu a Conferência sob o tema, Fernando Pessoa, a Mulher e o Amor, no Salão Nobre da Câmara Municipal.
Sobrescrito editado pela LAF
Carimbo filatélico editado pelos CCT.
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11 JUNHO 21.00 Horas - Palestra, no Salão Nobre da Câmara Municipal, sobre Raízes de Fernando Pessoa em Terras de Santa Maria, pela Ex.ma Senhora Prof. Dra. Lucília Lencart. 12 JUNHO 20.30 Horas - Convívio Pessoano no Salão Nobre do Castelo - Por marcação. 22.00 - Representação de O Marinheiro de Fernando Pessoa, pelo Grupo Caixa de Pandora, do Porto, na Praça de Armas do Castelo - Entrada livre. 13JUNHO 00.00 Horas - Homenagem florida a Fernando Pessoa no Primeiro Monumento Nacional em sua Honra. 46
Cartaz das “Comemorações do Centenário do Nascimento de Fernando Pessoa”.
Folha volante.
47 Postal - “Série-Cartazes” 7/28 - CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE FERNANDO PESSOA Edição: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
“... Tem só duas datas - A da minha nascença E a da minha morte. Entre uma e outra coisa Todos os dias foram meus.” A. Caeiro
Medalha da autoria de: Joaquim Carneiro, design e Baltazar Bastos, escultura, 1988.
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“Navegando - O Universo de Fernando Pessoa” - Interpretação e coreografia de Brenno Mascarenhas, exibido no Cine-Teatro Santa Maria.
Índice I - Procurando Fernando Pessoa no 100.º aniversário de seu nascimento. II - PEREIRAS DE ARAÚJO E SOUSA CAMISÃO - na linha de seu 3.º avô paterno - José António Pereira de Araújo e Sousa oriundo de FERMEDO em Terra de Santa Maria - Vila da Feira em missão de serviço no Algarve. III - Fermedo - Avióbriga em Terras de Santa Maria Berço Natal dos Senhores de Fermedo. IV - Estudo Genealógico - Viagem histórica às Origens - RAÍZES DE FERNANDO PESSOA EM TERRAS DA FEIRA. V - Lancóbriga - Terras de Santa Maria - Terras da Feira - percurso da sua inserção na História de Portugal. VI - Castelo da Feira - 379 anos no domínio dos Pereiras. VII - PEREIRAS da Casa da Feira - origem e ligação dos Pereiras com os Sousas, os Athaídes - por origem Moço Viegas filho de D. Egas Moniz. Dos Coelhos descendentes de Egas Moniz (Antepassados de Fernando Pessoa).
Raízes de Fernando Pessoa em Terras de Santa Maria M. Lucília Lencart, 1988.
VIII - PEREIRAS - origem - ligações com: D. Egas Moniz, D. Diniz Rei de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira - bisneto de D. Gonçalo Rodrigues de Froyaz que inicia a Casa da Feira.
- Soberania do Povo Editores, SA. Águeda, MCMLXXXVIII.
IX - Egas Moniz e a Terra da Feira - Senhor de Arouca, onde hoje se encontra incluído Fermedo. X - FALA FERNANDO PESSOA - “Aniversário”, Álvaro de Campos.
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Poder-se-á dizer que a conferência proferida pela Dra. Lucília Lencart foi o ponto alto da evocação do nascimento do autor da “Mensagem” ...a sua intervenção - louva-se, sobretudo, o enorme trabalho de pesquisa histórica que terá sido obrigada, tanto mais que todas as suas afirmações estavam documentadas - ...não é menos verdade que buscando as origens do poeta, a conferencista prestou um grande serviço ao concelho e, sem dúvida, acrescentou-lhe algo de muito valioso para a sua história já de si rica. De Fermedo se foram os “Maiores” do Poeta
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Carlos Fontes (Texto) Carlos A. Tavares (Fotos) “... é justiça que prestamos a FERNANDO PESSOA, esclarecendo a sua ilustríssima genealogia e situando- se aqui em Terras de Santa Maria, onde os seus maiores viveram, tiveram o seu solar e daqui partiram, alguns para nunca mais voltarem à terra sagrada que lhes foi berço. Honra a Fernando Pessoa na terra de seus maiores, na cidade da Feira, em Terras de Santa Maria. Honra à cidade da Feira e aos seus Homens, que desconhecendo as raízes de Fernando Pessoa em Terras da Feira, foram os primeiros a em seu chão erguerem o primeiro monumento nacional que o perpétua fisicamente em sua forma plástica de “múltiplos afluentes”. Foi assim que a Dra. Maria Lucília Lencart, ...grande estudiosa do poeta, encerrou uma longa dissertação num dos actos programados para comemorar o nascimento de Fernando Pessoa que decorreram nesta cidade organizados pela Câmara Municipal e Liga dos Amigos da Feira.
“É com um sentimento de profunda alegria que aqui me encontro na cidade da Feira, de cujo o castelo partiu D. Afonso Henriques, ainda Infante, para a Batalha de S. Mamede que havia de decidir dos destinos de Portugal. A Feira, o berço onde germina a conspiração contra a perda da independência do então Condado Portucalense” diria a Dra. Lucília Lencart, - ainda bem que os senhores de Guimarães não a ouviram - depois de afirmar que Fernando Pessoa era originário de Fermedo - hoje do Concelho de Arouca, mas na altura integrando Terras da Feira - donde partiu um dos seus maiores, José António Pereira Araújo e Sousa, que nascido na Quinta do Castelo “vem para o sul com seus irmãos e no Algarve se fixam”. “Fernando Pessoa pertence ao norte, todos os seus antepassados ilustres aqui tiveram o seu berço. Antepassados que se radicaram em Fermedo e em S. Martinho de Arada, em terras que pertenceram à Feira”. Mais de três horas foram consumidas pela conferencista que, a convite do Dr. Celestino Portela - fez regressar a terras que foram dos seus antepassados, o poeta que viu na cidade de Santa Maria da Feira, e numa altura que quase continuava na ‘santa ignorância dos intelectuais deste país’, erguer-se o monumento que o perpétua fisicamente em sua forma plástica de “multiplos afluentes”. Não ficaram por aqui as manifestações que comemoraram o nascimento do Poeta. No castelo, um jantar reuniu mais de um centena de pessoanos seguido de uma representação de O Marinheiro, de Fernando Pessoa, pelo Grupo Caixa de Pandora, do Porto, na Praça de Armas do Castelo. Encerrou o programa uma homenagem florida com algumas dezenas de pessoas a lançarem flores para o Monumento Nacional que a Feira teve o privilégio de ser a primeira a erigir.
Jornal Terras da Feira, N.º 6, Ano I, 23 de Junho de 1988 (Excerto).
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Foto - Jornal “Terras da Feira”.
11 de Junho de 1988 - Palestra pela Dra. Maria Lucília Lencart, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, sob o tema Raízes de Fernando Pessoa em Terras de Santa Maria. 1 [...] FERNANDO PESSOA, está hoje mais vivo que nunca, entre os homens da nossa época que estudam a sua Obra, que procuram desvendar o seu texto escondido em sua teia tão avaramente.
A par da Obra, existe contudo o HOMEM. E, se esta pode ser estudada independentemente do seu autor, é justiça que prestamos a FERNANDO PESSOA, esclarecendo a sua ilustríssima genealogia; e situando-o aqui em Terras de Santa Maria, onde os seus maiores viveram, tiveram o seu solar e daqui partiram, alguns para nunca mais voltarem à terra sagrada que lhes foi berço. Honra a Fernando Pessoa na terra de seus maiores, na cidade da Feira em Terras de Santa Maria.
Honra à cidade da Feira e aos seus homens, que desconhecendo as raízes de Fernando Pessoa em Terras da Feira, foram os primeiros a em seu chão erguerem o primeiro monumento nacional que o perpétua fisicamente em sua forma plástica de “múltiplos afluentes”. Honra ao escultor Aureliano Lima, a quem acima cito. Ele soube interpretar em seu desenho e deixou que seu cinzel criasse e legasse à posteridade Fernando Pessoa, não em efígie que em sua simplicidade talvez ele não aprovasse, mas fazendo-o surgir como ideia de ideias que se harmonizam e são deslumbramento entre a luz e a sombra. Tenho dito. Maria Lucília Lencart
1 Palestra, no Salão Nobre da Câmara Municipal, Raízes de Fernando Pessoa em Terras de Santa Maria.
Devemos olhar o problema no ambiente em que se coloca, antes de começarmos a tirar conclusões. H. D. F. Kitto, «Os Gregos»
Porque escolho para meu trabalho o poema «ANTINOUS» de Fernando Pessoa? É um enigma, o mesmo enigma que presidiu, à minha escolha anos atrás do seu poema «O último sortilégio». Sob os meus olhos passou o poema na língua Inglesa, e encontrei-o tão pleno de beleza, de frescura, tão oposto à materialidade do presente, talvez um pouco esquecido ou marginalizado, que decidi fazê-lo «meu». Foi um trabalho árduo e doce. Um trabalho que se tornou numa violência de que não conseguia libertar-me. A beleza só se encontra ao devassá-lo. E, eu, pacientemente, devassei-o, desfolhei-o, ousei-o! Tentei encontrar nele a palavra original de Fernando Pessoa. Por isso, o retraduzi estrofe a estrofe, verso a verso, palavra a palavra desdobrando a palavra, sem a preocupação da forma. Traduzi-o, para encontrar a palavra entre a palavra, o percurso. E, à medida que avançava, ela ia surgindo em toda a sua plenitude e beleza, delicadeza e forma. Confesso que não consigo adaptar-lhe o rótulo de «obscenidade» que lhe foi aposto. Nem na palavra original de Fernando Pessoa, nem propriamente no tempo, se o fizer regressar no tempo ao século 1.º da nossa Era.
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Antinous - A poem by Fernando Pessoa - Lisbon 1918 Trabalho sobre a Obra por M. Lucília Lencarte, 1988. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
H. D. F. Kitto em «Os Gregos» lembra historicamente no capítulo «Vida e Carácter», escrevendo: «Na verdade as ligações românticas de que ouvimos falar, e com muita frequência, são com rapazes e jovens adultos; o amor homossexual, era tido como coisa normal (Como o outro, tinha os seus aspectos mais altos e mais baixos). Platão, tem alguns belos passos em que descreve a beleza e a modéstia de jovens rapazes, e a ternura e o respeito com que os homens os tratavam» (pág. 366 da Edição Arménio Amado Suc., Coimbra 1970). M. Lucília Lencart
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Cartaz da Exposição INTERPOR/88.
54 Carimbo filatélico editado pelos CCT. Sobrescrito editado pela LAF - Liga dos Amigos da Feira.
IV Exposição Filatélica Nacional de Inteiros Postais - INTERPOR/88 - Para esta Exposição, foram ainda editadas três brochuras: Catálogo; Regulamento; Palmarés e ainda um calendário de bolso. - A Câmara Municipal, aquando do evento Junho Cultural’94, editou na colecção “Série Cartazes”, um postal que reproduz o cartaz da Exposição.
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104º aniversário do nascimento de
Fernando Pessoa Santa Maria da Feira - 13 de Junho de 1992
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“Amoço original” no Salão Nobre do Castelo.
Pela mão de alguns estudiosos da sua obra, Fernando Pessoa, que viu Santa Maria da Feira eregir-lhe o primeiro monumento nacional em sua memória, estará amanhã no Castelo. Um “almoço original” que contará na ementa com alguns nacos de poesia, fará parte do programa que comemora os 104 anos do seu nascimento. A iniciativa é do Centro de Estudos Americanos Fernando Pessoa e da Liga dos Amigos da Feira. O almoço a que assistirão personalidades de todo o país e até do estrangeiro terá o seu início às 12.30 horas. Depois de conquistar a parte nova da cidade, Pessoa consegue também conquistar o Castelo.
João Rodrigues Mensagem escrita - óleo e acrílico, 2009. 59
Levar pessoa às pessoas Sentimentos que retratam uma vida de emoções. Transparência de Alma... O poeta mexicano Octavio Paz, laureado com o Nobel de Literatura, diz que “os poetas não têm biografia. A sua obra é a sua biografia” e que, no caso de Fernando Pessoa, - “nada na sua vida é surpreendente - nada, excepto os seus poemas”. No livro The Western Canon, o crítico literário estadunidense Harold Bloom considerou-o o mais representativo poeta do século XX, ao lado do chileno Pablo Neruda. Através dos heterónimos, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último factor possui grande notabilidade na famosa misteriosidade do Poeta.
Orlando da Silva, 1996 - Edição do Autor.
... Qual a escolha de 300 provérbios realizada por Fernando Pessoa? ... Aventamos a hipótese que nunca a colectânea dos 300 provérbios foi editada e, muito menos, paga a quantia acordada entre o autor e o suposto editor. Razão para isto - no nosso entender, como é óbvio -, a hecatombe que se abatera sobre a maioria das nações europeias que experimentaram o limiar da ruina total, dada a desordem económica e social que uma guerra nunca antes vista as havia mergulhado. Neste cenário caótico e de miséria, natural é que ninguém - à excepção do editor e do próprio autor do trabalho -, dadas as circunstâncias, estivesse interessado em publicações do género 300 provérbios portugueses traduzidos para inglês por um jovem e desconhecido português, muito embora conhecedor da língua inglesa como raros. ... Para os que vêem e se revêem na sabedoria empírica dos provérbios - José Régio opinava, na “Presença” que era mais belo um adágio popular do que uma frase de literato. [...] Orlando da Silva
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Dra. Isabel Nogueira Murteira França, sobrinha-neta do Poeta, lançando pétalas ao Monumento.
Uma verdadeira Jornada Pessoana Para celebrar os sessenta e três anos da morte de Fernando Pessoa bem como os quinze anos da inauguração do 1° Monumento Nacional a Fernando Pessoa. Esta iniciativa conjugou diversas entidades: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, através do Pelouro da Educação e Acção Social, bem como a Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira e a Associação Fernando Pessoa sediada em Lisboa.
A Jornada Pessoana teve o seguinte programa: Uma romagem ao Monumento a Fernando Pessoa com a deposição de uma coroa de flores recordando a morte do Poeta e uma conferência subordinada ao tema “O Caminho iniciático de Fernando Pessoa através da sua poesia”.
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Vereadora do Pelouro da Educação da Câmara Municipal, Dra. Conceição Ferreira, e D. Manuela Nogueira, sobrinha do Poeta depõem uma coroa de flores no Monumento.
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Intervenção da Dra. Teresa Rita Lopes, profunda estudiosa da Obra de Fernando Pessoa, no “Almoço Original” realizado no Castelo, tendo a seu lado o busto do Poeta, da autoria do Escultor Aureliano Lima, e o bolo de aniversário decorado com o retrato da autoria de Almada Negreiros.
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Nesta cerimónia marcaram ainda presença os alunos da Escola EB 2.3 Fernando Pessoa, que conviveram em particular com os familiares do Poeta. A Conferência decorreu à noite no Convento dos Lóios, como estava previsto.
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Painel Colectivo - Um retrato para Fernando Pessoa - Quadros e Quadras, executado por 400 artistas plásticos e fãs do Poeta, que esteve patente no Museu Municipal de Santa Maria da Feira. Nele participaram os artistas feirenses: Alfredo Luz; Clara Neves Portela; Henrique Veiga Macedo, Poema e Joaquim Carneiro, Desenho; Linda Correia; José M. C. Silva; Mafalda Campos e Orlando da Silva.
O Poeta do Verbo e o Verbo do Poeta Foi ele e foi o outro, Para em verdade ser. - Por isso é que o Pessoa Foi o Poeta do Ser. H. V. M.
Quadro/Quadra, apresentado por Henrique Veiga Macedo.
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“Um retrato para Fernando Pessoa - Quadros e Quadras”, executados por 400 artistas plásticos e fãs do Poeta, comemorativo dos 111 anos do nascimento do Poeta. Espectáculo no Museu dos Lóios, onde intervieram, a Senhora D. Manuela Nogueira, sobrinha de Fernando Pessoa, Victor Belém, João d’Ávlia e César Máximo, leram poemas. Foram ainda editados: Um catálogo, e dois calendários de bolso, com os motivos dos postais, em cima reproduzidos.
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Revista Sol Nascente - Neste número dedica páginas a Fernando Pessoa e cujo motivo de capa é de Mestre Alfredo Luz. Postal - “Série: A Ver-o-Sol” 5/18 - Fernando Pessoa - 1996 “Outra vez te revejo” Mestre Alfredo Luz - Óleo s/tela, 61x50cm.
Exposição - pessoa: itinerário do pensamento Agostinho Santos - pintura, desenho - Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, 2000.
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Exposição - Escultura - Imagens à procura de um rosto Gérard Morla - Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, 2000.
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Jornal Correio da Feira, Nº 5250 - 20 de Julho de 2001.
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«PESSOA» DE JOAQUIM CARNEIRO1 Joaquim Carneiro, artista gráfico de Santa Maria da Feira, ganhou a “Medalha de Bronze”, na II Edição da «Iberexpo de Cartões Telefónicos 2001», realizada em Lisboa pela Portugal Telecom e pela Telefónica de Espanha. Essa iniciativa teve pavilhões da África do Sul, Alemanha, Andorra, Bélgica, Espanha, Grécia, Inglaterra, Japão, Venezuela e Portugal, estando também presente o pavilhão da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. [...] Tendo Joaquim Carneiro concorrido, com a colecção «A Vida e Obra do Poeta Fernando Pessoa», baseada nos quatro principais heterónimos do poeta, ilustrada em 32 folhas com 140 cartões telefónicos portugueses, espanhóis, de países de língua oficial portuguesa e resto do mundo. Joaquim Carneiro relembrou (nesta exposição) que o primeiro Monumento Nacional a Fernando Pessoa foi erguido na então Vila da Feira, por iniciativa da Liga dos Amigos da Feira, apoiada pela Câmara Municipal.
Joaquim Carneiro Heteronímia - óleo s/tela, 2003.
Sereno aguarda o fim que pouco tarda. Ricardo Reis
Façam do meu coração uma flâmula de almirante Na hora de guerra dos velhos navios. Álvaro de Campos
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas [ideias, Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu [rebanho,... Alberto Caeiro
Onde porei o meu futuro, e o enleio Que o liga ao meu passado? Fernado Pessoa
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Interior do Programa “Jantar Pessoano” na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto - Núcleo Escolar da Feira.
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20º Aniversário da Inauguração do Primeiro Monumento Nacional de Homenagem a Fernando Pessoa. - Palestra pelo Senhor General Ramalho Eanes sobre o tema “A inevitabilidade de Abril e a feira de legitimidades com o PREC - O Regresso ao propósito originário”, no Auditório da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira. - Jantar de Honra ao Ex.mo Senhor General Ramalho Eanes e Esposa, Dra. Manuela Eanes, na Casa das Ribas de Eduardo Vaz de Oliveira.
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Deposição de um ramo de flores no Monumento de Homenagem a Fernando Pessoa pelo Senhor General António Ramalho Eanes.
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No Monumento em Homenagem a Fernando Pessoa: O Senhor General Ramalho Eanes e Ex.ma Esposa Dra. Manuela Eanes e os elementos que os receberam e acompanharam.
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Impresso em carneira. “Partir” - Homenagem de despedida a um Director da “ROHDE”, empresa sediada neste Concelho.
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Criei, então, uma coterie inexistente - Paulo Neves, escultura em lousa.
Fernando António – o Pessoa Celestino Portela, 2003. Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira - Colecção Santamariana.
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Revista Villa da Feira - Terra de Santa Maria, onde nas suas páginas tantas vezes são tratados assuntos de e relacionados com Fernando Pessoa.
MONUMENTO A FERNANDO PESSOA No Castelo de Santa Maria da Feira - X (Conclusão) O Centro da mesa, muito lindo e muito apreciado, foi um arranjo artístico da companheira Maria de Lurdes. Com as mesas repletas de iguarias, os quentes foram servidos de pé, permitindo um agradável convívio entre todos. Momentos de muita alegria, de muito entusiasmo, de muito contentamento.1 O copo de água decorreu num tom de felicidade e encantamento, em que os ilustres visitantes comungaram com os demais presentes em espírito de autêntica e sã fraternidade. Como que desapareceram as altas individualidades e ficaram António Ramalho Eanes, Miguel Torga, Agustina Bessa-Luís, Eduardo Lourenço, Rebordão Navarro, Aureliano Lima, Salvato Trigo, José Augusto Seabra, Norma Tasca, Clara Crabée Rocha, André Crabée Rocha, Virgínia Navarro, Alberto Luís, José de Melo, Mário Cancela, Cortez Albuquerque, Couto Mendonça, Asdrúbal Cerdeira, Gil Félix, Frederico de Moura e outros mais a conviverem com aqueles que tiveram a honra de serem
os seus anfitriões, em noite inesquecível, noite memorável, noite que se desejava infindável e que se prolongou até alta madrugada. Tinha sido escrita, quem sabe, a mais bela página cultural da história do Concelho da Feira2. O cronista só pode terminar repetindo as palavras do Senhor Presidente da República na sessão de boas-vindas na Câmara Municipal, após levantar os olhos do discurso escrito: Áqueles homens que promoveram esta homenagem, justa e tardia, o obrigado da Nação.
Revista Villa da Feira - Terra de Santa Maria - Nº 13, Junho de 2006. Jornal Correio da Feira, Nº 4399 - 16 de Dezembro de 1983.
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Selo autoadesivo “meuselo”, editado pelos CTT, a comemorar o 25º Aniversário da LAF - Liga dos Amigos da Feira (Topo e fim de folha).
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«edição especial» da Mensagem, Colecção “Caixotim Áureo”, em papel algodão, de produção manual, do Museu do Papel Terras de Santa Maria.
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Postal - “série LAF - 1” 1 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A FERNANDO PESSOA (visto do Sul)
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “série LAF - 1” 2 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A FERNANDO PESSOA (visto de Nascente)
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “série LAF - 1” 3 - SANTA MARIA DA FEIRA
PRAÇA FERNANDO PESSOA
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
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Postal - “série LAF - 1” 4 - CARTAZ DAS COMEMORAÇÕES A FERNANDO PESSOA 30 Novembro 1982
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “série LAF - 1” 5 - CARTAZ DE HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA 30.11.1983
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “série LAF - 1” 6 - A FERNANDO PESSOA.
2ª Mostra de Coleccionismo de Santa Maria da Feira - 13JUN86
Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
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Postal - “Série-Cromo” 5/18 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A F. PESSOA Esc. Aureliano Lima
Edição: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Grafipub - Design
Postal - “Série-Cromo” 5/18 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A F. PESSOA
Esc. Aureliano Lima
Edição: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Grafipub - Design.
Postal - “2ª Edição Série - Cromo” 13/18 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A FERNANDO PESSOA Santa Maria da Feira
Edição: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Grafipube - Artes Gráficas, Lda.
A mesma imagem: Postal - “3ª Edição Série - Cromo” 13/18 - SANTA MARIA DA FEIRA
MONUMENTO NACIONAL A FERNANDO PESSOA Santa Maria da Feira
Edição: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Grafipube - Artes Gráficas, Lda.
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Postal - “Série LAF” 8 | Fernando Pessoa (1988-1935) “Ouvi os sábios todos a discutir” 30/10/1935 a.m. Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “Série LAF” 14 | Brasão de Armas Pintado por Fernando Pessoa Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “Série LAF” 14-A | Brasão de Armas Pintado por Fernando Pessoa Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
Postal - “Série LAF” 13-A | Apresentação do Livro O Albergue das Letras de Manuel de Lima Bastos Edição: LAF-Liga dos Amigos da Feira.
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Postal - “série ROTARY - 1” 1 - ROTARY CLUBE DA FEIRA. Edição: Rotary Clube da Feira.
Calendário, edição “HGULO”.
Calendário, edição “INTERPOR/88”.
Calendário, edição Câmara Municipal.
Calendário, edição “MARSOL”.
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Sobrescrito para comemorar o 30º Aniversário da LAF - Liga dos Amigos da Feira, com o selo da “Emissão Conjunta Portugal - Brasil”, tendo impresso versos do “Mar Português”.
Postal, nº 7 - “Série LAF”, Reprodução do Cartaz do Colóquio: Terra de Santa Maria: espaços de cultura em debate no 10º aniversário da revista “villa da feira”, com o selo da série “meuselo”, editado pelos CTT, comemorativo dos 25 Anos da LAF Liga dos Amigos da Feira.
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Sobrescrito que acondiciona o Colecção de quinze postais, pinturas e desenhos de retratos de Fernando Pessoa editados pela Universidade Sénior - Academia de Cultura e Cooperação de Santa Maria da Feira.
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Praça de Fernando Pessoa - Santa Maria da Feira
Edifício Fernando Pessoa - Santa Maria da Feira
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Rua Fernando Pessoa - S. João de Ver.
Rua de Fernando Pessoa - Arrifana.
Rua de Fernando Pessoa - Nogueira da Regedoura.
Rua de Fernando Pessoa - Lourosa.
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Logotipo em Papercraft - (Tridimensional) Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira.
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Logotipo em Papercraft - (Plano) Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira
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- Escola Preparatória do Dr. Veiga de Macedo - Escola Preparatória de Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira 1 Desp. 53/SERE/93. - Considerando que a atribuição do nome de um patrono a uma escola constitui factor relevante da sua integração no meio;
Considerando, finalmente, que estão preenchidos os requisitos e demais finalidades previstos no Dec.-Lei 387/90, de 10-12, determino:
Considerando que o conselho directivo da Escola Preparatória de Santa Maria da Feira, após concordância da respectiva Câmara Municipal, propõe o nome de Fernando Pessoa para patrono desta Escola;
1 - A Escola Preparatória de Santa Maria da Feira passa a denominar-se Escola Preparatória de Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira.
Considerando que o estabelecimento de ensino fica situado no Largo de Fernando Pessoa, onde existe o primeiro monumento nacional que homenageia um dos maiores poetas portugueses; Considerando que um dos mais importantes núcleos pessoanos do País, que tem levado a cabo inúmeras iniciativas relativas à obra de Fernando Pessoa, está sediado na cidade de Santa Maria da Feira:
2 - A Escola referida no número anterior constará da portaria a que se refere o n.º 1 do art. 8.º do Dec.-Lei 387/90, de 10/12, com a denominação que lhe é atribuída nos termos do presente despacho. 14-4-93. - O Secretário de Estado dos Recursos Educativos, José Manuel Bracinha Vieira.
Portaria n.º 23600, Diário da República, n.º 213 - I Série, de 9 de Setembro de 1986.
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Cartaz.
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Postal / Convite 16 | 125º Aniversário do Nascimento de Fernando Pessoa 1888 | 2013. 13. 06 Edição LAF - Liga dos Amigos da Feira.