3 arte românica

Page 1


,A arte e cultura

Românica A arte românica, desenvolveu-se desde o século XI até o início do século XIII, período caracterizado pela crise do sistema feudal. No entanto, a Igreja ainda conservava grande poder e influência, determinando a produção cultural e artística desse período. A Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente. Até então a arte era difusa e diferente entre os variados povos europeus. Isso mudaria com o "crescente entusiasmo religioso", cujas causas são, entre outros factores, as peregrinações que cresceram e as Cruzadas para libertar a Terra Santa. Com todas essas mudanças é plausível o nome românico, visto que a Europa se romanizou como nunca desde o início da Idade Média. A única coisa que faltava, a autoridade política central, foi, até certo ponto, ocupada pelo Papa. Sem um poder nas mãos de um único rei, é a Igreja que centralizará o controlo sobre o pensamento e a vida da época e será a primeira responsável pela unificação da Europa desde a queda do Império Romano. O termo "Românico" é uma referência às influências da cultura do Império Romano, que havia dominado durante séculos quase toda a Europa Ocidental, porém, essa unidade desfez-se com a invasão dos povos bárbaros. Apesar da fragmentação do poder entre os senhores feudais, o elemento religioso manteve a ideia de unidade na Europa e a arte Românica reforça essa unidade. Esse foi ainda um período de início do desenvolvimento comercial e de peregrinações, favorecendo a difusão dos novos modelos.

2


Arquitectura Durante a Idade Média os mosteiros tornaram-se os centros culturais da Europa, onde a ciência, a arte e a literatura estavam centralizados. Os monges beneditinos foram os primeiros a propor em suas construções as formas originais do românico. Surge assim uma arquitectura abobadada, de paredes sólidas e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos. Os mosteiros eram na verdade unidades independentes e dessa forma estruturaram-se segundo necessidades particulares. A arquitectura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitectónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal. As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o tecto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas absides e abóbadas das naves.

Igrejas As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na

3


construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus . As igrejas serão ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos, atrelada à arquitectura, assim como a pintura. A escultura e a pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude. Eram os próprios religiosos que comandavam as construções, a partir do conhecimento monástico. Suas formas básicas são facilmente identificáveis: a fachada é formada por um corpo cúbico central, com duas torres de vários pavimentos nas laterais. Um ou dois transeptos, ladeados por suas fachadas correspondentes, cruzam a nave principal. Frisos de arcada de meio ponto estendem-se sobre a parede, dividindo as plantas

Mosteiros Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitectura românico, principalmente os das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto característico, a dependência a se destacar é o claustro, por vincular o mosteiro ao templo e por ser a dependência mais bem cuidada do ponto de vista artístico. Geralmente possuem quatro lados, com tendência a formar quadrados perfeitos, e quatro corredores resultantes em pórticos abertos com arcadas sustentadas por colunas.

4


O motivo da arcada também se repete como elemento decorativo de janelas, portais e tímpanos. As colunas são finas e culminam em capitéis cúbicos lavrados com figuras de vegetais e animais.

Os relevos esculturais contavam contava a doutrina religiosa para a maioria dos fiéis analfabetos. Cristo no trono celestial e cenas do Juízo Final eram as representações mais comuns.

5


Esculltura A escultura românica esta directamente associada à arquitectura, as estátuascolunas, e que desenvolve-se nos relevos de pórticos e arcadas. A escultura desenvolveu-se com um carácter ornamental, onde o espaço em branco dos frisos, capitéis e pórticos é coberto por uma profusão de figuras apresentadas de frente e com as costas grudadas na parede. As imagens encontradas são as mais diversas, desde representações do demónio, até personagens do Velho Testa mento. O corpo desaparece sob as inúmeras camadas de dobras angulosas e afiladas das vestes. As figuras humanas se alternam com as de animais fantásticos, e mesmo com elementos vegetais. No entanto, a temática das cenas representadas é religiosa. Isso se deve ao fato de que os relevos, além de decorar a fachada, tinham uma função didáctica, já que eram organizados em faixas, lidas da direita para a esquerda.

Devemos mencionar também o desenvolvimento da ourivesaria durante esse período. A exemplo da escultura e da pintura, essa arte teve um carácter religioso, tendo por isso se voltado para a fabricação

capitel: escultura na parte

de objectos como relicários, cruzes, estatuetas, Bíblias

superior das colunas

e para a decoração de altares. O desenvolvimento da ourivesaria esta associado directamente às relíquias, uma vez que as Igrejas ou mosteiros que possuíam as relíquias com o poder de realizarem milagres eram objecto de maior peregrinação, atraindo não só fiéis, mas ofertas.

6


7


Pintura

.

A pintura Românica teve pequena expressão. Em alguns casos, as cúpulas das igrejas possuíam pinturas murais de desenho cujos temas mais frequentes abordavam cenas retiradas do Antigo e do Novo Testamento e da vida de santos e

mártires,

repletas

de

sugestões

de

exemplos

edificantes.

Destaca-se o desenvolvimento das Iluminuras, arte que alia a ilustração e a ornamentação,

muito

utilizada

em

antigos

manuscritos, ocupando normalmente as margens, como barras laterais, na forma de molduras. A pintura não se destacou tanto quanto a arquitectura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitectura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didáctica. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.

Giotto – primeiro pintor que sugeriu volume, formas suaves e vivas,

8


Românico em Portugal O românico em Portugal foi um movimento artístico que se centrou no desenvolvimento da arquitectura e artes plásticas, focada nas construções militares e religiosas. Os templos cristãos de então eram pesados, com paredes muito grossas,

poucas

aberturas

e

iluminação.

A

planta

era

normalmente em cruz latina, com três naves, duas laterais mais pequenas, e uma central mais larga; eram separadas por arcadas ou grossas colunas de pedra. A cobertura era feita em abóbada de berço ou de arestas. Anexados à igreja estavam o campanário (torre sineira), o baptistério e por vezes claustros fortificados, que para além de terem a sua função religiosa serviam de

Sé de Braga

refúgio para os populares durante ataques à povoação

9


A pintura românica era apenas um acrescento aos baixos-relevos presentes no interior das igrejas, colorindo-os. À parte dessa pintura desenvolveram-se as iluminuras de influência francesa que ornamentavam documentos tais como: bíblias e missais. Na escultura românica nota-se mais do que na arquitectura o carácter religioso da arte da época. Os baixos-relevos que ornamentavam as igrejas, tanto no interior como no exterior, relatavam vários episódios da vida dos santos e de vários mitos e histórias bíblicos. Nos pórticos eram esculpidos, tanto no tímpano como nos capitéis e nos colunelos. A escultura dividia-se em duas temáticas: •

Representações de motivação apotropaica, tais como cruzes e sinais mágicas

Representações de teofanias ou maiestas Domini tais como os Agnus Dei( o cordeiro místico trespassado por uma cruz) ou Cristo em mandorla isolado dos profetas, anjos e tetramorfos

10


Algumas sugest천es http://hca-pedro.blogspot.com/2009/05/power-points-arte-romanica.html

http://www.slideshare.net/cristinabarcoso/cultura-arte-e-religio-na-idade-mdia

www.rotadoromanico.com

11


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.