Moradias Flexíveis - TFG I 2017

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MORADIA FLEXÍVEL em Edifício de Uso Misto


MORADIA FLEXÍVEL em Edifício de Uso Misto


UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA — UNIMEP Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

Moradias Flexíveis em Edifício de Uso Misto

Vinícius Carvalho Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Natali Queiroz

Santa Barbara d’Oeste Junho 2017


SUMÁRIO Capítulo 1: INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1 Objetivo Geral.................................................................................................................................................... 1 Objetivo Específico...................................................................................................................................... 2 Metodologia........................................................................................................................................................ 2

Capítulo 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 2

Edifícios Multifuncionais e sua Importância para vitalidade das cidades.... 3 Quadra aberta........................................................................................................................................... 4-5 Conceito de Habitação............................................................................................................................. 6 Conceito de Flexibilidade.........................................................................................................................7 Movimentos Modernos na história da habitação...............................................................7 Schröder House – A Casa Transformável......................................................................7-8 Le Corbusier – O Precursor Modernista...........................................................................8-9 A Planta Livre em F. L. Wright E Mies......................................................................................... 9 Metabolismo - A Biologia das Cidades...................................................................................... 10 Influências Contemporâneas............................................................................................................. 11 Rucksack Haus – Casa Mochila...................................................................................................... 11 Fukuoka – Espaço Articulado................................................................................................... 11-12 Reflexão dos Movimentos Modernos e Influências Contemporâneas....... 12 Habitação Flexível no Brasil............................................................................................................. 13 Mudanças dos Novos Modos de Viver e na Composição Familiar Contemporânea....................................................................................................................................13-14 Estratégias de Flexibilidade na Habitação............................................................................ 15

Capítulo 3: A ÁREA DE ESTUDO: LEITURAS E ANÁLISES.................... 16

Contextualização de Piracicaba................................................................................................... 16 A escolha área de Intervenção..............................................................................................17-18 Breve Histórico de Piracicaba........................................................................................................ 18 Processo de Evolução da Mancha Urbana.............................................................. 19-20 Características Territoriais..................................................................................................... 21-22 Uso real do Solo........................................................................................................................................ 23 Verticalização.............................................................................................................................................24 Legislação e Zoneamento..................................................................................................... 25-26 Aspectos de Mobilidade Urbana.........................................................................................27-28

Capítulo 4: ESTUDOS DE REFERÊNCIA..............................................................29

Carmel Place - NYC..................................................................................................................... 29-32 VN Quatá - SP.................................................................................................................................. 33-35 Brascan Century Plaza - SP............................................................................................... 35-36

Cápítulo 5: O PROJETO.................................................................................................. 37 Conceito.............................................................................................................................................................37 Fluxogramas................................................................................................................................................ 38 Programa de Necessidades........................................................................................................... 38 Estudos, Plano de Massas e Croquis...................................................................................... 39 Conclusão........................................................................................................................................................40 Bibliografia...........................................................................................................................................41-42


FIGURAS, TABELAS e GRÁFICOS Figura 1: Exterior do Centro Empresarial Itaú e praça pública-privada. Figura 2: Implantação do Centro Empresarial Itaú. Figuras 3: Exerior do Conjunto Nacional. Figuras 4: Planta térreo do Conjunto Nacional. Figura 5: Schröder House, Gerrit Rietveld, Utrecht/ Holanda, 1924. Planta-baixa do segundo pavimento, apontando os planos verticais deslizantes e o mobiliário. Os ambientes são utilizados simultaneamente durantes vários períodos do dia, e interconectados apos a remoção das divisórias internas. Figuras 6 e 7: Schröder House, Gerrit Rietveld, Utrecht/ Holanda, 1924. Vista do interior flexível e do exterior. Figura 8: Residência em Cité Frugès – Pessac, 1924-26. Le Corbusier. Composição de células habitacionais. Quatro tipologias diferenciadas a partir da combinação de células. Figuras 9 e 10: Residência em Cité Frugès – Pessac, 1924-26. Le Corbusier. Distinção de fachadas. Figuras 11 e 12: Unidade de Habitação, Marselha, França. 1945-52. Le Corbusier. Vista do exterior do conjunto e do interior das unidades. Os espaços privados, de planta flexível, possuem mobiliários e painéis leves para subdividir os ambientes. Figura 13: Casa Robie, Frank Lloyd Wright, Chicago, Illinois, 1908-10. Planta-baixa. Figuras 14 e 15: Pavilhão de Barcelona, Exposição Internacional, Barcelona, 1928-29. Planta-baixa; e Casa Farnsworth, Plano, Illinois, 1945-51. Dissolução dos planos interiores, independência estrutural e organização central de núcleos rígidos. Figguras 16 e 17: Nagakin Capsule Tower, Tóquio, 1972. Kisho Kurokawa. A torre Nagakin em processo de montagem das cápsulas pré-fabricadas. Vista do interior de uma unidade, com design futurista e última geração em equipamentos. Figura 18: Ruckstack House, Stefan Eberstadt, Leipzig, Alemanha, 2004. Fachada. Uma extensão temporária da habitação original, que pode oferecer um cômodo adicional conforme a necessidade da família. Figuras 19 e 20: Ruckstack House, Stefan Eberstadt, Leipzig, Alemanha, 2004. Espaço interior e esquema da marcenaria integrada. Figura 21 e 22: Flexibilidade e simplicidade dos interiores tradicionais japoneses, conforme a utilização de dispositivos operacionais. Figura 23 e 24: Edifício de Apartamentos Fukuoka, Japão. (1989-91). Steven Holl. Articulação dos espaços interiores. Figura 25 e 26: Localização de Piracicaba em São Paulo; Mapa do Município de Piracicaba. Figura 27: Área a ser estudada com quadra de intervenção na região central de Piracicaba. Figura 26, 27, 28 e 29: Quadra e lotes da área de intervenção na região central de Piracicaba. Figura 30: Mapa do município de Piracicaba em 1823. Figura 31: Mapa de Evolução Urbana do Município de Piracicaba. Figura 32: Mapa de loteamentos irregulares, Favelas e Condomínios Fechados na área Urbana do Município de Piracicaba.

Figura 33: Mapa de Uso do solo da área central de Piracicaba. Figura 34: Mapa de gabarito da área central de Piracicaba. Figura 35: Mapa de zoneamento da área central de Piracicaba. Figura 36: Mapa das principais Rodovias do município de Piracicaba. Figura 37: Mapa de mobilidade urbana na região central de Piracicaba. Figura 38: Mapa de característica do sistema viário na área central de Piracicaba. Figura 39: Perspectivas do edifício Carmel Place concluído. Figura 40 e 41: Disposição das plantas no período diurno e noturno do edifício Carmel Place. Figura 42 e 43: Disposição das plantas no período diurno e noturno do edifício Carmel Place. Figura 44: Disposição das plantas no período diurno e noturno do edifício Carmel Place. Figura 45: Processo de construção modular do edifício Carmel Place. Figura 46: Processo de construtivo de encaixe dos módulos do edifício Carmel Place. Figura 47: Diagrama de Usos do edifício Carmel Place. Figura 48: Diagrama de áreas do edifício Carmel Place. Figura 49: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 50: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 51: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 52: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 53: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 54: Exterior do Edifício VN Quatá.. Figura 55: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 56: Exterior do Edifício VN Quatá. Figura 57: Planta térreo do projeto Brascan Century Plaza, São Paulo. Figura 58: Brascan Century Plaza, São Paulo. Figura 59: Estudo de Fluxograma I. Figura 60: Estudo de Fluxograma II. TABELAS Tabela Tabela Tabela Tabela Tabela

1: Estratégias para flexibilidade na Habitação. 2: População Total, Rural e Urbana - Piracicaba. 3: Renda, Pobreza e Desigualdade. 4: Índices Urbanísticos. 5: Estudo do Programa de Necessidades.

GRÁFICOS Gráfico 1: Índice de Desenvolvimento Humano de Piracicaba. Gráfico 2: Evolução do IDHM - Piracicaba. Gráfico 3: Pirâmide Etária de 2010. Gráfico 4: Distribuição da População, segundo Grupos do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social - Estado de São Paulo e Município de Piracicaba – 2010. Gráfico 5: Produto Interno Bruto (Valor Adicionado) 2010.


Introdução As cidades do sudeste paulista, nos últimos 40 anos, vêm se desenvolvendo do modo disperso. No início por volta dos anos 1750, os municípios do interior paulista se concentravam aos redores de ferrovias, rios e comércios. A partir dos anos 2000, percebemos que Piracicaba, cidade objeto deste presente trabalho, começa a se desenvolver de forma muito dispersa com a criação de condomínios fechados, população de baixa renda à procura de lotes e imóveis mais baratos, proporcionando um processo crescente de expansão periférica. Nessa Perspectiva, segundo BOLAFFI (1979) o fator responsável pela deterioração das cidades é o processo periférico de crescimento ou padrão descontinuo da malha urbana.

Capítulo

Percebe-se que a cidade se transforma em um produto de mercado, por meio das ações do mercado imobiliário, o que não deveria acontecer. Desse modo, as cidades contemporâneas estão marcadas por duas características. Elas são fragmentadas e excludentes conforme atesta GHIONE (2012). Uma das consequências dessa fragmentação são os edifícios e os

Introdução

condomínios fechados que se excluem dos espaços públicos. Com essa concepção de que é mais seguro ficar aos redores de muros, guaritas, cercas, esses enclaves acabam deixando os espaços públicos vazios, desabilitados e ainda mais perigosos. Quando falamos em cidade, não podemos apenas pensar na malha urbana, nas ruas e edifícios. É preciso pensar na qualidade de vida e o direito ao morar bem. Sem duvida o conceito da habitação está diretamente relacionado a isso. A forma como as pessoas habitam a cidade, representa a superação da forma como representação do abrigo físico para atividades cotidianas primordiais. O ser humano vive literalmente em movimento. Movimento que segundo BRISSAC (2003), já não vai de um ponto a outro, mas torna-se perpétuo, sem partida nem chegada. A forma de como as pessoas habitam a cidade está em constante mudança, devido aos diversos tipos de famílias contemporâneas, seus costumes e atividades cotidianas. Com isso é necessário a criação de habitações que suportem essas transformações, no caso, habitações flexíveis que se adaptam com mudanças necessárias de seu usuário, durante o tempo de uso. Objetivo Geral O trabalho pretende elaborar um projeto de edifícios multifuncional e habitações com base da aplicação da flexibilidade arquitetônica para a concepção de novos modos de viver. Com intuito de desenvolver instrumentos urbanísticos que se relacionem diretamente com a cidade, e criem espaços públicos adequados para população de Piracicaba-SP.

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Objetivo Específico • Analisar o contexto local da região central do município, à procura de loteamentos com potenciais construtivos, afim de implantar um projeto de mesmo custo que ficaria localizado em outras regiões da cidade. • Entender os conceitos de quadra aberta somados aos edifícios multifuncionais, para qualificação urbana. • Refletir acerca das transformações na formação familiar contemporânea e dos novos modos de vida, mais abertos, dinâmicos, interativos, que influenciam o espaço da habitação. • Entender os conceitos de flexibilidade relacionados ao espaço físico. • Identificar métodos construtivos, tecnologias e componentes de flexibilidade arquitetônica a partir da análise de projetos em contexto internacional e nacional. • Realizar uma proposta de projeto multifuncional com habitação flexível.

Metodologia A fim de atingir os objetivos determinados para este trabalho, é necessário seguir diversos procedimentos e técnicas. Inicialmente foi realizado uma revisão bibliográfica, com leituras e fichamentos, a fim de compreender mais sobre o tema, habitação contemporânea e a flexibilidade na habitação e o conceito de edifícios multifuncionais relacionados a qualificação urbana. Também é preciso estudos de referência para que se veja, na pratica, como se aplica a flexibilidade na habitação. Esses estudos, projetos de referencia ajudam a compreender as dimensões de projeto, e também as formas de como a flexibilidade aparece na habitação, como nos mobiliários, seus mecanismos de movimentação, divisórias internas leves, e entender como é possível que dois ou mais ambientes se localizem no mesmo espaço de maneira funcional. Após o compreendido o tema, e os assuntos que agregam ao projeto, é realizado um diagnóstico da área central de Piracicaba, com estudo de mapas, tabelas, e gráficos, com intuito de encontrar a área mais apropriada e com grande potencial construtivo. A escolha da área central se da por conta de ser o bairro da cidade com mais infraestrutura, com serviços de transporte, trabalho, acessibilidade, serviços públicos e privados, que são fatores indispensáveis quando se trata de habitação.

Capítulo Fundamentação Teórica

Por fim, para o desenvolvimento do projeto, serão utilizadas todas as informações apresentadas no referencial teórico do trabalho e serão feitas, primeiramente, análise da legislação pertinente e visita de campo ao local escolhido para intervenção, para proporcionar conhecimento dos condicionantes que regem o terreno. Então começa a elaboração do programa de necessidades, seguido de ideias, croquis e estudos volumétricos em base dos estudos de caso e outras referências apreendidas ao longo do projeto, para que se conclua com um projeto completo multifuncional com habitação residencial flexível e qualificação urbana.

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Edifícios Multifuncionais e sua Importância para vitalidade das cidades Sendo assim, o uso multifuncional somado com o recurso da quadra aberta, principalmente no pavimento térreo, permite que a permeabilidade espacial proporcionada pelo recurso da quadra aberta esteja atrelada a uma variedade de usos e públicos que pode conferir ao espaço urbano maior vitalidade ao proporcionar maior circulação e principalmente maior permanência de pessoas no espaço público. Esta mescla de usos também é importante, pois, gera emprego, aumento na economia, lazer e entretenimento, além de valorizar ainda mais área que o empreendimento está localizado.

Os edifícios multifuncionais, ou complexos de edifícios com múltiplas funções, são caracterizados por uma tipologia que compartilha os usos comercial, serviços e habitacional na mesma edificação ou na mesma área. Trazido pela Revolução Industrial, esse modelo de edifício foi retomado atualmente como solução para renovação e reocupação das áreas centrais das cidades. A forma da massa edificada, a implantação, a inserção urbana são elementos essenciais na caracterização e qualificação do espaço urbano, bem como a materialização dos limites da quadra, o grau de permeabilidade, a definição programática. Esses fatores em conjunto influenciam a dinâmica do espaço urbano e em sua qualidade.

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Quadra Aberta A quadra aberta é uma arquitetura moderna, isto é, uma arquitetura relativamente livre do habito tradicional, de volumetria, de fachadas idênticas, coladas umas nas outras. A quadra aberta permite reinventar a rua legível e ao mesmo tempo ser realçada por aberturas visuais e pela luz do sol. Os objetos, edifícios, continuam sempre autônomos, mas ligados entre eles por regras que impõem vazios e alinhamentos parciais. É uma conciliação entre as qualidades da rua corredor da cidade tradicional e dos edifícios autônomos da cidade. No Brasil são poucos os exemplos do conceito de quadra aberta qualificadas, alguns deles podem ser encontrados em São Paulo como o Centro Empresarial Conceição do Itáu. O projeto que foi concluído em 1990, é um complexo incomum na capital paulista, se tratando de aspectos legais urbanísticos, pois ele conta com uma Parceria Publico Privada bem antes desse conceito ser discutido no Brasil, e colocado em vigência através de lei.

Figura 2: Implantação do Centro Empresarial Itaú.

Fonte: VITRUVIUS. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819>. Acesso em: maio 2017.

Figura 1: Exterior do Centro Empresarial Itaú e praça pública-privada.

Fonte: Obvious. Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org/arquitexturas_musicais_e_a_vida/2014/04/espacos-publico-privados-na-arquitetura-e-no-urbanismo.html>. Acesso em: maio 2017.

Figura 3: Praça aberta do Centro Empresarial Itaú.

Fonte: Obvious. Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org/arquitexturas_musicais_e_a_vida/2014/04/espacos-publico-privados-na-arquitetura-e-no-urbanismo.html>. Acesso em: maio 2017.

O projeto conta com cinco torres empresariais que foram posicionados girados para não parecerem um bloco único. Uma das torres foi feita espelhada e sobre um apoio único central, todos edifícios são conectados por uma grande praça entre diferentes níveis de elevação, que também tem acesso à estação de metro Conceição. A solução da separação entre as áreas de circulação do pública e os halls de entrada dos edifícios privados foram resolvidos com os espelhos d´água, que visualmente aparenta que os espaços privados continuam acessíveis, sem muitas barreiras visuais.

Segundo a autora do projeto, foi de grande importância a integração da área do terreno com a praça pública lindeira, inclusive com passagens de pedestre dentro do conjunto. A parceria do Grupo Itaú e a prefeitura municipal permitiu essa integração, exigindo que tratamento das áreas publicas fosse executado as expensas do CIC. Com isso a implantação do projeto ficou marcado por um caráter urbano, encontrado apenas no centro das grandes cidades, conectando o transito de pedestres, entre galerias e passagens particulares, criando uma extensão das calçadas e ruas.

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O outro exemplo é o Conjunto Nacional de David Libeskind (figura 3), que ocupa uma quadra inteira da avenida Paulista, em São Paulo. O partido do projeto, tem uma lâmina horizontal como grande galeria e outra vertical com apartamentos e escritórios. O edifício adquiriu dimensão urbana, por sua escala e qualidades. Foi proposta a continuidade do passeio público coberto por todo o conjunto, gerando espaços de uso coletivo. Sobrepõe usos que garantem animação, além de estabelecer várias cotas como desdobramentos destas atividades. Assim, interliga o subsolo a jardins no quinto piso.

Figuras 5: Planta térreo do Conjunto Nacional. Fonte: Meirelles. Disponível em: <https://es.pinterest.com/pin/471541023467396922/>. Acesso em: maio 2017.

A figura 4 acima, mostra a planta do pavimento térreo com as quatro galerias internas que se encontram em um espaço central onde estão as prumadas de circulação vertical, compostas por rampas, elevadores e escadas rolantes. As rampas foram cobertas, no nível do terraço-jardim, por uma cúpula geodésica que permite a passagem de luz natural. Figuras 4: Exerior do Conjunto Nacional.

Conclui-se que a quadra, com a promoção de espaços livres e abertos no pavimento térreo, permite a criação de espaços semi-públicos que podem atuar como extensões do espaço público, incentivando novos percursos, e colaborando para a vitalidade e a fluidez do tecido urbano, contribuindo para a requalificação de tecidos muito adensados e com deficiências na oferta de espaços públicos e livres de qualidade.

Fonte: Archdaily. Autor: Hugo Segawa. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/777375/classicos-da-arquitetura-conjunto-nacional-david-libeskind>. Acesso em: maio 2017.

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Conceito de Habitação Se tratando de habitação, não podemos apenas pensar no teto, ou abrigo, habitação se trata de um conhecimento muito maior, a partir da casa, infraestrutura, os serviços, os equipamentos, ou seja, a rua, o comércio, o abastecimento de água, coleta de esgoto, as escolas, os postos de saúde, o lazer, enfim toda estrutura de serviços públicos e privados envolventes (QUEIROZ, 2007). A localização é um princípio muito importante, e dependente de fatores sociais, políticos e econômicos. Pina aponta alguns problemas na habitação que são evidenciados a seguir: “A habitação é o local que proporciona segurança física, satisfação de necessidade de subsistência, ‘status’ e ascensão social, eventual renda, (...) ela relaciona-se com a arquitetura, planejamento, economia, engenharia, saúde, tecnologia, tradições e valores socioculturais, envolvendo enfim, uma complexidade de questões. “ (PINA, 1991:52) Segundo Pina (1991), habitação compreendesse no seu sentido mais amplo, seja o espaço habitável, individual ou coletivo, necessário cumprir as exigências básicas dos usuários, incluindo não somente a unidade habitacional, mas também, os equipamentos e serviços urbanos. O assentamento habitacional tem um papel muito importante na organização do espaço urbano, sendo o principal indutor de sua expansão territorial, interferindo nas questões ligadas à ordenação territorial municipal, à distribuição da população por atividades econômicas, por classes e por características físicas do terreno. A verticalização resolve de certa forma o problema de grande densidade populacional em uma área urbanizada, faz com que seja possível construir muito mais habitações em um espaço pequeno, ou seja, estabelece a criação de novos solos, que se encontram sobrepostos, dispostos em andares sob a forma de um edifício. Esta disposição permite maior extração do solo.

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Conceito de Flexibilidade

Movimentos Modernos na história da habitação

A flexibilidade compreende as possibilidades de reordenação do espaço durante toda sua vida útil, a qualquer momento e sem necessidade de reformas. Mecanismos de projeto facilitam diversas atividades cotidianas e em horários variados como as vedações de imóveis, internas ou externas, verticais ou horizontais relacionados aos conceitos modernos de planta livre e de estrutura independente, ou concepção de espaços multiuso, eventualmente qualificados por equipamentos dotados de mobilidade.

As ideias de habitações flexíveis não são novas, de modo geral, moradias dos séculos 18 e 19 da Revolução Industrial, constituíam de verdadeiros espaços multiuso. Modelos mais influentes do modernismo, projetos, utopias e realizações sob a perspectiva da flexibilidade arquitetônica, inauguraram as bases para as formulações posteriores. Alguns dos projetos, e momentos que vão ser apresentados a seguir indicam historicamente o desenvolvimento da habitação, com criticas às composições habitações convencionais, dos arquitetos do século XX e dos primeiros grupos que iniciaram os princípios modernos, com propostas tecnológicas e futuristas. A diversidade das propostas harmoniza soluções concretas assim como modelos consagrados de caráter visionário, projetos experimentais, tecnológicos e utopias.

Segundo Tramontano (1993), existem dois tipos de flexibilidade residencial: a inicial e a permanente. A primeira permite a existência de várias habitações diferentes em um único edifício, porém as mudanças devem ser realizadas antes da construção, sendo necessário realizar reformas para novas modificações. A segunda, por outro lado, permite a reordenação do espaço permanentemente, de maneira simples e sem reformas.

Schröder House – A Casa Transformável Desenhada, em 1924, por Gerrit Rietveld, em Utrecht, na Holanda, a residência de dois

Quando as construtoras responsáveis por produzir habitações se preocupam em criar apartamentos diferenciados para cada tipo de usuários, utilizando o conceito de flexibilidade inicial, a quantidade de reformas de adequação já diminui consideravelmente, pois cada usuário pode encontrar um tipo de apartamento apropriado para si. Porém, quando a flexibilidade permanente é aplicada, fazendo com que os apartamentos apresentem layouts flexíveis, que possam ser modificados facilmente, com divisórias móveis e camas extras embutidas, o mesmo apartamento pode se adequar a diversos tipos de família, não havendo necessidade de reformas a cada novo morador.

pavimentos tem como premissa a liberdade e independência. O primeiro pavimento possui uma configuração convencional, com hall de entrada, escada de acesso ao pavimento superior, cozinha, espaço de trabalho e garagem. O segundo pavimento, o clímax da edificação, é delimitado pelo acesso da escada e por um único banheiro fixo, sendo composto por paredes deslizantes que constituem um espaço unitário, aberto, flexível, adaptado ora como espaço de dormir ora como estar. O desenho do mobiliário segue o mesmo conceito, com manipulação de peças dobráveis e retráteis, como a mesa e o sofá-cama. A habitação induz à participação ativa e diária do morador, com seus mobiliários e divisórias minimalistas, situado no perímetro da residência, e que necessitam ser movimentados pelo usuário para criação de espaços privativos dos quartos. E quando recolhidas, as divisórias contribuem para a continuidade espacial do pavimento.

Figura 6: Schröder House, Gerrit Rietveld, Utrecht/ Holanda, 1924. Planta-baixa do segundo pavimento, apontando os planos verticais deslizantes e o mobiliário. Os ambientes são utilizados simultaneamente durantes vários períodos do dia, e interconectados apos a remoção das divisórias internas. Fonte: HABRAKEN, N. J. The structure of the ordinary. Form and control in the built environment. Cambridge: MIT Press, 2000, p. 75.

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Figuras 10 e 11: Residência em Cité Frugès – Pessac, 1924-26. Le Corbusier. Distinção de fachadas.

Figuras 7 e 8: Schröder House, Gerrit Rietveld, Utrecht/ Holanda, 1924. Vista do interior flexível e do exterior.

Fonte: [Figuras 10 e 11]. Disponível em: <https://www.sites-le-corbusier.org/fr/cite-fruges>. Acesso em: maio 2017. Fonte:

Fonte: [Figuras 7 e 8]. CURTIS, William J. R. Arquitetura moderna desde 1900. Porto Alegre: Bookman, 2008, p. 158 e 157.

Outra concepção relevante de Le Corbusier é a Unidade de Habitação, executada entre 1945 e 1952, em Marselha, na França, é um exemplo de habitação coletiva composta como cidade vertical de 1600 habitantes, contendo espaços comunitários, serviços e atividades comerciais, associados à função residencial. Esse edifício de uso misto, construído, no período pós-guerra, refletia os esforços da época em criar uma aliança entre os moradores, aprofundar os sentimentos de coesão social, e facilitar o cotidiano, através de espaços de uso comum, lavanderia, creche, jardim de infância, restaurante, parque infantil, espaço de recreação e atividade física, hospedagens, centro comercial, com padaria, farmácia e bar.

Le Corbusier – O Precursor Modernista Assim como vários outros arquitetos atuantes, na década de 1920, o tema habitacional incitou a investigação de novas soluções para o alojamento da população operária. Dentre estes, Le Corbusier desponta como o arquiteto moderno mais influente no período. Segundo Boudon (1972), Le Corbusier interpreta, de maneira inédita, as transformações elaboradas pelos usuários como um fenômeno positivo e vital, como uma expressão de uma ideia arquetípica do lar que sempre acaba aparecendo. Veja figura 8 abaixo a proposta de residência em Cité Frugès.

Figuras 12 e 13: Unidade de Habitação, Marselha, França. 1945-52. Le Corbusier. Vista do exterior do conjunto e do interior das unidades.

Figura 9: Residência em Cité Frugès – Pessac, 1924-26. Le Corbusier. Elevação de uma das tipologias.

Fonte: [Figuras 12 e 13]. Disponível em: <https://www.sites-le-corbusier.org/fr/cite-fruges>. Acesso em: maio 2017.

Fonte: Glowzak. Disponível em: <http://www.glowczak.com/infographie-cite-fruges.html>. Acesso em: maio 2017.

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Esse projeto foi concebido a partir de preceitos de racionalização e padronização, refletindo a utilização das proporções humanas do Modulor, em 337 apartamentos duplex dispostos em 17 pavimentos. Foram pensadas 23 configurações diferentes de apartamentos foram oferecidas para acomodar desde pessoas solteiras até famílias extensas. Segundo French (2009), o apartamento padrão da Unidade, o mais numeroso, concebido para famílias com dois filhos, tinha como propósito fortalecer o vínculo entre os seus membros; por isso o setor social da habitação foi generosamente dimensionado, correspondendo à cozinha e à sala de estar, ambientes que se tornaram o foco da vida familiar, agora sem empregados domésticos ou luxos desnecessários; os cômodos privativos, reduzidos ao máximo, restringiamse à função de repouso. Já as unidades duplex são isentas de elementos estruturais em seu interior, compostas de uma planta livre organizada a partir de elementos de vedação vertical leves, pré-fabricados, operacionais e, muitas vezes, integrados ao mobiliário.

Após varias tentativas de aplicações de materiais como aço, vidro, entre outros, Mies Van Der Rohe, obtém uma clareza entre a modulação e os elementos estruturais. Seus projetos adotam soluções e flexibilidade através dos grandes vãos, e pela organização da planta, graças a tecnologia dos materiais ligado a arquitetura. Em muito de seus projetos, Mies, aponta duas características essenciais à flexibilidade: a indiferença funcional e a liberdade dos planos abertos.

A Planta Livre em F. L. Wright E Mies O precursor da utilização da planta livre, no espaço doméstico, Frank Lloyd Wright, difundiu essa modalidade de flexibilidade a partir da constituição do espaço unitário e integrado. O ponto central das plantas abertas desenvolvidas por Wright, tinha a lareira como elemento unificador, e o espaço fluido que permite a interação entre os ambientes e ligação familiar.

Figuras 15 e 16: Pavilhão de Barcelona, Exposição Internacional, Barcelona, 1928-29. Planta-baixa; e Casa Farnsworth, Plano, Illinois, 1945-51. Dissolução dos planos interiores, independência estrutural e organização central de núcleos rígidos. Fonte: [figuras 14 e 15]. ZIMMERMAN, Claire. Mies van der Rohe, 1886-1969. A estrutura do espaço. Köln: Taschen, 2007, pp. 43 e 64.

Ao longo da sua obra, as influências de arquitetura japonesas e as oportunidades de aplicar a planta livre em espaços fabris e edifícios de escritórios comprovaram a sua versatilidade e eficácia na livre disposição das atividades e na obtenção de espaços de controle.

Figura 14: Casa Robie, Frank Lloyd Wright, Chicago, Illinois, 1908-10. Planta-baixa.

Fonte: NORBERG-SCHULZ, Christian. Los principios de la arquitectura moderna. Sobre la nueva tradición del siglo XX. Barcelona: Reverté, 2009, p. 54.

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Apesar desse projeto incitar um estilo de vida individualista, propício à ocupação elementar, sem possibilidades de acúmulos ou vidas compartilhadas como citam alguns críticos, Liziane (2012), ele representa um retorno à essência do habitar, do abrigo e das necessidades básicas e torna-se interessante o estudo de seu sistema de modulação e tecnologia.

Metabolismo - A Biologia das Cidades O movimento Metabolista surge, na década de 60, a partir da iniciativa de jovens arquitetos preocupados com a aglomeração urbana e com o desenvolvimento acelerado do Japão. As condições impostas pela explosão demográfica, pelas limitações territoriais das ilhas, pelo custo elevado do solo e pelo dimensionamento limitado do espaço habitável, formaram elementos de desenvolvimento da arquitetura japonesa moderna. Auxiliaram nesse processo a industrialização da construção, a alta mobilidade espacial, o intenso desenvolvimento dos sistemas de comunicação e transporte, e a tradição da cultura arquitetônica baseada na reciclagem, na coordenação modular indispensável à pré-fabricação e na vida flexível e dinâmica (GUTIERREZ, 1990). Os projetos desenvolvidos pelo Movimento Metabolista propunham formas geométricas arrojadas, com propostas urbanas de altas densidades, torres residenciais submarinas, cidades oceânicas, residências móveis e outras inúmeras utopias. O grupo promoveu uma arquitetura flexível, com cidades dinâmicas. Os edifícios eram considerados como um sistema industrializado de partes (particularmente núcleos, armações, estruturas e cápsulas) que poderiam ser usados, modificados ou substituídos a taxas diferentes “metabolicamente”. O grupo Metabolista (cujo termo fora emprestado pela biologia - metabolismo: Mudança de estado ou transformação), tinha como filosofia a associação de elementos importantes aos projetos utopistas “crescimento orgânico, mudança, flexibilidade, permutabilidade de elementos arquitetônicos e formas agrupadas” (LÜCHINGER, 1981). Um dos projetos é a Nagakin Capsule Tower (1970-1972), localizada, no centro de Tóquio um projeto que sugere uma arquitetura altamente tecnológica, com unidades residenciais capsulares, pré-fabricadas, independentes e produzidas em série. O edifício, desenvolvido como uma opção alternativa de moradia para executivos solteiros e homens de negócios que se deslocam diariamente aos centros urbanos em decorrência do trabalho.

Figguras 17 e 18: Nagakin Capsule Tower, Tóquio, 1972. Kisho Kurokawa. A torre Nagakin em processo de montagem das cápsulas pré-fabricadas. Vista do interior de uma unidade, com design futurista e última geração em equipamentos.

A intenção do arquiteto, ao minimizar o espaço da habitação a uma cápsula pré-fabricada integralmente equipada, foi prover um alojamento temporário que pudesse ser montado e desmontado conforme a necessidade e a tecnologia ditada. Duas torres comportam 144 unidades pré-fabricadas, módulos retangulares de aço leve, de dimensões 4,00 x 2,5 metros, destinadas a serem erguidas através de guindaste e ancoradas, no corpo estrutural central das torres, que abriga internamente a circulação vertical e as instalações

Fonte: [figura 17]. Jorge Meow. Archdaily. < http://www.archdaily.com/616907/spotlight-kisho-kurokawa/58e7ade1e58eceb5ed0001b0-spotlight-kisho-kurokawa-photo>. Acesso em: maio 2017. Fonte: [Figura 18]. Archspace. Disponível em: <http://www.archdaily.com/110745/ad-classics-nakagin-capsule-tower-kisho-kurokawa>. Acesso em: maio 2017.

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Influências Contemporâneas A partir das influências do Modernismo foram desenvolvidos novos projetos expressivos de habitação, que apontam parâmetros múltiplos de flexibilidade. Os exemplos a seguir, abrigam as diversidades familiares, culturais, e mostram, em diferentes escalas a pluralidade de soluções de flexibilidade, de arranjos, de funções, de subdivisões, de independência construtiva, de customização e de mecanismos tecnológicos. Rucksack Haus – Casa Mochila Um dos exemplos é a denominada Casa Mochila, projeto de Stefan Eberstadt, em resposta aos problemas dos apartamentos minúsculos dos centros urbanos. Com dimensão de 2,50 x 2,50 x 3,60, foi instalada à fachada de um edifício residencial em Leipzig, na Alemanha, em 2004, através de cabos de aço. Sua conexão com o espaço interior funciona como um cômodo adicional e pode ser transportada para outros lugares. Figuras 20 e 21: Ruckstack House, Stefan Eberstadt, Leipzig, Alemanha, 2004. Espaço interior e esquema da marcenaria integrada. Fonte: [Figuras 20 e 21]. JODIDIO, Philip. Architecture now! 4. Londres: Taschen, 2006. p.156, 157.

Fukuoka – Espaço Articulado Outro aspecto importante na flexibilização é o conceito do espaço articulado e giratório. Steve Holl, utilizou essas ideias nos espaços interiores do edifício de apartamentos do projeto Nexus World, em Fukuoka (1989-91). A participação do usuário no espaço doméstico, é uma condição obrigatória. A mobilidade das divisórias, portas e armários, ocorre através da rotação e da reorganização física dessas superfícies e separadores, criando novas áreas privatizadas, que são capazes de responder diariamente às atividades de ocupações diurnas e noturnas. (KRONENBURG, 2007).

Figura 19: Ruckstack House, Stefan Eberstadt, Leipzig, Alemanha, 2004. Fachada. Uma extensão temporária da habitação original, que pode oferecer um cômodo adicional conforme a necessidade da família. Fonte: JODIDIO, Philip. Architecture now! 4. Londres: Taschen, 2006. p.154.

O sucesso da proposta está relacionado à revisão de aspectos construtivos tradicionais japoneses, cujos conceitos de multifuncionalidade, adaptabilidade e transformação do interior habitacional estão inseridos, originalmente, através da utilização de biombos e portas corrediças em madeira e papel (fusuma e shoji). Veja nas figuras 21, 22, 23 e 24, a seguir, mais detalhes do interior das tipologias.

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Reflexão dos Movimentos Modernos e Influências Contemporâneas

A variabilidade da arquitetura, através de usos, da adaptabilidade ou das soluções estruturais e técnicas, pode influenciar uma obra ao longo de sua vida útil, com potencial de renovação e sustentabilidade construtiva. A flexibilidade, na habitação estabelece a sua conservação própria, evitando a degradação rápida, e garante maior desempenho perante os desejos do usuário. O desafio da arquitetura doméstica é justamente acompanhar a evolução das relações sociais e interpessoais, das crises comportamentais do usuário. Os exemplos apresentados nesse trabalho mostram projetos com diferentes potencialidades de flexibilidade, evidenciando estratégias, componentes e escalas distintas que conduzem soluções equilibradas de transformação do habitat conforme os estilos de vida. Projetos que compreendem o século XX e a contemporaneidade, considerando a aproximação da conjuntura social, econômica e cultural que atinge a produção arquitetônica recente.

Figura 22 e 23: Flexibilidade e simplicidade dos interiores tradicionais japoneses, conforme a utilização de dispositivos operacionais.

Fonte: [figuras 22 e 23]. KRONENBURG, Robert. Flexible. Arquitectura que integra el cambio. Barcelona: Blume, 2007, p. 13.

A arquitetura deve ser, portanto, adaptável, flexível e ter certa capacidade intrínseca para ser modificada ou transformada, para poder se salvar da destruição, e desta forma evitar converter-se, como tantos monumentos do passado, em um suporte de pedras para sucessivas construções. O tempo não poderá cessar e toda construção terminará sendo metamorfoseada ou será destruída (XAVIER, 2008)

Figura 24 e 25: Edifício de Apartamentos Fukuoka, Japão. (1989-91). Steven Holl. Articulação dos espaços interiores.

Fonte: [figuras 24 e 25]. Disponível em: <http://www.stevenholl.com/projectdetail.php?type=housing&id=36&page=1>. Acesso em: mar. 2017.

A flexibilidade de subdivisões espaciais propicia usos distintos, no mesmo espaço, com dinamismo e interatividade. Os ambientes podem ser divididos diariamente, como a transformação de dormitórios em sala de estar, episodicamente a partir de alterações, na estrutura familiar ao longo dos tempos, como a adição ou subtração de quartos para acomodar crianças ou parentes e até mesmo conforme as estações do ano, controlando a incidência solar e dos ventos (HOLL, 1991, p. 50).

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Habitação Flexível no Brasil

As habitações flexíveis no Brasil segundo Tramontano (1993), não tiveram grande sucesso, devido ao desenvolvimento tardio da industrialização de componentes leves e a ausência de mão-de-obra especializada, o alto custo dos produtos industrializados quando ficaram mais disponíveis eram um obstáculo à aceitação. Então construtoras se habituaram a trabalhar com padrões muito baixos, e com técnicas convencionas das habitações feitas artesanalmente com terra por exemplo, e atualmente alvenaria de tijolos. Como no brasil sempre foi utilizado paredes largas nas construções, paredes internas leves de divisórias teriam como problema a acústica, e seriam insolúveis. Isso refletiu também na imagem de precariedade associada a miséria de material devido a divisórias improvisadas com tapumes, cortinas e armários nas habitações dos mais pobres. Como os projetos tem sido apresentado apenas como experiências, suscitou a desconfiança de promotores e possíveis moradores.

Mudanças dos Novos Modos de Viver e na Composição Familiar Contemporânea A composição familiar tem passado por varias mudanças, aparecendo novos modelos em substituição da família nuclear tradicional. Atualmente a sociedade presencia a redução da dimensão das estruturas familiares e a eclosão de novas formas de vida. Esse estudo de evolução do conceito universal de família a partir da metade do século XX, nos permite identificar tendências que contestam os padrões construtivos convencionais da habitação.

Então, no Brasil, projetos de espaços pequenos ficaram como referência a projetos de habitação social, relacionados aos mais pobres. Já na Europa, sempre foi mais aceitável, por ter mais pesquisas e aplicações do conceito de flexibilidade. Esses incentivos de espaços flexíveis, já com hábitos a divisórias internas, e mobiliários equipados de mobilidade, vieram desde muito antes da introdução da planta livre na concepção dos espaços domésticos. Por isso até hoje apartamentos Europeus são bem mais diferentes e pequenos em relação aos apartamentos brasileiros.

‘’A maioria de nós ainda quer viver num lugar mais ou menos fixo, na companhia daqueles que amamos – seja em pares, ménages de vários tipos, famílias nucleares, famílias expandidas ou qualquer forma de novos arranjos. Apesar de toda essa variedade de formas e configurações, o lar ainda é o lugar onde o coração permanece – e onde um número cada vez maior de outras coisas acabará permanecendo também. Ele se tornará o foco da atenção e da inovação arquitetônica, pois integrará novas funções e serviços’’ (MITCHELL, 2002, p. 117).

A flexibilidade dos espaços de morar deve ter consigo hoje, uma importância maior, tanto para pesquisadores, promotores e arquitetos, pois na medida que a evolução dos modos de vida e dos formatos dos novos grupos domésticos, as transformações trazem uma demanda diferente para o desenho das novas habitações brasileiras.

Segundo Liziane (2012), a desestruturação do modelo familiar tradicional nuclear (casais com filhos) é uma realidade que faz parte da evolução natural da sociedade, modificação de valores e comportamentos. Esse modelo nuclear, reconhecido e aceito cultural e socialmente no mundo ocidental, foi ameaçado pelos preceitos de individualização e liberdade da modernidade. Amplamente influenciado por inserção de novas tecnologias, mídias eletrônicas, meios de comunicação e transporte, e pela disseminação de novos equipamentos e eletrodomésticos, o universo cotidiano está se modificando cada vez mais no cenário contemporâneo, direcionando-o para os novos estilos de vida, condutas de comportamentos sociais e relações com os espaços físicos, portanto, desconstruindo uma identidade de família exclusiva.

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Assim nesse cenário é relevante pensar em projetos dessa natureza, que se adaptem a atividades cotidianas em horários diversos, que os indivíduos requerem, para que consigam uma boa qualidade de vida, que se adapte a diversos condicionantes que se transformam em novos estilos de moradia conforme o passar do tempo.

Os padrões construtivos ainda hoje, em pleno século XXI, persistem produzindo modelos convencionais, sem maiores ousadias e inovações. Porem a diversidade dos novos grupos familiares ‘’não tradicionais’’ fornece um propósito necessário para arquitetos, construtores e planejadores adotarem modelos com princípios mais apropriados ao estilo de vida contemporâneo. Promovem interesse por um novo mercado potencial, baseado nos estilos de vidas diferenciados, incentivando processos construtivos flexíveis, com economia de recursos e sustentabilidade. Segundo Stefano, Santana e Onaga (2008, p. 25), em sua análise, há vários fatores que apontam o Brasil em transformação: o avanço das mulheres no mercado de trabalho, mais casais sem filhos, o crescimento do numero de pessoas morando sozinhas, o aumento de consumidores de meia-idade, uma vida mais longa e melhor. E a partir dessa diversidade de modelos crescentes, as incorporadoras percebem diretrizes para ideias de habitação contemporânea, o ciclo de vida e as novas formações familiares. ‘’no mercado imobiliário, os solteiros e os sem-filhos já representam 27% das vendas de imóveis novos’’. (STEFANO; SANTANA; ONAGA, 2008) A fase de transição de mudanças das famílias não tem escapatória, elas vão se transformar devido as necessidades cotidianas do período em que vivem. Berquó (1998) alerta que o crescimento de unidades domiciliares são consequências do número de separações ou divórcios, em que o casal desmembrado passa a necessitar de mais uma habitação, assim como migrações internas em busca de trabalho, estudo ou simplesmente jovens morando sozinhos ou compartilhando unidades com colegas em situações similares. A autonomia entre os membros da família também estabelece relações de isolamento, no espaço interno das unidades. Atividades que antes eram desempenhadas em grupo, acontecem em horários diferenciados, como o consumo de refeições ou em espaços de uso individual, como o computador para entretenimento pessoal.

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Estratégias de Flexibilidade na Habitação

A diversidade de hábitos e modos de vida da população urbana, a pluralidade de necessidades e de predileções diante ao espaço doméstico, as rápidas alterações e instabilidade do modelo social contemporâneo, contextos socioculturais cada vez menos previsíveis, colocam em prova os processos convencionais de produção de habitação em série e justificam a exploração de modelos alternativos que introduzam estratégias para a flexibilidade (ABREU; HEITOR, 2007). A flexibilidade é, contudo, resultado do conjunto ou da junção parcial de estratégias auxiliares de projeto, relativas aos vários elementos que compõe a arquitetura. Essas estratégias, segundo Abreu (2007) e Larcher (2007), podem ser consideradas quanto ao dimensionamento do espaço arquitetônico, que lida com a condição adaptativa do espaço físico da habitação e possibilita a realização de modificações internas e externas, sem prejudicar o projeto arquitetônico original; quanto a organização espacial relacionada ao uso e papel do espaço; e, quanto ao processo construtivo, que envolve tecnologia de materiais. Segundo Abreu e Heitor (2007), quando utilizadas de forma isolada, as estratégias auxiliares não são suficientemente capazes de gerar flexibilidade e podem induzir uma sensação falsa de flexibilidade. Podemos citar ainda na tabela 1, a seguir, alguns facilitadores para flexibilidade, ligados a funcionalidade, espacialidade e elementos construtivos.

Conclui-se da tabela apresentada que independente da estratégia adotada, ou conjunto de estratégias, a flexibilidade não se limita, e possui maior amplitude. Nesse sentido, o responsável por projetos dessa natureza, deve avaliar e entender as necessidades dos usuários para ter estratégias de modos coerentes.t

FACILITADORES

CONTRIBUIÇÃO

Não hierarquização (ambientes únicos)

Disponibilizar espaço para a apropriação personalizada dos grupos de convivência por meio de espaços de dimensões equivalentes, que permitam ser apropriados para usos diferentes

Estrutura independente

Permitir fluidez dos espaços - planta livre

Modulação

Auxiliar na sistematização do projeto e neutralidade na produção em série

Divisórias leves ou divisórias móveis

Permitir a transposição, organização espacial e complementação de ambientes de acordo com a necessidade do usuário Promover privacidade

Núcleos de serviços e circulação

Auxiliar na concentração de elementos fixos e sistemas de instalações hidráulicas e energéticas

Fachadas livres

Facilitar o acesso a redes de infraestrutura em qualquer parte da moradia

Mobiliários

Auxiliar na economia de espaço quando embutidos, na organização de espaço - utilizado como divisores de ambientes, e na qualificação da moradia

PARTIDOS A QUE SE RELACIONAM

Processo construtivo e tecnologia…….

Usabilidade e funcionalidade .. …..

Tabela 1: Estratégias para flexibilidade na Habitação.

Fonte: MENDONÇA; VILLA, 2014. Elaborado pelo autor.

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Adaptabilidade


Contextualização de Piracicaba

O município de Piracicaba está localizado no interior paulista, 164 km a noroeste da capital. Pertencente a Região Administrativa de Campinas, é uma cidade de médio porte, com área de 1.378,069km² (2015) e uma população estimada de aproximadamente 356.440 habitantes (2016), segundo o IBGE. Piracicaba limita-se com: Saltinho, Laranjal Paulista, Rio das Pedras e Tietê (a sul); Santa Bárbara d’Oeste e Capivari (sudeste); Limeira e Iracemápolis (leste); Rio Claro (nordeste); São Pedro, Charqueada e Ipeúna (norte); Santa Maria da Serra (noroeste); Anhembi (oeste); e Conchas (sudoeste).

Capítulo

Está localizado junto ao entroncamento de três vias importantes do Estado: Rodovia Anhanguera (SP-330), Rodovia Washington Luís (SP-310) e Rodovia dos Bandeirantes (SP348), além de duas outras rodovias de menor porte: Rodovia Engenheiro João Torsello e

A ÁREA DE ESTUDO: LEITURAS E ANÁLISES

Rodovia Dr. João Mendes da Silva Júnior.

Figura 26 e 27: Localização de Piracicaba em São Paulo; Mapa do Município de Piracicaba. Fonte: [Figura 26]: Wikipédia. Elaborado pelo autor.

Fonte: [Figura 27]: CADUS; IPPLAP. Disponível em: <http://ipplap.com.br/publicaçoes/>. Acesso em: mar. 2017

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A escolha área de Intervenção

Dentro da área urbana de Piracicaba examinou-se os vários vazios passíveis da implantação de um edifício flexível multifuncional. No entanto, a escolha observou o critério de melhor oferecimento de infraestrutura na cidade, capaz de suprir as demandas habitacionais como a presença de equipamentos públicos de lazer, saúde e educação, a acessibilidade e mobilidade urbana. Para a escolha do terreno, um estudo do entorno da área de intervenção foi realizado. Para isso f estabeleceu-se uma macroárea de diagnóstico baseada numa distância de 500m de raio na área central. Porém levando em conta as barreiras e vias existentes, os estudos foram feitos, considerando o limite do bairro Centro, como mostra a figura 28 a seguir.

Figura 28: Mapa da área de estudo e intervenção em Piracicaba. Fonte Primária: CADUS; IPPLAP. Elaborado pelo autor.

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A área de intervenção está localizada na região central da cidade. O projeto utilizará seis lotes com aproximadamente 4,350.00 m² de área livre totais. Dos seis lotes, dois são subutilizados como estacionamento, dois são salões comerciais vazios e sem utilização no momento e os outros dois são apenas lotes vazios. É interessante apontar que os lotes dão fundo uns com os outros, havendo uma conexão entre eles,. Essa junção conforma três diferentes entradas e saídas para as ruas Prudente de Moraes, Governador P. De Toledo e rua Treze de Maio. Veja nas figuras abaixo a quadra e os lotes onde será a intervenção.

Breve Histórico de Piracicaba No ano de 1728 ocorreu a doação da sesmaria ao padre ituano, Felipe Cardoso que abre o caminho de Itu até Piracicaba, sendo também o primeiro povoador da cidade. Piracicaba se torna ponto de parada para os viajantes em 1729 que vao eu direção a Cuiabá (IHGP). Piracicaba em 1774 passsa de povoado à freguesia e somente em 1766 ocorre a fundação oficial do Povoado de Piracicaba. Em 1821 foi elevada à vila, com o nome de “Vila Nova da Constituição”. Passa à categoria de cidade em 1856 com o nome de cidade da Constituição. No período de 1864 a 1874 chegam os imigrantes alemães, seguidos pelos suíços e franceses. O nome da cidade foi alterado em 1877 para Piracicaba, como era popularmente conhecida.

Figura 33: Mapa do município de Piracicaba em 1823.

Fonte: IPPLAP. Disponível em: <http://ipplap.com.br/site/a-cidade/breve-historico-de-piracicaba/>. Acesso em: mar. 2017.

Figura 29, 30, 31 e 32: Quadra e lotes da área de intervenção na região central de Piracicaba.

Fonte: [figura 29]. Geoprocessamento Piracicaba. Disponível em: <http://geo.piracicaba.sp.gov.br/app/terracore-piracicaba/>. Acesso em: mar. 2017. Fontes: [figuras 30, 31, e 32]. Google Earth Pro.

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Processo de Evolução da Mancha Urbana

destaca duas graves consequências sendo, a poluição do Rio Piracicaba e o surgimento das favelas (Terci et. al 2005).

O município de Piracicaba começa a se desenvolver historicamente no século XVIII na margem direita do Rio Piracicaba, mas consolidou seu tecido urbano na margem esquerda, pois as terras favoreciam a sua expansão. Sua organização espacial se dava em torno da Igreja Matriz de forma compacta e cercada.

Entre 1971 e 1980, a falta de emprego da população e a queda da renda fizeram aumentar o número de núcleos de favelas no município (Duarte 2003, p. 100). Piracicaba em 1991, constata uma taxa de crescimento entre 1980 e 1991 de 2,57, que entre 1970 e 1980 foi de 3,46, ou seja, uma taxa de crescimento populacional decrescente (Duarte 2003, p. 123).

Em 1900 a cidade se expande, os bairros urbanos eram os seguintes: Bairro Alto, Bairro dos Alemães, Bairro da Boa Morte e o Bairro do Porto, foi construído o Cemitério Municipal (Perecin 2009). Depois com a fundação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) em 1907 e o desenvolvimento da Usina Monte Alegre, a cidade expande a sua ocupação novamente (Bilac e Terci 2001).

A urbanização de Piracicaba aconteceu principalmente por loteamentos e seguindo uma horizontalidade, o que deu ao município a configuração do território espraiado. A verticalização se acentuou a partir de 1983, tendo seu pico em 1986, com cerca de 60 edifícios aprovados para a construção. Naquele ano, o centro e seus arredores tiveram grande adensamento de construções verticalizadas, mas a verticalização não significou o adensamento populacional, denotando uma tendência do capital do município a ser empregado em imóveis para locação e vendas (Duarte 2003, p. 124).

Nos anos de 1930 Piracicaba se destacava como uma cidade bem delineada, devido ao plano de arruamento traçado por Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. O núcleo urbano se expandira para além do Bairro Alto e do Bairro dos Alemães, que já era bastante desenvolvido. Assim o Bairro Paulista ganhava um grande impulso com a inauguração da Estação da Paulista (Bilac e Terci 2001).

O perímetro urbano foi demarcado no ano de 1999 com a Lei Complementar 103. Observa-se que a expansão de Piracicaba de 1784 até 2000, tem demarcados os vetores de crescimento. Os principais são sudeste e noroeste; já os vetores secundários são sudoeste e nordeste, o novo vetor coincidente com a direção da estrada de Rio Claro - (Barreto et. al 2006, p. 46).

A partir da década de 1940, Piracicaba experimentou uma diversificação da estrutura industrial com um nítido crescimento no ritmo de implantação fabril. Esse fenômeno conferiu à cidade a função de centro de produção econômica e a diversificação de atividades gerou uma elevação na complexidade da estrutura social, que se refletiu quantitativamente no aumento populacional e no crescimento físico da mancha urbana (Barreto et. al, 2006, p. 10).

Entre 1989 e 2000, o perímetro urbano foi ampliado de 146,88 km2 (Lei Municipal 3.108/1989) para 164,04 km2 (Lei Complementar 118/2000), num aumento total de 17,16 km2, ao passo que a população ampliou-se de 275.650 (estimativa IBGE) para 329.158habitantes (Censo 2000/IBGE), passando a contar com um total de 53.508 novos moradores (Otero 2011, p. 10).

Apenas na década de 1950 a população urbana supera a ruralcrescimento ocorrido principalmente em função do êxodo rural. Logo, a expansão da cidade acontece de forma fragmentada. Essa década foi marcada por grandes feitos e realizações tanto públicas quanto privadas, como a construção de novas ruas e avenidas, obras de saneamento básico, abastecimento de água e esgoto e a construção de aranhas céus. Já as obras do setor rodoviário intensificam a desconexão no tecido urbano. A partir do início da década de 1960, o traçado da malha urbana começa a desestruturar, distinguindo-se do homogêneo reticulado perpendicular e a preencher vazios internos, sem, no entanto, extrapolar os antigos limites (Barreto et. al 2006, p. 46).

Em 2003 com a revisão do Plano Diretor deu-se início a um diagnóstico da realidade urbana de Piracicaba. Essa pesquisa indicou “que pouco menos de 50% da área compreendida pelo perímetro urbano da cidade compunha-se por vazios urbanos, grande parte deles dotado da mais completa infraestrutura” (Otero 2011, p. 5). Foi proposto pelo Plano Diretor um congelamento da expansão urbana até que aconteça à ocupação dos vazios encontrados nas áreas mais servidas de infraestrutura (Otero 2011).

A partir de 1970 há uma tendência à descentralização industrial, transferindo as indústrias da metrópole para as regiões interioranas. Essa mudança promove um desenvolvimento urbano desorganizado e ainda mais acelerado. O crescimento da cidade nesse período

Já em 2005, porém, o perímetro urbano sofreu uma primeira modificação, acrescendose pouco menos de 01 km2. Entre 2004 (ano em que se propôs o congelamento e que apresentava, à época, perímetro igual ao de 2000) e 2010, o perímetro urbano de Piracicaba

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Figura 35: Mapa de loteamentos irregulares, Favelas e Condomínios Fechados na área Urbana do Município de Piracicaba.

foi ampliado em oito oportunidades, mais de uma vez por ano [...] passando dos já mencionado 164,04 km2 para 211,07 km2. (Otero 2011, p. 11). Piracicaba aquece o mercado imobiliário com empreendimentos destinados às classes com maior poder aquisitivo (média alta e alta). São loteamentos que logo após sua aprovação, se fecham burlando a lei federal. Entre 1991 e 2000 foram implantados 19 loteamentos, acrescentando aproximadamente 300 hectares à malha urbana do município, totalizando 5.311 novos lotes. Entre 2001 e 2010, a cidade de Piracicaba experimentou um vertiginoso aquecimento do mercado imobiliário com o crescimento dos lançamentos de loteamentos fechados. (IPPLAP 2010, apud Otero 2011, p. 13). Veja figura 34, o mapa de evolução urbana até a data de 2010.

Fonte: IPPLAP; COSTA (2016).

Os vazios urbanos em 2016 representam 44,15% do total da área urbana da cidade. Fica evidente na análise que a expansão da cidade esteve Figura 34: Mapa de Evolução Urbana do Município de Piracicaba. Fonte: IPPLAP. Elaborado pelo Autor.

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sempre atrelada a um favorecimento individual e do mercado imobiliário especulativo, mesmo com a revisão do Plano Diretor que comprovou que deveria ser feito um congelamento do perímetro e ocupação dos vazios. Mas prevaleceu apenas no âmbito do discurso, pois na prática, poucos vazios foram ocupados, mantendo as contínuas expansões do perímetro e o favorecimento de novos vazios, nos quais alguns mantiveram seu uso rural (COSTA, 2016). Veja a figura 35 a localização dos loteamentos irregulares, favelas e loteamentos fechados.


A cidade ocupa a 92° posição no ranking entre os 5.565 municípios Brasileiros, sendo que a cidade classificada com o maior IDMH é São Caetano do Sul – SP com 0,862.

Características Territoriais Piracicaba possui uma área de 1.378,069 km2 (IBGE 2010), densidade demográfica de 265,6 hab./km2 (IBGE 2010), e uma população de 356.440 hab. (IBGE 2010). Está situada na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM) com 0,785 em 2010, sendo a longevidade, dimensão que mais contribuiu para o IDMH do município, com 0,848 seguido de renda com 0,797 e de educação com 0,717.

Gráfico 2: Evolução do IDHM - Piracicaba.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/piracicaba_sp >. Acesso em: mar. 2017.

Gráfico 1: Índice de Desenvolvimento Humano de Piracicaba.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/piracicaba_sp >. Acesso em: mar. 2017.

No mesmo período, a razão de dependência (população inativa) no município passou de 47,12% para 40,66% e a taxa de envelhecimento, de 6,80% para 8,41%. Acontece um aumento da população idosa, porém prevalece predominante à população jovem (entre 24 e 29 anos) da cidade, provavelmente pela grande oferta de faculdades, como demonstra o gráfico abaixo.

Entre 1991 e 2000 a população cresceu a uma taxa média anual de 1,87% e sua taxa de urbanização passou de 95,51% para 96,42%. Já entre 2000 e 2010 a população cresce a uma taxa média de 1,03%, enquanto a taxa de urbanização do município passou de 96,42% para 97,85%.

Tabela 2: População Total, Rural e Urbana - Piracicaba.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/piracicaba_sp >. Acesso em: mar. 2017.

Gráfico 3: Pirâmide Etária de 2010.

Fonte: IBGE Cidades. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=353870>. Acesso em: mar. 2017.

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A renda per capita média de Piracicaba cresceu de R$ 899,91, em 2000, para R$ 1.143,20, em 2010. A proporção de pessoas mais pobres com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 6,85%, em 2000, para 3,11%, em 2010. A evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,53, em 2000, para 0,52, em 2010, ou seja, ainda existe muita desigualdade social.

Piracicaba é considerada como polo regional de desenvolvi- mento industrial e agrícola, com uma economia pujante, sendo a 15a cidade do país em exportação e a 5a do Estado de São Paulo. No setor agrícola, destacam as culturas de cana-de-açúcar, do café, laranja e milho. No setor secundário o complexo industrial da região é formado por mais de cinco mil indústrias, destacando-se as atividades dos setores metalúrgicos, mecânico, têxtil, alimentícios e combustíveis (produção de petroquímicos e álcool). No entanto o setor terciário é o que possui o maior valor adicionado do produto interno bruto, da cidade também tem sua economia baseada no turismo.

Tabela 3: Renda, Pobreza e Desigualdade.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento no Brasil. Elaborado pelo autor.

A analise do gráfico abaixo do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), mostra que mais da metade da população está inserida no grupo 2 (vulnerabilidade muito baixa), com o equivalente a 53,5% do total, sendo o rendimento médio domiciliar de R$3.113 enquanto apenas 1,7 % da população pertence ao grupo 1 (baixíssima vulnerabilidade) com rendimento médio de R$6.375. Já o grupo 3 (vulnerabilidade baixa) possui rendimento domiciliar médio de R$2.288 com 18,3% da população. Neste cenário, é indispensável pensar em habitações de qualidade, mas que sejam acessíveis aos usuários inseridos no grupo 2 de vulnerabilidade social.

Gráfico 5: Produto Interno Bruto (Valor Adicionado) 2010.

Fonte: IBEGE Cidades. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=353870>. Acesso em: mar. 2017.

Gráfico 4: Distribuição da População, segundo Grupos do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social - Estado de São Paulo e Município de Piracicaba – 2010. Fonte: SEADE. Elaborado pelo autor.

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Uso real do Solo O bairro Centro, que claramente funciona como um núcleo comercial e de serviços oferecidos à população, desenvolveu-se em torno da Igreja e Santo Antônio, marco histórico/religioso da fundação da cidade. Conforme a cidade foi se desenvolvendo, o uso residencial foi tornandose rarefeito no bairro, ainda que possa ser observado nos dias atuais. Além disso, o Centro também reúne uma grande parcela do Patrimônio Histórico do município, tendo como destaques o Teatro São José e o Clube Coronel Barbosa, a Societá Italiana, as Igrejas São Benedito, Boa Morte, Dos Frades e Metodista Central. O comércio e os serviços foram gradualmente se estruturando ao redor da Praça da Igreja Matriz, e essa tendência ainda é verificada. Há ainda vias com caráter eminentemente comercial como as ruas Governador Pedro de Toledo, Benjamin Constant e Moraes Barros. Nessas vias também há a incidência de edifícios de uso misto, onde o primeiro piso comumente adquire uso comercial, com os demais pavimentos servindo ao uso residencial. Devido a essa dinâmica econômica mais intensa na região, muitos terrenos térreos funcionam como estacionamento com a finalidade de atender a grande demanda de automóveis particulares que circulam por ali. Nesse caso, destacam-se as ruas Benjamin Constant e Alferes José Caetano. Sendo que a primeira apresenta ao longo de seis quadras, seis estacionamentos. Contrária à aglomeração comercial, a oferta de serviços de educação e saúde, se apresenta de forma mais bem distribuída para atender as partes residenciais da região, e os bairros individualmente, de acordo com a demanda de cada um. O mapa de uso do solo a seguir, fiura 36, expõe essa situação.

Figura 36: Mapa de Uso do solo da área central de Piracicaba. Fonte Primária: CADUS; IPPLAP. Elaborado pelo autor.

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Verticalização Para complementar o estudo sobre a situação real encontrada, foi feita uma classificação das edificações por quantidade de pavimentos, sendo divididos em três grupos: de um a quatro, de cinco a quatorze e mais de quinze pavimentos, e com exceção de alguns poucos edifícios de uso misto próximos à Praça da Igreja Matriz, para os edifícios mais altos, notou-se a mesma tendência de afastamento do centro, já que os mesmos são de uso residencial e mais recentes, não chegando a ocupar a região consolidada de comércio. Assim também, mais afastados do centro, surgem condomínios de grandes edifícios atrelados aos equipamentos privados de saúde e educação, como na porção sul do bairro Centro, entre as ruas Governador Pedro de Toledo e Benjamin Constant e ruas Gomes Carneiro e São Francisco de Assis, nesta concentram-se oito instituições de ensino privadas e apenas uma pública. Em proximidade ao centro, os lotes vazios aparecem em grande quantidade, principalmente nas bordas da Região Central, em áreas predominantemente residenciais, fator positivo para o encaminhamento de novas propostas urbanas para a região. . O resultado está sintetizado na figura 37 a seguir.

Figura 37: Mapa de gabarito da área central de Piracicaba. Fonte Primária: CADUS; IPPLAP. Elaborado pelo autor.

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Legislação e Zoneamento

Piracicaba, a regulação do território se dá essencialmente através do Plano Diretor (Lei Complementar no 186/2006), alterado parcialmente pela Lei Complementar no 208/2010, e sendo complementado em temas específicos através das Leis Complementares no 206/2007 (Normas para Edificações), no 207/2007 (Parcelamento do Solo) e no 208/2007 (Uso e Ocupação do Solo). Essas três últimas leis foram alteradas ainda pela Lei Complementar no 213/2007. O Plano Diretor ainda viria a sofrer alterações pela Lei Complementar no 261/2010. O perímetro analisado compreende a Região Central do Município de Piracicaba. A região central apresenta diferentes configurações urbanas em relação ao adensamento populacional, uso do solo predominante, elementos históricos, culturais e arquitetônicos, dispondo de diferentes parâmetros reguladores. Dentro do perímetro, é apontado três diferentes áreas de zoneamento. A zona de adensamento prioritário (ZAP), a Zona Especial de Interesse da Paisagem (ZEPC), e a Zona Especial Institucional (ZEIT). (CADUS, 2015). Veja figura 38 a seguir.

Figura 38: Mapa de zoneamento da área central de Piracicaba.

Fonte: IPPLAP. Disponível em: <http://ipplap.com.br/site/publica/1731/>. Acesso em: mar. 2017.

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A segunda razão decorre de, dentro do perímetro delimitado, existir uma região onde, de fato, o caráter de “centro de cidade” (com maior incidência de comércio e serviço, maior oferta de transporte e, decorrente, maior circulação de pessoas) é mais perceptível.

C.A. = Coeficiente de Aproveitamento T.O. = Taxa de Ocupação

A ZAP demonstra ser a região mais consolidada da cidade, com mais infraestrutura, com o melhor acesso aos serviços urbanos de transporte, cultura e lazer, e o Plano Diretor estabelece em seu artigo 37 os seguintes objetivos:

T.P. = Taxa de Permeabilidade

‘’ I – Promover o adensamento populacional; II – Evitar a ociosidade da infraestrutura instalada; III – Combater a especulação imobiliária; IV – Democratizar o acesso a terra urbanizada; V – Garantir a utilização dos imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados. ‘’ Esses fatores apontados pelo Plano Diretor, são primordiais e auxiliam nas diretrizes para a escolha da área de intervenção. Pode-se concluir que, na área de estudo, a legislação aponta claramente uma área cuja verticalização é desejada, no caso a ZAP, e demonstra ser a área com maior potencial construtivo da região central, referente a ocupações residenciais e não residenciais.

Tabela 4: Índices Urbanísticos.

Fonte: CADUS; IPPLAP. Disponível em: <http://ipplap.com.br/publicacoes/>. Acesso em: mar. 2017.

Entende-se a partir do mapa de zoneamento (figura 35), que as ZEIPCs e ZEITs apresentam uma pequena redução em seu potencial construtivo e sem variações, enquanto a ZAP se mostra muito melhor em relação ao Coeficiente de Aproveitamento (CA), referentes a ocupações residenciais e não residenciais. A própria característica do zoneamento, a ZAP, mostra que, na área estudada, pode ser estabelecido um sub-perímetro preferencial, onde estarão centradas as intervenções propostas. Essas alterações decorrem essencialmente de dois fatos: O primeiro consiste em que, nos locais com maiores incidências de ZEIT(s) e ZEIPC(s), além de existir uma clara intenção nos padrões vigentes, uma eventual alteração tende a ser mais difícil.

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Aspectos de Mobilidade Urbana

Piracicaba está a 152 km da capital paulista, entre as principais rodovias, temos: Rodovia Fausto Santo Mauro (SP 127), que liga Piracicaba a Rio Claro, essa rodovia dá acesso a rodovia Washington Luis. A Rodovia Deputado Laércio Corte (SP 147), liga Piracicaba a Limeira. Já a rodovia Luiz de Queiroz (SP 304), integra Piracicaba à Rodovia Anhanguera, e essa dá acesso a rodovia dos Bandeirantes. E a rodovia do Açúcar “Comendador Mario Dedini” (SP 308), liga Piracicaba a Sorocaba. Veja na figura 39, as principais rodovias do município de Piracicaba. Segundo Takami (2013), as rodovias em Piracicaba apresentam grande importância para os distritos industriais, na questão de facilidade quanto a logística. O deslocamento dos funcionários é facilitado, pois estão concentrados num mesmo local, evita possíveis congestionamentos dentro da cidade. A proximidade dos distritos industriais com as rodovias, mostra também a preocupação em escoar os produtos para para localidades fora de Piracicaba. Algumas das vantagens dos distritos industrias se localizarem perto das rodovias, é a infraestrutura que a região oferece e a isenção deimpostos. Em relação aos aspectos de mobilidade urbana, procurouse focar o olhar na articulação do sistema viário e no funcionamento das vias do perímetro, além de sua relação com as áreas externas lindeiras ou não ao centro. A Av. Armando Salles de Oliveira tem um papel estruturante que secciona o perímetro prioritário praticamente ao meio. É nessa via que está localizado o Terminal Central de Integração de ônibus municipal. Além disso, em dois outros eixos que descrevem os limites da área (a Sudeste e a Sudoeste). Podem ser percebidas características de articulação inter-regional e, até, intermunicipal. Já, no limite Sudoeste, a Av. Dr. Paulo de Moraes está ligada à SP-147, rodovia que acessa a cidade de Anhembi. Como mostra a figura 40 a seguir.

Figura 39: Mapa das principais Rodovias do município de Piracicaba. Fonte Primaria: Google mapas; IPPLAP. Elaborado pelo Autor.

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Figura 40: Mapa de mobilidade urbana na região central de Piracicaba.

Figura 41: Mapa de característica do sistema viário na área central de Piracicaba.

Fontes: Google Earth Pro; LIMA, 2012. Elaborado pelo autor.

Fonte Primaria: Google mapas; IPPLAP. Elaborado pelo Autor.

Conclui-se que ainda que possa representar certo desconforto em algumas situações onde o usuário do automóvel é obrigado a realizar contornos na quadra para acessar seu destino, a lógica binária tende a oferecer maior fluidez e menores graus de saturação no conjunto.

Compreendido os papéis desempenhados externos ao perímetro, a análise recai para suas características internas. No que consiste a dinâmica dos deslocamentos, a configuração do perímetro estudado é estruturada, claramente, em uma lógica de movimentos binários que são conjuntos de vias de mão única, que invertem o sentido alternadamente. A maior parte das ruas do centro são sinalizadas com pare, e nas ruas de maior fluxo de carro, a maioria ruas com duas faixas de rolamentos, se tem a sinalização de semáforos, e nas demais ruas o fluxo é continuo, como mostra a figura 41 no mapa a seguir.

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Carmel Place - NYC Ficha Técnica Projeto: Carmel Place/ My Micro Escritório: Narchitects Local: Manhattan, NY
 Área construída: 3.251 m² Tipo de obra: Residencial Total de unidades: 55 variadas de 24 m² e 33 m² Materiais predominantes: Alumínio / Vidro Carmel place, conhecido como My Micro, foi ganhador do concurso adAPT NYC, o concurso de dispunha da criação de moradias acessíveis economicamente, e com a menor área em que de para se ter uma vida agradável, solução também para grande densidade das metrópoles. Os arquitetos obterão sucesso no projeto, e então foi escolhido para construção. Seu exterior é composto por quatro torres conectadas, com material de tijolos de alvenaria com gradiente de cores cinzas, que deixa o edifício solido e leve ao mesmo tempo. A figura 42 a seguir mostra o exterior do projeto.

Capítulo ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Figura 42: Perspectivas do edifício Carmel Place concluído.

Fonte: Nanarchitects. Disponível em: <http://narchitects.com/work/carmel-place/>. Acesso em: abril. 2017.

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Com Janelas de 2,45m, e uma nova criação de varanda, o projeto consegue deixar os ambientes totalmente iluminados com a luz natural. Com pé direito entre 2,90m e 3m, se dispõe acima dos banheiros, espaços de armazenamento, com isso o modulo do banheiro fica com pé direito de 2,45m. Seu interior é composto por suaves e moderno traços, armários feitos por marcenaria Italiana, com acabamento em aço inox, e puxadores cromados. A cozinha planejada já vem acoplada ao apartamento, com refrigerador, pia, fogão, tudo sob medida. Seu mobiliário é todo pensado para a flexibilidade dos ambientes, com design leve e moderno. O sofá com pequenos esforços do usuário, se transforma em uma cama, já a pequena mesa da cozinha, pode até se transformar em uma mesa para até 8 pessoas. Com esses métodos de mobiliário que podem se movimentar, os usuários conseguem obter vários ambientes dentro de apenas um, em horários variados do dia, segundo suas necessidades. Veja nas figuras 43, 44, 45 e 46, os detalhas da planta de um dos apartamentos e seu interior.

Figura 47: Disposição das plantas no período diurno e noturno do edifício Carmel Place.

Fonte: Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano>. Acesso em: abril. 2017.

Figura 43 e 44: Detalhe interno da movimentação do mobiliário na sala/quarto.

Fonte: Archdaily Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano>. Acesso em: abril. 2017.

Figura 45 e 46: Detalhe interno da movimentação do mobiliário na cozinha.

Fonte: Archdaily Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano>. Acesso em: abril. 2017.

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Os arquitetos do projeto, escolheram a forma modular de construção. Esse sistema oferece vantagens como tempo de construção, enquanto se está em processo da fase de fundação do edifício, os apartamentos vão sendo construindo em uma fabrica próxima, e então com os apartamentos quase acabados, são transportados por caminhão até o local do projeto. As figuras 48 e 49, mostram o processo de construção do edifício.

Figura 49: Processo de construtivo de encaixe dos módulos do edifício Carmel Place.

Fonte: Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano>. Acesso em: abril. 2017.

O edifício conta também com ambientes comuns, compartilhados para os moradores, como academia no térreo, lavanderia, bicicletário, ambiente de trabalho, um pequeno lounge, além de uma área comum com cozinha, refrigerador e banheiros, completo por um terraço público aberto. O intuito do projeto, é que os moradores vivam além das quatro paredes, e que haja uma interação dentro dos espaços compartilhados. A figura 61 apresenta os usos compartilhados do projeto.

Figura 48: Processo de construção modular do edifício Carmel Place.

Fonte: Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/763437/primeiros-microapartamentos-pre-fabricados-de-nova-iorque-serao-concluidos-ainda-este-ano>. Acesso em: mar. 2017.

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Figura 50: Diagrama de áreas do edifício Carmel Place. Fonte: Archdaily. Disponível em: < http://www. archdaily.com.br/br/801021/video-construcao-do-projeto-de-micro-apartamentos-modulares-em-nova-iorque >. Acesso em: abril. 2017.

O Carmel Place é uma ótima referência, o projeto traz consigo o conceito de flexibilidade, que o presente trabalho se trata. Suas tecnologias, soluções de construção modular, e mobiliários dotados com recursos de mobilidade, reinventam as formas de moradia, e pode influenciar muitos projetos para um futuro próximo, e para arquiteturas mais qualificadas se tratando da questão de habitação.

Figura 51: Diagrama de Usos do edifício Carmel Place.

Fonte: Archdaily. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/801021/video-construcao-do-projeto-de-micro-apartamentos-modulares-em-nova-iorque >. Acesso em: abril. 2017.

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O VN Quatá também apresenta serviços diferenciais que apontam um novo estilo de vida, serviços compartilhados, como: carro compartilhado, bicicleta compartilhada, manutenção, lavanderia, e alguns serviços condominiais como: congierge, arrumação, bicicletário e academia.

VN Quatá - SP Ficha Técnica Projeto: VN Quatá Escritório: Basiches Arquitetos Associados Local: Vila Olímpia, SP, Brasil
Área do terreno: 1.148 m² Área construída: 5.461 m² Tipo de obra: Edifícios Residenciais Tipologia: Residencial
 Materiais predominantes: Alumínio / Vidro O Projeto traz soluções inteligentes para apartamentos compactos. Além disso, o empreendimento VN Quatá está localizado em um dos melhores e mais nobres bairros da cidade de São Paulo, perto de todos tipos de equipamentos públicos e privados.

Figura 53: Exterior do Edifício VN Quatá.

Fonte: Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

Figura 52: Fachada do Edifício VN Quatá.

Fonte: Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

Figura 54: Área comum, de lavanderia do edifício.

Fonte: Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

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Figura 56: Exterior do Edifício VN Quatá..

Fonte: Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

Figura 55: Implantação térreo do Edifício VN Quatá..

Fonte: Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

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Brascan Century Plaza - SP Projeto: Brascan Century Plaza Local: Rua Joaquim Floriano com Bandeira Paulista Itaim Bibi, São Paulo SP Data do projeto: 2000 Data da conclusão da obra: Junho de 2003 Cliente / incorporadora: Brascan Imobiliária Incorporações S/A Construtora: Método Engenharia S/A Área do terreno: 12.600,00 m² (antiga fábrica de chocolates Kopenhagen) Área construída: 93.805,00 m² (+ praça com 7.000,00 m²) Um exemplo de quadra aberta, o projeto Brascan Century Plaza, de autoria dos arquitetos Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi, foi implantado no início dos anos 2000 no Itaim Bibi. Bairro que passou, ao longo dos anos 1990, por profunda transformação, com verticalização intensa e mudança de usos, o Itaim torna-se uma região nobre, com prédios de apartamentos, equipamentos e serviços adequados aos novos habitantes locais. Antigas moradias de baixo padrão e antigas plantas industriais são eliminadas do local.

Figuras 57, 58, e 59: Tipologias do Edifício VN Quatá.

Figura 60: implantação térreo do projeto Brascan Century Plaza, São Paulo.

Fonte: [figuras 55, 56 e 57]. Vitacon. Disponível em: <http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata>. Acesso em: abril. 2017.

Fonte: Autores do projeto. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.044/2397>. Acesso em: maio 2017.

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O conjunto Brascan Century Plaza conta com três torres com típicas preocupações contemporâneas, tecnologia de última geração e grande variedade formal não só entre os edifícios, mas até mesmo entre as elevações da mesma edificação, encravadas na área livre do térreo, que, por sua vez, se articula com as calçadas de três das ruas que completam a quadra. O grande jardim que ocupa praticamente toda a área livre do térreo e dá acesso às lojas, cafés e cinemas. Um dos autores do projeto, o arquiteto Gianfranco Vannucchi, comenta o valor urbano aportado no projeto: “as pessoas não aguentam mais ficar fechadas dentro de um shopping. [...] É um projeto [...] que vai na contramão dos condomínios fechados, das grades, dos muros, quer dizer, do enclausurar; pelo contrário, é um projeto que se abre para a cidade”. O arquiteto Jorge Königsberger, faz uma analise do Brascan Century Plaza e aponta a potencialidade da quadra aberta, com áreas privadas se articulando com as áreas públicas da cidade: “Vimos, já há anos, desenvolvendo projetos imobiliários privados e vimos nos opondo ás tendências segregacionistas entre espaços públicos e privados. Consideramos ser perfeitamente possível suprir boa parte das carências e fragilidades urbanísticas brasileiras através do maior suprimento de novos espaços públicos privados qualificados integrados ao espaço público existente, dentro do modelo econômico vigente”. A figura X, mostra a praça pública do projeto.

Figura 62: Praça aberta do Brascan Century Plaza, São Paulo. Fonte: Nelson Kon. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830>. Acesso em: maio 2017.

Figura 61: Praça aberta do Brascan Century Plaza, São Paulo.

Figura 63: Exterior e praça do Brascan Century Plaza, São Paulo.

Fonte: Nelson Kon. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830>. Acesso em: maio 2017.

Fonte: Nelson Kon. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830>. Acesso em: maio 2017.

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Conceito

O presente projeto tem como conceito a flexibilidade, reavaliar as formas de habitação contemporâneas, esquecendo as habitações tipificadas, e criar tipologias que realmente se adaptem aos seus usuários através das novas mudanças na forma de viver. Novos hábitos estão sendo criados pela sociedade, e um deles é o compartilhamento, que está sendo visto de uma nova forma hoje, com intenção para um futuro com atividades compartilhadas e menos perda de tempo. A ligação de um edifício residencial a um complexo comercial e de serviços, dará essa flexibilidade de compartilhamento de possíveis atividades para os moradores, e também trará benefícios, como não precisar se locomover para realizar suas atividades diárias. A área central em Piracicaba, está cada vez menos habitada, e a intenção desse projeto é de reabilitar uma parte da área central, induzindo mais fluxos de pessoas em espaços públicos com a aplicação de um complexo multifuncional com aberturas de quadra.

Capítulo O PROJETO

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Fluxogramas

Programa de Necessidades Espaço

S erviç os

Descrição

Usuários

Equipamentos

Qnt.

Área (m2)

2

500

Total

500

1

25

1

100

1

150

1

100

5 à 10

50 à 150

Espaço Público

R es idenc ia

Praça

Espaço semiaberto de circulação da galeria com espaços de estar e de convivência

Todos usuários

Área verde, recantos de estar, mobiliário urbano

Comércio Sanitários

Masculino, feminino e PNE

Todos usuários

Café/ Padaria

Espaço com mesas para lanches rápidos com cozinha própria, deposito, vestiários e sanitários

Todos usuários

Restaurante

Restaurante de grande porte

Todos usuários

C omérc io

P raç a/ G aleria

Apoio Restaurante Conjuntos Comerciais

E s tac ionamento R es idenc ial

E s tac ionamento C omerc ial R ua/ C alç ada

Bares

Cozinha, copa, depósito, sanitários, véstiarios, deposito lixo

Funcionários

Vasos sanitários, lavatórios, mictórios e instalações para PNE Mesas, cadeiras, balcão refrigerante, maquina café, forno, refrigerador Mesas, cadeiras, buffet, bar, espaço de espera Sistema de refrigeração, armazenagem e higienização adequados

lojas especializadas, lojas de varejo

Todos usuários

farmacias, calçados, joalheria, moda

Bares no periodo noturno para movimentar a área

Todos usuários

mesas, bar, caixa, refrigerador, cozinha

2

75

Total

650 aprox.

1

30

Serviços Protaria/ Espera

Figura 64: Estudo de Fluxograma I.

Sanitários

Fonte: Elaborado pelo autor.

Terraç o C omum

C oworking

L impeza

A c ademia

C irc ulaç ão Á rea S erviç o

S anitários

L avanderia

C ozinha

Dormitório

B anho

E s tar

C irc ulaç ão

Hall

C onjunto de S erviç os

E s paç o C omum p/ L azer

A partamentos

A c es s o Vertic al

Terraç o C omum

A c es s o Vertic al S oc ial

P ortaria

A c es s o S erviç os

S anitários

L ojas

E s paç o públic oP raç a/ G aleria

2

30

geladeira, fogão, pia, mesa, 2 cadeiras

1

10

equipamentos de ginástica, balcão de atendimento

1

150

mesas, sofás, cadeiras

2

40

Lavanderia

Moradores

Maquinas de lavar, secadoras

1

50

Armazenamento de produtos e utensílios de limpeza

Funcionários

Armários, lavatório, torneira e ralo

1

10

Total

570 aprox.

Acessos Vercais e Horizontais A c es s o Vertic al S erviç o

núcleo de circulaçoes verticais, escadas e circulações moradores, visitantes e horizontais funcionários

escadas, elevadores social e de serviço

Habitação

Zelador

balcão porteiro, sistema de câmeras de segurança, sanitários e copa portaria

funcionários, visitantes e moradores

sofás, balcão, computador

1

30

apartamento do zelador

zelador

domitório, sala de estar, cozinha, banheiro

1

25

quadro de medição, transformadores..

3

50

ar condicionado, transformadores, deposito de lixo, reservatórios inferiore e superior, central de gás, casa deFuncionários e visitantes máquinas Cozinha, jantar, estar, dormitório e banho moradores

Cozinha, banheiro, cama

120

25

Apartamentos

Cozinha, serviço, jantar, estar, dormitório e banho

moradores

Cozinha, banheiro, cama, serviço

40

35

Deposito limpeza

Armazenamento de produtos e utensílios de limpeza

Funcionários

Armários, lavatório, torneira e ralo

1

10

área com mesas, cadeiras, cozinha, refrigerador e sanitários

1

100

Total

4.800 aprox.

Área comum/ Lazer Acessos Vercais e Horizontais E s t. s ubs olo C omerc ial

mesa de reuniões para 20 pessoas

Todos usuários

Deposito limpeza

A c es s o R es idenc ial

30

espaço compartilhado para ambiente de trabalho

Apartamentos B ares / R es taurantes

25

Área de maquinas e área de espera/ 1 lavanderia de 50m2, a cada 50 apartamentos

Infraestrutura

P adaria/ C afé

sofás, balcão, computador

Vasos sanitários, lavatórios, mictórios e 1 instalações para PNE espaços com estações de trabalho e 5 à 10 sanitários independentes

Coworking

Moradia zelador L obby/ E s pera

Todos usuários

espaços modulados de planta livre, com possibilidade deFuncionários do conjunto agrupamento dependendo da empresa de serviços sala de reuniões utilizadas pelas empresas dos Funcionários do conjunto Sala de reuniões conjuntos de serviços de serviços Funcionários do conjunto Apoio Reuniões copa e sanitários de apoio à sala de reuniões de serviços espaço amplo para prática de exercícios físicos, Todos usuários Academia depósito, sanitários, vestiários

J antar

S ala R eunião

P ortaria

Masculino, feminino e PNE

funcionários, visitantes e moradores

Conjuntos de Serviços

Protaria/ Espera L obby/ E s pera

balcão porteiro, sistema de câmeras de segurança, sanitários e copa portaria

Área destinada a festas, espaço de convivio exclusivo moradores e visitantes dos moradores, terraço núcleo de circulaçoes verticais, escadas e circulações moradores, visitantes e horizontais funcionários

E s t. s ubs olo R es idenc ial

escadas, elevadores social e de serviço

Estacionamentos Est. Comercial

vagas de estacinamento comércio

Todos usuários

vagas de carro, moto, bicicletario

1

400

Est. Serviços

vagas de estacinamento para serviços

Todos usuários

vagas de carro, moto, bicicletario

1

400

Est. Habitação

vagas de estacinamento para habitação

Todos usuários

vagas de carro, moto, bicicletario

R ua/ C alç ada

Figura 65: Estudo de Fluxograma II. Tabela 5: Estudo do Programa de Necessidades.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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1

800

Total

1.600


Estudos, Plano de Massas e Croquis

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CONCLUSÃO Pode-se concluir com auxilio dos estudos levantados, que para uma habitação ser adaptável, não rotulada, projetada para atender padrões unificados de uso, é preciso o conhecimento e estabelecimento de parâmetros incentivadores da flexibilidade. É necessário que se conheça a sociedade e a cultura que a envolve, para então pesquisar os perfis de usuários, reconhecendo as diferenças e trabalhando para elas, ao ponto de oferecer condições para que o usuário tenha seu espaço e possa se desenvolver com qualidade de vida. Para o resultado de moradias mais participativas, é importante voltar um olhar crítico sobre as propostas de habitação comercializadas atualmente, atentando-se às imposições do mercado que, em sua maioria, priorizam muito às questões econômicas, resultando em perca da qualidade arquitetônica de seus produtos. A flexibilidade é uma estratégia que vem sendo utilizada crescentemente, especialmente em outros países e em outras regiões do Brasil. Para que se desenvolva corretamente é necessárias ações sociais conjuntas, envolvendo o poder politico com incentivos e financiamentos, promotores imobiliários que percebam ao futuro próximo que a flexibilidade possa ser uma viabilidade econômica, e também industrias responsáveis pela inovação e melhoria de matérias. É uma alternativa às necessidades habitacionais de grupos familiares tão diferentes, pois não apresenta um tipo de habitação único, mas estimula a diversidade de modelos. Além de oferecer opções variadas, a flexibilidade também pode ser utilizada para proporcionar uma fácil adaptação dos espaços, o que apresenta grande utilidade para a população atual, com sua constante necessidade de mudança. A implantação de um projeto multiuso, com habitação, comércio e serviços, irá valorizar a área e influenciar projetos urbanísticos para um futuro próximo, pois pode ser uma solução para reduzir o caos urbano, com essa mescla de usos, todos em uma mesma região, assim não se tem tanto deslocamento da população para outras regiões para realizar suas atividades cotidianas. Aproveitando o miolo de quadra que pode ser acessado por três lotes em ruas distintas, se concebe uma extensão das calçadas, criando maior fluxo de pedestres e sua permanência dentro da região do projeto por um período mais longo, potencializando toda sua área.

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