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s o r i e c r a p s o s Nos
Sexo e Saúde
pelo Brasil
Associação Imagem Comunitária Belo Horizonte (MG) www.aic.org.br
Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência www.ciranda.org.br
Centro de Refererência Integral de Adolescentes – Salvador (BA) blogdocria.blogspot.com
Grupo Conectados de Comunicação Alternativa GCCA - Fortaleza (CE) www.taconectados.blogspot.com
Gira Solidário Campo Grande (MS) www.girasolidario.org.br
Movimento de Intercâmbio de Adolescentes de Lavras – Lavras (MG)
Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE) www.catavento.org.br
Universidade Popular – Belém (PA) www.unipop.org.br
Projeto Araçá - São Mateus (ES) www.projetoaraca.org.br
Casa da Juventude Pe. Burnier – Goiânia (GO) www.casadajuventude.org.br
Taba - Campinas (SP) www.espacotaba.org.br
Avalanche Missões Urbanas Underground Vitória (ES) www.avalanchemissoes.org
Instituto de Estudos Socioeconômicos Brasília (DF) www.inesc.org.br
Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR) grupomakunaimarr.blogspot.com
Rede Sou de Atitude Maranhão São Luís (MA) www.soudeatitude.org.br
Grupo Cultural Entreface Belo Horizonte (MG) gcentreface.blogspot.com
Cipó Comunicação Interativa Salvador (BA) www.cipo.org.br
Agência Fotec – Natal (RN)
Apôitcha - Lucena (PB) www.apoitcha.org
Jornal O Cidadão – Rio de Janeiro (RJ) ocidadaonline.blogspot.com
Lunos - Boituva (SP) www.lunos.com.br
Projeto Juventude, Educação e Comunicação Alternativa Maceió (AL)
União da Juventude Socialista – Rio Branco (AC) ujsacre.blogspot.com
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a t u a p m e o d n u m Outro
e o Alegre m em Port ra a ip ic S rt as pa tico (F T), mil pesso dial Temá 0 n u 3 M e janeiro d m a ru erc o final de a do Fó n n l ta ia li d o n p u o tr l. cial M região me Ambienta Fórum So ulada ao a Social e c ç ti in s v discutiu Ju e e , d u a ta ativid Capitalis ia Livre, q e íd s M ri C e d a m de m pauta Coletivos i o 3º Fóru . Estava e nológica. evento fo c o te te o deste ano n ã ç ra a u te d apropri em debate importan úblicas e colocaram Momento e olíticas p p z , o o v ã à ç a eito comunic ras eram o dir direito à municado País exerc o d s sível. s Jovens Co to o n e p a s c o d te s n n o u e s c m oles rtura todo um outro nal de Ad uma cobe ades para ssões e n Rede Nacio u c a is d d apa is s a possibilid a e n n d io agem c ulados dores nac . Na report ntes, artic o e s ã . ç Os facilita re a p ir n e V m v no e to tivera evista adores es ue rolaram otícias e R ic q N n s u e e d m õ s o m s C e u e a disc ncia Jov Ano 10 d principais ara a Agê amos no onfere as tr c n especial p ê E c . o o v e ã , ç o m pro te, a Vira r o mund ano que cial para m e u p Reinventa e s d e s s e ê lém oraçõ um m Cultura. A E este é s comem faz e Faz r início à e a s d r o o ra m ri a o p to infe ões: C revista! E ovas seç aí no can n a s d a n u e d g s le to estreamo , vamos ade é a fo tra novid sa edição u s e o d , o ir s rt is a d p Vira página. A que faz a direito da da galera s n e g u a im a leit ra! publicar Brasil! Bo lo e p r e c aconte
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Quem somos A
Viração é um uma organização não governamental (ONG), de educomunicação, sem fins lucrativos, criada em março de 2003. Recebe apoio institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo e da ANDI - Comunicação e Direitos. Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas de capacitação em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 22 Estados, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses oito anos, estão Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, ao lado, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira Lima Diretor Executivo da Viração – MTB 27.300
”
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ciazione Jangada
Conheça os Virajovens em 22 Estados brasileiros e no Distrito Federal Belém (PA) - pa@viracao.org Belo Horizonte (MG) - mg@viracao.org Boa Vista (RR) - rr@viracao.org Boituva (SP) - sp@viracao.org Brasília (DF) - df@viracao.org Campinas (SP) - sp@viracao.org Campo Grande (MS) - ms@viracao.org Curitiba (PR) - pr@viracao.org Fortaleza (CE) - ce@viracao.org Goiânia (GO) - go@viracao.org João Pessoa (PB) - pb@viracao.org Lagarto (SE) – se@viracao.org Lavras (MG) - mg@viracao.org Lima Duarte (MG) - mg@viracao.org Maceió (AL) - al@viracao.org Manaus (AM) - am@viracao.org Natal (RN) - rn@viracao.org Pinheiros (ES) - es@viracao.org Porto Velho (RO) - ro@viracao.org Recife (ES) - es@viracao.org Rio Branco (AC) - ac@viracao.org Rio de Janeiro (RJ) - rj@viracao.org Sabará (MG) - mg@viracao.org Salvador (BA) - ba@viracao.org S. Gabriel da Cachoeira (AM) - am@viracao.org São Luís (MA) - ma@viracao.org São Mateus (ES) - es@viracao.org São Paulo (SP) - sp@viracao.org Serra do Navio (AP) - ap@viracao.org Teresina (PI) - pi@viracao.org Vitória (ES) – es@viracao.org
Quem faz a Vira Filipe Borges / Virajovem Vitória (ES)
Jhonathan Pino, do Conselho Virajovem Maceió (AL), entrevista participante da marcha que deu inicio ao Fórum Social Temático, em Porto Alegre (RS)
Revista Viração • Ano 10 • Edição 82
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Como se faz
alternativa e Nova seção da Vira ensina como fazer mídia dos fanzines mostra nesta edição a utilidade pedagógica
É pra se pensar
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ONGs em destaque
Polêmicas recentes fortalecem debate sobre um marco regulatório para as organizações não governamentais
Protagonismo ou participação? Conheça a diferença dos termos utilizados para definir a atuação política e social de jovens
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Como antigamentea Tradicional Chinesa que possui
Fique por dentro da Medicin ade ão, utilizados desde a antiguid métodos eficazes de prevenç
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20 Por um mundo possível
ta, Em Porto Alegre, Fórum Social Temtático debate Crise Capitalis Justiça Social e Ambiental, além de abrir espaço para o 3º Fórum de Mídia Livre, que traz a tona o direito à comunicação
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Sempre na Vira
Manda Vê . . . . . . . . . . . . . 06 De Olho no ECA . . . . . . . . 08 Imagens que Viram. . . . . . 14 No Escurinho . . . . . . . . . . 30 Que Figura . . . . . . . . . . . . 31 Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 32 Rango da Terrinha . . . . . . 33 Parada Social . . . . . . . . . . 34 Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35
Educação transformadora
e (MS), transmite Escola Pau-Brasil, projeto de Campo Grand marcenaria da meio por vida de to cimen conhe valores e
Participação ativa
participar nos mobiliza comunidades a Plataforma dos Centros Urba lo Pau São de de Saú Muncipal de de eleições para o Conselho
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Educomunicação 2.0
Em visita ao Brasil, professor e educomunicador argentino Roberto Aparici conversa com os jovens da Vira sobre Comunicação de massa e redes sociais
Faz Cultura Mais uma novidade da Vira, a seção Faz Cultura aborda Cultura Marginal em sua edição de estreia
Inciativa importante
Parceria entre Secretaria Nacional de Juventude e órg ãos municipais e estaduais fortalecem polí ticas públicas para jovens de todo o País
RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Revista Viração - ISSN 2236-6806 Conselho Editorial Eugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão, Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara Luquet e Valdênia Paulino
Conselho Fiscal Everaldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira
Conselho Pedagógico Alexsandro Santos, Aparecida Jurado, Isabel Santos, Leandro Nonato e Vera Lion
Presidente Juliana Rocha Barroso
Vice-Presidente Cristina Paloschi Uchôa
Primeiro-Secretário Eduardo Peterle Nascimento
Direção Executiva Paulo Lima e Lilian Romão
Equipe Adrielly dos Santos, Ana Paula Marques, Bruno Ferreira, Elisangela Nunes, Eric Silva, Evelyn Araripe, Gisella Hiche, Gutierrez de Jesus Silva, Ionara Silva, Manuela Ribeiro, Mariana Rosário, Novaes, Sonia Regina e Vânia Correia
Administração/Assinaturas Douglas Ramos e Norma Cinara Lemos
Mobilizadores da Vira Acre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino), Amapá (Camilo de Almeida Mota), Amazonas (Cláudia Ferraz e Délio Alves), Bahia (Everton Nova), Ceará (Alcindo Costa e Rones Maciel), Distrito Federal (Danuse Queiroz e Pedro Couto),
Espírito Santo (Jéssica Delcarro e Leandra Barros), Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço), Maranhão (Sidnei Costa), Mato Grosso do Sul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (Emília Merlini, Reynaldo Gosmão, Silmara Aparecida dos Santos e Pablo Abranches), Pará (Alex Pamplona), Paraíba (Niedja Ribeiro), Paraná (Juliana Cordeiro e Vinícius Gallon), Pernambuco (Edneusa Lopes), Piauí (Anderson Ramos da Luz), Rio de Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande do Norte (Alessandro Muniz), Rondônia (Luciano Henrique da Costa), Roraima (Graciele Oliveira dos Santos) e São Paulo (Gutierrez de Jesus Silva e Tamires Ribeiro).
Colaboradores Antônio Martins, Heloísa Sato, Márcio Baraldi, Natália Forcat e Sérgio Rizzo.
Projeto Gráfico Ana Paula Marques e Cristina Sayuri
Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTb 27.300
Divulgação Equipe Viração
E-mail Redação e Assinatura redacao@viracao.org assinatura@viracao.org
Preço da assinatura anual Assinatura Nova Renovação De colaboração Exterior
R$ 58,00 R$ 48,00 R$ 70,00 US$ 75,00
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A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.
Fale com a gente!
Diga lá
Via Facebook Como posso ter acesso à revista? Bianca Brígido E-mail
Venho acompanhando algumas edições desta revista, e acho que é um grande informativo para a nossa faixa etária. Fiquei bem interessada quando percebi que são os jovens mesmo que compõem a revista e pensei que não seria perda de tempo em expor as minhas intenções. Gostaria de contribuir com textos de minha autoria. Seria uma honra se pudesse ser informada dos temas que a revista pretende produzir. Flora Raio, 16 anos, Resende (RJ)
Oi, Bianca! Você pode ter acesso à revista fazendo a assinatura pelo e-mail: assinatura@viracao.org ou pelo site www.issuu.com/viracao. Lá você pode conferir as edições passadas e fazer downloads!
E-mail Olá, equipe da Viração! Sou estudante de jornalismo, militante da UJS aqui na Bahia. Conheci o trabalho de vocês no último Congresso da UNE em Goiânia. Achei super bacana a proposta. Gostaria de saber se vocês têm algum núcleo aqui na Bahia, para fazer parte dessa turma, colaborar. Camila Silva
Que legal, Camila! Suas contribuições serão muito bem vindas. Na Bahia temos dois conselhos virajovens, ambos em Salvador. Vamos colocá-la em contato com a galera de lá.
Flora, será um prazer contar com a sua colaboração aí de Resende. Fique à vontade para mandar seus textos e propor pautas para a Vira!
Ponto G Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem da Vira, onde se lê “o jovem” ou “os jovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”, assim como outros substantivos com variação de masculino e feminino.
Perdeu alguma edição da Vira? Não esquenta! Agora você pode acessar, de graça, as edições anteriores da revista na internet: www.issuu.com/viracao
Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para Rua Augusta, 1239 - Conj. 11 Consolação - 01305-100 - São Paulo (SP) ou para o e-mail: redacao@viracao.org - Aguardamos sua colaboração!
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Parceiros de Conteúdo
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Manda Vê Amanda Campos, Verônica Muniz e Emilae Sena, do Virajovem Salvador (BA); Rones Maciel, do Virajovem Fortaleza (CE); e Jhonathan Pino, do Virajovem Maceió (AL)*
No Brasil, o Carnaval tem início a partir do século 17, trazido pelos jovens colonos, após terem contato com a festa nos países europeus. Se no início a sociedade colonial apropriou-se do Carnaval como manifestação de expressão civilizatória e exibição de europeísmo, com o tempo ele ganharia a cara do Brasil, com a realização de blocos de rua e nos clubes, em desfiles de fantasias e mela-mela, ao som de marchinhas, samba, frevo ou do ritmo predominante em cada região do País.
Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao Carnaval brasileiro. No Rio de Janeiro tiveram início as escolas de Samba ainda no século 19. Em Pernambuco, o frevo, o maracatu e desfile de bonecos ganharam as ruas de Olinda, Recife e demais cidades da região. Em Salvador, nos trios elétricos, grupos da região massificaram o que seria chamado de Axé e evoluções da música baiana. Apesar de serem os principais polos do Carnaval brasileiro, cada parte do País curte de forma particular a festa de momo.
E você, como curte o CarnAvAl? Ana Paula Ximenes, 23 anos, Fortaleza (CE) "Gosto de curtir com os blocos carnavalescos, ou então em casa, aproveitando pra organizar as coisas, estudar e descansar um pouco. Gosto dos blocos, porque mostram o Carnaval como realmente nasceu, com os bailes e machinhas."
06 Revista Viração • Ano 10 • Edição 82
Eloyse Natália, 15 anos, Maceió (AL) “Carnaval pra mim é uma festa de alegria, onde se for aproveitada de maneira correta pode se tornar a melhor festa do ano! E é assim que eu curto o meu Carnaval, me divertindo bastante, seja com amigos ou familiares. O importante é sempre estar em boas companhias.”
*Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal ba@viracao.org, ce@viracao.org e al@viracao.org)
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Liane Braga, 23 anos, Fortaleza (CE) "Geralmente aproveito esse feriado e vou para o interior. Lá aproveito para estudar e descansar. Mas nem sempre foi assim. Dos 13 aos 18 anos sempre ia para as praias curtir muita música e animação. Hoje economizo e viajo para algum lugar novo durante o ano."
Matheus Paim, 16 anos, Salvador (BA)
“Eu curto saindo. Não gosto de ir pra avenida. Prefiro viajar com a minha família ou ir pra ilha. Considero o Carnaval violento.”
Pámela Gomes, 14 anos, Salvador (BA)
Tarcísio de Jesus Santos, 16 anos, Salvador (BA)
“Eu sou evangélica e curto meu Carnaval indo a retiros da igreja. É muito bom. Temos gincanas, cultos e me divirto muito e ao mesmo tempo posso refletir.”
“Eu costumo viajar. Não gosto do Carnaval aqui de Salvador. Prefiro ambientes mais calmos e quando viajo fico perto da minha família.”
Lucas Muniz, 17 anos, Salvador (BA) “Gosto de ir pra avenida e sair no bloco pipoca. Às vezes tem muita briga, então vou a blocos menos violentos como Saiddy Bamba.”
Nathália Amorim, 15 anos, Maceió (AL) “No Carnaval eu danço muito, é pura curtição pra mim! Eu vou só pra me divertir, curtir, dançar, sem ter hora pra acabar... E outra: não passo em casa de jeito nenhum! É ir pra blocos, shows, passar em uma casa de praia e dançar muito.”
Não é de hoje Com origem na Grécia, em meados de 600 antes de Cristo, o Carnaval, por muitos séculos, foi utilizado pelos gregos como festa de agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Quando os romanos descobriram a festa, logo lhe inseriram bebidas alcoólicas e práticas sexuais. Na época, o Carnaval romano se prolongava por até sete dias com a incessante busca pelo prazer. Negócios eram suspensos e os escravos eram libertados enquanto durasse a festa. Em 1545, após o Concílio de Trento, promovido pela Igreja Católica, o Carnaval tornou-se uma festa popular, com a adoção de bailes de máscaras, fantasias e carros alegóricos em festas particulares, principalmente na Itália e na França.
Mundialmente conhecido pelos desfiles das Escolas de Samba Rio-São Paulo, outras regiões mostram suas tradições durante o Carnaval. Na Bahia, mais de 150 blocos organizados, cerca de dois milhões de pessoas percorrem as ladeiras da capital baiana, Salvador. Tem ainda os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, os blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi. Em Recife e Olinda, cidades pernambucanas, os cortejos de blocos de bonecos gigantes fazem a festa. O Galo da Madrugada, desde 1978, invade as ruas de Recife. Em 2011, o bloco arrastou mais de 1,7 milhão foliões.
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Trabalho infantil: resultados a longo prazo Propercio Rezende e equipe do Portal Pró-Menino*
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a época de sua promulgação, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mesmo sendo fruto de intensa mobilização de pessoas e organizações ligadas à defesa dos direitos infantojuvenis, ainda era desconhecido pela absoluta maioria da população. De lá pra cá isso mudou muito. Pouco a pouco, as pessoas começaram a saber que existe uma lei que garante os direitos de crianças e adolescentes e, hoje, passados mais de vinte anos, já compreendem melhor o Estatuto e seus princípios. Essa mudança foi resultado de milhares de ações de conscientização realizadas durante todo esse tempo. Palestras, campanhas, cursos e informações em todos os tipos de mídia foram fazendo com que as pessoas compreendessem corretamente o ECA.
Processo semelhante está acontecendo com o trabalho infantil. Historicamente aceito, ele vem sendo, a cada dia, melhor compreendido pelas pessoas, que estão percebendo os reais prejuízos que traz para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. O trabalho sempre foi visto no Brasil como uma opção de formação e atividade extra para crianças e adolescentes, principalmente de classes menos privilegiadas. Os padres jesuítas, por exemplo, contavam com crianças indígenas para ajudar na catequização dos índios. Na época da escravidão e da revolução industrial, as crianças começavam a trabalhar como adultos logo que tivessem condições físicas pra isso, por volta dos quatro anos de idade. Hoje esses tipos de trabalho já não são mais tão aceitos, pois os prejuízos que causam são evidentes. Porém, ainda há aqueles que defendem que adolescentes trabalhem desde os doze anos, mesmo sendo proibido por lei. A opinião pública e os aspectos culturais de um povo foram historicamente construídos. Sendo assim, podem ser mudados. Esse, porém, é um processo lento, que pode levar gerações. Ações como o projeto PETECA no Ceará, por exemplo, no qual professores trabalham, de maneira criativa, a questão do trabalho infantil com alunos da rede pública de ensino, são essenciais para tal. As crianças atingidas pelo projeto compreendem que um adolescente que começa a trabalhar muito cedo perde a oportunidade de se dedicar somente aos estudos ou de participar de projetos culturais ou esportivos e, por isso, terá muito menos chances de concorrer a postos de trabalho mais qualificados no futuro. Certamente replicarão esse pensamento e terão muito mais iniciativa na hora de denunciar o trabalho infantil no futuro. Trabalhar com mudanças culturais desse tipo pode mudar a história de nosso País. Isso leva tempo, mas é algo que precisa ser feito. V
*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).
08 Revista Viração • Ano 10 • Edição 82
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Não tá nada legal Alan Fagner Ferreira, do Virajovem Maceió (AL)*
O
ano de 2011 foi marcado por denúncias de irregularidades envolvendo vários ministérios e organizações não governamentais (ONGs). Só no Ministério do Turismo os prejuízos gerados por convênios irregulares podem chegar a 56 milhões de reais. Essas denúncias desencadearam uma série de ações que culminaram na demissão de ministros como Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Carlos Lupi (Trabalho), e ainda na suspensão de todos os convênios entre governo e ONGs por 30 dias. Tais medidas colocaram em discussão a implementação de um marco regulatório em que se enquadrem as ONGs. O objetivo é que elas possam acessar recursos públicos com legitimidade e transparência como já acontece na maioria dos países desenvolvidos. Essa é, no entanto, uma luta antiga dessas organizações que, além de um marco legal, anseia por políticas que favoreçam a participação dos cidadãos e cidadãs nas causas públicas. Para a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), a insegurança jurídica na qual se encontram as ONGs “prejudica o necessário fortalecimento dos processos organizativos e participativos em que as organizações se inserem, e favorece práticas clientelistas engendradas nas relações entre governantes, entidades de fachada e iniciativa privada”. Há ainda, o contexto preocupante de deslegitimação e criminalização das ONGs e dos movimentos sociais, o que pode fazer com que diminua o engajamento da sociedade em causas de interesse público. Em seu site, a Abong ressalta ainda o necessário comprometimento, tanto do governo quanto das organizações, com a melhoria de suas atuações e com o aperfeiçoamento das práticas de gestão e transparência. Cristiane Leite é gestora do Núcleo de Educação Ambiental São Francisco de Assis (Neafa), ONG de proteção animal locada em Alagoas. Para ela, faltam mecanismos de controle e fiscalização mais eficientes. Cristiane é a favor de uma regulamentação que venha a facilitar o trabalho
ira Fagner Ferre Fotos: Alan
alecimento ica prejudica a sua organização e o seu fort Criminalização das ONGs e insegurança juríd
Cristiane é gestora de uma ONG de proteção animal e acredita que faltam mecanismos de fiscalização mais eficientes
Neafa se mantém apenas com doações
desenvolvido pelas ONGs sérias, mas “fico preocupada com entraves burocráticos que venham a comprometer o desenvolvimento e funcionamento das ONGs”, declara. Ela ainda explica que mantém o Neafa com a ajuda de voluntários e colaboradores e que não recebe verba pública para custear suas atividades. Organizações como a dela não foram afetadas pela suspensão dos convênios, contudo, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, 55% das ONGs nacionais se mantêm com recursos públicos e foram seriamente prejudicadas. As ONGs chegam onde, muitas vezes, o Estado não consegue ou tem dificuldades de chegar. São instituições que atuam nas mais diferentes esferas como: saúde, educação, política, direitos humanos etc. Garantir o funcionamento dessas organizações é garantir a participação da sociedade rumo a um País mais igualitário, justo e sustentável.
V
* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (al@viracao.org) Revista Viração • Ano 10 • Edição 82 09
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Como se faz
FANZINE Na primeira edição de Como se faz, saiba o que é e para que serve um fanzine Andresa Carvalho, Juliana Araújo e Jumara Araújo, do Virajovem Salvador (BA)*, e Bruno Ferreira da Redação
Passo a passo
A
palavra “fanzine” surgiu da junção das palavras inglesas fanatic (fã) e magazine (revista). Essa expressão foi usada pela primeira vez em 1941 por Russ Chauvenet, para designar as publicações alternativas que surgiam nos Estados Unidos, com textos de ficção científica e curiosidades. O fanzine consagrou-se como uma publicação relacionada às artes: cinema, música, quadrinhos, poesia, literatura, entre outras. Graças à popularização da informação e ao baixo custo de reprodução, hoje os fanzines proliferam e têm sido cada vez mais um veículo de comunicação alternativo ideal para aqueles que não têm acesso à grande imprensa. No Brasil, desde a década de 1980 até hoje, os “zines” (como também são chamados) são mais usados pelos movimentos Punk e Anarquista. V
O fanzine na educação A utilização do fanzine na sala de aula é como uma nova ferramenta de ensino e aprendizagem para a produção de textos. Sua livre expressão desperta nos estudantes o interesse em exercer um papel na sociedade. Propor aos estudantes a produção de texto em uma situação em que a escrita cumpra sua função social é um desafio para o educador. É importante tornar público o texto dos estudantes. O resultado final do processo de trabalho é: comunicar, desenvolver, convencer, explicar, ou seja, fazer com que o texto seja lido. Um fanzine é um veiculo simples de ser feito, com um baixíssimo custo de produção e um forte potencial de comunicação. O estudante que aprende a produzir um fanzine aprenderá a se expressar não apenas para a comunidade escolar como um todo, mas também para a comunidade extraescolar.
10 Revista Viração • Ano 10 • Edição 82
1. Definir tema: é importante, antes de mais nada, saber sobre o que vai tratar o seu fanzine, para depois definir de que forma o tema será trabalhado. 2. Definir conteúdo: o fanzine pode ser informativo, com entrevistas, textos e gráficos. Para isso, é necessário fazer pesquisas e conversar com pessoas. Mas você pode dar preferência a desenhos, histórias em quadrinhos e fotos. 3. Definir o visual: seu fanzine pode ser como uma revista, com várias páginas, ou em formatos mais simples, com uma folha de sulfite dobrada ao meio, para ser uma espécie de folheto de quatro páginas. Pode ainda ter um formato mais criativo, com dobras diferentes. 4. Diagramação: é a hora de organizar o conteúdo! Isso pode ser feito de modo artesanal, com recorte, colagem e textos escritos à mão, ou no computador, em programas de edição de imagens como o Photoshop. 5. Reprodução: os fanzines geralmente são xerocados em preto e branco. A ideia é que muitas pessoas tenham contato com o seu trabalho sem que você gaste muito! 6. Distribuição: ofereça ou venda o seu fanzine a baixo custo. 7. Conheça outros fanzines: procure trabalhos de outros zineiros para aprimorar suas técnicas!
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (ba@viracao.org)
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Dúvida cruel
nil. em protagonismo juve s tro ou e, ud nt ve ju ação da uita gente Uns falam em particip e estão na boca de m qu os eit nc co is do s tre esse Entenda a diferença en
Graciele Oliveira, do Virajovem Boa Vista (RR)*, e Bruno Ferreira, da Redação
P
articipação e protagonismo juvenil são termos usados para definir a atuação da juventude na sociedade. Para uns, os termos “participação” e “protagonismo” são conflitantes. Para outros, acaba sendo a mesma coisa. Mas sim, há diferenças! Nem tanto quanto às formas de atuação, mas sim em entendimento e aplicação dos termos. Em uma de suas obras, o pedagogo, educador e defensor dos Direitos da Criança e do Adolescente Antonio Carlos Gomes da Costa define “protagonismo juvenil” como “a participação do adolescente em atividades que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio-comunitário”. Para ele, protagonismo refere-se à atuação dos adolescentes e jovens em uma participação construtiva e efetiva, que envolve as problemáticas sociais do seu cotidiano. Ora, mas isso não é participação? Dando uma rápida olhada no Dicionário Aurélio, percebese a diferença entre “protagonista” e “participante”. Quando se fala em protagonista, é inevitável pensar em um sujeito principal, que se destaca entre muitos. É natural pensar no protagonista de um filme, novela, peça teatral... Ou seja, o personagem principal! Mas quando a juventude se engaja, é necessário que ela seja mais importante que outros atores sociais, ou que seja participativa, somando forças com outros setores? Para Amanda Nogueira de Oliveira, Bacharel em Comunicação Social e estudante da Especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFCE) “o conceito de participação juvenil é algo em construção, tanto pelo perfil mutante das gerações
juvenis como pela heterogeneidade dos grupos que representam as juventudes”. Para diversos movimentos jovens, a participação juvenil é um processo de construção da cidadania ativa que inclui várias possibilidades de atuação desenvolvidas pelos jovens em diversos âmbitos. A diferença existente entre os termos depende do uso adotado por cada pessoa. Mas ambos caracterizam comportamentos que levam em consideração os espaços de atuação da juventude, que se destaca na sociedade pela construção social, a forma de ver o mundo, pelas atitudes e diversidade cultural, social e sexual. V
Participante: Que ou quem participa; participador, partícipe. Que ou quem, em política ou noutra atividade, tem participação ativa. Protagonista: o principal ator ou competidor. Pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro lugar num acontecimento. Fonte: Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, 2ª edição, Ed. Nova Fronteira
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal (rr@viracao.org)
Revista Viração • Ano 10 • Edição 82 11
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a r e l a G
r e t r ó Rep
Roberto Aparici, educomunicador e professor da Universidade Nacional de Educação à Distância, da Espanha, entrevista e é entrevistado por jovens comunicadores de São Paulo Douglas Lima, colaborador da Vira em São Paulo (SP), Henrique Santos e Evelyn Araripe, da Agência Jovem de Notícias; Adriélly Aparecida dos Santos, Mariana Rosário, Bruno Ferreira e Paulo Lima, da Redação
“N
ão é democrático que vocês me façam entrevista. Vocês são tão importantes quanto eu. Então, eu quero conhecer o que vocês fazem”, disse Roberto Aparici, professor da Universidade Nacional de Ensino à Distância, na Espanha, quando esteve em agosto na sede da Vira em São Paulo, já demonstrando que aquele não seria um Galera Repórter convencional. Educomunicador desde os anos 1970, o argentino Roberto Aparici é um homem simples. Rejeita o título de professor e não gosta de ser chamado de senhor, pois entende a importância de todos se tratarem com igualdade, sem hierarquizações. Com seus estudantes na Espanha, procura lidar de forma democrática, a partir da troca de ideias, como foi a nossa entrevista com ele. “Meus alunos não são alunos e eu não sou professor. Somos todos aprendizes.” Trocamos com ele várias ideias sobre democracia, redes sociais e ensino à distância. Confira trechos desse papo: Henrique: Qual a vantagem da aprendizagem colaborativa do ensino à distância? Roberto: No Reino Unido foi criada pelos governos progressistas uma universidade que seria feita pela TV e outras mídias. Muita gente no Brasil pensa que uma universidade à distância é de
Linha do Tempo
segunda categoria. Mas não é. Ela dá a oportunidade a quem não pode assistir às aulas presenciais. Nos anos 1980, nós fazíamos uma aula pela TV ou pelo rádio, como é a mídia: um emissor para milhões de receptores. Mas as coisas mudaram com a chegada da internet, que faz possível isso que nós estamos fazendo, onde cada um de vocês pode ser o jornalista e, ao mesmo tempo, entrevistado. Mariana: Você acredita que uma educação tão aberta como desenvolve com seus estudantes ou até mesmo a Educomunicação são possíveis em lugares cujo governo oprime as pessoas? Roberto: Em primeiro lugar, estamos vivendo uma fantasia de democracia. A Educomunicação é um trabalho de ativismo e os ativistas não são bem vistos nesta democracia, em Cuba ou na China. Então, um trabalho de educomunicador é não ficar acomodado com o que diz a mídia, com o que diz o poder. Muita gente quando faz comunicação
Estudante de Arquitetura, Roberto Aparici alfabetizava um grupo de operários de um frigorífico argentino, quando surgiu seu interesse pela Educomunicação
Anos 1970 12 Revista Viração • Ano 10 • Edição 82
Na Espanha, devido à ditadura militar argentina, chega a um grupo onde faziam Educomunicação
Anos 1970
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ensina a fazer uma imagem, mas em geral, o sistema de comunicação dessa natureza é metodologia mecânica. É como ensinar a ler sem interpretar o sentido. A idéia é: se eu vou ensinar Educomunicação é para interpretar o mundo. Roberto: E, para vocês, quem apresenta as ideias do mundo? Mariana: A mídia. Se eu não posso viajar pra algum lugar, eu vou ver o que a mídia vai mostrar pra mim. Roberto: A mídia apresenta o mundo e faz outras coisas do mundo invisíveis. Por exemplo, podem falar muito bem ou muito mal de uma presidenta. E de acordo com a insistência da mensagem, a gente vai adorar ou odiar a presidenta. Além disso, se a TV é dona também de um jornal e rádio, com um controle total da representação do mundo, então que possibilidade tem o Brasil de ter um olhar diferente do mundo? A mídia faz uma negociação entre empresas, partidos políticos e sindicatos, uma misturada onde a cidadania fica de fora. Os cidadãos foram consultados para alguma coisa? A única decisão no Brasil é se você tem mais de 16 anos, você pode votar.
faz é a fragmentação da realidade. Eu faço uma foto sua e, ao mesmo tempo, eles que também estão aqui ficam de fora. Então, qual a intenção da câmera? A gente pensa que reproduz a realidade, mas eu estou registrando a realidade? A câmera retrata só uma parte da dela. A outra fica excluída. Então, o que faz a TV? Faz com que a gente pense que está reproduzindo a realidade, mas é só uma parte dela, de acordo com a ideologia que tem a mídia.
Bruno: O que você pensa sobre os blogs? Roberto: Se o blog não mudar, ele vai desaparecer. A comunicação será feita por SMS e pelas redes sociais. O interessante é ligar os blogs às redes sociais. Nós falamos em convergência de mídia, para que haja interação entre tudo. Estamos convidando a maioria das pessoas a criar suas próprias redes. As redes independentes farão link com outras. Se a Viração cria sua própria rede, nós criamos a nossa e nós trabalhamos, nos ligamos com outras redes independentes. Então, em uma rede social colaborativa, a gente poderia melhorar o que estamos fazendo. Num sistema capitalista, se pode fazer de diferentes a maneiras: pode ser um Lim las Doug trabalho solidário, Roberto: Qual cooperativo, e outro o objetivo de em que se deseja registrar algo ganhar grana, como é com a câmera? A o Facebook. câmera V apresenta toda a realidade? Douglas: Eu vejo a câmera como um veículo que permite trazer de uma forma superficial pessoas que não estão aqui nesta conversa para dentro deste assunto. Ou seja, é possível transportar os assuntos dessa conversa para um ambiente diferente, onde as pessoas não têm a possibilidade de interagir com a gente, mas vão criar outras “Meus alunos não são percepções a partir do que a gente alunos e eu não sou coloca aqui.
professor. Somos todos aprendizes”
Roberto: A câmera só registra um ponto de vista e o que não está no enquadramento não existe. O que a câmera
Desenvolveu com este grupo uma tecnologia para ler e produzir imagens e sons e, ao mesmo tempo, analisar e criticar os programas de TV e rádio
Anos 1980
É professor da Universidade Nacional de Ensino à Distância, na Espanha
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IMAGENS QUE VIRAM
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Prevenir como antigamente os dias de hoje? O que a Medicina Tradicional Chinesa tem a ver com Gisella Hiche, da Redação
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ocê que lê este texto, que tem acesso à informação, está, quem sabe, assim como eu, tendo que fazer um trabalho pessoal muito delicado: criar seu jeito de viver a partir de muitas visões, filosofias, estilos de vida que estão à nossa disposição por meio dos livros, da internet, da televisão, dos nossos amigos. Na confusão que se arma, o que levamos em conta na hora de fazer escolhas? O que pode nos orientar? Para os leitores da Vira, está em jogo também a construção de um outro mundo possível, lema dos movimentos, grupos e redes que se reúnem ano a ano no Fórum Social Mundial. E será que faz sentido pensar nesse outro mundo, sem pensar nas condições de vida presente? Em como estamos vivendo nosso cotidiano? Como estamos cuidando do nosso corpo, do nosso ambiente? Cutucada por essas questões, conheci melhor os princípios da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). E antes que você prossiga na leitura, um alerta: essa medicina só faz realmente algum sentido quando você a pratica. Diferentemente da visão mais ocidental da medicina que trata os sintomas, a chinesa está mais interessada na preservação e no fortalecimento da saúde e das autodefesas do corpo. Tanto é que, na China antiga, os médicos cuidavam das pessoas da comunidade, independente delas terem ou não uma dor ou problema específico. A saúde na MTC é vista como uma dimensão absolutamente ligada aos demais aspectos da vida: a ciência, a técnica, a economia, as vivências místicas, a filosofia etc. Isso porque a MTC é parte integrante do Taoísmo, uma filosofia ancestral, cujos primeiros textos remontam há 7.500 anos e estão escritos em ideogramas. Sinteticamente, os praticantes de Taoísmo acreditam que os mesmos ciclos operando no ambiente (ciclo de rotação e translação da terra, ciclo lunar etc) também estão operando em nossos corpos. Com isso, a proposta do Taoísmo, ou “Ensinamento do Caminho”, é buscar viver em consonância com este incessante processo de mutação que acontece a partir da interação entre yin e yang, forças opostas e complementares. O estado yin quer dizer que a energia ali tem um aspecto mais receptivo, de sustentação, de transformação. Dizem que
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é energia do feminino, da escuridão. O inverno, por exemplo, é de qualidade mais yin, bem como a noite. Já o yang é a energia da ação, do criativo, energia do masculino, do alto verão, do dia. Yin e yang estão contidos um no outro, basta pensar que é na escuridão da noite que nasce o dia e vice-versa. No ser humano, as energias yin e yang estão canalizadas nos meridianos do corpo, por onde flui a energia chamada qì (se diz “tchi”). Os meridianos são canais que têm trajetos precisos na camada sub-cutânea, formando uma rede circulante. Em práticas como a massoterapia, trabalha-se principalmente com os Meridianos Principais. Há seis meridianos que fluem da terra e vão para o céu, de natureza mais yin e seis meridianos que fluem do céu para terra, de natureza mais yang. “Segundo a MTC, estes canais de energia são responsáveis pela reserva, abastecimento e transformação das substâncias vitais do organismo e podem ser estimulados, para sua desobstrução, por meio da massagem (toque), acupuntura (inserção de agulhas) e moxabustão (aproximação de calor).”- do livro Caminhos de Energia, por Sidney Donatelli. Além disso, a MTC também usa a fitoterapia (uso das ervas) e as práticas do chi kung e tai chi chuan e vê os órgãos e sistemas do corpo humano, bem como nossos sentimentos e expressões em relação direta com as manifestações da natureza. A partir dos estudos dessas relações, surgiu o princípio dos Cinco Movimentos, que busca organizá-las em conjuntos. Mas vale lembrar que esses conjuntos são apenas uma fase da movimento de mutação, em que se destacam algumas características, mas que cada um desses aspectos está em constante transformação. Para dar um exemplo, vamos pensar no elemento fogo. Este é o elemento predominante no verão, época de calor, da cor vermelha, onde a dinâmica mais presente é a exteriorização, nosso estado interno é o entusiasmo, é comum que as pessoas expressem euforia. Mas pode ser que alguém esteja muito melancólico no verão. É aí que entra os estudos da Medicina Tradicional Chinesa que irá analisar as disfunções de determinado órgão ou sistema, pela estação do ano, pela fase de vida do indivíduo, ou ainda pela combinação de fatores climáticos presentes na ocasião da queixa.
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A Medicina Tradicional Chinesa é uma forma de se relacionar com nosso corpo e com o meio ambiente que pode nos trazer muito conhecimento sobre a natureza. Começamos a desenvolver um conhecimento sobre o melhor momento para se iniciar um projeto,
para dar uma festa, que época do ano é melhor para comer que tipo de comida e realizar que tipo de atividade. Tudo isso com a devida flexibilidade que precisamos ter nos dias de hoje. Por isso, o melhor mesmo é entender como o Taoísmo pode ajudar a nos reinventar! V
Referência para diagnósticos na MTC, o conceito taoista dos Cinco Sentidos afirma que o equilíbrio se dá ao vivenciar todos os movimentos sem se fixar nem ultrapassar cada um deles. Observe abaixo.
1. MADEIRA 2. Vento 3. Primavera 4. Verde 5. Determinação, mobiliza o movimento 6. Cólera 7. Raiva 8. Bondade 9. Visão (olhos) 10. Tendões, articulções 11. Hún. Alma espiritual 12. C-ID / CS-TA
1. FOGO 2. Calor 3. Verão 4. Vermelho 5. Exteriorização, expansão 6. Entusiasmo 7. Euforia 8. Polidez 9. Fala (língua) 10. Vasos 11. Shên. Espírito 12. C-ID / CS-TA
1. ÁGUA 2. Frio 3. Inverno 4. Preto 5. Interiorização 6. Medo 7. Temor 8. Sabedoria 9. Audição (orelhas) 10. Ossos, medula 11. Zhì. Força de vontade 12. R-B
1. 2. 3. 4. 5. 6.
Elemento Clima Estação do ano Cor Dinâmica Estado interno
7. Expressão 8. Virtude 9. Orifício (órgãos dos sentidos) 10. Tecido 11. Nível de consciência 12. Meridianos acoplados
1. TERRA 2. Umidade 3. Alto verão 4. Amarelo 5. Transformação 6. Ansiedade e cinsideração 7. Obsessão 8. Sinceridade 9. Paladar (boca) 10. Tecido conjuntivo, músculos 11. Yi. Pensamento-intenção 12. BP-E
1. METAL 2. Secura 3. Outono 4. Branco 5. Interiorização 6. Medo 7. Temor 8. Sabedoria 9. Audição (orelhas) 10. Ossos, medula 11. Pò. Alma corpórea 12. R-B
Ciclo de geração Ciclo de dominância
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suíça e Escola Pau-Brasil ensina marcenaria po Grande transforma a vida de jovens de Cam
Nealla Machado e Fernanda P. Garcia, do Virajovem Campo Grande (MS)*
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Fotos: Nealla Machado
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m monte de madeira e o sonho de dois suíços. Era isso que tinham diante de si os primeiros alunos da Escola Pau-Brasil, projeto idealizado pelo arquiteto e mestre em marcenaria Alfred Lei e do publicitário Stephan Hofmann, fundador e presidente da GIRA Solidário, organização responsável pela iniciativa. “Os alunos da Escola Pau-Brasil têm a oportunidade de se tornarem profissionais da marcenaria, do design de móveis e do empreendedorismo. Nossa intenção é formar adultos conscientes de seus direitos e deveres como cidadãos e preparados para o mercado de trabalho”, afirma Stephan. “Eu entrei no curso há quatro anos e meio e eu lembro que não levava muita fé não. O Lucas pegou o papelzinho pra mim. Eu pensava: 'O que será que esses gringos querem com os brasileiros? Pobres ainda! Será que eles querem roubar nossos órgãos e levar pra algum lugar?'”, brinca Jonaci Silva Moreira, de 21 anos, um dos primeiros alunos a entrarem na Escola. Seu amigo, Lucas Moreira da Cunha, hoje contratado como monitor do projeto, complementa: “Eu não gostava dessas coisas de marcenaria não, de prego, martelo. Eu odiava isso. E assim, eu também não estava levando muita fé no curso. Mas na primeira aula, o Fred explicou pra gente que os móveis eram sem parafuso, que o maquinário era moderno e que a gente ia construir as coisas. Daí eu comecei a gostar”, lembra jovem, que planeja fazer um curso de desenho para melhorar sua habilidade.
A Escola Pau-Brasil, além do ensino de marcenaria, oferece educação complementar em outras áreas do conhecimento
O curso tem duração de três anos e está estruturado em 24 horas semanais de aulas práticas e oito horas de ensino teórico. Ainda oferece ensino complementar de cidadania, português, matemática e estímulos lúdicos, além de atividades de lazer. As técnicas e o padrão suíço de marcenaria foram adaptados à cultura brasileira. “Eu tenho o primeiro home office que nós construímos lá em casa. Ele não está bem feito, está até pregado na parede. Mas mesmo assim todo mundo do bairro que vai me visitar pergunta, quer comprar”, lembra Lucas um pouco envergonhado. Os alunos passam por avaliações a cada seis meses para testar o desempenho nas aulas. “Quando atinge bons resultados, o aluno é contemplado com ferramentas pessoais para que possa se preparar para seu próprio empreendimento, estabelecendo parcerias
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com profissionais da área e desenvolvendo o ofício”, explica o coordenador do projeto. “Antigamente era bem difícil, nós mesmos tínhamos que construir as bancadas e nós não sabíamos como fazer, o Fred não falava bem o português, a gente não fala alemão suíço. Daí, com paciência, ele pegava na nossa mão e ensinava a maneira correta. Agora os novos chegam aqui e têm tudo pronto, todas as ferramentas, é bem mais tranquilo, estamos crescendo”, afirma Lucas.
Muito além da marcenaria “Isso aqui é tipo uma terapia, porque meu pai faleceu o ano passado e se não fosse o curso, eu não sei o que o que eu faria da vida. Porque aqui você distrai a cabeça, faz bastante coisa”, lembra Jonaci, que teve no pai um dos maiores incentivadores para que ele participasse do curso. “Eu lembro do móvel que eu fiz de presente pra ele, foi um móvel de pinus, um armarinho. Depois disso ele falou: 'Continua porque isso dá futuro'. E deu mesmo”, argumenta Jonaci, hoje também monitor contratado do projeto, assim como Lucas. Jonaci tem uma história de vida difícil. Quando criança, passava os dias no lixão. “Meu pai brigava comigo, não gostava que eu fosse pra lá, mas todo mundo tinha brinquedo e eu queria também. Como ele não podia comprar eu passava os dias lá procurando”. Para Lucas, as dificuldades também não foram poucas. “Muitas vezes eu pensei em desistir do curso, porque era muito difícil, eu não ganhava dinheiro e estava morando sozinho, porque minha mãe foi trabalhar em uma fazenda e eu tinha que me virar. Mas o apoio do Fred, do Stephan e dos professores foi muito importante e eu agradeço por estar aqui.” Hoje, 90% do dinheiro que custeia a Escola Pau-Brasil vem do exterior. Pensando na dificuldade em conseguir financiadores brasileiros e na necessidade de tornar o projeto sustentável, nasceu a Trendo, marca dos móveis produzidos pelos alunos, cuja venda ajuda a garantir os salários, a manutenção e os materiais da Escola. “A sensação de fazer um móvel é de muito orgulho. Eu sempre ouvi, a minha vida toda, que eu não ia ser nada, que eu ia virar bandido, ia para o mau caminho. Mas cada móvel que eu faço é orgulho que eu sinto, porque eu posso seguir meu sonho, ser uma pessoa melhor, ajudar os outros”, desabafa Lucas.
O projeto é finalista de um prêmio que reconhece iniciativas voltadas às comunidades populares
Reconhecimento A Escola Pau-Brasil é finalista do Mato Grosso do Sul no Prêmio ANU 2012. Realizado pela Central Única das Favelas (Cufa), tem o objetivo de reconhecer ações desenvolvidas dentro de comunidades populares e demais espaços em desvantagens sociais, que buscam melhorias de qualidade de vida, inclusão e capacitação nessas áreas de atuação. Foram mais de 30 mil ações inscritas em todos os Estados do Brasil, mais o Distrito Federal. Destas, apenas as cinco mais indicadas de cada localidade participaram da votação popular no site do evento. A Escola Pau-Brasil já é vencedora do prêmio ANU V Dourado, como melhor ação de Mato Grosso do Sul. E agora concorre à próxima fase, onde as 27 ações vencedoras do prêmio ANU Dourado participarão na premiação das três melhores ações do Brasil. V
Conheça a Trendo e os móveis feitos pelos estudantes da Escola Pau-Brasil: http://www.trendo.com.br/ Em 2011, participantes do projeto Lanterna Mágica fizeram um documentário, que pode ser assistido no site YouTube. Basta pesquisar “Escola Pau-Brasil”.
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (ms@viracao.org)
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Capa
REINVENTAR O MUNDO Fórum Social Temático debate novos rumos para o planeta
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ais uma vez Porto Alegre foi o lugar de acolhida daqueles que sonham o outro mundo possível. Entre os dias 24 e 29 de janeiro, a cidade foi sede do Fórum Social Temático (FST), atividade vinculada ao Fórum Social Mundial, que reuniu cerca de 30 mil pessoas para discutir o tema: Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental. O evento foi uma preparação para Cúpula dos Povos, grande encontro dos movimentos sociais que acontece paralelamente à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, a Rio+20, em junho deste ano. Durante o FST foram discutidas propostas alternativas que possam influenciar os resultados da conferência, para além daquelas que serão trazidas pelos governos. É preciso reinventar o mundo. Essa foi a ideia que permeou as milhares de atividades do Fórum. As crises recentes vivenciadas no âmbito financeiro, econômico, social, ambiental e ético são indicativos óbvios de que é urgente adotar medidas de transformações profundas que apontem na direção da sustentabilidade. Nesse sentido, uma proposta superficial de ‘economia verde’ preocupa os movimentos sociais, uma vez que ela aparece como uma nova cara para o velho modelo de desenvolvimento, baseado na concentração de riquezas e no consumismo. A conjuntura tem revelado que os poderes estabelecidos não darão as respostas necessárias. Na contrapartida, a população está assumindo papel protagonista na construção de uma nova sociedade. Por todo o mundo cresce o número de pessoas que questionam e confrontam a globalização neoliberal, rompendo o silêncio e exigindo outro modelo de desenvolvimento. A chamada Primavera Árabe, os indignados, os ocupes, e muitos outros ao redor do globo, vêm somando forças, sonhos, ideias para outro mundo, marcado pela busca de justiça, equidade, equilíbrio e respeito ao meio ambiente.
Filipe Borges
Adrielly Santos (SP), Alcindo Costa (CE), Alex Pamplona (PA), Christiane Thomazelli (RR), Enderson Araújo (BA), Filipe Borges (ES), Jhonathan Pino (AL), Juliana Cordeiro (PR), Marcelo Morais (SP), Da Rede de Adolescentes e Jovens Comunicadores; Evelyn Araripe, Ionara Talita e Vania Correia, enviadas da Viração a Porto Alegre (RS)
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Assembleia dos movimentos O ponto alto do Fórum Social Temático foi marcado pela assembleia dos movimentos sociais que reuniu 1.500 pessoas para discutir e aprovar um documento com um conjunto de propostas comuns aos movimentos sociais presentes. Na carta
constava o indicativo de realização de ações conjuntas contra o capitalismo. Entre os temas abordados no documento estão a democratização da comunicação, o fim da violência contra as mulheres, a reforma agrária, o trabalho decente e outros.
Acampamento da Juventude reúne mi litantes de movimentos so ciais, partidários, ON Gs, grupos indígenas e hippies no FST
Filipe Borges
Os desafios para garantir e ampliar a participação dos jovens nos processos decisórios do País foi tema da atividade promovida pela Coordenadoria de Juventude do Governo do Rio Grande do Sul, durante o Fórum Social Temático. Com facilitação do coordenador estadual de Juventude Maurício Piccin, a mesa de debate contou com as presenças da secretária nacional de Juventude, Severine Macedo; Pedro Pontual, da Secretaria Nacional de Articulação Social; Antônio Francisco de Lima Neto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Áurea Carolina de Freitas e Silva, da Associação Imagem Comunitária. Para Pontual, a visão de que os jovens dessa geração são despolitizados é míope e conservadora. “É fundamental desmontar mitos e preconceitos que permeiam o imaginário social em relação à juventude. Essa é a melhor forma de avançarmos na formulação e implementação de espaços e mecanismos de participação”, disse. Antônio Neto também abordou as ideias equivocadas sobre juventude, entre elas a que considera jovens naturalmente combativos, com capacidade para as grandes lutas e transformações. Ele ressaltou a importância dos processos que provoquem esse engajamento e estimulem a participação do jovem. Já Áurea Silva falou sobre as dificuldades sociais, econômicas e políticas que fragilizam a participação de jovens. A aprovação do Estatuto da Juventude, que define e regula os direitos específicos desse segmento populacional, é uma das prioridades tanto para a Secretaria Nacional de Juventude, quanto para o Conselho Nacional de Juventude e o conjunto de movimentos juvenis do Brasil. Esse foi um dos temas tratados por Severine Macedo. Na avaliação de Maurício Piccin, o debate trouxe questões estruturais para o tema, como a dificuldade de estabelecer a juventude como uma pauta importante institucionalmente. “Essa pauta só passa a ser priorizada quando existe pressão direta dos movimentos sociais sob os governos, o gestor por si só não consegue fazer essa mobilização”, concluiu.
Arquivo V iração
Participação juvenil foi tema de debate no FST
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Capa Equações Sustentáveis propõe debate ambiental de um jeito bem descontraído Falar das questões ambientais às vezes pode ser bem cansativo. Termos como sustentabilidade, aquecimento global e mudanças climáticas soam quase como outro idioma para quem não está tão envolvido nesse assunto. Por isso, o movimento Equações Sustentáveis inovou na forma de falar. Durante o Fórum Social Temático, eles apresentaram o jogo de baralho Xitolloio. No jogo os participantes criam situações ambientais a partir das cartas que envolvem pessoas, problemas, valores e ações. Alguns símbolos matemáticos ajudam a mudar o rumo da história inventada pelo grupo. No final, a mensagem que o Xitolloio quer passar é que as pessoas multiplicando as suas ações, dividindo os seus valores, subtraindo os seus problemas, podem chegar às soluções ambientais que almejam.
O Xitolloio pode revolucionar a maneira de falar sobre meio ambiente. Outra vantagem é que o jogo pode ser adaptado de acordo com as ideias e necessidades do grupo. Em breve o baralho ficará disponível na internet, no site do Equações Sustentáveis, para quem quiser baixar, imprimir e começar a mudar o mundo a partir de um jogo.
Mais de 50% da população mundial é urbana. Cerca de dois terços da demanda de energia elétrica vem das cidades, e é também nelas que 75% dos resíduos do mundo são produzidos. Dados como estes foram apresentados no Painel Cidades Sustentáveis, realizado pelo Instituto Ethos, durante o Fórum Social Temático, e revelam que discutir a vida nas cidades é uma questão central para o futuro do Planeta. O debate, mediado por Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, contou com as presenças do socioambientalista Tasso Azevedo, do escritor Frei Beto, do teólogo Leonardo Boff, do secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano no Ministério de Meio Ambiente Nabil Bonduki, do presidente do Instituto Ethos Jorge Abraão, do economista política Ladislaw Dowbor e da ex-senadora Marina Silva. Criar estratégias sustentáveis para garantir a qualidade de vida para os milhões de habitantes das cidades é um grande desafio e passa por variadas e complexas questões: planejamento urbano, saneamento básico, mobilidade, acesso aos serviços, política de resíduos, habitação etc. No centro do debate está a superação da pobreza, que atinge a grande maioria da população urbana, em maior parte afetada pelos problemas do crescimento desordenado das cidades. “Temos uma absoluta concentração de renda e de pessoas por território. Esvaziamento das pequenas cidades e contínuo crescimento das cidades médias, outras metrópoles”, observou Nabil Bonduki. Se por um lado as cidades se configuram num grande dilema para a sustentabilidade, por outro, a forma como estão organizadas podem facilitar a solução dos problemas, uma vez que torna muito mais possível a mobilização de pessoas. “Dentro da cidade, podemos discutir a qualidade de vida do
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Arquivo Viração
Sustentabilidade: o desafio das cidades
Painel Cidades Sustentáveis: a vida nas cidades é central para o futuro do Planeta
Planeta e do País, com a forte possibilidade de que muitas pessoas possam se comprometer em dar sustentabilidade”, destacou Marina Silva. O Planeta já deu provas de que não suportará o atual modelo de vida, baseado no consumo desenfreado, na acumulação de riquezas e na exploração insustentável dos recursos naturais. Para grande parte da humanidade já não há dúvidas de que o capitalismo falhou e que é preciso reinventar outro jeito de estar no mundo. “Precisamos de uma nova mente e um novo coração. E isso requer um sentimento de responsabilidade global e responsabilidade coletiva. Para juntos chegarmos a um modo sustentável de viver”, disse Leonardo Boff. Para Jorge Abraão, as crises vivenciadas atualmente são sinônimos de oportunidade, uma chance que a população mundial tem de decidir um novo caminho. “Essas crises que vivemos – social, ambiental, ética – estão na verdade, integradas, e podemos encarar isso como uma grande oportunidade, de participar de um momento em que podemos construir as diretrizes de um movimento de desenvolvimento sustentável”, concluiu.
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Para que todas as mídias sejam livres Michele Torinelli, do Soylocoporti Entre as várias atividades que tomaram Porto Alegre no final de janeiro, o III Fórum de Mídia Livre (FML) foi palco para a troca de experiências de comunicação e a construção de estratégias comuns. A programação contou com relatos e análises da Primavera Árabe, da luta pela libertação palestina, dos Indignados da Espanha e da regulamentação da mídia no Brasil pós Conferência Nacional de Comunicação e na Argentina – onde a Lei dos Meios (Ley de Medios) foi aprovada. Outro tema de debate foram as “redes em redes”, que partiu de experiências para chegar em perspectivas de apropriação conjunta de práticas e plataformas livres, que facilitem a conjunção das diferentes lutas por uma sociedade mais digna, justa e livre.
3° Fórum de Mídia Livre foi estruturado em eixos que debateram direito à comunicação políticas públicas e apropriação tecnológica
Apropriação tecnológica, direito à comunicação e políticas públicas de comunicação O 3º FML organizou-se a partir desses três eixos complementares entre si. O primeiro abrange as práticas de comunicação e a queda da barreira entre emissor e receptor – mais do que nunca, todos produzem e recebem informação, e surgem remixes e hibridizações. O segundo trata da importância de trazermos à tona os diversos discursos sociais e de garantirmos seu reconhecimento, para que a pluralidade de nossa sociedade encontre espaço nos meios de comunicação e escapemos à ditadura do pensamento único. Já o eixo referente às políticas públicas aborda a necessidade da regulamentação da mídia no Brasil, onde temos um cenário assustador de monopólio da radiodifusão e de falta de transparência e participação social nos processos decisórios. Os eixos se complementam porque não basta nos apropriarmos dos meios acessíveis, desenvolvermos novas linguagens e que a mobilização social aconteça de forma efetiva e horizontal se os artigos da Constituição Federal referentes à comunicação continuarem sendo ignorados e carecendo de regulamentação, mantendo a propriedade dos meios de comunicação de massa em poucas mãos. Mas também não é suficiente garantirmos a democratização da mídia se não houver mobilização, envolvimento e construção de discursos. Além disso, não podemos travar a luta pela democratização da comunicação sem ter como objetivo maior a construção desse outro mundo mais justo e digno, onde todos tenham voz.
2º Fórum Mundial de Mídia Livre e a Rio +20 O 3º FML terminou com um grande chamado à construção do 2º Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), que de acordo com Bia Barbosa, do Coletivo Intevozes, será “mais uma batalha internacional em defesa da comunicação como um direito e também um bem comum”. O encontro acontecerá entre os dias 16 e 18 de junho no Rio de Janeiro como uma das atividades da Cúpula dos Povos. “A ideia é que a comunicação contribua para os processos de luta e resistência dos povos”, indicou Tica Moreno, do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos e da Marcha Mundial de Mulheres. A proposta do 2º FMML surgiu no FSM 2011 em Dakar, no Senegal. O intuito é dialogar com as diversas lutas para tirar uma pauta comum em torno da comunicação. “O debate que une os defensores do midialivrismo e da democratização da mídia não é um debate corporativo, mas uma luta feita por todos que querem mudanças na comunicação brasileira”, defendeu Rita Freire, da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada. E o fato do Fórum Mundial de Mídia Livre ocorrer na Cúpula dos Povos propicia o cenário ideal para que essa construção conjunta se consolide.
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Capa Redes livres: FML discute protocolo para redes sociais dos movimentos Curtir, cutucar, tuitar, postar são verbos cada vez mais presentes na vida dos milhares de brasileiros que aderiram às redes sociais. Além de manter contatos, fazer amigos, acessar informações, cada vez mais as pessoas usam essas redes nas estratégias de militância social. Mundo afora, grandes movimentos de protestos foram articulados via redes sociais como o Twitter e Facebook, a exemplos da Primavera Árabe, os Indignados na Espanha, os Ocupes etc. Pelas redes circularam fotos, depoimentos, vídeos, chamamentos, informações capazes de ampliar a escala dessas ações. Apesar do importante papel que as redes sociais vêm cumprindo no processo de mobilização social, há grande incômodo com o fato de que essas articulações sejam dependentes das redes sociais hegemônicas, propriedade de grandes grupos. “Esse é um problema porque torna os movimentos sociais dependentes dessas plataformas”, comentou Rodrigo Souto, da Cooperativa de Tecnologias Livres (Colivre), durante o Painel que discutiu o Protocolo para as Redes Sociais dos Movimentos, no Fórum de Mídia Livre, no dia 27 de janeiro, em Porto Alegre. Tentado superar essa limitação, diversos grupos têm trabalhado na construção de plataformas livres que possam superar o controle e cerceamento a que estão sujeitos os militantes nas redes proprietárias. Experiências como Colivre, Coolmeia, Nosfero, Phyrtual e outras, são algumas das mais interessantes apresentadas durante o 3º Fórum de Mídia Livre. No entanto, essas experiências ficam muitas vezes dispersas e por isso, enfraquecidas, sem a possibilidade de se conectarem entre si. Nesse sentido, criar um protocolo tecnológico e político para as redes sociais dos movimentos aparece como algo imprescindível para potencializar a luta social, por meio do uso das redes sociais. “São ferramentas fundamentais que vão possibilitar a luta contra as redes hegemônicas”, comentou Rodrigo. O FML levantou uma série de propostas que continuarão sendo discutidas para fechar um protocolo mundial para as redes sociais dos movimentos. É possível obter mais informações e colaborar com essa discussão a partir de um grupo de trabalho criado com esse objetivo. Para mais informações acesse www.forumdemidialivre.org.
Ley de Medios: A experiência argentina partilhada no Fórum de Mídia Livre As discussões do Eixo Mídia e Políticas Públicas foi um dos pontos altos do 3º Fórum de Mídia Livre. Contou com as presenças de Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional para a Democratização da Comunicação e de Judith Gerbaldo, professora da Universidad Nacional de Córdoba. Judith Gerbaldo falou sobre o processo de construção e aprovação da Lei dos Meios na Argentina, revelando experiências que podem servir de inspiração também à realidade brasileira. Provocou a plateia fazendo questões de fundo que, segundo ela, devem orientar a luta por marcos legais das comunicações. “O que estamos buscando com os marcos regulatórios: criar espaços para reproduzir o discurso e a estética dos Meios de Comunicação que temos hoje? Ou queremos buscar outros valores, outros formatos de comunicação? Há que se pensar nos sentidos mais profundos”. A Lei dos Meios, aprovada em 2009 foi resultado da luta de uma coalizão entre mais de 300 representantes de diferentes movimentos sociais, que realizou um amplo processo de mobilização em busca de uma nova lógica para a comunicação no País, somada à vontade política do governo da Cristina Kirchner, que também tinha interesses em construir uma lei que regulasse os veículos. Judith fez questão de destacar que, apesar do grande avanço que representou a aprovação da lei, ainda há um longo caminho a percorrer, que exige muito esforço dos movimentos sociais. “Já temos a lei, agora temos que cobrar e lutar pela sua regulamentação”, concluiu. Um dos pontos fortes da Lei dos Meios trata da divisão do espectro de radiodifusão em partes iguais entre os setores privado, público e sociedade civil (ONGs, Universidades, movimentos sociais).
Saiba mais sobre o Equações Sustentáveis, Fórum de Mídia Livre e Soy Loco nos links: www.equacoessustentaveis.net www.forumdemidialivre.org www.soylocoporti.com
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De olho no Conselho Municipal de Saude para eleição de conselheiros municipais de Saúde Articuladores comunitários promovem mobilização
Fotos: Divulgação
Ana Maria Sacramento e Jefferson Santo, colaboradores da Vira em São Paulo (SP)*; Vânia Correia e Gutierrez de Jesus Silva, da Redação
O
A Plataforma dos Centros Urbanos está chegando ao fim de um ciclo de quatro anos de ações junto a grupos de articuladores locais em mais de 40 comunidades de São Paulo. Após um longo período de reflexão, planejamento e atuação, os diversos atores envolvidos na iniciativa se preparam agora para continuar fortalecidos e atuantes na cidade. Pensando nos desafios em São Paulo, inclusive para garantir a participação popular, uma das linhas de ação trabalhadas pelos grupos é a de fortalecimento e ampliação da incidência política, dentro dos espaços institucionais de participação. Nessa estratégia cabe acompanhamento e participação dos diferentes conselhos gestores na cidade, conferências, apresentação de projetos de lei, e apropriação de outros mecanismos de participação de que dispomos em nossa democracia. Além disso, 2012 é ano de eleições e deixa aberta a possibilidade de construção de plataformas para os candidatos se comprometerem se eleitos, entre outras ações. Foi com esse objetivo que os articuladores comunitários Uranide Sacramento (Grupo Articulador Lata) e Mario Balbino (Grupo Articulador Chácara do Conde) promoveram uma mobilização para a divulgação das eleições dos novos Conselheiros de Saúde do município de São Paulo. A Plataforma dos Centros Urbanos, no mês de janeiro, promoveu uma mobilização para a divulgação das eleições dos novos Conselheiros de Saúde do município de São Paulo. Entendendo o Conselho Municipal de Saúde como espaço de participação da sociedade civil e como instrumento de controle social, esta iniciativa foi de fundamental importância para que os grupos participantes da Plataforma e representantes de diversas comunidades se engajassem no espaço que lhe é de direito, o espaço no qual a sociedade pode exercer o direito civil à participação, previsto na Constituição Federal. Neste caso, a participação aqui referenciada é aquela que permite a corresponsabilização pela gestão municipal da saúde pública.
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Lideranças comunitárias se reúnem para discutir ações locais
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A organização dos articuladores vinculados à Plataforma se propõe a ampliar a participação popular nestes conselhos, via representantes de movimentos sociais com cadeiras garantidas. A aposta é de que conselheiros representando movimentos sociais levem o olhar daquele que é beneficiário do serviço e assim somem força ao trabalho que vem sendo desenvolvido. A eleição aconteceu e o objetivo foi parcialmente atingido. Novos conselheiros foram eleitos, ainda que poucos, conseguiram tomar posse a partir de uma ação do Ministério Público, que foi acionado pela plenária municipal.
A proposta da Plataforma, neste semestre, é trabalhar com os Grupos Articuladores a importância de a sociedade civil assumir o lugar que lhe é de direito, os espaços tangentes à administração municipal e que têm potência para qualificar os serviços de atendimento à população, se o que a população tiver para apontar como fragilidade e demanda for considerada. Sendo assim, continuaremos de olho nos desdobramentos do processo de eleição do Conselho Municipal de Saúde e buscaremos outros espaços participativos que os Grupos Articuladores possam se inserir e colaborar na organização da cidade. V
Moradores das comunidades paulistanas dizem de que forma a Plataforma dos Centros Urbanos contribuiu para o fortalecimento da participação política local. Confira alguns depoimentos: “Participação é um pouco de dedicação e empenho para buscar as informações. Um dos objetivos foi trabalhar questão do setor público e da comunidade, de sentar no mesmo local e traçar estratégias juntos. A Plataforma foi um gancho pra gente se unir, mas ainda falta muita coisa, a gente precisa avançar muito ainda. A gente ainda está no processo de conversa, entrosamento.” Mario Luiz Balbino, Chácara do Conde “A comunidade se envolveu mais com algumas ONGs e associações. A comunidade passou a olhar a atuação não como uma coisa assistencialista, mas como algo uma oportunidade para crescer juntos. Mudou principalmente a consciência do adolescente, que mais consciente pode ter um papel mais forte na comunidade.” Thales Vasconcelos de Almeida, Aricanduva “Reunimos várias pessoas de vários seguimentos profissionais que estão em torno da comunidade para que pudessem se voltar para as questões do direito da criança e do adolescente. Nesse sentido, essas pessoas puderam tocar experiências e conhecer outras pessoas que também se preocupam com a comunidade, com os serviços públicos. E os outros benefícios foram de qualificação, poder participar junto com a Plataforma de outros encontros e fóruns e outras informações que deram à comunidade mais condição de se preparar para diminuir a desigualdade que existe hoje.” José Jailson da Silva, Sonho Azul “Pela primeira vez, a Plataforma dos Centros Urbanos teve a iniciativa de convocar outras organizações, juntar esforços em prol deles mesmos. Então, o ganho pra comunidade foi este: um grupo mais articulado, que fala a mesma linguagem, tem as mesmas propostas e quer progredir com atividades pela frente.” Carlos Ivan Aponte, Jaguaré “Hoje, nós temos um grupo dentro da comunidade, mais fortalecido, e nós temos facilidade de encontrar caminhos pra resolver alguns problemas. Os ganhos foram: mobilização da comunidade, autoestima e possibilidade de influência do desenvolvimento local.” Celiane de Oliveira, São Luiz
Plataforma dos Centros Urbanos A Plataforma dos Centros Urbanos (PCU) é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidades para a Infância (UNICEF) voltada para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. O objetivo é reduzir as iniquidades garantindo que as crianças e adolescentes, de regiões periféricas das cidades, possam crescer e se desenvolver integralmente como previsto no ECA. A iniciativa é desenvolvida em ciclos com duração de quatro anos (2008 a 2011) e está sendo implementada inicialmente nas cidades de São Paulo e Itaquaquecetuba (SP) e Rio de Janeiro (RJ). A Viração Educomuncação é parceira técnica do UNICEF nessa ação, atuando diretamente na formação de adolescentes que, por meio da comunicação, mobilizam as comunidades em torno de seus direitos.
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Faz Cultura
CULTURA MARGINAL: A CULTURA DAS PERIFERIAS Rap, Grafite, Sarau, Literatura Marginal, Rinha de MC's, repente, entre outras manifestações, se aplicam à Cultura Marginal Enderson Araújo, do Virajovem Salvador (BA)* Cultura Marginal é a manifestação artística e cultural realizada pela população que vive à margem da sociedade. A jornalista, ativista e militante Jéssica Balbino explica que a Cultura Marginal teve início nas senzalas, com os escravos que praticavam capoeira e outras manifestações culturais africanas. As rodas de capoeira aconteciam à noite, nos momentos em que estavam longe dos olhos repressores dos senhores da fazenda. Atualmente é possível perceber semelhanças entre as rodas de capoeira do tempo da escravidão e as apresentações de Hip-Hop atuais, assim como sarais literários, organizados nas periferias do País, nas calçadas, em botecos ou em locais que as comunidades costumam se encontrar. No Brasil há um grande número de sarais literários promovidos em comunidades, onde são apresentadas composições de artistas tidos como marginais. V
RAPente, essa é uma das misturas que está dando certo, criada pelo rapper Rapadura Xique Chico, é uma mistura do Rap com repente, mais um fruto da Cultura Marginal e quem escuta gosta! É um Rap diferenciado dos tradicionais. Tanto o Rap quanto o Repente são frutos da cultura marginal. Dentro destes dois contextos podemos dizer que o Rap e o Repente são diferentes na regionalidade.
O Repente (conhecido também como desafio) é uma tradição folclórica brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso – a criação de versos "de repente".
Em São Paulo e em Salvador rolam alguns espaços interessantes como: Sarau Bem Black (BA), Sarau da Cooperifa (SP), Sarau do Subúrbio (BA), Sarau da Vila Fundão (SP), Sarau Suburbano Convicto (SP), entre outros espalhados pelo Brasil.
Os Sarais costumam acontecer uma vez por semana, e reúnem a massa das periferias e dos militantes dos movimentos que norteiam a Cultura Marginal. Alguns declamadores dos Sarais acabam se descobrindo, e tornam-se escritores de Cultura Marginal.
Entre os escritores formados nas periferias e nos Sarais, temos: Renan Inquérito, autor de #Poucas Palavras, Toni C., autor de O Hip Hop está morto, e Jéssica Balbino, que escreveu Traficando Conhecimento.
O Rap feito por improviso é chamado de Freestyle, que se caracteriza principalmente por letras improvisadas do rapper. As "batalhas de MCs" são uma das principais atrações do gênero.
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (ba@viracao.org)
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E eu com isso?!
Parceria que fortalece
l de Juventude e Convênio firmado entre a Secretaria Naciona s públicas para jovens órgãos estaduais visam fortalecer política
Dagner Silva, Douglas Silva, Marcos Craveiro, Raiclin Vasconcelos e Leonardo Nora, do Virajovem Rio Branco (AC)*
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arantir a qualidade de vida e gerar oportunidades para a realização pessoal e profissional dos jovens brasileiros são os pontos centrais de um programa da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), buscando aperfeiçoar as políticas públicas para jovens de todo o País, construindo bases de um projeto que integra qualidade de vida, desenvolvimento econômico e valorização da biodiversidade. A partir dessa base sólida, planejou-se uma Política Nacional de Juventude que procura garantir aos jovens cada vez mais educação, saúde, cultura, esportes, lazer, formação profissional, participação política e oportunidades concretas para construir seus sonhos. A Secretaria, por meio convênio nº 764051/2011, fortalece as políticas públicas de juventude nos Estados brasileiros. O Acre aderiu a esse projeto para fortalecer as ações praticadas em seus municípios. Com uma pesquisa realizada por um órgão local com cerca de três mil jovens dos sete maiores municípios locais, notou-se que quase 70% não possui perspectiva de vida ao final do ensino médio. Com base no resultado da pesquisa, a Assessoria Especial de Juventude do Estado do Acre (ASSEJUV), em parceria com a SNJ, potencializou as políticas de juventude no Estado, com o fortalecimento do Conselho Estadual de Juventude e a criação, em pelo menos 50% dos municípios, dos Conselhos Municipais de Juventude, espaços para fomentar as políticas públicas para o segmento no Estado, além de apoiar a criação de órgãos municipais. A realização do convênio será feita de três formas: criação de conselhos municipais de juventude, potencialização do conselho estadual e seminários locais, regionais e estaduais de discussão de políticas públicas no Estado.
A juventude do Acre, bem como a do Brasil, precisa de atenção especial, pois não somos somente o futuro da nação, mais sim o presente construindo o futuro, e precisamos de políticas específicas voltadas à alimentação, educação, cultura, saúde, esporte. Todas visando a garantia do direito a uma vida digna dentro de um País em crescimento potencial. O valor do convênio assinado é de até 150 mil reais com a participação de mais 10% dos Estados. No Acre o convênio beneficiará jovens entre 15 e 29 anos, num total de 29,3% da população acreana. No entanto, o público-alvo das ações será a parcela da população jovem que se encontra em situação de risco e vulnerabilidade social. V
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (ac@viracao.org)
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No Escurinho
Corrente do bem as de jovens de grandes centros urbanos Personagem de Estamos Juntos retrata dilem
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ealizador de documentários e de longas-metragens de ficção, o diretor e roteirista paulistano Toni Venturi faz do cinema um instrumento de releitura de eventos e personagens históricos (O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes, Cabra-cega, Vocacional, uma Aventura Humana), bem como de reflexão sobre o tempo em que vivemos (Latitude Zero). Seu mais recente filme, Estamos Juntos, se mantém fiel a esse comprometimento sociopolítico. Ao mesmo tempo, procura envolver o espectador por meio de uma história intimista, concentrada nos dramas de sua personagem principal, Carmen (Leandra Leal). Ela saiu de uma cidade no interior do Rio de Janeiro para morar em São Paulo, onde faz residência em um hospital público. Uma enfermeira (Debora Duboc) a convida a desenvolver uma ação educativa voluntária em um prédio ocupado pelo movimento dos sem-teto. Há também um amigo (Cauã Reymond) que a acompanha nos momentos de diversão, e um rapaz misterioso (Lee Taylor) que parece funcionar como seu confidente, mas que talvez seja uma outra coisa. Enquanto nos aproximamos de Carmen e nos identificamos com ela, notamos suas fragilidades e a profunda solidão em que vive na metrópole. Assim, vai se construindo uma trama que interliga diversos cenários sociais presentes em uma grande cidade. O eixo adotado por Venturi é a ideia de solidariedade, ou o conforto e apoio que ela pode nos dar quando agimos como se estivéssemos todos juntos. Carmen resume alguns dos dilemas de parcela da população jovem brasileira, principalmente a de quem vive em centros urbanos. Estar cercado de muita gente, e estabelecer vínculos por meio de tecnologia ou de encontros efêmeros, não significa necessariamente manter laços efetivos (e afetivos) com essas pessoas.
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Divulgação
Sérgio Rizzo, crítico de cinema*
Cartaz do filme Estamos Juntos, de Toni Venturi
* www.sergiorizzo.com.br
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Que Figura!
Ativista da justiça e
fé
agricultores que estão “Não vou fugir nem abandonar a luta desses o sagrado direito a uma vida melhor desprotegidos no meio da floresta. Eles têm com dignidade sem devastar” numa terra onde possam viver e produzir Irmã Dorothy Stang
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tuante na Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação, a Irmã Dorothy Mae Stang, mais conhecida como Irmã Dorothy, foi uma missionária estadunidense que naturalizou-se brasileira, atuante nos movimentos sociais paraenses e, sobretudo, com os trabalhadores rurais da Região do Xingu. Com coragem e determinação, lutou pela garantia de direitos dos trabalhadores do campo da região da Transamazônica, no Pará. Defensora de uma reforma agrária justa, empenhou-se na busca de soluções para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazônica. Irmã Dorothy nasceu em Dayton nos Estados Unidos, no dia 7 de junho de 1931 e foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005 em Anapu (PA). Irmã Dorothy ingressou na vida religiosa em 1948, emitindo seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência em 1956, na congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur, fundada em 1804. Sua atuação no Brasil teve início em 1966 na cidade de Coroatá, (MA). Fundou a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica, que corta ao meio a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande. Sua atuação junto aos trabalhadores do campo despertou a ira de muitos que viam o seu trabalho pela reforma agrária como uma ameaça a interesses gananciosos. Conforme veiculado pela mídia em 2005, a Irmã Dorothy Stang foi assassinada com sete tiros, aos 73 anos de idade, na manhã do dia 12 de fevereiro daquele ano em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros do município de Anapu (PA). É ali que seu corpo está enterrado e recebe as homenagens de muitos que nela reconhecem as virtudes heroicas da matrona cristã. De acordo com uma testemunha, antes de receber os disparos que acabariam com sua vida, indagaram se Irmã estava armada, ela afirmou: "Eis a minha arma!" e mostrou a Bíblia Sagrada. Leu ainda
alguns trechos da Sagrada Escritura para aquele que logo em seguida lhe mataria. Consta que os envolvidos na morte de Irmã Dorothy foram presos, julgados e condenados. Pode se dizer que a irmã Dorothy viveu intensamente a palavra oração. Ela não ficou apenas dentro das igrejas, mas sobretudo vivenciou a ação, lutando por aqueles que muitas vezes têm sua voz silenciada. Dorothy pode ter sida calada fisicamente, mas sua morte fez ressoar aos quatro cantos do mundo a situação de quem luta pela igualdade de direito, inclusive o de ter onde morar e produzir, não deixando que ele fosse apenas desfrutado por uma minoria econômica. V *Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (go@viracao.org)
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Sexo e Saúde
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uito se fala em métodos contraceptivos. Talvez, os mais conhecidos sejam a camisinha, usada por homens, e a pílula anticoncepcional, utilizada por mulheres. Diante das inúmeras possibilidades para evitar uma gravidez ou uma doença sexualmente transmissível, muitas dúvidas podem surgir. Crianças e adolescentes da Associação BemVindo expõem suas dúvidas sobre sexualidade em uma caixa de segredos. Confira algumas delas sobre a questão respondidas pelas psicólogas e educadoras Jaqueline Magalhães e Priscila Fugiwara, do Programa Adolescer, um dos projetos da associação, com sede em São Paulo.
Cristiane Rosa, de São Paulo (SP)* O homem pode tomar pílula ou só a mulher? Não, o homem não pode tomar pílula anticoncepcional. A pílula age impedindo que a mulher ovule, ou seja, que ela libere um óvulo para ser fecundado por um espermatozoide, o que geraria um bebê. A ovulação é um processo exclusivo da mulher, não acontece com os homens. Assim, estes não devem tomar pílula, o que pode inclusive fazer mal à saúde deles. Lembrando que é super importante conversar com um médico antes de iniciar o uso de qualquer medicamento. Se o homem fizer vasectomia, ele continua sentindo prazer? Sim. A vasectomia apenas interrompe o canal pelo qual passariam os espermatozoides, para impedir a gravidez. Isso não está relacionado à sensação de prazer envolvida na relação sexual. Masturbação causa ejaculação precoce? Não, a masturbação não causa ejaculação precoce. A ejaculação precoce está mais associada à ansiedade na hora da transa do que à prática da masturbação. É comum também associarem a masturbação ao crescimentos de pelos nas mãos e espinhas no rosto, mas isso não acontece. O aparecimento de pelos e espinhas estão relacionadas às próprias mudanças na puberdade devido à ação hormonal, e não por causa da masturbação. Não é possível identificar as pessoas que se masturbam pela aparência física dela, ou seja, o comportamento masturbatório não cria sinais ou características na aparência de ninguém.
V
Mande suas dúvidas sobre Sexo e Saúde, que a galera da Vira vai buscar as respostas para você! O e-mail é redacao@viracao.org
*www.bemvindo.org.br
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Rango da terrinha
Importado do Norte
ssível não Ao passar pela cidade de Lagarto, é impo o degustar a maniçoba com o toque sergipan
Grace Carvalho, do Virajovem Lagarto (SE)*
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inda que não haja muitos indícios que comprovem, estudos recentes evidenciam que no final do século 19, a maniçoba, prato indígena típico da cidade de Lagarto, em Sergipe, feito com folhas cozidas e moídas da mandioca (ou maniva), teria chegado à cidade, vinda, provavelmente do Pará, de onde o prato é originário, ou do Recôncavo Baiano. Segundo Claudfranklin Monteiro, doutorando em História pela Universidade Federal de Pernambuco, “o prato naturalizou-se lagartense por importação, certamente no comércio interprovincial de escravos ou até mesmo de uma iniciativa particular”. O tempo de preparo da maniçoba dura cerca de quatro dias, visto que é preciso retirar todo o ácido cianídrico da planta, que é venenoso. No prato também são acrescentadas carne suína e bovina, e ingredientes salgados e defumados. Tradicionalmente, na cidade de Lagarto, a maniçoba é servida com cuzcuz, outro prato típico da região, ou ainda com farinha de mandioca, aipim ou como desejar. V
Ingredientes 3 kg de maniva moída (folha da mandioca brava) 1/2 kg de toucinho 1/2 kg de carne seca 1/2 kg de linguiça portuguesa 1/2 kg de paio 1/2 kg de lombo de porco 1/2 kg de orelha de porco 1/2 kg de rabo de porco Alho e pimenta de cheiro a gosto Foto s: D ivul gaç ão
Modo de preparo
No primeiro dia, em uma panela grande com bastante água, coloque a maniva moída para ferver durante o dia em fogo brando, sem deixar a água secar. No segundo dia, acrescente toucinho, deixando ferver novamente durante todo o dia e no terceiro, escalde todas as carnes e coloque-as na panela da maniva para ferver, mexendo de vez em quando. Já no quarto dia, acrescente o alho espremido e a pimenta, deixando ferver por mais seis horas, mexendo de vez em quando. Depois é só servir como preferir! *Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (se@viracao.org)
CUPOM DE ASSINATURA anual e renovação 12 edições ++ newsletter É MUITO FÁCIL FAZER OU RENOVAR A ASSINATURA DA SUA REVISTA VIRAÇÃO Basta preencher e nos enviar o cupom que está no verso junto com o comprovante (ou cópia) do seu depósito. Para o pagamento, escolha uma das seguintes opções: 1. CHEQUE NOMINAL e cruzado em favor da VIRAÇÃO. 2. DEPÓSITO INSTANTÂNEO numa das agências do seguinte banco, em qualquer parte do Brasil: • BANCO DO BRASIL – Agência 2947-5 Conta corrente 14712-5 em nome da VIRAÇÃO OBS: O comprovante do depósito também pode ser enviado por fax. 3. VALE POSTAL em favor da VIRAÇÃO, pagável na Agência Augusta – São Paulo (SP), código 72300078 4. BOLETO BANCÁRIO (R$2,95 de taxa bancária)
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m de Projeto pretende fortalecer o Conselho Virajove adolescentes Curitiba, articulando, formando e mobilizando ação para o exercício do direito humano à comunic Texto: Vinícius Gallon, do Virajovem de Curitiba (PR)* Fotos: Flávio Freitas
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PREÇO DA ASSINATURA
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esde a criação do primeiro Conselho Virajovem no Paraná, em 2006, a Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência busca contribuir com o seu funcionamento. No entanto, após um período de muita produção, os integrantes do conselho foram iniciando outras atividades pessoais e profissionais, o que passou a dificultar a atuação de todo o grupo. Partindo da análise deste cenário, a Ciranda elaborou, em conjunto com alguns dos participantes remanescentes, um projeto para fortalecer o Conselho Virajovem de Curitiba. Para viabilizar este sonho, o projeto foi apresentado ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (Comtiba), órgão responsável por formular, deliberar e controlar as políticas e ações ligadas à infância e adolescência na cidade e também por gerir o Fundo Municipal para a Criança e o Adolescente (FMCA). O Comtiba avalia os projetos e os aprova de duas formas: dando um certificado de que aquela iniciativa pode captar Imposto de Renda junto a pessoas físicas e empresas, ou destinando os recursos que já estão na conta do Fundo. O projeto Viração Curitiba entrou nessa última modalidade, recebendo 40 mil reais. O principal objetivo do projeto é promover a integração e a atuação coletiva de adolescentes de diversas regiões do município, unindo, especialmente, meninos e meninas que já fazem parte de grupos, grêmios, redes de jovens e movimentos juvenis relacionados a questões de gênero, étnico-raciais, direitos da criança e do adolescente, pessoas com deficiência, LGBT, ambientalistas e o que mais for de interesse destes públicos. Ao todo, serão 200 adolescentes, entre 14 e 17 anos, envolvidos em ações de articulação e formação. As primeiras ações já começaram no fim de 2011 e, este ano, terão continuidade por meio de oficinas itinerantes de formação em educomunicação, produção de conteúdo para a Revista Viração e para a Agência Jovem de Notícias, além da participação em eventos, mobilizações e atos públicos. V
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País e no Distrito Federal (pr@viracao.org)
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