Revista Viração - Edição 86 - Julho/2012

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s o r i e c r a p s o s Nos

Sexo e Saúde

pelo Brasil

Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência www.ciranda.org.br

Grupo Conectados de Comunicação Alternativa GCCA - Fortaleza (CE) www.taconectados.blogspot.com

Gira Solidário Campo Grande (MS) www.girasolidario.org.br

Movimento de Intercâmbio de Adolescentes de Lavras – Lavras (MG)

Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE) www.catavento.org.br

Casa da Juventude Pe. Burnier – Goiânia (GO) www.casadajuventude.org.br

Universidade Popular – Belém (PA) www.unipop.org.br

Mídia Periférica - Salvador (BA) www.midiaperiferica.blogspot.com.br

Oi Kabum - Rio de Janeiro (RJ) www.oikabumrio.org.br

Projeto Araçá - São Mateus (ES) www.projetoaraca.org.br

Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR) grupomakunaimarr.blogspot.com

Auçuba - Comunicação e Educação Recife (PE) aucuba.org.br

Agência Fotec – Natal (RN)

Jornal O Cidadão – Rio de Janeiro (RJ) ocidadaonline.blogspot.com

Lunos - Boituva (SP) www.lunos.com.br

Cipó Comunicação Interativa Salvador (BA) www.cipo.org.br

Rede Sou de Atitude Maranhão São Luís (MA) www.soudeatitude.org.br

Projeto Juventude, Educação e Comunicação Alternativa Maceió (AL)

Avalanche Missões Urbanas Underground Vitória (ES) www.avalanchemissoes.org

União da Juventude Socialista – Rio Branco (AC) ujsacre.blogspot.com


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, s a m o i d i s o t i u M . . . a r u t r e b o c a m u

Conteúdo

ão. Pela ra a Viraç a p l s ia c e o esp cluindo o mês muit países, in m 8 u 1 i e fo d ra s o u n unh obert imos jove a maior c vez, reun rticipar d a p de primeira ra a p ns, m número s s virajove otícias, e N e dio e foto d rá m brasileiro e e cia Jov ramas d n g ê g ro A p es , d s la a e to da p omunid os, tex va realiza ia Livre, c idos. Víde z íd u M d e ro d p v l colaborati s undia stentá el teúdo º Fórum M imento Su s e de con 2 lv , o te s v n o n a v e ip o s P e ic s D part ação, ra o ula do a comunic Unidas pa Blast, Cúp s m e o õ th c ç u a e o N d Y a s a da intimid sobre va. onferência strou ter olaborati sobre a C ue demon q ra 20 le bertura c a o g cariocas e c a a m u m re a Rio+ u r b o e o ipado d zidos s duzidos p u ic d ro rt p a ro p p m s m ra fo údo ais ca havia 00 conte iais, jorn s que nun erca de 5 redes soc c , s s ito o ia mesmo o c r tí ta d o ecial e o m de N os adap agem esp ncia Jove rt Procuram ê o g p A re a a d de ite o, n dos no s s 16 dias de Janeir ectos do e publica s no Rio p o s it a fe is s a e ip rinc fanzin orda os p murais e pia s, que ab ó n + io sobre tera R s página ortagem p re a . m m u re jove 3º ocê confe rtura do cobertura edição, v re a cobe b ta o s s e n e a s d a o Ain un s de drog acontece a usuário eiros, que u g lo ! B destinada ra e u d oa leit Nacional or (BA). B d a Encontro lv a S aio, em final de m

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Quem somos A

Viração é um uma organização não governamental (ONG), de educomunicação, sem fins lucrativos, criada em março de 2003. Recebe apoio institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo e da ANDI - Comunicação e Direitos. Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 22 Estados, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses oito anos, estão Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, ao lado, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira Lima Diretor Executivo da Viração – MTB 27.300

Conheça os Virajovens em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal Belém (PA) Boa Vista (RR) Boituva (SP) Brasília (DF) Campo Grande (MS) Curitiba (PR) Fortaleza (CE) Goiânia (GO) João Pessoa (PB) Lagarto (SE) Lavras (MG) Lima Duarte (MG) Maceió (AL) Natal (RN) Picuí (PB) Recife (PE) Rio Branco (AC) Rio de Janeiro (RJ) Salvador (BA) S. Gabriel da Cachoeira (AM) São Luís (MA) São Mateus (ES) São Paulo (SP) Vitória (ES)

Copie sem moderação! Você pode: • Copiar e distribuir • Criar obras derivadas Basta dar o crédito para a Vira!

Apoio Institucional

Asso

ciazione Jangada

Quem faz a Vira Jéssica Delcarro, do Virajovem São Mateus (ES)

Gizele Martins, do Virajovem Rio de Janeiro (RJ), entrevista Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, durante a Youth Blast – Conferência de Jovens para a Rio+20, que aconteceu entre 7 e 12 de junho, na capital fluminense

Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 03


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Versão LGBT

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Editora muda a orientação sexual de heróis consagrados numa tentativa de buscar novos públicos

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Faça você mesmo

Uma lata velha pode virar câmera fotográfica! Confira na seção Como se faz!

Adulto que engatinha

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 22 anos, mas apenas agora começa a dar seus primeiros passos com autonomia

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Sem hora pra voltar

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Conheça o jovem artista circense Theo Macedo, que largou a faculdade de Teatro para seguir viagem junto com um circo

Conversa sobre direitos

3º Encontro Nacional de Blogueiros debate direito humano à comunicação, liberdade de expressão na internet e a importância da blogosfera

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Sempre na Vira

Manda Vê . . . . . . . . . . . . . 06 Imagens que Viram . . . . . 26 No Escurinho . . . . . . . . . . 30 Que Figura . . . . . . . . . . . . 31 Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 32 Rango da Terrinha . . . . . . 33 Parada Social . . . . . . . . . . 34 Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

do interior de Alagoas Comunidade terapêutica e, rnos que, voluntariament recupera 80% de seus inte gas dro das r decidem se livra

Perspectiva de um mundo melhor Confira como foram os 16 dias de debates sobre justiça socioambiental, que mobilizaram milhares de pessoas de todo o mundo para discutir alternativas sustentáveis para o planeta

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Volta por cima

Amazonas na dança

Mostra de Dança de Manaus (Modama) divulga grupos artísticos do Estado em sua 17ª edição

Iniciativa popular

Há dez anos, professores de escolas públicas da região metropolitana de São Paulo ajudam jovens da periferia a passar no vestibular

RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Revista Viração - ISSN 2236-6806 Conselho Editorial Eugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão, Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara Luquet e Valdênia Paulino

Conselho Fiscal Everaldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira

Direção Executiva Paulo Lima e Lilian Romão

Equipe Bruno Ferreira, Elisangela Nunes, Eric Silva, Gisella Hiche, Gutierrez de Jesus Silva, Ingrid Evangelista, Julia Dávila, Rafael Stemberg, Sonia Regina e Vânia Correia

Administração/Assinaturas

Conselho Pedagógico

Douglas Ramos e Norma Cinara Lemos

Alexsandro Santos, Aparecida Jurado, Isabel Santos, Leandro Nonato e Vera Lion

Mobilizadores da Vira

Presidente Juliana Rocha Barroso

Vice-Presidente Cristina Paloschi Uchôa

Primeiro-Secretário Eduardo Peterle Nascimento

Acre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino), Amazonas (Cláudia Ferraz e Gabriela Ferraz), Bahia (Everton Nova e Enderson Araújo), Ceará (Alcindo Costa e Rones Maciel), Distrito Federal (Mayane Vieira), Espírito Santo (Jéssica Delcarro e Leandra Barros), Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço), Maranhão (Sidnei Costa, Nikolas Martins

e Maria do Socorro Costa), Mato Grosso do Sul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (Emília Merlini, Reynaldo Gosmão e Silmara Aparecida dos Santos), Pará (Alex Pamplona), Paraíba (Manassés de Oliveira), Paraná (Juliana Cordeiro e Vinícius Gallon), Pernambuco (Edneusa Lopes), Rio de Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande do Norte (Alessandro Muniz), Roraima (Graciele Oliveira dos Santos), Sergipe (Grace Carvalho) e São Paulo (Alisson Rodrigues, Gutierrez de Jesus Silva e Verônica Mendonça).

Projeto Gráfico Ana Paula Marques e Cristina Sayuri

Revisão Izabel Leão

Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTb 27.300

Divulgação Equipe Viração

Arte

E-mail Redação e Assinatura

Ana Paula Marques e Manuela Ribeiro

redacao@viracao.org assinatura@viracao.org

Colaboradores Antônio Martins, Carla Renieri, Evelyn Araripe, Heloísa Sato, Ionara Silva, Julia Daniel, Márcio Baraldi, Mariana Matos, Natália Forcat, Novaes, Rogério Zé e Sérgio Rizzo.

Preço da assinatura anual Assinatura Nova Renovação De colaboração Exterior

R$ 65,00 R$ 55,00 R$ 80,00 US$ 103,00


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A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

Fale com a gente! Via E-mail

Sou estudante de Psicologia e Sirley, que prazer dirigente sindical na Federação dos receber sua mensagem e Trabalhadores Na agricultura do Estado de mais ainda em saber que você Sergipe. Sou da Secretaria de Juventude da quer contribuir com a Viração de Entidade. Conheci a Viração na 2ª Conferência forma voluntária. Seria legal se você Nacional de Juventude e no 1º Seminário Nacional de conseguisse formar um conselho Juventude Rural e Políticas Públicas, onde observei jovem da Viração aí em Aracaju. com mais proximidade a atuação da Organização. Vamos entrar em contato para Via Facebook Gostaria de me tornar voluntária da Vira para ver os detalhes da contribuir na promoção social da juventude Fiquei encantada com a cobertura sua atuação. e divulgar as ações de juventude aqui da Agência Jovem de Notícias em Sergipe. Internacional da Viração no Rio de Janeiro. Vocês conseguiram unir a leveza dos textos, a Sirley Ferreira eficiência da galera e as fotos lindas. O conteúdo está fantástico porque abordaram temas tão difíceis de uma forma tão clara para nosso Via E-mail entendimento. Valeu, galera que VIROU mesmo. Temos um conselho Estou contando o tempo para receber a Olá, sou aluno de Jornalismo jovem da Viração aí em Revista Viração sobre a Rio+20! Valeu! da Universidade Federal do Curitiba, em parceria com a Paraná (UFPR), em Curitiba, e Fátima Ribeiro, de Lavras (MG) ONG Ciranda. Vamos fazer gostaria de saber como posso essa ponte entre vocês. Seria me envolver com o trabalho da muito bom termos a sua Viração na minha cidade. colaboração! Lucas Sales

Diga lá

Obrigado, querida Fatinha, nossa mobilizadora de Lavras (MG)! A integração com jovens de outros países em uma cobertura colaborativa foi uma experiência inédita e muito gratificante para a Vira! Que venham outros momentos como esse!

A Viração Educomunicação não utiliza mais o perfil no Twitter @viracao. Apropriaram-se da nossa senha para divulgar ações e ideias que não são da organização. Convidamos a todos para seguir o nosso novo perfil @viracao_oficial.

Perdeu alguma edição da Vira? Não esquenta! Agora você pode acessar, de graça, as edições anteriores da revista na internet: www.issuu.com/viracao Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para Rua Augusta, 1239 - Conj. 11 - Consolação - 01305-100 - São Paulo (SP) ou para o e-mail: redacao@viracao.org Aguardamos sua colaboração!

Siga a Vira no Twitter: @viracao_oficial. E também confira a página e o perfil da Viração Educomunicação no Facebok.

Ponto G Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem da Vira, onde se lê “o jovem” ou “os jovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”, assim como outros substantivos com variação de masculino e feminino.

Parceiros de Conteúdo


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Manda Vê Alessandro Muniz e Isadora Morena, do Virajovem Natal (RN); e Nealla Machado, do Virajovem Campo Grande (MS)*

A palavra sustentabilidade tornou-se corriqueira nos últimos anos, principalmente com a maior preocupação com as mudanças climáticas. O conceito, antes só utilizado por ambientalistas e pesquisadores, hoje é frequente nas conversas, jornais e até nos produtos e propagandas. Todos querem dizer que “protegem o meio ambiente”. Mas, de fato, o que isso significa? O termo remete à sustentação, ou seja, algo que é capaz de durar, que não tende para o fim. O portal Greenpedia define sustentabilidade como o desenvolvimento baseado no equilíbrio entre as dimensões ecológica, social e econômica, com o objetivo de reorientar o impacto humano no ambiente. Mas, será que a humanidade, vivendo sob o modelo capitalista, que precisa de lucro e crescimento econômico incessantes, pode se tornar sustentável? Ou seria preciso outro modelo? Por isso, perguntamos aos jovens:

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A sustentabilidade e possivel no mundo de hoje? Keyciane Pedrosa, 21 anos, Campo Grande (MS)

Danilo Bezerra, 18 anos, Almino Afonso (RN) “Sustentabilidade e capitalismo juntos são a grande questão. Dizer que vão parar com o ‘progresso’ é algo complicado de se acreditar, isso afetaria os planos 'gigantes'. Sustentabilidade não é fazer com que a natureza se adapte à economia, mas a economia se adaptar à natureza, aí sim chegaremos a um ponto de partida. Não sou contra o progresso, mas um erro não conserta o outro.”

06 Revista Viração • Ano 10 • Edição 86

“O que falta é compreender que tudo está interligado. Que educação de qualidade inclui educação ambiental e educação para o consumo, e saúde de qualidade inclui políticas sanitárias eficientes e de promoção de bem estar. Se os diferentes setores perceberem que lutar pelo meio ambiente é uma causa comum – não só dos ecochatos – aí sim, sustentabilidade será um sonho possível e André Souza, 18 anos, realizável.” Cuiabá (MT)

“É possível desde que as pessoas engajadas em questões socioambientais encontrem apoio nas políticas públicas, visto que se a maior porção (entidades competentes e políticos) não der apoio, o esforço é completamente em vão. E se tornaria mais possível ainda se todos os planejamentos, metas e ideais tomassem forma e se concretizassem, fazendo com que conferências internacionais fossem feitas apenas para definir rumos e não traçar metas.”

*Virajovens presentes em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal


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Nadjara Martins, 18 anos, Natal (RN)

Andrey Felipe Correia, 19 anos, Campo Grande (MS)

“Sim. É claro que a lógica capitalista incentiva um padrão de consumo que exige uma produção exagerada e, portanto, mais devastação. O detalhe é que determinadas práticas podem minimizar os efeitos que a produção humana causa na natureza. Eu acho que o que falta ainda é educação ambiental, conscientização, e acima de tudo, esforço por parte dos governos e empresas privadas.”

“Suponho que a sustentabilidade é sim possível, no entanto, improvável. Temos de depender das pessoas mais poderosas, e são exatamente essas que mais impedem o desenvolvimento sustentável. Logo, a saída seria a tomada do poder pelas classes inferiores, e esse dia, quando, e se chegar, pode ser tarde demais.”

Pablo Eleutério, 23 anos, Natal (RN)

“Sim, é possível, desde que os paradigmas dessa sociedade sejam quebrados e se adotem novas formas de vida, desde o consumo de bens materiais até a forma de se relacionar com o próximo, reconstruindo uma nova sociedade mais humanizada.”

Fernanda Figueiredo, 18 anos, Natal (RN) “Não. Porque o modelo de produção que a gente tem descontrola a natureza. Produzimos até o que é ‘natural’ (leia-se, animais e plantas) além da conta. Então, é impossível ter sustentabilidade com um modelo desses, que produz demais para o consumo exagerado por uma minoria.”

Debora Bah, 23 anos, Campo Grande (MS) “Sim. Desde que não seja vista como um problema econômico, mas coletivo. Sustentabilidade é, antes de tudo, educação, um lance cultural. Não é só esperar que sejam criadas regras e limites para o consumo e convívio sociedade-ambiente. Tem que partir de uma reflexão individual e da iniciativa individual também.”

Não é de hoje

Faz Parte

Decrescimento! Um conceito criado em 1970 pelo romeno Nicholas Georgescu-Roegen que questiona o pensamento dominante de que é preciso um crescimento constante da produção econômica dos países, o que, segundo a ideia de decrescimento, é algo insustentável para o ecossistema global. Atualmente existe uma rede internacional e uma brasileira pelo decrescimento. O movimento, além de questionar o modelo vigente, articula-se com iniciativas “decrescentistas”, como a agroecologia, a permacultura e a economia solidária.

As preocupações com o meio ambiente vêm de muito tempo, como uma resposta à industrialização que começou a consumir os recursos naturais do planeta desde o início do século 20. Com o término da Segunda Guerra Mundial e com o início da Guerra Fria, as preocupações com o meio ambiente mudaram e aumentaram. A descoberta e a utilização da energia nuclear e a criação de grupos direcionados à proteção ambiental redimensionaram o pensamento e as políticas públicas de proteção dos recursos naturais do planeta. Nesse contexto, conferências ambientais como a ECO 92 e Rio+20, realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) aparecem como uma tentativa de organizar suas políticas e propostas em relação às preocupações ambientais, impulsionadas principalmente por preocupações de organizações civis.


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Heróis

cor-de-rosa?

Reformulação editorial e busca por novos públicos faz editora mudar a orientação sexual de heróis consagrados Alan Fagner Ferreira, Alan Fagner Ferreira, do Virajovem Maceió (AL) do Virajovem Maceió (AL)*

08 Revista Viração • Ano 10 • Edição 86

Marcelo Meneses

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eu nome é Alan Scott. Ele costumava usar uma roupa verde e negra o que combinava com seu próprio codinome e com a tropa a qual pertencia, a dos Lanternas Verdes. No entanto, algo mudou. Agora ele usa também uma echarpe cor-de-rosa e um short curtinho para valorizar sua silhueta. E diante do espelho, se achando super poderoso, ele dispara: “Ai, como eu tô bandida!” Nada disso aconteceu, mas isso, ou quase isso, é o que muitos fãs de quadrinhos acreditam que irá acontecer com Alan Scott, que em Terra 2, uma das realidades alternativas do universo da DC Comics, se relaciona com outro homem. Alan, que foi o primeiro Lanterna Verde, é o primeiro grande herói da editora americana a “sair do armário”. A novidade gerou bastante polêmica. O Lanterna Verde é um dos personagens mais importantes do universo da DC, um dos fundadores da Liga da Justiça, combatendo lado a lado com Batman, Superman e Mulher Maravilha. Assim, muitos fãs ficaram estarrecidos ao saber desse lado do herói.


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Acontece que a sexualidade ainda é tratada com muito tabu pela sociedade, mesmo pelos Estados Unidos, onde em muitos Estados já é possível duas pessoas do mesmo sexo se casarem e adotar filhos há algum tempo. Imagine aqui, onde a união legal entre pessoas do mesmo sexo é bem recente. Muito se engana quem acredita que o Brasil é um país vanguardista e liberal. A preocupação é a mesma de décadas atrás: “não tenho nada contra, mas o que meus filhos vão pensar ao ver seu super herói beijar outro homem?”, ou “como um herói gay vai conseguir impor medo em seus inimigos?”, e por aí vai. Ainda se firma a imagem estereotipada dos gays como a descrita no primeiro parágrafo. Para a maioria das pessoas, ser gay implica num estilo de roupa, cabelo e música, bastante A iniciativa característicos. Porém, o mais prejudicial é que o homossexual é tido como alguém que dessas editoras, em algum momento da sua vida foi corrompido. Seja pelos pais divorciados, seja pela na verdade, pode falta de referência dentro de casa, pela influência de amigos, ou porque viu dois caras no máximo fazer juntos na rua ou na TV, ou ainda, por falta de orientação religiosa. Algum fator externo com que vários o corrompeu. Ele era “normal” e só depois “virou” gay. jovens ainda Hoje já existem estatísticas comprovando que, seja criado com uma mãe e um pai inseguros e que ou apenas um deles, seja criado pela avó, pelos tios, por dois homens ou por duas vivem uma vida às mulheres, por heterossexuais ou por homossexuais, o percentual de filhos gays fica escuras, mascarada sempre na casa dos 10%. Desse modo, preocupar-se com a orientação sexual de um como a de seus super super herói, acreditando que isso pode tornar seu filho gay é tão legítimo quanto heróis, possam enfim acreditar que todo fã do Super Homem, que só se relaciona com mulheres, é tirar suas máscaras. Que heterossexual convicto. reforce valores como Os mais puritanos e saudosistas podem se referir aos bons tempos em que a honestidade, heroísmo e indústria não precisava “apelar para esse tipo de coisa”. Quando os quadrinhos respeito à vida, tanto vendiam pela “qualidade” das histórias. Vale lembrar que, nos anos 1940, quanto – e sem alegorias – época que surgiu o primeiro Lanterna Verde, também não havia heróis negros, a tolerância e o respeito às por exemplo. E levaram mais de 30 anos para que um super herói negro diferenças. Assim, seja pela tivesse sua própria revista em quadrinhos. busca por novos leitores, seja Vale lembrar também que as poucas heroínas serviam apenas como pelo esforço da indústria de fetiche para homens e adolescentes. Nas primeiras revistas da Mulher quadrinhos em diversificar seus Maravilha, ela sempre se encontrava seminua, de mãos atadas e sentada personagens, ou ainda, ganhar sobre mísseis e outros objetos de mesmo formato. Hoje existem muito mais dinheiro mesmo, a iniciativa mais heroínas, mas fica difícil afirmar que a visão fetichista sobre elas é mais que bem-vinda. V acabou, já que biquine e capa ainda fazem parte do uniforme de maior sucesso entre elas para combater o crime. Além da DC, a Marvel também está fazendo algumas alterações na sua linha editorial. A casa dos X-men, que sempre combateu o preconceito e o racismo sob a alegoria dos mutantes, celebrou o casamento do Estrela Polar com seu namorado Kyle num grande evento que rendeu até casamentos de verdade sendo realizados em diversas lojas de quadrinhos dos Estados Unidos. Também na Marvel, o homem-aranha ganhou uma versão afroamericana e deu o que falar. É bastante discutido se em vez de mudar a personalidade e as características físicas de heróis já consagrados, não poderiam ser criados novos heróis que supram essa necessidade de diversificar os personagens. A verdade é que, de tempos em tempos, é comum as editoras reformularem suas linhas editoriais e fazerem diversas mudanças em seus personagens. O Wolverine de hoje, por exemplo, é muito mais racional e cauteloso do que aquele assassino animalesco de *Um dos Virajovens presentes em 19 suas primeiras aparições. Estados do País e no Distrito Federal

Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 09


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Como se faz

Foto em lata Com criatividade, lata de leite e furo de agulha viram câmera fotográfica

1. Pinte a lata de leite ou a forre internamente com papel preto. 2. Faça um furo com o prego no centro do fundo da lata e cole nele um pedaço de papel de alumínio, que deve vedar bem o furo. 3. Com uma agulha faça um pequeno orifício no centro do papel de alumínio. 4. Pelo lado de fora da lata, vede o furo com uma fita isolante ou com um pedaço de cartolina preta para fazer uma portinha. 5. Na tampa da lata, no lado de dentro, coloque o papel fotográfico, e tampe a lata. 6. A máquina fotográfica está pronta. Basta escolher um lugar ou paisagem para fotografar. 7. Coloque sua lata no chão ou sobre outra superfície reta, para evitar que a foto saia tremida. 8. Abra a portinha feita de cartolina, e conte o tempo para a imagem ser formada. Se estiver fazendo sol, conte 25 segundos. Mas se estiver nublado, conte três minutos.

Revelando a foto A revelação deve ser feita no escuro, com apenas uma luz vermelha como auxílio. Prepare três bacias com os líquidos para revelação: revelador, interruptor e o fixador. Abra a lata fotográfica e coloque o papel primeiro na bacia que contém Foto tirada com a técnica pinhole revelador e deixe por aproximadamente um minuto. Você vai notar que a imagem começa a aparecer. Se ficar muito escura é porque o tempo de exposição, (os 25 segundos que o furinho ficou aberto) foi muito longo. Neste caso, deve-se fazer outra tentativa com tempo menor. Por outro lado, se demorar muito para aparecer a imagem, um novo teste deve ser feito, aumentando a exposição. Uma vez feito isso, passe o papel fotográfico para o interruptor, onde deve ficar por dois minutos. Depois é a vez do fixador, onde deve ficar por cinco minutos. Em seguida lave a foto em água corrente por alguns minutos para tirar o excesso de química e deixe secar. Sua foto está pronta! Gostou?

Siqueira

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inhole é um processo alternativo de se fazer fotografia sem a necessidade do uso de equipamentos convencionais. O nome em inglês pode ser traduzido como “buraco de agulha” e trata-se de uma câmera fotográfica que não possui lentes, tendo apenas um pequeno furo que funciona como lente e diafragma fixo no lugar de uma objetiva. Sua câmera artesanal pode ser construída facilmente utilizando materiais simples e de poucos elementos, no qual o raio de luz passa pelo buraco da agulha e reflete no papel de sais de prata, que começa a fixar a imagem que ele está recebendo pelo furo. Os materiais necessários para fazer uma foto em lata são: lata de leite em pó vazia, tinta preta fosca ou cartolina preta, prego grosso, papel de alumínio, cola, fita isolante preta, agulha de costura e papel fotográfico. V

Passo a passo

Laila Pereira de

Ingrid Evangelista, da Redação e Vinícius Souza, do Programa Quarto Mundo


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Ivo S sa ou

a C e o n o De olh

BeBê aos 22 anos Propercio Rezende e equipe do Portal Pró-Menino*

T

odo ano, no dia 13 de julho, os ativistas dos direitos da criança e do adolescente comemoram o aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado em 1990. Os avanços atribuídos ao Estatuto são inegáveis e, por isso, as comemorações são sempre válidas. No entanto, elas devem servir também para que façamos uma reflexão: 22 anos de ECA é muito tempo? A muralha da China levou dois mil anos para ficar pronta. A Catedral de Notre Dame, na França, quase 200... Foi muito tempo? Não, se considerarmos o tamanho das obras, a sua complexidade, as tecnologias de construção civil presentes na época. Em compensação, a demora de 85 anos (1910 a 1995) para a construção de um açude em Mombaça, no Ceará, é, com certeza, considerada absurda. Os exemplos acima servem para reforçar a importância de analisarmos o contexto no qual o ECA se insere, sempre que fizermos qualquer avaliação sobre ele. Algumas pessoas justificam alterações na lei com a afirmação de que se não foi possível cumpri-la totalmente, mesmo 20 anos depois de sua publicação, é porque ela não se adequaria à nossa realidade. Este tipo de argumento, equivocadamente, desconsidera o contexto no qual o ECA se coloca. É preciso avaliar, quando falamos sobre o Estatuto, que ele propõe uma maneira absolutamente diferente de ver a criança e o adolescente, por exemplo, ao considerá-los sujeitos de direitos. Isso exige uma mudança cultural, pois a ideia de infância que temos, e que o ECA quer alterar, foi construída em 500 anos de história. Não é possível alterar uma ideia culturalmente arraigada na sociedade em 20 anos. O voto feminino, por exemplo, levou 60 anos para ser aprovado no Brasil. Outros aspectos importantes dizem respeito aos recursos necessários para a garantia dos direitos previstos pelo ECA. A oferta de serviços públicos, ou mantidos pelas organizações não governamentais, na maioria das cidades, não é suficiente. E isso,

infelizmente, não se restringe aos atendimentos a crianças e adolescentes. Como garantir saúde plena, como previsto no Estatuto, se não há vagas em hospitais ou ambulatórios? Como garantir convivência familiar e comunitária sem programas de apoio familiar? Em outras palavras, a demora na efetivação dos direitos se relaciona mais com a realidade do que com as determinações da lei. Ao contrário da relação comumente feita entre a idade do ECA e a idade das pessoas, afirmando que aos 12 anos ele chegou à adolescência, ou aos 21 atingiu a maioridade, por exemplo, devemos ter em mente que, para uma lei tão fortemente inovadora e importante, 22 anos poderiam se comparar ao início da primeira infância. A figura mais adequada é que, aos 22 anos, o ECA ainda é um bebê que começa a dar os primeiros passos com autonomia, mas que, para efetivamente caminhar, ainda precisará de muito apoio. V

Karine Guerra

*A Rede Pró-Menino, parceira da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 11


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a r e l a G

r e t r ó Rep

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“e pelos sonhos que vamos!” Conheça Theo Macedo, jovem que decidiu viver a experiência de seguir com um circo sem hora para voltar

Alessandro Muniz e Isadora Morena, do Virajovem Natal (RN)*

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os 21 anos, Theo Macedo decide abandonar o curso de Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para sair itinerante por prazo indeterminado com o Circo Grock, de Natal. Theo Macedo, ator, performer, acrobata de tecido aéreo, e também palhaço, conhecido como Teco Cacareco, acredita na arte como ferramenta política para abrir a mente das pessoas. Começou a fazer teatro desde criança em grupos de igreja e na escola, mas sempre questionando as formas de fazer arte, pois tinha suas próprias concepções. Vegetariano desde os 13, aos 17 anos começa a participar dos Autos da cidade de Parnamirim, grande Natal (RN). Atuou em vários grupos de teatro e em 2008 começou a aprender tecido aéreo, modalidade circense, com a Cia. Tropa Trupe, grupo de circo da UFRN. Dois anos depois entra para a Escola Potiguar das Artes do Circo (EPAC), realização do Circo Grock, quando passa a integrar o grupo. Sua arte parte das coisas do mundo que o incomodam, das opressões relacionadas à religião e gênero até a liberdade animal.

O que o teatro significa pra você? Quando adolescente, eu via teatro em tudo, fazia em qualquer lugar. Cheguei a montar um grupo independente de teatro chamado Protestarte, em uma escola de Parnamirim, pois eu estava em uma efervescência muito grande. A diretora mandou colocar frases bíblicas nas paredes da escola e eu ia lá bater de frente, dizer que o Estado é laico, que a escola é estadual, e que tinha que prezar por isso. E o povo via o teatro como algo subversivo. O primeiro e único espetáculo desse grupo se chamou Nem Deus, nem Pátria, nem Patrão, nem Marido, que tinha um cunho feminista. Eu acredito no teatro enquanto ferramenta de mudança social. O teatro tem que ser usado para abrir a cabeça das pessoas, jamais para fechar. E o circo, você também vê como ferramenta política? Você vê que Chaplin foi super político e era um palhaço. O palhaço gera a reflexão, ele pode ser ridículo, ele tem o direito,

Linha do Tempo O Circo Grock é montado pela Cia. Circense Cara Melada pelos palhaços Ferrugem (Gena Leão) e Espaguete (Nil Moura).

2006 12 Revista Viração • Ano 10 • Edição 86

Theo começa a aprender tecido aéreo com Luisa Guedes, da Cia. Tropa Trupe.

2008


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Sobre os incômodos, como eles te ajudam a criar? O conservadorismo sempre me incomodou muito. Minha criação parte de incômodos que são meus e de coisas que faço que incomodam. Por exemplo, num trabalho que fiz, eu usava um short muito curto, uma meia arrastão e uns totós de dreads, e ficava o tempo todo assumindo identidade feminina, masculina. A performance era sobre a fronteira entre os gêneros. Tem gente que na rua, se olhasse uma figura daquela, muito provavelmente fingiria que não está vendo ou então iria olhar torto. Então por que, quando vê entre quatro paredes em um show, se abrindo toda no chão, fica louco, querendo por a mão? Explica essa história de trancar a universidade para sair itinerante com um circo. Eu sabia que era uma experiência que a universidade nunca iria me proporcionar. Eu sei que quando eu estiver com 40 anos, posso voltar pra universidade. Talvez eu não faça a mesma coisa com o corpo que eu posso hoje, essa mesma liberdade. Hoje eu não tenho filhos, não sou casado, então é uma oportunidade única. E penso que se eu não abraçar isso hoje, talvez eu seja frustrado pro resto da vida, tipo “ah, meu Deus, eu não fugi com o circo, tinha tudo e não fugi”. O que você está pensando sobre sair itinerante com o Circo Grock? Da itinerância, uma das coisas que eu penso é sair por aí encantando as pessoas com o circo, mostrar que circo existe, está vivo, e que tem qualidade no Brasil. E aproximar as pessoas, porque parece algo muito distante ser artista de circo. Eu tenho esse objetivo, que é aproximar o circo das pessoas,

Entra para a Escola Potiguar das Artes do Circo, recém-criada pelo Circo Grock, e passa no vestibular para Licenciatura em Teatro, na UFRN.

2010

por onde a gente passar. Vão ter dias em que o circo vai estar aberto ao público e as pessoas vão ter a chance de experimentar trapézio, tecido, malabares, monociclo, e elas vão perceber que é difícil, vão valorizar mais o trabalho do artista; quando assistirem vão dizer “eu tentei fazer aquilo, mãe, e não era fácil”. Ainda em relação à itinerância, o que você acha que o circo leva pra uma cidade? Há um imaginário popular sobre o circo. Quando as pessoas descobrem que você é de circo vêm logo perguntando: O que você come, onde você dorme, como é a vida? Ainda existe esse alvoroço. E cai o mistério por cima disso, do povo do circo, essa figura nômade, que não é presa ao lugar, que sai fazendo sua arte de um jeito desprendido. E eu sempre me preocupei com essa história de quem não tem acesso ao teatro, até porque por muito tempo, quando eu morava no interior não tinha uma política cultural do governo, da prefeitura, para investir diretamente nisso. Veio aparecer depois com um projeto social, uma galera que fazia teatro lá e começou a colocar isso na rua. Todo mundo já teve chance de ir ao circo. O circo é uma necessidade humana, todos têm uma carência pelo lúdico, e as pessoas não percebem que isso está indo embora. V

Alessandro Muniz

e nesse direito ele mostra o como você é ridículo fazendo isso, aquilo, desde o cotidiano, até coisas gerais, que todos fazem. O palhaço é sim uma ferramenta de reflexão.

Se você deseja saber e acompanhar essa aventura, entre no blog www.circando.blogspot.com.br que Theo criou para contar suas experiências com o circo, do dia a dia à itinerância pelo Brasil.

“ O circo é uma necessidade humana, todos têm uma carência pelo lúdico, e as pessoas não percebem que isso está indo embora.”

*Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal

Tranca o curso e decide sair itinerante com o Circo Grock. A primeira cidade da jornada é Caicó (RN), onde chega no dia 23 de maio de 2012.

2011 Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 13


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Mídias Livres

POR UMA COMUNICAÇÃO MAIS DEMOCRÁTICA Amanda Campos e Emilae Sena, do Virajovem Salvador (BA)*; e Bruno Ferreira, da Redação

H

Manoel Porto

Ativistas presentes no 3º Encontro Nacional de Blogueiros lançam campanha pela democratização da comunicação no Brasil

regras de concessão às radiodifusoras e às propagandas. Com o propósito de examinar essas reflexões, Democratização da comunicação, substanciar o intercâmbio de a importância da blogosfera e a liberdade de expressão na internet foram alguns experiências e dos temas debatidos fortificar as novas mídias sociais, os participantes aprovaram a realização do 2º Encontro Mundial de Blogueiros, que acontecerá em novembro de 2012, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Para isso, estabeleceram uma comissão internacional para enraizar ainda mais este movimento, preservando sua pluralidade, enquanto preparam o próximo encontro. V

oje, o uso do blog como ferramenta de comunicação cresce cada vez mais entre os internautas. Qualquer pessoa pode criar páginas interessantes sobre diferentes assuntos e produzir conteúdos relevantes com possibilidade até de ganhar dinheiro blogando. Alguns blogueiros procuram interagir uns com os outros, formando uma grande rede, denominada blogosfera. Muitos deles, conscientes da importância do exercício do direito humano à comunicação, reúnem-se para discutir a importância da liberdade de expressão na internet em encontros frequentes. O interesse pela comunicação democrática voltou a unir blogueiros de todo o País entre os dias 25 e 27 de maio, em Salvador (BA), que participaram do 3º Encontro Nacional de Blogueiros. Durante esse período, discutiram formas de democratização da comunicação, a importância da blogosfera e a liberdade de expressão na internet. Essa discussão vem incomodando a grande mídia, que rejeita as tentativas de regulamentação das comunicações do Brasil. Regulamentação das Na ocasião, foi aprovada a Carta de comunicações no Brasil Salvador, reunindo as deliberações do encontro. A principal manifestação desse Com base na Constituição Federal e em outras documento é exigir o cumprimento da leis, movimentos e organizações sociais entendem Constituição em relação à comunicação. o serviço de radiodifusão e telecomunicações O mote Nada além da Constituição irá como públicos, de responsabilidade do Estado, orientar uma campanha idealizada pelos que concede permissão a empresas privadas para ativistas, uma referência ao capítulo prestarem serviços. Por isso, reivindicam que o sobre Comunicação Social da Estado regule o setor para torná-lo mais justo e Constituição Federal de 1988, que trata democrático, pautando a necessidade de criar um dos deveres do Estado e dos meios de novo marco regulatório para o setor de comunicação e aborda aspectos como: Comunicações no Brasil. proibição de monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação de massa,

O jornalista Paulo Henrique Amorim foi um dos participantes do Encontro

*Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal



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Rompendo com -a dependencia ece tratamento Comunidade terapêutica de Alagoas ofer rtar do vício para usuários de drogas que querem se libe

Alan Fagner Ferreira, do Virajovem Maceió (AL); e Bruno Ferreira, da Redação

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de Maceió, fundamentada no tripé: trabalho, convívio e espiritualidade, têm alcançado resultados surpreendentes.

Querer é poder

er Ferreira

A fazenda Esperança Santa Terezinha é uma comunidade terapêutica para usuários de drogas. Lá não existem muros, salas fechadas, ou locais de isolamento. Não há nada que impeça a saída de qualquer um de seus moradores e está longe de parecer com qualquer ambiente comum de reabilitação. A comunidade integra uma rede de 82 fazendas espalhadas em todo o Brasil e em vários países da América Latina e Europa. Francimar Souza Procópio é seminarista e responsável interno pela fazenda de Marechal Deodoro. Ele conta que 80% das pessoas em recuperação que passam por lá retornam para suas famílias sem nenhuma recaída. Outros 10% recaem, mas voltam a pedir ajuda

Fotos: Alan Fagn

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m janeiro deste ano, Maceió foi apontada pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal como a terceira cidade mais violenta do mundo. A capital alagoana com uma taxa de 135,26 assassinatos para cada cem mil habitantes é apresentada como a mais violenta do Brasil. Em outubro passado, o primeiro Estudo Global de Homicídios lançado pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC) já colocava Alagoas no topo como o Estado com o maior número de assassinatos do Brasil, chegando a mais de 60 para cada cem mil habitantes. Outro estudo recente mostra que 75% dos presos em Alagoas cometeram crimes após o uso de drogas. Indo um pouco além, nota-se que o crescimento dos índices de violência no Estado está em paralelo ao crescimento do número de usuários. As Polícias Civil e Militar fazem apreensões quase diárias de crack, a droga encontrada com mais facilidade por lá. Assim, Alagoas aderiu ao programa do governo federal Crack, é Possível Vencer. Por meio desse pacto, serão investidos, no Estado e nos municípios alagoanos, mais de 37 milhões de reais até 2014. Esse valor será investido tanto na área de Saúde, para ampliação da oferta de tratamento e atenção aos usuários, como na Segurança Pública e na prevenção. Mas como tirar o jovem desse mundo tido por muitos como “caminho sem volta”? Esse é um processo difícil e bastante penoso tanto para o usuário quanto para a família. Existem hoje muitas clínicas especializadas na reabilitação dessas pessoas. No entanto, comunidades terapêuticas como a localizada em Marechal Deodoro, cidade a 28 km

Internos praticam atividades lúdicas como origami


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e, em seguida, retornam para suas famílias. Outros cinco por com um ambiente hospitalar, ou mesmo, ser visto como louco cento têm longas recaídas, mas também retornam. E apenas pelas outras pessoas. Mas para ele, o momento mais difícil foi cinco por cento desaparecem, morrem pelo tráfico ou nos três meses iniciais em que os internos não podem receber simplesmente não voltam a pedir ajuda. visitas. Nesse período ele pensou em abandonar a comunidade, Mas existe fórmula mágica? Segundo o seminarista, o que mas os conselhos dos outros internos foram fundamentais para faz essas pessoas seguirem em frente sem as drogas é a própria que a ideia saísse da cabeça. vontade de livrar-se da dependência, assim, todo interno vai O advogado Cristiano Maronna, membro da Comissão para a fazenda por sua própria vontade. Francimar considera o Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD) e associado do momento em que o usuário percebe que não pode vencer o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e Instituto vício sozinho e aceita a ajuda de outras pessoas como o mais Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), instituições envolvidas importante no processo de recuperação. Sem esse primeiro na discussão sobre drogas, acredita que os tratamentos só são passo ele acredita ser quase impossível, pelo menos dentro da positivos quando o usuário de drogas tem a vontade sincera de proposta da fazenda, que a pessoa se liberte das drogas. vencer o vício. Aceitando que precisa de ajuda, o jovem passa pelo Ele explica que processo inicial de desintoxicação e é, em seguida, há estudos que enviado para fazenda onde ficará por 12 meses em afirmam que a regime de internato, mas sem nada que o impeça de sair internação quando quiser. Logo depois, ele é apresentado à primeira involuntária perna do tripé: o trabalho. Seu objetivo é evitar que o apresenta interno pense na droga e no seu passado ainda recente. resultados O interno aprende a realizar atividades domésticas e muito baixos de outras atividades comuns dentro da fazenda, como sucesso. “Isso cuidar dos animais e da plantação. não é uma O convívio é importante para que o interno mantenha solução, é uma o contato com outras pessoas. Para que ele não se sinta medida extrema doente ou abandonado. Na fazenda os internos mais que está antigos assumem papeis de liderança e têm a tarefa de Welington River conta que usou prevista em lei, apoiar e aconselhar os novatos. Quanto à espiritualidade, drogas por influência de amigos inclusive, e que Francimar explica que, apesar da fazenda ser uma só poderia ser adotada realmente se houver essa necessidade, instituição ligada à igreja católica, não há restrição para pessoas se representar um perigo pra si ou pra terceiros”, afirma. de outra religião, ou mesmo ateus. Segundo o seminarista, o que Maronna também fala sobre a importância de mudanças se trabalha na comunidade é uma filosofia de vida baseada no de paradigmas no debate e tratamento das drogas. Para ele, amor ao próximo, ao respeito e a vida com dignidade. o problema não é a droga em si, mas a relação Welington River da Silva, de 18 anos, um dos internos da que o ser humano estabelece com ela. “Tem fazenda Esperança, conta que teve pessoas que fazem o uso dessas substâncias e contato com o crack que têm a vida mais ou menos estruturada, aos 15 anos de outros às vezes têm uma relação mais idade por influência problemática com drogas que aparentemente de amigos. Depois de nem são tão nocivas”, conclui. V diversos conflitos com a família, sua mãe finalmente o convenceu a procurar ajuda, mas ele relutava por receio de se deparar

O convívio entre os internos é um dos fatores decisivos para recuperação

*Um dos Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal


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É Rio+Nós m de Notícias produziu cerca de 500 Em 16 dias, a galera da Agência Jove lá! a seguir a síntese do que rolou por conteúdos sobre a Rio+20. Confira

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ostel Cidade Maravilhosa, uma das bases de apoio da Agência Jovem de Notícias Internacional na Rio+20, de 7 a 22 de junho. São 21h30 do dia 22. Ufa, acabou! Missão cumprida! Era esse o clima que rolava enquanto mais de 50 pessoas se acotovelavam, sentados no terraço do albergue, durante a reunião de avaliação da cobertura educomunicativa realizada de 7 a 22 de junho. Essa parte formal foi só o começo de uma celebração que se estendeu noite adentro, entre brincadeiras e sambas de roda e churrasco. Com cara de cansada, mas ao mesmo tempo contente pelos resultados alcançados, a galera compartilhou um bocado de palavras e frases que ficam como uma espécie de marca registrada da Agência: troca de saberes, conhecimentos e experiência, novos aprendizados, responsa, amizade, tesão e compartilhamento, trabalho em equipe e colaborativo, respeito, línguas, muitas línguas. Para quem não participou, podem parecer palavras soltas, mas na verdade elas foram todas vivenciadas durante os 16 dias de atuação em diversos eventos, da Youth Blast à Cúpula dos Povos, do evento oficial no Riocentro às visitas às comunidades cariocas. Ao todo, cerca de 120 pessoas participaram da cobertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e da Cúpula dos Povos por Justiça Social e ambiental na capital fluminense. Com idades entre 15 e 30 anos e representando 18 países e 12 Estados brasileiros, eles foram acompanhados por uma equipe de educadores ambientais e jornalistas educomunicadores. Por meio de textos, fotos, vídeos e áudios, jornal mural e fanzines foram elaborados conteúdos e distribuídos para dezenas de veículos de comunicação e sites parceiros e redes sociais. Foram cerca de 500 notícias ao longo do período de cobertura no Rio. Com o apoio do Laboratório de Ativismo um grupo de jovens ainda criou ações que foram incorporadas à cobertura, como a produção de cartazes para participar da Marcha Global convocada pela Cúpula dos Povos no dia 20 de junho. A iniciativa contou com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Província Autônoma de Trento (Itália) e foi desenvolvida em parceria com diversas organizações brasileiras e da América Latina, como a BemTV e Catavento Comunicação e Educação, e as argentinas Fundación Tierravida e Ecomania. A Agência Jovem de Notícias integrou a ação Juventudes na Rio+20, uma iniciativa da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), uma oportunidade para ter contato com outras redes de comunicação compartilhada, como Fora do Eixo, Viva Favela, Agência de Redes para a Juventude, Escola de Comunicação Crítica da Maré, Agência Lupa e Pontão Cultural e Digital da ECO/UFRJ, além das redes e movimentos que compõem o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

4 Agência Jovem de Notícias Internacional no Rio de Janeiro (RJ)

Adriana Espana, Akhim Salles, Alberto Carmona, Alcebino José da Silva, Alessandro Muniz, Alex Pamplona, Alex Ferreira, Alfredo Daniel Redondo, Ana Paula da Silva, Ariel Kogan, Artur Moreno, Austin Windels, Aynur Bayraktar, Bruna Cristina Gentil

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Incidência da Juventude Diversos eventos e espaços foram organizados pela juventude, para refletir, debater, propor e para criar estratégias de incidência nas resoluções finais, seja da Conferência Oficial, seja da Cúpula dos Povos. O Enlace das Juventudes apresentou, durante a Assembleia dos Povos, na Cúpula, o posicionamento dos jovens sobre o modelo de desenvolvimento no qual

Jovens Urbanos/Ce

5 Notícias

Integrantes do grupo Jovens Urbanos fazem jornal mural na Cúpula dos Povos

Agência Jovem de

Durante todo o processo da Rio+20, eventos preparatórios, paralelos e oficiais, jovens do mundo todo, estiveram envolvidos, numa dinâmica intergeracional, comprometidos com a construção de um presente e futuro que garanta a eles e seus descendentes maior qualidade de vida. Além de construir propostas acerca das suas especificidades a juventude quer, pode e deve refletir e incidir sob uma agenda global de desenvolvimento sustentável. Para quem pensa que desenvolvimento sustentável é um assunto sobre o futuro, os jovens provaram o contrário. É para agora a tomada de decisões, mudanças de comportamento e de rumos para garantir qualidade de vida no presente e no futuro. A aliança intergeracional é condição para que isso seja possível, como lembrou a jovem Damaris Paz, de 18 anos, do Coletivo Jovem do Amazonas e da REJUMA, durante os Diálogos intergeracionais, atividade realizada pelo Instituto Marina Silva, na Cúpula dos Povos. “Essa responsabilidade não é só da juventude, é de todas as gerações. Todos somos responsáveis. Nós precisamos dos sonhos, das histórias, que os adultos sejam exemplos vivos para nós, jovens”, convocou. Para Marina Silva a sociedade deve se livrar de posturas arrogantes que considera possível fazer algo pelos jovens sem sua participação. “Entendo como justiça intergeracional algo que pode ser feito com os jovens e não apenas para os jovens. Estamos fazendo algo para deixar para os jovens e é justo que eles façam algo para deixar para si mesmos”, afirma.

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Justiça intergeracional

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Marina Silva fala durante Diálogos Internacionais

acreditam. Em sintonia com o conjunto dos movimentos sociais, criticaram a ideia de economia verde e apontaram a importância de garantir espaços de participação da juventude discussão, formulação, execução e acompanhamento das políticas públicas. No início de junho, jovens de 200 países estiveram na Youth Blast – Conferência de Jovens para a Rio+20 para discutir propostas e a incidência da juventude nas resoluções oficiais. A proposta de criação de um Alto Comissariado das Nações Unidas para as Futuras Gerações que constava na versão inicial do documento foi retirada, apesar das manifestações dos movimentos juvenis. Em contrapartida, avançaram as negociações para a criação do Fórum Permanente de Juventude da ONU com o objetivo de proporcionar a participação de jovens nos processos de tomada de decisão no âmbito das Nações Unidas.

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dos Santos, Bruna Souza , Bruno Ferreira, Cecilia Terrazas, Chiara Zanotelli, Claudia Cortegana, Claudia Paola Cortegana Pezo, Cristina Gonzalez Torrents, Daniel Feitoza da Silva, Daniela Nunes Araújo, Daniele Saguto, Danielle Andrade, Déborah Ximena Cruzado Cárdenas, Diego Musolino, Douglas Baptista, Edouard Raffin, Eduardo Andrés Flores Salinas, Elisangela Nunes Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 19


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Da teoria os

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eit stram na prática os conc Comunidades cariocas mo eservação ambiental de sustentabilidade e pr

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urante a cobertura da Agência Jovem de Notícias no Rio de Janeiro, integrantes da equipe fizeram questão de incluir em suas agendas visitas nas conhecidas comunidades cariocas. Em diferentes dias e horários, a galera programou-se para imergir em espaços constantemente destacados pela mídia em seus programas de violência. Era a oportunidade de vivenciar as peculiaridades de cada morador, os desafios enfrentados por eles e as alegrias, compartilhadas sem nenhuma contrapartida. E foram livres de qualquer tipo de ideia, de estereótipos. Por ser o período da Rio+20, o assunto “sustentabilidade” tomava conta geral de todos os moradores. E nas periferias visitadas não foi diferente. Eventos, palestras e exposições, paralelas à conferência oficial da ONU, eram organizados com o intuito de convidar qualquer pessoa a entrar no debate. Em um espaço recreativo da comunidade Chapéu Mangueira, moradoras colocavam em exposição produtos artesanais, feitos por eles com materiais reutilizados, como flores e sabonetes. Esse último, por exemplo, foi produzido pela moradora Mara Ludovice, que os confeccionou com glicerina hipoalérgicas e extrato de manteiga, e os vendia a preços entre quatro e 50 reais. Outra moradora, a irreverente Dona Augustinha, que fez questão de dizer que participou da fundação da comunidade, ainda nos anos 1950, quando veio da Paraíba, guiou uma equipe da AJN para mostrar uma das experiências adotadas pela comunidade. A Lixeira Orgânica, local em que a população recolhe restos de comida para servirem de adubo na horta comunitária do Chapéu Mangueira. O projeto teve apoio de empresas locais e serviu de inspiração para novas ações ambientais entre os moradores. No Complexo do Alemão, um coletivo que atua com a democratização da tecnologia e outro que incentiva o uso de bicicletas também deram suas caras por lá. O Ônibus Hacker e o Bike Anjo organizaram dias de ocupação cultural, como forma de mobilizar e chamar a atenção para a importância de políticas públicas voltadas para o uso das “magrelas”. Durante um final de semana, foram feitas oficinas culturais e ações de manutenção e ajuste de bicicletas dos moradores da região. Mais de 50 bikes, que estavam paradas, foram arrumadas e voltaram a circular. Nas comunidades, os jovens possuem papel fundamental na busca por melhorias. E são responsáveis, inclusive, por inovações. No Morro dos Macacos, após muita discussão em torno das questões de vulnerabilidade, meio ambiente, desastres, acessibilidade e moradia, inquietações constates das favelas, chegou-se ao projeto Mapeamento de Riscos Socioambientais,

Cordeiro, Enderson Araújo, Eric Silva, Erika Braccini, Evelyn Araripe, Evelyn Pilar León Daván, Franc Paredes, Franco Segesso, Gabriel de Melo Neves, Giovanna Sartori, Gisele Gomes Messias, Gisella Hiche, Gizele Martins, Gonzalo del Castillo, Grace Carvalho , Greta Luiza Gogiel Salvi, Gustavo Souza, Gutierrez de Jesus Silva, Hanneke van Tol, Helen Kaarol

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à prática

do qual os jovens monitoram o “mau uso” das comunidades. Por meio de uma pipa, que sobrevoa cinco regiões com uma câmera, gerando imagens para o site www.mapmill.org/sites, é possível apontar problemas como entulhos de lixo, fiação elétrica solta e buracos na rua, e assim cobrar iniciativas de melhorias. E esse monitoramento também pode ser feito por celulares. A galera banca de fiscal, tira muitas fotos e faz a sua parte. De bondinho, mototaxi ou ônibus. Não importava o jeito com que se iria chegar, mas importava estar ali, nas comunidades. Novamente no Complexo do Alemão, para chegar ao alto, uma turma utilizou um caminho de pedras, mato e trilhas e chegaram ao topo da comunidade, local que há dois anos ficou famoso pela fuga dos traficantes quando da intervenção do exército no Alemão. Trata-se de um local de preservação ambiental. E tem até uma placa incentivando a apropriação da comunidade para a realização de atividades físicas e lazer dos moradores. Lá de cima, a moradora Lúcia Maria Oliveira, do Núcleo de Mulheres Brasileiras em Ação (NUMBA), contava orgulhosa das melhorias recentes do local, fruto de parceria inédita das esferas municipal, estadual, federal e com muita luta da comunidade. O teleférico e suas estações é um exemplo. Mas Lúcia lembra que falta muito. “A Rio+20 precisa ver isto: saneamento básico, que aqui não tem”. Ao descer o morro, a equipe relata dificuldade, pois são becos escorregadios e irregulares, amparados por cercas de madeira, algumas com pregos e arame farpado. Em um dos trechos do texto Além dos debates: a vivência dos discursos sobre justiça social dentro de uma comunidade, esse momento não passa despercebido: “sentimos na pele a necessidade de acessibilidade nos espaços mais escondidos da comunidade. Acessibilidade, inclusive, para o serviço de coleta de lixo, presente apenas na parte baixa do Alemão.” Agênc

ícias Agência Jovem de Not

Do alto do teleférico, a moradora Lúcia Maria Oliveira aponta problemas e melhorias do Complexo do Alemão

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Notícia

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Ônibus Hacker realiza intervenção cultural na comunidade

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Vila Sánchez , Ingrid Evangelista Bispo, Ionara Silva, Isadora Morena Lima, Isys Remião, Ivan Pascaud, Ivana Dorali, Jackson Boaventura, João Carlos Barreto, João Gilberto Lopes, João Paulo Amaral, Julia Cicaroli Dávila, Juliana Winkel Marques dos Santos, Kate Frances Baird Simma, Laís Rodrigues Rocha, Leandra Barros, Leonardo de Oliveira Brito, Lia Martinez, Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 21


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Rio+20 e na Cúpula dos Participação da sociedade civil na necessárias no planeta Povos deixa claro que as mudanças pessoas não virão dos governos, mas das

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io de Janeiro, sexta-feira, 22 de junho. Logo pela manhã o clima no Riocentro, espaço de convenções que sediava, desde o dia 13, as atividades oficiais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, estava pesado. Da sala de coletivas de imprensa homens engravatados, mulheres de salto alto, saiam nervosos, cercados por um aglomerado de jornalistas que queriam saber: “Afinal de contas, qual é o futuro que vocês estão decidindo para o planeta?”. No meio dos microfones estava Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, que acabava de apresentar a representantes da sociedade civil o documento final debatido e produzido por centenas de governos desde janeiro, e finalizado naquela data. Intitulado O futuro que queremos, o documento final da Rio+20 apontava problemas e dizia definir rumos para um futuro mais sustentável, para uma vida com menos danos ao meio ambiente. Ban Ki-moon parecia abatido, cansado, mas dizia que a conversa com a sociedade civil tinha sido positiva. “Geralmente digo que abrimos as portas das Nações Unidas, e a verdade é que vocês tiveram um papel-chave para que isso acontecesse. Hoje, nove grupos da sociedade civil se tornaram uma peça fundamental da Rio+20”, disse Ban em sua fala inicial. No entanto, bem ali ao lado, estava a ativista Iara Pietricovsky, que liderava a comissão de representantes da sociedade e no meio de outros tantos microfones manifestava completa insatisfação e frustração com o documento final da Rio+20, elaborado e assinado por governos de países de todo o planeta. “Não passou nem perto daquilo que gostariam de ouvir”, declarava ela, que ainda completou: “Nós queremos ambição, responsabilidade, compromisso dos governos em relação à sustentabilidade da terra e à justiça social e ambiental. Todos e todas deste planeta têm direito de viver com dignidade e é isso que a gente espera que nossos governos façam”. Dali em diante, o dia já estava marcado para ser a data em que os líderes e chefes de governo, abraçados pelas Nações Unidas, frustraram a humanidade. Mas, engana-se quem pensa que a Rio+20 foi um puro fiasco. “Em termos de resultado oficial a Rio+20 foi fraca porque o documento final aponta problemas e não traz medidas concretas. Eles [os chefes de Estado] arrastaram para 2015 essas decisões”, explica Pedro Telles, do Instituto Vitae Civilis, que acompanha desde o ano passado os processos de negociação da Rio+20. Pedro destaca que o grande ganho da Rio+20 foi a participação e união da sociedade civil, que marcou forte presença tanto dentro do território da

Linderlane Pereira de Souza, Lorena Terrazas, Luana Luizy, Lucas Campodonico, Lucia Tornero, Luciano Frontelle, Luisina Figueroa, Maisa Ferreira, Marcos Henrique Araújo Craveiros, Maria Camila Florêncio, María del Carmen Mejía Alba, Maria do Socorro Costa, Marian Malos, Mariana Matos, Marina Mansilla Hermann, Mario Emmanuel Villalba, Marlen Reyes Pérez,

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sociedade ONU no Riocentro, quanto na Cúpula dos Povos, mega espaço no Aterro do Flamengo que sediou centenas de atividades autogestionadas encabeçadas por movimentos sociais e organizações não governamentais – ONGs e que gerou propostas para o documento final da ONU. “Ficou muito claro na Rio+20 e na Cúpula dos Povos que a sociedade civil está unida. Os governos perceberam que a sociedade está insatisfeita e está se mobilizando para promover mudanças”, diz Pedro em tom otimista.

Juventude mobilizadora É indiscutível que a juventude realmente marcou presença na Rio+20. Para João Felipe Scarpellini, integrante do coletivo Changemob e consultor de juventude das Nações Unidas, diferente da ECO 92 – Conferência das Nações Unidas do mesmo porte que aconteceu no Rio de Janeiro há 20 anos – a juventude teve participação muito mais forte em 2012, com número muito mais expressivo de jovens e de muito mais países. “Isso ajudou a melhorar os espaços de participação da juventude dentro das estruturas das Nações Unidas”, explica João. Segundo ele, a juventude foi à Rio+20 “para mostrar que não quer esperar os governos, ela está disposta a arregaçar as mangas e trabalhar”. De fato, a fala de João Felipe pode ser repetida por muitos dos que estiveram no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho, dias que sediaram as negociações oficias da ONU, a Cúpula dos Povos e a Rio+20. A juventude marcou forte presença e chamou a devida atenção. Ficou muito claro que os compromissos que não foram assinados pelos governos serão cumpridos pela juventude e os verdadeiros representantes da sociedade civil.

Comunicação dos Povos

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Foi durante a Cúpula dos Povos que aconteceu, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o 2º Fórum Mundial de Mídia Livre, nos dias 16 e 17 de junho. Midialivristas de todo o mundo tiveram a oportunidade de compartilhar experiências em comunicação alternativa. Foram realizadas 31 atividades autogestionadas, como oficinas, debates e o 4º Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores, da Renajoc. Três monções foram aprovadas na plenária final: o repúdio ao assassinato de comunicadores midialivristas em todo o mundo e às operações da Anatel de fechamento de rádios comunitárias, em especial de dez rádios de Campinas, fechadas recentemente, e apoio à luta dos povos sem Estado e contra a censura midiática desta causa. A temática da Comunicação também esteve presente na Declaração Final da Cúpula dos Povos. A liberdade de expressão e apropriação de novas tecnologias fizeram parte do documento de quatro páginas. No entanto, movimentos sociais pela democratização da comunicação não se sentiram totalmente contemplados com os termos da declaração. “Pra quem construiu o 2º Fórum Mundial de Mídia Livre e pelejou pra ver o tema incluído na Cúpula, é um pouco frustrante ver a limitação da abordagem, até porque nosso foco era o direito à comunicação, que não foi citado – e não a democratização dos meios. Mas é fundamental que o tema tenha sido contemplado numa carta de quatro páginas que pretende tratar de todos os problemas do planeta”, afirma Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes.

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Matteo Conci, Maurício Vieira de Paula, Mayane Vieira, Mayson Bertoncello, Melina Zukernik, Miguel Angel Vargas Penagos, Monise Louise Vieira de Oliveira, Nicolas Bagattini, Nikolas Martins, Nilton Lopes, Olinda Milagritos Paredes, Patrícia Alata, Paula Gisell Rojas, Paulo Pereira Lima, Rafael Stemberg, Reynaldo de Azevedo Gosmão, Riccardo dello Sbarba, Roberto De La Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 23


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Capa

Resultados da RiO+20 CONFERÊNCIA OFICIAL Documento oficial O documento The Future We Want (em português O futuro que queremos), resultante da conferência oficial, traz uma série de decisões relevantes tomadas pelos países, embora não apresente metas. A principal delas é o conjunto de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a serem definidos a partir de 2015, quando terminam os Objetivos do Milênio.

Fiscalização A criação do Fórum de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável foi um ponto importante do documento. Ele terá o poder de fiscalizar todos os países no cumprimento de compromissos já assumidos, como a Agenda 21, Plano de Johanesburgo, Programa de Ação de Barbados, entre outros.

PNUMA Era esperado que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) fosse transformado em agência, no mesmo nível que a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, mas não houve consenso entre os países. No entanto, o documento oficial sugere que a Assembleia Geral das Nações Unidas adote uma resolução para legitimar o PNUMA e suas formas de financiamento.

Economia Verde

Brasil em destaque O nosso país assumiu um posto de liderança e teve papel fundamental para conclusão do documento. A presidenta Dilma Rousseff defendeu que os países ricos auxiliem os países pobres, ponto mantido no documento apesar da resistência dos países desenvolvidos.

RESULTADOS PARALELOS Governos locais Destaca-se o acordo firmado no grupo C40 (c40cities.org), que contempla as 58 maiores cidades do mundo. Juntas, elas representam oito por cento da população mundial e são responsáveis por 14% das emissões de gases de efeito estufa globais. Por isso, foi acordada uma meta de redução de 248 mi ton de CO2 até 2020 e 1,3 bi tons CO2 até 2030.

Compromisso de todos Foi criada a União Global pela Sustentabilidade, uma plataforma para que empresas, sociedade civil organizada e até mesmo indivíduos possam assumir compromissos e compartilhá-los.

Cúpula dos Povos Da Cúpula dos Povos resultou uma Declaração final que, embora não apresente compromissos, demonstra como a sociedade civil se organizou na Rio+20 para fortalecer as diversas bandeiras e ideais comuns.

Buscou-se, durante toda a Rio+20, um caminho comum para institucionalizar a Economia Verde, mas devido à diversidade de compreensão e prática desse conceito, decidiuse deixar que cada país o adote, considerando suas particularidades.

Consenso Houve uma compreensão em grande escala do sentido do desenvolvimento sustentável, o que representa uma conquista. Nas discussões e negociações, os fatores econômico, social e ambiental nunca estiveram tão próximos.

Acesse o documento resultante da conferência oficial: www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html. Conheça a União Global pela Sustentabilidade: www.globalunionforsustainability.org/pt-br. Veja a Declaração Final da Cúpula dos Povos: www.cupuladospovos.org.br

Peña Cevallos, Robson Dutra de Souza, Rones Maciel, Sara Cattani, Susanna Sielf, Tabata Lima Ferreira, Vania Correia, Verena Gschnell, Verónica Cipolatti, Vinicius Balduíno e Vitor Massao.

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O mundo ideal em verso

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omo seria o mundo se fosse governado pelos povos? Existiria injustiça, preconceito? As pessoas continuariam se dividindo por classes sociais e as línguas seriam difíceis de se compreender? Para responder a essa pergunta, a equipe da Agência Jovem de Notícias ouviu diferentes participantes da Cúpula dos Povos sobre seus anseios, expectativas, propostas, enfim, seus sonhos para a construção de um planeta solidário e unido, que não dependesse somente da iniciativa de poucos “chefes ou líderes” de governos reunidos em conferências.

Se os povos governassem o mundo… Ele seria leve Teria cheiro de flores do campo Fronteiras não existiriam Seriamos filhos da mãe Gaia Mentiras e governo não haveriam. Se os povos governassem o mundo… Seria um mundo bem cuidado Sem árvores cortadas Sem maus tratos Sem violência Os problemas seriam resolvidos com diálogo. Se os povos governassem o mundo… Teríamos árvores de pirulitos Sorvetes de algodão doce Tempo para magia Tempo para conversar e compartilhar a vida O lazer se prolongaria. Se os povos governassem o mundo… O se conhecer seria chave importante Para aprender a respeitar o outro E viver em harmonia. Assim o sofrimento não existiria. Se os povos governassem o mundo… Seríamos uma grande família Sem competição Tudo na base da cooperação Seria muito mais vivo DiVeRtIdO DifErEnTe E BONITO. Se os povos governassem o mundo… A riqueza não seria concentrada em 150 corporações Homens e mulheres teriam direitos iguais Carros não existiram As bicicletas, só nelas a gente se transportaria. Se os povos governassem o mundo… Todas as pessoas teriam voz Crianças, adolescente, jovens Os adultos e os avós Os animais seriam reconhecidos como parte de nós A Mãe Terra teria seus direitos Juntos seríamos NÓS Filhos da Pachamama. Se os povos governassem o mundo…

Teríamos rios com água potável para beber Parques por todos os lados As crianças teriam orgulho de suas origens Os ancestrais seriam respeitados O respeito seria rei O sistema político seria baseado no cuidado Cuidar de si Cuidar do outro Cuidar do mundo. Se os povos governassem o mundo… O mundo seria mais leve Não existiria ser humano acima de outro Nenhum “hermano” discriminaria outro “hermano” Nenhum humano destruiria nenhuma manifestação da natureza A formiguinha teria passagem Se os povos governassem o mundo… Árvores não seriam cortadas, mesmo que encha de folhas o pátio no outono, que tire o sol da primavera Não seriam cortadas Porque não viemos ao mundo para cortar Mas sim para viver com elas. Se os povos governassem o mundo… Não existiriam bancos A moeda seria a semente E poderia ser trocada, regada. Não teria armas Brigadas Só folia ambiental. Se os povos governassem o mundo… O amor estaria nas relações Ha liberdade de expressão? Nem existiria essa discussão O direito de se comunicar Seria garantindo Em toda Pachamama. Se os povos governassem o mundo… Línguas diferentes Não seriam dificuldade para se falar Língua de sinais: existiria uma universal Poesia e música Também seriam formas de se comunicar. Se os povos governassem o mundo… Tudo que existe e vive seria cuidado Com amor, carinho e respeito.

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Crédito Fotos:

1 – Agência Jovem de Notícias | 2 – Fora do Eixo | 3, 4, 5 – Agência Jovem de Notícias | 6 – Fora do Eixo | 7 – Jovens Urbanos/Cenpec | 8 – Fora do Eixo | 9 a 19 – Agência Jovem de Notícias | 20, 21 e 22 – Maurício Scerni | 23 – Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom | 24 a 28 – Agência Jovem de Notícias Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 25


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IMAGENS QUE VIRAM

Por outro mundo possível Texto: Rafael Stemberg e Vânia Correia, da Redação Imagens: João Gilberto Lopes

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erca de 80 mil pessoas ocuparam, de ponta a ponta, a Avenida Rio Branco, principal via do centro do Rio de Janeiro (RJ), no último dia 20 de junho para a Marcha da Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental – contra a mercantilização da vida, em defesa dos bens comuns. Vindos de diferentes cantos do planeta, os manifestantes representavam as mais variadas lutas em defesa de um mundo justo e sustentável. O tom era de denúncia dos impactos causados pelo atual modelo de desenvolvimento e aos retrocessos que se desenharam no Riocentro, local onde aconteceu a Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável. Apesar das diferenças culturais, ideológicas e políticas entre os participantes, a ideia da urgência em criar alternativas para o mundo, pautadas na democracia radical, proteção do meio ambiente e respeito aos direitos humanos, dava liga à manifestação. Além das tradicionais bandeiras, faixas e batuques, as pessoas trouxeram para as ruas diversas encenações, como a do velório da lei ambiental no Brasil.

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Festa da Ba

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Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 27


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Faz Cultura Gabriela Ferraz, do Virajovem São Gabriel da Cachoeira (AM)*

NO RITMO AMAZONENSE De São Gabriel da Cachoeira (AM) para Manaus foram três dias dentro de um barco para que Ildomar Barreto Miguel, de 19 anos, chegasse à capital do Estado para se apresentar com seu grupo na 17ª edição da Mostra de Dança de Manaus (Modama), que aconteceu entre 1º e 3 de junho de 2012. O grupo Dança de Rua Brasil, do qual faz parte, participou pela terceira vez do evento, sendo o primeiro grupo do interior do Amazonas a participar da mostra na capital. Ildomar, mais conhecido como Bboy Kureb, dança há três anos no grupo e diz que as dificuldades que passou com o grupo para chegar em Manaus valeram a pena: “Passamos cerca de três dias no barco para apresentar tudo o que sabemos em apenas cinco minutos. Pelo menos tivemos a oportunidade de mostrar nossa dança, nosso talento, graças a esse evento. Talvez agora possamos conseguir mais apoio e, quem sabe, voltar no ano que vem, trazendo mais componentes do grupo”, afirma. A ideia da Mostra, desde o início do projeto, existente há 16 anos, é oferecer a diversos grupos do interior e da capital do Estado a oportunidade de divulgarem seus trabalhos, além de estabelecer um espaço alternativo para dançar. V

A idealizadora e coordenadora da Mostra, Ana Mendes, afirma: “Tem muita gente nova chegando aos palcos e todo mundo sempre preocupado com a questão da qualidade, mesmo em coreografias com cinco minutos de duração, como é o caso da maioria dos trabalhos apresentados na Modama. Nota-se essa preocupação com a qualidade nos figurinos sempre bem acabados e na pesquisa dos temas e movimentos, independente do estilo. E o objetivo da Modama é exatamente este: abrir espaço para todos os estilos e gêneros de dança.”

Modama é considerada a maior mostra de dança de Manaus. Através da mostra foi montado o mais amplo painel da dança já apresentado na cidade, atraindo um grande público que pôde prestigiar o talento dos conterrâneos.

O fato de sermos de tão longe não significa que não temos capacidade de nos apresentar junto com outros grupos da capital, pois tudo é questão de treino, e a prática leva à perfeição. A gente corre atrás dos nossos sonhos e um deles era de ter se apresentado na Mostra. Eu gostaria de continuar dançando, não quero desistir. A dança para mim é um esporte que eu gosto muito de praticar. E a mostra nos deu essa grande oportunidade de conhecer outros grupos de Hip Hop de Manaus”, diz Bboy Kureb.

Em 2012, na sua 17ª edição, o evento apresentou uma grande diversidade de grupos de dança, com participantes de todas as idades. Realizada na primeira semana de junho, teve bolero, dança indiana, kuduro, dança do ventre, street dance, entre outras. *Uma dos Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal


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Transformando sonhos em realidade Ideia de Cursinho Comunitário surgiu de professores de escolas públicas com o objetivo de ajudar jovens carentes da periferia a ingressar na Universidade Pública

Heber Rocha, colaborador da Vira em Guarulhos (SP)

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uitos jovens sonham em conseguir cursar uma Universidade. Para os jovens de periferia, este sonho fica ainda mais distante quando se trata das melhores Universidades Públicas do País. Mas há dez anos essa realidade vem se transformando na região dos Pimentas, uma das regiões mais carentes do município de Guarulhos e da Região Metropolitana de São Paulo. O Cursinho Comunitário Pimentas já ajudou mais de 500 jovens a ingressar nas Universidades do País. Este projeto foi idealizado pelo professor Rômulo junto com outros da rede pública da região. No começo, esses professores davam as aulas de todas as matérias que caem nos vestibulares. Hoje, os próprios ex-alunos retornam ao projeto como voluntários e fazem o papel de professores. Nas próprias palavras do fundador do projeto, professor Rômulo Ornelas, "não era fácil fazer as pessoas acreditarem em coisas que pareciam impossíveis. O cursinho tinha que ser diferente, não era para reproduzir a escola, eu trabalhava em uma e não dava certo, como até hoje não dá, as coisas foram sendo construídas coletivamente... Nesses dez anos foram inúmeras lutas, protestos, manifestações por direitos, muitas pessoas entraram nas melhores universidades públicas, que na região do Pimentas era tabu, não conhecia nenhum caso, conquistamos aquilo que um dia era apenas sonho." Os alunos do Cursinho Pimentas têm atividades todos os dias da semana. De segunda a sexta, as aulas são no período noturno com início às 19h até 21h. Sendo que na sexta-feira eles assistem e comentam um documentário, sempre com um tema de cidadania envolvido. Nos finais de semana as aulas são das 8h às 13h10. Além das matérias convencionais dos vestibulares, os alunos também têm atividades com psicólogos, aulas de cidadania, incentivo de grupos de estudo, organizam o Sarau Cultural dos Pimentas - um dos eventos culturais mais importantes do município de Guarulhos. Tudo se soma para uma formação que vai além do "passar no vestibular". Para o Cursinho, a formação do indivíduo como parte do coletivo é tão importante quanto a conquista da vaga. A formação de multiplicadores no projeto, isto é quem entra na Universidade volta para ajudar de alguma forma, evidencia o caráter de formação de militantes neste projeto. Mudar a sociedade para uma mais justa e solidária é um dos objetivos de fundo deste movimento social. Esse é o diferencial de um projeto que vive graças ao esforço coletivo dos que acreditam que é possível transformar sonhos em realidade. V

Estudantes e coordenação do cursinho presentes na Marcha da Consciência Negra em Guarulhos, no ano de 2009

Professor Rômulo Ornelas com alunos na Conferência Municipal de Juventude

Revista Viração • Ano 10 • Edição 86 29


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No Escurinho

Infância abandonada Filme de diretores belgas trata da história de um menino deixado pelo pai em um abrigo para crianças

Sérgio Rizzo, crítico de cinema*

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história do cinema reúne diversos clássicos que trabalham situações dramáticas a partir de crianças que não compreendem plenamente as circunstâncias familiares e sociais em que estão envolvidas, como o italiano Ladrões de Bicicleta (1948), de Vittorio De Sica, o sueco Fanny e Alexander (1982), de Ingmar Bergman, e o primeiro episódio da série polonesa Decálogo (1989), de Krzysztof Kieslowski. Essa tradição foi enriquecida recentemente por O Garoto da Bicicleta (2011), dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne. Boa parte da sua obra – como os longas metragens A Promessa (1996), Rosetta (1999), O Filho (2002) e A Criança (2005) – está voltada para os problemas provocados em crianças e adolescentes pela ausência, efetiva ou simbólica, dos pais. Engana-se quem pensa que a infância em situação de risco, com suas dimensões sociopolíticas e psicológicas, é algo exclusivo de sociedades desiguais como a nossa. Ela se apresenta, ainda que em outras proporções, também nos países mais ricos da Europa. O personagem-título de O Garoto da Bicicleta é Cyril (Thomas Doret), 11 anos. Seu pai (Jérémie Renier) o deixou em uma casa para

crianças abandonadas, dizendo que voltaria em breve para levá-lo. Como notamos logo de início, a história é outra, mas ninguém, exceto o próprio pai, teria o direito (e também a coragem) de dizer a verdade a Cyril. E o pai, infelizmente, não quer saber de nada, muito menos de explicar ao filho que não o quer por perto. Uma cabeleireira (Cécile De France) disposta a assumir a responsabilidade por Cyril cria um forte contraste: de um lado, a falta absoluta de amor e compreensão; de outro, a compaixão e o compromisso social. No meio, a dor de um menino que ainda não tem como entender o que o cerca. V

Divulgação de O Garoto da Bicicleta (2011), dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne

* www.sergiorizzo.com.br

30 Revista Viração • Ano 10 • Edição 86


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Que Figura!

Despida de preconceitos

arina do povo

Conheça a sexy e exótica Luz Del Fuego, a bail

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eminua, acompanhada de duas jiboias sobre o corpo, Luz Del Fuego dançava. Esse é o retrato mais comum da bailarina do povo que, contrapondo o nome de batismo Dora Vivacqua, “água viva”, adotou primeiro como nome artístico “Luz Divina”, e depois substituiu por “Luz del Fuego”, nome de um batom argentino, sugerido pelo seu amigo e palhaço Cascudo, com a justificativa de que o nome estrangeiro faria mais sucesso. Luz del Fuego, nasceu em 1917. Era 15ª filha de uma família tradicional de Cachoeira de Itapemirim (ES). Teve sua vida marcada por rebeldia. Em 1937, morando no Rio, se torna paraquedista, mas é proibida de continuar por causa do namorado Mariano. O romance acaba quando ela decide fazer o curso de dança na Academia Eros de Volúsia. Dora Vivacqua se torna Luz Divina em 1944, no picadeiro do Circo Pavilhão Azul e, em 1947, já famosa e tendo salvado inúmeros circos passa a adotar Luz del Fuego e se apresenta em Follies, um pequeno teatro em Copacabana, com o espetáculo Mulher de Todo Mundo. Artista sexy, exótica e corajosa, defendia ideias naturalistas, de vegetarianismo e nudismo. Fundou o Partido Naturalista Brasileiro (PNB), mas seu irmão político Attilio Vivacqua conseguiu que não fosse registrado. Luz del Fuego não desistiu, e foi mais longe. Em 1954, conseguiu da Marinha a concessão da ilha de Tapuama de Dentro, no Rio de Janeiro. Neste local, fundou a Ilha do Sol, o Clube Naturalista Brasileiro, o primeiro do País, construído à custa de seus espetáculos gratuitos, seminua, nas escadarias do Teatro Municipal. O Clube passou a ser uma das grandes atrações da cidade e recebeu estrelas do cinema americano, como Brigitte Bardot e Steve MacQueen. *Uma das virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal

Luz del Fuego passa a viver na Ilha e para a Ilha, já sem muitos recursos financeiros, começa a se envolver amorosamente com nativos da região, o que preocupava seus amigos mais próximos. Para acalmá-los, Luz afirmava: “Eu sou uma Luz que não se apaga”. No dia 19 de julho de 1967, Luz e seu caseiro Edgar morrem numa emboscada dos irmãos Alfredo Teixeira Dias e Mozart, que queriam se vingar dela. O crime só é descoberto duas semanas depois, a partir de um depoimento de um coveiro dado aos jornalistas Mauro Dias, do jornal O Dia e Mauro Costa, do jornal Última Hora. Na data do seu nascimento, 21 de fevereiro, é comemorado o Dia do Naturalismo. V

“Eu hoje represento o segredo Enrolado no papel Como Luz del Fuego Não tinha medo Ela também foi pro céu, cedo!” Cássia Eller

Saiba mais sobre Luz Del Fuego com o livro Luz del Fuego - A Bailarina do Povo, de Cristina Agostinho; com o filme Luz del Fuego (1982), direção de David Neves, com Lucélia Santos; e com a música Luz del Fuego, de Cássia Eller.


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Sexo e Saúde

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Edneusa Lopes, do Virajovem Recife (PE)*

Natália Forcat

a adolescência é comum que os meninos tenham diversas encanações e dúvidas com relação ao órgão sexual. É nessa faixa etária que começam as preocupações com o tamanho do pênis, com os pelos do corpo e uma atenção especial com a higiene genital. Por isso, levamos algumas dúvidas de meninos integrantes do Programa Adolescer, da ONG BemVindo, de São Paulo, à psicóloga especializada em sexualidade humana Maria Lúcia Soares da Silva, da BEMFAM CEDESS, de Recife (PE). Confira as respostas! V

Tenho 16 anos e meu pênis não sobe, o que será isso? Antes de mais nada deve-se observar em que circunstâncias seu pênis “não sobe”. O estresse, a ansiedade, o nervosismo e o medo são fatores que podem dificultar a finalização de uma relação sexual prazerosa. Seu pênis nunca subiu, nunca ficou ereto? Se nunca ficou, é importante procurar ajuda médica para investigar e, se necessário, tratar adequadamente. Pode-se depilar os pelos dos órgãos sexuais do homem? Sim. Isso é muito pessoal. Na verdade o mais comum são os homens cortarem os seus pelos deixando-os curtos para assim facilitar a boa higiene, já que vivemos num país tropical e nem sempre podemos estar tomando vários banhos por dia. A extração total dos pelos é cultural. Valoriza-se principalmente nas mulheres a retirada total de algumas áreas, portanto devemos lembrar que os pelos estão para cumprir sua função de proteger algumas regiões de fungos, bactérias etc. Assim não vamos exagerar. É verdade que o posto dá camisinha de graça? Sim. A distribuição de preservativo masculino é feita nos postos de saúde. O preservativo feminino é mais difícil por ter um custo mais alto. É importante lembrar que os preservativos distribuídos sem custos para o usuário são comprados com nosso dinheiro, arrecadado através de impostos.

E se o homem tiver vontade de fazer xixi na hora que ele está fazendo sexo? No homem, tanto a urina como o esperma passam pelo mesmo canal, que é a uretra, mas ambos não podem passar ao mesmo tempo, graças a um músculo perto da bexiga. Se o homem estiver muito tempo sem urinar, é justamente nessa hora que dá vontade de fazer xixi. Alguns especialistas dizem que é até bom urinar depois da ejaculação, pois a uréia encontrada na urina limparia todo o canal urinário removendo qualquer agente infeccioso.

Mande suas dúvidas sobre Sexo e Saúde, que a galera da Vira vai buscar as respostas para você! O e-mail é redacao@viracao.org

*Uma das Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal

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Rango da terrinha

Da Itália para o Brasil italiano, Cremosa, dura ou frita, a polenta é um prato típico que se tornou tradicional também no Espírito Santo

Jéssica Delcarro, do Virajovem São Mateus (ES)*

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polenta é um prato da tradição italiana, cantada em verso e prosa. Antes feita de trigo ou aveia, adquiriu sua receita definitiva depois que os espanhóis levaram o milho para a Europa. Já foi considerada comida de pobre, “que engorda e faz crescer”. Com o tempo conquistou espaço, adeptos e respeito na alta gastronomia. Pode ser cremosa ou levemente tenra, como a que tradicionalmente consumimos. A de corte, mais dura, também é servida tostada e serve de base para as tirinhas fritas servidas como petiscos em bares. Com sutis variações de ingredientes diversos ela vira angu, purê ou papa de milho. O angu, feito à base de água, sal, farinha de mandioca, alguma gordura animal e especiarias, já era consumido no Brasil desde o século 17, muito antes da chegada dos imigrantes italianos. O prato típico encontrado nas cidades do Espírito Santo, colonizadas por italianos, é ideal para o inverno e pode ser acompanhado por outro prato comum na região, que é o frango ensopado com quiabo. Confira a receita! V

Modo de preparo

Alho e sal a gosto Óleo 1 litro de água 1 cubo de caldo de galinha 1 kg de fubá

Em uma vasilha dissolva o fubá em um pouco de água fria, para que ele não crie caroço. Refogue o alho com um pouco de óleo, adicione o litro de água e coloque o cubo de caldo de galinha para dissolver também. Quando a água estiver bem aquecida, sem ferver, adicione aos poucos o fubá que foi dissolvido na água fria e mexa bem. Em seguida, deixe cozinhar por mais meia hora com a panela tampada para não pipocar. Coloque sal a gosto. Você pode ainda preparar um molho à bolonhesa (com extrato de tomate e carne moída) para acompanhar!

Foto: F

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Ingredientes

*Uma das Virajovens presentes em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal

CUPOM DE ASSINATURA anual e renovação 12 edições ++ newsletter É MUITO FÁCIL FAZER OU RENOVAR A ASSINATURA DA SUA REVISTA VIRAÇÃO Basta preencher e nos enviar o cupom que está no verso junto com o comprovante (ou cópia) do seu depósito. Para o pagamento, escolha uma das seguintes opções: 1. CHEQUE NOMINAL e cruzado em favor da VIRAÇÃO. 2. DEPÓSITO INSTANTÂNEO numa das agências do seguinte banco, em qualquer parte do Brasil: • BANCO DO BRASIL – Agência 2947-5 Conta corrente 14712-5 em nome da VIRAÇÃO OBS: O comprovante do depósito também pode ser enviado por fax. 3. VALE POSTAL em favor da VIRAÇÃO, pagável na Agência Augusta – São Paulo (SP), código 72300078 4. BOLETO BANCÁRIO (R$2,95 de taxa bancária)


EST. CIVIL BAIRRO

Comunicar a paz da Cultura de Paz Jovens maranhenses estão engajados na promoção

REVISTA VIRAÇÃO Rua Augusta, 1239 – Cj. 11 Consolação – 01305-100 São Paulo (SP) Tel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687

NOME ENDEREÇO CEP CIDADE

FONE(RES.) ESTADO

DATA DE NASC.

/ em Cheque nominal Depósito bancário no banco Vale Postal Boleto Bancário Assinatura nova Renovação De colaboração Exterior

FORMA DE PAGAMENTO: TIPO DE ASSINATURA:

Maria do Socorro Costa, do Virajovem São Luís (MA)*

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om a realização de ações no bairro da Vila Embratel, localizado na área ItaquiBacanga, periferia de São Luís (MA), o projeto Comunicapaz com apenas dois anos de funcionamento, tem como objetivo criar espaços em que os jovens sejam promotores dos valores da cultura de paz. O projeto já atendeu 150 jovens de 14 a 24 anos, promovendo oficinas que abordam a linguagem audiovisual e artística. Para Daniela Mirin Ribeiro, de 19 anos, moradora da Vila Embratel, o Comunicapaz “é um projeto de transformação que trabalha os jovens e adolescentes da comunidade através da comunicação na promoção da paz. Ele me reeducou, me permitiu pensar e agir em situações que, muitas vezes, o controle parece não existir, ajudou para que eu tivesse uma linguagem de paz, a me comunicar melhor com meus pais, colegas, a viver na comunidade de modo pacifico”, explica. Por meio da utilização de oficinas educomunicativas de vídeo, rádio, produção textual, fotografia, blog, teatro do oprimido, dança afro, artes plásticas, produção de jornal e fanzine, a proposta do Comunicapaz é contribuir para a construção de uma sociedade que garanta a igualdade de oportunidades para o pleno desenvolvimento e a participação social de adolescentes e jovens, com a democratização dos meios de comunicação. Sob a coordenação da professora doutora Vera Salles, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o projeto propõe um estilo de vida com base na tolerância, solidariedade e não violência, de

modo a permitir que os jovens reflitam e se expressem sobre suas relações familiares, escolares e comunitárias, estimulando que eles próprios elaborem seus produtos resultantes das oficinas. No momento, o Comunicapaz está em fase de transição aguardando financiamento, mas, mesmo assim, continua a desenvolver suas ações semanalmente na Vila Embratel durante todos os sábados, com a ajuda dos jovens atendidos, alunos, parceiros e voluntários. Além de um desafio, o projeto é um convite aos promotores da paz e aqueles que almejam a democratização dos meios de comunicação. Que tal se transformar em mais um dos multiplicadores desta experiência? V Divulgação

FONE(COM.) E-MAIL

SEXO

Assinatura nova Renovação De colaboração Exterior

R$ 65,00 R$ 55,00 R$ 80,00 US$103,00

Parada Social

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/

PREÇO DA ASSINATURA

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Jovens do Comunicapaz na atividade de encerramento do semestre, em Vila Embratel, São Luís (MA)

Saiba mais sobre o projeto Comunicapaz: http://comunicapaz.blogspot.com.br/

*Uma das Virajovens presentes em 19 Estados do País e no Distrito Federal


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Roteiro sugerido por: Clรกudia Ferraz, do Virajovem Sรฃo Gabriel da Cachoeira (AM)


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EU APóIo A CAUSA INDÍGENA CONTRA A PEC 215 DEMARCAÇÃO DAS TERRAS URGÊNCIA NOS JULGAMENTOS O Estado brasileiro não cumpre o artigo 231 da Constituição Federal, que reconhece aos povos indígenas o respeito à sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Além disso, apenas um terço das terras indígenas foram demarcadas, um descumprimento ao artigo 67 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A falta de delimitação e demarcação dos territórios tradicionais aguçam os conflitos que se retroalimentam da inoperância do Poder Judiciário.

SAIbA MAIS EM: www.causaindigena.org


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