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2020 EM RETROSPECTIVA

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O VERBO

O VERBO

o desígnio. Sua sonoridade vibrante cria significados vários, conforme a entonação, intensidade e ritmo. É lenitivo e confidente, afiada ferramenta. Também inspira e intui no escrever catártico.

Ao se fazer verbo, é ação e movimento, é criação. Em linguagem simbólica não se traduz, se percebe, não se explica, é sentida. É um elemento vivo, livre e mutável que se amolda à mente e à versão de cada um. É aquela a se deslocar e transitar no universo da comunicação.

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Requer olhar atento o ano em retrospectiva Tempos difíceis, dirão. Tempos de ouro, direi.

Nunca houve tanta comoção nem tanta criatividade. O medo exigiu auto cuidado, o sofrimento inspirou compaixão, a tristeza nunca foi tão consolada.

A ameaça despertou cautela, a adversidade criou resiliência, a morte amiúde lembrou a brevidade da vida o valor da existência da família e amigos.

Frente à liberdade tolhida, precisou-se inovar. Comunidades virtuais trocaram a frivolidade por solidariedade e afeto. O aparte físico aproximou pessoas, até aquelas distanciadas pelo tempo. O confinamento a dois fez emergir divergências e ressentimentos, e a possibilidade de conciliação.

O tempo disponível mostrou a falta de prazer e não se saber o que fazer com o ócio diante da compulsão laborativa. Revelou a dificuldade em estar só, o vazio interior e a urgência em se reinventar.

Com a reclusão forçada o consumismo diminuiu, as prioridades mudaram, apreciou-se a vida simples, surgiram novos hábitos, novas formas de interações, novo jeito de trabalhar, novos ofícios.

Tempos difíceis, dirão Tempo de orar e agradecer, direi.

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