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O Medo como Guia

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Página em Branco

Página em Branco

Nem mais nem menos

Não me contento com menos, Quero tudo que a vida pode me dar. Não me fales de amores possíveis, a possibilidade é erva daninha frente ao sonho.

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Há alguém à minha espera, alguém que me deseja, para quem sou mais, sem, no entanto, achar-se menos.

Alguém que não se contenta com menos, porque crê que merece mais.

Alguém que não se ofusca com minha luz, porque tem luz própria. Que não se afasta ao ver o meu melhor, porque pode viver com o seu pior.

Alguém que não tenho que ser menos, por receio de ameaçá-lo. Que me quer sempre mais, Que acredita que posso mais. Que acolha o meu menos, enquanto aprecia o meu mais.

Alguém que se sinta livre para ser o seu melhor, sem abater-se com o seu pior. Com quem eu me sinta livre para ligar, só para ouvir sua voz, ou contar uma vitória, ou um momento ruim, sem receio de intimidá-lo.

Alguém ao lado de quem sinta-me inspirada e queira inspirar a ampliação de horizontes e potencializar a luz, no mais e no menos.

Nem mais, nem menos!

O medo como Guia

Tentar e falhar é, pelo menos, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido. Geraldo Eustáquio.

É triste constatar como não percebemos como somos guiados por padrões de comportamento que nos foram impostos e sequer questionamos. Será que uma relação, para ter esse nome, tem que ter o sentido de permanência? E se aquela pessoa veio na nossa vida apenas para um momento, para nos indicar o caminho em que encontraremos nossa Alma Gêmea? O que é a permanência diante da efemeridade da vida?

Não há garantias de que nós vamos gostar de alguém, não vamos manter a relação só porque assumimos o compromisso de conhecê-lo. Podemos mudar de ideia. É preciso experimentar para saber o que se quer. Também não temos como saber se o outro vai gostar de nós, ou que sinta da mesma forma, na mesma intensidade.

Medimos o interesse do outro pela frequência com que nos procura. De verdade, o tempo e a distância são instrumentos adequados para medir sentimentos? Não se pode assegurar que alguém nos ama, que se importa conosco, por estar sempre ao nosso lado. É possível confundir sentimento com controle ou dependência.

Precisamos questionar se estamos sempre juntos de alguém porque queremos ou porque receamos deixá-l0 livre. Se há amor, precisamos soltar o outro para que escolha estar conosco porque deseja. É preciso refletir se estamos numa relação pelo compromisso assumido, pela rotina, pelo hábito, ou pelo medo de ficar só.

Geralmente, o homem tem medo de se aproximar pela cobrança de permanência, ou pela exigência de constância da relação. A mulher, por sua vez, tem medo de entregar-se e depois ser abandonada, aí diz não para não sofrer.

Por outro lado, devemos nos perguntar se estamos sendo verdadeiros nessas experiências. Não é honesto ficar numa relação por ser difícil encontrar alguém, porque dá trabalho construir um novo vínculo. Aí cai por terra os “sentimentos nobres” como argumento para justificar a flexibilidade, os ajustes, aceitações e tolerâncias femininas. Por medo, a mulher fica na relação sem questionar ou sai dela antes de começar.

Nesse contexto viciado, tanto o homem quanto a mulher sofrem. O homem por estar sempre se desculpando, mentindo ou fugindo, por medo do compromisso; a mulher, por criar falsas expectativas.

É claro que não se pode ignorar aqueles que estão equivocados na vida e não respeitam nem a si nem o outro. Toda relação, para sobreviver, precisa ser cultivada. Falo de pessoas bem intencionadas, que querem e estão em busca da felicidade, mas deixam que o medo guie suas vidas e decisões. E enquanto isso,

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