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Análise da Sensibilidade Feminina

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Página em Branco

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Introdução e Agradecimento

O ato de escrever é uma forma de conversar com as pessoas. Eric Nepomuceno

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Todos nós já tivemos momentos em que somos arremessados a um lugar acolhedor e sereno. Nele sentimos um bem estar indescritível, uma paz e lucidez completa. São rápidos momentos que deixam impressão permanente e forte.

Por algum tempo, podemos vislumbrar nossa essência, força e sabedoria. Ao retornarmos, guardamos as impressões vividas, que, no momento oportuno, serão acessadas e teremos então discernimento para tomar uma decisão, exercer a compaixão ou, pacientemente, atravessar um momento difícil, ou enfrentar um desafio. São portais de acesso à alma, a revelar conhecimentos, ensinamentos e lições que nos ajudam na caminhada terrestre.

Compartilhar impressões e sentimentos aflorados é a proposta deste livro. O Caleidoscópio da Vida é a expressão do transbordamento de inquietações, emoções e sensações, semelhantes às de tantas outras almas, que igualmente estão na jornada do viajante, na Mãe Gaia, e que nunca se satisfazem com as respostas, pois sabem que a vida é feita de perguntas.

Agradeço ao Pai do Céu, à Mãe da Terra, aos Mestres, Guias, Ancestrais, Orixás, ao meu Anjo da Guarda, por estarem sempre presentes em minha vida. Agradeço às amigas Jussara Landim, Aparecida Gico e Helena Santos, por me encorajarem a realizar esta obra. À amiga e irmã Gerusa Leal, pela paciência de comentar os meus textos, e pela generosidade de me enviar tantos artigos e mensagens que me serviram de inspiração. Ao escritor Paulo Dantas, por ter me auxiliado nas questões práticas de edição e divulgação.

Agradecimento especial à União Brasileira de Escritores, na pessoa de seu Presidente, Vital Correa, pelo acolhimento e disponibilidade oferecidos a uma calora, e pelo generoso prefácio.

Dedico este livro a Gilmar Crisóstomo da Silva, por ter propiciado a abertura dos portais da afetividade que permitiram ativar minha criatividade; a meu pai, por ter me estimulado a apreciar a leitura.

Análise da Sensibilidade Feminina

O Caleidoscópio da Vida, da escritora Virgínia Leal, que tenho a honra de apresentar ao leitor ou leitora, é um livro que, se fosse uma pessoa, estaria andando na beira de um fio de navalha, porque, de gênero difícil de classificar, facilmente pode-se dizer o que ele não é, mas os limites entre análise psicológica, existencial e crônica literária são exíguos.

Não é meramente um livro de auto ajuda, não é um livro de ficção, nem de poesia. São crônicas ilustradas de poemas. Mas não crônicas comuns, cujo tema seja um assunto banal, transformado pelo cronista numa matéria cheia de ângulos esquisitos e bem humorados ou satíricos; seja uma notícia séria, quase decodificada e destroçada com as pinças da sátira e com os bisturis do humor ou alicates da mordacidade.

As crônicas da escritora Virgínia Leal têm uma temática e um tratamento igualmente sérios, apenas usa o lirismo puro ou escondido em linguagem de rigor científico para expressar intimamente, de modo racional, o seu ponto de vista, a sua receita (não recado) de uma pessoa psicologicamente experiente e intuitivamente sensitiva, nunca de um âmbito confessional, mas generalizadamente, sem perder-se nas abstrações, sempre mantendo em rédeas curtas o controle estilístico, o urdume do desencadear do tema.

Isso merece louvor, porque muitos naufragam completamente nesse mar encapelado e perigoso – nesse mare tenebroso – e Virgínia singra sã e salva, e já na outra margem, no fim do livro, acena vitoriosa.

A linguagem conotativa, que enriquece um sistema de significação, numa estrutura de dois planos, o do significado e o do significante, ou plano do conteúdo e da expressão, essa linguagem, em voltagem máxima, está bem presente no texto gerado por Virgínia, o que implica um universo cultural em que a autora se move com lanheza e segurança.

Sua formação de advogada e seu ofício consubstanciam essa capacidade, catalisada pela filosofia existencialista que detém, formal ou informalmente obtida, quem sabe nas fontes da própria vida, nas reflexões atiradas sobre os fatos, medindo suas consequências e causas?

A riqueza interpretativa, a mesa repleta de significações que Virgínia prepara para deleite dos leitores que – como num self-service – escolhem o que mais lhe apetecem, ajuda ou se aplica – advém de uma curiosa e incisiva utilização magistral da linguagem, em sua potência conotativa, a única que permite extrair dos seus textos lições psicológicas, existenciais, pessoais.

A matéria literária é cultural. Escritores como Virgínia Leal extraem do mundo elementos e com eles representam totalidades e constroem situações, que para sua decodificação exige um esforço inteligente e criativo do leitor. Ao mesmo tempo, ela ajuda, a quem lê, iniciar o processo de reconstrução do seu

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