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Faces Femininas

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Página em Branco

Página em Branco

Despertar

Ninguém sabe o que há dentro de si até ter que colocar para fora. Ernest Hemingway

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E então amanheci, com a sensação de uma longa viagem. Olho ao redor, por um momento não reconheci o meu quarto. Perdi a noção de tempo e espaço. Preguiçosamente me levanto, olho no espelho e não me reconheço. Face abatida revela experiências vividas. Quando criança, achava que as pessoas de minha idade tinha resposta para tudo. Enquanto degusto o café, percebo que o tempo parou. Observo a chuva fina, o céu nublado, chamando ao recolhimento. Respeito ao ciclo da vida.

Não vou trabalhar hoje, é tempo de hibernar, de comer pipoca enquanto assisto um filme de amor. É tempo de aconchego, de ficar entre as cobertas, de mimar o corpo e a alma.

Dentro de mim há outros planos, outros anseios, tão escondidos que nem eu mesma sei, mas pressinto. Viajo à dimensão dos sonhos, busco respostas. Ouço um sussurro, percebo a expressão. Fico quieta, entre as cobertas, ouvindo o barulho da chuva, tentando decifrar a mensagem. Percorro os domínios dos mistérios que me são revelados. Observo um pássaro que pousa, mas não se demora.

Em retrospectiva, vejo os momentos raros em que fiz escolhas. As pessoas e situações vinham e iam e eu apenas as acolhia, aceitava convites e desafios. Nunca me perguntei o que realmente queria. Agora, flutuo nesse tempo fora do tempo, apenas existo. Tomo consciência de minha existência, alheia às pessoas, às realizações. Desfruto do momento.

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