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Ilusão

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Página em Branco

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Plenitude

Saborear o néctar da vida nas cores, formas e luzes, na escuridão, no mundo, na solidão. Desfrutar do desejo, sem apego. Dispor o ouvido para escutar sons, vozes, o coração. O que não foi dito. Ter compaixão sempre no ouvir, olhar, observar. Muito no falar. Amar o amor fluindo de nossas entranhas. Aproveitar cada momento no êxtase da natureza, fiel à essência.

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Ilusão

Existem pessoas que vivem num mundo de sonhos e outros que encararam a realidade. E existem aqueles que lutam para fazer de um o outro. Douglas Everett

Sempre escuto que a ilusão é um mal, uma fantasia destrutiva, porque nos tira da realidade. Sem negar essa afirmação, é importante nos questionar se podemos identificar o que é verdadeiro e o que não é. Há pessoas que acreditam que viver a realidade é estar em coerência com o que acredita, e a crença nada mais é do que valores e conceitos assimilados, e ensinamentos impostos. Jamais questionam o mundo em que vivem, e creem que o presente se resume às atividades cotidiárias de satisfação de necessidades básicas, sem cuidar de alimentar o espírito, o coração, a transcendência.

Para essas pessoas, é assustador entregar-se a experiências que não sabem onde vai levá-las, então optam por corresponder ao que se espera delas.

É importante observar que a fantasia aciona o mundo imaginário, sem o qual a arte não existiria e o poder criativo estaria enterrado. Seríamos condenados à morte emocional, não tivéssemos a capacidade de sonhar, pois o sonho realizado nos encoraja a enfrentar o que chamamos de realidade. Quantas invenções humanas partiram do imaginário que, para os incrédulos da ocasião, era mera ilusão?

Deixar-se levar pela fantasia pode despertar aspirações profundas. É preciso perguntar-se se sabemos divisar a fronteira entre o sonho e a realidade. Quem consegue distinguir o que há de ilusão e o que é tangível num sonho? Algumas vezes, o que parece realidade não passa de fantasia, e o que aparenta ilusão é a mais cristalina verdade que desconhecemos.

Apesar de ser um caminho de constantes riscos, onde não há garantias, mergulhar no imaginário pode nos conduzir a caminhos nunca trilhados, reveladores de nossa essência, ricos em cores, formas, luzes e sons. No regresso, é possível preservar o que de bom desfrutamos, as sensações, sentimentos e percepções.

Nenhuma criança fica magoada, frustrada ou decepcionada ao voltar de uma fantasia. Ela penetra nesse mundo maravilhoso, e aproveita o que ele pode lhe dar. Não questiona se é real, simplesmente vive. Por que não podemos preservar essa forma de ser infantil, sabendo transitar entre o real e o imaginário, sem confundi-los, agradecidos pelo estímulo criativo e aplicá-lo em nossa vida?

A criança, em sua simplicidade, sabe distinguir o mundo criado por ela daquele onde vive. O mal da ilusão reside na falta de consciência, pois usamos a ilusão para fugirmos da realidade, e chega uma hora que não sabemos distinguir uma coisa da outra. Mesmo aqueles que se julgam invulneráveis a fantasias saem da realidade sem perceberem, ao receberem estímulos e induções dos

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