DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 17, 18 E 19 DE OUTUBRO DE 2015
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Finanças Pessoais SUSTENTABILIDADE
GESTÃO E CARREIRAS
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
PERFIL
TERÇA -FEIRA
QUARTA -FEIRA
QUINTA -FEIRA
SEXTA -FEIRA DREAMSTIME
Cidades paulistas aderem a programa de acerto de dívidas As cidades de Andradina, Guarulhos, Pirapozinho, Itatiba, Campinas, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Registro e Tietê, todas no Estado de São Paulo, irão receber o programa de sustentabilidade do crédito, promovido pela Boa Vista SCPC, o chamado “Acertando suas Contas”. Segundo Maria José Barros, diretora da área de sustentabilidade da instituição, o programa, que visa regularizar as contas dos consumidores, além de ‘limpar o nome’, conta com parceria das associações comerciais, empresariais e industriais dos municípios. / Da Redação
GÉ
Segundo especialista, cautela é necessária por ser um “acordo moral sem garantias”
Dívidas feitas por outras pessoas já levaram 15 milhões à inadimplência. E empréstimo também de cartão de crédito deve ter cautela redobrada
60% Risco de emprestar nome a
total de interessados em renegociar dívidas que têm pelo menos um dependente na família, segundo estudo Perfil do Consumidor da MultiCrédito.
3% G Foi
a queda da inadimplência em cheques em setembro, com relação a agosto, passando de 2,72% para 2,66%, de acordo com o TeleCheque, da MultiCrédito.
G Pesquisa
do Blog Finanças Femininas em parceria com o Opinion Box mostra que 48% de 991 mulheres entrevistadas afirmaram não ter dívidas atualmente. Além disso, 28% das participantes da pesquisa nunca estiveram endividadas. Das demais, 19% afirmaram já ter contraído dívidas e tê-las quitado em três meses. / Da Redação
G Sicredi,
cooperativa de crédito com mais de três milhões de associados, lançou Crédito Consignado INSS, com a opção de prazo de até seis anos. A solicitação de empréstimo deve ser feita nas unidades da cooperativa. Aposentados e pensionistas constituem 15% da base de associados da instituição financeira. / Da Redação
G Segundo
estudo da SulAmérica, os homens são os que mais contratam o Educaprevi, produto de previdência para crianças com, em média, 10 anos. No mês de agosto a companhia registrou incremento de 30% no saldo do Educaprevi em relação ao mesmo período do ano anterior. / Da Redação
terceiros é maior na crise ENDIVIDAMENTO Isabela Bolzani São Paulo isabela.damasceno@dci.com.br G A desconfiança financeira perpetuada pela crise do País segue como um dos principais motivos de cautela ao se emprestar o nome para alguém. Segundo especialistas, inclusive no setor imobiliário, essa atitude pode ser bastante prejudicial para quem empresta. Quase um quarto dos inadimplentes totais (57 milhões) no Brasil corresponde ao empréstimo de nome a terceiros (15 milhões de pessoas). Para Dori Boucault, consultor financeiro e advogado especialista em direitos do consumidor, mesmo com uma possível “dificuldade ou vergonha em dizer não, práticas de empréstimo de nome devem ser evitadas ao máximo”. “As situações mais frequentes são de familiares e amigos, que colocam os outros na parede para pedir, afirmando que teve uma dificuldade momentânea. Mas o problema é que, quando você empresta, você acaba colocando o seu nome em risco. Se essa pessoa não cuidou nem do próprio nome, imagina o que ela vai fazer com o seu?” avalia Boucault. De acordo com estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz, da própria entidade, cerca de 21% dos brasileiros afirmam já terem pedido o nome emprestado. Desses, três em cada dez (31%), o fizeram por estarem
com o nome registrado em cadastros de inadimplentes e outros 24% alegam ter estourado o limite do cartão de crédito ou do cheque especial. José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, afirma que esta é uma atitude de responsabilidade jurídica, uma vez que todos os custos a serem arcados a partir do momento do empréstimo, são de quem emprestou. “Não tem saída. Muitas vezes, na eventualidade da pessoa não pagar, quem empresta sequer fica sabendo. Descobre de repente que está com o nome sujo e não sabe nem o por quê. Daí tem que ir nas entidades responsáveis descobrir o motivo e tentar limpar o nome por algo que você não fez”, diz. Dos 15 milhões de consumidores inadimplentes por empréstimo de nome, cerca de 60% não sabia informar qual o valor da compra ou do empréstimo feito por outras pessoas em seu nome. Ainda de acordo com a pesquisa, o processo de quitação de dívidas feitas por terceiros é demorado, sendo que cerca de 53% dos casos estão nessa situação há mais de três anos. Além disso, dos entrevistados, o total de 74% alegaram a inadimplência por emprestar o cartão de crédito a alguém. Para Boucault, em uma situação em que há o empréstimo do cartão de crédito, existem ainda mais consequências a serem consideradas. “Tem gente que se faz passar por outra pessoa para fazer uma compra com o cartão e, quando isso acontece, é uma prova de fraude. Se der problema lá na frente, todos assu-
52% AFIRMAM TER PAGO DÍVIDAS FEITAS POR TERCEIROS 61% NÃO SABIAM O VALOR DA DÍVIDA FEITA POR OUTROS EM SEU NOME 31% AFIRMAM QUE PEDIRAM NOME POR ESTAREM INADIMPLENTES
mem o prejuízo, menos quem realmente usou o cartão em nome de outra pessoa”, afirma.
Imóveis Segundo os especialistas ouvidos pelo DCI, assim como as demais situações de empréstimo de nome, aquele que é formalizado por contrato locatício também deve ser bastante analisado antes de ser aceito. “É preciso não só observar o compromisso moral do outro como também sua própria condição financeira, já que se você assumir esse compromisso e o outro não pagar, isso pode afetar diretamente o seu orçamento”, analisa Boucault. Para Vignoli, outra forma de ajudar quem pede o nome, é se disponibilizar de outras formas, como aconselhamento e direcionamento de gastos. “Você estará comprando um problema que não é seu. Se alguém está pedindo o nome é porque não conseguiu crédito das formas tradicionais, seja por nome sujo ou por já estar devendo na praça. O compromisso das pessoas que tem essa atitude é muito fraco, porque ela acaba se acostumando com isso. O constrangimento em negar o empréstimo a ela não deve existir”, ressalta. Boucault ainda completa que o acordo, muitas vezes, acaba sendo “perda de dinheiro e do amigo, ou família”. “Nessa época de crise, qualquer dificuldade financeira pode ser um grande problema se você estiver com dívidas feitas por terceiros. Muitas vezes, esse acordo não é nada mais do que um compromisso moral. É preciso se ter em mente que não há garantias”, conclui.