Segunda-feira, 29 de junho de 2015
SANTOS SOCIAL SOCIAL
Educação e saúde ganham atenção permanente Education and health always priorities
DESENVOLVIMENTO acima da média Expansões do porto, exploração do pré-sal, obras de infraestrutura e turismo animam os negócios
Above average development
Port expansions, pre-salt exploration, infrastructure works and tourism drive business
PRÉ-SAL PRE-SALT
Impacto é positivo. E a produção apenas começou
Positive impact and production only beginning
INOVAÇÃO INNOVATION
Espaço reservado à atração da alta tecnologia Making space to attract high tech
TURISMO TOURISM
Infraestrutura aestrutura dá base ao segmento de negócios
Infrastructure underpins booming business segment
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CARTA DO EDITOR Interior paulista, um cenário de prosperidade
F
estejado como o segundo maior mercado de consumo nacional, o interior de São Paulo ocupa posição de liderança no mapa econômico brasileiro por conquistas comprovadas. No pelotão de frente do ranking do Produto Interno Bruto (PIB) municipal – os 20 maiores –, por exemplo, há seis cidades paulistas. Em outra filtragem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando vistas as não capitais, isto é, os municípios de todo o interior brasileiro, sete dos dez principais estão no Estado de São Paulo. Sobre este rico cenário, a série de revistas especiais Cidades em Crescimento, que o DCI inicia com a presente publicação, quer lançar um olhar mais aprofundado e analítico. Para mostrar não só a prosperidade econômica dos principais municípios paulistas, mas também as conquistas nas áreas sociais que visam ao bem-estar da população. As revistas serão bilíngues – português e inglês – e circularão encartadas na edição nacional do DCI. Um reparte especial será distribuído em eventos, missões empresariais ao exterior e iniciativas que visem à atração de investimentos e negócios ao interior paulista. A cidade escolhida para inaugurar a série foi Santos. Hospedeira do maior porto do País e da América Latina e, nas águas vizinhas, das riquezas do pré-sal, responde pelo 14º PIB do Brasil e o 5º do Estado de São Paulo. Marcas vigorosas que não a impedem de se manter com o 6º Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Ou seja, um ótimo lugar para se viver, investir e empreender.
SUMÁRIO
8
Entrevista O prefeito Paulo Alexandre Barbosa fala sobre o plano geral de metas que estabeleceu para a administração e os novos projetos em andamento.
10
PORTO Com US$ 116,1 bilhões embarcados em 2014, o porto mantém a liderança no País e na América Latina e está em constante expansão.
34
TURISMO
A cidade investe na infraestrutura para se firmar como endereço preferencial para o turismo de negócios
Construção civil
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Parque Tecnológico 26
Saúde
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O futuro do pré-sal 28
Educação
46
Inovação
38
Os Editores
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10º FÓRUM COMEXLOG Um dia de discussões entre governo e empresários sobre a necessidade de melhorias e expansão do porto
EXPEDIENTE SANTOS CONSELHO EDITORIAL Alaide Quercia, Cristiane Quercia, Andreia Quercia, Claudia Rei, Rubens Pedretti Júnior, Roberto Lira e Liliana Lavoratti DIRETORIA DIRETOR-EXECUTIVO: Rubens Pedretti Júnior – rubens.pedretti@dci.com.br REDAÇÃO DIRETOR: Roberto Lira – roberto.lira@dci.com.br EDITORA-ABERTURA: Adriane Castilho – adriane.castilho@dci.com.br; EDITORA-FECHAMENTO: Liliana Lavoratti – liliana@dci.com.br; EDITORES: Anna Lúcia França, Camila Abud, Claudia Bozzo, Davi Brandão, Renato Carvalho, Renê Gardim, Vanessa Stecanella e Wagner Gueller
DEPARTAMENTO COMERCIAL DIRETORA DE MERCADO: Katiane Oliveira – katiane@dci.com.br GERENTES COMERCIAIS: Nacional – Sandro Bertoloti sandrob@dci.com.br; São Paulo – Luciana Wensko lucianawensko@dci.com.br; EXECUTIVOS DE CONTAS: Grandes Agências – José M. Molina; Governos e Prefeituras – Sergio Albacete; PME – Aline Lopes, Samir Moura e Pedro Cardoso; MARKETING: Fabiana Marchi DCI SEDE SÃO PAULO – Rua Major Quedinho, 90 – 7º e 8º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01050-030. Atendimento (11) 5095-5335 • atendimento@dci.com.br; Redação (11) 5095-5200 • redacao@dci.com.br; Publicidade (11) 5095-5300/5301• comercial.institucional@dci.com.br
Editora – Rosvita Laux – rs.laux@uol.com.br Editor Executivo – Jaime Matos – matos.sa01@gmail.com Editora inglês – Kendra Johnson – kenj30@gmail.com Repórteres e colaboradores – Cristiane Bottini, Erico Luiz, Iolanda Nascimento, Gisela Bello, Isabel Fernandes Revisor – Mauro Barros Arte – Editoria de arte.com Projeto gráfico, edição de arte, fotografia e infografia Renato Brandão rebran@uol.com.br Alex Silva – artalexsilva@uol.com.br Paginação e editoração eletrônica Ronald Capristo Trapino, José Roberto Saglietti Fotos da capa – Tadeu Nascimento e Agência Petrobras/Divulgação Impressão – Log & Print Gráfica
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APRESENTAÇÃO
SAÚDE E BEM-ESTAR AN EYE ON WELL-BEING
Coleta de lixo (2010 – % domicílios)
Trash collection (2010 - % of households)
99,80 Abastecimento de água 2010 – % domicílios) Water supply (2010 - % of households)
99,56 Rede de esgoto (2010 – % domicílios)
Sewerage system (2010 - % of households)
95,29 Médicos/1.000 habitantes (2014)
Doctors per 1,000 inhab (2014)
6,34
Economia forte, com qualidade de vida
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om um Produto Interno Bruto de R$ 37,7 bilhões, Santos é a quarta economia paulista e a 14ª nacional, cujo principal motor é o porto, o maior do Brasil e da América Latina e peça fundamental para o comércio exterior brasileiro. Por ali foi movimentado no ano passado quase um terço (27%) de toda a carga embarcada ou desembarcada no País. Em valor, US$ 116,1 bilhões – 25,3% do total exportado. No futuro próximo a economia será bafejada também pela influência dos resultados da produção do petróleo no pré-sal, que tem crescido firmememente. As conquistas, no entanto, não ficam restritas ao campo econômico. Santos é a sexta cidade brasileira no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). A população, virtualmente estável, mostra alto perfil educacional: 23% tem o curso superior, ante a média estadual de 11,6% e a nacional de 8,81%. E o atendimento à saúde também é exemplar. Por exemplo, a cidade tem 6,3 médicos para cada mil habitantes, bem à frente da média nacional, de 1,8. Neste cenário, o município se coloca em posição privilegiada na atração de novos investimentos privados. O turismo continua interessando aos aplicadores. Até 2017, o número de leitos da rede hoteleira deverá crescer 48%, de 4.066 para 6 mil. Serão mais sete hotéis na cidade, que hoje tem 22, com 1.643 apartamentos. Ao lado das atividades tradicionais, o que se quer agora é trazer empresas inovadoras de tecnologia. Para isso, foi criado o Parque Tecnológico, autarquia municipal encarregada de atrair investimentos que gerem empregos e promovam a inclusão social por meio da união entre pesquisa e setor produtivo.
B
E
B
Strong economy, with quality of life
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ith a R$ 37.7 billion GDP, Santos is the fourth largest municipal economy in the state of São Paulo and the 14th largest in Brazil. The driving force is its port, the largest in Latin America and key to the country’s foreign trade. The port handled nearly a third (27%) of all the cargo that was shipped or received by Brazil last year. In dollar terms, US$116.1 billion – 25.3% of total exports. But Santos’ success is not limited to the economy. It ranks sixth in Brazil on the Municipal Human Development Index (MHDI). The population has a high level of education: 23% have a college degree, compared to the state average of 11.6% and the national average of 8.8%. And health care is exemplary: the city has 6.3 doctors for every 1,000 inhabitants.
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INFOGRAFIA: ALEX SILVA/EDITORIA DE ARTE
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM) MUNICIPAL HUMAN DEVELOPMENT INDEX Os 10 melhores do Brasil/The 10 Best in Brazil 1º São Caetano do Sul 2º Águas de São Pedro Florianópolis 3º 4º Balneário Camboriú Vitória 5º SANTOS 6º Niterói 7º 8º Joaçaba 9º Brasília 10º Curitiba
SANTOS
São Vicente
0,862 0,854 0,847 0,845 0,845
0,840
R$ milhões correntes GDP (2012 - R$ millions)
Life Expectancy (years)
0,837 0,827 0,824 0,823
37.722,53
78
PIB per capita (2012)
0,8
Área (km²)
PIB (2012 )
Expectativa de vida (anos)
1,0 0
R$ correntes
Per capita GDP (2012 - R$ )
89.898,17
Fonte/Source: PNUD
280,67 População (2014) Population
Participação nas exportações do estado
422.740
Share of state's total exports
Taxa analfabetismo (2010) Illiteracy rate
7,55%
2,22%
Grau de urbanização
Exportações (2014 – US$ bilhões FOB) Exports (2014 - US$ billions FOB) Importações (2014 – US$ bilhão FOB) Imports ( 2014 - US$ billions FOB) Saldo (2014 – US$ bilhões FOB) Trade Balance (2014- US$ billions FOB)
Urbanization (%)
99,83%
4,36 1,0 3,36
Estrutura empresarial/ p Corporate Structure Número de empresas atuantes
Number of active companies 23.287
Salário médio mensal (Salários mínimos) Average monthly salary (multiples of the minimum wage)
3,3
10
Salaried workers
165.487
23.200
2008 09
Pessoal ocupado assalariado
11
12
2008 09
10
3,3
11
12
151.943 5 120
2008 09
10
11
12
In Portuguese, commas are used in the place of decimal points, and decimal points are used in the place of commas. Fonte/Source: IBGE (Cadastro Central de Empresas/ Central Company Register )
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ENTREVISTA/PREFEITO PAULO ALEXANDRE BARBOSA
Prioridade é alcançar a máxima eficiência Um programa com 151 metas, avaliado a cada três meses, é o mapa que indica às secretarias municipais os caminhos que a administração deve seguir
FOTO: PATRICIA ZEPPELLINI/GOVERNO DE SÃO PAULO
Erico Luiz
C
onseguir maior eficiência da máquina pública, qualificar mão de obra para o mercado de trabalho local e encontrar novas alternativas de investimento público. Estas são três das prioridades com que o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), trabalha. Ao assumir o governo, em janeiro de 2013, as sete principais secretarias, que reúnem 85% dos servidores da cidade, passaram a seguir um plano geral de metas, em que os bons resultados estão atrelados a melhorias para a pasta e bonificação nos salários. A partir do início de julho, a iniciativa se estenderá para as outras dez secretarias. O objetivo é fortalecer o caixa em um momento de queda da arrecadação. “Isso não é uma prática usual no setor público e é inédita na Baixada Santista”, afirma Barbosa. Veja a seguir os principais trechos da entrevista concedida pelo prefeito para a presente edição: Cidades em Crescimento – O senhor assumiu a prefeitura em janeiro de 2013 e adotou um programa de eficiência. Quais são os resultados conseguidos até agora? Paulo Alexandre Barbosa – Ao assumir, com auxílio da Fundação Vanzolini, criei um programa de metas de desempenho e resultados para sete secretarias, que reúnem 85% dos nossos servidores. A partir de julho a iniciativa se estenderá para as outras dez secreta-
Pequenas iniciativas trarão economia de R$ 500 mil por ano. Isso ajuda a fortalecer o governo em um momento em que a arrecadação caiu 4% de janeiro a maio
rias. São 151 metas que foram criadas e que são avaliadas trimestralmente. Os resultados serão anunciados em breve, mas têm sido muito bons. No início de junho, implementamos uma ação que visa reduzir os processos em papel da prefeitura. Por exemplo, o servidor, ao solicitar licença-prêmio, não precisa mais fazê-lo por papel. São pequenas iniciativas que trarão economia de R$ 500 mil por ano. Isso ajuda a fortalecer o governo em um momento em que a arrecadação caiu 4% de janeiro a maio.
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CC – Muito se tem falado das Parcerias Público-Privadas (PPPs) como forma de prefeituras e governos estaduais aumentarem os investimentos. Como Santos tem visto isso? PAB – Elaboramos uma legislação municipal sobre PPPs, que foi aprovada no ano passado pela Câmara. Em março, assinamos acordo com a Fipe [Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, ligada à FEA/USP] para estudos de PPPs em três áreas: iluminação pública, construção de uma nova rodoviária e garagens subterrâneas. Os estudos deverão ser entregues em março de 2016. A ideia é ver o que poderemos oferecer de garantias, contrapartidas e como poderíamos fazer parcerias nestas três áreas. CC – Hoje cerca de 40% da arrecadação anual de Imposto Sobre Serviços (ISS) está atrelada às atividades portuárias. A exploração gradual do pré-sal poderá agregar uma nova atividade à economia de Santos. Como a prefeitura trabalha para que o trabalhador da cidade possa participar desse ciclo de crescimento? PAB – Temos um foco na qualificação da
Nossa preocupação não está apenas no ensino universitário. No básico vamos investir para que cada professor tenha um computador e cada aluno, um tablet mão de obra local. Isso está na nossa estratégia de crescimento. Primeiro, temos um projeto de incorporar inovação na cidade, o que ajudará a atrair mais investimento diferenciado para Santos. Estamos construindo o primeiro parque tecnológico da Baixada Santista, que será inaugurado no próximo ano. Cedemos uma área vizinha a ele para a Petrobras construir seu primeiro centro de tecnologia no Estado de São Paulo. Próximo aos dois centros tecnológicos, teremos uma escola técnica e uma faculdade técnica. A Universidade de São Paulo tem um campus com cem vagas no curso de engenharia de óleo e gás. A preocupação não está apenas no nível universitário. No básico vamos investir para que cada professor tenha um computador e cada aluno, um tablet. No fim do ano passado, lançamos uma iniciativa para que todo professor da rede básica municipal que tiver interesse em fazer
Priority: achieve maximum efficiency A program with 151 targets is assessed every three months and maps out the course the municipal administration should take
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aise the efficiency of the machinery of government, train the workforce for the local job market and find new alternatives for public investment. These are three of the priorities set by Santos Mayor Paulo Alexandre Barbosa. When he took office in January 2013, seven of the city government’s main departments started to work with a plan that will be extended to include another ten in July. The goal is to strengthen the administration’s cash position at a time when revenue is down. “This is not a common practice in the public sector and it is unheard of in the Santista Basin region,” said Barbosa. The main excerpts from the mayor’s interview with Developing Cities/Santos are below:
You took office in January 2013 and adopted an efficiency program. What are the results so far? When I took office, I created a performance and results-based program for seven departments that employ 85% of our public servants. Starting in July, the initiative will be extended to another ten departments. We created a total of 151 targets, which will be assessed every three months. In early June, we implemented a system to reduce the number of paper processes in the municipal government. They are minor initiatives that will save R$ 500,000 per year. This helps strengthen the government at a time when revenue fell 4% from January to May.
mestrado e doutorado tenha o custo do curso bancado pela prefeitura. Isso será iniciado nesse segundo semestre. CC – Como está o projeto do complexo de viadutos para melhorar a logística de chegada e saída dos caminhões ao porto? PAB – Hoje todos esses deslocamentos são feitos por um único viaduto. Com a obra, passam a dispor de outros sete. É um projeto importante, de R$ 700 milhões. Uma parte, cerca de 40%, é da prefeitura, as outras duas partes cabem ao governo paulista e à União. Assinamos acordo com a Caixa Econômica Federal, estamos avançando. O início das obras pode se dar no fim de 2016. Já a Dersa está fazendo os estudos executivos das obras que a União e o governo de São Paulo teriam de fazer. A expectativa é de que todas as obras possam ser realizadas em paralelo. O tempo de entrega seria de 18 meses.
Nearly 40% of ISS services tax revenues currently come from port activities. The growth of pre-salt oil exploration could result in a new economic activity for Santos. What is the local government doing to make sure the city’s workers can participate in this growth cycle? We are focusing on training the local workforce. This is a key part of our growth strategy. First, we have a plan to bring innovation to the city, which will help attract a higher caliber of investment. We are building the region’s first technology park, which will be opened next year. We have reserved an adjacent plot for [the oil giant] Petrobras to build its first technology center in the state of São Paulo. Nearby, there will be a technical school, a technical university, and a Universidade de São Paulo local campus for oil and gas engineering. But we are not just worried about the university level: we are also going to invest so every school teacher has a computer and every student, a tablet.
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PORTO
ARTE: ALEX SI
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Sintonia fina na gestão
ARTE: ALEX SILVA SOBRE FOTO DE LUIZ FERNANDO MENEZES E SERGIO FURTADO
Melhorias nos sistemas de movimentação, reajuste tarifário, saneamento de encargos e redução dos gastos são as ferramentas para equilibrar a administração
O
Isabel Fernandes
porto de Santos continua imbatível como principal responsável por trazer divisas ao País via exportações. Em valores, foi a porta de saída de um quarto (25,3%) das mercadorias embarcadas para o exterior no ano passado, no montante de US$ 116,1 bilhões. Para comparar: a participação do segundo colocado, o porto de Paranaguá, foi de 6,7% . Esta posição de liderança exige um esforço formidável. Por exemplo, operar cerca de seis mil embarcações por ano. Ou administrar o vai-e-vem de carga levada por 2,9 milhões de caminhões – cerca de 2,1 milhões desses transportando contêineres – e 371,4 mil vagões ferroviários no ano passado. Tudo isso demanda uma extensão de cais de quase 16 mil metros e área útil total de 7,8 milhões de metros quadrados, pela qual se espalham 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais privados (Cutrale, Dow Química, Usiminas, Valefértil e Embraport). Além da carga pesada, o porto de Santos funciona também como a principal rota de transatlânticos do País. No ano passado embarcaram, desembarcaram ou estiveram
em trânsito no porto 734,5 mil turistas. Sinal de tempos mais apertados: foram 805,6 mil em 2013 e 963,5 mil em 2012. Mesmo com a paradeira da economia, o movimento não para de crescer. De janeiro a abril de 2015, o embarque e desembarque de cargas aumentou 4,7% em relação ao mesmo período do ano
LIDERANÇA NOS EMBARQUES LEADER IN SHIPMENTS Valores exportados pelos portos brasileiros em 2014 Exports by Brazilian ports in 2014
116,1
SANTOS Paranaguá Vitória Sepetiba Rio Grande São Luís Rio de Janeiro Itajaí São Sebastião São Francisco Outros*
30,6 26,7 24,1 20 19,7 19,2 16,5 13,7 15,8 155,6 0
50
100
150
200
Fonte/Source: Sistema Alice/Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). *Portos e aeroportos/*Ports and airpots
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PORTO anterior. Para este ano todo, estima-se uma movimentação de cargas em torno de 112,5 milhões de toneladas, ante 111,2 milhões em 2014. Dar conta da tarefa exige naturalmente um investimento constante em melhorias. Agora, por exemplo, estão em curso melhorias na área de gestão, que já demonstram resultados positivos. Tais melhorias fazem parte do Programa de Modernização da Gestão Portuária, iniciado em 2014. Esse investimento, de R$ 10 milhões, é de responsabilidade da Secretaria dos Portos (SEP) do governo federal, à qual é vinculada a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), sociedade de economia mista, responsável pela administração do porto de Santos. A meta do projeto é gerar benefícios sociais e retorno financeiro para o custeio e investimentos no porto. A SEP escolheu começar o programa por Santos para permitir que as lições aprendidas na primeira experiência contribuíssem para acelerar a evolução nos demais portos, o que de fato ocorreu. Iniciado em abril de 2014, foi estendido aos portos do Rio de Janeiro (CDRJ) e a oito portos no Pará cerca de um mês e meio depois. “Queremos promover um salto de qualidade em todo o setor portuário nacional, colocando a administração das Companhias Docas em um novo patamar de competitividade e eficiência”, afirma Jean Paulo Castro e Silva, diretor do Departamento de Gestão e Sistemas Portuá-
Fine-tuning management
T
he Port of Santos is still unrivaled in its position as the port that brings in the most foreign currency to the country through exports. In numbers, it was the exit point for a quarter (25.3%) of the goods shipped abroad last year, in the amount of US$ 116.1 billion. As a comparison: ship-
rios da Secretaria de Políticas Portuárias da SEP. Para desenvolver e instalar as melhorias na gestão, tanto em Santos como nos demais portos, a SEP contratou serviços de consultoria da empresa Deloitte, que acompanha a primeira fase de implan-
tação dos novos modelos, priorizando ações e estabelecendo cronogramas. Para agregar experiências bem-sucedidas, representantes da SEP, da Codesp e da Deloitte visitaram os portos de Barcelona, na Espanha; Leixões e Lisboa; em Portugal; Cingapura; Busan, na Coreia do Sul;
ments by the number two port, Paranaguá, represented 6.7%. But being at the top requires an enormous amount of effort. For example, the port operates nearly six thousand shipments per year, and oversaw the comingand-going of cargo carried by 2.9 million trucks – nearly 2.1 million of them transporting containers – and some 371,400 railroad cars last year. All this requires a dock that is nearly 16,000 meters long and a total area of 7.8 million square meters containing 55 maritime and dry port terminals and 65 mooring berths.
In addition to heavy cargo, the Port of Santos also serves as the primary port of call for transatlantic liners in the country. Last year, some 734,500 tourists arrived, departed or were in transit at the port. A sign of harder times: in 2013, the figure was 805,600 and in 2012, 963,500. Even with the slowdown of the Brazilian economy, the amount of cargo handled by the port continues to grow. From January to April 2015, the shipment and receipt of cargo increased 4.7% from a year earlier. For the full year, it is estimated that the port will handle some 112.5 mil-
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FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES
A TODA CARGA/ FULL STEAM AHEAD Movimentação no porto de Santos – em milhões de toneladas/ Volume handled at the Port of Santos - in millions of tons Importação
Exportação
120 80 40 0
Total
112,4 78,1
71,9 50,4 21,5 2005
34,3 2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015*
Fonte/Source: Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). *Previsão. Até abril foram movimentados 35,8 milhões de toneladas no total
No ano passado foram recebidas seis mil embarcações, servidas por 2,9 milhões de caminhões e 371,4 mil vagões ferroviários
lion tons of cargo, compared to 111.2 million in 2014. Coping with this task naturally requires ongoing investment in improvements. Now, for example, improvements are being made to port management and the positive results are already visible. The upgrades are part of the Port Management Modernization Program, which began in 2014. This $10 million investment is being made by Federal Government Ports Department (SEP), which is linked to the São Paulo State Port Authority (CODESP) which manages the Port of Santos. The goal of the
Hong Kong, na China; e Los Angeles e Long Beach, nos Estados Unidos. “Nosso objetivo é atingir um padrão de qualidade de serviço compatível com as necessidades do mercado mundial, dado que os portos são a principal porta para o comércio exterior, mas isso não será alcançado em uma virada de chave. O projeto de melhoria dos portos do País foi dividido em três ondas: de curto, médio e longo prazos”, afirma Castro e Silva. As iniciativas da primeira fase são aquelas que não demandam investimentos, nem mudanças normativas, e têm impacto menor. A primeira fase já foi iniciada e deve ser concluída neste ano. As da segunda fase necessitam de algum investimento e têm impacto intermediário. A segunda etapa se inicia em meados do segundo semestre e será concluída até o fim deste ano. Por fim, a terceira parte tem impacto mais significativo e depende de maiores investimentos. Ela se inicia no fim do ano e será concluída no térmi-
no de 2016. Os projetos de melhoria da segunda e terceira ondas resultarão em outros investimentos que ainda não estão mensurados. Além dos benefícios do Programa de Modernização da Gestão Portuária, a Codesp está contando agora com outro trunfo para chegar ao reequilíbrio e controle financeiro da administração portuária: o reajuste tarifário. Entre 2005 e 2014, o volume de mercadorias no porto de Santos cresceu 54,6%, de 71,9 milhões de toneladas para 111,2 milhões de toneladas. Este avanço foi conseguido sem aumento das tarifas portuárias, que desde maio de 2005 não eram reajustadas. Como comparação, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou inflação de 65% no mesmo intervalo de tempo. Após esses dez anos de congelamento, as tarifas tiveram o aumento aprovado pelo órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em maio de 2015.
project is to generate social benefits and financial returns to cover the running costs and investments in the port. SEP decided to start the program in Santos so the lessons learned there could help speed up the development of the country’s other ports, and this is already happening. Launched in April 2014, the program was extended to all ports in Rio de Janeiro State and to eight ports in Pará State less than two months later. “We want to radically improve quality throughout the national port sector, raising the management by port authorities
to new levels of competitiveness and efficiency,” said Jean Paulo Castro e Silva, director of SEP’s Port Systems Management Department. To develop and install the improvements in management both in Santos and in the other ports, SEP has contracted the consulting services of the multinational Deloitte, which is overseeing the first implementation stage of the new models. To learn from successful experiences, representatives of SEP, CODESP and Deloitte visited the ports of Barcelona in Spain; Leixões and Lisbon in Portugal;
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PORTO FOTO: SÉRGIO FURTADO
Principal rota de transatlânticos do País, o porto recebeu 734,5 mil turistas em 2014
Somado a essas ações, há o esforço da atual gestão em buscar o saneamento de encargos e a redução dos gastos para a nova fase. “A Codesp iniciou uma nova fase com sua estruturação para atuar com um novo modelo de gestão. Isso permitirá reforçar seus valores originais e criar uma cultura organizacional com mentalidade de inovação, buscando crescimento e comprometimento com altos padrões de segurança, qualidade dos serviços e sustentabilidade”, afirma a Codesp. Entre os estudos que estão em andamento para modernizar a gestão e o potencial de desenvolvimento do porto de Santos, um deles trata da acessibilidade ao porto por todos os modais: ferroviário, rodoviário, dutoviário e hidroviário. Integram esse estudo iniciativas como o VTMIS (suporte eletrônico à navegação, dotado de radares e câmeras) e o Porto-
log (sincronização da chegada dos caminhões e das cargas aos terminais). Estas ferramentas são importantes para planejar a chegada de embarcações e caminhões, em conjunto com a Secretaria dos Portos. O Portolog já funciona, em caráter experimental, desde o fim de outubro de 2014. Pelas regras de agendamento, todo caminhão que chega ao porto dois dias antes ou dois dias após o período agendado é considerado infrator, segundo a Resolução nº 83.2014. De acordo com os resultados alcançados até agora, no fim do ano passado 95% dos veículos agendados cumpriam o prazo estabelecido. Para 2015, o objetivo
é aprimorar ainda mais o sistema, estendendo o agendamento às composições ferroviárias, obedecendo a uma programação conjunta entre as concessionárias, por meio de uma central de controle. Em relação às obras no entorno do porto de Santos, estão em andamento serviços de dragagem. A maioria das contratações para dragagem foi feita por meio de pregões eletrônicos. Há ainda um conjunto de projetos viários sendo tocados em parceria com o governo do Estado de São Paulo e a Codesp, tendo como intervenientes a Prefeitura Municipal de Santos e a empresa de Desenvolvimento Rodoviário (Dersa).
Singapore; Busan in South Korea; Hong Kong in China; and Los Angeles and Long Beach in the United States. “Our goal is to establish a standard of service quality that is compatible with the needs of the global market, given that ports are the main gateway for foreign trade. But this won’t be achieved overnight. The project to improve the country’s ports has been split up into three stages: short, medium and long-term,” said Castro e Silva. The first stage involves initiatives that require no investments or regulatory
changes, and that have less of an impact. This stage has already started and should be completed later this year. The second stage requires some investments that will have medium-term impacts. It will begin in the second half and be concluded before the end of the year. Finally, the third part, which will begin at the end of this year and be completed at the end of 2016, will have a more significant impact and require larger investments. Besides the benefits of the Port Management Modernization Program, CODESP is also planning to rebalance the
finances of the port administration by increasing handling fees. Between 2005 and 2014, the volume of goods handled by the port of Santos increased 54.6% from 71.9 million tons to 111.2 million tons. This growth was achieved without an increase in handling fees, which have not been changed since May 2005. By comparison, inflation measured by the General Market Price Index (IGP-M) rose 65% over the same time period. After a 10-year price freeze, an increase in fees was approved by the regulatory agency in May 2015.
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PUBLIEDITORIAL
Transportes
Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 1
Saúde
Rumo ao desenvolvimento e a mais avanços para a população Fotos: Divulgação
O
s investimentos do Governo do Estado de São Paulo têm como diretriz incentivar o desenvolvimento econômico e social em áreas como saúde, transporte, segurança, educação e serviços para a população, em todas as regiões do Estado. Aqui, nesta revista, você encontra um resumo das principais iniciativas relacionadas a essas áreas na Baixada Santista. São projetos em que, por conta própria ou em parceria com as prefeituras, o governo constrói e reforma hospitais, implanta creches, faz obras viárias, promove a mobilidade e o transporte público, oferece assistência e comodidade para o cidadão, em sintonia com as necessidades da região.
Educação
INFORME.indd 1
VLT em teste em São Vicente: exemplo das iniciativas na Baixada Santista
Serviços
Segurança
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Obras na SP-055 melhoram o trânsito na Baixada Importante via de escoamento, a SP-055 - também conhecida como Rod. Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni - tem passado por obras que promovem o desenvolvimento, trazem mais empresas, reduzem custos, fazem
TRANSPORTE
o motorista ganhar tempo, além de melhorarem a logística de acesso ao porto e às indústrias. E também estimula o turismo, porque diminui o congestionamento, torna as estradas mais seguras e com menos problemas, especialmente nos grande feriados.
Melhorias na SP-055: alívio para motoristas de caminhões e automóveis
Dinamismo no entorno do Porto
R$ 392,6 100%
de aumento na capacidade de tráfego
milhões investidos
SÃO PAULO
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GUARUJÁ
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CUBATÃO
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Rang mênico
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Viadutos novos construídos
l da N óbrega
Ampliações em estruturas existentes Trecho já existente
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PRAIA GRANDE
SANTOS
A remodelação do trevo de Cubatão, com a implantação de anel viário e de terceira faixa em um trecho, eliminou o gargalo que existia no km 55 da Via Anchieta e as filas entre os quilômetros 270 e 262 da rodovia Cônego Domênico Rangoni. Formado por seis viadutos, o anel de 2,8 quilômetros permite que cada um dos 16 movimentos, entre acessos e retornos, ocorra de forma ordenada, sem interferência de um sobre o outro, como ocorria na estrutura antiga. A obra integra ainda uma faixa operacional na Padre Manoel da
Nóbrega (SP-055), entre os entroncamentos da Anchieta e da Rodovia dos Imigrantes. Além do anel viário na altura do km 270,6, a Cônego Domênico Rangoni ganhou uma faixa a mais em cada sentido até o Polo Industrial de Cubatão, no km 262. No conjunto, as obras favoreceram a logística dos caminhões com destino ao Porto de Santos e daqueles que atendem o Polo Industrial, além dos trabalhadores da região de Cubatão, que antes perdiam tempo em congestionamentos.
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Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 3
Grandes investimentos na SP-055
Rodovias Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Dômenico Rangoni
R$ 68 milhões
investidos nas obras já concluídas
4.700 Caminhões devem deixar de usar a Rua do Adubo
• Em Santos: faixa de desaceleração no km 7 para nova ligação com a Av. Santos Dumont e acesso à margem esquerda do Porto, aliviando o trânsito de caminhões na Rua do Adubo, no Guarujá • O novo acesso à margem esquerda melhorou a fluidez do trânsito e reduziu congestionamentos na região, principalmente no período de escoamento da safra de grãos, fase em que aumenta o volume de caminhões com destino ao Porto
• Entre Mongaguá e Itanhaém: recapeamento e melhorias em 14 km • Em Praia Grande: implantação de viaduto no km 292 e no 314, para tirar da via veículos que possam fazer retorno e acessar bairros
TRANSPORTE
R$ 137,7 milhões
nas obras que estão em andamento • Em Cubatão, São Vicente e Praia Grande: implantação de terceira faixa em trecho de 18 km, incluindo dispositivo de retorno Registro da chegada dos primeiros vagões: agora, VLT já está em testes
R$ 383 milhões
investidos em obras só no trecho 1 do VLT
Mobilidade crescente O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) começa a virar realidade na Baixada Santista. No trecho 1, de Barreiros ao Porto, foram concluídas até junho nove estações, um viaduto, uma ponte e uma ciclovia, e começaram os testes com duas estações em Santos. Em setembro
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deve ficar pronta a Estação Bernardino de Santos; em dezembro, o Terminal Barreiros, em São Vicente. No primeiro semestre de 2016, mais três estações em Santos: Ana Costa, Washinton Luís e Conselheiro Nébias. O VLT é parte de um planejamento mais
amplo de mobilidade para a Baixada Santista, que envolve também um sistema inteligente de corredores de ônibus, o chamado BRT, ainda em projeto. Com 18 km de extensão, o BRT ligará a Vila Caiçara, na Praia Grande, até São Vicente, na Estação de Transferência do VLT.
70 mil
usuários por dia serão atendidos pelo VLT
220 mil
usuários beneficiados após a reestruturação das linhas intermunicipais e municipais
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Centro oncológico e nova UTI em Santos
SAÚDE
R$ 41 ,8 milhões
em repasses em 2014
100
leitos é o total que será obtido com a ampliação
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A primeira fase de reforma e ampliação do Hospital Guilherme Álvaro já resultou em maior capacidade de atendimento e na oferta de tratamento especializado para pacientes com câncer. Após a reforma da UTI antiga, que está em andamento, haverá também atendimento especializado para gestantes de alto risco e pacientes coronarianos. O Centro Oncológico é uma extensão da Rede Camargo de Combate ao Câncer, que integra 75 serviços com esse perfil em todo o Estado. Com a inauguração, em 2013, os pacientes da região não precisam mais se deslocar para outros centros. O ganho será semelhante para as gestantes de alto risco: a reforma permitirá oferecer a elas tratamento mais humanizado e desafogará hospitais locais.
Investimento de R$ 8,2 milhões somente em equipamentos
R$ 25,7 9,7 mil milhões
em investimentos
Peruíbe terá Mais vagas seu hospital de alta A construção de uma complexidade unidade municipal em Praia Grande com 55 leitos de O hospital municipal Irmã Dulce, referência para Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e São Vicente, além de Praia Grande, ganhou no ano passado mais 100 leitos, contratados pelo Estado. Em 2011, o número de leitos já tinha sido ampliado de 50 para 84.
internação é o foco de convênio de R$ 4 milhões firmado com a prefeitura. Hoje, a cidade não dispõe de leitos de internação. Pacientes atendidos na UPA são encaminhados para o Hospital Regional de Itanhaém, Irmã Dulce (em Praia Grande) e Guilherme Álvaro (em Santos). Já foram pagos R$ 500 mil para início do projeto.
atendimentos oncológicos para pacientes da região
R$ 4
milhões
em convênio para a construção
55
leitos, os primeiros da cidade
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Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 5
Leitos triplicados em Itanhaém O Hospital Regional está em reforma e ganhará uma nova torre com oito andares, em terreno cedido pela prefeitura. O número de leitos será três vezes maior ao final da obra, previsto para 2016. Com a remodelação, a unidade será referência para os municípios de Peruíbe, Mongaguá, Itariri e Pedro de Toledo, além de Itanhaém.
SAÚDE
240
leitos, ante os atuais 94
R$ 64,9 milhões
em investimentos
Crianças em foco na Santa Casa de Santos A Secretaria de Saúde vai repassar R$ 2 milhões para ajudar a unidade a implantar a UTI pediátrica cardiológica. O projeto contempla 100 leitos para cirurgias em crianças com cardiopatias congênitas. Só dez unidades no Estado fazem esse tipo de intervenção, cinco delas na capital, para onde são encaminhados hoje os pacientes da Baixada Santista.
40
Nova torre permitirá triplicar o número de leitos
Outra referência em doenças infectocontagiosas Foi inaugurada em junho, no Guarujá, a “filial” do Instituto Emílio Ribas, referência em doenças infectocontagiosas –
inclusive dengue. Atende todas as especialidades oferecidas pela unidade de São Paulo, com exceção do tratamento de ebola.
R$ 2
milhões
em investimentos
100
leitos para cirurgias em crianças com cardiopatias congênitas
INFORME.indd 5
R$ 13 milhões
em investimentos
Capacidade para
leitos de UTI adulta, neonatal e pediátrica
Atenção para média complexidade em Bertioga Convênio firmado com a prefeitura prevê o repasse de R$ 4 milhões, dos quais R$ 500 mil foram pagos para o início das obras de ampliação do Hospital de Bertioga, no ano passado. A obra permitirá ampliar o número de leitos de 45 para 80. A unidade é voltada a casos de média complexidade. A ampliação terá impacto significativo, uma vez que o hospital é o único a oferecer leitos no município de 54.200 habitantes.
2 mil
pacientes por ano
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Mais escolas em tempo integral
EDUCAÇÃO
Seis das 75 escolas que neste ano passaram a utilizar o modelo de ensino em tempo integral estão na Baixada Santista. Agora, a região conta com 15 unidades que funcionam com carga horária superior a sete horas. Além das disciplinas obrigatórias, são oferecidas aulas com foco no projeto de vida dos estudantes, com orientação vocacional, iniciação científica e atividades como música e teatro.
15
4.631
escolas
alunos
Uma das 75 escolas de tempo integral em todo o Estado: Baixada Santista tem 15 unidades
Graduação a distância com apoio presencial Santos é onde fica o polo regional da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), criada para ampliar o acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade. A unidade dá apoio ao aprendizado com a
162
vagas na região
presença de mediadores. A oferta de cursos é orientada por demandas para o desenvolvimento social e econômico. Novas turmas e mais cursos independem de ampliação da estrutura física.
108
54
nos cursos de Engenharia de Produção e de Computação
em licenciaturas nas áreas de Química, Física, Biologia e Matemática
Creche-escola Mais de 500 crianças devem ser atendidas nas creches que têm convênio firmado ou já estão em construção nas cidades de Bertioga, Itanhaém e Mongaguá. Por meio do programa Creche-Escola, a Secretaria
MUNICÍPIO Modelo de creche-escola: convênio com prefeituras
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da Educação do Estado repassa recursos aos municípios e acompanha os trabalhos. O programa funciona desde 2011. Na região já são quatro convênios, e três obras estão em andamento.
CRECHE
CRIANÇAS
Bertioga
Agaó II
150
Bertioga Itanhaém Mongaguá
Itapanhaú Guapurá Agenor de Campos
150 130 130
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Conveniência em vista Duas unidades reforçam desde o ano passado, na Baixada Santista, a oferta de serviços reunidos no Poupatempo: a de Praia Grande, com capacidade para 1.500 atendimentos por dia, e a de Registro, com potencial para 1.300 por dia.
A unidade de Praia Grande, com 257 funcionários, ajudou a desafogar a de Santos, inaugurada em 2008, além de reduzir a necessidade de deslocamentos. O posto do Guarujá deve começar a funcionar ainda em 2015, e o de São Vicente, em 2016.
SERVIÇOS
328 mil
atendimentos prestados em Praia Grande em 1 ano
58 mil
pelo e-poupatempo
122 mil
relacionados a Detran e Ciretran
Poupatempo em Praia Grande: moradores não precisam mais se deslocar para Santos
Economia à mesa
Na cozinha da segunda unidade em Santos: alimentos saudáveis e cardápio balanceado
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A rede de restaurantes populares Bom Prato, que oferece alimentação balanceada e de qualidade para a população de baixa renda, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social, foi ampliada na região. Santos, que já tinha a unidade pioneira na Baixada, em Vila Nova, ganhou uma segunda em 2012, na Zona Noroeste. E o Guarujá recebeu no ano passado seu primeiro restaurante com esse perfil. Agora são cinco na região, contando com os dois de São Vicente.
1.200
almoços por dia em cada uma das novas unidades
300
cafés da manhã por dia em cada uma
91%
dos usuários do Guarujá fazem refeições no Bom Prato de 3 a 5 vezes por semana
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312
prisões em flagrante
145
condenados capturados
118
veículos recuperados
108
armas apreendidas
Nova formação para o combate à criminalidade SEGURANÇA
Parceria para atividade delegada Duas cidades da Baixada Santista têm esse tipo de convênio. Firmados entre as prefeituras e a Secretaria da Segurança Pública, eles permitem que policiais militares ajudem os municípios no patrulhamento e no combate aos ambulantes irregulares, entre outras atribuições.
06
O 2º Batalhão de Ações Especiais (Baep) da PM foi criado em julho de 2014, a partir da fusão das Companhias de Forças Táticas responsáveis pelo policiamento nas cidades de Santos, Guarujá, Cubatão, Bertioga, São Vicente e Praia Grande. Os números são um resumo dos efeitos obtidos no enfrentamento do crime organizado e do tráfico de drogas, em apenas um ano de atuação.
Atuação regulamentada nas folgas A Diária Especial por Jornada Extraordinária (Dejem), instituída no fim de 2013, permite que policiais militares trabalhem voluntariamente em suas folgas, com direito a uma remuneração adicional. Esse modelo reforçou a atuação da MP na Baixada Santista com 294 vagas.
226
vagas por dia em Santos
vagas no policiamento
08
68
vagas por dia no Guarujá
INFORME.indd 8
na ronda de 29 escolas
Reforço no policiamento ostensivo resulta em queda nos indicadores criminais, como homicídios (-3,5%), latrocínio (-38%) e roubos (-24%)
Contra o desmanche irregular O impacto da chamada Lei do Desmanche, que dispõe sobre o destino dos veículos no fim de sua vida útil, pode ser medido pela redução do número de estabelecimentos irregulares desse tipo na Baixada Santista.
53
estabelecimentos fiscalizados em 2014, dos quais 16 foram fechados
28
estabelecimentos fechados de janeiro a junho deste ano, dos quais 2 foram fechados
Efetivo reforçado As contratações só na Baixada Santista somam mais de 700 profissionais, entre agentes e soldados.
661
soldados na Polícia Militar
119
agentes na Polícia Civil: 9 delegados, 62 investigadores, 5 escrivães, 14 agentes de telecomunicações, 14 agentes policiais, 4 papiloscopistas e 11 auxiliares de papiloscopista
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INOVAÇÃO
Com incentivos, setor de ponta toma forma Objetivo é agrupar em dez bairros empresas de tecnologia, especialmente as sintonizadas à atividade portuária, do petróleo e do turismo de negócios
P
ara atrair os empreendimentos do futuro – empresas que produzam e utilizem intensivamente a inovação –, Santos tem desde 2013 a Lei do Incentivo Fiscal, elaborada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação do município. A iniciativa conta com um segundo, e não menos importante, objetivo: estimular a restauração de áreas degradadas e pouco frequentadas da cidade, com edifícios, galpões e depósitos abandonados ou de baixa utilização. Nesses locais – numa área que abrange dez bairros centrais – a prefeitura pretende reunir todas as empresas de inovação e tecnologia, integradas com a vocação portuária, prestação de serviços e de turismo de negócios do município. Por enquanto, é difícil estimar o impacto dessa lei na economia da cidade, diz José Antonio Oliveira de Rezende, secretário adjunto da secretaria. “O retorno virá com a legalização de empresas que atualmente trabalham na informalidade e também com a geração de empregos e com o aumento de renda. A meta também é revitalizar a área central de Santos, sem perder sua imagem histórica. Com o desconto, abrimos a oportunidade para as empresas se instalarem em antigos galpões e depósitos, hoje subutilizados”, explica Rezende. A atração de empresas que tragam inovação não perde de vista as vocações da cidade. Em função das necessidades do porto, são necessários prestadores de serviços de logística e mobilidade. Cerca de 60% da arrecadação da cidade vem dessa área. Por outro lado, a exploração do petróleo do pré-sal exige o desenvol-
Isabel Fernandes vimento de produtos de alto valor agregado. Nesse setor já se produzem resultados. Em janeiro deste ano foi aprovado o projeto do Centro Tecnológico da Baixada Santista (CTBS), que reunirá pesquisadores de petróleo e gás. A iniciativa é das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), em parceria com nove instituições de ensino superior que atuam na Baixada Santista, e da Petrobras. O centro, cujo projeto arquitetônico está pronto, será construído numa área de três mil metros quadrados ao lado da futura sede do Parque Tecnológico, com investimento de R$ 77 milhões da Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Santos está se firmando também como local para o turismo de negócios. Temos mais de 20 hotéis em operação e outros oito em construção. De 3,8 mil leitos, vamos aumentar para mais de 5,5 mil”, afirma Rezende. Tudo isso é possível devido ao nível de educação da cidade: 97,8% da população é alfabetizada e 23% tem ensino superior, enquanto a média nacional é de 8,3% e a estadual, de 11,6%. O polo universitário da cidade tem 11 entidades de ensino superior, diz Rezende. Com sede em Santos há 14 anos, a MKT Virtual é uma descobridora de talentos locais: emprega cerca de 50 profissionais formados na Baixada Santista. A empresa cria sites, campanhas on-line e produtos interativos para companhias de médio e grande porte que faturam, em média, R$ 100 milhões ao ano. A empresa também mantém em San-
FOTO: RAIMUNDO ROSA
O retorno virá com a legalização de empresas que atualmente trabalham na informalidade e também com a geração de empregos e com o aumento de renda. José Antonio Rezende
tos um auditório para treinamento, inovação e pesquisa (TIP) e para promover o conhecimento e estimular o desenvolvimento do mercado de tecnologia, comunicação e comunicação digital da Baixada Santista com palestras, cursos e workshops. Tudo gratuito. “Acredito no potencial de Santos. A
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INOVAÇÃO FOTO: DIVULGAÇÃO
De nossos funcionários, 90% têm curso superior completo e fazem pósgraduação; nossa atividade exige atualização constante. Fábio Campos Fatalla
With incentives, cutting-edge industry takes form Aim is to group technology companies into ten neighborhoods, especially those attuned to port activities, oil and business tourism
T
o attract enterprises of the future – companies that produce and use innovation intensively – Santos adopted a Fiscal Incentive Law penned by the municipality’s Economic Development and Innovation Secretariat in 2013. The initiative has a second, and no less important, objective: to stimulate the restoration of degraded and unused areas of the city where there are buildings, warehouses and abandoned or low-use deposits. In these places – an area spanning 10 core
cidade tem muitos talentos. É importante a Secretaria de Desenvolvimento tirar os projetos de inovação do papel para que haja a retenção desses talentos na cidade. Do contrário, eles vão migrar para outros municípios”, afirma Ludmilla Rossi de Oliveira, sócia-diretora de planejamento e criação da MKT Virtual. Desde 2002 em Santos, a Interface Engenharia presta consultoria para importação e exportação de produtos. Possui laboratório para análise de têxteis, de referência nacional, que verifica as características de fibras, fios, tecidos e vestuários, com fins de classificação de produtos e elaboração de laudos periciais para atender às exigências da legislação aduaneira. Recentemente, a empresa foi também credenciada para a análise de brinquedos. A empresa tem 40 funcionários. “Do total, 90% têm curso superior completo e fazem pós-graduação. Nossa atividade exige atualização constante da legislação e conhecimento técnico dos equipamentos utilizados”, diz Fábio Campos Fatalla, diretor da Interface.
neighborhoods – the city aims to bring together all innovation and technology companies integrated with port activities, services and business tourism in the municipality. For the time being, it is difficult to estimate the impact of the law on the city’s economy, says José Antonio Oliveira de Rezende, deputy secretary of the secretariat. “The returns will come from the legalization of companies currently working in the informal sector, resulting in greater job creation and higher income. The goal is also to revitalize downtown Santos while preserving its historical image. With this discount, we have opened opportunities for companies to set up in old, currently underutilized warehouses and deposits,” says Rezende. Depending on the needs of the Port of Santos, logistics and mobility services providers will be necessary. About 60% of the city’s collections come from this area. On the other hand, exploration of pre-salt oil reserves requires the development of high value-added products.
FOTO: DIVULGAÇÃO
É importante tirar os projetos de inovação do papel para que haja a retenção de talentos na cidade; do contrário, eles vão migrar para outros municípios. Ludmilla Rossi de Oliveira
This sector is already producing results. In January this year, the Lower Santos Technological Center (CTBS) was approved, bringing together oil and gas researchers. This initiative involves the participation of the São Paulo (USP), Estadual Paulista (UNESP) and Campinas (Unicamp) universities, in partnership with 9 higher education institutions operating in the Lower Santos region, besides Petrobras. The center will be built in a 3,000 m2 area next to the future home of the Technology Park, with a US$ 77 million investment from the National Oil, Natural Gas and Biofuels Agency (ANP). “Santos is also becoming a business tourism spot. We have more than 20 hotels in operation and 8 under construction. From 3,800 beds, we will expand to more than 5,500,” asserts Rezende. All this is possible due to the city’s high education levels: 97.8% of the population is literate and 23% are college educated, compared to a national average of 8.3%.
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PARQUE TECNOLÓGICO
Endereço único para as empresas de alta tecnologia Está em construção o espaço onde as companhias poderão trocar ideias e conhecimento, com apoio e assessoria profissional para desenvolver e executar projetos
A
Isabel Fernandes
oferta de isenção de impostos e taxas municipais por cinco anos não é o único nem o principal atrativo oferecido pelo Parque Tecnológico de Santos – que abrange dez bairros da cidade e terá um edifício-sede em uma área livre do antigo Colégio Santista, na Vila Nova. O mais importante para as empresas de tecnologia que se instalarão ali serão a sinergia e a troca de idéias e de conhecimentos, além do apoio e assessoria profissional para o desenvolvimento e execução de projetos. Em construção desde o ano passado, o edifício-sede, com sete andares, custará R$ 16 milhões, dos quais o governo do estado financiará R$ 10 milhões. Está sendo erguido em uma área livre do antigo Colégio Santista, na Vila Nova, e deverá estar concluído no fim de 2016. Terá uma área de laboratórios para desenvolver projetos nas áreas ambiental, de logística e mobilidade urbana, além de espaço para empresas incubadas. “Na fase inicial, vamos selecionar dez projetos”, explica Marcus Sammarco, diretor-técnico da Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS). O projeto inclui sala de reuniões, miniauditório com recursos de multimídia, laboratórios técnicos, acesso à internet, biblioteca e refeitório. As empresas incubadas terão à disposição consultorias nas áreas jurídica, financeira, contábil e de marketing, entre outras. Também receberão apoio para definição de modelo de negócios, avaliação de viabilidade de áreas e prospecção de mercado. Uma das empresas já incubadas é a Gestão Empresarial por Observação (Geobs), que ocupa há 15 meses um espaço
FOTO: DIVULGAÇÃO
O projeto do edifício-sede, com sete andares, em construção no núcleo do Parque Tecnológico, na Vila Nova, prevê a instalação de vários laboratórios e uma biblioteca
de 36 metros quadrados no prédio antigo de um colégio próximo ao local do edifício-sede do parque. Com uma equipe de dez funcionários, todos moradores na Baixada Santista, a Geobs colocou há três meses no mercado o software Logits, de rastreamento logístico on-line de carga, que pode ser acompanhado em um mapa. “O software está em
fase de implantação e vai incorporar melhorias ao longo do tempo”, explica Pedro Veras dos Anjos, sócio-diretor da Geobs. A Lei Complementar nº 812, de 29 de novembro de 2013, do município de Santos, que instituiu o incentivo fiscal para o Parque Tecnológico, prevê cinco anos de isenção de 100% das taxas de licenças, do Imposto Sobre Serviços (ISS) e do Impos-
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FOTO: ISABELA CARRARI
to Predial e Territorial Urbano (IPTU), por exemplo. “O benefício fiscal é válido para as empresas que estão no edifício do núcleo e também para as empresas de tecnologia com sede em um dos dez bairros de abrangência do parque”, afirma Sammarco. Na avaliação de Pedro Veras dos Anjos, mais importante do que o benefício fiscal, o que vale é o ambiente de cooperação e troca de ideias entre os profissionais de diferentes áreas. “Tive a ideia do software de logística e foi no Parque Tecnológico que encontrei meu atual sócio. Ele ajudou a colocar o projeto em prática. O local permite interatividade. É onde as coisas acontecem”, diz. A Associação Comercial de Santos (ACS) tem uma cadeira no conselho administrativo da Fundação Parque Tecnológico, junto com outras empresas de todo o Brasil, entre elas a Cargill e a Petrobras. O conselho é responsável, entre outros assuntos, pelas diretrizes e normas
A single address for high tech Construction is underway on the site where companies will swap ideas and knowledge with professional support for project development and execution
T
he offer to exempt municipal taxes and fees for five years is not the only attraction offered by the Santos Technological Park – which will span 10 neighborhoods and have its main building in Vila Nova. Companies settling in the park will first and foremost take advantage of the synergy with other concerns and the exchange of ideas and knowledge, in addition to professional support for development and execution of projects. Under construction since last year, the seven-story main building will cost R$ 16 million, some R$ 10 million of which financed by the state, and be completed in 2016. It will have a lab area to develop projects in the environmental, logistics and urban mobility sectors, in addition to space for incubated
“Na fase inicial, vamos selecionar dez projetos de incubação”, informa Marcus Sammarco, diretor-técnico da Fundação Parque Tecnológico de Santos
de acesso dos empreendedores ao parque. “Por meio da associação, grandes empresas estão observando o que está sendo
produzido no Parque Tecnológico”, diz o sócio-diretor da Geobs, também representante da ACS no conselho.
companies. “In the initial stages, we will select 10 projects,” explains Marcus Sammarco, technical director of the Santos Technological Park Foundation (FTPS). The project includes a meeting room, a mini-auditorium with multimedia resources, technical laboratories, a library and a cafeteria. Companies incubated there will have legal, financial, accounting and marketing consultants available to them, among other things. They will also receive support to define their business model, conduct feasibility studies and undertake market prospection. One of the companies that is currently being incubated there is Gestão Empresarial por Observação (Geobs), which has occupied a 36 m2 space in the building of a former high school located near the main park building. Three months ago, Geobs and its team of 10 employees (all residents of the Santos Basin) released Logits, an online logistics tracking software for cargo which can be monitored on a map. “The software is in the installation stages and will incorporate improvements over time,” explains Pedro Veras dos Anjos, associate director of Geobs. The November 2013 law (812) that gran-
ted the fiscal incentives to the Tech Park allows for a five-year tax exemption of 100% of license, excise (ISS) and property taxes (IPTU), for example. “The fiscal benefit is valid for companies in the main building and tech companies located in the 10 neighborhoods that comprise the park,” affirms Sammarco. But Dos Anjos believes that the environment of cooperation and information exchange is more important than the tax breaks. “I had the idea for the logistics software and it was at the Technology Park that I found my current partner. He helped to get the project off the drawing board. The locale allows for companies to interact. It is where things happen,” he said. The Santos Commercial Association (ACS) has a seat on the administrative council of the Santos Technology Park Foundation along with other companies from all over Brazil, including Cargill and Petrobras. The council is responsible for the guidelines and norms for joining the park. “Through the association, large companies are observing what is being produced in the Technological Park,” said the associate director of Geobs.
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PRÉ-SAL
O melhor ainda está por vir
Exploração da riqueza da bacia impulsiona a economia local a crescer acima da paulista e a mantém atrativa ao investimento diversificado
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Iolanda Nascimento
esmo com as incertezas do mercado mundial de petróleo e gás, a extração brasileira no pré-sal decolou e já representa quase um terço do total produzido pela Petrobras. Nada mal para uma operação que está apenas no início. Mesmo com a possibilidade de revisão nos valores devido à oscilação nos preços do óleo, causada pelo aumento da oferta global, e dos escândalos que a envolvem no momento, a Petrobras toca um plano de investimento de US$ 82 bilhões somente no pré-sal para o período de 2014-2018. Estes são indicadores que Santos não perde de vista, já que é o quartel general da petroleira para os seus negócios na bacia de Santos, onde ficam 20 dos 39 poços produtores do pré-sal e mais de 60% da produção total deles. Santos cresceu muito a partir das descobertas e investimentos na viabilização da exploração e produção dos campos do pré-sal na bacia, que levaram o Estado de São Paulo ao posto de terceiro maior produtor brasileiro de óleo e gás. A cidade atraiu novas empresas, o mercado imobiliário aqueceu e o porto passa por um processo de ampliação em grande parte devido ao potencial do pré-sal, avalia José Antonio de Oliveira Rezende, subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação do município. O orçamento da cidade pulou de R$ 1,2 bilhão em 2010
BACIA DE SANTOS SANTOS BASIN
VITÓRIA
RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
Bacia de Campos
São Paulo ul
Iara
Parati
Júpiter
Bem-te-vi
Caram Caramba
BM-S-22
Tupi Carioca Guará Lula
OC CEANO O ATLÂN NTICO Fonte: ANP
para R$ 2, 2 bilhões em 2015. “A própria cidade tem investido muito e buscado recursos do estado e da União em infraestrutura, a fim de suportar essa expansão e crescimento que estimamos ainda virá”, diz Rezende. Ele cita como exemplos os mais de R$ 6 bilhões investidos pela iniciativa privada em três novos
terminais no porto de Santos; os R$ 900 milhões para a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Santos-São Vicente; e os R$ 2,4 bilhões previstos para o túnel Santos-Guarujá, cujas obras estão previstas para serem iniciadas ainda neste ano. Entre os empreendimentos imobiliários, Rezende destaca o investimento da própria Petrobras em uma nova sede, que abrigará a Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS) e os demais setores da companhia lotados no município, onde
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FOTO: AGÊNCIA PETROBRAS
Vinte dos 39 poços do pré-sal atualmente ativos – e mais de 60% da produção total – estão localizados na bacia de Santos
a petroleira se instalou apenas em 2006. “A previsão é que todos os nossos 1.500 funcionários estejam no novo prédio no segundo semestre deste ano”, estima o gerente-geral da UO-BS, Osvaldo Kawakami. Mas há ainda muito mais avanço por vir. A cadeia de fornecimento para a indústria do óleo e gás, apesar de forte no Estado de São Paulo, com quase 70% de participação no País, praticamente inexiste em Santos, segundo Vicente do Valle, diretor da Associação Comercial de San-
tos e coordenador da Câmara de Petróleo e Gás da entidade, porque muitos projetos foram desacelerados. “Mas já temos toda a infraestrutura montada para isso”, diz Valle. O grupo Ciesa, dirigido por ele, investiu recentemente em um condomínio para abrigar empresas estrangeiras da cadeia e está à espera delas. Uma das decisões mais esperadas, que pode ser tomada ainda neste ano, é a da instalação dos berços de atracação – bases que permitem abastecer as atividades em alto-mar de peças e máquinas à alimenta-
ção e escoamento de lixo, o que movimenta vários setores da economia. A Petrobras já deu passos iniciais nesta direção. No ano passado, abriu licitação para a contratação dessa base. Apenas uma empresa participou e a petroleira considerou o valor “salgado”, cancelando a operação. Sem fornecer maiores detalhes, Kawakami diz que hoje o atendimento é feito pelo postos do Rio de Janeiro e de Itajaí (SC), mas que há previsão que sejam usados dois berços de atracação na área de Santos.
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PRÉ-SAL FOTO: AGÊNCIA PETROBRAS
Levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que a participação da indústria extrativa da Baixada Santista aumentou de 3% para 20,2% do total do setor no estado e de 0,2% para 6,5% na estrutura industrial regional. O que potencializou a diversificação da economia, especialmente na prestação de serviços especializados, além da geração de postos de trabalho bem remunerados. “A partir de 2009, quando a atividade de exploração ganhou maior impulso, a economia da Baixada Santista começou a crescer muito além da paulista, se deslocando completamente, quando antes tinha desempenho muito próximo”, diz Cimar Aparício, economista da Fundação Seade, acrescentando que nos picos de crescimento, em 2011 e 2012, a diferença foi superior a 10 e 6 pontos percentuais, respectivamente.
The best is yet to come Exploration of the basin’s wealth drives the local economy to grow faster than the São Paulo average and remain attractive for diversified investments
E
xtraction of oil from the Brazilian presalt reserves has taken off and now accounts for almost a third of the total volume produced by Petrobras. Not bad for an operation that is only just beginning. Even with the possibility of revisions due to the fluctuation of oil prices caused by increased global supply and scandals currently surrounding the company, Petrobras is now deploying an US$ 82 billion investment plan for the pre-salt layer alone between 2014 and 2018. And Santos will be the life of the party as the future home to the company’s operations in the Santos Basin, where 20 of the 39 producing pre-salt wells are located, yielding over 60% of their total production. Santos has grown tremendously since the discoveries and investments to enable exploration and production from the pre-salt
Kawakami: a previsão é de que a Petrobras utilizará dois berços de atracação em Santos
fields in the basin have made São Paulo State the country’s third-largest producer of oil and gas. The city attracted new companies, the real estate market has heated up and the port is undergoing expansion largely due to the potential of pre-salt, observes José Antonio de Oliveira Rezende, Economic Development and Innovation sub-secretary of Santos. The city budget jumped from R$ 1.2 billion in 2010 to R$ 2.2 billion in 2015. “Santos has invested significantly and sought infrastructure resources from the state and federal governments in order to support the expansion and growth that we expect to come,” says Rezende. He cites as examples the more than R$ 6 billion invested by the private sector in three new terminals in the Port of Santos; the R$ 900 million to install the Santos-São Vicente Light Rail Vehicle (LRV); and R$ 2.4 billion earmarked for the Santos-Guarujá tunnel. Among the real estate enterprises, Rezende highlights Petrobras’ investment in a new headquarters, which will house the Exploration and Production Operations Unit for the Santos Basin (UO-BS) and the other sectors of the company located in the city, where oil production only began in 2006. “We expect all of our 1,500 employees
to move into the new building in the second half of this year,” estimates the UO-BS general manager, Osvaldo Kawakami. And there is much more to come. The supply chain for the oil and gas industry, while strong in São Paulo State with a nearly 70% national share, is practically nonexistent in Santos, according to Vicente del Valle, director of the Santos Commercial Association and coordinator of the entity’s oil and gas committee, since many projects have been scaled back. “But we have all the infrastructure ready for it,” he says. The Ciesa group, headed by Valle, recently invested in a condominium to house foreign companies in the chain and is now awaiting them. One of the most anticipated decisions which could be taken yet this year is the installation of mooring berths – bases to supply activities on the high seas ranging from parts and machines to food and garbage disposal, involving various sectors of the economy. A survey conducted by the State Data Analysis Foundation (SEADE) shows that the Santos extractive sector’s share has increased from 3% to 20.2% of the total industry in the state, and from 0.2% to 6.5% in terms of regional industrial structures.
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CONSTRUÇÃO CIVIL FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES
Para empresas, reaquecimento do mercado é questão de tempo Em comparação com a euforia que durou do início da década a meados do ano passado, os negócios entraram em calmaria. No entanto, há quem aposte que podem recuperar o ritmo antigo a partir de 2016 Iolanda Nascimento
O
volume de negócios está longe do que se viu entre o início da década e meados de 2014, quando o mercado imobiliário na Baixada Santista ferveu graças aos investimentos no pré-sal, na ampliação do porto, nos projetos de infraestrutura e na expansão do turismo, atraindo construtoras paulistas e de outros estados. Hoje há estoques e são poucos os
lançamentos previstos para o ano. Uma situação, enfim, nada diferente da registrada em todo o País. Nem por isso o setor da construção santista desanima. “Já tivemos momentos muito mais difíceis”, afirma Iná Quintas Castaldi, diretora-técnica da Vértice Construtora e Incorporadora, que viu a velocidade de vendas diminuir, mas mantém intacto seu plano de lançamentos.
“O ano deve se encerrar com redução de vendas e lançamentos. Mas em 2016 o mercado começa a voltar a um ritmo mais forte e provavelmente em 2017 retorna aos níveis de 2012 e 2013”, acredita o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi) na Baixada Santista, Carlos Meschini. Para ele, o cenário tem sido muito influenciado pela “negatividade”. “Esse é o maior proble-
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CONSTRUÇÃO CIVIL FOTOS: DIVULGAÇÃO
ma do mercado imobiliário brasileiro. Há muito pessimismo. Esquecem que os anos anteriores foram muito bons.” Pesquisas realizadas pela Robert Michel Zarif Assessoria Econômica em parceria com o Secovi mostram que, nos últimos três anos até junho de 2014, as construtoras investiram R$ 9,1 bilhões em lançamentos residenciais em Santos, Guarujá, Praia Grande e São Vicente. Boa parte desses recursos ficou em Santos, com 9.108 ofertas de novas unidades, ou 49,2% de participação no total de 18.610 na Baixada Santista no período. Nesse mesmo intervalo, foram negociados 10.793 apartamentos. Nos doze meses anteriores ao fim de março de 2015, foram lançadas 1.340 unidades e o volume do estoque remanescente diminuiu 132, segundo Robert Michel Zarif. “O mercado absorveu 1.472 unidades, nível suficiente para assimilar a reposição de novos imóveis”, diz. No fim de março havia 3.964 unidades em estoque. No período de um ano até abril, foram lançadas 382 unidades comerciais em Santos, com aumento de 96 no estoque, diz Zarif. “O mercado absorveu 286 unidades, ou seja, o nível da demanda foi insuficiente.” No fim de abril, havia 1.639 em estoque. Na área de habitação popular, em parceria com o governo do estado, a prefeitura está construindo mais de 2,7 mil moradias para famílias de baixa renda. Segundo a Agência Metropolitana da Baixada Santista, o déficit habitacional na região pode chegar a 100 mil unidades em 2030. Hoje, gira em torno de 70 mil. Para Ricardo Beschizza, diretor regional em Santos do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o ritmo dos negócios será menor neste ano. “Santos não está em situação diferente do restante do País. A conjuntura econômica não é favorável, o crédito está mais escasso e caro e, no mundo inteiro, o setor precisa de financiamento para crescer. Essa indústria também é muito sazonal; altos e baixos são históricos”, diz. “Os consumidores estão mais cautelosos, mas tem muita gente que precisa de um imóvel. A perspectiva é de melhora já no ano que vem”, avalia Iná, da Vértice.
Em 2016, o mercado começa a voltar a um ritmo mais forte Carlos Meschini
Com quase 90 empreendimentos em portfólio e 38 anos de atividade, a santista Vértice tem dois prédios em construção, dos quais um é hotel, lançados no ano passado, com mais de 300 unidades e entrega prevista para 2016. Há ainda dois lançamentos previstos: um no segundo semestre e outro no próximo ano. Em estoque, sete apartamentos. “Estamos dentro do ritmo normal de lançamentos”, afirma Iná. Sócio da santista Besmon Empreendimentos Imobiliários, Beschizza diz que seu último lançamento foi no fim de 2014, e há “algumas unidades ainda à venda”. Não tem nada previsto para este ano. “Não é o momento de empreender, mas de fazer bons negócios, para quem tem dinheiro para comprar.” Dados do VivaReal, portal de oferta de imóveis à venda e para locação, mostram leve alta, de 1,31%, para R$ 4.959,84, no preço médio do metro quadrado em Santos no primeiro trimestre de 2015, sobre o
quarto trimestre de 2014. “Neste segundo trimestre, os preços estão estáveis em Santos e em todo o Brasil. Há dois anos, girava em torno de R$ 4,5 mil na cidade, mas depois cresceu muito”, diz Lucas Vargas, vice-presidente comercial do VivaReal. No portal, com ofertas em cerca de duas mil cidades brasileiras, o volume de anúncios é crescente. Hoje, está próximo de 3,2 milhões, ante 2,8 milhões no fim de 2014, e deve chegar a 3,6 milhões ao fim do ano. Em Santos, o portal tinha 35.479 anúncios no começo de junho, alta de 4% sobre o fim de março. No primeiro trimestre de 2014, eram 28 mil. No entender de Vargas, Santos tem grande potencial, tanto que foi a primeira cidade que não é capital escolhida pela empresa, presente em 16 municípios, para a instalação de um filial, há dois anos, que comanda os negócios da companhia em toda a Baixada Santista. “A retração no mercado imobiliário é passageira”, avalia.
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FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES
Neste segundo trimestre, os preços estão estáveis em Santos e no Brasil Lucas Vargas
Na previsão do Secovi, a recuperação começa em 2016 e ficará mais forte no ano seguinte
Recovery of real estate market is a matter of time, say firms
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he business volume is far from what is was between the start of the decade and early 2014, when the real estate market in the Santos Basin region was booming thanks to investments in pre-salt oil exploration, the expansion of the port, new infrastructure projects and the growth of tourism. Today, there are high inventories and few new product launches planned for the year – a situation not unlike the rest of the country. Nevertheless, the construction sector in Santos is not disheartened. “We’ve been through worse times,” said Iná Quintas Castaldi, technical director of the development and construction firm Vértice, which has experienced a drop in sales but is not re-
ducing its scheduled launches. “Consumers are more cautious, but there are many who need a property,” said Castaldi. “This year will probably see lower sales and fewer launches. But in 2016, the market will start to pick up and 2017 will probably return to 2012 and 2013 levels,” said Carlos Meschini, regional director of the São Paulo Housing Association (SECOVI-SP) in the Santos Basin. As far as he is concerned, the main problem of the Brazilian real estate market is that “There’s a great deal of pessimism. People forget how good things were just a few years ago.” According to Ricardo Beschizza, regional director of the São Paulo State Civil Con-
struction Industry Union (SindusCon-SP), the pace of business will be slower this year. “Santos is no different from the rest of the country. Economic conditions are not favorable, credit is scarce and expensive, and the sector needs financing to grow,” he said. Data from VivaReal, a real estate listings website, reveal that property prices in Santos nudged higher in the first quarter, by 1.31% from a year earlier, to an average of R$4,959.84 per square meter. “In the second quarter, prices are stable in Santos and all over Brazil. Two years ago, the average price was R$4,500, but then it shot up,” said Lucas Vargas, commercial vice president of VivaReal. Vargas believes that Santos has a great deal of potential, so much so that it was the first non-state capital city in which the company opened a branch two years ago to oversee business in the region.
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TURISMO
Oferta de atrações vai muito além dos jardins Iolanda Nascimento
A cidade investe em infraestrutura, ganhando músculos para se firmar como endereço do turismo de negócios, atraindo feiras, congressos e eventos culturais, esportivos e corporativos 34 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS
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FOTO: TADEU NASCIMENTO
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oram cinco novos hotéis construídos em Santos nos últimos 12 anos. Outros sete ou oito – alguns com bandeira internacional – devem ser inaugurados até 2017, sendo que três abrem as portas ainda neste ano ou no início de 2016. Os dados, da Secretaria Municipal de Turismo (Setur) e do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes), dão a dimensão do apetite da indústria hoteleira santista, atraída pelo maior movimento no turismo nos últimos anos, especialmente o de negó-
cios, ocasionado pelos investimentos na No primeiro semestre de 2013, houve um ampliação do porto e da Petrobras no boom de eventos corporativos em Santos: pré-sal. Também deve-se à iniciativa tan- foram 314 dos quais participaram 24 mil to do poder público quanto do setor pri- pessoas. vado da região em se firmar nesse merca“Santos desponta porque está entre do, a fim de melhorar o desempenho na as cidades que têm os melhores índices baixa temporada e mostrar que a cidade de renda per capita e IDH do País e é a tem mais a oferecer, além das praias e do que concentra maior número de hotéis belo e extenso jardim à beira-mar, que e restaurantes. Em 2014, os números foentrou para o Guinness Book of Records ram expressivos também, mas neste ano como o maior de orla urbana marítima. estamos sentindo os efeitos da retração Uma dessas iniciativas foi a criação, na economia, que diminuiu o fluxo de ainda na década passada, do Santos e reuniões corporativas”, ressalta Nunes. O Região Convention & Visitors Bureau, executivo acrescenta que em lazer trabaformado por empresas do setor, governo lha-se também para fomentar o turismo e entidades associativas para fomentar rural, de aventura e ecoturismo, náutico o turismo de negócios e lazer em toda a e religioso. Baixada Santista. “A região recebe entre “Santos tem investido para não ser quatro milhões e cinco milhões de pesso- mais apenas um destino para quem busca as na alta temporada, e o desafio é man- um balneário, pois a competição é muito ter esse número na baixa”, diz Alexandre forte no País”, diz o secretário de TurisNunes, gerente-executivo do Bureau. mo, Luiz Dias Guimarães. Ele observa Somente em 2013, últimos dados dispo- que a cidade tem um centro histórico que níveis, foram investidos no setor US$ 2 está sendo revitalizado, um calendário de bilhões, entre recursos privados e públi- eventos culturais e esportivos permanencos, 97% em infraestrutura. Parte deste tes e infraestrutura para absorver convalor é proveniente do Fundo de Melho- gressos, feiras, destacando o maior audirias das Estâncias do DeFOTO: TADEU NASCIMENTO partamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), do governo paulista, que destinou à região R$ 90 milhões no ano passado e deve aportar R$ 80 milhões em 2015. Nos últimos anos, os municípios da região vêm investindo em infraestrutura, na atração de feiras e congressos e em um calendário diversificado de eventos permanentes, principalmente culturais e esportivos. Para 2015, estão agendados 50. A entidade não tem dados mais recentes, mas informa que 49 mil pessoas participaram de eventos técnico-científicos, culturais e esportivos na região, injetando mais de R$ 52 milhões na economia local, em 2012. Bondes antigos em circulação: um museu vivo CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 35
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TURISMO tório de centro de eventos do Brasil, com capacidade para 4,6 mil pessoas, além de praias e muitos equipamentos turísticos. Entre as atrações, estão o Museu do Café, instalado na antiga Bolsa Oficial de Café, um casarão restaurado, onde se conhece a história dos tempos áureos da cidade no início do século passado, quando o preço internacional do produto era definido ali; e os passeios em bondes antigos. Os veículos vieram de várias partes do mundo e foram recuperados. Sete estão em funcionamento e outros cinco, em restauração. “É o único museu ‘vivo’ de bondes da América Latina”, assegura Guimarães, explicando que “vivo” é porque funcionam, rodam, enquanto em outras cidades são peças de exposição. No ano passado, com investimento próximo de R$ 50 milhões, incluindo aportes do Ministério do Turismo e de empresas, foi inaugurado o Museu Pelé, que exibe peças marcantes da carreira do maior jogador de futebol do mundo. “O plano tem sido atrair o turista pelo conjunto, e não apenas pelas praias e jardins. Ele pode até ir à praia, mas será uma opção”, diz o secretário. Na área de infraestrutura turística, o grande avanço é notado na expansão da rede de hotelaria, que nos últimos oito anos mantém uma taxa média de ocupação em torno de 60% e explode nos 90% a 100% no verão. Em 2002, a rede era com-
Much more than gardens City invests in infrastructure, gaining muscles to become a business tourism destination, attracting trade fairs, congresses and cultural events
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ive hotels have been built in Santos in the last 12 years. Another seven or eight – including some international chains – should be inaugurated by 2017, with three opening their doors late this year or in early 2016. This data from the Municipal Tourism Secretariat (SETUR) and the Hotel, Restaurant and Bar
PONTOS DE ENCONTRO HANGOUT SPOTS Bares e restaurantes na Baixada Santista Bars and restaurants in the Santos Basin BARES/BARS
LANCHONETES/DINERS RESTAURANTES/RESTAURANTS
282 93 66 14 60 94 20 49 24
Santos São Vicente Guarujá Bertioga Cubatão Praia Grande Mongaguá Itanhaém Peruíbe
367 112 132 37 24 133 7 31 19
458 124 163 59 50 264 19 61 30 Bertioga
Cubatão
São Paulo
SANTOS São Vicente
Guarujá
Praia Grande Itanhaém
Mongaguá
Peruíbe
NOTA/ NOTE: Bares incluem cafés e botequins. Lanchonetes incluem confeitarias e pastelarias. Restaurantes incluem churrascarias e pizzarias / Bares include cafes and taverns ; Restaurants include churrascarias and pizza places Trabalhadores no setor: 14 mil na Baixada Santista, ou 15 mil se incluído o Vale do Ribeira / Workers in the sector: 14,000 in the Santos Basin or 15,000 if the Vale do Ribeira is included
Fonte/Source: SinHoRes
posta por 2,8 mil leitos, hoje são 4.066 nos 22 hotéis da cidade. E o número deverá crescer 48%, para seis mil, até 2017, conta o presidente do SinHoRes, Salvador Gonçalves Lopes, que destaca ainda
o incremento no número de restaurantes, lanchonetes e bares em Santos, que responde por quase 40% do total desses estabelecimentos na Baixada Santista. “O movimento tem caído muito neste ano,
Association (SinHoRes) paints a picture of the Santos hotel industry’s appetite, whetted by stronger tourism in recent years, particularly in the business segment as a result of investments to expand the Port of Santos and Petrobras’ exploration of the pre-salt layer. The movement also owes to monies flowing in from the public and private sectors to become major players in this market. Their objective: improve the poor performance of hotels during the off season and showcase what the city has to offer in addition to beaches and a long and extensive seaside greenbelt, which made the Guinness Book of Records as the largest urban beach garden. One such initiative in the last decade was the establishment of Santos Visitors and Conven-
tions Bureau, formed by sector companies, the government and associations to support business and leisure tourism throughout the Santos Basin. “The region receives between 4 and 5 million people in peak season, and the challenge is to keep that number in the off season,” comments Alexandre Nunes, executive director of the Bureau. In 2013 alone, the latest data available, public and private investment totaled US$ 2 billion, some 97% of which in infrastructure. Part of this sum came from the São Paulo State Department of Resort Improvement (DADE), which earmarked R$ 90 million last year and another R$ 80 million in 2015. In the last few years, cities in the region have also invested in infrastructure, to attract
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Nunes, do Convention & Visitors Bureau (primeira foto, à esquerda), destaca os investimentos no setor. Por exemplo, em hotéis: a oferta de leitos deve subir de atuais 4.066 para seis mil, segundo Lopes, do SinHores (centro). Só a Atlantica Hotels, de Placeres (terceira foto), tem três projetos
com a taxa de ocupação ficando em torno de 30% durante a semana e 40% nos fins de semana e feriados, mas esperamos que a crise seja superada até o fim de 2015”, diz Lopes. Entre os novos hotéis previstos para Santos, estão três administrados pela Atlantica Hotels, representante exclusiva no Brasil das bandeiras/grupos norte-americanos Carlson Rezidor Hotel Group (Radisson e Park Inn by Radisson) e Choice Hotels International (Sleep Inn, Comfort, Comfort Suites, Quality e Clarion), além de ter a marca própria Go Inn – todas voltadas ao turismo de negócios. No total, a empresa administra no país 84
hotéis e, segundo o diretor de desenvolvimento Cristiano Placeres, estão sendo investidos em torno de R$ 70 milhões nos estabelecimentos em Santos. “O ano realmente está atribulado, mas a Atlantica mantém os investimentos planejados e está crescendo neste primeiro semestre acima do ano passado”, afirma. Dos novos hotéis, um com a bandeira Comfort será inaugurado no segundo semestre deste ano e outros dois estão previstos para 2017 e 2019, respectivamente Park Inn e Quality. Os empreendimentos são parte do plano estratégico de crescimento da Atlantica, que tem em carteira 75 hotéis em desenvolvimento, 43 deles
em construção e com previsão de abertura nos próximos três anos. São R$ 3 bilhões em investimentos, o que eleva o total de ativos administrados pelo grupo a R$ 8,5 bilhões. Em 2014, a companhia faturou R$ 778 milhões, 14,5% acima do ano anterior, e espera crescer 9% em 2015.
trade fairs and conferences and to develop a diversified calendar of ongoing cultural and sports events. For 2015, more than 50 regular events are on the calendar. DADE does not have recent data, but reports that over 49,000 people participated in scientific-technical, cultural and sports events in the region, injecting more than R$ 52 million in the local economy in 2012. In the first half of 2013, there was a boom in corporate events in Santos: the 314 functions saw attendance topping 24,000 people. “Santos stands out because it is among the cities that have the best per capita income and human development indices in the country. It also concentrates the highest number of hotels and restaurants. In 2014, the numbers were also significant,
but this year we are feeling the effects of the economic retraction, which slashed the flow of corporate meetings,” stressed Nunes. The executive adds that they are also working to support rural, adventure, ecotourism, nautical and religious tourism. “Santos is investing to be more than just a destination for beach-goers because the competition is stiff in Brazil,” said Tourism Secretary Luiz Dias Guimarães. He observes that the city has a historical downtown that is undergoing revitalization, an ongoing calendar of cultural and sports events and the infrastructure to host conventions, trade fairs. He highlights the largest event center in Brazil with a capacity for 4,600 participants, not to mention beaches and many tourism options.
Among these attractions is the Coffee Museum, which is in the Old Coffee Exchange, a renovated mansion where tourists can revisit the city’s golden days at the beginning of the past century when international coffee prices were set in Santos. The area also boasts trolley car rides. The trolleys came from several places all over the world. Seven are currently in operation, while another five are being restored. “It is the only ‘living’ museum of trolley cars in Latin America,” assures Guimarães. Last year, with investments near R$ 50 million, the city opened the Pelé Museum, where visitors can enjoy exhibits including a collection of important objects from the world’s greatest footballer’s career.
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10º FÓRUM BRASIL COMEXLOG FOTOS: CLAUDIO GATTI
Em discussão, o futuro do porto Profissionais dos serviços portuários e autoridades das três esferas de poder passam em revista as melhorias necessárias Gisela Bello
O
s empresários da área portuária de Santos receberam a confirmação de uma boa notícia, em meados deste mês: a de que estão bem encaminhadas as medidas para atender a uma antiga reivindicação deles – o aprofundamento do canal de navegação, medida que permitirá a atracação de grandes embarcações. Isso ocorreu durante o Fórum Brasil de Comércio Exterior e Logística, ou Fórum Comexlog, realizado no dia 18, durante o qual foram discutidas as necessidades de melhorias para o porto de Santos. Os resultados das discussões foram consolidados em um documento de reivindicações, entregue ao ministro Edinho Araújo, da
Secretaria Especial de Portos (SEP), a quem coube encerrar o evento. O fórum foi prestigiado pelo governo do estado, representado pelo vice-governador, Márcio França, para quem a importância que o Palácio dos Bandeirantes dá à Baixada Santista se traduz nas importantes obras que programou para a região. “São os viadutos na Imigrantes e na Anchieta, o VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], que é a principal obra e que ajudará a logística local, sem falar no túnel Santos-Guarujá que está sendo projetado”, disse. Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, foi o principal apresentador do painel sobre logística, durante o qual pe-
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diu mais participação local nas decisões que envolvam a gestão portuária. “Não há porto competitivo no mundo inteiro onde as decisões sejam tomadas sem a participação intensa do governo municipal. Todos conferem autonomia ao poder local; o Brasil caminha em direção contrária”, comentou. Barbosa pediu também maior participação do governo estadual na gestão portuária, já que é dele a responsabilidade aos acessos ao porto. No Estado de São Paulo, informou, trafegam pelas rodovias 68% das cargas que serão embarcadas em navios ou foram desembarcadas deles. “Tenho a oportunidade de estar à frente da Associação Brasileira de Municípios Portuários e essa reivindicação de que se reparta a participação nas decisões que afetam o porto é de todos eles. Não podemos conviver com a realidade administrativa, onde as decisões que aqui geram impactos sejam tomadas em Brasília e não compartilhadas com as necessidades dos interesses locais.” Outro ponto destacado foi a questão
Não há porto competitivo no mundo inteiro onde as decisões sejam tomadas sem a participação intensa do governo municipal. Todos conferem autonomia ao poder local; o Brasil caminha em direção contrária. Prefeito Paulo Alexandre Barbosa
da acessibilidade. Em Santos, exemplificou, foi elaborado um projeto pela prefeitura para a entrada da cidade, orçado em R$ 700 milhões. Foram feitas parcerias com os governos estadual e federal para a divisão da conta. “Temos a parte do projeto que cabe à prefeitura praticamente concluída, que será entregue em julho, e temos também a primeira licença prévia, licença ambiental para executar parte dessas obras. Estamos trabalhando para o início da obra no ano que vem”, relatou o prefeito. Das questões específicas de manutenção e expansão do porto, dois temas atualíssimos mereceram painéis: dragagem e segurança. A dragagem é uma discussão recorrente. Trata-se de aprofundar, dos atuais 15 metros para 17, o canal de navegação, permitindo a atracação de navios maiores. Com tal melhoria, Santos ganha
Os governos federal, estadual e municipal prestigiaram o Fórum: ministro Edinho Araújo, da SEP (foto maior); vicegovernador, Márcio França (ao alto, à direita); e prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa
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10º FÓRUM BRASIL COMEXLOG FOTOS: CLAUDIO GATTI
No painel sobre segurança, a análise da vulnerabilidade do porto. “Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos”, garante Paulino Moreira da Silva, da Codesp (primeiro à esquerda)
a capacidade de se firmar como hub port, isto é, um concentrador de cargas para distribuí-las por toda a América do Sul, recebendo navios de até 14 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) – hoje, os maiores a escalar na região são os de 10 mil TEUs. A decisão de aprofundar o canal foi tomada pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) em 1998. Mas até 2006, quando se aprovou um novo plano de zoneamento do porto, nada havia sido feito. Apenas no ano seguinte, com a criação da SEP, o Programa de Dragagem conseguiu programar a licitação e a contratação do aprofundamento para 15 metros. No ano passado, cansados de esperar por providências oficiais para a continuação do programa, empresários se organizaram em um grupo batizado de “Santos 17” para acelerar os estudos sobre a dragagem. “As empresas privadas assumiram um custo que não é delas”, ressalta Sérgio
Aquino, portuário da SPA Consult. O idealizador do grupo, Antonio Passaro, diretor-presidente da Brasil Terminal Portuário, acredita que ainda neste ano estarão concluídos os estudos, cujo objetivo principal é determinar como aumentar a profundidade do canal sem causar impacto ao meio ambiente. “É uma questão de sobrevivência do porto e das empresas que estão aqui. Num curto espaço de tempo os navios de 14 mil TEUs virão para as regiões Sul e Sudeste. A questão é saber quem vai receber esses navios. Santos quer tomar a frente, por isso não dá mais para esperar. Se o porto não garantir a competividade futura, estará decretando o início de sua morte”, diz o executivo. “A intenção é que a concretização do projeto aconteça em 2017. Podemos chegar lá, porque, se não chegarmos, vamos perder uma oportunidade muito grande.” O otimismo dele quanto ao prazo é justificado, pois já se tem a fonte do fi-
Num curto espaço de tempo, os navios de 14 mil TEUs virão para as regiões Sul e Sudeste. A questão é saber quem vai receber esses navios. Santos quer tomar a frente, por isso não dá mais para esperar Antonio Passaro, diretor-presidente da Brasil Terminal Portuário
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nanciamento para a dragagem. Segundo informou o ministro Edinho Araújo, o dinheiro virá com o resultado das licitações para o arrendamento de áreas e terminais no porto de Santos. Esses valores irão para o caixa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), e não mais para o Tesouro Nacional, como o governo federal pretendia inicialmente. “Acredito que as concessões aconteçam já no próximo semestre”, prevê Araújo. O grande incêndio de seis tanques de combustíveis na empresa Ultracargo, que em abril paralisou o porto – e toda a cidade de Santos – por 192 horas, causando prejuízos, ainda não totalmente contabilizados, de milhões de reais, foi lembrado para ilustrar o painel sobre segurança. Especialistas analisaram procedimentos, gerenciamento de riscos no combate a incêndios de grande proporção em terminais de granéis líquidos e a necessidade de se criarem novas saídas do porto para que não tenha que ser fechado em caso de catástrofes, emergências ou acidentes ambientais. Paulino Moreira da Silva, diretor de infraestrutura e execução de obras da Codesp, enfatizou este último ponto. O incêndio na Ultracargo, disse, mostrou a vulnerabilidade a que a instalação está exposta por só ter um caminho de acesso. “Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos ao porto, que já estavam em andamento, para serem implantados o mais rápido possível”, afirmou. Tanto Mauricio Zannin quanto Flávio Zilli, respectivamente diretor-técnico e coordenador do Plano Integral de Emergência da Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL), garantem que “existe um trabalho de controle permanente”, na forma de treinamentos envolvendo as equipes do Corpo de Bombeiros, da Cetesb, da Codesp e da Capitania dos Portos para que numa situação de risco o combate seja imediato. No encerramento do fórum, o ministro Edinho Araújo prestou contas dos investimentos nos portos do País. Os projetos correntes e programados totalizam R$ 37 bilhões, informou. Quase um terço deste total – R$ 11,7 bilhões – será destinado ao porto de Santos, dentro da nova etapa de
Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos ao porto, que já estavam em andamento, para serem implantados o mais rápido possível Paulino Moreira da Silva, da Codesp
concessões. Tal etapa contempla 12 novos arrendamentos, oito renovações e cinco novos Terminais de Uso Privado (TUPs). Em sua décima edição, o X Comexlog, como faz tradicionalmente, reuniu prefeitos e secretários da região da Baixada Santista e empresários e especialistas dos diversos segmentos ligados à área portuária. Realização da TVB Band, do jornal DCI e da rádio Nova Brasil FM, o evento foi patrocinado pela Ecoporto Santos e apoiado por LimaPort, Transbrasa, Brasil Terminal Portuário, Porto de Santos, Secretaria dos Portos, Governo Federal, Prefeituras de Santos, Cubatão e Guarujá e contou com a participação das associações parceiras da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA) e Associação Brasileira de Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC).
No encontro, prefeitos e secretários da região da Baixada Santista e empresários e especialistas da área portuária
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SAÚDE FOTO: TADEU NASCIMENTO
Santa Casa: a cada ano, 860 mil internações, 20 mil cirurgias e 1,9 milhão de exames em média
Demanda crescente força expansão do sistema Referência regional em assistência médica, a cidade cobre área que abriga uma população de mais de dois milhões de pessoas da Baixada e até do Vale do Ribeira
U
ma população estável há dez anos, uma rede de saúde que é referência na Baixada Santista, com 6,3 médicos para cada mil habitantes (bem à frente da média nacional,
Cris Bottini de 1,8), queda na taxa de mortalidade infantil (10/1.000 nascidos vivos ante 13,8/1.000 no Brasil) e superávit de leitos hospitalares, com 1.800 disponíveis. O cenário da saúde em Santos é bastante
positivo se comparado à crônica necessidade por que passa o setor em muitos municípios brasileiros. A situação de excelência traz, porém, efeito colateral: uma enorme demanda
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FOTO: DIVULGAÇÃO
por parte da população da Baixada Santista e até do Vale do Ribeira, totalizando mais de dois milhões de pessoas. Essa procura, naturalmente, começa a sobrecarregar o sistema, que conta com um orçamento de R$ 86,1 milhões até o fim de 2016, somando verbas do município, parcerias com o setor privado, governo paulista e governo federal. Para atender ao aumento da demanda, o município está instalando até dezembro de 2016 dez novas policlínicas (Unidades Básicas de Saúde) e três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), conta o secretário de Saúde santista, Marcos Calvo. Além disso, está reativando o Hospital dos Estivadores, fechado há 15 anos e comprado pela prefeitura em 2011. Com uma área de 11.500 metros quadrados, está em obras desde fevereiro de 2014. Ao reabrir, como hospital de clínicas e maternidade, oferecerá 223 leitos –17 em UTI geral, 20 em UTI neonatal, 150 de clínica médica e cirúrgica e 36 de maternidade. Também a área privada de saúde se movimenta em expansão. Como a Unimed, por exemplo, que hoje tem 373 unidades, 173 mil beneficiários e 1.770 cooperados. A unidade de Santos, criada em 1967, foi a primeira da cooperativa médica, depois expandida dali para todo o País - atualmente faz cobertura de 83% dos municípios brasileiros. “O número de beneficiários vem crescendo cerca de 10% ao ano, por isso estamos fazendo novos investimentos na ampliação da
Viana, da Unimed de Santos: projeto mais ambicioso é a construção do primeiro hospital próprio na cidade
rede, atendimentos e número de leitos”, explica Raimundo Macedo Viana, presidente da Unimed de Santos. Atualmente a cooperativa local dispõe de 800 leitos em sete hospitais da rede credenciada, com cem serviços de diagnóstico e tratamento que servem a Santos e a seus oito municípios vizinhos. São atendidos mensalmente 40 mil beneficiários nos serviços próprios (480 mil por
UNIMED SANTOS
UNIMED SANTOS Leitos disponíveis em 7 hospitais credenciados:
800
Available at 7 accredited hospitals: 800
Rede credenciada: 100 serviços de diagnóstico e tratamento
Accredited network: 100 diagnostic and treatment services
Atendimentos nos serviços próprios:
Serviços próprios: 2 prontos-atendimentos, 4 ambulatórios 1 serviço de Atenção Primária à Saúde, Quimioterapia e Reabilitação Física In-house Services: 2 emergency rooms, four mobile units, one primary health, chemotherapy and rehabilitation center
Internações:
2 mil/mês (média)
40 mil/mês
Hospitalization: 2,000 per month (average)
260 mil/mês
Número de cooperados:
Atendimentos na rede credenciada: Number served at Unimed units: 40,000 per month / Number served through accredited network: 260,000 per month Fonte/Source: Unimed Santos
1.773
Number of cooperative members: 1,773
ano), 260 mil por mês na rede credenciada (mais de três milhões anuais) e uma média de duas mil internações mensais. A grande estrela do plano de expansão será o a construção do primeiro hospital próprio na cidade, em um terreno de 6.500 metros quadrados. “Iniciamos a construção, mas devido à alta dos juros e às condições de financiamento para hospitais, tivemos de frear a obra, que demandará investimentos da ordem de R$ 180 milhões”, ressalta Viana. Segundo o executivo, a maior dificuldade é cumprir as regras de financiamento do País, que determinam que a dívida para hospitais deve ser paga em dez anos, enquanto na Europa esse prazo é entre 25 e 35 anos. “Diante desse cenário, construímos no local um mini-hospital para funcionar como um centro de acompanhamento da dengue. Foi excelente, porque conseguimos ter uma participação ativa no combate à epidemia, tirando esses atendimentos da rede pública de saúde”, diz Viana. A histórica Santa Casa de Misericórdia de Santos não fica fora dos projetos de expansão. Inaugurada em 1° de no-
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SAÚDE FOTO: DIVULGAÇÃO
Growing demand spurs expansion A regional benchmark in medical services, the city encompasses a region home to over 2 million people from the Santos Basin to Vale do Ribeira
A Marcos Calvo, secretário de Saúde: novas unidades estão sendo inauguradas
vembro de 1543, por Braz Cubas – fidalgo português e líder do povoado de São Vicente –, foi o primeiro hospital do Brasil e que atualmente é considerado o maior da Região Metropolitana da Baixada Santista. Com 657 leitos, mantém a média anual de 860 mil internações, 20 mil cirurgias e aproximadamente 1,9 milhão de exames. Em janeiro deste ano, a Santa Casa de Santos anunciou a primeira etapa do projeto para a construção de uma maternidade com 26 leitos. A etapa seguinte será a construção de uma UTI pediátrica com dez leitos. O prazo previsto para a conclusão da obra é de 12 meses. Há planos também de construir uma UTI pediátrica cardiológica e uma enfermaria para adultos, mas ainda sem prazo definido. Esta ampliação está orçada em R$ 20 milhões, valor que será coberto por uma multa aplicada à antiga Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) decorrente de ações trabalhistas. Em um acordo entre o Ministério Público e a Justiça do Trabalho, ficou decidido que este valor fosse destinado à Santa Casa de Santos. Em março, a instituição recebeu outros R$ 700 mil do governo federal para a compra de equipamentos.
stable population for the last ten years, a healthcare system that sets the curve in the Santos Basin with 6.3 doctors for every 1,000 inhabitants (well ahead of the national average of 1.8), a falling infant mortality rate (10 of every 1,000 live births as compared to 13.8/1,000 in Brazil) and a surplus of hospital beds totaling 1,800: the healthcare scenario in Santos is thriving compared to the chronic shortcomings the sector deals with in much of Brazil. But the population in the Santos Basin and the Vale do Ribeira totals over two million – a demand that strains the system, whose budget is over R$ 86.1 million through the end of 2016 between private, city, state and federal funding. In response, the municipality is creating 10 new public health clinics (UBSs) and three Urgent Care Clinics (UPAs) by December 2016, says Santos Secretary of Public Health, Marcos Calvo. Hospital dos Estivadores will also be reopened after standing closed for 15 years. The City purchased it in 2011, and its 11,500 square meters have been undergoing renovations since February 2014. When it reopens, the hospital and maternity ward will have 223 beds including 17 ICU beds, 20 neonatal ICU beds, 150 for general medicine and surgeries, and 36 in the maternity ward. The private healthcare sector is also growing. Brazil’s first medical cooperative Unimed, for example, was born in Santos. Today it boasts 373 units, 173,000 beneficiaries and 1,770 cooperative members in 83% of all Brazilian municipalities. “The number of beneficiaries has been growing 10% every year, so we are now investing
in broadening our network, services and number of hospital beds,” explains Raimundo Macedo Viana, president of Unimed Santos. The cooperative offers 800 beds in seven accredited hospitals and 100 diagnostic services and treatments in Santos and its eight neighboring municipalities. Each month it serves 40,000 members through its own services, 260,000 through its accredited network of facilities and offers an average 2,000 hospitalizations. The flagship of the expansion plan will be construction of Unimed’s first Santos hospital. “We began construction, but due to rising interest rates and credit conditions for hospitals, we had to stop works, which will total some R$ 180 million in investment,” says Viana. According to him, the greatest difficulty is meeting Brazilian financing requirements, which stipulate that hospital debts must be repaid in 10 years. In Europe, the payment period is 25-30 years. “So we built a mini-hospital operating as a Dengue Fever services center. We were able to actively participate in the combat against the epidemic by taking these patients out of the public health system,” he said. The historic Santa Casa de Misericórdia de Santos is also growing. Inaugurated on November 1, 1543 by Portuguese nobleman Braz Cubas, Misericórdia was Brazil’s first hospital and today is the largest in the Metropolitan Region. With 657 beds, it provides a yearly average of 860,000 hospitalizations, 20,000 surgeries and some 1.9 million laboratory tests. This January, the Santa Casa announced the first construction phase of project for a maternity ward with 26 beds. Next, it will build a pediatric ICU with ten beds. Works are slated for completion in 12 months. There are also plans for a pediatric cardiology ICU and an adult infirmary, but dates for this project have not yet been set. The expansion is budgeted at R$ 20 million, to be financed by a fine given to the old Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA) due to labor law suits, destined to the hospital by the Public Ministry and Labor Court. The institution received an additional R$ 700 million in Federal funds this March for purchasing equipment.
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www.ecoportosantos.com.br
EDUCAÇÃO FOTO: AYRTON VIGNOLA/FIESP
No Senai, capacitação de operadores e auxiliares de movimentação de carga e guindastes para o porto
Atenção voltada à formação de mão de obra especializada Com o amparo de uma eficiente rede de ensino básico, um dos objetivos é qualificar pessoal para o mercado de trabalho
T
ambém na área da educação a cidade de Santos tem conseguido manter índices acima da média. Com 97,8% da população alfabetizada – ante a marca nacional de 91% –, é habitada por pessoas cuja média de estudo é de 9,5 anos, acima dos 7,6 anos do Estado de São Paulo ou de municípios de mes-
Cris Bottini ma faixa populacional (entre 100 mil e 500 mil habitantes), que é de 6,8 anos, de acordo com a Austin Rating. Para manter tal desempenho, conta com uma rede municipal que recebe 30 mil alunos em 80 escolas, onde eles estudam até o 9º ano do ensino fundamental II. Deste total, sete escolas têm turno in-
tegral de dez horas diárias. Para o ciclo seguinte, a população conta com escolas estaduais para cursar o ensino médio, duas Escolas Técnicas (Etecs), duas unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), escolas técnicas particulares e onze faculdades/universidades.
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EDUCAÇÃO A forte concentração da cidade nos serviços (76,5% do PIB local) determina alguns rumos da educação. Por exemplo, existe uma boa oferta de cursos preparatórios para atender às diversas demandas da área portuária, graças à força do porto de Santos na economia da cidade. Em abril, a unidade santista do Senai-SP inaugurou o Laboratório de Simulação para Operações Portuárias, para capacitar operadores e auxiliares de movimentação de carga e guindastes portuários e offshore, com o uso de simuladores para a movimentação de contêineres e carga em geral. O ambiente é composto por uma grande estação para a simulação da operação de guindaste, possibilitando operações bem próximas da realidade. Também possui simuladores das atividades de sinalização das operações de movimentação de carga realizadas pelo auxiliar de operação. Durante a execução dos exercícios, os simuladores realizam a coleta de dados em tempo real, permitindo relatórios e avaliações precisas dos alunos. O Senai Santos também oferece cursos superiores, embora menos conhecidos. Neste primeiro semestre, a Faculdade Superior de Tecnologia em Instrumentação Industrial conta com 91 alunos matriculados. Como incentivo, o Senai dispõe de bolsa de estudo e financiamento próprio. Outra forma de capacitação são os cursos para o primeiro emprego. Na cidade estão disponíveis: Básico de Comércio Exterior, Logística de Transporte Integrada no Comércio Exterior, Secretariado e Vistoria de Contêiner e Cargas. Ajudar na formação de mão de obra é objetivo também do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que é ligado ao Senai. A unidade de Santos mantém o Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE), que forma novas lideranças empresariais, com capacitação profissional que visa incentivar e difundir ações empreendedoras. O Ciesp mantém ainda acordo com a Universidade Santa Cecília, com descontos de 12% a 46% nas mensalidades. Para preparar os jovens para o mercado de trabalho, a estratégia da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) é fazer
parcerias para proporcionar experiências reais para que o aluno saiba que caminho vai trilhar quando terminar o ensino fundamental II e iniciar o ensino médio e, depois, a faculdade. Uma oportunidade de qualificação profissional para jovens na faixa etária de 16 a 20 anos é o Programa Amigo do Seguro, que beneficia alunos que cursam o ensino médio em escolas públicas e também estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal. Nesse programa são ensinados conceitos da área de seguros, português, matemática, informática, atendimento ao cliente, rotina administrativa, marketing e etiqueta empresarial, orientação vocacional, entre outros assuntos. No último ano, dos 18 formandos santistas, sete eram da EJA. Esta é uma iniciativa da Escola Nacional de Seguros e da Porto Seguro, em parceria com a Seduc. O próximo curso acontecerá no segundo semestre. Ação semelhante tem a Unimed Santos junto com a Seduc desde 2014. Voltada aos estudantes de 11 a 14 anos, com duas edições por ano, realiza oito encon-
NÚMEROS DO SABER EDUCATION BY NUMBERS
População alfabetizada
97,8% 97.8% literacy rate
9,5 anos
é a média de estudo
9.5 is average years of schooling
30 mil alunos no ensino fundamental
30,000 students in primary education
80 escolas
de ensino fundamental 80 primary schools
8ª maior
rede pública de ensino paulista
8th largest public school system in state
23% dos santistas têm curso superior
23% of Santos natives are college-educated
11 entidades no Polo Universitário
11 units in the University Hub Fonte/Source: Prefeitura de Santos FOTO: FRANCISO ARRAIS/AGÊNCIA SANTOS
No ensino fundamental, a rede pública atende 30 mil alunos em 80 escolas que os preparam até o 9º ano
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GU 011 15 an_Revista_DCI.pdf
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09:38 AM
EDUCAÇÃO FOTO: ISABELA CARRARI
tros semanais no contraturno escolar. Os alunos estudam temas voltados ao desenvolvimento da cidadania, informática, saúde, meio ambiente e introdução ao mercado de trabalho. “Temos muita preocupação em mostrar aos jovens quais são as demandas do mercado e o que o município pode lhes oferecer. Entre outras iniciativas que promovemos, destaco a parceria com o Sebrae para fomentar o empreendedorismo entre os alunos do 6º ao 9º ano”, explica a secretária de Educação de Santos, Venúzia Fernandes do Nascimento. Em 2013, professores da Escola Avelino da Paz Vieira receberam formação do Sebrae para elaborar o material e a metodologia de ensino. Venúzia ressalta que ainda é um projeto-piloto, mas, devido ao sucesso, já existe demanda para outras escolas e também para entrar na grade dos alunos das escolas integrais, com aulas de empreendedorismo no contraturno.
Emphasis placed on job training Supported by an efficient primary education network, one of the goals is to qualify young people for the labor market
T
he city of Santos has also achieved above-average results in the field of education. Literacy is high at 97.8% – compared to the national rate of 91% – and average schooling stands at 9.5 years, higher than the figure of 7.6 years for the state of São Paulo, according to Austin Rating. To keep up this performance, the city has a public education system that receives 30,000 students in 80 schools where they stay until the 9th grade at age 15. Afterwards, it has a network of state-funded high schools, two technical colleges and two SENAI industrial learning units, as well as private technical colleges and 11 universities. The city’s services-based economy (76.5% of the local GDP) has influenced education in the region in some ways. For example,
A secretária Venúzia: “Mostrar aos jovens quais são as demandas do mercado e o que o município pode lhes oferecer”
many preparatory courses are available to meet the numerous demands of the port industry, thanks to the huge contribution of the Port of Santos to the local economy. In April, the Nation Industrial Apprenticeship Service (SENAI-SP) inaugurated a Port Operation Simulation Lab to train labor in cargo handling and crane operation at ports and offshore. Students use simulators for container and cargo handling. The Lab is comprised of large simulation stations for crane operation, allowing for virtual operation that closely mirrors reality. As exercises are conducted, the simulators collect data in real time, allowing for precise reports and evaluations of students. Although less well known, SENAI Santos also offers college courses. In the first semester of the Industrial Instrumentation Technology College, SENAI Santos has 91 students registered. As an incentive, SENAI has scholarships and other payment options. Another focus in the city is training to help people find their first job. The courses currently available are: Foreign Trade 101, Integrated Transport and Logistics in Foreign Trade, and Container and Cargo Registration and Inspection. The São Paulo State
Industry Center (CIESP), which is linked to SENAI, is also training youth to be entrepreneurs. The Young Entrepreneurs Center (NJE) at CIESP trains new business leaders, offering professional education to stimulate and disseminate business activity. To prepare young people for the job market, the strategy of the Education Department has been working to seal partnerships providing real experiences so students learn what path to pursue after they finish school. One professional training opportunity for young people aged 16 to 20 is a course offered by Brazil’s National School of Insurance, which teaches the basics of the insurance industry, as well as Portuguese language, mathematics, computing, customer services, administration, marketing and business etiquette, among other things. “We are very concerned with showing young people the demands of the market and what the municipality can offer them. One of our main initiatives is the partnership with [the government’s small business support service] SEBRAE to foster entrepreneurship among students in the 6th to 9th grades,” said Santos Education Secretary Venúzia Fernandes do Nascimento.
50 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS
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Nossos variados equipamentos culturais, turísticos e de lazer, e os inúmeros espaços ao ar livre atendem à diversidade de interesses dosvisitantes e moradores ao longo de todo o ano. Reconhecida por abrigar belezas naturais, rico patrimônio e completa infraestrutura, a cidade é destaque no cenário nacional. Há muitas razões para se encantar e desfrutar da cidade.
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