arte
musica
musica&design
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graffiti baixada ANO 1 - JUNHO 2013 REVISTASOMA.COM
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cinema
tech
tarantinodummies for
on the
criatividade go
BEHINDSOMA
A
1 EDICAO
Implicante, essa é a palavra que melhor define a Revista SOMA, uma publicação mensal com foco no melhor do design, música, arte, cinema e tudo que acontece de diferente por aí. Em um formato diferenciado, com quatro matérias que merecem sua atenção por igual, a SOMA vem pra agregar contéudo, servir de referência e fonte de inspiração. Na edição de estréia trazemos ao leitor a relação do design com a música, detalhes sobre a cena do graffiti na região da Baixada Santista, um pequeno guia para quem passou boa parte da vida sem assistir à um filme do mestre Quentin Tarantino e novidades sobre ferramentas criativas digitais. A Equipe.
QUEM FAZ
Vitor Gomes
vitor@revistasoma.com
Isis Tomaz
isis@revistasoma.com
Luiz Cláudio de Freitas
luiz@revistasoma.com
Renan Ribeiro renan@revistasoma.com
Laércio Henrique F. de Freitas laercio@revistasoma.com
Revista SOMA é uma publicação mensal da Replicant Editora. Copyright © 2013 Replicant Editora. Todos os direitos reservados. Replicant Editora é um coletivo editorial formado por Vitor Gomes, Isis Tomaz, Luiz Claúdio de Freitas, Renan Ribeiro e Laércio Henrique F. de Freitas para o Projeto Integrado Multidisplinar III do curso de Comunicação Digital - Design Gráfico da Universidade Paulista de Santos.
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musica
musica&design Música e design andam de mãos dadas desde o início e nesta matéria você entende o por quê.
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na
graffiti baixada A Baixada Santista está cheia arte em seu cenário urbano e só você não sabia disso, confira.
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tarantinodummies for
Um guia definitivo para você que até agora não teve vergonha na cara para assistir a obra cinematográfica de um dos grandes mestres do cinema.
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CRIATIVIDADEONTHEGO Conheça novos aplicativos para se manter criativo na correria do dia-a-dia. Agora não tem jeito de deixar uma boa idéia escapar.
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REVISTASOMA
MORTES NOS FILMES musica TARANTINO DE &
por Isis Tomaz
design
Tarantino nasceu no Tennessee. Seus pais eram Tony Tarantino, ator e músico descendente de italianos, e Connie McHugh, descendente de irlandeses e índios Cherokees. Logo após o Venho me perguntando a importância da identinascimento de Quentin qual Tarandade para uma banda nos dias tino, sua mãe casou-se com de o hoje. Lá pelos anos 80 os cabelos longos eram sinônimo músico Curt Zastoupil, com de Rock’n Roll. Se era liso, e Tarantino normalmente ao Heavy Metal quem maisloiro, tardepertenciam viria mortes Melódico, se eram mais volumosos se encaixavam ao a formar fortes laços afetivos. Glam e já os tratados de qualquer jeito com certeza eram do Metal ouiniciou coisas seus mais pesadas. Tarantino estudos Tínhamos também os punks com cabelos coloridos e moicanos, piercings e na região de San Gabriel Valley, tatuagens por todos os lados mas, em 1968. Em 1971 sua família passaram-se algumas década e aspara coisas mudou-se Elmudaram. Segundo, OaoMetallica, Iron, Anthrax e muitos outros apareceram de cabelo curto, hoje em dia sul de Los Angeles, onde passou moicano é coisa de Neymar, e a tatuagemBROWN e o piercing a freqüentar a Hawthorne Chrisaté sua tia têm. tian School. Ao sair da
Lado a lado, desde sempre
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JACKIE
e merchadising em geral.
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O principal meio de se começar a identidade é definindo o publico alvo. Qual a idade, sexo, classes e o mais importante: O que pensa o publico alvo? "Você ainda compra cds? Com que frequência? Porque?" - Compro sempre, por causa do encarte que memortes chama atenção. mortes - Sim, mortescompro quando são artistas que gosto muito, e compro pelo valor emocional mesmo. - De vez em quando, porque gosto de ver o encarte do cd.
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Novamente podemos concluirque música hoje em dia é: ouvir + ver + tocar (gênio da comunicação visual, Stanley Donwood).
RESERVOIR
PULP DEATH FICTION PROOF criações prontas, e a divulgação?
DOGS
Narbonne High School, em Não adianta gravar no melhor estúdio e fazer um bom Certamente estilo dos aos integrantes ainda faz jus ao Harbor City,oCalifórnia, 16 trabalho na imagem da banda e apenas jogar nas redes conteúdo musical mas além de não ser regra anos, iniciou osexecutado, estudos em sociais e esperar. não queremos estereotipar ninguém. O que nos quereatuação na James Best Theatre mos classificar nessa matéria hoje são quais caracterCompany. São necessárias ações de lançamento. São muitos os ísticas as bandas utilizam para sua divulgação ou serviços nos quais você pode disponibilizar suas músichamar atenção do público. Aos 22 anos escreveu seu primeiro roteiro, Captain Peachfuzz and Bandit. 1984 Tarantino começou a a cas the e o Anchovy ideal é que vocêEmutilize todos, aumentando trabalhar como balconista na Video Archives, uma famosa locadora deque filmes Manhattan Beach; lá se tornou chance de seu em trabalho seja encontrado. amigo de Roger Avary, umécolega de trabalho com quem mais tarde viria a colaborar em Pulp Fiction. Ele continuou No entanto, uma coisa necessária. seus estudos em atuação na Allen Garfield's Actors' Shelter, emEntretanto, Beverly Hills, mas passou que a se dedicar principalmente é importante você defina um ou dois Uma banda precisa ter uma identidade visual. a escrever roteiros. sites principais para os quais linkar e indicar para as pessoas. É o famoso lance de "celebridade virtual". Você Por muitas vezes encontrei artistas às cegas devido a Seus primeiros roteiros vendidos, True Romance (br: Amor à Queima Roupa) e Natural Born Killers (br:abordado Assassinos pode até não fazer tantos shows e ser napor rua, arte da capa ou vídeo de divulgação e isso exige algum Natureza), tiraram-lhe do anonimato. Ele conheceu Lawrence Bender em Hollywood, e Bender incentivou ou seja,numa não é festa ninguém no mundo real, mas na internet é tipo de planejamento, afinal uma banda possui caracTarantino a dirigir um filme. O produto final dessa conversa foisuper Reservoir Dogs (br: Cães de Aluguel), de 1992, um filme conhecido. terísticas únicas, e por isso deve planejar muito bem estiloso e violento, que definiu o tom de seus filmes seguintes. O script foi lido pelo diretor Monte Hell-man, que tudo. Vale a pena contratar um profissional para ficar ajudou a levantar fundos junto à Live Entertainment, bem como garantir o lugar de Tarantino na direção filme.já Exemplificando o parágrafo acima, temos do aquela encarregado com essas coisas ou as coisas andam Harvey Keitel ouviu falar do roteiro através de sua esposa, que foi colega Lawrence Bender. Eleprimeiro leu o roteiro e batida históriade sobre o ArcticMonkeys, famosos fluindo pro lado 'do it yourself' e os próprios integrantes também contribuiu com investimentos, assumiu o papel de produtor executivo, e um personagem no filme. no MySpace, depois em todo o mundo e também o tratam de se virar? Cansei de Ser Sexy, de hype no TramaVirtual para os Seguindo o sucesso de Reservoir Dogs, Tarantino foi abordadopalcos por Hollywood e recebeu propostas para dirigir vários americanos e europeus. A criação da Identidade Visual do artista ou banda, projetos, incluindo Speed (br: Velocidade Máxima) e Men in Black (br: Homens de Preto). Em vez disso, ele se recolheu poderá incluir a seleção da tipografia, cores e imagens em Amsterdã para trabalhar em seu roteiro para Pulp Fiction. Quando lançado,bastante, o filme ganhou a Palme O legal foi quefinalmente é você divulgue mas não seja o mais adequadas ao estilo e mensagem musical assim d'Or (Palma de Ouro) no Festival de Cannes de 1994 e, junto com Sex,chato Lies, and (br: Sexo, Mentiras e Videoamigo que Videotape sempre manda spam. Isso pode acabar como, aplicação do design em suportes publicitários tape), de Steven Soderbergh e Roger and Me (br: Roger e Eu), de Michael Moore, revolucionou fazendo o marketing reverso. a indústria de filmes. para promoção, flyers, cartazes, outdoors, vídeos, lonas, 06
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foto
capas de albuns famosos
Todos bem fáceis de serem utilizados. Eles vão servir como HD's digitais, nos quais qualquer material digital pode ser guardado. Muitas bandas os utilizam para disponibilizar álbuns inteiros em arquivos .zip ou .rar, poupando o trabalho do download faixaà-faixa.
396 mortes 64 62 13 Legal, mas onde e como eu posso divulgar?
videos mortes
mortes
YouTube, básico. Não é todo mundo que sabe, mas existe a opção de cadastro especial para bandas e de customização da página. Pras bandas que ainda não possuem videoclipe nem gravações dos shows com qualidade boa, uma boa saída são os vlogs, neles você pode mostrar o dia a dia da banda, como são as gravações, ensaios e até o dia a dia do pessoal, além disso, pode ser gravado editado pelos próprios integrantes. Voltando pro lado do Design, as bandas têm apostado muito nos “lyrics vídeos” onde a proposta é divulgar o som com a letra da música emposta. vol. 1
KILL BILL vol. 2
fotos
KILL BILL
facebook e twitter
mortes
Normalmente as páginas de curtir do facebook e os pequenos textos no twiter são o que chamam mais atenção, então cuide-as com carinho. Já as comunidades virtuais podem ser utilizadas para reunir fãs de uma determinada banda e trocar informações sobre a mesma. É sempre mais legal quando alguém que gosta da banda cria uma comunidade ou página. Também podemos ver isso no facebook e twitter com “fã club banda x”.
DJANGO
INGLORIOUS
BASTARDS
E o que esses sites NÃO devem ter? Vamos mudar a pergunta, o que eles DEVEM ter? Conteúdo é a única resposta. É péssimo ver artistas divulgando seu trabalho – “Hey, acessa o site/tumblr/twitter/myspace da minha banda”e quando você chega lá só tem a foto do perfil e no máximo um release de como a banda começou.
UNCHAINED
Atualizar a banda diariamente requer tempo. Não pode Se você precisa de fotos que irá reutilizar em diversas chegar e atualizar simplesmente qualquer coisa como outras páginas, nada como usar um serviço de armaze“Oi”. O conteúdo divulgado em sua página deve ser namento de imagens como o Photobucket. Você faz o relevante para quem chegou até ela. Nós sabemos que upload da imagem e o site já te dá um código "embed", muitas bandas independentes não tem músicas e clipes assim como os do YouTube, para você reutilizá-la onde o suficiente para ficar postando na página todo dia, mas quiser. É uma prática muito comum para fazer propaisso não importa. ganda nos comentários, por exemplo. Aos 22 anos escreveu seu primeiro roteiro, Captain Peachfuzz and the Anchovy Bandit. Em 1984 Tarantino começou a trabalhar como balconista na Video Archives, uma famosa Uma locadora depara filmes em Manhattan Beach; lá sepossuem tornou saída muitas as bandas que não amigo de Roger Avary, um colega de trabalho com quem maismuito tarde conteúdo viria a colaborar em Pulp todos Fiction. continuou para atualizar osEle dias é colocar seus estudos em atuação na Allen Garfield's Actors' Shelter,músicas em Beverly Hills, mas passou a se dedicar principale vídeos das principais influências e bandas Blogger, e Tumblr, acredito que os três sejam mente Wordpress a escrever roteiros. amigas. os mais completos. Você pode colocar os vídeos, músicas, fotos, e ainda escrever aqueleTrue texto enorme(br: deAmor à Queima Roupa) e Natural Born Killers (br: Assassinos Seus primeiros roteiros vendidos, Romance Muitas bandas já usam um recurso que parecia não agradecimento de ‘tanto views’ da semana passada. por Natureza), tiraram-lhe do anonimato. Ele conheceu Lawrence Bender em Hollywood, Bender funcionar com numa artistasfesta menos conhecidos,e mas tem Além disso, eles são bem flexíveis, podemos edita-los incentivou Tarantino a dirigir um filme. O produto final dessaprovado conversa foi Reservoir Dogs (br: Cães de Aluguel), de o contrário: imagens com citação. As clássicas por completo. 1992, um filme estiloso e violento, que definiu o tom de seusfotos filmes seguintes. O script foi da lidobanda pelo diretor Monte bonitas com uma frases que está sendo Hell-man, que ajudou a levantar fundos junto à Live Entertainment, garantir o lugar de Tarantino na divulgadabem têm como se mostrado uma boa forma de apresendireção do filme. Harvey Keitel ouviu falar do roteiro através tar de sua esposa, quepessoas foi colega de Lawrence Bender. Ele conteúdo para novas. leu o roteiro e também contribuiu com investimentos, assumiu o papel de produtor executivo, e um personagem no Defilme. certa forma, todos os links acima estão relacionados Faça uma lista com as bandas que mais influenciam a ao armazenamento de conteúdo. O 4shared é interessua banda. Divulgar bandas que vocês gostam na sante por oferecer realmente uma espécie HD virtual, Seguindo o sucesso de Reservoir Dogs, de Tarantino foi abordado por éHollywood recebeu propostas dirigir internet uma boa eforma de se divulgar.para Mesmo não novários qual você podeincluindo criar pastas e escolher o que deseja projetos, Speed (br: Velocidade Máxima) e Men in Black (br: Homens de Preto). Em vez disso, se sendo conteúdo seu, o público se identifica comele aquela compartilhar. serviços armazenamento são o para Pulp recolheu emOutros Amsterdã parade trabalhar em seu roteiro Fiction. Quando foi finalmente lançado, o filmede música que você está compartilhando. Não esqueça Rapidshare, Zshare, Sharebee ganhou a Palme d'Or (Palma edeMediafire. Ouro) no Festival de Cannes de 1994 e,músicas junto com Lies,amigas. and Videotape (br: Sexo, escolher deSex, bandas Mentiras e Videotape), de Steven Soderbergh e Roger and Me (br: Roger e Eu), de Michael Moore, revolucionou a
blogs
armazenamento
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Todos os dias algum post com fotos novas, vídeos ao vivo, e até mesmo um "boa tarde" para manter contato com o público, têm na página do facebook ou site da banda. Vocês contam com a ajuda de um ‘agente/amigo/parceiro’ na hora da divulgação? Qual a importância que dão para isso?
tarantino for dummies o guia definitivo
"Hoje em dia é inegável que a internet, aliada as redes sociais, é a principal vitrine de exposição do nosso trabalho pra que a partir dela criemos nas pessoas o interesse de conferir nosso show ao vivo. Por anos nos 'batemos' até encontrar o melhor formato pra lidar com essa rotina, e no fim das contas, o melhor foi sermos nós mesmos. Quando mais novos, nos preocupávamos muito com uma pseudo-imagem levando em conta paginas de bandas mais conhecidas, mas isso na verdade nunca ajudou em nada, o 'medo de ser informal' só tornava baixo o retorno em cada publicação nossa. Seguindo o sucesso de Reservoir Dogs, tino foi abordado por Hollywood e recebeu propostas para dirigir vários projetos, incluindo Speed (br: Velocidade Máxima) e Men in Black (br: Homens de Preto). Em vez disso, ele se recolheu em Amsterdã para trabalhar em seu roteiro para Pulp Fiction. Quando foi finalmente lançado, o filme ganhou a Palme d'Or (Palma de Ouro) no Festival de Cannes de 1994 e, junto com Sex, Lies, and Videotape (br: Sexo, Mentiras e Videotape), de Steven Soderbergh e Roger and Me (br: Roger e Eu), de Michael Moore, revolucionou a indústria de filmes independentes, mostrando Outra situação que ocorreu foi a de chegarmos a uma certa idade aondefilmes todostambém são rentáveis. Pulp Fiction é que estes os integrantes da banda precisam dedicar boa parte do seuum tempo livre ao seu filme de roteiro complexo, com personagens verbordevido emprego/família, e com isso, a ideia de contratar alguém pra fazer a nasdividida em atos e recheado de rágicos, tendo afrente história mídias sociais foi bastante presente. De fato, tentamos contratar amigos e nunca deu certo, referências pop. Essas três características se tornaram a parte por esse medo de não saber como se expressar, parte por que a grana não compensava marca do criador desde então. oO filme ficou conhecido trabalho mesmo (risos. pelas aclamadas atuações de seu elenco e, ainda, por ressuscitar a carreira de John Travolta. Pulp Fiction Atualmente, com o retorno positivo que o nosso trabalho tem tido, dedicarmos horas eme Avary redes osociais também rendeu a Tarantino Oscar de melhor respondendo pessoas, compartilhando notícias e informando sobre lançamentos e shows se tornou roteiro original, além da indicaçãoum nagrande categoria de prazer, porém, existe um abismo muito grande que separa o apoio na internet melhor filme. do apoio no mundo real, lutamos pra pavimentar esse buraco dia após dia. É preciso sempre lembrar que a poucos anos estávamos todos no fotolog que hoje em dia é uma rede social abandonada. Retorno na internet podede parecer incrível mas a mudança Depois Pulp Fiction, Tarantino dirigiunum o layout de site pode minar a vontade do público em quarto episódio da série Four Rooms, frequenta-lo e minar todo o trabalho da The Man from Hollywood, um banda/empresa que for, caso não exista um trabalho remake de um espisódio de consolidado fora da internet." Alfred Hitchcock.en. Four Rooms é uma Depois dos anos 60, a música e o design estreitaram seus laços. Esta colaboração aproximação fortaleceu tanto a imagem dos artistas, quanto oe segmento ntre musical, que também começou a usufruir dessa proximidade Allientre as artes. Algumas capas de discos, como as de Andy Warhol para os Rolling Stones e Velvet Underground, como também as de Storm Thorgerson para o Pink Floyd e de Peter Saville para o Joy Division e New Order, fazem parte da história da música, uma vez que transcendem a criação gráfica. São quase tão ícones quanto os próprios artistas.
é inegável que a internet
é a principal vitrine
de exposição de nosso trabalho
Esse vínculo entre a música e design se intensificou a partir dos anos 60 com o crescimento dos movimentos sociais. O design era uma importante ferramenta para expressar as mesmas ideias de paz, amor e liberdade que estavam contidas nas músicas, shows, roupas e experiências com drogas. Sendo utilizado como meio comercial, o design gráfico começou a exercer um papel fundamental, principalmente porque a indústria cultural buscava se apropriar desses importantes ícones dos movimentos sociais, e os devolver digeridos na forma de produtos gráficos, decoração, roupas e acessórios. Neste cenário, capas de discos, pôsteres e as roupas utilizadas eram tão importantes quanto a mensagem das músicas, já que criavam uma imagem que era lembrada e associada ao discurso. 08
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analisando sara
Nos anos 70, a indústria fonográfica, que havia sido alavancada pelos movimentos da década anterior, já movimentava direta e indiretamente muitos negócios. A rebeldia colorida e ingênua dos anos 60 havia sido substituída pela melancolia e agressividade do movimento punk, que, depois de ser influenciado pela moda, se tornaria também produto de consumo.
Neste cenário, começaram a surgir também gravadoras independentes, que tinham no design das capas dos álbuns uma de suas poucas formas de divulgação, visto que a verba para anúncios e campanhas publicitárias costumava ser bastante limitada nesse meio. No final dos anos 70, foi criada a Factory Records, na cidade de Manchester, Inglaterra. Com essa gravadora, foi possível dar visibilidade ao trabalho de diversas bandas locais, como Joy Division, que ficou conhecido por mesclar os acordes e o vocal do punk com batidas eletrônicas. Mais tarde, após a morte do vocalista Ian Curtis, e seria rebatizado de New Order. O trabalhoS de guindo design gráfico desenvolvido para os álbuns do Joyo sucesso de Division e do New Order foram fundamentais para Reservoir Dogs, tino construir a imagem dessas bandas foi como grandes repreabordado por Hollysentantes dos anos 80. wood e recebeu propostas
banda upset
para dirigir vários projetos, inclu-
O valor que as artes dos discos asseguravam para músicos era muitoe indo Speed (br:osVelocidade Máxima) maior do que se vê nas imagem dosMen CDs. capas Long de Play's eram inAs Black (br:dos Homens Preto). Empor vez ele se recolheu em Amsterdã paraalgumas trabalhar si só uma peça de comunicação. disso, Seguramente, podemos dizer que em seu roteiro paralimite PulpdeFiction. Quando foi criações gráficas conseguiram extrapolar o simples uma embalagem, finalmente lançado, o filme ganhou a Palme (Palma tornando-se símbolos de uma época. Assim como o próprio Joy Division, pord'Or exemplo, de Ouro) no Festival de Cannes de 1994 e, junto com Sex, foi símbolo de um novo movimento T a r - e de uma nova geração.
Lies, and Videotape (br: Sexo, Mentiras e Videotape), de antino Steven Soderbergh e Roger and Me (br: Roger e Eu), de nasceu no 2006, se auto rotula uma banda de rock experimental. A banda Analisando Sara, que existe desde Michael Moore, revolucionou a indústria de filmes Seus(2007) e “Repetição Imediata: Co-evolução e ConsequênDepois de 2 EPs lançados –Tennessee. “Quase Infame” independentes, mostrando que estes filmes também eram Tony “Demo Taran- Nacional” por escolha do publico no “Best Of ZonaPunk cia” (2009) (que rendeu o pais prêmio melhor são rentáveis. Pulp Fiction é um filme de roteiro tino, ator músico descen- Daniela Gumiero, Gilberto Junior, Henrique Santana e 2010”) – a banda, formada por: eBruno Christofaro, complexo, com personagens verborrágicos, tendo a dente de italianos, e Connie Diego Oliveira; lançou seu último trabalho, o história dividida em atos e recheado de referências pop. McHugh, descendente de irlandeses e Essas três características seesse tornaram a dia marca do EP “6567826968738469”, ano, no 22/04. índios Cherokees. Logo após o nascimento de criador desde então.o Orecém-lançado filme ficou conhecido pelas Segundo a banda, disco “vem Quentin Tarantino, sua mãe casou-se com o aclamadas atuações de seu elenco e, ainda, por ressusmúsico Curt Zastoupil, com quem Tarantino mais tarde ganhando destaque por apresentações que transcitardo a carreira de John Travolta. Pulp Fiction mitem mais que simples musica, transmitem umtambém sentiviria a formar fortes laços afetivos. rendeu a Tarantino e Avary o Oscar de melhor roteiro mento positivo e a esperança de sempre acreditar no amanoriginal, além da indicação na categoria de melhor Tarantino iniciou seus estudos na região de San Gabriel hecer de um novo dia após qualquer tempestade”. filme. Valley, em 1968. Em 1971 sua família mudou-se para El Segundo, ao sul de Los Angeles, ondeApassou Upseta éfreqüenuma bandaDepois de rock melódico sonoridade de Pulp Fiction,com Tarantino dirigiu o pop, quartomuita episótar a Hawthorne Christian School. Ao sair da Narbonne pegada, criatividade e intensos picos energia noThe palco. interação de seus dio da sériede Four Rooms, ManAfrom Hollywood, um High School, em Harbor City, Califórnia, aos 16 anos, integrantes torna o conjunto muito efetivo, uma expressividade notável que remake de umcom espisódio de Alfred Hitchcock. iniciou os estudos em atuação na James Best Theatre ultrapassa a barreira do que já é conhecido no cenário musical brasileiro. A sinceriCompany. iniciou estudos na regiãoede San Gabriel dade com que expressam suas ideias eTarantino sentimentos vaiseus além do superficial dos clichês, Valley, em 1968. Em 1971 sua família mudou-se para El tão comuns hoje em roteiro, dia. Aos 22 anos escreveu seu primeiro Captain Segundo, ao sul de Los Angeles, onde passou a freqüenPeachfuzz and the Anchovy Bandit. Em 1984 Tarantino tar a Hawthorne Christian School. Ao sair da Narbonne começouOa trabalhar balconista Video Archives, segundo como CD, gravado nonaestúdio Toca do Castor, produzido por Leonardo Ramos (2ois / SuperHigh School, em Harbor City, Califórnia, aos 16 anos, uma combo) famosa locadora de filmes Manhattan Beach;desde lá será lançado emem breve. Na estrada 2002, a banda carrega na bagagem um número de iniciou os estudos em atuação na James Best Theatre se tornou amigo de Roger Avary, colega trabalhoálbum, Caixa de Recordações, em 2004, pela F Records. mais de 250 shows desde que um lançou seudeprimeiro Company. com quem mais tardecom viriabandas a colaborar emLipstick, Pulp Fiction. Já dividiram palco como Fake Number, ForFun, Restart, KiLLi, Glória, Cine, Rancore, Ele continuou seus na estudos emNunca, atuação na Allen Canto dos Malditos Terra do Granada, Polara, Motores, Leela, Phone Trio, R.Sigma, Supercombo, Garfield's Actors' Shelter, em Beverly Hills, mas passou a 2ois, Jackson United. se dedicar principalmente a escrever roteiros.
insana rock
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graffiti nas ruas da baixada
por Renan Ribeiro
graffiti na baixada
A realidade do graffiti caiçara
Grafite ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade. Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o grafite à pichação, Grafitar próprios públicos ou privados, sem autorização dos respectivos proprietários, é atividade proibida por lei em vários países. Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da simples pichação, quase sempre considerada como contravenção. No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis, como Osgemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo, aí incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres, admitem ter um passado de pichadores. Na língua inglesa, contudo, usa-se o termo graffiti para ambas as expressões. REVISTASOMA
A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam, como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão. Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX. Atualmente no século XXI, muitas pessoas usam o grafite como arte em museus de arte. As inscrições em muros, paredes e metrôs - palavras e/ou desenhos -, sem autoria definida, tomam Nova York.ou sgraffito que significa arranhado, rabiscado, é incorporada ao inglês no plural graffiti, para
Para começo de conversa é graffiti! Grafite é aquele bastão fininho que tem dentro do lápis que serve para escrever. Mas graffiti também é escrita. Escrita inscrita nas paredes da cidade. É cor, linguagem, textura, arte, intervenção, protesto, provocação. A história, as lendas e a Wikipédia dizem que o graffiti deriva lá do Império Romano, onde os muros eram utilizados como um dos suportes de diálogo com a esfera pública. Cristo foi crucificado, Maria Antonieta perdeu a cabeça, o muro de Berlim foi derrubado, a Hebe quase morreu e o Corinthians foi para a Libertadores, e o graffiti continua sendo intervenção, arte e denúncia urbana. Generalizou-se pelo mundo a partir de maio de 1968, quando, no contexto de revolução política e cultural, os muros de Paris foram tomados por inscrições de caráter poético-político. Tornou-se popular e adquiriu forma nas ruas de Nova York. No Brasil, mais fortemente em São Paulo, surgiu na década de 1970. Primeiro através das pichações poéticas e depois com a stencil art (com reprodução seriada). Já nos anos 90, o graffiti ampliou sua presença para as periferias no rastro do movimento hip-hop. Hoje, está incorporado de tal forma na vida urbana que já faz parte da identidade das cidades. Em São Paulo, todo dia 27 de março, saúda-se o dia do graffiti (não oficializado nacionalmente). A data é celebrada desde 1988, em homenagem a Alex Vallauri, um dos pioneiros da arte de rua no país. O grafiteiro, pintor, artista gráfico, desenhista, cenógrafo e gravador nasceu na Etiópia, mas adotou o Brasil. Criou personagens célebres reproduzidos em stencil por toda a Paulicéia. Quem não se lembra da enigmática botinha preta de couro? De tanto percorrer a cidade, a botinha perdeu seu solado, foi engolida por uma bocona vermelha que dizia ah! beija-me, passeou com o Cão Fila, visitou o TAKI 183 e acabou indo para a mesa com a Rainha do Frango Assado. As histórias dos graffitis se entrelaçam, se recriam. Numa paleta de cores, assumem novas formas e matizes. Os muros são o suporte, a morada de todos esses grafismos, ícones, histórias e memórias de uma metrópole. O graffiti é assim. Nasce da necessidade de passar uma mensagem. Caminha em cores por ruas cinzas. Provoca o olhar para a cidade. Em cada símbolo, torna os muros sociais visíveis. É poético. É ácido. É metáfora. É antítese. Embora autoral, o graffiti é arte intrinsecamente democrática. O desenho fica exposto a toda população sem distinção ou restrição – basta olhar a cidade. A efemeridade lhe insere um sentido de desprendimento. A noção de posse da obra é eliminada. “O graffiti mantém um diálogo muito rico entre os transeuntes e o poder público. Levanta questões sobre de quem é a cidade. Resgata o verdadeiro conceito de público”, explica a grafiteira Ziza de São Paulo.
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Ao falar de graffiti, não se pode esquecer sua origem: a rua. Arte transgressora e proibida, contracultura, cultura da periferia. Se, na maioria das vezes, é associado ao movimento hip-hop, não é à toa. O hip-hop como palavra da periferia, o grafite como expressão gráfica desta palavra. Considerado as artes plásticas do hip-hop, o graffiti possui grande potencialidade de comunicação da quebrada. ”O graffiti pode ser encarado como uma mídia (pintura) e o muro como suporte (veículo). É por meio dele, do break, da poesia do MC e da musicalidade do DJ que a periferia pode espraiar sua mensagem”, enfatiza Mateus.ticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo d e n e o expresssio n
Fruto da necessidade de afirmação, resgata a identidade e valorização da comunidade. Os desenhos, as tags (assinaturas tanto do graffiti quanto da pichação) sempre fazem referências à quebrada. “Temos de entender porque vários jovens começam a escrever nos espaços públicos. Para mim faz parte da construção da identidade. O boom das tags, por exemplo, expressa a elaboração dessa identidade pelo seu local. A tag conter o local da comunidade é muito significativo. É a construção pelo coletivo. Estamos sempre nos vendo e vendo o nosso coletivo”, continua Mateus. Com grande apelo dentre os jovens, a arte dos muros é, inclusive, mobilização social. Para Satão, do coletivo DF Zulu, de Ceilândia, em Brasília.“Ensina a pensar; ensina REVISTASOMA
No Rio de Janeiro, vários coletivos de graffiti, dentre eles o Comando da Selva, se reuniam para decorar o morro. As casas das comunidades cariocas ganhavam cor, desenho, textura e vida num ambiente de desigualdade aparente – fratura exposta da sociedade. “A ação era toda esquematizada pelo fotolog e nos encontrávamos no dia combinado. Mas antes mobilizávamos os moradores. A ideia era sempre promover os mutirões envolvendo a comunidade para se criar a noção de pertencimento do graffiti”, lembra Muleka, grafiteira do coletivo. Para Mateus Subverso, do coletivo Suatitude (Sindicato Urbano de Atitude), de São Paulo, o graffiti assume um papel chave na externalização da cultura periférica. “Ao ocupar a cidade, ele volta o olhar para a quebrada. Existem o s mur
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graffiti nas ruas da baixada
Po r é m , o uso do graffiti como instrumento pedagógico pode ser perigoso, se desvinculado de sua origem e história. O coordenador do Observatório Jovem do Rio de Janeiro, Paulo Carrano, argumenta que dependendo da abordagem em sala de aula, corre-se o risco de descontextualização da cultura hip-hop em que o graffiti está inserido. “O graffiti é um mosaico de ações e sentidos; tem origem e contexto. Se usado na escola, não deve distanciar-se de sua origem”. “O professor tem que ser um desbravador, levar os alunos à rua, ver o real, observar cores, técnicas, superfícies. Chega de criar ambientes de reprodução”, completa a grafiteira Ziza.
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Para começo de conversa é graffiti! Grafite é aquele bastão fininho que tem dentro do lápis que serve para escrever. Mas graffiti também é escrita. Escrita inscrita nas paredes da cidade. É cor, linguagem, textura, arte, intervenção, protesto, provocação. A história, as lendas e a Wikipédia dizem que o graffiti deriva lá do Império Romano, onde os muros eram utilizados como um dos suportes de diálogo com a esfera pública. Cristo foi crucificado, Maria Antonieta perdeu a cabeça, o muro de Berlim foi derrubado, a Hebe quase morreu e o Corinthians foi para a Libertadores, e o graffiti continua sendo intervenção, arte e denúncia urbana. Generalizou-se pelo mundo a partir de maio de 1968, quando, no contexto de revolução política e cultural, os muros de Paris foram tomados por inscrições de caráter poético-político. Tornou-se popular e adquiriu forma nas ruas de Nova York. No Brasil, mais fortemente em São Paulo, surgiu na década de 1970. Primeiro através das pichações poéticas e depois com a stencil art (com reprodução seriada). Já nos anos 90, o graffiti ampliou sua presença para as periferias no rastro do movimento hip-hop. Hoje, está incorporado de tal forma na vida urbana que já faz parte da identidade das cidades. Em São Paulo, todo dia 27 de março, saúda-se o dia do graffiti (não oficializado nacionalmente). A data é celebrada desde 1988, em homenagem a Alex Vallauri, um dos pioneiros da arte de rua no país. O grafiteiro, pintor, artista gráfico, desenhista, cenógrafo e gravador nasceu na Etiópia, mas adotou o Brasil. Criou personagens célebres reproduzidos em stencil por toda a Paulicéia. Quem não se lembra da enigmática botinha preta de couro? De tanto percorrer a cidade, a botinha perdeu seu solado, foi engolida por uma bocona vermelha que dizia ah! beija-me, passeou com o Cão Fila, visitou o TAKI 183 e acabou indo para a mesa com a Rainha do Frango Assado. As histórias dos graffitis se entrelaçam, se recriam. Numa paleta de cores, assumem novas formas e matizes. Os muros são o suporte, a morada de todos esses grafismos, ícones, histórias e memórias de uma metrópole. O graffiti é assim. Nasce da necessidade de passar uma mensagem. Caminha em cores por ruas cinzas. Provoca o olhar para a cidade. Em cada símbolo, torna os muros sociais visíveis. É poético. É ácido. É metáfora. É antítese. Embora autoral, o graffiti é arte intrinsecamente democrática. O desenho fica exposto a toda população sem distinção ou restrição – basta olhar a cidade. A efemeridade lhe insere um sentido de desprendimento. A noção de posse da obra é eliminada. “O graffiti mantém um diálogo muito rico entre os transeuntes e o poder público. Levanta questões sobre de quem é a cidade. Resgata o verdadeiro conceito de público”, explica a grafiteira Ziza de São Paulo.
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A definição e reconhecimento dessa nova modalidade artística impõem o estabelecimento de distinções entre graffiti e pichação, corroboradas por boa parte dos praticantes. Apesar de partilharem um mesmo espírito transgressor, a pichação aparece nos discursos críticos associada a uma produção essencialmente anônima, sem elaboração formal e realizada, em geral, sem projeto definido. No graffiti os artistas explicitam estilos próprios e diferenciados, mesclando referências às vanguardas e outras relacionadas ao universo dos mass midia. Cabe lembrar que vários artistas modernos Brassaï (1899-1984), Antoni Tàpies (1923-2012), Alberto Burri (1915-1995) e Jean Dubuffet (1901-1985), entre outros - também incorporam elementos do grafitti em suas obras.
Enfeitar a cidade,
transformar o urbano
com uma arte viva, popular Jean-Michel Basquiat (1960-1988) é outro nome importante dessa modalidade de produção artística. Ele enfatiza as ligações do graffiti e do hip hop e com o mundo underground dos pichadores que o trabalho de Haring anuncia. De origem haitiana, Basquiat enraíza sua arte na experiência da exclusão social, no universo dos migrantes e no repertório cultural dos afroamericanos. Ao longo dos anos 1970, seus "textos pintaados" tomam os muros do Soho e do East Village em Nova York, redutos de intelectuais e artistas, e fazem dele um artista conhecido. Mas sé na década seguinte que a caligrafia visual de Basquiat - com suas referências à anatomia humana, ao rap, ao break dance e à vida nova-iorquina de modo geral - passa a ser reconhecida, pela sua colaboração com Andy Warhol (1928-1987), em Arm and Hammer (1985), por exemplo. As obras de Haring e Basquiat tornam-se referências para experimentos com graffiti realizados em grandes cidades de todo o mundo. Em São Paulo, as imagens de Alex Vallauri (1949-1987) - figuras das histórias de quadrinhos, carrinhos de supermercado, o jacaré da marca Lacoste etc. - começam a ser identificados, entre 1978 e 1979. Ao lado dele, destacam-se os trabalhos de Zaidler (1958) e Carlos Matuck (1958). O grupo Tupinão Dá, 1986,- Carlos Delfino, Jaime Prades (1958), Milton Sogabe (1953), José Carratu e outros -, é mais uma referência importante quando o assunto é o graffiti na capital paulista, pois o grupo realiza performances e grafitagens pela cidade em toda a década de 1980. A Bienal Internacional de São Paulo de 1987 abre espaço para essa produção ao exibir uma parede pintada pelo grupo. Os adeptos do graffiti reconhecem seu débito em relação à arte pop e às experiências dos artistas norteamericanos. 14
definição e reconhecimento dessa nova modalidade artística impõem o estabelecimento de distinções entre graffiti e pichação, corroboradas por boa parte dos praticantes. Apesar de partilharem um mesmo espírito transgressor, a pichação aparece nos discursos críticos associada a uma produção essencialmente anônima, sem elaboração formal e realizada, em geral, sem projeto definido. No graffiti os artistas explicitam estilos próprios e diferenciados, mesclando referências às vanguardas e outras relacionadas ao universo dos mass midia. Cabe lembrar que vários artistas modernos Brassaï (1899-1984), Antoni Tàpies (1923-2012), Alberto Burri (1915-1995) e Jean Dubuffet (1901-1985), entre outros - também incorporam elementos do grafitti em suas obras. A produção de Haring se caracteriza pela ironia e crítica. No início dos anos 1980, suas imagens feitas com giz ocupam as superfícies negras das paredes do metrô, destinadas a cartazes publicitários. Bebês engatinhando, cachorros latindo, figuras magricelas etc. são suas marcas características.Em 1982, o mural com cores fluorescentes no Lower East Side e a animação para painel eletrônico na Times Square, Nova York, projeta o nome do artista, que desenvolve, a partir de então, projetos fora dos Estados Unidos: como o trabalho realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), 1984, e a intervenção no Muro de Berlim , em 1986. Suas telas de Haring - por exemplo, Portrait of Macho Camacho (1985), e Walking in The Rain (1989) guardam semelhanças com o graffiti, seja pela manutenção da linha solta das inscrições e rabiscos, seja pelo repertório mobilizado. Jean-Michel Basquiat (1960-1988) é outro nome importante dessa modalidade de produção artística. Ele enfatiza as ligações do graffiti e do hip hop e com o mundo underground dos pichadores que o trabalho de Haring anuncia. De origem haitiana, Basquiat enraíza sua arte na experiência da exclusão social, no universo dos migrantes e no repertório cultural dos afroamericanos. Ao longo dos anos 1970, seus "textos pintaados" tomam os muros do Soho e do East Village em Nova York, redutos de intelectuais e artistas, e fazem dele um artista conhecido. Mas sé na década seguinte que a caligrafia visual de Basquiat - com suas referências à anatomia humana, ao rap, ao break dance e à vida nova-iorquina de modo geral - passa a ser reconhecida, pela sua colaboração com Andy Warhol (1928-1987), em Arm and Hammer (1985), por exemplo. As obras de Haring e Basquiat tornam-se referências para experimentos com graffiti realizados em grandes cidades de todo o mundo. Em São Paulo, as imagens de Alex Vallauri (1949-1987) - figuras das histórias de quadrinhos, carrinhos de supermercado, o jacaré da marca Lacoste etc. - começam a ser identificados, entre 1978 e 1979. Ao lado dele, destacam-se os trabalhos de Zaidler (1958) e Carlos Matuck (1958). ton Sogabe (1953), José Carratu e outros -, é mais uma referência imporREVISTASOMA
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r e vi s ta s o m a . c o m . br
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tarantino for por Vitor Gomes
dummies o guia definitivo
Quentin Jerome Tarantino nasceu em Knoxville, no Estado do Tenessee, EUA em 27 de março de 1963, fruto de um relacionamento entre uma professora primária de 16 anos, Connie, e um estudante da Faculdade de Direito que sonhava ser ator, Tony. O nome escolhido para o garoto prenunciava seu futuro, pois era inspirado no personagem ‘Gunsmoke’, criado por Burt Reynolds. Ainda criança mudou-se para Los Angeles, a meca do cinema norte-americano, desde cedo ele frequentava as exibições cinematográficas, transformando-se logo em um inveterado cinéfilo. Após o término dos estudos, ele ingressa na James Best Theatre Company, onde começa a estudar técnicas interpretativas. Seu primeiro roteiro, Captain Peachfuzz and the Anchovy Bandit, foi elaborado quando ele completou 22 anos. Um de seus empregos iniciais tinha ligação direta com o cinema; ele atuava em um clube de vídeo, a Vídeo Archives, em Manhattan Beach. Ao lado do colega Roger Avary, que seria futuramente o roteirista de uma de suas produções, Pulp Fiction, ele assistia a inúmeros filmes, os quais eram exaustivamente debatidos. A violência estrema e diálogos inusitados tornaram-se marcas deste cineasta, ator e roterista que encontrou o respeito por seu trabalho com o filme Cães de Aluguel, onde lançava uma nova estética cinematográfica bem diferente dos enlatados hollywoodianos. Seus filmes são geralmente produzidos com poucos recursos, de forma independente. O diretor de cinema prossegue seu aprendizado no campo da interpretação na Allen Garfield’s Actors’ Shelter, mas ele encontra efetivamente seu caminho na esfera cinematográfica como roteirista e cineasta. Seu primeiro trabalho comercializado, Amor à Queima-Roupa, de 1993, o leva a se destacar na produção de seus roteiros.s igualm e n t e f a -
Seu grande sucesso, Cães de Aluguel, de 1992, nasceu em um dos incontáveis eventos de Hollywood, quando Tarantino conhece Lawrence Bender e o produtor o convence a escrever um novo roteiro; o resultado é este filme engenhoso, intenso e esteticamente inovador, também dirigido pelo cineasta – sua segunda direção, depois de My Best Friend’s Birthday, de 1987, seu primeiro roteiro. Reservoir Dogs – Cães de Aluguel (1992) foi lançado no festival de cinema de Sundance, onde filme recebeu a aclamação do público o o transformou imediatamete em uma celebridade do mundo do cinema. Rejeitando diversas propostas tentadoras de Hollywood, Tarantino preferiu se isolar em Amsterdã para elaborar o roteiro de Pulp Fiction, igualmente dirigido por ele. Ao ser lançado, em 1994, ele conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, neste mesmo ano, e subverteu os padrões cinematográficos norte-americanos independentes. Por este filme foi indicado ao OSCAR nas categorias melhor fotografia, melhor diretor e melhor roteiro original. Levou o troféu de melhor roteiro original Protagonizado por John Travolta, o filme alavancou a carreira deste ator que estava no ostracismo. Seu roteiro anterior, ‘Assassinos Por Natureza’, lhe rendera igualmente elogios da crítica. t e
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N e s t e curto período de tempo em que fez tantos acertos em suas produções, Tarantino recebeu centenas de propostas de Hollywood e acertou com a Miramax a distribuição de seus filmes. Apesar de ser um já aclamado de roterista e diretor, Tarantino arrisca-se também a interpretar personagens tanto em filmes seus, como em filmes de outros diretores. Sua intensa tendência discursiva e seu domínio praticamente enciclopédico de filmes foram também responsáveis por sua fama. Alguns de seus sucessos mais recentes foram Kill Bill: (Volume I e Kill Bill: Volume II) respectivamente em 2003 e 2004, À Prova de Morte, de 2007 e Bastardos Inglórios, de 2009, que lhe rendeu indicações para várias categorias do Oscar, inclusive de melhor filme, e angariou o Oscar de melhor ator coadjuvante. Entre as inúmeras namoradas de Tarantino estão mulheres igualmente famosas, como a atriz Mira Sorvino; as cineastas Allison Anders e Sofia Coppola; a intérprete francesa Julie Dreyfus e a comediante Margaret Cho.
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As primeiras coisas que se aprendem em um encontro com Quentin Tarantino: ele gosta de falar. Muito, pelos cotovelos. E, para isso ocorrer, não parecem necessárias as condições ideais de temperatura e pressão. Não importa como se comece, qualquer conversa breve com o diretor norteamericano se desenrola da seguinte forma: uma rica coleção de pensamentos conectados, lembranças detalhadas, referências enciclopédicas e lições de vida gratuitas. As palavras – centenas por minuto falado, associadas a gestos expansivos, pausas dramáticas e tapas na mesa – saem em jorros e não raro se perdem em redundâncias e termos inventados. Tudo isso faz parte do chamado “jeitinho” de Tarantino, que ele não faz questão nenhuma de disfarçar e do qual até se orgulha. Afinal, poucos cineastas surgidos nos últimos 20 anos se dão ao luxo de exibir uma trajetória tão meteórica quanto cinematográfica. E ele sabe bem disso
Adoro a violência.
Às vezes eu acho que Thomas Edison
inventou a câmera só para que
pudessemos filmá-la 17
MORTES NOS FILMES DE TARANTINO Se um espectador desavisado entrar em uma sala de cinema para ver o filme "Django Livre" sem saber absolutamente nada sobre ele, não levará muito tempo até ter certeza de que se trata do novo trabalho do cineasta americano Quentin Tarantino.. Dono de um estilo muito particular, o diretor é daqueles que deixa marcas facilmente reconhecíveis em cada longa, repetindo temas, cenas e outros recursos.
violência
4
mortes
JACKIE
BROWN
11 7 6 mortes
mortes
mortes
DEATH PROOF
PULP
FICTION
RESERVOIR
DOGS
Os filmes do diretor costumam ter muito sangue, incansáveis trocas de tiro e longas cenas de luta que por vezes beiram o grotesco e o cômico. Muitos dos personagens criados pelo cineasta são indivíduos violentos e dispostos a atitudes brutais para derrotar seus inimigos. Em 2010, durante um discurso em Londres, o diretor disse que vê a violência como a melhor forma de entretenimento. “Se um cara leva um tiro no estômago e começa a sangrar igual a um porco – é isso o que eu quero ver. Não quero ver um homem com dor de estômago e um pontinho vermelho na barriga”, afirmou.
Referências ao cinema e à cultura pop Tarantino gosta de fazer homenagens a outros filmes, principalmente de gêneros como o "spaghetti western" (faroestes italianos dos anos 1960) e o "blaxpoitation" (longas estrelados e dirigidos por negros na década de 1970). “Jackie Brown”, por exemplo, faz referência a “Foxy Brown”, um dos longas de blaxpoitation que deram fama à atriz Pam Grier, escolhida por Tarantino como protagonista. Referências à cultura pop também não faltam, com várias cenas em que personagens discutem músicas, filmes e programas de TV. Uma das mais famosas é o monólogo de Mr. Brown (interpretado pelo próprio Tarantino) sobre “Like a Virgin”, de Madonna, em “Cães de Aluguel”. Uma das cenas mais típicas de Tarantino é aquela em que os atores são filmados por uma câmera que parece estar dentro do porta-malas de um carro (local onde, geralmente, estão escondidas pessoas ou armas). Apesar de não ter inventado o recurso, o diretor o popularizou, usando-o em “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction – Tempos de Violência”, “Jackie Brown”, “Kill Bill”, “Bastardos Inglórios” e “À Prova de Morte”. 18
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infografico
mortes nos filmes de tarantino
396 mortes 64 62 13 mortes
mortes
mortes
KILL BILL vol. 2
KILL BILL vol. 1
DJANGO
UNCHAINED
INGLORIOUS
BASTARDS
Música e dança Além das celebradas trilhas sonoras, Tarantino também é famoso por incluir cenas de danças em seus filmes. As mais famosas são a de Mr. Blonde em “Cães de Aluguel” (ao som de “Stuck In The Middle With You”, do Stealer’s Wheel) e as duas de "Pulp Fiction": Mia Wallace e Vincet Vega (Uma Thurman e John Travolta) dançando “You Never Can Tell”, de Chuck Berry, e Mia sozinha curtindo “Girl, You’ll Be a Woman Soon” de Urge Overkill. Tarantino criou produtos falsos para serem usados em cena. Assim, tanto os personagens de “Cães de Aluguel", quantos os de "Pulp Fiction" e "Kill Bill" fumam cigarros “Red Apple”. Também são fictícias as redes Big Kahuna Burger e Teriyaki Donuts.
Participação especial Não contente em ficar atrás das câmeras, Tarantino também reservou um papel como ator para si mesmo em todos os seus filmes, com exceção de “Kill Bill”.
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CRIATIVIDADE ON THE GO
Apps para ser criativo na correria por Luiz Claudio de Freitas e Laércio Henrique F.
photoshop touch O Photoshop Touch, aplicativo de edição de imagens para dispositivos móveis, antes disponível somente para tablets, ganhou uma versão para smartphones Android e iOS na última quarta-feira (27). Com características similares às do programa para computador, o app da Adobe possibilita editar, corrigir e enriquecer imagens diretamente do seu celular.
a maior novidade do app
é o compartilhamento
através da creative cloud
Com o app, os usuários poderão editar imagens com até 12 MP, utilizando camadas, ajustes, ferramentas de seleção avançadas e filtros antes mesmo de capturar as imagens foto app photoshop touch no ipad com seus aparelhos. Com um recurso chamado “Camera Fill”, é possível misturar camadas e texturas com as imagens mostradas no visor de sua câmera em tempo real, durante o disparo da foto. Com uma interface bem acessível, o aplicativo oferece todos os seus recursos em barras de ferramentas e caixas de atalho com opções para manipular fotos. E ainda é possível enviar por e-mail ou postar suas imagens no Twitter ou Facebook ao terminar de editá-las. A maior novidade do app é a capacidade de modificar um projeto em diferentes ambientes de trabalho com o compartilhamento por nuvens pelo Cloud Creative. Com uma barra de carregamento que indica a transmissão de suas alterações, é possível começar a edição de uma imagem no computador, continuar em um tablet e terminá-lo em um smartphone, para em seguida compartilhá-lo. Em uma declaração para o site TechRadar, Stephen Nielson, gerente de produção da Adobe, declarou que “eles queriam trazer os principais recursos do Photoshop para os milhões de smartphones existentes no mundo”. Ele pode ser baixado por R$ 9,83 na versão para Android e por US$ 4,99 (cerca de R$ 10) para iPhone. O Photoshop Touch phone só é compatível com o iPhone 4S ou superior, e requisita a versão 4.0 do Android, no mínimo, para rodar. REVISTASOMA
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O Photoshop Touch não substitui seu “irmão maior”, mas traz as ferramentas, filtros e efeitos mais populares, em uma interface otimizada para o toque. O programa também se conecta à “Adobe Creative Cloud” para que você possa compartilhar seus trabalhos entre o tablet e um PC Desktop. Também é possível compartilhar imagens via e-mail ou Facebook, embora não haja integração com o Twitter. A interface não fica no caminho: dispostas ao longo da borda da tela ficam as ferramentas para seleção, ajustes, efeitos e outros itens. Os ícones e menus são grandes e fáceis de acessar, e com um duplo-clique em uma camada da imagem surge na tela uma visão 3D de todas as camadas no projeto atual.
Essa versão móbile do famoso editor de imagens da Adobe oferece um conjunto robusto de recursos para edição de imagem. Por causa disso, tenha em mente que este não é apenas mais um app de aplicar filtros, fazer retoques ou de upload para um serviço de edição online. Ele é bem mais completo que esse tipo de aplicação e procura realmente levar o poder do Photoshop para o tablet, embora alguns aspectos da interface simplesmente não fiquem bem em uma tela pequena. Como é ainda uma aplicação em inicio de vida, em algumas situações é possível encontrar instabilidades, bugs e problemas de desempenho. Isso tira um pouco da confiabilidade do aplicativo, mas as constantes atualizações feitas pela Adobe, trazem correções para esses problemas, a medida que eles são registrados por ela.
É NECESSÁRIO SE ADAPTAR PARA TRABALHAR COM AS
FERRAMENTAS DE EDIÇÃO
As ferramentas de seleção são limitadas apenas pela precisão da ponta dos seus dedos, a não ser que você use uma caneta capacitiva ou tenha um tablet com uma caneta “ativa” como o Lenovo ThinkPad Tablet ou o HTC JetStream. Nesse caso o Photoshop Touch pode tirar proveito da sensibilidade à pressão destas canetas, mas é a única Touch App no momento capaz de fazer isso. É necessário se adaptar para trabalhar com as ferramentas de seleção, mas em apenas alguns minutos fui capaz de trocar a cabeça de um colega de trabalho pela de uma vaca que achei no Google Images. Há vários tutoriais interativos que o ajudam a se acostumar com a interface e se familiarizar com todas as ferramentas disponíveis. Desenhar ou pintar com os dedos, embora divertido, pode se tornar algo incômodo. Ao pintar o fundo de um dos tutoriais meu dedo ficou dolorido de tanto que eu o esfreguei sobre a tela. Recomendo o uso de uma caneta se você planeja usar o aplicativo para desenhar ou pintar por longos períodos. Manipular de imagens é fácil: use dois dedos em “pinça” para aproximá-las ou afastá-las, o que é útil na hora de fazer seleções pequenas e precisas. Notei um pouquinho de atraso nessamui22
O grande destaque do Photoshop Touch é o fato dele ter versões tanto para iOS , como Android e poder ser instalado em tablet e alguns smartphones. Quando executado em um smartphone, ele oferece o mesmo conjunto de ferramentas e uma interface semelhante à versão tablet, mas dispostas de forma ligeiramente diferente para acomodar a tela menor. Um boa estratégia que só não funciona quando, por exemplo, alguns dos menus ocupam a tela inteira na orientação paisagem. Uma tarefa que é relativamente fácil de fazer é a reversão de uma foto editada para a sua forma original. Essa reversão é muito útil quando se está tentando fazer algo e depois de um tempo percebe-se que é hora de recomeçar tudo para conseguir o que quer. Existe uma seção de ajuda que dá aos usuários um entendimento básico de como iniciar um projeto, trabalhar com camadas e seleções, compartilhar e salvar, e um resumo básico de ferramentas. No entanto, o tutorial não lhe diz quais as ferramentas que deve usar para fazer o quê, mas sim como selecionar uma ferramenta, fazer zoom in e out, e desfazer e refazer ações. A interatividade está presente neste app, através do compartilhamento de seus trabalhos no Facebook. A gigante Adobe acertou em cheio em lançar versões tanto para tablets, quanto para smartphones. O Adobe Photoshop Touch está disponível para iOS (iPhone, iPod Touch e iPad) e para Android (celular e tablet).
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