77 redes sociais

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EDIÇÃO 77 | R$ 14,95

Twitter

Falta tempo? Como lidar com o excesso de informação

Idiomas

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0 0 0 7 7>

Aprenda com a ajuda de nativos

17 dicas para usar melhor o microblog

Vai de Twitter, orkut ou Facebook?

Facebook

Truques s para achar pessoas (e ser encontrado) ado)

Tudo o que você precisa saber para se dar bem nas redes sociais, tanto no trabalho como na vida pessoal

PRIVACIDADE | ELEIÇÕES | SEGURANÇA capa_Dicas77-3.indd 3

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conteúdo

REDES SOCIAIS REDES SOCIAIS

55

08 12 17

56

Qual é a sua turma? Só amigos temáticos Repeat, please!

62

DICAS E TUTORIAIS

20 25 27 30 33 35 37

Por um Twitter melhor Ganhe fãs no Facebook Mais esperto no Facebook Banque o detetive Sumido ou em evidência? Ordem na bagunça Seu primeiro plug-in

Estamos ficando superficiais Overdose de informação Pornô na vanguarda da web

66 75 79

O que você ganha com o Twitter A nova cara das redes sociais Imagem social na vitrine

INOVAÇÃO

CARREIRA

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81

Twitter tem voz no SBT

A mutação do webmaster

SEGURANÇA

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Você está protegido

COMPORTAMENTO

40 48 50 4

Fama versus anonimato Qual é a sua reputação? Quero ser Obama!

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recado da redação

VIDA DENTRO DA WEB Você está no orkut?” Diga-me quantas vezes você não ouviu isso? É sempre assim: você conhece uma pessoa no trabalho, na universidade, na balada ou seja lá onde for e depois de um tempo de conversa a questão aparece — ou chega um convite na caixa de entrada do seu e-mail mais tarde. Nos últimos tempos, houve uma diversificação. Facebook, Twitter ou MySpace podem substituir o orkut na pergunta. Assim, mesmo quem tinha resistido bravamente à onda do orkut acaba capitulando e criando um perfil numa rede social. As empresas não fazem por menos. Companhias das áreas mais diversas aderem em massa, algumas com estratégias bem definidas e certeiras, outras nem tanto. Há várias certezas e muitas dúvidas sobre o papel das redes sociais. Tem gente que detesta e tem gente que não vive sem elas. Há quem ache seu uso um fator negativo para a produtividade e outros que sabem explorar direitinho seus recursos. Uns ganham fama na web. Muitos até gostariam de usar o que as redes de relacionamento têm de bom, mas temem pôr em risco a privacidade. Esta edição de Dicas INFO procura mostrar os vários lados desse debate. Estamos ficando superficiais? As redes sociais nos sobrecarregam ainda mais com informações? Estar fora do orkut, do Facebook, do LinkedIn e companhia faz com que deixemos para trás muitas oportunidades na vida pessoal e na carreira? Esperamos que no fim da leitura você tire suas conclusões.

MARIA ISABEL MOREIRA EDITORA DA DICAS INFO

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DICAS INFO Uma publicação mensal da Editora Abril Para contatar a redação: contateinfo@abril.com.br Para assinar a Dicas INFO: (11) 3347-2121 — Grande São Paulo 0800-701-2828 — Demais localidades abril.assinaturas@abril.com.br

NOTAS 10,0

IMPECÁVEL

9,0 a 9,9

ÓTIMO

8,0 a 8,9

MUITO BOM

7,0 a 7,9

BOM

6,0 a 6,9

MÉDIO

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REGULAR

4,0 a 4,9

FRACO

3,0 a 3,9

MUITO FRACO

2,0 a 2,9

RUIM

1,0 a 1,9

BOMBA

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LIXO

Veja os critérios de avaliação da INFO em detalhes na web em www.info.abril.com.br/ sobre/infolab.shl. A lista das lojas onde os produtos testados podem ser encontrados está em www.info.abril.com.br/ arquivo/onde.shl.

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Alexandre Caldini

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redes sociais I gerais

EM TORNO DOS VÍDEOS O YouTube (www.info. abril.com.br/downloads/ webware/youtube) não é

ENCONTRE SUA TURMA

QUERIDINHA DOS BRASILEIROS

Conheça algumas das principais e mais movimentadas redes sociais POR MARIA ISABEL MOREIRA

N

ão importa qual seja a pesquisa, os números apontam que uma boa parcela de internautas já criou um perfil em pelo menos uma rede social — muitos têm conta em vários serviços. Segundo dados do Ibope Nielsen Online de fevereiro, 31,7 milhões de pessoas navegaram em sites do gênero — um alcance de 86,3% no universo de in-

ternautas em empresas e domicílios. O orkut lidera o ranking: 26,9 usuários entraram na rede social do Google. Nada menos do que 8,8 milhões frequentaram o Twitter no mesmo período e 8,8 milhões marcaram presença no Facebook. Esses são os principais serviços do gênero, mas não são os únicos. Confira o que oferecem as redes mais agitadas do momento.

A REDE DO MOMENTO O orkut ainda é a preferência nacional, mas o Facebook (www.info. abril.com.br/downloads/webware/facebook) é a rede social mais popular do mundo. São mais de 400 milhões de usuários ativos, segundo a própria empresa. Como ele chegou a isso? As pessoas começaram a preferir o Facebook muito em função da oferta de jogos, aplicativos e a integração com outros serviços. Como a tendência é ir para onde seus amigos estão, a rede foi ganhando cada vez mais corpo. Aqui no Brasil também é uma opção em ascensão. Muita gente que não tinha página no orkut aderiu às redes sociais por meio dela — e não foram poucas as pessoas que cometeram orkuticídio e migraram para o Facebook. Aí, encontram uma interface bem organizada e todos os recursos que precisam para manter relacionamento com sua rede de amigos, incluindo um chat para a troca instantânea de mensagens.

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Segundo o Google, o orkut (www.info.abril.com.br/downloads/webware/orkut) virou o ano de 2009 para 2010 com mais de 80 milhões de usuários — em fevereiro, segundo o Ibope Nielsen Online, a rede social liderava o ranking no Brasil com 26,9 milhões de visitantes únicos e um alcance de nada menos do que 73% dos internautas do país. Mas o orkut perdeu adeptos no país com a chegada do Facebook e correu para reverter o prejuízo. Nova interface, mais opções de personalização, suporte a aplicativos e a jogos e a inclusão de feeds com atualizações dos perfis dos amigos fazem parte do pacote de mudanças empreendidas pelo Google nos últimos tempos. O orkut continua a atrair brasileiros porque tem uma legião de usuários invejável — difícil não encontrar aquele amigo que você não via desde os tempos do ensino básico por lá —, e uma lista enorme de comunidades. De grupos bizarros a associações de pessoas com interesse estritamente profissionais, encontra-se de tudo nessa rede.

uma rede social nos moldes clássicos, mas o serviço de compartilhamento de vídeos do Google tem o poder de estabelecer conexões entre pessoas das várias partes do mundo. O segredo está nos canais, espécie de páginas pessoais onde os usuários podem apresentar suas produções, exibir seus vídeos favoritos, compartilhar listas de reprodução e receber críticas, sugestões e comentários.

COISA DE PROFISSIONAL Discutir futebol, mostrar as fotos do aniversário, filosofar sobre a vida... Nada disso faz parte das páginas do LinkedIn (www.info.abril.com.br/downloads/webware/linkedin). Primeira rede social especializada de renome, o LinkedIn surgiu como espaço de networking profissional e manteve-se fiel ao propósito original. Focados na carreira, seus 65 milhões de membros trocam referências e indicações de emprego, conferem as últimas novidades sobre suas áreas e, reunidos em grupos, discutem assuntos específicos. Tudo na maior seriedade. Mas é claro que sobra espaço para manter contato com antigos colegas de trabalho e de faculdade. Os aplicativos também passaram a integrar a rede. A lista de programas não é tão extensa como a do Facebook, mas inclui opções interessantes, como ferramentas de pesquisa, integração com blogs, exibição de apresentações e desenvolvimento e compartilhamento de projetos.

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EM TORNO DOS VÍDEOS O YouTube (www.info. abril.com.br/downloads/ webware/youtube) não é

ENCONTRE SUA TURMA

QUERIDINHA DOS BRASILEIROS

Conheça algumas das principais e mais movimentadas redes sociais POR MARIA ISABEL MOREIRA

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ão importa qual seja a pesquisa, os números apontam que uma boa parcela de internautas já criou um perfil em pelo menos uma rede social — muitos têm conta em vários serviços. Segundo dados do Ibope Nielsen Online de fevereiro, 31,7 milhões de pessoas navegaram em sites do gênero — um alcance de 86,3% no universo de in-

ternautas em empresas e domicílios. O orkut lidera o ranking: 26,9 usuários entraram na rede social do Google. Nada menos do que 8,8 milhões frequentaram o Twitter no mesmo período e 8,8 milhões marcaram presença no Facebook. Esses são os principais serviços do gênero, mas não são os únicos. Confira o que oferecem as redes mais agitadas do momento.

A REDE DO MOMENTO O orkut ainda é a preferência nacional, mas o Facebook (www.info. abril.com.br/downloads/webware/facebook) é a rede social mais popular do mundo. São mais de 400 milhões de usuários ativos, segundo a própria empresa. Como ele chegou a isso? As pessoas começaram a preferir o Facebook muito em função da oferta de jogos, aplicativos e a integração com outros serviços. Como a tendência é ir para onde seus amigos estão, a rede foi ganhando cada vez mais corpo. Aqui no Brasil também é uma opção em ascensão. Muita gente que não tinha página no orkut aderiu às redes sociais por meio dela — e não foram poucas as pessoas que cometeram orkuticídio e migraram para o Facebook. Aí, encontram uma interface bem organizada e todos os recursos que precisam para manter relacionamento com sua rede de amigos, incluindo um chat para a troca instantânea de mensagens.

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Segundo o Google, o orkut (www.info.abril.com.br/downloads/webware/orkut) virou o ano de 2009 para 2010 com mais de 80 milhões de usuários — em fevereiro, segundo o Ibope Nielsen Online, a rede social liderava o ranking no Brasil com 26,9 milhões de visitantes únicos e um alcance de nada menos do que 73% dos internautas do país. Mas o orkut perdeu adeptos no país com a chegada do Facebook e correu para reverter o prejuízo. Nova interface, mais opções de personalização, suporte a aplicativos e a jogos e a inclusão de feeds com atualizações dos perfis dos amigos fazem parte do pacote de mudanças empreendidas pelo Google nos últimos tempos. O orkut continua a atrair brasileiros porque tem uma legião de usuários invejável — difícil não encontrar aquele amigo que você não via desde os tempos do ensino básico por lá —, e uma lista enorme de comunidades. De grupos bizarros a associações de pessoas com interesse estritamente profissionais, encontra-se de tudo nessa rede.

uma rede social nos moldes clássicos, mas o serviço de compartilhamento de vídeos do Google tem o poder de estabelecer conexões entre pessoas das várias partes do mundo. O segredo está nos canais, espécie de páginas pessoais onde os usuários podem apresentar suas produções, exibir seus vídeos favoritos, compartilhar listas de reprodução e receber críticas, sugestões e comentários.

COISA DE PROFISSIONAL Discutir futebol, mostrar as fotos do aniversário, filosofar sobre a vida... Nada disso faz parte das páginas do LinkedIn (www.info.abril.com.br/downloads/webware/linkedin). Primeira rede social especializada de renome, o LinkedIn surgiu como espaço de networking profissional e manteve-se fiel ao propósito original. Focados na carreira, seus 65 milhões de membros trocam referências e indicações de emprego, conferem as últimas novidades sobre suas áreas e, reunidos em grupos, discutem assuntos específicos. Tudo na maior seriedade. Mas é claro que sobra espaço para manter contato com antigos colegas de trabalho e de faculdade. Os aplicativos também passaram a integrar a rede. A lista de programas não é tão extensa como a do Facebook, mas inclui opções interessantes, como ferramentas de pesquisa, integração com blogs, exibição de apresentações e desenvolvimento e compartilhamento de projetos.

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ALTERNATIVOS Três opções de rede social menos populares Hi5 Como o MySpace, seu forte é a publicação de áudio e vídeo

www.info.abril.com.br/ downloads/webware/hi5

ESPAÇO DE DIVULGAÇÃO Ning Aqui você constrói sua rede social, mas agora tem de pagar por isso

www.info.abril.com.br/ downloads/webware/ning

Sonico Versão argentina de rede social, teve 2,1 milhões de visitantes em fevereiro

O MySpace (www.info.abril.com.br/downloads/webware/myspace) nunca fez tanto sucesso no Brasil como em outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, foi a rede social mais popular até o Facebook expandir seus domínios. Apesar de ser um serviço de interesse geral, o MySpace acabou sendo o espaço preferido de artistas e bandas interessadas em divulgar seus trabalhos na área musical. A razão para isso está no fato de o serviço possibilitar a criação de páginas pessoais com fotos, diários, músicas e até vídeos. Qualquer página de perfil já vem com tudo o que é preciso para apresentar esses recursos multimídia — os players estão todos lá. A possibilidade de personalização é outro grande atrativo. Devido ao grande sucesso em território americano, muitas empresas criaram páginas especiais de seus produtos no MySpace. A NBC, por exemplo, produziu páginas para alguns de seus personagens da série Heroes.

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CONCISÃO COMO REGRA A rigor, o Twitter (www.info.abril.com.br/downloads/webware/twitter) não é uma rede social. Mas o microblog funciona como poucos serviços quando o assunto é divulgar ideias e opiniões, espalhar links e estabelecer relacionamentos — embora não necessariamente você siga quem te segue. A plataforma é de uma simplicidade espartana, mas não tardou muito para que surgissem centenas de programas capazes de aumentar tremendamente seus recursos. Mesmo assim, muita gente prefere usar o Twitter como uma alternativa aos feeds RSS, raramente fazendo suas postagens. Outra vantagem do Twitter é sua integração com programas de mensagens instantâneas, e-mails, blogs e outras redes sociais. Uma variedade de aplicativos também garante o acesso ao Twitter sem que se tenha de visitar a página do serviço para deixar as mensagens de até 140 toques.

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redes sociais I interesses

SÓ AMIGOS TEMÁTICOS Redes sociais segmentadas crescem, diversificam-se e ampliam seu público POR PRISCILA JORDÃO

A

estilista Carolina Kawauchi, de 29 anos, descobriu na comida japonesa uma inspiração para criar roupas e acessórios de moda em forma de sushi e de outros itens da gastronomia oriental. Assim surgiu a grife Sushi. C. Mas você não vai encontrar tais criações em lojas. Carolina vende suas peças pela internet e em feiras e bazares. Por isso, dedica cinco horas de seus dias para usar redes sociais e divulgar seu trabalho. Embora visite o orkut e o Facebook, Carolina escolheu como base o byMK, rede brasileira especializada em moda. Lá, encontra um público com interesses semelhantes aos seus e tem mais chances de ser bem-sucedida nos negócios. Redes sociais como o byMK estão ganhando espaço na internet e têm sido descobertas por mais gente que quer se focar num tema. “A ideia é ter pessoas de um segmento específico, que entendam e se interessem muito por determinado assunto”, diz Elizabeth Saad, professora da Universidade de São Paulo especializada em mídias digitais. A tendência é que as redes temáticas cresçam, mas sem disputar público com as grandes. Elas devem complementar discussões e espaços que as mais gerais não preenchem. No Brasil, o terreno é fértil. Aqui, a média mensal de tempo gasto em redes sociais é de 6,3 horas, e o número de páginas vistas por pessoa chega a 1 220. É quase o dobro da média mundial, de 3,7 horas. Os brasileiros perdem apenas para os russos, que assinalam 6,6 horas mensais.

MAIS REDES SOCIAIS? No Brasil, 70% dos internautas têm perfil em pelo me-

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nos uma rede social. Isso não quer dizer, no entanto, que todo mundo encontre o que busca no orkut ou no Facebook. Por reunir muita informação, eles acabam sendo genéricos demais, sem filtros. Enquanto você procura um dado de seu interesse, convive com atualizações dos contatos, descobre que eles ganharam uma vaquinha no FarmVille ou que saíram com os amigos no fim de semana. Nas redes temáticas, isso dificilmente ocorre, já que supostamente todos estão lá para conversar sobre o assunto principal. Carolina Kawauchi: Os aplicativos são um diferencial. Com eles, as recriações de moda des sociais ampliam asmostradas discussõesnaencontradas rede byMK em fóruns. Duas delas, especializadas em livros, Skoob e O Livreiro, catalogam obras na estante virtual dos usuários. “Existem ferramentas no orkut para indexar livros ao perfil, mas elas são muito bagunçadas”, afirma Lindenberg Moreira, criador do Skoob (books ao contrário). A rede reuniu em um ano 140 000 usuários interessados em discutir e resenhar seus títulos preferidos. No byMK, um aplicativo permite que Carolina crie looks misturando fotos de roupas, inclusive de suas criações. O Vaga-Lume, de música, transmite faixas por streaming e monta tabelas com as canções mais ouvidas. Já o Ikwa, sobre educação e carreira, cria gráficos animados com divisões das áreas do conhecimento em profissões e mostra as instituições de ensino que oferecem os cursos. A gigante americana Converdge, dona de redes de sucesso no exterior, investiu alto para montar aqui o Kigol, lançado em fevereiro. Falando sobre futebol, ela agrega resultados de jogos, notícias de portais e atualizações sobre jogadores e clubes. Segundo Vinicius Ne-

© FOTOS ALEXANDRE BATTIBUGLI

Carolina Kawauchi: criações de moda mostradas na rede byMK

ves, diretor da rede, a intenção é fechar contrato com jogadores como Rogério Ceni, para que eles atualizem suas próprias páginas. “Estudiosos acreditam que a soma de informações promovida pelas redes sociais não ocorre em outro ambiente de forma tão natural”, diz Elizabeth Saad. Isso reforça a aposta do Kigol.

HORA DE FAZER DINHEIRO Embora as redes temáticas estejam no país há pouco tempo, empresas e agências de publicidade se mobilizam para tirar delas o máximo proveito. No caso de O Livreiro, ao mesmo tempo em que se aproxima dos aficionados por livros, a parceira Livraria Cultura oferece seu produto com exclusividade pela rede. A dona do Kigol aposta na receita publicitária obtida com anúncios segmentados. Se as fabricantes de produtos esportivos conseguem localizar exatamente o público-alvo de chuteiras e camisetas, a taxa de conversão dos anúncios tende a ser maior. E a boa notícia para as redes temáticas é que a pequena verba que as empresas destinam à internet (em média 4% da verba publicitária) tende a aumentar. “Ainda que elas sejam pouco representativas no momento, os investimentos tendem a crescer porque o retorno é quase garantido”, diz Henrique Vieira, diretor da BG Interativa, companhia de marketing online.

82%

dos internautas brasileiros acessam mídias sociais, chats ou fóruns toda semana. Nos Estados Unidos são 55% e no Japão, 36%.

55%

dos brasileiros criam conteúdo e dividem com os amigos; 42% dos americanos e 28% dos japoneses fazem o mesmo semanalmente. FONTE: EMARKETER

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redes sociais I interesses

SÓ AMIGOS TEMÁTICOS Redes sociais segmentadas crescem, diversificam-se e ampliam seu público POR PRISCILA JORDÃO

A

estilista Carolina Kawauchi, de 29 anos, descobriu na comida japonesa uma inspiração para criar roupas e acessórios de moda em forma de sushi e de outros itens da gastronomia oriental. Assim surgiu a grife Sushi. C. Mas você não vai encontrar tais criações em lojas. Carolina vende suas peças pela internet e em feiras e bazares. Por isso, dedica cinco horas de seus dias para usar redes sociais e divulgar seu trabalho. Embora visite o orkut e o Facebook, Carolina escolheu como base o byMK, rede brasileira especializada em moda. Lá, encontra um público com interesses semelhantes aos seus e tem mais chances de ser bem-sucedida nos negócios. Redes sociais como o byMK estão ganhando espaço na internet e têm sido descobertas por mais gente que quer se focar num tema. “A ideia é ter pessoas de um segmento específico, que entendam e se interessem muito por determinado assunto”, diz Elizabeth Saad, professora da Universidade de São Paulo especializada em mídias digitais. A tendência é que as redes temáticas cresçam, mas sem disputar público com as grandes. Elas devem complementar discussões e espaços que as mais gerais não preenchem. No Brasil, o terreno é fértil. Aqui, a média mensal de tempo gasto em redes sociais é de 6,3 horas, e o número de páginas vistas por pessoa chega a 1 220. É quase o dobro da média mundial, de 3,7 horas. Os brasileiros perdem apenas para os russos, que assinalam 6,6 horas mensais.

MAIS REDES SOCIAIS? No Brasil, 70% dos internautas têm perfil em pelo me-

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nos uma rede social. Isso não quer dizer, no entanto, que todo mundo encontre o que busca no orkut ou no Facebook. Por reunir muita informação, eles acabam sendo genéricos demais, sem filtros. Enquanto você procura um dado de seu interesse, convive com atualizações dos contatos, descobre que eles ganharam uma vaquinha no FarmVille ou que saíram com os amigos no fim de semana. Nas redes temáticas, isso dificilmente ocorre, já que supostamente todos estão lá para conversar sobre o assunto principal. Carolina Kawauchi: Os aplicativos são um diferencial. Com eles, as recriações de moda des sociais ampliam asmostradas discussõesnaencontradas rede byMK em fóruns. Duas delas, especializadas em livros, Skoob e O Livreiro, catalogam obras na estante virtual dos usuários. “Existem ferramentas no orkut para indexar livros ao perfil, mas elas são muito bagunçadas”, afirma Lindenberg Moreira, criador do Skoob (books ao contrário). A rede reuniu em um ano 140 000 usuários interessados em discutir e resenhar seus títulos preferidos. No byMK, um aplicativo permite que Carolina crie looks misturando fotos de roupas, inclusive de suas criações. O Vaga-Lume, de música, transmite faixas por streaming e monta tabelas com as canções mais ouvidas. Já o Ikwa, sobre educação e carreira, cria gráficos animados com divisões das áreas do conhecimento em profissões e mostra as instituições de ensino que oferecem os cursos. A gigante americana Converdge, dona de redes de sucesso no exterior, investiu alto para montar aqui o Kigol, lançado em fevereiro. Falando sobre futebol, ela agrega resultados de jogos, notícias de portais e atualizações sobre jogadores e clubes. Segundo Vinicius Ne-

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Carolina Kawauchi: criações de moda mostradas na rede byMK

ves, diretor da rede, a intenção é fechar contrato com jogadores como Rogério Ceni, para que eles atualizem suas próprias páginas. “Estudiosos acreditam que a soma de informações promovida pelas redes sociais não ocorre em outro ambiente de forma tão natural”, diz Elizabeth Saad. Isso reforça a aposta do Kigol.

HORA DE FAZER DINHEIRO Embora as redes temáticas estejam no país há pouco tempo, empresas e agências de publicidade se mobilizam para tirar delas o máximo proveito. No caso de O Livreiro, ao mesmo tempo em que se aproxima dos aficionados por livros, a parceira Livraria Cultura oferece seu produto com exclusividade pela rede. A dona do Kigol aposta na receita publicitária obtida com anúncios segmentados. Se as fabricantes de produtos esportivos conseguem localizar exatamente o público-alvo de chuteiras e camisetas, a taxa de conversão dos anúncios tende a ser maior. E a boa notícia para as redes temáticas é que a pequena verba que as empresas destinam à internet (em média 4% da verba publicitária) tende a aumentar. “Ainda que elas sejam pouco representativas no momento, os investimentos tendem a crescer porque o retorno é quase garantido”, diz Henrique Vieira, diretor da BG Interativa, companhia de marketing online.

82%

dos internautas brasileiros acessam mídias sociais, chats ou fóruns toda semana. Nos Estados Unidos são 55% e no Japão, 36%.

55%

dos brasileiros criam conteúdo e dividem com os amigos; 42% dos americanos e 28% dos japoneses fazem o mesmo semanalmente. FONTE: EMARKETER

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Vamos falar do quê? De futebol a empreendedorismo, confira oito opções de redes sociais especializadas POR MARIA ISABEL MOREIRA

PAIXÃO PELO FUTEBOL Copa do Mundo, Libertadores, Brasileirão, campeonatos estaduais... O brasileiro é tão ligado em futebol que não dá para entender como não surgiu antes uma rede social especializada no assunto. A Kigol (www.info.abril.com.br/downloads/ webware/kigol), que estreou oficialmente em fevereiro, lembra muito o Facebook, mas sua intenção é atrair pessoas interessadas em extravasar a paixão pelo futebol. Na Kigol, eles encontram também blogueiros e informações sobre os times, os campeonatos e os jogadores preferidos. Podem também acompanhar o placar ao vivo — quando avaliamos esse recurso, no entanto, o atraso na atualização era grande.

DE MALAS PRONTAS Os adeptos da mochila nas costas e da mala em punho têm um encontro marcado no Virtual Tourist. ( www.info.abril.com.br/ downloads/webware/virtualtourist) Nessa rede social, mais de 1 milhão de pessoas trocam dicas de viagem, esclarecem dúvidas sobre milhares de destinos, avaliam hotéis e restaurantes, publicam fotos e vídeos, fazem amizades e podem desfrutar de ofertas de hospedagem, passagens, pacotes, cruzeiros e aluguel de veículos.

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SHAKESPEARE E COMPANHIA O que você anda lendo? Essa é a pergunta feita a quem entra na página inicial do skoob (www.info.abril.com. br/downloads/webware/skoob), uma rede social para os amantes da leitura. O skoob não é a única opção no gênero. A diferença é que é uma alternativa brasileira. No skoob, os interessados montam estantes, informando sobre os livros que leram, estão lendo, planejam ler e tentaram ler, mas abandonaram por algum motivo. Mais que isso, podem escrever resenhas e estabelecer amizades baseadas em seus gostos literários. Pela rede skoob, é possível adquirir livros das lojas Saraiva, Americanas.com e Submarino. O skoob pode integrar-se ao Twitter para enviar as atividades para o microblog.

SESSÃO PIPOCA Você pode discutir cinema no orkut e no Facebook, mas no Flixster (www.info.abril.com.br/downloads/webware/flixster) certamente vai encontrar mais pessoas e recursos para curtir sua paixão. Segundo a empresa, a rede atinge mais de 30 milhões de usuários únicos por mês. São pessoas que entram lá para comentar filmes e aprender mais sobre cinema, ver trailers e fazer amigos com o mesmo interesse. Com suporte do Meebo, é possível até conversar com aqueles que estão online. Também dá para fazer testes, responder a questionários e participar de pesquisas. O ponto negativo do Flixster são os anúncios invasivos — alguns são daquele tipo enganoso, nos quais você corre o risco de clicar mesmo sem intenção.

COM A MÃO NA MASSA Todo mundo gosta de comer bem, mas há um número grande de pessoas que leva a alimentação mais além. São aquelas que gostam de cozinhar, elaborar receitas, trocar experiências, escolher a dedos os ingredientes e, claro, receber os elogios. Cozinheiros amadores e profissionais podem sentar juntos à mesa no +QueReceitas (www.info.abril. com.br/downloads/webware/quereceitas). Menos uma rede social e mais um portal de gastronomia, no +QueReceitas você não pode seguir nem ser seguido, mas pesquisa e publica receitas, técnicas e curiosidades. É possível também ver e publicar vídeos — os filmes são hospedados no YouTube. O portal ainda inclui um balcão de empregos para profissionais da área e um guia de fornecedores.

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Vamos falar do quê? De futebol a empreendedorismo, confira oito opções de redes sociais especializadas POR MARIA ISABEL MOREIRA

PAIXÃO PELO FUTEBOL Copa do Mundo, Libertadores, Brasileirão, campeonatos estaduais... O brasileiro é tão ligado em futebol que não dá para entender como não surgiu antes uma rede social especializada no assunto. A Kigol (www.info.abril.com.br/downloads/ webware/kigol), que estreou oficialmente em fevereiro, lembra muito o Facebook, mas sua intenção é atrair pessoas interessadas em extravasar a paixão pelo futebol. Na Kigol, eles encontram também blogueiros e informações sobre os times, os campeonatos e os jogadores preferidos. Podem também acompanhar o placar ao vivo — quando avaliamos esse recurso, no entanto, o atraso na atualização era grande.

DE MALAS PRONTAS Os adeptos da mochila nas costas e da mala em punho têm um encontro marcado no Virtual Tourist. ( www.info.abril.com.br/ downloads/webware/virtualtourist) Nessa rede social, mais de 1 milhão de pessoas trocam dicas de viagem, esclarecem dúvidas sobre milhares de destinos, avaliam hotéis e restaurantes, publicam fotos e vídeos, fazem amizades e podem desfrutar de ofertas de hospedagem, passagens, pacotes, cruzeiros e aluguel de veículos.

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SHAKESPEARE E COMPANHIA O que você anda lendo? Essa é a pergunta feita a quem entra na página inicial do skoob (www.info.abril.com. br/downloads/webware/skoob), uma rede social para os amantes da leitura. O skoob não é a única opção no gênero. A diferença é que é uma alternativa brasileira. No skoob, os interessados montam estantes, informando sobre os livros que leram, estão lendo, planejam ler e tentaram ler, mas abandonaram por algum motivo. Mais que isso, podem escrever resenhas e estabelecer amizades baseadas em seus gostos literários. Pela rede skoob, é possível adquirir livros das lojas Saraiva, Americanas.com e Submarino. O skoob pode integrar-se ao Twitter para enviar as atividades para o microblog.

SESSÃO PIPOCA Você pode discutir cinema no orkut e no Facebook, mas no Flixster (www.info.abril.com.br/downloads/webware/flixster) certamente vai encontrar mais pessoas e recursos para curtir sua paixão. Segundo a empresa, a rede atinge mais de 30 milhões de usuários únicos por mês. São pessoas que entram lá para comentar filmes e aprender mais sobre cinema, ver trailers e fazer amigos com o mesmo interesse. Com suporte do Meebo, é possível até conversar com aqueles que estão online. Também dá para fazer testes, responder a questionários e participar de pesquisas. O ponto negativo do Flixster são os anúncios invasivos — alguns são daquele tipo enganoso, nos quais você corre o risco de clicar mesmo sem intenção.

COM A MÃO NA MASSA Todo mundo gosta de comer bem, mas há um número grande de pessoas que leva a alimentação mais além. São aquelas que gostam de cozinhar, elaborar receitas, trocar experiências, escolher a dedos os ingredientes e, claro, receber os elogios. Cozinheiros amadores e profissionais podem sentar juntos à mesa no +QueReceitas (www.info.abril. com.br/downloads/webware/quereceitas). Menos uma rede social e mais um portal de gastronomia, no +QueReceitas você não pode seguir nem ser seguido, mas pesquisa e publica receitas, técnicas e curiosidades. É possível também ver e publicar vídeos — os filmes são hospedados no YouTube. O portal ainda inclui um balcão de empregos para profissionais da área e um guia de fornecedores.

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D E PARA FECHAR NEGÓCIOS No Empreendemia (www.info.abril.com.br/downloads/webware/empreendemia) não se faz amigos, mas sim negócios. O objetivo da rede social brasileira voltada para o empreendedorismo é colocar empresas em contato com clientes e fornecedores em potencial. Uma vez cadastrada, a empresa ganha uma página, por meio da qual passa a expor seus produtos e serviços. Fez negócios com outra empresa? Avalie seu desempenho. Da mesma forma, você será avaliado por seus clientes e parceiros. Lançado no final do ano passado por um grupo de empresários de Campinas, no interior de São Paulo, o Empreendemia deve oferecer ainda este ano recursos de personalização de páginas, loja de aplicativos de gestão e um mural de serviços pagos (atualmente, o recurso é gratuito).

SEMPRE NA MODA Prato cheio para quem gosta de moda, as redes de relacionamento fashion garantem horas e horas de diversão. No brasileiro byMK (www.info. abril.com.br/downloads/webware/bymk), por exemplo, o barato é combinar diferentes peças e acessórios e criar looks. As produções podem ser publicadas, adotadas como favoritas e comentadas por outros usuários. Os itens para as produções são fornecidos por lojas parceiras do site ou podem ser localizados na web pelo próprio estilista diletante. O legal é que os looks publicados incluem a relação de itens com link para as lojas onde podem ser adquiridos. A lista de estabelecimentos no byMK é extensa, e inclui tanto lojas no Brasil quanto no exterior. Na Fashiolista (www.info.abril.com.br/ downloads/webware/fashiolista) você não cria looks como em outras redes sociais do gênero, mas seleciona peças do seu gosto para indicar a outros internautas. A loja em que o item está disponível não importa. O Fashiolista oferece um plug-in que facilita a seleção de peças durante sua navegação em qualquer site da web.

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redes sociais I idiomas

REPEAT, PLEASE! C

om uma boa dose de disciplina, mais um tanto de dedicação e o tempo na medida certa dá para aprender outro idioma sem gastar um tostão. É só entrar numa das redes sociais dedicadas ao aprendizado de línguas estrangeiras. Todas funcionam mais ou menos da mesma forma. Você se cadastra, informa os idiomas que

Estude com a ajuda das redes especializadas no ensino de idiomas POR MARIA ISABEL MOREIRA

domina e a língua que quer aprender. A partir daí, passa a dar assistência a outros estudantes ao mesmo tempo em que é auxiliado por pessoas nativas (ou com bons conhecimentos) na língua que quer aprender. Talvez você não ganhe proficiência em alemão, russo ou italiano, mas vai se virar bem na próxima viagem ao exterior.

IDIOMAS DIFERENCIADOS A comunidade mais popular no ensino de línguas é o Livemocha (www.info.abril.com.br/downloads/webware/livemocha), criada em 2007 em Seattle, nos Estados Unidos, para aproveitar a onda da globalização. O objetivo do serviço é oferecer programas de aprendizado online e pôr em contato pessoas que queiram aprender idioma com pessoal nativo. O Livemocha oferece 35 cursos — de russo a catalão, de hebraico a mandarim —, a grande maioria nos níveis básico e intermediário. Como acontece com os cursos regulares, as lições no Livemocha envolvem leitura, compreensão e expressão oral, escrita e gramática. O mais legal é que depois das aulas você pode fazer exercícios e submetê-los à avaliação de outros membros da comunidade. Os exercícios podem ser tanto na forma de texto como de áudio — as correções também podem ser enviadas das duas formas. Mas a interação entre os membros não se resume a isso. Como outras redes sociais, os usuários do Livemocha podem fazer amigos, conversar por meio da ferramenta de bate-papo e trocar mensagens.

© FOTOS LIINGOFRIENDS

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CONVERSAS POR VÍDEO

NA DÚVIDA, VÁ PARA O FÓRUM O fórum do dicionário online WordReference (www.wordreference.com) é outro bom espaço para a troca de informações sobre idiomas. Como é mediado e exige registro para a postagem de dúvidas e de respostas, o nível das discussões é elevado. Os tópicos estão relacionados aos verbetes dos dicionários. O WordReference trabalha com várias línguas, entre elas português, espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, russo e polonês.

A lista de idiomas que se pode aprender no busuu.com (www.info. abril.com.br/downloads/webware/busuu) inclui inglês, português, francês, espanhol, alemão e italiano. Mas as aulas gratuitas são de nível básico. Restringem-se ao vocabulário com imagens, exercícios de escrita e audição e testes interativos. Para ter acesso a mais recursos de áudio, material em PDF, conteúdo gramatical, vídeos, revisão personalizada e podcasts variados você precisa desembolsar uma grana — 12,99 euros por um mês, 9,99 euros mensais se optar pelo plano trimestral ou 7,99 euros por mês se escolher o módulo semestral. Como em outras comunidades, no busuu você troca conhecimento, corrigindo exercícios de estudantes em troca de ter seus trabalhos avaliados por outros. À medida que ajuda a comunidade, você vai ganhando pontuação. Um dos destaques do busuu.com são os bate-papos. Você pode conversar por texto, áudio e vídeo com seus amigos online.

ENCONTRE UM MENTOR O lingofriends (www.info.abril.com.br/downloads/webware/lingofriends) tem um conceito um pouco diferente do de outras redes sociais de aprendizado de idiomas. Aqui não há matéria. As pessoas que entram nessa rede precisam procurar um mentor, enviar uma mensagem para ele e, se tudo der certo, iniciar a comunicação. O interessante é que a busca desse mentor pode ser refinada e incluir critérios como gênero, idade, localização e interesses. Fora o sistema de mensagens, o lingofriends não tem ferramentas próprias. A comunicação pode ser por Windows Messenger, Skype ou outros comunicadores instantâneos.

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dicas e tutoriais I twitter

POR UM TWITTER MELHOR

AUTOMÁTICAS 1 HáDMs várias opções de ferramentas que enviam mensagens diretas para os seus novos seguidores. É sempre algo simples, como "Obrigado me por seguir". Com o TwitterDMer (www.info.abril.com.br/downloads/webware/ twitterdmer) é possível sofisticar esse ritual de boas-vindas. O serviço permite que sua mensagem use os dados pessoais do novo seguidor, como nome, sobrenome e o local indicado no perfil.

MEDIDOR DE INFLUÊNCIA 2 A conta para saber o valor de um seguidor ou de um RT (retuíte) de alguém famoso não passa apenas pelo número de seguidores que essa pessoa tem. Prova disso pode ser vista com o serviço Klout (www. info.abril.com.br/downloads/webware/klout), que mede a importância de seus seguidores, classificando esses usuários de acordo com a assiduidade, a popularidade e o poder de influenciar outros usuários.

17 dicas para dar um upgrade nos recursos nativos do microblog

EM LOTE 3 UmAMIZADES jeito eficaz de ganhar seguidores é adicioná-los primeiro e esperar que retribuam seu interesse. Isso parece chato,

POR JULIANO BARRETO, ERIC COSTA E MARIA ISABEL MOREIRA

R

ecentemente, a interface do Twitter recebeu várias melhorias. Basta pôr o cursor do mouse sobre a foto de um contato, por exemplo, para ver opções como seguir, bloquear ou mencionar um post da pessoa. Antes, era preciso fazer isso de forma tortuosa, acessando o perfil do usuário e depois carregando mais uma página. Apesar desse esforço da equipe do Twitter, ainda há muita coisa

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mas com a ajuda do serviço Twitfy (www. info.abril.com.br/downloads/webware/twitfy) essa tarefa fica rápida e simples. Por meio de uma simples pesquisa baseada em palavras-chave ou em hashtags (os assuntos marcados com o símbolo #), o site busca usuários e permite que você comece a seguir todos eles de uma só vez. E, para logar, só é preciso usar sua conta do Twitter.

no serviço que pode ser melhorada. É por isso que existem tantos serviços externos que facilitam o uso do microblog no dia a dia. Dá para automatizar tarefas, como enviar mensagens diretas para novos seguidores, analisar a audiência gerada por um post e até convidar seus seguidores para se divertir com joguinhos. A seguir, você confere uma seleção com dez acessórios que melhoram sua vida no Twitter.

© ILUSTRAÇÃO VECTORSTOCK

DOS 4 DEDO-DURO DESERTORES Quer saber quem parou de seguir seu perfil no exato momento em que isso acontece? Basta se cadastrar no Qwitter (www.info. abril.com.br/ downloads/webware/qwitter) e deixar que ele mande um e-mail cada vez que alguém der um unfollow. O serviço mostra qual foi o último tuíte lido por quem parou de seguir o perfil indicado. Assim, você descobre qual post motivou isso.

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dicas e tutoriais I twitter

POR UM TWITTER MELHOR

AUTOMÁTICAS 1 HáDMs várias opções de ferramentas que enviam mensagens diretas para os seus novos seguidores. É sempre algo simples, como "Obrigado me por seguir". Com o TwitterDMer (www.info.abril.com.br/downloads/webware/ twitterdmer) é possível sofisticar esse ritual de boas-vindas. O serviço permite que sua mensagem use os dados pessoais do novo seguidor, como nome, sobrenome e o local indicado no perfil.

MEDIDOR DE INFLUÊNCIA 2 A conta para saber o valor de um seguidor ou de um RT (retuíte) de alguém famoso não passa apenas pelo número de seguidores que essa pessoa tem. Prova disso pode ser vista com o serviço Klout (www. info.abril.com.br/downloads/webware/klout), que mede a importância de seus seguidores, classificando esses usuários de acordo com a assiduidade, a popularidade e o poder de influenciar outros usuários.

17 dicas para dar um upgrade nos recursos nativos do microblog

EM LOTE 3 UmAMIZADES jeito eficaz de ganhar seguidores é adicioná-los primeiro e esperar que retribuam seu interesse. Isso parece chato,

POR JULIANO BARRETO, ERIC COSTA E MARIA ISABEL MOREIRA

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ecentemente, a interface do Twitter recebeu várias melhorias. Basta pôr o cursor do mouse sobre a foto de um contato, por exemplo, para ver opções como seguir, bloquear ou mencionar um post da pessoa. Antes, era preciso fazer isso de forma tortuosa, acessando o perfil do usuário e depois carregando mais uma página. Apesar desse esforço da equipe do Twitter, ainda há muita coisa

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mas com a ajuda do serviço Twitfy (www. info.abril.com.br/downloads/webware/twitfy) essa tarefa fica rápida e simples. Por meio de uma simples pesquisa baseada em palavras-chave ou em hashtags (os assuntos marcados com o símbolo #), o site busca usuários e permite que você comece a seguir todos eles de uma só vez. E, para logar, só é preciso usar sua conta do Twitter.

no serviço que pode ser melhorada. É por isso que existem tantos serviços externos que facilitam o uso do microblog no dia a dia. Dá para automatizar tarefas, como enviar mensagens diretas para novos seguidores, analisar a audiência gerada por um post e até convidar seus seguidores para se divertir com joguinhos. A seguir, você confere uma seleção com dez acessórios que melhoram sua vida no Twitter.

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DOS 4 DEDO-DURO DESERTORES Quer saber quem parou de seguir seu perfil no exato momento em que isso acontece? Basta se cadastrar no Qwitter (www.info. abril.com.br/ downloads/webware/qwitter) e deixar que ele mande um e-mail cada vez que alguém der um unfollow. O serviço mostra qual foi o último tuíte lido por quem parou de seguir o perfil indicado. Assim, você descobre qual post motivou isso.

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HASHTAG VAI PEGAR? 5 QUAL Muitas vezes, durante um evento, as pessoas postam sobre um mesmo assunto, mas não usam a mesma hashtag. Para saber qual palavra-chave usar, e assim aparecer melhor para quem procura informações sobre o assunto, você pode acompanhar em tempo real qual variação do termo é a mais usada. Para tanto, use a busca do Tweetgrid (www.info.abril.com.br/downloads/webware/tweetgrid), que compara resultados de várias buscas e mostra a tag mais popular.

NO MICROBLOG 6 FORCA Quem usa o Twitter só para divulgar links, deixa os seguidores entediados. Que tal remediar isso com o tradicional jogo de forca? É só usar o Hangtwit (www.info.abril. com.br/downloads/webware/hangtwit). Ele cria uma partida com uma URL curta para você e usa uma interface animada em Flash, que lembra as páginas de um caderno.

COM 7 AVATAR ALGO A DIZER Com poucos cliques dá para editar sua foto do perfil e incluir uma frase e uma moldura personalizada usando o serviço Twavatars.com (www.info.abril.com.br/ downloads/webware/twavatars). Embora simplória, a ferramenta é muito útil para mostrar que você, seu blog ou sua empresa está participando de uma promoção ou apoiando uma causa.

DIRETO NA AGENDA 11 Apesar das muitas opiniões contrárias, o Twitter pode ser uma ferramenta bastante produtiva. Se usado em associação com a agenda online Remember The Milk (www.info.abril.com.br/downloads/webware/remember-themilk), por exemplo, o microblog permite aos seus usuários anotar compromissos, dar baixa nas tarefas concluídas e ser lembrado da proximidade dos eventos. Você só precisa seguir o perfil @rtm e configurar sua conta no serviço de calendário para trabalhar em conjunto com o Twitter. Sempre que precisar, envie uma mensagem direta para o perfil. Mas a mensagem tem de seguir algumas regrinhas para ser interpretada pelo Remember The Milk. A página do Remember The Milk for Twitter traz o roteiro completo.

FILTRO ALÉM DAS LISTAS 8

A implementação de listas no Twitter ajudou a separar contas que você quer realmente seguir de perto daquelas que você quer só dar uma olhada ocasional. Com o serviço Tweetizen.com (www.info. abril.com.br/downloads/webware/tweetizen), você ganha um filtro mais preciso. A seleção se baseia em critérios como palavras ou hashtags predefinidas.

TOPICS EM 3D 9 TRENDING Vai fazer uma apresentação e quer impressionar? Use o Tianamo (www.info.abril.com.br/downloads/webware/tianamo) e mostre uma busca em tempo real no Twitter. O site mostra um mapa em 3D em que os termos mais buscados ficam no topo de montanhas, que podem ser visualizadas com total liberdade de movimentos.

FAREJADOR DE FOTOS 10

Graças a serviços como o Twitpic e o Flickr, o Twitter se transformou numa grande galeria de fotos online. O problema é encontrar uma imagem perdida. É para isso que existe o PicFog.com (www.info.abril.com.br/downloads/webware/picfog), que encontra fotos de acordo com palavras-chave, usuário ou região.

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PARA ANÁLISE 12 PAUSA Não precisa nem se cadastrar. Se você quiser obter estatísticas da sua conta no Twitter (ou de qualquer outro perfil), o Twitter Analyzer (www.info.abril.com.br/downloads/webware/twitteranalyzer) é uma excelente ferramenta. O serviço mostra o número de posts diários e fornece, para o dia selecionado, informações como o número de retuítes, porcentagem de postagens retuitadas, número de leitores e de leitores únicos atingidos. A produção no microblog pode ser vista na forma de gráfico. O painel Tweets mostra os números de retuítes e de leitores por mensagem enviada. Você pode também visualizar as retransmissões. Além disso, quando você informa seu perfil, o serviço busca o número de seguidores e seguidos, a biografia, o avatar e as mensagens enviadas.

COM O POWERPOINT 13 JUNTINHO Após uma apresentação, quase sempre o público fica tímido e não faz perguntas ao apresentador. Com a ajuda do PowerPoint Twitter Tools (www.info.abril.com.br/downloads/ powerpoint-twitter-tools) dá para contornar esse problema. Defina uma hashtag, algo como #palestrainfo, no começo da palestra e peça para que o pessoal use o Twitter para mandar questões. No final, as perguntas aparecerão em um slide pré-configurado por você. Para tanto, baixe o pacote, abra o arquivo powerpoint_twitter_tools.pptx e copie o elemento que ocupa o quarto slide. Cole-o no último slide de sua apresentação no PowerPoint e, ao chegar nessa tela, tecle a hashtag para buscar os últimos tweets postados. A máquina usada para a apresentação, é claro, precisa estar online.

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HASHTAG VAI PEGAR? 5 QUAL Muitas vezes, durante um evento, as pessoas postam sobre um mesmo assunto, mas não usam a mesma hashtag. Para saber qual palavra-chave usar, e assim aparecer melhor para quem procura informações sobre o assunto, você pode acompanhar em tempo real qual variação do termo é a mais usada. Para tanto, use a busca do Tweetgrid (www.info.abril.com.br/downloads/webware/tweetgrid), que compara resultados de várias buscas e mostra a tag mais popular.

NO MICROBLOG 6 FORCA Quem usa o Twitter só para divulgar links, deixa os seguidores entediados. Que tal remediar isso com o tradicional jogo de forca? É só usar o Hangtwit (www.info.abril. com.br/downloads/webware/hangtwit). Ele cria uma partida com uma URL curta para você e usa uma interface animada em Flash, que lembra as páginas de um caderno.

COM 7 AVATAR ALGO A DIZER Com poucos cliques dá para editar sua foto do perfil e incluir uma frase e uma moldura personalizada usando o serviço Twavatars.com (www.info.abril.com.br/ downloads/webware/twavatars). Embora simplória, a ferramenta é muito útil para mostrar que você, seu blog ou sua empresa está participando de uma promoção ou apoiando uma causa.

DIRETO NA AGENDA 11 Apesar das muitas opiniões contrárias, o Twitter pode ser uma ferramenta bastante produtiva. Se usado em associação com a agenda online Remember The Milk (www.info.abril.com.br/downloads/webware/remember-themilk), por exemplo, o microblog permite aos seus usuários anotar compromissos, dar baixa nas tarefas concluídas e ser lembrado da proximidade dos eventos. Você só precisa seguir o perfil @rtm e configurar sua conta no serviço de calendário para trabalhar em conjunto com o Twitter. Sempre que precisar, envie uma mensagem direta para o perfil. Mas a mensagem tem de seguir algumas regrinhas para ser interpretada pelo Remember The Milk. A página do Remember The Milk for Twitter traz o roteiro completo.

FILTRO ALÉM DAS LISTAS 8

A implementação de listas no Twitter ajudou a separar contas que você quer realmente seguir de perto daquelas que você quer só dar uma olhada ocasional. Com o serviço Tweetizen.com (www.info. abril.com.br/downloads/webware/tweetizen), você ganha um filtro mais preciso. A seleção se baseia em critérios como palavras ou hashtags predefinidas.

TOPICS EM 3D 9 TRENDING Vai fazer uma apresentação e quer impressionar? Use o Tianamo (www.info.abril.com.br/downloads/webware/tianamo) e mostre uma busca em tempo real no Twitter. O site mostra um mapa em 3D em que os termos mais buscados ficam no topo de montanhas, que podem ser visualizadas com total liberdade de movimentos.

FAREJADOR DE FOTOS 10

Graças a serviços como o Twitpic e o Flickr, o Twitter se transformou numa grande galeria de fotos online. O problema é encontrar uma imagem perdida. É para isso que existe o PicFog.com (www.info.abril.com.br/downloads/webware/picfog), que encontra fotos de acordo com palavras-chave, usuário ou região.

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PARA ANÁLISE 12 PAUSA Não precisa nem se cadastrar. Se você quiser obter estatísticas da sua conta no Twitter (ou de qualquer outro perfil), o Twitter Analyzer (www.info.abril.com.br/downloads/webware/twitteranalyzer) é uma excelente ferramenta. O serviço mostra o número de posts diários e fornece, para o dia selecionado, informações como o número de retuítes, porcentagem de postagens retuitadas, número de leitores e de leitores únicos atingidos. A produção no microblog pode ser vista na forma de gráfico. O painel Tweets mostra os números de retuítes e de leitores por mensagem enviada. Você pode também visualizar as retransmissões. Além disso, quando você informa seu perfil, o serviço busca o número de seguidores e seguidos, a biografia, o avatar e as mensagens enviadas.

COM O POWERPOINT 13 JUNTINHO Após uma apresentação, quase sempre o público fica tímido e não faz perguntas ao apresentador. Com a ajuda do PowerPoint Twitter Tools (www.info.abril.com.br/downloads/ powerpoint-twitter-tools) dá para contornar esse problema. Defina uma hashtag, algo como #palestrainfo, no começo da palestra e peça para que o pessoal use o Twitter para mandar questões. No final, as perguntas aparecerão em um slide pré-configurado por você. Para tanto, baixe o pacote, abra o arquivo powerpoint_twitter_tools.pptx e copie o elemento que ocupa o quarto slide. Cole-o no último slide de sua apresentação no PowerPoint e, ao chegar nessa tela, tecle a hashtag para buscar os últimos tweets postados. A máquina usada para a apresentação, é claro, precisa estar online.

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COMANDO DOS CONTATOS 14 NO Quando você tem poucos seguidores — e segue pouca gente também — a página do Twitter não traz nenhuma dificuldade na hora de gerenciar os contatos. O problema é quando as listas reúnem dezenas, centenas ou milhares de pessoas. Nesse caso, apele para uma ferramenta como o Twerp Scan (www.info.abril.com.br/downloads/webware/twerpscan). Você pode visualizar as duas listas por nome de tela, nome completo, número de seguidores, número de seguidos, relação entre seguidores e seguidos, total de tuítes e data da última postagem. O serviço exibe 100 contatos por vez. Quer saber sobre um perfil específico? Passe o mouse sobre o nome na lista e, quando aparecer o ícone de uma lupa, clique nele para obter mais detalhes do contato sem ter de visitar sua página no microblog.

POR PERTO 15 TUITEIROS Sentindo-se sozinho no mundo? Forneça seu endereço, cidade e país e o Tweetmondo (www.info.abril.com.br/downloads/ webware/tweetmondo) mostra num mapa quem está por perto. Clique na foto para ter mais informações do tuiteiro (número de seguidores e seguidos, total de tuítes e últimas postagens). Como usuário do Tweetmondo, você pode definir se quer ou não exibir as informações do seu perfil. Para isso, clique em Settings. Os resultados do Tweetmondo também podem ser filtrados por critérios como precisão da localização, número de seguidores, quantidade de tuítes ou por uma palavra específica.

CERTA 16 PALAVRA Na medida para quem cuida de campanhas online e quer testar a popularidade de algumas palavras-chaves, o Twazzup (www.info.abril.com.br/downloads/webware/ twazzup) faz um levantamento do termo pesquisado não apenas nas postagens no Twitter como também em notícias. Mais que isso, é possível conferir links e visualizar as imagens espalhadas pelo microblog relacionados à palavra pesquisada. O legal é que as postagens são atualizadas em tempo real na página do serviço.

DIRETÓRIO DE BUSCAS 17

Quer procurar tuiteiros com um determinado nome? Deseja encontrar pessoas que vivam num lugar específico? Ou, ainda, procura pessoas que tenham colocado uma determinada palavra na biografia? O Twitdir (www.info.abril.com.br/downloads/webware/twitdir) possibilita esses e alguns outros critérios de filtragem dos usuários cadastrados no Twitter.

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dicas e tutorias I página personalizada

GANHE FÃS NO FACEBOOK Oito dicas para construir uma página personalizada para sua empresa ou produto POR ERIC COSTA

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raças a fenômenos de audiência, como os games Farmville e Mafia Wars, o Facebook atrai cada vez mais brasileiros, ultrapassando 3 milhões de usuários em março, segundo o site InsideFacebook. Seu blog ou sua empresa podem pegar carona nesse sucesso ao criar uma página personalizada (conhecida como fan page) para reunir fãs e divulgar suas novidade. Para começar, basta acessar o endereço www.facebook.com/pages/create.php. Mas, para brilhar e atrair mais público para sua página será preciso caprichar no visual e investir recursos diferenciados. A seguir, você confere oito dicas que mostram o caminho para dar um toque especial na navegação e deixar sua página no mesmo nível das melhores existentes no Facebook.

© ILUSTRAÇÃO MAURÍCIO MEDEIROS

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PERSONALIZADA 1 URL Ao criar sua página personalizada, você vai

ESPAÇO COM AS ABAS 2 MAIS Faltando lugar para colocar todas as informações do

notar que a URL dela é cheia de números e letras não relacionadas ao seu usuário. Sorte que o Facebook permite a criação de uma URL personalizada e não cobra nada por isso. Para alterar seu endereço, é preciso ter 25 fãs. Por isso, antes de divulgar a página, peça para seus amigos serem fãs. Depois disso, o Facebook envia um e-mail, indicando a forma de criar a URL personalizada. Assim, você poderá usar um endereço como www.facebook.com/nome.

seu produto na página de informações do Facebook? Tente usar as abas do aplicativo Static FBML. Ele cria uma página estática sem scripts, que permite utilizar a API do Facebook por meio de comandos na linguagem FBML, um dialeto de HTML com tags próprias para a rede social. Acesse o Static FBML (www.facebook.com/apps/ application.php?id=4949752878), clique em Adicionar à Minha Página e pressione Adicionar à Página. Volte à página e clique em Editar Página. Na seção do Static FBML, clique em Editar e cole o conteúdo em HTML, modificando o título. Depois, volte à página e clique na guia +, selecionando a opção com o título definido anteriormente.

PERSONALIZADAS 3 GUIAS Para quem é fã de um produto no Facebook, é interessante visualizar as notícias, novidades e promoções. Já para novos usuários e candidatos a fã, pode ser mais legal mostrar propagandas e listar as informações que serão recebidas por quem entrar no grupo de admiradores. Para isso, clique no botão Configurações e escolha, em Guia de Destino Padrão para Todas as Outras Pessoas, a guia que será exibida para usuários que ainda não são fãs. Essa guia pode ser, inclusive, uma versão personalizada criada com algum outro aplicativo do Facebook.

OLHO NA AUDIÊNCIA 4 DE Um truque rápido para quem criou uma página compatível com o FBML (por exemplo, usando o aplicativo Static FBML) é ficar de olho na audiência com o Google Analytics. Para isso, adicione a tag <fb:google-analytics uacct=”UA-9999999-99” /> à página, substituindo o valor em uacct por seu identificador de usuário no Analytics.

À LA CARTE 6 NAVEGAÇÃO Mais uma opção de toque personalizado à página de produto é criar uma barra lateral, que pode ter links para página de compra do produto, para os tweets sobre ele ou qualquer outra informação. Para isso, crie uma página HTML com 200 pixels de largura. Depois, adicione o aplicativo Static FBML e, ao editar sua página, cole o HTML criado. A seguir, clique em Editar Página e, na seção do Static FBML que recebeu a barra lateral, acesse Configurações de Aplicativos. Clique no link Remover na seção Guia. Volte à página e acesse a guia Caixas. Clique no ícone de lápis no canto da barra criada e escolha Mover Para a Guia Mural.

PARA OS FÃS 5 FORÇA Uma tag interessante para quem criou uma página FBML é a <fb:visible-to-connection>. Todo o conteúdo existente entre ela e </fb:visible-to-connection> é exibido somente para quem já é fã da página do produto. Dessa forma, dá para mostrar promoções ou downloads especiais voltados somente ao seu público cativo.

UM GÁS NA DIVULGAÇÃO 7 DÊ Uma forma simples de divulgar sua página no Facebook é criar um widget, que permite tornar-se fã com um clique. O Facebook traz esse recurso, que dispensa qualquer conhecimento de programação. Para isso, acesse www.facebook.com/facebook-widgets/fanbox.php e escolha a página que será divulgada. Marque os eventos que aparecerão no widget e os itens enviados por fãs. Clique em +Other e pronto. Será gerado um código HTML que pode ser colado em qualquer página web.

IMPORTADAS DO RSS 8 NOTÍCIAS Seu produto já tem um blog com informações legais? Então traga o conteúdo de lá para a página do Facebook. Para isso, use o aplicativo Social RSS (http://apps.facebook.com/rss-connect/). Clique em Permitir e, na tela seguinte, digite uma descrição para o conteúdo, a página do produto e os dados do canal RSS do blog. Passe à guia Facebook Pages e pressione Add to Page, para escolher a página à qual o Social RSS será adicionada. Por fim, volte à fan page, clique na guia + e escolha a opção RSS/Blog (você pode mudar o nome da guia, em Edit Settings).

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dicas e tutoriais I truques

MAIS ESPERTO NO FACEBOOK Dez truques para ganhar maior controle sobre sua rede social POR MARIA ISABEL MOREIRA

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Facebook tem passado por várias mudanças na interface, nenhuma muito impactante. Os upgrades mais importantes no serviço, no entanto, têm a ver com os controles de privacidade. O objetivo do esforço é tornar mais

simples e flexível para seus adeptos escolher o que exibir e o que ocultar tanto para sua rede de relacionamento como para o resto da web. Confira, a seguir, uma seleção de truques para explorar esses e outros recursos.

ESCONDIDO NO CHAT Quer desfrutar da ferramenta de chat do Facebook, mas pretende ficar escondido de alguns contatos? Faça o seguinte: clique em Bate-papo para abrir a ferramenta, selecione Lista de Amigos e crie uma nova lista (Bloqueados, por exemplo). Em seguida, arraste para ela os contatos para os quais deseja ficar oculto. Quando concluir, clique no ícone que fica à direita do nome da lista para acionar o comando Ficar Desconectado. Se quiser adicionar novos nomes a essa relação de contatos bloqueados no chat, passe o mouse sobre ela até que apareça a opção Editar. Clique nela, marque os nomes que deseja incluir na janela que surgirá e clique em Salvar Lista. Caso queira tirar da vista uma das listas criadas, clique novamente em Bate-papo > Lista de Amigos e desmarque a lista desejada. Para apagar uma lista, clique nela na área Listas do painel esquerdo da tela do Facebook e, em seguida, na opção Excluir Lista.

ATIVIDADES EM SIGILO O Facebook mudou as regras de privacidade. Agora, é possível definir quem pode ou não visualizar cada alteração no status. Caso você não tenha feito nenhuma mudança anterior das regras de privacidade, por padrão todas as suas postagens poderão ser vistas por qualquer pessoa. Se você quiser alterar essa regra, clique no cadeado que aparece logo abaixo do campo de texto e escolha uma das opções (Amigos de Amigos, Apenas Amigos ou Personalizar). Agora vamos imaginar que você não queira correr o risco de que alguma mensagem inoportuna seja vista por seu chefe ou sua mãe, por exemplo. Eles entraram no Facebook, solicitaram amizade e você não teve como recusar, mas não fica à vontade tendo-os por perto. Nesse caso, é bom deixar o Facebook configurado por padrão para não exibir suas atualizações para esses contatos específicos. Vá em Conta > Configurações de Privacidade > Informações do Perfil. Clique no controle ao lado do item que deseja configurar (no caso, Publicações Enviadas por Mim), escolha Personalizar e, em Ocultar Este Formulário, digite o nome das pessoas de quem pretende esconder suas atividades e clique em Salvar Configurações para concluir.

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DO FACEBOOK PARA O PC Agora vamos supor que você tenha álbuns no Facebook e queira baixá-los para o computador. O Fotobounce (www.info.abril.com. br/downloads/fotobounce) dá uma força nessa tarefa. O programa conecta-se ao Facebook e não apenas permite o download de álbuns completos como pode exibir as imagens que estão na rede social na forma de um slideshow em tela cheia em seu computador.

ABUSE DAS LISTAS

NÃO CURTO MAIS

A criação de listas não é útil apenas para se esconder de grupos de pessoas no chat. Você pode usá-las a seu favor como filtro das atividades na página inicial. Assim, se você criou um grupo para reunir seus amigos da faculdade, por exemplo, poderá ler rapidamente tudo o que eles postaram se clicar na lista correspondente na lateral esquerda de sua página inicial — as atualizações dos outros contatos não serão apresentadas. Outra utilidade para as listas é facilitar a definição das regras de privacidade.

Já aconteceu de você curtir uma página e depois se arrepender? Não adianta procurar no seu perfil ou nas configurações. Para deixar de curti-la e, consequentemente, passar a não exibi-la mais em seu perfil, visite a página novamente e clique em Curtir (Desfazer).

COMANDO PELO BROWSER Se você quer gerenciar o Facebook diretamente do browser, sem sequer entrar na página do serviço, use a extensão Facebook Toolbar (www.info.abril.com.br/downloads/facebook-toolbar). A barrinha garante acesso a todos os recursos da rede social. Você pode, por exemplo, atualizar seu status digitando o texto na própria barra. Além disso, ela informa sobre atividades, facilita o compartilhamento de links para páginas da web, comanda o upload de imagens, garante acesso à caixa de mensagens, permite publicação no mural de amigos e possibilita que você chegue rapidamente aos recursos de configuração da sua conta.

MENSAGENS COM ALGO MAIS Há quem deteste mensagens recheadas de penduricalhos. Mas muita gente pode achar interessante incluir uns símbolos diferentes. É o seu caso? No site Hongkiat.com (http:// bit.ly/bkvDpi) há uma lista de símbolos ASCII que podem sem incluídos não apenas nas atualizações e comentários do Facebook como também em mensagens instantâneas, postagens no Twitter, textos do Word etc. Tem setas, flores, notas musicais, corações, estrelas, emoticons, telefones, naipes e uma infinidade de outros sinais.

NA MINHA PÁGINA DO GOOGLE Quem usa o iGoogle também pode incluir um gadget esperto que permite tanto a atualização do status como o acompanhamento do que rola na página inicial. Instalar e usar esse gadget é bastante simples. Uma vez adicionado, o Facebook for iGoogle (www.info.abril.com. br/downloads/facebook-for-igoogle), criado pelo próprio Google, apenas pede permissão para acessar seu feed de notícias, o mural e a atualização do seu status.

SUBA ÁLBUNS DO PICASA Se você usa o Picasa, não precisa sair dele para publicar suas fotos no Facebook. Instale o Picasa Uploader (www. info.abril.com.br/downloads/picasa-uploader) e configure o programa de edição e gerenciamento de imagens do Google para exibir o botão Facebook. Depois é só selecionar as fotos que deseja mandar para seu perfil na rede social e clicar nesse botão. O plug-in mostrará as fotos selecionadas. Se você concordar, pressione o botão Start Upload. Quando concluir o processo, o programa perguntará se você quer incluir as imagens em um álbum existente ou criar um novo. Você também poderá, nessa etapa, definir a privacidade das fotos. Clique em Send To Facebook. Depois, você terá de ir ao Facebook apenas para aprovar as fotos carregadas.

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SEM LOTAR A CAIXA POSTAL O Facebook está incomodando demais, mandando uma série de mensagens para seu e-mail? Simples. Vá em Conta > Configuração de Conta e abra a guia Notificações. Percorra as várias áreas (Facebook, Fotos, Grupos, Páginas etc.), desmarcando todas as ações sobre as quais você não quer ser avisado. Não se esqueça de pressionar o botão Salvar Alterações no pé da página para que o serviço grave suas novas preferências.

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DO FACEBOOK PARA O PC Agora vamos supor que você tenha álbuns no Facebook e queira baixá-los para o computador. O Fotobounce (www.info.abril.com. br/downloads/fotobounce) dá uma força nessa tarefa. O programa conecta-se ao Facebook e não apenas permite o download de álbuns completos como pode exibir as imagens que estão na rede social na forma de um slideshow em tela cheia em seu computador.

ABUSE DAS LISTAS

NÃO CURTO MAIS

A criação de listas não é útil apenas para se esconder de grupos de pessoas no chat. Você pode usá-las a seu favor como filtro das atividades na página inicial. Assim, se você criou um grupo para reunir seus amigos da faculdade, por exemplo, poderá ler rapidamente tudo o que eles postaram se clicar na lista correspondente na lateral esquerda de sua página inicial — as atualizações dos outros contatos não serão apresentadas. Outra utilidade para as listas é facilitar a definição das regras de privacidade.

Já aconteceu de você curtir uma página e depois se arrepender? Não adianta procurar no seu perfil ou nas configurações. Para deixar de curti-la e, consequentemente, passar a não exibi-la mais em seu perfil, visite a página novamente e clique em Curtir (Desfazer).

COMANDO PELO BROWSER Se você quer gerenciar o Facebook diretamente do browser, sem sequer entrar na página do serviço, use a extensão Facebook Toolbar (www.info.abril.com.br/downloads/facebook-toolbar). A barrinha garante acesso a todos os recursos da rede social. Você pode, por exemplo, atualizar seu status digitando o texto na própria barra. Além disso, ela informa sobre atividades, facilita o compartilhamento de links para páginas da web, comanda o upload de imagens, garante acesso à caixa de mensagens, permite publicação no mural de amigos e possibilita que você chegue rapidamente aos recursos de configuração da sua conta.

MENSAGENS COM ALGO MAIS Há quem deteste mensagens recheadas de penduricalhos. Mas muita gente pode achar interessante incluir uns símbolos diferentes. É o seu caso? No site Hongkiat.com (http:// bit.ly/bkvDpi) há uma lista de símbolos ASCII que podem sem incluídos não apenas nas atualizações e comentários do Facebook como também em mensagens instantâneas, postagens no Twitter, textos do Word etc. Tem setas, flores, notas musicais, corações, estrelas, emoticons, telefones, naipes e uma infinidade de outros sinais.

NA MINHA PÁGINA DO GOOGLE Quem usa o iGoogle também pode incluir um gadget esperto que permite tanto a atualização do status como o acompanhamento do que rola na página inicial. Instalar e usar esse gadget é bastante simples. Uma vez adicionado, o Facebook for iGoogle (www.info.abril.com. br/downloads/facebook-for-igoogle), criado pelo próprio Google, apenas pede permissão para acessar seu feed de notícias, o mural e a atualização do seu status.

SUBA ÁLBUNS DO PICASA Se você usa o Picasa, não precisa sair dele para publicar suas fotos no Facebook. Instale o Picasa Uploader (www. info.abril.com.br/downloads/picasa-uploader) e configure o programa de edição e gerenciamento de imagens do Google para exibir o botão Facebook. Depois é só selecionar as fotos que deseja mandar para seu perfil na rede social e clicar nesse botão. O plug-in mostrará as fotos selecionadas. Se você concordar, pressione o botão Start Upload. Quando concluir o processo, o programa perguntará se você quer incluir as imagens em um álbum existente ou criar um novo. Você também poderá, nessa etapa, definir a privacidade das fotos. Clique em Send To Facebook. Depois, você terá de ir ao Facebook apenas para aprovar as fotos carregadas.

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SEM LOTAR A CAIXA POSTAL O Facebook está incomodando demais, mandando uma série de mensagens para seu e-mail? Simples. Vá em Conta > Configuração de Conta e abra a guia Notificações. Percorra as várias áreas (Facebook, Fotos, Grupos, Páginas etc.), desmarcando todas as ações sobre as quais você não quer ser avisado. Não se esqueça de pressionar o botão Salvar Alterações no pé da página para que o serviço grave suas novas preferências.

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dicas e tutoriais I buscas

BANQUE O DETETIVE

E-MAIL OU NOME Na mesma página de pesquisa, logo depois da lista de sugestões de amigos, você encontra outros recursos de pesquisa. No campo de busca, pode digitar o nome ou o e-mail da pessoa que deseja encontrar (o e-mail também pode ser inserido no campo de pesquisa no alto da página do serviço). Se ela se cadastrou com esse endereço, é tiro certo.

Quer encontrar alguém? Saiba que há mais o que fazer além de digitar o nome e pressionar o botão Procurar POR MARIA ISABEL MOREIRA

A

s sugestões fornecidas pelo Facebook ajudam muito a encontrar uma pessoa que não vemos há um tempão. Bastou um amigo comum localizá-la para que você veja seu nome aparecer no feed de notícias ou na lista de indicações. Mas alguns amigos não aparecem nunca nessa lista, não é? A saída é recorrer à busca. A simplicidade do campo de pesquisa no alto da página do Facebook engana bastante. Ficamos achando que só o que podemos fazer é digitar o nome de quem procuramos para realizar a pesquisa. Mas o mecanismo é mais sofisticado. É possível achar amigos por comunidade, e-mail, mensagem instantânea e, se você lançar mão de uma aplicação adicional, até por signo, estado civil ou QI.

FÁCIL DE ACHAR AMIGOS DA ESCOLA OU FACULDADE Sua intenção é localizar um amigo do colégio ou da faculdade? Por sorte, ele pode ter incluído essas informações no perfil e, assim, ficará fácil localizá-lo usando outras ferramentas disponíveis na parte de baixo dessa página. Clique em Procurar Colegas de Classe Atuais ou Antigos do Ensino Superior, por exemplo. Digite o nome da instituição, selecione o ano de formatura e clique em Procurar Colegas de Classe — use o campo Nome da Pessoa somente se estiver em busca de alguém específico e nem se interessar em encontrar outras pessoas da turma.

COLEGA DE TRABALHO RASTREANDO OS CONTATOS Para chegar ao localizador de amigos do Facebook, clique em Conta e depois em Editar Amigos. Outra opção é clicar no link Encontre Seus Amigos, que fica na área Conecte-se do painel direito da sua página inicial. Você pode usar, por exemplo, sua conta de e-mail para fazer essa varredura. Se você está cadastrado com uma conta do Gmail, do Hotmail ou do Yahoo Mail, é só clicar no botão Localizar Amigos, ao lado do símbolo do serviço, e dar sua autorização. O Facebook importa seus contatos e localiza aqueles que estão na rede. Você pode também convidar as pessoas que não estão no Facebook a entrar nele. Não usa nenhum desses serviços de webmail? Outra opção é clicar no link Enviar Arquivos de Contatos. Ela permite importar contatos dos clientes de correio eletrônico Outlook, Outlook Express, Thunderbird e Apple Mail, entre outros.

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© FOTOS ASIF AKBAR

Está atrás de um antigo colega de trabalho? Se seu amigo listou a empresa em que atua e aquelas em que já trabalhou fica mais fácil. Clique no link Procurar Colegas de Trabalho Atuais ou Antigos, digite o nome da empresa e, se quiser, o nome do seu amigo. O Facebook apresenta uma lista das pessoas em atividade na companhia ou que já passaram por lá.

Se achar alguém é difícil, ser achado também é um problema, principalmente se você não fornece muitos detalhes pessoais no seu perfil. Informações sobre vida profissional, histórico escolar, gostos e interesses ajudam seus amigos na hora de varrer as milhões de páginas reunidas no Facebook. A menos que você queira continuar praticamente no anonimato, considere a possibilidade de atualizar seus dados com frequência. Um jeito de se integrar mais, por exemplo, é entrar em diferentes redes. O Facebook monta essas redes baseadas em instituições de ensino, locais de trabalho e regiões. Para entrar numa rede, clique em Conta > Configuração de Conta > Redes.

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dicas e tutoriais I buscas

BANQUE O DETETIVE

E-MAIL OU NOME Na mesma página de pesquisa, logo depois da lista de sugestões de amigos, você encontra outros recursos de pesquisa. No campo de busca, pode digitar o nome ou o e-mail da pessoa que deseja encontrar (o e-mail também pode ser inserido no campo de pesquisa no alto da página do serviço). Se ela se cadastrou com esse endereço, é tiro certo.

Quer encontrar alguém? Saiba que há mais o que fazer além de digitar o nome e pressionar o botão Procurar POR MARIA ISABEL MOREIRA

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s sugestões fornecidas pelo Facebook ajudam muito a encontrar uma pessoa que não vemos há um tempão. Bastou um amigo comum localizá-la para que você veja seu nome aparecer no feed de notícias ou na lista de indicações. Mas alguns amigos não aparecem nunca nessa lista, não é? A saída é recorrer à busca. A simplicidade do campo de pesquisa no alto da página do Facebook engana bastante. Ficamos achando que só o que podemos fazer é digitar o nome de quem procuramos para realizar a pesquisa. Mas o mecanismo é mais sofisticado. É possível achar amigos por comunidade, e-mail, mensagem instantânea e, se você lançar mão de uma aplicação adicional, até por signo, estado civil ou QI.

FÁCIL DE ACHAR AMIGOS DA ESCOLA OU FACULDADE Sua intenção é localizar um amigo do colégio ou da faculdade? Por sorte, ele pode ter incluído essas informações no perfil e, assim, ficará fácil localizá-lo usando outras ferramentas disponíveis na parte de baixo dessa página. Clique em Procurar Colegas de Classe Atuais ou Antigos do Ensino Superior, por exemplo. Digite o nome da instituição, selecione o ano de formatura e clique em Procurar Colegas de Classe — use o campo Nome da Pessoa somente se estiver em busca de alguém específico e nem se interessar em encontrar outras pessoas da turma.

COLEGA DE TRABALHO RASTREANDO OS CONTATOS Para chegar ao localizador de amigos do Facebook, clique em Conta e depois em Editar Amigos. Outra opção é clicar no link Encontre Seus Amigos, que fica na área Conecte-se do painel direito da sua página inicial. Você pode usar, por exemplo, sua conta de e-mail para fazer essa varredura. Se você está cadastrado com uma conta do Gmail, do Hotmail ou do Yahoo Mail, é só clicar no botão Localizar Amigos, ao lado do símbolo do serviço, e dar sua autorização. O Facebook importa seus contatos e localiza aqueles que estão na rede. Você pode também convidar as pessoas que não estão no Facebook a entrar nele. Não usa nenhum desses serviços de webmail? Outra opção é clicar no link Enviar Arquivos de Contatos. Ela permite importar contatos dos clientes de correio eletrônico Outlook, Outlook Express, Thunderbird e Apple Mail, entre outros.

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Está atrás de um antigo colega de trabalho? Se seu amigo listou a empresa em que atua e aquelas em que já trabalhou fica mais fácil. Clique no link Procurar Colegas de Trabalho Atuais ou Antigos, digite o nome da empresa e, se quiser, o nome do seu amigo. O Facebook apresenta uma lista das pessoas em atividade na companhia ou que já passaram por lá.

Se achar alguém é difícil, ser achado também é um problema, principalmente se você não fornece muitos detalhes pessoais no seu perfil. Informações sobre vida profissional, histórico escolar, gostos e interesses ajudam seus amigos na hora de varrer as milhões de páginas reunidas no Facebook. A menos que você queira continuar praticamente no anonimato, considere a possibilidade de atualizar seus dados com frequência. Um jeito de se integrar mais, por exemplo, é entrar em diferentes redes. O Facebook monta essas redes baseadas em instituições de ensino, locais de trabalho e regiões. Para entrar numa rede, clique em Conta > Configuração de Conta > Redes.

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COM O QI IDEAL Há um aplicativo para Facebook que torna as buscas ainda mais eficientes. É o Advanced Search 2.0 beta ( www.

info.abril.com.br/downloads/ advanced-search). Se você é preocupado com sua privacidade e a de seus amigos, no entanto, é recomendável não instalá-lo, porque ele acessa informações pessoais como interesses, atividades, históricos profissional e educacional, relacionamentos, grupos e atividades, além de interesses de seus amigos e grupos dos quais eles fazem parte. Por isso, para instalar o programa você terá de conceder uma série de autorizações. Como recompensa, terá uma ferramenta capaz de usar, de forma isolada ou combinada, critérios tão específicos quanto signo, status de relacionamento, tendência política e QI para encontrar quem tanto procura.

CONTATOS DE MENSAGENS INSTANTÂNEAS Se você quer adicionar na sua rede contatos de mensagens instantâneas, na área Encontre Pessoas Com Quem Troco Mensagens Instantâneas, selecione o serviço que usa — o Facebook importa contatos do AIM, do ICQ, do Windows Live Messenger e do Skype. O procedimento é o mesmo daquele usado para importar contatos de e-mail: você fornece sua senha, ele rastreia seus contatos, aponta aqueles que estão no Facebook (e que você pode adicionar como amigos) e informa os que não estão e podem ser convidados a se cadastrar.

FILTROS NAS PESQUISAS Como outros mecanismos de pesquisa na web, o campo de busca do Facebook aceita alguns parâmetros para chegar a resultados mais precisos. Vamos supor que você esteja em busca de uma pessoa com o nome Palmeira. Se digitar simplesmente Palmeira, a lista de resultados incluirá páginas de todos os tipos. Mas se, diferentemente, incluir no campo de busca user: palmeira, o Facebook filtrará os resultados para trazer apenas páginas pessoais. Use o mesmo recurso para procurar grupos (group:), eventos (event:) e aplicações (application:). Você conseguirá o mesmo efeito também se, ao digitar uma palavra no campo de busca, clicar no link Veja Mais Sugestões Para (palavra digitada) na janela de sugestões que surgirá e usar as opções do painel esquerdo para categorizar os resultados. Melhor ainda, explore os filtros que aparecem no topo da lista de resultados para refiná-la ainda mais.

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dicas e tutoriais I fama ou privacidade

SUMIDO OU EM EVIDÊNCIA? Como esconder seus rastros na web ou, se preferir, usar as redes sociais para ganhar projeção POR JULIANO BARRETO

O T A M I N ANO TWITTER ATRÁS DA MOITA Diferentemente da maioria das redes sociais, o conteúdo publicado no Twitter não exige senha nem cadastro para ser visto. Se você quer seguir alguém sem mostrar que está lá, basta colocar o endereço dessa conta nos Favoritos do browser ou então incluí-la no seu leitor de RSS. O link para o feed fica logo abaixo da caixa de usuários seguidos (Following).

FACEBOOK CAMUFLADO Se ultimamente, por curiosidade, você digitou seu próprio nome no Google, deve ter notado que sua conta do Facebook aparece lá em cima da lista de resultados. Se isso incomoda, rompa a relação da rede social com o buscador. No Facebook, acesse Conta > Configurações de Privacidade > Procurar. Depois, desmarque a opção que permite a indexação do seu perfil.

PEGUE UM E-MAIL EMPRESTADO Tem muito site chato por aí que pede seu e-mail na hora do cadastro só para mandar spam depois. É possível evitar essa chatice pegando um e-mail temporário emprestado do serviço Mailinator.com. Assim, você não polui sua caixa de entrada e pode se registrar sem usar seu nome e e-mail. E tchau spam.

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A M FA

DÊ UM GÁS NO TWITTER Para não ser apenas mais um no meio das centenas de posts por minuto que aparecem no Twitter dos seus seguidores, vale a pena postar em quantidade, mas sem exageros. Para não bancar o pentelho, tente postar dois ou três tuítes de uma vez para se destacar na multidão (com conteúdo relevante, claro!). Outra boa ideia é programar posts automáticos. Serviços como o Tweet-U-Later (www.info.abril.com.br/ downloads/webware/tweet-u-later) dão conta dessa tarefa.

NÃO ESQUEÇA A ETIQUETA PODCAST EM K-7 Já pensou em usar seu perfil do orkut para publicar um podcast? Então cadastre-se no site ProfilePitStop.com e prepare o gogó. Com modelos prontos que imitam os formatos do iPod, do Walkman e até de uma fita K-7, o serviço publica arquivos MP3 nos seus scraps. Basta ter uma URL com o arquivo de som publicado e recortar e colar o código gerado pelo site.

Respeitar as regras das comunidades e fóruns de que você participa ajuda a conquistar seguidores e amigos. Tente escrever o português correto, jamais use caixa alta, economize nos penduricalhos, na assinatura e, antes de postar um tópico, confira se o assunto entrará no local certo e se ninguém já escreveu sobre isso antes.

FUJA DO TROLLING Ser polêmico ajuda a atrair atenção, mas cometer excessos pode queimar seu filme. Quem faz comentários ofensivos ou propositalmente provocantes é chamado de troll, em referência aos gnomos malignos, e não é raro ser ignorado ou banido das comunidades.

QUER SER MEU FÃ? Além dos perfis normais, o Facebook conta com páginas que servem como profile institucional de um blog, pessoa ou produto. Para criar um espaço como esse, acesse www. facebook.com/pages/create.php e siga as instruções. Depois de concluir o registro você já pode espalhar alertas pedindo para seus amigos tornarem-se fãs da sua página. Confira o tutorial completo em Ganhe fãs no Facebook , na página 25.

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dicas e tutoriais I produtividade

ORDEM NA BAGUNÇA Oito dicas para não perder tempo nem se estressar demais com as redes sociais POR JULIANO BARRETO

CONTROLADO 1 VÍCIO O uso excessivo de redes sociais come tempo e prejudica sua produtividade. Duvida? Instale o plug-in Keep an Eye (www.info.abril.com.br/downloads/keep-an-eye) no Firefox e veja as estatísticas de quantos minutos e horas você gastou em cada página. A partir do resultado, tente se programar para usar Twitter, orkut e companhia em uma janela limitada de tempo.

UM PARA TODOS 2

Quer espalhar um link em várias redes sociais de uma só vez? Use o Ping (www.info. abril.com.br/downloads/webware/ping-fm). O serviço é compatível com Facebook, MySpace, GTalk, Delicious, LinkedIn e várias outras. Também vale a pena cadastrar a conta do messenger, para tuitar direto do MSN.

TUDO DE UMA VEZ 3 LEIA O FriendFeed (www.info.abril.com.br/downloads/ webware/friendfeed) reúne todas as suas informações postadas em redes como Facebook, Twitter e Flickr. Usar o serviço e encontrar amigos que estão por lá poupa muito tempo. É possível separar as atualizações dos contatos em categorias e até encomendar um resumo dos posts mais importantes do dia.

© ILUSTRAÇÃO TATO ARAUJO

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+ UNFOLLOW 4 LISTAS O recurso de listas do Twitter não serve só para separar os contatos que você segue. Com as listas, você pode parar de seguir uma pessoa e mesmo assim continuar a ver seus tuítes.

QUIETINHO 5 TWITTER Uma forma de despoluir seu Twitter é separar os usuários tagarelas. Para tanto, repare que na página de cada perfil há um ícone de RSS. Basta copiar esse endereço para um leitor, como o Google Reader. Depois, deixe de seguir o mala e leia os posts dele só quando quiser.

MODERA COMENTÁRIOS 6 ROBÔ Sem tempo para moderar comentários do seu blog? Deixe o trabalho para o Intense Debate (www.info. abril.com.br/downloads/webware/intensedebate). O serviço possui um filtro de palavras proibidas para bloquear automaticamente posts indesejados.

SINCRONIZE AS SENHAS 7 Twitter, orkut, Last.FM, Blip.FM, Flickr... Se você é cadastrado em mais de uma dezena de sites, deve precisar de ajuda para lembrar suas senhas. A ferramenta ideal para isso é o Xmarks (www.info.abril.com. br/downloads/xmarks-3). Compatível com os principais browsers, ele guarda seus dados na web e permite sincronizar as senhas em diferentes máquinas.

MENOS MALA 8 ORKUT Após tantas novidades, o orkut ficou meio pentelho: ele avisa sobre qualquer coisinha que seus amigos fizeram. Para ver apenas o que interessa, vá até Configurações e clique na aba Notificações. Lá, escolha como quer ser avisado sobre as atividades do seu contato ou se nem quer saber delas.

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dicas d icccas a Ie extensão xte te ensão nsão p para ara o Chrome

SEU PRIMEIRO PLUG-IN

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Veja como criar sua própria extensão para acompanhar os trending topics do Twitter no Chrome POR LUIZ CRUZ E JULIANO BARRETO

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ecém-inaugurada, a galeria de extensões para o Chrome está pipocando de novidades. Em três meses, já são mais de 3 300 plug-ins. Parte do sucesso se deve ao poder magnético da marca Google. Mas é inegável o bom trabalho da empresa ao oferecer uma plataforma onde é fácil desenvolver as extensões e que se integra a outras APIs abertas. Para mostrar como produzir seu próprio complemento para o navegador, o INFOLAB criou uma extensão que busca os trending

© ILUSTRAÇÃO CATIA HERREIRO

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topics do Twitter e exibe uma lista com os dez termos mais usados. Para criar a extensão, é necessário algum conhecimento de HTML, JavaScript e CSS, além de um editor de código, como o gratuito Notepad++ (www.info.abril.com.br/downloads/notepad-5-6). Para que você não precise copiar o código, baixe a extensão com o código-fonte comentado (www.info. abril.com.br/downloads/info-trends). Use-a como referência para acompanhar o tutorial. Pronto para criar sua primeira extensão para o Chrome?

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ESTRUTURA 1 AO primeiro passo é criar um diretório chamado INFO_Trends. Dentro dele, crie dois arquivos de texto. Um deles deve se chamar manifest.json, e o outro, trends.html. O conteúdo do manifest.json descreve a versão da extensão, o autor, as permissões de execução e quais são os nomes dos arquivos com os ícones. No código, declaramos o arquivo trends.html como o principal da extensão, pela diretiva popup. É importante entender também a diretiva permissions. Ela especifica os recursos que serão acessados pela extensão.

COM TWITTER 2 PARCERIA O trends.html fará uma requisição à API de busca do Twitter. Você deve usar, por padrão, JavaScript, CSS e HTML nesse arquivo. Dentro da tag <script> você verá a requisição para pegar os termos mais postados do Twitter, via API. A seguir, alguns comentários sobre as principais linhas do código:

Neste trecho, é feita uma requisição do tipo XHR (XMLHttpRequest) para consultar a API do Twitter em busca dos trending topics

Aqui é feito o tratamento da resposta. Os dados no formato JSON (JavaScript Object Notation) são convertidos para HTML

A parte final cuida da apresentação e da formatação do resultado que será mostrado pela extensão

<html> <style> body {min-width:150px;text-align:left;fontfamily:Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px;color:#333;overflow-x:hidden; padding:10; margin:0} </style> <script> chrome.tabs.getSelected(null, function(tab) {var xhr = new XMLHttpRequest(); xhr.open ("GET", "http://search.twitter.com/trends. json?exclude=hashtags", true); xhr.onreadystatechange = function() { if (xhr.readyState == 4) {var json_twitter = JSON. parse(xhr.responseText); var resposta = " "; for (var i=0; i<10;i++) { resposta += "<a href=\""+json_twitter. trends[i].url+"\" target=\"_blank\">"+json_twitter. trends[i].name+"</a><br/>"; } document.getElementById('divresposta').innerHTML = resposta; }} xhr.send(); }); </script> <body> <a href="http://search.twitter.com" target="_blank"> <img src="icons/twitter-logo-large.png" width="100"/></a><br/><br/> <div id="divresposta"></div> </body>

CARA DA 3 AEXTENSÃO Para começar, são necessários ícones quadrados de quatro tamanhos diferentes: 16 por 16, 32 por 32, 48 por 48 e 128 por 128 pixels. O menor é o ícone que é exibido na barra do lado direito do navegador. Já o maior é usado durante a instalação da extensão. Os outros dois são utilizados na lista das extensões instaladas e no site do repositório oficial do Google, que fica em https://chrome. google.com/extensions. Crie os ícones e coloque-os na pasta icons, dentro do diretório INFO_Trends.

GERAL 4 ENSAIO Para testar a extensão, abra o Chrome e tecle chrome:// extensions. Clique em Developer Mode. Pressione o botão Load Unpacked Extension e selecione o diretório INFO_Trends. Depois, é só clicar no ícone que você criou para ver o resultado. Para gerar a extensão no formato CRX, e, assim, poder distribuí-la, use o botão Pack Extension.

DO 5 HORA LANÇAMENTO Para publicar sua extensão no diretório oficial do Chrome, basta compactar a pasta no padrão Zip e acessar https://chrome.google.com/ extensions/developer/dashboard . Será preciso enviar o arquivo e preencher informações como texto, link e imagem.

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segurança I ameaças

VOCÊ ESTÁ PROTEGIDO? As redes sociais também escondem uma série de ameaças

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s cibercrimosos vão para onde as pessoas estão. Nenhuma novidade, portanto, que as ameaças à segurança tenham chegado com tudo às redes sociais. Nesses ambientes, spammers e phishers exploram técnicas de engenharia social para induzir internautas a clicar em links que levam para sites falsos e a fornecer dados confidenciais. “É importante que os usuários evitem clicar em links de mensagens suspeitas e páginas desconhecidas de redes sociais”, afirma Camillo Di Jorge, gerente geral da empresa de soluções de segurança ESET. Para ele, além de usar ferramentas com recursos de detecção proativa, a prudência é fundamental para reduzir os riscos. Segundo demonstram estudos das empresas do setor, a ingenuidade ainda impera. A Check Point, por exemplo, fez uma simulação de um ataque de phishing e comprovou que 35% da sua amostra estaria em apuros se o ataque fosse real. Com um perfil falso e anônimo do Facebook, a empresa distribui um e-mail com a frase “venha ver minhas fotos mais recentes”. Truque manjado, não é mesmo? Mesmo assim, 71 dos 200 usuários que a recebe-

© FOTO ANTONIO JIMÉNEZ ALONSO

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ram clicaram no link para matar a curiosidade. A empresa também comprovou que muitos usuários deixam abertos dados de seus perfis que podem ser facilmente explorados por crackers. Para a BitDefender, um grande problema são os jogos sociais. O motivo é simples: como o jogador quer aumentar sua comunidade, ele aceita adicionar qualquer perfil sem pensar muito no perigo. O estudo da BitDefender concluiu que as contas falsas mais bem-sucedidas são as que imitam perfis verdadeiros — ou seja, incluem muitas informações e fotos. Para confirmar essa suspeita, a empresa criou três perfis falsos com diferentes graus de detalhamento. Uma hora depois de esses perfis terem sido colocados na categoria de grupos de interesse geral e de algumas pessoas serem adicionadas, as redes de amigos aumentaram em 23, 47 e 53 conexões — o que gerou menor interesse foi o perfil sem foto e com pouquíssimas informações, enquanto o mais recheado de dados atraiu mais seguidores. Quando os perfis se juntaram a grupos de jogos sociais, o interesse cresceu ainda mais — o número de novas adesões foi de 85, 108 e 111 em apenas 24 horas.

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ccomportamento omportamento I presença na web

FAMA

ANONIMATO

O YouTube, o Twitter e os blogs vêm criando celebridades instantâneas na web. Mas você quer toda essa exposição? POR RENATA LEAL

A

palavra fama nunca esteve tão ao alcance de cada um de nós — ao mesmo tempo em que o anonimato se torna um conceito cada vez mais distante. YouTube, blogs, Twitter, orkut, Facebook, MySpace. A internet pode levar qualquer desconhecido ao estrelato instantaneamente. Aquele videozinho amador que era mostrado apenas aos amigos em casa ganhou projeção no YouTube. As opiniões polêmicas do fim de sábado num bar agora estampam blogs e perfis no Twitter. Músicas que nunca tocavam em rádios estão nas paradas do MySpace. Conseguir se destacar na web pode ser a garantia de sucesso pessoal e até financeiro. “Todo mundo quer ser uma celebridade” é uma das máximas de Steve Chen, um dos fundadores do YouTube. Ao mesmo tempo em que nos expomos mais, nossos dados ficam mais vulneráveis. Por isso, aumentam as medidas de proteção à privacidade em redes sociais como Facebook e orkut. O jovem estudante Felipe Xafranski, de 20 anos, tinha uma música de sua autoria no MySpace, num perfil criado por um amigo.

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ccomportamento omportamento I presença na web

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ANONIMATO

O YouTube, o Twitter e os blogs vêm criando celebridades instantâneas na web. Mas você quer toda essa exposição? POR RENATA LEAL

A

palavra fama nunca esteve tão ao alcance de cada um de nós — ao mesmo tempo em que o anonimato se torna um conceito cada vez mais distante. YouTube, blogs, Twitter, orkut, Facebook, MySpace. A internet pode levar qualquer desconhecido ao estrelato instantaneamente. Aquele videozinho amador que era mostrado apenas aos amigos em casa ganhou projeção no YouTube. As opiniões polêmicas do fim de sábado num bar agora estampam blogs e perfis no Twitter. Músicas que nunca tocavam em rádios estão nas paradas do MySpace. Conseguir se destacar na web pode ser a garantia de sucesso pessoal e até financeiro. “Todo mundo quer ser uma celebridade” é uma das máximas de Steve Chen, um dos fundadores do YouTube. Ao mesmo tempo em que nos expomos mais, nossos dados ficam mais vulneráveis. Por isso, aumentam as medidas de proteção à privacidade em redes sociais como Facebook e orkut. O jovem estudante Felipe Xafranski, de 20 anos, tinha uma música de sua autoria no MySpace, num perfil criado por um amigo.

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Era uma página como milhares de outras, mas teve um boom instantâneo. “Eu estava em casa. Quando fui jantar, estava normal. Ao voltar, a página tinha pulado para 20 000 acessos”, diz. Sua canção Fake Reality foi parar no canal MTV e subiu rapidamente ao topo das paradas na TV. O catarinense de Lages acabava de ficar famoso, em minutos. Hoje, seu perfil no MySpace ultrapassa 4,4 milhões de exibições, e Xafranski recebe mensagens de seguidores de diversos países. “Seria impossível fazer isso sem a internet”, diz. Antes do sucesso, o estudante de jornalismo escreveu um livro, recém-publicado. Em Como se Tornar Popular: um Guia pra Galera Marcar Presença no Mundo Real e Virtual, ele dá dicas práticas, que ajudam especialmente o público jovem a superar algo que o incomodava, a timidez. “Talvez eu precisasse comprar o livro uns anos atrás. Eu era muito tímido e não falava com ninguém”, diz. Agora os clipes de suas canções fazem sucesso virtual e na TV. O desejo da fama tem sido mais notado nas novas gerações. Pesquisas nos Estados Unidos e na Inglaterra apontaram que ser famoso ou se tornar uma celebridade é resposta recorrente quando os jovens são perguntados sobre o que seria a melhor coisa do mundo. “O desejo de ser celebridade, porém, não é criado pela internet, mas ela o potencializa ao oferecer as ferramentas para isso. Tudo fica mais rápido e com alcance geométrico, se comparado a outros períodos históricos”, afirma Rosa Maria Farah, coordenadora

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ANONIMATO EM RISCO Você protegeu seus dados, mas não está livre de aparecer em: Vídeos de câmeras e, principalmente, celulares Google Street View

O cantor Felipe Xafranski: do MySpace direto para a MTV

Fotos dos amigos em álbuns online

do Núcleo de Pesquisas da Psicologia da Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A fama, que no passado estava ligada ao reconhecimento público do domínio de um tema ou a feitos extraordinários, agora está mais acessível — e também banal. “Os heróis desempenhavam o papel de ser exemplos, eram reconhecidos por seus feitos. Hoje, as celebridades são ídolos do consumo”, diz Alex Primo, pesquisador de cibercultura e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ao conferir diversos graus de fama às pessoas, a sociedade mudou o conceito da palavra. Agora se percebe mais o desejo da fama pela fama. Segundo o filósofo britânico Mark Rowlands, importa mais saber que alguém é famoso e menos por que ele é famoso. O sociólogo inglês Chris Rojek defende em seu livro Celebridade alguns tipos básicos: a celebridade conferida é aquela que decorre da família, como a realeza inglesa. A celebridade adquirida surge em realizações pessoais, como as conquistas em jogos olímpicos ou em copas do mundo. Já a ce-

lebridade atribuída aparece de repente, com personagens de vídeos virais ou participantes de reality shows, também chamados de celetoides. Há ainda outro tipo de fama, que decorre do conhecimento específico, o renome. Nele, o famoso é reconhecido por um grupo pequeno, mas vira ídolo.

QUERO SER CELEBRIDADE! O caminho de quem quer ganhar notoriedade e reconhecimento da sociedade exige disciplina. “É difícil alcançar a fama voluntariamente. A maior par-

A WEB FAZ A FAMA Com blogs, fotologs, redes sociais e vídeos, eles viraram celebridades instantâneas na internet:

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Tila Tequila A bela ficou conhecida no MySpace, onde tem mais de 3 milhões de amigos. Gravou alguns singles com clipes distribuídos no YouTube. Fez fotos para revistas masculinas. Agora também é modelo e atriz.

Perez Hilton Mario Lavandeira Jr. mantém um blog com posts ácidos sobre celebridades de Hollywood. Processado várias vezes, ganhou uma causa contra a socialite Paris Hilton, que pedia que ele mudasse o pseudônimo.

Tay Zonday Com esse pseudônimo, Adam Bahner ficou famoso pelo vídeo Chocolate Rain, já visto mais de 50 milhões de vezes no YouTube. A fama rendeu a ele alguns comerciais para a TV.

© FOTOS 1 HANS PETER 2 DIVULGAÇÃO

Stefhany A cantora piauiense Stefhany fez sucesso com seu clipe Stefhany Absoluta, em que aparece a bordo de um CrossFox. O vídeo a projetou para o Brasil e foi visto mais de 1,7 milhões de vezes.

Ximbica Ximbica é uma estrela recente da web nacional. É uma personagem que estrela uma série dentro do jogo The Sims e representa uma apresentadora infantil. Ganhou vida fora da internet e faz shows.

Lucas Celebridade Lucas Brito faz tudo pela fama e sonha participar de um reality show. Seu blog faz sucesso com fotos dos eventos da cidade de Luzilândia, no Piauí, e de seus ensaios sensuais temáticos.

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Era uma página como milhares de outras, mas teve um boom instantâneo. “Eu estava em casa. Quando fui jantar, estava normal. Ao voltar, a página tinha pulado para 20 000 acessos”, diz. Sua canção Fake Reality foi parar no canal MTV e subiu rapidamente ao topo das paradas na TV. O catarinense de Lages acabava de ficar famoso, em minutos. Hoje, seu perfil no MySpace ultrapassa 4,4 milhões de exibições, e Xafranski recebe mensagens de seguidores de diversos países. “Seria impossível fazer isso sem a internet”, diz. Antes do sucesso, o estudante de jornalismo escreveu um livro, recém-publicado. Em Como se Tornar Popular: um Guia pra Galera Marcar Presença no Mundo Real e Virtual, ele dá dicas práticas, que ajudam especialmente o público jovem a superar algo que o incomodava, a timidez. “Talvez eu precisasse comprar o livro uns anos atrás. Eu era muito tímido e não falava com ninguém”, diz. Agora os clipes de suas canções fazem sucesso virtual e na TV. O desejo da fama tem sido mais notado nas novas gerações. Pesquisas nos Estados Unidos e na Inglaterra apontaram que ser famoso ou se tornar uma celebridade é resposta recorrente quando os jovens são perguntados sobre o que seria a melhor coisa do mundo. “O desejo de ser celebridade, porém, não é criado pela internet, mas ela o potencializa ao oferecer as ferramentas para isso. Tudo fica mais rápido e com alcance geométrico, se comparado a outros períodos históricos”, afirma Rosa Maria Farah, coordenadora

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ANONIMATO EM RISCO Você protegeu seus dados, mas não está livre de aparecer em: Vídeos de câmeras e, principalmente, celulares Google Street View

O cantor Felipe Xafranski: do MySpace direto para a MTV

Fotos dos amigos em álbuns online

do Núcleo de Pesquisas da Psicologia da Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A fama, que no passado estava ligada ao reconhecimento público do domínio de um tema ou a feitos extraordinários, agora está mais acessível — e também banal. “Os heróis desempenhavam o papel de ser exemplos, eram reconhecidos por seus feitos. Hoje, as celebridades são ídolos do consumo”, diz Alex Primo, pesquisador de cibercultura e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ao conferir diversos graus de fama às pessoas, a sociedade mudou o conceito da palavra. Agora se percebe mais o desejo da fama pela fama. Segundo o filósofo britânico Mark Rowlands, importa mais saber que alguém é famoso e menos por que ele é famoso. O sociólogo inglês Chris Rojek defende em seu livro Celebridade alguns tipos básicos: a celebridade conferida é aquela que decorre da família, como a realeza inglesa. A celebridade adquirida surge em realizações pessoais, como as conquistas em jogos olímpicos ou em copas do mundo. Já a ce-

lebridade atribuída aparece de repente, com personagens de vídeos virais ou participantes de reality shows, também chamados de celetoides. Há ainda outro tipo de fama, que decorre do conhecimento específico, o renome. Nele, o famoso é reconhecido por um grupo pequeno, mas vira ídolo.

QUERO SER CELEBRIDADE! O caminho de quem quer ganhar notoriedade e reconhecimento da sociedade exige disciplina. “É difícil alcançar a fama voluntariamente. A maior par-

A WEB FAZ A FAMA Com blogs, fotologs, redes sociais e vídeos, eles viraram celebridades instantâneas na internet:

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Tila Tequila A bela ficou conhecida no MySpace, onde tem mais de 3 milhões de amigos. Gravou alguns singles com clipes distribuídos no YouTube. Fez fotos para revistas masculinas. Agora também é modelo e atriz.

Perez Hilton Mario Lavandeira Jr. mantém um blog com posts ácidos sobre celebridades de Hollywood. Processado várias vezes, ganhou uma causa contra a socialite Paris Hilton, que pedia que ele mudasse o pseudônimo.

Tay Zonday Com esse pseudônimo, Adam Bahner ficou famoso pelo vídeo Chocolate Rain, já visto mais de 50 milhões de vezes no YouTube. A fama rendeu a ele alguns comerciais para a TV.

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Stefhany A cantora piauiense Stefhany fez sucesso com seu clipe Stefhany Absoluta, em que aparece a bordo de um CrossFox. O vídeo a projetou para o Brasil e foi visto mais de 1,7 milhões de vezes.

Ximbica Ximbica é uma estrela recente da web nacional. É uma personagem que estrela uma série dentro do jogo The Sims e representa uma apresentadora infantil. Ganhou vida fora da internet e faz shows.

Lucas Celebridade Lucas Brito faz tudo pela fama e sonha participar de um reality show. Seu blog faz sucesso com fotos dos eventos da cidade de Luzilândia, no Piauí, e de seus ensaios sensuais temáticos.

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Você é popular? AVALIE SEUS MEGABYTES DE FAMA

1,5 MB > Você não quer ser anônimo, mas também não almeja o estrelato 15 MB > Seu número de seguidores no Twitter é alto e seu blog é referência num tema 150 MB > Celebridade por um vídeo no YouTube, você já pensa em como alimentar a fama instantânea

O humorista Rafinha Bastos: a web impulsionou o sucesso na TV

te das pessoas tem seu 1,5 MB de fama. Uma parte alcança os 15 MB, mas chegar aos 150 MB é raro”, diz Bob Wollheim, sócio-fundador da produtora Sixpix e um veterano na web brasileira. Segundo ele, quem produz algum conteúdo costuma estar na base dessa escala. Os que se destacam sobem ao degrau dos 15 MB e as celebridades instantâneas são lançadas direto aos 150 MB. Isso, muitas vezes, ocorre por acaso. “Para cada um que faz sucesso, há outros milhares tentando”, diz. A maioria das microcelebridades se torna conhecida por vídeos que viralizam por motivos nem sempre determinados. “É mais uma consequência do que uma causa”, afirma Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da Universidade de São Paulo. Quem quer tentar a fama por meios próprios, sem contar com o acaso dos virais, deve primeiro responder a uma pergunta essencial: por que quero fazer sucesso? “É preciso ser criativo e produzir algo realmente diferente”, diz Rafinha Bastos, de 33 anos, um dos integrantes do programa CQC . Antes do sucesso atual na TV, ele construiu boa parte de sua carreira na internet e nos palcos, com humor stand-up. Fazia sucesso com seu site Página do Rafinha e com vídeos no YouTube. Rafinha tem hoje um dos perfis mais seguidos do Twitter no Brasil (em abril eram 715 000) e é conhecido pela polêmica. “Nunca falei nada para ser polêmico. Minha vontade é ser autêntico”, afirma. Ele diz que não vê problema em ser julgado por seus tuítes. “Quero que minha opinião seja ouvida. Isso faz parte da celebrização. O fato de não gostarem

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da minha opinião não me agride.” Ele ressalta a importância da internet na descoberta de novos talentos. “Que bom que existe a web para alçar as pessoas a celebridades e tornar seu trabalho mais conhecido”, diz. Para ampliar seu sucesso, as celebridades da internet precisam das outras mídias. A cantora piauiense Stefhany era conhecida apenas em seu estado até o clipe Stefhany Absoluta bombar na internet, no começo do ano passado. A cantora ganhou projeção e acabou se apresentando num programa dominical na TV. “As celebridades da web dependem da transição para a mídia de massa”, diz o pesquisador Alex Primo, da UFRGS. Com apresentações em várias atrações da TV, o número de shows aumentou e ela, de quebra, ganhou o CrossFox com que sonhava em uma de suas músicas. Talvez se tivesse ficado apenas na internet, os resultados não fossem tão promissores.

RECONHECIMENTO PÚBLICO Quem quer ter seu trabalho reconhecido por um determinado grupo, mas não quer ser exatamente uma celebridade, pode investir em conhecimento em busca de renome. É preciso analisar os pontos fortes e a principal área de interesse e especialização. Por isso, vale investir no marketing pessoal para se fazer notar. “A pessoa precisa ter clareza de como quer ser percebida na internet, do que norteia suas ações”, afirma Irene Azevedo, da consultoria de recursos humanos DBM. No Twitter, principalmente, é comum encontrar pessoas que postam sempre sobre os mesmos temas, tornando-se referências a seguir. © FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

Uma dessas referências na área de tecnologia é Fabio Akita, de 32 anos, autor do blog Akita on Rails. Autor do primeiro livro sobre Ruby on Rails em português, ele ajudou a formar a comunidade nacional para discutir sobre a linguagem, em 2006. Seu blog fomenta discussões e Akita virou autoridade nacional no assunto. Nos últimos dois anos, deu mais de 50 palestras. “Quando fazemos algo em benefício próprio, mas que também ajuda os outros, ganhamos mais experiência”, diz. “Eu tinha na cabeça que poderia ser uma referência nisso. Todas as ações que faço são porque quero.”

FAMOSO, EU? Longe dos que querem ficar famosos está um grande grupo de pessoas que prefere uma vida normal, fora do extremo das celebridades. Alguns querem apenas preservar informações pessoais — aquela foto de biquíni na praia ou a brincadeira com os filhos no parque — enquanto outros são anônimos digitais, que não veem graça nas redes sociais, em blogs ou no Twitter. “Entre 1% e 2% das pessoas geram conteúdo; 10% repassam e outros apenas observam”, diz Marcelo Trípoli, presidente da agência de marketing digital iThink, especializada em ações publicitárias para a web. Bob Wollheim concorda: “95% das pessoas postam coisas apenas para os amigos”. Quantos vídeos você já colocou no YouTube? Algum deles tinha a intenção de levá-lo ao estrelato? De fato, pouquíssimas pessoas responderão sim à pergunta. Atentas a isso, as redes sociais estão aumentando seus níveis de privacidade, determinando níveis de acesso a seu perfil. As alterações no

1 bilhão de vídeos são exibidos diariamente no YouTube no mundo — média de um vídeo por pessoa que acessa a web FONTE: YOUTUBE

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Você é popular? AVALIE SEUS MEGABYTES DE FAMA

1,5 MB > Você não quer ser anônimo, mas também não almeja o estrelato 15 MB > Seu número de seguidores no Twitter é alto e seu blog é referência num tema 150 MB > Celebridade por um vídeo no YouTube, você já pensa em como alimentar a fama instantânea

O humorista Rafinha Bastos: a web impulsionou o sucesso na TV

te das pessoas tem seu 1,5 MB de fama. Uma parte alcança os 15 MB, mas chegar aos 150 MB é raro”, diz Bob Wollheim, sócio-fundador da produtora Sixpix e um veterano na web brasileira. Segundo ele, quem produz algum conteúdo costuma estar na base dessa escala. Os que se destacam sobem ao degrau dos 15 MB e as celebridades instantâneas são lançadas direto aos 150 MB. Isso, muitas vezes, ocorre por acaso. “Para cada um que faz sucesso, há outros milhares tentando”, diz. A maioria das microcelebridades se torna conhecida por vídeos que viralizam por motivos nem sempre determinados. “É mais uma consequência do que uma causa”, afirma Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da Universidade de São Paulo. Quem quer tentar a fama por meios próprios, sem contar com o acaso dos virais, deve primeiro responder a uma pergunta essencial: por que quero fazer sucesso? “É preciso ser criativo e produzir algo realmente diferente”, diz Rafinha Bastos, de 33 anos, um dos integrantes do programa CQC . Antes do sucesso atual na TV, ele construiu boa parte de sua carreira na internet e nos palcos, com humor stand-up. Fazia sucesso com seu site Página do Rafinha e com vídeos no YouTube. Rafinha tem hoje um dos perfis mais seguidos do Twitter no Brasil (em abril eram 715 000) e é conhecido pela polêmica. “Nunca falei nada para ser polêmico. Minha vontade é ser autêntico”, afirma. Ele diz que não vê problema em ser julgado por seus tuítes. “Quero que minha opinião seja ouvida. Isso faz parte da celebrização. O fato de não gostarem

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da minha opinião não me agride.” Ele ressalta a importância da internet na descoberta de novos talentos. “Que bom que existe a web para alçar as pessoas a celebridades e tornar seu trabalho mais conhecido”, diz. Para ampliar seu sucesso, as celebridades da internet precisam das outras mídias. A cantora piauiense Stefhany era conhecida apenas em seu estado até o clipe Stefhany Absoluta bombar na internet, no começo do ano passado. A cantora ganhou projeção e acabou se apresentando num programa dominical na TV. “As celebridades da web dependem da transição para a mídia de massa”, diz o pesquisador Alex Primo, da UFRGS. Com apresentações em várias atrações da TV, o número de shows aumentou e ela, de quebra, ganhou o CrossFox com que sonhava em uma de suas músicas. Talvez se tivesse ficado apenas na internet, os resultados não fossem tão promissores.

RECONHECIMENTO PÚBLICO Quem quer ter seu trabalho reconhecido por um determinado grupo, mas não quer ser exatamente uma celebridade, pode investir em conhecimento em busca de renome. É preciso analisar os pontos fortes e a principal área de interesse e especialização. Por isso, vale investir no marketing pessoal para se fazer notar. “A pessoa precisa ter clareza de como quer ser percebida na internet, do que norteia suas ações”, afirma Irene Azevedo, da consultoria de recursos humanos DBM. No Twitter, principalmente, é comum encontrar pessoas que postam sempre sobre os mesmos temas, tornando-se referências a seguir. © FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

Uma dessas referências na área de tecnologia é Fabio Akita, de 32 anos, autor do blog Akita on Rails. Autor do primeiro livro sobre Ruby on Rails em português, ele ajudou a formar a comunidade nacional para discutir sobre a linguagem, em 2006. Seu blog fomenta discussões e Akita virou autoridade nacional no assunto. Nos últimos dois anos, deu mais de 50 palestras. “Quando fazemos algo em benefício próprio, mas que também ajuda os outros, ganhamos mais experiência”, diz. “Eu tinha na cabeça que poderia ser uma referência nisso. Todas as ações que faço são porque quero.”

FAMOSO, EU? Longe dos que querem ficar famosos está um grande grupo de pessoas que prefere uma vida normal, fora do extremo das celebridades. Alguns querem apenas preservar informações pessoais — aquela foto de biquíni na praia ou a brincadeira com os filhos no parque — enquanto outros são anônimos digitais, que não veem graça nas redes sociais, em blogs ou no Twitter. “Entre 1% e 2% das pessoas geram conteúdo; 10% repassam e outros apenas observam”, diz Marcelo Trípoli, presidente da agência de marketing digital iThink, especializada em ações publicitárias para a web. Bob Wollheim concorda: “95% das pessoas postam coisas apenas para os amigos”. Quantos vídeos você já colocou no YouTube? Algum deles tinha a intenção de levá-lo ao estrelato? De fato, pouquíssimas pessoas responderão sim à pergunta. Atentas a isso, as redes sociais estão aumentando seus níveis de privacidade, determinando níveis de acesso a seu perfil. As alterações no

1 bilhão de vídeos são exibidos diariamente no YouTube no mundo — média de um vídeo por pessoa que acessa a web FONTE: YOUTUBE

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Fabio Akita: conhecimento em Ruby on Rails o tornou referência no tema

Facebook são recentes e o próprio Mark Zuckerberg, fundador da rede, teve suas fotos pessoais divulgadas por acaso quando as regras foram alteradas. Lá estava ele sentado no sofá e dando risada com amigos. No orkut, é possível determinar nome por nome quem vê cada álbum de fotos. Rafinha Bastos também se preocupa com sua privacidade. “Coloco fotos minhas até sentado no vaso, mas nem por isso preciso expor minha mulher”, diz. Ele fica atento para não revelar com antecedência o que está fazendo no programa CQC, para não diminuir o interesse dos telespectadores nem atrapalhar as reportagens. O psicólogo Dante Marino Malavazzi, de 27 anos, também tem uma preocupação profissional para não se expor em redes sociais. Suas informações pessoais amplamente divulgadas poderiam atrapalhar o vínculo com os pacientes. Mas não é só por isso que ele nunca usou o orkut, o Facebook ou o Twitter. “Fico menos exposto e tenho margem para ser mais seletivo”, diz. Para ele, o anonimato não foi exatamente uma opção consciente, mas uma consequência de ser uma pessoa reservada. Ele até usa o MSN, mas apenas no modo invisível, para falar só com quem precisa. “Reconheço que as redes sociais podem ser bacanas, mas o custo delas para mim é negativo. Por isso, prefiro e-mails ou mensagens no celular”, afirma.

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TUÍTES ANÔNIMOS Em certas situações, é preciso proteger mais que a privacidade. É quase como se tornar invisível na web. É o caso do perfil Boca de Sabão no Twitter. Escrito por um grupo de até dez oficiais e praças da Polícia Militar do Rio de Janeiro, ele recebe e divulga denúncias da tropa contra seus superiores. Segundo um dos organizadores, havia uma demanda reprimida por denúncias anônimas. Apenas alguns dos membros se conhecem pessoalmente e nem todos têm a senha do perfil no Twitter. “Fora desse núcleo, temos colaboradores credenciados como fontes para checar as denúncias”, diz um dos membros. Para não correr o risco de ser identificada, a pessoa posta sempre no Twitter em locais públicos, por redes Wi-Fi abertas ou em lan houses. Como o perfil não é bem-visto pelo comando da polícia, os membros envolvidos correm o risco de ser expulsos caso sejam pegos. “Se alguém for descoberto, tentarão excluí-lo da Polícia. Mas isso é algo para a Justiça julgar se realmente nosso serviço é criminoso ou se criminoso é quem aparece em nosso Twitter”, afirma. Dos cerca de 20 e-mails recebidos diariamente pelo Boca de Sabão, dois ou três são aproveitados. E você, está mais para a fama ou para o anonimato?

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comportamento I carreira

QUAL É A SUA REPUTAÇÃO? Como descobrir se a sua imagem profissional na Internet é positiva ou se queima o filme POR KÁTIA ARIMA

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que as pessoas estão dizendo sobre mim na internet? Para matar a dúvida, o desenvolvedor de software Eduardo Menoncello, de 29 anos, configura o Google Alerts para enviar por e-mail as informações referentes ao seu nome. Há pouco tempo, ele se surpreendeu com a citação do seu nome na página principal da comunidade de desenvolvedores da Microsoft. “Foi uma boa surpresa. Todos devemos checar a reputação online, principalmente para protegê-la”, diz. Menoncello mantém dois blogs pra discutir assuntos profissionais, o sucessoativo.com.br e o pensando.net. “Isso me traz bons contatos e já rendeu propostas de emprego.” Além da simples busca com o próprio nome, há outras formas de obter pistas para saber se você anda exibindo uma imagem positiva ou não na internet. Criar um blog para falar sobre sua área de atuação profissional, como fez Menoncello, pode dar um impulso na carreira. Uma das métricas que indicam que o blog tem uma boa reputação são os links que vêm de outros blogs, os incoming links. Para checar, basta digitar no Google “link:” e a URL do seu blog. “Também é importante que o blog te-

nha atualização constantemente, um bom número de assinantes do RSS e que o blogueiro dê atenção aos leitores”, afirma Alessandro Barbosa, CEO da E.Life, empresa que acompanha a reputação de marcas e nomes de executivos nas redes sociais. No Twitter, o número de seguidores e de retuítes é um bom índice quantitativo da reputação online. Mas a informação que reflete qualitativamente sua imagem, segundo Barbosa, é a inclusão do seu perfil em listas de boa reputação. Para verificar onde seu perfil está listado, clique em “lists”, que fica no canto direito do seu perfil. Outra ferramenta útil para o tuiteiro é o Twittercounter.com, para verificar se muitas pessoas estão deixando de segui-lo. Para não queimar a reputação, também é importante ficar de olho se não andam aparecendo perfis falsos em alguma rede social. “Já pedimos para o Google retirar perfis falsos de executivos e fomos atendidos em dois ou três dias”, diz Barbosa. Edney Souza, sócio da Pólvora Comunicação, assina tags do seu nome no YouTube, Flickr e Delicious e recebe as informações no Google Reader. Ao perceber comentários negativos, ele não costuma entrar no de-

bate. “Em 90% das provocações, o melhor é não responder, pois você acaba dando mais visibilidade para o comentário negativo. Melhor é publicar informações interessantes para que elas apareçam mais”, diz.

Menocello: alertas por e-mail quando seu nome é citado na web

ESPIADINHA BÁSICA Na opinião dos headhunters, o profissional precisa saber a dose certa entre se expor e se preservar. “As redes sociais, blogs e outras ferramentas da web promovem uma troca rica e permitem aos profissionais mostrar suas competências. Ninguém pode mais ficar fora disso, mas é preciso ter cuidado para não expor demais informações pessoais”, diz Patrícia Epperlein, sócia-diretora da RH Mariaca. Na Abrahams Executive Search, especializada em recrutamento de executivos, os consultores fazem uma pesquisa básica na internet para buscar referências sobre o profissional sondado. “É claro que eles olham o orkut, Facebook e LinkedIn para saber os relacionamentos e interesses”, diz Jeffrey Abrahams, sócio da empresa. Na consultoria ASAP, os recrutadores também fazem a busca, mas somente com os finalistas a uma vaga. Empresas como a HP e a IBM mantêm um código de conduta. Apesar de incentivar a disseminação de conhecimento pelas redes sociais, a HP tem uma regra que proíbe o funcionário de comentar uma proposta de negócio em qualquer ambiente, seja em rodas de amigos, seja em um blog, segundo Regina Macedo, diretora de marketing corporativo. Na IBM, cerca de 20% da força de trabalho participa de blogs. Segundo Mauro Segura, diretor de comunicação e marketing, até hoje foram registrados dois casos de comportamento indevido. Um deles foi a publicação de conteúdo da intranet no YouTube sem autorização.

O segundo caso foi de uma funcionária que fez um comentário no seu blog ironizando uma decisão da IBM. Ninguém foi demitido. “Acreditamos que a ação correta não é a punição, e sim a educação”, diz Segura. O problema é quando um conteúdo queima-filme se espalha. A professora Jaqueline de Carvalho dos Santos, de 26 anos, foi demitida da escola onde trabalhava por conta de um vídeo online em que aparece dançando sensualmente. “Procurei trabalho em outras escolas e não tive sucesso. Foi culpa do vídeo”, diz. Pelo menos ela revelou um talento: hoje é dançarina da banda O Troco, que se apresentava no dia da gravação do vídeo que se espalhou na web.

BEM NA FITA FAIL TWITTER

Veja se você anda contribuindo para a sua boa reputação online

Exemplos de tuítes que estragam a reputação profissional (e, em alguns casos, o bom português):

■ Tenho muitos seguidores

■ “Entendeu ou quer que eu desenhe? Minha chefe é tão burra que precisa de desenho e gráficos para entender as coisas!”

de boa reputação no Twitter e meu perfil está incluído em listas de boa imagem. ■ Seleciono bem meus contatos nas redes sociais e compartilho com eles apenas informações

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■ “Eu matei trampo quase o dia inteiro, vou lá no arquivo pra mexer um pouco na mesa e mostrar serviço...”

■ “xeguei no trampo... to cansado..tonto.. bebado..lezado....axo q vou pegar folga na parte da tarde”

■ “Tomara que eu passe mal de verdade, tenha que voltar pra casa e fique uma semana de molho. #odeio meuemprego”

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

profissionais não confidenciais. ■ Evito criticar pessoas e empresas sem bons argumentos. ■ Tenho um blog atualizado para falar da minha área e dou atenção aos leitores.

Meu blog recebe links de outros blogs e tem muitos assinantes do RSS. ■ Quando sou alvo de uma provocação, respondo só quando tenho informações adicionais que vão mudar a impressão dos internautas.

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comportamento I carreira

QUAL É A SUA REPUTAÇÃO? Como descobrir se a sua imagem profissional na Internet é positiva ou se queima o filme POR KÁTIA ARIMA

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que as pessoas estão dizendo sobre mim na internet? Para matar a dúvida, o desenvolvedor de software Eduardo Menoncello, de 29 anos, configura o Google Alerts para enviar por e-mail as informações referentes ao seu nome. Há pouco tempo, ele se surpreendeu com a citação do seu nome na página principal da comunidade de desenvolvedores da Microsoft. “Foi uma boa surpresa. Todos devemos checar a reputação online, principalmente para protegê-la”, diz. Menoncello mantém dois blogs pra discutir assuntos profissionais, o sucessoativo.com.br e o pensando.net. “Isso me traz bons contatos e já rendeu propostas de emprego.” Além da simples busca com o próprio nome, há outras formas de obter pistas para saber se você anda exibindo uma imagem positiva ou não na internet. Criar um blog para falar sobre sua área de atuação profissional, como fez Menoncello, pode dar um impulso na carreira. Uma das métricas que indicam que o blog tem uma boa reputação são os links que vêm de outros blogs, os incoming links. Para checar, basta digitar no Google “link:” e a URL do seu blog. “Também é importante que o blog te-

nha atualização constantemente, um bom número de assinantes do RSS e que o blogueiro dê atenção aos leitores”, afirma Alessandro Barbosa, CEO da E.Life, empresa que acompanha a reputação de marcas e nomes de executivos nas redes sociais. No Twitter, o número de seguidores e de retuítes é um bom índice quantitativo da reputação online. Mas a informação que reflete qualitativamente sua imagem, segundo Barbosa, é a inclusão do seu perfil em listas de boa reputação. Para verificar onde seu perfil está listado, clique em “lists”, que fica no canto direito do seu perfil. Outra ferramenta útil para o tuiteiro é o Twittercounter.com, para verificar se muitas pessoas estão deixando de segui-lo. Para não queimar a reputação, também é importante ficar de olho se não andam aparecendo perfis falsos em alguma rede social. “Já pedimos para o Google retirar perfis falsos de executivos e fomos atendidos em dois ou três dias”, diz Barbosa. Edney Souza, sócio da Pólvora Comunicação, assina tags do seu nome no YouTube, Flickr e Delicious e recebe as informações no Google Reader. Ao perceber comentários negativos, ele não costuma entrar no de-

bate. “Em 90% das provocações, o melhor é não responder, pois você acaba dando mais visibilidade para o comentário negativo. Melhor é publicar informações interessantes para que elas apareçam mais”, diz.

Menocello: alertas por e-mail quando seu nome é citado na web

ESPIADINHA BÁSICA Na opinião dos headhunters, o profissional precisa saber a dose certa entre se expor e se preservar. “As redes sociais, blogs e outras ferramentas da web promovem uma troca rica e permitem aos profissionais mostrar suas competências. Ninguém pode mais ficar fora disso, mas é preciso ter cuidado para não expor demais informações pessoais”, diz Patrícia Epperlein, sócia-diretora da RH Mariaca. Na Abrahams Executive Search, especializada em recrutamento de executivos, os consultores fazem uma pesquisa básica na internet para buscar referências sobre o profissional sondado. “É claro que eles olham o orkut, Facebook e LinkedIn para saber os relacionamentos e interesses”, diz Jeffrey Abrahams, sócio da empresa. Na consultoria ASAP, os recrutadores também fazem a busca, mas somente com os finalistas a uma vaga. Empresas como a HP e a IBM mantêm um código de conduta. Apesar de incentivar a disseminação de conhecimento pelas redes sociais, a HP tem uma regra que proíbe o funcionário de comentar uma proposta de negócio em qualquer ambiente, seja em rodas de amigos, seja em um blog, segundo Regina Macedo, diretora de marketing corporativo. Na IBM, cerca de 20% da força de trabalho participa de blogs. Segundo Mauro Segura, diretor de comunicação e marketing, até hoje foram registrados dois casos de comportamento indevido. Um deles foi a publicação de conteúdo da intranet no YouTube sem autorização.

O segundo caso foi de uma funcionária que fez um comentário no seu blog ironizando uma decisão da IBM. Ninguém foi demitido. “Acreditamos que a ação correta não é a punição, e sim a educação”, diz Segura. O problema é quando um conteúdo queima-filme se espalha. A professora Jaqueline de Carvalho dos Santos, de 26 anos, foi demitida da escola onde trabalhava por conta de um vídeo online em que aparece dançando sensualmente. “Procurei trabalho em outras escolas e não tive sucesso. Foi culpa do vídeo”, diz. Pelo menos ela revelou um talento: hoje é dançarina da banda O Troco, que se apresentava no dia da gravação do vídeo que se espalhou na web.

BEM NA FITA FAIL TWITTER

Veja se você anda contribuindo para a sua boa reputação online

Exemplos de tuítes que estragam a reputação profissional (e, em alguns casos, o bom português):

■ Tenho muitos seguidores

■ “Entendeu ou quer que eu desenhe? Minha chefe é tão burra que precisa de desenho e gráficos para entender as coisas!”

de boa reputação no Twitter e meu perfil está incluído em listas de boa imagem. ■ Seleciono bem meus contatos nas redes sociais e compartilho com eles apenas informações

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■ “Eu matei trampo quase o dia inteiro, vou lá no arquivo pra mexer um pouco na mesa e mostrar serviço...”

■ “xeguei no trampo... to cansado..tonto.. bebado..lezado....axo q vou pegar folga na parte da tarde”

■ “Tomara que eu passe mal de verdade, tenha que voltar pra casa e fique uma semana de molho. #odeio meuemprego”

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

profissionais não confidenciais. ■ Evito criticar pessoas e empresas sem bons argumentos. ■ Tenho um blog atualizado para falar da minha área e dou atenção aos leitores.

Meu blog recebe links de outros blogs e tem muitos assinantes do RSS. ■ Quando sou alvo de uma provocação, respondo só quando tenho informações adicionais que vão mudar a impressão dos internautas.

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comportamento I política

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© ILUSTRAÇÃO RAMON MUNIZ

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QUERO SER OBAMA! Inspirados no presidente dos Estados Unidos, os políticos brasileiros vão às redes sociais em busca de votos POR MAURÍCIO MORAES

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o Twitter, um dos seus amigos escreve: “Já decidiu seu voto? Não? Então dá uma olhada neste texto”. Logo em seguida há um link para um artigo num blog de um dos candidatos à presidência. No orkut e no Facebook, outra avalanche de declarações de apoio toma conta das atualizações dos seus contatos. Propaganda irregular? Nem de longe, em nenhum dos dois exemplos. Essa boca de urna online vai virar realidade a partir de 6 de julho. Com a bênção da Justiça Eleitoral, a disputa política ganhou carta branca para invadir a internet. Nas eleições anteriores, o espaço máximo que um candidato conseguia para defender suas ideias era o site oficial de campanha, cadastrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também estava liberado o uso da página do próprio partido ou da coligação. Nesta vez, haverá uma mudança radical. Os candidatos também poderão defender seus pontos de vista em blogs e redes sociais. Foi autorizado até mesmo o recebimento de doações online, por meio do cartão de crédito. Os ministros do TSE concluíram que a internet é território livre. Por isso, decidiram que a web deve estar sujeita a mecanismos de controle menos rigorosos do que outros meios de comunicação. Isso não quer dizer que vale tudo. O TSE definiu regras para a campanha digital, que devem ser seguidas para evitar multas que variam de 5 000 a 30 000 reais. Propagandas pagas, por exemplo, estão proibidas em qualquer home page. Além disso, nenhum partido poderá enviar e-mail a um eleitor que não tiver se cadastrado previamente para receber mensagens. E ofensas e abusos vão render direito de resposta (veja o quadro Sinal verde ou vermelho?). Mesmo assim, as restrições impostas ao meio são bem mais leves do que as que existem para a TV e o rádio. Embora a disputa eleitoral só comece em julho, os políticos não perderam tempo e já começaram a experimentar as ferramentas virtuais. De olho na eleição, estão no Twitter pelo menos quatro dos pré-candidatos à presidência da República: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Os quatro contam também com sites pessoais, blogs ou páginas de apoio mantidas por simpatizantes, além de perfis em várias redes sociais — incluindo orkut, YouTube, Flickr e Facebook.

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Dilma em SP: a petista usa o Twitter para rebater críticas e reportagens

UMA RECEITA AMERICANA A receita seguida pelos candidatos na web é parecida. Todos se inspiram na bem-sucedida estratégia online usada por Barack Obama durante a campanha para a presidência dos Estados Unidos, em 2008. Na época, o então candidato marcou presença nas principais redes sociais. Funcionou. Ao todo, 13 milhões de eleitores se cadastraram para receber seus e-mails. E aproximadamente 3 milhões deles se dispuseram a doar 5 dólares ou mais para ajudá-lo na disputa. Obama conseguiu muito mais do que isso. Sua presença online mobilizou um incontável número de eleitores — principalmente os jovens —, que se transformaram em cabos eleitorais. Será que os candidatos brasileiros terão o mesmo sucesso? “Copiar o Obama é burrice. A campanha dele durou dois anos e aqui serão três meses”, avisa Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop). Segundo ele, não dá, porém, para deixar a web de lado. “Será a primeira vez em que usaremos a rede na sua plenitude. Ninguém sabe o que funcionará no Brasil. Temos de testar todas as ferramentas.”

©1

Como o que pode dar certo ainda é um mistério, os coordenadores da campanha online dos pré-candidatos à presidência seguem os passos de Obama, com algumas adaptações. Até o discurso é parecido. “Vamos usar as redes sociais como ponto de apoio para a mobilização no mundo real”, afirma Eduardo Graeff, membro da Executiva Nacional do PSDB. “Queremos unir as pessoas em torno da candidatura e municiá-las com informações sobre as realizações de Lula”, diz Marcelo Branco, coordenador da campanha de Dilma para a internet. “Vamos tentar conquistar novos eleitores, além de envolver mais os que já decidiram votar na Marina”, explica Nilson de Oliveira, que coordena a pré-campanha da candidata do PV juntamente com o consultor de novas mídias Caio Túlio Costa.

BATEU, LEVOU TUITADA As ações em blogs e mídias sociais também procuram estabelecer um canal direto com a parcela conectada da população. O objetivo é responder a críticas e ofensas, além de evitar desgastes ou situações desfavoráveis. Episódios recentes mostram que a repercussão

DUELOS ELEITORAIS A primeira eleição presidencial depois da ditadura, em 1989, teve confrontos clássicos. No YouTube, dá para ver os embates entre: Collor e Lula (http://bit.ly/lulacollor) Maluf e Brizola (http://bit.ly/malufbrizola) > Lula e Maluf (http://bit.ly/debate1989) > >

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© FOTOS 1 ROBERTO STUCKERT FILHO 2 DIVULGAÇÃO

pode ser grande. No mês passado, por exemplo, uma reportagem da Folha de S. Paulo atribuiu a Dilma a frase “Eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”. A précandidata negou, via Twitter, ter dito isso. Publicou o vídeo do discurso e o jornal admitiu o erro. Impedido pelo PSB de concorrer à presidência, Ciro Gomes usou o site pessoal e o Twitter para mostrar indignação. O Twitter é, aliás, a rede social preferida pelos políticos. Um dos pioneiros no seu uso no Brasil foi Serra, que abriu uma conta há um ano e já ultrapassou os 200 000 seguidores. Deputados federais e senadores aderiram em seguida. Hoje, é difícil achar um précandidato que desconheça o serviço. O canal é o único que traz interação direta com os internautas — assessorias gerenciam blogs e perfis no YouTube, no orkut e no Facebook. Quando um jornalista questionou se Plínio de Arruda Sampaio era o verdadeiro autor dos tuítes, o pré-candidato agiu rápido: “@diogosalles levanta dúvidas se sou eu mesmo que ‘tuíto’ aqui. Poderia ter perguntado se sou eu antes de acusar”. Mas nem tudo são flores no mundo virtual. Invasões de sites e de perfis preocupam os candidatos. No último mês, os sites do PT e do PMDB foram alvo de crackers. O jeito é reforçar a segurança. “Vamos tomar as medidas possíveis para não sair do ar”, diz o tucano Eduardo Graeff. O passado mostra que ataques pessoais também devem ocorrer. Segundo Graeff, na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em 2008, internautas iniciaram uma campanha negativa por e-mail contra Márcio Lacerda, do PSB. A briga esquentou e uma das respostas foi um vídeo, no YouTube, com o ator Tom Cavalcante imitando o adversário Leonardo Quintão, do PMDB (http://bit.ly/quintao).

ALCANCE LIMITADO Por mais que os candidatos se esforcem, o público online atingido diretamente não será grande. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2009, do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), apenas 43% da população brasileira acessou a internet pelo menos uma vez nos três meses anteriores ao levantamento. “Acho que as ações vão ser importantes para uma faixa da população, como jovens de classe média ou média alta e pessoas que trabalham com a mídia”, afirma Otávio Prado, pesquisador do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas.

A WEB MOBILIZA Diretor de novas mídias da campanha de Barack Obama, Joe Rospars, sócio da Blue State Digital, foi contratado para assessorar a petista Dilma Rousseff. Veja o que ele disse à INFO. ©2

INFO Qual é a força da internet numa campanha eleitoral? ROSPARS Ela dá uma chance para que líderes e partidos construam um relacionamento com voluntários, com doadores e com pessoas que procuram transmitir informações para os amigos. Também permite que todos eles se conectem, contribuindo para que se organizem e façam o trabalho necessário para as coisas acontecerem. A chave é ter certeza de que você está focado em construir um discurso positivo com as ferramentas online. Mais pessoas vão aparecer e ajudar a repassar essa mensagem positiva. INFO A eleição de Barack Obama teria sido possível sem a web? ROSPARS Obama era um candidato único porque acreditava na ideia de organizar as pessoas. Se a eleição tivesse ocorrido há 40 anos, ele agiria da mesma forma. A internet e as ferramentas disponíveis ajudaram essa estratégia a acontecer de modo rápido. Conseguíamos nos comunicar com as pessoas instantaneamente e podíamos conectá-las com outros eleitores em suas comunidades. No passado, essa seria uma operação demorada e cara. INFO No Brasil, a maioria da população não tem acesso à web. A internet terá um papel mais limitado aqui? ROSPARS O problema da conectividade deve ser levado em conta. Mas, com certeza, existem mais pessoas conectadas hoje do que na última eleição no Brasil. Há parcela importante da população que procura meios para participar da campanha. Você não precisa de uma multidão de pessoas envolvidas para fazer diferença.

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Dilma em SP: a petista usa o Twitter para rebater críticas e reportagens

UMA RECEITA AMERICANA A receita seguida pelos candidatos na web é parecida. Todos se inspiram na bem-sucedida estratégia online usada por Barack Obama durante a campanha para a presidência dos Estados Unidos, em 2008. Na época, o então candidato marcou presença nas principais redes sociais. Funcionou. Ao todo, 13 milhões de eleitores se cadastraram para receber seus e-mails. E aproximadamente 3 milhões deles se dispuseram a doar 5 dólares ou mais para ajudá-lo na disputa. Obama conseguiu muito mais do que isso. Sua presença online mobilizou um incontável número de eleitores — principalmente os jovens —, que se transformaram em cabos eleitorais. Será que os candidatos brasileiros terão o mesmo sucesso? “Copiar o Obama é burrice. A campanha dele durou dois anos e aqui serão três meses”, avisa Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop). Segundo ele, não dá, porém, para deixar a web de lado. “Será a primeira vez em que usaremos a rede na sua plenitude. Ninguém sabe o que funcionará no Brasil. Temos de testar todas as ferramentas.”

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Como o que pode dar certo ainda é um mistério, os coordenadores da campanha online dos pré-candidatos à presidência seguem os passos de Obama, com algumas adaptações. Até o discurso é parecido. “Vamos usar as redes sociais como ponto de apoio para a mobilização no mundo real”, afirma Eduardo Graeff, membro da Executiva Nacional do PSDB. “Queremos unir as pessoas em torno da candidatura e municiá-las com informações sobre as realizações de Lula”, diz Marcelo Branco, coordenador da campanha de Dilma para a internet. “Vamos tentar conquistar novos eleitores, além de envolver mais os que já decidiram votar na Marina”, explica Nilson de Oliveira, que coordena a pré-campanha da candidata do PV juntamente com o consultor de novas mídias Caio Túlio Costa.

BATEU, LEVOU TUITADA As ações em blogs e mídias sociais também procuram estabelecer um canal direto com a parcela conectada da população. O objetivo é responder a críticas e ofensas, além de evitar desgastes ou situações desfavoráveis. Episódios recentes mostram que a repercussão

DUELOS ELEITORAIS A primeira eleição presidencial depois da ditadura, em 1989, teve confrontos clássicos. No YouTube, dá para ver os embates entre: Collor e Lula (http://bit.ly/lulacollor) Maluf e Brizola (http://bit.ly/malufbrizola) > Lula e Maluf (http://bit.ly/debate1989) > >

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© FOTOS 1 ROBERTO STUCKERT FILHO 2 DIVULGAÇÃO

pode ser grande. No mês passado, por exemplo, uma reportagem da Folha de S. Paulo atribuiu a Dilma a frase “Eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”. A précandidata negou, via Twitter, ter dito isso. Publicou o vídeo do discurso e o jornal admitiu o erro. Impedido pelo PSB de concorrer à presidência, Ciro Gomes usou o site pessoal e o Twitter para mostrar indignação. O Twitter é, aliás, a rede social preferida pelos políticos. Um dos pioneiros no seu uso no Brasil foi Serra, que abriu uma conta há um ano e já ultrapassou os 200 000 seguidores. Deputados federais e senadores aderiram em seguida. Hoje, é difícil achar um précandidato que desconheça o serviço. O canal é o único que traz interação direta com os internautas — assessorias gerenciam blogs e perfis no YouTube, no orkut e no Facebook. Quando um jornalista questionou se Plínio de Arruda Sampaio era o verdadeiro autor dos tuítes, o pré-candidato agiu rápido: “@diogosalles levanta dúvidas se sou eu mesmo que ‘tuíto’ aqui. Poderia ter perguntado se sou eu antes de acusar”. Mas nem tudo são flores no mundo virtual. Invasões de sites e de perfis preocupam os candidatos. No último mês, os sites do PT e do PMDB foram alvo de crackers. O jeito é reforçar a segurança. “Vamos tomar as medidas possíveis para não sair do ar”, diz o tucano Eduardo Graeff. O passado mostra que ataques pessoais também devem ocorrer. Segundo Graeff, na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em 2008, internautas iniciaram uma campanha negativa por e-mail contra Márcio Lacerda, do PSB. A briga esquentou e uma das respostas foi um vídeo, no YouTube, com o ator Tom Cavalcante imitando o adversário Leonardo Quintão, do PMDB (http://bit.ly/quintao).

ALCANCE LIMITADO Por mais que os candidatos se esforcem, o público online atingido diretamente não será grande. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2009, do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), apenas 43% da população brasileira acessou a internet pelo menos uma vez nos três meses anteriores ao levantamento. “Acho que as ações vão ser importantes para uma faixa da população, como jovens de classe média ou média alta e pessoas que trabalham com a mídia”, afirma Otávio Prado, pesquisador do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas.

A WEB MOBILIZA Diretor de novas mídias da campanha de Barack Obama, Joe Rospars, sócio da Blue State Digital, foi contratado para assessorar a petista Dilma Rousseff. Veja o que ele disse à INFO. ©2

INFO Qual é a força da internet numa campanha eleitoral? ROSPARS Ela dá uma chance para que líderes e partidos construam um relacionamento com voluntários, com doadores e com pessoas que procuram transmitir informações para os amigos. Também permite que todos eles se conectem, contribuindo para que se organizem e façam o trabalho necessário para as coisas acontecerem. A chave é ter certeza de que você está focado em construir um discurso positivo com as ferramentas online. Mais pessoas vão aparecer e ajudar a repassar essa mensagem positiva. INFO A eleição de Barack Obama teria sido possível sem a web? ROSPARS Obama era um candidato único porque acreditava na ideia de organizar as pessoas. Se a eleição tivesse ocorrido há 40 anos, ele agiria da mesma forma. A internet e as ferramentas disponíveis ajudaram essa estratégia a acontecer de modo rápido. Conseguíamos nos comunicar com as pessoas instantaneamente e podíamos conectá-las com outros eleitores em suas comunidades. No passado, essa seria uma operação demorada e cara. INFO No Brasil, a maioria da população não tem acesso à web. A internet terá um papel mais limitado aqui? ROSPARS O problema da conectividade deve ser levado em conta. Mas, com certeza, existem mais pessoas conectadas hoje do que na última eleição no Brasil. Há parcela importante da população que procura meios para participar da campanha. Você não precisa de uma multidão de pessoas envolvidas para fazer diferença.

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Serra em BH: campanha quer agregar simpatizantes nas redes sociais

13 milhões de eleitores se cadastraram para receber e-mails de Obama

9% será o custo adicional de cada campanha que adotar estratégias online

Apesar da limitação de público, a campanha nas redes sociais pode ser bem-sucedida na opinião de Raquel Recuero, pesquisadora e professora da Universidade Católica de Pelotas. “Qualquer ação dos candidatos pode influenciar positiva ou negativamente os eleitores. Acho que o ponto aqui é aumentar a participação na campanha, a transparência dela e a repercussão das ideias”, diz. Para Raquel, os jovens e os militantes dos partidos serão os principais alvos. “Mas, dependendo da ferramenta e do modo como for construída a estratégia, uma parcela muito mais ampla da população poderá ser alcançada”, afirma.

FONTES: BLUE STATE DIGITAL E ABCOP

SINAL VERDE OU VERMELHO? Conheça algumas das regras do TSE para a campanha deste ano Blogs e redes sociais — A propaganda eleitoral gratuita poderá ser feita em redes como Twitter, orkut e Facebook, tanto pelos candidatos como por simpatizantes.

Spam — Quem doar ou vender listas com toneladas de e-mails para políticos ou partidos poderá receber multa de 5 000 a 30 000 reais.

Debates — Na internet, não há restrições para a realização de debates entre candidatos. No rádio e na TV, os encontros dependem de acordo entre partidos.

Propaganda — Anúncios pagos estão proibidos na web. Além disso, sites de empresas ou de órgãos públicos não podem exibir propaganda gratuita.

E-mail — Mensagens podem ser enviadas a qualquer eleitor, desde que seu endereço tenha sido cadastrado pelos responsáveis pela campanha.

Anonimato — Qualquer internauta pode dar suas opiniões na rede, desde que não omita seu nome. Se houver abuso, poderá ser pedido direito de resposta.

Sites — Os candidatos podem fazer propaganda na sua própria página na internet, na home page do partido ou no site da coligação.

Fakes — Quem publicar um anúncio na rede fingindo ser um candidato, partido ou coligação também está sujeito a multa de 5 000 a 30 000 reais.

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© FOTO LUIZ COSTA/HOJE EM DIA/FOLHAPRESS

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comportamento I opinião

ESTAMOS FICANDO SUPERFICIAIS É o que pensa o controverso escritor americano Nicholas Carr POR RENATA LEAL

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icholas Carr, um dos pensadores da tecnologia, é polêmico. Já disse que o Google nos deixa bobos e agora defende que estamos nos tornando superficiais. Ele esteve no Brasil em dezembro do ano passado e deu a seguinte entrevista à INFO durante a ExpoManagement 2009.

INFO — Você acredita que vivemos um processo de twitterficação? CARR — O Twitter é um passo natural. Comprimimos nossa comunicação em 140 caracteres e não ficamos muito tempo em contato com a informação. O que importa é a quantidade de notícias que recebemos.

INFO — Seu novo livro The Shallows (Os Superficiais, em inglês) reflete sobre mudanças que estão ocorrendo em nosso cérebro. Isso é consequência do excesso de informação? NICHOLAS CARR — Somos bombardeados com informações relevantes para nós. Isso nos motiva a fazer tudo rápido e nos move de uma notícia a outra. Devemos treinar o cérebro para que ele não se distraia com o volume de informações que recebe.

INFO — Por que você não usa o Twitter? CARR — Já usei, mas desisti, porque a tecnologia me distrai o suficiente. Ficamos viciados nesses serviços.Você tende a receber e mandar mais mensagens. O Twitter é útil e divertido para muitas pessoas, mas não acho que ele as torna melhores ou mais inteligentes. Na verdade, o Twitter encoraja o narcisismo. Faz muita gente pensar em como mandar uma mensagem para sua audiência pessoal. Acho mais saudável limitar o tempo e a energia que dedico à comunicação digital.

INFO — O acesso a mais informações não deveria nos tornar mais inteligentes? CARR — Sim. É um paradoxo, mas, com a web, o entendimento tende a ser mais superficial do que se tivéssemos menos informação e nos concentrássemos mais nela e por mais tempo. INFO — Estamos nos tornando mais superficiais? CARR — É uma consequência da navegação na web, já que a usamos para obter boa parte das informações que buscamos — inclusive para contato com outras pessoas. Com isso, somos mais velozes, mas também mais superficiais.

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

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INFO — O que podemos esperar para as próximas gerações? CARR — A boa notícia é que as novas gerações tendem a ter mentes mais flexíveis. Você vê muitas crianças brincando com computadores, mas ao mesmo tempo conseguem sentar e ler um livro com interesse, o que é bom. O perigo é que, como ganham celulares e computadores cada vez mais cedo, elas são bombardeadas por distrações o tempo todo. Receio que nunca desenvolvam a parte do intelecto que precisa de concentração profunda.

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comportamento I produtividade

OVERDOSE DE INFORMAÇÃO Como conviver com a avalanche de e-mails, notícias, comentários, postagens e links que chegam até nós a toda hora POR RENATA LEAL

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exta-feira, nove da noite. A caixa de entrada está lotada. Você tenta deletar os e-mails inúteis para ficar em dia consigo mesmo (e com o espaço esgotado no servidor). Não há a menor possibilidade de zerar as mensagens que o esperam, mas você tenta. Os e-mails pessoais e as dezenas de indicações de vídeos imperdíveis do YouTube ficam para quando sobrar um tempo. Não vai sobrar. E ainda tem as notícias. Como você não leu a última coluna do escritor que é referência na sua área? Só se fala nisso no Twitter — no Twitter, no Facebook, no orkut (disso e de muito mais). A lista de feeds RSS explode. Pelo menos, dá para se livrar do sentimento de culpa ao marcar tudo como lido, com um único botão. O alívio dura pouco. A sensação de que você está perdendo algo importante é inevitável.

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© FOTOS MANONONONONO

© ILUSTRAÇÃO TATO ARAUJO

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OVERDOSE DE INFORMAÇÃO Como conviver com a avalanche de e-mails, notícias, comentários, postagens e links que chegam até nós a toda hora POR RENATA LEAL

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exta-feira, nove da noite. A caixa de entrada está lotada. Você tenta deletar os e-mails inúteis para ficar em dia consigo mesmo (e com o espaço esgotado no servidor). Não há a menor possibilidade de zerar as mensagens que o esperam, mas você tenta. Os e-mails pessoais e as dezenas de indicações de vídeos imperdíveis do YouTube ficam para quando sobrar um tempo. Não vai sobrar. E ainda tem as notícias. Como você não leu a última coluna do escritor que é referência na sua área? Só se fala nisso no Twitter — no Twitter, no Facebook, no orkut (disso e de muito mais). A lista de feeds RSS explode. Pelo menos, dá para se livrar do sentimento de culpa ao marcar tudo como lido, com um único botão. O alívio dura pouco. A sensação de que você está perdendo algo importante é inevitável.

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Carla Bueno: Twitter virou um arquivo de links

Você se identifica com alguma dessas situações? Provavelmente com todas elas. O grupo dos afetados pela overdose de dados só cresce. Cerca de 10% dos internautas no mundo podem ser considerados dependentes de informação e sofrem com isso, segundo as estimativas do Ambulatório de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. É um número estimado em 170 milhões de pessoas no mundo — pelo menos 5 milhões delas só no Brasil. Não há um perfil típico dos viciados em informação, segundo o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do ambulatório. Entre as pessoas que passaram por lá, 60% são homens de idade e condição social variadas — mas há registro de extremos, como uma senhora de 76 anos e um garoto de 9 anos. De acordo com Abreu, a dependência de informações funciona como um gatilho para algo preexistente. “É um transtorno que nasce em outros problemas, como ansiedade e depressão. Não podemos demonizar a internet e a informação”, afirma.

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Mesmo quem está mais acostumado a atividades simultâneas, os chamados multitarefa, sofre com a overdose de dados. Desde que a publicitária Raquel Miranda, de 22 anos, descobriu os feeds de RSS, sua angústia com informações só aumentou. Como assina mais de 2 000 feeds, divide-os por pastas. “Quando são mais de 1 000 itens não lidos, chego a ter cãibra no dedo de tanto rolar o botão do mouse”, diz. Para ela, acumular notícias para ler é um indicativo de que está sem tempo. “Fico frustrada por não conseguir ler tudo. Penso que estou perdendo coisas legais”, diz. Sua tática é marcar tudo como lido. “Sei que estou me enganando. É um alívio para o físico, mas culpa o subconsciente”, afirma. Atolada em informação, Raquel sente falta do tempo em que não tinha celular e se inteirava das notícias por jornais, rádio e TV. É um fato: no passado, o acesso a informações era restrito. Jornais e revistas internacionais demoravam a circular entre os países e inúmeras informações ficavam isoladas em suas cidades.

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NÃO PERCA TEMPO! O consultor Christian Barbosa dá seis dicas de como agir em e-mails e redes sociais

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Mantenha o e-mail fechado e crie horários para checar mensagens, no máximo cinco vezes ao dia, evitando as interrupções constantes Tenha no máximo três e-mails: profissional, pessoal e do lixo (para cadastros)

Na caixa de entrada ficam e-mails em que você está trabalhando ou que aguardam terceiros. Os outros vão para uma pasta, viram tarefa ou compromisso

Mesmo os padrões sociais eram diferentes. “As crianças de hoje têm o mesmo grau de ansiedade que um paciente psiquiátrico da década de 1950. Nosso cérebro não tem capacidade de lidar com isso”, afirma o psicólogo Cristiano Abreu. Atualmente, geram-se tantos dados digitais que devemos ter terminado o ano de 2009 na casa dos 800 exabytes, ou 800 bilhões de gigabytes, segundo dados da consultoria IDC. São informações que abrangem notícias, músicas, games, arquivos, mapas, mensagens instantâneas, entre muitas outras — quatro vezes o volume criado há três anos, e menos da metade da previsão para 2011, que é de 1 800 exabytes. Como não enlouquecer diante de tanta coisa?

O PODER DOS FILTROS As discussões sobre como lidar com o excesso de informação começaram junto com a propagação da internet. Um dos primeiros a tocar no assunto foi o futurista americano Alvin Toffler, autor do livro A Terceira Onda, que alertou para a dificuldade que

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Limite o tempo de permanência nas redes sociais. É difícil ficar apenas cinco minutinhos nelas

Desative e-mails de aviso nas redes sociais. Será difícil controlar a curiosidade de acessá-las no trabalho

Mantenha suas redes conectadas usando recursos de sincronização. Uma informação atualizada em uma delas pode ser recebida pelas demais

800 exabytes é o volume total de dados digitais gerados em 2009 FONTE: IDC

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Raquel Miranda: alívio ao marcar todos os feeds RSS como lidos ©1

as pessoas têm de processar e absorver as informações excessivas, já que às vezes elas não conseguem discernir a importância do que estão lendo. Outro nome consagrado nessa discussão é do arquiteto da informação Richard Saul Wurman, autor de Ansiedade de Informação e Ansiedade de Informação 2. Para ele, a ansiedade pode ser causada tanto pelo excesso quanto pela ausência de informação. Ao procurar sobre um tema e chegar a fatos desconhecidos, as pessoas se sentem frustradas. Uma das correntes atuais de pensamento sobre a forma de lidar com a overdose de informação é encabeçada pelo especialista em internet Clay Shirky, professor de novas mídias na Universidade de Nova York. Para ele, o problema das pessoas não é o excesso de dados, mas uma falha na forma de filtrar o que é relevante. Shirky afirma que nos tempos de Gutenberg, com o aprimoramento das técnicas de impressão, os editores de livros eram responsáveis por filtrar a qualidade do que publicariam, até porque o processo era muito caro. O mecanismo econômico era baseado em investir dinheiro para a impressão e depois recuperá-lo com a venda dos exemplares. Com a internet, essa lógica mudou completamente. De acordo com Shirky, sempre lidamos com o excesso de informação e por isso

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esta é a forma errada de descrever o problema. Por isso ele reforça o foco nos filtros. Filtrar pode significar retirar de suas prioridades o que não é realmente importante, sem dó. “Cortei mesmo o que parecia ser útil para mim. Estou balanceando”, diz Christian Barbosa, cientista da computação que se especializou em administração de tempo e produtividade. Ele defende o que chama de dieta da informação. “Limitei os feeds de blogs em 50 e sigo entre 50 e 60 pessoas no Twitter”, afirma. Sua receita é não ficar ansioso para ver tudo. A caixa de entrada não fica aberta o tempo inteiro. E ele reserva um horário em sua semana para realizar determinadas tarefas, como a leitura e a separação de reportagens em revistas que possam interessá-lo no futuro. Depois disso, cataloga os artigos para encontrá-los facilmente quando precisar deles. “O ser humano não sabe usar bem seu tempo. Ele quer se colocar ocupado o tempo todo”, diz. Barbosa enfatiza que a pessoa se acha incompetente ao ficar frustrada por não dar conta do que acha ser sua função.

EMPRESAS PREOCUPADAS Não são só as pessoas que se sentem angustiadas com a overdose de informação. As empresas também estão preocupadas com o volume de e-mail

© FOTO 1 ALEXANDRE BATTIBUGLI 2 CREATIVE COMMONS/JOI

trocado pelos funcionários. É uma quantidade tão grande que sobrecarrega constantemente os servidores (daí as tradicionais mensagens de caixa de entrada no limite). O excesso de dados compromete os resultados no trabalho, já que as pessoas ficam sobrecarregadas. A Xerox criou uma campanha no Reino Unido para despertar a atenção dos funcionários para a questão. Ela se tornou uma diretriz da empresa e foi replicada para as sedes em outros países, inclusive no Brasil. Dentro da companhia, os emails são trocados sem anexos, que ficam num diretório central. Fora da companhia, a Xerox incentiva parceiras a tratar a informação antes de mandá-la ao destinatário final. “É preciso saber como as pessoas querem receber uma informação. Imprimíamos muita coisa para terceiros, mas as empresas não alcançavam o retorno esperado”, diz Inon Neves, diretor de Business Process Services da Xerox. Enquanto põe em prática as orientações da empresa, Neves precisa lidar com o volume de dados que recebe. Apenas nos 45 minutos antes da entrevista para a INFO, enquanto voava do Rio de Janeiro para São Paulo, recebeu 30 e-mails no celular. “Também sofro com o excesso de informação”, diz.

SAÍDA RADICAL Aprender a lidar com a overdose de informação é um desafio e tanto. Algumas pessoas tomam atitudes mais radicais. É o caso da publicitária Carla Falcão Bueno, de 30 anos. “Minha forma de não ficar doida é não querer ler tudo ao mesmo tempo”, diz. Para isso, ela deixou o emprego de coordenadora de projetos numa agência de marketing e publicidade online, em que trabalhava 12 horas por dia plugada em tendências de consumo, para viver de forma menos estressante. Foram-se junto os 400 e-mails de trabalho que ela nunca dava conta de ler. Agora, Carla trabalha como diretora-executiva da área mobile/digital da Latina Estúdio. Criou uma forma própria de usar o Twitter. “Comecei a guardar lá os links para textos interessantes, como um arquivo”, afirma. Outra decisão é evitar usar o celular para resolver problemas de trabalho. “As redes sociais tomaram mais tempo. Agora, acho que algumas coisas não eram realmente tão importantes”, diz.

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SEM DIREITO DE ESQUECER Professor de Harvard diz que a web criou uma memória eterna Enquanto muita gente está preocupada em lembrar, Viktor Mayer-Schönberger, professor da Universidade de Harvard, interessa-se pelo que queremos esquecer. Suas ideias estão no livro Delete: The Virtue of Forgetting in the Digital Age (Delete: A Virtude de Esquecer na Era Digital), ainda não lançado no Brasil. INFO O que a era da memória digital muda para nós? Schönberger Ela nos tira as vantagens do esquecimento, o que pode interferir em nossa habilidade de decidir e agir. Hoje, empresas, organizações e governo podem coletar, guardar e manter acessíveis dados pessoais que já esquecemos. Todos eles ganham poder sobre nós. Como não esquecemos, podemos não perdoar mais, numa sociedade que se lembra de cada erro que alguém cometeu. INFO Quais são as consequências disso? Schönberger Podemos ter um Estado poderoso demais. Ou, pior, isso fará as pessoas censurarem o que dizem online, o que empobrece o debate e nos priva de informações compartilhadas na internet. INFO A internet nos proibiu de esquecer os fatos? Schönberger Não, mas ela tornou isso mais difícil e custoso.

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Raquel Miranda: alívio ao marcar todos os feeds RSS como lidos ©1

as pessoas têm de processar e absorver as informações excessivas, já que às vezes elas não conseguem discernir a importância do que estão lendo. Outro nome consagrado nessa discussão é do arquiteto da informação Richard Saul Wurman, autor de Ansiedade de Informação e Ansiedade de Informação 2. Para ele, a ansiedade pode ser causada tanto pelo excesso quanto pela ausência de informação. Ao procurar sobre um tema e chegar a fatos desconhecidos, as pessoas se sentem frustradas. Uma das correntes atuais de pensamento sobre a forma de lidar com a overdose de informação é encabeçada pelo especialista em internet Clay Shirky, professor de novas mídias na Universidade de Nova York. Para ele, o problema das pessoas não é o excesso de dados, mas uma falha na forma de filtrar o que é relevante. Shirky afirma que nos tempos de Gutenberg, com o aprimoramento das técnicas de impressão, os editores de livros eram responsáveis por filtrar a qualidade do que publicariam, até porque o processo era muito caro. O mecanismo econômico era baseado em investir dinheiro para a impressão e depois recuperá-lo com a venda dos exemplares. Com a internet, essa lógica mudou completamente. De acordo com Shirky, sempre lidamos com o excesso de informação e por isso

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esta é a forma errada de descrever o problema. Por isso ele reforça o foco nos filtros. Filtrar pode significar retirar de suas prioridades o que não é realmente importante, sem dó. “Cortei mesmo o que parecia ser útil para mim. Estou balanceando”, diz Christian Barbosa, cientista da computação que se especializou em administração de tempo e produtividade. Ele defende o que chama de dieta da informação. “Limitei os feeds de blogs em 50 e sigo entre 50 e 60 pessoas no Twitter”, afirma. Sua receita é não ficar ansioso para ver tudo. A caixa de entrada não fica aberta o tempo inteiro. E ele reserva um horário em sua semana para realizar determinadas tarefas, como a leitura e a separação de reportagens em revistas que possam interessá-lo no futuro. Depois disso, cataloga os artigos para encontrá-los facilmente quando precisar deles. “O ser humano não sabe usar bem seu tempo. Ele quer se colocar ocupado o tempo todo”, diz. Barbosa enfatiza que a pessoa se acha incompetente ao ficar frustrada por não dar conta do que acha ser sua função.

EMPRESAS PREOCUPADAS Não são só as pessoas que se sentem angustiadas com a overdose de informação. As empresas também estão preocupadas com o volume de e-mail

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trocado pelos funcionários. É uma quantidade tão grande que sobrecarrega constantemente os servidores (daí as tradicionais mensagens de caixa de entrada no limite). O excesso de dados compromete os resultados no trabalho, já que as pessoas ficam sobrecarregadas. A Xerox criou uma campanha no Reino Unido para despertar a atenção dos funcionários para a questão. Ela se tornou uma diretriz da empresa e foi replicada para as sedes em outros países, inclusive no Brasil. Dentro da companhia, os emails são trocados sem anexos, que ficam num diretório central. Fora da companhia, a Xerox incentiva parceiras a tratar a informação antes de mandá-la ao destinatário final. “É preciso saber como as pessoas querem receber uma informação. Imprimíamos muita coisa para terceiros, mas as empresas não alcançavam o retorno esperado”, diz Inon Neves, diretor de Business Process Services da Xerox. Enquanto põe em prática as orientações da empresa, Neves precisa lidar com o volume de dados que recebe. Apenas nos 45 minutos antes da entrevista para a INFO, enquanto voava do Rio de Janeiro para São Paulo, recebeu 30 e-mails no celular. “Também sofro com o excesso de informação”, diz.

SAÍDA RADICAL Aprender a lidar com a overdose de informação é um desafio e tanto. Algumas pessoas tomam atitudes mais radicais. É o caso da publicitária Carla Falcão Bueno, de 30 anos. “Minha forma de não ficar doida é não querer ler tudo ao mesmo tempo”, diz. Para isso, ela deixou o emprego de coordenadora de projetos numa agência de marketing e publicidade online, em que trabalhava 12 horas por dia plugada em tendências de consumo, para viver de forma menos estressante. Foram-se junto os 400 e-mails de trabalho que ela nunca dava conta de ler. Agora, Carla trabalha como diretora-executiva da área mobile/digital da Latina Estúdio. Criou uma forma própria de usar o Twitter. “Comecei a guardar lá os links para textos interessantes, como um arquivo”, afirma. Outra decisão é evitar usar o celular para resolver problemas de trabalho. “As redes sociais tomaram mais tempo. Agora, acho que algumas coisas não eram realmente tão importantes”, diz.

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SEM DIREITO DE ESQUECER Professor de Harvard diz que a web criou uma memória eterna Enquanto muita gente está preocupada em lembrar, Viktor Mayer-Schönberger, professor da Universidade de Harvard, interessa-se pelo que queremos esquecer. Suas ideias estão no livro Delete: The Virtue of Forgetting in the Digital Age (Delete: A Virtude de Esquecer na Era Digital), ainda não lançado no Brasil. INFO O que a era da memória digital muda para nós? Schönberger Ela nos tira as vantagens do esquecimento, o que pode interferir em nossa habilidade de decidir e agir. Hoje, empresas, organizações e governo podem coletar, guardar e manter acessíveis dados pessoais que já esquecemos. Todos eles ganham poder sobre nós. Como não esquecemos, podemos não perdoar mais, numa sociedade que se lembra de cada erro que alguém cometeu. INFO Quais são as consequências disso? Schönberger Podemos ter um Estado poderoso demais. Ou, pior, isso fará as pessoas censurarem o que dizem online, o que empobrece o debate e nos priva de informações compartilhadas na internet. INFO A internet nos proibiu de esquecer os fatos? Schönberger Não, mas ela tornou isso mais difícil e custoso.

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comportamento I pornografia

PORNDEMIC NA WEB

POR JULIANO BARRETO

No mundo dos sites adultos, clones do YouTube e do Second Life são lucrativos e a pirataria está sob controle

NA VANGUARDA DA WEB

Ok, vários dos sites com conteúdo pornográfico são para interagir com suas namoradas”, diz Shuster. “Em repletos de software nocivo e propaganda indesejada. dez anos, prevemos o uso do teletouch, roupas com Só que no meio dessas armadilhas há um mercado sensores que reproduzem o toque do parceiro.” Não tão distante da efervescente cena de empreque movimenta 5 bilhões de dólares por ano e dita tendências. “O vídeo por streaming, os sistemas de sas de web 2.0 da baía de São Francisco está a cidade pagamento online, o gerenciamento de gargalos, a re- de San Fernando, também na Califórnia. Apelidada de muneração por publicidade baseada nos cliques ou na San Pornando, por abrigar grande número de sites e exposição dos anúncios começaram nos sites porno- produtoras pornográficas, a cidade pode servir como gráficos”, afirma Jason Tucker, CEO da Falcon Enterpri- inspiração para as inovadoras empresas da região ses, uma das maiores distribuidoras de fotos eróticas do Silicon Valley. O site de vídeos eróticos X-tube, da rede. “Estamos mudando a natureza da internet por exemplo, dá acesso gratuito a boa parte de seu e remodelando o futuro da humanidade”, diz Brian acervo, mas, para se manter, cobra alguns centavos Shuster, presidente do Red Light Center.com, uma de seus usuários de acordo com a duração do vídeo. espécie de Second Life pornô que atingiu 4 milhões Outro problema superado pelos sites para adultos de usuários registrados em 2009. Os depoimentos de é o controle de direitos autorais. “Criamos o nosso Tucker, Flynt e Shuster fazem parte do surpreendente próprio software para varrer a web em busca de fotos documentário Porndemic, do diretor canadense Robin nossas publicadas sem autorização”, diz Tucker. Benger. O filme mostra como as distribuidoras de conteúdo para adultos estão prontas para A produtora Congent/Benger criou um hot site sobre o documentário Porndemic invadir celulares, com(www.cogentbenger.com/docs/porndemic). Também dá para baixar o filme na íntegra, com bater a pirataria online legendas em inglês, pelo Google Vídeos, no endereço. http://tinyurl.com/porndemic. e experimentar novas formas de interação — sempre inovando e alcançando altos lucros.

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nquanto gravadoras e estúdios se digladiam com a internet, uma indústria milenar vem ganhando bilhões com a inovação. “Escolhemos a diversificação em vez de lutar uma batalha que já está perdida. Vamos sempre incorporar tecnologia ao que estamos fazendo.” A frase, que poderia ser de qualquer diretor de gravadora ou estúdio de cinema, foi dita na verdade por Larry Flynt, lenda viva do mercado de revistas masculinas e ícone da luta pela liberdade de expressão. Flynt é um dos muitos empreendedores do mercado de diversão para adultos que embarcaram de cabeça nas tecnologias da web e têm alcançado bons resultados.

©1ILUSTRAÇÃO VECTORSTOCK

ANDROID COM CONTEÚDO ADULTO O mercado pornográfico digital envolve cifras de fazer inveja a muita startup do Silicon Valley. Recentemente, a editora da revista Penthouse comprou o serviço Adult Friend Finder por 500 milhões de dólares. A rede social para quem procura por sexo casual está longe de ser o único case de sucesso da web só para maiores de 18 anos. “Na Europa e na Ásia, a venda de vídeos e de fotos eróticas para celulares já é um grande negócio”, diz Tucker. Prova dessa popularidade é o lançamento do Mikandi, plataforma que servirá como uma loja só para conteúdo adulto dentro do sistema operacional Android. Outro exemplo de distribuição sofisticada de conteúdo adulto é o mundo virtual Red Light Center. Lá, avatares praticam as mais variadas modalidades sexuais e experimentam drogas capazes de alterar o metaverso. Embora polêmicas, experiências como essa vêm ganhando a aceitação de um público mais amplo. “Soldados no exterior usam o Red Light Center

Tecnologia à parte, o pessoal de San Pornando aplicou na prática uma das teorias do jornalista e guru da web Chris Anderson: a diversificação da cauda longa. Os sites eróticos investem em gêneros cada vez mais específicos com dezenas de categorias e, assim, podem cobrar pelo conteúdo divulgado mesmo que a audiência não seja grande. Isso é possível graças ao baixíssimo custo para entrega do conteúdo. “Uma das razões para o sucesso da indústria pornográfica na web é que a produção é sob medida para a distribuição digital”, diz Frederick Lane, autor de Obscene Profits, ainda sem versão em português. A concorrência com pequenos produtores locais, que oferecem conteúdo gratuito, não assusta muito os gigantes da indústria pornô. “Qualquer um pode pegar uma filmadora e algumas modelos para fazer um vídeo. Mas quando você age como amador, produz algo amador. As empresas que realmente estão lucrando com esse negócio mantêm o foco na qualidade e não no lixo”, afirma Larry Flynt. Será?

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PORNDEMIC NA WEB

POR JULIANO BARRETO

No mundo dos sites adultos, clones do YouTube e do Second Life são lucrativos e a pirataria está sob controle

NA VANGUARDA DA WEB

Ok, vários dos sites com conteúdo pornográfico são para interagir com suas namoradas”, diz Shuster. “Em repletos de software nocivo e propaganda indesejada. dez anos, prevemos o uso do teletouch, roupas com Só que no meio dessas armadilhas há um mercado sensores que reproduzem o toque do parceiro.” Não tão distante da efervescente cena de empreque movimenta 5 bilhões de dólares por ano e dita tendências. “O vídeo por streaming, os sistemas de sas de web 2.0 da baía de São Francisco está a cidade pagamento online, o gerenciamento de gargalos, a re- de San Fernando, também na Califórnia. Apelidada de muneração por publicidade baseada nos cliques ou na San Pornando, por abrigar grande número de sites e exposição dos anúncios começaram nos sites porno- produtoras pornográficas, a cidade pode servir como gráficos”, afirma Jason Tucker, CEO da Falcon Enterpri- inspiração para as inovadoras empresas da região ses, uma das maiores distribuidoras de fotos eróticas do Silicon Valley. O site de vídeos eróticos X-tube, da rede. “Estamos mudando a natureza da internet por exemplo, dá acesso gratuito a boa parte de seu e remodelando o futuro da humanidade”, diz Brian acervo, mas, para se manter, cobra alguns centavos Shuster, presidente do Red Light Center.com, uma de seus usuários de acordo com a duração do vídeo. espécie de Second Life pornô que atingiu 4 milhões Outro problema superado pelos sites para adultos de usuários registrados em 2009. Os depoimentos de é o controle de direitos autorais. “Criamos o nosso Tucker, Flynt e Shuster fazem parte do surpreendente próprio software para varrer a web em busca de fotos documentário Porndemic, do diretor canadense Robin nossas publicadas sem autorização”, diz Tucker. Benger. O filme mostra como as distribuidoras de conteúdo para adultos estão prontas para A produtora Congent/Benger criou um hot site sobre o documentário Porndemic invadir celulares, com(www.cogentbenger.com/docs/porndemic). Também dá para baixar o filme na íntegra, com bater a pirataria online legendas em inglês, pelo Google Vídeos, no endereço. http://tinyurl.com/porndemic. e experimentar novas formas de interação — sempre inovando e alcançando altos lucros.

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nquanto gravadoras e estúdios se digladiam com a internet, uma indústria milenar vem ganhando bilhões com a inovação. “Escolhemos a diversificação em vez de lutar uma batalha que já está perdida. Vamos sempre incorporar tecnologia ao que estamos fazendo.” A frase, que poderia ser de qualquer diretor de gravadora ou estúdio de cinema, foi dita na verdade por Larry Flynt, lenda viva do mercado de revistas masculinas e ícone da luta pela liberdade de expressão. Flynt é um dos muitos empreendedores do mercado de diversão para adultos que embarcaram de cabeça nas tecnologias da web e têm alcançado bons resultados.

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ANDROID COM CONTEÚDO ADULTO O mercado pornográfico digital envolve cifras de fazer inveja a muita startup do Silicon Valley. Recentemente, a editora da revista Penthouse comprou o serviço Adult Friend Finder por 500 milhões de dólares. A rede social para quem procura por sexo casual está longe de ser o único case de sucesso da web só para maiores de 18 anos. “Na Europa e na Ásia, a venda de vídeos e de fotos eróticas para celulares já é um grande negócio”, diz Tucker. Prova dessa popularidade é o lançamento do Mikandi, plataforma que servirá como uma loja só para conteúdo adulto dentro do sistema operacional Android. Outro exemplo de distribuição sofisticada de conteúdo adulto é o mundo virtual Red Light Center. Lá, avatares praticam as mais variadas modalidades sexuais e experimentam drogas capazes de alterar o metaverso. Embora polêmicas, experiências como essa vêm ganhando a aceitação de um público mais amplo. “Soldados no exterior usam o Red Light Center

Tecnologia à parte, o pessoal de San Pornando aplicou na prática uma das teorias do jornalista e guru da web Chris Anderson: a diversificação da cauda longa. Os sites eróticos investem em gêneros cada vez mais específicos com dezenas de categorias e, assim, podem cobrar pelo conteúdo divulgado mesmo que a audiência não seja grande. Isso é possível graças ao baixíssimo custo para entrega do conteúdo. “Uma das razões para o sucesso da indústria pornográfica na web é que a produção é sob medida para a distribuição digital”, diz Frederick Lane, autor de Obscene Profits, ainda sem versão em português. A concorrência com pequenos produtores locais, que oferecem conteúdo gratuito, não assusta muito os gigantes da indústria pornô. “Qualquer um pode pegar uma filmadora e algumas modelos para fazer um vídeo. Mas quando você age como amador, produz algo amador. As empresas que realmente estão lucrando com esse negócio mantêm o foco na qualidade e não no lixo”, afirma Larry Flynt. Será?

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inovação I programação

DANIELA BEYRUTI — Em princípio, não. Temos muitas opções de séries, todas boas, e é bacana o pessoal escolher qual quer assistir primeiro. Mas não consigo ver uma relação direta da audiência com essa interação. Uma porção muito pequena da nossa audiência vota e interage via web. A interação é saudável. Faz com que o público participe do que acontece nos bastidores da televisão.

TWITTER TEM VOZ NO SBT E

m pleno horário nobre, uma faixa diária da programação do SBT está reservada para seriados escolhidos pelos próprios telespectadores. No site do canal, eles votam nos programas que querem ver na tela. Foi assim, por exemplo, que foi decidido que o drama adolescente Gossip Girl substituiria o seriado Sobrenatural em 2010. Essa estratégia, adotada em setembro, ajudou a emissora a chegar à viceliderança em audiência no horário. Foi lendo comentários no Twitter que a diretora-geral do SBT, Daniela Beyruti, teve a ideia de delegar a escolha aos internautas. Filha número 3 de Sílvio Santos, a

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A diretora-geral do SBT, Daniela Beyruti, conta como os tuiteiros dão palpites na programação da emissora POR GUSTAVO MILLER

empresária de 33 anos mantém o perfil @danibey (http://twitter.com/danibey). Tuitando no computador e também no smartphone, ela convida seus mais de 28 000 seguidores (os SBTistas, como ela os chama) a dar palpites sobre a programação. Daniela diz que o SBT planeja oferecer todo o seu conteúdo na internet. Outros planos divulgados pela emissora incluem transmitir programas via celular para brasileiros que moram no Japão e, via web, para os que residem nos Estados Unidos. Ela contou à INFO como a emissora procura adotar novas tecnologias sem afastar seu público tradicional, das classes C e D.

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INFO — O fato de os usuários ajudarem a definir a programação reduziu a necessidade de mudá-la constantemente? DANIELA BEYRUTI — Faz muito tempo que não alteramos nossa programação sem avisar aos telespectadores. Nunca quisemos desrespeitar a quem nos assiste. Nossa intenção é consolidar a grade com produtos que agradem ao público. A votação na internet nos ajuda a ter uma ideia do que as pessoas querem. INFO — Vocês vão estender essa forma de participação do usuário a outros horários?

INFO — Como você aproveita, no dia a dia, o que seus seguidores do Twitter dizem? DANIELA BEYRUTI — Toda reclamação ou sugestão que considero relevante coloco como favorita no Twitter para ver se conseguimos resolver. Algumas ideias e críticas são mais fáceis de solucionar, claro. Eu adoro conversar com os tuiteiros. Tento responder sempre. O pessoal pede de tudo, como o retorno do Programa Livre , do Chapolin Colorado , do Super-Herói Americano e por aí vai... No domingo, a torcida é mais forte e os SBTistas vestem a camisa. Os seguidores fazem perguntas, dão sugestões, criticam e avisam sobre eventuais problemas. Eles participam do SBT como se a emissora fosse deles e isso é muito bacana. INFO — A maioria dos telespectadores do SBT é das classes C e D. Esse público está no Twitter? DANIELA BEYRUTI — Não subestimo essas classes sociais. Essas pessoas querem as mesmas coisas que as classes A e B e vão se sentir prestigiadas se tiverem acesso ao mesmo conteúdo. INFO — Vocês vão ampliar o conteúdo da TV no site do SBT na web? DANIELA BEYRUTI — Queremos oferecer no site todo o nosso conteúdo, mas isso ainda não é possível. Temos contratos com produtoras estrangeiras que detêm os direitos de exibição via web. Isso nos impossibilita de transmitir certos produtos pela internet. O site complementa o conteúdo que vai ao ar. Oferece vídeos extras, textos e informações que fazem parte do mundo virtual e que não cabem na TV. As pessoas querem ter a opção de assistir aos programas online e querem mais informações, que podem encontrar no site.

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DANIELA BEYRUTI — Em princípio, não. Temos muitas opções de séries, todas boas, e é bacana o pessoal escolher qual quer assistir primeiro. Mas não consigo ver uma relação direta da audiência com essa interação. Uma porção muito pequena da nossa audiência vota e interage via web. A interação é saudável. Faz com que o público participe do que acontece nos bastidores da televisão.

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m pleno horário nobre, uma faixa diária da programação do SBT está reservada para seriados escolhidos pelos próprios telespectadores. No site do canal, eles votam nos programas que querem ver na tela. Foi assim, por exemplo, que foi decidido que o drama adolescente Gossip Girl substituiria o seriado Sobrenatural em 2010. Essa estratégia, adotada em setembro, ajudou a emissora a chegar à viceliderança em audiência no horário. Foi lendo comentários no Twitter que a diretora-geral do SBT, Daniela Beyruti, teve a ideia de delegar a escolha aos internautas. Filha número 3 de Sílvio Santos, a

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A diretora-geral do SBT, Daniela Beyruti, conta como os tuiteiros dão palpites na programação da emissora POR GUSTAVO MILLER

empresária de 33 anos mantém o perfil @danibey (http://twitter.com/danibey). Tuitando no computador e também no smartphone, ela convida seus mais de 28 000 seguidores (os SBTistas, como ela os chama) a dar palpites sobre a programação. Daniela diz que o SBT planeja oferecer todo o seu conteúdo na internet. Outros planos divulgados pela emissora incluem transmitir programas via celular para brasileiros que moram no Japão e, via web, para os que residem nos Estados Unidos. Ela contou à INFO como a emissora procura adotar novas tecnologias sem afastar seu público tradicional, das classes C e D.

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

INFO — O fato de os usuários ajudarem a definir a programação reduziu a necessidade de mudá-la constantemente? DANIELA BEYRUTI — Faz muito tempo que não alteramos nossa programação sem avisar aos telespectadores. Nunca quisemos desrespeitar a quem nos assiste. Nossa intenção é consolidar a grade com produtos que agradem ao público. A votação na internet nos ajuda a ter uma ideia do que as pessoas querem. INFO — Vocês vão estender essa forma de participação do usuário a outros horários?

INFO — Como você aproveita, no dia a dia, o que seus seguidores do Twitter dizem? DANIELA BEYRUTI — Toda reclamação ou sugestão que considero relevante coloco como favorita no Twitter para ver se conseguimos resolver. Algumas ideias e críticas são mais fáceis de solucionar, claro. Eu adoro conversar com os tuiteiros. Tento responder sempre. O pessoal pede de tudo, como o retorno do Programa Livre , do Chapolin Colorado , do Super-Herói Americano e por aí vai... No domingo, a torcida é mais forte e os SBTistas vestem a camisa. Os seguidores fazem perguntas, dão sugestões, criticam e avisam sobre eventuais problemas. Eles participam do SBT como se a emissora fosse deles e isso é muito bacana. INFO — A maioria dos telespectadores do SBT é das classes C e D. Esse público está no Twitter? DANIELA BEYRUTI — Não subestimo essas classes sociais. Essas pessoas querem as mesmas coisas que as classes A e B e vão se sentir prestigiadas se tiverem acesso ao mesmo conteúdo. INFO — Vocês vão ampliar o conteúdo da TV no site do SBT na web? DANIELA BEYRUTI — Queremos oferecer no site todo o nosso conteúdo, mas isso ainda não é possível. Temos contratos com produtoras estrangeiras que detêm os direitos de exibição via web. Isso nos impossibilita de transmitir certos produtos pela internet. O site complementa o conteúdo que vai ao ar. Oferece vídeos extras, textos e informações que fazem parte do mundo virtual e que não cabem na TV. As pessoas querem ter a opção de assistir aos programas online e querem mais informações, que podem encontrar no site.

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inovação I twitter

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© ILUSTRAÇÃO OTAVIO SILVEIRA

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O QUE VOCÊ GANHA COM ELE? Como posts de 140 caracteres podem mudar a forma de viver e trabalhar (já mudaram pelo menos a maneira de perder tempo!) POR RENATA LEAL

B

astou o Twitter ficar fora do ar durante mais de 12 horas no dia 6 de agosto do ano passado para que usuários do mundo todo reclamassem de certa síndrome de abstinência. Não foi apenas uma baleiada — situação não tão incomum no Twitter, quando uma baleia exibida na tela mostra que o site está acima da capacidade —, mas um ataque de negação de serviço. Página não encontrada: nada de mandar mensagens, compartilhar links ou destilar altas doses de veneno em até 140 caracteres. O microblog se calou.

Siga-me no twitter

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O Twitter vem dividindo a humanidade internética basicamente em três grupos. Há os adeptos vorazes, os que estão observando para saber qual é a sua utilidade e os céticos. Em qualquer das tribos onde você esteja, é impossível ignorar o crescimento exponencial de usuários. O serviço terminou 2009 com 75 milhões de usuários, segundo a RJMetrics. Em uma conferência para desenvolvedores em abril, a empresa anunciou ter 109 milhões de usuários registrados em todo o mundo. “O Twitter conseguiu um uso e um alcance que nenhuma outra rede teve antes”, afirma Pollyana Ferrari, doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e professora da PUC-SP. No Brasil, o Twitter foi acessado por 26,1% dos internautas que navegam em casa ou no trabalho em março, o que representa 9,9 milhões de pessoas, de acordo com o Ibope Nielsen Online. A proporção de usuários em relação ao total de internautas é maior aqui do que em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, os tuiteiros representam 10,2% do total de internautas. Os brasileiros dedicam mais tempo ao Twitter do que usuários de outros países. A permanência nacional média é de 1 hora e 17 minutos por mês, enquanto os americanos ficam 41 minutos e os britânicos, 29. Somos também os mais curiosos: abrimos em média 170 páginas diferentes por mês. O Brasil tem a maior taxa de intensidade de uso, com uma média de nove visitas por pessoa por mês, enquan-

QUEM ACESSA Em % Pessoas 97,51

Empresas 2,49

Caça aos desc ontos: Diego Gomes já comprou de uís que a geladeira

to nos Estados Unidos a média é de sete, no Reino Unido é de cinco, na Espanha e na Alemanha é de quatro. Curiosamente, o Japão, que ignorava o Twitter até pouco tempo atrás, agora marca presença no microblog — tem alcance de 12,3% na população de internautas, média de 6,8 visitas por mês e exibição média por pessoa de 57 páginas mensais. A instantaneidade do site tornou tudo mais veloz e conciso, no limite dos 140 caracteres. “Há três coisas que as pessoas gostam de fazer na internet: conversar, relacionar-se com os outros e acessar in-

formações. Todas elas exigem deslocamento para determinadas ferramentas, mas no Twitter você pode fazer tudo junto, numa hora vaga”, afirma Juliano Spyer, evangelista de mídias sociais na equipe de comunicação da candidata à presidência Marina Silva. Ele escreveu e lançou na web o livro Tudo o que você precisa saber sobre Twitter (você já aprendeu numa mesa de bar). São milhões de vozes disseminando novidades, informações relevantes, opiniões, mas também inutilidades. Diante de tanto barulho, o que você pode ganhar de fato usando o Twitter?

TUITEIROS DO BRASIL

Em milhões de usuários

DEDICAÇÃO MAIOR

O FATOR CURIOSIDADE

Em visitas/mês

Em páginas abertas em março

170 Brasil 9,0

26

8,8

janeiro fevereiro março

24,5

24

janeiro fevereiro março

9,3 Brasil

5,6

Reino Unido

7

6,8 Japão

Estados Unidos

4,1

Alemanha

4,7

Espanha

3,9

França

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Por idade — em % 25 a 30 24,99

19 a 24 43,81

15 a 18 13,93 31 a 35 7,78 36 a 40 3,23 menos de 15 1,81 41 a 45 1,61

89

Estados Unidos

61

Reino Unido

TEMPO DE PERMANÊNCIA Em minutos

77 Brasil

41 Estados Unidos

46 a 55 1,32

30% 53 Espanha

da audiência dos sites de notícias têm origem no Twitter FONTE: IBOPE NIELSEN ONLINE

29

Reino Unido FONTE: CENSO DE USUÁRIOS DE TWITTER NO BRASIL – JUNHO DE 2009

FONTE: IBOPE NIELSEN ONLINE – MARÇO DE 2010

68 I DI C AS IN FO

Empresas 1,85

empresas 1,24

Em % de internautas

9,9

Mulheres 42,44

Homens 55,71

mais de 55 0,28

O Twitter já é a segunda rede social mais acessada no país, atrás apenas do Orkut. Confira alguns números do serviço

QUASE 10 MILHÕES EM AÇÕES

Por gênero — em %

© FOTO EDUARDO MONTEIRO

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O Twitter vem dividindo a humanidade internética basicamente em três grupos. Há os adeptos vorazes, os que estão observando para saber qual é a sua utilidade e os céticos. Em qualquer das tribos onde você esteja, é impossível ignorar o crescimento exponencial de usuários. O serviço terminou 2009 com 75 milhões de usuários, segundo a RJMetrics. Em uma conferência para desenvolvedores em abril, a empresa anunciou ter 109 milhões de usuários registrados em todo o mundo. “O Twitter conseguiu um uso e um alcance que nenhuma outra rede teve antes”, afirma Pollyana Ferrari, doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e professora da PUC-SP. No Brasil, o Twitter foi acessado por 26,1% dos internautas que navegam em casa ou no trabalho em março, o que representa 9,9 milhões de pessoas, de acordo com o Ibope Nielsen Online. A proporção de usuários em relação ao total de internautas é maior aqui do que em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, os tuiteiros representam 10,2% do total de internautas. Os brasileiros dedicam mais tempo ao Twitter do que usuários de outros países. A permanência nacional média é de 1 hora e 17 minutos por mês, enquanto os americanos ficam 41 minutos e os britânicos, 29. Somos também os mais curiosos: abrimos em média 170 páginas diferentes por mês. O Brasil tem a maior taxa de intensidade de uso, com uma média de nove visitas por pessoa por mês, enquan-

QUEM ACESSA Em % Pessoas 97,51

Empresas 2,49

Caça aos desc ontos: Diego Gomes já comprou de uís que a geladeira

to nos Estados Unidos a média é de sete, no Reino Unido é de cinco, na Espanha e na Alemanha é de quatro. Curiosamente, o Japão, que ignorava o Twitter até pouco tempo atrás, agora marca presença no microblog — tem alcance de 12,3% na população de internautas, média de 6,8 visitas por mês e exibição média por pessoa de 57 páginas mensais. A instantaneidade do site tornou tudo mais veloz e conciso, no limite dos 140 caracteres. “Há três coisas que as pessoas gostam de fazer na internet: conversar, relacionar-se com os outros e acessar in-

formações. Todas elas exigem deslocamento para determinadas ferramentas, mas no Twitter você pode fazer tudo junto, numa hora vaga”, afirma Juliano Spyer, evangelista de mídias sociais na equipe de comunicação da candidata à presidência Marina Silva. Ele escreveu e lançou na web o livro Tudo o que você precisa saber sobre Twitter (você já aprendeu numa mesa de bar). São milhões de vozes disseminando novidades, informações relevantes, opiniões, mas também inutilidades. Diante de tanto barulho, o que você pode ganhar de fato usando o Twitter?

TUITEIROS DO BRASIL

Em milhões de usuários

DEDICAÇÃO MAIOR

O FATOR CURIOSIDADE

Em visitas/mês

Em páginas abertas em março

170 Brasil 9,0

26

8,8

janeiro fevereiro março

24,5

24

janeiro fevereiro março

9,3 Brasil

5,6

Reino Unido

7

6,8 Japão

Estados Unidos

4,1

Alemanha

4,7

Espanha

3,9

França

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Por idade — em % 25 a 30 24,99

19 a 24 43,81

15 a 18 13,93 31 a 35 7,78 36 a 40 3,23 menos de 15 1,81 41 a 45 1,61

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Estados Unidos

61

Reino Unido

TEMPO DE PERMANÊNCIA Em minutos

77 Brasil

41 Estados Unidos

46 a 55 1,32

30% 53 Espanha

da audiência dos sites de notícias têm origem no Twitter FONTE: IBOPE NIELSEN ONLINE

29

Reino Unido FONTE: CENSO DE USUÁRIOS DE TWITTER NO BRASIL – JUNHO DE 2009

FONTE: IBOPE NIELSEN ONLINE – MARÇO DE 2010

68 I DI C AS IN FO

Empresas 1,85

empresas 1,24

Em % de internautas

9,9

Mulheres 42,44

Homens 55,71

mais de 55 0,28

O Twitter já é a segunda rede social mais acessada no país, atrás apenas do Orkut. Confira alguns números do serviço

QUASE 10 MILHÕES EM AÇÕES

Por gênero — em %

© FOTO EDUARDO MONTEIRO

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RSS DE PESSOAS

Para não fazer feio 8 dicas para se comportar bem no Twitter

1 2 3 4 5 6 7 8

Não poste mensagens demais. Ninguém lê tanta coisa Para conversas longas, de interesse privado, prefira o MSN Em respostas que não interessam a todos, use mensagens diretas Ao encontrar algo interessante, compartilhe com outros tuiteiros Dê crédito quando retuitar algo dito por outra pessoa Cuidado ao escrever identificandose como membro de uma empresa Tenha cautela com informações confidenciais Não fale nada comprometedor sobre seu trabalho

A CULTURA DOS RETUÍTES Como o repasse de informações ajuda a espalhar conhecimento

18,96% 56,69% dos retuítes dos tuítes têm links

têm links

Tuítes normais têm em

1,58 retuítes, 1,62

média sílaba por palavra enquanto

O Twitter é uma nova forma de lidar com notícias e informações. Com milhares de perfis novos todos os dias, um dos benefícios imediatos do uso da ferramenta é a concentração de dados que podem interessar a você. Mas o desafio é separar o relevante do que é apenas ruído, numa espécie de tentativa e erro (a de seguir e deixar de seguir). Se bem usado, o Twitter pode funcionar como um leitor de RSS mais específico. “No passado, imaginava-se que haveria programas capazes de filtrar informações por temas, como agentes inteligentes de conteúdo. Hoje, se você seguir as pessoas certas, terá em sua página um grande filtro com inteligência humana”, afirma Alessandro Barbosa Lima, CEO da E.Life, empresa que monitora e analisa ações de mídia social. “É uma multidão trabalhando para você gratuitamente.” Esse filtro de informações funciona porque o microblog concentra muita gente especializada em determinados temas, o que torna os comentários mais relevantes. “O grande valor do Twitter é qualificar informações”, diz Raquel Recuero, professora e pesquisadora de redes sociais da Universidade Católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul. É um perfil diferente do encontrado em outras redes sociais, como o orkut, em que os adolescentes proliferam. “O Twitter é o melhor antispam que poderia ser inventado. Você só recebe as informações de quem quer”, diz Marcelo Branco, que é coordenador de mídias sociais da campanha da candidata à presidência Dilma Roussef, dirigiu a Campus Party e coordenou o projeto Software Livre Brasil. Quem você segue também espalha informações vindas de quem segue, pelos retuítes. A prática de citar o nome de quem emitiu a informação foi incorporada do padrão usado por blogueiros, que costumam colocar links para as fontes primárias de seus posts. A disseminação do uso dos retuítes configura um novo jeito de disseminar conhecimento. “As pessoas serão capazes de estudar o processo dos retuítes para entender o que faz um conteúdo se tornar viral. Nunca tinha sido possível fazer isso antes”, afirma o pesquisador americano Dan Zarrella, especializado em mídias sociais e marketing viral.

VAI UM EMPREGO AÍ? FONTE: DAN ZARRELLA

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Se o filtro qualificado de informações é um dos destaques do Twitter, o site também tem vocação para ser

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

Emprego a estudante Ma novo: y Midori trocou o currícu lo pelo Twitter

um grande mural de classificados. Os sites de empregos (e as próprias empresas) estão usando o Twitter para divulgar vagas que antes eram oferecidas apenas em suas páginas. É o caso da Vagas Tecnologia, que tem um dos perfis mais seguidos na área de empregos — 39 995 pessoas no fim de abril. Ele divulga as vagas oferecidas por 800 empresas que são suas clientes. Agora, as vagas estão segmentadas por estado, com 27 novos perfis. “É possível que no futuro tenhamos perfis com empregos por setor”, afirma Luís Testa, gerente de marketing da Vagas Tecnologia. Além de oferecer trabalho, muitas empresas monitoram o que as pessoas estão dizendo na rede. Por isso é comum encontrar tuítes de quem está à procura de trabalho. Foi assim que a estudante de publicidade e propaganda May Midori, de 23 anos, conseguiu seu emprego atual, na revista Offline, voltada ao público universitário. Tudo começou quando ela organizou o perfil @PillowFightSP, de uma flashmob em São Paulo. “Depois que fizemos o movimento, tuitei que estava procurando emprego. Uma das meninas que trabalham na Offline viu e me chamou para conversar”, diz May. Assim, há um ano a estudante trabalha como analista de mídias sociais e gerencia cinco perfis, incluindo o seu próprio. Na relação entre trabalho e empresa, começa a surgir nas companhias a preocupação de evitar que

BLÁ-BLÁBLÁ ONLINE Estudo feito com 2 000 americanos mostrou o que eles dizem no Twitter

40,5% dos tuítes são bobagens

37,5% são conversas entre tuiteiros

8,7% são informações retuitadas FONTE: PEAR ANALYTICS

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RSS DE PESSOAS

Para não fazer feio 8 dicas para se comportar bem no Twitter

1 2 3 4 5 6 7 8

Não poste mensagens demais. Ninguém lê tanta coisa Para conversas longas, de interesse privado, prefira o MSN Em respostas que não interessam a todos, use mensagens diretas Ao encontrar algo interessante, compartilhe com outros tuiteiros Dê crédito quando retuitar algo dito por outra pessoa Cuidado ao escrever identificandose como membro de uma empresa Tenha cautela com informações confidenciais Não fale nada comprometedor sobre seu trabalho

A CULTURA DOS RETUÍTES Como o repasse de informações ajuda a espalhar conhecimento

18,96% 56,69% dos retuítes dos tuítes têm links

têm links

Tuítes normais têm em

1,58 retuítes, 1,62

média sílaba por palavra enquanto

O Twitter é uma nova forma de lidar com notícias e informações. Com milhares de perfis novos todos os dias, um dos benefícios imediatos do uso da ferramenta é a concentração de dados que podem interessar a você. Mas o desafio é separar o relevante do que é apenas ruído, numa espécie de tentativa e erro (a de seguir e deixar de seguir). Se bem usado, o Twitter pode funcionar como um leitor de RSS mais específico. “No passado, imaginava-se que haveria programas capazes de filtrar informações por temas, como agentes inteligentes de conteúdo. Hoje, se você seguir as pessoas certas, terá em sua página um grande filtro com inteligência humana”, afirma Alessandro Barbosa Lima, CEO da E.Life, empresa que monitora e analisa ações de mídia social. “É uma multidão trabalhando para você gratuitamente.” Esse filtro de informações funciona porque o microblog concentra muita gente especializada em determinados temas, o que torna os comentários mais relevantes. “O grande valor do Twitter é qualificar informações”, diz Raquel Recuero, professora e pesquisadora de redes sociais da Universidade Católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul. É um perfil diferente do encontrado em outras redes sociais, como o orkut, em que os adolescentes proliferam. “O Twitter é o melhor antispam que poderia ser inventado. Você só recebe as informações de quem quer”, diz Marcelo Branco, que é coordenador de mídias sociais da campanha da candidata à presidência Dilma Roussef, dirigiu a Campus Party e coordenou o projeto Software Livre Brasil. Quem você segue também espalha informações vindas de quem segue, pelos retuítes. A prática de citar o nome de quem emitiu a informação foi incorporada do padrão usado por blogueiros, que costumam colocar links para as fontes primárias de seus posts. A disseminação do uso dos retuítes configura um novo jeito de disseminar conhecimento. “As pessoas serão capazes de estudar o processo dos retuítes para entender o que faz um conteúdo se tornar viral. Nunca tinha sido possível fazer isso antes”, afirma o pesquisador americano Dan Zarrella, especializado em mídias sociais e marketing viral.

VAI UM EMPREGO AÍ? FONTE: DAN ZARRELLA

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Se o filtro qualificado de informações é um dos destaques do Twitter, o site também tem vocação para ser

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Emprego a estudante Ma novo: y Midori trocou o currícu lo pelo Twitter

um grande mural de classificados. Os sites de empregos (e as próprias empresas) estão usando o Twitter para divulgar vagas que antes eram oferecidas apenas em suas páginas. É o caso da Vagas Tecnologia, que tem um dos perfis mais seguidos na área de empregos — 39 995 pessoas no fim de abril. Ele divulga as vagas oferecidas por 800 empresas que são suas clientes. Agora, as vagas estão segmentadas por estado, com 27 novos perfis. “É possível que no futuro tenhamos perfis com empregos por setor”, afirma Luís Testa, gerente de marketing da Vagas Tecnologia. Além de oferecer trabalho, muitas empresas monitoram o que as pessoas estão dizendo na rede. Por isso é comum encontrar tuítes de quem está à procura de trabalho. Foi assim que a estudante de publicidade e propaganda May Midori, de 23 anos, conseguiu seu emprego atual, na revista Offline, voltada ao público universitário. Tudo começou quando ela organizou o perfil @PillowFightSP, de uma flashmob em São Paulo. “Depois que fizemos o movimento, tuitei que estava procurando emprego. Uma das meninas que trabalham na Offline viu e me chamou para conversar”, diz May. Assim, há um ano a estudante trabalha como analista de mídias sociais e gerencia cinco perfis, incluindo o seu próprio. Na relação entre trabalho e empresa, começa a surgir nas companhias a preocupação de evitar que

BLÁ-BLÁBLÁ ONLINE Estudo feito com 2 000 americanos mostrou o que eles dizem no Twitter

40,5% dos tuítes são bobagens

37,5% são conversas entre tuiteiros

8,7% são informações retuitadas FONTE: PEAR ANALYTICS

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antes da iniciativa do governo. A sacada é atingir até quem está fora. “Muitos dos nossos seguidores são estudantes de agronomia. Eles levam para os pais, que muitas vezes são agricultores, as dicas que damos”, afirma Vinícius Dias, responsável por gerenciar os perfis de mídias sociais da secretaria.

VERDADEIRO OU FALSO

milla No futebol: Ca pai, do l rfi pe o iou cr técnico s, ze ne Me no Ma do Corinthians

funcionários divulguem dados confidenciais. Como toda ferramenta nova, ainda vai levar um tempo para as empresas encontrarem um equilíbrio entre o que fazer ou não no Twitter. O canal esportivo ESPN, por exemplo, proibiu que seus jornalistas nos Estados Unidos falem sobre esportes nos perfis do Twitter ou em outras redes sociais. Só podem discutir o assunto nos sites e blogs da empresa. O comentarista Ric Bucher criticou em sua página: “Meu palpite é que ainda posso tuitar sobre minhas férias, carros, compras etc. O que eu farei, se puder. Mas a conversa informal sobre a NBA está em risco”. No Brasil, a operadora de telecomunicações GVT é uma das empresas que já criaram um código de conduta corporativa que inclui as redes sociais. “Nós estimulamos o uso, mas conversamos com as pessoas para explicar como fazer para não expor a empresa, para que elas tenham discernimento

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do que pode ser falado”, diz Adeíldo Nascimento, diretor de Recursos Humanos da GVT.

LINHA DIRETA COM O GOVERNO No mês de junho do ano passado, o Twitter foi a principal ferramenta para a primeira rebelião 2.0 que já se viu. Opositores do presidente reeleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, usaram o site para expressar na internet o clamor que vinha das ruas de Teerã. Com os jornais locais censurados e boa parte da imprensa estrangeira sendo expulsa do país, o Twitter se tornou um canal de notícias e expressão dos direitos dos iranianos. No Brasil, os pedidos de #forasarney, pela renúncia do presidente do Senado, José Sarney, ganharam espaço nos tuítes, mas não tiveram resultado efetivo. Por outro lado, estão surgindo iniciativas que podem estreitar o relacionamento entre cidadãos e poder público. O mais destacado

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

deles, por enquanto, é do Governo do Estado de São Paulo, que liberou o uso de redes sociais pelos servidores e possibilitou a criação de perfis das secretarias no Twitter. O grande incentivador foi o próprio ex-governador José Serra. Atualmente em campanha para a presidência da República, ele mantém o hábito de alimentar diariamente sua página e tem mais de 216 000 seguidores. “O uso do Twitter encurtou a distância entre o governo e as pessoas. É mais simples para elas interagirem, dizerem o que não está sendo feito ou até alertar sobre algo que deveria estar funcionando e não está”, afirma Bruno Caetano, secretário da Comunicação do Governo do Estado de São Paulo. O principal perfil, o @governosp, acumula mais de 15 000 seguidores e publica uma média de 15 mensagens por dia. Um dos exemplos práticos desse uso está na Secretaria de Agricultura, com um perfil criado pouco

Uma das facetas mais bem humoradas do Twitter é acompanhar os perfis das celebridades — ou melhor, de seus fakes. Virou clássico na rede as tiradas do falso perfil da atriz Nair Bello, que já morreu em 2007, bem antes de o Twitter virar celebridade. Para ajudar a identificar o verdadeiro e o falso, o site tem certificado os perfis oficiais de pessoas mais conhecidas. Brasileiros como os pilotos Nelsinho Piquet, Rubens Barrichello e Antonio Pizzonia e os apresentadores Luciano Huck e Marcelo Tas já estampam o selo Verified Account. Com o boom do Twitter no Brasil nos últimos meses, observou-se um movimento de entrada de celebridades semelhante ao visto nos Estados Unidos. A liderança do ranking nacional, mantida por Marcelo Tas durante alguns meses, foi derrubada pelo atual técnico do Corinthians, Mano Menezes, que tem mais de 1,3 milhão de seguidores. Seu perfil é mantido a quatro mãos, com a ajuda de sua coordenadora de imprensa e imagem, a filha Camilla Menezes, de 26 anos. A ideia de criar um perfil foi dela. Ela estudou exemplos internacionais para decidir que forma usar. “Não tínhamos nenhuma ambição em ter o perfil mais seguido do Brasil. O objetivo é aproximar o torcedor, que pode acompanhar a rotina dos treinamentos.” Com tantos seguidores, que não são apenas torcedores do Corinthians, mas também de outros clubes por onde Mano Menezes já passou, Camilla afirma ser impossível responder a todos os comentários. Por isso, adotou um modelo de apenas escrever as mensagens do técnico. “A gente conversa e ele diz o que quer falar pelo Twitter. Aí montamos e colocamos no ar de dois a três posts por dia.”

TUDO POR UM DESCONTO O número de perfis corporativos vem crescendo rapidamente e algumas empresas já aproveitam o microblog efetivamente para vender. O site Comprafacil.com lançou em agosto do ano passado uma

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antes da iniciativa do governo. A sacada é atingir até quem está fora. “Muitos dos nossos seguidores são estudantes de agronomia. Eles levam para os pais, que muitas vezes são agricultores, as dicas que damos”, afirma Vinícius Dias, responsável por gerenciar os perfis de mídias sociais da secretaria.

VERDADEIRO OU FALSO

milla No futebol: Ca pai, do l rfi pe o iou cr técnico s, ze ne Me no Ma do Corinthians

funcionários divulguem dados confidenciais. Como toda ferramenta nova, ainda vai levar um tempo para as empresas encontrarem um equilíbrio entre o que fazer ou não no Twitter. O canal esportivo ESPN, por exemplo, proibiu que seus jornalistas nos Estados Unidos falem sobre esportes nos perfis do Twitter ou em outras redes sociais. Só podem discutir o assunto nos sites e blogs da empresa. O comentarista Ric Bucher criticou em sua página: “Meu palpite é que ainda posso tuitar sobre minhas férias, carros, compras etc. O que eu farei, se puder. Mas a conversa informal sobre a NBA está em risco”. No Brasil, a operadora de telecomunicações GVT é uma das empresas que já criaram um código de conduta corporativa que inclui as redes sociais. “Nós estimulamos o uso, mas conversamos com as pessoas para explicar como fazer para não expor a empresa, para que elas tenham discernimento

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do que pode ser falado”, diz Adeíldo Nascimento, diretor de Recursos Humanos da GVT.

LINHA DIRETA COM O GOVERNO No mês de junho do ano passado, o Twitter foi a principal ferramenta para a primeira rebelião 2.0 que já se viu. Opositores do presidente reeleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, usaram o site para expressar na internet o clamor que vinha das ruas de Teerã. Com os jornais locais censurados e boa parte da imprensa estrangeira sendo expulsa do país, o Twitter se tornou um canal de notícias e expressão dos direitos dos iranianos. No Brasil, os pedidos de #forasarney, pela renúncia do presidente do Senado, José Sarney, ganharam espaço nos tuítes, mas não tiveram resultado efetivo. Por outro lado, estão surgindo iniciativas que podem estreitar o relacionamento entre cidadãos e poder público. O mais destacado

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deles, por enquanto, é do Governo do Estado de São Paulo, que liberou o uso de redes sociais pelos servidores e possibilitou a criação de perfis das secretarias no Twitter. O grande incentivador foi o próprio ex-governador José Serra. Atualmente em campanha para a presidência da República, ele mantém o hábito de alimentar diariamente sua página e tem mais de 216 000 seguidores. “O uso do Twitter encurtou a distância entre o governo e as pessoas. É mais simples para elas interagirem, dizerem o que não está sendo feito ou até alertar sobre algo que deveria estar funcionando e não está”, afirma Bruno Caetano, secretário da Comunicação do Governo do Estado de São Paulo. O principal perfil, o @governosp, acumula mais de 15 000 seguidores e publica uma média de 15 mensagens por dia. Um dos exemplos práticos desse uso está na Secretaria de Agricultura, com um perfil criado pouco

Uma das facetas mais bem humoradas do Twitter é acompanhar os perfis das celebridades — ou melhor, de seus fakes. Virou clássico na rede as tiradas do falso perfil da atriz Nair Bello, que já morreu em 2007, bem antes de o Twitter virar celebridade. Para ajudar a identificar o verdadeiro e o falso, o site tem certificado os perfis oficiais de pessoas mais conhecidas. Brasileiros como os pilotos Nelsinho Piquet, Rubens Barrichello e Antonio Pizzonia e os apresentadores Luciano Huck e Marcelo Tas já estampam o selo Verified Account. Com o boom do Twitter no Brasil nos últimos meses, observou-se um movimento de entrada de celebridades semelhante ao visto nos Estados Unidos. A liderança do ranking nacional, mantida por Marcelo Tas durante alguns meses, foi derrubada pelo atual técnico do Corinthians, Mano Menezes, que tem mais de 1,3 milhão de seguidores. Seu perfil é mantido a quatro mãos, com a ajuda de sua coordenadora de imprensa e imagem, a filha Camilla Menezes, de 26 anos. A ideia de criar um perfil foi dela. Ela estudou exemplos internacionais para decidir que forma usar. “Não tínhamos nenhuma ambição em ter o perfil mais seguido do Brasil. O objetivo é aproximar o torcedor, que pode acompanhar a rotina dos treinamentos.” Com tantos seguidores, que não são apenas torcedores do Corinthians, mas também de outros clubes por onde Mano Menezes já passou, Camilla afirma ser impossível responder a todos os comentários. Por isso, adotou um modelo de apenas escrever as mensagens do técnico. “A gente conversa e ele diz o que quer falar pelo Twitter. Aí montamos e colocamos no ar de dois a três posts por dia.”

TUDO POR UM DESCONTO O número de perfis corporativos vem crescendo rapidamente e algumas empresas já aproveitam o microblog efetivamente para vender. O site Comprafacil.com lançou em agosto do ano passado uma

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Eles também tuítam

©1

Maria Rita (@mroficial)

A CULTURA DOS RETUÍTES Como o repasse de informações ajuda a espalhar conhecimento ©2

85,3% dos tuiteiros postam menos de uma mensagem por dia

Rubens Barrichello (@rubarrichello) ©3

21%

dos usuários nunca postaram no Twitter

5% 75%

Helio De La Peña (@lapena)

dos tuiteiros são responsáveis

por

de

todas as mensagens

©4

50%

Mais de das mensagens são publicadas usando ferramentas fora do site

Millôr Fernandes (@millorfernandes) ©5

FONTE: PEAR ANALYTICS

Ivete Sangalo (@ivetesangalo)

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série de leilões de produtos pelo Twitter. O primeiro, realizado no dia 13 daquele mês, leiloou uma câmera digital da Olympus que valia 899 reais. O martelo foi batido em 431,50 reais, depois de três horas e meia e mais de 1 200 lances dados por cerca de 300 participantes. “Escolhemos oferecer bons produtos que são desejo de consumo das pessoas”, diz Gustavo Bach, diretor de marketing do Comprafacil.com. O editor de imagem carioca Diego Gomes, de 27 anos, conseguiu o lance final do primeiro leilão e levou a câmera para casa. “Fui colocando os lances, mas foi algo despretensioso”, diz. Não é a primeira vez que Gomes consegue ganhar descontos ou produtos pelo Twitter. Ele afirma que a maioria dos perfis que segue é de empresas, para ficar sabendo de promoções. Antes de se casar, por exemplo, ele conseguiu poupar algum dinheiro ao comprar a geladeira e a máquina de lavar roupas com bons descontos. Entre suas pechinchas virtuais estão um tênis de corrida por 60 reais e uma garrafa de uísque Red Label por apenas 20. Assim como o leilão virtual do Comprafacil.com, outras ações inusitadas têm surgido no Twitter. Uma delas foi da LG, com um perfil para o refrigerador Top Mount. Durante o mês de junho de 2009, dez kits eram distribuídos nos dias úteis. Na geladeira, eram filmados por uma das quatro câmeras instaladas internamente. Pelo site da campanha, os tuiteiros acompanhavam qual seria o próximo kit e ao sinal de “valendo”, dado pela organização do perfil, a primeira pessoa a responder ganhava o produto. “A relação custo-benefício da campanha foi muito boa. Conseguimos medir bem a quantidade de tuítes e retuítes e o impacto da marca”, diz Cristiana Agostini, gerente de Digital Marketing da LG Electronics Brasil. Os motoboys que entregaram os 200 kits rodaram 6 000 quilômetros pela cidade de São Paulo. Outros usos criativos do Twitter podem surgir a qualquer momento. O serviço está em constante transformação, sobretudo por iniciativas inventadas pelos próprios usuários. O que começou com a © 6 já mudou papergunta “O que você está fazendo?” ra “Compartilhe e descubra o que está acontecendo agora, em algum lugar do mundo”. O próximo passo deve incorporar a localização exata de onde a mensagem está sendo transmitida, começando pelos programas para celular e desktop. Onde você está agora? Não vai ser nem preciso perguntar.

© FOTOS 1 MARCOS HERMES 2 RAFAEL CUSATO 3 RAFAEL CAMPOS 4 DANIELA DACORSO 5 REGINALDO TEIXEIRA

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inovação I empresas

A NOVA CARA DAS REDES SOCIAIS Como as empresas estão usando o Twitter, o Orkut e o YouTube para chegar mais perto dos consumidores POR RENATA LEAL

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unca se falou tanto em redes sociais no país quanto agora — e a onda mobiliza cada vez mais as empresas. Elas perceberam que ficar fora das redes pode ser um mau negócio. Quando não estão nas mídias sociais, as companhias não podem responder diretamente os comentários dos consumidores. A principal rede brasileira, o orkut, conta com 26,9 milhões de usuários, segundo dados do Ibope Nielsen Online. “Tem muita gente escondida por aí olhando o orkut de madrugada”, disse Alex Dias, diretor-geral do Google Brasil em seminário realizado pela INFO no final do ano passado. No Twitter, ainda segundo dados

© ILUSTRACNAO VECTORSTOCK

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do Ibope Nielsen Online, os brasileiros têm 8,8 milhões de perfis. O português já é a segunda língua mais falada no site. Alex Dias afirmou que as empresas precisam ter uma estratégia para as mídias sociais. O primeiro passo é reconhecer que a internet é um ambiente social. “Mesmo o algoritmo do Google, que é tido como algo binário, é um reflexo da vontade do usuário. Ele mostra a relevância”, afirmou. Os comentários nas redes podem influenciar padrões de consumo. Uma decisão sobre ter ou não um perfil no Twitter ou uma comunidade no orkut é essencial. “Enquanto você vê como adotar, seu consumidor está falando de você”, disse.

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Não basta abrir uma comunidade no orkut ou criar um perfil no Twitter sem um estudo prévio. “O que dá errado nas redes sociais é entrar por entrar”, afirmou Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro. Para se destacar, a empresa precisa ter objetivos certos e estar preparada para lidar com a reação dos consumidores. “A gestão da marca sai do cordão de isolamento do departamento de marketing para ser gerida colaborativamente por muitos emissores.” Para o diretor de marketing da Nike, Tiago Pinto, é preciso pensar em como o conteúdo produzido pode agregar valor ao usuário das redes. Nessa interpretação do conceito de marca, o desafio é aprender a organizar o que é produzido pelas pessoas para que o conteúdo seja usado na tomada de decisões. “Antes, tínhamos planos de marketing bem estruturados; hoje, a tendência é ter uma estratégia de marca muito forte”, diz Paula Bellizia, diretora de marketing e negócios da Microsoft Brasil. A empresa lançou recentemente seu perfil no Twitter.

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© FOTOS 1 DIVULGAÇÃO 2 REPRODUÇÃO

O FENÔMENO DO TWITTER Com crescimento de 1 600% entre julho de 2008 e julho de 2009 no mundo, seria impossível que as empresas não olhassem para o Twitter. “Ele é um broadcasting pessoal, por isso as pessoas estão fascinadas”, disse Walter Longo, vice-presidente da Young & Rubicam. Atentas ao movimento pessoal e corporativo no Twitter, muitas empresas criaram seus perfis. Enquanto algumas companhias fazem promoções e concursos, outras dão dicas ao consumidor. Os perfis mais atraentes já colhem os frutos do crescimento do Twitter no país. É o caso da construtora Tecnisa. Além do Twitter, ela tem blog, perfil no LinkedIn, comunidades no orkut e no Facebook, canal de vídeos no YouTube e álbum de fotos no Flickr. A empresa concluiu em maio do ano passado a venda de um apartamento de 500 000 reais pelo Twitter. Mas até colher resultados, o gerente de redes sociais Roberto Aloureiro era visto com estranhamento pelos colegas. “Antes me chamavam de vagabundo. Quando as pessoas viam meus dois

Natura: na empresa, nove funcionários se revezam para atualizar o perfil no Twitter

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Não basta abrir uma comunidade no orkut ou criar um perfil no Twitter sem um estudo prévio. “O que dá errado nas redes sociais é entrar por entrar”, afirmou Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro. Para se destacar, a empresa precisa ter objetivos certos e estar preparada para lidar com a reação dos consumidores. “A gestão da marca sai do cordão de isolamento do departamento de marketing para ser gerida colaborativamente por muitos emissores.” Para o diretor de marketing da Nike, Tiago Pinto, é preciso pensar em como o conteúdo produzido pode agregar valor ao usuário das redes. Nessa interpretação do conceito de marca, o desafio é aprender a organizar o que é produzido pelas pessoas para que o conteúdo seja usado na tomada de decisões. “Antes, tínhamos planos de marketing bem estruturados; hoje, a tendência é ter uma estratégia de marca muito forte”, diz Paula Bellizia, diretora de marketing e negócios da Microsoft Brasil. A empresa lançou recentemente seu perfil no Twitter.

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© FOTOS 1 DIVULGAÇÃO 2 REPRODUÇÃO

O FENÔMENO DO TWITTER Com crescimento de 1 600% entre julho de 2008 e julho de 2009 no mundo, seria impossível que as empresas não olhassem para o Twitter. “Ele é um broadcasting pessoal, por isso as pessoas estão fascinadas”, disse Walter Longo, vice-presidente da Young & Rubicam. Atentas ao movimento pessoal e corporativo no Twitter, muitas empresas criaram seus perfis. Enquanto algumas companhias fazem promoções e concursos, outras dão dicas ao consumidor. Os perfis mais atraentes já colhem os frutos do crescimento do Twitter no país. É o caso da construtora Tecnisa. Além do Twitter, ela tem blog, perfil no LinkedIn, comunidades no orkut e no Facebook, canal de vídeos no YouTube e álbum de fotos no Flickr. A empresa concluiu em maio do ano passado a venda de um apartamento de 500 000 reais pelo Twitter. Mas até colher resultados, o gerente de redes sociais Roberto Aloureiro era visto com estranhamento pelos colegas. “Antes me chamavam de vagabundo. Quando as pessoas viam meus dois

Natura: na empresa, nove funcionários se revezam para atualizar o perfil no Twitter

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monitores, um no orkut e outro no Twitter, pensavam: esse cara não trabalha, não?” Convencer a empresa a criar seu perfil no Twitter pode não ser fácil. “É difícil convencer quem não conhece. Você tem de evangelizar, instruir”, disse Aloureiro. Uma tentativa pode ser não investir muito dinheiro. Foi o que ocorreu na Natura, que mantém seu perfil com dicas de beleza e instruções para as consultoras que vendem os produtos da marca. “Temos uma equipe de nove pessoas, que se revezam para responder aos comentários”, disse Marcio Orlandi, gerente de internet da Natura.

MONITORAMENTO DA MARCA Saber o que as pessoas falam sobre as marcas e interagir com elas atrai — e amedronta — as companhias. Por isso, junto com o crescimento das redes, aumenta a relevância do monitoramento. Algumas empresas fazem o serviço, usando ferramentas automáticas e análise de hábitos e relevância. “Estamos em uma fase muito embrionária de análise. Cada rede social tem suas características”, afirmou Cassio Dreyfuss, vice-presidente do Gartner. Marcelo Tas, apresentador do CQC , destaca que pelo Twitter consegue um retorno importante sobre o que as pessoas dizem enquanto assistem ao programa. “O Twitter é uma ferramenta de ouvir”, disse. “Depois do CQC, chego em casa, busco no Twitter e vejo tudo o que as pessoas falaram. Nunca na história da TV existiu uma ferramenta assim.”

PÍLULAS DE CHICO BUARQUE A dupla Cesar Paz e Rafael Payão, ambos da agência AG2, comanda o perfil @chico_buarque. Não é um endereço fake do cantor e compositor. Eles postam frases curtas de músicas do artista e têm mais de 31 000 seguidores, principalmente mulheres. Os números crescem a uma velocidade de 800 novos seguidores por dia.

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Nike: campanha para o Corinthians se espalhou em redes sociais

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inovação I publicidade

IMAGEM SOCIAL NA VITRINE Como a boo-box transforma o que você fala nas mídias sociais em dinheiro POR RENATA LEAL

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o ver uma foto de Gisele Bündchen estampando itens de vestuário de várias marcas num site, o brasiliense Marco Gomes teve uma sacada que mudou sua vida. Pensou que na foto da modelo poderiam entrar links de lojas que vendem as peças que ela usava. Madrugadas depois, em meio a programações em Ruby on Rails, no fim de 2006, a boo-box passou de ideia a protótipo. A empresa criou uma forma de gerenciar anúncios em mídias sociais, que tem sido chamada de publicidade contextual. Blogueiros, donos de comunidades em redes sociais e tuiteiros podem usar sua imagem e o conteúdo produzido para ampliar a receita, com comissões pagas pelas lojas, em cima das compras feitas pelos leitores. Programador desde os 12 anos, Marco Gomes, que hoje tem 24 anos, mandou sua ideia para o blog americano Tech Crunch. “Meu sonho era fazer da boo-box uma marca”, diz Gomes. Além

© FOTO ALEXANDRE BATTIBUGLI

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de um post elogioso no blog, foi descoberto pela Monashees Capital, investidora nacional que aposta em empresas brasileiras. Nesse período, Gomes se uniu a Marcos Tanaka, atual CEO da boo-box, que queria ser empreendedor e foi apresentado pela Monashees. “Grandes empresas que deram certo têm uma dupla forte, um visionário e um pé no chão”, diz Eric Asher, diretor da Monashees Capital. Hoje, as caixinhas da boo-box estão em 9 500 sites e exibem 520 milhões de anúncios. O sistema de publicidade para mídias sociais, aprimorado no ano passado, está focado em três pontos. O primeiro é a análise semântica, que permite compreender melhor o conteúdo dos blogs. Por

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ela, os anúncios podem entrar diretamente em palavras e é mais fácil relacionar os produtos ao tema discutido. O segundo é o domínio de métricas, para acompanhar o desempenho das propagandas. O terceiro é oferecer formatos de publicidade que permitam mais personalização.

REPUTAÇÃO X ANÚNCIOS Por aparecer em palavras ou vitrines abaixo do texto, o modelo da boo-box pode soar como invasivo para quem lê. Mas existem estudos que apontam vantagens no modelo. “É uma visão da publicidade como serviço. O publisher transfere sua reputação para os produtos”, afirma Tanaka. Os anúncios com o modelo da boo-box estampam ofertas de redes como Submarino e Ame-

ricanas.com e estão em blogs como Papel Pop e Jovem Nerd. Eles têm representado uma união bem-sucedida de mídias sociais, propaganda e comércio eletrônico. A lógica é a seguinte: se uma pessoa lê num blog uma resenha de livro e gosta, pode ficar com vontade de comprar. A tentação será maior ainda se o link para compra estiver ao lado do texto que ela acabou de ler. É disso que vem o sucesso da ferramenta da boobox, que aumenta a taxa de retorno financeiro para as mídias sociais — tudo que os blogueiros e os tuiteiros profissionais queriam.

Tanaka e Gomes: nova forma de anúncio em mídias sociais

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carreira I webmaster

A MUTAÇÃO DO WEBMASTER

Vídeo, SEO e redes sociais transformam o perfil do profissional que as empresas procuram agora POR ANA LÚCIA MOURA FÉ

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produção de cada um dos vídeos de aula de música, novidade no site Cifras.com.br, dedicado ao violão, é acompanhada diretamente pelo webmaster Peter Jordan, de 40 anos. Além de se encarregar de atividades tradicionais do seu trabalho, como de gerenciamento de conteúdo e de servidores, ele vasculha blogs e fóruns para conhecer novas técnicas de SEO, para conseguir uma boa posição nas ferramentas de busca, e fica de olho na rede social do site, para retirar conteúdo inapropriado. Jordan também põe a mão na massa nos projetos de desenvolvimento e dá pitacos no design. “A maior responsabilidade de um webmaster hoje em dia é buscar tecnologias que signifiquem melhorias”, diz. A multiplicação de habilidades exigidas de um webmaster — ainda mais com recursos como vídeo, SEO e redes sociais em alta — resultou em duas prin-

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cipais vertentes para a carreira. De um lado, há o profissional multitarefa como Jordan. Eles criam seu próprio site ou atuam em portais de pequeno ou médio portes. Do outro, há os profissionais que se especializam em alguma área de conhecimento e são mais visados por grandes empresas e portais. O maior mercado de trabalho para webmasters está nos sites de médio e pequeno portes ou na atuação como autônomo — o profissional monta sua própria empresa de internet ou trabalha como freelancer. Segundo Jordan, hoje é possível criar um site para viver de publicidade e de acessos, coisa impensável há cerca de dez anos. Fundador da Petaxon Informática, empresa responsável pelos sites Cifras. com.br e Letras.com.br, Jordan mantém equipes cuidando de cada um dos seus sites, mas não contrataria um webmaster atualmente. “Entendo que esse

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profissional é o dono das ideias, é quem começa um site. Nas grandes empresas, o webmaster vem perdendo terreno para especialistas”, diz.

ESPÉCIE EM EXTINÇÃO? Esse cenário acontece hoje, por exemplo, na paulista AgênciaClick. Segundo profissionais da área, em grandes empresas e portais, as funções que antes eram atribuídas ao webmaster foram divididas entre três ou quatro tipos de profissionais, distribuídos nas áreas de criação, arquitetura da informação, design e tecnologia. São os profissionais especializados. Em outras palavras, o webmaster mais tradicional, aquele que programa HTML, cuida do layout e ainda faz envio de arquivos para o FTP, continua restrito às empresas onde o processo de trabalho não está muito bem definido ou a estratégia de internet não é primordial. A valorização dos especialistas é forte, mas está longe de prevalecer no país, na opinião de Guilherme Ranoya, professor de graduação do Senac-SP, coordenador de curso da Faculdade Paulista de Artes, diretor de criação da L3A Interativa e de desenvolvimento da Tortuga Estúdio. “As empresas exigem cada vez mais de uma única pessoa. Muitos estão exaustos ou assustados com o esforço que têm de realizar para acompanhar as mudanças”, diz. Para assumir toda essa responsabilidade, o webmaster precisa dominar uma lista de tecnologias de programação e desenvolvimento que só cresce. Segundo Ranoya, o webmaster não precisa necessaria-

Peter Jordan, do Cifras.com.br: profissional multitarefa

mente ter diploma, mas deve conhecer pelo menos três linguagens de programação e estar familiarizado com métodos como Ajax ou ferramentas como o Flash, programar, modelar e realizar operações de banco de dados. Deve saber configurar servidores, com suas devidas extensões para programação em PHP, Ruby on Rails e Java, entre outras. Tem de configurar máquinas virtuais para montar servidores de teste, desenvolvimento e produção, configurar redes e servidores de e-mail e gerenciar suas políticas e usuários (veja lista de ferramentas abaixo). Um webmaster com perfil mais técnico e em início de carreira pode ganhar cerca de 4 000 reais, diz João Paulo Camargo, diretor da Asap, especializada no recrutamento de executivos. Na visão dele, hoje o webmaster precisa ter capacidade de enxergar o site como estratégico e gerador de receitas. “Ele pode evoluir para o cargo de diretor de unidade de negócios de internet.” Para Cabral, da AgênciaClick, o webmaster que quiser avançar tem de escolher uma área de conhecimento e se aprofundar. “É aí que vão aparecer os salários mais altos”, diz Cabral. Os mais ambiciosos podem batalhar para liderar os sites, competindo com profissionais de várias áreas. De acordo com a empresa de recrutamento Robert Half, profissionais que coordenam uma grande equipe de um site estratégico podem ganhar de 9 000 reais a 16 5000 reais — nesse caso, o nome do cargo pode deixar de ser webmaster. Mas quem se importa com isso?

CAIXA DE FERRAMENTAS Além das fundamentais XHTML e CSS, o webmaster precisa dominar tecnologias como Phyton, Java Server Pages, Pearl, AS3, Ajax, Ruby on Rails e XML, diz Ana Laura Gomes, consultora de web e computação gráfica para o Senac. Sistemas gestores de conteúdo, como Wordpress, Joomla e Drupal, também viraram presença obrigatória no currículo. Com a crescente procura por vídeos na web, conhecer o software After Effects é outro requisito que entrou para a lista de habilidades.

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© FOTO ANDREA MARQUES

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