O Jornal N5

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Qual é a rádio que você ouve?

ANO I | N.º 5 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | QUINZENAL | 15 abril 2012

Peniche

Caldas da Rainha

Dragagens na Foz do Arelho concluídas // P 24

A retirada de 350 mil metros cúbicos de areia está concluída e o Ministério do Ambiente prevê novas dragagens em 2013. A obra orçada em 1,8 milhões de euros não convence o Movimento de Salvaguarda da Lagoa, que mantem a correr uma petição exigindo dragagens permanentes

Demissões abalam ACISCP // P 4

Óbidos

Dívidas no Bom Sucesso geram queixa de investidores // P 6

Rebeca

As voltas da vida…

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CIRCO MUNDIAL

VENHA VER O INCRÍVEL HOMEM BALA DISPARADO A 200KM/H

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abertura |

Pesca na mira de Eurodeputado João Ferreira, deputado do PCP ao Parlamento Europeu, falou de propostas e contra propostas para o setor da pequena pesca. E não esqueceu a agricultura

Fotos: Pedro Pessoa

A faina dos pescadores da embarcação FONSILVA, de Peniche, teve, na madrugada de dia 28 de março, a companhia de João Ferreira, um dos redatores do relatório a ser elaborado no Parlamento Europeu sobre “a

pesca de pequena escala e a reforma da política comum de pescas”. Em cima da mesa do Parlamento Europeu está em discussão a reforma da Política Comum de Pescas. Os pontos principais têm a ver com

a mudança do modelo de gestão e com a criação de um regime de concessões de pescas transferíveis, obrigatório para todos os estados membros. O deputado explica que este regime “vai levar à concentração de direitos de pesca num conjunto de operadores mais poderosos do ponto de vista económico e financeiro. Isto pode ter consequências profundamente negativas para o nosso país, o que trará maiores dificuldades para os setores da pesca de pequena escala, costeira e artesanal. Estamos a debater contra a implementação desse regime.” As propostas da Comissão Europeia parecem ser insuficientes para dar as respostas necessárias a outros problemas, como “a questão da subida do preço da primeira venda do pescado. Há um aumento significativo dos fatores de custo de produção, sobretudo dos combustíveis, enquanto o preço da primeira venda se mantem estagnado, e em alguns casos pode até diminuir.” Para resolver este problema, João Ferreira diz “ser necessário promover uma distribuição mais justa do valor acrescentado ao longo da cadeia de valor do setor: elevando o preço da primeira venda, contendo o preço no consumidor final, assegurando essa distribuição mais justa.” Mas as propostas apresentadas não se ficam por aqui. “Estamos a tentar criar um programa comunitário ao nível da união europeia de apoio à pequena pesca. Entre outros aspetos, a criação de mecanismos de emergência que possam ser acio-

nados em situações imprevistas, como catástrofes naturais, elevação súbita dos custos de combustíveis ou nas paragens biológicas.” Estas paragens conferem uma importância para, durante períodos do ciclo de vida das espécies, se fazer uma interrupção nas pescarias para permitir uma reconstituição dos estoques. “Mas isto exige uma paragem de atividade, e isso implica um corte no rendimento, o que nem sempre é comportável. Logo, entendemos que deveria existir um fundo de emergência que permitisse apoiar os pescadores nestas situações”, defende o deputado. Evolução negativa Portugal foi, nestas duas últimas décadas e meia, um dos países que abateu um maior número de frota. “Só na primeira década da entrada na política comum de pescas abatemos a frota em quase 40%, e as capturas tiveram um decréscimo semelhante, enquanto outros países aumentavam a frota e a produção. Muito embora a pequena pesca seja o segmento dominante na generalidade dos países, a verdade é que em Portugal este segmento tem um peso ainda superior. O problema do rendimento, as dificuldades da valorização da primeira venda do pescado, a questão dos combustíveis tem hoje no nosso país um impacto maior, fruto não só dessa preponderância da pequena pesca mas também da evolução negativa do setor que vem mais de trás.”

Seguro Público Agrícola O PCP já interrogou a Comissão Europeia e o Governo Português sobre as medidas a tomar em relação à seca. “Temos vindo a defender a antecipação das ajudas, hipótese que a ministra recentemente referiu. Mas só isso não chega, é importante compensar os prejuízos causados, a antecipação das ajudas vai poder melhorar um pouco a situação de sufoco que os produtores têm hoje, mas eles vão sempre ter o prejuízo que tiveram decorrente da seca. O que é necessário é medidas de compensação desse prejuízo, uma proposta que nós fizemos já por diversas vezes é a criação de um Seguro Público Agrícola, que possa funcionar precisamente em situações de catástrofe natural como a seca, e não só”. No dia 19 de abril há uma sessão no Parlamento Europeu para discutir a antecipação do plano de ajudas a Portugal referente à seca.

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| concelhos // peniche

A História de uma Burla

ACISCP em crise diretiva

“Ele chamou pelo António, entrou pelo portão e eu não estranhei”, disse Manuel Chagas, vizinho do casal burlado no passado dia 27 de março em Atouguia da Baleia Guilhermina Silva e António Silva, ambos com 80 anos, foram enganados pelo burlão que se fez passar por funcionário dos CTT e pediu dinheiro - num total de 205€, para levantar uma encomenda em nome da filha de ambos. Uma coincidência foi o suficiente para não levantar suspeitas. Enquanto Guilhermina Silva esperava pelo carro do peixeiro perto de sua casa, foi abordada por um indivíduo “apresentável” que dizia ter uma encomenda para a sua filha Isabel. Afirmou também conhecer os outros filhos. Ao ver que se aproximava o peixeiro disse que já voltava. Minutos mais tarde, enquanto Manuel Chagas estava em frente à casa de ambos, o individuo volta ao local, cumprimenta-o, chama pelo dono

Tentativa de roubo em Atouguia da Baleia. Assalto em Reinaldes Na madrugada de 10 para 11 de abril, por volta das 4 horas da manhã, um grupo de encapuçados tentou roubar um dos sinos da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Atouguia da Baleia. Possivelmente “o facto de ter um peso excessivo, cerca de 200 quilos, e ao embater no chão, depois de ter sido empurrado, fazer muito barulho levou os ladrões a deixarem o sino par trás”, revela António Salvador, presidente da Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia. O sino, que já não era utilizado, datado de 1891, ficará ao cargo do Centro Interpretativo da Atouguia da Baleia. Nessa mesma noite, a máquina de tabaco de um café na localidade de Reinaldes foi roubada. Após a entrada forçada no estabelecimento, a máquina foi levada, e depois do seu interior ter sido esvaziado foi abandonada nos campos agrícolas das proximidades. Não se sabe se há ligação entre os autores destes crimes.

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da residência, António Silva, e entra. Já no interior pede o dinheiro para a encomenda. “Ele veio atrás de mim até ao quarto, eu tirei um envelope com dinheiro e dei-lhe o que pediu. Mas ele foi pedindo mais pelos portes de envio, até que eu disse que não dava”, conta Guilhermina Silva, acrescentando que “por coincidência tinha pedido à Isabel para fazer uma encomenda pelo correio, o que me fez acreditar na história do burlão, mas essa encomenda nunca chegou sequer a ser feita”. Ao ser-lhe recusado mais dinheiro disse, pelas palavras de Guilhermina, “por hoje já chega, vou ao carro buscar a encomenda”. Saiu, despediu-se de Manuel Chagas e até hoje nem sinais da encomenda.

A Assembleia Geral da ACISCP, Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Concelho de Peniche, no dia 30 de março, ficou marcada pela demissão do presidente da atual direção, António Morais. Este alega falta de quórum, de financiamento e a existência de acusações de fraude para justificar a sua decisão. O presidente da direção anterior afirma que esta situação seria evitada se houvesse diálogo António Morais revela que a situação financeira que tinha sido apresentada no início do seu mandato não correspondia em concreto aquela que se veio a verificar. “Disseram-nos [a antiga direção] que em breve íamos receber uma série de subsídios, o que não se concretizou por vicissitudes várias. As dificuldades de tesouraria são mais que muitas, se eu não recebo também não consigo pagar. Somos uma associação pobre, com muitas responsabilidades financeiras do antecedente.” António Monteiro, presidente da anterior direção da ACISP refuta estas acusações. “É falso. Há data a situação era exatamente aquela que foi transmitida. As dívidas de gestão correntes estavam saldadas, e as existentes eram de investimentos referentes à nova sede, mas estavam suportadas por valores a receber. É evidente que poderia haver o risco de nem todos esses valores serem recebidos. Mas se alguma coisa não correu bem foi pelos erros da atual direção demissionária.” O antigo dirigente exemplifica com o negócio da venda das antigas instalações da associação, “foram avaliadas em 130 mil euros e foram vendidas por 90 mil. Lapidaram o património à associação.” O presidente demissionário vai mais longe e fala em fraude. “Houve uma inspeção em relação às contas desta sede, vinha com a intenção de obrigar à devolução de todo o dinheiro. E nos projetos Modcom [modernização do comércio] a associação, juntamente

com outras, foi arguida pela Direção Geral das Atividades Económicas (DGAE) por um processo de fraude e associação a desencaminho de dinheiros públicos.” António Monteiro aconselha precaução neste tipo de acusações, “Insinuações como fraudes são de uma enorme responsabilidade, deviam ser apresentadas provas concretas dessas acusações. Todas as associações estão a ser investigadas pela DGAE, mas não há nenhuma acusada, pelo menos formalmente.” Demissão em cascata Depois de três membros da atual direção se terem demitido, incluindo a vice-presidente, António Morais decidiu seguir o mesmo caminho. “Apresentei a minha demissão porque poderia dar a ideia que estava agarrado a alguma coisa, e não estou. Tenho a consciência que fiz o melhor por esta casa”. António Monteiro defende que as sucessivas demissões “foram as verdadeiras razões da demissão. Não as evocadas dos números, dos processos, de não querer dar a ideia de não estar agarrado ao poder. Também não houve coragem de assumir os erros de gestão mas houve para se desculpar por terceiros pelo seu insucesso, pondo em risco as relações internas e externas da associação.” Em breve será marcada uma Assembleia Geral para novas eleições.


peniche // concelhos |

Nuno Lobo Antunes explica hiperatividade e défice de atenção

Julgamento do crime de Ferrel

O médico Nuno Lobo Antunes falou da Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Considerou a doença um problema para a saúde pública que afeta não só as crianças mas sobretudo os familiares

Começou no dia 11 de abril, no Tribunal de Peniche, o julgamento do casal suspeito do homicídio de Paulo Martins, dono de uma churrasqueira em Ferrel. A mulher, de 64 anos, é acusada de homicídio qualificado e posse ilegal de arma. Já o homem, de 69 anos, respondeu por omissão de auxílio. Após várias ameaças dos arguidos, este foi o culmi-

nar de um longo conflito com a vítima. O casal queixava-se “do barulho do exaustor e dos carros que iam para o restaurante”, situado em frente à casa do casal e do qual Paulo Martins era o proprietário. Queixas que não eram consensuais entre os restantes vizinhos. No dia 4 de maio serão feitas as alegações finais e será marcada a leitura do acórdão proferido pelo coletivo de juízes. O caso ocorreu a 27 de maio de 2011 em Peniche. Segundo várias testemunhas, o suspeito dava voltas de carro junto ao local do crime e terá sido a mulher quem disparou do seu interior, atingindo a vítima nas costas. Durante a fuga o casal foi intercetado pela PSP, ainda na cidade.

Primeiro Encontro de Tunas em Peniche

No dia 12 de abril, os 120 lugares do Auditório do Edifício Cultural da Câmara Municipal de Peniche ficaram preenchidos para assistir à conferência do médico pediatra Nuno Lobo Antunes. A esmagadora maioria do público era feminino. As mulheres são as mais afetadas. “É a mãe que está com as crianças, ponto final parágrafo. É com ela que faz os trabalhos de casa, toma banho… O pai chega do trabalho e quer descansar, o filho começa a perturbá-los e o casal perde o controlo da situação.” Isto cria vários problemas no ceio da família. “Um casal disse-me que ainda não estava divorciado porque nenhum deles quer ficar com o miúdo.” Quando as pessoas se dirigem ao seu consultório a perguntar se os

filhos são hipérativos, o médico entende que elas os vêm como um quadrado. “O problema é que eles são cubos. Um miúdo que só tenha PHDA e não outros problemas é a exceção e não regra, e para o perceber têm de se investigar os outros problemas, as outras faces do cubo.” Alguns números apresentados pelo médico revelam que estes doentes têm 90% de resultados escolares negativos, um aumento de 33% de idas às urgências e a probabilidade de uma rapariga engravidar é 20 vezes superior ao normal. O atraso do diagnóstico das raparigas em relação aos rapazes é em média de 5 anos. “É mais fácil a professora dar pelo miúdo que está constantemente a levantar-se do que por uma rapariga tímida, essa é uma coitadinha, e

não se pensa no défice de atenção.” “A PHDA é um problema de saúde pública porque tem consequências que vão para além do défice de atenção. As dificuldades de aprendizagem são enormes, há o aumento de acidentes, juntando aos problemas que já aqui foram referidos e muitos mais.” O médico aconselha vivamente a não esquecer a medicação. “As pessoas têm medo que a medicação provoque dependência, o que é totalmente falso. A verdade é que os miúdos bem medicados têm uma maior taxa de sucesso. Não é o medicamento que resolve o problema, mas os melhores resultados levam à auto confiança, essa leva a que as pessoas se juntem a pessoas bem sucedidas e melhorem a sua qualidade de vida”, acrescenta o médico.

PROPRIEDADE: Hora H - Agência Global de Comunicação Unipessoal, Lda.

DEPARTAMENTO COMERCIAL: Paulo Rodrigues e Filipe Santos

DIRETOR E ADMINISTRADOR: Luís Parreira REDAÇÃO: Dina Aleixo, Letícia Martins e Marcelo Chagas COLABORADORES: João Carlos Costa, José Monteiro, Nuno Jorge, António Marques e Carlos Tiago PAGINAÇÃO: vto | design

Rua Ramiro Matos Bilhau, N.º 10, 3º Esq 2520-486 PENICHE T. 262 780 280

A A_Martuna, tuna académica da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche (ESTM), organizou no dia 14 de abril a primeira edição do encontro de tunas Entre Mares, na A.E.F.C.R. Penichense. O Entre Mares – Peniche 2012 contou com as atuações da A_Martuna, K&Batuna- da Escola Superior de Educação de Coimbra, Tunapapmisto e Hallituna, provindas

de Portalegre e a Tusófona da Universidade Lusófona. O certame ficou completo com a atuação do Grupo de Serenatas Neptunos da ESTM. A entrada teve um custo de 2.50€, mas quem se apresentou de traje académico teve um desconto de 50 cêntimos. Entre outros, esta atividade contou com o apoio do Instituto Politécnico de Leiria e do Município de Peniche.

IX Open Internacional de Taekwondo O Pavilhão Gimnodesportivo da E.B. 2-3 D. Luís de Ataíde recebeu o IX Open Internacional de Taekwondo da cidade de Peniche nos dias 31 de março e 1 de abril. O Clube de Taekwondo de Peniche realizou mais uma edição desta prova. A novidade deste encontro foi nos combates terem sido usados coletes eletrónicos, tecnologia que permitem minimizar os erros técnicos de arbitragem. A boa adesão do público

nos dias da competição foi um dos ingredientes para o “balanço positivo da prova”, testemunhada pelo Mestre João Correia. “Os 380 atletas em competição superaram a nossa espectativa. Está a ser um bom espetáculo, o pavilhão está cheio.” Foi ainda prestada uma homenagem a este Mestre “pelo reconhecimento do seu nome a nível mundial e pela dedicação para com esta arte marcial.”

Av. Eng.º Luís Paiva e Sousa, N.º 2D 2500-329 CALDAS DA RAINHA T. 91 857 99 40 IMPRESSÃO: Fig-Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020-265 COIMBRA

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| concelhos // óbidos

Bom Sucesso sem dinheiro para pagar dívidas a proprietários e empreiteiros

Vários proprietários que investiram no luxuoso resort do Bom Sucesso queixam-se de dívidas superiores a um milhão de euros por parte da empresa que lhes prometeu lucros de cinco por cento mas não está a cumprir o contrato A administração do BOM SUCESSO Design Resort, Leisure & Golf admitiu, no final de março, não ter dinheiro para pagar as dívidas aos proprietários de casas em regime de exploração turística e adiantou que está a estudar um acordo de pagamento não só aos proprietários como a empreiteiros. A polémica sobre a situação do empreendimento foi levantada por vários proprietários que se queixaram da gestão e de vários problemas detetados no empreendimento de luxo.

As queixas são sobretudo em relação ao sistema Hotelier, em que os proprietários podem usar as casas seis semanas por ano, cedendo-as, no resto do ano, à exploração turística. O contrato firmado pela Acordo Óbidos garantia um rendimento mínimo de cinco por cento sobre o valor do investimento durante um período de dois anos, nuns casos, ou de três anos, noutros. De acordo com uma notícia publicada pela agência Lusa, proprie-

tários espanhóis denunciaram que esse valor respeitante à exploração turística, iniciada em 2009, nunca foi pago. Um fórum de proprietários ingleses testemunha igualmente o descontentamento. Para além da falta de pagamento, os ingleses queixam-se de problemas na construção das casas e piscinas, os elevados custos de manutenção dos jardins e, nalguns casos, de terem recebido pedidos de pagamento por parte de empreiteiros aos quais a empresa alegada-

mente terá ficado a dever. Portugueses, ingleses e espanhóis contestam ainda a não realização de uma Assembleia do Condomínio Geral, desde agosto de 2010, e exigem a marcação de uma reunião para apresentação das contas. Em declarações à Lusa o presidente do Conselho de Administração do Bom Sucesso, Paulo Graça Moura, admitiu “uma dívida média de 13 a 15 mil euros/ano” a cerca de 75 proprietários do regime Hotelier. A Acordo Óbidos, que contratou

as garantias aos proprietários, “tem dívidas muito grandes e por isso vamos propor um acordo que salvaguarde, na medida do possível, o pagamento a clientes, empreiteiros e bancos”, explicou Paulo Graça Moura que reconheceu igualmente que o empreendimento deve “mais de um milhão de euros a empreiteiros” e “muitos milhões à banca, que reúne, de longe, a maior fatia das dívidas”.

Turismo do Oeste acredita na recuperação do mercado imobiliário

A situação deficitária do empreendimento turístico está a causar “alguma preocupação” a António Carneiro, presidente do Turismo

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do Oeste, embora acredite que a recuperação acontecerá associada à retoma da confiança no mercado imobiliário. “Infelizmente esta situação está muito longe de ser única e preocupa-me, embora acredite que a médio prazo o mercado imobiliário em Portugal vai recuperar”, admite. António Carneiro acredita que a situação financeira do Bom Sucesso não decorre de “ um problema de má gestão”, mas sim do facto de pura e simplesmente ter havido uma paragem total nas vendas que afeta todos os empreendimentos que já estavam em fase de desenvolvimento quando se instalou a crise

económica”, sustenta. O responsável pelo turismo na região considera que a crise tem afetado a implantação de outros empreendimentos turísticos de luxo no concelho de Óbidos, onde, exemplifica, “as quintas de Óbidos [em frente ao resorte do Bom Sucesso] chegaram a ter 21 casas vendidas, com contratos assinados, mas os negócios foram desfeitos porque as pessoas não conseguiam cumprir o compromisso por os bancos terem deixado de emprestar dinheiro”. O Royal Óbidos, outro dos empreendimentos turísticos de luxo a ser construído no

mesmo concelho, “assumiu a impossibilidade de avançar com a construção, fez apenas o campo de golfe e vai esperar por uma melhor conjuntura para iniciar as casas” acrescenta. Ainda assim António Carneiro acredita que a aposta que a região fez na construção de empreendimentos turísticos de luxo não foi “uma aposta perdida” e que os empreendimentos irão recuperar comparadores nos próximos anos, sobretudo em novos mercados como o Brasil e Angola.


óbidos // concelhos |

Bombeiros reclamam mais voluntários e viaturas

A comemorar 85 anos, os bombeiros de Óbidos temem que o número de efetivos não chegue para acorrer a todas as ocorrências do concelho onde falta também uma viatura de combate a incêndios urbanos

Gaeiras comemora elevação a vila Os 11 anos da elevação das Gaeiras, no concelho de Óbidos, a vila, vão ser celebrados no próximo dia 19 de abril. Será lançada uma monografia sobre a localidade, patrocinada pela Leader Oeste, através do programa comunitário PRODER, esta “entrelaça a importância do passado e do futuro” e contém, segundo o presidente da junta, Eduardo João, “um capítulo que fala sobre a Casa das Gaeiras, um outro sobre a Quinta das Janelas e uma referência ao filão de dolerito”. A obra explica, segundo o autarca, “a criação da freguesia e da sua elevação a vila, da história das nossas coletividades e do património construído, seja ele mais antigo, ou mais recente,

como é o caso do Complexo Escolar do Alvito”. A Monografia de Gaeiras integra igualmente algumas curiosidades, como “o facto de oito dos presidentes de Câmara Municipal de Óbidos terem sido das Gaeiras, ou uma listagem com mais de 400 alcunhas da população local, um capítulo muito engraçado”. A cerimónia tem lugar da sede da junta de freguesia, às 21 horas.

Esculturas de chocolate em exposição até maio

Uma viatura de combate a incêndios urbanos e voluntários são as principais carências apontadas pela Associação Humanitária dos Bombeiros de Óbidos, a 1 de abril, data em que a corporação comemorou o 85ºaniversário. Em declarações aos jornalistas o comandante dos bombeiros, Sérgio Gomes, deixou a “preocupação ao nível do recrutamento de novos voluntários”, depois de nos últimos quatro anos a corporação ter conhecido um decréscimo de mais de 30 por cento no número de soldados da paz. O facto de terem vindo a ser retiradas aos bombeiros “algumas regalias” e a crise que leva a que “muitos tenham que emigrar ou procurar um segundo emprego”, são alguns dos fatores apontados per Sérgio Gomes como agravantes para o recrutamento de novos bombeiros para a cor-

poração que conta com menos de 80 bombeiros e que, gostaria de ter pelo menos uma centena. Prestes a renovar a frota de 27 viaturas com um novo carro de combate a incêndios florestais, o comandante lamenta ainda a falta de uma viatura de combate a incêndios urbanos, “uma realidade com a qual nos estamos a deparar cada vez mais”. Dificuldades que os bombeiros têm tentado sanar com a realização de campanhas de angariação de novos sócios, a última das quais terá contribuído, segundo direção, para um aumento de cerca de 20 por cento. As comemorações do aniversário foram presididas pelo presidente da câmara de Óbidos, Telmo Faria, que deixou aos bombeiros palavras de incentivo e de elogio ao comandante, ovacionado em pé por todos os presentes na sala. Na cerimónia participaram, para

além do comandante Sérgio Gomes e dos presidentes da direção e assembleia geral (Rui Vargas e Frederico Garcia) algumas individualidades ligadas aos bombeiros do distrito de Leiria, as quais o comandante distrital, José Manuel Moura, o representante da Liga de Bombeiros Portugueses, José Ferreira e o presidente da Federação Distrital de Bombeiros, Mário Cerol. As dificuldades que os corpos de bombeiros atravessam, a nível nacional, marcaram a tónica dos discursos num dia em que não faltaram elogios ao trabalho desenvolvido pela corporação obidense e que terminou com um desfile em que angariou especial destaque a nova equipa cinotécnica com cães de busca e salvamento. A comemoração ficou ainda marcada por um almoço aberto a todos os convidados, bombeiros e familiares.

As esculturas do Festival Internacional de Chocolate de Óbidos 2012 vão estar em exposição no Chocolate Lounge, localizado na Praça de Santa Maria, até ao final do mês de maio. Às esculturas vão juntar-se quatro dos vestidos apresentados na passagem de modelos de chocolate, que decorreu no passado dia 24 de março, com apresentação de Merche Romero. Os 20 anos da Disneyland Paris foi o tema escolhido para as esculturas em chocolate do festival, que decorreu de 2 a 25 de março e que levou milhares de visitantes à vila.

Ponto de passagem obrigatório deste festival foi uma vez mais a Exposição de Esculturas, onde o público pôde admirar verdadeiras obras artísticas em chocolate, realizadas por profissionais do setor alimentar, que exemplificam as suas perícias na área da doçaria e chocolateria. “À procura de Nemo”, “Piratas das Caraíbas”, “Mickey e Minnie”, “Peter Pan” e “Cars” e quatro vestidos com aplicações em chocolate são as peças que podem ainda ser apreciadas por quem não viu ou por quem pretenda revisitar as criações em chocolate. A entrada custa dois euros.

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Estudo sobre Linha do Oeste aponta para viabilidade do serviço de passageiros Movimento São Martinho Para as Caldas O Movimento São Martinho Para as Caldas tem a decorrer, na internet, uma petição reivindicando a passagem daquela freguesia do concelho de Alcobaça para o das Caldas da Rainha. Os subscritores recordam que a freguesia de São Martinho do Porto foi sede de concelho “mais de trezentos anos”, tendo posteriormente pertencido aos municípios de Alcobaça e Caldas da Rainha, mas integrando atualmente este último, numa divisão administrativa que consideram não corresponder “aos legítimos direitos, interesses e vivência da população local, designadamente no que respeita às necessidades reais do seu dia-a-dia”. “Os habitantes da freguesia de São Martinho do Porto, desde que nascem, fazem toda a sua vida em íntima e permanente ligação com Caldas da Rainha” e “apenas se deslocam a Alcobaça por razões e obrigações administrativas”, sustenta o movimento. Considerando que a população da freguesia desenvolve as suas relações em estreita ligação com Caldas da Rainha no trabalho, na economia, na saúde, na educação / formação, na cultura, no desporto e nos tempos-livres, “há muito que a população ativa, à falta de

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emprego e de habitação ao seu alcance, vem optando por residir e/ ou empregar-se em Caldas da Rainha, fazendo aí a sua vida”, explicam os autores da petição, defendendo “a contiguidade territorial como um fator determinante”. A petição aponta o exemplo da baía, que “sendo o mais importante pólo de desenvolvimento local, e cuja separação administrativa das duas freguesias “tem prejudicado gravemente o seu desenvolvimento e a resolução dos problemas comuns, como o desassoreamento e a despoluição, em particular, e o progresso sustentado e sustentável das duas localidades”. Considerando que a permanência no concelho de Alcobaça poderá implicar, segundo a atual proposta de organização do território, a perda do estatuto de sede de freguesia e a sua agregação a Alfeizerão, os subscritores consideram que a mudança para o concelho de Caldas da Rainha permitirá novas soluções para a manutenção da autonomia local e acusam mesmo a autarquia de Alcobaça pela “destruição do património natural e construído à estagnação e retrocesso, que levaram à perda da importância local e regional que historicamente representámos”.

Um estudo encomendado pela câmara das Caldas e entregue ao Governo no início de abril sustenta ser viável manter o serviço de passageiros na Linha do Oeste e até diminuir os custos de exploração

A Plataforma de Defesa da Linha do Oeste, liderada pelo presidente da câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, entregou no passado dia 3 de abril, ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, a versão final do estudo que sustenta ser viável diminuir os custos de exploração e aumentar o número de passageiros na Linha do Oeste, se forem implementadas um conjunto de propostas para aumentar a atratividade do transporte ferroviário entre as Caldas da Rainha e Coimbra. A reunião, em que participaram, para além do autarca, deputados do PSD e do PP, eleitos pelo círculo de Leiria, e o empresário Henrique Neto (ex-deputado socialista), deixou satisfeitos os intervenientes e levou no final o governante a elogiar “a forma construtiva” como a plataforma tem defendido a continuidade do serviço de passageiros na linha. O documento, “bem elaborado e com dados muito realistas” coloca a linha “no bom caminho para ser reativada com melhores condições”, sustentou o deputado do PP, Manuel Isaac, no final do encontro. Fernando Costa, presidente da câmara das Caldas e um dos fundadores da plataforma, adiantou que o estudo “vai ser enviado à Refer e à CP”, cujos responsáveis poderão

“discutir todas as questões com o autor”, Nelson Oliveira. “Se se chegar a um consenso poderemos ter a garantia de continuidade da Linha do Oeste, com serviço de passageiros até Coimbra”, sublinha.

As propostas do estudo De acordo com Fernando Costa, a versão final do estudo apresenta um conjunto de medidas que permitem atingir os resultados mínimos exigíveis para que o comboio se mantenha”. O documento, a que “O Jornal” teve acesso, defende que “as razões apresentadas [pelo Governo] para a suspensão do serviço de passageiros na linha do Oeste não são válidas” e conclui ser possível, sem investimento, ” melhorar os resultados de exploração”. O autor do estudo, Nelson Oliveira, considera que a adequação entre a oferta e procura na linha permitirá, num horizonte de três a cinco anos, um “acréscimo de passageiros em 16 por cento e a redução de 22 por cento no custo de passageiro por quilómetro, abrindo uma grande margem de captação de novos utentes para a via que, atualmente, serve apenas cerca de um por cento da po-

pulação da região. Para tal defende a implementação de um conjunto de propostas que estima traduzirem-se “numa redução imediata de custos de exploração em cerca de 10 a 25 por cento”. O estudo propõe que as composições passem a ser direcionadas para Coimbra (e não para a Figueira da Foz), e que o número de comboios seja reduzido para quatro em cada sentido. Defende igualmente a articulação dos horários dos comboios com a oferta rodoviária, a correção de “distorções tarifárias” nalguns percursos e que sejam publicitadas as vantagens do transporte rodoviário. A linha é considerada “em muito boas condições de conservação” permitindo “uma resposta concorrencial com o modo rodoviário”, apesar de o material circulante (comboios) ser “antigo e pouco confortável e a “oferta desadequada”, em termos de horários e destinos. Estes são dois dos fatores apontados como causas da baixa utilização do comboio. Nelson Oliveira defende que a “captação do mercado” poderá ser potenciada com a elaboração de “um estudo de mobilidade da Região Centro de forma a quantificar de forma adequada os fluxos de deslocações”.


caldas da rainha // concelhos |

Centro Hospitalar Oeste Norte desmente falta de materiais

Os médicos dizem que falta material e medicamentos nos hospitais do Oeste, mas a administração do CHON desmente as acusações

Comissão de utentes defende serviços hospitalares

Foi formada a 30 de março, no auditório da câmara das Caldas da Rainha, a Comissão de Utentes e Profissionais de Saúde do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), que integra um grupo de profissionais e utentes dos dois hospitais locais (distrital e termal), representantes do Conselho da Cidade e membros da Liga dos Amigos do CHON. Depois da constituição a comissão reuniu a 3 de abril, tendo decidido elaborar uma carta de intenções que será divulgada em breve a pedir audiências ao presidente do Conselho de Administração do CHON (Carlos Sá), ao presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (Luis Cunha Ribeiro) e aos presidentes das câmaras dos concelhos servidos pelos hospitais, nomeadamente Caldas da

Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche, Alcobaça e Nazaré. A comissão pretende ainda agendar reuniões com as restantes comissões de utentes da região, incluindo de Torres Vedras, cujos hospitais o Governo pretende fundir com o CHON, criando um centro hospitalar único para o Oeste. Para além de António Curado, eleito porta voz da comissão, do grupo fazem parte António Ferreira, Arnaldo Sarroeira, Carlos Gaspar, Filomena Cabeça, Jaime Neto, João Frade, Joaquim Urbano, Luís Botelho, Rui Correia, Teresa Mendes, Teresa Neto e Vasco Trancoso. O grupo adiantou ainda a intenção de criar um blogue para divulgação de iniciativas e dos objetivos ligados com a defesa dos serviços hospitalares e de saúde.

Formação em instalações elétricas para espaços públicos

A CERTIEL – Associação Certificadora de Instalações Eléctricas, dinamiza, no próximo dia 7 de maio, um seminário dedicado às instalações elétricas de tipo C em estabelecimentos que recebem público

A administração do Centro Hospitalar Oeste Norte, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Alcobaça, nega a falta de materiais ou medicamentos em qualquer destes hospitais, noticiada por vários órgãos de informação depois de ter sido denunciada à Ordem dos Médicos num encontro entre profissionais dos hospitais das Caldas da Rainha e Torres Vedras. Num comunicado enviado aos jornais, o conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) desmente “categoricamente que se verifiquem, em qualquer um dos três hospitais que integram este Centro Hospitalar, falta de materiais, medicamentos ou quaisquer outros bens essenciais para a manutenção da atividade das referidas instituições”. O desmentido foi divulgado na sequência da denúncia efetuada por médicos dos centros hospitalares Oeste Norte e Oeste Sul (que integra dois hospitais de Torres Vedras) sobre a “situação de penúria que se vive em ambos os centros hospita-

lares, onde se têm vindo a verificar situações repetidas de carência de materiais básicos de uso corrente, bem como de alguns reagentes laboratoriais ou medicamentos”. As falhas foram apontadas durante uma reunião realizada a 21 de março na sede do Distrito Médico do Oeste da Ordem dos Médicos e divulgadas num comunicado aprovado por unanimidade por todos os médicos presentes. Em comunicado enviado ao Distrito Médico do Oeste, no final de março, a administração do CHON protesta contra “a forma como foram apontadas estas alegadas falhas, sem que tivesse a Ordem dos Médicos procurado esclarecer junto do conselho de administração tais informações”. A administração desmente a carência de materiais e diz-se “fortemente empenhada em manter o nível de cuidados de saúde a que a população servida por esta instituição está habituada”, sublinhando que, “apesar das restrições económicas e financeiras que o país e as suas instituições vivem, tem sido possível

manter e em alguns casos melhorar os indicadores de atividade do CHON”. O conselho de administração afirma-se “sempre disponível para prestar informações sobre a real situação verificada no CHON e da estratégia que vem sendo seguida para racionalizar gastos e diversificar fontes de receita, procurando manter o nível de cuidados”, no sentido de serem encontradas, em conjunto com os profissionais, soluções para a salvaguarda dos interesses dos utentes. Há também abertura, refere, para reunir e analisar qualquer questão com a Ordem dos Médicos. O presidente do Distrito Médico do Oeste da Ordem dos Médicos, Pedro Coito, recordou que as falhas apontadas foram “descritas por médicos dos dois centros hospitalares em reunião na sede do Distrito Médico do Oeste” e remeteu para 11 de abril, após reunião da ordem, uma posição oficial sobre a posição do conselho de administração.

"Garantir a qualidade e segurança nas instalações elétricas de estabelecimentos que recebem público é de extrema importância, porque falamos de locais como escolas, serviços hospitalares, ou estabelecimentos comerciais utilizados diariamente por elevado número de pessoas”, considera Carlos Ferreira Botelho, diretor-geral da CERTIEL. A formação decorrerá no Caldas Internacional Hotel entre as 9h00 e as 18h00, e destina-se aos técnicos responsáveis pela conceção ou execução de instalações elétricas, e a outros profissionais interessados no tema. A formação nas Caldas da Rainha é uma das 55 que decorrerão em 23 cidades, de norte a sul do país, entre abril, maio e junho, e que cumprem a missão da CERTIEL de dar apoio aos profissio-

nais ligados à conceção e manutenção de instalações elétricas. Cada ação de formação terá a duração de sete horas e meia e abordará as regras comuns aos diversos tipos de estabelecimentos que recebem público, assim com as normas específicas para edifícios do tipo administrativo, hospitalar e comercial, estabelecimentos escolares e empreendimentos turísticos e similares. A formação tem o custo de 45 euros por pessoa, valor que inclui certificado de participação, coffee break e almoço, e pasta com “manual de acompanhamento”. O número de vagas por seminário é de 40 participantes, e as inscrições serão aceites até 20 dias antes de cada seminário. Os interessados devem inscrever-se diretamente no portal da CERTIEL, em www.certiel.pt.

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OesteCIM contesta Lei dos Compromissos Rei Ghob diz-se “inocente” Francisco Leitão, o Rei Ghob, natural da Lourinhã (presumível local dos crimes) diz não ter cometido os crimes pelos quais foi condenado a 25 anos de prisão pelo coletivo de Juízes do Tribunal de Torres Vedras. “O que se passou com eles não sei, não sou o pai deles. Não os matei. Não posso dizer coisas que não sei”, escreveu Rei Ghob numa carta em resposta à RTP e divulgada pela estação no dia 30 de março. “Não lhes fazia mal nenhum. Se lhes fizesse, (os adolescentes) não iam para lá”. Francisco Leitão viu ser-lhe aplicada a pena máxima

permitida em Portugal no dia 29 de março último. Estava acusado de quatro crimes de homicídio e outros quatro de ocultação de cadáver referentes aos desaparecimentos de Tânia Ramos, Joana Correia, Ivo Delgado e de um sem-abrigo conhecido como “Pisa lagartos”. Relativamente a este último foi absolvido por falta de provas. A defesa vai recorrer da decisão porque “não se revê na decisão e um dos indícios não convenceu um dos juízes”. A advogada de um dos assistentes, Cláudia Gomes, diz que “apesar de nada apagar a dor da perda de um filho, fez-se justiça.”

Bacias e ribeiras do Oeste com investimentos superiores a 54 milhões até 2015 Até 2015 poderão vir a ser investidos mais de 54,2 milhões de euros nas bacias hidrográficas das ribeiras da região Oeste, cujo plano está em consulta pública até ao próximo mês de maio. O investimento previsto pela Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Tejo será destinado à construção de sistemas de recolha e de tratamento das águas residuais. Entre as medidas previstas contam-se a reconversão de canais de rega, identificação de locais potenciais para a reutilização das águas residuais e pluviais, restabelecimento de cursos de água para a fauna piscícola e construção de estações de tratamento de efluentes pecuários, a implementação de um plano de gestão da enguia, programas de monitorização e medidas contra a es-

cassez de água e dos ecossistemas aquáticos e a aplicação de condicionantes à construção de novas captações de água subterrâneas. O plano prevê igualmente a criação de reservas estratégicas para responder a situações de seca, reabilitar linhas de água, definir áreas a preservar nas bacias hidrográficas e elaborar planos de gestão do risco de inundações, com a delimitação de zonas de infiltração máxima. De acordo com uma notícia divulgada pela agência Lusa, a maior fatia do investimento estimado será ao abrigo dos investimentos do Plano Estratégico de Abastecimento e de Saneamento de Águas Residuais e o restante é assegurado pela ARH Tejo e pelos municípios.

Os presidentes das doze câmaras que integram a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) aprovaram por unanimidade uma proposta à comissão parlamentar do Poder Local para que a denominada lei dos compromissos não seja aplicada às autarquias. “De acordo com o princípio da autonomia administrativa e financeira de que o poder local é detentor, propomos que a lei não seja aplicada à administração pública local”, pode ler-se no documento aprovado no início de abril. Os presidentes oestinos consideram que a lei (que proíbe as entidades públicas de assumi-

Bombeiros do Bombarral recebem eletrodomésticos para reciclar

Turismo do Oeste com novo mapa turístico Lançado durante a BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), está já em distribuição o novo “Mapa Turístico” do Turismo do Oeste. O mapa, distribuído em formato 60x42 cm e dobrado em tamanho bolso era, segundo a Entidade de Turismo do Oeste (ETO) “uma peça muito solicitada pelos visitantes”. A produção destina-se a ilustrar e complementar as ações profissionais, levadas a efeito pelo Turismo do Oeste, em feiras e certames, workshops, seminários e congressos, apoio a jornalistas e a operadores turísticos, e distribuição nos hotéis e postos de turismo. O mapa foi elaborado pela empresa Turin-

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ta e apresenta-se com um contexto moderno no seu design. O trabalho conta ainda com informação complementar de alojamentos, museus e postos de turismo na região. O organismo chegou a ter há anos um mapa perspetivado do território, mais tarde substituído pelo mapa da Costa de Prata e pelo mapa de Lisboa Região. A ETO considerou agora “oportuno editar de novo um mapa Oeste, de forma a cada vez mais reafirmar a marca, sendo uma exigência dos atuais resorts e hotéis”. A edição do mapa foi comparticipada pelo QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional).

rem compromissos para os quais não tenham verba cabimentada nos três meses seguintes) pode levar a que “as crianças fiquem sem alimentação nas escolas, os transportes escolares corram o risco de paralisar, a recolha do lixo e o pagamento de vencimentos aos funcionários fiquem comprometidos”. A OesteCIM defende em alternativa que seja criada uma nova lei “específica para a administração local” que determine a obrigatoriedade de as câmaras reduzirem 10 por cento da dívida ao ano, o total da dívida acumulada num prazo de 10 anos.

A Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos assinou um protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Bombarral (AHBV), alargando a sua presença no distrito de Leiria. Com esta parceria, os munícipes do Bombarral poderão entregar os seus equipamentos elétricos e eletrónicos em fim de vida, gratuitamente, no quartel da corporação, sendo a primeira Associação Humanitária de Bombeiros do Distrito a tornar-se local de receção de REEE. O Distrito de Leiria passa, assim, a contabilizar um total de 29 locais de receção para REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos), entre os quais sete disponibilizam Ponto Eletrão. António Abreu Ferreira, diretor do Depar-

tamento de Gestão de Resíduos da Amb3E afirmou-se “muito satisfeito por podermos dar mais um passo na nossa política de expansão da rede de locais de receção que a Amb3E vem promovendo por todo o País. Com este acordo de cooperação, a Amb3E e a AHBV do Bombarral passam a estar unidos em torno de uma mesma causa: facilitar e promover o destino adequado deste fluxo de resíduos em Portugal. Os excelentes resultados alcançados com a campanha Quartel Eletrão provaram que os bombeiros desempenham um papel de sensibilização fundamental junto das populações.” O presidente da Câmara Municipal do Bombarral, José Manuel Vieira, reforçou o papel dos bombeiros na sensibilização da comunidade: “A assinatura deste protocolo é a prova viva que, juntos, bombeiros, população, entidades aderentes e a AMB3E, enquanto entidade promotora da ação, continuam a pretender contribuir com muito empenho para a preservação do ambiente”. Pequenos e grandes eletrodomésticos, computadores e torradeiras, entre outros velhos equipamentos elétricos e eletrónicos podem ser entregues, a partir de agora, nas instalações dos Bombeiros Voluntários do Bombarral.


gente |

Rebeca A vida dá voltas… Este podia ser o título de uma das suas canções, mas é simplesmente a melhor forma de descrever o momento que a cantora caldense Rebeca atravessa. A viver um período de bastante sucesso com o seu último trabalho discográfico, a cantora parece ter também encontrado de novo motivos para sorrir a nível pessoal. Curada da doença que motivou uma paragem na sua carreira e divorciada desde o início de 2012, Rebeca parece ter encontrado o amor que tanto tem cantado ao longo da sua carreira. “Não gosto de ver a minha vida pessoal catapultada para a comunicação social, sou uma pessoa como as outras, com qualidades e defeitos, com momentos bons e momentos

maus, gosto que falem do meu trabalho e não do meu dia-a-dia. No entanto, é verdade que a minha vida deu uma volta completa nestes últimos tempos.” A vida de Rebeca deu uma volta, e é precisamente com o seu primeiro namorado que está agora. Empresário de hotelaria e bombeiro, o obidense Élio Gomes é agora o companheiro da cantora, que este ano completa 15 anos de carreira e se prepara para lançar um livro autobiográfico intitulado “Voltei a viver.” Com uma agenda bastante preenchida, apesar da austeridade existente e da crise que afeta o mundo dos espetáculos, Rebeca pode agora, mais do que nunca, dizer: “voltei a viver.” A vida dá voltas…

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“O tempo não é nosso” Quem o afirma é Cristina Marques, professora de Educação Moral Religiosa e Católica (EMRC) da Escola Secundária de Peniche (ESP). Na sua 10ª peregrinação a Fátima viveu uma sensação nova: pertencer ao apoio. E muita coisa mudou Eram 5 da manhã do dia 28 de março quando 162 alunos da ESP deram o primeiro passo para percorrer os 100km da 27ª Peregrinação a Fátima a pé. Mas no grupo faltava uma figura incontornável. A professora Cristina não podia caminhar por razões de saúde. “Quando eles partiram eu estava num canto da sala de convívio, perdida, como um peixe fora de água.” Mesmo limitada, não perdeu a força para se juntar “à luta”. “Se a primeira experiencia é boa, principalmente a nível interior, isto torna-se viciante. Este ano foi complicado, fi-la de uma forma muito diferente. Não a fiz a andar. E esse facto magoou-me um bocadinho, podia dizer que fiz bem, mas não, magoou-me. Quando me deram a chave de um carro desatei a chorar, não queria ficar agarrada a um.”

Inês Mamede, 19 anos, antiga aluna de EMRC e atualmente no primeiro ano do ensino superior, também foi “caloira” no apoio. “É complicado afastar-me desta escola, principalmente das peregrinações. Como não podia ir caminhar [as peregrinações destinam-se alternadamente entre alunos e ex-alunos] decidi ir para o apoio. Apesar de não termos bolhas nos pés é bastante cansativo, temos de carregar malas, correr de um lado para o outro. Mas os motivos para o apoio ou peregrinação são os mesmos.” E quais são esses motivos? Inês diz que isso depende de cada um. “Eu levava as minhas intenções e queria entrega-las aos pés de Maria, e entreguei. Há dois anos, na minha primeira peregrinação, foi tudo muito estranho, aquilo não era eu, estava confusa. Mas foi aí que me comecei a “formar”, há coisas que

DESCONTO NÃO ACUMULÁVEL

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não se conseguem explicar.” Quem também tem coisas que não consegue explicar é Mariana Lourenço, aluna do 12º ano. “Esta foi a minha segunda caminhada. Fui a primeira vez porque queria viver esta experiência. E marcou-me tão profundamente que quis reviver esses momentos novamente. É uma experiência inexplicável.” “A Mariana deu-me o melhor abraço que já recebi numa peregrinação. Ficou entre nós e nossa senhora. Há momentos que são únicos, que nos fazem crescer.” Confessa a professora Cristina perante o olhar emocionado de Mariana. A caminhada teve um custo de 65€ por participante. Preço que podia ser mais elevado não fosse a generosidade da escola, do Verbo Divino (local onde pernoitaram), de algumas empresas e dos pais. Sem esquecer a solidariedade de professores, “houve alunos que não podiam pagar, e não pagaram. Temos professores que nos entregaram envelopes para ajudar a pagar a inscrição de um ou outro aluno deles, e lá dentro estava o dinheiro todo.” Entre tantas perguntas que se fazem sobre a peregrinação, os seus motivos ou testemunhos, a professora Cristina dá-nos uma das respostas, “todos nos tentamos descobrir para encontrar Deus na nossa vida e um sentido para ela. Perceber onde estamos, para onde queremos ir e o que podemos fazer para sermos felizes, e a peregrinação ajuda muito nisso. Não nos resolve os problemas, eles continuam lá. Dá-nos é força para os enfrentar de outra forma.”

“Aproveite o momento” Os 32 graus Celcius impróprios para o mês de março e para peregrinações atrasaram os peregrinos ao longo do primeiro dia, não só pelo cansaço físico mas também pelo mental. O método para o segundo dia era simples: as “parvoíces” da professora Cristina. “Os chefes de apoio reuniram-se e pediram para eu ir à frente fazer parvoíces para puxar pelo

pessoal. O professor “Chico” (que participou nas 27 edições) estava de rastos e não conseguia pegar neles. A verdade é que chegámos ao Santuário à hora marcada: às 19 horas do dia 29.” Inês Mamede assegura que os dois dias passados em Fátima complementam a caminhada. “A parte da “discoteca” [momento de partilha entre os peregrinos no santuário na madrugada da chegada] é muito importante. Andar os 100km


em destaque |

É possível fazer diferente

Fotos: Inês Mamede

e depois ir embora não tem tanta magia. Conhecermo-nos depois da caminhada é essencial.” Apesar de ter ficado agarrada a um carro, a professora Cristina aprendeu muito. “Apercebi-me que era importante ter um professor de moral no apoio. Tivemos muitos momentos de partilha, tomei consciência de muita coisa em relação aos meus alunos.” Carpe Diem (aproveite o momento) pode ser

uma lição a tirar desta experiência. “Percebi que a qualquer momento podemos partir. Porque havemos de andar sempre às turras uns com os outros? O importante é viver o presente com intensidade. O futuro ainda não vivemos, o passado já foi… O objectivo da peregrinação é este, mexer com as pessoas, de nos expor, provocar muitos remoinhos na nossa vida. Dei conta que o tempo não é nosso.”

“As coisas que a secundária faz não podem ficar na gaveta.” Foi este “recado” que o actual bispo do Porto, D. Manuel Clemente deu aos professores de EMRC. E duas escolas já abriram essa gaveta. A Escola Secundária da Lourinhã, há 3 anos, e a de Pombal, há 2 anos, começaram a organizar também elas uma peregrinação a Fátima a pé. Esta última confessou à ESP que, “nós vamos porque vos vimos, se vocês eram capazes, nós também somos.” A professora Cristina faz mea culpa às declarações de D.Manuel Clemente. “Ao tentarmos ser humildes, não nos querermos exibir, não nos apercebemos que podemos ajudar os outros.” A peregrinação fica “encerrada” na missa de finalistas no dia 1 de Maio, onde será apresentado o livro, com edição limitada de 50 exemplares, dedicado aos peregrinos da Escola Secundária de Peniche.

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| economia

A 102 FM Rádio e O Jornal uniram esforços para lhe facilitar a vida. Na edição impressa de O Jornal encontra vales de desconto que pode trocar pelos produtos das referidas empresas. Pode desfrutar de descontos em serviços de restauração, pastelaria, supermercados, cabeleireiro, vestuário, electrodomésticos e muito, muito mais! Para gastar menos, mais fácil era impossível.

Um por todos e todos por um… Bazar é o nome de uma loja que tem subjacente um projeto social. Roupa a partir de1€, eletrodomésticos e mobiliário em segunda mão a preços incríveis para proporcionar a quem vive com dificuldades o acesso a esses bens. O Bazar aceita todo o tipo de donativos, por isso já sabe, se tiver em casa roupa que já não usa, brinquedos que ficaram de lado ou até móveis que já não têm utilidade para si, pode entregar no Bazar, nas Caldas da Rainha, Rua Fonte Pinheiro (Junto ao Lidl).

“Top Smile”, sorrir mais a preços “low cost” Abriu junto à rotunda da Fonte Luminosa, nas Caldas da Rainha a “Top Smile”, uma clínica dentária com um conceito “low cost”. Para já o rastreio é gratuito e a campanha de abertura garante preços que vão permitir que pessoas com menos possibilidades económicas possam voltar a sorrir.

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Trilógica

A Trilógica é uma empresa de informática que está há 22 anos a laborar em Peniche. Dedica-se essencialmente à comercialização de software de contabilidade, comercial, e de hardware. Carlos Viola é o proprietário do espaço que para além da comercialização, apresenta vários tipos de serviços, “as empresas procuram sistemas de facturação, de contabilidade e de assistência técnica. Os particulares procuram mais portáteis, impressoras e também assistência”.

Centro Óptico de Peniche Com lojas em Peniche e em Ferrel, o Centro Óptico de Peniche presta vários serviços de optometria, desde a consulta à resolução do problema. Artur Pereira é o proprietário do centro e assegura “que qualquer pessoa que se desloque aos espaços tem um serviço completo de exame, rastreio e consulta. Temos também um stock de lentes que permite às pessoas terem a consulta e saírem com os óculos prontos a usar, no espaço de uma hora.”

O sinal analógico de televisão termina a 26 de abril deixando sem televisão todos aqueles que não estejam munidos de recetores TDT (Televisão Digital Terrestre) ou receção via cabo ou satélite. A Teleconde, nas Caldas da Rainha, está aberta sábado, 28, e domingo, 29 de abril, em horário alargado para poder ajudar aqueles que eventualmente deixem este assunto para a última hora. A referida empresa disponibilizou ainda uma linha telefónica exclusiva para poder esclarecer dúvidas sobre a TDT: 262 831 388.


economia |

Filipe Montargil O diretor executivo do Parque Tecnológico de Óbidos, Filipe Montargil, vai integrar o júri do prémio SIM, a convite da Samsung. O Prémio SIM é uma iniciativa que visa distinguir projetos na área das industriais criativas que possuam um caráter inovador, mas ao mesmo tempo relevante para a comunidade em que se inserem. Na sua segunda edição, o prémio vai contar ainda com o apoio da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Associação Portuguesa de Capital de Risco e Desenvolvimento (APCRI), Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA) e da Caixa Geral de Depósitos (CGD) enquanto parceiros institucionais. O prémio pretende dar a conhecer portugueses empreendedores e os seus projetos, podendo os interessados submeter a concurso os seus trabalhos até 31 de agosto. Os trabalhos devem estar integrados numa ou em várias das áreas das indústrias criativas, nomeadamente arquitetura, artes performativas, artes visuais

e design, marketing e publicidade, cinema, televisão e rádio, moda, música e novas tecnologias e aplicações digitais. Todos os projetos submetidos serão avaliados com base nos critérios de inovação, potencial de mercado, impacto na comunidade e viabilidade económica. No final de novembro o júri anunciará o vencedor e as três menções honrosas. O júri é presidido por Joana Vasconcelos e conta também com a participação de João Salaviza, Beatriz Batarda, Manuel Pureza, António Câmara, Paulo Caetano (APCRI), Pedro Bandeira e Dulcineia Neves (vencedores da Edição 2011), Ricardo Luz (FNABA), Hugo Silva (CGD), Francisco Maria Balsemão (em representação da ANJE) e Pedro Gândara (em representação da Samsung Eletrónica Portuguesa). O prémio para o projeto vencedor é de 25 mil euros e o valor deverá integrar, na sua totalidade, o capital social da sociedade proponente, que terá que ter sede em território nacional.

WIZ Interactive conquista segundo lugar dos Prémios Criatividade da Meios & Publicidade A agência criativa de marketing e comunicação digital WIZ Interactive, empresa do Parque Tecnológico de Óbidos, conquistou o segundo lugar do pódio dos Prémios Criatividade da Meios & Publicidade, atribuído ao projeto de responsabilidade social ‘2 Faces’. O trabalho foi premiado no âmbito da categoria Digital. A WIZ Interactive associou-se ao 2 Faces, um projeto da autoria de Luís Mileu e Ricardo Henriques, em parceria com a Revista Cais, tendo desenvolvido o site www.projecto2faces.com. O site dá a conhecer em pormenor a vida das 10 pessoas que deram a face, bem como a obra dos 10 artistas que interpretaram essas mesmas vidas num projeto que junta a fotografia, a entrevista e o desenho, numa abordagem integrada. A criação do website foi de José Sobral e Pedro Valentim, com direção criativa de

Nuno Mendes, realizado a partir da imagem gráfica criada pelo Atelier MAGA. De referir que projeto ‘2 Faces’ já havia sido premiado com Bronze no âmbito do festival El Ojo Interactivo, ao qual se candidataram 454 peças criativas oriundas de 11 países. A WIZ Interactive é uma agência criativa de marketing e comunicação digital focada em trabalhar marcas de forma integrada, criando conceitos, conteúdos e desenvolvendo aplicações no universo digital com o objetivo de proporcionar experiências que aproximem e envolvam as marcas com os seus consumidores. Fundada a 11 de Setembro de 1998, tem como atuais partners os sócios fundadores Nuno Silva e Pedro Patrício. Em 2010 foi considerada a ‘Agência Digital do Ano’ nos Prémios da publicação Meios & Publicidade.

L’Oréal avalia pele das mulheres de Óbidos e Peniche Óbidos e Peniche são os dois concelhos do Oeste escolhidos pela L’Oréal para participarem na primeira edição dos Censos da Pele, uma iniciativa que pretende aprofundar o conhecimento sobre a realidade das mulheres portuguesas e a saúde da sua pele. “Censos da Pele – Na pele das mulheres portuguesas” é a designação da iniciativa com arranque marcado para este mês promovendo uma investigação mais detalhada sobre a saúde da pele feminina em Portugal. A iniciativa vai contempla uma amostra de cerca de 2400 mulheres residentes em Portugal continental, com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos. O estudo permitirá conhecer não só o tipo de pele e o que caracteriza o seu envelhecimento, mas também os hábitos das portuguesas completando esta informação com dados demográficos, geográficos e socioeconómicos. A recolha de dados é feita ao domicílio por técnicos de saúde devidamente formados e certificados que decorrerá até junho. A divulgação dos resultados está prevista para setembro. Os concelhos foram escolhidos aleatoriamente, mas de forma a refletir eventuais diferenças regionais, nomeadamente entre zonas urbanas e rurais, interiores e litorais. Leiria, Castelo Branco, Proença-a-Nova, Abrantes, Arruda dos Vinhos, Alcochete, Lisboa, Oeiras, Évora, Beja e Faro foram os restantes locais escolhidos.

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| necrologia

Manuel de Jesus Bastos

Brites Maria Baptista

PENICHE 16.04.1932 | 06.04.2012

PENICHE 25.09.1925 | 11.03.2012

Sua esposa e familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, bem como a todos aqueles que de qualquer outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368

Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, bem como a todos aqueles que de qualquer outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368

Jorge Juís Lacerda Freire

Henrique Ferreira de Sousa

Maria do Rosário Sousa

ATOUGUIA DA BALEIA 05.10.1994 | 03.04.2012

ATOUGUIA DA BALEIA 09.12.1932 | 07.04.2012

CASAL MOINHO 17.03.1932 | 10.04.2012

Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, bem como a todos aqueles que de qualquer outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368

Sua filha, genro e neta, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria sua vontade, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que assistiram às cerimónias fúnebres e acompanharam o seu ente querido à última morada, bem como todos aqueles que de qualquer outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária Noivo, Lda. | T. 262 759 434 | Tlm. 913 409 180

Seu marido, filhos, noras e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria sua vontade, servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no funeral da sua ente querida e a acompanharam à última morada bem como todos aqueles que de outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária Noivo, Lda. | T. 262 759 434 | Tlm. 913 409 180

Maria Rosa da Conceição Sousa

Eugénia dos Anjos Domingos

Maria Nazaré Casimiro

CASAL MOINHO 10.03.1938 | 08.04.2012

LUGAR DA ESTRADA 07.04.1923 | 08.04.2012

ALVORNINHA / LISBOA 04.04.1929 | 13.04.2012

Seu marido, filhos, noras e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria sua vontade, servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no funeral da sua ente querida e a acompanharam à última morada bem como todos aqueles que de outra forma lhe manifestaram o seu pesar. Descansa em paz!

Agência Funerária Noivo, Lda. | T. 262 759 434 | Tlm. 913 409 180

AGÊNCIA FUNERÁRIA NOIVO UNIPESSOAL, LDA. Gerência de: ALBANO NOIVO Com sede na Rua das Cortes, 4 - 2520-050 - Atouguia da Baleia Filial - Largo Dr. Manuel Pedrosa 10-A 2560-106 - Ferrel

TRATA DE TODOS OS ASSUNTOS RELACIONADOS COM FUNERAIS DENTRO E FORA DO PAÍS E TODA A DOCUMENTAÇÃO PARA A SEGURANÇA SOCIAL E SUBSÍDIOS, CAMPAS, JAZIGOS, LÁPIDES, LIVROS, ARTIGOS RELIGIOSOS, ETC. Agência: Telf./ Fax: 262 759 434 - Residência: 262 759 669 Telem.: 913 409 179 - 913 409 180 e-mail: funerarianoivo@iol.pt

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Suas filhas, genros e netos na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria sua vontade, servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no funeral da sua ente querida e a acompanharam até à última morada, bem como a todos aqueles que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Descansa em Paz!

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Sua família, agradece reconhecidamente a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer outro modo lhes manifestaram a sua amizade ou pesar. Descansa em paz!

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eventos |

Semana Santa de Óbidos

Manifestações religiosas e culturais atrairam a Óbidos milhares de visitantes que, entre 1 e 8 de abril, não perderam pitada das celebrações da Semana Santa, um dos principais cartazes turísticos da vila. A evocação da paixão e morte de Cristo teve como pontos altos a procissão do Encontro e a procissão do Enterro, que culminou as celebrações.

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| eventos

Grupo de Teatro O Nazareno

A Igreja de S. Pedro foi palco para a encenação “ Cristo, da condenação à morte“, pelo grupo de Teatro “O Nazareno”. Talvez a mais bela encenação da morte e ressurreição de Cristo até hoje realizada em Peniche e com a maior afluência de pessoas a emocionar-se com fortes imagens do que Cristo terá passado, aquando da sua passagem por este mundo.

Fotos: Carlos Tiago

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eventos |

Rendas de Bilros em Espanha

Peniche esteve presente na XXII Mostra do Encaixe (Rendas) de Camariñas, Espanha, entre os dias 4 e 8 de abril. O vice-presidente da Câmara Municipal de Peniche, Jorge Amador, juntamente com duas rendilheiras penichenses foram os representantes do município neste evento que se insere no acordo de geminação com Camarinãs, Novedrate (Itália) e Peniche.

Xico Nico expõe em Lisboa

Esculturas de Francisco Novo (Xico Nico) estão patentes ao público no Palácio Galveias, em Lisboa, onde a Associação Portuguesa de Arte Outsider realiza pela primeira vez uma exposição na Galeria do Palácio Galveias em Lisboa. Grande parte das esculturas de Xico Nico, podem ser consideradas Arte Outsider, uma arte que se identifica pela diferença temática e formal, e ainda pelo uso de materiais e técnicas personalizadas. Segundo o diretor desta Associação de Arte Outsider, Vitor Albuquerque Freire, “Xico Nico adora criar formas novas e espontâneas, quase experimentais, afastando-se de um ‘estilo’ estereotipado de autor, e neste aspeto, ele é também um outsider, mesmo nos poucos casos em que se poderá aproximar de uma nova arte popular contemporânea”.

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| opinião

Nós, os feriados e a democracia … Rogério Cação

Somos de facto sui generis no que toca à indignação. Tão depressa vamos aos arames por uma coisa de nada, como ficamos impávidos e serenos perante factos que nos dão cabo da alma ou da vida. Temos uma capacidade imensa de nos revoltarmos, principalmente quando está pouca gente a ver, mas facilmente remediamos as nossas indignações com uma rodada no momento certo. Ora vá lá mais uma, pago eu, e está tudo resolvido. Somos assim, o que é que nos hão de fazer? Pobretes mas ale-

A Troika já está em Portugal há um ano. Que balanço? António Marques

A economia de um país, de qualquer país, é sustentada por três esteios. A saber, o consumo interno, as exportações e o investimento. Passou no dia 11 um ano em que o então Primeiro Ministro José Sócrates anunciou ao país o pedido de resgate às instâncias europeias e mundiais abrindo assim caminho para a instalação em Portugal da Troika, que é composta por representantes da Comunidade Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. Vai para um ano que a

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Troika se instalou no nosso país ditando a lei em tudo o que diz respeito à economia e finanças dos portugueses. Salvar da bancarrota o nosso país, eis o desiderato desenvolvido num extenso texto, em forma de memorando de entendimento sobre condicionalismos específicos de política económica, com 8 capítulos e cerca de 48 paginas na versão portuguesa, cobrindo todas as matérias que dizem respeito aos setores da nossa economia, com repercussões por vezes violentas, na vida do dia-a-dia do cidadão português. Um ano depois passemos em revista cada um dos pilares da nossa situação económica onde quase todos os indicadores apresentam resultados negativos com exceção das exportações e consequentemente do défice externo. Portugal pediu ajuda financeira é certo, mas a batalha económica centrou-se na austeridade e do que está à vista convenhamos que nada melhorou até agora na economia portuguesa. O conjunto da riqueza produzida no nosso país (PIB), continua a contrair-se e até de forma acentuada podendo atingir a meta dos 3,5% no ano em curso, com grandes pressões no pri-

gretes, refilistas mas conformistas. Desde que não nos mexam no futebol e no petisco de fim de semana, desde que não nos venham com essas modernices do aborto e do casamento gay, se nos forem polindo o pouco orgulho que resta com uns sinais requentados de agradecimento e uma palmada nas costas, ‘tá tudo bem. Não se passa nada. E mais: chamem-nos para as grandes causas, que nós estamos lá. Timor amigo, o povo está contigo. No Afeganistão mandam os que lá estão. Peito aberto, lá estamos nós, presentes e afirmativos. Mas temos de facto uma pachorra de fazer corar o santo padroeiro da paciência. Mentem-nos todos os dias com quantos dentes têm na boca, e mais alguns emprestados, mas se nos jurarem que é em nome do povo e do futuro, que seja. Até fazemos de contas que acreditamos. E de facto, poucos povos haverá mais crédulos que o nosso. Nós até acreditamos que essas coisas de face oculta e freeports é invenção de gente maldosa, que a Independente era uma universidade séria e que a Santa da Ladeira fazia mesmo milagres. Basta que nos contem devagarinho, sem agitar muito. E a nossa tolerância, essa passa os píncaros do imaginável. Até conseguimos acreditar numa justiça que absolve presidentes de câmaras mais comprometidos que um monge secular, e leva uma pipa de anos a julgar um caso de

pedofilia que, bem vistas as coisas, já se sabia que não iria dar em nada. Toleramos tudo. Ou quase. Mas há coisas que um homem não pode mesmo aceitar. Cortar nos subsídios e nos salários? Paciência, é a crise. Continuar a ver oportunistas e malabaristas a navegar nas áreas do poder e a ganhar fortunas? Tudo bem, é um sinal dos tempos … Ver a fome e a miséria cada vez mais perto e o futuro risonho cada vez mais longe? Tem de ser, não podemos gastar mais do que aquilo que temos... Bem, não podemos é como quem diz, já que não temos para gastar, mas há quem o faça por nós, não é? Perguntem a uns tantos cidadãos que andam por aí a carpir mágoas, mas com os bolsos bem mais pesados que as consciências, certamente. Mas, como diria a Teresa Guilherme, isso agora não interessa nada. Que nos tirem a liberdade, o emprego, a igualdade de oportunidades, o sonho, a esperança, ainda vá. Que nos privem da saúde, da segurança, de um patamar de qualidade de vida razoável, ainda vá. Mas tirarem-nos a terça-feira de carnaval? A quinta-feira santa? O dia da restauração? Nem pensar! A democracia até pode ir a banhos, mas deixem-nos os feriados. É que nesses dias, até dá a impressão que somos um bocadinho mais felizes! Depois, podem continuar a dar cabo da nossa vidinha. Assim como assim …

meiro semestre. O consumo esse sofreu um verdadeiro trambolhão muito para além da queda prevista e continua a cair em roda livre afetando todos os lares portugueses sem contemplações e levando muitas famílias a lutar contra a fome e até a miséria que se instala, arrastando consigo neste cortejo de misérias o bem estar mínimo, a saúde, a dignidade, a segurança e o desespero. Em algumas categorias de produtos, a quebra foi ainda mais abrupta, como a venda de veículos. Analisem este indicador elucidativo. No mês de março, o número de automóveis ligeiros vendidos em Portugal baixou mais de 49%. Por limitações de espaço, só me refiro a este setor da atividade económica porque caracteriza muito bem o barómetro da classe média. Tanto o governo como todos os analistas são da opinião que o consumo ainda vai cair mais por causa do corte nos subsídios da função pública e dos pensionistas que desviam do investimento privado grande parte do rendimento disponível causado pela suspensão dos subsídios da função pública e dos pensionistas, do impacto da inflação provocada pelo aumento dos preços e sobretudo pelo desemprego recorde. Aliás, este flagelo maior é sem dúvida o retrato do momento atual, o seu lado mais marcante e o reflexo visível da deterioração económica de Portugal. Neste momento atingimos 15% de desempregados e não se sabe até onde vamos chegar com estes números arrasadores. Os indicadores de conjuntura do INE (Instituto Nacional de Estatística) e do Banco de Portugal apresentam-nos alguns sinais de melhoria, com ligeiras recuperações no início deste ano, mas os indicadores de confiança daqueles que ainda ousam consumir, continuam por terra. O paradoxo reside no facto de que geralmente uma diminuição acentuada de atividade económica dita uma descida dos preços. Em

Portugal, de mal a pior, este fenómeno incompreensível, não se está a verificar, pelo contrário. A inflação está a subir e rondará os 4% este ano, arrastada pela subida das ramas do petróleo e pelos aumentos do IVA entre outros impostos que provocaram aumentos nos transportes e nos combustíveis. Só as exportações crescem, salvando a catástrofe. Crescem mas com cautela. Em termos nominais, as exportações subiram a ritmos superiores a 10% em todos os meses do ano passado, com exceção do mês de dezembro, em que só cresceram 3%. Em janeiro voltaram a subir 13,1%, mas é quase certo que vai haver um abrandamento este ano. O volume das exportações não conseguirá compensar a retração do consumo. Por seu lado, o investimento quer externo quer interno sofreu uma quebra muito acentuada e deverá continuar a diminuir este ano. O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, também sofreu uma queda significativa no último ano. O índice estava nos 7.816,7 pontos; na segunda-feira 9 de abril, fechou a sessão nos 5,544.9. Em pouco menos de um ano, o PSI20 perdeu 41%. A conclusão que o povo português pode fazer das medidas que a Troika impôs a Portugal é a seguinte: a austeridade não pode ser a única receita para ajudar os países em dificuldade. Austeridade é precisa para queimar gorduras inúteis, mas tem que ser compensada com políticas que promovam o desenvolvimento. Estas políticas, por sua vez, seriam a garantia de sustentabilidade do emprego, que cria riqueza, promove o consumo interno e incentiva o investimento, sobretudo captando fluxos de capitais estrangeiros. Sem estas políticas, que tardam em aparecer, ainda não se alcançam, mas são indispensáveis, Portugal vai passar um mau bocado e os portugueses vão sofrer as agruras do desespero. Até quando?


opinião |

É preocupante o aumento oficial do desemprego no concelho de Óbidos ter sido de 49% nos últimos 4 anos. Segundo as estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), eram 366 desempregados inscritos em janeiro de 2008 e em janeiro deste ano esse número subiu para 545. De referir que, em outubro de 2008, a câmara municipal emitiu notícia que o semanário Expresso publicou, afirmando que neste concelho só existiam então 200 desempregados. Posteriormente, em 2010, aquando da visita do Presidente da República a Óbidos, foi repetida, em vários jornais e nas televisões, a afirmação “Óbidos tem metade da percentagem de desempregados do país”. A verdade é que não se concretizou a criação de milhares de postos de trabalho que a câmara municipal anunciou. Óbidos não é um oásis, Óbidos é um deserto de empregos. E isto é verdadeiramente colossal! Infelizmente, a crise é internacional, nacional e local, sendo necessárias políticas, a todos os níveis, que conduzam ao crescimento da economia e do emprego. Só no Parque Tecnológico de Óbidos, no último ano, a principal empresa teve uma redução de pessoal de 22%, passando para 90 trabalhadores. Tem agora quase metade dos trabalhadores que tinha quando foi deslocalizada da cidade de Caldas da Rainha para o Parque Tecnológico de Óbidos. Contudo, esse desemprego não entra nas estatísticas de Óbi-

dos, mas sim onde essas pessoas residem, que será maioritariamente em Caldas da Rainha. Também o contributo da redução de dezenas de postos de trabalho dum hotel no concelho de Óbidos teve maior influência no concelho de Peniche, onde reside a maioria dos respectivos trabalhadores. Por outro lado, ao ter havido despedimentos em fábricas situadas em Caldas da Rainha, os trabalhadores que residem no concelho de Óbidos contribuíram para a subida da taxa oficial de desemprego neste concelho. Infelizmente, o número real de desempregados é ainda maior do que o oficial, porque há pessoas que não tendo condições legais para receber o subsídio de desemprego não fazem a atualização da sua situação no IEFP. Assim, acrescem aos números do IEFP muitos outros desempregados, como é reconhecido, inclusivamente pelo Primeiro Ministro. Quando apresentei este gritante problema do aumento do desemprego, na última sessão de câmara, um vereador da maioria PSD apelou para eu ter uma atitude recetiva a propostas para novos concursos de admissão de funcionários. Imediatamente respondi que, para além de a câmara não ter, atualmente, condições financeiras para aumento de despesa com pessoal, a lei em vigor obriga à redução de funcionários no Município de Óbidos, pelo que a resolução do grave problema do crescente desemprego no concelho de Óbidos não passa por ser a câ-

“ Fórum Bordalo XXI – Uma Escola a reinventar-se para continuar a servir a região”. A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro organizou no dia 14 de abril último o Fórum Bordalo XXI. Este evento teve como propósito fazer uma retrospetiva do importante passado desta instituição, dar a conhecer à comunidade a realidade presente e procurar reflectir sobre os desafios do futuro. Ao participar na iniciativa senti necessidade de passar a escrito algumas das observações que nesse fórum produzi. Poucas escolas terão tido a influência que a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro teve na caracterização do tecido económico e social de uma cidade de média dimensão como é o caso das Caldas da Rainha. Desde a sua fundação esta escola especializou-se no ensino profissional e artístico proporcionando um conjunto de conhecimentos aos caldenses que contribuíram para que a cidade se constituísse como capital de uma região industrial e comercial. O ensino de técnicas na área da cerâmica e noutras áreas industriais deram um grande impulso para o aumento da qualidade da produção cerâmica e consequente incremento de empresas nesta área. Os cursos comerciais contribuíram para o aparecimento de muitas lojas e as Caldas passaram a ser conhecidas como um centro de comércio dos mais referenciados do país. A globalização com a consequente livre concorrência oriental a baixos custos de produção, originou um grande ajustamento negativo da produção cerâmica mas o principal sector de actividade do concelho continuou a ser o comércio e os serviços. A formação que a Escola Bordalo Pinheiro proporcionou deu, no meu ponto de vista, um forte contributo para a caracterização da cidade que hoje vivemos.

Hoje em dia o trabalho produzido na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro continua a merecer destaque. Para além de possuírem ótimas instalações recentemente renovadas, a escola continua a produzir um ensino de qualidade, reflexo da qualidade do seu corpo docente. A escola para além do trabalho que desenvolve nas áreas cientifico-humanísticas, que contribuem para a prossecução de estudos, continua fiel aos princípios que nortearam a sua origem, promove uma forte aposta no ensino profissional, decisiva para o futuro da produtividade do concelho. Nas Caldas da Rainha cerca de 47% dos alunos do secundário frequentam o ensino profissional (mais de 1000 alunos!). Brevemente atingiremos as metas definidas pela União Europeia e pelo estado português de que 50% do ensino secundário seja profissional. A existência de uma forte componente de ensino profissional num concelho contribui também para que os alunos, que estejam exclusivamente inclinados para a prossecução de estudos, possam conseguir melhores resultados, uma que vez que os colegas menos motivados nestas áreas estão mais empenhados e motivados na frequência do ensino profissional. Um concelho com mais ensino profissional pode assim obter melhores médias nos exames dos alunos que pretendem a prossecução de estudos. Para mim um dos factores que contribui para que o concelho das Caldas da Rainha esteja em 9º lugar no raking nacional de exames no 12º ano (Expresso, 2011) deve-se, entre outros, ao facto de existirem alternativas de ensino profissional para aqueles que estão menos motivados para o ensino tradicional. A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro é a que mais alunos tem (de entre as escolas com ensino secundário) no ensino pro-

O desemprego aumentou 49% em Óbidos José Machado mara ou as empresas municipais diretamente a aumentarem a quantidade de funcionários. Parque das Merendas do Bom Sucesso foi destruído No âmbito das obras de preparação para a construção dum novo campo de golf, há dias, foi totalmente arrasado o Parque de Merendas do Bom Sucesso, que tinha sido construído e mantido pela câmara municipal. Já defendi, na última sessão da câmara municipal, que o parque de merendas seja reconstruído na zona do Bom Sucesso. A dificuldade apresentada pela maioria do executivo é con-

seguir obter-se um novo espaço adequado para o efeito. Quem dá sugestões de localização viável para um parque de merendas no Bom Sucesso?

“ Fórum Bordalo XXI – Uma Escola a reinventar-se para continuar a servir a região” Fernando Tinta Ferreira

fissional, no concelho das Caldas da Rainha. No Fórum Bordalo XXI também se afloraram os desafios que se oferecem à escola no futuro. Naturalmente dei o meu contributo dissertando sobre o que considero ser, a curto e médio prazo, o enquadramento nacional, regional e local, nos mais variados setores, procurando ser útil na definição da estratégia de atuação futura desta escola. Aquilo que lá disse, se for considerado relevante, tanto pode servir para esta instituição de ensino como para outras. Ficará para um melhor desenvolvimento noutra oportunidade. No que respeita à Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro considero que deve manter a matriz que a tem caracterizado desde sempre. Uma escola como forte implantação no ensino

profissional. Portugal e a região precisam de profissionais capazes e de qualidade que produzam mais e melhor riqueza. Só assim nos poderemos desenvolver. Continuar neste caminho permite a esta escola continuar na linha da frente da construção do futuro. Parabéns à Escola e ao Fórum.

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| coletividades

GDA inaugurou relvado sintético

Em dia de festa o GDA inaugurou a ansiada obra do relvado sintético numa cerimónia que contou com surpresas como bolas a cairem do céu e demonstrações de Body Combat, demonstrando a vitalidade do clube que comemora 90 anos

O Grupo Desportivo Atouguiense (GDA) inaugurou, a 31 de março, o novo relvado sintético, uma obra conjunta do clube, da Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia e da Câmara Municipal de Peniche. A obra é, segundo o presidente do clube, Rui Faustino, fruto do emprenho e dedicação de “muitos atouguienses” e a prova viva de que “quando as pessoas se unem tudo se consegue”. Uma união elogiada igualmente por Jorge Amador, vice-presidente e vereador com o pelouro do desporto. O campo que o presidente da jun-

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ta de freguesia, António Salvador, considera engrandecer a freguesia e o concelho de Peniche, passa a chamar-se Parque de Jogos do GDA e irá servir os atletas que em dia de inauguração receberam do presidente da câmara, António José Correia, um caloroso cumprimento. O autarca elogiou ainda a “persistência” e trabalho desenvolvido pela direção que tornou possível dotar de mais condições desportivas a freguesia de Atouguia da Baleia. A inauguração insere-se no programa de comemoração dos 90 anos do Grupo Desportivo Atouguien-

se, tendo sido assinalados também os 30 anos da primeira subida à 3ª divisão nacional, homenageando os atletas e dirigentes da altura. As várias placas que assinalam estes momentos marcantes para o GDA foram descerradas pelo presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, o vice-presidente e responsável pelo pelouro do desporto, Jorge Amador e os vereadores, Carlos Amaral e Luis Ganhão. Os convidados e o público em geral tiveram oportunidade de assistir ao desfile de todos os atletas, treinado-

res e diretores. A este desfile juntaram-se também as equipas séniores de 2010/2011 e a de 1981/1982 para a entrega das faixas de campeão à primeira e uma merecida homenagem à segunda pela conquista do campeonato distrital e a subida, pela primeira, vez ao nacional da 3ª divisão. No momento em que as equipas se encontravam alinhadas o público foi surpreendido por um piloto do Aeródromo de Atouguia da Baleia, que sobrevoou o campo de jogos por várias vezes ostentando a bandeira nacional e a do Grupo Desportivo

Atouguiense e largando bolas para a assistência. A cerimónia contou ainda com uma demonstração de Body Combat, pela equipa feminina do Grupo Desportivo Atouguiense e com um churrasco convívio que durou até cerca das 21 horas. As comemorações dos 90 anos do Atouguiense continuam dia 25 de abril com a realização de mais um torneio 25 de abril e que conta com a participação de várias escolas de futebol nomeadamente de grandes clubes nacionais.


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Conclusão da dragagem não convence Movimento pela Salvaguarda da Lagoa O Ministério do Ambiente anunciou a conclusão das dragagens na Foz do Arelho, mas a obra de 1,8 milhões de euros não satisfaz o Movimento pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos que admite promover uma concentração a exigir o desassoreamento daquele ecossistema Algumas das dragas usadas na empreitada de retirada de 350 mil metros cúbicos de areia da praia da Foz do Arelho começaram a ser retiradas no sábado, depois de o Ministério do Ambiente ter anunciado o final da obra para domingo, dia 15. O ministério admitia, contudo, a possibilidade de os trabalhos poderem “prolongar-se por mais alguns dias dada a ocorrência de algumas situações imprevistas e que têm obrigado à realização de alguns ajustes aos trabalhos inicialmente previstos”, citava a agência Lusa. As dragagens orçadas em 1,8 milhões foram adjudicadas a 8 de novembro de 2011 e deveriam ter sido concluídas num prazo de quatro meses. Porém, a obra acabou por só ser iniciada a 5 de dezembro. O ministério justifica esta prorrogação do prazo

pelo facto da “embocadura da lagoa se ter deslocado para sul, entre o lançamento da empreitada e o seu início”. No decorrer da intervenção alguns órgãos de comunicação social apontaram problemas de falta de gasóleo para justificar algumas paragens nos trabalhos, mas as informações foram negadas pelo ministério, que esclareceu, ter havido sim necessidade de “uma escavação não prevista, com vista ao reposicionamento da aberta”, dado não ser possível trabalhar com draga no local da embocadura “devido às fortíssimas correntes”. De acordo com a tutela, já no decorrer da obra, verificou-se “um elevado assoreamento na zona que falta dragar (cerca de 100 metros a montante da embocadura) em resultado da orientação das correntes”,

alterando as condições iniciais e tornando-as “mais desfavoráveis em termos do volume de areia a retirar”. A dragagem teve como objetivo o desassoreamento do canal norte da zona inferior da Lagoa de Óbidos, uma intervenção de emergência “para garantir tanto quanto possível o posicionamento da embocadura da lagoa na parte central do cordão dunar ”. Concluídos os trabalhos os resultados não convencem, no entanto, um movimento cívico que sábado de

manhã realizou uma recolha de assinaturas para uma petição em defesa da lagoa, por considerar que as dragagens realizadas “são insuficientes e destituídas de uma resposta ao contínuo assoreamento”. “As obras e os dinheiros que têm gasto, sobretudo com o canal de ligação ao mar, como nesta última dragagem, são o triste exemplo da incompetência destes senhores em resolver os reais problemas da lagoa”,sustenta o movimento que defende que o ministério não de-

veria permitir a retirada das dragas antes de a lagoa estar realmente desassoreada. O movimento admite promover uma concentração de protesto contra as obras em data ainda a agendar, apesar de o ministério ter já anunciado que está “em fase de lançamento do concurso público para elaboração do projeto de execução”, da segunda fase da dragagens, prevendo que a obra possa iniciar-se em finais de 2013.

Fernando Costa no aniversário da Associação Regional Caldense

Emprega 2012 marca fim da atividade do Ponto de Ajuda das Caldas da Rainha

O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, acaba de regressar de uma viagem aos Estados Unidos da América onde participou no aniversário da Associação Regional Caldense. Refira-se que esta associação tem tido uma louvável ação de divulgação das Caldas da Rainha e de Portugal na terra do “Tio Sam”. A ação desta entidade tem sido tão marcante que é apelidada de “Décima Sétima Freguesia” do concelho das Caldas da Rainha. Num livro da autoria de João Carlos Costa, intitulado “A Décima Sétima Freguesia” e que

A juventude e o emprego estiveram em destaque no Salão Emprega 2012, que entre os dias 12 e 15 de abril decorreu na Expoeste, nas Caldas da Rainha, em simultâneo com a Expolazer e Semana da Juventude. Ao todo 54 stands (entre empresas, instituições, escolas e centros de formação) marcaram presença na iniciativa organizada pelo Ponto de Ajuda, um contrato local de Desenvolvimento Social, assinado entre a Santa Casa da Misericórdia, a câmara e o Instituto da Segurança Social.

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conhecerá este ano uma nova edição (a ser lançada no Dia do Emigrante), estão bem patentes os feitos de caldenses (e não só) que têm proporcionado bastantes iniciativas com o intuito primeiro de divulgar Caldas da Rainha na América. Durante a sua estadia nos Estados Unidos, em entrevista na SIC Internacional, Fernando Costa falou da importância dos portugueses na América e simultaneamente da importância da sua participação na vida política americana, assim como a do ensino da língua portuguesa aos filhos dos emigrantes.

O certame que contou com a realização de diversos painéis temáticos, workshops e atividades lúdicas “respondeu às nossas expetativas e atraiu bastantes pessoas”, disse a “O Jornal” Cláudia Almeida, do Ponto de Ajuda. Com um orçamento de cinco mil euros, financiados pela câmara das Caldas, o certame foi a última iniciativa do Ponto de Ajuda que, na segunda-feira dia 16, termina o contrato com a Segurança Social e que desconhece ainda “se vai ou não ser aprovada renovação que já solicitámos”, sublinhou Cláudia

Almeida. O projeto que desde janeiro de 2010 apoiou mais de 6500 pessoas viu os seus méritos reconhecidos pela câmara e pelas várias instituições da rede social com as quais tem desenvolvido ações e os responsáveis admitem a expetativa de verem renovado o contrato que lhe permitirá manter o apoio e acompanhamento integrado a jovens, famílias e desempregados dos diferentes extratos sociais que procuram os seus serviços.


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