O jornal N 9

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ANO I | N.º 9 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | QUINZENAL | 2 julho 2012

Armadores e pescadores em defesa da sardinha

Peniche

Luís Filipe Vieira inaugura nova imagem da Casa do Benfica

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// Suplemento Especial Peniche

Óbidos

Regresso ao passado de 19 de julho a 12 de agosto // P 6

Caldas da Rainha

Dânia Neto atraiu milhares ao Vivaci // P 8

SUPLEMENTO ESPECIAL - PENICHE

MAR, SABOR E TRADIÇÃO

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| abertura

“Não deixem para os outros aquilo que deve ser uma decisão de todos”

No dia 7 de julho pelas 21h30 realiza-se uma marcha pelos hospitais de Peniche, Caldas da Rainha e Torres Vedras organizada pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde. Em Peniche o percurso tem início na Câmara Municipal e termina junto ao hospital Rogério Cação, presidente da Comissão Municipal de Acompanhamento do hospital, explica que a manifestação, “é uma iniciativa assumida conjuntamente pelas três comissões de utentes dos hospitais da região e sobretudo pretende mobilizar as populações para um facto: o desmantelamento da saúde na região Oeste”. O fim da cirurgia, a desativação do bloco operatório, a redução das camas de internamento, a perda de consultas externas na área da ortopedia e urologia, o encerramento dos laboratórios e o funcionamento da radiologia até à meia-

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-noite são as principais razões para soar o alarme na cidade de Peniche. Rogério Cação fala em incumprimento de promessas. “A garantia de que a cirurgia iria funcionar, que íamos ter mais consultas de especialidade e que o hospital de Peniche iria funcionar exatamente como estava, mas o que vemos é exatamente o contrário, não só não continua, como estão a retirar serviços”. A iniciativa vai decorrer em simultâneo nas três cidades cujos hospitais a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) pretende fundir num

centro hospitalar único para todo o Oeste. Por não concordar com estas medidas, a Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde, chefiada por António Curado, também presidente da Comissão de Utentes “Juntos pelo nosso hospital” das Caldas da Rainha, a Comissão de Utentes de Saúde de Torres Vedras em conjunto com a Assembleia Municipal e a Câmara Municipal de Peniche organizaram esta marcha para reivindicar a sua posição. Para defender a orientação do Município de Peniche o seu presidente, António José Correia, realça a importân-

cia do apoio hospitalar à população e não só. “Acrescentando a atividade agrícola às atividades marítimas como a pesca, a laboração constante das empresas dedicadas à transformação do pescado, as atividades marítimo-turísticas - como a atratividade do surf – e até pelos 1300 alunos da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche, o Serviço de Urgência Básico

vai ter de continuar 24 horas por dia. Até pelo designo do mar dado pelo governo e pelos riscos que este comporta, o mar tem de ser lembrado”. “É altura da população se juntar e de se manifestar pela saúde que quer no Oeste e dizer aos decisores políticos que as pessoas têm que ser ouvidas!” É este o apelo de Rogério Cação para a marcha marcada para este fim de semana.


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Casa do Benfica com imagem renovada

Ferrel é vila há um ano

A nova imagem da Casa do Benfica de Peniche foi inaugurada por Luís Filipe Vieira, presidente do Sport Lisboa e Benfica, na passada sexta-feira, 29 de junho. A águia Vitória marcou presença e a sardinha também não faltou

A comemoração do primeiro aniversário da elevação de Ferrel a vila teve lugar junto à Associação Recreativa Cultural, e Desportiva, no dia 23 de junho. As celebrações contaram com a presença de Jorge Gonçalves, que aquando do seu mandato de deputado na Assembleia da República propôs a elevação. “Ferrel era a única freguesia no concelho de Peniche que não tinha este estatuto. Na minha opinião, e para quem tem um enquadramento histórico de Ferrel, era justa esta distinção. É bom recordar que foi provavelmente a freguesia que mais se desenvolveu desde o 25 de abril”. O ex-autarca, que também foi homenageado pela terra, adianta que, “esse desenvolvimento é fruto do trabalho das pessoas de Ferrel que ajudaram a criar e a desenvolver a localidade”. O processo começou em novembro de 2010, aquando da entregua da proposta, e no dia 6 de abril de 2011 foi aprovado por unanimidade em Assembleia da República e a 9 de maio pelo Presidente da A cerimónia começou às 19h00 com a receção ao líder do clube encarnado nos Paços do Concelho, na Câmara Municipal de Peniche, pelo presidente da câmara, António José Correia, seguindo-se a inauguração da nova imagem da casa e um jantar onde tiveram lugar os discursos, na cantina da Câmara Municipal, servido pelo restaurante Sardinha. O presidente da Casa do Benfica, Carlos Alberto Anunciação, abre a porta da casa a todos. “A Casa do Benfica de Peniche, para além de ser um elo de ligação ao clube, é também um espaço de convívio para todos os sócios, simpatizantes e todas as pessoas que nos queiram visitar”. António José Correia desejou “os melhores sucessos para a instituição

em todos os domínios em que intervém e pela valorização das múltiplas modalidades que o Sport Lisboa e Benfica tem”. Na cerimónia estiveram presentes, para além dos cerca de 200 populares, o vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Almeida Lima e a antiga glória do clube encarnado José Augusto. Luís Filipe Vieira começou por dirigir palavras de elogio à Casa do Benfica de Peniche, “é um orgulho poder contar com uma Casa do Benfica com esta força, com esta qualidade, com esta capacidade de fazer e fazer bem.” Não esqueceu os sócios e os adeptos do clube, “um clube como o Benfica sempre se construiu em função dos seus sócios porque no fundo sempre foram eles

que projetaram o clube, que o fizeram crescer e, em alguns momentos, tiveram a coragem de o salvar! Esta é a verdadeira riqueza do Sport Lisboa e Benfica, as suas pessoas!” E não deixou, como é costume nestas inaugurações, de dedicar parte do seu discurso à equipa principal do futebol encarnado. “Vamos arrancar para uma nova época com confiança e vamos contar com um plantel de enorme qualidade e com muitas soluções, um plantel que qualquer clube da Europa se orgulharia de ter”, afirmou no início do jantar com os sócios. Ao presidente encarnado foi entregue um quadro ilustrando o símbolo do Sport Lisboa e Benfica em Renda de Bilros e claro, algumas latas de sardinha de Peniche.

República, Aníbal Cavaco Silva. O decreto-lei foi publicado em Diário da República a 22 de junho do ano passado, mas só entrou em vigor cinco dias depois. Silvino João, presidente da Junta de Freguesia de Ferrel, refere que esta distinção permite uma maior reivindicação. “Comparativamente às outras freguesias centrais somos das menos desenvolvidas atualmente, por não sermos vila. E ai exijo que a câmara faça alguma coisa, porque no verão vamos quadruplicar a população e como freguesia temos de ter coisas para lhe dar, mas nesta altura não temos condições de o fazer, nem financeira nem humanamente”. As cerca de 300 pessoas que durante todo o dia assistiram à comemoração, composta por atuações dos grupos de acordeões, “Amigos de Ferrel”, do rancho infantil, “Os Camponeses da Beira-Mar” e os Pé D´Areia, tiveram direito a um jantar convívio acompanhado pelo baile com o duo musical “Bué da Fixe”.

17 anos e meio por crime de Ferrel Laura Farto, de 64 anos de idade, foi condenada a 17 anos e meio de prisão efetiva pelo homicídio de Paulo Jorge Martins, proprietário de uma churrasqueira em Ferrel. O tribunal decretou também o pagamento, à família da vítima, de uma indemnização de mais de 250 mil euros. O marido, José Lourenço dos Santos, de 69 anos, acusado neste processo de omissão de auxílio, foi condenado a seis meses com pena suspensa durante um ano. O advogado da família do empresário aproveitou para aler-

tar a falta de coordenação entre as forças policiais e o ministério público, dado que a primeira queixa contra o casal criminoso foi feita em janeiro de 2010, quando a vítima e a viúva foram ameaçados com a arma de fogo e fizeram queixa na GNR. Recorde-se que o crime aconteceu a 25 de maio de 2011 quando a julgada abateu a tiro Paulo Jorge Martins em plena via pública na cidade de Peniche. A defesa tem até 30 dias para recorrer da sentença.

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50º aniversário do “Peniche na História e na Lenda” A Sessão Comemorativa da Efeméride das bodas de ouro da obra “Peniche na História e na Lenda”, de Mariano Calado, no dia 26 de junho, no Auditório do Edifício Cultural da Câmara Municipal de Peniche, foi uma iniciativa do Rotary Clube de Peniche em parceria com a Associação Juvenil e do Município de Peniche. Na primeira parte da sessão o autor da obra explicou o porquê da sua realização e a segunda parte ficou reservada ao último capítulo, “Amanhã, uma Esperança…” Mariano Calado, nasceu em Almeirim, a 10 de junho de 1928, e mudou-se para Peniche aos dois anos de idade. É Licenciado em Psicologia Social e Mestre em História Regional e Local pela Universidade de Lisboa. O escritor revelou que o livro nasceu do facto de ter sido preso político, “foi uma passagem temporal relativamente pequena, porém, extremamente rica em experiência de vida, de compreensão do sofrimento humano e enriquecedora espiritualmente”. O sentimento que nutre por Peniche deu-lhe um incentivo extra para escrever “Peniche na História e na Lenda”, “especialmente pelo amor que sinto pela minha terra adotiva e pelo sentimento de raiva e revolta. Não apenas pela injustiça da situação que me fora criada, mas sobretudo pela imagem negativa da existência de uma cadeia política onde outros homens sofriam também, injustamente, pelo facto de lhes ser proibida a liberdade de pensarem de maneira diferente da governação que existia no país. As publicações sobre a história da nossa terra eram praticamente ine-

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O Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, a 26 de junho, foi promovido pela Acompanha, Cooperativa de Solidariedade Social, nos dias 23 e 24 desse mês, com a segunda edição do Drogas Népia, um encontro de futebol com duração de 24 horas, no Parque Urbano da Cidade de Peniche. Hélder Cabral deu o pontapé de saída

xistentes e tinha de tentar, a todo o custo, proclamar que Peniche não era nem o produto da provocatória história dos Amigos de Peniche nem tão pouco o hospedeiro voluntário de uma odiosa cadeia política. Mas era uma terra de gente simples, trabalhadora e honesta”. “Amanhã, uma Esperança…” Neste último capítulo da obra estão referidos alguns projetos, ideias e sugestões que Mariano Calado, por ele, ou por iniciativa de outrem, considerava de necessária concretização. Oito destas ideias foram apresentadas ao público, sendo previamente apresentadas por um texto retirado da obra. António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche (CMP), apresentou os projetos do porto de pesca, Luís Fernando Almeida, docente e membro do concelho instalador da Escola Superior de Turismo do Mar explicou o projeto da escola superior de pesca. A criação do fosso da muralha foi explicada pelo ex-presidente Jorge Gonçalves, seguindo-se outra ex-presidente, Fátima Pata, que escrutinou o nascimento do Museu Municipal de Peniche. A elevação de Peniche a cidade foi explicada por Reinaldo Gomes. O atual vice presidente da CMP, Jorge Amador, fez uma apresentação sobre uma arte da região, as Rendas de Bilros. O Monumento ao Homem do Mar teve origem num artigo publicado em 1957 e o seu autor, o professor Seara, explicou-o. Para finalizar, João Augusto, ex-presidente da CMP esclareceu o processo de construção da barragem de São Domingos.

Pelo fim da sobrepesca No dia 24 de junho, no recinto junto aos Bombeiros Voluntários de Peniche, pelas 13 horas, foi criado um cordão humano em forma de peixe. “Pelo fim da sobrepesca” é o tema das Semanas Europeias do Peixe, organizada pela OCEAN2012 - uma aliança de mais de 160 organizações internacionais – que tem o objetivo de transformar a política europeia de pescas: parar com a sobrepesca, acabar com

Corte às drogas

as práticas de pesca destrutivas e assegurar uma exploração justa e equitativa de stocks saudáveis. A OCEAN2012 refere que “a sobrepesca está a esvaziar os mares de peixe”, pedindo aos políticos, como responsáveis, para tomarem decisões que acabem com os excessos cometidos nas pescas. No dia anterior foi criado também um cordão humano na cidade de Lisboa.

O mentor desta ideia, Rogério Cação, explica que o objetivo desta atividade é “fazer uma chamada de atenção contra o consumo e tráfico de droga. O Drogas Népia não é visto como um torneio, mas sim uma jornada de convívio onde se possa juntar o maior número de pessoas a dizer não à droga e mostrar que há outras alternativas, como a prática desportiva”. O Drogas Népia contou com 24 jogos de futebol de 7, traduzindo a participação de 48 instituições/associações representadas por cerca de 500 participantes do concelho de Peniche. O primeiro jogo, entre as entidades camarárias, teve início às 15 horas de sábado, dia 23, e o apito final do último encontro

soou às 15 horas do dia seguinte. O pontapé de saída desta “maratona” foi dado por Hélder Cabral, jogador de futebol profissional, de 27 anos, natural de Peniche, atualmente a atuar na Associação Académica de Coimbra, onde conquistou esta temporada a Taça de Portugal. “Quero dar a minha contribuição para que as pessoas entendam que as drogas são uma coisa perigosa e prejudicial para a saúde. Espero que os presentes possam perceber isso e apelo à prática desportiva para uma vida mais saudável”. O Inquérito escolar sobre álcool e outras drogas, de 2011, a que responderam cerca de dois mil alunos portugueses, revela que 29 por cento

de jovens portugueses fuma, 8% já consumiu cannabis e 7 por cento dos inquiridos usou tranquilizantes sem receita médica. Para ajudar a combater estes números, António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche - já equipado a rigor para o jogo inaugural do Drogas Népia -, defendeu que, “a mensagem desta atividade deve chegar à administração central. Estas organizações, como a Acompanha, que estimulam e apoiam estas iniciativas não podem sofrer as consequências da Tróika, porque estas intervenções de proximidade, pela sua dimensão social e mobilização de alerta, não deveriam ser prejudicadas”.

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óbidos // concelhos |

A - dos - Negros em festa

OBI com horário de verão A partir de hoje, dia 2 de julho, o OBI – Transporte do Concelho de Óbidos tem novos horários. O horário de Verão do OBI prolonga-se até ao dia 31 de Agosto, durante os dias úteis, com destino à praia do Bom Sucesso. O OBI procura ajustar-se às necessidades existentes, tendo, por isso, um modelo de percursos e horários muito flexível. Durante o Verão, privilegia-se o acesso às praias do concelho. Para os utentes permanentes do programa municipal Melhor IdaCelebra-se durante o mês de julho, o 257º Aniversário da Freguesia de A-dos-Negros, concelho de Óbidos. As comemorações iniciaram-se a 1 de julho (Dia da Freguesia), com a abertura da exposição “Palavras Es-

critas, Etnografia e Fotografia”, na antiga escola primária da localidade. De 6 a 8 de julho, no mesmo local de A-dos-Negros, existe a oportunidade para visitar, de novo, a mostra “Palavras Escritas, Etnografia e Fotogra-

de, ou os possuidores do cartão Via Verde para a Cultura, a utilização deste transporte é completamente gratuita. Recorde-se que OBI foi inaugurado no dia 11 de julho de 2007, através de um protocolo assinado com a Rodoviária do Tejo e o Município de Óbidos. O custo dos bilhetes está disponível para consulta nas Juntas de Freguesia, Centros de Convívio, Câmara Municipal de Óbidos (Centro de Intervenção Social [CIS]).

fia”, a partir das 14h30. Finalmente, no dia 13 de julho, a partir das 8 horas, está agendado um passeio para maiores de 65 anos, intitulado “Rota dos Monges e das Monjas de Cister”.

Demolição de depósitos de água do Bom Sucesso envolta em polémica A Assembleia Municipal de Óbidos aprovou, na última reunião, a cedência de dois depósitos de água, avaliados em um milhão de euros, no Bom Sucesso, no concelho de Óbidos, que vão ser demolidos e substituídos por novos reservatórios, financiados por um empreendimento turístico, como contrapartida para construção de um hotel. De acordo com a câmara, a demolição dos depósitos, que asseguram o abastecimento de água ao Bom Sucesso, vai “resolver o problema da falta de capacidade de armazenamento de água”. Os depósitos, explicou Humberto Marques, “têm uma capacidade muito inferior às necessidades reais de toda a envolvente deste pólo turístico, o que justificava a constru-

ção de novos reservatórios, sob pena de colocar em causa o abastecimento público”. Construídos a cerca de um quilómetro de distância dos atuais, os novos reservatórios foram financiados pela empresa detentora do empreendimento “Royal Óbidos”, num investimento de três milhões de euros. “Com esta obra fica garantido o abastecimento às cerca de cinco mil pessoas que habitam o Bom Sucesso, mas também, no futuro, aos ocupantes das 20 mil camas turísticas dos novos empreendimentos”, esclareceu Humberto Marques. A cedência dos depósitos contou com os votos contra da bancada do PS e da CDU. A demolição dos depósitos está também a ser contestada pela co-

missão de moradores do Bom Sucesso, que enviou ao Parlamento Europeu um dossier alertando para a necessidade de “averiguar se estão a ser cumpridas as regras que têm que ser observadas quando se pretende deitar abaixo uma obra financiada pela União Europeia (UE)”, afirmou José Carvalho Encarnação. A comissão de moradores considera a demolição “um desperdício de dinheiro num momento em que o país atravessa a maior crise económica da sua história”. No dossier enviado ao Parlamento Europeu, os moradores reivindicam a manutenção dos reservatórios que dizem ter posto fim “ao caótico abastecimento de água dos cerca de vinte bairros do Bom Sucesso”.

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| concelhos // óbidos

Mercado Medieval regressa a 19 de julho

Putts solidários no Bom Sucesso O campo de Golfe do Bom Sucesso recebeu, a 17 de junho, a primeira edição do projecto Putts Solidários, um projeto de apoio a causas sociais através do golfe. A totalidade dos green-fees reverteu a favor das duas causas apoiadas: o projecto Olha-te e Viva Mulher Viva, de apoio a doentes com cancro. O torneio contou com o enorme apoio da PGA Portugal, cujo presidente, José Correia juntou-se ao evento, bem como os profissionais Tó Rosado e Hugo Santos, 1º e 2º lugar do campeonato nacional. Várias figuras públicas, também jogadores de golfe, fizeram questão de marcar presença no torneio entre eles Ricardo Pereira, antigo guarda-redes da seleção nacional, bem como Manuel Serrão e Júlio Magalhães. No final do torneio, decorreu um

almoço de entrega de prémios no Club House do Bom Sucesso, onde Ricardo Pereira se sagrou o grande vencedor da partida. Realizou-se também um sorteio e leilão de inúmeras peças dadas por diversas marcas que apoiaram o evento, o que permitiu angariar um valor de cerca de 3.000 Euros, de acordo com a organização, e que agora irá ser distribuído pelas duas causas apoiadas. Segundo Luís Marto, administrador do Golfe do Bom Sucesso “esta iniciativa teve a nossa adesão desde a primeira hora uma vez que a abertura à comunidade local foi desde sempre uma preocupação do resort. Queremos fazer parte da comunidade local incentivando não só a agenda cultural como as suas causas sociais”.

Igreja de São Tiago A Assembleia Municipal de Óbidos aprovou, na última sessão, o lançamento do Concurso Público para Cessão do Direito de Utilização da Igreja de São Tiago e Exploração da Grande Livraria de São Tiago. A instalação de uma livraria na Igreja não mereceu, no entanto, o voto favorável das bancadas da CDU e do PS, considerando esta última que o projeto vai contra o protocolo entre a câmara e a paróquia. O protocolo, entre a autarquia e as Igrejas paroquiais de São Pedro e Santa Maria estabelece a cedência das igrejas para a realização de “atividades de natureza cultural” o que, para o PS, não se coaduna com a cedência do espaço à exploração privada de uma “atividade comercial”. A igreja, localizada no centro histórico, beneficiou de um projeto de recuperação e restauro orçado em mais de 186 mil euros, comparticipados por fundos comunitários e no âmbito da reabilitação, o gabinete de arquitetura da câmara desenhou o mobiliário da futura livraria, composto de

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estantes e balcões de linhas arredondadas, construídas em madeira e com a preocupação de não tocar nas paredes do edifício. O caderno de encargos refere que a instalação da livraria na igreja se insere “num programa de reabilitação dos edifícios que se encontravam devolutos, ou parcialmente devolutos, a reabilitação de espaços públicos e dinamização económica, social e cultural da vila de Óbidos, estimulando o desenvolvimento de atividades criativas e a produção artística”. A câmara considera ainda que a exploração da livraria por privados “tem em vista a atribuição de um uso compatível com as características histórico-culturais do edifício, procurando introduzir uma nova atividade económica, de acordo com a estratégia global definida na área cultural”. A maioria PSD acabou por aprovar o lançamento do concurso público para a cedência do espaço para a instalação da livraria que a câmara tinha anunciado a intenção de ter em funcionamento no primeiro trimestre deste ano.

O Mercado Medieval de Óbidos vai voltar a transformar a Vila de Óbidos num burgo da idade média entre 19 de julho e 12 de agosto. Durante 16 dias, bobos, cuspidores de fogo, dançarinos, músicos e jograis especialistas nas artes de divertir as gentes invadem a vila transportando o visitante para outra dimensão. Na zona mais a Norte, local privilegiado pela sua ambiência tosca, o visitante começa a viagem no tempo por entre tabernas de comes e bebes, artesãos e mercadores oriundos dos quatro cantos do Reino… Nos últimos anos o Mercado Medieval de Óbidos tem dado ênfase aos aspetos mais relevantes da História de Óbidos, centrando-se na temática da Casa das Rainhas. Nesta edição o certame vai recriar as cerimónias esponsais de D. Afonso V e D. Isabel de Coimbra e abordar a temática do casamento na Idade Média. O casamento de D. Afonso V com D. Isabel de Coimbra realizou-se em Santarém em 1447, no entanto as cerimónias esponsais realizaram-se na Igreja de Santa Maria, quando ambos tinham nove anos de idade. Aberto de quinta-feira a domingo, o certame pode ser visitado pelo preço de seis euros, sendo a entrada gratuita para menores de 12 anos. As ceias medievais vão custar 35 euros por pessoa e deverão ser reservadas até 24h antes da data pretendida, mediante pagamento de 50% do valor total da ceia.

MERCADO MEDIEVAL DE ÓBIDOS EM NÚMEROS 116 horas de animação musical 32 horas de torneios 16 horas de cortejos 18 horas de danças medievais

12 horas de espetáculos de palco 3 horas de assalto ao castelo / confronto bélico 48 horas de animação de rua

ANÚNCIO DE CEDÊNCIA DE EXPLORAÇÃO DO ENTREPOSTO FRIGORÍFICO DE PENICHE Pelo presente, torna-se público que a Docapesca aceita propostas com vista à cedência das instalações que compõem o Entreposto Frigorífico de Peniche. Prazo para apresentação das propostas: 13/07/2012 - 17h00 Condições disponíveis em: www.docapesca.pt


caldas da rainha // concelhos |

Atrasos nos pagamentos a funcionários dos hospitais do CHON

Mais de meia centena de trabalhadores subcontratados a prestar serviço no CHON queixaram-se de atrasos no pagamento das horas de qualidade, mas o conselho de administração garante que a situação está regularizada

Sensibilização e prevenção contra a droga A Rede Social das Caldas da Rainha assinalou as comemorações do Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas (26 de junho), com um conjunto de ações de sensibilização e prevenção na área da toxicodependência e do alcoolismo. As iniciativas foram inseridas no Plano de Ação 2012 - eixo de desenvolvimento Saúde - e tiveram como objetivo informar e intervir no âmbito da toxicodependência e

alcoolismo, através de atividades que envolvessem grupos específicos e a comunidade em geral. Um stand informativo instalado na Rua Miguel Bombarda e a promoção de ações de animação foram as escolhas do dia 26, tendo programa prosseguido a 29 com karaoke na praça 5 de Outubro. No dia 30 as atividades prosseguiram no Parque D. Carlos I com uma aula de Zumba, jogos tradicionais e pinturas faciais.

Simpósio Internacional de Escultura

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reuniu, no passado dia 28, com a administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) para exigir o pagamento das horas de qualidade a 28 enfermeiros subcontratados, com verbas em atraso desde Outubro do ano passado. Para além dos enfermeiros o atraso nos pagamentos afeta um total de 51 trabalhadores, entre os quais psicólogos, assistentes operacionais e administrativos, que prestam serviço nos quatro hospitais do CHON: o hospital termal e distrital das Caldas da Rainha, o hospital de Peniche e o hospital de Alcobaça. Os trabalhadores são subcontratados através da empresa Complementus que, segundo o sindicato “justifica o

atraso nos pagamentos com a existência de uma dívida do CHON”. O presidente do conselho de administração do CHON, Carlos Sá, confirmou à Lusa uma dívida à empresa “na ordem dos 250 mil euros”, que o centro hospitalar “teve dificuldades em pagar devido à Lei dos compromissos”. Segundo o administrador, “a situação foi regularizada no final da semana passada e durante a reunião foi comunicado ao sindicato que até 8 de julho os funcionários receberão o ordenado de junho e, até ao final desse mês serão pagas as horas de qualidade em atraso”. Guadalupe Simões, dirigente nacional do sindicato anunciou ainda a intenção de exigir ao Ministério

da Saúde que cerca de 3000 enfermeiros com vínculo precário sejam admitidos na função pública. O SEP estima que a medida possa abranger “cerca de 2500 a 3000 enfermeiros, entre subcontratados e contratados a termo certo a trabalhar no sector público administrativo”, incluindo hospitais e centros de saúde de todo o país. Segundo o sindicato , no regime de subcontratação, “cada enfermeiro custa ao Estado mais de mil euros a mais do que o seu vencimento”, o que significa que “a sua inclusão no quadro daria praticamente para contratar outro enfermeiro a um ordenado base de 1020 euros”.

A XIV edição do Simpetra – Simpósio Internacional de Escultura em Pedra das Caldas da Rainha está a decorrer, no Centro de Artes, desde o passado dia 1 até ao próximo dia 29. Este ano participam no evento os escultores Francesca Bernardini (Itália), Francisco Maia Pinto (Brasil), Majid Haghighi (Irão), Nando Al-

varez (Espanha), Pauls Jaunzems (Letónia) e Thierry Ferreira (Portugal) que vão usar mais de três toneladas de pedra e esculpir seis peças de grande dimensão. A par com o simpósio vai realizar-se, de 4 a 10 de julho, um workshop de escultura em pedra, que terá como monitor o escultor caldense Vítor Reis.

Comerciantes limparam grafittis Dezenas de comerciantes juntaram-se para limpar das paredes dos seus establecimentos e de espaços públicos da cidade os grafittis, numa iniciativa da Associação Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos (ACCCRO). A limpeza iniciou-se na entrada da cidade, com a retirada de grafittis da estátua da Rainha e prosseguiu, ao longo do dia de sábado, pelas principais ruas do comércio. O presidente da câmara, Fernando Costa, juntou-se à iniciativa para

prometer que “a câmara vai disponibilizar um espaço para este tipo de arte, onde os interessados poderão fazer as suas pinturas sem andarem a deixar assinaturas por toda a cidade”. A promessa deixou satisfeitos os grafitters e a associação comercial garantiu que a ação de limpeza vai voltar às ruas da cidade e apelou aos comerciantes que recorram aos produtos adquiridos pela ACCCRO para efetuarem a limpeza das pinturas assim que elas forem feitas.

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Dânia Neto apresenta desfile de moda no Vivaci

Musicaldas 2012 até 21 de julho Música, dança, workshops, cursos e aulas abertas invadem Caldas da Rainha até ao próximo dia 21, com a edição 2012 do Musicaldas, um festival promovido pelo Conservatório de Música. “Música no Movimento” é o tema do evento que alia o jazz e músicas do mundo à música erudita, numa edição que, segundo Aurélian Lino, diretor artístico do Festival, “é mais aberta à cidade e mais apelativa a um público de todas as gerações, mas sem sacrificar a qualidade”. O festival arranca no dia 3, no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, com a Companhia Nacional de Bailado, a abrir um cartaz em que se destacam os concertos de Michel Portal com Bojan Z, no dia 13, (uma formação inédita em Portugal), o espetáculo gráfico Mi ré Miró (dia 8) e a Charada da Bicharada, no dia 15, com a participação de Alice Vieira. Aos palcos da cidade, incluindo museus e recintos ao ar livre, subirão ainda formações como OrAnGoTaNgo, Daniel Silva, Ivan Robiliard Trio e os concertos de professores e jovens músicos.

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O projeto que reúne as vertentes pedagógica e artística, tem entre os seus pontos altos o Curso de Verão, este ano, com “uma área dedicada às Músicas do Mundo”, incluindo cursos de Piano Tango, Guitarra Portuguesa, Guitarra Flamenca e Percussão Flamenca. O curso é ministrado por cerca de 25 professores e o trabalho dos alunos é mostrado ao público a 21 de julho, no CCC, num concerto final. O festival proporciona ainda workshops, para todos os instrumentistas, nas áreas de Música Tango, Flamenco, Dança Folk ou, “como construir um Home-Studio”. Com um orçamento de 90 mil euros (comparticipados em quase 50% pela Direção Geral das Artes (DGA) e em 15% pela Câmara das Caldas da Rainha), o festival conta com espetáculos até aos 15 euros e outros “a preços simbólicos de um ou dois euros, para tentar que seja o mais acessível possível”. Os interessados em assistir a todos os espetáculos poderão optar pela aquisição de um passe, no valor de 50 euros.

Mais de 4.500 pessoas passaram pelo centro comercial VIVACI Caldas da Rainha para assistir ao desfile de moda com o tema “Caldas da Rainha, Cidade das Artes”, que levou à passerelle meia centena de participantes e contou com os dotes de apresentadora de Dânia Neto, a Glorinha, da telenovela “Rosa Fogo”. À atriz coube o anúncio dos vencedores do casting de modelos – que levou até à passerelle do centro comercial cerca de 450 pessoas à procura de um lugar no mundo da moda –, organizado pelo centro comercial. Na categoria infantil, o primeiro lugar foi atribuído a Lucas Yassue, de

10 anos. Alexandra Domingos, de 26 anos, e Lucas Cavallini, de 21 anos, foram distinguidos na categoria juvenil/adulta. Os três grandes vencedores do talent hunt foram premiados com um book fotográfico. Além dos premiados a organização destaca ainda a participação de João Matias, jovem que, apesar de se deslocar numa cadeira de rodas, tem perseguido o sonho de se afirmar no mundo da moda, tornando-se o primeiro modelo paraplégico português. Os participantes tiveram a oportunidade de perceber como funciona

uma verdadeira megaprodução de moda, com direito a uma zona de 400 metros de bastidores, quatro maquilhadoras, três cabeleireiras e, até, um bar, onde usufruíram de sumos naturais e frutas. Para os responsáveis do centro comercial, o balanço da iniciativa é positivo: “Graças à participação de todos os nossos visitantes, a iniciativa revelou-se um sucesso”. “Também os lojistas do centro comercial, que cederam as roupas e acessórios para o desfile, contribuíram para êxito da iniciativa”, acrescentam os responsáveis.


SUPLEMENTO ESPECIAL - PENICHE

MAR, SABOR E TRADIÇÃO

Especialidades da Casa - Caldeirada à Peniche - Cataplana de Marisco - Arroz de Tamboril e Marisco - Festival de Cantaril - Peixe fresco grelhado

Av. do Mar N.º 90 | PENICHE - PORTUGAL | Tel. 262 781 480

2 julho 2012

2 julho 2012 | SUPLEMENTO ESPECIAL

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A OPCENTRO (Cooperativa da Pesca Geral do Centro) de Peniche, uma das nove organizações de produtores do país reconhecida para a espécie da sardinha, tem cerca de 100 embarcações - 70 em Peniche e 30 na Nazaré -, abrangendo perto de 900 pescadores. Apesar de este não ser um ano de ouro, a sardinha continua em alta, mais não seja no preço. Humberto Jorge, presidente da OPCENTRO dá-nos a conhecer o estado da espécie da nossa costa

DOCAPESCA para buscar a guia.

Humberto Jorge

Qual o papel da cooperativa na regulação da pesca? A OPCENTRO é uma organização de produtores de peixe devidamente reconhecida pelo Estado português e pela União Europeia. Esse estatuto advém da lei comunitária, neste caso da organização comum de pesca e dos mercados, que permite aos organismos coletivos organizarem-se e serem reconhecidos como organização de produtores. É um instrumento ao serviço dos produtores que serve para implementar regras no sentido de regular a primeira venda do pescado em lota, ou seja, tentar equilibrar a oferta de acordo com a procura.

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ESPECIAL | 2 julho 2012 2SUPLEMENTO julho 2012

Estão a ser criadas restrições ao “quinhão” do pescador? A lei que regula a primeira venda do pescado diz que todo o pescado fresco tem de passar em lota. Mas há exceções, como o peixe para alimentação das tripulações, e esse pescado pode sair em lota, mas a tripulação tem de ir junto à DOCAPESCA requisitar as guias para que os pescadores possam sair com ele. É claro que, e falando nos casos do porto de Peniche e especialmente na sardinha, pode não acontecer com pescadores que moram perto do porto, mas os pescadores que são de fora da cidade estão habituados aquando de levar o “quinhão” para casa dirigirem-se à

Qual a razão para a suspensão da certificação da MSC? A ANOPCERCO (Associação Nacional de Organizações de Produtores de Cerco) decidiu envolver-se numa certificação internacional ambiental - não de qualidade -, a Marine Stewardship Council (MSC), com a certeza de que iriamos colocar a sardinha portuguesa num patamar mais elevado, tal como os principais mercados internacionais. Não é a sardinha que é certificada, é a pescaria. Só é certificada a sardinha que for capturada com embarcações de arte de cerco. A razão da suspensão do certificado do MSC deu-se pela situação do estoque e enquanto os organismos científicos não fizerem um relatório a dizer que o estoque se situa acima do limite de segurança, a suspensão irá manter-se. Que quantidade de sardinha tem vindo a ser capturada? No total nacional, até aos últimos dois

anos, as capturas de sardinha foram regulares, tivemos desembarques, de 1998 a 2008, na ordem das 70 mil toneladas às 80 mil. Em 2010, já com restrições que impusemos a nós próprios capturamos 63 mil toneladas, mas em 2011, com mais restrições impostas pela MSC não ultrapassamos as 57 mil toneladas. O defeso da sardinha está a surtir efeito? Defeso da sardinha é um plano corretivo onde nos primeiros cinco meses do ano a frota portuguesa se comprometeu a reduzir as capturas em cerca de 50%. Passando a captura de 18.500 toneladas de sardinha para cerca de 9 mil, mas para corresponder a esse compromisso tivemos também que proibir a pesca da sardinha durante 45 dias nesse período. Daí o elevado custo da sardinha pelos santos populares? É uma situação recorrente todos os anos. A sardinha já vinha de um preço elevado por causa do defeso, com um aumento de


40 %, e este ano com o aproximar dos santos populares tivemos a infelicidade de na véspera coincidirem fortes nortadas que inviabilizaram só por si a pesca de cerco. No caso da venda da sardinha não há processo mais transparente, porque é vendida em leilão, a formação do preço faz-se consoante a oferta e a procura naquele dia e naquele local. As grandes superfícies comerciais não querem perder os estoques de sardinha nas lojas, estão dispostas a tudo para as ter e os pequenos comerciantes não conseguem combater esse preço. Qual a melhor altura do ano para a pesca da sardinha? No segundo semestre do ano capturamos 2/3 da produção, onde há mais abundância, atingindo o ponto alto entre setembro e outubro. É nesses meses que ela vai ficando melhor se associarmos a qualidade à gordura. Onde ela é mesmo desejada é quando começam os dias de verão com os santos populares,

mas apesar de elas não serem consideradas boas, as pessoas dizem que estão ótimas porque vão ao desejo, passados três meses, quando elas estão muito melhores, as pessoas já estão “enjoadas” de sardinhas. Qual a melhor: portuguesa ou espanhola? Depende da maneira como ela é capturada, na minha ótica a melhor maneira é com uma arte seletiva e que provoque poucos estragos, nesse caso o melhor é a arte de cerco. Outro fator é em termos de capacidade de conservação, por ser uma espécie pequena e sensível degrada-se muito facilmente, quanto mais perto da costa estiver do local em que for capturada em melhor estado fica para ser consumida. Para um português ou galego não há sardinha melhor que a portuguesa, mas para um basco a sardinha de Peniche já chega lá com cerca de 72 horas de viagem e já não se encontra tão fresca.

Henrique Bertino

Henrique Bertino é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Pescado do Centro e está preocupado com os homens do mar e com as pescas, essencialmente da sardinha. Explica-nos o porquê e propõe soluções, essencialmente de prevenção

Congelada ou Fresca? “Sardinha congelada? Isso não presta para nada, quero é fresca!” É esta a resposta que muitos clientes dão aos funcionários de restaurantes quando estes dizem que não têm sardinha fresca. “É um preconceito com que eu não concordo”, assume Humberto Jorge, justificando: “a partir do momento em que ela tenha a gordura ideal, se for congelada fica sempre boa. Se for de boa qualidade com o máximo da gordura aquando da congelação, em setembro e outubro, é melhor que a sardinha quando se encontra magra, apesar de ser fresca. E quanto mais gordura melhor, como se diz: Pelo São João a sardinha pinga no pão, pelo Santo António, pode pingar ou não”.

Em que estado se encontra a pesca de Peniche? O estado é preocupante e tem-se vindo a agravar nos últimos 20 anos. A frota da pesca da sardinha diminuiu, os postos de trabalho também e consequentemente as capturas. Não tem havido uma política sustentável em relação às pescas e nós alertámos, quer as estruturas sindicais como as nacionais, que era preciso tomar

medidas de proteção dos recursos e para dignificar a profissão, até porque há pessoas a retomar a atividade da pesca por falta de alternativas. A pesca está a ser encarada como uma alternativa às dificuldades económicas? As alternativas em termos de emprego têm diminuído e as pessoas procuram a

Especialidades: - Lulas à Chefe flamejadas com Aguardente Velha - Bacalhau à Chefe - Bacalhau à Lagareiro - Polvo à Lagareiro - Cataplana de vários peixes - Caldeirada à Paraíso - Massada de Cherne - Arroz de Tamboril e Marisco Ex-librís da casa: Leitão à Paraíso (confecionado no próprio restaurante)

ALTO DO FOZ - PENICHE

ESPECIALIDADES: - CALDEIRADA À PESCADOR - ARROZ DE TAMBORIL - POLVO À LAGAREIRO - BACALHAU COM FRUTOS DO MAR - MASSADA DE MARISCO - CHOQUINHOS FRITOS À CASA - LULAS À LAGAREIRO - PEIXE DA COSTA FRESCO

Especialidades: CALDEIRADA À OCEANÁRIO CATAPLANA DE MARISCO AÇORDA DE MARISCO ARROZ DE TAMBORIL CHOQUINHOS GRELHADOS PEIXE FRESCO GRELHADO

“ SEM ESQUECER DE PROVAR A SOPA DE PEIXE COMO NINGUÉM FAZ”

Rua Vasco da Gama, 81 a 93 | PENICHE | Tel. 262 781 820 | restaurantesardinha@clix.pt

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pesca. Principalmente alguns jovens formam pequenas empresas para a explorarem, nomeadamente a pesca à linha, a dirigida e a das espécies mais nobres, como douradas e robalos, que proporcionam rendimentos mais elevados. Alguns já têm a apetência, o gosto e experiência da pesca, porque grande parte da população é oriunda de pescadores e mesmo indo mais tarde para as pescas têm lá o bichinho. Esta adesão é benéfica para o setor? É, mas não o suficiente. As pescas não estão estruturadas porque o governo nunca deu atenção, as pescas têm sido um parente pobre, até já esteve para acabar pela pouca importância para o PIB. E há o prejuízo de algumas comunidades piscatórias, como Peniche, nunca conseguirem arranjar grandes alternativas e as atividades ligadas à pesca terem diminuindo. Qual é o tipo de remuneração dos pescadores? Se apanharem peixe podem ganhar, mas as despesas também se vão acumulando – gasóleo, iscas, entre outras -, depois de tirar estas despesas é que se faz a divisão do bolo e pode não haver ganhos. As embarcações maiores já deviam ter condições para estipular uma remuneração fixa e variada, mas a maior parte dos armado-

res, dos donos dos barcos e das empresas não têm espírito aberto para discutir isso. Dizemos que estamos num país desenvolvido, mas a maior parte dos pescadores não tem subsídio de natal e o de férias é mentira, está na lei, mas como não têm remuneração não recebem, tal como o subsídio de alimentação. Mas se o vínculo do trabalhador com a empresa for quebrado é tratado no centro de emprego como outro trabalhador e recebe o subsídio de desemprego, tal como o de doença. Em que situação está o estoque da sardinha? O problema é que há pouca sardinha. Não é o facto de esporadicamente ter subido muito o preço, o problema é que se sente, pelas pessoas que andam no mar, que há problemas com a renovação dos recursos. Há problemas com o crescimento das sardinhas pequeninas, dos juvenis, há pouca sardinha a nascer. O defeso da sardinha aplicado este ano é suficiente para o desenvolvimento da espécie? Não. Eu acho que muitas medidas são do “faz de conta”, há situações de rotura em que temos de ter a coragem para fazer as coisas. As medidas, na opinião do governo sindical das pescas, têm de ser mais radicais, e não cada um fazer a seu belo

prazer. É defeso para toda a agente e é paragem para todos! Nós entendemos que o defeso devia ser uma medida obrigatória, principalmente quando sentimos que os recursos estão a diminuir – e são quase todos -, por precaução e proteção. Se há problemas de estoque, não são três meses de paragem, são quatro ou até mais, mas alguém tem de pagar a quem precisa de ganhar. Há esse pagamento? Não. Devia haver forma de compensar os pescadores que não têm vencimento nesta altura e tem de se avaliar caso a caso, porque uns precisam e outros não. Não queremos que haja oportunismos à conta das dificuldades. Soluções? Passam por medidas de precaução, que agora já são de necessidade extrema, com apoios aos pescadores. Há medidas como a paragem biológica, zonas em que se devia proibir a pesca. Há sardinha suficiente para sustentar o verão? Ninguém sabe. Há quem ande a percorrer a costa à procura, porque a sardinha anda sempre em movimento. E aqui temos três dificuldades: há pouca sardinha e o gasóleo está caro, logo, isto provoca uma con-

tenção das viagens para a procura da sardinha. Isto é alarmante para Peniche, não só pelo comércio da sardinha em fresco mas pelas conservas. Qual a importância das empresas de conserva na cidade? Há três fábricas de conserva, uma delas emprega muita gente e é muito importante para a nossa comunidade, podendo ser complicado não haver sardinha para trabalhar em conserva. Como se procede o recrutamento do produto por parte das conserveiras? Tradicionalmente, as fábricas de conserva compravam mais sardinha aqui depois da época do verão, a partir de setembro, mas se calhar já não é assim. Há uma coisa onde há necessidade de melhorar, que é a forma como as conserveiras se abastecem e conservam o estoque, têm de ter condições de armazenamento do produto. Hoje em dia se não há produto elas não podem parar e têm de ir comprar a outras empresas que congelaram a sardinha. Mas a maior parte do pescado usado vem daqui. Não é chocante que recebam a espécie de outro lado para trabalhar, até já congelada, o que pode haver é uma preocupação da nossa parte.

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DESCONTO NÃO ACUMULÁVEL

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região |

Bombarral contra encerramento do Tribunal Judicial

Autarcas, advogados e populares contestam o que o presidente da câmara, José Manuel Vieira considera “uma medida implementada de forma cega” sem que a tutela permita aos concelhos afetados “confrontar com os números” do movimento processual dos respetivos tribunais. José Manuel Vieira considera que

a Comarca do Bombarral cumpre “todos os critérios enunciados no ensaio para a reorganização da estrutura judiciária, concretamente, número de processos, distância superior a uma hora relativamente aos tribunais para onde se pretende fazer transitar os processos, qualidade das instalações, eficiência e rapidez

Tocatas de verão animam Cadaval Numa parceria entre a Câmara do Cadaval e a Associação Filarmónica e Cultural, realiza-se, até 14 de julho, a nona edição das Tocatas de Verão, um ciclo de espetáculos noturnos que que proporcionam à comunidade, de forma gratuita, uma oferta musical diferenciada. No dia 7 (sábado), pelas 21h30, na Praça da República, atua a Orquestra Sinfónica Juvenil da Associação Musical de Cabanas de Torres, seguida pelo Quarteto de Jazz da Es-

cola do Hot Clube de Portugal. No dia seguinte, pelas 22h00, é a vez do grupo de rock “The Bourbon’s” animarem as hostes, concerto que também ele terá lugar no centro do Cadaval. As Tocatas encerram a 14 de julho (sábado), com mais um espetáculo de rock, desta vez pela mão dos “Summer Van”, que atuam, igualmente, na Praça da República. Todos os concertos são de acesso gratuito ao público.

na conclusão dos processos”. No concelho onde a autarquia suporta os custos de renda e eletricidade do edifício do tribunal, José Manuel Vieira considera que o encerramento do tribunal “vai sair muito mais caro ao Governo do que manter este serviço”.

Projeto de Musicoterapia para alunos autistas no Agrupamento de Escolas D. João II

A Unidade de Ensino Estruturado para alunos com Espetro do Autismo, sedeada na Escola Básica Nossa Senhora do Pópulo, do Agrupamento de Escolas D. João II, presta apoio a seis alunos com a referida problemática e ainda a uma aluna com Multideficiência. Estes alunos beneficiam de intervenção específica que se diferencia em termos de frequência e de estratégias, de acordo com as características individuais. Ao longo do ano letivo foi preocupação de toda a equipa técnico-pedagógica proporcionar ambientes facilitadores da aprendizagem e experiências diversificadas que promoveram a comunicação/ expressão e aumentaram a flexibilidade de pensamento. Assim para além de todo o trabalho pedagógico desenvolvido em contexto de sala de aula e Unidade, foram estabelecidas parcerias, nomeadamente com o Conservatório de Música de Caldas da Rainha que voluntariamente através de duas docentes, acedeu colaborar com a Unidade de Ensino Estruturado,

no âmbito da música/musicoterapia. Assim, foi desenvolvido o projeto “ Nós e a Música” com abordagem à Musicoterapia. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, estas sessões não apresentaram pressões nem preocupações exageradas com os resultados ao nível da música, constituíram sim um espaço privilegiado de comunicação e de promoção de vínculos. A operacionalização deste projeto foi, como se previa, uma mais-valia para os alunos e suas famílias, equipa técnica pedagógica, bem como para a escola. As sessões foram orientadas bissemanalmente pelas professoras de Música do Conservatório de Caldas da Rainha, Catarina Evangelista e Lúcia Oliveira com a colaboração de docentes e assistentes da Unidade de Ensino Estruturado - Autismo. O Subdepartamento de Educação Especial do Agrupamento D. João II, congratula-se com os resultados obtidos com esta parceria, desejando que ela se mantenha no próximo ano letivo.

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DOCAPESCA PORTOS E LOTAS, S.A. ANÚNCIO PARA CEDÊNCIA DE EXPLORAÇÃO DE ENTREPOSTO FRIGORÍFICO EM PENICHE. Pretende a Docapesca Portos e Lotas, S.A., em articulação coma Câmara Municipal de Peniche, ceder a terceiros a exploração do seu Entreposto Frigorífico de Peniche. Atendendo a que uma entidade já manifestou a sua disponibilidade para tomar a seu cargo essa exploração, entendeu a Docapesca anunciar publicamente os termos e condições da cedência, para que todos e quaisquer intertessados possam, em igualdade de circunstâncias, concorrer à referida exploração. 1 – OBJETO DO ANÚNCIO Pelo presente, torna-se público que a DOCAPESCA aceita propostas com vista à cedência das instalações que compõem o entreposto frigorífico de Peniche. 2 – ÂMBITO DO ANÚNCIO A cedência abrange a edificação, com 5392 m2 de área de implementação, composta por sete câmaras frigoríficas de armazenagem e congelação e duplo piso parcial. 3 – DURAÇÃO DA ATRIBUIÇÃO DA EXPLORAÇÃO A atribuição da exploração do Entreposto Frigorífico de Peniche será feita por um período de quinze anos. 4 – ATIVIDADE DA EXPLORAÇÃO A atividade a desenvolver nas instalações terá que ter uma relação direta com a fileira do pescado, com especial incidência na área da pesca e/ou na indústria transformadora de produtos da pesca e atividades conexas. 5 – CELEBRAÇÃO DO CONTRATO A entidade a quem for atribuída a exploração celebrará, com a DOCAPESCA e com a CÂMARA MUNICIPAL DE PENICHE, o contrato de exploração do entreposto frigorífico de Peniche, o qual terá como validade o limite do prazo do direito de superfície do terreno onde o mesmo se encontra edificado. 6 – APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS Os concorrentes devem apresentar propostas com valor global a atribuir à exploração. 7 – ENCARGOS COM A EXPLORAÇÃO Os encargos com a exploração, bem como a manutenção das instalações serão da responsabilidade do concorrente a quem for atribuída a exploração. 8 – LICENCIAMENTO DA ATIVIDADE A entidade a quem for atribuída a exploração terá a responsabilidade de providenciar pela obtenção de todos os licenciamentos necessários à laboração, nomeadamente pela atribuição do Número de Controlo Veterinário (NCV). 9 – REQUISITOS DAS PROPOSTAS As propostas devem obedecer aos requisitos seguintes: - A identificação da pessoa coletiva proponente deverá ser clara e inequívoca; - Se manuscritas, deverão sê-lo com letra bem legível; - Deverá ser dada indicação do valor da taxa de ocupação que o candidato se propõe oferecer a exploração do entreposto frigorífico, à qual acresce IVA, à taxa legal em vigor; - Deverá ser dada indicação de quaisquer outras condições que, eventualmente, considere relevantes para a atribuição da exploração.

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10 – DOCUMENTOS QUE INSTRUEM A PROPOSTA Para concretizar a sua candidatura, os concorrentes terão que apresentar os seguintes documentos: - Declaração de situação regularizada perante a Segurança Social; - Declaração de situação regularizada perante o Ministério das Finanças; - Declaração de aceitação das condições dos presentes anúncios; - Declaração de aceitação da minuta do Protocolo de cedência das instalações; - Certidão Comercial. 11 – PREÇO BASE DA PROPOSTA O preço base da proposta é de € 15.000 (quinze mil euros) ano. 12 – CRITÉRIOS DE VALORIZAÇÃO Na apreciação das propostas serão objeto de valorização os seguintes fatores: - O impacto positivo da exploração ao nível do emprego e formação profissional, terá uma valoração de 50%; - O investimento a realizar nas instalações terá uma valoração de 40%; - O fator preço terá uma valoração de 10%. 13 – PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS O prazo para apresentação de propostas termina no próximo dia 13 de julho de 2012. 14 – FORMA DE APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS As propostas deverão ser apresentadas em papel e ser entregues pessoalmente ou enviadas pelos meios habituais, em carta fechada, até às 17H00 do dia final do prazo, nas instalações da DOCAPESCA, mencionadas no número seguinte. 15 – LOCAIS DE APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS As propostas podem ser entregues em dois locais possíveis: Em Peniche: DOCAPESCA, Portos e Lotas, S.A. – Delegação Centro Porto de Pesca de Peniche 2520-630 Peniche Ou em Lisboa; DOCAPESCA, Portos e Lotas, S.A. – Direção de Exploração Av. Brasília Pedrouços 1400-098 Lisboa 16 – DIREITO DE NÃO ADJUDICAÇÃO A DOCAPESCA reserva-se o direito de preferir a proposta que julgar mais conveniente aos seus interesses, independentemente dos valores propostos. Poderá, inclusivamente, não adjudicar, se considerar que nenhuma das propostas oferece garantia de satisfação total dos seus interesses. 17 – ESCLARECIMENTOS PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS E VISITA ÀS INSTALAÇÕES Para quaisquer esclarecimentos ou para visita às instalações, deverão os interessados contatar a Delegação Centro da DOCAPESCA em Peniche, nas horas normais de expediente, no local, ou pelo telefone 262 780 440. Lisboa, 28 de junho de 2012


eventos |

Marchas

A 3ª edição das Marchas Populares da Freguesia de Atouguia da Baleia teve a participação das localidades de Casal Moinho, Casais Mestre Mendo, Lugar da Estrada, Bufarda, São Bernardino, Geraldes e Atouguia da Baleia.

Rendas Bilros As Festas de Abrantes acolheram a Exposição Itinerante sobre Rendas de Bilros de Peniche que decorreu de 14 a 17 de junho. A itinerância continua com as exposições agora em terras algarvias, em Lagoa, no Convento de São José, de 18 a 22 deste mês.

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| eventos

DOCAPESCA

A Docapesca desenvolve uma campanha promocional dedicada à cavala durante os meses de verão. O início desta campanha teve lugar em Peniche no dia 30 de junho com a participação da chef Patrícia Borges, da ESTM, e com o apoio da Câmara Municipal de Peniche.

Vespas Uma centena de Vespistas reuniu-se este domingo, dia 1 de julho, no Largo de Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia para participarem no VII Encontro Nacional Vespa Clube Oeste.

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opinião |

Peniche tem sofrido uma invasão de auto-caravanas. O caravanismo é uma forma legítima de muitos portugueses e naturalmente de muitos estrangeiros passarem os seus fins-de-semana ou as suas férias. Mas, parafraseando o slogan da Câmara Municipal, além de capital da onda, Peniche parece ser também a capital da auto-caravana. Importa que se faça uma reflexão serena sobre este tema, que se pesem prós e contras e que se veja que soluções existem – porque embora até agora a Câmara Municipal de Peniche nada tenha feito, existem soluções. O que têm as auto-caravanas de positivo para Peniche? Trazem sem dúvida ao nosso concelho centenas de pessoas, que acabam por fazer algum consumo na cidade, seja nos supermercados, seja na restauração. O que têm de negativo? Em termos da imagem global do concelho, pode afirmar-se que a presença massiva e desregulada das auto-caravanas é prejudicial. Tem-se verificado um verdadeiro aproveitamento por parte dos caravanistas da inércia da Câmara Municipal. As caravanas mancham a paisagem natural; enchem os parques de estacionamento, em Peniche, no Baleal e na Consolação; estacionam em cima de falésias, quer na Papôa, quer na Ilha do Baleal, quer na Gamboa – em cima da muralha que é Património Nacional! Têm-se verificado ainda frequentes abusos no despejo das cassetes em locais públicos e impróprios. Desta análise muito simplificada, resulta um ponto positivo, que pode até ser potenciado

face à necessidade de fortalecimento da economia local, mas que não pode conviver com a falta de regulação e com os abusos dos auto-caravanistas. Ou seja, Peniche até pode ser um concelho amigo das caravanas; mas para isso tem de haver regras! Há soluções de compromisso, mas é preciso vontade política para as adoptar! Em primeiro lugar, o instrumento fundamental para resolver este problema é um Regulamento Municipal de Trânsito e de Estacionamento. Mas em vez de criar um verdadeiro regulamento municipal que resolva os problemas e os abusos gravíssimos de estacionamento que a cidade e o concelho vivem – e não apenas por parte dos auto-caravanistas! – a Câmara propõe-se agora aprovar um mini-regulamento destinado às zonas de estacionamento. Ou seja, a Câmara preocupa-se em encontrar novas fontes de receita, mas não em resolver os graves problemas existentes. Chega-se ao ponto de o regulamento proposto proibir o estacionamento de caravanas e auto-caravanas nas zonas de estacionamento, o que não poderia ser mais absurdo! Em vez de se criarem zonas específicas de estacionamento para caravanas (dando condições para despejo de cassetes e sujeitando a pagamento) ou de as obrigar a ir para os parques privados existentes ou a criar, atiram-se as caravanas para fora dessas zonas, ou seja, para as falésias, para as praias, para cima da muralha! Vejam-se as regras adoptadas nos regulamentos de estacionamento das autarquias de Mafra

Da praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, famílias de pescadores de antanho, semi-nómadas, a que chamaram os avieiros desceram o mar em cabotagem e povoaram as margens dos rios. Legaram-nos um património popular construído, representante de uma cultura de edificações palafitas, cujos resquícios subsistem no vale do Tejo e do Sado: são os últimos sobreviventes na Europa Ocidental. As habitações, erguidas nas margens dos cursos de água desde tempos remotos, em assentamentos de pequenas dimensões, desenham memórias de uma vida singular que se extingue em cada dia que passa. Os últimos avieiros vamos encontra-los na Aldeia Palafita da Carrasqueira que urge visitar demoradamente. Uma vida dedicada ao rio Sado, em lares precários, erguidos com materiais ligeiros e rudimentares, cujas técnicas conviveram com as primeiras civilizações de recolectores, e que mereciam hoje mais apoio dado o seu avançado estado de degradação, prestes a serem devoradas definitivamente pelos novos modos de vida. Os traços vincados desta cultura aí estão nesta maravilhosa pintura etnográfica que nos oferece a visita à Aldeia da Carrasqueira, perdida na margem esquerda do grande rio Sado, ao lado do lugar da Moitinha e perto de sítios sugestivos e interessantes como o Cambado, o Possanco e a Comporta. Aos avieiros do Tejo e do Sado, Alves Redol chamou com carinho «os ciganos do rio», que ainda persistem na Carrasqueira em viver

como nos tempos idos, com amor ao rio e muito sacrifício para enfrentar as agruras do sustento, perdidos entre a pequena agricultura e as artes da pesca, ao sabor das épocas do ano. Agricultores e pescadores oferecem-nos uma lição de cultura e tenacidade que importa visitar já que os seus produtos, sobretudo o peixe que nos oferecem é de óptima qualidade. A Carrasqueira, aldeia palafita, documento vivo e misterioso perdido no tempo simbólico, pertence ao Concelho de Alcácer do Sal, e cresce à vista da península de Tróia. A civilização moderna lado a lado com os primeiros passos do homem em terra firme, vida dura, burilada pela força do homem que teima em resistir à adversidade com a coragem dos que enfrentam o mar mas abraçam a terra mãe, que lhes dá o pão amargo do conforto possível. As habitações palafitas, com os pequenos barcos ancorados nos esteios, reflectindo a ondulação do rio sereno, representam a última tela da Europa de quando os homens ainda a medo galgavam a terra e se aventuravam na conquista do futuro. Lugares assim são uma lição de coragem que é bom compartilhar. Apanhe o Barco em Setúbal e de Tróia à Carrasqueira é um pulo. Se quer terra firme, desça a Auto-estrada A2 até Alcácer do Sal e utilize a saída nº8 em direcção ao IC1. Contorne a urbe e quando cruzar a Nacional 253 siga à direita até à Carrasqueira. Vai ficar maravilhado com o que lhe é dado ver, ouvir e sobretudo partilhar da vida e tam-

Peniche, capital da auto - caravana? Ademar Vala Marques (Ericeira), da Figueira da Foz e de Tavira, para citar apenas 3 exemplos. Poderia ir buscar vários outros, de municípios do litoral alentejano, onde, através de regulamentos municipais, se criaram soluções e sinalética própria para resolver os abusos dos caravanistas. Há soluções possíveis. Há até propostas de criação de parques privados de auto-caravanas em Peniche. Haja vontade de resolver o problema, para que Peniche possa ser um concelho amigo das caravanas, mas não um concelho poluído pelas auto-caravanas! * O autor deste texto escreve de acordo com a ortografia antiga.

Da Aldeia Palafita da Carrasqueira, espreitamos o homem nosso antepassado. É outro mundo, ali a dois passos de Tróia, e eu apaixonei-me António Marques bém da gastronomia destas gentes rudes mas infinitamente amáveis, sábias e pacientes. Da Aldeia Palafita da Carrasqueira, espreitamos o homem nosso antepassado. É outro mundo e eu apaixonei-me. * O autor deste texto escreve de acordo com a ortografia antiga.

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| agenda

PENICHE NOITE DA MINI BUFARDA

O Centro Social da Bufarda leva a efeito a Noite da Mini, um evento que decorre sábado 7 de julho. Com o objetivo de ajudar o João Brilhante, uma criança com uma doença que necessita de acompanhamento especial, a noite conta com várias presenças. A partir das 23h00 atuam os Speakers - Rock Covers seguindo-se, às 00h30, os DJs André Silva, Menaka e Gury. As receitas reverterão na totalidade para a causa do João Brilhante, cuja história pode conhecer em www.joaobrilhante.pt.

ENCONTRO DE COROS PENICHE

CLASSIFICADOS

Sábado 7 de julho o Coral Stella Maris organiza um encontro de coros e concerto de verão com o intuito de encerrar o ano coralístico. O evento decorre a partir das 21h30 na Igreja de São Pedro em Peniche

e conta com a presença do Coro de Lua de Lagos e do Coro Christus Ensemble de Cascais.

FESTA DE NOSSA SENHORA DA MEMÓRIA COIMBRÃ

A localidade da Coimbrã está em festa de 13 a 15 de julho. A festa será animada pelo grupo Os Lords na sexta-feira dia 13. O sábado conta com a Bandinha da Amizade às 18h seguida dos Nautilus às 22h30. O domingo será dedicado ao folclore com a atuação do Rancho Folclórico D. Pedro I da Serra d’El Rei. Sexta e sábado há serviço de jantares e petiscos a partir das 19 e domingo um almoço convívio onde pode inscrever-se. As entradas são livres.

ÓBIDOS FESTA - A-DOS-NEGROS

FESTA DE VERÃO CAPELEIRA E NAVALHA

VW GOLF VARIANT 1.6 TDI GASÓLEO

FIAT DOBLO 2 LUGARES

17.500€

9.500€

jll,ac,fcc,bluetooth 2010 mês 5, 64 mil km, livro de revisões

Está aí a festa de verão promovida pela Associação Recreativa e Cultural Amigos da Capeleira e Navalha. Nos dias compreendidos entre 6 e 9 de julho, são muitos os motivos para participar no evento. Sexta dia 6, o conjunto Jaime Ferreira anima a noite. O sábado conta com a atuação da Banda da Sociedade Musical e Recreativa Obidense às 17h00, o Grupo de Danças Antigas “Associação Josefa d’Óbidos” às 18h00 e a noite de baile preenchida com a Banda Bico d’Obra. Dia 8, domingo, conta com folclore, às 14h30 com o Rancho Folclórico e Etnográfico da Capeleira e às 16h00 com uma vacada. A noite ficará a cargo de Fernando Barão. A festa completa-se na segunda-feira com a tradicional batatada a partir das 18h00 seguida da atuação de Tony Milhinhos.

CALDAS DA RAINHA FESTA ANUAL

ac,fcc de 2010 mês 6, 46 mil km c/iva dedutível c/ livro de revisões

CASAL DO REI

Dias 6, 7 e 8 de julho, tem lugar a festa anual do Casal do Rei – Vidais - Caldas da Rainha. Dia 6 de julho há baile com “Chaparral Band” seguido do DJ Kito. Sábado 7 de Julho atua o conjunto musical “Fusão” e mais tarde o DJ Rider. Domingo, a partir das 16h30 atuação do Rancho Folclórico do Arco da Memória e à noite o baile é com a “Banda Atlântida”.

FESTA DA FONTINHA DE TELHAIS A-DOS-FRANCOS

Vai realizar-se no dia 7 de julho, a festa da Fontinha de Telhais, no largo de Telhais, a partir das 20 horas, em A-dos-Francos. Haverá bar com bebidas, vários petiscos, sardinhas e febras. A animação musical vai estar a cargo do DJ Apollo e AnimaA2. Por volta da meia-noite, será queimada uma boneca, como antigamente.

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De 6 a 8 de julho, A-dos-Negros, Óbidos, vai estar em festa. Os festejos decorrem no espaço da antiga escola primária da localidade. Na sexta-feira, dia 6, o grupo musical “Kumplycidade” animará uma noite de dança. No dia seguinte, realiza-se uma Noite de Fados, onde será feita uma homenagem a Jesuíno Ferreira. O fadista vai apresentar um CD de originais. O espetáculo conta, igualmente, com convidados especiais e a participação de artistas locais. Haverá serviço de jantar nestes dias. Finalmente, no domingo, dia 8, realiza-se, pelas 10h00, o “Trilho do Javali”. Segue-se um almoço convívio e animação durante a tarde. Esta é uma organização da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Centro Educativo de A-dos-Negros, ACAPANO e Grupo de Teatro Reflexos, com o apoio do Município de Óbidos.

2 julho 2012


desporto |

Um mar de recordes

A 33º edição da Corrida das Fogueiras contou com a participação de 6000 atletas, divididos entre a prova principal, 15km, e a Corrida das Fogueirinhas, 6km. Depois de percorrer as 33 fogueiras espalhadas pelo percurso, Bruno Fraga completou a prova em 48.27 minutos. Madalena Carriço foi a vencedora da prova feminina, o que já é um hábito Na prova deste ano terminaram 2226 atletas, o que representa um recorde. O vice-presidente da Câmara Municipal de Peniche e vereador responsável pelo pelouro do desporto, Jorge Amador, faz um balanço positivo da edição. “Esta é a grande festa do desporto do distrito. Este ano batemos o recorde de adesão, tanto no número de participações na Corrida das Fogueiras, como nas Fogueirinhas, que envolve famílias inteiras. Falar da Corrida das Fogueiras 2012 é falar num sucesso desportivo, desde logo com esta magnífica moldura humana”. Para o vencedor masculino da edição deste ano, Bruno Fraga, atleta do Gabinete de Fisioterapia e Desporto da Amadora foi apenas a segunda participação nestas corridas, “já conhecia a prova, há 10 anos atrás cheguei a

estar no pódio. Agora como estava num pico de forma bom optei por vir cá e como deu para ganhar melhor ainda.” As condições provocadas pelo tempo e pelo público definem, para o atleta, esta prova. “Costuma estar uma parte bastante ventosa, especialmente à noite. Torna-se uma prova bastante engraçada porque principalmente aqui na zona da meta e a meio da prova o público incentiva muito os atletas”. A vencedora feminina, Madalena Carriço, natural de Peniche e atleta no Clube Sport Marítimo, sentiu-se a correr em casa. “Para mim foi um treino mais rápido, eu faço isto quase todos os dias porque sou atleta de cá, mas há provas mais difíceis. É sempre bom ganhar em casa, é sempre mais uma vitória”.

2 julho 2012

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RTP promove Supertubos a uma das 7 Maravilhas

A praia de Supertubos foi palco do programa 7 Maravilhas – Praias de Portugal, da RTP1, no dia 1 de julho. O programa esteve recheado de conteúdos relacionados com a praia seleccionada para votação, mas também com a cidade de Peniche Incluída na categoria de ‘Praias de Uso Desportivo’, Supertubos é a única da região a concurso depois de terem sido entregues 25 candidaturas, entre elas, da praia do Baleal, da Berlenga e da Almagreira, em Peniche, a praia da Nazaré e da Lagoa de Óbidos – Foz do Arelho, nas Caldas da Rainha. Numa manhã e tarde, com bastante vento, dedicadas à praia e a Peniche, foram explorados conteúdos dedicados ao mar, à gastronomia e à cultura através de vários convidados. António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche e promotor da praia de Supertubos, começou por ler a mensagem enviada pelo promotor da praia Costa Nova, José Ribau Esteves. Enquanto o programa percorre as 21 praias finalistas durante os fins de semana de verão, é enviada uma garrafa pelo promotor da praia anterior com uma mensagem de incentivo para a finalista seguinte. “A sua praia deu-lhe muito, dê-lhe o seu voto” Luísa Barbosa e João Baião apresentaram o programa que contou com a animação dos

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grupos musicais Dapunksportif, Já Foi Tudo Inventado, Red Lizzard, Frankie Chavez e Chapa Dux. As questões importantes relacionadas com o verão não foram esquecidas e o Comandante e Capitão do Porto de Peniche, Patrocínio Tomas, apelou à segurança nas praias, José Apolinário, presidente da Docapesca, falou da tradição e engenho da atividade piscatória, Elsa Guerra, da Agência Portuguesa do Ambiente, apelou ao bom senso das pessoas em respeitarem as praias e a bióloga Teresa Mouga, diretora da ESTM, explicou a “Flora dos Supertubos”. Sendo Supertubos um sinónimo de surf, Paulo Ferreira, presidente do Península Surf Camp, Rita Marteleira, directora da equipa do ambiente do SOS Salvem o Surf e os surfistas André Cardoso e João Bilhau partilharam experiências e conselhos sobre esta prática desportiva. Durante o programa foi possível acompanhar o processo de preparação de uma prancha de bodyboard, pela empresa Refresh Board, e a pintura de uma prancha de surf por Alexandre Antunes. Para demonstrar que o surf pode ser acessível a todos, Nuno Vitorino, presidente da

Associação Portuguesa de Surf Adaptado fez uma demonstração de surf adaptado e Teresa Ayala, a primeira surfista portuguesa, promoveu uma ação de formação de surf com crianças carenciadas. Os pontos de interesse da cidade também não foram esquecidos, tendo sido apresentado um roteiro que inclui o Peniche Hostel, a Fortaleza e o restaurante Miramar e na rubrica “Praia à Noite” foram apresentados alguns bares do concelho. Sem deixar de lado a gastronomia de Peniche, um dos pratos fortes da cidade, Diogo Neto e Pedro Viola representaram o restaurante Nau dos Corvos e a chef Patrícia Borges promoveu uma degustação de canapés de cavala. Em representação da cultura penichense, Jorge Amador, vice-presidente da Câmara Municipal, exibiu o projecto Escolas de Rendas de Bilros juntamente com Cristina Santos, artesã

desta arte tradicional. Xico Nico, artista “outsider”, também falou sobre as suas peças e exposições. Na rúbrica “A minha praia por um dia”, Ida Guilherme desfolhou o livro “Amar Peniche”. Num dia em que não faltaram incentivos para que os portugueses, e principalmente os habitantes locais, elegessem Supertubos como uma das 7 maravilhas, também o padrinho da praia Pedro Lima apelou à escolha da sua praia de eleição para a prática de surf. A votação decorre até dia 7 de Setembro – sendo anunciadas as vencedoras no dia seguinte durante uma gala em Tróia, Setúbal -, e pode escolher a sua praia favorita no site oficial do concurso em www.7maravilhas.pt, no Facebook, por chamada telefónica e SMS. Para votar na praia de Supertubos o número é 760 207 721. Dê o seu voto à praia que já lhe deu muito.


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