Revista SBD-GO

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Publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás SBD-GO | GOIÂNIA, MAIO/JUNHO - 2014 - ANO 1 - EDIÇÃO 01

RQE

BRONZEAMENTO

Cuidado: seu médico pode não ser um dermatologista de verdade

Sua pele pode estar em perigo. Casos de mulheres queimadas no interior de Goiás comprovam isso


A experiência é toda nossa. A segurança é toda sua.

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PALAVRA DA PRESIDENTE Dra. Karina Pesquero Queridos associados,

É com grande orgulho que apresentamos a todos

vocês o nosso novo canal de comunicação: a revista da SBDGO! Em 2014 inauguramos uma nova fase na divulgação

Dra. Karina Pesquero

institucional de nossa entidade e deixamos de lado o tradi-

Presidente da SBD-GO

cional informativo que agora dá lugar a uma publicação semestral. O objetivo é tornar a comunicação cada vez mais chamativa, com assuntos atualizadas e conteúdo abrangen-

vamente desse processo é necessário para manter e inovar a

te. Queremos sugestões e participações de todos os colegas

dermatologia no Estado de Goiás. Aos interessados, peço que

para que possamos crescer neste novo mecanismo de inter-

montem as chapas e se inscrevam na nossa sede ate o dia 25

ação. Nosso objetivo com esta revista é dialogar com todos os

de Julho . As eleições acontecerão em 25 de Agosto.

públicos – dermatologistas e leigos.

Por fim gostaria de lembrá-los que a participação

Outra novidade é o nosso novo site com conteúdo

constante dos associados é que vai propiciar a convergência

renovado e layout mais moderno. Queremos aumentar a

de ideias e o fortalecimento de nossa dermatologia. Vamos

presença online da SBD-GO, evidenciar nossas atividades e

juntos na busca de ações positivas para nossa SBD-GO!

apresentar nossos associados para que a população faça a escolha correta na hora de buscar um dermatologista. Estamos nas redes sociais com Facebook e Twitter e gostaríamos que todos os colegas associados interagissem conosco por meio desses canais. Ajudem a divulgar nossa presença na internet. Todas essas ações buscam modernizar a SBDGO no intuito de esclarecer a população sobre o alcance de nossa especialidade e mostrar a importância de escolher um profissional habilitado.

Este ano teremos eleições dos cargos da diretoria

executiva da SBD-GO para o biênio 2015-2016. Participar ati-

Boa leitura a todos!


1ª EDIÇÃO Tiragem: 7.000 exemplares

SUMÁRIO SBD-GO Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás Av. Portugal, 1052 Setor Marista Cep 74.150-030 - Goiânia - Goiás www.sbdgo.org.br | sbdgo@sbdgo.org.br (62)3251.6826

DICAS DE SAÚDE

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BALANÇO 2013

| 06

PERIGOS DO BRONZEAMENTO

| 07

CONSENSO DE FOTOPROTEÇÃO

| 09

FÓRUM DE DERMATOLOGIA

| 10

RQE

| 11

TRATAMENTO: CALVICIE

| 12

MINHA HISTÓRIA DE VIDA

| 13

Comissão de Ética Dra. Camyla Regina Pedrosa Barbosa Dra. Mayra Ianhez Dra. Renata de Vasconcelos Ferreira Pitaluga

ENTREVISTA: DR. DIVINO RASSI

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Coodenação de Campanhas Dra. Ana Marian Quinteiro Ribeiro Dra. Mayra Ianhez Dr. Marcos Sérgio Carilli Ferreira Dra. Mirian Lane de Oliveira Rodrigues

SBD NA HISTÓRIA

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PRESIDENTE Dra. Karina Maria Batista Pesquero PROJETO GRÁFICO E IMPRESSÃO Conexão Propaganda www.conexaopro.com.br (62)3087.2744 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Campos Nogueira Comunicação www.camposnogueira.com.br (62)3932.1066 JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Marcelo Nogueira Mônatha Silva DIRETORIA Biênio 2013 - 2014 Diretoria Presidente: Dra. Karina Maria Batista Pesquero Vice Presidente: Dr. Luiz Fernando Fróes Fleury Júnior 1ª Secretária: Dra. Ana Carolina Miranda de Castro 2º Secretário: Dr. Adriano Jaime Consorte Loyola 1ª Tesoureira: Dra. Marilene Chaves Silvestre Comissão Científica Dra. Lia Cândida Miranda de Castro Dra. Marilene Chaves Silvestre Dra. Simone de Paula e SIlva Dra. Rossana Magalhães Rodrugues Alves

Coodenação de Mídia impressa e eletrônica Dra. Brice Curvinel Bizinoto Dra. Larissa Calixto Gomes Prado Delegados Dr. Aiçar Chaul Dra. Lia Candida Miranda de Castro Dra. Marilene Chaves Silvestre

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DICAS DE SAÚDE

FIQUE ATENTO:

O DR. PELEGRINO DERMATO DÁ A DICA Dica 1: Acne • Que sofrimento! Que terrível! Na minha adolescência não queria nem sair de casa! Mas saiba: tratar a acne da forma correta é muito importante para evitar marcas e cicatrizes na sua pele. Nunca esprema as espinhas, deixe a pele sempre limpa e utilize produtos de uso tópico. Isso vai te ajudar a minimizar os sintomas. Mas atenção: somente nós, dermatologistas, é que podemos te indicar o melhor tratamento. Dica 2: Catapora • Provavelmente, assim como eu, você também já teve catapora. Essa doença não possui tratamento específico, mas existem medidas que podem minimizar um pouco o desconforto. Use loções de calamida e géis refrescantes para ajudar a diminuir a coceira. Na hora do banho, que tal usar antissépticos, como sabonetes à base de triclosano, e permaganato de potássio? Dica 3: Celulite • Boa parte das pessoas tem celulite. As mulheres que o digam! Tudo bem que elas exageram um pouco porque nós homens nem reparamos muito. Mas, para o alívio delas a celulite pode ser prevenida. Cuide bem da alimentação e adote uma dieta equilibrada, rica em fibras e com o mínimo de gordura, sal e açúcar. Tome muito líquido e não se esqueça de praticar exercícios físicos porque eles melhoram a circulação sanguínea e tonificam a pele. Dica 4: Envelhecimento • Sua pele não precisa daquela caixa de produtos que está lá no seu banheiro escondida bem no fundo do armário. Ela não tem culpa de nada e não merece sofrer. Quer saber como cuidar bem dela? É simples. Use somente produtos indicados pelo seu dermatologista. Nesse caso, nem sempre preço é qualidade. Dica 5: Cigarro e bebida: inimigos mortais • Você gosta de fumar e beber? Olha, acho melhor rever isso. Esses hábitos aceleram o envelhecimento da pele, a deixa sem brilho e viscosidade e aumentam, e muito, as rugas. Por isso, se você quer ter uma pele bonita e sedosa, é melhor deixar o fumo e a bebida pra lá.

Dica 6: Atenção: dica nova • Use sempre filtro solar! Nova não é? Só que não. O problema é que mesmo assim quase vou à loucura porque muitos esquecidinhos não usam o bendito protetor. Pode isso? OS LEITORES PERGUNTAM E O PELEGRINO RESPONDE... Leila de Castro – Aparecida de Goiânia (GO) Dr. Pelegrino, como eliminar as estrias do meu corpo? Já fiz tudo que minhas amigas indicaram e nada resolveu. •

Olá Leila. Boa pergunta. Muitas mulheres pensam que as estrias têm cura. Porém, a notícia triste é que elas nunca irão desaparecer totalmente. Pra você entender melhor, as estrias são cicatrizes que se formam quando há destruição das fibras elásticas e colágenas da pele. Geralmente aparecem quando existe aumento de peso, gravidez, uso de anabolizantes ou alterações hormonais. A eficácia do tratamento das estrias depende muito do tempo que elas existem e também da região do corpo. Alguns dos procedimentos mais utilizados são o uso de cremes tópicos, aplicação de ácidos, lasers e peelings. Mas, pra saber qual o melhor tratamento, procure sempre seu dermatologista. Cuidado com receitas caseiras Leila. Forte abraço!

Marina Nogueira / Goiânia (GO) Olá Dr. Pelegrino. Sofro constantemente com herpes labial. Chego a ter febre quando ele ataca. O que fazer? •

Oi Marina! Entendo muito bem o seu sofrimento. Você deve tratar o herpes desde quando surgirem os primeiros sintomas da crise. A melhor forma será indicada pelo seu dermatologista. Cuidar logo no início fará com que o surto seja de menor intensidade e duração. Nesse período evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, não fure as bolhas que surgirem e lave sempre as mãos ao manipular as feridas para que elas não se espalhem para outras partes do corpo. É bom lembrar que o herpes não tem cura mas pode ser ser melhorado. Melhoras pra você e um grande abraço!

Tem alguma dúvida? Mande sua pergunta para o Dr. Pelegrino Dermato. sbdgo@sbdgo.org.br | www.sbdgo.org.br Acompanhe-nos: @sbdgoias sbdgoias sbdgo SBD-GO | Maio/Junho 2014

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BALANÇO 2013

UM ANO DE MUITAS CONQUISTAS E AVANÇOS PARA A SBD-GO Confraternizações, eventos científicos, campanhas de alerta e atendimentos fizeram parte dos trabalhos da entidade em 2013.

Comemoração do dia do Dermatologista

O ano de 2013 foi marcado por conquistas e acontecimentos importantes na SBD-GO. Jornadas Científicas, campanhas de conscientização, divulgações na mídia e aumento da comunicação foram alguns dos pontos marcantes do ano que terminou. Todas as ações foram pautadas em dois pilares: trabalhar em prol do associado e levar à população goiana informações importantes a respeito da dermatologia. Em fevereiro de 2013 a direção da SBD-GO e a Farmácia Artesanal realizaram uma grande festa em comemoração ao Dia do Dermatologista. O evento reuniu médicos associados à SBD-GO e suas famílias no Café de La Musique. O local descontraído, com direito a música ao vivo, serviu como ponto de encontro para rever os amigos. Os médicos puderam relembrar juntos a importância e a relevância do trabalho sério que deve ser prestado à sociedade. A preocupação em atualizar e colocar em contato o dermatologista da SBD-GO com as novas pesquisas foi uma constante em 2013. Nos meses de março, junho, agosto e novembro aconteceram as Jornadas Goianas de Dermatologia. Durante esses eventos são realizadas dis-

Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase

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cussões de temas relevantes, atualizações e palestras. Médicos de outros Estados são convidados para dar aulas e ministrar cursos aos dermatologistas de Goiás. Em 2013 profissionais de renome desembarcaram em Goiânia. Durante a 65ª Jornada, por exemplo, estiveram na cidade os médicos Gustavo Alonso Pereira e Thais Helena Proença, ambos de São Paulo. Na 66ª Jornada a SBD-GO teve a honra de receber o Dr. Marco Andrey Cipriani Frade, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia. Outros destaques das jornadas realizadas pela SBD-GO foram as presenças do Dr. Samir Antônio Elias Arbache e da Dra. Tatiana Villas-Boas Gabbi. Em 2013 os associados da SBD-GO puderam também ampliar o conhecimento em torno das novas ferramentas de comunicação. Vários associados participaram de um curso de aprimoramento para o uso de smartphones e tablets. As orientações transmitidas durante a palestra serviram para ajudar os dermatologistas a otimizar o trabalho realizado em consultório. Além da preocupação com a parte científica a SBD-GO realizou várias ações em benefício da sociedade goiana. Em outubro foi organizada em Goiás a etapa regional da Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase. Dermatologistas dedicaram um dia inteiro para esclarecer à população dúvidas sobre essa doença. A ação aconteceu no Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e no Hospital das Clínicas (HC). Outra campanha de esclarecimento semelhante foi realizada em janeiro no HDT, desta vez para alertar sobre a hanseníase. A Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Pele, realizada no dia 30 de novembro, foi o ponto alto das ações da SBD-GO em 2013. Sob o comando da Sociedade Brasileira de Dermatologia as regionais de todo o Brasil se mobilizaram para o evento. Em Goiás as ações se concentraram nas cidades de Goiânia, Iporá e Rio Verde. Mais de 80 voluntários dedicaram esse dia para consultar de graça a população. Na Capital, a campanha foi realizada no HC. Mais de mil pessoas foram atendidas em todo o Estado. Em 2013 a SBD-GO intensificou a comunicação. Vários assuntos relevantes envolvendo temas da dermatologia foram destaque nos noticiários. A SBD-GO esteve presente até mesmo em matérias de abrangência nacional, como a reportagem sobre os perigos do câncer da pele nos trabalhadores do campo que foi exibida no Globo Rural.


PERIGOS

OS RISCOS EM TORNO DO BRONZEAMENTO Casos recentes de queimaduras em mulheres de Goiás colocam em evidência os perigos para quem busca as famosas “marquinhas de sol”

Cuidar e manter a pele bonita nem sempre é tarefa fácil. Por influência da moda e das tendências que surgem diariamente, muitas pessoas recorrem ao bronzeamento na expectativa de que isso melhore a saúde e a beleza do corpo. Porém, em alguns casos, a busca por uma pele supostamente saudável por meio do bronzeamento pode trazer sérias consequências. Este foi o caso de quatro mulheres da cidade de Jataí, sudoeste goiano. Em março, elas se submeteram a uma sessão de bronzeamento numa clínica de estética na cidade. O resultado foi desastroso. De acordo com informações da imprensa, a responsável pelo procedimento utilizou uma mistura de óleo de coco e canela nas clientes. Logo em seguida elas foram expostas ao sol para o bronzeamento. As mulheres expostas a esse procedimento sofreram queimaduras de 1º e 2º graus. Duas delas foram internadas e precisaram passar por cirurgia. Uma das vítimas teve 75% do corpo queimado. Essa paciente foi considerada a mais grave de todas e relatou, em tom de tristeza e angústia para a imprensa, que jamais imaginou que um dia passaria por uma situação assim. Segundo ela, o pensamento era de que bronzear o corpo utilizando produtos seria algo totalmente inofensivo. A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO) vê com preocupação casos dessa natureza, especialmente porque consequências dramáti-

cas, como queimaduras, podem acontecer com muita frequência. A presidente da SBD-GO, Dra. Karina Pequero, reforça que a entidade é contrária a qualquer tipo de bronzeamento. “Situações que envolvem bronzeamentos são extremamente perigosas, mesmo o simples fato de ficar exposto ao sol para pegar uma cor mais intensa. Isso quase duplica o risco de a pessoa desenvolver câncer da pele, além de provocar envelhecimento precoce, reações alérgicas e queimaduras.” No Brasil, o uso das câmaras de bronzeamento está proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde novembro de 2009. No entanto, por causa da proibição, muitas clínicas de estética criaram chamado bronzeamento “natural”, que consiste na exposição solar em horários inadequados mediante o uso de produtos para acelerar o processo de escurecimento da pele. Para alertar sobre as consequências em torno desses procedimentos extremamente prejudiciais à pele e que podem desencadear câncer, a SBD realiza campanhas de conscientização por meio da TV, rádio e internet. Além disso, a entidade criou o Consenso Brasileiro de Fotoproteção – documento que contém as recomendações de especialistas da SBD sobre os principais riscos envolvendo a pele e também medidas preventivas para evitar o câncer. Muitos médicos chegam a recomendar que os paSBD-GO | Maio/Junho 2014

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cientes se exponham ao sol diariamente para que o corpo se encarregue de produzir a vitamina D. No entanto essa prática não é aconselhada por dermatologistas em virtude dos malefícios que a incidência de raios ultravioletas pode trazer à pele. Alternativas podem ser adotadas nessas situações, como por exemplo, a ingestão de vitamina D, receitada por um dermatologista. A entidade está cada vez mais preocupada com os casos das doenças de pele oriundas da exposição solar sem a devida proteção. No estado de Goiás esta preocupação é ainda maior em virtude do clima quente e da alta

incidência de raios ultravioletas na região. O Centro-Oeste Brasileiro se localiza numa posição geográfica em que os raios solares incidem diretamente. Isso acontece pelo fato desses Estados estarem mais próximos da linha do Equador que os Estados da região Sul, por exemplo. Para evitar futuros problemas e doenças na pele, seguir as orientações dos dermatologistas é fundamental. Dentre as principais dicas está o uso correto de protetor solar, a não exposição ao sol no período compreendido entre 10h00 e 16h00, e o não bronzeamento - seja ele artificial ou natural.

Fotoproteção X Vitamina D Muita gente acha que é necessário se expor ao sol para que o corpo produza a tão conhecida vitamina D. No entanto, estudos apontam que a exposição não intencional ao ambiente externo, pelo tempo de 10 minutos diários, é o suficiente para produzir vitamina D. A vitamina D tem grande importância na saúde óssea porque serve para metabolizar o cálcio. Níveis adequados de cálcio no organismo são fundamentais para prevenir o raquitismo e a osteoporose, muito comum na terceira idade. Sabe-se que 90% da síntese da vitamina D acontecem na pele com a participação da radiação ultravioleta B. Embora seja fundamental a participação de raios ultravioleta B para que esse fenômeno aconteça, a dose necessária de radiação para esse processo é muita pequena quando comparada à dose de radiação suficiente para provocar vermelhidão na pele.

São pacientes com risco de deficiência da vitamina D: • •

Para te ajudar, a SBD-GO apresenta algumas recomendações e respostas sobre esse tema • • controverso: •

O uso regular de fotoprotetores não leva à deficiência de vitamina D. Quantidades suficientes de radiação UVB acabam atingindo a pele de forma não intencional no dia a dia;

Jornada Goiana de

Permanece a recomendação a todos os pacientes acima de 6 meses de vida para que utilizem outros mecanismos fotoprotetoras e não somente o filtro solar. Estas medidas incluem o uso de roupas, óculos escuros, chapéus e não exposição ao sol nos horários compreendidos entre 10h e 16h; Pacientes com risco de deficiência de vitamina D devem ser monitorados através de exames. Além disso, é importante utilizarem fontes dietéticas ou suplementos para prevenir a diminuição desta vitamina;

lactentes com amamentação exclusiva; idosos (pele envelhecida tem uma síntese menor de vitamina D); indivíduos que cobrem totalmente a pele totalmente; pacientes com síndromes de má absorção.

Para estes pacientes recomenda-se a ingestão de doses diárias de vitamina D receitadas pelo médico dermatologista.

70ª Dermatologia 8

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29 / Agosto / 2014 Goiânia - GO


CONSENSO DE FOTOPROTEÇÃO

CONSENSO DE FOTOPROTEÇÃO DA SBD. JÁ OUVIU FALAR? Preocupada com o crescimento do câncer da pele, a entidade elaborou um documento com diretrizes importantes sobre o tema No dia 28 de novembro do ano passado, a SBD lançou o Consenso de Fotoproteção. Trata-se de um documento com várias recomendações que refletem o pensamento oficial da dermatologia sobre as questões envolvendo a fotoproteção, ou proteção contra o sol, no Brasil. Veja abaixo alguns pontos mais importantes deste Consenso que podem ter interferência direta sobre os hábitos cotidianos dos cidadãos. Não existe medida fotoprotetora que, isoladamente, garanta proteção adequada e total contra os raios solares. Por isso, recomenda-se a combinação do maior número possível de medidas de proteção. Além do filtro solar é importante utilizar algum outro mecanismo como chapéus, óculos escuros, sombras naturais (cobertura de árvores) ou artificiais (guarda - sol, tendas, etc.). Evite exposição solar no período compreendido entre 10h e 16h (considerar o horário de verão quando necessário). A depender da época do ano e localidade deve-se restringir ainda mais o tempo de exposição. Use protetores solares com FPS (Fator de Proteção Solar) de no mínimo 30. Protetores com FPS maiores devem estar disponíveis para situações específicas como no caso de pacientes com maior sensibilidade ao sol, pessoas com antecedentes de câncer da pele, períodos de tratamento para clareamento de pele, ou pessoas com exposição recorrente ao sol por motivos profissionais ou de lazer. Os esportistas devem utilizar protetores mais cremosos e espessos com FPS de no mínimo 50, bem como bastões para face a fim de diminuir a queixa de ardência nos olhos. Algumas áreas do corpo, como orelhas e lábios, não devem ser esquecidas. As orelhas podem ser protegidas com fotoprotetores habituais ou mesmo em bastões. Além disso, recomenda-se o uso de chapéus ou bonés. Os lábios frequentemente são acometidos por câncer desencadeado pelo sol, por isso a proteção dessa parte do corpo também deve ser reforçada no dia a dia.

Não se recomenda protetor solar até 6 meses de vida; somente em situações excepcionais com orientação do dermatologista;

Para crianças acima de 6 meses: • • • • • • •

Evitar exposição no período compreendido entre 10h e 16h; Utilizar a regra da sombra: se a sombra do corpo da criança no chão for menor que sua altura, ela não deve ficar exposta ao sol; Prefira protetores hipoalergênicos adequados à população infantil; Faça a primeira aplicação de protetor solar pelo menos 15 minutos antes da exposição, de preferência sem roupa ou com a menor quantidade possível; Reaplique o protetor a cada 2 horas ou após períodos de imersão em água; Sobre o uso das câmaras de bronzeamento para fins estéticos, a SBD concorda com sua proibição; Evitar a exposição intencional ao sol é medida preventiva tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista de saúde pública. Quanto menos nos expomos ao sol, menos a pele envelhece e menos chance há de desenvolver o câncer da pele. Fonte: Schalka S, Steiner D. Fotoproteção no Brasil. Recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rio de Janeiro: SBD; 2013. 40p.

Para crianças abaixo de 6 meses: •

Não devem ser expostas diretamente ao sol. Quando necessário é fundamental o uso de coberturas como roupas e chapéus; SBD-GO | Maio/Junho 2014

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FÓRUM

FÓRUM NACIONAL DISCUTE OS RUMOS DA DERMATOLOGIA NO BRASIL Evento realizado na capital paulista chamou a atenção para a importância de uma formação séria e consistente. Preocupação da SBD é que os cidadãos brasileiros sejam atendidos por profissionais de qualidade No último dia 05 de abril, dermatologistas de todo o Para se formar um dermatologista são necessários País se reuniram em São Paulo (SP), numa iniciativa inédita, pelo menos três anos de residência médica com dedicação a fim de discutir perspectivas e recomendações para esta es- exclusiva e carga horária de 60 horas por semana. Todos os pecialidade médica em nosso País. O objetivo do encontro foi serviços de residência dermatológica são supervisionados refletir e discutir sobre os vários avanços ao longo do século por uma comissão de ensino. Depois de cumpridos os três e também debater sobre a importância de uma formação só- anos obrigatórios na residência o candidato passa por uma lida e consistente para o dermatologista, o que engloba co- prova de título de especialista regulamentada pela Sociedanhecimentos clínicos, cirúrgicos e cosmiátricos. de Brasileira de Dermatologia (SBD) e Associação Médica de Durante o evento a realidade da medicina no Bra- Dermatologia (AMD). Depois de aprovado, o médico receberá sil foi amplamente discutida e a preocupação em garantir o Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) e poderá uma boa formação aos começar a atuar atendendermatologistas brasileido como dermatologista ros foi um dos temas de profissional. destaque. Cerca de 13.000 Na vertente das médicos são diplomados discussões da necessidade por ano no País, o que faz de uma formação conticom que o Brasil tenha nuada para aqueles que um índice de 2 profissioquerem se tornar dermanais por cada grupo de tologistas, o Fórum reali1.000 habitantes – númezado em São Paulo discuro que já ultrapassa o retiu também o crescimento comendado pela Organide cursos de pós-graduazação Mundial da Saúde ção de natureza latu senso. (OMS) que é de 1 médico Esses cursos acontecem para cada 1000 pessoas. em fins de semana, posPara se ter uma ideia, no suem baixa carga horária Brasil há mais faculdades e quase nenhum contato Fórum de dermatologia realizado em São Paulo: SBD está preocupada com a qualide medicina que nos EUA. dade do ensino . com pacientes. Estes proUm problema discutido no fissionais, não associados Fórum foi justamente a distribuição desigual destes profis- à SBD, não chegam ao mercado com o título de especialistas sionais no território brasileiro. Conforme apontado nos de- e confundem a população. Tais cursos também não são recobates, esse problema acontece devido às péssimas condições nhecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). de trabalho e também por causa da baixa remuneração ofe- Como forma de ajudar a população em geral a enrecida aos médicos. O problema é profundo e envolve ques- tender a necessidade de procurar um dermatologista com o tões políticas que estão colocando em dificuldade os rumos devido registro, a SBD, que é a segunda maior sociedade derda dermatologia no Brasil. matológica do mundo, com 7.300 membros, está realizando Mas as dificuldades enfrentadas pela dermatologia uma série de campanhas em todo o Brasil. Por isso, o ideal no que diz respeito às condições de trabalho não têm influen- é sempre verificar se o médico escolhido está vinculado à ciado na procura dos novos médicos pela especialidade. Nú- SBD. Isso vai assegurar que os cidadãos brasileiros tenham meros apresentados no Fórum mostram que a dermatologia um atendimento adequado sem colocar em risco a saúde. O foi o curso mais procurado para residência médica no país profissional com formação completa está apto para diagnosem 2013. São 341 vagas por ano distribuídas em 73 serviços ticar, tratar e a prevenir as doenças da pele. credenciados em todo o Brasil. 10

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RQE

VOCÊ TEM UM DERMATOLOGISTA DE SUA CONFIANÇA? VEJA SE ELE POSSUI O RQE Ter o título de especialista significa mais segurança para a saúde dos pacientes que procuram um médico Nos últimos meses, muitos casos envolvendo a medicina chamaram a atenção da sociedade. Um deles foi o de uma médica da cidade de Jaraguá (GO), cujo nome foi mantido em sigilo, que agia como dermatologista sem o Registro de Qualificação de Especialista (RQE). O fato veio à tona quando quatro pacientes da suposta dermatologista a denunciaram ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) alegando problemas como queimaduras, descamações e manchas após alguns tratamentos. A principal suspeita é que ela tenha utilizado produtos não homologados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O MP averiguou que a profissional não possui o RQE, mas apenas o registro no Conselho Regional de Medicina para exercer a função de clínica geral. Este não é o primeiro caso envolvendo médicos que atuam como dermatologistas sem o RQE. Por se tratar da especialidade que trabalha com o maior órgão do corpo humano – a pele - é necessário dar atenção a alguns detalhes. O mercado competitivo da atualidade não se limitou apenas ao comércio e se estendeu também à medicina e, por falta de informações, muitos pacientes procuram o “mais em conta” sem levar em consideração a especialização do profissional que cuidará da sua saúde. Casos assim se tornam motivo de preocupação por parte dos médicos especialistas, que em muitos casos, recebem pacientes como as quatro mulheres que foram atendidas pela médica que atuava como dermatologista sem o devido registro.

Para ajudar os pacientes que ainda não conhecem os dermatologistas da região onde moram, a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás, disponibiliza em seu site, no endereço www.sbdgo.org.br, uma ferramenta de busca onde é possível localizar o médico especialista - por bairro ou por nome - dentro do Estado de Goiás.

Consulte também no site do CFM se seu dermatologista possui o RQE.

RQE para dermatologista. Como o médico consegue? Para a obtenção do título de dermatologista, além dos seis anos de graduação em medicina, é necessário fazer pelo menos três anos de residência médica. Para ingressar na residência o candidato deve passar numa prova. Em todo País essa seleção é muito concorrida. Em Goiânia são apenas 4 vagas por ano no Hospital das Clínicas e duas no Hospital de Doenças Tropicais. Depois do período de residência o médico deve fazer a prova de título de especialista que é aplicada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Quando aprovado o profissional deve solicitar seu RQE no Conselho Regional de Medicina.

No site da SBD-GO você pode saber se seu dermatologista possui o RQE SBD-GO | Maio/Junho 2014

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TRATAMENTO

CALVÍCIE: UM PROBLEMA DE ARRANCAR OS CABELOS Cada vez mais pessoas procuram os consultórios médicos em busca de tratamento para a doença A calvície é um mal que atinge cerca de 10% das pessoas até os 20 anos de idade. E o número tende a piorar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) metade da população masculina terá algum tipo de calvície até os 50 anos. Justamente por isso os consultórios de dermatologia estão cada vez mais cheios de pacientes que vão em busca de tratamento para não perder o cabelo. O tipo mais comum de calvície é conhecido com alopecia androgênica que é de origem genética e hormonal. Ela acontece gradualmente e provoca desde pequenas entradas na parte frontal da cabeça até a redução de todos os fios de cabelo. Outro fator que contribui para a queda de cabelo é a hereditariedade. Mas, engana-se quem pensa que toda queda de cabelo é calvície. Existem outros fatores que também provocam essa perda excessiva. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás, Dr. Luiz Fernando Fleury, explica que este tipo de problema acontece também em função de fatores externos. “É sempre bom que a pessoa que está perdendo o cabelo observe seus hábitos porque talvez isso não seja calvície e sim o uso de remédios, produtos e até mesmo irritações diárias. O mais aconselhável é procurar um médico que possa diagnosticar o quanto antes os fatores que estejam ocasionando o problema. Se tratado precocemente o resultado será bem melhor”. Carlos Francisco, 35, percebeu que estava perdendo os cabelos aos 20 anos. Logo que notou o problema recorreu a um dermatologista em busca de tratamento. “Eu fiquei em pânico quando comecei a ver que estava com entradas em minha cabeça. Procurei um médico e iniciamos o tratamento. Hoje a situação já está um pouco controlada. Descobrimos que um medicamento estava causando todo o problema e que se eu tivesse continuado teria ficado careca”, relata.

Mulheres A calvície não é exclusividade apenas dos homens. A inimiga da vaidade masculina também ataca os cabelos femininos. Nas mulheres as alterações hormonais são os principais motivos da calvície que quase sempre começa após a puberdade. A evolução do quadro é lenta e às vezes imperceptível no início. O que geralmente acontece é a 12

SBD-GO | Maio/Junho 2014

diminuição dos fios que vão ficando cada vez ficam mais finos. A queda de cabelo pode trazer problemas diversos nas mulheres, principalmente a diminuição da autoestima. Considerado uma referência da beleza feminina, os cabelos podem prejudicar psicologicamente a pessoa caso venham a faltar. Em algumas situações mais graves chega a comprometer as relações interpessoais e afetivas e pode levar o indivíduo ao isolamento social simplesmente por vergonha da sua própria imagem. Marina Silva, 50, sofreu uma queda drástica de cabelos por causa de problema emocionais. O tratamento foi demorado e intenso, mas surtiu efeito. “Eu sempre tive um pouco de queda de cabelos. Mas chegou um período, por volta dos 40 anos, que eu quase nem podia lavar a cabeça para não perder ainda mais os fios. O tratamento com um dermatologista sério foi o que me ajudou a contornar o problema”, revela.

Tratamento Mesmo se tratando de um problema difícil de lidar, os médicos especialistas dão esperanças de que o quadro possa ser mudado. Para o Dr. Luiz Fernando o ideal é buscar ajuda assim que o problema começar e seguir o tratamento indicado à risca. “Nos consultórios é comum vermos pacientes que procuram ajuda logo no início e isso pode trazer melhores resultados. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado mais resultados positivos ele pode trazer. Porém, se este mesmo paciente não seguir as orientações médicas quanto aos hábitos diários o tratamento não terá a mesma eficácia e os remédios não terão tantos efeitos positivos. Uma das principais recomendações é evitar o uso de bonés porque aquecem o couro cabeludo e deixam o cabelo mais oleoso”, diz.


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HISTÓRIA

MINHA HISTÓRIA DE VIDA Fui estudar medicina no RJ ainda bem jovem. Queria ser gastro,mas a dermatologia mexeu comigo. Hoje, cinco décadas depois, me orgulho de ter ajudado a população dando o meu melhor como profissional. Agir com ética e responsabilidade sempre foram os meu principais lemas de vida

“Fiz e farei sempre o meu melhor pela medicina. Cuidar com dedicação das pessoas será sempre meu maior objetivo.”

A velha máxima “relembrar é viver” adquire ainda mais sentido quando essas recordações são prazerosas e nos fazem viajar no tempo. Histórias empolgantes compõem o repertório de vida do médico dermatologista Divino Miguel Rassi. Esse querido profissional foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás, em 1966, juntamente com os médicos Anuar Auad, Rodovalho Domenicci, Paulo Cezar Borges, Vanderli Dutra e Carlos Borges. Para realizar seu sonho de ser médico, Divino teve que batalhar muito. Nascido em Vianópolis (GO), o filho de comerciante e de uma dona de casa sempre foi muito cobrado em relação aos estudos. E essa cobrança lhe rendeu bons frutos. Em 1959, ainda com 17 anos, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil – atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A escolha da carreira aconteceu por influência dos médicos que existiam em sua família e também por causa da admiração que sentia pela medicina. Naquela época, como conta Divino Rassi, os alunos de medicina podiam atuar como acadêmicos estagiários. Isso possibilitava que eles participassem da rotina dos hospitais e atendessem pacientes mediante a supervisão de um médico profissional. Sabendo disso, Divino não perdeu tempo e já no 4º ano de academia começou a trabalhar no Hospital Miguel Couto, situado no Leblon – bairro nobre do Rio de Janeiro. Lá ele enfrentou o primeiro desafio da sua carreira. “Lembro-me como se fosse hoje. Estava no plantão de sábado com o hospital muito

cheio. De repente, o chefe da equipe, o Dr. Moacir, veio até mim e me pediu para atender um chamado fora daquele local com uma ambulância. Cheguei num apartamento com toda família reunida em volta de um homem baleado no coração. Tratava-se de um suicídio. Fiz meu trabalho. Constatei que o homem estava morto. Fiquei receoso de dar a notícia aos familiares, mas tive que fazer. Voltando para o hospital contei o caso para o chefe da equipe que prontamente me elogiou pela coragem. Mas teve um detalhe: naquela noite não dormi de ansiedade. Queria ver nos ver nos noticiários do dia seguinte se o moço tinha mesmo morrido”, diz em tom de brincadeira. Neste mesmo ano, o jovem estudante começou a ter contato com a dermatologia através de uma oportunidade que lhe fora dada na Clínica Dr. Paulo de Castro Barbosa – uma das mais renomadas do Rio de Janeiro. Até então, o acadêmico nunca havia pensado em se especializar em dermatologia. Queria fazer residência em gastroenterologia. Neste novo trabalho na clínica, Rassi concluiu que a dermatologia era sim a carreira que ele gostaria de seguir. Apaixonou-se pela especialidade e começou a se preparar para a residência na área. Após concluir o curso de medicina, em 1964, começou a investir na carreira como médico dermatologista. Desde então não mais parou de se atualizar e continua atendendo diariamente. Divino Rassi está completando neste ano 50 anos de profissão. Hoje, com 74 anos de vida, este experiente profissional se orgulha de jamais ter desistido dos seus sonhos. “Mesmo vindo de uma família humilde, do interior de Goiás, meus pais sempre me deram apoio e força para que eu realizasse meus sonhos. E eu soube agarrar com unhas e dentes essas chances que a vida me deu.” Divino Rassi foi bastante atuante na dermatologia de Goiás. Já foi professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG), presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e também presidente da Regional Goiás por cinco anos. Com uma trajetória profissional marcada pela ética, dedicação, sucesso e comprometimento com a vida do próximo, Divino MiguelRassi, aos 50 anos de profissão, continuará contribuindo para que a dermatologia cumpra seu papel perante a sociedade. “Fiz e farei sempre o meu melhor pela medicina. Cuidar com dedicação das pessoas será sempre meu maior objetivo.” SBD-GO | Maio/Junho 2014

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ENTREVISTA

ENTREVISTA DR. DIVINO RASSI Como o senhor vê a medicina hoje no Brasil do ponto de vista social? E o Programa Mais Médicos. Foi um projeto acertado?

O que deveria ser feito para que as pessoas tenham mais dignidade no atendimento da rede pública de saúde?

Evidentemente a medicina avançou muito, existem várias falhas ainda, mas o que já se fez é muito importante porque hoje a pessoa da zona rural tem acesso, mesmo que precariamente, a um médico. Evidentemente o Mais Médicos veio preencher lacunas, agora a gente precisa ver o efeito que ele causa. A medicina no Brasil não depende só do médico, mas de vários fatores. É muito difícil um médico ir para o interior sem recursos e estrutura básica. Por isso concordo com esse programa que é válido.

As condições básicas dependem de cada local uns tem mais recursos e outros menos. Para mudar a realidade nossos governantes têm a obrigação de observar de perto e melhorar o que tem de ser melhorado, dando ao paciente bons hospitais e dignidade. Mas de modo geral existiu uma melhoria, você vê, por exemplo, a preocupação do governo com as vacinações. Hoje nós dominamos todas as técnicas de vacinação e a cobertura de todas as vacinas que existem, que de uma maneira ou outra chega à população carente através das campanhas.

A medicina mudou muito nos últimos 50 anos. Mas por que a população ainda sofre tanto, mesmo existindo muitos hospitais e muita tecnologia?

Qual sua avaliação sobre os cursos de medicina de hoje comparados aos da sua época de estudante?

Os índices mostram que a medicina melhorou muito de lá pra cá. Isso é mensurado através da mortalidade infantil que caiu muito. A sobrevida do brasileiro aumentou. Quando conseguirmos dominar as doenças infecciosas e parasitárias, ficaremos apenas com as doenças degenerativas e malignas e essas infelizmente não tem cura. Precisamos ainda achar a cura para essas primeiras. O brasileiro e todos do mundo ainda sofrem porque a medicina ainda não soube acabar de vez com as doenças.

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Na minha época os cursos de medicina eram poucos e, portanto, tinham qualidade. Hoje essa qualidade deu lugar à maior quantidade de faculdades que não estão se preocupando muito com a formação. Então a qualidade caiu por conta do grande número de cursos. Isso é preocupante porque as vagas de residência médica são poucas se comparadas ao número de médicos que precisam se especializar. Por exemplo, em Goiás só existem 4 vagas para residentes em dermatologia por ano. E os outros que não conseguem, o que farão?


HISTÓRIA

SBD-GO na História 1970 – Neste ano, a SBD-GO recebeu em Goiânia o XXVII Congresso Brasileiro de Dermatologia. Como a cidade ainda não tinha um centro de convenções, o evento teve que ser realizado no Clube Jaó. A comunidade dermatológica brasileira que ali estava reunida utilizou os espaços do clube para as sessões científicas e também para o lazer. O encontro foi coordenado pelo

então presidente da SBD-GO, Dr. Anuar Auad. Neste congresso uma novidade começou a fazer parte dos encontros das SBD. Médicos residentes passaram a participar da programação - algo

que antes era permitido somente para dermatologistas e professores. Pelo menos 400 médicos participaram deste congresso. Os assuntos principais foram o Pênfigo e a padronização do emprego de corticosteróides, que até então era usado de acordo com o entendimento de cada profissional.

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