Os Novos Gaúchos Por Vitor Kellner
João Rambo (E) e Gustavo Escher (D) conversam no campo de futebol da comunidade de Santo Antônio. A camisa branca foi trocada por uma camiseta; a bombacha larga foi trocada por uma bombacha estreita, que mais parece uma calça jeans; as botas pretas de cano longo foram trocada por alpargatas; a guaiaca larga por uma guaiaca estreita, que mais parece uma cinta. Esta é a nova geração dos gaúchos, os responsáveis por não deixar a chama se apagar. A nova geração voltou a usar bombacha. A comunidade é pequena, unida em torno da Igreja Católica que conta com pouco mais de 100 sócios. Mas é lá que a cidade comemora o Dia do Gaúcho, na já tradicional mateada, que está na décima quinta edição. Como a sociedade é reunida pela fé, tudo começa com uma Missa Gaúcha, onde até o padre está de pilchado, o linguajar é diferente e os
cantos de louvor são com melodia e letra gaúchas. É nesta comunidade que João Rambo (E) e Gustavo Escher (D) são associados e ajudam na preparação da Mateada, que começou com os pais deles, que curiosamente não usam bombacha, em 1999, parou por alguns anos e voltou em 2005. Com vinte anos, eles são a nova geração, os responsáveis por ajudar na preparação da festa e no futuro assumir a liderança da comunidade e por consequência da festa. A comunidade pode até ser considerada pequena pelos olhos de uma cidade grande, mas em uma cidade com 7 mil como é Alecrim, a sociedade de Santo Antônio é uma maiores do interior do município em número de associados.
É a primeira vez, que eles vão à mateada pilchados. Perguntado se já tinha usado bombacha outra vez, Rambo diz que somente na infância: “quando era bem pequeninho.” Este novo estilo de vestimenta dos gaúchos, foi denominado pelo cantor João Luiz Correa, em uma música, de Gaúchão de aparamento. Escher não concorda que ele seria um Gaúchão de apartamento, enquanto Rambo brinca: “me prove que eu sou Gaúchão de aparamento, para começar eu moro no interior, em um casa, e não em um apartamento”. Além de ajudar nos preparativos para a mateada, João Rambo se apresentou no gaitaço que teve antes do almoço, tocando violão. Ele começou a fazer curso no início deste ano: “que eu sei bem, bem mesmo são poucas músicas, mas no ano que vem quero estar bem melhor.”
Rambo (D) e Escher (E) posam para foto, mostrando suas pilchas. Eles não se consideram Gauchão de apartamento”.
O almoço no Dia do Gaúcho foi arroz de carreteiro. Além do chimarrão com erva-mate gratuita, os presentes puderam conferir duas horas de dança com grupos de Alecrim e de Porto Xavier, além da música gaúcha com a Banda Estampa Crioula das Missões. A chuva atrapalhou um pouco da festa, pois vieram poucos cavalarianos e o público em geral, foi menor que nos outros anos. Detalhes das pilchas de João e Gustavo.