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Editorial
E D I TO R I A L
Que Natal podemos ter?
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Nas lojas e supermercados, os pinheiros e adereços coloridos já chegaram. Não duvido, não vai demorar e veremos as luzinhas a brilhar, nas casas e ruas, em todo o lado. Então, mal elas comecem a piscar, vai surgir a pergunta. Que Natal vamos ter? Afinal, como vai ser o Natal da pandemia? Sobre o Natal, precisamos entender que 2020 é um ano atípico. Mas está muito difícil aceitar tantas limitações e regras tão apertadas de convivência familiar. Até mesmo pessoas que sempre agiram de maneira mais consciente já se sentem desgastadas por muitos meses de Covid. Compreensível. A hashtag pedindo para toda gente ficar em casa não deveria ter sido apagada dos posts, não pode ser esquecida. Mas o mundo real é diferente, ele tem as suas fragilidades. Nele, as pessoas sentem falta de gente, precisam de ganhar o seu dinheiro, necessitam de uma porção de coisas. Esgotadas, não suportam mais algumas atitudes que tomavam sem dificuldade há alguns meses atrás. Mas elas vão ser necessárias... Mas, por mais contraditório que pareça, pequenos encontros familiares e alguma dose de celebração podem ser importantes para recuperar a energia e o equilíbrio mental. Até mesmo para, em alguns casos, se o bom senso apontar nessa direção, abrir mão de festividades maiores, como o Natal com muita família e amigos. É muito razoável pensar que vai haver uma vacina no primeiro semestre do ano que vem. Por isso, vale a pena puxar lá do fundo uma última dose de energia para insistir um pouco mais no distanciamento social, no uso quase permanente da máscara, e não desperdiçar todo o esforço que foi feito até agora. E como comemorar o Natal? O primeiro conselho é reduzir a lista de convidados. Reduza o seu núcleo familiar ao mínimo. De preferência apenas o casal e filhos, se os houver. Se a família é muito numerosa, vale a pena dividi-la em festas diferentes, por exemplo. Não há um número limite, ou seja, a matemática é a do bom senso. Acho que não custa reforçar: quem apresenta qualquer sintoma suspeito de covid-19 não deve comparecer ao encontro, seja ele natalício ou outro, nem qualquer um que tenha convivido com essa pessoa, mesmo que morando na mesma casa. Daí que vale a pena combinar ponderação e criatividade. Talvez não se deva juntar de uma só vez meia dúzia de adultos e outra meia dúzia de netos ao redor dos avós — para agravar a saúde e correr imensos riscos, com horas e mais horas para colocar a conversa em dia pessoalmente. Em vez disso, pode ser mais interessante que metade da família se reúna para um lanche com os mais velhos e a outra metade faça a visita num almoço ou jantar no dia seguinte. Enfim, substituir a ceia tradicional por vários encontros mais breves ao longo da semana do Natal pode ser uma boa decisão. Ninguém tem uma receita certa. Também não dá para dispensar a máscara, só realmente na hora de comer e beber. A tendência errada é tirá-la quando mal entrou na casa de alguém. Deve permanecer de máscara e falar com ela colocada, lembrando-se de levar consigo mais do que uma, conforme o tempo que pretende ficar no lugar. Até porque as máscaras ficam húmidas enquanto se conversa. E, daí, já não servem para nos proteger. Limpas e secas, porém, podem filtrar boa parte dos vírus... Dentro do possível desejo-lhe um bom Natal!
José Alberto Magalhães Diretor de Informação

Mariana Machado
a influenciadora portuense que ilumina o digital
Texto: Maria Inês Valente Fotos: Pedro Alves
Com mais de 150 O s primeiros mil seguidores no passos no Instagram, Mariana digital coMachado tornou-se meçaram numa das maiores em 2015, de forma muito esporádica, eninfluenciadoras quanto conciliava o trabalho digitais portuguesas. como enfermeira, profissão na Diariamente ilumina qual sempre investiu bastante, o universo da moda onde era muito bem sucedida e das redes sociais com looks de cortar e que exerceu durante cerca de oito anos. “Trocar o certo pelo incerto é sempre uma decisão a respiração. A difícil”, mas Mariana Machado irreverência vigora em não se permitiu temer e, em todas as propostas 2018, arriscou tudo e passou apresentadas, aliada a dedicar-se exclusivamente à à simplicidade e área pela qual se apaixonou e onde se sente verdadeiramente requinte que lhe são feliz e realizada, o digital. “A tão característicos. determinada altura, os horários Nesta edição eram incompatíveis e acabava natalícia, a VIVA! sempre por esgotar os meus dias falou com a “it girl”portuense e dáde férias para trabalhar para o digital. Depois as férias também deixaram de ser suficientes e lhe a conhecer o seu tive que tomar uma decisão”, lado mais intimista… partilhou.
Uma decisão bastante ponderada, onde “tudo foi acontecendo... Quase como se este caminho fizesse parte da minha vida, sem eu o saber”. Tudo se iniciou através do blog Double Trouble, criado com a amiga Eduarda, onde partilha conteúdos relacionados com lifestyle, moda e beleza, e em nome individual, nas redes sociais, onde foi ganhando uma legião cada vez maior de fãs, que, diariamente, se inspiram nas suas partilhas, constantemente enriquecidas a nível cultural, e nas diversas projeções que foi tendo no meio televisivo. O gosto pela moda surgiu desde tenra idade por “influência da mãe e das tias”, revelou a

KAOA
influenciadora que descobriu também a sua veia empreendedora ainda em criança. “A minha avó contou-me que, em pequena, montava bancadas na casa dela para vender sumos de laranja e ramos de flores. Só aí é que percebi que, desde cedo, havia uma alma empreendedora em mim”, contou, sorridente. Depois do lançamento da “Bohemian Rhapsody”, uma coleção de praia que apresentou este verão, com a NYOS Swimwear, dedicada a “mulheres de sucesso, reais, que são uma inspiração e estão em constante ascensão” e “na qual cada corpo encontra o seu biquíni ou fato de banho ideal”, como descreveu, em entrevis-
“Estou certa de que cada vez mais as coleções vão deixar de ser sazonais e passar a ser mais intemporais. Os materiais são também uma preocupação muito grande na IUKIYO, usamos apenas algodão 100% orgânico. Por isso, penso que a tendência é uma maior consciencialização das nossas necessidades e do mundo que nos rodeia”.
ta, na altura, à NiT, e de várias “parcerias com marcas para a criação de coleções cápsula”, Mariana Machado criou, este ano, a sua própria marca de roupa, intitulada iUKIYO. Uma marca 100% nacional e 100% algodão orgânico, que surgiu durante o confinamento, e que viu recentemente a sua primeira coleção lançada, UKIYO, uma linha de training confortável, que mostra que os fatos de treino podem ser utilizados de diversas formas, e não apenas em casa ou para momentos desportivos. “O termo «athleisure» apareceu há uns anos e a moda desportiva veio para ficar”, lê-se no site da marca, que ganhou vida em parceria com a amiga, e também influenciadora nortenha, Mariana Castro Moreira.

Gonçalo Peixoto
A dica da it girl portuense
Os acessórios são a “peça chave” que nunca podem faltar num bom look. Fazem sempre a diferença, completam-no e enriquecem-no.

O nome da coleção, UKIYO, é uma palavra japonesa que significa “viver o momento, desligando dos problemas da vida”. “O que precisamos para diminuir a nossa ansiedade. O «i» significa que «eu» (e cada uma de vocês) deve, de facto, seguir à risca o que a palavra me manda. Viver o momento,
Two Boutique
viver o presente, estar aqui e agora! Sem nos focarmos nos problemas, mas sim nas soluções, agarrarmo-nos às melhores coisas que cada dia nos dá”. Além disso, Mariana Machado, que é ainda sócia na gestão de uma loja on-line, Two Boutique, concretizou, também este ano, o sonho de lançar a sua coleção cápsula de calçado, com a Gold & Rouge, estando já a preparar a linha de verão, revelou. Ser ativa e empreendedora em todas as áreas foi uma preocupação que a influenciadora teve desde que enveredou pelo mundo digital, uma vez que é apologista de que não se devem colocar “todos os ovos na mesma cesta”. Trabalhar nesta área, envolta num profundo glamour, pode ter tanto de aliciante como de desafiante. “A maioria das
“A maioria das pessoas não conhece o modo de trabalho e pensa que é só glamour, que não há trabalho nem esforços envolvidos para se ter sucesso”.

pessoas não conhece o modo de trabalho e pensa que não há esforços envolvidos para se ter sucesso. Não imagina ou sabe o investimento que é necessário, entre máquinas fotográficas, lentes, programas de edição, computadores, drones, viagens, hotéis, restaurantes, roupas, acessórios…Enfim, o que precisamos para garantir a qualidade do nosso trabalho”, lamentou a it girl portuense. Aliadas aos investimentos financeiros envolvidos estão ainda as horas de trabalho a fio que são dedicadas a programar e desenvolver conteúdos. “Sou eu que faço a gestão de “Estar sempre a inovar, garantir que todos os meses há salário para as equipas que trabalham comigo e não conseguir desligar do telemóvel um único dia são os principais desafios do digital”
tudo, com a ajuda do meu marido. Cada dia é diferente e entre fotografar, filmar, editar… há ainda telefonemas, videochamadas, reuniões, mensagens no WhatsApp, atualizações no Instagram, Facebook, Shopify, tudo!”. Para muitos esta é uma profissão que ainda pode ser vista com “maus olhos”, embora este seja um estereótipo que, cada vez mais, tem vindo a ser colmatado em Portugal por influenciadores como a Mariana, que se esforçam, afincadamente, para levar até ao seu público o melhor conteúdo possível. “Muitas
Cerca de dois anos depois de ter abandonado a carreira de enfermagem para se dedicar a 100% à profissão de blogger e influenciadora, Mariana Machado decidiu voltar a exercer, apenas em abril deste ano, a profissão na qual se licenciou, na Universidade Católica do Porto. O objetivo principal foi ajudar o Serviço Nacional de Saúde numa altura em que mais precisava.
vezes digo que trabalho no ramo da publicidade e marketing”, revelou, admitindo que a necessidade de estar constantemente a inovar, de garantir o salário de todas as equipas que trabalham consigo e a dificuldade de não conseguir desligar do telemóvel um único dia são os principais desafios do digital. Acostumada a participar em inúmeras Semanas da Moda, de prestigiadas cidades europeias, - e não
As áreas que mais explora nas suas redes são moda, lifestyle e viagens. Com uma estética apurada, Mariana conquistou o seu público de Norte a Sul de Portugal e o apoio de inúmeras marcas nacionais e internacionais, tornando-se, rapidamente, uma das melhores referências do digital no país.

só! -, a influenciadora já teve, inclusive, a oportunidade de assistir ao desfile do Tommy Hilfiger, em Nova Iorque. “Foi a primeira vez que fui a Nova Iorque e amei. Pude conhecer algumas figuras tanto do mundo digital como de filmes e televisão que sempre me inspiraram. Nesse dia senti-me no mundo encantado da blogosfera”, destacou, não escondendo a paixão que tem por viajar e onde admite sentir-se “mais criativa”.

IUKIYO

Apesar dos vários constrangimentos de 2020, este tem sido um ano, profissionalmente, marcante para Mariana, que cresce a um ritmo galopante. Uma projeção que atribui ao “muito trabalho e empenho”. “Para mim esse é sempre o caminho do sucesso”. Para o futuro, adivinha-se “mais uma coleção de roupa, desta vez de pijamas confortáveis e práticos”, que considera ser “uma falha no mercado”, a coleção de verão com a Gold & Rouge e com a Two. “Vamos começar a ter produção própria”, revelou. Já no campo pessoal fica, por sua vez, o desejo de conseguir passar o Natal em família, junto dos seus avós, e o sonho de ser mãe, dos únicos que ainda falta concretizar. Sempre com o Porto como cenário principal, numa história de vida “tranquila e feliz”! “O medo existe como proteção, por isso, se tivermos receio é porque estamos a agir de forma consciente. E se é consciente é uma boa decisão. Com trabalho, esforço, sacrifício, compromisso e responsabilidade tudo se faz! Crescemos a corrigir os nossos erros e devemos enaltecer as vitórias”, aconselhou Mariana Machado, que largou tudo em busca de um sonho.
A sessão fotográfica com a influenciadora decorreu no emblemático espaço portuense Negra Café Baixa.
Obra do Terminal Intermodal de Campanhã decorre a bom ritmo.
Empreitada concluída em junho de 2021.

A construção do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), um projeto do executivo de Rui Moreira, prometido aos portuenses desde 2003, está a meses de se tornar uma realidade. Com um investimento de cerca de 13 milhões de euros, a obra terá a maior cobertura verde de toda a cidade do Porto e será um polo emblemático de absorção de carbono. Em junho próximo, irá revolucionar a mobilidade e o serviço público ao nível metropolitano…
Texto: Maria Inês Valente Fotos: CM Porto

Comboios suburbanos e de longo curso, rede da Metro e da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), central de camionagem, com autocarros de serviço intermunicipal e regional, parque de estacionamento, estação de serviço, paragens “kiss & ride”, parque de bicicletas e táxis e diversas áreas administrativas, técnicas e de apoio ao público. Daqui a pouco mais de seis meses todas estas infraestruturas estarão agrupadas numa só, no novo Terminal Intermodal de Campanhã, cuja conclusão da obra está prevista para junho de 2021. A garantia foi dada, em fevereiro do corrente

ano, pelo empreiteiro, a ABB – Alexandre Barbosa Borges, S.A. ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, aquando da primeira visita ao terreno. “Acho que as coisas estão a correr muito bem. A ABB [empreiteiro] confirmou que se mantém o prazo previsto para a conclusão da obra que é junho de 2021”, assinalou, nesse dia, o autarca à comunicação social, recordando que, curiosamente, “fará nessa altura 18 anos que foi anunciado como prioridade para a cidade do Porto a construção de um Terminal Intermodal”. Projetado pelo arquiteto Nuno Brandão Costa, esta obra dotará a zona de Campanhã de uma interface capaz de abranger a oferta de um vasto número de serviços, “aproveitando a localização privilegiada que possui através das acessibilidades rodoviárias, como a Via de Cintura Interna (VCI) e as autoestradas circundantes (A1, A3, A4 e A43)”. O novo equipamento, que ocupará cerca de 24 mil metros quadrados, tornar-se-á a solução ideal para os milhares de cidadãos que, diariamente, utilizam os transportes públicos da Área Metropolitana do Porto, ajudando, assim, a colmatar diversas dificuldades, como a distância entre as paragens dos diferentes operadores e o trânsito intenso que, diariamente, se verifica na cidade. Além disso, o projeto contempla também a “construção” daquele que será o maior parque natural da cidade, com o nascimento de uma área ajardinada com um total 46 mil metros quadrados de superfície verde, tornando-se “no maior polo de absorção de carbono na cidade”. “Este terminal resolve ou

ajuda a resolver problemas metropolitanos de transporte, tem um impacto muito grande na cidade em tudo o que está relacionado com mobilidade e depois, para Campanhã, por ser um parque que vai valorizar muito uma zona que nós consideramos que é absolutamente crucial para o desenvolvimento da cidade", resumiu o autarca da Câmara do Porto. A plataforma intermodal constituirá, assim, um dos principais nós da rede de transporte público, enquanto interface estratégica de um anel de contorno da cidade do Porto, funcionando em articulação com a interface da Casa da Música e a futura interface do Hospital de S. João”. Na sua circundante, o TIC vai ainda promover “a ligação entre duas partes da cidade, que anteriormente estavam cortadas pela linha férrea”, destacou, referindo-se à proximidade da infraestrutura às estações de comboios e de metro de Campanhã. “Numa zona muito degradada da cidade, o Terminal vai dar uma visão muito mais contemporânea e natural da cidade”, acrescentou ainda. Recentemente, o município anunciou o lançamento do
O TIC é um projeto revolucionário para os transportes e a mobilidade no Porto. Além de um grande empreendimento de arquitetura e engenharia com os seus 24 mil metros quadrados de área bruta total de construção, torna-se também revolucionário no campo da sustentabilidade ambiental, uma vez que se vai transformar no maior polo de absorção de carbono na cidade: entre a sua cobertura totalmente verde e a área circundante igualmente ajardinada, serão 4,6 hectares de superfície verde.



concurso público para a empreitada da passagem pedonal que ligará o futuro equipamento à estação de metro da zona, uma obra fundamental para facilitar a mobilidade entre o futuro equipamento, o comboio e o metro. A intervenção prevê a instalação de seis tapetes rolantes, com um comprimento total de aproximadamente 255 metros, que possibilitará a ligação de passageiros e utentes com os respetivos meios de transporte envolvidos. Recorde-se que a obra do Terminal Intermodal de Campanhã, cujos trabalhos arrancaram no final do ano passado, representa um investimento municipal na
Fundamental para o desenvolvimento da zona oriental da cidade, o Terminal Intermodal de Campanhã será uma obra de engenharia notável e um espaço verde de referência na cidade.

ordem dos 12,6 milhões de euros, sendo que o projeto tem candidatura aprovada para fundos comunitários do programa Norte 2020. A infraestrutura está a ser construída com o “respeito integral” pela norma internacional LEED - Leadership in Energy and Environmental Design -, em português Liderança em Energia e Design Ambiental. Segundo a Câmara Municipal do Porto, trata-se de uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela organização não governamental United States Green Building Council (USGBC), com o intuito de promover e estimular práticas de construção sustentáveis, satisfazendo critérios para uma construção verde.

