Edição de maio de 2021

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Ano 15 - n.º 179 - maio 2021

Preço 0,01€ Mensal

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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Gondomar protegeu 1005 crianças e jovens em 2020

ENTREVISTA Paulo Pires:

“As redes sociais são, muitas vezes, uma forma muito cobarde de as pessoas comentarem situações e de disseminarem sentimentos de ódio.”

> Págs. 12 e 13

POLÍTICA Marco Martins:

“Prioridade não será a campanha, mas sim o trabalho e o combate à COVID-19.”

> Pág. 34 Bruno Maia:

“Sobre a linha do Metro, achamos que houve falta de energia deste executivo para defender esta solução”

> Pág. 36

●Segundo a CPCJ de Gondomar, desde 2011 o número de sinalizações tem evoluído > Págs. 24 e 25

DESPORTO Gondomar Sport Clube comemorou 100 anos > Pág. 39 PUB


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VIVACIDADE | MAIO 2021

EDITORIAL

SUMÁRIO: Breves Página 4

José Ângelo Pinto

Sociedade Páginas 6 a 26 Entrevista Páginas 12 e 13

Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Caros leitores, Muito surpreendido fico com a recuperação, em Gondomar, de lutas ideológicas inconsequentes, ainda para mais depois do editorial de Abril em que expliquei claramente que as pessoas é que fazem a diferença e que as ideologias estão ultrapassadas. São as pessoas que fazem a diferença. Já se viu isto muitas vezes em Gondomar e vamos continuar a ver. As ideologias e posicionamentos relativos são inconsequentes, senão não assistiríamos impávidos e serenos a tantas mudanças de cor, só aceitáveis porque a ideologia é irrelevante. São as pessoas que interessam. E com muita paciência e abnegação muitas pessoas continuam a fazer muito pela terra. Levando Gondomar a ser considerado um bom local para morar e trabalhar, tendo mesmo crescido a sua população, numa altura em que desce na maior parte dos concelhos. Segundo o INE, de 2013 a 2019, a população de Gondomar com mais de 65 anos passou de 16,2% para 20,1%. Como, no mesmo período, Gondomar passou de 167 525 pessoas para 165 985, quer dizer que aumentaram as pessoas com mais de 65 anos de 27 139 pessoas para 33 363, um crescimento muito significativo e que acreditamos ter prosseguido em 2020 e em 2021. Isto leva a que devam estar na primeira linha da programação política os meios (equipamentos e pessoas) para que se consiga lidar com esta realidade, assunto que será, espero, bem discutido durante a campanha política que está agora a iniciar-se. Transformar e melhorar as cidades de tal modo que sejam indutoras de bem-estar para a terceira idade é um dos maiores desafios que qualquer político que exerça funções tem que conseguir vencer. Apoiar e desenvolver as estruturas publicas e privadas que permitem que a vida se prolongue com qualidade e que os cidadãos que tanto já contribuíram para a sociedade tenham conforto e segurança é essencial. Estes factos, conjugados com outros indicadores sociais igualmente importantes, devem ser estudados cuidadosamente pelos candidatos às eleições pois só com estudo cuidado e conhecimento dos processos se pode realizar um bom programa e fazer boas escolhas políticas. Bem é preciso boas escolhas.

PRÓXIMA EDIÇÃO 17 JUNHO

Destaque Páginas 24 e 25

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Aos poucos, a atividade cultural está a começar a retomar a sua atividade normal NEGATIVO

Cultura Páginas 28 a 31 Política Páginas 32 a 36 Desporto Páginas 38 a 40 Empresas e Negócios Páginas 41 a 43 Lazer Página 44 Opinião Páginas 46 e 47

Só este ano, até ao mês de abril, a Policia Municipal de Gondomar registou 256 viaturas abandonadas no concelho de Gondomar.

Viva Saúde Paulo Amado* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia

*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO

SAÚDE PÓS CONFINAMENTO

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Passados os dias em que Portugal era, pura e simplesmente o país Europeu, pior nos índices de infeção por COVID, para agora sermos o outro extremo, ou seja , o país de menor índice de COVID. É nisto que este país é maravilhoso, somos de extremos, fazendo lembrar o nosso Treinador revelação, José Mourinho, que dizia que um “treinador de futebol passa de Bestial a Besta, num instante”. O mesmo acontece ao nosso Portugal. Então o que está acontecer, começam os serviços de saúde, de uma forma repentina, a serem como “invadidos” por doentes não COVID, como se as doenças a maioria crónicas disparassem, parecendo que durante um ano andaram como que “adormecidas”. Principalmente os Hospitais públicos e privados, aumentaram em muito a afluência de pacientes, pondo novamente em stress os serviços de saúde e agora por outros tipos de patologias, estas na sua maioria crónicas que se agravaram, ou porque os pacientes não recorriam as consultas ou na sua maioria porque eram impedidos do mesmo. Felizmente os índices de mortalidade tendem a diminuir, pois na sua maioria são doenças já crónicas mas porque de alguma forma deixaram de ser acompanhadas medicamente ou mesmo porque se deixou de fazer o seu acompanhamento em atividades tão simples como por exemplo a pratica de Hidroterapia. Com a abertura lenta e progressiva das piscinas, em que alguns pacientes estiveram privados, durante cerca de um ano, as patologias , neste caso Ortopédicas se tem vindo agravar ou a recair, com necessidade maior de tratamentos. Temos assim de trabalhar, nós profissionais, agora noutra linha de frente para dar resposta a estes novos, renovados , pacientes, outros desafios. Mas, o COVID , ainda não acabou, é fundamental que o plano de vacinação continue, com o êxito que tem vindo a ser aplicado. Quero aqui deixar um agradecimento muito especial a TODOS OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E OUTROS LIGADOS AO PROCESSO DE VACINAÇÃO, mas também é justo deixar um FORTE agradecimento também aos Serviços Autárquicos, em especial a CAMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR pelo excelente apoio e disponibilidade dos meios ao dispor colocados no processo de vacinação. Não posso esquecer que senti orgulho de VIVER NO CONCELHO DE GONDOMAR, quando assistimos aos nossos idosos, os primeiros a serem vacinados após os profissionais de saúde, bombeiros e outros, em instalações condignas e com todas as condições, como as que foram postas ao serviço das populações de GONDOMAR, como foi e é o PAVILHAO MULTIUSOS. Outros concelhos não tiveram a mesma sorte, em que por exemplo colocaram pessoas com marcadas dificuldades de locomoção, tal como subir escadas, e que ninguém se lembrou que seria muito difícil para alguns poderem subir escadas para serem Vacinados. OBRIGADO A TODOS POR FAVOR CONTINUAM VIVOS, VACINEM-SE ...

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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VIVACIDADE | MAIO 2021

BREVES Ala de Nun’Álvares de Gondomar premiada no Concurso “DIA CA Sempre Sustentável”

Janeiro Sessions Live Tour com vocalista dos “The Black Mamba” Tatanka

O Crédito Agrícola revelou os quatro projetos vencedores do Concurso “DIA CA Sempre Sustentável”, aos quais foi atribuído o prémio monetário de 10.000€ a cada. A iniciativa distinguiu organizações da Economia Social, que tem como objectivo implementar projetos com impacto positivo no ambiente, nomeadamente nas áreas da descarbonização, economia circular ou serviços dos ecossistemas. Uma das Entidades distinguidas foi a Ala de Nun’Álvares de Gondomar. A ALA de Nun’Álvares de Gondomar irá requalificar o pavilhão Gimnodesportivo, com mais de 30 anos, com o objetivo de melhorar a sua eficiência energética e de forma a reduzir a elevada fatura energética do Complexo Desportivo e, em simultâneo, pretende melhorar as condições dos atletas.

No próximo dia 29 de maio, pelas 20h, irá decorrer no Auditório Municipal de Gondomar Janeiro Sessions Live Tour c/ Tatanka. Um espetáculo intimista, que promete, através da música proporcionar um momento de descontração entre os presentes O bilhete tem um custo de 8 euros e pode ser adquirido no Auditório Municipal. Tatanka, vocalista dos “The Black Mamba”, representou Portugal no Festival da Eurovisão 2021.

Nota de Pesar pelo Falecimento do Eng. Mário de Sousa Giesta O VivaCidade deixa a sua nota de pesar à família e aos amigos do Eng. Mário de Sousa Giesta, pelo seu falecimento. O antigo Presidente da Câmara que tomou posse logo após o 25 de abril, partiu e deixa um enorme legado no concelho. Colaborou, entre 1952 a 1957, com os Bombeiros Voluntários de Valbom, como comandante e foi Presidente entre 1960 e 1982. Era atleta do Clube Naval Infante Dom Henrique e dirigente da Escola Dramática e Musical Valboense. “Um cidadão humilde e generoso, um cidadão sempre disponível para fazer boas ações”, foram estas as palavras deixadas por António Braz, Presidente da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim ao descrever o eterno amigo.

Doe Sangue. Doe vida! Ainda no mês no maio, para a população interessada poderá proceder à doação de sangue nos seguintes locais: dia 28, no Quartel dos Bombeiros de Melres, das 15 às 19h; e no dia 30, no Quartel dos Bombeiros de Melres, entre as 9h até às 12h 30. No mês de junho os dias selecionados são: Dia 5, no Salão Paroquial de Fânzeres, entre as 9 até às 12.30h; e no dia 19, na Escola EB 2/3 de Medas, entre as 9 até às 12.30h.

Luís Macedo apresentado oficialmente como artista da Yamaha Music Europe O jovem artista natural da União de Freguesias de Melres e Medas foi distinguido internacionalmente ao ser apresentado, oficialmente, como artista da Yamaha Music Europe. O Trompetista da Orquestra de Jazz de Matosinhos e da Orquestra de Jazz de Espinho toca habitualmente com o cantor Tiago Nacarato.

Mais de 95% das pessoas já responderam aos CENSOS 2021 Os censos em Gondomar já atingiram a percentagem de 95% de respostas, António Braz, Presidente da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, apela à participação dos restantes 5% nos CENSOS.

Regressa Programa Bairro Feliz O programa Bairro Feliz é um Programa do Pingo Doce, iniciado em 2019. Foi lançado a nível nacional pela primeira vez em 2021, através do qual todas as lojas da marca vão apoiar uma causa para promover um impacto positivo na comunidade. O programa destaca-se pela ideia de incentivar os vizinhos a mobilizarem-se para apresentar um projeto e deixar os seus vizinhos mais felizes. Após a votação, cada loja Pingo Doce irá apoiará com 1.000 euros. O projeto divide-se nas seguintes fases: Inscrição das causas: 7 de maio a 1 de julho | Avaliação por parte do Júri: 6 de julho a 17 de setembro | Votação nas lojas: 28 de setembro a 2 de novembro | Divulgação das causas vencedoras de cada loja: 3 de novembro

Club 5 Basket participa no ABP Skills Challenge Distrital A participação dos Sub14 Masculinos e Sub18 Masculinos, que participaram na Fase Nacional no passado domingo dia 16 de maio. A passagem é um grande feito para equipa que foi destacado nas redes sociais da mesma. A participação das(os) jogadoras(es) e equipas do CLUB 5BASKET no ABP Skills Challenge Distrital que teve lugar no passado fim de semana.

Junta da Lomba promove atividades gratuitas para jovens Com início no ano letivo 2021/2022 a Junta de Freguesia de Lomba pretende atrair os jovens a estudar nas escolas da freguesia e promover atividades que permitam ajudar no desenvolvimento das suas crianças. Oferecem material escolar, acolhimento e prolongamento das 7h às 20h com Hip-hop e teatro. Para mais informações, pode consultar as redes sociais da Junta.

CR Ataense é a primeira equipa gondomarense a garantir o play-off de subida de divisão nos campeonatos de futebol da AFPorto. Após o empate no terreno do SC Campo, a equipa de Atães orientada por Pedro Gonçalves e Vasco Aguiar assegurou o acesso ao play-off de subida de divisão ao campeonato de honra da AFPorto. Todas as outras equipas gondomarenses -UD Sousense, Gondomar SC B, SC Rio Tinto, São Pedro da Cova, Gens SC, CA Rio Tinto, Estrelas de Fânzeres e Melres DC- ainda terão de competir nas últimas três jornadas para garantir o acesso.


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VIVACIDADE | MAIO 2021

SOCIEDADE

O AEG1 continua a apostar no DESPORTO!

... e agora também aposta na Canoagem – uma parceria com o Clube Náutico de Marecos – transportes e horários ajustados.

“Tenho 18 anos e pratico canoagem desde os 10, no Clube Náutico de Marecos, em Gondomar. Em 2013, convidaram-me a experimentar a modalidade. Inicialmente, fiquei um pouco reticente, contudo, aceitei o convite. Tornou-se a minha maior paixão. À exceção de 2016, sagrei-me campeã nacional todos os anos - ora sozinha (k1), ora em barcos de equipa (k2 e k4) e em diferentes especialidades - velocidade, fundo. Em 2018, realizei a minha primeira participação internacional - apuramento para os Jogos Olímpicos da Juventude. Desde então, tenho participado em competições internacionais para os escalões mais jovens, ou seja, integro a seleção nacional de velocidade há 3 anos. Para além disso, tento sempre alcançar os melhores resultados possíveis na escola. Sou aluna da ESG desde o 7.o ano, fazendo parte do Quadro de Excelência. Frequento, agora, o 12.o ano, no curso de Ciências e Tecnologias. Conciliar o desporto com a vida académica só é possível com um brilhante apoio de várias pessoas - toda a estrutura do clube, a minha família, os

amigos (apoiantes incondicionais, tanto quando os resultados são bons como quando são menos bons). É necessária uma grande disponibilidade por parte dos meus pais e do meu treinador, tanto horária, como emocional, uma vez que não há dois dias iguais e nem sempre tudo corre bem. Claro que os professores também têm um papel importante no meu percurso. É sempre bom poder contar com bons profissionais que são, simultaneamente, bons

seres humanos. Com as pessoas certas ao lado, tudo se torna mais fácil! E, como se costuma dizer, “quem corre por gosto não cansa!” Beatriz Bessa, 12º 5 Campeã Nacional desde 2014, em K1, K2 e K4

s de canoagem: Alguns dos nossos atleta ira, André Silva, DioMaria Inês, Tiago Teixe reira, Jéssica Neves, go Marinho, Rodrigo Mo re Oliveira, Mafalda Cláudio Mendes, Alexand Francisco Carvalho e Vieira, Vasco Marinho, Bernardo Pinto.

O Dia da Europa no AEG1: momentos de aprendizagem únicos!

O Dia da Europa celebrou-se no AEG1 com uma conferência sobre o futuro da Europa, dinamizada pelo Clube Europeu, tendo, como convidada, a Dra.

Isabel Santos, deputada ao Parlamento Europeu. Na BE_CR da ESG, organizou-se uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos, enaltecendo diversas figuras marcantes da construção da União Europeia e cartazes do concurso “Valores de Abril, Valores da Europa, Cidadania Europeia”. Depois de uma visita à exposição, deu-se início à conferência sobre o futuro da Europa. Partindo de uma perspetiva histórica, foram enfatizados os direitos, as liberdades e os princípios estabelecidos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que definem a Cidadania Europeia. Após a intervenção da Dra. Isabel Santos, os alunos da ESG e da Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa,

que assistiam, presencialmente ou por videoconferência, colocaram as suas questões, evidenciando as suas preocupações para com as temáticas europeias e, atentamente, ouviram as respostas da Eurodeputada, que, no dia a dia, debate e se move por esses temas.

Etelvira Figueiredo, Clube Europeu


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VIVACIDADE | MAIO 2021 Posto de Vigia

Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

A HIPOCRISIA POLÍTICA NÃO TEM LIMITES 1 – O escândalo dos imigrantes asiáticos que trabalham nas estufas alentejanas, e em múltiplas atividades agrícolas noutras zonas do país, é o exemplo acabado da hipocrisia política reinante entre nós. Em bom rigor, não se trata de mão de obra estrangeira que vem para Portugal à procura de melhores condições de vida para si e para o sustento das suas famílias. Trata-se, sim, de escravidão e exploração de indefesos, numa teia de cumplicidades. Há mais de uma década que os fluxos migratórios desta mão de obra começaram a aumentar em grande escala, entre o silêncio de uns, a hipocrisia de outros, e a ganância de verdadeiras máfias de intermediários, com a conivência de empresários sem escrúpulos. Todos metidos nos mesmos circuitos da exploração humana, indiferentes aos valores civilizacionais do nosso tempo, e alheios à voz da consciência que reclama dignidade para todas as pessoas. 2 – Quando António Costa chegou ao poder o problema já era muito grave, e não faltava informação nos gabinetes ministeriais sobre os abusos que eram denunciados por múltiplas fontes. O Governo da geringonça enchia a boca com promessas de leite e mel para toda a gente, fossem eles cidadãos nacionais ou estrangeiros. Os pregoeiros da superioridade moral, sobretudo os nativos do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista juravam que, finalmente, acabou a exploração em Portugal. Ano após ano a onda de imigrantes asiáticos foi engrossando, sobretudo no litoral alentejano, mas os indignados da exploração humana deixaram de se ouvir. Os relatórios sobre as condições infra-humanas em que vivem milhares de imigrantes nunca tiraram o sono nem ao Governo de Costa, nem aos seus apoiantes da geringonça, nem às autoridades de fiscalização, nem aos sindicatos, nem às associações de apoio aos estrangeiros, etc, etc… 3 – Não fora o surto pandémico, e os campos de concentração de asiáticos em território português continuariam a ser locais de sofrimento silencioso e envergonhado, porque aqueles trabalhadores são gente sem voz. Os mais pobres entre os pobres. Os mais necessitados entre os dependentes. Os mais calados entre os que nada reivindicam, nada exigem, nada denunciam, nada reclamam. Porque têm medo de tudo, e desconhecem a realidade que os rodeia. Quando as sirenes de alarme soaram, e a comunicação caiu em peso em Odemira, o Governo de Costa tremeu. De trapalhada em trapalhada, o circo foi crescendo, ao ponto de se converter num cenário de guerra, naquela madrugada de terror para o assalto final a um simples parque de campismo. Se não fosse trágico para os indefesos, a cena seria hilariante. Assim, releva apenas a hipocrisia e o cinismo de um Governo que se diz humanista e solidário. Que vergonha.

SOCIEDADE

CONTRADITÓRIO SOBRE O CONTEÚDO DA REPORTAGEM DE VÍTOR CATÃO Pois bem, como diz o Sr. Vítor Catão, têm sido 3 anos muito conturbados, mas agora já se vê luz ao fundo do túnel. A ver vamos se será assim! Infelizmente, quem passou 3 anos muito conturbados foi a empresa que adquiriu o Estádio de São Pedro da Cova, que mesmo depois de o ter adquirido e pago na totalidade, viu a sua entrega ser negada e constantemente adiada, em grande parte por culpa do Sr. Vítor Catão. Diz o Sr. Vítor Catão que a promitente compradora já entregou à proprietária do Estádio do Laranjal 100.000,00€ e que ao celebrar a escritura pagará mais 400.000,00€. Esta é uma das poucas verdades que o Sr. Vítor Catão diz nas duas páginas que ocupou no Jornal Vivacidade do mês de Abril. O que refere além deste facto não são mais do que invenções e mentiras, ditas com um grande jeito de quem gosta de se gabar e exibir. Vejamos: O prazo para a celebração da escritura pública terminou no dia 30 de Abril do corrente ano de 2021, e ninguém apareceu no Cartório Notarial da parte da promitente compradora para outorgar a escritura pública. Não compareceu promitente compradora, nem seus representantes, e nem sequer responderam às mensagens que lhes foram enviadas. As mentiras mais flagrantes do Sr. Vítor Catão vêm agora. Quando ele diz que paga as contas todas do clube, porque o clube não tem nada. Isso não é bem verdade, pois faz tempo o Sr. Vítor Catão andou arrendar a equipas de outros clubes para que os mesmos pudessem treinar no Estádio do Laranjal, tendo antecipadamente falado connosco a dizer que iria fazer isso e que dentro de 8 dias nos entregaria 3.000,00€ que iria receber por autorizar que treinassem no Campo. Dissemos-lhe que para que isso pudesse acontecer teríamos que saber o nome do clube que iria treinar no Estádio do Laranjal para que lhe pudéssemos emitir uma factura de arrendamento. Infelizmente sei, que mais que uma vez treinaram no campo, mas não passou de mais um abuso do Sr. Vítor Catão, porque nunca nos entregou os elementos necessários para emitirmos factura, nem nunca nos foi entregue qualquer valor, conforme tinha dito que iria fazer. Abusos em cima de abusos. Quando o Sr. Vítor Catão fala no

principal coveiro do clube de São Pedro da Cova, José Fernando, Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar, tenho de repudiar todas essas mentiras e não poderia deixar de dizer com toda a transparência e clareza o que se passou: Ainda sobre o que o Sr. Vítor Catão diz ter sido o coveiro do clube, Vereador José Fernando, passados uns 8 a 15 dias não podemos precisar bem a data, recebemos uma chamada para o telefone fixo da empresa, o qual se apresentou e nos solicitou uma reunião na Câmara Municipal de Gondomar. Solicitamos que ligasse passado uma semana para agendar uma reunião e assim aconteceu. Recebemos nova chamada da Câmara Municipal a dizer que o Vereador José Fernando queria falar connosco e então falamos única e simplesmente sobre agendamento da reunião na Câmara Municipal de Gondomar para ver se haveria alguma forma de se chegar a algum acordo sobre o Campo desportivo de São Pedro da Cova. A reunião ficou agendada para a quarta-feira da semana seguinte, pelas 10h00. Estivemos reunidos com o Vereador José Fernando, o Vice-presidente e outro Vereador que não me recordo do nome. Quando o Sr. Vítor Catão diz ou alega que o Vereador José Fernando organizou reuniões em que estavam presentes o Carlos Alberto, o Henrique do restaurante Laranjal e a parte dos compradores, está a mentir com quantos dentes tem na boca; nós não conhecíamos ninguém, já afirmamos atrás que as reuniões foram 3, na Câmara de Gondomar, para se falar de eventuais possibilidades de se chegar a acordo. Na terceira e última vez que estivemos reunidos, também fez parte dessa reunião o Sr. Presidente da Câmara, que após se falar um pouco sobre as eventuais possibilidades, disse textualmente que não pagaria o valor por nós pretendido. Disse ainda, que o clube tinha culpa em deixar chegar o Estádio do Laranjal ao ponto que chegou e que já estava a fazer tudo para anular a venda do Estádio, e que isso iria mesmo acontecer, que preferia gastar o dinheiro a fazer saneamento do que comprar o Estádio do Laranjal. Entramos agora na parte da resposta ao andar a negociar nas costas, sabe-se lá de quem quer que fosse;

nada disso, tudo foi sempre feito com total transparência. Que fique bem claro, que nunca ninguém da Câmara Municipal de Gondomar falou em alterar o P.D.M, fomos nós que falamos e apresentamos essa eventual possibilidade na reunião que houve com o Sr. Presidente da Câmara de Gondomar e restantes Vereadores presentes, que não deu em nada. Que fique mais uma vez bem claro, nunca ninguém da Câmara Municipal ou fora dela nos pediu 1 cêntimo/1 euro, para nada, quanto mais 200/300.000,00€. Nunca ninguém nos falou em 600 casas, nem em nenhuma, zero, até porque o Sr. Presidente da Câmara disse logo na reunião que não haveria alteração ao P.D.M. Vem agora este Sr. Vítor Catão levantar falsos testemunhos, puras mentiras de quem quer por na boca dos outros o que ele talvez gostasse de fazer ou até de ter andado a negociar, quem sabe! Quanto à explicação comentada pelo Manuel Nazaré; protagonista e orientador da parte promitente compradora e dos elementos que estão à frente do Clube de São Pedro da Cova, principalmente do desrespeitador das regras impostas pelo tribunal e pelas finanças Sr. Vitor Catão, só nos resta dizer que temos a melhor opinião sobre o Sr. Dr. Manuel Nazaré, mas que a sua explicação teria sido desnecessária e que como Advogado conselheiro, infelizmente não tem conseguido corrigir o Sr. Vítor Catão, uma vez que o mesmo continua a desrespeitar o que lhe tem sido imposto, mas também não conseguiu fazer entender ao promitente-comprador que os contratos são para serem cumpridos e que o que foi celebrado não estava a ser cumprido. Quando o Sr. Vitor Catão vem dizer agora tentando denegrir a imagem de uns, e propondo-se a lisonjear o Sr. Presidente da Câmara e a Sra. Vereadora Sandra Almeida, tem um único objetivo – subsídios. Colocando-nos desde já à disposição para apoiar e ajudar a que as mentiras e insinuações descabidas que o Sr. Vitor Catão tem vindo e continua a proferir, caluniando quem nada fez de errado na expectativa de lançar na lama e imputar responsabilidades ao Sr. Vereador José Fernando. José Pires (Proprietário da empresa Pires&Pires, SA.)


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10 VIVACIDADE | MAIO 2021

SOCIEDADE

Projeto de Rio Tinto na final Valbom e Jovim com forte adesão nacional do concurso Miss Queen ao Espaço Cidadão A Gondomarense Olivia Azevedo, de Rio Tinto, encontra-se a representar o Distrito do Porto na final Nacional do Concurso Miss Queen Portugal. A jovem de 20 anos levou para a final do concurso o projeto “Composto para trocar”, da Junta de Freguesia de Rio Tinto. “O projeto já existia, mas surgiu a oportunidade de o integrar. E, é com grande orgulho que levo o “Composto para trocar”, para a final nacional do Miss Portugal e quem sabe a um concurso internacional”, explica a jovem ao VivaCidade. Este projeto consiste na recolha de resíduos orgânicos das escolas e de espaços verdes que irão passar por um processo de compostagem. O composto final terá como objetivo de plantar árvores de fruto, gerando uma economia circular. Caso algum cidadão queira adquirir o composto, basta fazer uma doação à loja social da Junta de Freguesia de Rio Tinto. O Presidente da Junta de Rio Tinto, Nuno Fonseca, explica que este projeto é financiado pelo fundo ambiental. “É realizado um processo de compostagem dos produtos que saem da Quinta da Freiras. Foi criado também um centro de compostagem em

formação, que vamos inaugurar. O produto retirado da Quinta é tratado lá dentro e depois é colocada na loja circular. O centro de reabilitação da Areosa constrói essas caixas, e essas caixas são vasos com morangos que nós estamos a trabalhar junto das escolas do ensino básico, onde fazemos a recolha dos bens alimentares das crianças. Os morangos estão a ser alimentados com o composto dos bens alimentares das crianças. É um projecto restrito à freguesia de Rio Tinto”, refere o edil.■

A União de Freguesias de Gondomar (S.Cosme), Valbom e Jovim, possui dois balcões de Espaço Cidadão, um em Valbom e outro na Freguesia de Jovim. Neste espaço a população pode recorrer a vários serviços, tais como: Renovação do Cartão de Cidadão, com idade superior a 25 anos e fim de validade; Pedido de alteração de Morada do Cartão de Cidadão; Confirmação de alteração de morada no Cartão de Cidadão; Chave Móvel Digital e respectiva assinatura digital; Revalidação, 2ª via (duplicado) e substituição da carta de condução. Segundo o Presidente da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, António Braz, “A nossa União de Freguesias é a nível concelhio a que tem mais procura por parte da população. Há meses em que temos mais de uma centena de documentos produzidos, o que é muito positivo. Agora estamos a organizar esforços para conseguirmos prestar ainda mais serviços. Agora, para além dos serviços habituais, já se pode realizar os

pedidos de medicamento da ADSE e a nível do Ministerio da Saúde já podem fazer o pedido para as receitas irem diretamente para o telemóvel das pessoas. Todos os nossos serviços estão disponíveis para os habitantes de dentro e fora do concelho. O nosso balanço é positivo, porque temos vindo a sentir uma grande satisfação por parte das pessoas”. Para além dos serviços já mencionados, estes locais têm ao dispor da população serviços CTT, tais como: Compra de selos, envelopes ou embalagens; Envio de correspondência e encomendas; Pagamento de facturas, coimas e impostos; Envio e levantamento de cartas e cartas registadas; e Receção de valores (reformas e subsídios). Os locais funcionam de 2ª a 6ª feira, após agendamento prévio, a efetuar através dos seguintes contactos: Espaço Cidadão de Valbom- 224 648 760; Espaço Cidadão de Jovim- 224 509 703, ou através do email: geral@uf-gvj. pt. No que concerne à área do balcão CTT, o atendimento é realizado conforme a ordem de chegada. ■ PUB


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12 VIVACIDADE | MAIO 2021

PAULO PIRES

Foto: DR

ENTREVISTA

“Quando o poder faz parecer tudo perder o sentido!”

Texto: André Rubim Rangel

Foste dos modelos mais internacionais e mais conhecidos de sempre, enquanto lusitano. Com esse sucesso todo que alcançaste, o que te fez abandonar essa carreira? Não é que tenha sido um acidente, mas até acontecer não é que fosse um desejo nem objetivo meu. Foi algo que me arranjaram, na altura, para fazer e consegui ganhar algum dinheiro e viajar com isso. Tive imenso prazer enquanto trabalhei nesse meio. Foi um projeto que teve o seu tempo. Eu já me interessava mais nas áreas das artes plásticas, porque estava em «Arte e Design» e até pensava fazer escultura. Nem pensei que fosse funcionar como modelo, mas as coisas aconteceram rapidamente. Foi algo, portanto, natural, não te custando muito deixar de ser manequim e te dedicares apenas à apresentação e representação? Não custou nada. Quando surgiu a minha primeira oportunidade de fazer cinema, em 1994, já foi o espreitar para um universo que me interessava mais. Depois, quando mais tarde (1995/6) fui novamente desafiado para cinema e também teatro, não tive qualquer dúvida – se é que alguma vez a tive – de que era aquela área que queria. E defini então que sempre que surgissem trabalhos em simultâneo

Nesta questão do racismo, qual a resposta para a pergunta que deixaste no ar numa entrevista que deste em março: “Por que não se veem cidadãos de origem africana na polícia”? Essa é uma pergunta que me surgiu durante essa entrevista. E é curioso que dias depois estava a abastecer o meu carro num posto de combustível e vi um agente da GNR de origem africana, o que é raro entre nós. Na polícia nacional nunca vi. Para mim faria sentido eles estarem, não percebo porque não estão na PSP, por exemplo. Isso revela que, afinal, existe racismo em Portugal.

nas duas áreas, não iria pela que desse mais dinheiro mas por aquela que gostava mais: a de ator. Deixei de ser manequim até mais cedo do que se imaginava, embora hoje em dia ainda faça um ou outro trabalho, ligado à publicidade.

obrigam-nos a uma viagem interior mais perturbadora, porque vamos mexer com sentimentos que, inclusive, não sabemos que temos. É uma zona muito complexa. Ou aquelas mais sentimentais que todos nós, atores, gostamos.

E nesse teu “bichinho” que referiste, ligado às artes plásticas, chegaste a realizar algo a nível de escultura ou de design? Não propriamente. Fui sempre fazendo as minhas coisas, a nível pessoal, fazendo projetos mas adiando constantemente. Houve um gosto maior que ganhei, na altura em que era modelo, pela fotografia. Deixei de fotografar com a regularidade com que o fazia, até porque hoje em dia banalizou-se um pouco a fotografia com as redes sociais e com as câmaras em qualquer telemóvel.

Seja pela tua maneira de ser, pensar e estar na vida, seja no teu espetro profissional, o que mais te sensibiliza – em concreto – e te impressiona pela positiva? Uma das coisas que sempre me estimulou foi a Psicologia, a análise do ser humano, as nossas relações. Essa simplicidade e, ao mesmo tempo, essa complexidade. Nós andamos no mundo, mais ou menos, pela mesma razão; queremos, mais ou menos, as mesmas coisas, embora sejamos iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes! O que me move mais é a sensibilidade às coisas simples, o apreço pela simplicidade das coisas – algo que esta pandemia nos ajudou a valorizar. É o gosto pela nossa essência sem grandes artifícios e sem estarmos reféns do dinheiro.

Olhando para a tua longa carreira de ator, com vários papéis desempenhados, houve algum ou alguma situação em que, porventura, aprendeste mais sobre ti próprio e que, até, te surpreendeste? Uma das coisas incríveis que o ser ator implica é uma grande análise sobre nós próprios e sobre os outros, a uma permanente dissecação dos sentimentos e a observar. Houve trabalhos que tive de explorar mais quem eu sou e de procurar zonas mais negras de mim próprio. Aquelas personagens mais duras, mais violentas, mais negativas – chamadas de ‘vilões’ –

move aí, em vez de se reconhecer o legado, as boas-obras, que as pessoas deixam. Parece que isso já não interessa… Todos gostamos de poder, mas ele é muito perigoso: pode nos consumir e ofuscar. Outro aspeto que me choca é o racismo, de que tanto se tem falado. Surpreende-me como é que no séc. XXI as pessoas ainda não tenham resolvido esta questão! Acho mesmo estranho, porque estamos apenas a falar de cores de pele distintas consoante o local onde se nasce.

E, por outro lado, o que mais te aborrece em cada uma dessas situações, o que te incomoda realmente e te afeta negativamente? Incomoda-me, de facto, a arrogância das pessoas. Mas há algo que me espanta ainda mais: o quanto o ser humano gosta do poder! O quanto o poder – e o dinheiro, lá está – faz parecer tudo perder o sentido. Espanta-me como muita gente se

Decorreu o mês passado uma campanha da EAPN, alertando que “o discurso de ódio não é argumento”. A que se deve, no teu entender, o aumento deste tipo de discurso e porquê? As redes sociais ajudam ou desajudam? Absolutamente. As redes sociais são, muitas vezes, uma forma muito cobarde de as pessoas comentarem situações e de disseminarem sentimentos de ódio. Elas são uma excelente ferramenta de trabalho e de divulgação, como são todas as ferramentas criativas. Contudo, tal como o martelo, também serve para ferir. E as redes sociais estão cheias de pessoas que se escondem num perfil falso ou que não está ao alcance dos outros. Por isso, é fácil espalhar ódio por aí. Esse é um caminho que as pessoas escolhem e que não é o certo: o de raiva, de desdém, de crítica. Indo por outro caminho seriam mais felizes! Aliás, há quase um ano, tu próprio foste pirateado e chantageado numa das tuas redes. O problema ficou já totalmente resolvido? Que conselhos dás aos jovens para evitarem esses perigos e que mecanismos têm à disposição para solucioná-los? Eu não sou entendido nestas questões e tive alguém que me ajudou na altura. O conselho que eu dou é não se clicar em nenhum link / hiperligação que não se saiba o que é. Foi o que me aconteceu e foi uma situação chata, porque outra pessoa entrou no meu perfil, havendo o risco de publicar coisas que não são aquilo que sinto. Felizmente isso não aconteceu. Foi rapidamente resolvido e reposto. Eu participei de imediato na Polícia Judiciária: é outra coisa que também aconselho, embora considere não haver uma resposta muito célere. É preciso muito cuidado e evitar essa curiosidade com o desconhe-


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ENTREVISTA

Tem igualmente a ver com a Educação. E tu tens duas filhas: uma ainda criança e outra já jovenzita. O que priorizas mais no Ensino que lhes prestas e no crescimento de ambas? Os valores que eu tento passar são o do respeito pelos outros e o respeito por elas. Pois para se respeitar o outro, a pessoa tem de começar por se respeitar a si própria. E o de fazer escolhas. Mesmo que não seja a correta, deve voltar-se atrás. Temos que saber que tudo aquilo que vamos decidindo vai determinar o nosso futuro. Tento guiá-las e não sei muito mais do que elas: elas são adolescentes pela 1.ª vez, são filhas pela 1.ª vez e eu sou pai duma adolescente pela 1.ª vez (enquanto duma criança pela 2.ª vez). Ou seja, os pais também cometem erros: importa crescermos todos juntos. Passo-lhes o sentimento de que os pais não sabem tudo, mas já viveram mais situações nas quais poderão ajudar. Portanto, é passar-lhes amor, respeito e disciplina. Dás contigo a pensar no futuro delas, como será, e olhando ao alargamento de expressões e ideais extremistas na nossa Sociedade, seja mais à Esquerda ou mais à Direita, isso suscita-te maior preocupação? Sim, o mundo onde nós vivemos e em que elas estão a crescer suscita preocupação. Eu não gosto de pensar que as coisas estão tão mal, porque o ser humano já viveu momentos péssimos. Vamos atravessando novos momentos e vamo-nos preparando para eles. No mundo tem havido, como dizes, esses movimentos e aqueles mais à Direita têm-me preocupado mais, por serem mais radicais, estimulando o ódio e a agressividade entre as pessoas. Sendo a tua esposa austríaca, e conhecendo tu a Áustria, isso faz-te almejar que os Portugueses devessem ser melhores e rigorosos em alguns aspetos cívicos e culturais, ao nível dos Austríacos? Devemos todos aprender uns com os outros: nós com eles e eles connosco. Acho que devíamos aproximar-nos mais nesses aspetos à Áustria. É um país que conheço todo bem, mas mais Viena onde passei mais tempo e conheci a minha esposa. É uma cidade muito bem organizada. E há uma diferença com o povo latino: temos a preocupação de proteger a família e num círculo posterior – ou muito próximo da família – estão os amigos. E para lá disso é como se não interessasse. Há quase um sentimento de que não vale a pena dar à Sociedade porque ela não nos vai devolver aquilo que lhe vamos dar. E num país como a Áustria acredita-se mais na Sociedade e as famílias não são tão fechadas nem dependentes como as nossas. Lá, há uma necessidade e uma disciplina de que devemos dar

e que receberemos em troca. Enquanto aqui vivemos numa bolha, em que pagamos tudo e mais alguma coisa. Já nesses países como a Áustria não é assim. Até podem pagar mais impostos, mas sabes que depois tens tudo: um bom SNS, boas escolas sem teres de ir para as particulares, não pagas autoestradas (apenas uma vinheta anual. Há, portanto, mais equidade e menos desigualdades sociais… Sem dúvida. Há uma Sociedade bem montada como deve de ser. Nesse aspeto, gostaria que fossemos mais assim. Mas não nos podemos desvirtuar, somos como somos. E é uma característica latina, que não só nossa. Culturalmente somos também mais pobres: a Cultura e a Educação são a base para a vida das pessoas. Embora não conheça os países escandinavos, há uma forma de estar na vida que me agrada muito. Mas a Áustria é um país que admiro muito e tenho muitos amigos lá. Não esqueçamos que Viena já ganhou, várias vezes, o prémio de cidade com melhor qualidade de vida do mundo. Só é mesmo pena não ter mar. Já agora, invertendo a questão e dado que somos bons em muita coisa, em que é que achas que os austríacos ou outros europeus poderiam ser melhores olhando para os portugueses? Nós somos uns incríveis hospitaleiros. Apesar de na Áustria me receberem e tratarem bem, não têm esta alegria em acolher como nós temos. Talvez pelo facto de o meio determinar o Homem, dos países mais frios e dos países mais quentes. E isso faz a diferença na socialização. Depois, temos uma capacidade de trabalho enorme – mas isso, também eles têm – até pela própria necessidade. Se não for muita, acabamos por nos acomodar. Portanto, destaco essa grande característica de sermos cuidadores. Uma das tuas preocupações, nesta pandemia e não só, é o termos de cuidar de nós e dos outros. Como é que esse cuidado deve ser empregue? Temos condições gerais suficientes para prestar esses cuidados e afetos? Temos. Não devemos nunca descuidarmo-nos nesse sentido. Tem de haver respeito mútuo. Até pelo simples facto de termos de usar máscara nesta pandemia, para proteger os outros que não só nós mesmos. Aqui se vê também esse cuidado: cuidado connosco e, também, com os demais. Há sempre algo que nos afeta, mesmo que não nos infete diretamente a cada um de nós. Encontras-te a gravar uma nova telenovela, que ainda não foi para o ar, e que se intitula: «Para sempre». Afinal, o que é que pode ser para sempre, que não falhe, já que a pandemia nos interrompeu tantos projetos? Nada é para sempre. Nem nós somos e nem sabemos se a raça humana será

Foto: DR

cido. Sobretudo os mais jovens, não só por usarem mais as redes sociais, como estão mais indefesos relativamente à vida.

para sempre. Esta pandemia veio trazer resposta ao que julgávamos não ser possível: “Ai, eu não posso deixar de fazer isto” ou “eu não posso deixar de ir ali”, etc.. Não, como vimos, tudo pode parar! Podemos, porque quando tem de ser tudo para. O mundo não pensava assim. Tudo isto veio reforçar que, de facto, o valor mais alto e mais importante que temos é a saúde. Acho que “para sempre” ficará este vírus: espero é que não fique para sempre na forma como é e como existe no mundo. Oxalá ganhemos a resistência necessária para o superarmos. Ainda neste “para sempre”, imaginas-te a contracenar e viver dos palcos durante o resto da tua vida ou tens no horizonte outros projetos profissionais aos quais te queiras dedicar e que nos possas revelar? Não, não tenho. Nunca fui muito de fazer projetos a longo prazo. Até porque acho que não funcionem. A concretizá-los tem de ser a curto e médio prazo. Gosto de ir apontando direções e criar objetivos: é fundamental nunca perdê-los. Vejo-me a fazer o que faço e espero continuar a ter saúde por muitos anos para realizá-lo com qualidade e com qualidade de vida. Passa-me pela cabeça de, um dia, realizar um filme. Espero ter essa experiência. E já pensaste que tipo de enredo será: algo baseado em factos verídicos ou apenas fictício? Ainda não sei. Estás a dar-me vontade de pensar nisto mais a sério. (risos) Interessa-me mais um exercício quase filosófico sobre qualquer coisa da vida, do que contar uma história que tenha acontecido. Não sei se conheces a cidade de Gondomar, limítrofe ao Porto, mas pedia-te que possas destacar aquilo que mais aprecias nesta área e nos seus munícipes…

Não sei bem se já estive em Gondomar, ou se pelo menos de rápida passagem. Mas olhando às gentes do Porto, cidade que conheço bem, acredito que as pessoas de Gondomar também sejam muito hospitaleiras – como falámos há pouco –, e aí se come muito bem. É sempre um prazer ir ao Norte, de que gosto muito. Posso dizer-te, por exemplo, que nas freguesias gondomarenses existentem grupos de teatro amador. No teu entender, o que é essencial para eles prevalecerem e se revitalizarem? Não tenho a fórmula mágica para aconselhar. Mas há uns anos houve um trabalho muito interessante do nosso Ministério da Cultura, com a construção e restauração de muitos teatros do país. Depois houve um forte desinvestimento, mesmo fora deste tempo de pandemia. É essencial irmos ao teatro e ao cinema. É preciso que haja um maior apoio governamental para que essas companhias se revitalizem. E, também, que as pessoas acreditem nos projetos e que percam aquele estigma de achar que “o teatro é uma coisa chata”. Não tem de ser! O que consideras importante deixar como mensagem final? Muitos de nós nunca atravessámos uma pandemia como esta, a nível mundial. Por isso, é necessário estarmos mais unidos do que nunca! Importa agarrarmo-nos ao que é essencial e a este respeito pelos outros. Acredito que, com as vacinas, estamos perto duma mudança; e espero que venha a haver um tratamento. Sejamos comedidos no que tenhamos de ser, para não haver mais novos recuos. Assim, quando a imunidade de grupo se criar, poderemos voltar a usufruir da nossa vida. ■


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SOCIEDADE

Nuno Fonseca recebe prémio nos Açores O Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, viajou até ao Arquipélago dos Açores para receber o Prémio “Gestão e Criatividade 2020”. A cerimónia de entrega de Prémios decorreu em Ribeira Grande. “Eles atribuíram 20 prémios a várias personalidades de várias áreas, por feitos relevantes”, explicou o edil ao nosso jornal, que continuou a referir o

seguinte: “Este prémio é muito importante para mim, porque são pessoas que, nem são de Gondomar e reconheceram o meu trabalho”. Nuno Fonseca aproveitou o momento para mencionar que o nome Rio Tinto “Está dinâmico e, é um nome que já ultrapassou as fronteiras do concelho de Gondomar. Isto é o fruto da boa imagem que Rio tinto vai passando para outro lado.” ■

Fânzeres e São Pedro da Cova atribui suplemento de Penosidade e Insalubridade A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova aprovou a atribuição do suplemento de penosidade e insalubridade a todos os seus funcionários do quadro, na carreira geral de assistente operacional ou que exerçam funções por referência ao conteúdo funcional desta carreira. Para o Presidente da União das Freguesias Pedro Miguel Vieira “ É uma medida justa, para compensar os

trabalhadores, que exercem funções nas áreas de recolha e tratamento de efluentes, higiene urbana, saneamento, dos procedimentos de inumações, exumações, trasladações, abertura e aterro de sepulturas de que resulte comprovada sobrecarga funcional que potencie o aumento da probabilidade de ocorrência de lesão ou um risco potencial agravado de degradação do estado de saúde”. ■

CINDOR é o representante de Portugal no projeto internacional de Ouriversaria com a marca Tous A parceria do CINDOR com a Escuela TOUS de Joyería y Oficios Artesanos (ETJOA), iniciada em 2019, assume agora novos moldes e avança para a esfera digital. Se na primeira edição formandos e formandas de cursos de ourivesaria tiveram oportunidade de realizar a Formação Prática em Contexto de Trabalho na ETJOA, em Barcelona, essa experiência, interrompida em 2020, avança agora para o universo digital. Sob o lema ETJOA #GoesDigital, o programa de formação inclui conhecimento teórico e prático de técnicas específicas de joalharia e ourivesaria no âmbito da restauração de peças TOUS, para além do desenvolvimento de técnicas de produção característi-

cas da marca. Esta aprendizagem não só complementa o conhecimento adquirido ao longo da formação, como prepara os formandos para um conhecimento mais aprofundado da marca TOUS, que potenciará a abertura de portas no vasto mercado de trabalho da marca. O mote para a criação deste projeto é a preservação deste oficio milenar e da arte associada à ourivesaria e joalharia desde tempos imemoriais. Para isso a escola TOUS apostou no estabelecimento de parcerias específicas, seguindo o cunho da excelência da formação profissional em ourivesaria e joalharia. Fo a partir do dia 10 de maio até 30 de junho de 2021, 31 formandos de ourivesaria e joalharia do CINDOR participarão neste projeto formativo, que inclui um total de 190 estudantes, provenientes das 9 escolas de ourivesaria e joalharia. Sobre a parceria com a marca internacional, a Presidente da CINDOR, Eunice Neves, refere o seguinte: “Trata-se de um convite prestigiante, que evidencia o reconhecimento internacional da qualidade da formação ministrada no CINDOR. É para nós uma honra, pois, participar ativamente nesta iniciativa de cooperação transnacio-

nal de promoção do ensino da arte da ourivesaria e da joalharia”. Quanto ao futuro Eunice admite que “Temos imensos projetos na forja!”. A Presidente levanta um pouco o pano da cortina e revelou ao VivaCidade alguns projetos que a entidade tem vindo a projetar para o futuro: “Realço o lançamento do Curso Técnico Superior Profissional de Modelação e Prototipagem em Ourivesaria, fruto de um protocolo com a Escola Superior de Media, Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto, com implementação prevista a partir de setembro

deste ano. Este será mais um importante passo de promoção da formação em ourivesaria ao nível superior, que entendemos dever ser incentivado, porquanto muito relevante para a qualificação e capacitação dos recursos humanos do setor.Estamos também a perspetivar a abertura de um novo polo do CINDOR nas Caldas da Rainha, viabilizando assim um maior acesso geográfico à formação especializada em Ourivesaria. Temos estado a trabalhar com o Município Caldense nesse propósito e contamos ter novidades em breve!” ■


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SOCIEDADE

Rotary Club de Gondomar pelo mundo Actualmente, assiste-se a um movimento de globalização, uma iniciativa de encurtar as distâncias entre os países, de modo que haja um conhecimento mais amplo das populações e de entre ajuda entre as mesmas. O Rotary Club de Gondomar tem em vista ser um agente activo desse movimento. Daí que se encontra em processo de geminação com o Rotary Club de São Paulo – Avenida Paulista, Brasil. O conceito de geminação rotária consiste em criar relações protocolares entre clubes, com o propósito de fomentar a cooperação entre ambos. O ato de geminação tem como prática o ideal rotário de Liberdade, Justiça, Solidariedade e Paz entre as pessoas. É certo que estas duas cidades – Gondomar e São Paulo – encontram-se a um oceano de distância. Todavia, este projecto tenciona demonstrar que a longitude não é relevante quando existem propósitos maiores, tais como a melhoria da qualidade de vida da população em geral, a tentativa de igualizar as oportunidades dos indivíduos, através

de, por exemplo, bolsas de estudo e intercâmbio de estudantes e profissionais. Segundo Madalena Lima, Presidente dos Rotários de Gondomar, “À primeira vista poder-se-ia pensar que são cidades com realidades distintas. Contudo, têm pontos conexos e é aí, nesses pontos, que os dois Rotary Clubs juntos podem potenciar ainda mais a entre ajuda”. Para tal, é fundamental para os responsáveis a troca de ideias e de valores entre os profissionais e alargar a colaboração com outras entidades. ■

Movimento Sénior de Fânzeres e São Pedro da Cova retoma atividade A Iniciativa Movimento Sénior Saúde e Bem Estar, está de regresso à União de Freguesias de Fânzeres e S.Pedro da Cova. Segundo o Presidente da União de Freguesias, Pedro Vieira: “Desde sempre compreendemos a necessidade da realização destas atividades para um envelhecimento ativo e saudável. A Junta de Freguesia teve que acompanhar as decisões de âmbito nacional inerentes ao momento em que nos encontramos. No entanto, nunca deixamos de procurar soluções para

a nossa comunidade”. É nesse sentido que, em colaboração com as Paróquias de Fânzeres e São Pedro da Cova, foram criadas condições para que desde o dia 10 de maio, as disciplinas tenham iniciado a sua atividade, cumprindo todas regras de segurança e de higiene impostas pela DGS. As inscrições ainda estão abertas e são gratuitas. Podem se inscrever todos os residentes de Fânzeres e São Pedro da Cova com mais de 50 anos, em uma ou várias disciplinas. ■

Freguesia de Fânzeres (Salão Paroquial de Fânzeres):

Freguesia de São Pedro da Cova (Casa Paroquial e Cripta de São Pedro da Cova):

Património Cultural: segunda-feira - 9h30 Trabalhos Manuais: segunda-feira - 14h30 Contoterapia: terça-feira - 9h30 Música Classe Conjunto: terça-feira - 10h30 Ginástica: quarta-feira - 9h30 e 10h30 Expressão Dramática: quinta-feira - 9h30 às 11h30 Música: quinta-feira - 14h30 Ginástica Ser+: sexta-feira - 9h30

Património Cultural: terça-feira - 9h30 Música Classe Conjunto: terça-feira - 14h30 Cantinho do Artista - terça-feira - 15h30 Trabalhos Manuais: quarta-feira - 14h30 Contoterapia: quinta-feira - 9h30 Ginástica Ser+: quinta-feira - 10h30 Expressão Dramática: quinta-feira - 14h30 às 15h30 Ginástica: sexta-feira - 9h30 e 10h30 Música: sexta-feira - 14h30 às 16h30


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SOCIEDADE

Inaugurada Linha de Midões Foi inaugurado no dia 1 de maio, pelas 10.30 horas, a Pequena Rota “PR1 GDM - Linha de Midões e os Moinhos de Jancido”, localizado na Freguesia de Foz do Sousa. O percurso, com mais de 5 km, corresponde à antiga linha de caminho de ferro por onde circulavam os vagões que transportavam o carvão, desde a mina de Midões até à foz do rio Sousa, onde este era depois carregado em barcos que seguiam rio abaixo para a cidade do Porto. Este percurso pedestre, é perfeito para os amantes de caminhadas e pedaladas ao ar-livre, recebeu a homologação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP). Para o efeito, o Município de Gondomar investiu mais de 11 700 euros, entre a elaboração do projeto e aquisição de sinalética, a limpeza e preparação do percurso e zonas envolventes, bem como, nos procedimentos junto da Federação, na aquisição dos painéis informativos e na gravação dos barrotes de madeira (essenciais para uma réplica da Linha de Midões). Este é um percurso para fazer sem pressas, respirar ar puro, “ouvir o silêncio” interrompido apenas pelo chilrear dos pássaros e pela corrente das águas, apreciar a diver-

sidade da fauna e flora local e descobrir os oito moinhos recuperados pelo Grupo dos Rapazes de Jancido. Sobre o assunto, a representar o Grupo dos Rapazes de Jancido, António Gonçalves, referiu o seguinte: “Para além do poder autárquico, nós cidadãos, temos que perceber que, nós é que temos a força, e nós também temos que definir diretrizes e segui-las. Esta é uma pequena prova para a sociedade entender. Eu li uma vez uma frase que dizia que um mensageiro, nunca pode ser mais importante que a mensagem e, portanto nós, os Rapazes de Jancido não queremos de facto essa importância. O único que pretendemos é passar uma mensagem efetiva e de exemplo para a nossa comunidade”. No local, estava presente Nuno Silva, Presidente da APRISOF (Associação de protecção dos Rios Sousa e Ferreira) que discursou o seguinte: “Ao fim de 10 anos de existência, constatamos que as entidades públicas começam a dar o devido valor a estes dois rios. Este protocolo vem numa altura muito importante, em que a Associação está a tentar tornear a ausência da sua mentora. Algo que desde sempre pautou esta Associação é a visão que todos são importantes e que em rede, com as várias associações, grupos de amigos e poder politico, certamente conseguiram melhores resultados com os mesmos meios, que resultaram em benefícios para todos. Este protocolo resulta, exatamente, desta confluência de esforços. A APRISOF só pode

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aceitar este desafio, porque conta com o Kow-how dos Amigos dos Moinhos de Jancido que, ao longo do tempo tem vindo a colocar os seus esforços ao serviço dos outros. Assim, todos juntos conseguiremos melhorar as condições de vivência da população, junto aos dois rios que dão o nome à Associação”. “Hoje é um dia importante. Um dia simbólico. Um dia que há muito era esperado pela população de Foz do Sousa e um dia que há muito a APRISOF lutava. Hoje estamos aqui formalmente a inaugurar o PR1, mas isto é só o início. Isto é o início da linha de PRs que queremos fazer. Aliás, já andamos a trabalhar para prolongar o PR até à boca do Sousa, pela margem esquerda do rio. É algo que espero ainda ver este ano, pelo menos o trilho definido. Mas isto é um trabalho de todos. Um trabalho da comunidade, da APRISOF e um trabalho destes

seis homens que se juntaram há dois anos e que, hoje, são os embaixadores de Foz do Sousa e Covelo, nomeadamente desta zona de Jancido. E, é por isso que hoje, juntamos o útil ao agradável, o PR1, a Linha de Midões, os Moinhos de Jancido, mas acima de tudo, estamos aqui para devolver à natureza o que lhe pertence e para demonstrar que Gondomar tem muito do belo e do bonito, para além da Filigrana, da Ouriversaria e do rio Douro. Deixo o meu reconhecimento público e pessoal aos Rapazes de Jancido, porque sem eles nada disto era possível, tendo em conta todo o trabalho que eles tem feito pela comunidade e pelo concelho de valorização histórica e cultural”. O Município de Gondomar está também a trabalhar numa segunda fase deste PR1, prevista ainda para o verão deste ano, que contempla uma nova entrada para este trilho. ■

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SOCIEDADE

Em quatro anos, a Mercadona investirá 140 milhões de euros na Estratégia 6.25 Tendo em conta aos desafios e as preocupações da sociedade com o meio ambiente, a empresa Mercadona assumiu o compromisso de continuar a cuidar do planeta. É nesse sentido que a cadeia de supermercados dá continuidade à Estratégia 6.25, que define seis ações com um triplo objetivo até 2025, na qual prevê investir mais de 140 milhões de euros. Até final do ano de 2021, todos os supermercados contarão com o conceito de Loja 6.25, uma loja mais amiga do ambiente.

Fiel ao seu compromisso de dizer “Sim a continuar a cuidar do Planeta”, a Mercadona implementou, no passado dia 30 de abril, o conceito de Loja 6.25 no supermercado de Gondomar, localizado na Rua Joaquim Loureiro, na freguesia de Fânzeres. Este conceito de loja pretende transmitir aos clientes e colaboradores as ações que estão a ser levadas a cabo em relação à redução de plásticos e à gestão de resíduos, permitindo deste modo ouvir os comentários dos clientes no terreno. A Mercadona adaptou um total de 72 lojas em Espanha e Portugal ao modelo de Loja 6.25, que será alargado a toda a cadeia durante 2021. Estas lojas, onde é possível observar os avanços da Estratégia 6.25, têm como objetivo ouvir a opinião dos clientes e colaboradores sobre todas as ações que a empresa está a desenvolver nesta área. Neste período, foram recebidas mais de 5.000 opiniões e sugestões, tanto de clientes, bem como de colaboradores, que ajudam a melhorar a aplicação das diferentes ações definidas para reduzir o plástico e promover a economia circular.

A Mercadona irá disponibilizar mais informação sobre a Estratégia 6.25 na secção “Cuidemos do Planeta” do seu site corporativo, onde, além disso, “O Chefe” poderá também encontrar conteúdos sobre reciclagem, sustentabilidade e o compromisso ambiental da Mercadona. A implementação deste conceito de loja está integrada na Estratégia 6.25 que consiste num conjunto de seis ações: Eliminar os sacos de plástico de uso único em todas as secções (concluída); Eliminar os descartáveis de plástico de uso único (concluída); Diminuir em 25% o plástico das embalagens (até 2025); Promover o desenvolvimento de embalagens recicláveis/ compostáveis; Reciclar os resíduos de plástico gerados nas lojas; E formar e informar os clientes de como se deve efetuar a separação correta dos resíduos, quer através de informação nas embalagens, quer nas lojas. Para além disto, a empresa tem três objetivos a ser atingidos em 2025, que são os seguintes: Reduzir 25% do plástico; Todas as embalagens de plástico recicláveis; E reciclar todos os resíduos de plástico. A empresa vai investir mais de 140 milhões de

euros na Estratégia 6.25, um passo em frente no seu compromisso de continuar a cuidar do planeta. A Estratégia 6.25, que tem o triplo objetivo de até 2025 reduzir 25% do plástico, tornar todas as embalagens de plástico recicláveis e reciclar todos os resíduos de plástico gerados nas suas instalações, está a ser implementada através de 6 ações que envolvem mudanças em diferentes processos da empresa, desde redesenhar as embalagens do futuro em coordenação com os fornecedores, à adaptação das lojas e logística, gestão de resíduos, etc. No total, a empresa prevê investir 140 milhões de euros nos próximos quatro anos para concretizar todas as ações que integram esta estratégia. No passado mês de janeiro, alcançou-se o primeiro marco da estratégia: eliminar os sacos de plástico descartáveis de uso único em todas as secções das lojas. O cumprimento desta primeira ação da Estratégia 6.25 supõe uma redução de 3.200 toneladas de plástico por ano. Além disso, a Mercadona, com o intuito de informar os clientes sobre a forma correta de separar e reciclar os seus resíduos, incorporou um pictograma nos sacos tanto de secção como de linha de caixas, onde a empresa dispõe de três opções de reutilizáveis e sustentáveis. Para reduzir o plástico nas suas embalagens, a ação 3 da estratégia, a empresa desenvolve diferentes estratégias como a eliminação do plástico e substituição por outros materiais, a redução, a reutilização ou a incorporação de material reciclado para diminuir o uso de materiais virgens e fomentar a economia circular. A empresa começou a trabalhar nesta estratégia em 2019, envolvendo todos os seus colaboradores da empresa no desafio de “Continuar a Cuidar do Planeta” e tornar os diversos processos da linha de montagem mais sustentáveis. A Mercadona conta com uma equipa de trabalho que coordena todas as áreas de atuação da Estratégia 6.25, composta por colaboradores de diferentes departamentos da empresa, como Lojas, Prescrição, Informática, Compras, Logística, Financeiro, Relações Externas e Obras. Uma política de ação social sustentável integrada na estratégia de Responsabilidade Social Empresarial da Mercadona A Mercadona, dentro do compromisso de partilhar com a sociedade parte do que dela recebe, desenvolve o seu Plano de Responsabilidade Social, que concerne à componente social e ética através de diferentes formas de atuação sustentáveis que reforçam a sua aposta no crescimento partilhado. Como parte desta po-

lítica, a Mercadona colabora com mais de 290 cantinas sociais, 60 bancos alimentares e outras entidades sociais em Portugal e Espanha, às quais doa diariamente e participa em campanhas de recolha de alimentos organizadas pelas mesmas. Em 2020, a empresa doou a todas estas entidades e organizações um total de 17.000 toneladas de alimentos, 15.800 em Espanha e 1.200 em Portugal, quantidades que têm aumentado desde que a empresa tomou a decisão de reforçar os processos de doação de produtos de primeira necessidade a Cantinas Sociais e Bancos Alimentares com os quais vimos a colaborar habitualmente. Da mesma forma, a Mercadona colabora de forma próxima com 32 fundações e centros ocupacionais na decoração das suas lojas com murais de trencadís (mosaicos típicos do Mediterrâneo), elaborados por mais de mil pessoas com incapacidade intelectual. Outra linha estratégica do Plano de Responsabilidade Social da Mercadona é a sustentabilidade ambiental. Para tal, conta com um Sistema de Gestão Ambiental próprio, baseado nos princípios da Economia Circular e focado na otimização logística, na eficiência energética, na gestão de resíduos, na produção sustentável e na redução de plástico. Para além disso, trabalha no Projeto de Distribuição Urbana Sustentável e na melhora da qualidade do ar nas cidades através da utilização de camiões e carrinhas propulsados por tecnologias mais limpas e eficientes. Tendo também em mente a mobilidade sustentável do “Chefe” (cliente), a empresa dispõe de 1.350 lugares de estacionamento com pontos de carregamento para veículos elétricos, colocados nos estacionamentos em mais de 500 lojas. A Mercadona começou a instalar pontos de carregamento para veículos elétricos em 2017 com a implantação do Novo Modelo de Loja Eficiente e prevê continuar a aumentar esse número durante o ano de 2021. A Mercadona integra desde o ano de 2011 o Pacto Mundial das Nações Unidas para a defesa dos valores fundamentais em matéria de Direitos Humanos, Normas Laborais, Meio Ambiente e Luta contra a Corrupção. Em março de 2020, a Mercadona juntou-se à Smart Waste Portugal para promover a Economia Circular no país, tendo aderido também ao Pacto Português para os Plásticos. Esta plataforma colaborativa pretende fomentar a Economia Circular dos plásticos em Portugal e evitar que estes se transformem em resíduos. ■

> A Mercadona anunciou no passado mês de março, que concluiu a segunda ação da Estratégia 6.25, ao eliminar os descartáveis de plástico de uso único, substituindo-os por alternativas sustentáveis. Com este movimento a empresa deixará de usar 3.000 toneladas de plástico ao ano, fomentando assim a economia circular e diminuindo o impacto ambiental.


Jornal VivaCidade 20/05/2021 - Edital nº 13

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UNIÃO DAS FREGUESIAS DE GONDOMAR (S. COSME), VALBOM E JOVIM AVISO HASTA PÚBLICA VENDA DE EQUIPAMENTOS Dr. António José Ribeiro Braz, Presidente da União das Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, nos termos da deliberação do Órgão Executivo, de 18 de maio de 2021, torna público que terá lugar no dia 23 de junho de 2021, pelas 10h00, no Salão Nobre da sede desta União de Freguesias, sito na Rua da Igreja, n.º 71, 4420-164 Gondomar, a Hasta Pública para alienação de diversos bens usados, abaixo indicados, nos termos e condições previstos no Procedimento de Hasta Pública que se encontra disponível nas secretarias e na página eletrónica desta União de Freguesias em www.uf-gvj.pt. Os interessados devem apresentar as propostas até às 17h30 do dia 21 de junho de 2021.

SEDE – Gondomar (S. Cosme): Rua da Igreja, 71 | 4420-164 Gondomar | geral@uf-gvj.pt | Telefone: 22 483 35 52 | Fax: 22 464 78 38 Valbom: Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa, 477 | 4420-435 Valbom | geral@uf-gvj.pt | Telefone: 22 464 87 60 |Fax: 22 464 87 22 Jovim: Rua Manuel Pinto Martins, 70 | 4510-084 Jovim | geral@uf-gvj.pt | Telefone: 22 450 97 03 | Fax: 22 450 13 09


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SOCIEDADE

“Se fizermos a diferença na vida de uma pessoa, para nós, já vai ser significativo” “Estamos aqui para si” é o lema do recente projeto social do Hospital Fernando Pessoa- o Gabinete de Serviço Social. As responsáveis pelo projeto são Catarina Martins, Cristina Santos e Cláudia Silva, que estiveram à conversa com o VivaCidade e que no qual explicaram o teor do Gabinete. Desde a sua génese que o Hospital Fernando Pessoa tem uma componente de responsabilidade social muito enraizada na sua estrutura. E, é nesse sentido que surge este projeto, que tem o intuito de ajudar o utente que necessite de apoio social. Segundo as responsáveis, este gabinete nasce devido a uma lacuna sentida no dia a dia dos profissionais do Hospital, no que concerne à prestação de serviços à comunidade. O pretendido é encaminhar as pessoas para a instituição correta e agilizar os processos. O projeto inclui os seguintes apoios: Encaminhamento de pessoas (Exemplo: Agilizar uma marcação na loja do cidadão); Cabazes alimentares (Exemplo: Para pessoas com dificuldades económicas, elas são encaminhadas para receber estes serviços); Habitação (Exemplo: Caso uma pessoa tenha perdido a casa ou está com dificuldades em pagar, a equipa ajuda no processo de candidatura à Habitação Social); Cuidadores Informais (Exemplo: Numa situação que uma pessoa tenha um utente dependente em casa e está a ser difícil de comportar os gastos, a equipa elucida e ajuda no requerimento do complemento por dependência ou com o atestado de incapacidade de multiuso) e Respostas/Apoios sociais. “Nós sentimos que neste momento há uma grande desinformação dos apoios que existem e sentimos que havia a necessidade de criar um espaço indicado para que as pessoas pudessem se dirigir para expor as situações e dúvidas e, por sua vez, fossem orientadas. Isto porque, muitas pessoas não sabem o que fazer ou a que pessoas/Instituições

> Na foto: Cláudia Silva, Catarina Martins e Cristina Santos.

se dirigirem. Nesta fase, nós pudemos ser mediadores, encaminhadores e mais tarde poderemos alargar o tipo de apoios que prestamos. Mas neste momento o nosso trabalho é meramente orientativo. Porque para podermos dar algo mais em concreto como apoios económicos teríamos que criar parcerias nesse sentido, nomeadamente com a Segurança Social ou até com a Autarquia. São coisas muito especificas que nós, atualmente, não estamos dotadas de capacidade para o fazer. No fundo pretendemos ser agentes intermediários e facilitadores para resolver estas situações”, explicam as profissionais. A equipa composta por Catarina, Cristina e Cláudia revelam-nos que este projeto é o único presente em todo o país num Hospital privado e, embora esteja disponível na esfera pública, o volume de trabalho é muito elevado, sendo que, muitas vezes, os profissionais acabam por não conseguir dar uma resposta imediata. Por enquanto, no Hospital Fernando Pessoa “como o projeto ainda é muito recente, não há muito volume de trabalho e assim a equipa consegue dar uma resposta mais imediata”. Todos os pedidos são avaliados e os serviços estão disponíveis para toda a população dentro e fora de Gondomar. A avaliação de cada caso é confidencial. No momento em que os dados são recolhidos, as profissionais realizam um Eco Mapa, para perceber quais as redes de apoios disponíveis para o utente.

O Hospital possui ainda uma estreita relação e parcerias com entidades locais, como é o caso da CPCJ. “Nós como hospital, obviamente que não estamos só preocupados com as questões da saúde, porque também estamos preocupados com as pessoas. Nós temos que olhar para as pessoas como um Ser Biopsicossocial”, explica a equipa, o essencial para as profissionais é detetar e resolver um problema precocemente, antes que se torne algo mais grave. O pretendido é criar uma relação de confiança e empatia, onde a pessoa fique confortável a expor o seu problema, no entanto as três sublinham que é importante que a pessoa queira ser ajudada. Mas para as responsáveis o primordial é estar lá para o

outro e ajuda-lo. “Quando as pessoas nos procuram porque precisam do nosso apoio, é uma sensação muito boa, porque sentimos que somos o porto de abrigo de alguém e é um sinónimo de que o trabalho está a ser muito bem feito, porque conseguimos construir uma relação com aquela pessoa. E, se nós conseguirmos responder, já é ótimo, porque é o que nós queremos. Claro, que sabemos que não conseguimos chegar a toda a gente, mas se fizermos a diferença na vida de uma pessoa, para nós, já vai ser significativo”, explica a equipa de profissionais do Hospital. Para os interessados, podem dirigir-se diretamente à Instituição para falar com as profissionais ou entrar em contacto com a equipa pelo número geral da Instituição que está disponível 24h por dia - 222 455 455- ou pelo número de telemóvel933 900 258- que está disponível das 8h30 até às 16h 30. O Gabinete possui ainda um email próprio, onde a pessoa pode expor o seu problema ou agendar uma marcação, email: servicosocial.he@ufp.edu.pt. Inicialmente, o Gabinete estará em funcionamento às segundas, quartas e sextas no período da tarde, entre as 14h e as 16h, no entanto o horário de funcionamento às terças e às quintas será realizado na parte da manhã, entre as 10h e decorre até às 12h. Qualquer pessoa que necessite de um serviço de apoio social, neste caso da colaboração por parte das Assistentes Sociais, pode-o fazer e é um dos serviços totalmente gratuitos fornecidos pelo Hospital Fernando Pessoa. ■


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SOCIEDADE

Projeto “Reabilitação e valorização da Ribeira da Archeira e dos rios Tinto e Torto no concelho de Gondomar” No âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, foi assinado a 24 de julho de 2020 um protocolo de colaboração entre a Agência Portuguesa do Ambiente e o Município de Gondomar, que visou o financiamento a fundo perdido de 245.967 euros, para implementação até 30 de outubro de 2021 da empreitada “Reabilitação e valorização da Ribeira da Archeira e dos rios Tinto, Ferreira e Torto no concelho de Gondomar”. O Projeto de execução integra várias medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribeirinhas, previstas na Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, na sua última redação dada pela Lei n.º 44/2017, de 19 de junho) e pretende contribuir para a implementação da Diretiva Quadro da Água (DQA), na medida em que visa obter o bom estado ou o bom potencial das respetivas massas de água superficiais e contribui para a implementação da estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030. A candidatura do Município de Gondomar surgiu no âmbito das prioridades estratégicas definidas no PELAG – Plano Estratégico de Gestão das Linhas de Água de Gondomar, com objetivo de reabilitação e valorização ecológica de troços dos rios Tinto, Torto, Ferreira e ribeira da Archeira, assumindo como estratégia a recuperação dos habitats de fauna e flora ripícola, através do controlo de espécies invasoras nas margens e no leito, estabilização de taludes vulneráveis à erosão fluvial com técnicas de engenharia natural, recuperação de açudes, plantação de mais cerca de 5000 árvores nativas e sensibilização das escolas, técnicos, empreiteiros e comunidade no geral. O projeto foi adjudicado à empresa E. Rio Unipessoal, Lda, equipa multidisciplinar, que irá assegurar o acompanhamento em obra da implementação das soluções de engenharia natural propos-

Rio Torto

tas em projeto, e desenvolver o plano de comunicação e sensibilização ambiental, que prevê a dinamização de ações de esclarecimento sobre as técnicas previstas para a requalificação do rio Torto, com proprietários, técnicos, empreiteiro e comunidade em geral. São cerca de 10 km de intervenção previstos, na ribeira da Archeira (último troço de 1.5km), no rio Torto (último troço de 4.3km), rio Tinto (extensão aproximada de 0.8km) e rio Ferreira (troço junto à ponte de Belói). Para o Vereador José Fernando, este projeto é uma mais valia para a reabilitação das margens dos rios e das ribeiras. Este projeto desenvolvido pelo Engenheiro Pedro Teiga é, segundo o Vereador, uma oportunidade de unir “Sinergias” entre as entidades envolvidas. Para complementar este projeto, José Fernando explica o seguinte: “Paralelamente, fizemos o nosso PELAG (Plano Estratégico para as Linhas de Água de Gondomar). Era um documento que não existia e hoje existe. E, para nós é fundamental. Vamos iniciar uma intervenção no rio Torto, que também abrangerá o território do Porto. Mais uma vez, damos nota de prova de que o Município de Gondomar quer valorizar os nossos rios e as nossas ribeiras. Há aqui uma estratégia, um plano que pretende beneficiar os nossos corredores verdes e ecológicos. Quem ganha aqui é a comunidade e é para eles que nós trabalhamos”. Na perspetiva de Filipe Araújo, Vice-Presidente e responsável pelo Pelouro da Inovação do Ambiente da Câmara

Municipal do Porto refere que, no que toca ao tema ambiente, sempre houve uma boa relação entre ambas as Autarquias. “Quando se trata de um rio, ele desenha o limite dos concelhos. Portanto, estamos a falar de uma margem do Porto e de uma margem de Gondomar e, obviamente que ficamos contentes que haja este projeto a ser desenvolvido, que vai atuar sobre as margens do rio Torto. É muito importante que tenhamos esta visão de tratarmos bem esta massa de água. Tratar bem as margens do rios, significa apoiar e cuidar da sua biodiversidade. Assim, temos aquilo que é a responsabilidade dos dois concelhos, perante um grande ativo de Gondomar e do Porto. Este entendimento que existe a nível ambiental entre ambos, significa que todos estamos a apostar na qualidade de vida dos nossos cidadãos.”

A área de intervenção localiza-se ao longo do rio Torto no concelho de Gondomar, entre a ponte da Autoestrada A43 até desaguar no rio Douro, no Lugar do Freixo, a montante da foz do rio Tinto, ao que corresponde um total de cerca de 4,3 km. Em termos administrativos, a margem esquerda integra território da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, e a margem direita a freguesia de Campanhã, concelho do Porto, motivo pelo qual o Município de Gondomar convidou o Município do Porto a integrar o projeto de requalificação desta linha de água, estando a ser articulados esforços entre os municípios para a execução da empreitada em ambas as margens do rio Torto, beneficiando as populações dos dois concelhos. Os principais problemas de poluição e degradação do Rio Torto que urge intervir, associam-se a descargas de águas residuais domésticas e industriais, deposição de entulho, construções no leito de cheia, a destruição da galeria ripícola e a canalização de troços. Sobre a intervenção, António Braz, Presidente da União de Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, refere o seguinte: “Não será apenas a minha Freguesia que irá beneficiar desta intervenção, mas sim toda a Área Metropolitana do Porto, porque melhorando os rios e as suas margens, no meu entendimento, todos os cidadãos da Área Metropolitana podem usufruir desta riqueza que é a Fauna e a Flora dos rios. E, é cada vez mais importante que os rios voltem a ter vida, porque nós, que vivemos na cidade, precisamos cada vez mais de estar conectados com a natureza. E, ao limparmos este rio, vai permitir que as nossas crianças, os nossos jovens e os mais velhos possam beneficiar deste bem natural.” ■


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SOCIEDADE

Alberto Vieira:

“O que nós pretendemos é preservar a identidade portuguesa” Para o mês de maio, estivemos à conversa com os representantes do Orfeão de São Pedro, Luísa Ribeiro, Presidente do Órfeão de São Pedro da Cova, José Moura, vice presidente e Alberto Vieira, maestro. Registado no cartório a 28 de dezembro de 2011, é no dia 18 de outubro que comemora o seu aniversário de fundação. Como é que surgiu o Órfeão de São Pedro da Cova? Alberto Vieira: Antes havia o Órfeão dos Silveirinhos, em São Pedro da Cova, que eu dirigia. Depois houve uns desentendimentos e não concordei com algumas coisas que se estavam a passar, nomeadamente com os apoios logísticos. Acabei por desistir desse Órfeão e aquilo acabou por partir-se ao meio, porque não havia consenso. Entretanto, andava um grupo de senhoras a fazer espetáculos para as obras da igreja de São Pedro. A minha mulher andava nesse grupo e eu também colaborava musicalmente, também havia pessoal do Orfeão de Silveirinhos que acabou por frequentar esse grupo. Quem estava a organizar esses espetáculos era a Matilde Monteiro. E, na altura, ela é que nos deu a ideia de criamos esta Associação. Nessa altura era eu, o José Freitas e o Rui Oliveira que decidimos avançar com este projeto juntamente com a Matilde. Organizamo-nos e realizamos a escritura, em meu nome, da Matilde Monteiro e da Maria Silva e, hoje em dia é o Orfeão de São Pedro. Mais tarde, houve novamente eleições e foi eleita a nossa atual Presidente. Atualmente, neste orfeão temos três vertentes; o nosso grupo de teatro, que é responsável o Pedro Soares, professor na ISMAE, as Tertúlias de Poesia, um grupo de fados e a parte musical. José Moura: As tertúlias de poesia surge de uma ideia do Anselmo. Ele sempre gostou muito de poesia. Não é por ser o meu pai, mas tem muito jeito. Com o desenvolvimento do projeto, necessitou de pedir ajuda e começou na altura a fazer as tertúlias na Junta de Freguesia. Com o passar do tempo notou-se o interesse por outras freguesias do concelho de Gondomar e começaram a convidar o Orfeão para ir declamar poesia. Com as tertúlias, o Orfeão já chegou até ao Brasil. Como é que foi o último ano para vocês? Luísa Ribeiro: Foi terrível. Porque praticamente assumimos a direção em novembro de 2019 e logo em março, entrou a pandemia e

amarrou-nos as mãos por completo, dado que não podia haver atividades. Diria que a nível associativo, foi o pior ano que nós tivemos. A parte do Associativismo é muito importante para o ser humano e, neste último ano esta situação foi mais enfatizada. Vocês sentiram isto por parte dos vossos associados, ou seja, vocês viam que eles sentiam esta necessidade que as coisas voltassem ao normal? LR: Devido à faixa etária nós não podíamos estar em contacto com eles e as pessoas tinham que estar em isolamento. Pela reunião que realizamos na semana passada notou-se que eles estão com muito interesse em voltar. Inclusivamente, quando fomos obrigados a parar as obras pelo Covid, andavam sempre preocupados em vir trabalhar, porque era uma forma de manterem-se ocupados, aliado ao facto de estarem ansiosos que arrancassem os ensaios e que as obras na escola terminassem. Atualmente, quantas pessoas integram a vossa Associação? LR: Temos cerca de 40 Orfeanistas e na direção somos 10 pessoas. AV: Depois deste confinamento, a nossa Presidente marcou uma data para que os integrantes do orfeão se reunissem e garanto-vos que vieram quase todos. Os que não vieram disseram que não podiam vir. Felizmente nós não estamos mal servidos. Porque os dois que estão aqui ao meu lado, estão com interesse de que esta Associação vá para a frente. Todos os sábados eu também estou aqui, mesmo nas obras, nem que seja só a atrapalhar. (risos) Este é um dos projetos futuros que vocês têm? LR: Sim é. O nosso principal objetivo é colocar a sede a funcionar. O Órfeão, no início da sua fundação, não tinha sede e reuniam-se na cripta da igreja cedida pela Paróquia. Este espaço foi-nos atribuído em 2019. Altura em que assinamos o contrato com a Câmara Municipal de Gondomar. A nível de material, estamos a ter o apoio camarário e a nível de mão de obra tem sido os orfeanistas a trabalhar. JM: Temos algumas ideias inovadoras em mente. Não querendo fazer concorrência às outras Associações que existem aqui na Freguesia e no Concelho, mas estamos a fazer contactos, para fazer aulas distintas. Também pretendemos progredir com os encontros internacionais que fazıamos, com os casamentos e todo o tipo de atividades que eram promovidas pelo nosso Órfeão. Vamos começar com aulas de acordeão e com aulas de gaita de foles. É algo que diferencia em relação ao que é feito na Freguesia. Pretendemos abrir estas aulas a todas as faixas etárias. Agora, estamos a ver o que podemos fazer para conseguir angariar mais

> Na foto: Alberto Vieira, Luisa Ribeiro e José Moura

sócios. Pretendemos contactar escolas, contactar ranchos e outras Associações que estejam interessadas em colaborar connosco. Em junho, iremos começar novamente os ensaios, no entanto ainda não temos previsão de datas no que concerne a espetáculos. Como é que as pessoas podem entrar em contacto com vocês, caso queiram participar das vossas atividades? JM: As pessoas podem entrar em contacto connosco através do Facebook. A maior parte das pessoas conhecem-nos aqui da zona, principalmente o maestro, que é a nossa personagem mais conhecida, mas a população já sabe quem somos e onde estamos. E, mesmo através da igreja, podem entrar em contacto connosco, porque temos essa parceria. Vamos agora desenvolver mais, mas para já é o boca a boca. Mas qualquer informação será partilhada nas nossas redes sociais. Em simultâneo, estamos a pensar em contactar as escolas antes do final do período, porque pretendemos fazer uma aula de demonstração para os alunos. Queremos cativar os mais jovens. AV: No início é sempre difícil arranjar alunos. Mas também já sabemos que, o que custa mais é começar . Nós estamos a apostar nessa vertente que é a música popular portuguesa e queremos trazer professores qualificados para dar aulas. Outra coisa que pretendemos ver se é possível colocar em prática, são as aulas de Guitarra Portuguesa. Por exemplo, pretendíamos ensinar às pessoas como é que se acompanha um fado, porque este género musical não é nada simples, dado que ele tem mais de 100 estilos diferentes. O que nós

pretendemos é preservar a identidade portuguesa. Realizando uma analogia dos últimos 10 anos, como é que vê a posição da música tradicional portuguesa, sente que é valorizada? AV: Eu acho que as pessoas estão a começar a dar mais importância à Música Tradicional. Isto também graças aos programas que são transmitidos na televisão, em que convidam aqueles grupos com concertinas e, isso acaba por promover a música para o todos o país. Toda a gente gosta da música popular portuguesa. Mas há uma vertente que faz com que esses grupos funcionem, que são as romarias, onde estes têm mais solicitações. E, se estas festas começarem a diminuir, estes grupos vão começar por sentir na pele o impacto. JM: Eu acho que uma Freguesia como a nossa tem que ter também visibilidade nos grupos. Eu digo isto, porque os meus pais também começaram num Órfeão a cantar e eu comecei a ter mais interesse em saber este tipo de coisas. O que pedimos às pessoas é que tragam as famílias aos espetáculos quando começarem, isso será muito importante. Sentem os apoios das entidades competentes? JM: Sim, sentimos. E queremos agradecer a todos, principalmente ao apoio disponibilizado pela Junta e pela Câmara de Gondomar. A Junta de Freguesia de São Pedro da Cova apoia muito o Associativismo e, é das Juntas de Freguesia que possui mais colectividades do concelho. ■


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DESTAQUE

Diga não aos maltratos infantis Desde 2011, que o número de sinalizações tem vindo a aumentar significativamente no concelho de Gondomar, uma realidade que tem vindo a preocupar a CPCJ de Gondomar. Nos últimos quatro anos, regista-se um aumento de casos entre 2017 e 2020, verificando-se o pico de casos ativos nos anos de 2018 e 2020. Apesar da ligeira descida do volume processual entre 2019 e 2020, o número de casos ativos, isto é, em acompanhamento, aumentou em 2020. No ano de 2020, a CPCJ de Gondomar protegeu, 1005 crianças e jovens. O símbolo desta luta remete-nos para o Laço Azul. A história por detrás desta campanha remete-nos aos Estados Unidos da América, mais concretamente, ao Estado de Virgínia. Quando a avó, Bonnie Finney, perdeu dois netos, vitimas de maus tratos infantis na infância. Deparada com o sentimento de dor e revolta Bonnie amarou uma fita azul à antena do seu carro, com o intuito de chamar a atenção de todos para a tragédia. A cor azul simboliza a cor das lesões e era uma forma de relembrar a sua luta constante na proteção das crianças contra a violência. Desde então, esta Campanha é reconhecida a nível mundial e pretende consciencializar a sociedade para a necessidade de proteger as nossas crianças e jovens.

DENUNCIE

Qualquer pessoa que tenha conhecimento de uma situação de perigo, relativa a uma criança, tem o dever de comunicar e poderá fazê-lo utilizando os emails : cpcj@gondomar.pt, ou, cpcj.Gondomar@cnpdpcj.pt, ou, através dos telefones 224663989 ou 931680630, ou da linha crianças em perigo 921231111. Pode ainda denunciar os factos diretamente num departamento da Policia (Esquadra da PSP ou Posto Territorial da GNR), ou da Polícia Judiciária ou à Autoridade Judiciária. Pode ainda denunciar, através de uma carta, ou de um e-mail para uma das entidades referidas. *É importante referir que, numa comunicação de perigo pode ser solicitado o anonimato.

Estivemos à conversa com a Presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Gondomar (CPCJG), Liliana Martins, que falou sobre este problema no concelho de Gondomar. Para a responsável, nos dias de hoje, as famílias enfrentam “Um tempo de desafios e de incertezas, que condicionam a garantia de direitos fundamentais”. Liliana explica que os baixos rendimentos, o fenómeno do desemprego, a dificuldade de acesso à habitação e o nível de escolarização, são os problemas mais evidentes que conduzem a esta fragilidade social das famílias. “A nível do Município de Gondomar, tenho a perceção, que há a preocupação de garantir os plenos Direitos das crianças”, admite a Presidente da CPCJG, que completa referindo que “Reconhece-se que um Município desenvolvido, dependerá da qualidade da infância que tem a oferecer às suas crianças. E hoje, Gondomar é uma cidade que tem dinamizado toda a sua ação e intenção em promover uma estraté-

gia amiga das crianças”. Segundo Liliana, desde sempre que a CPCJ de Gondomar conta com o “Forte” apoio do Município nesta matéria. A Presidente revela que, neste momento, em Parceria com o Município, estão a realizar um diagnóstico social de infância e juventude que pretende fornecer um conjunto de informações relevantes que pretendem facilitar a implementação de uma estratégia em Gondomar, no que concerne à intervenção com crianças e jovens. Sobre a estratégia, Liliana explica que o objetivo principal é “Definir uma estratégia local para a Promoção dos Direitos e Proteção das crianças e jovens, bem como aumentar o conhecimento e informação sobre a realidade da infância e juventude de Gondomar, nomeadamente olhando para as questões da parentalidade positiva” e anuncia ainda que “Brevemente teremos os resultados deste nosso trabalho. Foi um caminho que permitiu perceber a realidade atual, para que no futuro se pos-

sa traçar um plano de ação orientado para as necessidades das crianças, jovens e famílias”. Quanto aos procedimentos adotados pela entidade no combate e na prevenção destas situações, a representante releva o seguinte: “A CPCJ de Gondomar, no âmbito das competências da Comissão Alargada, tem previsto ao longo do ano, no seu plano de atividades ações e iniciativas que têm como principal objetivo diminuir as problemáticas ligadas à violência. Acreditamos que a melhor forma de reduzir qualquer tipo de violência é ajudar as crianças e famílias a estabelecer relacionamentos saudáveis. Com a aposta na prevenção, nomeadamente através da colaboração com projetos dinamizados por ECMIJ (Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude) é que poderemos assistir a uma mudança positiva, que se reflita numa melhor trajetória de vida para cada criança. Atuar precocemente nas situações de vitimização poderá permitir a não perpetuação do uso de violência, pelo que trabalhar a prevenção implica uma abordagem muito próxima junto das crianças e famílias. É uma intenção presente e planeada, que exige esforço de toda a Comissão Alargada, mas de certeza que valerá a pena”. Questionada sobre as escolas do Município se estão ou não capacitadas para lidar com estes problemas, a representante da CPCJ refere que: “O olhar para os Direitos das Crianças tem vindo a ganhar importância na sociedade e reflete a forma como as Escolas do Município têm reagido às questões relativas aos direitos, especialmente quando têm conhecimento que não estão assegurados. As escolas desenvolvem um trabalho de proximidade com as crianças, jovens e famílias, são um contexto de re-

lação privilegiada, o que permite que desenhem uma intervenção, no sentido de proteger a criança. Quando a intervenção das escolas não é suficiente, que apesar do seu esforço não conseguem ultrapassar as situações, comunicam à Comissão. Por isso, estou convicta que as escolas estão preparadas para agir no imediato, no sentido de proteger as crianças. Sempre que se deparam com uma situação mais delicada ou mesmo de emergência, existe uma relação e articulação muito próxima, que permite agir e proteger as crianças, o que revela que elas estão capacitadas para esta matéria”. Tendo em conta o volume processual que a Comissão de Gondomar possui, questionamos a responsável se conseguiam responder a todas as denúncias, sobre o assunto Liliana referiu: “Observo que a Comissão restrita está preparada para atuar de forma imediata e protetiva às situações que carecem de medidas urgentes, porque de facto os membros que a compõem estão 100% entregues a esta causa. Abraçam o trabalho e mesmo com esforço batalham para assegurar e garantir os direitos das crianças. É uma equipa reduzida face ao volume processual, mas nunca o desânimo e a sobrecarga de processos inibe o compromisso para com as crianças. O trabalho em equipa, o sentido de missão, a cooperação e o espirito de solidariedade entre as colegas carateriza a nossa Comissão. É com muito orgulho que faço parte desta equipa, que desenvolve a sua ação de forma tão generosa e sólida”. A nível legislativo, Liliana, reconhece o esforço de implementação de estratégias nacionais e municipais, mas sublinha que, quando o assunto é a Proteção das crianças, “Temos sempre que trazer à discus-


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DESTAQUE são, que haverá sempre potencial para o desenvolvimento e implementação de leis, mas também de projetos ao nível de capacitação parental, que permitam superar lacunas, nomeadamente no que respeita à redução de violência contra crianças, mas

também relativas às questões da igualdade”. Enquanto profissionais, o testemunho de Liliana serve para todos os seus colegas “O grande desafio é exatamente medir quando temos que ligar e desligar o bo-

tão, pois funcionarmos em piloto automático é benéfico em algumas situações, por exemplo tomar decisões pontuais, que permitem avançar rapidamente, mas nunca nos poderá levar a julgamentos e atitudes preconceituosas. Acredito que o

propósito de investir no nosso bem-estar, que poderá ser na simples prática de caminhar, atenua a pesada carga emocional que é trabalhar diariamente com situações difíceis e permite desligar esse botão com mais confiança e motivação”.

o Município tem através de outro programa que é o +Família. Um eixo de intervenção a nível de acompanhamento psicológico, em que a criança passa a ser acompanhada pelo Município. Outro exemplo, há uma situação de carência Habitacional e precisamos de agilizar uma resposta para melhorar ou para uma nova habitação, esses processos podem-nos ser remetidos e nós, noutra esfera de ação, acompanhamos a família em áreas onde a CPCJ não tem intervenção tão direta. Portanto, nós temos respostas complementares à atuação da CPCJ no sentido de minimizar, ou até mesmo eliminar o contexto de risco, de perigo. Há aqui uma abrangência muito grande das problemáticas que chegam à CPCJ. Há situações que não há dúvida nenhuma que o adulto sabe exatamente o que está a fazer, como o faz e o que é que vai provocar com isso. Mas há outras situações de negligência que nem sempre os pais têm a noção de que o

estão a fazer. Como por exemplo, a questão das discussões, da violência doméstica, das separações dos pais ou até de sujeitar a criança a ouvir falar mal da mãe ou do pai. Portanto, há aqui um conjunto de negligências que os adultos não têm a noção que prejudicam a criança. A violência não é só física, também é verbal. As palavras são muito duras. A minha área de formação é psicologia e há uma frase que eu nunca mais me esqueço e que considero que nós devíamos retê-la como principio que é: As nossas palavras são as sementes que nós colocamos na mente, ou seja, a forma como nós dizemos tem um impacto brutal no desenvolvimento da criança. Portanto, a forma como nós verbalizarmos tem um eco completamente diferente e às vezes sem querer estamos a agredir e a maltratar usando expressões que não são as mais adequadas para as nossas crianças.

Vereadora Claúdia Vieira

Nós realizamos o acompanhamento politico à estrutura da CPCJG. Em primeiro lugar o Município tem um papel de extrema importância no apoio à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, no

ponto de vista de logística, na disponibilização de meios, na colaboração das atividades e das propostas que são feitas pela Comissão que, na maior parte das vezes, também necessitam de dotação orçamental que no qual, o Município também lhes destina para poder viabilizar essas mesmas ações. A CPCJ tem duas estruturas, tem a restrita que é aquela que é composta pelos técnicos que fazem o acompanhamento direto e depois tem a comissão alargada que é aquela estrutura que envolve outros parceiros e que tem um papel de sensibilização e de apoio à comunidade. Portanto, nós, para além de termos técnicos afetos à comissão restrita, também participamos na comissão alargada, no entanto nós criamos diferentes programas para complementar a intervenção e a ação da CPCJ. Ou seja, a CPCJ identifica um caso. Faz a avaliação e depois caso haja a necessidade de intervenção psicológica de determinado jovem,

Comissário da PSP

Madalena Lima

Luís Martinho Alves Augusto

Advogada

cidadão, pai de filhos e como é normal, aquela imagem de uma criança vítima de maus tratos por parte dos progenitores ou de algum familiar, sem nunca identificar o menor, é assunto de conversa em casa e durante algum tempo fica essa imagem, porque é que um pai ou uma mãe infligem maus tratos a crianças. Que tipo de papel/ações vocês desempenham, enquanto Forças de Segurança de Gondomar, relativamente aos casos de Maus tratos dos menores? É um papel muito importante, uma vez que em muitos casos, é a PSP que tem a primeira intervenção com o menor, em situações de perigo/risco ou maus tratos. Após o conhecimento da notícia, de imediato se dá conhecimento dos factos à autoridade judiciária e por sua vez à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ), no caso em concreto com a CPCJ de Gondomar, com a qual existe um excelente relacionamento. Quando saem do trabalho, vocês conseguem distanciar-se destes casos? Como é para um Agente lidar com casos de maus tratos infantis? Em determinados casos, existem algumas situações, em que temos de deixar o nosso lado profissional e “vestimos” a pele de um simples

Qual é a parte mais complicada que vocês tem que fazer quando lidam com estas situações? Por vezes é complicado quando existe alguma resistência por parte dos progenitores, por exemplo, aquando da retirada de um menor aos pais, para o mesmo ser institucionalizado. Certamente que, ao longo dos seus anos de carreira, muitas histórias passaram por si, há alguma que relembre com mais carinho? Ainda recentemente, acompanhei a retirada de uma criança de 18 meses de idade, à sua progenitora, uma vez que a mesma foi acusada de lhe provocar maus tratos e o pai estar detido num estabelecimento prisional. Foi uma situação muito difícil de gerir, dado que a criança naquele momento, estava à guarda do avô materno e no momento da retirada, a criança agarrou-se ao pescoço do avô e foi complicado separar um do outro.

Considero que se um filho é uma dádiva de Deus, cuidar dele é uma missão divina. O concelho de Gondomar, como qualquer outro concelho, pode colaborar na defesa das crianças e jovens de hoje, por várias formas, evitando que aqueles que se tornarão os adultos de amanhã, cresçam com traumas, que poderão fazer com que sejam problemáticos e causem transtornos à sociedade. O Município de Gondomar já apoia a CPCJ a nível logístico, mas poderão existir mais medidas de prevenção, apoiadas pelo Executivo, nomeadamente: planeamento e concretização de projectos de integração de crianças e jovens na comunidade local - tais como grupos de animação teatral, grupos desportivos, grupos musicais - que poderão ser uma forma de união entre os jovens e fazer com que sintam que são importantes para os cole-

gas e para a sociedade em geral. Aliás, este será o próximo projecto do Rotary Club de Gondomar. É, igualmente, importante a divulgação dos direitos das crianças, enfatizando também os deveres. Os pais deveriam ter intervenção nas actividades dos filhos, para que pudessem ajudar a incentivá-los. Paralelamente à minha intervenção, como presidente do Rotary Club de Gondomar, colaboro, a nível pessoal, com a CPCJ, procurando aliviar as técnicas dos problemas com que se deparam. Quando um caso é reportado à CPCJ é tratado a nível técnico e só depois se segue a minha intervenção, a nível jurídico. As dificuldades a nível jurídico dependem dos casos a resolver. Dado que tenho uma carreira com mais de 30 anos em Portugal e no Brasil, estou acostumada a tratar casos de maus tratos infantis. Acho que sou advogada “desde que nasci” e, como tal, no final do dia, “levo” os casos comigo. Se alguém presenciar uma situação de violência infantil deve comunicar, de imediato, às autoridades, que darão seguimento aos trâmites legais, tanto mais que são crimes públicos.


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SOCIEDADE

Águas de Gondomar aposta em painéis fotovoltáicos A Águas de Gondomar S.A., (AdG) vai proceder à instalação de painéis fotovoltaicos nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Gramido, Rio Tinto e Rio Ferreira, em parceria com a empresa ReWatt, uma medida que se destina a produzir energia para autoconsumo nas referidas estações de tratamento e que permitirá reduzir a emissão de 230 toneladas de CO2 por ano.

ídos pelas infraestruturas de Gramido, Rio Tinto e Rio Ferreira, com potência total instalada de 0,5 MWp, que garante a produção anual de 697 MWh de energia limpa. Ao investir em medidas sustentáveis, amigas do ambiente e com produção de energia própria, a AdG está a assegurar uma menor dependência em relação aos fornecedores externos de

energia e a reduzir a fatura no final do ano. Jaime Martins, diretor-geral da AdG, assinala que “a energia produzida pelos equipamentos fotovoltaicos nas três ETAR equivale ao consumo anual de 143 famílias e a 2771 árvores plantadas por ano”, destacando ainda que “a instalação de painéis fotovoltaicos é uma solução ecológica, mas é tam-

bém garantia de poupanças a médio e longo prazo.” A aposta neste tipo energias limpas vai ao encontro do compromisso da AdG e da estratégia de descarbonização que a empresa tem vindo a implementar nos últimos anos, no sentido de reduzir a pegada ecológica e de contribuir para um planeta mais sustentável. ■

A aposta neste tipo de sistema energético representa um investimento de 320 mil euros e implica a instalação de 1024 painéis fotovoltaicos, distribu-

Intervenção Precoce em debate A Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) dinamiza, já desde 2020, encontros de cariz regular nos quais abordam temáticas de interesse para pais, cuidadores e pessoas com paralisia cerebral. No dia 24 de abril realizou-se mais um desses “Tempo Família”, desta vez centrado na temática da Intervenção Precoce. Foram quatro os convidados para o encontro (em formato digital) intitulado “Intervenção precoce... e depois?”. Joaquim Alvarelhão (professor e investigador que desenvolve trabalho na área da Paralisia Cerebral), José Patrício (professor, presidente da Direção da Associação de Paralisia Cerebral de Almada-Seixal e pai de uma jovem com Paralisia Cerebral), Raquel Rodrigues (estudante universitária e cliente da APPC) e Sónia Moreira (advogada e também cliente da APPC) foram os convidados da videoconferência da manhã de 24 de abril.

“Urbanitos” em plena atividade

Abílio Cunha, presidente da Direção da APPC, abriu o mais recente encontro e frisou a relevância de se abordar as questões da intervenção precoce – tanto mais que, como referiu, “é um tema muito apelativo e que gera, na fase inicial da vida, muitas expectativas e talvez ainda mais frustrações...” O responsável da instituição dinamizadora do encontro defende que a aposta na qualidade de vida das pessoas com paralisia cerebral “tem que obrigatoriamente começar o mais cedo possível, mas sempre respondendo e integrando os objetivos pessoais de cada um dos envolvidos”. Depois de praticamente duas horas de debate (moderado por Joana Cardos, terapeuta ocupacional da APPC) houve ainda tempo para inúmeras perguntas – quer de familiares, quer também de várias pessoas com paralisia cerebral que “compareceram” neste “Tempo Família”. ■

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O mês de abril foi um período repleto de diversão para crianças e jovens da Creche e Jardim de Infância “Urbanitos”, da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC). Tudo começou com workshops de Páscoa e, alguns dias depois, era assinalado o Dia Mundial do Livro Infantil – comemoração que contou com a presença da companhia de teatro de marionetas “Historioscopio” que apresentou a peça “Quiquiriqui”. Depois, a 26 de abril, no Jardim de Infância, aconteceu a visita (e atuação em auditório ao ar livre) da dupla “Indy e Lipe” com um concerto para crianças. Quase no final do mês, a 29 de abril, Dia Mundial da Dança, meninos e meninas da Creche estiveram a dançar músicas do Mundo. Por seu lado, no Jardim de Infância, coube ao professor João Alves animar a manhã com uma série de coreografias. Ainda durante o mês de abril as crianças do “Urbanitos” realizaram os preparativos para o Dia da Mãe, desenvolveram atividades na Horta Peda-

gógica e fizeram diversas outras iniciativas (decorrentes dos projetos lúdicos de sala). A Creche e o Jardim-de-Infância “Urbanitos” acolhem crianças desde os quatro meses até ao ingresso no 1.º Ciclo do Ensino Básico. As duas unidades da APPC funcionam todos os dias úteis das 07h30 às 19h00, disponibilizando todos os apoios técnicos e humanos necessários para o crescimento saudável e feliz de todas as crianças e jovens. A Creche “Urbanitos” resulta de um acordo de comodato com a Câmara Municipal de Gondomar, funcionando na Cooperativa dos Funcionários Judiciais, nos Carregais (União das Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim). O Jardim-de-Infância “Urbanitos”, para além das atividades lúdico-pedagógicas, e por partilhar espaços e valências da “Villa Urbana” de Valbom com outros serviços, permite às suas crianças contactarem com uma realidade que não será habitual no seu quotidiano nem muito frequente noutros espaços similares. ■


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CULTURA

“Quando o povo ocupou o que era seu” Ana Paula Correia, Micaela Santos e Daniel Vieira são os três responsáveis pelo livro “Quando o povo ocupou o que era seu”. Um livro que promete demonstrar através de entrevistas, estudos científicos e documentos oficiais da época uma luta pela justiça vivida pela população. O intuito dos autores é perpetuar, para as gerações futuras, a memória e preservar os testemunhos daqueles que sentiram na pela a dura vida Mineira. “Este projeto, na verdade, surgiu há cerca de sete anos. Quando decidimos comemorar os 40 anos deste acontecimento histórico que, agora, evocamos no livro. Esta obra surge depois de realizamos aqui a exposição de comemoração sobre os 40 anos do Centro Revolucionário Mineiro”, revela Daniel Vieira ao nosso jornal. O escritor continua a expli-

car que a questão que se impunha era como transformar essa exposição, num instrumento de maior divulgação, “Havia a necessidade de dar um enquadramento teórico e legível e, foi isso que acabou por originar este livro que preserva essa memória e a divulga para as gerações futuras”. Esta obra retrata a história do movimento que, em 22 de Maio de 1975, ocupou os antigos escritórios das minas de carvão de São Pedro da Cova, um processo que deixou profundas marcas na comunidade local. Sobre a revolução, Daniel explica que “Contar todo o processo revolucionário que decorreu em São Pedro da Cova, num único livro não daria, mas acredito que estamos perante um contributo sério para retratar um momento específico que é o Centro Revolucionário Mineiro ”. Sobre o Centro Revolucionário, Daniel Vieira, elucida-nos referindo que este processo ajudou “A dar um sentido político a esta Freguesia. Porque durante a exploração mineira temos várias lutas desencadeadas pelos operários. Que acabaram por ser importantes para a formação de uma consciência social e política. Entretanto, as minas encerraram em 1970. No que concerne à pesquisa, Micaela Santos revela o seguinte: “A pesquisa foi feita pelo Museu Mineiro e nesse sentindo tivemos que consultar o arquivo do Museu, porque todas as informações referentes à época foram recolhidas para a exposição já mencionada, que foi promovida pela Junta

> Na foto: Ana Paula Correia, Daniel Vieira e Micaela Santos

de Freguesia e que decorreu aqui no Museu Mineiro. Todas as fontes são verídicas”. Para Micaela Santos, a fase de investigação foi realmente criteriosa, porque num livro como este não há margem para erro. A responsável afirma ainda que este livro pretende reforçar a identidade que já existia em São Pedro da Cova. O prefácio ficou a cargo do historiador Mazola, que já conta com enumeras publicações sobre este tema. Simultaneamente, a obra conta com um posfácio da Presidente dos Amigos do Centro Revolucionário Mineiro, a professora Jerónima Santos. Sobre o assunto, Ana Paula adiantou que a apresentação do livro irá decorrer no dia 22 de

maio, pelas 18 horas, no Auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. Para assistir o evento, é necessário a realização de uma pré-inscrição através do email 45anoscrm@ gmail.com ou através do Museu Mineiro. O livro é apresentado no dia em que se comemora o aniversário deste movimento que daria origem ao Centro Revolucionário Mineiro. A apresentação será da responsabilidade do professor José Manuel Lopes Cordeiro que, também, tem trabalhado com São Pedro da Cova e com Museu. O livro estará disponível na Almedina, Fnac, Bertrand, nas grandes livrarias e diretamente com a editora. Posteriormente, também estará disponível no Museu Mineiro. ■

Ei! Marionetas está de volta aos palcos O Ei! Marionetas – Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar – regressa este ano para a sua (6ª e) 7ª Edição. Promovido pelo Teatro e Marionetas de Mandrágora e com o apoio do Município de Gondomar, da Direção-Geral das Artes e do Ministério da Cultura, o Encontro irá decorrer entre os dias 10 e 14 de junho e de 1 a 4 de julho. Durante o Ei! Marionetas, mais de 20 oficinas para famílias, escolas e profissionais das artes e de 30 espetáculos de rua e sala terão lugar em pontos distintos do concelho de Gondomar. A estas iniciativas somam-se ainda um debate, uma exposição, cinema de animação e dois projetos comunitários, dirigidos a todas as idades. Mais do que nunca, o Ei! Marionetas é um grito de chamada de atenção para a Arte. Depois de ter estado confinada, a Arte do Encontro surge este ano em dose dupla, para que nada se perca e a conquista do regresso seja assinalada em dobro. Uma vez que em 2020 não se realizou aquela que seria a 6ª Edição do

Encontro, foi reunida a programação do ano anterior à Edição de 2021, designando-a assim por (6ª e) 7ª Edição do Ei! Marionetas. No dia 12 de maio foi apresentado a programação desta nova Edição numa conferência de imprensa que decorreu no Auditório Municipal de Gondomar. Antes da conferência de imprensa, o público presente foi contemplado com o espetáculo “Papim Papa Palavras”, que marcou o arranque deste Encontro em torno das marionetas. O evento contou com a presença do Vice-Presidente e Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo, Clara Ribeiro e Filipa Mesquita, por parte do Teatro e Marionetas de Mandrágora O Vice-Presidente e responsável pelo Pelouro da Cultura de Gondomar, Luís Filipe Araújo, fez questão de deixar uma palavra meritória aos envolvidos nesta iniciativa: “Considero que são sempre momentos de alegria quando o trabalho meritório é reconhecido, como é aqui o caso. Vivemos tempos difíceis de pandemia. No ano passado não foi possível acontecer o Ei! Marionetas, como tantas outras iniciativas por esse mundo fora. Todos nós cá sabemos que a cultura faz falta. E, aqueles que estão profissionalmente ligados a esta atividade também passaram e continuam a passar momentos muito difíceis, que nem sempre são bem compreendidos por quem pode ajudar. Esperemos que isto possa resolver-se o mais depressa possível. O Município vai continuar a apoiar este projeto, pelo menos enquanto tivermos responsabilidades nesta área. E o nosso desejo é que ele possa crescer. Se os projetos tem virtude, a própria comunidade vai ganhar

com isso e é o que tem acontecido com esta iniciativa. A mensagem que deixo é esta: Esta iniciativa está a chegar a uma encruzilhada e considero que ela tem que crescer. Não me perguntem como. Mas na última edição, já falamos nisto, agora já não podemos andar para trás e não podemos ir embora, porque eu não sou pessoa de desistir. Este ano, não dá, não é o ano certo para isto, mas para o ano, se as coisas correrem bem, vamos ter que dar mais vigor a esta iniciativa, porque é o que cultura merece”. Ao público presente na sala, Filipa Mesquita, deixou o seu apelo para a população aproveitar e viver a cultura, “Sem dúvida nenhuma que o Ei! Marionetas é o maior grito que nós precisávamos de dar, precisávamos sobretudo de trazer o público que há muito tempo não tem a oportunidade e a possibilidade de usufruir da cultura. Agora, que finalmente estamos nesta fase de recuperação da pande-

mia que nos afetou, precisamos todos de gritar Ei! Marionetas. Precisamos todos de nos juntar e voltarmos a usufruir de bens culturais que nos fazem bem, não só à mente, mas também ao coração”. A responsável fez ainda questão de mencionar e agradecer os apoios de algumas entidades: “O apoio que é dado pela Câmara Municipal de Gondomar, é um grande apoio que nós temos, tem sido fundamental e simultaneamente, temos o apoio do Ministério da Cultura e da Direção Geral das Artes”. De forma a garantir a segurança de todos, as atividades estão limitadas a um número reduzido de participantes e espectadores, pelo que toda a programação teve de ser repensada. O EI! Marionetas estará em digressão com eventos pelas freguesias do concelho de Gondomar. Todas as informações sobre o evento podem ser consultadas no link: https:// ei.marionetasmandragora.pt/.■


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CULTURA

Melres e Medas, desde os romanos aos dias de hoje A história das duas freguesias já era contada e ainda os romanos não as haviam ocupado. Uma historia longa e secular, marcada pela riqueza que possuíam. Estivemos à conversa com Manuel Soares, natural de Melres, Historiador, e António Carvalho, natural de Medas e um apaixonado pela história da sua freguesia. Ambos partilharam os seus conhecimentos sobre as terras que, hoje, formam uma só. Na queda da monarquia Melres e Medas já pertenciam ao concelho de Gondomar. Com o surgimento da República, as freguesias desenvolveram-se enquanto órgão político separado da Igreja Católica. Em 1916, deixamos de designar de Junta de Paróquia e passa a ser designado de Junta de Freguesia. As duas freguesias eram grandes produtoras de vinho e nozes chegando mesmo a exportar. Até 1960, ninguém saía de Melres e Medas para comprar produtos, pois estava incutida uma cultura de autossuficiência. Só a partir da segunda guerra mundial, com a aposta na industrialização em Portugal é que este paradigma mudou. Para contar a história de Melres, temos o testemunho do historiador Manuel Soares. Melres em latim significa “terras de mel”. Assim sendo, podemos deduzir que este território seria um grande centro de apicultura. São várias as versões que justificam a origem do nome. Uma delas é a expectável existência de muitos pássaros. Enquanto que a outra versão seria proveniente do hebraico e significava “uma terra cheia de produtos oriundos das entranhas da terra”. Era das duas Freguesias, a mais rica, a com as instituições mais importantes e a mais relevante a nível social. Era uma terra marcada pela exploração de gado e tem na sua génese duas feiras importantes que atrai a atenção da população das terras vizinhas. Melres tinha como principal vantagem o facto de ser junto ao rio o que facilitava as trocas comerciais e valorizava a região. Ao contrário de Medas que era das duas a mais montanhosa e sem os privilégios que Melres tinha. A atual Junta de Freguesia é um edifício de grande peso histórico para o concelho de Gondomar. Era uma casa de nobres, que remonta aos anos de 1601. Aqui vivam pessoas ligadas à vida militar, religiosa… Uma das famílias mais importantes que lá habitaram, eram os Porto Carre-

ro. Na altura das invasões francesas em Portugal, um dos membros desta família foi acusado de Jacobino (a favor dos franceses) pelo próprio povo. Foi morto e atirado ao rio. Mais tarde, descobriu-se que estava inocente e que tinha sido acusado através de um boato lançado por um inimigo. Hoje, existe a Praia Fluvial de Porto Carrero, local onde o corpo foi encontrado. Antigamente, a Junta de Melres encontrava-se situada no atual centro de saúde, no entanto, a Câmara Municipal comprou e dou este edifício histórico à Junta de Melres. Em 1909 dá-se uma gravíssima cheia, onde ainda hoje se pode ver a marca da mesma na igreja. Na altura, o atual edifício da Junta teve um grande prejuízo de 90 contos (450 €).

Para contar a história de Medas, temos o testemunho do antigo presidente da Junta de Freguesia de Medas, António Carvalho. Medas em latim significa “Meta”, o fim.

A Junta de Freguesia de Medas não foi sempre no mesmo local, mas está lá desde janeiro de 1986 que, curiosamente, foi o ano que António Carvalho assumiu a presidência da Junta.

CURIOSIDADES - Na Carta de Foral de 15 de setembro de 1514, a Lomba fazia parte de Melres, juntando assim as duas margens do rio onde a atual freguesia da Lomba se situa. - A Banda de Musica de Melres, é uma das Associações mais importantes da zona. Segundo Manuel, é uma das melhores da zona e é respeitada pelos seus concorrentes. Esta banda tem “mais músicos por m2” do que qualquer outra.

> Na foto: António Carvalho e Manuel Soares

No final do século XIX, a emigração para o Brasil marcou a região. As pessoas apanhavam o comboio em Devesas, que funciona desde 1867, com destino a Lisboa. O intuito era apanhar o barco para ir à procura de uma vida melhor, visto que Medas era uma terra com muita pobreza. Um dos marcos mais importantes para Medas decorreu em 1930, quando o estado central mandou construir uma estrada que acabou por mudar a trajetória do comércio da zona onde, anteriormente, era realizada pelas margens do rio. Apesar de mais pobre que Melres, Medas teve acesso as estradas primeiro. Em 1957, dá-se a chegada da estrada nacional. No século XIX, as

principais culturas eram: milho, batata, centeio, trigo, vinho, azeite e linho. Cada família plantava para consumir mais tarde. Em termos de roupas, a classe média usava lã e o linho de ovelha para fazer o vestuário. Os tecidos mais grosseiros eram produzidos em teares na freguesia. Outros tecidos como a ganga, a chita, o veludo e a seda eram comprados nas feiras das redondezas. As pessoas mais pobres andavam descalças. No verão usavam roupas de serapilheira, linho, lã e nunca usavam roupas de veludo ou seda, que eram tecidos para os mais ricos. Em Medas, atualmente, ninguém vive da agricultura, fruto do desenvolvimento que a zona teve.

28 de janeiro de 2013 No âmbito de uma reforma administrativa nacional, a partir deste dia extinguiu-se a freguesia de Melres e a freguesia de Medas. Formou-se uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Melres e Medas. É uma freguesia portuguesa situada no concelho de Gondomar, com uma área de 27,81 quilómetros quadrados e uma população de 5820 habitantes (Dados Censos 2011). São povos diferentes, cada um com as suas virtudes, mas para António voltar à anterior designação de apenas “Medas” e “Melres” tornaria a governação destes territórios mais próxima dos cidadãos, logo mais criteriosa na avaliação das prioridades.. Brasão de Medas A freguesia de Medas tem pouco território rico e agrícola, por isso a agricultura em Medas viveu sempre com o complemento da Serra dos Açores. Segundo António, a partir de 1930, alguém lhe começou a chamar de Serra das Flores cujo o nome antigo era Serra dos Açores. Os agricultores precisavam deste complemento, daí a importância da serra. A serra é visível no brasão assim como o rio que era fundamental para o transporte de lenha para o Porto. Os terrenos junto ao rio eram valiosos porque estes eram considerados a única “estrada” para a cidade, até 1930. Brasão de Melres Os sete bares em tons de dourado e azul referem-se às sete quintas (quintas) mencionadas no foral do Rei D. Manuel de Melres. A flor de lis é o símbolo de Santa Maria, a padroeira local. O suporte mostra centeio e milho e remete ao caráter agrícola, bem como à consagração que a Câmara Municipal devia prestar ao representante do rei.


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CULTURA

Ir ao cinema é seguro Devido à pandemia da Covid-19, o setor da cultura foi muito prejudicado devido ao cancelamento das atividades. No mês passado, mais propriamente no dia 19 de abril, as salas de cinema voltaram a reabrir. O VivaCidade foi ao Parque Nascente verificar como está a correr o desconfinamento nas salas de cinema. A sessão escolhida foi o Santuário das Sombras. Um filme de terror, com um elenco de renome internacional, que conta com a participação do ator português Diogo Morgado. Relativamente à sinopse do filme, o enredo passa em torno da história de Alice, uma jovem com deficiência auditiva que, após uma suposta apa-

rição da Virgem Maria, fica inexplicavelmente capaz de ouvir, falar e curar os doentes. À medida que a notícia se espalha, as pessoas de perto e de longe reúnem-se para testemunhar os seus milagres. Um jornalista desacreditado (Jeffrey Dean Morgan), que tenta fazer ressurgir a sua carreira, visita a pequena cidade de Nova Inglaterra para investigar o caso. Quando, por toda a parte, surgem acontecimentos aterradores, este jornalista começa a questionar se esses fenómenos serão obras da Virgem Maria ou de algo muito mais sinistro. Na sala de cinema encontramos Mário Azevedo, que nos revelou estar feliz com a reabertura dos cinemas, “Sou um cliente assíduo no Parque Nascente e tinha imensas saudades de assistir a um filme num ecrã gigante. Em relação ao filme, Santuário das Sombras gostei do filme de forma geral e sobretudo da interpretação do nosso Diogo Morgado. Irei ver, brevemente, o filme Um lugar Silencioso 2, com a Emily Blunt”.

Quando questionado sobre as questões de segurança que o Cinema NOS dá aos seus clientes, Mário referiu o seguinte: “Senti-me muito seguro na sala de cinema, os funcionários demonstravam muita preocupação com os clientes e, a nível de higiene, nos espaços das instalações, não tenho nada a apontar. Apesar de não poder-

mos comer nas salas de cinema, compreendo perfeitamente que é para a nossa própria segurança”. O Cinema NOS situado no Parque Nascente, contém ainda um vasto leque de filmes disponíveis para todos os gostos e para todas as idades. A população interessada pode consultar a lista no site: cinema.nos.pt. ■

Filigrana de Gondomar na «Expo Dubai 2020» Decorreu manhã do dia 17 de maio, a Cerimónia de Assinatura do Protocolo entre a Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E. P. E. (AICEP) e os Municípios de Gondomar, Miranda do Douro e Vila Real, que vão representar a região do Porto e Norte na «Expo Dubai 2020». O protocolo que leva a Filigrana de Gondomar ao Médio Oriente foi, curiosamente, assinado no Salão Árabe do Palácio da Bolsa. Esta que é “a jóia da coroa” da ourivesaria da Gondomar chegará ao Dubai em dezembro deste ano. Segundo Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, é urgente “recuperar o Turismo da região”, sendo um “orgulho para Gondomar levar a Filigrana ao Dubai”. No

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seu discurso, o autarca relembrou as ações do Executivo que visam a promoção desta arte secular, tais como a criação da Rota da Filigrana e o futuro Museu Municipal da Filigrana de Gondomar. A Expo 2020 Dubai irá decorrer entre 1 de outubro de 2021 e 31 de março de 2022, promovendo um intercâmbio económico, científico, tecnológico e cultural entre vários países. Sob o mote “Connecting Minds, Creating the Future”, a Exposição proporcionará aos países participantes a partilha não só das suas experiências de desenvolvimento e de inovação, a difusão de ideias e projetos, mas também a exploração, em conjunto, de novas abordagens. A programação no pavilhão de Portugal foi definida com base nas classificações e candidaturas a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Nesse sentido, a presença do Município de Gondomar surge no seguimento da submissão da Filigrana de Gondomar ao Inventário Nacional. Além disso, atributos como a qualidade, a autenticidade e o legado comum garantem o alinhamento da Filigrana de Gondomar com os objetivos da participação de Portugal na Exposição. ■

Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto. Registo Comercial Registo Predial Registo Automóvel Reconhecimentos Autenticações Procurações Certificações Traduções Contratos

Escrituras Doações Testamentos Partilhas Sociedades Empresas na Hora Registo de Insolvências Recuperação de Créditos

Email: madalenadelima.advogados@gmail.com

CONFIANÇA CONFIANÇA

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Facebook: @advogadamadalenadelima

ÉTICA

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LEALDADE

ESCRITÓRIOS 1: Travessa da Ferraria, 9 – Venda Nova – 4435-468 Rio Tinto 2: Rua Dr. Pedro Dias, 45 – Paranhos – 4200-441 Porto 3: Largo do Campo Lindo, 13 – Paranhos – 4200-142 Porto

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POLÍTICA

Executivo municipal encontra solução para as 28 mil toneladas de resíduos a mais O final do ano de 2020 e o início do ano de 2021, ficaram marcados pelo início da segunda fase da retiradas dos resíduos tóxicos depositados em São Pedro da Cova. No entanto, para surpresa dos envolvidos, há duas ou três semanas atrás, foram detetados mais 20%, ou seja, aproximadamente mais 28 mil toneladas do expectável inicialmente. Na sequência deste novo dado, antes do assunto ser de conhecimento público, para Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, era urgente arranjar uma solução para este problema, porque segundo o autarca, “Não podíamos esperar, nem arrastar este problema para uma terceira fase”. Foi nesse sentido que, após o contacto da

CCDRN, o executivo municipal colocou como prioritário encontrar uma solução para o problema, “De imediato começaram a ser realizadas reuniões entre a Câmara Municipal, a CCDR e o Ministério do Ambiente”, Marco Martins explica que “Foi uma corrida contra o tempo, porque as obras não podiam parar”. Das reuniões realizadas, ficou assegurado pelo Ministério do Ambiente à Câmara de Gondomar um financiamento extraordinário de, aproximadamente, 2.2 milhões de euros. Nesse sentido, não será necessário realizar uma terceira fase. “É um motivo que nos deixa muito contentes e, particularmente, satisfeitos, porque ficamos com a garantia de que São Pedro da Cova ficará livre de resíduos após 20 anos. Conseguimos em tempo recorde, antes que viesse a público arranjar uma solução, e é por isso que digo que, as coisas não se resolvem com ruído, mas com ações e foi o que nós fizemos, foi agir”. A retirada dos resíduos perigosos teve início com o Executivo Municipal liderado por Marco Martins, em outubro de 2014. Na primeira retirada, era expectável a remoção de 88 mil toneladas, mas, na verdade, foram retiradas mais de 105 mil. Aquando do término da primeira fase, tornou-se evidente a necessidade de se proceder a uma nova remoção dos Resíduos Depo-

sitados nas Escombreiras das Antigas Minas. Esta segunda fase serviria para retirar o remanescente apurado e que correspondia a uma massa de resíduos de 137 mil toneladas. De forma a dar seguimento a esta segunda fase, e assim possibilitar a retirada dos resíduos, foi necessário a intervenção da autarquia, através da expropriação de terrenos, em 2019, com o Pedido de Declaração de Utilidade Pública com Carácter Urgente. Sob o mote “Expropriar, retirar resíduos perigosos e reabilitar”, a decisão da Câmara Municipal em expropriar os terrenos veio representar um investimento superior a 1,7 milhões de euros na aquisição de cerca de 19 hectares. A Câmara Municipal de Gondomar tomou

posse definitiva das parcelas em julho de 2020 e, logo de seguida, as mesmas foram disponibilizadas à CCDR-Norte, para que a empresa contratada por esta entidade procedesse à montagem do estaleiro e à preparação da operação. Em outubro do mesmo ano, após dois meses, tinha início a segunda fase da remoção. Em causa estão os terrenos onde foram depositadas toneladas de resíduos industriais perigosos provenientes da Siderurgia Nacional, que laborou entre 1976 e 1996, na Maia. Os terrenos incluem as escombreiras das minas, o complexo mineiro, que nos anos 1930 e 40 foi responsável por cerca de 65% da produção nacional de carvão, e a zona do Cavalete do Poço de São Vicente. ■ PUB


VIVACIDADE | MAIO 2021

POLÍTICA

Obra do novo espaço verde em São Pedro da Cova O intuito deste parque, para além de trazer a natureza para mais perto da população, é de destacar a história Mineira de São Pedro da Cova e dar uma nova vida à freguesia. Isto porque a intervenção irá requalificar todo o espaço envolvente do Museu Mineiro e do Tanque das 3 Pernas, dois pontos de referência de São Pedro da Cova. O executivo municipal espera que a obra esteja concluída no prazo de um ano. No início do mês, dia 4 de maio, pelas 11h da manhã, a empreitada do Parque Urbano de São Pedro da Cova arrancou formalmente. A intervenção abrange uma área de aproximadamente 20 585 m2 e representa um investimento de 1,5 milhões de euros. O novo espaço verde que está a ser construído irá contemplar a criação de espaços diversificados, tais como: um miradouro/ teatro informal ao ar-livre; uma plataforma panorâmica; uma zona de recreio infantil e juvenil; uma zona para prática desportiva; e ainda uma outra zona com equipamentos de fitness/ geriátricos. Contemplada na intervenção está também toda a envolvente do Museu Mineiro/Casa da Malta – um ponto de referência para a União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. “Neste espaço verde que corresponde ao antigo estádio de Futebol do São Pedro da Cova, vai nascer um Parque verde de lazer, que vai ter um conjunto de equipamentos ao serviço da população, bem como pretende englobar no seu

projeto o Museu Mineiro e o Tanque das 3 Pernas. O intuito é fazer desta zona um local de convívio para a população. Queremos transformar este espaço num centro vivo aqui em São Pedro da Cova”, revelou Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar. Para o Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, Pedro Vieira, “Nós temos sempre lutado pela preservação da história Mineira. E, atendendo ao facto deste terreno pertencer à Câmara Municipal, temos sempre insistido pela requalificação deste espaço, para que a população possa usufruir mais deste local que estava ao abandono. Tendo em conta também a história, esperemos que não seja um parque só pra lazer, mas também que este parque tenha conteúdo histórico, perante aquilo que aconteceu nas últimas décadas. Nós fizemos propostas para o melhoramento do parque e para que este ficasse mais acessível e com mais conteúdo histórico”. A projeção da obra ficou ao encargo do Arquiteto Nicola Natali, que revelou ao VivaCidade o seguinte: “Nós vemos este Parque como um elemento de grande potencialidade para esta zona. Tem uma localização estratégica

e achamos que pode ser um elemento catalisador e um ponto de partida de uma requalificação que se possa depois estender para o resto da freguesia. Em termos de Parque em si, ele tem uma serie de valências diferentes, que se destinam a pessoas que procuram num parque coisas diferentes. Existe uma zona que é a cota mais alta, que está ligada à interpretação da memória da exploração mineira. Com este projeto nós quisemos envolver o Museu Mineiro e o Tanque das 3 Pernas, que será reabilitado. E, sendo um elemento alto, colocaremos uma estrutura, um mirante, que possibilitará à população observar o Parque e a morfologia do terreno”. O arquiteto explica ainda que: “Este é um trabalho minucioso que procura, em primeiro lugar, observar e reconhecer as potencialidades subjacentes de um determinado lugar e saber tirar partido delas e faze-las brilhar. Por outro lado, temos que saber reconhecer os problemas, que são de natureza urbanística. São Pedro ainda reflete um crescimento urbanístico não linear e com alguns problemas. Portanto, houve neste projeto, o cuidado de reconhecer estas fracturas e a tentativa de as resolver”. ■

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Hospital Fernando Pessoa

GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA A Ginecologia/Obstetrícia é a área da Medicina que se dedica à saúde da mulher nas diferentes fases da sua vida reprodutiva, desde a infância até à menopausa. O Hospital Fernando Pessoa dispõe de uma equipa médica e de enfermagem diferenciada, assim como todos os recursos técnicos necessários para a prestação dos melhores cuidados de saúde, tanto no âmbito de Ginecologia, oferecendo consultas e exames altamente específicos e diferenciados, como em Obstetrícia, com o acompanhamento da mulher na fase pré-concecional para planeamento de gravidez, durante a gravidez, no parto e no pós-parto, com a vigilância e o aconselhamento necessários a cada fase. Assim, temos ao seu dispor todo um conjunto diversificado e diferenciado de consultas e exames, tais como: - Consulta de Ginecologia Geral; - Consulta de Obstetrícia; - Consulta de Menopausa; - Consulta de Patologia da Vulva, Vagina e Colo do Útero; - Consulta de Pavimento Pélvico; - Consulta de Planeamento Familiar; - Exames ecográficos ginecológicos; - Colposcopia com/sem biópsia do colo do útero; - Histeroscopia. Não hesite em nos contactar, estamos aqui SEMPRE, por SI e pela SUA saúde!

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POLÍTICA

PS apresenta candidato à Câmara Municipal de Gondomar Neste mês de maio, o Partido Socialista apresentou, Marco Martins, como recandidato à Câmara Municipal de Gondomar. Natural da Freguesia de Rio Tinto, o autarca de Gondomar, possui um currículo ligado as Forças de Segurança e não só. Atualmente, é Coordenador do grupo de Transportes e Mobilidade da Área Metropolitana do Porto, é Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, vogal do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses e Admnistrador Não Executivo da Metro do Porto, SA. No entanto, Marco Martins explica que, desde que tomou posse em 2013, teve sempre em mente que o seu projeto para Gondomar só terminaria no ano de 2025. Projeto esse de “Mudança e de viragem para a população Gondomarense”. Para o candidato, “Estamos a desempe-

nhar um bom trabalho e queremos fazer com que este projeto que se iniciou, seja concluído e, obviamente, esperemos que no futuro possa haver uma continuidade de uma política de esquerda em Gondomar que são importantes para este território”. O projeto do PS para Gondomar passa pela “Conclusão da rede de Parques Urbanos, por potencializar o território a nível industrial, fixar investimento, criar emprego e, acima de tudo investir na área da habitação, pretendemos arranjar habitação a preço acessíveis para que os jovens possam ficar em Gondomar e morar no seu concelho de residência”. Do seu trajeto dos últimos quatro anos, o autarca explica que o seu executivo melhorou significativamente a qualidade de vida dos Gondomarenses e destaca alguns tópicos tais como: “Temos feito muita coisa em ações materiais e imateriais, com as escolas, na requalificação na rede rodoviária, com os Parque Urbanos, com as Infraestruturas desportivas, com resíduos

tóxicos em São Pedro da Cova… Portanto, investimos mais de 100 milhões de euros, totalmente pagos. Ao que se acrescenta 80 milhões, em de amortização de dívida. Tiramos a Câmara do vermelho para o amarelo nas contas. E, acima de tudo, colocamos Gondomar novamente no mapa pelos melhores motivos. Para além disso a requalificação que temos feito no território, é

algo que nos orgulhamos muito.” Marco Martins, explica ainda que, para os próximos meses a “Prioridade não será a campanha, mas sim o trabalho e o combate à COVID-19. É nisso que estamos focados”. Ao vivacidade, o edil comentou estar “Confiante com base no trabalho feito” e refere que, “Os gondomarenses são os que tomarão esta decisão e lhes caberá a eles a escolha”. ■

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POLÍTICA

PSD e CDS assinam coligação em Gondomar Decorreu nos dia 15 de maio, pelas 11h 30, na sede concelhia do PSD de Gondomar, a assinatura da Coligação entre os dois partidos (PSD e CEDS-PP) que apoiam a candidatura de Jorge Ascenção à Câmara Municipal de Gondomar. Presente na cerimónia encontrava-se a Presidente da concelhia do PSD de Gondomar, Germana Rocha, que declarou ao VivaCidade o seguinte: “Não foi difícil chegar a este acordo. Foi um acordo que, naturalmente, gerou algo trabalho, porque estas conversações tem sempre dois lados que reivindicam aquilo que melhor querem para o seu partido. O importante aqui é que nós chegamos a um bom entendimento, que temos motivação e que vamos trabalhar em conjunto em torno daquilo que nós queremos para o concelho. Dito isto, encontrado esse ponto comum, o restante articulado, naturalmente que foi mais fácil, a partir do momento em que nós percebemos que os nossos objetivos eram comuns”. Questionada sobre qual seria o melhor resultado para a coligação, Germana vai direta ao assunto “Um bom resultado é ganhar”. No entanto, a representante do PSD reconhece que Gondomar é um território difícil, “Sabemos que estamos num território muito virado para a esquerda, no

entanto temos noção de que os gondomarenses não estão satisfeitos com esta governação socialista. Eu acredito que com muito trabalho e empenho, estas dificuldades podem ser superadas e, fundamentalmente, pretendemos conseguir levantar a nossa mensagem aos Gondomarenses. Se o conseguirmos, depois estará nas mãos deles, quererem a mudança ou não. Se não conseguirmos ganhar as eleições, certamente que quem ficará a perder não é a coligação, é Gondomar”. Na perspetiva de presidente da concelhia do CDS-PP, Pedro Carvalho, “Não foi difícil chegar a este acordo. Os partidos em termos ideológicos é muito mais aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa. Os objetivos que temos em termos de gestão autárquica tocam-se, desde a questão ambiental, a questão da carga fiscal, a atração de investimento, a rede de transportes e uma serie de outras questões. O concelho está estagnado há oito anos e não evolui, tem áreas que inclusivamente regrediu, como a questão ambiental. Temos que olhar para o concelho como um todo e não apenas para uma ou outra freguesia, porque somos todos gondomarenses.”. Para Pedro Carvalho, um bom resultado para a coligação “É ganhar! Nós estamos aqui para ganhar as eleições”. ■

Candidatos para as Autárquicas de 2021

Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

O que é a fotofobia?

Todos os dias os nossos olhos estão em constante exposição a radiações, sejam elas solares ou artificiais. A exposisação excessiva destas luzes causa uma elevada sensibildade ao nosso olho, podendo provocar graves danos. Quando esta sensibildade ocorre também em ambientes com pouca luz dá-se o nome de fotofobia. A sensação de olho seco, a dificulade em estar em ambientes claros, o constante lacrimejamento e vermelhidão ocular, são os principais sintomas desta sensibilidade excessiva. Todas as pessoas podem apresentar fotofobia independentemente da idade. No entanto, existem algumas causas que contribuem para uma maior probabilidade desta surgir. A pigmentação que dá cor à íris, com o nome de melanina, é a principal causa natural. Quanto maior for

essa quantidade de pigmento, maior a proteção do olho. Desta forma, pessoas albinas e loiras têm uma maior disposição para serem sensíveis à claridade. Pessoas com astigmatismo podem também serem mais suseptíveis a fotofobia, uma vez que a sua principal característica é alteração do formato circular da córnea, tornado-a oval. Outras causas associadas são os factores externos como a ingestão de medicamentos, o uso excessivo e inadequado de lentes de contacto e alergias, levam a que o nosso organismo fique mais vunerável. Os cuidados com a fotofobia começam com a prevenção. A melhor forma de o fazer é procurar descobrir o que está por trás do sintoma. Deve consultar o seu profissional de visão para que este possa ajudar e aconselhar com mais precisão. Muitas vezes a solução passa pelo uso de uns óculos de sol com filtro de protecção ultravioleta. As cores nas lentes dos óculos de sol têm um papel que vai além do sentido estético, selecionam a quantidade de luz que chega aos olhos, apresentando por isso diferentes formas de protecção. Se tem estes sintomas não adie mais, aconselhe-se junto do seu especialista qual a melhor solução para si.

FREGUESIAS

Os partidos políticos do nosso concelho têm vindo a anunciar os candidatos para as Autárquicas de 2021. No quadro, pode acompanhar alguns dos nomes já conhecidos. PUB

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POLÍTICA

Bloco de Esquerda apresenta candidato à Câmara de Gondomar Bruno Maia é o nome escolhido para representar o Bloco de Esquerda nas autárquicas de 2021. O candidato nem pensou duas vezes para aceitar a proposta colocada pelo concelhia do BE, “Decidi atirar-me de cabeça na ideia deste projecto”. Natural de São Pedro da Cova, Bruno Maia, para além da sua veia política, é médico neurologista e de Medicina Intensiva no Centro Hospitalar de Lisboa Central. Sobre Gondomar, o candidato refere o seguinte, “Olhando para os tempos em que vivemos, tempos de crise social e económica, aponto três pontos que considero essenciais”. A primeira questão levantada é a habitação. Na perspetiva do candidato “Gondomar precisa de investir no realojamento de todas as famílias que vivem em situações precárias. Essas famílias precisam desse apoio e as Autarquias devem comprometer-se em aumentar a percentagem de Habitação Social neste concelho. Precisamos de exercer a estratégia local de habitação que o atual executivo ainda não apre-

sentou, para beneficiar do programa que permite realojar todos os necessitados do nosso pais. Precisamos de requalificar os nossos bairros que estão em estado de degradação visível, que ainda precisam de uma requalificação energética urgente”. A segunda bandeira levantada é o ambiente. Bruno Maia destaca a questão das águas: “O preço da água no nosso concelho é das mais caras do país, paralelamente a isto temos o facto recorrente das várias descargas realizados nos rios. São dois problemas da Empresa Águas de Gondomar. Para além deles estarem a explorar os bolsos dos gondomarenses, estão a cometer crimes ambientais, estão a descarregar descargas poluentes sobre o rio Douro, sobretudo através da ETAR de Gramido, como também na própria margem do rio Ferreira em São Pedro da Cova. O próprio Presidente da Câmara já assumiu que temos este problema, mas nós temos de ter uma solução e a solução parece-me que é a Municipalização desta empresa e que pode neste momento ser feita, através de um rescisão judicial de contrato, devido ao incumprimento da empresa. Este processo devia ser iniciado já. O terceiro ponto apresentado pelo candidato corresponde à mobilidade. Sobre o tema, Bruno destaca o seguinte: “Existe um terço dos gondomarenses que saem do concelho todos os dias, para ir traba-

lhar ou estudar e os problemas são os seguinte: Primeiramente temos poucos transportes, muitas vezes sobrelotados e que demoram imenso tempo a chegar ao concelho do Porto e vizinhos. Isto passa pela questão do metro. Foi aprovada a linha que vai até ao Souto, mas o problema é que esta linha está prometida há mais de 8 anos. Achamos que houve falta de energia deste executivo para defender esta solução. A Câmara tem de criar transportes públicos, gratuitos, para Alto do Concelho, que é isso que nós defendemos e providenciar à população idosa ajudas na

deslocação para quando necessitarem de ir a um Centro de Saúde ou resolver outra questão burocrática. Em forma de conclusão Bruno Maia destaca ainda o problema de São Pedro da Cova, “Destaco o problema das minas de S. Pedro da Cova. Neste momento, temos o património histórico mais importante do concelho, que já é considerado Património Nacional, com necessidades de obras de reabilitação atendendo ao estado de degradação e de ruína que não é compatível com a memória histórica das minas e das pessoas que durante anos foram ali exploradas”. ■

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Consultório Jurídico

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Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto.

Boa Tarde Dra. Obrigada pelo seu tempo. Mudei de casa à cerca de 4 meses, com a minha esposa, filhos e o meu cão. Na altura quando falei com o meu senhorio, nunca abordarmos a questão animal. O que é certo é que passado estes meses, o mesmo proibiu me de ter o próprio animal. Nós não queremos abandonar o mesmo e em que base nos podemos defender? Obrigado. Ricardo Lopes Caro Leitor, É um direito, enquanto arrendatário, ter um animal de estimação, sendo obrigação do Senhorio assegurar o gozo do imóvel para os fins a que se destina 1031.º, alínea b) do Código Civil. Existem, contudo, alguns limites legais à introdução de animais de estimação no locado. Há que ter em conta duas situações: A primeira é que o alojamento de cães e gatos em prédios urbanos fica sempre condicionado à existência de boas condições do mesmo e ausência de riscos higiénico-sanitários. A segunda situação a ter em conta é o regulamento do condomínio. Caso habite numa fracção autónoma, pode o regulamento do condomínio proibir a detenção de animais. Neste caso, poderá estar sujeito à resolução do contrato de arrendamento pelo facto de infringir as normas do dito regulamento – artigo 1083ºn.º2, alínea a) do Código Civil. Da questão colocada, parece resultar que o Leitor vive numa casa, (sem que se coloque o problema do condomínio). Ora, neste caso não há dúvidas que o senhorio não se pode opor a que vivam animais no locado, caso do contrato de arrendamento não resulte nenhuma cláusula expressa nesse sentido. Dito de forma mais clara, se não constar expressamente do contrato que é proibida a detenção de animal de estimação, é indubitavelmente vedada ao senhorio qualquer oposição. E diga-se, mesmo que essa tal cláusula proibitiva resultasse do contrato, os Tribunais têm entendido que a mesma não tem validade, uma vez que viola o direito constitucionalmente consagrado ao Livre Desenvolvimento da Personalidade (artigo 26.º da Constituição da República Portuguesa) Daqui que só podemos concluir que, face à lei vigente neste momento, mesmo que tivesse essa cláusula no seu contrato, ela seria inválida. Por outro lado, o abandono do animal é hoje expressamente proibido ao dono pelo artigo 1305.º-A, n.º 3 do Código Civil.

ENVIE AS SUAS DÚVIDAS PARA O E-MAIL: GERAL@VIVACIDADE.ORG

Gonçalo Lixa Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão

Cuidados com o Cachorro: Plano vacinal e Desparasitação. Antes de mais: parabéns pela sua adoção! Dado o cenário grave de sobrepopulação nos diversos abrigos/ centros de recolha em Portugal, a adoção de um animal será sempre uma excelente notícia! São muitas as dimensões às quais devemos prestar atenção quando adotamos um pequeno cachorro. Hoje vou abordar, superficialmente, duas delas: plano vacinal e desparasitação. Plano Vacinal Esta é uma dimensão em que existe bastante

consenso, uma vez que todos os Médicos Veterinários (no geral), procuram seguir as guidelines vacinais da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA), bem como toda a legislação nacional existente, respeitante aos procedimentos profiláticos obrigatórios. - Que vacina/ outro procedimento é obrigatório fazer? Vacina da raiva a partir dos 3 meses e colocação de microchip até aos 4 meses de idade. - Mas só a vacinação antirrábica é importante? Não, de todo! É altamente recomendável que qualquer cachorro faça a vacina tetravalente (contra esgana, parvovirose, vírus da hepatite canina e leptospirose), visto serem todas doenças de

Renault Gondomar

NOVO DACIA SPRING REVOLUCIONA A REVOLUÇÃO ELÉTRICA Uma nova r-EV-olução Há 15 anos que a Dacia revoluciona a indústria com um modelo de negócio único, fundamentado num princípio essencial: automóveis contemporâneos, mas acessíveis. Por exemplo, o Duster veio abalar, por completo, o segmento dos SUV. Enquanto o recentemente renovado Sandero tem liderado, nos últimos anos, o mercado Europeu de vendas a clientes particulares. Hoje, a Dacia inaugura um novo capítulo na sua história, com a chegada do Novo Spring, o primeiro modelo 100% elétrico da marca. A Dacia, uma marca do grupo Renault, tem acesso ao know-how, experiência e conhecimento acumulados pelo Grupo e pela Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, na última década, enquanto pioneiros da mobilidade elétrica.

O Novo Spring é uma verdadeira r-EV-olução. Assumindo-se como o automóvel elétrico mais acessível do mercado europeu (a partir de 16.800€ em Portugal), torna a mobilidade elétrica acessível a quase todos e não apenas a alguns. Sob o aspeto SUV esconde-se um automóvel vincadamente urbano, com um espaço inigualável para quatro ocupantes e equipado com um motor elétrico simples, mas muito fiável, com uma autonomia de 230 km (WLTP combinado) ou 305 km em ambiente 100% urbano (ciclo WLTP em cidade). O Novo Dacia Spring é apresentado em três versões: • Uma versão de venda para clientes particulares, com pré-encomendas que começaram em março e com as primeiras entregas previstas para o outono de 2021. • Uma versão para empresas, já disponível para o mercado de rent-a-car, frotas e empresas dedicadas ao car-share (partilha de automóvel). • Por fim, estará disponível uma variante comercial “cargo”, sem bancos traseiros, que é a solução ideal

prevalência significativa em Portugal. Tipicamente a vacinação inicia-se às 8 semanas de idade, repetindo-se em intervalos de 3-4 semanas, até o animal ter mais de 16 semanas de idade. Deve depois ser repetida periodicamente, numa frequência que deverá discutir com o seu médico veterinário assistente. De assinalar que poderão existir algumas especificidades no plano vacinal em casos de: animais que vão viajar para o estrangeiro, animais que vivem em centro de recolha animal, entre outros. - E a vacina da Leishmaniose: essa não se faz? Pode, e deve, fazer-se, mas apenas em animais com mais de 6 meses. Desparasitação A vacinação vai ajudar a reforçar a resposta imunitária contra alguns vírus/ bactérias que existem no ambiente, mas nada faz contra os parasitas internos e externos que os afetam. Os principais parasitas internos que afetam os cães são os nematodes, os cestodes e os protozoários. Um bom desparasitante interno deve atuar, ide-

almente, sobre todos estes grupos de parasitas. Deve ser dado mensalmente, até aos 6 meses, a partir dos 15 dias de vida, passando depois a uma administração trimestral. A desparasitação externa (contra pulgas, carraças e/ou ácaros, principalmente) pode ser iniciada aos 2 dias de vida e deve ser administrada mensalmente. Apesar de existir uma densidade maior de parasitas de Abril a Outubro (meses quentes), entre Novembro e Março continuamos a verificar a presença de animais parasitados, pela persistência de dias com clima temperado, ao longo de todo o ano. De salientar que alguns parasitas externos ajudam a perpetuar infeções por parasitas internos (ex: presença de pulgas potencia pode levar a infestação por Dipylidium caninum). É, portanto, fundamental realizar ambas as desparasitações ao seu animal. Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com.

para as entregas de último quilómetro e que será lançada no início de 2022. Ao oferecer um pequeno SUV citadino, 100% elétrico, que cumpre quase todos os requisitos de um utilizador, a um preço imbatível, a Dacia ajuda à democratização e popularidade da mobilidade elétrica. UM CITADINO ELETRIZANTE, COM UM TOQUE DE TODO-O-TERRENO O Novo Spring, o primeiro citadino da Dacia, modifica os cânones instituídos para os automóveis elétricos. A apelativa e aventureira imagem exterior denuncia a robustez e o espaço interior. As linhas inovadoras são características dos SUV: cavas das rodas mais largas, barras de tejadilho, soleiras das portas dianteiras reforçadas, proteção inferior traseira e uma maior altura ao solo (151 mm em vazio). Com uma linha de cintura larga e um capot arredondado, o Spring parece tão robusto quanto é na realidade. A silhueta volumosa denuncia o espaço que se vive a bordo. E, no entanto, o Novo Spring não deixa de ser um verdadeiro citadino, sendo até bastante compacto: 3,73 m de comprimento, 1,58 m de largura (sem espelhos retrovisores) e 1,51 m de altura (incluindo as barras de tejadilho). O Novo Spring não passa despercebido. A dianteira transborda personalidade, com o capot vincado,

para-choques alargados e faróis em LED. A grelha dianteira é totalmente fechada, uma característica típica dos automóveis elétricos, mas com um estilo contemporâneo: padrões em 3D! Para além disso, aloja a tampa do carregador, que pode ser aberta através do habitáculo. Cheio de personalidade, o Novo Spring, está disponível com uma versão de lançamento com um excitante “pack” colorido: espelhos, barras de tejadilho, acabamentos das portas e as molduras das entradas de ar são em laranja ou com apontamentos no mesmo tom. No interior, os revestimentos dos bancos, assim como as molduras das saídas de ventilação e do ecrã multimédia, também são em laranja, enquanto os painéis das portas são em cinzento brilhante. Com este “traje” colorido e excitante, a mobilidade elétrica torna-se ainda mais divertida e cheia de estilo. O Eletrico Acessivel a todos!


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DESPORTO

Câmara aprova intervenções nos clubes de Gondomar O executivo Municipal levou à reunião ordinária pública mensal da Câmara Municipal de Gondomar, uma lista dos clubes que receberam uma intervenção nas suas instalações desportivas. Assim, os clubes que receberam esta requalificação/apoio serão os seguintes: Gondomar Sport Clube- Substituição do relvado natural do campo principal; União Desportiva do Sousense- Substituição do relvado natural do campo de treinos; Grupo Despor-

tivo e Coral de Fânzeres- Requalificação do Pavilhão; Melres Desporto e Cultura- Construção do campo de relva sintética; e o Sport Clube de Montezelo- Construção de um campo sintético e melhoria das instalações desportivas. O clube naval Infante D. Henrique receberá ainda um apoio para o evento “XL Regata Internacional de Gondomar”, bem como irá ser executado uma vedação das estruturas de acesso à água. Sobre o assunto, Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, referiu o seguinte: “Nós, em 2014, lançamos seis concursos para seis campos. Dois desses, depois por motivos que tem a ver com a questão do IPDJ não avançaram. E, os que

avançaram na altura foram: o Gens, o Atlético de Rio Tinto, o Estádio Municipal de Valbom e o campo mais pequeno do Gondomar. Entretanto, já esta a funcionar o campo do Sport Rio Tinto e experimentamos, pela primeira vez, realizar um contrato de um programa de desenvolvimento desportivo com o clube Ataense, onde a Câmara transfere um apoio e o clube é que gere a obra. Esse programa revelou ser um sucesso e decidimos replicar esse modelo nos outros campos, o Sousense, o Melres, o relvado principal do Gondomar, que era um compromisso da Câmara para quando o clube comemorasse os 100 anos. O Montezelo, já aprovamos, mas não vai avançar já, não por nós, mas porque o clube ainda não tem, do ponto de vista for-

mal a propriedade registada, mas para não haver dúvidas, nós assumimos o compromisso de fazer a intervenção no clube assim que eles tiverem este assunto tratado”. O Autarca explica ainda que, não será só o futebol que será beneficiado, “Na mesma reunião de Câmara, aprovamos duas obras para outras infra-estruturas. Aprovamos um apoio de 100 mil euros para o Pavilhão de Hóquei de Fânzeres e, em simultâneo, aprovamos também para o Clube Infante Dom Henrique, um apoio de 25 mil euros, para a zona de acesso à plataforma, porque aquele espaço foi vandalizado no Verão. Portanto, aprovamos um forte investimento no desporto, que não será apenas para o Futebol”. ■

Equipa Feminina Luz e Vida Gondomarense ganha título de Campeãs No dia 8 de maio, sábado, disputou-se em Leça do Balio, o Campeonato Regional de Cross. A equipa de sub-18, da Associação Recreativa Luz e Vida Gondomarense ganhou o título de Campeãs Regionais de Cross. Janine Aimé (vice-campeã regional-2ª classificada), Filipa Matos (4ª classificada), Beatriz Rocha (7ª classificada), Maria Fernandes (8ª classificada) e Milene Jesus (10ª classificada-estreia em cross) foram as responsáveis de trazer este troféu para o Município de Gondomar. Para o treinador, David Fernandes: “Acaba por ser um prémio para aquilo que elas fizeram. Porque mesmo sem o acompanhamento presencial do treinador, sem o acompanhamento do clube a nível de transporte, entre outras coisas, e dado o facto de elas estarem a treinar em casa por causa da pandemia, o trabalho que elas fizeram acabou por dar frutos. O mérito neste caso é quase todo delas”. Já para Damião José, Presidente da Associação Luz e Vida Gondomaren-

se, “É um orgulho enorme vê-las a ser campeãs, depois deste ano complicado. Já estou neste clube há 37 anos e todos os anos, temos campeões, quer regionais, quer a nível nacional e somos o ex-libris de Gondomar. Somos o clube mais representativo do concelho e queremos continuar a ser cada vez mais e melhores”. Em simultâneo, a atleta F40 Silvia Teixeira também ganhou destaque ao

conquistar o 3º lugar na sua primeira medalha individual em campeonatos enquanto atleta do clube. Também é de salientar, a prestação de Mariana Sousa, em Benjamins A, que alcançou a 3ª posição do pódio. Ainda no mesmo escalão, Diego Barbosa, conquistou o 10º e Afonso Silva o 11º lugar. Quanto ao escalão Infantis, Hugo Martim terminou em 21º e Beatriz Cardo-

so, no escalão de iniciados foi a 17ª classificada. Nos sub-18 masculinos, Gonçalo Pereira ficou em 8º lugar. Já os atletas Diogo Santos e Rodrigo Fernandes terminariam no 18º e 20º lugar respetivamente. O atleta Marco Barbosa do escalão M35, levou para casa o 6º lugar do pódio e o 25º na geral de absolutos masculinos. ■


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DESPORTO

Centésimo aniversário do Gondomar SC O pontapé de saída do “Foot-ball Club de Gondomar” como era assim designado, deu-se a 1 de maio de 1921, sob os comandos do fundador Alfredo Almeida Castro. Idalino Ferreira da Costa Brochado foi o primeiro Presidente eleito.

Álvaro Cerqueira Presidente do Clube

Estou neste clube há 17 anos. E para mim, estar no comando do Gondomar é difícil, porque gerir um clube com 700 pessoas (400 jogadores, mais diretores, treinadores, médicos) de diferentes personalidades requer paciência. Mas lá vamos conseguindo fazer o melhor, que é o que tem acontecido. Na minha perspetiva, os primeiros cinco anos que estivemos na segunda liga foram os anos mais importantes e os mais difíceis porque, por causa do que aconteceu, a Federação

Rómulo Silva Ex-capitão do Gondomar SC

O meu primeiro contacto com o Gondomar SC foi quando tinha 11 anos, em 1987. A partir daí, foram 23 anos seguidos com a camisola do clube. Como já estava há muitos anos no clube, acabei por ser nomeado capitão de equipa. Para mim, quando colocamos aquela braçadeira de capitão, não era só para escolher o campo ao domingo. Porque a própria motivação que temos dentro de nós, temos que saber passá-la aos nossos colegas. E, é essa motivação que se torna importante para conquistar os objetivos traçados. Eu quando subi a sénior, o Gondomar ainda estava na distrital. Joguei na 3ª nacional, segunda B e por fim na segun-

estava sempre a dizer que íamos descer. Penso que a parte melhor ainda está para chegar, que é termos a decisão do Supremo e, é por isso, que ainda aqui estou. Espero que as coisas fiquem decididas por parte do Tribunal e que nos ponham no lugar onde merecíamos estar, que é aquilo que nos tiraram em 2009. As coisas não têm corrido nada mal. Temos garantido sempre a continuação no Campeonato de Portugal, os juniores já estiveram na primeira nacional, agora estão na segunda nacional. Os iniciados também estão na nacional. Todos os anos é uma luta para termos o máximo de equipas nos Campeonatos Nacionais. Já tivemos um ano em que conseguimos isso. Se tivéssemos mais profissionais à frente das equipa era totalmente diferente, mas temos as nossas condições e sabemos que não somos iguais aos grandes clubes que têm condições para isso. Mas as nossas camadas jovens possuem excelentes condições para treinar. Em comemoração dos 100 anos, nós lançamos um livro especial que contem toda a história do clube desde 1921. O livro tem muitas partes interessantes e está à venda na sede do nosso clube.

da liga. Foi uma enorme felicidade subir pela primeira vez em 1993\94. Nesse momento, foi uma felicidade muito grande, porque o Gondomar subiu pela primeira vez aos Campeonatos Nacionais. Nessa altura, a subida à terceira nacional significou um passo muito importante na vida do clube e uma felicidade enorme para mim e para a minha equipa. Das conquistas que tiveram mais significado pessoal foi a subida à segunda liga. Acho que foi o ponto mais marcante do clube, além da vitória na Taça de Portugal em casa do Benfica. Para mim foi uma época de muito trabalho e uma subida pela primeira vez aos campeonatos profissionais. Nessa época houve dois jogos muito importantes, mas em especial, o que decorreu contra os Dragões Sandinenses. O estádio estava lotado e não cabia mais ninguém. Não acredito que o estádio volte a ter tanta gente como estava naquele dia. Eu costumo dizer que o público é 12º jogador e senti-lo é essencial. É por isso que se fala que, durante esta pandemia, os adeptos faziam muita falta. É totalmente diferente jogar num estádio cheio e jogar num estádio vazio. Eu gostava de deixar os meus Parabéns ao clube pelos 100 anos. Esta meta representa um sinal de vitalidade para o clube e um orgulho enorme para mim, por ter competido 23 anos com a cami-

sola do Gondomar. Espero que continue a crescer e a atingir os seus objetivos. Conheci muitas boas pessoas ao longo dessa caminhada que fiz pelo clube. As maiores conquistas que se tem é o cari-

Abílio Rocha

Eu tive o meu primeiro contacto com o clube, em 1995\96, quando recebi um convite para ser treinador do Gondomar SC. O Gondomar é um clube que faz parte da minha vida, são 26 anos, é uma vida e, felizmente, tenho momentos muito bons. No meu primeiro ano que vim para o Gondomar, o campo ainda era pelado e subimos da 3ª divisão para a 2ª divisão nacional. Continuamos a nossa caminhada em 1998/1999 tivemos um acidente de percurso e descemos de divisão. No ano de 1999/2000 subimos novamente de divisão, também tínhamos uma belíssima equipa. No ano de 2002/2003, fomos jogar com Benfica para a Taça de Portugal e foi um jogo

Marco Martins Presidente da Câmara Municipal de Gondomar

nho, a admiração e o respeito por quem também passou por ali. Conheci muitas pessoas que ainda são minhas amigas e falo regularmente, sendo que foi das melhores coisas que o futebol me deu.

histórico que ficou na memória gondomarenses. Foi uma alegria imensa e foi dos jogos em que mais prazer nos deu ganhar porque ganhar no estádio da luz não é todos os dias e então na altura nós estávamos na 2ª B. Na altura, nós estávamos a treinar e quando soubemos que íamos jogar com o Benfica, toda a gente ficou muito satisfeita e entusiasmada. A partir daí, não se falava noutra coisa sem ser no Benfica. Ir jogar ao estádio da luz era um sonho que toda a gente queria e nós felizmente fomos lá e conseguimos a proeza, que foi ganhar 1-0 no estádio da luz com o golo do Cílio Sousa. Para nós, o público é a essência do futebol e o futebol sem público é muito mau. É como um jardim sem flores. Foi um dia histórico que nós nunca mais esqueceremos, recordo-me perfeitamente que toda a gente falava nisso, não se falava noutra coisa, acabou o jogo e toda a gente estava a dar os parabéns, a mandar mensagens e a telefonar. Chegamos a Gondomar por volta da 1 da manhã e havia muita gente à nossa espera. Foi um dia histórico para todos nós. O Gondomar SC é um clube que abriu as portas a muitos jogadores e é um clube onde se trabalha bem e onde tem gente séria. Dá gosto e prazer de trabalhar num clube destes.

O Gondomar SC é o clube desportivo mais antigo do concelho e é das coletividades mais antigas do Município possui ao longo da sua história um palmarés admirável. No futebol, é o clube desportivo que atingiu títulos mais altos e feitos históricos como a vitória sobre o Benfica no Estádio da Luz. É um clube também muito importante porque tem, várias centenas de jovens na formação e em competição e é por isso que a Câmara o tem apoiado. Aliado ao facto da comemoração do centésimo aniversário, nós assumimos o compromisso há três anos de ajudar o clube naquela que era a sua maior vontade que era renovar o relvado do campo principal.


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DESPORTO

Liga Desportiva de Gondomar, um projeto que distingue a competição amadora A Liga Desportiva de Gondomar é um projeto que surgiu com o intuito de promover o desporto amador no concelho. O VivaCidade esteve à conversa com Amaro Teixeira, Secretário, Jorge Ribeiro, Tesoureiro e Fernando Oliveira, membro do conselho Geral da Liga Desportiva de Gondomar. Para quem não conhece esta Liga Desportiva em que âmbito surgiram? Fernando Oliveira: A Liga foi um projeto pensado há muitos anos e projetado por um amigo nosso, o Gabriel Oliveira, que faleceu e não teve a oportunidade de ver a sua ideia ser concretizada. Foi ele que, inicialmente, nos envolveu a todos neste projeto. Ele foi o responsável pela nossa união de sinergias que ajudou a construir a Liga Desportiva de Gondomar. O intuito do projeto era criar uma liga em Gondomar para que os clubes pudessem praticar desporto, ou seja, a intenção do projeto era reunir uma liga de futebol popular que reunisse todos os clubes. Segundo as escrituras, foi em 2009 que a Liga foi fundada. E, os clubes que estiveram desde sempre na génese deste projeto foram o FC Montezelo, o Estrelas de Fânzeres FC e o Estrelas de Ramalde. Amaro Teixeira: No início em 2009, tínhamos previsto começar com 3 equipas, mas arrancamos com 8. Este feito, foi no espaço de meses. Posteriormente, apareceram mais 2 e arrancamos a L.D.G. com 10 equipas. No início, o desporto rei sempre foi o Futebol ou havia outras modalidades? Jorge Ribeiro: Tudo começou com o futebol. No entanto, passado um ano, notava-se que o Futsal estava a crescer no concelho. Na altura, fui convidado pelo Amaro e pelo Vice, para ajudar, dado que na época, o atual Presidente pertencia à Câmara Municipal de Gondomar e era o responsável pela secção do desporto. Assim, na época surgiu a oportunidade de integrar o Futsal na Liga Desportiva de Gondomar e foi um sucesso. O nosso primeiro campeonato contou com a presença de 12 equipas e, mais tarde, passado 1\2 anos, tínhamos 2 series de 10 equipas. Fizemos um campeonato de 20 equipas. Mais tarde com a crise financeira os clubes começaram a ter poucas verbas e começou a haver menos equipas. Agora com esta situação da pandemia está pior.

AT: No início a nossa preocupação era ajudar os clubes que tinham poucas possibilidades de participar a nível Federativo e dar-lhes a oportunidade de praticar um desporto organizado e, só através da LDG é que o conseguiram fazer. Também é importante referir que, nessa altura, criamos competições para crianças que tinham uma idade compreendida entre os 5 anos e os 9 anos. Foi espetacular, porque naquela época, ainda não havia Futebol Federado para essa faixa etária. Nós fomos os pioneiros, porque na altura, não havia competições para essa idade. Só em 2015\2016 é que a Associação do Porto começou a organizar campeonatos para estas idades. E, desde que a AFP criou estas competições, nós sentimos a diminuição de atletas nas provas. Fazendo uma analogia de 2009 para 2021, como é que descrevem estes anos que passaram? JR: Foi uma iniciativa maravilhosa. Fantástica. Nós chegamos a ter mais de 800 atletas na Liga Desportiva de Gondomar, ou seja, a Liga proporcionou competição a mais de 800 de atletas… Depois, por volta de 2011\2012, com o desenvolvimento da situação, criamos uma seleção da Liga Desportiva de Gondomar. Na altura, nós competíamos com as seleções dos outros concelhos. Realizamos jogos com Lousada, Vila do Conde, Póvoa, Marco de Canaveses… eram torneiros fantásticos que promoviam e demonstravam o que era o futebol popular. Existe uma Federação Popular do Norte que representa as ligas de cada concelho. Digamos que é a Federação Portuguesa de Futebol para o futebol profissional. Nesta federação nós também tínhamos prémios, tínhamos a taça, tínhamos o prémio de melhor marcador… eram campeonatos que davam entretenimento a estes jogadores não Federados, que viam algum profissionalismo no que faziam e que os tornava protagonistas no Futebol. FO: E, a própria envolvência dos clubes originou uma proximidade. Uma coisa mesmo mágica. Aquilo que era uma competição entre uns e outros, passou a ser uma amizade. E, mesmo dentro do campo, notava-se essa diferença. Foi um projeto que atingiu e ultrapassou largamente todas as nossas expectativas. Tendo em conta o facto de vocês estarem mais próximos das equipas amadoras de Gondomar, como é que vocês vêm a perspetiva do desporto nessas Associações. Sentem que vai acabar por extinguir-se, principalmente com a pandemia? JR: É uma questão que nos preocupa.

> Na foto: Fernando Oliveira, Amaro Teixeira e Jorge Ribeiro

Nos últimos anos, temos vindo a notar uma dificuldade financeira no que toca às despesas. Esta pandemia tornou tudo mais complicado. Porquê? Porque os recursos de muitas Associações fecharam e os mesmos não têm forma de criar receitas. Vamos ver como vai ser o arranque dessas equipas, porque por muita vontade que haja, sem receita, não há possibilidade de muitas equipas competirem. Porque mesmo com os apoios disponibilizados pela Câmara, não vai chegar. Os próprios clubes vão ter de se restruturar. Estamos apreensivos, mas veremos o que vai acontecer e se existirão condições de voltar aquilo que era. Por causa da pandemia, vocês interromperam a atividade logo em março? AT: Nós estamos sempre dependentes das obrigações dos clubes e da Câmara Municipal. Na altura, estávamos numa competição de Futsal. Normalmente, as Associações praticam nos Pavilhões Municipais que são cedidos aos clubes. E quando a pandemia começou, a Câmara decretou o fecho das Instalações e nós também tivemos de suspender as competições. Considera que o impacto da pandemia vai ser muito mais forte no desporto amador, do que no desporto profissional? FO: Eu vou usar uma expressão popular para responder: Quanto maior a nau, maior a tormenta. Eu penso que todos vão ser penalizados. Todos nós enquanto sociedade. Para além da Liga Desportiva de Gondomar, nós somos diretores noutros clubes. Há clubes que não vão conseguir sobreviver, porque a única fonte de receita são os sócios, que por sua vez, a sua maioria distanciou-se. Neste último ano e meio, as pessoas alteraram os seus hábitos e começam a deixar de ir. Pelo menos é essa a precessão que tenho. O que é que vos faz querer continuar?

FO: Desde muito novo que tenho uma ligação especial com o Associativismo. Na minha época, estamos a falar de 1979, muitas crianças não tinham acesso a atividades e muitas foram marcadas pelo Associativismo. São hábitos que nascem connosco, que fazem parte de nós. É um amor. Eu ainda sou do tempo em que muita gente não tinha televisão em casa e para ver televisão iam ao café ou à coletividade. Nós cafés havia a sessão à sexta feira e as pessoas iam ver. Para terminar o que é que vocês esperam do futuro? JR: Antes do Covid, nós estávamos com a ideia de criar um campeonato de Sueca a nível concelhio, mas neste momento está tudo congelado, dado que, agora é impensável sentar numa mesa com mais três pessoas e jogar. Ainda, temos que nos sentar e discutir sobre o assunto. AT: Estamos dependentes dos outros. Nós existimos porque existe pessoas e equipas que querem participar. Só iremos arrancar quando tivermos a certeza de que as condições assim o permitem. Nós temos o nosso site e as nossas redes sociais onde as pessoas podem acompanhar as novidades. FO: Eu queria de uma forma extremamente justa deixar uma Menção Honrosa ao Amaro Teixeira, porque ele é o nosso grande pilar. Ele é uma pessoa fantástica, um grande dinamizador e o grande responsável por isto continuar a funcionar. No fundo ele é o centro, disto tudo. JR: Sem ele, a Liga já tinha caído, porque nós dirigentes também temos famílias. Temos que fazer muitos sacrifícios. A nossa própria vida profissional é desgastante. Todos nós estamos aqui voluntariamente. Não recebemos nada. E, se não fosse o Amaro, teríamos que contratar alguém porque a Liga atingiu um nível de trabalho e de organização muito grande. ■


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EMPRESAS E NEGÓCIOS

Viagens Gondomar comemora seis anos Seis anos se passaram desde que Cremilde Viana, decidiu embarcar na aventura de ser empresária no setor das viagens. O que a move é a paixão que tem pelo seu trabalho. Hoje, a empresa é uma das mais conceituadas na zona de Gondomar. E, apesar do último ano ter sido complicado, a proprietária mostra-se com esperança e feliz para o futuro da empresa. Para Cremilde, a palavra medo não faz parte do seu dicionário. Descreve-se como uma mulher destemida, que não baixa os braços para nenhum desafio. Foi graças à maneira de como vê a vida que, no dia 1 de maio de 2015, decidiu colocar em prática a ideia de ter o seu próprio espaço, “Quando decidi ficar com a agencia , não foi uma decisão fácil, porque até a família desaconselhava tamanha responsabilidade. Mas se há uma coisa que sou, é determinada, e

quando depende só de mim, eu vou! e não largo a oportunidade”. Desde 2015, que muita coisa mudou na vida de Cremilde, principalmente com a pandemia. O ano de 2020 seria o ano em que seriam comemorados os cinco anos da empresa, mas devido ao COVID-19, a comemoração não foi possível. Para a proprietária o ano de 2019 foi o melhor ano que teve. “Nesse ano superamos todos os objetivos, no entanto 2020 era o ano em que muitos planos foram idealizados e realmente ficaram adiados, a aguardar melhores momentos. Foi uma crise que abalou todas as empresas do sector turístico, especialmente a nível financeiro, em que nos tivemos de reinventar e seguir em frente Há 16 anos dizia que sairia daqui por uma questão de saúde, mas sempre a pensar na minha saúde, mas afinal, quase aconteceu, mas por questões de saúde publica.”. Com esta nova fase em que as restrições estão a ser amenizadas, a proprietária espera do futuro só “Coisas boas”. Para Cremilde é importante continuar a ser otimista, porque só assim é que o volume de negócios volta a ser o que era. Pelos vistos o sétimo ano começou da melhor maneira, dado que a empresa sentiu um aumento do número de reservas, como explica a proprietária: “Temos muito boas perspetivas para este verão de 2021, não

Jornal VivaCidade 20/05/2021 - Edital nº 14

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TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DO PORTO Juízo de Comércio de Santo Tirso – Juiz 1 Proc. Nº 1690/17.0T8STS Insolvente: José Manuel Ferreira Dantas Pelo presente faz-se saber que nos autos acima identificados foi determinada a venda por CARTA FECHADA com data limite de receção de propostas o dia 27 de Maio de 2021, para aquisição do bem a seguir identificado: Terreno para construção com 4000m2, descrito na conservatória do Registo Predial de Gondomar sob o nº 5276 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 15414 situado no Lugar de Vilar, 4420-347 Gondomar. O valor mínimo de venda é de € 175.000,00€ (cento e setenta e cinco mil euros). Pelo facto de a venda ter sido entregue a encarregado de venda – Media Urbe – Gestão de Ativos, Lda. -, ao valor da proposta apresentada qual acresce 5% (+IVA) do valor para pagar ao encarregado de venda, pagamento a efetuar diretamente à encarregada da venda. Condições de venda: As propostas podem ser remetidas por correio registado com aviso de receção para o escritório da administradora de insolvência, sito na Rua Serpa Pinto, n.º 37, 3º andar, 3510-112 Viseu, impreterivelmente até ao dia 26 de Maio de 2021, ou em mão até à data e hora agendada para a abertura de propostas. As propostas devem conter no envelope a seguinte referência: “Contém proposta de aquisição para o Processo nº 1690/17.0T8STS – Tribunal Judicial da Comarca do Porto – Juízo de Comércio de Santo Tirso – Juiz 1 - “José Manuel Ferreira Dantas”. Devem ainda constar os seguintes elementos: nome do proponente ou denominação social, morada, NIF/NIPC, telefone, endereço eletrónico, identificação do processo e o valor oferecido por extenso. A adjudicação do bem será feita à proposta de maior valor, igual ou superior ao valor mínimo anunciado. Havendo propostas de igual valor e, sem prejuízo do disposto no art. 164º, n.º 2, 3 e 4 do CIRE, proceder-se-á a uma licitação apenas entre esses proponentes em data a agendar. Ao preço do bem imóvel acrescem por conta do comprador os impostos devidos e as despesas com a venda, incluindo a escritura e registos. As propostas serão abertas no dia 27 de Maio de 2021, pelas 15.00h, no seguinte local: Rua Serpa Pinto, n.º 37, 3º andar, 3510-112 Viseu. O bem encontra-se na posse da Administradora da Insolvência, e será mostrado mediante marcação prévia de dia e hora, que deverá fazer-se para o encarregado de venda, pelo telemóvel 964467575 ou pelo email: cg.mediaurbe@gmail.com. A Administradora de Insolvência, Helena Sofia Costa Marques Saraiva

será tao cedo igual aos números de 2019, mas já vai ser totalmente diferente de 2020 a comprovar isso é que já temos 50% do volume de vendas de 2019 previsto.”. Quanto ao futuro do turismo português, Cremilde deixa uma nota: “Nós somos responsáveis por 53% do PIB nacional. O nosso governo não está a dar a importância que o turismo deve ter. E, portanto, os apoios chegaram muito tarde, por exemplo nós passamos o ano de 2020 sem qualquer tipo de apoio à empresa.

O apoio que chegou foi como trabalhadora, enquanto cidadã. Relativamente as promoções são sempre as mesmas Venda antecipada até 31 de maio. Neste momento. A partir deste mês serão pontuais de acordo com os lugares disponíveis. Não haverá “Last Minute”. Para os clientes interessados, pode acompanhar os pacotes de viagens no site: www.viagensgondomar.com, ou pode consultar as redes sociais da empresa. ■ PUB


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EMPRESAS E NEGÓCIOS

AFF, a empresa Gondomarense que comemora 20 anos

cias, consequentemente vocês sairam da vossa área de conforto que era o concelho de Gondomar. Que diferenças sentiram? Começamos a conquistar o mercado de outras localidades, desde Lisboa, Algarve e Ilhas. Neste momento, o nosso volume de negócios é até mais em Lisboa do que no Porto. 60% da nossa faturação vem da zona de Lisboa. Para uma empresa que tinha um nicho de mercado focado aqui no nosso concelho, como é que de um momento para o outro alarga o âmbito do mercado até Lisboa, como é que se dá este salto? Foi fácil. Para já temos que ser um pouco ambiciosos e estar dispostos a sair da nossa zona de conforto. Depois, o mercado começa a abrir-se por si próprio.

A IBERTEC é uma marca registada pela Armando Ferreira Freire & Filho, LDA e tornou-se numa das empresas mais conceituadas do concelho. Hoje, após 20 anos, e ainda com sede em Baguim do Monte, a empresa de João Freire é reconhecida e ganhou o seu respeito a nível nacional, pela qualidade dos seus serviços que disponibiliza na área das telecomunicações, eletricidade e pelo seu rápido serviço de assistência. Estivemos à conversa com o proprietário e fundador, João Freire, que revelou-nos os 20 anos de legado da sua empresa. Como é que começou a sua história com a AFF? Tudo começou há 50 anos atrás quando o meu pai decidiu abrir uma empresa em nome pessoal com o nome Armando Ferreira Freire. Ele sempre trabalhou por conta própria. Na altura, tinha dois funcionários. O meu percurso na empresa começou porque cheguei a uma fase da minha vida em que não queria estudar mais, mas sim seguir a mesma carreira do meu pai. Assim, decidi ir trabalhar para a empresa com os meus 17\18 anos. No entanto, em 2001, foi quando foi fundado a Armando Ferreira Freire & Filho LDA. Nesse ano, o meu pai decidiu abrir uma sociedade comigo. Na altura, era uma empresa que estava mais focada na construção de moradias. Fazíamos pequenas lojas, mas nunca saíamos da área do grande Porto. O nosso público alvo era a população do concelho de Gondomar. Em 2001, a Armando Ferreira Freire & Filho LDA, dá o salto e forma uma nova empresa em que o João Freire entra para a sua administração, juntamente com o seu pai, correto?

Em 2001, realizámos então a sociedade em que eu fico com 15% da empresa e o meu pai com o resto. Ele decidiu oferecer-me esta cota, como forma de recompensa pelo meu mérito no meu percurso profissional. Depois a empresa começou a evoluir e começamos a conquistar novos mercados e a sair da nossa zona de conforto, o que para o meu pai era impensável, porque para ele, tínhamos que continuar com os nossos clientes, fazer uma moradia, acabar e começar outra. No entanto, a minha perspetiva já não era bem essa e assim, aumentamos o nossa âmbito e, para além da área da eletricidade, começamos a fazer também telecomunicações. Depois, em 2012 tivemos um ponto de viragem. Em 2012 o meu pai abdica da gerência e passa-me a cota dele e torno-me o único sócio da empresa. Em 2017, a nossa parte administrativa cresceu, porque até então, eu tratava de tudo da empresa (Orçamentos, Contabilidade, Direção de Obra, entre outras coisas), depois o trabalho começou a crescer e tive que reconhecer que já não dava conta de tudo. Agora, o trabalho está centralizado em três

pessoas e ficou tudo mais organizado. Quando se tornou o único sócio da empresa, o que é que mudou? Ou seja, qual foi o seu cunho pessoal que deu à empresa para que ela hoje tenha o patamar que tem. O cunho que foi dado por mim foi em termos de expansão. Não tinha o meu pai para sempre e, ainda hoje, vejo que se tivesse seguido os conselhos dele, não tinha dado alguns tombos. Mas faz parte. O negócio é um risco. Nota-se que há uma grande admiração pelo seu pai, tanto que seguiu a carreia dele, assim pergunto qual a lição de vida mais importante que leva dele? Que o negócio tem piada quando é arriscado. Mas temos de ser muito cautelosos. Sem risco não tem piada nenhuma e se eu não viver com risco e pressão, para mim não é viver. E nas empresas é assim que funciona. Só fico satisfeito quando há muito trabalho, porque quando começa a escassear, já não consigo dormir. E com o alargamento destas valên-

E, como é que se conseguiram distinguir? Pergunto porque o mercado em Lisboa tem mais concorrência do que o mercado do concelho de Gondomar? Basicamente, ficamos reconhecidos pela qualidade dos nossos serviços. O nosso nome Armando Ferreira Freire & Filho Lda conta muito. Nós também temos a IBERTEC, mas toda à gente sabe que é uma marca que nós criamos, mas eu consigo vender mais com o nome Armando Ferreira Freire. Qual é o segredo para se ser um empresário de sucesso? Podia responder com aquela palavra que está muito na moda que é resiliência. Ser empresário é muito duro. Vais para a cama, e das voltas e voltas, e muitas vezes não consegues dormir porque é preciso dinheiro, é preciso saber lidar com os clientes e muitos deles fazem acordos connosco e não os cumprem. Não é fácil, mas temos que saber lidar com muitas situações que se apresentam. Não é difícil ser um empresário de sucesso basta ser sério e o mercado abre-se. O mercado em Portugal é pequenino e toda à gente se conhece. A palavra credibilidade continua a ser muito importante? Em Portugal isso nota-se. Posso dizer que vou a qualquer fornecedor e temos crédito em todo lado. Há pessoas que já não podem dizer o mesmo. Qual é a obra que o ajudou a dar o salto? Ou seja, qual é o primeiro concurso que ganha e que lhe permite abrir os seus horizontes? É difícil de dizer, porque já foram várias. Todas as nossas obras são privadas. Públicas só fizemos uma até agora, que foi para a Câmara Municipal da Trofa. Tivemos de ter 15 anos de


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EMPRESAS E NEGÓCIOS tes de 2017. Eu não as consigo abrir. Estão simplesmente ali guardadas. Não quero ver a letra dele. Para mim está fechado. Quem me deve, sabe que me deve e quando quiser pagar, irá pagar. De alguma forma, também é uma maneira de reconhecer a população de Gondomar, que foi onde tudo começou e onde teve os primeiros clientes? Posso dizer que atualmente não temos nenhuma obra em Gondomar. Fizemos recentemente uma moradia em São Pedro da Cova. Já não fazia uma moradia há quase dez anos, porque não é o nosso mercado alvo. Mas para uma empresa que começou a sua história no concelho de Gondomar há 50 anos, é estranho não ter uma obra no Município, consegue explicar-nos o porquê? Não sei explicar. Não sei se fomos nós que nos afastámos de Gondomar ou se foi Gondomar que se afastou de nós. Não sei, não tenho justificação.

> Da esquerda para a direita: Isabel Barros, Joana Oliveira, João Freire e Paula Figueiredo

atividade para fazer uma obra pública. Nós estamos mais virados para o setor privado. Mas qual foi a obra que permitiu conquistar o mercado de Lisboa? Foi uma escola. Fizemos a Escola Secundária Augusto Gomes em Oeiras. Foi a primeira. E depois fizemos a Escola de Belas que acabamos há cerca de 2 anos. Também já fizemos vários prédios em Lisboa. Estamos agora no TagusPark.

No entanto, no ano passado não tivemos nenhum. Para perceber a discrepância no ano passado estávamos mais preocupados e não tivemos nenhum caso, este ano já foram sete.

É incontrolável não falar deste período de pandemia, o covid foi um mau período ou ultrapassaram com relativa facilidade os problemas? Não, para nós foi um período complicado. Se na altura tivéssemos fechado um mês ou dois não teríamos perdido dinheiro. Nos primeiros meses de pandemia o nosso pessoal estava muito assustado. Em março a desinformação era tanta, que o pessoal só queria saber quando é que iam parar de trabalhar.

Sobre o futuro, que tipo de projetos tem em mente? Disse que estão consolidados no mercado nacional, inclusivamente nas ilhas da Madeira e dos Açores. Em termos futuros, onde é que a empresa pode chegar. Já atingiram o ponto máximo ou a empresa tem ainda a capacidade de crescer? Para nós não existe máximo, porque isso depende da vontade de cada um. Mas neste momento, tencionamos mudar de instalações. Este espaço aqui está a ficar pequeno para nós. Na altura do meu pai, começamos num T0. Ficamos sem espaço e decidimos vir para aqui. Tínhamos muito espaço, mas agora está a ficar mais apertado e temos de arranjar um local maior. Em termos de escritórios chega perfeitamente, pelo menos, para a dimensão que a empresa tem agora e se crescesse mais um bocadinho também. Agora, em termos de armazém, não chega. Tivemos uma proposta de Santa Maria da Feira. Era um bom negócio, mas eu não queria muito sair de Gondomar. Não é que tenha medo de sair da minha zona de conforto, mas é aqui que eu quero estar.

E, de momento, a situação para vocês já estabilizou ou ainda estão a sentir o impacto? Eu penso que ainda não estabilizou. Nós tivemos o maior fluxo de caso positivos na empresa há um mês atrás.

Nota-se que há uma ligação com o concelho para recusar sair, porque é que Gondomar é tão especial? São as nossas raízes e não quero cortar a ligação com Gondomar. As pessoas ainda passam por aqui de

Realizando uma retrospectiva dos últimos anos da empresa, qual foi o melhor ano para vocês? Conforme passam os anos, as coisas tem vindo a melhor. Estamos a crescer 10% ao ano. Mas podemos dizer que, o melhor ano foi o de 2017. Passamos de 12 funcionários para 26.

vez em quando e ainda procuram pelo nome Armando Ferreira Freire e às vezes batem à porta. Nós não queríamos cortar essa ligação. Mas este facto de não querer cortar o cordão umbilical com Gondomar é no sentido de fazer uma homenagem ao seu pai? Sim, claro. Ele está presente todos os dias na minha vida. Eu posso dizer que tenho ali pastas que nunca voltei a abrir. Pastas que tem contas de clien-

Para terminar, peço uma mensagem enquanto gerente de uma empresa que faz 20 anos sobre a sua gerência. Que mensagem gostaria de transmitir para quem o acompanhou nestes anos, até aos dias de hoje? Só posso dizer obrigado aos meus funcionários. Sobretudo a quem esteve comigo neste projeto até agora. Este projeto não é para acabar e espero que daqui a 20 anos estejamos aqui outra vez. ■

Joaquim Moreira

Chefe de Equipa (Funcionário mais antigo da empresa) A empresa Armando Ferreira Freire & Filho, LDA, para mim é como se fosse família. Daqui a pouco irei ficar reformado e posso dizer que a minha vida foi dedicada a esta empresa. Fui sempre muito bem recebido, continuo a ser. E, considero a empresa como se fosse a minha segunda casa. Trabalhei com o pai e com o filho, e muita coisa mudou nos últimos anos. Hoje, o trabalho é muito diferente, houve muitas mudanças, principalmente a nível tecnológico. Mas a nível de compreensão com os funcionários, continua tudo igual. Nestes últimos anos, nota-se a evolução da empresa. Ao longo destes anos, eu dei muito à empresa, ajudei a construi-la, mas também sei reconhecer que a empresa me deu muita coisa a mim, eu criei a minha família com o que a empresa me deu.

Joana Oliveira

Funcionária Administrativa Trabalho na AFF há três anos. Esta empresa apesar de ser grande, acaba por ser muito familiar. Sentimos que a empresa é como se fosse a nossa própria família, porque acabamos por passar aqui a maior parte do nosso tempo. E, felizmente, existe um bom ambiente entre todos os funcionários e com a gerência da empresa, daí que acabamos por ver esta empresa como uma família. Todos somos tratados muito bem. Posso dizer que me sinto bastante bem a trabalhar aqui.


44 VIVACIDADE | MAIO 2021

Madalena Lima

LAZER

Advogada

RECEITA VIVACIDADE

ActualGest - Prof. João Paulo Vilas

Advocacia preventiva – a advocacia do futuro.

NINHOS DE CARNE E ALHEIRA INGREDIENTES: (4 PAX) 1 PACOTE DE MASSA NINHOS COM OVO 500 GR 400 GR CARNE PICADA COM UMA ALHEIRA DE CAÇA 1 CEBOLA PICADA 2 DENTES ALHO PICADO AZEITE COLORAU PIMENTA SAL OREGÃOS POLPA TOMATE TOMATE PELADO VINHO BRANCO QUEIJO RALADO PARA GRATINAR CEBOLINHO PICADO SALSA PICADA PREPARAÇÃO Num tacho colocar o azeite, cebola picada e o alho picado. Deixar refugar e de seguida juntar tomate pelado picado e um pouco de polpa de tomate e deixar ferver. Refrescar com vinho branco e juntar orégãos. Deixar ferver e temperar com sal. No final passar com varinha magica o molho obtido. Noutro tacho refugar a carne picada junto com a alheira. Juntar azeite, cebola, alho, polpa tomate e deixar ferver. Temperar com sal e colorau. Juntar a carne. Deixar cozer. De seguida colocar no fundo de um tabuleiro de ir ao forno, molho de tomate e colocar os ninhos em cru. De seguida colocar nos ninhos a carne picada estufada e cobrir com o queijo ralado. Os ninhos devem ficar cobertos com molho de tomate até 2/3 dos mesmos. Levar ao forno durante 35 minutos a 200º. Sirva dois ninhos por pessoa acompanhado de uma salada e polvilhar os ninhos com cebolinho picado.

SOLUÇÕES:

É consabido que o momento ideal para recorrer aos serviços de advogado é na altura em que a pessoa se depara com um problema de carácter jurídico, ou seja, antes que a situação esteja fora de controle, deixando pouca margem de acção para o advogado. E se a pessoa jurídica, tanto singular, como colectiva, já tivesse um advogado que a aconselhasse? Quantos problemas poderiam ser evitados, quer com o tempo que iria ser poupado, quer com os custos, na generalidade, consideráveis. Sabe-se que os Tribunais estão saturados de processos, com demasiadas pendências, podendo as acções prolongarem-se por anos. Devido a esta saturação, por norma, existe um congelamento das relações contratuais dos indivíduos, por estarem à espera da sentença. A advocacia preventiva é, tal qual a medicina preventiva, uma forma de evitar a “doença”, no caso, o litígio em Tribunal, moroso e dispendioso, o mais das vezes. Os cidadãos, no âmbito da sua actividade normal – seja ela civil, comercial, laboral, ou outra – deparam-se, não poucas vezes, com situações de possível conflito, ou até situações em que não têm a certeza da necessidade de verter por escrito as obrigações, próprias ou de outros, com quem as relações jurídicas são estabelecidas. Uma solução que alguns usam é improvisar, extrair uma minuta da internet, como, por exemplo, de um contrato de arredamento que seja necessário para formalizar um negócio, de uma comunicação à empresa, tida como necessária, etc.. Contudo, essa dita solução pode gerar consequências graves, visto que as partes, na grande maioria, não se encontram devidamente informadas, conhecedoras das leis, assumindo compromissos, sem compreenderem exatamente os termos e consequências na esfera jurídica. Deve ter-se em conta quantos conflitos em Tribunal que, se avaliados previamente por um advogado, poderiam evitar-se. A questão é que os problemas são muitas vezes protelados, por se considerar que os custos com honorários de advogado podem ser tão dispendiosos que se justifica o risco de ter que ver o caso julgado por um Tribunal, numa fase ulterior. Não é excessivo dizer que uma simples consulta jurídica, ou até um acompanhamento contínuo (avença), pode evitar anos de contencioso. “Vale mais um grama de prevenção, do que uma tonelada de remédio”.

Jornal VivaCidade 20/05/2021 - Edital nº 15

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COMUNICAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA NA VENDA DE PRÉDIO RÚSTICO Para os efeitos dos artigos 416º e 1380º e ss do Código Civil, o proprietário dos imóveis abaixo indicados, atenta a impossibilidade de notificar os proprietários dos prédios rústicos confinantes ao referido imóvel que sejam titulares de direitos de preferência legais na venda dos mesmos nas respectivas moradas e/ ou identificar o paradeiro dos mesmos, vem comunicar, por este meios aos Preferentes Legais a sua intenção de proceder à venda do conjunto de imóveis infra identificados, expondo-se nas condições que ora se apresentam:

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1. Imóveis: a) Prédio rústico composto por terreno de cultivo e bravio com 3000m2, sito no Lugar de Areja, da freguesia da Lomba, concelho de Gondomar, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 881, descrito na Conservatória do Registo Predial de Gondomar sob o nº 651; b) Prédio urbano composto por casa de dois pavimentos, sita no Lugar de Areja, da freguesia da Lomba, concelho de Gondomar, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 118, descrito na Conservatória do Registo Predial de Gondomar sob o nº 651; 2. Vendedor: Fernando Horácio Gomes Osório de Figueiredo, NIF 141695064, residente na Rua Alcântara - Bairro Costa Cabral nº 148, 4350-022 Porto; 3. Comprador: Nelson Roque Mota, solteiro, NIF 230819036; 4. Preço global da venda unitário: € 35.000,00, correspondendo € 20.000,00 ao artigo 118 e € 15.000,00 ao artigo 881; 5. Condições de pagamento: € 10.000,00 com a realização do contrato promessa de compra e venda, restante valor a ser liquidado integralmente no acto da celebração do contrato definitivo; 6. Data da escritura: 60 dias; 7. Estado dos imóveis: são vendidos no estado em que se encontram, livres de ónus ou encargos; 8. Custos, impostos e despesas: todos os custos, impostos e despesas relacionados com a celebração da escritura de compra e venda e com os respectivos registos serão suportados pelo comprador. O presente negócio ora aqui descrito é unitário, sob pena de representar prejuízo apreciável para o vendedor e para os seus interesses, caso assim não seja, pelo que, o exercício do v/ direito de preferência, nos termos do nº 1 do art. 417º do Código Civil, só poderá ocorrer nos exatos termos e condições acordados entre o vendedor e o comprador e deverá incidir sobre a totalidade dos prédios identificados e pelo preço global de venda. O prazo para exercício da preferência é de 8 (oito) dias corridos contados da publicação do presente aviso, sob pena de caducidade do respetivo direito de preferência. Contactos: ejsoares@remax.pt


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46 VIVACIDADE | MAIO 2021

OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Joana Resende PS Sabemos estar em ano de eleições, aguardando a marcação pelo Governo entre o dia 22 de setembro e 14 de outubro. Serão decididos os projectos e o futuro para 308 municípios e 3.092 juntas de freguesia. O Partido Socialista de Gondomar não poderia escolher outro candidato que não o nosso Marco Martins, que lidera desde 2013 a nossa Câmara Municipal e tem desde essa altura, e com o apoio do seu Executivo, levado a cabo um trabalho ímpar, elevando o nome de Gondomar pelas melhores razões. Outubro de 2013 será sempre lembrado como o primeiro passo de modernidade, de desenvolvimento, de progresso e prosperidade de Gondomar. E segundo Marco Martins, com este próximo mandato, “o objetivo é concluir o trabalho do ciclo iniciado então, lançar ou relançar

Valentina Sanchez PSD Obras a socialista Gondomarense são as obras que nunca sabemos quando terminam nem quanto vão custar aos Gondomarenses, apenas que tem início/evolução em ano de eleição! Poderia referir-me aos parques urbanos que este ano parecem que estão em promoção, mas não, vou referir a via estruturante norte/sul da cidade de rio tinto. - Projeto aprovado no PDM em

Maria Olinda Moura CDU No tempo do governo PSD/CDS foram extintas Freguesias e agregadas outras em União de Freguesias. Desde o 25 de Abril foi um dos maiores ataques ao poder local democrático que resultou em maiores dificuldades para as populações que assim se viram mais afastadas dos órgãos de gestão local e das decisões que aí são tomadas. Usando chavões como a necessidade de maior participação das populações e de orçamentos participativos, fazem, na prática, o contrário, afastando os fregueses das decisões

Continuidade e excelência e acompanhar projetos emblemáticos para o concelho”. Nestes 8 anos, este executivo incentivou a atividade económica do Município, levando a que os próprios empresários modernizassem as suas empresas, olhassem para a internacionalização, sempre com o apoio e visão estratégica da Câmara. O Turismo foi finalmente uma aposta, recorrendo ao imenso potencial do nosso território, e criando as sinergias necessárias entre os vários agentes públicos e privados. Criou a Rota da Filigrana, sendo que ainda esta semana, Gondomar foi um dos 3 municípios para representar o nosso país na Expo 2020 Dubai, o maior palco mundial de exposições. Este executivo criou ainda a Rota Gastronómica da Lampreia e do Sável, e incluiu Gondomar nas rotas do Turismo do Porto, apostando no Rio Douro como marca da autarquia, e potenciando as mais valias sociais, económicas e de lazer a ele associado Houve ainda um enorme investimento no que é a área social, renovando todo o tecido habitacional dos complexos sociais,

apoiando ainda os agregados familiares em situação mais desfavorecida, apoiando a habitação a jovens, criando o Conselho Municipal de Saúde e protocolos de comparticipação na aquisição de medicamentos. Apostaram na dinamização de infraestruturas quase deitadas ao abandono, como de resto é exemplo o Pavilhão Multiusos, que traz ao nosso concelho multidões de pessoas entusiasmadas com a fantástica oferta cultural. Foi iniciada a Rede de parques urbanos, que dignifica o nosso município, e tem sido um dos grandes fatores de captação de novos habitantes, dado o impacto directo na qualidade de vida da população. E é partir daqui que o Dr. Marco Martins mostra que a sua candidatura é de continuidade, para terminar projectos iniciados, e lançar outros ainda para o futuro. Nas palavras dele, “continuar a rede de parques urbanos” ou “tentar fixar mais jovens no concelho e mais investimento” são “apostas” suas, disse, enumerando como “prioridades” a habitação acessível no âmbito do programa 1.º Direito ou os

projetos de ampliação das zonas de redes industriais. Revela ainda que “a área da reabilitação urbana também é muito importante, bem como concluir vias rodoviárias estruturantes ou acompanhar a construção da linha de metro Dragão-Souto, que já está definida e foi uma importante conquista para Gondomar”. Ou ainda os projetos que considera “emblemáticos” para o concelho como a recuperação do Cavalete do Poço de São Vicente, em São Pedro da Cova, ou a antiga Central de Captação de Água da Foz do Sousa, bem como o prolongamento da Polis. Esta candidatura dignifica não só o Partido Socialista como, estou certa, os Gondomarenses. Independentemente das opções partidárias, estou certa que a maioria dos meus concidadãos sabem e constatam a enorme capacidade do Dr. Marco Martins para liderar por mais 4 anos a nossa terra. Agradeço o caminho que foi trilhado até aqui, com a profunda convicção de que continuará a ser este o caminho para o futuro.

Obras à Socialista Gondomarense! 1994 pelo Partido Social Democrata. Ninguém terá dúvidas da importância desta via estruturante, é realmente importante ao alívio do trânsito de Rio tinto, mas porque só teve início no final de 2020 se foi aprovado em reunião de câmara no ano de 2018? Será que os presidentes, tanto da câmara municipal de Gondomar como das respectivas juntas de freguesias envolvidas não acharam suficiente importantes? E quanto custará a obra? Inicialmente foi aprovada por 8M, mas já foi publicado nas redes sociais 12M. Porque? Quando terminará?

Em 2025? (Outro ano de eleição) Depois do início da obra, ainda aparecem novas expropriações e alterações do projecto? E a alteração ao troço B relativamente ao projecto previsto, provocou paragem ou embargo? E quanto é que essa paragem nos irá custar, visto que a obra já se iniciou? ( Em revisão de preços, indenizações..) Obras sem meio e sem fim! Gastar dinheiro é fácil, principalmente quando não é o nosso!!! E nas zonas do concelho onde não houver parque urbano, passadiços ou vias

estruturantes, nunca iremos usufruir de ruas alcatroadas, ou pelo menos niveladas? nunca iremos ter passeios em condições? Sinalizações? Porque? Porque é barato demais? Ou porque não fica bem numa foto de Facebook? É incompreensível esta forma de gerir a autarquia, podíamos estar todos com melhores condições, menos impostos, melhores ruas, escolas, transportes, acessos, mas este executivo não é para os Gondomarenses, é para ele próprio!

Extinção e agregação de Freguesias tomadas à sua revelia e sem que sejam ouvidos sobre as melhores soluções para a resolução dos problemas locais. Muitas populações no país resistem a esta mudança e continuam a lutar para a reposição das suas anteriores freguesias. O PCP acompanha esta luta que não se pode desligar de um plano de desenvolvimento do território nacional com medidas de valorização do interior e de combate ao abandono do mundo rural. Recentemente, a AR aprovou a proposta do governo que “Define o regime jurídico da criação, modificação e extinção de freguesias”. Ao contrário da proposta do PCP, que permitia não só a reposição de todas as freguesias extintas onde fosse essa a vontade da população, como estabelecia um calen-

dário que permitiria que essa vontade tivesse efeito já nestas eleições autárquicas, a proposta do governo não só não o admite, como cria um conjunto de critérios que permite que possam ser extintas ainda mais freguesias. Por este motivo o PCP absteve-se na votação desta proposta. Pois se, por um lado, era necessária uma lei de criação de freguesias que não existia, ela não devia impedir a reposição das freguesias extintas, o que acontece com esta agora aprovada. Apesar de todas estas limitações, não têm faltado anúncios de diversos autarcas ligados ao PS tecendo loas à lei que, segundo eles, finalmente permite “repor as freguesias”, escondendo que é a mesmíssima lei que criticaram há apenas algumas semanas, em alguns casos

fazendo aprovar moções muito críticas em assembleias de freguesia. É preciso esclarecer: 1- A Lei aprovada não só não permite a reposição de todas as freguesias extintas como permite que possam ser extintas ainda mais freguesias. 2- O PS teve condições desde 2015 de reverter esta malfeitoria e só não o fez porque não quis. 3- Agora apresenta esta proposta num período que torna impossível que tenha efeito nas eleições autárquicas de 2021, logo, só poderá ter efeito em 2025. Assim, a luta pela reposição das freguesias ainda não acabou, também em Gondomar, onde foram criadas 4 Uniões de Freguesias à revelia da vontade dessas populações.


VIVACIDADE | MAIO 2021

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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

David Santos

A Economia, o FUTURO ou a Falta dele Para mim está bem claro que a crise causada pela pandemia vai provocar uma profunda reestruturação econômica, social e politica. Hoje, as empresas estão preocupadas com sua sobrevivência imediata, o dia a dia e desgastante, a incerteza faz com que tudo seja cinzento e sem capacidade de organização e planificação. O que eu gostaria que acontecesse mesmo na pós-pandemia: um mundo mais solidário, em que os laços fossem feitos de formas mais sólidas e fortificadas, que nós precisamos de todos para nos reeguer, que o medo não nos distancie uns dos outros, que não seja uma ameaça, mas sim uma ponte para cons-

trução de projetos comuns, de uma sociedade mais justa e solidária. A retomada econômica é uma incerteza, pois nunca passamos por desligar o planeta como fizemos dessa vez. Alguns e setores poderão ser reativados mais rapidamente que outros. Mas todos precisamos de trabalhar, não podemos olhar para a “a ERA DIGITAL”, como se fosse esse só o caminho a seguir, o passado recente nos ensinou quando tivemos que nos reenventar em tempo de “Troika”, que as actividades do sector primario eram essencias, que tudo o que era actividade profissional do tempo dos nossos avós passou a ser olhado como sendo património e algo que se pode comerciali-

zar para valorizar o nosso Pais. Temos todos olhar para as pessoas, temos que nos deixar de hipocrisia como as que vemos diariamente por parte da Classe politica que nos envolve sempre que se aproxima uma dia de eleiçoes. Não podemos olhar serenos e ver obras atrás de obras, só porque e preciso inaugurar 15 dias antes das eleições, para demonstrar obras “Feita”, nao estamos em periodos de obras, estamos em periodo de olhar para a população e para as suas necessidades imediatas. Hã pessoas sem casa ou a ficar sem ela, o que se faz para minimizar?? O direito a Habitação e um direito constitucional de todos os cidadãos Portugueses e Gon-

Com efeito, de há muito, ao longo de vários mandatos, que Gondomar tem vindo a ser gerido de forma errática, sem critério percetível, sem que se denote existir um fio condutor definido, preparado, intencional, nas diferentes opções que têm sido tomadas, como se estas decisões fossem simplesmente resultado das necessidades do momento e sem que visassem almejar qualquer objetivo sustentável ou estrutural. Se procurássemos discernir quais os intentos maiores desta gestão municipal do partido socialista, ficaríamos claramente com uma resposta cheia de nada, bastando como confirmativo a constatação de continuarmos a ser uma espécie de “parente pobre” no computo dos nossos paceiros metropolitanos.

Urge, portanto, promover alternativas credíveis a este estado redundante da prática política em Gondomar, seja privilegiando aqueles que votam muito do seu tempo a pensar soluções de desenvolvimento e modernidade para a Comunidade Gondomarense, seja quem suporta tais soluções numa edeologia baseada nos insuperáveis ensinamentos do Cristianismo. Porque os Gondomarenses não estão condenados a merecerem, apenas e só, e na melhor das hipóteses, o crivo da suficiência na prática política que lhe é disponibilizada. A coligação autárquica entre PSD e CDS, partidos de há já vários anos afastados da gestão municipal neste nosso concelho, uniu mais uma vez quem teve tem-

Gondomar e o problema da habitação A habitação é um direito básico e essencial para a vida humana e como tal deve ser tido em conta na gestão e na política local. É, no entanto, claro, que em Gondomar não existem habitações sociais suficientes e não há urgência nos poderes locais para resolver a situação. Sendo que a média de habitações sociais na União Europeia ronda os 10%, no nosso concelho estes fogos representam apenas 4,5%, ou seja, pouco mais de 3000 habitações sociais. Depois do Levantamento Nacional das Necessidades de Realojamento Habi-

domarenses, deixemo-nos de criar so para ser “BONITO” viver em Gondomar, e Importante é, mas o tempo e de salvação de vidas e familias não de beleza, a nossa gestão do Municipio gosta muito de ser como aquele velho ditado Português..... “ VARRER PARA DEBAIXO DO TAPETE PARA NINGUEM VER”, mas isso na deixa de estar lá o LIXO, e o cheiro pode-se tornar insuportável .....

Pedro Oliveira

A SOLUÇÃO A estratégia autárquica vai seguindo o seu caminho e, com o aproximar do ato eleitoral, vão-se confirmando as opções tomadas, para potenciar o melhor resultado desejado, sempre em prol da qualidade de vida das populações municipais abrangidas. Pois, em Gondomar, foi já subscrito o acordo autárquico que junta PSD e CDS, concorrendo coligados, aliás na esteira do que tem acontecido as últimas candidaturas. Trata-se de um acordo essencial, do interesse de ambos os partidos, pois considerando a atual conjuntura tornar-se-ia assaz difícil a qualquer deles alcançar isoladamente o propósito fulcral de afastar o PS do âmbito da governação em Gondomar.

Movimento Valetim Loureiro Coração de Ouro

tacional de 2018, Gondomar indicou um total de 502 famílias a realojar, sendo para isso escolhida a opção de aquisição e reabilitação de habitações existentes. No entanto, nenhuma construção foi feita e não houve por parte do executivo camarário aquisição de habitações para este efeito. É importante que o município tenha em conta as carências da população de modo a elaborar uma Estratégia Local de Habitação que solucione os verdadeiros problemas do município. O decreto de lei referente à habitação, abrange agregados em condições indig-

nas e abrange pela primeira vez pessoas em condições precárias, vítimas de violência doméstica, insalubridade ou pessoas sem abrigo. É importante que estes fatores sejam tidos em conta na adaptação e na elaboração dos planos de habitação, de modo a dar uma maior e melhor resposta às pessoas que necessitam de uma habitação digna. Não é possível continuar a ignorar as carências da população e continuar a perpetuar ciclos de pobreza e habitações sem as condições mínimas para habitar. É necessário realojar as famílias já refe-

CDS-PP po e a necessária distancia do poder, para se poder aperceber das reais necessidades da comunidade e da mais adequada forma de as fazer chegar ao concelho catapultando-o, com isso, para níveis de satisfação mais que justificáveis. Gondomar exige mudança Gondomar exige esperança A união do centro político oferece a solução

Sara Santos BE renciadas no levantamento de 2018 e construir políticas públicas que permitam suprimir as dificuldades dos gondomarenses. Para isso é necessário existir um verdadeiro foco no problema da habitação em Gondomar e que os dirigentes políticos queiram mudar o panorama deste problema e criar condições para a sua solução.


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