Edição de outubro do VivaCidade

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Ano 15 - n.º 184 - outubro 2021

Preço 0,01€ Mensal

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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Novo executivo municipal

DESPORTO Ricardinho homenageado pelo concelho de Gondomar > Pág. 33

> Pág. 18, 19 e 20

Atletas gondomarenses dão cartas em Itália > Pág. 34

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VIVACIDADE | OUTUBRO 2021

EDITORIAL

SUMÁRIO: Breves Página 4

José Ângelo Pinto

Sociedade Páginas 8 a 27 Entrevista Páginas 10 e 11

Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

Caros leitores, As sondagens realizadas pelo grupo Vivacidade acertaram em 95% dos casos. Em Gondomar apenas numa junta os resultados não foram os que apresentamos. Havendo relevância estatística e um bom trabalho na seleção dos entrevistados, de modo que representem o universo, as sondagens são fiáveis e permitem perceber as intenções dos eleitores, no momento em que são realizadas. Os políticos ou aspirantes a políticos que insistem em as desvalorizar e desconsiderar estes instrumentos apenas o fazem porque dá jeito porque os resultados que apresentam não estão de acordo com a sua ambição ou com as suas expectativas. Um tema controverso é se uma sondagem influencia os resultados. Porque se alguém é apresentado como vencedor fácil de umas eleições, isso pode ter o efeito de aumentar os resultados, isto porque muitos eleitores gostam de votar em quem ganha. Mas também pode ter o efeito inverso, ou seja, os eleitores acharem que já está ganho e que por isso nem vale a pena a deslocação à mesa de voto. Também pode provocar efeitos nos outros concorrentes, quer incentivando a que os eleitores que pretendem votar nas alternativas o façam quer desincentivando essa ação. Os estudos que existem indicam que os efeitos se anulam e que a publicação de uma sondagem com determinado resultado não influencia o resultado. Isto é provado em Lisboa, município em que as sondagens apontavam outro resultado, havendo agora quem diga que a alteração de voto ocorreu porque as pessoas acharam que estava ganho e que não valia a pena ir votar. A verdade é que os resultados atingidos estão dentro das margens de erro, no entanto a comunicação social optou por realçar o resultado em vez de explicitar a parte técnica do trabalho realizado. A influência direta das sondagens na abstenção e nas opções de voto é diminuta. Já os efeitos que provocam nos candidatos e nas forças que concorrem é outro ponto, pois podem motivar as hostes ou dificultar a gestão das expectativas. Mas são sempre apenas mais um elemento num sistema complexo de múltiplas influências que tem como objetivo captar os eleitores. Parabéns a todos os autarcas eleitos e que desempenhem com lealdade e honra as funções em que forem investidos!

PRÓXIMA EDIÇÃO 18 NOVEMBRO

Destaque Páginas 18, 19 e 20 Reportagem Páginas 22 e 23 Cultura Página 28 Desporto Páginas 33 e 34 Empresas e Negócios Página 35 Opinião Páginas 38 e 39

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO Neste mês de outubro, o Município de Gondomar associa-se mais uma vez à iniciativa "Onda Rosa" da Liga Portuguesa Contra o Cancro - uma campanha nacional de consciencialização para a importância da deteção precoce do cancro da mama. Com vista a alertar para este problema, foram distribuídas centenas de rosas no dia 15, à saída da Cerimónia de Reconhecimento aos profissionais envolvidos no Centro de Vacinação Municipal, que teve lugar no Multiusos de Gondomar.

NEGATIVO Gondomar registou uma taxa de abstenção de 51% nas últimas eleições autárquicas de 2021.

Viva Saúde Paulo Amado* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia

*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO

MEDICINA REGENERATIVA ORTO-BIOLOGICOS

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Estimados leitores, embora não sendo a primeira vez que vos falo neste tema, dado interesse manifestado por muitos pacientes, achei interessante, atualizar os conceitos que já anteriormente, noutro artigo vos tinha apresentado. O que está na base desta área de futuro prende-se com a investigação de produtos biológicos, capazes de regenerar tecidos humanos e dessa forma poder tratar os pacientes de um modo mais “natural”, podendo mesmo evitar terapêuticas agressivas tal como a quimioterapia ou até cirurgias que podem ser evitadas. Sendo que muitos destes “produtos” são recolhidos do próprio paciente e depois manipulados e preparados com concentração dos mesmos para depois aplicar no local necessário do corpo humanos. É óbvio que já hoje usamos tratamentos regenerativos tais como factores de crescimento plaquetário (PRP), colagénio injetável, acido hialuronico, etc. No entanto estamos a dar os primeiros passos, mas com resultados por vezes muito animadores. Arrisco-me a dizer que será nos próximos anos a grande novidade na Medicina. Os produtos que já referi são já usados por nós na clínica no tratamento da regeneração cartilagínea, no tratamento da Artrose, principalmente nos Joelhos e tornozelos. No entanto ainda em pequenos passos, pois ainda estamos a começar, com resultados bons, mas ainda dependendo dos casos clínicos e alguns deles ainda de custo elevado para muito pacientes. Sendo um tema da minha tese de Doutoramento na Universidade de Santiago de Compostela em Espanha, é uma área de investigação que há muito nos dedicamos e com aplicação prática clinica, mais no capo dos Orto Biológicos. Mas hoje, por exemplo o acido hialurónico concentrado e por vezes em conjunto com os factores de crescimento, PRP, tem sido amplamente usados no tratamento de artroses com resultados muito animadores, nomeadamente na artrose do joelho. A aplicação destes produtos dentro dos joelhos e outras articulações, além de seguros e sem efeitos secundários, será hoje já uma parte significativamente dos tratamentos que aplicamos nos nossos doentes com excelentes resultados. Temos essa experiência na nossa Unidade em Rio Tinto, na Desporfisio, onde são já, inúmeros os pacientes tratados, às mais distintas patologias e doenças, mais do campo da Ortopedia e Traumatologia Desportiva. Tal como já referi, principalmente as artroses dos joelhos, ancas, tornozelos. Mas e as outras áreas anatómicas, tais como a coluna vertebral, com tantos casos de doentes com queixas? Sim existe uma resposta também na Medicina Regenerativa, tais como a OZONOTERAPIA, aplicada diretamente sob camara ou infiltração com micro agulhas, que com aparelhagem adequada permite tratamentos muito eficazes em espacial na coluna lombar e cervical, ou em outras articulações, conjuntamente com os PRP, o que já temos também disponível em Rio Tinto... Até breve, estimados leitores…

FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org


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VIVACIDADE | OUTUBRO 2021

BREVES Doe Sangue, doe vida! Ainda para o mês de outubro, a população interessada pode realizar a doação de sangue no dia 31 de outubro, das 9h até às 12h 30 min, na Escola E.B. 2\3 de São Pedro da Cova. No que concerne ao mês de novembro, as doações de dádivas podem ser realizadas nos seguintes dias: dia 1 de novembro, na Escola E.B. 2\3 de São Pedro da Cova, pelas 9h até às 12h 30 min; no dia 12, entre as 15h até às 19h e no dia 14, entre as 9h e as 12h 30 min, a doação terá lugar no Quartel de Bombeiros de Melres.

XVII Encontro de Música Tradicional PortuguesaDOUROENCANTO 2021 No dia 24 de outubro, pelas 16 horas, em Broalhos, Medas, irá decorrer o XVII Encontro de Música Tradicional Portuguesa- DOUROENCANTO. O evento contará com a presença do grupo Cavaquinhos da Associação Cultural e Recreativa Passilgueirense de Passos de Silgueiros - Viseu, grupo que se destaca com as suas atuações: nas Comemorações do Dia de Portugal em Paris (2014) e na Sede da ONU em Nova Iorque (2018), bem como no Parlamento Europeu em Bruxelas em prol da divulgação do património imaterial português (2016). Salientam-se ainda as tradicionais Janeiras ao Presidente da República (2015), ao Presidente da Assembleia da República (2017) e ao Primeiro- Ministro (2019). No ano de 2017, cantaram as Janeiras a Sua Santidade o Papa Francisco, no Vaticano.

Gondomar recebeu a SUP Douro Race 2021 Neste mês de outubro, a 3ª edição da SUP Douro Race, competição de Stand Up Paddle, passou por Gondomar. O evento registou um elevado número de inscrições e coloco em prova a capacidade de resistencia de alguns dos melhore atletas de Stand Up Paddle do mundo. Do programa constava não só a prova "Douro Race Sprint", num percurso total de 6 km, como também incluía os eventos de SUP Yoga - símbolo perfeito do equilíbrio físico e emocional - e de SUP adaptado, entre outras atividades. A Vereadora do Desporto de Gondomar, Sandra Almeida, decidiu não ficar em terra e aventurou-se nas diversas atividades oferecidas.

Retirada dos Residuos Perigosos adiada para 2022 No passado dia 14 de outubro, a Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova foi informada sobre o adiamento da retirada dos resíduos perigosos de São Pedro da Cova, para o primeiro trimestre do anos de 2022. A previsão inicialmente estipulada pelo executivo de Marco Martins, seria agosto de 2021.

Casa Educativa da Marioneta – Mundo de Cartão No dia 30 de outubro, a Casa Branca de Gramido irá acolher as oficinas da Casa Educativa da Marioneta, que terá como tema "Mundo de Cartão”. Esta oficina tem como desafio a criação de uma marioneta utilizando os materiais desperdiçados no dia a dia. Uma produção do Teatro e Marionetas de Mandrágora em parceria com o Município de Gondomar. As inscrições são obrigatórias e deverão ser efetuadas pelo e-mail cultura@cm-gondomar.pt. A entrada é gratuita.

Francisco Laranjo expõe em Gondomar A exposição de Francisco Laranjo, Contramuros, foi inaugurada no dia 14 de outubro, no Auditório Municipal de Gondomar, na Sala Júlio Resende. A curadoria é de Agostinho Santos. A entrada é gratuita e ficará patente até ao dia 27 de novembro.

Saudades de África O Centro Cultural de Rio Tinto Amália Rodrigues - Condomínio das Artes tem patente até ao dia 27 de novembro de 2021, a exposição "Saudades de África", de Cloé. Nela, a artista nascida em Fafe e com formação em pintura e desenho, modelação de cerâmica e azulejaria, design e modelismo têxtil, entre outras, revela o percurso artístico em Luanda (Angola) onde viveu. A entrada é gratuita. PUB

Celebre o S.Martinho em Segurança com a Oficina – Gondomar

TRABALHAMOS COM TODAS AS SEGURADORAS


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SOCIEDADE

PLANO DE INOVAÇÃO IR MAIS ALÉM A cerca de um mês do início do ano letivo, o Plano de Inovação vai fazendo o percurso delineado no e pelo AEG1, com vista à promoção do sucesso escolar, ao enraizamento de práticas inovadoras,

à oferta de um modelo educativo mais flexível que permita criar pontes entre os vários saberes científicos, sempre garantindo as aprendizagens essenciais. O AEG1 conta com o apoio de inúmeras parcerias, como o Centro de Apoio às Aprendizagens (as Coadjuvações, as Bibliotecas do AEG1, as Oficinas multidisciplinares, o Trabalho Colaborativo, o GAPA, os Serviços de Psicologia e Orientação) e com a implementação de vários Clubes e

Projetos (Clube Europeu, Clube de Teatro, Clube de Robótica, Clube de Jornalismo, Laboratório de Inov@ção e Desenvolvimento de Projetos, Labi9, 10afios, Rede Escolas da UNESCO, Plano Nacional de Cinema, Apps for Good, Eco-Escolas, Erasmus +, Vamos Salvar o Planeta, Projeto Expressões, Eu, Contador de Histórias, Espaço +, Projeto Cultural do AEG1, Plano Nacional das Artes, entre outros).

Comemoração da Semana Mundial do Espaço A observação do céu noturno aberto, atividade dinamizada pelo Doutor Máximo Ferreira, coordenador do Centro de Ciência Viva de Constância, foi uma oportunidade única para despertar a curiosidade e estimular o interesse dos nossos alunos e de toda a comunidade pela Astronomia. Esta observação astronómica, juntamente com o Acampamento Lunar, são exemplos de como,

no AEG1, os alunos constroem as suas aprendizagens: aprendem, fazendo e aprendem a observar e a questionar fenómenos do dia a dia. Desta forma, são conduzidos a desenvolver conhecimentos mais ricos e mais integrados. Estas atividades serão exploradas no âmbito da nova disciplina do Plano de Inovação, Oficina das Ciências Físico Naturais.

A Conquista da Distância - AEG1 integra a Rede de Escolas da UNESCO + Cidadão no Tempo e no Espaço (+CTE), a nova disciplina do 3ºCiclo, constituída ao abrigo do Plano de Inovação, é a oportunidade para desenvolver aprendizagens com mais sentido e garantindo o desenvolvimento de uma consciência histórica e geográfica mais significativa. Este projeto pretende apresentar a UNESCO e as suas iniciativas nos diferentes lugares do mundo. Para isso, criámos um plano de ação intitulado "A

Conquista da Distância", no qual nos propomos experienciar uma "viagem" pelos diferentes países onde a Unesco intervém. Pretendemos chamar a atenção para os problemas atuais que desafiam a condição humana, debatendo as implicações na vida das gentes desses países e sugerindo possíveis medidas. Pretendemos desenvolver o pensamento crítico e o espírito de iniciativa dos alunos para resolver os

problemas que devastam o planeta, promovendo eventos como exposições temáticas, workshops, reuniões com estudantes, em parceria com vários setores da comunidade. Daniela Oliveira (coordenadora do projeto Rede de Escolas da UNESCO e docente de +CTE)

Indisciplinar a Escola – aprender com Arte para além da sala de aula formal Considerando que a Arte é um elemento essencial à formação do Humanismo e das competências sociais, pilares fundamentais da construção de um individuo consciente, social e integrado na comunidade à qual pertence, o LBA – Laboratório das Artes, apresenta-se como um projeto destinado a garantir aos alunos uma aproximação íntima e construtiva ao processo artístico. Na sua execução prática, apresenta-se como um espaço de fusão

de linguagens artísticas e multidisciplinaridade, com vista à dinamização cultural do Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar. Conta com três grandes áreas de atuação: Cinema (artista residente Pedro Farate), Teatro (artista residente António Portela) e Artes Plásticas (artista residente Xavier Gaspar). Para além de oficinas, workshops e ações de sensibilização para as artes, o LBA oferece também apoio a estudantes e professores, em termos criativos e conceptuais, no desenvolvimento de atividades educativas e registo das mesmas em suporte audiovisual.

A importância do Desporto Escolar

Retomar a vida com normalidade e desenvolver estilos de vida saudáveis

Retomar a vida com normalidade e desenvolver estilos de vida saudáveis A atividade física e desportiva assume particular importância na dimensão da saúde, ajudando ao desenvolvimento de práticas e estilos de vida mais saudáveis; hoje, ainda mais importante face aos problemas do sedentarismo e obesidade agravados pela pandemia que temos estado a viver. O AEG1 dá importância a todas as vertentes da formação dos nossos alunos e a saúde não é exceção. Temos uma forte aposta na atividade física através de dinâmicas como a "Educação Física

fora de portas" (que proporciona aos jovens um contacto direto com elementos da cultura desportiva essenciais para lá das fronteiras da escola e faculta-lhes experiências desportivas de relevo com entidades externas e parceiras do agrupamento, nomeadamente, associações culturais e recreativas e o próprio município) e o Desporto Escolar (será desenvolvido em cinco modalidades: Atletismo, Badminton, Ténis de Mesa, Voleibol e Ténis de Campo). O AEG1 voltará a realizar o Corta Mato Escolar (fase escola) em dezembro, nas imediações do Pavilhão Multiusos, em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar, Associação de Pais e Encarregados de Educação. A escolha deste local, amplo e de boa visibilidade, é um convite à participação da comunidade escolar, de forma a ser um dia festa da atividade física.

Bárbara Ferreira Armando Silva (coordenador do Desporto Escolar)


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SOCIEDADE

ERASMUS+ no AERT3

Os projetos Erasmus+: 2020-1-RO01-KA201-079852 e 2020-I-RO01-KA229-079887_3 intitulados respetivamente: “Be Clean, Be Green! Promoting the Sustainable Development of Our Community” e “Green Europe. Education. Abilities” destinam-se a alunos do ensino secundá-

rio enquanto o projeto 2020-I-ELO1-KA229-078875_3 “Food for Thought” tem como publico alvo a turma CLIL (Content and Language Integrated Learning) de 9.º ano. Os projetos contam com a participação de escolas de Itália, Roménia, Grécia, Macedónia do Norte, Lituânia, Bélgica, Polónia e Turquia. Paralelamente através da plataforma eTwinning é desenvolvido um trabalho colaborativo entre estas escolas no twinspace de cada projeto. No decurso dos trabalhos a desenvolver, alunos do ensino básico e secundário de cada país, têm a oportunidade de interagir a nível europeu, aprofundar conhecimentos sobre cultura e a história dos países participantes, desenvolver competências a nível de educação ambiental, aprofundar a literacia tecnológica, assim como, a capacidade de comunicação em Inglês. Em futuros intercâmbios, os alunos terão

a oportunidade de partilhar experiências sobre as suas realidades, assim como desenvolver a dimensão europeia e o conhecimento de tradições e costumes dos países intervenientes, num processo de intenso enriquecimento cultural.

AERT3 na Roménia No mês de setembro o AERT3 deslocou-se à Roménia no âmbito dos projetos Erasmus+. Entre 23 e 25 de Setembro 2021, realizou-se na cidade de Iași, uma reunião de professores do projeto “Be Clean, Be Green! Promoting the Sustainable Development of Our Community”. Num ambiente de profundo e enriquecedor desenvolvimento profissional e intercultural envolvendo 3 representantes de cada um dos países intervenientes (Portugal, Bélgica, Roménia e Itália), foram analisados os resultados das atividades do primeiro ano de implementação e reorganizado o cronograma de atividades e inter-

câmbios para o ano seguinte. Após as sessões de trabalho, os participantes tiveram ainda a oportunidade conhecer a cidade e o Palácio da Cultura. Na semana seguinte, seis alunos da Escola Secundária de Rio Tinto, acompanhados por duas professoras, deslocaram-se a Tecuci para cumprirem a primeira mobilidade de alunos, no âmbito do Projeto “Green Europe: Education, Abilities”. Este projeto tem como principais objetivos incrementar nos alunos os conhecimentos sobre a floresta europeia, assim como, a promoção de atividades que envolvam a preservação/ reflorestação de áreas

florestais. A viagem decorreu em ambiente de grande animação e expetativa. Após uma breve vista à capital, Bucareste, dirigimo-nos ao Colégio National “Spiru Haret” em Tecuci, onde fomos acolhidos pelos alunos romenos e nos juntamos aos alunos da Turquia e da Lituânia. Os dias foram repletos de atividades pedagógicas (exposição fotográfica, palestras/debates sobre os recursos florestais da Roménia, atividades interpretativas/desportivas em floresta

local, concurso sobre a floresta) e lúdicas (visita a Tecuci, jogos de socialização, espetáculo artístico). Além do incremento no conhecimento sobre os recursos florestais da Roménia, os alunos tiveram a oportunidade de desenvolver competências na língua inglesa. O regresso a Portugal, implicou uma passagem por Bolonha, Itália, com breve visita ao centro histórico. “Maravilhosa experiência!” e “Melhor viagem de sempre!” foram palavras repetidas, várias vezes, pelos alunos.


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ENTREVISTA

MARGARIDA CARPINTEIRO “O pensamento é a nossa maior riqueza”

quem trabalhava e fui avançando. E esses sete anos permitiram que eu fosse aprendendo teatro, eu estivesse na faculdade a fazer uma ou duas cadeiras, ia fazendo e trabalhava no ministério. Portanto, o meu tempo foi sempre muito ocupado, muito pesado, mas não me queixo disso. Foi tudo ótimo. Talvez não tenha dado tempo suficiente para escolher o que era melhor para mim, mas eu acho que o fiz: o teatro. Sabendo, duma outra entrevista sua, que os sete anos como funcionária pública traduzem-lhe a infelicidade… Eu precisava de dinheiro, porque senão não podia ser atriz. Eu não podia deslocar-me se não tivesse dinheiro para ir para o emprego, para ir para o teatro onde trabalhava na altura, para ir para a faculdade. Todas estas coisas fizeram a minha vida e se eu consegui fazer essas três coisas nesses sete anos para alguma coisa isso serviu. Não vejo felicidade, mas também não vejo infelicidade nenhuma. Acho que é uma coisa que agradeço, aos meus pais principalmente, o terem-me ajudado nisso e terem compreendido, numa altura em que ainda se falava muito mal das mulheres que iam para o teatro. Compreenderam que eu estava a trabalhar a sério nas três coisas e que depois isso ia definir a minha vida. Foi isso que aconteceu. Mas o que é que a faz, realmente, feliz, olhando para tudo e para tanto que há na vida? O que é que para si é sinonimo de felicidade? A felicidade é o equilíbrio; a felicidade, se calhar, – vou-lhe dizer – não existe; a felicidade é um momento. A felicidade é eu olhar para trás, agora, e dizer: eu fui feliz! Mas, na altura, porventura eu dizia: “Ai, meu Deus, trabalho tanto. Estou cansada”. Eu acho que a felicidade não existe: existe o momento em que se pensa nela. Existe o equilíbrio que a pessoa pode ser capaz de encontrar naquilo que está a fazer e, exatamente, porque gosta, porque quer e porque quer vencer as dificuldades para alcançar aquilo a que se propôs. Então, se eu olho para trás e vejo que consegui isso, eu digo que fui feliz.

TEXTO: André Rubim Rangel

Olhando para a sua educação de infância e para aquela que se aplica em muitas famílias atuais, que afinidades e/ou disparidades encontra? No meu tempo era como é. Agora, claro que as crianças são muito mais desenvolvidas. Eu acho até uma maravilha, hoje em dia falar com uma criança de quatro anos. Ela faz raciocínios, ela tem vontade própria e ela decide. No meu tempo as crianças, coitadas, estavam caladas. Eu andei na escola primária, sou filha de um operário. Portanto, era uma menina calada e igual às outras. Cada tempo tem o seu tempo, mas há algo que encontre do passado que deveria ser útil não se perder e manter agora em termos de educação? Não sei, porque isso – quanto a mim – depende sempre da educação que os pais dão. Eu tive uma educação muito severa, era a do tempo, era a que lhes dava segurança a eles. É como vejo agora. Eles queriam ter a certeza de que

eu estava no caminho certo ou iria ter um caminho certo. Hoje em dia as crianças são mais livres, crescem mais depressa, pensam mais depressa e é-lhes exigido um juízo diferente do meu tempo. Juízo no sentido de pensamento do meu tempo. As crianças, hoje, quase que são obrigatoriamente adultas mais depressa, por defesa, porque o tempo anda depressa e é tudo diferente. Muito diferente. Não são melhores nem piores, mas eu penso que há uma diferença muito grande. Antes de optar pela representação, incursou em Filologia Românica. De que forma prática tem estado presente na sua vida e ação essa ligação e aprendizagem das línguas neolatinas? Nenhuma. Devo dizer, sinceramente, que eu cheguei ao terceiro ano. No segundo ano já estava ligada ao teatro e, portanto, se me serviram de alguma coisa foi para o teatro, porque fiz muito teatro nessa altura. Em 1973, porque eu ia estudando e fazendo teatro, estava empregada no ministério da Educação, fiz muitas coisas nessa altura. Durante sete anos a minha vida foi uma confusão, com as horas de trabalho. Tive a sorte de ser compreendida pelas pessoas com

Sente-se uma atriz de estatuto maior e até como uma “avó” de tantos novos atores, ao ter entrado na «Vila Faia» (1982), a primeira telenovela portuguesa? Não me sinto atriz superior, nunca me senti. Vedeta não sou, mas sinto-me bem porque nunca me faltou trabalho, porque tive sempre críticas. As que contam mais para mim, as que considero, são as do público. E tive sempre críticas maravilhosas das pessoas com quem passei o meu dia ou que se cruzam comigo num café, numa rua ou num estabelecimento, de maneira respeitosa. É isso que me equilibra: sentir que o público percebeu o meu tempo todo, percebeu que eu quis fazer uma coisa bem-feita e que eu dei o melhor que podia. E continuo a dar. Essa que foi a pioneira é sempre especial. Considera que as telenovelas atuais – em termos de realização, argumentação e produção – são melhores do que as primeiras ou nem por isso? Porquê? Eu penso que sob o ponto de vista da gravação e, talvez, de texto, as últimas / as atuais são melhores. Mas eu não gosto de falar de telenovela porque é assim: eu faço-a para poder ganhar

dinheiro. Infelizmente, a maior parte dos atores em Portugal só ganha dinheiro decentemente a fazer telenovela. E, de vez em quando, vejo atores ótimos sempre com trabalhos, também ótimos em teatro, mas vão fazer a sua telenovela e, se calhar, não precisam. Eu precisei de fazer novela, e ainda preciso, para ganhar dinheiro, mais nada. Até porque a telenovela não me diz nada. Absolutamente nada, são historietas para entreter o próximo: isso não é nada, isso não é um trabalho de ator. Agora se me perguntar: eu faço bem o meu trabalho? Eu dou o melhor que posso, lá por ser telenovela não me encosto a isso, só me encosto por uma questão financeira, sou muito sincera. Além das telenovelas, diz-lhe mais os programas televisivos em que se destacou – tanto em «O Passeio dos Alegres», de Júlio Isidro, como em vários humorísticos do Herman José. Sente saudades desses tempos de eleição do humor em Portugal? Se foi tão bom, como não repetir adaptando à luz do presente? Isso sim. Isso era diferente. Foi um trabalho que ficou, que fica. É um trabalho que valia a pena, nós sabíamos e gostávamos. Eu gostei imenso de trabalhar com o Herman, o Júlio Isidro, o Nicolau Breyner, o Raúl Solnado, … Isso era comédia, comédia a sério e onde se aprendia também. Eu aprendi muito nesses programas. Aprendi muito como atriz. Isso foi muito bom e tive essa sorte de ser chamada para muitos desses programas. Também me ajudou a crescer. A sua veia artística não se fica só pelos 41 programas de televisão de que fez parte, mas também pelos 8 filmes e pelas 8 peças. Identifica-se, do mesmo modo e ao mesmo nível, com o ser atriz de cinema e de teatro? (risos). As técnicas são diferentes e o pensamento do ator é outro, com certeza. Ambos são muito sérios, aprende-se muito como ator/atriz e dá um prazer enorme. O cinema e o teatro, culturalmente, são coisas superiores que podem fazer pensar o espectador e isso é muito bom! A novela pensa por si própria, a ver se o espectador adivinha o que se vai passar. É outra coisa. Para mim, o teatro é o espetáculo por excelência, porque é muito pensado e é direto no público. Tudo isso tem um efeito muito grande, mesmo quando é comédia. Às vezes, a comédia no teatro leva-nos a pensar que andamos aqui assim a fazer figuras de parvos (risos). E, portanto, tudo isso é importante. Mas sendo o cinema e o teatro artes superiores, comparativamente às telenovelas que abundam em todos os canais nacionais, por que não há mais nem maior investimento?… Há mais novelas porque há mais dinheiro aí: qualquer ator quer fazê-la porque é onde ganha mais. A novela dá muito dinheiro a quem a faz. Além do dinheiro, é uma questão de preencher espaços para divertir as pessoas, para as distrair. Certo, com todo o respeito. Agora, em questões culturais temos que fazer uma separação entre o bom cinema e o bom teatro, porque a novela – mesmo que seja boa – é repetitiva, é longa e vai tirando a nossa capacidade de pensar. Digamos que não tem a ver uma coisa com a outra.


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ENTREVISTA Ao pensar no teatro, pensa exatamente em quê nessas oito peças que fez? Quando faço uma peça de teatro não sei qual é a melhor. Para mim, é aquela que estou a fazer, pois não tenho tempo para pensar em mais nada. A minha preocupação é total! Seja uma peça de teatro, seja quando é um bom filme. Provavelmente, até farei um filme brevemente, mas não vou falar dele: ainda não é público, contudo estou felicíssima por se terem lembrado de mim! Porventura, nem será uma coisa muito séria, é mais para divertir. Porém, é cinema, é diferente. Ao ter admitido já estar “muito cansada”, por serem 50 anos como atriz – perfaz em 2021 –, onde encontra esse equilíbrio referido para se manter ativa e saudável? Se quer que lhe diga, nem sei. É evidente que não tenho problema nenhum em trabalhar. Enquanto precisar e se me chamarem, é dinheiro que entra e é dinheiro que eu preciso. O ator em Portugal é muitíssimo mal pago, bastava que eu tivesse nascido em Madrid, aí a coisa já era diferente. Também há outra coisa, que não é só o dinheiro: há um prazer que não é por acaso que ele está dentro de mim e me acompanha há meio século. Marca-me e eu preciso dele enquanto tiver a minha cabeça capaz. A sua outra paixão tem estado parada: a escrita, sendo o seu 4.º e último livro de 2005. De que modo está a perspetivar este seu regresso e como pretende fazê-lo? Dizendo “não” à inclusão em novas telenovelas, por exemplo? Talvez. Não tenho sentido capacidade de pegar num texto e avançar com ele. Escrevo contos, normalmente, mas estão ainda muito no princípio. Eu gosto muito, de facto, do conto sob do ponto de vista literário. Acho que são obras especialíssimas quem as consegue. O conto é difícil, acho que mais difícil do que qualquer outro tipo de obra, e agora vou tentando. Vamos ver se ainda tenho tempo de fazer alguma coisa. Pelo menos vou tentando e dá-me muito prazer. Não tenho previsão de quando possa publicar. A sua primeira obra foi «Silêncio na casa do barulho» (1985). Vê o silêncio como uma peça fulcral na comunicação e no diálogo? Eu acho que há silêncios que são altamente necessários na vida das pessoas. É preciso fazê-los e sabe-los usar. Ainda bem que há o silêncio: antes que se diga um disparate é melhor ficar calado! Como fazê-lo vencer aos constantes barulhos que invadem as nossas vidas? Esses ruídos que surgem de várias formas… (risos) Isso faz parte da vida, faz parte do que a gente aprende ao longo dos anos. Eu por exemplo podia-lhe ter dito: “Não falo com o senhor, não estou capaz, não me apetece”. Era um silêncio, não era uma falta de educação. Por outro lado, sinto que às vezes devo falar e conceder entrevistas; e aí está: acabou o silêncio e estamos aqui a conversar. Cada um de nós tem o seu caminho e o seu pensamento sobre isso. Sei que a morte a inquieta alguma coisa. Até porque foi, também, mote para o título do seu segundo livro: «Ninguém morre de

véspera» (1986)… Como torná-la menos custosa e dolorosa? A morte é como se nós não tivéssemos o mínimo de poder sobre ela. A morte aceita-se, é o melhor. A morte é o fim natural da vida. Se se começar a pensar assim então há uma coisa que não é eterna, eu sei que vou acabar. Quando for, é. Ao longo da vida posso pensar de maneira distinta: posso ter tido um pensamento há trinta anos que não tenho hoje. E não estou só a falar da morte, estou a falar de vários temas. E isso, acho eu, é o crescimento das pessoas: as opiniões vão variando conforme a sua sabedoria natural e o seu crescimento natural vai acontecendo. Ai de nós se assim não fosse! Eu acho que uma pessoa que vive é exatamente aquela que vai olhando e vai aceitando; vai também renegando e vai vivendo – sob o ponto de vista estrutural – a coisa mais pequenina do seu dia a dia. Como é lidar, de facto, com ela através de tantos atores e atrizes com quem conviveu / trabalhou, e que vai e foi vendo partir em maior número nos últimos anos? É doloroso sempre, muito doloroso. Mas isso tanto faz ser atriz como ser mulher-a-dias, ou advogada. Quando uma pessoa parte, e está no nosso coração, é óbvio que provoca dor. E eu já senti até em muitas pessoas com quem trabalhei, muito mesmo, e senti a dor da partida dessas pessoas. Mas quanto a isso não há nada a fazer: é a morte e é a vida, que é assim. «Um animal desconhecido» (1993) foi o seu terceiro livro. Ao depararmo-nos com tanta humanidade animalesca, ainda há um animal desconhecido em todos nós? Eu acho que sim, graças a Deus! (risos) Quanto mais não seja por defesa, isto não é fácil! O estar vivo é muito bom, mas as pessoas têm de saber o que é que pisam, o que é que as rodeia, o que é que estão a fazer, para quê: tudo isso são defesas! Ao pensar nisso eu estou a defender-me. Eu quero o melhor: para mim, para os que eu amo e para todos. Não desejo mal a ninguém, tento não fazer mal a quem quer que seja. Portanto, tenho consciência do meu comportamento e do comportamento que os outros têm para comigo. E isso é a vida. Mas tem mais medo dos animais ou dos ho-

mens? (risos) Tenho, obviamente, muito mais medo dos homens, é lógico. Dos homens, quer dizer, da humanidade, desta que vemos à nossa volta: estamos num tempo bem triste. Não é bem medo, é o viver com o que se está a passar à nossa volta. Há que enfrentar, há que pensar e já que tive opinião, importa fazer qualquer coisa. E essas pessoas más que teme – tal como o seu último livro, intitulado «Um navio na gaveta» – punha-las num navio para afundar? Não! O navio na gaveta tem a ver com um amor muito grande que eu tinha, e tenho, pelas pessoas dessa aldeia. Relaciona-se com o facto dessa gente, nesse tempo em que eu fui buscar, vivia com a esperança na gaveta, a esperança de partir, de evoluir sem saberem o que era a evolução. De arranjar uma vida que pudessem suportar a sua família, os seus filhos, os seus pais. No fundo, queriam emigrar, baseia-se nisso. Baseia-se em a pessoa tentar outra coisa melhor, com o sofrimento que isto tudo às vezes traz. Pensei muito nisso porque nas aldeias é assim, saía-se das aldeias e ainda hoje se continua a sair. Se bem que, hoje, normalmente voltam muito bem, com dinheiro, ou não voltam. E ficam lá e são pessoas integradas noutro tipo de sociedade, mas estão bem. No meu tempo, iam lá fora buscar uns tostões e uma vida melhor para depois virem para a sua aldeia. Não era só cavar, não era só ceifar e foi isso que aconteceu: as pessoas, de facto, foram ficando melhores. Repare que no interior há pouca ou nenhuma indústria e há cinquenta ou sessenta anos o que é que havia numa aldeia? Um forno para cozer o pão e que, normalmente, era de todos e uma escola longe… mais nada! Nesta obra explora igualmente a culturalidade, os costumes, lengalengas e expressões típicas. O que a assusta mais: ver tantos e gigantescos erros de português, ou ver desaparecer tantas dessas tradições antigas? (risos) O erro é o erro, a tradição antiga era o pensamento perfeito e julgado, talvez, sempre certo da pessoa que falava ou que o punha em conhecimento dos outros. E isso era muito importante. Há que pensar nas coisas: acho que o pensamento é a nossa maior riqueza e temos de aproveitá-lo enquanto a cabecinha dá. Qualquer dia já não dá e, depois, acabou-se... (risos)

Já estamos, aos poucos e de modo geral, a ver-nos livres da pandemia, não da covid. O facto de ter contraído o vírus, mesmo que de forma ligeira, inquieta-lhe todas essas campanhas negacionistas que vão ocorrendo? Inquieta porque são estúpidas, é a palavra que eu encontro. Porque saber que morreram não sei quantas pessoas com aquela doença e negar isso... Desculpe, mas não perco tempo a falar disso, nem vale a pena estar a falar dessa gente. Não quero saber. É uma falta de respeito para quem sofreu! E não estou a falar de mim, que tive mas não sofri, como bem referiu. Eu nem entendo como é que é possível isso, essa patetice. Enfim, são coisas do tempo. Isso faz transpor para outras tantas realidades da vida, em que há sempre aqueles do contra, só porque sim, falando e agindo contra algo sem conhecerem e experimentarem esse algo… E o que é que nós havemos de fazer? Eu pessoalmente não perco tempo com essa gente, prefiro lidar com o povo e o povo sabe sempre qualquer coisa do que esses armados em finos que sabem muito e são uns patetas. Só isso. Peço-lhe uma mensagem final, positiva, para os nossos leitores. O que lhes apraz dizer, daquilo em que realmente acredita e a faz mover… Quero dizer que não pensem que a vida é fácil, que é felicidade: pensem que a vida é pensamento positivo, é cuidar da saúde, é amar os outros verdadeiramente, é tentar crescer por dentro da cabecinha. Depois, já sabemos que vamos ser sempre rodiados por coisas que não nos são agradáveis, mas isso faz parte da vida. Há o bem e o mal, e nós estamos ali no meio: depois há que escolher. O que desejo às pessoas é que, sobretudo, velem a sério pela sua saúde – porque neste momento é ainda muito importante – e que amem. O amor cura muita coisa! E tentem sempre crescer por dentro: a ler, por exemplo; a estar atento ao que se passa por aí e a ter opinião própria, mesmo que seja errada. Eu não tenho opiniões certas, tenho as minhas opiniões que eu vou tirando do que vejo e do que sinto. Portanto, há que viver: vivam a vida! Sejam felizes! ■


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SOCIEDADE

Gondomar acolhe Acampamento Lunar

Uma atividade inovadora e diferente que teve como intuito desenvolver os conhecimentos dos alunos. O projeto Acampamento Lunar foi organizado no âmbito da comemoração da Semana Mundial do espaço e contou com a participação de aproximadamente uma centena de alunos do Básico do concelho. Estivemos à conversa com Ana Noronha, Diretora Executiva do Centro de Ciência Viva, que nos adiantou todos os detalhes deste projeto. Um projeto piloto iniciado em Lisboa -com feedback positivo- chegou a Gondomar através de um desafio proposto pelo Agrupamento de Escolas de Gondomar. Segundo Lília Siva, a adesão por parte dos alunos superou as expectativas. Inicialmente, os organizadores contavam com apenas 40 inscrições e ao fim de 24h, somavam cerca de 100, o que implicou ao estabelecimento de ensino a reformular toda a logística inicialmente delineada. Para Lília é essencial que os alunos aprendam,“Para além da sala de aula.

Estes projetos são fundamentais porque estimula a aprendizagem dos nossos alunos. É o apreender fazendo, que é aquilo que nós queremos e que estamos a desenvolver aqui no Agrupamento”. A responsável explica que os alunos que aderiram à atividade são do 3º ciclo, que no caso, só tem aulas no turno da manhã, assim “Eles vieram à iniciativa porque quiseram mesmo vir”. O processo de inscrição era simples, os alunos da ação social não pagavam nada, os restantes pagavam um valor

> Camila Silva, 8º ano, aluna da Escola Secundária de Gondomar Eu tomei conhecimento deste projeto através da minha diretora de turma, Bárbara Ferreira. Logo, quis participar porque achei que fosse uma oportunidade interessante e que provavelmente, poderia divertir-me e aprender mais. Até ao momento, o cientista mostrou-nos uma foto da lua e tivemos a examinar algumas coisas e mais recentemente, tivemos a realizar uma experiência utilizando a alface. Supostamente, estivemos a estudar como é que seria plantar vegetação na lua. Se no futuro este projeto acontecesse novamente, eu recomendaria às pessoas.

simbólico que era convertido para o pagamento da alimentação. À chegada, no check-in eram entregues a cada participante uma ficha com uma cor, destinado a formação dos grupos. Ana Noronha, explicou-nos o funcionamento do programa do Acampamento Lunar, assim as atividades estão dividas em várias vertentes: “A construção e utilização de antenas para manter a comunicação via rádio entre a Lua e a Terra, entre a base lunar e as saídas ao exterior. A saúde física e mental num ambiente de mi-

crogravidade, onde estudamos como é que é, o trabalho de equipa e a saúde mental, numa longa viagem de permanência no espaço. Para esse efeito, temos uma colaboração com o centro de psicologia da Universidade do Porto, para fazer essa dinâmica; a exploração de métodos de hidroponia (técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva); o desenho e impressão 3D de bases lunares (moon shelter), onde eles vão desenhar e depois com o apoio de uma empresa de impressão 3D, que é a Be creative, eles vão imprimir estes protótipos que os alunos estão a desenhar; as atividades com Extravehicular Activities (EVA)”. Para além destes pontos, sob a coordenação do astrónomo Máximo Ferreira, diretor do Centro de Ciência Viva de Constância, realizou-se observações do céu noturno com diferentes telescópios. Todos os trabalhos desenvolvidos pelos alunos foram apresentado aos Encarregados de Educação. Para a diretora da escola, “Assim, os pais têm a possibilidade de ver o trabalho que os filhos desenvolveram. A minha ideia é mesmo esta, é envolver os pais nas aprendizagens, é responsabiliza-los e cativa-los para a escola, para as partes boas que a escola tem.” Quanto ao futuro, Lília explica que quanto ao futuro, pretendem realizar mais trabalhos dentro deste âmbito. A 2 ª edição do evento foi organizado pelo Agrupamento de Escolas de Gondomar nº1, em parceria com uma equipa do European Space Education Resources Office de Portugal (ESERO Portugal), programa educativo da Agência Espacial Europeia (ESA) e com o Ciência Viva. ■

> Mariana Rocha, 9º ano, aluna da Escola Secundária de Gondomar Eu considero que este projeto é muito interessante e agora fiquei num grupo em que estamos a falar dos tipos de rochas existentes na lua. Sempre considerei esta parte do espaço interessante. Nunca pensei muito nesta questão de viajar para o espaço, mas é diferente, porque na minha opinião, é necessário expandir o nosso conhecimento. Na minha perspetiva, considero que nós acabamos por reter mais coisas, mais informações, porque a prática é mais fácil de compreender. Para mim, este tipo de iniciativas deveriam repetir-se.


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Início Novembro 2021

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Apoio do Ministério da Educação: Contrato de Desenvolvimento (Ens. Pré-Escolar) Contrato Simples (Ensino Básico)

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SOCIEDADE

Águas de Gondomar retoma horário contínuo de atendimento presencial Desde o início do mês de outubro que a Águas de Gondomar (AdG) retomou o atendimento presencial em horário contínuo, entre as 8h30 e as 16 horas, em dias úteis. O atendimento sem marcação está, contudo, limitado ao número de senhas disponíveis, sendo que a espera até ao atendimento decorre no exterior. No caso

dos pagamentos no serviço de tesouraria, os mesmos serão realizados por ordem de chegada, com a restrição de entrada de apenas um cliente de cada vez na loja. Apesar de sublinhar a importância deste regresso à normalidade nos serviços, a AdG lembra que continuam a existir meios alternativos de atendimento, que devem continuar a ser usados e privilegiados, recomendando, por isso, no caso do atendimento presencial o agen-

damento para o dia e hora mais adequado à disponibilidade dos clientes. Desta forma podem ser evitadas esperas nas filas à porta dos serviços, assim como fica garantida uma maior comodidade e segurança a todos quantos recorram ao atendimento presencial. Os clientes que pretendam podem continuar a contactar a Águas de Gondomar pelos contactos habituais - atendimento telefónico (224660200 e 224660295), de email (geral@

aguasdegondomar.pt) e do chat online (www.aguasdegondomar. pt). Nestes contactos os clientes poderão dar seguimento a questões relacionadas com esclarecimentos de faturação, comunicação de leituras, solicitação de meios alternativos de pagamento e pedidos de ligação urgentes. O serviço contínuo regressa também ao Balcão da AdG na Loja do Cidadão, que está disponível entre as 9 e as 16 horas, de segunda a sexta-feira. ■

Gondomar reconhece profissionais envolvidos no Centro de Vacinação Municipal contra a COVID-19 O Município de Gondomar homenageou cerca de 500 profissionais que estiveram envolvidos no Centro de Vacinação Municipal instalado no Multiusos de Gondomar, desde pessoal médico e de enfermagem do Agrupamento de Centros de Saúde de Gondomar a elementos das Forças de Segurança e das corporações de Bombeiros do nosso concelho, bem como, a recursos humanos da autarquia e das Juntas de Freguesia que prestaram o devido apoio logístico ao processo de vacinação. Estes profissionais, no exercício das suas competências e atribuições, destacaram-se no combate à pandemia ao empregarem todo o seu empenho e dedicação na implementação, gestão e operacionalização do processo de vacinação no Município de Gondomar. Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, recordou a reunião, tida de urgência por videoconferência, que originou

a preparação deste espaço para o Centro de Vacinação Municipal. "Vinha cá muitas vezes e em todas eles vi profissionais dedicados, desde a limpeza aos médicos, os enfermeiros e os bombeiros... Todos foram incansáveis. Todos estavam com um sorriso no rosto. Por isso, quando o Centro de Vacinação encerrar, a última coisa que vamos fazer aqui será uma festa! Vocês foram fundamentais para Gondomar. Vocês também ajudaram a salvar vidas", afirmou o autarca. Já Carlos Nunes, admitiu estar orgulhoso por toda a plateia, em funções diferentes, ter assumido como sua a tarefa de vacinar a

população. O Presidente da ARS-Norte, recordou a elevada taxa de vacinação contra a COVID-19 no país, apenas possível porque todos os envolvidos se empenharam nessa tarefa, e lembrou que este foi o primeiro Centro de Vacinação em massa do país que segundo palavras do mesmo, “Também serviu como modelo para outros centros de vacinação, em várias reuniões tidas com a Task Force”. Recorde-se que a Câmara de Gondomar, em maio, homenageou nos Paços do Concelho cinco Personalidades da área da Saúde que se destacaram no combate da pandemia, onde procedeu-se à

entrega da Medalha Municipal de Mérito- Grau Ouro. Foram eles: Carlos Nunes, Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte; Nelson Pereira, Diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva e Coordenador da Urgência COVID-19 do Centro Hospitalar Universitário de São João; Eduardo Alves, Enfermeiro Diretor do Centro Hospitalar Universitário do Porto; Manuel Castro, Delegado de Saúde Coordenador da Unidade de Saúde Pública de Gondomar; e Cristina Pascoal, Diretora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde de Gondomar. ■


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16 VIVACIDADE | OUTUBRO 2021

SOCIEDADE

Liga Dura: A Associação de Melres que ambiciona mais conquistas nacionais e internacionais Com uma história de luta, a Liga Dura é uma associação que ao longo destes 21 anos, apesar dos seus altos e baixos, tem vindo a ganhar palco nas competições nacionais e internacionais. Atualmente sediada em Melres, a Liga Dura não coloca limite nos seus sonhos e ambiciona muitos objetivos. Estivemos à conversa com o Presidente Manuel Gomes, que nos revelou tudo sobre a Associação. Começo a nossa entrevista por perguntar-lhe, resumidamente, a história desta Associação. A Liga-Dura, inicialmente, chamava-se Clube Náutico Desportivo de Melres e foi fundado em 1986. Após essa data, houve algumas complicações, a associação foi extinguida e tiveram que começar de novo. Foi nesse momento que, em 1997, a Associação reergueu-se com o nome Liga Dura, assumindo-se como uma Associação de Desporto, cultura, espetáculo e conhecimento. A retoma desta associação juntou modalidades como a dança, o aeromodelismo, os desportos radicais e a caça. Conforme os anos passaram, estas atividades foram deixando de estar associadas ao nome da nossa Associação. Atualmente, as nossas atividades são a dança e a canoagem. Em 2017, quando entrei a associação estava muito pobre, mas conforme o tempo tem vindo a passar, ela tem vindo a crescer. Estamos com um crescimento muito grande a nível de número de atletas. Atualmente, contamos com cerca de 60 atletas na canoagem. Quanto à dança, devido à situação pandémica, o número de inscritos diminuiu. Enquanto que, na canoagem conseguimos realizar algumas provas, infelizmente, na parte da dança não o podemos fazer, porque é considerado uma atividade de grupo. Mas mesmo quando assumi a presidencia, nós tínhamos um grupo consistente, com mais de 60 atletas e já conquistamos uma série de troféus nesta modalidade. Como é que uma Associação consegue crescer de forma exponencial e ter, atualmente, atletas de alta competição? Eu considero que foi o espirito de equipa presente na direção e com os pais. Todos eles deram um contributo muito importante. Na altura nós reunimo-nos, fizemos ver que a Liga Dura precisava de mais união e foi com esse pormenor que começamos a crescer, porque na minha perceptiva, a união é que faz a força. Todos juntos conseguimos que a Liga Dura

crescesse com uma base sustentável. Em termos financeiros estamos bem, porque também é verdade que temos os apoios financeiros por parte da Câmara, como também da Junta de Freguesia de Melres. Depois outro ponto característico nosso é que estamos presentes em tudo o que nos ajude a angariar fundos, sejam festas, eventos, tudo o que é possível, nós fazemos para que consigamos comprar mais um barco, ou algo necessário para o funcionamento da associação. Tivemos a sorte de ter uma direção muito humilde e temos colhido muitos frutos de todo este esforço. No entanto, temos algumas necessidades. A primeira é principalmente à noite, como está escuro, os miúdos têm dificuldades em treinar e nós precisávamos que colocassem aqui umas luzes ao longo da margem, com o intuito de iluminar toda a frente rio a uma distância de 40 a 50 metros. O pedido já foi realizado. Em simultâneo, já solicitamos uma plataforma para a entrada dos miúdos na água, porque no inverno para eles entrarem é mais difícil, por causa do frio. Precisávamos assim de uma plataforma decente. Assim como também temos um projeto acordado com a Junta de Freguesia, para um novo ginásio, assim os nossos atletas conseguem aceder a um espaço com mais condições do que têm atualmente. Porque a parte física é muito importante para a preparação física para as provas. Que tipo de frutos é que vocês tem conquistado? Por exemplo, a nível infantil, temos a Leonor Macedo que foi campeã nacional, temos o Rafael Oliveira e a Margarida Rodrigues que foram ao Campeonato do Mundo na Polónia e obtiveram boas classificações. A Margarida Rodrigues conseguiu conquistar a sétima posição em 4k juniores, na final dos 500 metros, femininos. Enquanto que o Rafael Oliveira ficou em quarto lugar, em 4k Juniores, também na final dos 500 metros, masculinos. No Campeonato do Mundo Ana Margarida ficou em oitavo, no 4k, na prova dos 500 metros. O Rafael Oliveira ficou em quarto classificado, também na prova dos k1, 500 metros. Para quem participa pela primeira vez, é muito importante uma classificação destas. É necessário salientar que até à data eles nunca tinham ido à Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), no entanto desde que entrou o novo treinador, o José Cunha, ele incutiu nos atletas esta forma de estar e de treinar. Num ano, ele conseguiu um feito inédito, porque conseguiu colocar três atletas na FPC. O José Cunha tem o sonho de levar atletas da Liga Dura aos Jogos Olímpicos e nós estamos a fazer de tudo para acompanhar essa ambição que ele tem e temos a esperança que ele consiga esse feito. Na dança, em 2017 e 2018, o escalão Crew obteve a primeira posição na Competição Internacional do evento Dancehall Camp Portugal. No ano de 2020, no espetáculo da academia de Dança Ana Monteiro, o escalão Kids obteve a quarta qualificação e o escalão Crew, obteve a segunda classificação. Entre outras conquistas.

> Na foto: Margarida Rodrigues, Manuel Gomes, Rafael Oliveira e Leonor Macedo Por detrás do trabalho dos atletas, que como é óbvio é muito grande, mas há uma equipa que faz com que tudo seja possível… Sim. Temos o César que é o nosso seccionista que é quem controla toda a secção da canoagem. Depois, temos o José Cunha, que é o treinador responsável a nível de competição. Temos ainda o Artur que é o responsável pelos miúdos dos 15 e 16 anos. E temos também o Tonito (alcunha) que é responsável pelo o treino dos mais novos. Para mim o treino de iniciação à canoagem é dos mais importantes, até para mim é o mais difícil porque é necessário ensiná-los a sustentar na canoa e a pagaiar. Esta vertente é muito difícil e o Tonito tem esse talento de ter a paciência de ensina-los a dar as primeiras pagaiadas. Quanto à dança, de momento temos as professoras Ana Paula Rodrigues e Flávia Moreira. As novas professoras permitiram uma maior abrangência nos estilos praticados, como por exemplo, o contemporâneo, o House e o hip hop… Como é que é para um Presidente ter um clube que está a levar o nome de Melres além fronteiras? Dado que, estes feitos, acabam por dar mais reconhecimento à associação, bem como à freguesia, porque não é todos os dias que conseguimos colocar um atleta num Campeonato do Mundo… Para mim é uma responsabilidade muito grande, mas acima de tudo, é um orgulho. É um orgulho muito grande saber que nós, Liga Dura, uma associação do Alto Concelho, de uma freguesia que não possui muitas coletividades e orgulha-me ver o trabalho que nós temos vindo a fazer e a forma como temos levado o nome de Melres para provas de prestigio de nível internacional e nacional. Eu acredito que o meu sentimento de orgulho, seja partilhado pela direção da Liga Dura, porque sentimos que es-

tamos a fazer algo pela Freguesia de Melres. Como é que funciona as inscrições e os treinos? O processo é simples. Todos os anos realizamos candidaturas ao IPDJ, com o programa de iniciação à canoagem. Fazemos na altura do Verão, porque normalmente é a melhor altura do ano para aprendermos a andar de canoa, devido à água. Assim, nessa altura, procuramos fazer o programa ao IPDJ, para termos alguns fundos e ensinar às crianças a darem as primeiras pagaiadas. Normalmente, nós fazemos sempre publicações nas nossas redes sociais e distribuímos panfletos. A inscrição é sempre realizada no nosso clube e depois deixamos o nosso atleta divertir-se e no final se gostarem, ficam aqui no clube. Quanto ao futuro, como vê a Liga Dura? O meu mandato termina agora e pretendo dar o meu lugar a outras pessoas. Já está definido, deixei o meu trabalho feito. Quem vai ocupar o meu lugar, também sabe do trabalho e é a pessoa que está aqui a acompanhar-nos, por isso, certamente que a associação irá continuar em boas mãos. Mas eu gostaria que neste momento a Liga Dura recuperasse na vertente da dança, porque com o Covid, ultrapassamos um período muito difícil e agora, temos poucos alunos na dança. O local onde nós realizávamos os treinos, que é na Escola Básica de Cimo de Vila, esteve-nos vedado e só no dia 12 de outubro é que começamos novamente com os ensaios. Assim, espero que com a retoma dos ensaios consigamos trazer mais alunos para a dança. Como já referi, a dança antes do covid era muito forte, inclusivamente, já tínhamos conquistado vários troféus nesta modalidade, mas eu penso que com a nova direção, com as escolas novamente abertas e com tudo novamente aberto, tenho a esperança que tudo volte a ser como era. ■


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DESTAQUE

Tomada de posse dos novos órgãos autárquicos

Ontem, no Pavilhão Multiusos de Gondomar, decorreu a cerimónia de Tomada de Posse dos Novos órgãos autárquicos da Câmara Municipal de Gondomar. Recorde-se que, Gondomar foi a votos e o Partido Socialista, liderado por Marco Martins, aumentou o número de vereadores de seis, para sete. O PSD passou de um, para três, ao invés da CDU, que perdeu um vereador e ficou apenas com um eleito. Nas páginas seguintes poderá consultar os pelouros que foram atribuídos aos vereadores. Jorge Ascenção, Cristina Coelho, Paulo Diogo e Valentina Sanchez, apesar de eleitos, não têm nenhum pelouro atribuído. Estivemos à conversa com Marco Martins, que fez história nestas eleições ao pintar todas as freguesias do concelho a rosa. Confira as declarações do Presidente à baixo. “Sobre o ponto de vista partidário é obviamente uma grande satisfação poder ter vencido todas as freguesias. Feito que nunca tinha acontecido na história política de Gondomar. Paralelamente a isto, também cumprimos os objetivos de reforçar a maioria,

porque passamos de seis, para sete vereadores e de reforçar a votação na Assembleia Municipal , porque passamos de 15, para 16 deputados eleitos e em termos de inerência, vamos ter 23, em 40. Portanto, o compromisso agora

é de aproveitar esta votação que a população nos deu, que não nos dá conforto, pelo contrário, dá-nos mais responsabilidade, porque obriga-nos a ser mais exigentes connosco próprios, obriga-nos a cumprir e honrar a palavra que prometemos. Tudo aquilo que fizemos, está pago, conseguimos que Gondomar fosse visto externamente como um concelho não do interior, mas como um concelho que está inserido na Área Metropolitana do Porto e conseguimos de facto afirmar Gondomar. A prioridade para este próximo mandato vai ser implementar a Estratégia Local de Habitação. Temos agora o desafio das novas competências que vamos assumir na ação social e na saúde, transferidas pelo governo. Em 2013, disse que o meu projeto para Gondomar, mesmo que a lei alterasse, era para três mandatos, assim como em 2005, disse que o da Junta era para dois,

está escrito. Longe de mim imaginar que em 2013 estava a concorrer à Câmara. Mas o meu projeto para Gondomar é até 2025, obviamente que também tenho obrigação de continuar a honrar o compromisso com os gondomarenses e começar a preparar a resolução dos dossiers mais complicados, um é a questão do contrato de prestação de serviços de limpeza e outro que não ficará resolvido, mas que é preciso começar a preparar o caminho que é para no final da concessão a Câmara analisar as Águas de Gondomar e o Saneamento. Não futuro, não estou com ideias de mudar de casa e pretendo continuar por cá, como cidadão, disponível, ativo e voltarei a ter, daqui a quatro anos, terei mais tempo para os bombeiros que é aquilo que eu gosto. Portanto, estou de consciência totalmente tranquila”. Marco Martins


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DESTAQUE

Presidente - Marco Martins • Gestão do Território (planeamento /urbanismo/ obras municipais) • Proteção Civil e Segurança • Planeamento Estratégico e Estratégia Local de Habitação

Vereadora - Sandra Almeida • Turismo • Património • Protocolo • Jurídico • Geminações • Pavilhão Multiusos

Vereador - José Fernando Moreira • Desporto • Habitação Pública • Proteção animal

Vereador - Luís Filipe Araújo • Vice-Presidente • Educação • Cultura • Juventude • Finanças e Contabilidade

Vereadora - Aurora Vieira • Atendimento Municipal e Modernização Administrativa • Mercados e Feiras • Informática e Transição digital • Aquisições e contratação pública • Projetos internacionais

Vereadora - Cláudia Vieira • Desenvolvimento económico e empreendedorismo • Desenvolvimento Social e Saúde • Adjunta para a Gestão do Território e Planeamento Estratégico

Vereadora - Ana Luísa Gomes • Recursos Humanos • Ação Climática, Ambiente e qualidade de vida • Florestas e Recursos Naturais

Junta de Freguesia de Rio Tinto Nuno Fonseca "O que os riotintenses podem esperar de mim é trabalho. Irei cumprir com o que está definido, independentemente de ser o meu último mandato e do meu projeto terminar no final destes quatro anos. Mas o que vai acontecer é que Rio Tinto continuará em movimento e a crescer acima de tudo, pretendo deixar as bases bem sólidas para quem vier a seguir, assim terá o trabalho mais facilitado e conseguirá continuar fazer a freguesia crescer”

Junta de Freguesia de Baguim do Monte Francisco Laranjeira Cumprir o que prometi na minha campanha. Distribui a todos os baguinenses o meu jornal de campanha e aquilo que prometi, irei cumprir. Destaco as obras que são importantes para mim: a conclusão do Poli desportivo do Crasto; Construir uma Casa da Cultura, bem como um museu; e fazer o passadiço e o Parque Urbano perto do rio. São as obras que tenho que concretizar mesmo. Depois terei as requalificação de algumas ruas em vários pontos da freguesia, conforme as suas necessidades e as possibilidades que a Câmara terá. Em simultâneo, iremos terminar os projetos que estão em curso.


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DESTAQUE União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim António Braz “Os Gondomarenses podem esperar a continuação de um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos quatro anos, isto é, com uma vertente de trazer para a sede do concelho o metro, esse é o nosso grande objetivo estratégico e estamos a desenvolver, juntamente com o Presidente da Câmara. Queremos ainda tornar a cidade mais amiga dos seus habitante e com isto quero dizer, uma cidade mais inclusiva e hospitaleira. Prentedemos ainda continuar as políticas de solidariedade e de apoio aos mais frágeis, porque a nossa União de Freguesias é conhecida e referenciada como uma União de Freguesias com um grande cariz de apoio social e é nossa intenção manter esse legado e reforça-lo. Quanto ao aspeto cultural, também temos a nossa Universidade Sénior, queremos continuar a reativar, a reforçar e a trazer qualidade de vida às pessoas que deixam a vida ativa e que depois ficam um pouco isoladas, dai a importância do trabalho da Universidade Sénior. Simultaneamente queremos levar o nome de Gondomar, com prestigio para todos os locais do país”.

União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova Sofia Martins “Posso prometer a minha dedicação total, trabalho, empenho, uma equipa motivada, alegria no mandato e que tudo farei para honrar os compromissos que assumi durante a companha. Quero liderar um executivo ativo e que trabalhe em prol das pessoas. O meu primeiro dia de trabalho vai ser dedicado a conhecer os principais interlocutores que estão mais próximos às pessoas que são os colaboradores e os funcionários. Quero dar-me a conhecer, bem como conhecê-los e no fundo tranquiliza-los, porque eles estão cientes que as coisas mudaram, mas foi uma mudança positiva”

União de Freguesias de Melres e Medas José Paiva “A promessa que posso deixar é que irei continuar com o trabalho que temos vindo a fazer. Este é o meu principal compromisso com os eleitores e com a população de Melres e das Medas. Isto é um processo de continuidade e amanhã continuarei a realizar o mesmo trabalho que tenho vindo a desenvolver nestes quatro anos, embora que a equipa vá ser diferente, mas o fio condutor é o mesmo”.

União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo Silvino Paiva “Cumpriu-se a democracia e fui eleito Presidente desta União de Freguesias. Agradeço a minha eleição a todos os eleitores, sem exceção e, a partir de hoje, estou disponível para ser o Presidente de todos”.

Junta de Freguesia da Lomba Rui Vicente “Para estes próximos quatro anos, a população pode esperar a conclusão de um conjunto de projetos que foram apresentados em 2013 e que pretendemos agora conclui-los, porque agora estamos livres do Covid e do endividamento. Espero eu. Podemos assim concluir tudo o que prometemos às pessoas nestes últimos oito anos. No meu ponto de vista, as eleições correram muito bem, foi um ato eleitoral muito pacifico, as pessoas elegeram a nova equipa e agora cabe-nos a nós trabalhar e honrar o voto de confiança atribuído”


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REPORTAGEM

Vacinação traz “tranquilidade” no regresso às aulas O pós pandemia, o método de ensino, a sustentabilidade, o estilo de vida saudável e os problemas psicológicos desencadeados pelo Covid-19, foram alguns dos temas abordados nas entrevistas de regresso às aulas tidas com o novo diretor da Escola Secundária de Rio Tinto, Nuno Santos e com a diretora da Escola Secundária de Gondomar, Lília Silva. Texto e Fotos: Gabriela Monroy

Lília Silva- Diretora da Escola Secundária de Gondomar Estamos ainda a viver num período em que não estamos completamente a salvo desta pandemia, pergunto-lhe como é que foi este regresso às aulas? Nós aproveitamos a experiência que já tínhamos adquirido nestes dois anos anteriores e mantivemos muitas das regras da DGS, embora com algumas adaptações. Uma das coisas que nós fizemos, com o regresso à “normalidade” foi voltar a ter os horários todos de manhã. Assim, no nosso agrupamento, tudo voltou a ser como era antes da pandemia. Mas mantivemos o desfasamento dos horários. Assim, os alunos não entram todos ao mesmo tempo, nem saem todos à mesma hora e nem os intervalos são realizados ao mesmo tempo. Temos um bloco de alunos que entra às 8h, que são os dos 11º anos e os dos 12º anos e depois, o 3º ciclo e o 10º ano, entram todos às 8h 20min. Nesse sentido, temos sempre um desfasamento de 20 minutos que permite que eles não se cruzem. Até ao momento não tem havido problema nenhum nem com as entradas, nem com as saídas, porque a comunidade escolar -alunos, pais e professores- sabem os horários. Em simultâneo, uma das regras que mantivemos desde os tempos da pandemia foram os lanches dentro da sala de aula e continuamos a privilegiar muito, mas muito, não só por causa da pandemia, mas nós privilegiamos o lanche trazido de casa. Trazendo de casa acaba por ser mais ecológico, ajuda a ter hábitos mais saudáveis, a poupar dinheiro e os pais sabem e responsabilizam-se, pela comida que eles trazem. Porque só o facto do pai ou da mãe estarem a ajudar a preparar o lanche, ao mesmo tempo, estão a ver a mochila. Faz

parte. É mais uma estratégia com o intuito de envolver às famílias. Neste momento, praticamente todos os meninos já estão habituados a esta regra. Para além disso, mantivemos o uso obrigatório da máscara dentro e fora da sala de aula… E quem quiser ir ao bar? Tem essa possibilidade? Quem quiser ir ao bar, vai ter apenas disponível produtos pré embalados, por exemplo o pão, vem embalado do padeiro, as bolachas estão em pacotes, os croissants, já não se vendem, só vendemos leite branco, sumos, não há. Nota algum relaxamento por parte dos alunos e do corpo docente? Ou sente que eles ainda estão muito reféns do que foi este período negro da nossa história? Momentos antes desta nossa entrevista estava a falar com a psicóloga da escola, que me estava a contar que nunca atendeu tantos miúdos como agora. Segundo a Psicóloga, tem havido uma procura imensa dos serviços de psicologia, inclusivamente ela até referiu que estava preocupada, porque há muitos alunos com muitos medos, com muitas preocupações, com muitas angústias, há muitos que se sentem demasiado sozinhos. Por isso, não, eu não sinto que há esse relaxamento. No entanto, quanto às medidas, eles estão perfeitamente adaptados. Por exemplo, o lanchar na sala de aula, cada um fica no seu sitio e até ao momento, não tem causado nenhum problema. No intervalo, eles ainda usam máscaras, mas na rua, ele já devem andar, eventualmente sem máscara. O estar juntos uns dos outros isso sim, isso vê-se nos intervalos. Quanto aos professores eles todos seguem à risca a regra do uso da máscara dentro da escola. O corpo docente e os alunos estão todos vacinados? Sim, os nossos alunos do secundário estão todos vacinados. E é importante referir que nós fizemos testes a todos, e cerca dos 1200 alunos do ensino secundário, tivemos zero casos positivos. Do corpo docente e não

docente, fizemos à volta de 300 testes e o resultado foi o mesmo, zero casos positivos. O que nos deu alguma segurança para o arranque do ano letivo. O agrupamento sente que estamos a chegar a um espaço seguro. Em suma, podemos dizer que foi um regresso às aulas tranquilo? Sim. Aqui no nosso agrupamento, por enquanto, não tivemos nenhum problema, tudo tem corrido de forma tranquila e segura. Agora, considero que, independentemente dos resultados dos testes, as pessoas ainda não estão completamente à vontade. Há repercussões. Por exemplo, a sala dos professores ainda continua quase vazia, quando antigamente, nos intervalos grandes a sala estava cheia. Isto é mau para uma escola, porque ainda vai ser necessário dar a volta a esta situação. Ainda hoje, encontrei uma série de pessoas que eram professores e que ainda não os conheçia e para mim, é muito mau, porque sempre conheci o meu corpo docente. Este agrupamento tem 230\240 professores. Antes da pandemia conhecia todos, inclusivamente o grupo de recrutamento, isto porque nos intervalos ia à sala dos professores e eles estavam sempre lá. Mas sim, ainda há algum medo. Diria então que este afastamento que o

Covid causou entre as pessoas é o que mais a preocupa neste momento, apesar do regresso ter sido mais tranquilo? Sim. Nota-se o afastamento entre as pessoas, nota-se o medo, que não deixa de ser legítimo, mas que acaba por haver mais isolamento, sobretudo nos alunos. Temos que ter a noção de uma coisa, os meninos que estão aqui com 12 ou 13 anos que estão no sétimo ano de escolaridade, foram meninos que passaram o 2º ciclo, ou seja, dois anos, sempre em casa. Sozinhos. As atividades que temos vindo a desenvolver como a atividade Lunar é uma forma de combater esta solidão. Por exemplo, a constituição dos grupos foi realizada de forma aleatória. Os meninos chegavam, faziam o check-in e nesse momento era entregue uma ficha aleatória e de acordo a cor da ficha, era constituído o grupo. Isto fez com que as equipas fossem constituídas por pessoas que eles não conhecem. Isto é fundamental para eles socializarem. Como é obvio este tipo de atividades eram impossíveis de serem realizadas em tempos de pandemia. Na minha opinião, considero que pouco a pouco, de forma lenta, as coisas vão recompor-se.


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REPORTAGEM Nuno Santos- Diretor da Escola Secundária de Rio Tinto Há sensivelmente três meses, assumiu a direção desta escola, assim pergunto-lhe como é que foi esta passagem de testemunho? Era aquilo que estava a imaginar ou alguma coisa o surpreendeu? Não, é o que estava a imaginar, mas a dificuldade tem sido lidar com aspetos novos, particulares do agrupamento. Muitas situações que não foram passadas em termos de serviço, das quais nós vamos recebendo informação todos os dias. Além da gestão de preparação, de programação, de orientação, há sempre muitas situações que nos são alheias enquanto docentes e dos quais nós temos que tomar uma decisão todos os dias, enquanto diretores ou elementos da direção. Mas tenho lidado bem e considero que as pessoas têm sentido que há uma maior oscultação, há um acompanhamento mais próximo, há uma participação de todos e também tenho sentido essa reciprocidade por parte dos alunos. Está a ser um inicio de ano tranquilo? Sim. O trabalho que há é sobre os elementos da direção, mas sei que, por indicação de professores e não professores, o ambiente está calmo. O ano começou calmamente, de forma bem orientada e o apoio que tenho sentido dos coordenadores e dos sub coordenadores, também tem garantido essa paz, essa calma, dentro do ambiente escolar. A equipa que escolheu para o apoiar nos próximos quatro anos? Sim. Foram elementos escolhidos por mim, porque sempre os vi e considerei-os capazes de concretizar o meu projeto para o agrupamento. São elementos que me vão ajudar, contribuindo logicamente com as suas opiniões. Mas essencialmente são elementos que me vão ajudar a construir o meu projeto no agrupamento. Em suma, o diretor e a sua equipa acreditam que os próximos quatro anos vão ser anos relativamente tranquilos? Vão ser tranquilos, com uma mudança gradual. Vamos tentar que um dos objetivos seja a simplificação dos processos, a minimização do papel, não quer dizer que não haja registo, mas pretendemos minimizar o papel, pretendemos evitar a dispersão de informação ou a concentração de informação, e sobretudo pretendemos trabalhar o apoio ao docente. Qual foi a primeira medida que tomou no primeiro dia que chegou à escola, enquanto diretor? Arrumar o gabinete da direção (risos). A minha tomada de posse foi em isolamento e dez dias depois de ter iniciado o serviço regressei à escola e por isso, a escola já estava a trabalhar, assim como os meus colegas. Mas presencial-

mente, foi comunicar como gostaria que funcionasse fisicamente o espaço da direção. Logicamente os assuntos pendentes foram resolvidos nos dias em casa. No entanto, o ato que considerei mais importante foi a assinatura do contrato interadministrativo com o Município, porque foi uma decisão adiada pela diretora anterior, Luísa Pereira, durante um ano e tal. Porque é que foi adiado? Porque sentiu que haveria muitos constrangimentos com a passagem do orçamento e da verbas de receita própria pelo Município. Portanto, é uma questão legal, imposta por um despacho normativo e não havia nada a fazer. Nós éramos a única escola do concelho de Gondomar que não tinha o contrato assinado. Isto tem reflexos no orçamento. Nós vivíamos com um orçamento de duodécimos. Do orçamento de estado, a verba passou a ser transferida para o Município e por sua vez, o Município é que transfere para as escolas, sem a assinatura feita, a escola não recebia essa verba do Ministério. Como é que está a ser até ao momento esta retoma, ainda em tempos de pandemia? Considera que foi um início de aulas tranquilo para a comunidade escolar? Foi uma abertura a medo, depois de um período de férias longo. Foi sempre feita a indicação de que vamos manter as medidas que já existiam no ano passado. Nós sabíamos pela Comunicação Social -porque isso é mais facilmente vinculado pela Comunicação Social do que pelas Escolas ou pelo próprio Ministério- que o recinto escolar é imenso e eles fora do recinto poderiam andar sem máscara desde que mantivessem a distância. Muitas vezes, eles não conseguem manter esse distanciamento e andam sem máscara. A maior parte dos alunos do ensino secundário já estão vacinados, por isso também há uma propensão menor à propagação de casos, mas dentro das salas de aulas, também por inerência a um aumento de matriculas que tivemos este ano -tivemos um aumento de alunos na sala de aulanós apelamos sempre aos professores e aos alunos, a manterem as regras de uso de máscara, a desinfeção do local e a não partilha de material. Estas questões foram sempre abordadas e vão sendo mantidas, mesmo para uma questão futura, não digo a máscara, mas sim a não partilha do material, porque a facilidade que tínhamos na partilha de material uns com os outros, acho que vai acabar... Sente que depois de um ano muito complexo, os alunos já vai relaxando um pouco? Não. Nós testamos os alunos do Secundário e dos 1050 alunos testados, tivemos um caso positivo, o que é muito bom. Quanto ao caso positivo, agimos de imediato, conforme as indicação da DGS, assim realizamos o isolamento dos alunos que tinham tido contacto de risco e comunicamos as famílias. Como não somos nós que decidimos qual o procedimento, contactamos o delegado de saúde e foi ele quem proferiu a decisão. Depois, houve uma contra análise, esse caso manteve-se positivo e os restantes

colegas que foram analisados deram negativo voltaram à escola. Estas situações são tratadas diretamente pela Delegação de Saúde e nós apenas temos que reportar na plataforma, o que é bom. Sentimos que há algum receio, mas também uma inconsequência nos atos dos alunos. Eles praticam muitos atos que não percebem a consequência que os mesmos podem causar, e depois isso pode desencadear outras situações. Neste caso positivo o que aconteceu foi que os alunos foram lanchar todos juntos, sem máscara e um deles estava positivo e logicamente os outros poderiam ter sido todos infetados, mas por acaso não foram. Vai ser um diretor com a porta do Gabinete aberta? Porta do Gabinete aberta, com auscultação permanente. Lógico que não vai estar sempre aberta, porque as pessoas também precisam de compreender que nós temos serviços internos da direção que temos que realizar. Começando o ano com alguma normalidade e alguma regularidade, mais para à frente às pessoas não vão ter tanta necessidade de apoio. Por isso, nós vamos fazer o nosso trabalho interno durante a hora de almoço, ou seja, entre às 11h e às 15h. Assim, o gabinete da direção estará fechado para que nós consigamos produzir o trabalho interno. Portanto, isto é necessário para que a direção possa realizar o seu trabalho em prol do Agrupamento. Só para terminarmos, solicito uma mensagem ou apelo que queira deixar à sua comunidade escolar, neste inicio de ano letivo?´ Quero desejar a todos um bom ano e di-

zer que, há algumas mudanças que vão sendo implementadas e consolidadas e que acredito que vão ser bem recebidas pela comunidade (alunos e professores), mas temos a intenção de fazer mais. Distinguir mais o Agrupamento nº3 de Rio Tinto, na sua especificidade, na sua vanguarda, na sua diferenciação e também sobretudo, na felicidade que os alunos terão em apreender de forma diferente. É um investimento grande e as prioridades estabelecidas por mim passam por consolidar a implementação do nosso plano de inovação, corrigir algumas práticas que estavam a ser menos bem implementas. Temos que voltar a falar de assuntos como a poluição aos alunos do secundário, porque é um conteúdo que abordamos apenas aos meninos da pré-escolar e do primeiro ciclo e hoje, nós assistimos que os jovens têm pouca consciência do problema ambiental que é o lixo. Nos escolas, estamos limitados em termos de consumo de produtos de bar. Estamos à procura de oferta mais diversificada, sobretudo da fruta e uma questão que me preocupa muito são as embalagens, o plástico. Todo o nosso pão é embalado não em plástico, mas em papel, e a fruta, nesta fase experimental, vamos optar por vender fruta tratada, fruta cortada, ou seja, salada de fruta, previamente pronta, que virá nesta fase inicial em embalagem de plástico, porque é uma fase experimental. Numa fase seguinte, se for para implementar, ou seja, se estiver a surtir sucesso, vamos implementar em embalagem de papel.


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SOCIEDADE

Colégio Paulo VI comemora aniversário Decorreu no dia 12 de outubro, pelas 10h 30, no recreio das Instalações do Colégio Paulo VI, a celebração do Dia do Colégio. A comunidade educativa reuniu as vozes para cantar os parabéns à instituição que comemorou 57 anos de vida. O momento contou com uma intervenção dos diretores da escola, Dulce Machado e Rui Castro. Dulce Machado começou por manifestar no seu discurso a alegria que sente ao celebrar os 57 anos fora dos ecrãs. “Já vivemos muito, já construímos muito e já provamos que, mesmo perante grandes desafios, somos um Colégio que edifica pessoas, que constrói saberes e que se pauta sempre pelos valores e pela excelência. Nós queremos ser cada vez mais e melhores. Mais participativos, mais construtivos e cada vez mais focados na mudança, na construção e na conexão”, acrescentou.

A Diretora do Paulo VI adiantou ainda que é importante que as pessoas, os alunos voltem a reconectar-se com a natureza e é nesse sentido “reconectar-se, ligar-se de novo às pessoas, aos espaços e à natureza”, que anunciou a construção de um novo espaço exterior para os alunos poderem passar o seu tempo livre a conviver ou até mesmo a exercitar. Ainda nessa linha de reconectar com a natureza, Dulce expli- > Na foto: Rui Castro e Dulce Machado ca que a instituição “Está fortemente des”, evidencia Rui Castro no seu disenvolvida no projeto ECO- Escolas”, curso perante a comunidade educatidado que na sua perceção “Apenas va, “Responsabilidade em ajudar, em escolas preocupadas com o ambiente conjunto com todos os nossos profespodem formar alunos com uma cons- sores e colaboradores, a construir os ciência ambiental. Assim, é importante futuros homens e mulheres, para que que cada um de nós seja capaz de exi- amanhã sejam melhores. É isso que gir de si próprio a construção de uma gostava que vocês levassem deste identidade natural, onde a tecnologia dia, 57 anos de vida do Colégio Paulo e a natureza se interligam de forma VI, só fazem sentido se, todos vocês, construtiva. Nós escola, somos o pi- estes mil e muitos alunos que aqui eslar da sociedade futura, pelo que nos tão à nossa frente puderem ser, todos devemos de dotar de capacidades úni- os dias, um bocadinho melhor”, é nescas e de uma forte vontade guerreira se sentido que “a direção do Colégio de nos ultrapassarmos a nós próprios tem andado, ano após ano, a fazer o numa procura incansável, de crescer- que pode para ter uma escola cada mos como pessoas e seres naturais”. vez melhor e este ano, como a profes“57 anos é uma idade respeitável, o sora Dulce acabou de dizer, devíamos que já nos traz muitas responsabilida- estar, hoje, a inaugurar o novo espa-

ço, era isso que estava programado, infelizmente, só o vão ver em video, mas daqui a algumas semanas, já vão poder ir para lá brincar e isso vai ser mais um novo espaço que nós queremos que seja parte da vossa vida diária”. Para terminar Rui deixou votos para que este ano, os ecrãs ficassem em “10º lugar” e dissemos prioridade elevada ao convívio interpessoal, “Que venha o tempo em que possamos estar uns com os outros”. A comemoração contou ainda com um recitar de poemas por parte dos alunos e a construção de um moral. Foi ainda entregue uma árvore a cada turma do Colégio, com o intuito de consciencializar as crianças para a importância da preservação do ambiente. ■

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SOCIEDADE

Actual Gest com nova aposta na formação Com a chegada do novo ano letivo a oferta de formação na Actual Gest volta com força, agora reforçado com uma nova aposta que é o Curso de Instalações Elétricas. O responsável da instituição, Antenor Areal, revelou-nos todos os pormenores. Depois de tantas dificuldades vividas no último ano, por causa da pandemia, em que foi necessário realizar muitas adaptações, como é que está a ser este regresso às aulas? O que é que mudou? Como sabem, nós somos uma entidade formadora na área que foi mais afetada com a COVID-19, que é a hotelaria e a restauração. Cerca de 90% das nossas ações são nessa área. Isso quer dizer que nós apanhamos a grande pancada. Isto durante o Covid, cumprimos todos os procedimentos recomendados pela Direção Geral da Saúde, sendo que alguns ainda os mantemos. Mas acima de tudo o que presenciamos é que em termos do concelho, quer na zona circundante, principalmente no Porto, onde muito dos nossos formados fazem a sua pratica em contexto de trabalho fecharam. Não só durante o Covid, como agora alguns continuar fechados. Assim, a primeira alteração que realizamos foi repor todos os formandos em empresas ou entidades que estivessem abertas e que tivessem necessidades. O mais complicado foram aqueles casos em que eles já estavam a terminar o curso. Para nós foi difícil, uma vez que mudar a três meses ou quatro de terminar o curso para outra entidade é sempre complicado, porque cria até uma certa instabilidade para a parte final do curso. Esta foi a mudança que tivemos que fazer e sentimos muito porque houve entidades que fecharam completamente. E como é que funcionou o processo? Tivemos que retirar os formandos e tivemos que repor noutras situações. Como nós temos um leque muito grande de entidades e empresas que trabalham connosco, nós conseguimos ultrapassar este problema. Outro problema foi que alguns, durante a pandemia, quando se iniciou o formato Take-away, alguns continuaram a trabalhar, mas depois criou-se alguma instabilidade nos cursos, porque uns podiam trabalhar, enquanto os outros não. Assim, nós tivemos que repor toda esta orgânica para que todos chegassem à meta ao mesmo tempo, como se diz. Para nós, o mais importante é mesmo isto, porque independentemente de eles terem ou não fechado, eles têm que cumprir o seu calendário e foi isso que aconteceu. Foi uma grande alteração, o que nos leva a pensar, porque o Take-away criou novas perspectivas para outras coisas, e deu-nos uma margem de manobra para pensarmos em outras coisas

para o futuro. Tudo isto foi uma aprendizagem muito grande. Isto também nos obrigou a mudar e a refazer a nossa visão, para trabalhar com eles agora nesta fase final. Em que consiste essa nova visão que vocês adotaram? Foi fundamentalmente a parte prática, mais para o trabalho individual. Por exemplo, vamos fazer um trabalho de turma e todos eles trabalham…Agora um trabalho individual tem condicionantes que um trabalho de grupo, que não seja um trabalho de hotel, ou de restaurante… portanto, é completamente diferente. Assim, tivemos que começar a orientar a nossa intervenção em termos da prática em contexto de formação, posto isto eles agora necessitam de ter mais autonomia, uma maior liberdade de ação e nesse sentido trabalhar mais esses lados, para que eles próprios possam fazer o seu percurso. Atualmente, acredito que alguns cursos já começaram, mas quais são os cursos que estão disponíveis? Nós começamos agora um de Técnico Mesa\ Bar. Esse já começou há três semana e já está completo. Agora um que temos e ainda vai começar é direcionado para jovens até aos 25 anos, é o técnico de Cozinha e Pastelaria. Estamos a fazer um esforço enorme para que os jovens optem por este curso, porque ainda há pouco estava a falar com o Coordenador e temos pedidos para hotéis e para dois restaurantes aqui em Gondomar, e não temos ninguém, porque os que temos nos cursos já estão todos ocupados. Os que estão aqui, terminam o curso de formação, vão sair, mas felizmente já estão todos colocados. Este é o curso que pretendemos avançar o quanto antes. Queríamos retomar um outro que é o Técnico de Eletricidade e Edificações. A Actual Gest começou nessa área e neste momento, temos sentido imensa procura, temos pedidos constantes a cair e queremos arrancar com este curso. Este curso também é para jovens até aos 25 anos. Todos os cursos para jovens que temos dão equivalência ao 12º ano. Mas as inscrições para os cursos estão abertas e temos as entidades a nível da região do grande Porto, com quem trabalhamos a precisarem de pessoas. Neste momento, este novo curso é a nossa grande aposta, temos noção que a aposta da hotelaria e da restauração está ganha, porque temos nossos alunos ficam colocados, o que é ótimo. E quais as saídas que o curso de Eletricidade e Edificações pode trazer para os alunos? É um curso que não tem como saída só a construção civil. Como é óbvio a construção civil continua em alta, daí a necessidade de haver jovens formados nesta área. Mas depois, a formação de eletricidade e edificações, não é só para edificações. Por exemplo, nós trabalhamos com a alta tensão e este ramo, implica às vezes, trabalhar com as eólicas ou com fontes de energias, os pedidos que nos têm feito chegar por parte das

> Antenor Areal Diretor da Actuall Gest empresas são nestes ramos. Portanto envolve as novas tecnologias e as energias limpas, bem como todo o trabalho que concerne às edificações. É um curso bem abrangente, com um grande leque de oportunidades. Para além, destes cursos que já falamos, têm outros cursos disponíveis? Temos um curso que está a começar agora que é o curso EFA, que é um curso de Educação e Formação de Adultos. Temos três que estão a decorrer neste momento, sendo que um deles vai terminar agora no final do ano e vamos arrancar com o outro. Este também é direcionado para a cozinha, a hotelaria e a restauração. É para adultos e que estão desempregados. Neste momento, estamos a agregar as pessoas neste curso e também oferece a equivalência ao secundário. Inicialmente era um curso pós-laboral, mas depois, tendo em conta algumas dificuldades sentidas passamos o curso para durante o dia. Para quem estiver interessado, como é que está a funcionar atualmente as inscrições? Neste momento, estamos a contactar todas as entidades que possam de alguma forma informar, quer sejam as IPSS, no caso dos jovens, porque muitas trabalham diretamente com essa faixa etária. Temos a rede social que no qual fazemos parte do concelho e que envia para todas as entidades a informação relativamente aos cursos. Temos o nosso site da Actual Gest, onde está lá presente todos os cursos. E gostávamos muito que as pessoas nos contactassem diretamente, porque vindo cá fazemos logo uma primeira entrevista, o que para nós é muito importante para conhecermos as pessoas e percebermos o que elas realmente pretendem e gostam. Essa proximidade para vocês é muito importante? Sim, para nós é muito importante. A diferença que existe entre a formação e o ensino,

é que na formação de facto apostamos individualmente, enquanto que o ensino aposta no grande grupo. Aqui trabalhamos com a pessoa, porque cada caso é um caso. Nós temos que saber o que se passa e qual a componente social, económica e familiar em que a pessoa está inserida. Logo que a pessoa realiza a inscrição, nós contactamos logo a pessoa, porque é necessário conversar, porque muitas vezes a solução, pode nem ser aqui, pode até ser noutro centro de formação, há informações que nós podemos dar que podem ser benéficas, dai ser essencial, este primeiro contacto. Porque é que as pessoas têm que escolher a Actual Gest? Eu considero que há aqui uma questão que é muito importante daí a Actual Gest também ainda continuar em funcionamento ao longo de trinta e dois anos, é o facto das nossas instalações estarem no Centro. O que quer dizer que nós temos transportes para Melres, para São Pedro da Cova, para Rio Tinto, está tudo aqui concentrado. Esta é a grande vantagem. Temos inclusivamente aqui muitos alunos que são do Alto Concelho. Depois, por estarmos envolvidos nesta área há muitos anos, somos muito conhecidos no mercado em que trabalhamos, assim temos a garantia de que temos uma ligação muito grande às empresas do concelho o que nos permite um feedback constante das empresas. E para nós esta confiança entre nós e as entidades é essencial. Os formadores dos cursos estão em permanente contacto com as empresas, assim conseguimos saber o que é necessário melhorar em cada aluno. Aqui não é estágio, é prática de contexto de trabalho e eles vão para lá três anos. Se eles querem efetivamente apostar num elemento novo, têm-no ali e depois, eles vão dizer o que realmente pretendem e vamos saber o que necessitamos de trabalhar mais em cada um. ■


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SOCIEDADE

Visita Oficial do governador do distrito 1970 - Rotary Internacional No dia 28 de Setembro, por ocasião da Visita Oficial, o Governador do Rotary Distrito 1970, Companheiro Fernando Luís Nogueira, e o Conselho Director do Rotary Club de Gondomar foram recebidos na Camara Municipal de Gondomar, pela Vereadora, Aurora Vieira, também ela Companheira Rotária de Gondomar. Magnífica recepção de boas-vindas, com uma reunião muito proveitosa, para o desenvolvimento do Rotary Club de Gondomar. O Governador agradeceu a amabilidade e importância dispensadas ao movimento Rotário pela Câmara Municipal e executivo. De seguida, foi mostrado ao Governador, que Gondomar possui um apoio social de qualidade. Como exemplo, a CPCJ, que já é apoiada há muito pelo Rotary, na assistência às crianças até um ano. Nesse âmbito, foi realizada uma visita global às instalações e recursos, proporcionada pela Dra. Ana Barros, Directora Técnica do Centro de Apoio à Família - Centro de Acolhimento de Atães, valência da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Vera Cruz de Gondomar. O Centro garante o acolhimento imediato e transitório de até vinte crianças, com idades compreendidas entre os 0 e os 12 anos de idade em situação de risco decorrente de maus-tratos, negligência, entre outras problemáticas, proporcionando condições para a definição de um procjeto de vida adequado a cada situação. O Governador ficou muito agradado com as condições de salubridade, segurança e bem-estar em que se encontram as crianças, muitas delas em fases bem complicadas das suas vidas, constatando o carinho, o empenho e o trabalho desempenhado por todos os envolvidos. Saíram de coração cheio com a satisfação e alegria das crianças, que têm um apoio digno e verdadeiro, que os surpreenderam com a declamação de um verso e umas bolachinhas feitas por elas. O Rotary deseja que o tempo lhes traga a reparação dos males sofridos, e que a vida futura seja repleta de felicidade! Por fim, o Rotary Club de Gondomar fez questão de mostrar ao Governador que Gondomar também tem Desporto de alto nível. Visitaram o Clube Naval Infante D. Henrique, que foi fundado em 4 de Julho de 1925, por um grupo de desportistas náuticos liderado por Manuel Santos Almeida Bessa, Américo Pinto Soares e Américo Pereira. O patrono do Clube é a figura histórica do

Infante D. Henrique e seu símbolo a Cruz de Cristo ostentada pelos atletas nas suas camisolas brancas com tarjas horizontais vermelhas e azuis. O Remo, o Polo Aquático e a Natação foram as primeiras modalidades desportivas do Clube Naval Infante D. Henrique que tinham como cenário o Rio Douro e visavam a prática salutar dos desportos náuticos por parte da juventude dentro do mais puro amadorismo e ideal olímpico de então, faceta que orgulhosamente mantém nos dias de hoje. O Clube Naval Infante D. Henrique é “Instituição de Utilidade Pública” desde 1981 e possui Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Gondomar de “Mérito Desportivo”, bem como igual galardão da Junta de Freguesia de Valbom, distinções essas conferidas ao Clube em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados no campo do desporto amador em prol da juventude. Nesta visita foram guiados pelo Eng.º Joaquim Sousa, Vice-Presidente, e pelo Sr. Herminio dos Anjos Nunes, o mais antigo Presidente, ainda vivo, referência da história do Clube, que mostraram a magnífica sala de troféus, que expõem e retratam os seus intermináveis sucessos desportivos e associativos, o centro de estágio muito bem estruturado, os ginásios, as oficinas e estaleiros. Observaram a satisfação dos seus sócios e atletas, que possuem as melhores condições para a prática desportiva. Com a promessa de uma activa cooperação entre as Entidades, o Rotary deseja ao Clube Naval Infante D. Henrique a continuação de grandes sucessos. Após a Reunião com o Governador e os Rotários de Gondomar, da maior importância para o desenvolvimento dos objectivos Rotários, a nível local, distrital, nacional e internacional, passaram ao Jantar festivo da visita. O Governador enalteceu o seu tema mensal - Educação Básica e Alfabetização, indagando como seríamos nós, se não soubéssemos ler e escrever. “Como poderíamos ler o nosso "Plano de Actividades", por exemplo? Como seria a nossa vida? Portanto, devemos ter a preocupação de garantir que todos sabem ler e escrever. A iliteracia já não tem lugar no nosso tempo! Vamos pensar nisso!” Mais uma vez o Rotary teve a honra de contar a presença do Senhor Elói Viana, um símbolo de Gondomar, criador da maior referência nacional na arte da ourivesaria, o CINDOR. Gondomar é o centro da ourivesaria a nível nacional, e deve essa distinção ao CINDOR e ao Sr. Elói Viana, que dedicou a vida a essa arte. O Concelho, e Portugal, muito lhe deve. Obrigado. Desejamos-lhe muita saúde, para que a sua sabedoria esteja connosco por muitos anos. O Rotary Club de Gondomar agradeceu a visita e desejou um magnifico mandato ao Companheiro Governador, Fernando Luís Nogueira. Rotary - Servir para Transformar Vidas! ■

Gonçalo Lixa Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão

Otites em Cães e Gatos Bem-vindos ao complexo, mas maravilhoso, mundo das otites! Uma otite diz respeito a uma inflamação do ouvido, dividindo-se em otite externa e/ ou média e/ ou interna, dependendo das estruturas do ouvido afetadas no momento do diagnóstico. Para sermos eficazes na abordagem terapêutica das otites é fundamental conhecer a causa da mesma, ou seja, que condição anatómica/ patológica predisponente permitiu o desenvolvimento de inflamação neste local específico do corpo. Para complicar um pouco tudo isto, na maior parte das vezes algumas bactérias (como Staphylococcus ou Pseudomonas spp.) e fungos (como Malassezia) encontram nesse ambiente pro-inflamatório as condições ideais para crescerem alegremente, agravando ainda mais o problema. Presença de otites no cão ... Para se ter uma ideia da importância, vários estudos sugerem que, em muitos locais do mundo, a presença de otite é a principal causa de ida dos cães ao veterinário. A principal causa para as mesmas são as “otites alérgicas” (secundárias a Dermatite Atópica ou Reação Adversa ao Alimento, essencialmente), normalmente complicadas com infeções secundárias. A presença de fatores perpetuantes no ouvido (alterações crónicas, como hiperplasia glandular ou fibrose/ calcificação do canal auricular), vão complexificar todo o processo, levando a que muitos destes ouvidos necessitem de cuidados para toda a vida. Outras causas importantes de otites em cães são os corpos estranhos no canal auditivo (como praganas), doenças endócrinas (como hipotiroidismo). A presença de pelo excessivo nos ouvidos (comum em caniches, por exemplo) não causa otite por si só (não arrancar os pelos dos ouvidos!!!), mas pode ser um fator predisponente para o desenvolvimento da mesma. Presença de otites no gato ... Devido à anatomia do ouvido do gato (canal auditivo mais curto e bem ventilado), os gatos desenvolvem mais raramente otites, mesmo aqueles com problemas alérgicos. As otites em gatos jovens e saudáveis são comummente causadas por parasitas (como Otodectes cynotis). Com o tratamento adequado podem ser tratadas de forma eficaz e definitiva, o que é raro nas otites, em geral. Os gatos podem apresentar ainda um tipo muito particular de otite, associada a infeções secundárias (que complicam o diagnóstico), e que consiste na presença de pólipos inflamatórios, normalmente surgidos do ouvido médio. Estes pólipos vão crescer, ocluindo progressivamente o canal auditivo e impedindo a sua correta ventilação, o que leva invariavelmente ao desenvolvimento de infeções secundárias. O tratamento dos pólipos é cirúrgico, devendo ser retirados. Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@ gmail.com.

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Posto de Vigia

Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)

AUTÁRQUICAS ABRIRAM NOVA PÁGINA POLÍTICA 1 – As últimas eleições autárquicas abriram uma nova página na política nacional. Sendo certo que objetivamente elas apenas tinham como fim escolher os representantes dos portugueses para o poder local, a verdade é que elas trouxeram, também, um nítido sinal de desejo de mudança na política governativa. O Partido Socialista ganhou quantitativamente as autárquicas, mas politicamente foi o PSD quem ficou com o melhor bocado. Dito de outra forma, os portugueses disseram nas urnas que já não estão incondicionalmente ao lado do PS, antes deram um sinal claro de alteração das tendências de mudança política. Ao conseguir inverter as tendências de voto, sobretudo nos maiores centros urbanos, nomeadamente ao conquistar por larga maioria as principais capitais de distrito, o PSD abriu o caminho para uma nova etapa política, que as próximas legislativas confirmarão ou não. 2 – Mas se o PS, ainda que continuando maioritário no poder local, encurtou de forma significativa a sua distância para o PSD, os partidos à sua esquerda sofreram uma derrota humilhante. O PCP continua a perder câmaras, e o Bloco de Esquerda praticamente desapareceu nas autarquias. Ora, como todos sabem, comunistas e bloquistas são os parceiros favoritos para a manutenção dos socialistas no poder, o que indiretamente ainda enfraquece mais o PS. Face a esta contabilidade, os partidos do centro direita perceberam rapidamente que há agora uma perspetiva de ganhos futuros, e, por isso mesmo, rapidamente entraram em ebulição. PSD e CDS, tendo eleições internas para as respetivas lideranças, por via estatutária, até ao final do ano, olham naturalmente para o que resta da atual legislatura, procurando capitalizar os ganhos das autárquicas, mas agora com vista às legislativas. 3 – É sabido que os atuais líderes do PSD e do CDS, tendo tido ganhos significativos, nem por isso reforçaram as suas posições dentro dos respetivos partidos, porquanto os seus opositores internos aproveitaram esses mesmos ganhos para se posicionaram no sentido de os substituir por outros líderes mais aguerridos. Ou seja, em ambos os partidos há agora quem queira retirar a Rui Rio e a Francisco Rodrigues dos Santos os testemunhos desta corrida de estafetas, com vista à meta das legislativas. Estava escrito nas estrelas que as autárquicas colocariam sempre em risco estes dois líderes. Se os resultados tivessem sido maus, eles cairiam por deficiente desempenho. Tendo obtido bons resultados, eles estão igualmente ameaçados, porque, entendem os seus adversários internos, há quem consiga potenciar melhor que eles os ganhos, e reforçar as possibilidades do centro direita regressar ao poder nas próximas legislativas. Ironias da política…


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Hospital Fernando Pessoa Diretor Clínico e Médico Cirurgião Pediatra, o Prof. Doutor João Moreira Pinto

CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA PARA O QUISTO SACROCOCCÍGEO O quisto pilonidal sacroccígeo é um quisto na região do cóccix que pode apresentar-se com uma fístula por onde sai algum pêlo e pús. Esta doença é adquirida e trata-se basicamente de um pêlo encravado que, pela sua localização e anatomia local, tem tendência a crescer para dentro da pele, inflamar e formar um quisto à sua volta. Sabendo disto, percebe-se porque aparecem mais a partir da adolescência, nas pessoas mais peludas, nos obesos ou em pessoas que passem muito tempo sentados sobre o cóccix. A intervenção cirúrgica “clássica” para tratar este problema é tecnicamente simples e sem grandes riscos, no entanto, o tempo de cicatrização e recuperação é longo (mínimo de 15 dias), doloroso e muito pouco prático, pois o doente tem que ficar deitado de barriga para baixo durante esse tempo, ficando assim impedido, basicamente, de toda e qualquer atividade física. Em 2018 iniciámos, no Hospital Fernando Pessoa, a cirurgia minimamente invasiva endoscópica para o quisto pilonical sacrococcígeo e, nesta nova técnica sem suturas, a recuperação é mais rápida e indolor, sendo que em vez de ficar imobilizado durante a sua recuperação, o que antigamente poderia durar semanas, o doente sai da cirurgia já sentado e pode levar uma vida perfeitamente normal e sem qualquer dor.

CULTURA

Gondomar expõe espólio de Mário Giesta Descrito por quem o conheceu em vida como um homem ímpar, nobre, que levou o nome do nosso concelho além fronteiras com a Marcenaria. Um homem que desde sempre esteve ligado a esta arte que, para quem não o sabe, é um dos símbolos da história de Gondomar. Apelidado carinhosamente, como Engenheiro Mário Giesta, recebe agora uma exposição em sua honra na Biblioteca Municipal de Gondomar Camilo de Oliveira. O espólio desta exposição resulta de uma doação realizada por parte do Eng. Mário Giesta, em 2018, ao Arquivo Municipal de Gondomar. Foram 4100 desenhos e plantas que Gondomar recebeu, provenientes da extinta fábrica de Móveis Giesta de Valbom, Lda. Uma riqueza histórica para Gondomar que agora está na posse do Arquivo Municipal e que pode ser consultado através desta exposição que ficará patente até ao dia 31 de dezembro. Quanto à inauguração que decorreu no dia 2 de outubro, a técnica do Arquivo, Inês Lino, referiu que foi um sucesso. Foram muitos os interessados que não perderam a oportunidade de homenagear e de contemplar o trabalho que em tempos fora desenvolvido no nosso Município. Segundo a responsável, foram cerca de 70 pessoas e a procura não diminui. Para além da curiosidade do público, Inês revela-nos que houve investigadores da área que não re-

sistiram em explorar as obras deixadas em vida pelo Eng. Giesta, inclusivamente, “Nós temos uma estudante de doutoramento que está a realizar uma tese sobre a Marcenaria em Gondomar, até nos ajudou na exposição que nos disse que este espólio é um objeto de estudo fabuloso”. Inês explica-nos que, historicamente, para além da Ourivesaria, a marcenaria teve um papel importantíssimo para o desenvolvimento económico de Gondomar no século passado, e reforça que o Eng. Mário Giesta ficará eternizado como uma das personalidades mais relevantes da marcenaria gondomarense. "A Marcenaria em Gondomar era muito forte, produzia para todo o país, tínhamos muitos marceneiros. O pai do Engenheiro é que deu o início a este trabalho da marcenaria, com a criação de uma oficina e depois mais tarde, é que os três irmãos, os três filhos do Joaquim Giesta, é que fundaram a Fábrica de Móveis e ai já tinham centenas de trabalhadores”, refere Inês Lino. Dos itens doados, evidenciam-se os desenhos de pormenor e à es-

cala, as plantas com anotações (medidas, nome das madeiras, entre outros detalhes) e os desenhos de amostra realizados para futuros compradores. A exposição encontra-se dividida por técnicas que são: a Marchetaria a Ensamblagem, a Talha e a Palhinha. Quando a exposição terminar, os desenhos voltam para o depósito do Arquivo e ficaram disponíveis para consulta. Para Luís Filipe Araújo, Vereador responsável pela Cultura, a opinião é a mesma “Este espólio possui uma grande importância para Gondomar, na mesma medida de importância de todas as artes ligadas na marcenaria. Graças a esta arte, o nome do Município esteve sempre bem considerado além fronteiras”, sobre os documentos referiu ainda o seguinte: “É muito importante a preservação, porque é um saber que ia acabar por perder-se, assim já estão conservados”. A entrada é gratuita, não necessita de marcação prévia e não há limite de pessoas. Caso pretenda uma visita guiada, pode o solicitar através do email: cultura@cm-gondomar.pt ■

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CULTURA

Gondomarenses sobem ao pódio do Concurso Internacional de Canto Lírico Que Gondomar tem pessoas com muito talento, isso já o sabemos. No entanto, o destaque desta vez vai para Susana Vieira e Regina Freire, duas amigas que conquistaram o pódio na 8ª edição do Concurso Internacional de Canto Alfredo Kraus, que decorreu na ilha de Gran Canária. Regina conquistou o segundo lugar e Susana o terceiro, a vencedora do concurso foi a ucraniana Olga Syniakova. Regina Freire tem 25 anos e é riotintense. O seu percurso neste mundo iniciou muito cedo, dado que os pais da cantora sempre a incentivaram para a prática da música. Começou a dar os primeiros passos no Orfeão de Rio Tinto, no coro juvenil e fez formação musical. Já nesta altura, apesar de tímida, era no palco onde se sentia confortável. Paralelamente, realizou aulas de piano, no Conservatório da Maia, até ao 5º grau. Mais tarde, no 10º ano, decidiu ingressar no Conservatório do Porto, onde realizou o ensino integrado e onde começou por especializar-se na área do canto. Natural de Fânzeres, Susana Vieira tem 27 anos. Com 10\11 anos iniciou o seu percurso na música numa escola em Gondomar, onde tinha aulas de flauta transversal. Posteriormente, ainda na vertente da Flauta Transversal, realizou provas para entrar no Conservatório de Música do Porto. Após ter realizado cinco anos do curso, tomou a decisão de arriscar tudo e de percorrer o caminho do Canto. Para Regina a música esteve sempre presente na sua vida. “A parte musical para mim era como um instinto, eu adorava a sensação que me transmitia, tanto que quando a minha mãe queria colocar-me de castigo, ela não me deixava ir aos ensaios. Assim, desde muito cedo que o canto tinha uma importância muito grande na minha vida”, acrescenta e completa constando que desde muito cedo os professores orientavam-na para o estudo desta arte. Quanto a Susana, a decisão foi mesmo dela, dado que a única experiência que

> Susana Vieira e Regina Freire

tinha era dos coros no Conservatório, dado que, ao contrário da sua amiga, nunca tinha tido experiências a solo, nem formação na área do canto, apenas apercebeu-se que a Flauta já não era o que ambicionava para o seu futuro. Os seus caminhos cruzaram-se em algumas aulas tidas no Conservatório do Porto, local onde a amizade entre as duas surgiu. Quanto à especialização, Regina após terminar o seu percurso no Conservatório do Porto, decidiu partir rumo à Inglaterra, com o intuito de realizar a sua licenciatura e o seu mestrado, na Guildhall School of Music & Drama, que se encontra situada no centro de Londres. Voltou recentemente, em 2019. Como Susana era mais velha, ingressou no ensino superior em Munique mais cedo, mas segundo a própria, a aventura não correu assim tão bem devido à distância. Assim, tomou a decisão de partir em direção a Londres, onde se encontrou e terminou o curso com a sua amiga Regina. No que concerne ao concurso, para ambas, o prémio teve um sabor especial atendendo ao facto de que as duas subiram ao mesmo tempo ao pódio. As amigas descobriram do concurso através das redes sociais e o casting foi realizado em Lisboa, no Teatro de São João. Dos 12 participantes, cinco partiram em direção a Canárias. O concurso fez audições em vários pontos da Europa tais como, Florença, Madrid, Barcelona, Lisboa e nas Canárias.

Para as cantoras, o ambiente do concurso era confortável e quanto à preparação, ambas são unânimes na resposta, é necessário muito trabalho, tanto vocal, como fisico e psicológico. É um trabalho continuo e quanto à final, o sabor do pódio foi melhor porque ambas tiveram a oportunidade de tocar com uma Orquestra, como Susana refere “Sentir aquela massa de volume a vir por de trás de nós, dá-nos um boost enorme e é um prazer muito grande, principalmente depois deste tempo todo de pandemia”. Quanto ao futuro, Susana e Regina concordam em alguns pontos nos planos. No caso de Regina, a vontade é de permanecer em Portugal, caso haja a possibilidade de ir para o exterior durante uns meses irá, mas o seu intuito é manter-se pelo Porto. “Sempre conciliando com a minha vida cá no Porto, porque a minha vida profissional começou a ter mais sucesso quando comecei a ter a minha vida pessoal mais estável e completa, para mim cada vez mais é importante para conseguir trabalhar de uma forma feliz. Hoje sou feliz, a fazer o que faço”, é nessa linha que acrescenta que “A curto prazo, já tenho alguns recitais marcados, um deles é o Festival Internacional de Música Passos Brandão e em novembro, tenho no Teatro de São Carlos que faz parte do Cancioneiro Português, estão a recuperar algumas músicas de portugueses que nunca foram feitas, nem editadas e estão a ser realizados lá recitais. Para o ano, já te-

nho algumas coisas alinhavadas, tenho um recital na Casa da música, a propósito de ter ganho o concurso de jovens músicos e tenho mais umas coisas há acontecer. Espero que no futuro tenha muito trabalho e que a reclamar que tenho muito trabalho, com menos aulas de inglês, e mais trabalho musical”. Quanto a Susana, ela explica o seguinte: “Eu sou muito diferente da Regina, ela é muito mais trabalhadora no sentido de gostar de estar sempre muito ativa, de fazer várias coisas, eu sou o oposto e principalmente depois de estar fora, eu prefiro perceber qual será o próximo passo e o que realmente interessa para chegar ao meu objetivo principal. Porque não faz muito sentido ir para todas as oportunidades, porque nem todas interessam e são gastos que temos e provavelmente, podem não ter assim tanto interesse no futuro. Competições há muitas, agentes há muitos, nem tudo pode trazer alguma coisa de volta e é importante que traga. Seja em monetário, seja a nível de oportunidades. Assim, nesta fase, estou a tentar perceber qual vai ser o próximo passo e afunilar as oportunidades, fazendo boas escolhas”. As cantoras explicam que esta área implica muito investimento individual e constatam que é importante “Parar e ser inteligente quando chega ao momento de avaliar as propostas”. Sobre Portugal, como não é um género que as pessoas consumam, os apoios são reduzidos. Mas ambas garantem que, no caso do Município de Gondomar, sentem que a autarquia está sempre disposta em colaborar e ajudar no solicitado. Ao terminar Susana deixa um apelo para as pessoas de consumirem mais este tipo de arte e adianta que gostava que elas “Fossem mais abertas e que se permitissem a ouvir determinados tipos de música”, que são diferentes às que estão habituadas, “Porque não custa nada. E não é só pela música em si, é pela produção toda, porque há muita coisa que um concerto pode oferecer.E o que vemos é que as pessoas, por vezes, quando se fala em ópera, ridicularizam um pouco. E temos que nos deixar disso, porque é um trabalho que requer muito esforço, tempo e dedicação e abdicar de muita coisa. E é pena que as pessoas não abram mais a mente a novas experiências culturais”. ■


VIVACIDADE | OUTUBRO 2021 Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Astigmatismo infantil O astigmatismo é uma doença ocular que impede as crianças de verem corretamente. Este resulta de uma alteração da configuração dos olhos que afeta a forma como as imagens são formadas e transmitidas ao cérebro. Isto é, a córnea apresenta uma superfície irregular com zonas mais elevadas e outras mais planas, fazendo com que sejam produzidos vários pontos de focagem na retina. O astigmata tem uma visão imperfeita, quer ao perto, quer ao longe, porque não tem a perceção nítida dos contrastes entre linhas horizontais, verticais e oblíquas. Não se conhece a causa exata deste problema refrativo. Em grande parte dos casos, está presente desde o nascimento, podendo estar também associado a outros problemas oculares como a miopia ou a hipermetropia. Quando não é hereditário, o astigmatismo pode surgir após uma lesão ocular, como um traumatismo ou cirurgia ocular. Os sintomas do astigmatismo infantil podem não ser fáceis de identificar porque a criança não conhece outra forma de ver ou se, por exemplo afeta apenas um dos olhos. Por isso o paciente não refere sintomas. Porém, há alguns sinais que os pais devem estar atentos. As crianças podem queixar-se de dores de cabeça, cansaço, tendem a aproximar-se muito da televisão ou dos objetos, semicerram os olhos para ver melhor ao longe, têm dificuldade de concentração na escola afetando o seu rendimento escolar. Mas, em muitos casos, nada disso acontece. O astigmatismo não tem cura. Embora possa sofrer alterações ao longo do tempo, sendo necessário atualizar a graduação, trata-se de um problema refractivo sem implicações permanentes na visão. A exceção corresponde a crianças com idade inferior a cinco ou seis anos. Quando existe um astigmatismo significativo desde os primeiros anos de vida e que não é devidamente corrigido pode vir a desenvolver-se uma ambliopia, ou “olho preguiçoso“, interrompendo o normal desenvolvimento da visão. Essa interrupção, depois desta idade tende a tornar se permanente e irreversível. Por essa razão, é importante realizar um rastreio visual por volta dos três anos de idade. Essa consulta irá permitir detetar a presença de astigmatismo, miopia ou hipermetropia e, se necessário, proceder à sua correção. O astigmatismo é corrigido com óculos, sensivelmente até aos quinze anos de idade. A partir desta idade pode também ser corrigido com lentes de contacto. Quando adulto pode recorrer a cirurgia. O cuidado da visão é muito importante. A deteção e tratamento precoce de problemas de visão nas crianças é fundamental não só para evitar possíveis ambliopias como também acautelar problemas no seu desenvolvimento.

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ML - Balcão do Empreendedorismo e Cidadania

Renault Gondomar O Dacia Spring está na final dos prémios Auto Best 2022 O Dacia Spring está entre os finalistas dos prémios Auto Best Buy Car Europe 2022. O automóvel da Dacia, que foi lançado em Março deste ano, encarna uma verdadeira revolução elétrica. O objetivo do Spring é contribuir decisivamente para a mobilidade elétrica plena e ao alcance de todos, ao mesmo tempo que reúne as caraterísticas que, hoje, consideramos essenciais (navegação, replicação dos smartphones, ar condicionado, vidros elétricos e muito mais) a um preço inigualável na Europa. O seu aspeto aventureiro, os 4 verdadeiros lugares e os quase 300 litros de capacidade de bagagem, combinam-se para garantir muito mais do que a maioria dos seus rivais urbanos oferecem. As versáteis opções de carregamento (menos de 1 hora em carregamento rápido DC e menos de sete horas numa tomada doméstica) e a autonomia de até 305 km em cidade (230 km no ciclo combinado WLTP) fazem do Spring o automóvel elétrico perfeito para o uso diário e nas deslocações quotidianas. Os 32 membros do júri da Auto Best, jornalistas de 32 países europeus, irão escolher o automóvel Best Buy Car Europe 2022 entre os 6 finalistas, já nas próximas semanas, e o vencedor será anunciado em meados de Dezembro de 2021. Visite-nos na DACIA GONDOMAR na Avenida Associação Comercial e Industrial de Gondomar, 15-115, para conhecer a GAMA DACIA incluindo o NOVO DACIA SPRING. O Dacia Spring distingue-se pelo seu visual SUV aliado a uma motorização 100% elétrica. Fiel ao ADN da marca Dacia, este citadino oferece-lhe um novo prazer de condução para os seus trajetos do quotidiano. Quer experimentar? Agende já test-drive ao novo Dacia Spring e visite as nossas instalações em GONDOMAR, esperamos pela sua visita! SOBRE A DACIA A Dacia é uma marca do Grupo Renault e está presente em 44 países, principalmente na Europa e na bacia do Mediterrâneo. Nascida na Roménia em 1968, a marca foi comprada pelo Grupo Renault e relançada em 2004 com o icónico Logan. A Dacia oferece a melhor relação qualidade/preço do mercado. Apoiada nos seus modelos mais icónicos - Logan, Sandero, e Duster - a marca tem sido um sucesso comercial. Até à data, a Dacia já vendeu mais de 7 milhões de automóveis.

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CULTURA

Festas do Concelho com balanço positivo As Festas do Concelho tão consideradas como um dos momentos mais altos do ano, para os gondomarenses. Dada a relevância do momento, o executivo em reunião municipal deliberou por unanimidade realizar, embora com outros parâmetros, as tradicionais Festas do Concelho. Para o vereador da Cultura, Luís Filipe Araújo, o balanço é “Sem dúvida positivo”. Embora que, as atividades tenham sido em menor quantidade, tendo em conta a pandemia, o programa contou com um leque de eventos culturais e religiosos. Uma das particularidades na organização deste evento mais condicionado, foi o facto de que, para além do programa cultural, a população deliciar-se com os doces feitos pelas tradicionais doceiras, para o executivo era igualmente importante manter o comercio lo-

cal, que está ligado às Romarias, a funcionar. Apesar deste ano, algumas atividades emblemáticas não terem ocorrido, como a procissão, o Vereador sublinha que, “Foi a decisão mais prudente”, atendendo à realidade vivida. No entanto, mostra-se confiante para o próximo ano: “Para o próximo ano, se tudo correr bem, vamos ter a procissão nos moldes muito aproximados à normalidade”. Na perspetiva de Luís Filipe Araújo, o momento alto, atendendo à importância simbólica, foram as Bandas Filarmónicas: “Nem sempre tivemos com a sala cheia, mas nos dias em que estava bom tempo, as pessoas aderiram e o auditório ficou repleto de pessoas. Claro, que todos cumpriram as regras sanitárias”. O responsável pela cultura reforça ainda que este ano, as Festas do Concelho, foi um momento igualmente importante para as Bandas, dado que muitas iniciaram a sua atividade neste programa. Para além do momento musical, as Bandas Filármonicas realizaram PUB

o tradicional desfile. Com início no dia 2 de outubro, a Banda Musical de Melres partiu da Câmara Municipal de Gondomar, até ao Largo do Souto, passando pela Igreja Matriz. Seguiram-se a Banda Musical de Gondomar, a Banda Musical de São Pedro da Cova e a Banda de São Cristóvão de Rio Tinto que, nos três dias seguintes, desfilaram no Largo do Souto. Apesar dos desfiles terem sido em menor escala, contanto com quatro bandas, foram muitos os populares que não quise-

ram perder o momento. Na cerimónia de encerramento da edição, a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins assumiram o palco do Auditório Municipal. Para além do momento musical, os presentes testemunharam a assinatura do protocolo entre a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins-Associação Cultural de Plectro (OPGBAC) e a Comissão Nacional da UNESCO, com vista à constituição de um Clube UNESCO no âmbito da OPGBAC. ■ PUB

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UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu


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DESPORTO

Gondomar homenageia FPF e Ricardinho com Medalha de Honra

Presenciou um dos momentos ímpares da história do desporto português ao conquistar o titulo de campeão mundial perante 150 seleções, juntamente com a sua equipa que segundo palavras do mesmo, foi uma vitória típica à português, sofrida até ao último minuto. É nessa linha que o Município decidiu reconhecer com uma medalha de honra todo o trajeto profissional que o atleta tem conquistado. Um reconhecimento que pretende homenagear o percurso desportivo nacional e internacional de Ricardinho, que dignificou o nome de Gondomar com notável evidência. Para além da homenagem realizada ao menino de ouro de Gondomar, a Federação Portuguesa de Futebol, na pessoa do seu Presidente Fernando Gomes, também recebeu uma medalha de Honra, atendendo ao trabalho que têm desenvolvido no concelho no que concerne ao crescimento do Futebol e do Futsal. Quanto à cerimónia, durante os discursos rasgaram-se elogios às duas personalidades homenageadas. No entanto, Ricardinho, foi palco de um dos momentos mais marcantes do evento ao realizar um discurso emotivo para os pais, sobre eles refere que sempre o apoiaram neste percurso. Como forma de reconhecer o carinho, a admiração e o respeito pelos mesmos, Ricardo Braga entregou a medalha conquistada no mundial ao pai. Américo David, pai de Ricardo, refere que apenas tem uma única palavra para descrever o momento que presenciou, “A única palavra que consigo dizer é Orgulho, tenho muito orgulho nele, se for para dizer mais alguma coisa, vou acabar por retirar o peso da importância dessa palavra”, quanto à mãe do atleta, Olga David, a palavra orgulho volta à tona, “Tenho muito orgulho neste filho” e como qualquer mãe, por mais títulos que o filho tenha conquistado, a saudade está sempre presente “Estava com muitas saudades dele, porque já não o vi-a e nem o abraçava há muito tempo. Para mim será sempre o melhor do mundo." Ao nosso jornal revelou que “Sem dúvida nenhuma que é um orgulho muito grande

poder chegar à minha cidade, à minha terra e ser reconhecido desta maneira pela Câmara Municipal, principalmente com as presenças que tiveram aqui hoje, como o Presidente da Federação, a Vereadora do Desporto, o Secretário de Estado do Desporto e da Juventude, a Rosa Mota, porque são personalidades de renome no mundo do desporto. Para mim é um orgulho muito grande. É um reconhecimento do meu trabalho e da pessoa que sou dentro e fora de campo, e é como eu digo, eu quero tentar ser um exemplo em todos os aspetos”. “Em todas as minhas conquistas, eu faço sempre um Post, a referir que sou orgulhosamente portugês, e que sou orgulhosamente gondomarense. Porque eu realmente sou agradecido a Gondomar pelo carinho e o apoio que dão, a todos os eventos que organizo. Afinal de contas, este carinho mútuo é importante, não só para mim, mas para o crescimento do futsal”. O dia mais gratificante para o atleta foi quando levantou o último trofeu e ouviu tocar o hino nacional no Campeonato do Mundo de Futsal, “porque foi o colmatar de um trabalho brutal, depois de uma lesão muito difícil”, no entanto sublinha que não tem dúvida nenhuma que o dia 15 de outubro, ficará marcado como um dia especial, Ricardinho vai mais longe ao descrever esta homenagem “Foi um dos dias mais bonitos da minha vida, principalmente por poder ter e agora não me quero emocionar, por ter tido aqui os meus filhos, a minha mulher, os meus pais, os meus dois primeiros treinadores, o do futebol e o do futsal. E por ter dado estes passos atrás e perceber que consegui chegar do bairro ao topo do mundo, e acho que isso é uma inspiração para qualquer atleta, ou para qualquer menino que acredite que pode lá chegar e é isso que eu tento sempre passar”.

Quanto a Fernando Gomes, Presidente da FPF, “Eu entendo a atribuição desta medalha fundamentalmente para a Federação Portuguesa de Futebol, porque eu faço parte de um órgão coletivo, obviamente que eu sou o Presidente, mas sem o trabalho coletivo da equipa que foi para a Federação comigo, nada disto tinha acontecido. E, no caso concreto do futsal, por exemplo, uma pessoa extraordinária que merece todos os elogios que é o Pedro Dias. Em termos da Federação o que entendo desta homenagem é acima de tudo o reconhecimento de uma ligação e de uma proximidade com a autarquia na realização de muitos eventos quer nacionais, quer internacionais, europeus e até mundiais que só foi possível conciliar com uma autarquia que está vocacionada para o desporto que, como aqui foi referido, foi a cidade europeia do desporto em 2017, mas acima de tudo a disponibili-

Sandra Almeida - VEREADORA DO DESPORTO É bom fazer este balanço e ter aqui a baliza da Cidade Europeia do Desporto 2017 que para quem não se lembra, o nosso lema na Cidade Europeia do Desporto, era afirmar o desporto em Gondomar e após o último dia de 2017 -dia 31 de dezembro- houvessem mais atletas a praticar desporto e que a promoção do desporto tivesse sempre presente no nosso dia a dia, ou seja, estou aqui a falar da sustentabilidade do desporto. Este culminar de campeões que tivemos agora neste ano, significa para nós uma aposta ganha, porque quer dizer que estamos a afirmar-nos no desporto, estamos a afirmar-nos no melhor que o desporto têm e o facto de sermos Campeões em diversas modalidades, em diversos campeonatos, também vem a afirmar aquilo que durante estes últimos anos nós implementamos nas políticas desportivas. Gondomar é muito eclético, em termos desportivos. Daí termos tido alguma dificuldade numa aposta clara, numa ou outra modalidade, no entanto temos feito um esforço para apoiar todas as modalidades. Portanto, vou reforçar uma vez mais que estes campeões, vem-nos dizer que a nossa aposta tem sido a mais correta. O Secretário de Estado, na última visita a Gondomar, também disse e nós também o dissemos em algumas entrevistas que, Gondomar é a capital do futsal ... uma vez o Selecionador Nacional, o Jorge Brás, disse que Gondomar é uma máquina de fazer atletas de Futsal, porque já saíram daqui muitos bons atletas, para além do Ricardinho. Com os resultados deste último mês, arriscaria a dizer que Gondomar é a capital dos campeões, porque temos campeões

dade sempre tida pelo município para apoiar todo o tipo de realizações que a federação desenvolve e neste caso em concreto, no futsal”, o responsável conclui a sua linha de pensamento referindo o seguinte: “Posso dizer que Gondomar é uma das autarquias claramente chaves no desenvolvimento do futsal português, por tudo aquilo que representa, o caso concreto do Ricardinho que é originário deste concelho e que é a expressão máxima do futsal português, mas acima de tudo por aquilo que foi possível estabelecer com o Presidente Marco Martins e com a Vereadora Sandra Almeida, que é uma parceria muito profícua, com a FPF, relativamente ao desenvolvimento do Futsal”. Para além do executivo autárquico, o evento contou com a presença do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo e com a atleta olímpica, Rosa Mota. ■

em muitas modalidades. Com este investimento que realizamos, sentimos um crescimento quer em termos associativos, no que concerne a dirigentes e à forma de estar e de perceber no desporto, bem como a objetividade que têm que ter e é nesse sentido que temos sentido um crescimento significativo no número de atletas. Mas penso que nós conseguimos uma coisa, acompanhar o desporto a nível nacional e internacional, que era o que nos faltava. Eu sempre disse que nós estávamos virados muito para dentro, muito para o desporto regional, para o desporto do concelho e penso que na Cidade Europeia do Desporto, ao termos cá diversas taças de Portugal e diversos eventos internacionais, também nos deu aqui uma abertura para acompanharmos o desporto nacional e internacional. Vou até mais longe e dividir isto em duas fases. Na minha opinião, penso que há um desporto até 2013, até à nossa tomada de posse e penso que houve aqui uma viragem a partir de 2013, porque o município começou também a organizar eventos que até aqui, eram sempre as associações, com o apoio do Município, que organizavam. No entanto, a partir de 2013, Gondomar começou também a organizar os seus próprios eventos, nomeadamente os trails, outros eventos que começaram acontecer quer na via pública, como nos pavilhões e depois sim, a grande viragem foi em 2016 quando começamos a trabalhar a Cidade Europeia do Desporto e quando envolvemos o mundo associativo connosco. E depois, há o pós 2017 que os resultados estão à vista de todos.


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DESPORTO

Gondomarenses trazem medalhas para casa no Campeonato Europeu Os gondomarenses José Ribeiro, na modalidade de natação, Daniel Maia e César Morais, na modalidade de Futsal e João Oliveira, na modalidade de Ténis de Mesa, foram os nomes que se destacaram na disputa do Campeonato Europeu destinado à atletas com Síndrome de Down, que decorreu em Ferrara, Itália.

No caso de José Ribeiro, o atleta trouxe para Gondomar três medalhas conquistadas. A primeira foi de prata, na prova dos 1500 metros e a segunda medalha foi a de bronze na prova dos 800 metros, e a terceira na prova dos 800 metros de estafetas. Para o atleta as três medalhas representam um enorme orgulho. O resultado demonstra o culminar de um trabalho, dado que conseguiu realizar um tempo melhor, em comparação à última prova em Sardenha. No que concerne aos treinos e aos resultados obtidos, explica que como tem realizado os treinos numa piscina de 16 metros e não numa de 25 metros, na sua perspetiva, os resultados poderiam ter sido melhores. José Ribeiro revela-nos ainda que não estava à espera de ser con-

> José Ribeiro

vocado pela Seleção Portuguesa, mas ficou feliz ao receber a mensagem. O atleta diz ainda que não estava à espera dos resultados e que tem a agradecer a equipa que está constantemente ao seu lado, como a Ana Querido e o Paulo Sousa, treinadores, como a Claudia Pato, Fisioterapeuta e acima de tudo quero fazer um agradecimento aos meus pais. O nadador antes de terminar fez questão de deixar um apelo a Câmara Municipal de Gondomar: “Apelo à Camara Municipal de Gondomar para nos deixarem treinar frequentemente numa piscina de 25 metros”. João Oliveira também colocou o seu nome na história do desporto gondomarense. Em Itália o atleta de Ténis de Mesa conquistou a medalha de ouro no torneio em equipas e a medalha de prata no torneio a pares, juntamente com o seu colega João Soldado. O atleta evidencia ainda que estas vitórias souberam ainda melhor dado que foi a primeira vez que competia, “Foi emocionante e memorável”, completa. Para o jogador o trabalho em equipa é a chave para a conquista dos resultados, no entanto, faz questão de mencionar que o apoio do treinador e do responsável da Seleção Marco e Nuno, bem como os treinadores do clube onde treina FC Porto, Santiago Faria, Ramiro, Rui e a responsável Joana Teixeira. Quanto aos colegas de equipas César Morais e Daniel Maia, nes-

ta edição do campeonato europeu de Ferrara foram vice-campeões, trazendo assim a medalha de prata para o concelho. “Esta conquista foi muito importante para mim, porque é um orgulho representar o meu país”, explica Daniel. O atleta reforça que é necessário muito trabalho e dedicação, quer dentro, quer fora do campo. Como forma de homenagem, o atleta fez um agradecimento aos Misters da seleção Portuguesa, aos treinadores do FC do Porto, bem como à Joana Teixeira, que

> João Oliveira

> Daniel Maia

> Cesar Morais

foi quem abriu as portas do clube para Daniel. Quanto a César Morais, a opinião é semelhante à de Daniel, “Foi um jogo difícil contra a Turquia, porque eles eram fortes”. O atleta que em 2018 ganhou a bota de ouro no Campeonato Europeu, explica que independentemente do segundo lugar ficou muito feliz. O jogador deixa ainda um agradecimento especial à sua equipa, que em conjunto conquistaram esta medalha, aos pais e ao clube que representa, o FC Porto. ■


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EMPRESAS E NEGÓCIOS

José Barbosa: “Isto é uma atividade nobre, tem que haver respeito, tem que haver postura, tem que haver princípios!” De geração em geração, a Agência Funerária Saramago conquistou o seu espaço de respeito no mercado. A Agência mais antiga do concelho de Gondomar é atualmente liderada por José Barbosa e pauta-se por princípios que fundam a história desta empresa, princípios esses irrevogáveis para construir uma empresa de confiança. Uma história que nos remete aos anos de 1763 a 1830, quando nesta altura, à frente da paróquia de Fânzeres estava a exercer funções o pároco José Joaquim Saramago. À época, segundo José Barbosa, como ainda não havia cemitérios, as pessoas eram sepultadas nas igrejas, sendo que uns ainda pagavam uma taxa à instituição, apelidada por ‘Dizimos’: “Havia um género de repartição de finanças eclesiástica, onde as pessoas pagavam e quando faleciam, o padre cedia um ‘esquife’, que era um tipo de ‘pediola’ e onde todos eram sepultados embrulhados num lençol”. Por volta de 1825, o padre José Saramago após criar a empresa, doa a propriedade a um dos antepassados de José Barbosa, intitulando-o como sobrinho. Sobre os documentos, conta-nos na primeira pessoa que “embora não sejam papéis oficiais, são manuscritos que têm valor para mim, porque contam a história da nossa Casa”. De geração em geração, a posse da empresa manteve-se desde então na família, “Herdei esta agência do meu pai. No futuro, espero que seja perpassada para as minhas filhas, se elas assim o entenderem”. Segundo José Saramago, esta casa é pautada por princípios irrevogáveis, que transitam de geração em geração. Aqui prima-se pelo respeito, pela dignidade, pelo perfecionismo, ou seja, pela realização de um bom trabalho. Não há espaços para desleixos. A família do falecido tem que ser, acima de tudo, respeitada e ouvida. “Na minha empresa, todo o material fúnebre, desde uma urna até um genuflexório, é respeitado como tal, não sendo nunca cedido ou banalizado para outros fins, nomeadamente pagãos”, explica contextualizando que a profissão de um agente funerário tem que ser encarada como uma atividade honrada, “que não

deve em nenhum momento ser depreciada’”. Sobre o assunto, acrescenta ainda que “a banalização da atividade resulta do desrespeito por muitos dos princípios que defendo”. Apesar dos tempos serem outros e de muita coisa neste setor ter evoluído e sofrido alterações, os princípios funerários mantiveram-se inalterados. De pulso firme, José Barbosa garante que, na sua casa, esses serão sempre respeitados. “O funeral teve que acompanhar a evolução dos tempos, mas não deixando em momento algum que se desviasse dos princípios básicos. Tem que haver postura. Há coisas que se usaram e que, entretanto, deixaram de se usar, e outras tradições até que se repristinaram e que só não se reintroduzem integralmente porque as pessoas não têm como suportar determinados encargos. A música erudita é disso exemplo”, explica o proprietário. Com tantos anos de serviço, inúmeras são as histórias que o responsável tem para contar. No entanto destaca que “hoje, mais do que nunca, é necessário elucidar o cliente no momento da contratação e, por muito difícil que seja, informá-lo das possíveis opções. Um serviço fúnebre não poder ser banalizado e estereotipado. Cada caso é um caso e há que fazer avaliações casuísticas”. Quanto à concorrência, enfatiza que o grande problema de muitas empresas funerárias é exatamente esse: a vulgarização que se faz do funeral, o desconhecimento e

o desrespeito pelas tradições, a procura do número em detrimento da qualidade, o encarar a atividade funerária apenas do ponto de vista financeiro… Esta falta de sensibilidade para o negócio, a visualização da prestação de um serviço como mais um número e não como uma família que sofre e precisa de ajuda num momento difícil, a falta de respeito reflete-se, naturalmente, numa enorme falta de profissionalismo. E havendo ainda no mercado excelentes profissionais, a verdade é que começam a escassear em benefício das empresas que laboram muito mal. Segundo o responsável da Agência Saramago, um bom agente tem que ter uma “psicologia acentuada”, porque é fundamental saber ouvir o cliente “É preciso compreendê-lo”. Atendendo ao facto de ser uma profissão delicada, José Barbosa admite que há alturas em que é difícil, “Também somos humanos e há situações que mexem connosco. Nós temos que ter a capacidade de chegar a casa de um cliente, ouvi-lo atentamente, deixá-lo falar e saber como e quando tocar nos pontos vitais, sem ferir suscetibilidades. E depois temos aqueles clientes que falam muito e pouco dizem e, paralelamente, temos aqueles que falam pouco, mas dizem tudo. Assim, é fundamental estudá-lo e entender a psicologia, são dois pontos muitos importantes. E garanto que, tanto eu, como qualquer colaborador desta casa, tem a capacidade de se adaptar a cada cliente. Porque para mim, este

é um ponto fundamental”. Sobre o seu critério de seleção de funcio nários, explica o seguinte: “Aqui na minha casa, e ainda que respeitando os meus concorrentes, normalmente não aceito um colaborador que venha de outra empresa funerária, porque traz consigo outros métodos e ”vícios” de trabalho. Tudo importa: a apresentação, a higiene, a educação, a forma de estar, o espírito de trabalho e de entreajuda. Estas características não grassam pelo mercado, não as vejo facilmente e, daí, a criteriosa seleção. Isto é uma atividade nobre, tem que haver respeito, tem que haver postura, tem que haver princípios! A lei existe e é para se cumprir”. Quanto à lei cemiterial, refere que a última outorgada data de março do ano de 1962, sendo que é desconhecida por muitos. José Saramago, antes de terminar, constata ser lamentável a falta de apoios que existem para a realização dos funerais: “Desde que o Ser Humano nasce, tem que pagar imposto e até no funeral também tem que pagar… isto é ridiculo. Em tempos, a Segurança Social comparticipava com subsídios que, de uma certa forma, dariam para fazer um funeral com uma dignidade mínima, hoje não”. Ainda sobre o futuro, enfatiza a necessidade de continuar a trabalhar bem e a merecer a confiança dos seus clientes. “O mundo sempre sofreu alterações e o sucesso reside na capacidade de nos adaptarmos a essas alterações, nunca desvirtuando o nosso foco”. ■


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Espaço Jurídico

Queima de amontoados e queimada extensiva

O uso do fogo está associado a várias práticas agrícolas e florestais. Há casos em que estas actividades se descontrolam e originam grandes incêndios. Assim, impõem-se alterações de comportamentos, que são conseguidas através de legislação adequada. Podem ser consideradas: 1.“Queimas de amontoados” quando é usado o fogo para eliminação de sobrantes de exploração florestal ou agrícola, como podas de vinhas de oliveiras, entre outros, cortados e amontoados. 2. “Queimada extensiva”, quando é usado fogo para renovação de pastagens ou eliminação de restolhos e de sobrantes de exploração florestal ou agrícola, cortados e não amontoados. As queimas e queimadas estão autorizadas desde 11 de Outubro, mas têm, obrigatoriamente, de ser previamente comunicadas. O Decreto-Lei n.º 14/2019, de 21 de Janeiro, obriga os cidadãos a comunicarem a realização de qualquer tipo de uso de fogo para eliminação de sobrantes de exploração agrícola ou florestal. A realização de queimadas só é permitida após autorização do município ou da freguesia, tendo em conta a proposta de realização da queima, o enquadramento meteorológico e operacional, bem como a data e local onde a mesma é proposta. A realização de queimadas sem autorização e sem o acompanhamento definido naquele Decreto-Lei, é considerada uso de fogo intencional. A realização de queimas sem a devida comunicação está sujeita à aplicação de coimas que, de acordo com o previsto na lei, variam entre 280,00€ e 10.000,00€, para pessoas singulares, e 1.600,00€ e 120.000,00€ para pessoas colectivas. Parar fazer uma queima ou uma queimada precisa de autorização da respectiva Câmara Municipal ou Junta de Freguesia. Pode, também, registar-se na App do ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pedir autorização. Este pedido é feito em três passos: 1.º - indicação de quem faz o registo e de quem faz a acção; 2.º indicação do motivo e da data para a queima de amontoados; 3.º indicação da localização da queima de amontoados. A resposta é dada ao requerente por email ou sms.

ENVIE AS SUAS DÚVIDAS PARA O E-MAIL: GERAL@VIVACIDADE.ORG

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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Joana Resende PS Mais uma vez devemos agradecer a todos os Gondomarenses. No passado dia 26 de setembro, deram mais uma vez o voto máximo de confiança no Partido Socialista para os desígnios do nosso concelho, permitindo que este grupo continue o projecto traçado em 2013, aquando da primeira candidatura. Foi a maior vitória de sempre, o que nos deixa a todos confiantes no trabalho desenvolvido e no futuro que pretendemos traçar.

Maribel Fernandes PSD Os Gondomarenses nas eleições autárquicas do passado dia 26 de setembro foram chamados a decidir, mas cerca de 51% decidiram não participar neste ato eleitoral, o que a todos deve fazer refletir o que leva os cidadãos a não terem interesse numas eleições em que os eleitos são precisamente os que têm maior

Pedro Carvalho CDS-PP Está a decorrer no presente mês o início do novo mandato Autárquico para o quadriénio 2021/2025, em que estão a tomar posse os vários Órgãos Locais, desde as Assembleias de Freguesia aos seus respectivos Executivos. Depois de concluídos os processos nas Freguesias, posteriormente irá tomar posse a Assembleia Municipal, e o Executivo Municipal

Daniel Vieira CDU Há quem procure reduzir os resultados eleitorais à dicotomia vencedores vs vencidos, como se de um campeonato desportivo se tratasse. Se é verdade que, nas eleições autárquicas, à excepção da Assembleia Municipal, a força política mais votada tem, por força da lei, assegurada a eleição do presidente do respectivo órgão executivo, a experiência de mais de quatro décadas de funcionamento colegial do poder local permite-nos saber que as principais

Agradecimento e sentido de responsabilidade Aliás, a expressiva maioria para a Câmara Municipal, nos seus órgãos executivo e deliberativo, assim como a vitória em todas as assembleias de freguesia, revelam que os Gondomarenses valorizam todo o trabalho destes últimos 8 anos, e são sensíveis ao crescimento, dinamismo e prosperidade do nosso concelho. Mas este resultado não é apenas um reconhecimento. É novamente um voto de confiança, de responsabilidade para todos nós que integramos estas listas. Os gondomarenses estiveram atentos ao que fomos transmitindo em sede de campanha, e aguardam que sejam cumpridos os projectos e os propósitos para Gondomar. Continuaremos por isso a honrar o nosso propósito de ter um concelho mais sustentável,

trabalhando por isso para continuar os projectos dos parques urbanos, o Parque das Serras e os Moínhos de Jancido. Ao mesmo tempo, será também foco desta equipa o reforço de vias estruturantes, nomeadamente a construção de nova ponte Gondomar-Gaia, ligando a Estrada D. Miguel à EN222, em Avintes. Outro foco prioritário é o tecido habitacional do concelho, no que diz respeito à oferta de casas com rendas acessíveis e a preços controlados. Para isso, será importante executar neste mandato a estratégia local de habitação, que a seguir a Lisboa e Gaia é o programa com maior valor atribuído: 78 milhões de euros. Sabemos que este é um trabalho contínuo, que não se esgota ou extingue, porque queremos

Gondomar assumido como um concelho maior, e terminar de vez com as características de dormitório que durante tantos anos teve. Quer seja com as políticas económicas, de investimento e apoio ao tecido empresarial, bem como questões de qualificação de território, há todos os dias mais empresas a optarem por se sediar em Gondomar, criando novos postos de trabalho, e em consonância, mais fixação de população. O trilho está criado. Resta seguir com a mesma determinação, dedicação e trabalho, assumindo este voto de confiança reforçado e retribuindo da forma que sabemos fazer: Gondomar mais e melhor.

O nosso propósito são os Gondomarenses! proximidade com esses mesmos cidadãos. Durante a campanha autárquica apresentamos o nosso projeto para Gondomar com maior incidência nas áreas da educação, saúde e ambiente, com uma preocupação acrescida em relação às famílias, designadamente na diminuição dos encargos com que se deparam, como a redução da fatura da água, a redução do IMI e a devolução de parte do IRS que os contribuintes pagam. Entendemos ter o melhor Projeto, mas não sendo o mais votado, se estas medidas não forem acolhidas, naturalmente que quem fica a perder são os Gondomarenses.

No entanto, quem votou, também decidiu eleger mais membros da coligação PPD-PSD/CDS-PP para os diversos órgãos concelhios, tendo por isso mesmo responsabilidades acrescidas, nomeadamente no que diz respeito à fiscalização das políticas autárquicas levadas a cabo por quem tem poder para o fazer. Vivemos um período difícil, praticamente sem crescimento nem esperança para os mais jovens e resilientes, em que cada vez mais as autarquias locais terão um papel decisivo, através da execução do PRR e dos restantes Programas de Fundos Comunitários que, em muito poderão

contribuir, se bem aplicados, para o bem estar dos Gondomarenses, através da adoção de medidas que melhorem a sua qualidade de vida, por isso continuaremos atentos e vigilantes em relação às politicas autárquicas durante o mandato que agora se inicia. Porque os cargos estão acima das pessoas, todos devemos estar concentrados em trabalhar em prol do nosso concelho e da melhoria das condições de vida de todos os que aqui vivem, estudam e trabalham. Porque o nosso propósito são os Gondomarenses!

INÍCIO DE NOVO MANDATO AUTÁRQUICO E A ABSTENÇÃO Gondomarense. Escolhi este tema para este artigo, pela sua importância, tendo em conta a difícil situação económico-social que o Pais enfrenta neste período em que vivemos sobre a ameaça constante da pandemia, por um lado, e por outro lado, com a elevada taxa de abstenção que se registou nestas Eleições e que nos deve convocar a todos sem excepção a uma reflexão sobre as causas que levam os Portugueses a optar por não votar, num acto eleitoral de enorme proximidade entre os eleitores, e os eleitos. Compete aos Partidos, aos seus Dirigentes e aos Autarcas iniciar uma reflexão sobre este fenóme-

no que começa a tomar proporções alarmantes. Seguramente que entre as causas do afastamento entre a Classe Política e os Portugueses está a corrupção, os escândalos que envolvem antigos e actuais Governantes, a impunidade, a lentidão na justiça, a promiscuidade, a burocracia nos serviços públicos, as promessas não cumpridas, e por último os “jogos de bastidores” entre Partidos e os seus Dirigentes que devia de fazer corar de vergonha qualquer ser humano. A importância da representatividade do Poder Local não pode ver a sua legitimidade beliscada pelo afastamento entre os Autarcas e os Cidadãos. Urge por isso implementar medidas para

estancar a todo o custo este fenómeno, antes que se atinja um patamar em que passará a estar em causa a própria Democracia e todo o sistema político conforme o conhecemos. Os Portugueses deram um sinal bem claro do seu descontentamento e da sua descrença em todos Partidos Políticos nestas Eleições Autárquicas, onde clamam por soluções reais para os problemas que enfrentam diariamente. É bom que toda a classe político-partidária coloque a mão na consciência e faça urgentemente uma reflexão séria, e que efectivamente se tomem medidas concretas para começar a estancar este fenómeno preocupante.

Para que servem os votos e os mandatos? opções políticas tomadas durante o mandato são influenciadas por múltiplos factores. Sabemos que, em Gondomar, o PS foi a força política mais votada para todos os órgãos autárquicos do município e das freguesias, mas, quando o leitor estiver perante este texto, já sabemos também que, nas três freguesias em que não obteve maioria absoluta (Fânzeres e São Pedro da Cova; Foz do Sousa e Covelo; São Cosme, Valbom e Jovim), o PS escolheu o PSD como parceiro para acordos de gestão nessas mesmas freguesias (na Foz do Sousa e Covelo mais de metade dos candidatos efectivos do PSD não tomaram posse, de forma a assegurar o acordo com o PS). Não me querendo perder neste facto, situo as opções - conhecidas até o momento - no quadro dos

primeiros parágrafos deste texto: a expressão prática dos resultados eleitorais vai muito para além da "classificação" obtida por cada força política. Por isso é que a grande questão que se coloca a partir do momento em que são conhecidos os resultados eleitorais e a respectiva distribuição dos mandatos é a seguinte: o que vai fazer cada força política/partido com os votos e os mandatos de que dispõe na Câmara, na Assembleia Municipal e nas Freguesias? Para a CDU, a resposta é simples: cada voto e cada mandato contará para: dar voz aos problemas dos gondomarenses, dar visibilidade aos projectos que faltam a Gondomar, apresentar as propostas e compromissos assumidos com os gondomarenses.

É que as decisões que a maioria PS adoptar durante este mandato serão resultado da sua capacidade para cumprir o programa eleitoral, o que é absolutamente legítimo, mas serão também expressão da correlação de forças (institucional, política/social e popular) que se for estabelecendo nos próximos 4 anos. No nosso entendimento é este o caminho que pode assegurar que decisões tão importantes como o fim da concessão da recolha do lixo e da limpeza urbana (a decidir nos próximos meses) ou a redução do preço da água (abrindo caminho à reversão da concessão) não fiquem apenas nas mãos do PS (com ou sem PSD) e, dessa forma, possam ter desfechos favoráveis aos gondomarenses.


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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

O ORÇAMENTO Agora que se aproximam as decisões quanto ao Orçamento de Estado, é hora de pensar nos orçamentos municipais que serão aprovados nos próximos tempos. É importante repensar o modo como os orçamentos autárquicos são estruturados. Uma política de proximidade com as populações é mais do que necessária para resolver as necessidades dos gondomarenses. É necessário resolver o problema de habita-

ção no nosso concelho. Continuamos com mais de 500 famílias com necessidades por realojar e não existe um plano e uma estratégia local de habitação que suprima as reais preocupações e necessidades dos gondomarenses. Continuamos com uma falha imensa a nível de transportes. Para além da falta de metro até S. Cosme não podemos esquecer a falta de transportes no alto do concelho e nas mudanças urgentes necessárias ao nível de politicas públicas

para suprimir este problema. O preço da água é outro dos problemas a resolver e que afeta a carteira dos gondomarenses, especialmente aqueles com dificuldades financeiras. É urgente aprovar de uma vez por todas a Tarifa Social Automática da Água de modo a garantir uma ajuda a um bem essencial para todos e todas. Em suma, é necessário resolver problemas estruturais das pessoas e um primeiro passo será

CHEGA! Vamos fazer mais e melhor!!! É com muito orgulho e um enorme sentido de responsabilidade que escrevo pela primeira vez um artigo de opinião para este ilustre jornal. Escrevo ainda, com os últimos resultados eleitorais das autárquicas realizadas nem há um mês bem presentes. No dia 26 de Setembro , os Gondomarenses elegeram o partido CHEGA para se fazerem representar em 3 assembleias de freguesia e na assembleia municipal. Pode parecer um pequeno passo, mas na realidade foi um voto de confiança e de comprometimento , que esperamos com trabalho árduo, seja a primeira pedra na implantação do partido no Concelho, pois não deixa de ser verdade que é a primeira vez que um partido fora do sis-

tema , se faz representar. Conforme dissemos ao longo da nossa campanha eleitoral, queremos mais e melhor para as nossas freguesias e para o nosso concelho. Não viemos aqui fazer promessas que não podemos cumprir , queremos apenas de facto romper com o que está errado e de mal se faz na política, e que infelizmente atinge sempre quem cumpre e quem se esforça. Não querendo ser uma esperança, qual D. Sebastião aguardado em dias de nevoeiro, mas de lutadores incansáveis por causas que nos afetam a todos. De tudo faremos para implantar as nossas bandeiras , como por exemplo, acabar com a corrupção que infelizmente é tão normal nas autarquias

, reduzir taxas e impostos que apenas das autarquias dependem, ajudar os munícipes estando mais próximos e lutando por políticas mais justas e menos despesismo sem sentido. Já não é tempo de conquistar votos, é tempo de mostrar agora porque fomos dignos dessa escolha, arregaçar as mangas e lutar em prol dos Gondomarenses . O nosso concelho tem um potencial enorme, e não pode de maneira nenhuma ser apenas um dormitório, temos de atrair investimento, em todas as áreas económicas e lutar para que as freguesias e município o façam.Mais uma vez , fazer mais e melhor com os recursos de que dispomos . Agora, tudo faremos para que

Uma nova voz, uma nova visao rumo ao progresso O PAN Gondomar agradece a confiança e o carinho que os Gondomarenses depositaram nesta sua primeira candidatura aos órgãos autárquicos locais. Salienta que é um partido formado por um grupo de pessoas íntegras, empá-

ticas e ambiciosas. Os objetivos delineados vão ao encontro da melhoria da qualidade de vida da população de acordo com uma visão holística, perspetivando soluções para o quotidiano e, também, para o futuro do

município. Assim, construirão um Gondomar mais justo, humanístico e sustentável: de todos para todos.

inspirada por soluções com provas dadas por esse mundo fora. Para nós está claro que este ciclo eleitoral foi apenas o ponto de partida no caminho de tornar Gondomar um concelho mais liberal. Não contem connosco para ser mais uma força política que espera a sua vez por cargos, acordos ou nomeações em troca de silêncios coniventes. Vamos estar presentes e dar-nos ainda mais a conhecer ao longo do mandato, levar as nossas ideias a todos os gondomarenses e convencê-los dos seus méritos. Viemos para fazer oposição num concelho que já não se lembra do que isso significa. Não teremos medo de denunciar o que de pior se faz em

BE fazer um orçamento que responda aos problemas reais das pessoas ouvindo as suas necessidades.

Nuno Pontes CHEGA de facto Gondomar tenha bem mais e melhor, com políticas de proximidade , palmilhar cada metro de terra, para que a população se sinta apoiada e não abandonada à sua decadência. Somos diferentes, não queremos que o concelho nos seja útil e "trabalhe" para nós, mas queremos de facto ser nós a trabalhar em prol do Concelho e dos seus munícipes.

Ricardo Couto PAN

Vamos exPANdir Gondomar!

O FUTURO DE GONDOMAR É LIBERAL No dia 26 de setembro, foi dado o primeiro passo para a libertação social e económica de Gondomar e da falta de visão a que temos sido condenados nos últimos 30 anos: a eleição de vozes liberais nos órgãos da Assembleia Municipal e Assembleia da União de Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim. Recai sobre mim a honra e a responsabilidade de agradecer a confiança depositada pelos eleitores na Iniciativa Liberal e todos os liberais envolvidos neste projeto, que tem como missão tornar Gondomar num sítio melhor para se viver e sonhar. Concretizaremos este desígnio com a afirmação de uma alternativa política credível, responsável e

Sara Santos

nome do “interesse público”, mas que só serve uns poucos (e sempre os mesmos). Não esqueceremos o nosso programa e as nossas propostas à mínima oportunidade de ficar bem na fotografia e, acima de tudo, não iremos defraudar os liberais que votaram em nós, que veem na Iniciativa Liberal uma luz ao fundo do túnel e que esperam que façamos muito melhor do que a concorrência. Vamos ser cada vez mais a pensar assim. Demonstraremos na nossa ação política que o liberalismo é a única alternativa viável para podermos ambicionar melhores condições de vida para todos e, mais importante, projetar um futuro melhor para as gerações vindouras.

João Resende Figueiredo IL As sementes do liberalismo estão plantadas em Gondomar. Podem contar connosco para cuidar e fazer crescer uma alternativa política que, no futuro, libertará o nosso concelho do ciclo de pobreza e da falta de ambição que persistem há demasiado tempo. Custe o que custar, demore o tempo que demorar, nunca desistiremos de transformar Gondomar.


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