Edição especial de setembro 2017

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Ano 11 - n.º 135 - setembro 2017

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Pedro Santos Ferreira

Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: geral@vivacidade.org

Especial

Passamos um dia na rua com os candidatos

> Daniel Vieira, candidato

> Rui Nóvoa, candidato

> Rafael Amorim, candidato

> Marco Martins, candidato

> Págs. 6 a 15

Autárquicas 2017:

Vivacidade organizou último debate antes das eleições

Valentim Loureiro > Págs. 12 e 13

Valentim Loureiro apresentou candidatura em Rio Tinto > Pág. 22 PUB


2 VIVACIDADE SETEMBRO 2017

Editorial Foto DR

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros leitores,

SUMÁRIO:

FICHA TÉCNICA

Sociedade

Registo no ICS/ERC 124.920 Depósito Legal: 250931/06

Página 4

Especial Autárquicas 2017

Páginas 6 e 7, 8 e 9, 10 e 11, 14 e 15

Destaque

Páginas 12 e 13

Opinião

Páginas 16 a 18

Política

Páginas 22

PRÓXIMA EDIÇÃO 26 OUTUBRO

Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Pedro Santos Ferreira (CP-10017) Tiago Santos Nogueira (CP-10184) Departamento comercial: Tel.: 910 600 079 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto editorial: www.public.vivacidade. org/vivacidade Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 Colaboradores: Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Carlos Almeida, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Tiago Nogueira. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio: www.vivacidade.org Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar E-mail: geral@vivacidade.org Agenda: agenda@vivacidade.org

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org Foto DR

As Autárquicas 2017 têm sido caracterizadas por uma geral falta de interesse por parte dos cidadãos. Tirando aqueles que são candidatos ou são bastante ativos nos partidos políticos, o cidadão comum parece estar-se nas tintas para o desfecho deste ato eleitoral. Algumas das razões apontadas pelos politólogos é que estas eleições são bastante complexas e que motivam sempre picardias entre candidatos, fruto da proximidade e do conhecimento pessoal que muitas vezes existe entre as pessoas que concorrem. O debate que o Vivacidade organizou com os principais candidatos à Câmara Municipal de Gondomar parece ser uma pedrada no charco e contou com

uma sala cheia de pessoas interessadas e atentas aos protagonistas. Os intervenientes estiveram à altura do debate, tendo-se assistido a alguns momentos de discussão acesa sobre o que é melhor para Gondomar como ainda não tínhamos tido oportunidade de observar nos debates anteriores. Contudo, continuo a achar que se perde muito tempo a discutir o acessório e que depois não sobra espaço para o essencial… Agora que este debate foi o mais completo, o mais bem gerido e aquele em que as pessoas ficaram mais esclarecidas não há duvida. E um agradecimento especial ao Francisco Ferreira, jornalista, e ao Miguel Almeida, diretor do Vivacidade, que fizeram uma moderação excecional. ■

As Eleições Autárquicas realizam-se este domingo, 1 de outubro. Terminada a campanha partidária, sublinha-se o respeito e a elevação demonstrada pelas cinco candidaturas envolvidas na disputa eleitoral.

A praceta do Paço dos Moinhos e, em parte, a Rua das Cavadas, em Rio Tinto/Baguim do Monte, têm sido afetadas com a poluição, uma vez que o lixo não é recolhido diariamente. As consequências são apresentadas na imagem.

O que precisa de saber sobre seguros associados ao Crédito à Habitação? DECO Quando se contrata um crédito à habitação, as instituições bancárias poderão solicitar dois seguros: o Seguro de Vida Habitação e o Seguro Multirrisco Habitação. O seguro de vida tem como principal finalidade proteger os titulares do crédito habitação e a sua família, em caso de morte ou invalidez. Embora não seja um seguro obrigatório por lei, a instituição bancária pode solicitar a sua contratação para garantir os riscos associados ao crédito. O seguro de vida evita a possibilidade de perda da habitação por morte ou invalidez, garantindo a liquidação da dívida ao banco e, desta forma, o equilíbrio financeiro das

famílias. O seguro multirrisco é um seguro que protege o imóvel de possíveis danos que este possa sofrer. Quando se compra um imóvel em regime de propriedade horizontal, um apartamento, os compradores são obrigados por lei a contratar um seguro de incêndio, para proteger o imóvel dos danos causados pelo incêndio. Mas por norma, o banco exige a contratação do Seguro Multirrisco, por se tratar de um seguro mais abrangente, que inclui outras coberturas, tais como: responsabilidade civil, roubo, fenómenos naturais, inundações, etc. Se pensar em contratar um seguro de vida e um seguro multirrisco deverá fazer

várias simulações e considerar aspetos como: as exclusões; as franquias, se existirem; o capital seguro; e o valor do prémio. Para finalizar, lembre-se que o principal objetivo da contratação destes seguros é garantir maior proteção e segurança a si e à sua família no caso de ocorrer algum infortúnio. Se precisa de aconselhamento financeiro, saiba que o Gabinete de proteção financeira da DECO o pode ajudar. Agende uma consulta com o nosso técnico no Gabinete de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Gondomar. A autarquia e a DECO têm um protocolo de colaboração e prestam apoio aos cidadãos de Gondomar. ■


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4 VIVACIDADE SETEMBRO 2017

Sociedade

Medieval de Rio Tinto: milhares visitaram o "maior evento" da cidade A 8ª edição da Medieval de Rio Tinto contou com milhares de visitantes que ao longo dos quatro dias de recriação histórica tiveram oportunidade de assistir a uma encenação da lenda da batalha do rio Tinto. Texto e Fotos: Pedro Santos Ferreira

Entre os dias 14 e 17 de setembro, a Quinta das Freiras, em Rio Tinto, transformou-se num espaço medieval, com reis, princesas, soldados, nobres, artesãos, comerciantes e povo a rigor. Os visitantes, esses, foram aos milhares, de acordo com a organização do evento, composta por uma parceria entre a Junta de Freguesia de Rio Tinto e a Associação Artística de Gondomar, com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e do comércio local. A festa começou com uma visita à Feira Medieval, aos feirantes e aos seus animadores, tendo sido oficialmente inaugurada com o discurso de El-rei D. Tremoço, ladeado pela rainha D. Súrbia. Ao discurso, com prosa e poesia à mistura, seguiu-se a tradicional Ceia Medieval. No segundo dia houve a primeira encenação da Batalha do Rio Tinto. O espetáculo preparado exclusivamente para a 8ª edição da Medieval de Rio Tinto deu nova vida à lenda da cidade, associada ao início do século X, quando os cristãos ganhavam terreno aos mouros. O espetáculo interpretado pela Milícia de Santa Maria viria a ser repetido no dia se-

guinte, tendo sido registada a maior afluência de visitantes nesta edição. Ao longo do dia foram sendo realizadas várias iniciativas musicais, teatrais e místicas, com destaque para a demonstração de falcoaria da Fazenda dos Animais, o teatro em caixa da Trupe Manducare, as andanças medievais dos Sururus e o espetáculo de fogo que encerrou o terceiro dia, no torreão da Quinta das Freiras, pelos Black Raven. Domingo, 17, foi dia de levar a Medieval ao centro de Rio Tinto. Ao final da manhã, os protagonistas saíram em cortejo desde a Quinta das Freiras até ao Largo do Mosteiro, despertando a curiosidade de quem os via passar. A surpresa do dia foi o torneio realizado no ringue da Quinta das Freiras. O momento recriou os duelos medievais no tempo em que governava o Conde Hermenegildo Gutierres, desafiado pelo exército do Califa Abdelraman III.

> O espetáculo principal recuperou a lenda do rio Tinto

"Este é o maior evento de Rio Tinto" Ao Vivacidade, Nuno Fonseca, presidente da Junta de Rio Tinto, faz um balanço positivo da 8ª edição da Medieval de Rio Tinto. De acordo com o organizador, "este foi mais um evento de sucesso". "Este é o maior evento de Rio Tinto e é muito ansiado pelas pessoas. Enche sempre o recinto e foi isso que verificamos, mais uma vez", afirma. Segundo o responsável, nesta edição foi possível verificar "melhorias", nomeadamente na mobilidade dentro do recinto e na ampliação da oferta da alimentação, a par de um reforço da segurança dentro do recinto. "No sábado e no domingo à noite registamos uma grande afluência. Há dois anos que não fazíamos a recriação histórica da nossa lenda, por isso este ano decidimos regressar com algumas novidades e um novo espetáculo", explica Nuno Fonseca.

> El-rei D. Tremoço e rainha D. Súrbia abriram o evento

Em discurso, após o espetáculo principal, Nuno Fonseca assumiu a vontade de "crescer" rumo a 2020, ano em que a lenda de Rio Tinto cumprirá os 1100 anos de existência.

"Temos que criar as condições para garantirmos umas comemorações a rigor", disse o organizador do evento, no encerramento da Medieval de Rio Tinto. ■

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6 VIVACIDADE SETEMBRO 2017

Especial

Daniel Vieira: candidatura da CDU acredita que é agora A campanha da CDU, coligação que junta PCP e PEV, percorre Gondomar ao som do hino, cantado pela vocalista dos Deolinda, Ana Bacalhau, e apelando aos gondomarenses "Que seja agora". Ao leme da candidatura segue Daniel Vieira, cabeça de lista à presidência da Câmara Municipal de Gondomar, que regista cada incentivo como se fosse o primeiro e promete uma mudança inédita no concelho. Texto e Fotos: Pedro Santos Ferreira

Na CDU o dia começa junto dos trabalhadores do Município de Gondomar, no Parque Operacional, em Fânzeres. Daniel Vieira chega ao local, mas a sua equipa já estava por lá, tal como o candidato à União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Valpaços. Objetivo? Contactar com os funcionários da Câmara, "sinal de uma política de valorização dos trabalhadores, que são um ativo indispensável para o desenvolvimento do concelho", diz o candidato. A conta-gotas, bem próximo da hora de entrada, começam a chegar os colaboradores da autarquia que se mostram admirados com a presença da candidatura comunista, logo no primeiro dia oficial de campanha autárquica. "Vou votar em si", ouve-se por ali. O apoio

> A CDU aposta na divulgação do seu programa junto dos trabalhadores

existe e é bem recebido por Daniel Vieira, que confiante lá desabafa: "vamos ter aqui alguns votos desta malta". Na equipa, concordam com ele. Mas o que mudaria para os trabalhadores? "No nosso entendimento, tem sido desenvolvida uma política ziguezagueante relativamente aos funcionários da Câmara de Gondomar. Foi assim na questão das 35 horas de trabalho e parece-nos necessário um investimento neste ativo, bem como um reforço de quadros para dar resposta às necessidades dos gondomarenses. Além disso, sentimos que os trabalhadores dirigem-se a nós e mostram o seu apoio e incentivo à nossa caminhada. Esse fator deixa-nos confiantes e otimistas", assegura o comunista. Contudo, a campanha tem as horas contadas e é necessário rumar ao centro de Gondomar (São Cosme), onde está prevista a próxima

> À noite, numa mesa redonda sobre os animais em Gondomar

ação do dia. Antes, está marcado um ponto de encontro no Centro de Trabalho do partido, junto ao Tribunal de Gondomar. É lá que reúnem a comitiva que irá fazer-se à estrada, a pé, com passagem pela Praça Manuel Guedes e pela repartição de Finanças de São Cosme. "Força Daniel, vamos mudar isto!", atira uma gondomarense que espera a CDU à porta de casa. Pelo caminho, o candidato aproveita para conversar com quem vai encontrando, ouve críticas e apresenta as suas propostas aos eleitores, prometendo "um novo rumo para o concelho". "Encontramos algumas pessoas que nos transmitiram o seu apoio. Isto é demonstrativo da confiança que a nossa candidatura recebe um pouco por todo o concelho. Verificamos também que o centro de São Cosme precisa de ser revitalizado porque

tem um abandono acentuado, pouco comércio e surge a necessidade de o dinamizar", afirma Daniel Vieira. Feita a jornada no centro de São Cosme, é hora de regressar ao Centro de Trabalho antes de rumar a São Pedro da Cova, território que ainda é presidido pelo agora candidato da CDU à Câmara de Gondomar. "Confesso que há um misto de sentimentos. Não posso negar que tenho as minhas raízes em São Pedro da Cova. Foi esta terra que me viu nascer e estou profundamente ligado a ela. São Pedro tem as condições para ser alavanca do concelho. Tem um património natural, material e imaterial por valorizar, tem as pessoas e as suas coletividades. Procurei dar o melhor de mim a esta comunidade, mas ainda há problemas estruturais por resolver", acrescenta Daniel Vieira, que espera

> O candidato em diálogo com uma gondomarese


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resolver processos como a remoção integral dos resíduos perigosos e a criação de um espaço museológico ligado ao antigo património mineiro da vila. A visita é realizada no Largo da Feira de Vila Verde, junto do candidato à União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Miguel Vieira. Perto da hora de almoço, já com pouco movimento, a comitiva decide apostar no contacto com os comerciantes locais, que recebem Daniel Vieira com pompa e circunstância. Aqui todos o tratam pelo primeiro nome. "Daniel, anda aqui. Vamos ganhar isto. Que seja agora", repete quem o vê. Ao nosso jornal, Daniel explica que travou "uma luta que trouxe resultados", reportando-se aos resíduos inertes que ali foram depositados. "Acredito que aquilo que fiz enquanto presidente de Junta terá na Câmara outra dimensão. Exigiremos a remoção completa dos resíduos e planearemos a requalificação de toda a área afetada, incluindo a questão do complexo industrial mineiro. Admitimos que houve melhorias na gestão socialista, mas a autarquia deveria ter tido outro papel nesta questão", sublinha o autarca. No entanto, também a falta de saneamento preocupa os sampedrenses, nomeadamente na zona da Belavista. Questionado por nós, Daniel Vieira considera "urgente" dotar a Belavista com estruturas de saneamento. "As Águas de Gondomar são muito habilidosas na procura do lucro e durante a construção das estruturas de saneamento deixaram as ruas mais pequenas para trás. É, por isso, necessário que a autarquia obrigue a concessionária a cumprir o melhor serviço para os gondomarenses", refere sem esquecer o alto do concelho, "onde existem freguesias que não têm saneamento". E assim passou a manhã. Segue-se o almoço, em Melres. A tarde começou em Melres e terminou em Rio Tinto A pausa para almoço realizou-se bem perto do edifício da Junta de Freguesia de Melres, junto ao rio Douro. Foi dali que a comitiva comunista partiu ao encontro dos melrenses na arruada da tarde, acompanhados por Sandra Bastos,

candidata à União das Freguesias de Melres e Medas. "Aqui vamos ganhar, estou muito convicta", atira a candidata a Daniel Vieira. No núcleo deste território a confiança é a palavra de ordem. Confiança que passa também para Daniel Vieira, que promete "disputar as eleições em Melres e Medas". "O nosso programa eleitoral expressa a ligação que temos às necessidades das pessoas e deste território. Aqui fazemos uma campanha porta-a-porta, pessoa-a-pessoa. Preferimos este estilo e é desta forma que conseguimos ouvir e falar com os eleitores, transmitir-lhes as nossas mensagens e propostas", esclarece o candidato. Em Melres, "há muito por fazer". Desde logo, o saneamento, "que é necessário concluir", a par da mobilidade "que é também uma questão grave e preocupante para os que aqui residem". Para isso, a CDU propõe a criação de "uma zona industrial, quer para atrair mobilidade quer para fixar população no território". O relógio já marca 16h45 e é necessário voltar à zona urbana, mais concretamente a Rio Tinto, onde há encontro marcado com as trabalhadoras da Jerisa, empresa de confeções, com um quadro de funcionários maioritariamente feminino. "Temos um hábito de vir aqui. Estamos aqui para dar a conhecer as nossas propostas e para valorizar uma empresa significativa do nosso concelho. Sentimos que as outras candidaturas não apostam neste tipo de contactos", aponta Daniel Vieira. Falamos de emprego e de desemprego, num concelho onde a taxa é das mais elevadas a nível nacional. O que propõe a CDU? "Uma política de valorização do setor produtivo. É necessário que existam benefícios fiscais ao nível da derrama para que as empresas possam criar empregabilidade de média e longa duração", diz Daniel Viera. Segue-se uma reunião com os responsáveis do Centro Social de Soutelo (CSS), uma das maiores IPSS de Gondomar. A iniciativa da candidatura serve para ouvir as necessidades da instituição e apresentar ideias para o setor social. "Estamos a auscultar algumas instituições e

> Em São Pedro da Cova, os comunistas são recebidos com entusiamo

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Especial

> Em Rio Tinto, antes da ação de campanha na Jerisa

coletividades. Temos a intenção de dar um contributo sério ao movimento associativo e à área social. É necessário clarificar as competências nesta área porque o problema já vem de trás", começou por dizer Daniel Vieira, acompanhado por José António Pinto, popularmente conhecido como "Chalana", número dois da candidatura CDU a Gondomar. No final da reunião, fez-se um balanço positivo da troca de ideias. José Ricardo, coordenador do CSS, disse, em nome da instituição, "identificar-se bastante com a apresentação feita pela CDU". Contudo, não deixou de apontar a "perda de 150 mil euros de receitas, em quatro anos, de acordo com os rendimentos dos utentes". "Estamos bastante aflitos e aguardamos uma resposta do Governo ao nosso pedido de ajuda", apontou José Ricardo. Por sua vez, Daniel Vieira saiu como entrou, "sem promessas" e disposto "a definir uma nova linha de ação social em Gondomar". Mesa redonda sobre o presente e o futuro dos animais em Gondomar encerrou o dia de campanha

À noite, teve lugar uma mesa redonda intitulada "O presente e o futuro dos animais de Gondomar", na Junta de Freguesia de Gondomar (São Cosme). A sessão contou com uma dezena de participantes, a maioria preocupada e insatisfeita com as soluções do Município para os animais abandonados que percorrem o concelho. "Não venho cá fazer-vos promessas, venho cá ouvir-vos e saber o que posso fazer por esta causa", disse Daniel Vieira na abertura do debate. O amor à causa exaltou os ânimos, mas no fim todos concordaram que ainda é possível fazer mais e melhor. "Vocês merecem um terreno e a Câmara de Gondomar deve preparar-se para a lei do abate. Estamos todos de acordo que hoje em dia não faz sentido abater animais e o Município devia antecipar isso. Julgo também que falta, essencialmente, um plano a longo prazo sobre esta matéria", concluiu Daniel Vieira. No final do dia o cansaço é derrotado pela confiança do candidato que acredita, tal como a canção que o acompanha, que "tem de acontecer, porque tem de ser/ se é para acontecer, pois que seja agora". ■

Jerónimo veio dar força à CDU Gondomar O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, juntou-se a Daniel Vieira, candidato da CDU à Câmara de Gondomar, e Joaquim Barbosa, primeiro candidato

à Assembleia Municipal de Gondomar, numa arruada realizada em Fânzeres, da Praceta dos Heróis do Ultramar até à Igreja Matriz da vila.


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Especial

Rui Nóvoa espera um Bloco de Esquerda mais forte em Gondomar O Vivacidade acompanhou Rui Nóvoa, juntamente com a sua comitiva, num dia de campanha dedicado, essencialmente, às populações de Baguim do Monte e de Valbom. O bloquista aponta à eleição de um vereador para o executivo da Câmara de Gondomar, um resultado que seria inédito para o partido. Texto e Fotos: Tiago Santos Nogueira

No relógio passavam poucos minutos das 10 horas. O ponto de encontro com os “camaradas” do Bloco de Esquerda foi a Junta de Freguesia de Baguim do Monte, para mais um dia nas ruas a apresentar as propostas da candidatura à população. “A nossa campanha prima pela entrega dos programas eleitorais. Queremos demonstrar às pessoas as nossas propostas políticas, essa é a grande prioridade. Não entregamos brindes nem damos asas ao folclore. Isso deixamos para outros”, começou por dizer Rui

> Rui Nóvoa junto da sua equipa em Baguim do Monte

Nóvoa, o candidato do Bloco à Câmara Municipal de Gondomar. Com o megafone quase sempre nas mãos de Bruno Pacheco, candidato à Assembleia Municipal, realizou-se – a um ritmo lento e falador – todo o percurso que estava definido. Desde a Confeitaria Favo de Mel até ao Restaurante Cardeal, passando por vários cafés e estabelecimentos de comércio mas também por inúmeras habita-

> O trânsito parava para receber as propostas do Bloco de Esquerda

ções, tendo sempre a preocupação de “deixar os programas em todas as caixas de correio”. Não só do programa eleitoral à Câmara e à Assembleia Municipal, assim como às diferentes Juntas e Uniões de freguesias. A pausa para almoço impunha-se e acabou por acontecer por volta das 13 horas. A Sede de Campanha do Bloco de Esquerda, junto à Câmara Municipal de Gondomar, definiu-

-se como o local de encontro para a tarde, de forma a organizar os cerca de 100 mil programas eleitorais e de colocar o foco em Valbom e nos bairros sociais. O primeiro a ser visitado foi o Bairro da Giesta, perto das 15 horas. A dinâmica mantinha-se: distribuir as propostas políticas por todos os moradores, com o equilíbrio a fazer-se notar. Num misto de profissionalismo e simpatia, a música era

> A comitiva bloquista à espera da saída dos funcionários da empresa SPD


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Especial uma fiel companhia na campanha dos “camaradas”. Ora escolhia Sara Santos, candidata do Bloco à União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, ora assumia Bruno Pacheco, primeiro candidato à Assembleia Municipal de Gondomar. “Os loucos estão certos, é preciso ouvi-los. Foram avisados, não nos querem mal”, cantavam os Diabo na Cruz enquanto a caravana bloquista percorria as urbanizações de Valbom. O segundo bairro a receber a visita do Bloco foi a Urbanização do Monte. Com alguns jovens a jogar futebol, preocupados somente em balançar as redes adversárias, Rui Nóvoa e a sua comitiva iam distribuindo os programas eleitorais por todo o conjunto habitacional. “Não podemos voltar ao passado”, foi-se ouvindo nas ruas a premissa que indica uma séria preocupação com o futuro de Gondomar. Em seguida, aguardamos a saída dos funcionários da Sociedade Portuense das Drogas (SPD), “com o objetivo de lhes dar a conhecer as propostas para o concelho”. A opção por esta empresa foi firme e clara, dado que “aqui existe um número apreciável de trabalhadores, o que nos permite passar a palavra por mais gente”. Rui Nóvoa deu sempre prioridade ao contacto com as pessoas e à apresentação das propostas para o concelho. Porque o candidato, cujo lema é "Mais força para Gondomar", pretende estar sem-

pre presente para lutar pelos interesses dos gondomarenses. Defender a floresta e batalhar perante as alterações climáticas A campanha do Bloco de Esquerda tem apontado o ambiente como um dos setores prioritários para o concelho. Rui Nóvoa destacou o "desordenamento da floresta", recordando os fogos que fustigaram Gondomar no ano passado e deixando críticas à monocultura do eucalipto. “Queremos defender a floresta, com um novo plano de ordenamento florestal e de prevenção. De realçar que 95% da área florestal de Gondomar é composta por eucalipto. Em 2016, três grandes incêndios atingiram o nosso concelho, onde arderam mais de 1200 hectares de floresta. A gravidade da situação demonstra que é necessário um maior envolvimento, não chega o plano do Município. São precisos melhoramentos”, começou por dizer o autarca, que ainda foi mais longe. “As alterações climáticas preocupam-nos. É um problema geral, em que devemos atuar localmente. É nos municípios que se vai ganhar ou perder a batalha contra as alterações climáticas. Propomos, desta forma, que Gondomar subscreva o pacto de autarcas e se junte às mais de 7.500 cidades europeias, que já se comprometeram com a redução da emissão de poluentes”, concluiu o candidato. ■

> O olhar atento de um eleitor perante as ideias do Bloco

> Rui Nóvoa acredita num resultado inédito para o partido

Catarina Martins de volta a Gondomar “É um enorme prazer estar aqui. Porque não estive só nas campanhas. Não foi só no momento da campanha que o Bloco de Esquerda esteve nas ruas e com as pessoas de Gondomar. Aqui estive com o Rui, o Bruno e tantos outos camaradas que aqui se juntam pela marcha com o Rio Tinto ou em São Pedro da Cova devido aos resíduos. Aqui tenho estado com gente que tem sempre trabalhado por aqueles que mais precisam”, começou por dizer Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, no discurso proferido no comício bloquista a 19 de setembro, na Praça Manuel Guedes. A autarca deixou ainda um desafio no ar, desafio esse que se estende a todo o país. “Queria falar-vos de uma proposta em particular, para a qual vamos precisar de muito esforço. É um desafio. Precisamos mesmo de olhar para a habitação de uma forma muto séria em Portugal. Ainda hoje estivemos com várias pessoas que estão a ser despejadas das suas casas,

graças às medidas de Assunção Cristas, por senhorios com uma ganância imensa. Pessoas que para pagar rendas durante anos foram sempre servindo, mas que agora - porque surgiu uma forma de aumentar os lucros com a imobiliária - já não servem”, realçou Catarina Martins. “Eu sei que o Bloco de Esquerda vai ser determinante no próximo executivo autárquico em Gondomar”, disse a líder do partido, depositando uma enorme confiança em Rui Nóvoa e na sua equipa. Catarina Martins lembrou ainda a voz que mais se fez ouvir no concelho durante os últimos anos, “aquilo que estamos aqui a fazer é pedir a todos e a todas que pensem bem no trabalho que o Bloco tem feito em Gondomar. Se o Rui Nóvoa foi a voz da oposição que mais se fez ouvir quando foi preciso, o que não faremos com o Rui na Câmara Municipal? E, por isso, eu tenho a certeza de que no dia 1 de outubro, quando cada um de nós estiver na cabine de voto, com a sua razão e o seu coração, saberá quem é a voz da diferença”, afirmou a autarca.


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Especial

Marco Martins percorre Gondomar atrás da maioria absoluta O atual presidente do Município de Gondomar é recandidato ao cargo nas autárquicas que se aproximam. Entre críticas, pedidos e promessas de voto, a campanha socialista promete melhorar o desempenho em relação ao mandato que agora termina e pede maioria absoluta para o fazer. Texto e Fotos: Pedro Santos Ferreira

Após uma noite de apresentação da candidatura socialista a Fânzeres/São Pedro da Cova, Marco Martins, candidato do Partido Socialista, volta à campanha eleitoral. O trabalho começou às 8h30, na Câmara de Gondomar, "que ainda preside", relembra o autarca. Estamos numa confeitaria central em São Pedro da Cova, onde a equipa toma o pequeno-almoço e já vai contactando com quem por lá passa. No plano matinal constam as visitas ao Bairro Mineiro, à Urbanização Dr. Durão Barroso e Gandra, acompanhados

> Marco Martins e Sofia Martins acompanhados por alunos da Escola Profissional de Gondomar

pela candidatura socialista à União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, encabeçada pela independente Sofia Martins. "Cada vez mais acentua-se a bipolaridade entre dois candidatos: a minha candidatura e a candidatura independente [Valentim Loureiro]. Eu acho que as

> O dia começou numa confeitaria junto dos sanpedrenses

pessoas começam a perceber que o que está em causa é o voto útil", explica Marco Martins antes do início da arruada que começa junto dos comerciantes. O ritmo é apressado, com o objetivo de contactar com o maior número de pessoas possível. Oferecem-se canetas, calendários, bolas, t-shirts, chapéus, le-

ques e sacos com o carimbo do Partido Socialista. A efusividade gerada pela caravana socialista desperta a atenção dos que por ali passam, que vão pedindo os brindes, todos, se possível. Antes da ida ao bairro mineiro, há uma visita ao Centro de Saúde de São Pedro da Cova, ao Café Emigrante e à

> Durante a manhã, Marco Martins e Sofia Martins em contacto com a população


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Especial Escola Profissional de Gondomar. Pelo caminho, há quem se manifeste a favor e quem critique a prestação de Marco Martins no último mandato. "Normal", responde o socialista, "sendo presidente é sempre mais complicado e estamos a ser constantemente avaliados, mas isso não nos assusta e sabemos bem o que falta fazer". À passagem do terreno junto ao Museu Mineiro de São Pedro da Cova, Marco Martins ri-se e revela que ali nascerá o próximo parque urbano de Gondomar, "uma surpresa para os gondomarenses". "O nosso objetivo é que a obra comece no final de 2018 e que fique concluída no final de 2019 ou início de 2020. Será um investimento superior a um milhão de euros, que vai ter equipamentos de lazer, uma zona verde e que vai englobar o tanque das três pernas, que é um símbolo histórico de São Pedro da Cova. Este é um compromisso meu e da Sofia Martins para este território", anuncia o candidato. Na chegada ao bairro, é esperado pelos moradores que contestam a degradação das habitações. "Esqueceram-se de nós e agora vêm cá pedir votos", gritam para Marco Martins, que os procura para explicar o que foi feito. Ao Vivacidade, diz que a "recetividade em Fânzeres e São Pedro da Cova está a ser superior em comparação à campanha de 2013". "Tenho verificado um incumprimento muito superior ao que eu pensava existir por parte da Junta de Freguesia ao nível da limpeza dos jardins e espaços públicos, o que naturalmente não nos agrada. Acho que o Daniel Vieira falhou muito como presidente de junta, nomeadamente na resolução dos pequenos problemas como, por exemplo, os buracos, passeios, sinalização e

limpeza de espaços públicos. Não é um bom ponto de partida para ser candidato à Câmara", aponta Marco Martins. Pelo caminho, regista-se o espanto dos moradores que se mostram surpreendidos com a presença do presidente do Município de Gondomar. Uns prometem votar novamente na "rosinha". "Somos socialistas e não temos medo de ser socialistas", canta um grupo de residentes do Bairro Mineiro. "É isso mesmo! Precisamos do vosso voto!", responde-lhes o autarca. "Juntos, somos mais fortes", ouve-se o carro de som que lidera o caminho para a Urbanização Dr. Durão Barroso. Dali até à Gandra, o caminho fez-se a pé e antes da paragem para almoçar ainda há tempo para um balanço da manhã. "Só sei fazer campanha assim, privilegiando o contacto diário com as pessoas. Como presidente ando várias vezes a pé, permitindo às pessoas que conversem comigo. Acima de tudo quero manter um registo igual ao que sempre promovi. É assim que me sinto bem", finaliza Marco Martins. Almoço em São Pedro da Cova e tarde passada em Fânzeres Após o almoço, em que o telemóvel não deu descanso ao candidato, Marco Martins é o primeiro a levantar-se para dar o exemplo. "Vamos lá, pessoal! Temos que ir para Fânzeres", pede aos seus companheiros. O ponto de encontro é na Rua Dr. Oliveira Lobo. Mas o que pode o PS fazer por Fânzeres no próximo mandato? "Este foi um dos territórios onde mais investimos nos últimos quatro anos. Requalificamos diversos arruamentos e espaços públicos, fizemos mais de vinte ruas, melhoramos o largo da igreja e o

> Na Gandra, junto de uma moradora da urbanização

> Em Fânzeres, um reencontro emocionado com uma apoiante

pavilhão municipal e estamos a realizar obrar no bairro de Santa Bárbara, além dos projetos que temos para a requalificação da Avenida da Conduta e a construção do parque urbano de Fânzeres/ São Cosme. Também queremos rever as carreiras dos transportes públicos nas zonas interiores da freguesia que estão esquecidas", enumera o autarca. Na caminhada, apresenta-se aos fanzerenses com a candidata à União das Freguesias, que diz ser "uma aposta pessoal muito forte". "O trabalho que a Sofia tem demonstrado no terreno e a forma como agarra convictamente as causas têm comprovado que eu estava certo e que o PS fez uma grande

escolha. Pelo meio, dá uma entrevista em que recupera os números do mandato que agora termina e acentua a concretização de "85% do programa eleitoral de 2013". No final da tarde, terminada a arruada socialista, o candidato fica com a convicção que irá "renovar a maioria absoluta e conquistar a presidência da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova". À noite não há agenda aberta à imprensa, é hora de preparar os dois debates do próximo dia. Certo é que caso o PS vença as eleições, Marco Martins promete "continuar a trabalhar no rumo que já está a dar resultados". ■

> Em São Pedro da Cova, acompanhado por José Fernando Moreira


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Destaque

Autárquicas 2017: candidatos debateram turismo, economia

O Vivacidade promoveu, no dia 24 de setembro, o último debate antes das Eleições Autárquicas 2017. A iniciativa visou debater te Texto e Fotos: Pedro Santos Ferreira

Que futuro terá Gondomar nos próximos quatro anos? Foi esta a premissa que levou o Vivacidade a organizar a última disputa entre candidatos à presidência da Câmara de Gondomar. O desafio contou com as presenças de Marco Martins (PS), Rui Nóvoa (BE), Rafael Amorim (PSD/CDS-PP) e Daniel Vieira (CDU), tendo sido notada a ausência do Valentim Loureiro (Independente), que alegou "motivos de agenda" para não comparecer. O jornalista Francisco Ferreira moderou o debate e colocou em discussão diversos temas até então pouco aprofundados pelos candidatos como, por exemplo, o turismo, a economia, a empregabilidade, a mobilidade, entre outros temas de interesse para os gondomarenses. "O que está em causa para os gondomarenses é avaliar o trabalho feito por este executivo. Está em causa saber se queremos continuar a andar para a frente ou se queremos regressar ao passado", começou por dizer Marco Martins, que se recandidata ao cargo. Para Rui Nóvoa, a candidatura do Bloco de Esquerda surge com o objetivo de

"eleger um representante para o executivo municipal", que, a acontecer, seria um resultado inédito para os bloquistas. Rafael Amorim, da coligação "Gondomar no Coração", disse ser necessário "recuperar o orgulho em ser gondomarense" através de uma candidatura "diferente das outras". Por sua vez, Daniel Vieira, da CDU, apontou a necessidade de pensar Gondomar "para lá dos ciclos eleitorais" de forma a evitar "decisões ruinosas como os contratos de concessão de saneamento e recolha de lixo". Empregabilidade e expansão da linha do metro não geraram consenso O primeiro tema em debate foi a aposta no turismo. Marco Martins recordou o trabalho realizado durante este mandato e reforçou a necessidade de "aproveitar a contiguidade geográfica ao Porto", reconhecendo que "ainda há muito por fazer". De acordo com o socialista, é preciso "potenciar os projetos iniciados [Rota da Filigrana, Cais da Lixa, Parque das Serras do Porto]". O social-democrata Rafael Amorim criticou a subserviência de Gondomar face ao Porto e Gaia, mas concordou com a importância do turismo para o conce-

Foto DR

> Cerca de 300 pessoas lotaram o Auditório Municipal de Gondomar

lho, tendo criticado a "falta de afirmação" do município neste setor. Daniel Vieira (CDU) considerou que é preciso pensar o desenvolvimento turístico "para os que residem em Gondomar" e apontou "o território e o património material e imaterial como principais atrativos". No que diz respeito à elevada taxa de desemprego registada neste concelho, o bloquista Rui Nóvoa reforçou a "gravidade" deste indicador. "A Câmara procura dizer que não existe precariedade no Município, mas isso não é verdade. Há também um conjunto de funcionários da autarquia que ainda não viram regularizada a situação das 35 horas de trabalho", apontou o candidato do BE. Neste tema, Daniel Vieira criticou a recente revisão do Plano Diretor Municipal. Segundo o candidato da CDU, "foi uma oportunidade perdida e falhou a consideração de um alargamento das zonas industriais, bem como a criação de uma nova zona industrial no Alto do Concelho". Segundo Rafael Amorim, para atrair a criação de emprego é premente "trabalhar em rede com uma série de instituições e a Câmara pode ser um elemento facilitador". Nesta questão, Marco Martins apontou o endividamento excessivo como um fator impeditivo da contratação de novos colaboradores e prometeu a criação de novas zonas industriais.

> Marco Martins, Rui Nóvoa, Rafael Amorim e Dan

No capítulo da mobilidade, a expansão da rede de metro que serve o concelho voltou a ser discutida. Daniel Vieira sublinhou que "Marco Martins não cumpriu a promessa de trazer o metro para Gondomar (São Cosme) e a iniciativa de apresentar uma proposta alternativa, sem auscultar os órgãos autárquicos, foi uma decisão errada e subserviente perante o Governo". Rui Nóvoa defen-

> Francisco Ferreira e Miguel Almeida moderaram o debate


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Destaque

a, emprego e mobilidade de Gondomar

emas que até aqui não tinham sido abordados na presença dos gondomarenses que lotaram o Auditório Municipal de Gondomar. deu a luta pela isenção de portagens na CREP e admitiu que não se pode discutir a mobilidade no concelho "quando as pessoas pagam portagens dentro do nosso território". O bloquista defendeu ainda a necessidade de colocar autocarros a fazer transbordo de passageiros do metro de Fânzeres até à Carvalha. Medida que Rafael Amorim discordou. "Devemos exigir o metro de Fânzeres a São Cosme, já! Temos que intensificar a mobilidade interna e não podemos ter as pessoas constantemente a fugir para Gaia ou para o Porto". O socialista Marco Martins rebateu as críticas dos adversários ao lembrar que a exigência do prolongamento do metro contou com "uma proposta realista, mais barata e mais rápida, apoiada pela Câmara Municipal do Porto". Candidatos concordaram exigir mais das concessionárias Saneamento e recolha do lixo foram o

tópico que reuniu mais consenso entre os candidatos. Para o comunista Daniel Vieira, estes são "dois exemplos de decisões desastrosas com impacto diário na vida dos gondomarenses, tendo sido feita uma gestão com preços escandalosos e em confronto com as populações". Para a CDU, o Município deve "preparar-se para a reversão dos contratos por incumprimento das concessionárias". Rafael Amorim questionou o aumento do preço médio da água em Gondomar e a implementação da Tarifa Social da Água. Em resposta, Marco Martins reforçou a importância da criação de um escalão social e o "aumento da fiscalização do funcionamento das Águas de Gondomar e da Rede Ambiente". No final, salientou-se a elevação do debate, o esclarecimento prestado aos gondomarenses que assistiram 'in loco' ou através da internet e lamentou-se novamente a ausência de Valentim Loureiro. ■

niel Vieira no debate do Vivacidade

Declarações finais dos candidatos

Marco Martins, Partido Socialista "Os gondomarenses conhecem-nos e sabem bem o que fizemos em Gondomar. Queremos concluir o saneamento, remover os restantes resíduos de São Pedro da Cova, criar cinco parques urbanos, recuperar o caminho Midões-Monte Crasto, requalificar as escolas que não tiveram obras, queremos qualificar os gondomarenses. Queremos um Gondomar do século XXI"

Rui Nóvoa, Bloco de Esquerda "Desde que temos representações nos órgãos autárquicos fomos sempre consistentes e nunca tivemos dúvidas do lado que escolhíamos. Estivemos sempre com as pessoas. Julgo que desta vez vamos fazer a diferença e, caso sejamos eleitos, o executivo da Câmara será muito diferente do que tem sido até aqui"

Rafael Amorim, coligação PSD/CDSPP "Somos a única candidatura verdadeiramente alternativa, com ideias sustentáveis e com uma visão de futuro que vai colocar Gondomar no mapa. Apelo a que vejam os nossos programas e que vejam quem quer algo diferente para Gondomar. Só nós conseguimos fazer isso, mais nenhuma. Temos a oportunidade de colocar Gondomar no futuro"

Daniel Vieira, coligação CDU "O que está em causa não é uma decisão entre o passado e o futuro, mas sim que tipo de futuro queremos. O que propomos é a eleição de uma Câmara que promova os direitos sociais e a inclusão, que retome um projeto educativo concelhio, que tenha um projeto desportivo sério. Queremos olhar para o território como um todo, queremos uma Câmara que pense nas próximas gerações e não nas próximas eleições"


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Especial

Rafael Amorim quer colocar Gondomar no mapa Rafael Amorim é a aposta da coligação PSD/CDS-PP "Gondomar no Coração" para a corrida à presidência da Câmara de Gondomar. O candidato tem percorrido as freguesias do concelho, procurando assim explicar aos gondomarenses ao que vem e que futuro quer para o concelho. Texto e Fotos: Pedro Santos Ferreira

Estamos no quarto dia oficial de campanha autárquica e a caravana que junta os militantes gondomarenses do PSD e do CDS-PP estaciona no Largo da Venda Nova, em Rio Tinto. Há bombos, carros de som que debitam a música de campanha, inspirada no hit de verão 'Despacito', bandeiras, t-shirts a rigor e programas eleitorais para distribuir na arruada que se avizinha. Rafael Amorim, o homem por quem todos esperavam, chega acompanhado por Paulo Rangel, eurodeputado social-democrata, João Almeida, deputado do CDS-PP na Assembleia da República,

> O dia começou na Venda Nova, em Rio Tinto

> A equipa da coligação PSD/CDS-PP junto à igreja Matriz de Rio Tinto

Bragança Fernandes, presidente da distrital do PSD/Porto, Germana Rocha, deputada e mandatária da candidatura "Gondomar no Coração", e José Luís Oliveira, presidente da concelhia PSD/ Gondomar. "Ei lá, hoje somos ainda mais", solta o candidato, enquanto conduz os convidados e prepara o percurso. "Vamos lá começar", diz antes de se fazer ao caminho. É então que começam a ser distribuídos

programas eleitorais onde constam as medidas e as caras dos candidatos ao executivo e à Assembleia Municipal. "Estamos cá para vos ajudar e temos medidas pensadas para os idosos e para os pequenos comerciantes", anuncia Rafael Amorim aos seniores e empresários que encontra pelo caminho. Uns prometem o voto, outros recebem a caneta e o folheto de campanha sem revelar o apoio que irão dar neste ato eleitoral. A primeira paragem serve para dar uma

entrevista à comunicação social. Questionado sobre a motivação pessoal e a ligação a Gondomar, o candidato admite uma forte ligação ao concelho que espera revitalizar. "Gondomar não foi a mãe que me deu à luz mas foi a mãe que me criou. Sinto um amor enorme pelas suas gentes, que me vai fazer dar uma nova visão a Gondomar, de forma a projetar o concelho no futuro. Gondomar necessita de uma candidatura que se preocupa com os idosos, com os jovens, mas aci-

> Na zona da Areosa, com o candidato à Junta de Rio Tinto, José António Ferreira


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Especial ma de tudo que tem em mente debelar a elevada taxa de desemprego", promete o social-democrata. Mas afinal, o que fará de diferente em relação às restantes candidaturas e como vê o regresso de Valentim Loureiro a Gondomar? "O ciclo autárquico que terminou em 2013 foi importante e deixou uma herança neste território, contudo é um ciclo de futuro. As pessoas sabem que existem candidaturas do passado, existe uma candidatura socialista que se limita a gerir o dia-a-dia e a nossa, que quer colocar Gondomar no futuro e num lugar de relevo", reitera. Mas não há tempo a perder. A manhã já vai adiantada e há um longo caminho a percorrer, que levará a comitiva até ao Largo do Mosteiro, no centro de Rio Tinto. "Vocês só aparecem nestas alturas, durante o resto do tempo não querem saber de nós", dizem uns, "vocês são da minha cor", dizem outros. Na rua há de tudo, mas de acordo com o candidato "o número de críticas à gestão socialista tem vindo a aumentar e é preciso fazer diferente". Em Rio Tinto, concretamente, o candidato da direita nota falta de limpeza nas ruas, problema que atribui ao contrato de concessão do Município com a Rede Ambiente. "Não somos a favor da sua reversão, mas queremos a fiscalização deste contrato. O executivo socialista tem falhado neste aspeto. Recordo que questionei o candidato do PS e não obtive resposta. O problema persiste e ainda não foi colmatado", refere. Outro problema que incomoda Rafael

Amorim é a questão da mobilidade, com especial enfoque para os movimentos pendulares no interior do concelho. Segundo o candidato à Câmara de Gondomar, "um dos maiores problemas está relacionado com o metro". Para Rafael Amorim é essencial "reivindicar a expansão da linha de Fânzeres a São Cosme". "Não podemos engendrar soluções no escuro do gabinete e não podemos admitir que o executivo socialista deixe escapar esta ligação. Gaia e Porto já estão a negociar a construção de uma mega-linha e Gondomar vai continuar a ficar de fora desta discussão. Temos que acabar com a subserviência de interesses", aponta. Concluída a arruada da manhã é tempo de restabelecer energias e almoçar. Antes, ainda há tempo para uma foto de equipa na escadaria da Igreja Matriz de Rio Tinto, após uma "manhã espetacular". "As pessoas percebem que temos ideias concretas e uma visão diferente das outras candidaturas. A nossa é a única com um programa devidamente estruturado e com medidas que nunca foram implementadas. Além disso, preocupamo-nos em explicar como vamos financiar os projetos que propomos e isso também nos distingue dos outros", conclui. Campanha também passou pelo Mercado da Areosa Perto das 16h, os militantes do PSD e CDS-PP voltam a juntar-se perto do Mercado da Areosa. Nos últimos anos, os comerciantes desta zona central de

> De manhã, com Paulo Rangel e Bragança Fernandes

> Rafael Amorim assegurou medidas para os idosos e comerciantes

Rio Tinto têm contestado a requalificação do mercado, que afugentou clientes e até moradores. Fará melhor a coligação "Gondomar no Coração"? "Temos um pacote global para o comércio local e queremos revitalizar esta zona. A infraestrutura do Mercado da Areosa é muito boa, mas infelizmente não está a ser dinamizada e nunca foi devidamente aproveitada. No entanto, é essencial para dinamizar toda esta zona", diz-nos Rafael Amorim antes de iniciar novamente o contacto com a população. Do Mercado até à rua D. Afonso Henriques encontra poucos gondomarenses, mas os que passam aceitam os brindes e mostram-se surpreendidos pela energia desta campanha. Uma comerciante recebe Rafael Amorim no seu espaço e diz-lhe que apreciou o gesto. "Muitos passam por aqui e ainda ninguém tinha entrado no meu estabelecimento. Gostei da sua atitude", elogia a comerciante. Rafael responde: "Pois, a diferença é que sou neto de feirantes e filho de pequenos comerciantes. Sei bem as vossas dificuldades e não serão esquecidos". Na rua, os passeios são estreitos, o que obriga a ter um cuidado redobrado com a passagem. Lugares para estacionar também não abundam nesta zona e há, de resto, um sério entrave aos moradores que diariamente lidam com uma grande área com estacionamento pago. Sobre esta questão, Rafael Amorim promete "rever o dossier da concessão e encontrar a melhor solução para todos".

"Nesta reta final de campanha partidária o PS lembrou-se de muita coisa que vai fazer. Nós não queremos um executivo que decide à pressa e em cima do joelho", remata o candidato. Entretanto, a arruada continua e promete esclarecer os gondomarenses na última semana de divulgação de propostas antes do próximo dia 1 de outubro. Paulo Rangel e João Almeida aprovam candidatura de Rafael Amorim Ao Vivacidade, Paulo Rangel, que preside também a Comissão de Honra da candidatura de Rafael Amorim a Gondomar, salienta a necessidade de "trazer para o concelho uma visão de futuro". Nas palavras do eurodeputado, isso só será possível através do projeto que a coligação PSD/CDS-PP desenhou para o próximo mandato. "Nos últimos quatro anos, Gondomar teve uma gestão danosa, incompetente e de indiferença. Marco Martins tirou Gondomar do mapa e paralisou o concelho, que neste momento não tem representação na Área Metropolitana do Porto. É preciso uma rutura e um novo desígnio para Gondomar", afirmou Paulo Rangel. Por sua vez, João Almeida, que também acompanhou a manhã de campanha, mostrou-se convicto no movimento "Gondomar no Coração". "O Rafael conhece bem o concelho, tem qualidade para o presidir, conhece bem a gestão autárquica e faz todo o sentido empenharmo-nos nesta candidatura para termos um resultado surpreendente", disse o deputado do CDS-PP. ■


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Opinião: Vozes da Assembleia da República

As autárquicas e a qualidade da democracia... Isabel Santos | PS Escrevo este artigo, em Berlim, onde estou a liderar a Missão de Observação das Eleições Legislativas e, depois de diversos briefings com a participação das entidades responsáveis pela organização do processo eleitoral, representantes dos principais partidos, jornalistas, organizações da sociedade civil, dou comigo a pensar na forma como, um pouco por todo lado, se tem vindo a perder uma certa cultura de debate político. Vêm-me à memória grandes debates que, em diversos países, marcaram campanhas eleitorais e dos quais resultaram surpreendentes viragens, face aos resultados esperados. Momentos que só foram possíveis com grandes políti-

cos, com valor próprio que excedia as máquinas de campanha, líderes visionários com ideias de futuro. Quando já ia avançada nestes pensamentos, dei comigo a refletir sobre a campanha para as eleições autárquicas de 1 de outubro. Tenho vindo a acompanhar as notícias, entrevistas e debates e confesso a minha desilusão face ao vazio de ideias que, de forma generalizada, marca esta campanha. Não consigo conceber que se assuma uma candidatura sem ter um programa político para apresentar aos eleitores. E, por isso, não consigo deixar de me surpreender com a desfaçatez daqueles que caídos de paraquedas, conhe-

cendo mal o território onde se candidatam, desatam a debitar os maiores disparates, bem como com aqueles que tendo-se afirmado, ao longo dos anos, como mestres na arte da fuga ao contraditório, se fecham invariavelmente, no seu percurso e no discurso dos afetos, para preencherem o tempo de antena sem dizerem nada de concreto. Depois é vê-los, quais verdadeiros artistas, a distribuir beijos e abraços, na rua, sem nunca anunciarem ao que vêm - até porque a sua motivação é verdadeiramente inconfessável - e o que se propõem fazer em prol das comunidades. Não tenho qualquer ilusão quanto à dose de emociona-

lidade que, muitas vezes, rodeia o processo de escolha eleitoral, mas será que ainda há gente que se deixa enganar a ponto de votar em falsos candidatos, verdadeiras barrigas de aluguer, que se apresentam a eleições para serem substituídos, pouco depois, em caso de vitória? Será que ainda há gente que vota neste ou naquele partido ou candidatura independente sem que lhe seja apresentado um projeto credível? Será que ainda há gente que vota em candidaturas que de tão fracas se destinam claramente a ser canibalizadas por outras? Nestas eleições autárquicas está também em causa a qualidade da democracia. Não deixe que sejam outros a decidir por si. Vote! ■

A última palavra cabe aos Gondomarenses! Germana Rocha| PSD As próximas eleições autárquicas do dia 1 de outubro constituirão mais um momento importante, quer na história da nossa democracia quer na história de cada um dos concelhos, neste caso concreto de Gondomar. As autarquias locais são um meio muito importante para a resolução dos problemas das pessoas em concreto, por constituírem um poder mais próximo e mais eficiente nessa mesma resolução, devido ao facto de os autarcas estarem mais perto de cada um dos cidadãos, constituindo, por isso, a Descentralização de Competências um processo crucial para o cabal exercício de funções dos nossos autarcas legitimamente eleitos.

Estamos na reta final da campanha eleitoral e é importante que a mesma decorra de forma legal, correta, e sem atropelos de qualquer espécie, por forma a que quem pretende dar a conhecer os seus programas aos eleitores tenha efetivamente essa oportunidade para que estes tenham pleno conhecimento da realidade que se vive no nosso concelho, bem como dos projetos que cada uma das candidaturas em concreto tem para serem levados a cabo nos próximos quatro anos. Mas, nestas eleições autárquicas, e, apesar de alguns por vezes esquecerem-se disso, quem vai ser avaliado é quem esteve no exercício de funções nestes últimos quatro anos, apenas e só, porque é o atual

mandato autárquico exercido pelo Partido Socialista que caberá aos gondomarenses escrutinar no próximo dia 1 de outubro. Depois de muitos quilómetros percorridos há várias conclusões a que podemos chegar, desde logo, que o medo e a desconfiança estão instalados, o que é motivo de grande preocupação para todos aqueles que exercem funções políticas e aos mais diversos níveis, depois o desinteresse e a desmotivação que se sente com quem se contacta diariamente o que nos deve levar a fazermos uma reflexão séria e profunda relativamente aos motivos desta realidade. Mas também percebemos que, atualmente temos

eleitores cada vez mais exigentes e, por isso, há dois apelos que quero fazer a quem lê este artigo, o primeiro, é que analisem e avaliem de forma séria e rigorosa o mandato que está em curso, que analisem ainda e de forma atenta cada um dos programas eleitorais de todas as candidaturas aos órgãos autárquicos e em consciência decidam em quem votar, por forma a que os próximos quatro anos não constituam mais uma oportunidade perdida e irrecuperável para Gondomar. O segundo apelo, é que vote, não fique em casa, não deixe que sejam os outros a decidirem por si, porque a última palavra cabe aos gondomarenses! ■

Escolhas: entre a realidade e a aparência Cecília Meireles | CDS Na teoria, o debate de político devia ser sobre escolhas, propostas e factos. Na prática, a forma de comunicar da atual maioria – PS, BE e PCP – tornou isto praticamente impossível. O Governo frequentemente diz uma coisa, enquanto faz o seu contrário. Ou diz uma coisa agora, e outra completamente diferente passados uns meses. Já o BE e o PCP são rápidos a chamar a si os louros de todas as medidas populares e ainda mais velozes a olhar para o lado quando alguma coisa corre mal. Para se perceber melhor, talvez seja melhor exemplificar com casos práticos. O programa Simplex tem sido um modelo de como

o Governo diz uma coisa enquanto faz o seu contrário. Quando foi apresentado, em 2016, o primeiro-ministro classificou-o como uma prova de que os impossíveis acontecem. E até exemplificou com a imagem de uma vaca com asas. Os objetivos eram incontestáveis: simplificar e diminuir a burocracia. Já os resultados, um ano depois, deixam muito a desejar. Na realidade, o único impossível que realmente foi realizado foi conseguir que um programa em que muitas das medidas não saíram do papel aparecesse como um sucesso. Para o Governo, é assim mesmo. Desde que se crie a ideia de que está a haver simplificação, pouco importa que nem as empresas nem os

cidadãos a sintam na realidade. Já o caso das agências de rating exemplifica como o Governo tanto dizia uma coisa no passado, como o seu contrário agora. Em 2015, o primeiro-ministro afirmava que as agências de rating não credíveis. Quando há duas semanas tivemos a notícia de que uma agência de rating melhorou a nota da dívida pública portuguesa, o primeiro-ministro rapidamente veio dizer que esta melhoria é a demonstração de que houve uma viragem de políticas e de que estamos no bom caminho. No espaço de um ano, as agências de rating passaram a ser fiáveis outra vez. Por último, a atitude acerca do uso de cativações

é bem demonstrativa da atitude do BE e do PCP. Quando ficamos a saber que no ano passado o valor das cativações tinha atingido valores inéditos, ou seja, que muita da despesa pública prevista (e anunciada com fervor) não tinha na realidade sido realizado, e que na prática muitos serviços públicos tinham sofrido cortes, estes dois partidos ficaram convenientemente muito surpreendidos. É verdade que não há dinheiro para tudo. Mas então não faz sentido que todos os partidos deixem claro o que acham que é prioritário, em vez de andarem a dizer, como fazem BE e PCP, que se pode fazer tudo ao mesmo tempo? ■

que liberta. Se é verdade que, em última instância só vai quem quer, também é verdade que a pressão social criada à volta do caloiro que recusa participar na praxe é de tal ordem que, em parte dos estabelecimentos de ensino superior, são vários os casos de estudantes com problemas de integração social – curiosamente, nos locais onde a praxe tem mais peso, são também os locais onde os que ficam de fora se sempre mais reprimidos. Quando falamos em receção estamos a dirigir-nos para todos os estudantes sem exceção. Ou não será assim? 4. «Na minha faculdade é tudo tranquilo. Na do lado é que é horrível!» Um dos argumentos mais utilizados pelos defensores da praxe é passar as culpas para o vizinho do lado. Esse comportamento só desculpabiliza o abuso. Quem admite, para si, a responsabilidade de denunciar a violência, 5. «O Conselho de Praxe estipula regras! Não vale tudo…»

Se o Conselho de Praxe estipula regras e merece o respeito de todos, qual a razão do receio dos seus membros em adquirir personalidade jurídica? Qualquer grupo de cidadãos com iniciativa cultural ou política tem todo o interesse em criar um corpo jurídico em torno do seu projeto. A Praxe é capaz de ser o único espaço que rejeita a transparência. Vale tudo. E para perpetuar o esconderijo, estipulam-se regras internas, mas não se responde perante a lei, cá fora. 6. «Só quem faz parte é que sabe do assunto» Se assim é e se é um ato que orgulha quem o pratica, porquê evitar a discussão pública sobre o mesmo? Uma Escola Pública mais democrática é uma escola mais inclusiva e sem preconceito social. A praxe representa hoje um mecanismo distorcido de integração a partir da exclusão. Esta lógica deve ser combatida. E combater não significa proibir. O que não vale é ficar em cima do muro. ■

A praxe, novamente... Luís Monteiro | BE Mais um novo ano letivo, mais abusos na praxe relatados e denunciados por estudantes, docentes e famílias. Até quando é que permitimos que a servidão seja o cartão de convite na Universidade Pública? Para tentar dar uma resposta a essa reflexão tão necessária, tento, neste artigo, desmontar alguns argumentos utilizados a favor da praxe. 1. «O Bloco quer proibir as praxes. Tem uma posição ditatorial em relação ao assunto» O Bloco não quer proibir as praxes. O Bloco quer combater uma sociedade desigual, onde a subordinação é regra e a estratificação é a ordem natural das coisas. A iniciativa parlamentar que apresentamos combate a discriminação, a violência e a segregação, conjugando uma série de mecanismos que defendem os mais benevolentes, como a criação de um gabinete de apoio aos alunos vítimas de violência na praxe ou uma linha verde para a denúncia dos mesmos casos. Quem for

contra isto, esconde alguma coisa. «Contra as praxes violentas, sou a favor. Mas não devemos criticar a praxe» Um dos sinais curiosos que este tema apresenta é ter-se tornado tabu. Ao longo dos anos, à medida que a praxe ia construindo uma hegemonia no meio académico, a discussão sobre a democracia e os modelos de integração esvaziou-se. Existe uma relação direta entre estes dois 2. «O que é preciso é mudar a praxe por dentro» Tornar a praxe fofinha é puro voluntarismo sem efeitos práticos. Tal como não existe austeridade light, não existe praxe light, precisamente pelo facto de que tanto a ideologia da austeridade como a ideologia da praxe se alicerçam nos pilares da desigualdade, da pirâmide social e de 3. «Só vai quem quer» Entre o forte e o fraco, é a liberdade que oprime e a lei


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Opinião: Vozes da Assembleia da República/Municipal

Razões para votar na CDU Diana Ferreira | PCP

À data que escrevo este texto, estamos a cerca de uma semana das Eleições Autárquicas. Até hoje já muito trabalho foi feito pela CDU de Gondomar - ações de esclarecimento e contacto com a população, sessões de apresentação das propostas, comícios e debates, num incansável e determinado caminho de afirmação do projeto da CDU para Gondomar. O reforço da CDU em Gondomar significa melhores condições de vida para a população de Gondomar. E aqui ficam alguns exemplos: A CDU propõe a iniciativa “Gondomar em Congresso”, um fórum de discussão conjunta, abrangendo as diversas áreas da vida cultural, económica, desportiva, social e ambiental.

A CDU defende o apoio às associações culturais, recreativas e desportivas, a descentralização da oferta cultural, a criação de espaços diversificados de criação e fruição cultural e a valorização do património enquanto identidade coletiva do concelho. A CDU propõe a criação de um novo pelouro dos Direitos Sociais e Inclusão e defende políticas transversais e articuladas, envolvendo as instituições locais, as escolas e as populações. A CDU defende a implementação de um Projeto Educativo Municipal que possa conduzir à construção de sinergias entre as instituições e agentes educativos do concelho, para que se potenciem forças, identifiquem obstáculos e superem ou mi-

nimizem as vulnerabilidades. A CDU defende as indústrias e setores tradicionais do concelho e propõe a criação do pelouro da Indústria da Ourivesaria e dos Setores Produtivos Tradicionais, comprometendo-se também com a criação de condições para atrair e fixar empresas, a diversificação das atividades económicas e a desburocratização dos serviços municipais. A CDU pretende valorizar a floresta e os rios, enquanto elemento central para o desenvolvimento do concelho, para a qualidade de vida das populações e para potenciar o turismo e propõe a criação de um Museu da Água.

A CDU tem propostas para defender a segurança das populações e para se respeitar a diversidade tipológica do território, a sua dispersão natural, gerindo o concelho e o seu espaço público como um todo. A CDU está disponível e preparada para todas as responsabilidades que a população de Gondomar lhe queira atribuir. Dia 1 de outubro está nas mãos dos gondomarenses definir o seu destino para os próximos quatro anos. São muitos os motivos para confiar na CDU. O seu percurso e património de trabalho, honestidade e competência demonstram-no. Que seja agora que se dê o passo decisivo em Gondomar! ■

Vamos a votos

José Luís Ferreira | PEV No dia 1 de outubro vamos a votos. Em causa estão os órgãos das autarquias locais. E com estas eleições, seria desejável que o Poder Local Democrático (PLD) saísse reforçado, porque quando falamos do PLD, falamos de uma conquista importante e decisiva para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, para as dinâmicas locais e para o desenvolvimento do país. Sucede que apesar da sua importância, o PLD tem sido objeto de constantes ataques, que aliás se acentuaram durante o período de governação PSD/CDS-PP. Refiro-me, por exemplo, à extinção de freguesias imposta pelo PSD e CDS e nalguns casos com o apoio

do PS, como sucedeu no concelho de Lisboa. Aliás recorde-se que o PS, já nesta legislatura se juntou ao PSD e ao CDS para reprovar o diploma que pretendia repor as freguesias extintas pelo anterior governo. Mas podemos também referir o incumprimento da Lei das Finanças Locais por parte de sucessivos governos para com as autarquias e a imposição da Lei dos Compromissos, que representam graves limitações à gestão das autarquias. Também podemos falar das limitações impostas aos autarcas pelo Governo PSD/CDS-PP ao nível da contratação de pessoal. Numa atitude absolutamente inadmissível, em grosseiro confronto com a nossa Constituição e a fazer lembrar outros

tempos que Abril removeu dos nossos destinos, PSD e CDS obrigavam os presidentes das Câmaras a pedir autorização ao ministro das Finanças, sempre que precisavam de contratar um trabalhador que fazia falta à autarquia. Felizmente esta golpada na autonomia do PLD já foi corrigida, graças ao novo quadro parlamentar. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, porque também foi muito o mal que PSD e CDS fizeram aos portugueses. Mas também convém lembrar que a CDU esteve sempre e incondicionalmente contra estes atropelos, ingerências e golpadas na autonomia do Poder Local. E esteve sempre, tanto no plano institucional,

como fora dele, junto das populações, fortalecendo e apoiando a luta e as justas reivindicações das pessoas. E hoje as coisas estão um pouco melhor, é verdade, mas também é verdade, que se as coisas estão melhor, se tem havido mais respeito pelas autarquias, se tem havido reposição de direitos e rendimentos, não tenhamos ilusões, isso deve-se ao papel que as forças que integram a CDU, têm vindo a fazer junto do Governo, porque a situação não seria a mesma se o PS não precisasse da esquerda para governar. Agora que vamos a votos, seria importante que estes elementos fossem tidos em conta no dia 1 de outubro. ■

Parque Jurássico Joana Resende | PS

No próximo dia 1 de outubro vota-se sobre o futuro de Gondomar. A ida às urnas de cada um de nós e a “cruz” que vamos marcar em cada boletim de voto, têm o dom de determinar o futuro de Gondomar. Paralelamente àquele que será o mais importante ato dos gondomarenses este ano, corre uma “eleição” cómica, jocosa e humorística, para a qual infelizmente o nosso concelho também tem candidato. A “Transparência e Integridade, Associação Cívica”, que representa em Portugal a rede global de ONG anticorrupção “Transparency International”, e o blogue “Má Despesa Pública” estão a levar a cabo uma votação para o “Dinossauro

de Ouro”, que pretende eleger o “dinossauro” favorito num universo de 37 veteranos que, tendo cumprido já três mandatos à frente de um município, se apresentam de novo a estas eleições de 1 de outubro. Cada município que eleja um candidato dinossauro, será honorificamente nomeado “Parque Jurássico”. E após quatro anos a trabalhar e a lutar para retirar Gondomar das más razões da comunicação social, aqui nos encontramos novamente, e com o mesmo protagonista. Cabe-nos a nós gondomarenses, não deixar o nosso município cair de novo neste desengano. É o nosso dever contrariar a falta de qualidade da democracia local, e desmarcarmo-nos dos vícios

do abuso de poder, do caciquismo, da má despesa pública e do desperdício de recursos. Estes últimos quatro anos não foram fáceis. O executivo atual trouxe uma herança jurássica, com endividamento excessivo, falta de rumo e estratégia, em suma, um guião com um desfecho catastrófico para o nosso município. Mas graças ao dinamismo desta equipa, à sua capacidade de resiliência e ao mesmo tempo de luta, da sua perseverança e trabalho, Gondomar ultrapassou esse capítulo negro da sua história e reinventou-se. Tornou-se um concelho moderno, com bases sólidas de crescimento, com ofertas culturais que nos catapultaram na comunicação social (pelas boas razões), com solidariedade cooperativa

sustentada e consciente, e que nos deu novamente motivos para sorrir orgulhosamente. No próximo dia 1 de outubro é o nosso dever unirmo-nos todos. Darmos as mãos numa corrente sólida, num círculo perfeito, em que só entra quem quer o bem desta terra. Não devemos deixar entrar quem apenas tem agendas próprias, que servem os seus próprios interesses, e que não vislumbram sequer o significado da palavra transparência. No próximo dia 1 de outubro devemos mostrar que não queremos ser um Parque Jurássico. Queremos sim manter Gondomar D'Ouro. Construído por gente séria. Gondomar com Mais Futuro. Gondomar com Marco Martins. ■


18 VIVACIDADE SETEMBRO 2017

Opinião: Vozes da Assembleia Municipal

"Gondomar no Coração" Pedro Oliveira | CDS-PP Neste tempo de fazer escolhas urge que os gondomarenses não se deixem influenciar pelo discurso daqueles que, na ânsia de chegar ao poder, tudo prometem fazer e dar, numa disponibilidade facilitista apenas centrada na conquista dos votos dos eleitores mais incautos e, por isso, menos avisados para tais estratégias populistas. A verdade é que as diferentes candidaturas fizeram a sua campanha e publicitaram as respetivas opções interventivas para os próximos quatro anos, competindo aos eleitores municipais saber fazer a devida triagem, percebendo qual

delas se encontra melhor apetrechada, seja em termos de programa apresentado, seja em termos da qualidade dos atores propostos para o desenvolver. E a este nível, a responsabilidade dos eleitores gondomarenses é particularmente elevada, pois as suas diferentes opções tomadas no passado, apenas fizeram empurrar o concelho para este imenso estado de letargia em que se encontra, perdendo protagonismo e perdendo importância relativa, designadamente no âmbito da Área Metropolitana. Importa assim que os gondomarenses estejam

mais alertas que nunca, até porque quem governou e governa o concelho reitera na apresentação de candidaturas nestas eleições, devendo decididamente escolher a mudança, votando em quem tem um verdadeiro projeto transformador para Gondomar, ou seja, a coligação PSD/CDS-PP sob o slogan “Gondomar no Coração”. Gondomar precisa de avançar no tempo e de reentrar na senda do desenvolvimento não almejando, com toda a certeza, fazê-lo, sendo administrado por quem já demonstrou não pos-

suir os exigíveis valores estratégicos que, para esse propósito, o concelho invoca. Urge, consequentemente, que os cidadãos votantes de Gondomar interiorizem as propostas das diferentes candidaturas e concluam quem claramente lhes propõem a tão reivindicada modernidade. Gondomar exige competência. Gondomar, de uma vez por todas, tem direito ao seu futuro. Nestas eleições, os gondomarenses têm, inequivocamente, o seu futuro nas mãos. ■

Agora, tendo em conta o que fizemos e, sobretudo, o que nos propomos a fazer, temos a sincera expectativa que serão muitos mais gondomarenses a tomar a decisão de confiar na CDU para gerir os destinos do município nos próximos quatro anos. Agora, tal como temos afirmado nesta campanha eleitoral, se por um lado temos uma candidatura do passado e, por outro lado, uma candidatura que não soube resolver os principais problemas do concelho e que persiste em ficar “amarrada” a esse mesmo passado, porque não votar na nossa candidatura que pensa

o presente e tem um projeto para o futuro do concelho? Porque não votar CDU? A CDU é uma força com provas dadas em vários municípios do país. A CDU é uma força que gere esses mesmos municípios tendo como denominador comum os princípios do trabalho, da honestidade e da competência. No próximo domingo, confie em nós, tenha a certeza que votar na CDU é a garantia que terá uma voz ativa na defesa dos seus direitos, é a garantia que votará numa força política que tudo fará para o desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental do nosso concelho. ■

É Agora!

António Valpaços | CDU A CDU não é apenas uma força de oposição. Nem queremos ser. A CDU é uma força de trabalho e proposta, com conhecimento da realidade. Apresentamo-nos a estas eleições com um projeto de futuro, de ideias e de pessoas, com várias propostas sobre as mais diversas áreas de intervenção. Saberemos honrar aquilo que assumimos perante os gondomarenses. Assim como nos últimos quatro anos soubemos honrar, todos aqueles que decidiram apoiar o nosso projeto político e as nossas propostas. Em 2013, foram muitos os gondomarenses

que tomaram a decisão de confiar na CDU. Essa confiança permitiu-nos eleger um vereador, ter cinco eleitos na Assembleia Municipal, presidir a Junta da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, fazer parte do executivo da Junta da União das Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim e reforçar os nossos eleitos em Assembleias de Freguesia um pouco por todo concelho. Essa confiança depositada em nós resultou numa maior capacidade de intervenção, de proposta e de trabalho, na defesa do interesse das populações.

Sim, é mesmo necessário mais força para Gondomar! Rui Nóvoa | BE

No próximo domingo somos chamados a votar para elegermos para as Assembleias de Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal de Gondomar. Este é o momento de fazermos a escolha certa e os próximos quatro anos serão fundamentais para que, de uma vez por todas, Gondomar conheça um verdadeiro desenvolvimento em todo o seu território e não como tem acontecido com os anteriores executivos responsáveis pelos destinos de Gondomar. Temos assistido a tudo desde o regresso do candidato que, pelos vistos vinte anos à frente da câmara, não chegou e quer ver se por cá continua por outros tantos. Temos um candidato do PSD/CDS que nos promete o paraíso (mais emprego, mais habitação, menos impostos, ou seja, fazer o contrário do que durante quatro anos fizeram aos portugueses transformando as nossas vidas num

inferno). Não nos esquecemos, de tantas e tantas famílias que tiveram de entregar as suas casas ao banco por terem perdido os seus empregos, de tantas e tantos que tiveram de abandonar o país á procura de trabalho, estou certo de que no dia 1 de outubro, em Gondomar, como no resto do país, terão a maior derrota de sempre em eleições autárquicas. O PS quer de novo uma maioria absoluta para que tudo fique na mesma. O que Gondomar precisa é de ter no próximo executivo eleitos que façam a diferença com propostas políticas capazes de trazer mudanças significativas para a vida das pessoas. O Bloco de Esquerda já provou ser capaz de mudar a vida dos portugueses para melhor. A eleição de mais autarcas do Bloco, será uma garantia para a defesa daquilo que são as necessidades dos gondomarenses. As nossas prioridades sempre foram e serão os

direitos dos cidadãos, a mobilidade e os transportes, esta será uma das primeiras medidas a resolver e a sua resolução passa desde logo pelo reforço e ampliação do aumento da rede de transportes públicos onde neste momento escasseiam ou nem sequer existem, com qualidade e preços justos e a extensão da linha do Metro de São Cosme, Valbom, até Campanha. Outra das nossas prioridades será o turismo apostando na riqueza do nosso território como os rios e as nossas serras, assim como o vasto património que temos em Gondomar. A qualidade de vida das populações tem de passar pelo reforço dos espaços verdes e dos equipamentos culturais e desportivos em falta e não permitiremos mais descriminalização em função de territórios como acontece atualmente onde nem um simples piso sintético existe. A habitação será também uma prioridade porque o direito à habitação é um dos direitos constitucio-

nais mas também um fator de dignidade humana. Outra das nossas prioridades passa pela reabilitação urbana não apenas nos centros mais populacionais mas, por todo o concelho, com especial atenção no alto do concelho que fora das eleições têm sido permanentemente esquecido. A ação social será uma área em que prestaremos toda a atenção entendemos que esta é uma das obrigações de qualquer executivo apresentaremos propostas concretas de apoio social para todos os cidadãos seniores mais vulneráveis. O Bloco de Esquerda não acordou agora para os problemas de Gondomar, ao longo dos últimos quatro anos estivemos sempre do lado de quem mais precisa. Acreditamos que os cidadãos e cidadãs de Gondomar saberão dar o seu voto a quem esteve sempre do seu lado. Podem continuar a confiar em nós connosco, nunca ninguém, nem os seus direitos, ficam para trás. ■


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22 VIVACIDADE SETEMBRO 2017

Política

Valentim Loureiro mostra-se confiante na vitória

Os candidatos do movimento "Coração de Ouro" apresentaram-se aos eleitores gondomarenses num ambiente festivo, preparado a rigor, na Avenida do Rio Tinto. Milhares de pessoas compareceram à chamada do major Valentim Loureiro, que quatro anos após a saída da presidência da Câmara de Gondomar "está de volta". Houve música, diversão, convívio, fotografias e 'selfies' com apoiantes antes da chegada ao palco. Por lá iriam passar os primeiros candidatos que integram as listas às várias Assembleias de Freguesia e à Assembleia Municipal. João Barbosa (candidato à União de Freguesias de Gondomar, Valbom e Jovim), Sandra Casaca (candidata à União de Freguesias de Melres e Medas), António Pacheco (candidato à União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova), Joaquim Figueiredo (candida-

Foto DR

Valentim Loureiro, candidato independente à Câmara Municipal de Gondomar, apresentou as suas listas de candidatos aos gondomarenses, no dia 24 de setembro, em Rio Tinto. A festa-comício contou com a presença de milhares de gondomarenses que demonstraram vontade de ver o major regressar.

> Valentim Loureiro deu a conhecer a sua equipa aos gondomarenses

to à Freguesia de Baguim do Monte) e Alberto Silva (candidato à Freguesia de Rio Tinto) foram os cinco nomes apresentados. Aos quais se juntou, também, Graciano Martinho, primeiro candidato à Assembleia Municipal de Gondomar. O discurso, esse ficou reservado para Valentim Loureiro que de improviso disse "estar confiante numa vitória por maioria", apelando ao voto "no coração" nas eleições do próximo dia 1 de outubro. “Preparavam-se para nos tentar derrotar nos tribunais, mas não conseguiram. Queriam impedir esta candidatura, mas não o conseguiram. Nós vamos a eleições e vamos ganhar!”, disse Va-

lentim Loureiro, acrescentando ter “informações fidedignas” de que tal vitória será “por maioria”. A intervenção ficou marcada pelas palavras dirigidas aos gondomarenses, por quem o candidato independente sente "carinho" e "simpatia". Pelo meio ainda houve tempo para uma jovem subir ao palco para entregar uma carta a Valentim Loureiro. "São estes desenhos e as palavras destas crianças que me motivam. Tenho mais força, mais genica para ir até ao fim e ajudar a resolver os problemas de Gondomar”, disse o candidato independente. O major aproveitou também para enumerar o trabalho realizado à frente da Câmara de Gondomar durante duas décadas de governação, entre 1993 e

2013. "Agora é tempo de retomar o desenvolvimento de Gondomar", disse o major antes de falar nas casas, piscinas, escolas, entre outros equipamentos construídos durante a sua governação. Para o futuro, ficou a promessa de criar mais habitação social - que Valentim preferiu classificar como "municipal" a par da extensão do metro de Fânzeres até São Cosme. Após o discurso político, o espetáculo foi retomado com prestações musicais. Aí, o major voltou à multidão que durante largos minutos não o largou. "É este amor, carinho e respeito que me fazem dizer que os gondomarenses, sem qualquer dúvida, têm um Coração de Ouro”, finalizou o candidato independente. ■ Foto DR

Foto DR

> A multidão aplaudiu o regresso do major a Gondomar

> No final, Valentim Loureiro regressou para junto do público


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Jornal Vivacidade 28/09/2017

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Gabinete de Planeamento e SIG

Aviso Alteração do Plano Diretor Municipal de Gondomar Discussão Pública Luís Filipe de Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar, nos termos dos n.os 1 e 2, do artigo 89.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio (RJIGT), torna público que, por deliberação de 30/08/2017, a Câmara Municipal determinou proceder à abertura de um período de 30 dias úteis para a discussão pública da proposta de alteração do Plano Diretor Municipal de Gondomar, o qual terá início no 5.º dia posterior à publicação do presente aviso no Diário da República. Os documentos que integram a proposta de alteração do Plano Diretor Municipal de Gondomar, nomeadamente o regulamento do plano e o parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, encontram-se disponíveis para consulta dos interessados no Gabinete de Planeamento e SIG, todos os dias das 9,00 horas às 12,00 horas e das 14,00 horas às 17,00 horas, e na página da Internet da Câmara Municipal de Gondomar, em www.cm-gondomar.pt. No decorrer do período de discussão pública, os interessados podem formular, por escrito, reclamações, observações e sugestões sobre a proposta de alteração do Plano Diretor Municipal de Gondomar, dirigidas ao presidente da câmara municipal, utilizando para o efeito um impresso próprio que pode ser obtido no Gabinete de Planeamento e SIG, sito na Rua 5 de Outubro, 118, 4420-086 Gondomar, no Balcão Único de Atendimento, sito na Praça do Cidadão, 4420-183 Gondomar ou na página da internet da Câmara Municipal de Gondomar. As reclamações, observações e sugestões poderão ser enviadas por carta registada com aviso de receção, dirigida ao presidente da Câmara Municipal para a Praça Manuel Guedes, 4420-193 Gondomar, ou entregues diretamente no Balcão Único de Atendimento. Gondomar, 15 de setembro de 2017

O vice-presidente da Câmara Municipal

________________________________ Luís Filipe de Araújo


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