Edição de abril de 2018

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Ano 12 - n.º 142 - abril 2018

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Pedro Santos Ferreira

Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: geral@vivacidade.org PUB

Gondomar celebra 44 anos de liberdade

Sociedade Expo Gondomar junta 137 empresas no Pavilhão Multiusos > Pág. 6

Reportagem Vivacidade Óscar Branco: "Em Portugal, não há, atualmente, nenhum humorista de referência" > Pág. 12 e 13

> Págs. 19 a 21

• Recolhemos quatro testemunhos de quem viveu a Revolução dos Cravos PUB


2 VIVACIDADE ABRIL 2018

Editorial

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros leitores,

Comemorar o 25 de Abril com um conjunto de palestras abrilhantadas por grandes senhores da democracia é uma iniciativa brilhante por parte da Câmara de Gondomar, principalmente quando se consegue abstrair do politicamente correto e convidar figuras que nem sempre estão alinhadas com o que a maioria parece perceber que foi o 25 de Abril.

E ter um palestrante a explicar brilhantemente a grande vantagem competitiva que Portugal tem tido e que é a sua enorme capacidade de servir como interlocutor de confissões, de religiões, de opiniões e ser um gerador de consensos. De tal forma que é um português que ocupa o cargo mais importante do mundo e foi um português que ocupou durante muitos anos o terceiro cargo mais importante do mundo (refiro-me, para não haver dúvidas, ao cargo de presidente da Comissão Eu- No dia 13 de abril, a circulação do Metro do Porto foi interrompida ropeia). entre as estações de Campanha Na qualidade de parte mui- e Rio Tinto, graças a uma colisão to interessada na promo- entre uma viatura ligeira e a comção e desenvolvimento das pessoas de Gondomar não posição do metro. O caso não teria posso deixar de congratular acontecido se o condutor da viatua Câmara por esta especial ra ligeira tivesse respeitado um siiniciativa. nal vermelho.

SUMÁRIO:

FICHA TÉCNICA

Breves

Registo no ICS/ERC 124.920 Depósito Legal: 250931/06

Sociedade

Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Pedro Santos Ferreira (CP-10017) Tiago Santos Nogueira (CP-10184) Departamento comercial: Tel.: 910 600 079 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto editorial: www.public.vivacidade. org/vivacidade Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934

Página 4 Páginas 6 a 19

Reportagem Vivacidade Páginas 12 e 13

Destaque

Páginas 20 e 21

Cultura

Páginas 22 a 25

Política

Páginas 26 a 28

Desporto

Páginas 29 a 32 Empresas e Negócios Página 34

Lazer

Página 36 Opinião Páginas 38 e 39

PRÓXIMA EDIÇÃO 24 MAIO

A entrada em vigor do novo Regulamento de Taxas e Licenças do Município de Gondomar trouxe uma redução da tarifa nos lugares de estacionamento por ocupação de uma hora. Assim, o custo de estacionamento passará a custar 60 cêntimos, em detrimento dos 85 cêntimos cobrados até então.

Colaboradores: Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Carlos Almeida, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Paulo Silva, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Tiago Nogueira. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio: www.vivacidade.org Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar E-mail: geral@vivacidade.org Agenda: agenda@vivacidade.org

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org

Foto DR Foto DR

O Vivacidade está repleto de boas notícias nesta edição. Todos queremos o desenvolvimento e a melhoria de condições da nossa terra pelo que quando desfolhamos o nosso jornal e encontramos tantas coisas a acontecer e tantas pessoas a serem positivamente afetadas temos que ficar muito satisfeitos.

Foto Arquivo Vivacidade

José Ângelo Pinto

Gondomar já está preparado para prevenir os incêndios? BISTURI Toda a gente tem seguido a preocupação nacional para prevenir a época dos incêndios que se avizinha. O país entrou em registo de discussão coletiva, em torno das medidas que o Governo quer ver implementadas para evitar que novas tragédias, como as do ano passado, venham a ocorrer no próximo verão. É claro que não vamos pensar que é uma profecia haver todos os anos perdas humanas nos incêndios. Ninguém estará à espera que os fogos deixem de existir, mas é justificável que o país crie uma nova cultura de responsabilidade, no que diz respeito à gestão das áreas florestais, de molde a que seja possível gerir estes riscos sem perdas de vidas. As tragédias humanas e patrimoniais que ocorreram no ano passado podem ter sido o sinal de alarme que o país precisava de forma a que tanto os governantes, como os cidadãos, desde a escala local à escala nacional, acordem e se empenhem na consolidação de uma nova

mentalidade e atitude preventiva generalizadas. Sabe-se que a data de 15 de março como limite para que as pessoas procedessem à limpeza dos seus terrenos em zonas de risco não foi cumprida, e na prática o Governo instruiu as forças de segurança para terem uma atitude pedagógica junto dos proprietários fiscalizados, dando-lhes um novo limite para proceder à limpeza dos terrenos até 15 de maio. Temos de convir que a pressão mediática está a ter os seus efeitos, e vai-se verificando um pouco por todo o lado que há já muito trabalho feito, quer por parte dos entes públicos, quer por parte dos proprietários privados. Mas é igualmente visível que continuamos a testemunhar a existência de manchas arbóreas, quer de pinhal quer de eucalipto, em escala ameaçadora, junto de milhares de habitações e outros edifícios. Ou seja, se muito já foi feito, há muito mais para fazer. Os concelhos do designado Parque das Serras do Porto, onde se inclui Gondomar, como todos

bem sabem, são uma zona de alto risco de incêndio, atentas as enormes extensões florestais existentes. Acresce que muitas dessas manchas florestais cercam povoações inteiras, e chegam a encostar às manchas urbanas da zona. Impõe-se, pois, por parte dos respetivos executivos camarários, que seja feito um efetivo acompanhamento do que está por fazer, e se tomem as medidas que a lei prevê. Basta percorrer vias importantes como a Estrada de D. Miguel, a marginal do Douro, a estrada que liga Gondomar a Valongo, ou a estrada da Gandra para a Senhora do Salto, e muitas mais, para verificarmos que centenas de casas e fábricas continuam sufocadas por denso arvoredo, longe das margens de segurança impostas pela lei. Bom será que os nossos autarcas se empenhem a fundo para que, no próximo verão, quando os incêndios chegarem, pelo menos tenhamos a certeza de que as pessoas e as casas não correm riscos…


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4 VIVACIDADE ABRIL 2018

Breves Rio Tinto assinala Batalha de La Lys Foto DR

A Junta de Freguesia de Rio Tinto assinalou, no dia 9 de abril, o centenário da Batalha de La Lys e a presença dos combatentes portugueses na I Guerra Mundial. O executivo da Junta depositou uma coroa de flores no monumento do cemitério de Rio Tinto.

Trail da Lomba vai regressar a 15 de julho

Gondomar celebra Dia Mundial da Dança

No dia 15 de julho, o Trail da Lomba vai regressar. A 2ª edição da prova contará, tal como a primeira, com um trail longo (22 quilómetros), trail curto (13 quilómetros) e caminhada.

A 28 de abril, o Município de Gondomar vai associar-se à comemoração do Dia Mundial da Dança. A proposta da autarquia vai integrar a realização de workshops e coreografias. No dia 1 de maio, haverá um flash mob no Largo da Costa, em Fânzeres.

Associação Dignidade e Futuro assinala 8.º aniversário

Leonardo atua no Multiusos a 1 de junho Foto DR

O músico Leonardo (Emival Eterno) vai atuar, no dia 1 de junho, no Pavilhão Multiusos de Gondomar. Recorde-se que o intérprete fez parte do conjunto "Leandro & Leonardo". Os ingressos custam entre 35 e 75 euros.

Gondomar homenageou Cláudia Pascoal Foto DR

No dia 23 de março, a Câmara Municipal de Gondomar homenageou Cláudia Pascoal, gondomarense que vai representar Portugal no Festival da Eurovisão 2018. Cláudia Pascoal tornou-se também embaixadora da Rota da Filigrana e recebeu um "Coração de Gondomar".

A Associação Dignidade e Futuro vai organizar, no dia 24 de abril, um jantar comemorativo, pelas 20h, na Quinta da Azenha de Baixo. A iniciativa serve também para assinalar o 8.º aniversário da coletividade.

A mostra "Lux Folk - Vislumbres do Folclore Português", de Marisa Silva, foi inaugurada a 14 de abril, na sede da ARGO, no Pavilhão Municipal de Fânzeres. A exposição ficará patente até ao dia 18 de maio.

Jantar de angariação de fundos para o Centro Paroquial de Baguim

José António Pinto destacado pela "Time Out Porto"

Vai realizar-se, no próximo dia 21 de maio, pelas 20h no restaurante O Cardeal, o habitual jantar de angariação de fundos. Terá um custo de 25€. As inscrições podem ser feitas no Centro Paroquial ou no próprio restaurante. De referir que a receita será entregue na totalidade ao Centro Paroquial.

CRD Santa Cruz apresenta equipas de ciclismo

Centro Social da Lomba serviu sável e lampreia Foto DR

No dia 13 de abril, o Centro Social da Lomba realizou o Jantar Sabores e Tradições, onde a lampreia e o sável foram as principais iguarias. A iniciativa representativa das tradições da freguesia contou também com animação do Grupo de Concertinas Oliveira do Arda.

O Clube Recreativo e Desportivo Santa Cruz vai apresentar a equipa de BTT, estrada, ciclocrosse e duatlo para a época de 2018. A iniciativa terá lugar a 21 de abril, pelas 17h, na sede oficial do clube, na Rua do Lavadouro, em Jovim.

Balcão Único atinge os 60 mil atendimentos

Gondomar associou-se ao "Light it up Blue" Foto DR

À semelhança de anos anteriores, o Município de Gondomar iluminou em tons de azul os edifícios da Câmara Municipal de Gondomar e da antiga Escola Básica do Monte Crasto, aderindo assim ao Movimento "Light it up Blue". A iniciativa integra o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo.

Geoclube integrou Conferência Internacional Parents Corner Foto DR

Entre os dias 7 e 10 de março, o Geoclube - Associação Juvenil representou Portugal na Conferência Internacional do Projeto Parents Corner, em Sarajevo, Bósnia e Herzegovina. O projeto reúne nove parceiros de sete países.

Rotary Club de Gondomar plantou árvore em Zebreiros Foto DR

O Rotary Club de Gondomar plantou, no dia 24 de março, uma árvore na praia fluvial de Zebreiros, em Foz do Sousa. A iniciativa contou com os apoios da União das Freguesias de Foz do Sousa e Covelo e da Câmara Municipal de Gondomar.

"Lux Folk" em exposição na ARGO

O Balcão Único da Câmara de Gondomar atingiu, este mês, a marca dos 60 mil atendimentos ao público. Na data em que cumpriu um ano de sua inauguração (10 de abril), o espaço tinha efetuado 58276 atendimentos, a grande maioria relacionada com questões de habitação social.

Mariana Correia Pinto visita Clube Gondomarense A jornalista Mariana Correia Pinto vai falar sobre o tema "Porto, última estação", no dia 20 de abril, pelas 21h30, no Clube Gondomarense.

Paróquia de São Pedro apresenta órgão de tubos

José António Pinto, vereador da CDU na Câmara Municipal de Gondomar, foi eleito pela revista "Time Out Porto" entre as 60 pessoas que fazem do Porto uma cidade melhor. Segundo a publicação, José António Pinto integra a lista de pessoas que "fazem mexer a cidade" do Porto.

Mega-aula de ginástica no Multiusos de Gondomar A Sala D'Ouro do Multiusos de Gondomar recebeu 500 seniores que participaram numa mega-aula de ginástica, inserida na celebração do Dia Mundial da Saúde.

Centro Social de Soutelo debateu negligência

O Serviço Educativo do Centro Social de Soutelo promoveu, no dia 13 de abril, um encontro subordinado ao tema "Novas Formas de Negligência: Realidade Atual". O encontro debruçou-se sobre os abusos, maus-tratos e discriminação na atualidade.

Trilho Geracional animou Bairro Mineiro O projeto Escolhas de Portas Abertas dinamizou, no dia 6 de abril, o Trilho Geracional, iniciativa que contou com diversas atividades lúdicas e recreativas no Conjunto Habitacional do Mineiro, em São Pedro da Cova. As atividades terminaram com uma oficina de dança da Gandra Star e No Limit.

Seniores de Rio Tinto atuam em Braga

A Paróquia de São Pedro da Cova está a preparar um concerto de apresentação do novo órgão de tubos. A iniciativa vai decorrer a 29 de abril, pelas 17h, na Igreja Matriz de São Pedro da Cova. O evento contará com a presença de Francisco Gomes, Alexandra Lopes, Inês Silva, Mariana Lopes e Rui Sousa.

O Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sénior de Rio Tinto vai subir ao palco do Theatro Circo de Braga, no dia 17 de junho, pelas 11h. O espetáculo terá direção de Chico Gouveira e estará inserido na iniciativa Braga - Capital do Cavaquinho.

FIDES organiza Concerto de Páscoa

"Os moinhos de Gondomar" em debate

A Igreja Matriz de Valbom vai receber, a 21 de abril, o Concerto de Páscoa "Requiem" de G. Fauré, interpretado pelos solistas Irma Amado e Ivo Magalhães. A iniciativa terá início às 21h30 e conta com direção musical de José Paulo Freitas.

No dia 21 de abril, pelas 16h, a Biblioteca Municipal recebe mais um ciclo das conferências "Saídos do Pó", desta vez subordinado ao tema "Os moinhos de Gondomar". Os oradores serão o arquiteto Espinheira Rio e Jorge Santos.


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6 VIVACIDADE ABRIL 2018

Sociedade

Expo Gondomar junta 137 empresas no Pavilhão Multiusos

paralelas. Este ano vamos ter mais de 20 workshops e conferências. As atividades são abertas à comunidade, mediante inscrição obrigatória. A mais-valia do evento é, de acordo com Carlos Brás, "juntar no mesmo espaço empresários de diferentes áreas, todos de Gondomar". A Expo Gondomar voltará a contar com uma Street Food, na pala do Multiusos. No exterior, vão estar disponíveis zonas de lazer para os mais novos e espaços de gastronomia. O espaço terá cobertura total de rede Wifi gratuita.

Segundo o Município de Gondomar, são esperados 12 mil visitantes num evento que custa à autarquia 150 mil euros. Miss Gondomar será eleita a 6 de maio A Miss Portuguesa volta a associar-se à Câmara Municipal de Gondomar para eleger a sucessora de Tânia Ximenes, Miss Gondomar 2017. O início do concurso está marcado para o dia 6 de maio, às 16h, na Sala D'Ouro do Multiusos de Gondomar. "As inscrições estão a chegar em maior número que nas edições anteriores. É um fenómeno natural porque este é um projeto

em crescimento. Acreditamos que esta edição da Miss Gondomar vai continuar a provar o glamour e a qualidade desta região", afirma Isidro de Brito, responsável pela organização do concurso. De acordo com o organizador, o objetivo passa por "aumentar a qualidade das candidatas". "Sei que Gondomar tem enormes expectativas sobre este concurso, pois na 1ª edição viu ser eleita a Miss Portuguesa, Cristiana Viana". Na antecâmara de mais uma edição da Miss Gondomar, Isidro de Brito não esquece a final nacional da Miss Portuguesa, que irá realizar-se este ano, em Gondomar. "A gala está a ser preparada desde que assinamos um acordo com a Câmara de Gondomar para a realização da final neste concelho", acrescenta. Carlos Brás, do Município de Gondomar, caracteriza a iniciativa como "uma grande oportunidade para as jovens gondomarenses", sublinhando igualmente o exemplo deixado pela ex-Miss Portuguesa, Cristiana Viana. "A Miss Gondomar é uma aposta ganha. Num só evento divulgamos a beleza das gondomarenses, a moda e os negócios locais", finaliza o autarca. ■ Foto DR

Mais de 130 empresas vão marcar presença na próxima edição da Expo Gondomar. O evento dedicado ao tecido empresarial local perde um dia, relativamente às edições anteriores, mas aumenta o número de atividades paralelas, dos workshops aos showcookings, entre outras atividades [ver caixa]. "No ano passado notamos um grande crescimento da Expo. Este ano esse crescimento estabilizou. Dito isto, temos a presença confirmada de 137 empresas no Multiusos de Gondomar", afirma Carlos Brás, vereador da Câmara Municipal de Gondomar, entidade responsável pela organização do evento. De acordo com o autarca, "o evento está consolidado", restando "melhorar alguns pormenores". "Vamos manter a fórmula das anteriores edições, com um salão multisetorial, com diversos setores de atividade. A nave central e a tenda ficarão reservadas aos expositores e a parte exterior para os animais, veículos, street food e animação com concerto", explica o vereador. As restantes salas do Multiusos de Gondomar ficarão reservadas para atividades

Foto Arquivo Vivacidade

Entre os dias 4 e 6 de maio, o Multiusos de Gondomar vai receber a 3ª Expo Gondomar. O evento empresarial vai congregar no mesmo espaço 137 expositores gondomarenses.

Foto Arquivo Vivacidade

Foto Arquivo Vivacidade

> Emanuel vai dar um concerto

Programação Expo Gondomar 2018 4 de maio 14h - Inauguração Expo Gondomar 21h30 - Concerto Emanuel 23h - Encerramento da exposição 5 de maio 14h - Abertura de portas 19h - Apresentação Baja TT Gondomar - Rota da Filigrana 20h - Jantar Negócios à Mesa Expo Gondomar 21h30 - Desfile de Moda 23h - Encerramento da exposição

> Carlos Brás, vereador do Município de Gondomar

> A Miss Gondomar volta a ser eleita a 6 de maio

6 de maio 14h - Abertura de portas 16h - Miss Gondomar 20h - Encerramento Expo Gondomar 20h - Cerimónia de encerramento


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VIVACIDADE ABRIL 2018

Sociedade

Pedro Sequeira: "É o sonho de todos os bons filhos regressar em definitivo à terra mãe" Pedro Miguel Sequeira, gestor gondomarense de 27 anos, aventurou-se pela Estónia há cinco anos, embora trabalhe, agora, na Polónia. Ao Vivacidade revela, entre tantas outras coisas, que estar realizado e ambicionar sempre mais podem ocupar um lugar comum.

não ajudam a enganar a saudade. Há cerca de quatro meses, voltaste a Cracóvia para trabalhar na Cisco como gestor de incidentes. Sentes-te realizado ou ambicionas mais? Ambicionamos sempre mais na vida. Mas um passo de cada vez. Olhando para o meu percurso profissional posso dizer que quase sempre fui evoluindo, tanto no aspeto profissional como no aspeto salarial. Posso dizer que estou contente com isso. No entanto, mesmo que no futuro me sinta realizado vou sempre ambicionar mais.

Texto: Tiago Santos Nogueira

O que te levou a ir trabalhar para fora de Portugal? Eu tinha acabado a minha licenciatura em Gestão e Economia, sendo que comecei a mandar currículos e a única entrevista de trabalho que consegui foi para desempenhar funções comerciais numa empresa de medicina, higiene e segurança no trabalho. Não me sentia realizado como vendedor e almejava algo mais. Já durante a minha licenciatura tinha feito um semestre fora de Portugal ao abrigo do programa ERASMUS. Foi uma experiência fantástica a nível académico e pessoal. Tendo eu dificuldades para trabalhar na minha área em Portugal, comecei a procurar oportunidades lá fora. Inscrevi-me no programa AIESEC, uma plataforma internacional que possibilita programas de estágio em diversos países do mundo. Depois de alguns meses consegui uma proposta para fazer um estágio de marketing na Estónia e decidi arriscar.

nassem a língua portuguesa para uma empresa de “call center”. Era um trabalho que não me interessava muito, mas decidi aceitar porque profissionalmente já não estava a aprender nada na Estónia e porque o meu amigo me tinha dito que mesmo no caso de não gostar do trabalho, muitas multinacionais estavam a abrir escritórios na Polónia, e esta oportunidade poderia abrirme muitas portas. E tinha toda a razão, 10 meses depois mudei de empresa e comecei a trabalhar como analista de tecnologias de informação. Desempenhei essa função durante dois anos e meio em duas empresas diferentes, sendo que este ano comecei a trabalhar como gestor de incidentes na Cisco. Dei mesmo um passo atrás para mais tarde poder dar dois à frente.

Após um ano na Estónia, resolveste dar um passo atrás para depois dares dois à frente? Posso dizer que sim. Um amigo meu polaco falou-me de uma empresa em Cracóvia que estava a recrutar profissionais que domi-

Apesar da distância, continuas atento ao que se passa em Portugal? Tento sempre estar mais ou menos informado, até porque continuo a ter família e amigos a viver em Portugal e preocupo-me bastante com eles.

> Pedro Sequeira com a sua atual companheira em Cracóvia, Polónia

> O gestor gondomarense em Gdansk, a mais bonita cidade portuária da Polónia

E no nosso concelho em particular? Não só em Gondomar, mas também no distrito do Porto em geral. Hoje em dia, o melhor meio para se manter informado é o Facebook. Tenho vários amigos que vão publicando notícias sobre o que se vai passando no Norte do país e é sobretudo por aí que me mantenho informado. Sentiste muito o impacto cultural nos diferentes países em já trabalhaste? Na verdade, não senti muito. Talvez por já ter estado nesta zona da Europa antes. Claro que existem pequenas diferenças, uma vez que aqui as pessoas são mais fechadas, mais frias. Por exemplo, eu se for duas ou três vezes ao mesmo café em Portugal, eu e o proprietário já somos os melhores amigos. Aqui posso ir durante cinco anos, todos os dias, à mesma loja e eu e o proprietário continuamos só a dizer “Olá” e “Obrigado” um ao outro. Também aqui as pessoas iniciam tudo mais cedo. Começam a trabalhar mais cedo e comem mais cedo. Aqui as horas de ponta são as 7h e as 16h, é difícil encontrar um restaurante que sirva almoço depois das 14h e jantar depois das 21h. Recentemente fiz também uma viagem ao Nepal e descobri que lá as mulheres menstruadas ficam fora de casa e são obrigadas a dormir em abrigos de vacas, sendo que nesse mesmo país as pessoas bebem a urina da vaca, dado que consideram que a mesma é sagrada. Isso sim é um choque cultural. E qual a parte menos boa de estares empregado a milhares de quilómetros de distância do teu "Porto" de abrigo? Estar longe da família e dos poucos bons amigos que deixei para trás. Sem dúvida. A comida e a temperatura nesta zona da Europa também

Deves, seguramente, ter colecionado algumas peripécias durante estes cinco anos fora de Portugal. Podes contar-nos uma delas? Na Estónia é normal esticar o polegar na berma da estrada para pedir boleia a estranhos. Estava a viver em Tartu e precisava de ir para Tallinn. Então fui eu e um colega para a estrada, esticamos o polegar e, passados cinco minutos, um carro parou para nos levar. Dentro do automóvel estava uma senhora com a sua filha pequena. O meu colega e a senhora começaram a falar no idioma local, quando de repente ouço o meu colega a dizer a palavra "Portugali". Assumi que a senhora lhe tinha perguntado de onde é que eu era. De repente a senhora e a filha começaram a falar português comigo. Pelos vistos, a senhora tinha estado a viver em Portugal e a filha tinha nascido lá. Tem sido uma experiência muito enriquecedora? Sim, tem sido uma experiência enriquecedora a muitos níveis. Primeiro porque lidar e trabalhar todos os dias com pessoas de nacionalidades diferentes enriquece-nos a nível pessoal. Ir para um novo país e começar do zero nesse local é importante também para desenvolver a nossa independência e autonomia. Tenho, igualmente, feito amizades para a vida com pessoas de nacionalidades diferentes da minha, algo que contribui muito para alargar os nossos horizontes e ter uma perspetiva distinta e mais abrangente do mundo. Faz parte dos teus planos regressar em definitivo a Portugal? Sim, claro. É o sonho de todos os bons filhos regressar em definitivo à terra mãe. Mas neste momento sinto que não tenho condições a nível profissional para regressar. Não acredito que em Portugal possa desempenhar estas funções com as mesmas condições salariais. Hoje em dia, as pessoas que saem de Portugal estabelecem-se no país que os recolhe. Eu, neste momento, tenho uma namorada e um cão aqui, o que também dificulta muito o meu regresso a curto prazo. ■


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10 VIVACIDADE ABRIL 2018

Sociedade

Caminhadas "À descoberta de Gondomar" estão de volta

Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália

Glaucoma

Estão de volta as caminhadas "À descoberta de Gondomar", uma aposta forte da Câmara Municipal, fruto da enorme popularidade e adesão conquistadas no ano passado, durante a Cidade Europeia do Desporto. A primeira caminhada teve lugar no início deste

mês, num percurso de descoberta entre São Miguel e São Jumil, em Gondomar (São Cosme), num total de oito quilómetros com partida junto ao Pavilhão Multiusos. No calendário estão previstas as próximas edições: Fânzeres (20 de maio), Rio Tinto e Baguim do Monte (17 de junho), Foz do Sousa (22 de julho), Lomba (5 de agosto), Melres (23 de setembro) e São Pedro da Cova (21 de outubro). O programa pretende dar a conhecer o extenso e multifacetado território de Gondomar, tendo como principais pontos de interesse a presença dos rios Douro, Ferreira e Sousa, as serras de Pias, Santa Justa, Castiçal, Flores e Banjas, a autenticidade cultural e a ruralidade de Gondomar. As inscrições são gratuitas, mas o preenchimento do respetivo formulário é obrigatório. ■ Foto DR

Sabia que o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo e a primeira forma irreversível que pode ser prevenida? Em Portugal é também uma realidade e afeta mais frequentemente pessoas idosas. O glaucoma é uma designação genérica de doenças que têm em comum o aumento da pressão intraocular suficiente para causar lesões irreversíveis no campo visual. Esta é uma doença crónica que conduz a uma perda progressiva da visão, sendo que numa fase inicial não apresenta sintomas ao indivíduo, contudo, tardiamente torna-o incapacitante e dependente de terceiros. Uma visão ligeiramente desfocada que caminha para a perda da função visual na totalidade. É importante prevenir. Sendo o glaucoma uma doença crónica, mesmo que sujeita a terapias de tratamento, poderá sofrer uma evolução, passando a ser necessário um acompanhamento periódico para que possa confirmar a estabilidade do quadro clínico ou detetar novos sinais. O mais conveniente é não confundir glaucoma com pressão intraocular elevada. Um paciente pode somente apresentar hipertensão ocular sem ter qualquer alteração no seu campo visual. É importante detetar os primeiros sinais para que possa ter um diagnóstico correto. A pressão intraocular é um bom indicativo de que algo possa não estar em conformidade e a partir do exame de tonometria – medição da tensão ocular – é fácil saber quais os valores da sua. Visite o seu especialista da visão e fique a conhecer melhor esta realidade. Meça a sua pressão ocular com o seu especialista da visão para que possa rastrear alguma probabilidade antes que seja tarde.

No dia 8 de abril, realizou-se a primeira caminhada inserida no conjunto de atividades "À descoberta de Gondomar". A próxima iniciativa terá lugar a 20 de maio, em Fânzeres.

Liceu Martim Fernandes vai ter uma sala snoezelen O projeto "Sentir Gerações", promovido pelo Centro Social de Soutelo, vai dotar o antigo Liceu Martim Fernandes de uma sala snoezelen. O equipamento terapêutico ficará também ao serviço da comunidade.

Foto DR

Foto PSF

O edifício do antigo Liceu Martim Fernandes terá, em breve, um novo serviço ao dispor da comunidade. A mais-valia resulta do "Sentir Gerações", promovido pelo Centro Social de Soutelo (CSS) e idealizado por Ana Lúcia Frutuoso, mentora do projeto. "O CSS conseguiu o financiamento para este projeto orientado, sobretudo, para promover o envelhecimento ativo, a diminuição de perda de capacidades cognitivas e o isolamento social. No entanto, irá beneficiar diretamente outros utentes do Centro Social de Soutelo e, inclusive, alguns profissionais", afirma a coordenadora do "Sentir Gerações". A candidatura foi aprovada em setembro do ano passado, pela Fundácion Cepsa. O projeto apresenta como principais objetivos a estimulação sensorial e promoção do relaxamento, a estimulação e o desenvolvimento de competências e a promoção de ativida-

des lúdicas e de lazer. "Este projeto tem prevista a duração de um ano, mas vamos trabalhar desde já na obtenção de outros meios de financiamento para alargarmos o horário de funcionamento e o âmbito desta ideia a todas as outras que temos desenvolvido", explica Hélder Norinho, do CSS. Após a construção da sala snoezelen, que terá acessos para pessoas com mobilidade reduzida, o equipamento ficará disponível para a comunidade. As sessões terão custos entre os 25 euros (individual) e 35 euros (grupos de cinco pessoas). A intervenção poderá ser solicitada por indivíduos, grupos, escolas, empresas ou Instituições Particulares de Solidariedade Social. A criação da sala snoezelen teve um financiamento de 12 mil euros, valor que será entregue ao CSS a 19 de abril. O espaço deverá ficar concluído em maio. ■


VIVACIDADE ABRIL 2018 11

Sociedade

Paulo Ferreira vai filmar novo documentário na Nova Zelândia Em maio, Paulo Ferreira, fotógrafo gondomarense, vai partir numa nova expedição. Desta vez o destino é a Nova Zelândia, onde o documentarista vai registar a cultura Maori.

retamente os patrocinadores, mas todo o apoio é bem-vindo", refere. Os prémios conquistados têm facilitado a tarefa, mas o fotógrafo não esmorece na procura de apoios que possam facilitar o pagamento das despesas em viagens, transporte de material, aluguer de um veículo e alimentação.

Recorde-se que o fotógrafo foi recentemente premiado com o "Hollywood International Independent Documentary Award", distinção que já tinha conquistado em 2017, pelo vídeo "Nordlys - The northern lights". Paulo Ferreira foi também distinguido pelo Município de Gondomar com um voto de louvor. ■

"Patagónia" disponível em streaming, gratuitamente No dia 22 de abril, Dia Mundial da Terra, o vídeo "Patagónia - A ponta do mundo" ficará disponível em streaming, de forma gratuita. Foto DR

Ainda no rescaldo do último trabalho, intitulado "Patagónia - A ponta do mundo", o premiado fotógrafo Paulo Ferreira já pensa no seu próximo desafio. A nova expedição tem destino marcado - a Nova Zelândia - e vai ter, de acordo com o seu autor, "menos imagens em time-lapse e uma componente humana mais forte". Objetivo? Retratar a cultura Maori e uma crença local relacionada com uma ilha, "que se diz ser o local de partida para o paraíso, após a morte". "Quando acabei de editar o 'Patagónia' pensei em acalmar, mas tenho 47 anos e se não aproveito estes momentos, talvez mais tar-

de não tenha a força necessária para os concretizar. Dito isto, decidi aproveitar para me aventurar num novo projeto e pensei imediatamente na Nova Zelândia", afirma o documentarista. O país, considerado "favorável para a fotografia noturna em time-lapse", tem, segundo Paulo Ferreira, "pouca poluição luminosa", condição ideal para dar continuidade aos trabalhos do fotógrafo gondomarense. Apesar da aposta numa componente humana, pouco comum nos projetos anteriores, o realizador não abdica de uma mensagem ambiental, mas tenciona apostar "num registo mais criativo". A expedição está, contudo, dependente dos patrocinadores. Paulo Ferreira tem procurado angariar apoios em torno do projeto, missão que tem sido "a principal preocupação". "Vou necessitar de cerca de sete mil euros para realizar esta aventura. Desta vez optei por não recorrer ao crowdfunding, porque não faz sentido ter que dar 15% do valor angariado a uma plataforma que nada fez por mim. Tenho optado por contactar di-

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12 VIVACIDADE ABRIL 2018

Reportagem Vivacidade

Óscar Branco: "Andei durante muito tempo a bater com a cabeça nas paredes até descobrir a porta" Foto PSF

Nasceu a 2 de setembro de 1954, em Montalegre, mas veio muito novo estudar para o Porto. Óscar Branco, humorista, argumentista e ator, vive hoje em Jovim, Gondomar, onde encontrou a tranquilidade que procurava. Ao Vivacidade, recorda os altos e baixos de uma carreira que fará 40 anos em 2019. Texto: Pedro Santos Ferreira

Óscar Branco, o humorista ou o ator? Julgo que tenho os dois lados sempre comigo. São pessoas bastante diferentes, mas isso acaba por ser engraçado porque complementam-se uma à outra. No entanto, artisticamente são diferentes, apesar de haver comediantes que têm essa curiosidade de tentar o teatro. O contrário só acontece em desespero. Vamos às origens. Como é que uma criança de Montalegre chega e faz vida no Porto? Não foi difícil, foi meu pai que pagou o bilhete até cá [risos]. Foi um bocado culpa dos meus irmãos mais velhos, que acabaram o sétimo ano da altura e tiveram que continuar os estudos no Porto. Na altura, Montalegre era uma vila humilde e quem quisesse seguir vida académica tinha, obrigatoriamente, que vir para o Porto. Que recordações tem de Montalegre? Recordo sobretudo a liberdade. Levantavame e corria pelos campos, andava de burro e tenho grandes memórias da escola, período em que desgracei a minha vida [risos]. No inverno havia sempre gelo no caminho para a escola. No verão jogávamos ao botão e eu tirava os botões todos das roupas de casa. Depois cheguei ao inverno e não conseguia apertar os casacos porque não tinha botões. Foi bom, ensinou-me a não ter o vício do jogo.

"Em Portugal não há, atualmente, nenhum humorista de referência"

Na altura, já era uma criança animada e bem-disposta? Já era muito social e lembro-me bem da régua da professora. Quando vim estudar para o Porto a régua foi uma desilusão. Em Montalegre dizíamos que íamos levar bolos, até lhe chamávamos a Santa Luzia dos cinco olhinhos, porque era uma "arma" mais trabalhada. Chego ao Porto com oito anos e vou para a escola pública. Os meus irmãos andavam na privada, por isso acabei por servir de cobaia. Estive na Escola da Sé e convivi logo com crianças que mais tarde se tornaram grandes criminosos e delinquentes. Foi bom, desde cedo aprendi a negociar o meu lanche. E a matemática já era um fascínio? Era! Acabei o ensino preparatório e o meu pai deixou-me escolher o que queria estudar. Olhei para a lista e achei que podia ganhar dinheiro através da engenharia. Lá acabei por escolher eletrotecnia, que na altura estava a dar os primeiros passos em Portugal. Acabei por seguir engenharia e ainda hoje gosto muito dessa área. O que recorda se juntarmos as palavras: Leça da Palmeira, Paulo de Carvalho e 1983? Um momento marcante na minha vida.

"No início da carreira vivia numa solidão artística no Porto"

se uma profissão relativamente cedo e em casa começou a pôr-se a hipótese de eu seguir esta carreira. Acabei por entrar numa companhia de teatro e estava iniciado o meu caminho no mundo do espetáculo.

Em 1983, fui com o Carlos Tê assistir a um concerto do Paulo de Carvalho, em Leça da Palmeira. O concerto estava atrasado e o dono do espaço, que sabia que eu era ator, pediu-me para desenrascar um número improvisado para entreter a plateia. Quando dei por mim, estava em cima do palco, vestido de cozinheiro e a contar a história de um funeral.

Envereda então pelo humor, sem esquecer a capacidade de representar. Quando surge a sua primeira aventura na televisão? Começo na RTP. O ponto de partida foi consequência do primeiro sketch que fiz naquele bar, em Leça da Palmeira. Ainda não existia o conceito de stand-up comedy em Portugal, mas despertou um certo interesse. Ao início todos acharam estranho, mas o público acabou por aderir. No final, o Paulo de Carvalho, que acabou por chegar e ficou a assistir, convidou-me para a apresentação de um disco na Aula Magna. Entrei a meio do concerto e fiz o meu espetáculo de improviso. Depois fui à RTP, fiz o meu primeiro sketch e comecei a fazer os primeiros programas da manhã. Foi tudo muito rápido.

Foi o seu primeiro espetáculo de stand-up comedy? Acabou por ser. Eu já fazia teatro, mas nunca tinha experimentado aquele registo. Entretanto integrei o grupo "Os Comediantes". Era um grupo diferente, que nunca teve apoios, mas percorríamos Portugal e Espanha com um grande número de espetáculos. São boas memórias da minha carreira. É aí que a comédia se torna uma profissão? É, quando reparei que já era tarde demais para voltar atrás [risos]. Acabei por me envolver naquilo e é evidente que há paixão no meio disto tudo. Tornou-

Mais tarde torna-se comediante residente no programa "SIC 10 Horas"... Sim, já vivia em Lisboa. Foram tempos fantásticos, passados com a Fátima Lopes, com quem tinha grande empatia. Desenvolvemos um género que mais tarde traria ao público comediantes como César Mourão, por exemplo.


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Reportagem Vivacidade Isto sem esquecer o "Levanta-te e Ri", que foi um dos pontos mais altos da sua carreira. Sem dúvida. O programa foi muito maltratado pela crítica. Inicialmente era um projeto prometido ao falecido Camacho Costa, que seria realizado com atores de revista e baseado em textos que vinham de Espanha. No primeiro programa convidaram os atores dos "Malucos do Riso", o Marco Horácio e o Fernando Rocha. Estes dois eram apenas convidados e não iam ficar no elenco. No entanto, o Marco Horácio acabou por substituir o Camacho Costa, que já estava muito debilitado, e o Fernando Rocha, que se tornou um sucesso, também ficou como humorista residente. Entretanto, eu começo a ir ao "Levanta-te e Ri", aparece o Nilton, o Aldo Lima e aquilo começa a mudar e a criar algum entusiasmo. Depois aparecem Bruno Nogueira, Ricardo Araújo Pereira, entre outros, e de repente há uma nova geração de humoristas. Mas as críticas continuavam. Como lidavam com essa pressão semanal? Havia o reconhecimento do público e as audiências não deixavam que isso fosse uma mentira. Os críticos sempre tentaram colar o programa a uma faixa suburbana, mas eu acho que foi uma das melhores experiências que se fez na televisão portuguesa. Depois tentaram repetir o formato, mas já não conseguiram. O que ditou o fim do programa? A SIC decidiu contratar um iluminado, um visionário vindo dos EUA, chamado Francisco Penim. Alterou tudo. Eu e o César Mourão chegamos a ser dispensados do "SIC 10 Horas" e ficou só o José Freixo e o pato Donaltim. O próprio programa mu-

Gostava de apresentar um espetáculo no Porto, no próximo ano, para celebrar o 40.º aniversário da minha carreira. dou de nome e passou a chamar-se "Fátima”, tornando-se uma imitação da "Oprah". De tarde passamos a ter o "Às 2 por 3" e o "Contacto". As audiências desceram a pique. Além disso, resolveu acabar com o "Levanta-te e Ri". O mais desagradável foi o deelay de meia hora que a transmissão do último programa teve, porque tinham medo que algum dos humoristas desabafasse. Saímos todos revoltados. Apesar desse final atribulado, o stand-up comedy continuou... Porque decidimos formar um grupo, chamado "Clube de Comédia", e partimos para outras experiências e novos espetáculos. Felizmente ficaram boas amizades e ainda nos vamos encontrando semanalmente, pelo país fora. Sentem que marcaram uma geração que cresceu com vocês? Sentimos isso e ainda hoje vemos isso nos nossos espetáculos. Sempre fomos muito diferentes entre nós, cada um tinha o seu registo e esse foi o segredo para o sucesso. O Óscar ficou conhecido pelo humor de observação, baseado no quotidiano e pequenos gestos... Sim, esse foi sempre o meu registo. Sou muito atento aos pequenos hábitos dos portugueses e isso torna mais fácil a identificação

> O humorista no programa "Levanta-te e Ri"

do público com os meus espetáculos. Depois ainda fez parte do programa "Maré Alta", novamente com o Fernando Rocha... É verdade, mas já num formato diferente. Aparecem aqueles guionistas todos, alguns das Produções Fictícias... não gostava nada daquilo. Eu e o Fernando Rocha mudávamos aquilo tudo e ninguém se apercebia [risos]. Já disse várias vezes que devia ter saído mais cedo do "SIC 10 Horas". Mantém essa opinião? Mantenho, porque depois tornou-se difícil seguir um caminho próprio, mas nada contra a televisão. Aliás, até há pouco tempo estive em negociações para fazer um programa diário no Porto Canal, mas acabou

por não se concretizar. Agora estou a morar em Gondomar, porque a minha companheira é daqui, e é tudo mais calmo. Tem projetos para Gondomar? Neste momento tenho estabelecido um protocolo com a União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. Eles cedem-me um espaço para guardar as minhas coisas e eu faço espetáculos para a Universidade Sénior de Gondomar. Já tentei desenvolver um projeto com a Câmara Municipal de Gondomar, mas não notei grande vontade e a ideia ficou-se por aí. Julgo que era necessária uma ideia que aproximasse os mais novos deste concelho. A tentação de fugir para o Porto ainda é muito grande e os jovens casais não se fixam em Gondomar, que tem uma das populações mais envelhecidas do distrito do Porto. Voltando ao humor, hoje em dia quem é que o faz rir? Em Portugal não há, atualmente, nenhum humorista de referência. Antigamente tínhamos o António Silva, o Raúl Solnado, o Herman... hoje não vejo ninguém assim. Somos todos sobreviventes. Ao longo da sua carreira escreveu sempre os seus textos. Essa é uma vantagem para um humorista? Acabou por ser. No início da carreira vivia numa solidão artísticas no Porto. Fui dos primeiros a ir para Lisboa, mas durante a fase inicial não tinha ligação a outros atores ou comediantes. Andei durante muito tempo a bater com a cabeça nas paredes até descobrir a porta.

> Óscar Branco nasceu a 2 de setembro de 1954, em Montalegre

Em 2019, vai assinalar os 40 anos de carreira. Tem algum espetáculo em mente? Tenho sempre ideias novas, mas ando a precisar de um espaço para ensaiar. Gostava de apresentar um espetáculo no Porto no próximo ano, para celebrar o 40.º aniversário da minha carreira. ■


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Sociedade

Paulo VI muda imagem a pensar na "evolução para o futuro"

O Colégio Paulo VI tem uma nova imagem. Mais institucional e moderno, o novo logótipo foi apresentado aos alunos, professores, pais e funcionários da instituição, no auditório do externato. "Os tempos são de mudança. Ao longo dos anos, muitas foram as metas apontadas, objetivos conseguidos e excelência alcançada, mas queremos sempre mais e melhor. Por isso, a nossa nova imagem pretende acompanhar e refletir essa bravura, consolidando o Paulo VI como uma instituição inova-

dora", começou por dizer a diretora Dulce Machado. A operação de rebranding da marca foi também suportada por Rui Castro, que reforçou a "necessidade de dar o salto". "O objetivo da mudança do logótipo foi a evolução para o futuro, sem esquecer o passado deste colégio. Queremos marcar uma posição através dos resultados obtidos anualmente, mas também por conquistas maiores que a questão académica", acrescentou o diretor. A nova imagem mereceu a aprovação de todos. Daniel Cardoso, presidente da Associação de Estudantes, também se mostrou satisfeito com a mudança. "Lembra-me os pilares deste colégio: saber, fazer e ser. Dou os parabéns à direção por esta mudança", disse o aluno. Por último, Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, fez notar o "orgulho do Município" no Paulo VI, com a certeza "que ainda farão muito mais por

Gondomar e por Portugal". Atletas de voleibol vão disputar o Campeonato Mundial de Desporto Escolar A apresentação da nova imagem do Paulo VI ficou também associada à homenagem prestada aos atletas que irão representar

Gondomar e Portugal no Campeonato Mundial de Desporto Escolar em Brno, na República Checa. A campanha das equipas de voleibol juvenis feminina e juvenis masculina resulta das conquistas do Campeonato Nacional de Desporto Escolar. ■ Foto PSF

No dia 11 de abril, o Colégio Paulo VI fez o lançamento da nova imagem da instituição. A mudança de logótipo ficou também associada à apresentação do novo site da instituição.

> A sessão decorreu no auditório do Paulo VI

Fórum Económico e Social: 8ª edição discute pobreza e exclusão social Os alunos das áreas das Humanidades e de Economia do Colégio Paulo VI vão, pela 8ª vez consecutiva, organizar o Fórum Económico e Social. A iniciativa realiza-se a 20 de abril, no auditório do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa.

O Fórum Económico e Social conta com os apoios da Comissão Nacional da UNESCo, da Associação de Professores de Geografia, da Câmara Municipal de Gondomar e da Europe Direct. Alunos aprovam iniciativa Ao Vivacidade, João Amorim (10.º ano), Maria Fresco (11.º ano) e Luís Blanquet (12.º ano) mostram-se satisfeitos com o tema e os oradores convidados do 8.º Fórum Económico e Social. "No ano passado não estive presente. Por isso, este ano, estou ansioso por perceber como funciona o Fórum, que envolve muito os alunos do ensino secundário. O

contacto com o ensino superior é a grande mais-valia deste evento", afirma João Amorim. Por sua vez, Maria Fresco, aluna de Economia, destaca a "oportunidade de contactar com pessoas especializadas". "Não é todos os dias que temos este privilégio. Além disso, é sempre um acréscimo às aulas que temos no colégio", aponta a aluna. Por último, Luís Blanquet, finalista, acredita que o Fórum distingue os alunos do Paulo VI dos restantes, "porque dá-nos a oportunidade de organizar um evento, desde a escolha do tema até ao encerramento". "É uma experiência muito enriquecedora", conclui. ■ Foto PSF

"A pobreza em Portugal: velhos e novos rostos de uma mesma realidade". Este será o tema agregador do 8.º Fórum Económico e Social do Colégio Paulo VI, uma iniciativa promovida pelo Departamento de Ciências Económicas e Sociais desta instituição. O evento contará, este ano, com as presenças de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Rio Fernandes, presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos, Carlos Farinha Rodrigues, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Nova de Lisboa, Elisabeth Santos, da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, Alexandra Lopes, socióloga da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e Florbela Samagaio

Gandra, da Escola Superior de Educação Paula Frassineti. "Esta iniciativa faz parte do percurso académico dos nossos alunos. Os professores e alunos dão grande visibilidade e importância a este Fórum, ao ponto de contarmos sempre com o regresso de alguns ex-alunos. Tem sido um projeto coroado de êxitos", garante Vítor Fontes, mentor do Fórum Económico e Social. A iniciativa pauta-se pelo ambiente pré-universitário e, de ano para ano, conta com uma adesão massiva dos alunos do ensino secundário, bem como de algumas turmas do 9.º ano do colégio. "O objetivo é criar uma experiência pré-universitária. Na prática, os alunos vão ter aulas com convidados especializados no tema que escolheram. Desta forma, é possível partilhar visões pluridisciplinares fora do ambiente escolar. Pretende-se, assim, que o mesmo problema seja analisado de vários ângulos e com diferentes pontos de vista", reforça o professor. A principal novidade prende-se com a criação do Prémio "Melhor Ensaio/Fórum Económico e Social Paulo VI", cujo desafio assenta na reflexão sobre o evento, bem como do tema em discussão. A conferência é aberta à comunidade, mediante inscrição, e vai ter lugar no auditório do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa.

> Vítor Fontes, Luís Blanquet, João Amorim e Maria Fresco


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Lipor implementou recolha porta a porta residencial em Gondomar

No total, são 3783 fogos abrangidos pela campanha de recolha porta a porta residencial da Lipor. A ação vai abranger cerca de 9.200 habitantes de São Pedro da Cova, Rio Tinto (Areias e Soutelo), São Cosme (Cooperativa Funcionários Judiciais e Portelinha). O lançamento da campanha fez-se a 26 de março, no Bairro Mineiro, em São Pedro da Cova. Objetivo? Instalar recipientes multimaterial porta a porta, devidamente identificados com chip, que permitam reciclar papel,

cartão, plástico, metal, vidro e indiferenciados, em detrimento dos contentores do lixo e moloques de reciclagem. "Este é um momento importante para nós. Escolhemos o Conjunto Habitacional Mineiro para iniciarmos aqui a mudança de paradigma da reciclagem no nosso concelho. Esperamos que cada um de vocês contribua para este projeto e que se torne uma ideia de sucesso. Queremos cumprir as metas municipais que inscrevemos no PERSU 2020", afirmou José Fernando Moreira, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar. O autarca foi acompanhado por Marco Martins, edil gondomarense, na ambição de cumprir as metas ambientais, no compromisso assumido com a Lipor. "Hoje estamos a dar um passo muito importante para um futuro mais risonho. No passado, este conjunto habitacional foi muito mal visto, mas queremos dar um exemplo de que conseguimos melhorar, nomeadamente no que toca à separação de resíduos", referiu Marco Martins, após recordar o investimento de 150 mil euros, financiados pela Lipor e fundos comunitários. O sistema implementado permitirá saber

quanto é que cada utilizador produz de lixo, tendo por base a lógica do utilizador/ pagador com ciclos de recolhas para as diferentes tipologias de material reciclado. Durante o lançamento da campanha, que contou com a presença de Francisco Leite,

presidente da administração da Lipor, os habitantes do Conjunto Habitacional Mineiro foram também sensibilizados para uma correta separação, periodicidade das recolhas, procedimentos de deposição e mais-valias do novo sistema de reciclagem. ■ Foto PSF

O Bairro Mineiro, na freguesia de São Pedro da Cova, foi o local escolhido para o lançamento do mais recente projeto da Lipor em Gondomar. Ali e noutros locais do concelho passa a existir uma recolha seletiva porta a porta residencial.

Sociedade

> O projeto piloto foi apresentado em São Pedro da Cova

Gondomar recebe alunos das escolas da Área Metropolitana do Porto

O Pavilhão Multiusos de Gondomar vai receber um projeto piloto nas escolas, intitulado CriAtividade, que vai juntar neste equipamento centenas de alunos de 17 municípios da AMP. A premissa é simples e prevê que os estudantes sejam divididos em cerca de 60 células de trabalho, com vista a responder aos desafios práticos que lhes serão colocados num curto espaço de tempo, recorrendo a competências como trabalho colaborativo, pensamento crítico e capacidade de tomada de decisão. "Este evento vem posicionar Gondomar como referência na área da Educação na AMP. Vamos ter a oportunidade de ver o que

melhor se faz nas escolas e contamos receber, pelo menos, uma escola por concelho", afirma Aurora Vieira, vereadora da Educação da Câmara Municipal de Gondomar.

de estado da Educação, Gaspar Ferreira, da Ordem dos Psicólogos, Carla Vale, diretora do Centro de Emprego de Gondomar, Ca-

rolina Ferreira, chefe de divisão da Cidade das Profissões da Câmara Municipal do Porto, entre outros convidados. ■ Foto PSF

No dia 21 de abril, entre as 9h e as 18h, o Multiusos de Gondomar vai receber alunos das 17 escolas da Área Metropolitana do Porto (AMP). Os jovens vão responder a desafios práticos que devem ser resolvidos num curto espaço de tempo.

"Democracia e Participação" em debate A 23 de abril, o Auditório Municipal de Gondomar vai acolher o seminário "Democracia e Participação", a partir das 9h30. O evento é de âmbito nacional e resulta da presidência da Câmara de Gondomar no núcleo de Cidadania e Participação da Rede das Cidades Educadoras. "Vamos receber municípios que têm projetos em diversas áreas. O objetivo passa por debater temas da atualidade como a participação das mulheres e o envolvimento ou afastamento dos jovens, entre outros. Vai ser uma importante partilha de experiências municipais", explica Aurora Vieira. Rede Gondomar Qualifica organiza 1.º Seminário No dia 24 de abril, em véspera do Dia da Liberdade, o auditório do CINDOR recebe o 1.º Seminário da Rede Gondomar Qualifica, subordinada ao tema "Nos caminhos da qualificação e da empregabilidade". O encontro terá início às 9h e vai contar com as presenças de João Costa, secretário

> Aurora Vieira, vereadora da Câmara de Gondomar


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Sociedade

Viva Saúde Paulo Amado*

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia * Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia Mestre em Medicina Desportiva Coordenador da Unidade Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do Hospital Lusíadas Porto Director Clinico da Clinica Medica da Foz - Porto Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Docente do Instituto Superior de Saúde PIAGET Membro do Bording Educacional Europeu da EFAS

Infiltrações nos joelhos, fazem mal?

Até breve, estimados leitores…

No dia 22 de abril, o Movimento em Defesa do Rio Tinto vai promover a 11ª edição da Caminhada pelo Rio Tinto. A iniciativa terá início às 10h, com início junto às piscinas municipais. A luta do Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT) está prestes a completar mais uma página da sua já longa história. No horizonte está agora a 11ª Caminhada pelo Rio Tinto, iniciativa que surgiu há 12 anos - foi suspensa um ano - para consciencializar a população e as entidades responsáveis pela manutenção do recurso hídrico para a necessidade de o recuperar. "Quando o MDRT começou a sua caminhada, a grande maioria das pessoas considerava a recuperação do rio impossível. Alguns achavam até que o rio deveria ser totalmente entubado. Felizmente, estas caminhadas vieram alertar para a necessidade de preservar este recurso que dá nome à cidade", começa por dizer Paulo Silva, fundador do MDRT. A 11ª Caminhada pelo Rio Tinto terá início pelas 10h, no dia 22 de abril, e contará com a presença de Pedro Teiga, investigador na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e coordenador nacional do Projecto Rios. O percurso da caminhada voltará a fazer a ligação entre o centro de Rio Tinto e o Parque Oriental do Porto, "procurando demonstrar a importância da construção do intercetor da ETAR do Meiral e dando conta das obras que estão a ser realizadas

ao longo do Parque Urbano de Rio Tinto". "Esta edição não tem um objetivo superior ou diferente das anteriores. O objetivo principal continua a ser a tentativa de dar visibilidade ao rio Tinto, que será uma mais-valia para Gondomar e para o Porto", afirma Paulo Silva. O MDRT espera receber, novamente, centenas de participantes nesta iniciativa. Os ativistas não esquecem as conquistas alcançadas, "apesar das diversas tentativas de conotação política", e mostram-se unidos "para fazer a diferença". Marta Macedo, que integra o MDRT, lembra que os membros do Movimento "aprenderam a resistir a tudo e continuam a elogiar e criticar, conforme seja necessário". "Temos tido vitórias e derrotas. A grande vitória foi, sem dúvida, a eliminação das descargas da ETAR do Meiral no rio Tinto. Outra vitória foi a eliminação da agressão da Ribeira da Granja, que provém da Maia. Por último, a construção de um parque urbano em Rio Tinto, que lamentavelmente não engloba a totalidade da Quinta da Boavista, que viu ser atribuída a uma parte do terreno capacidade construtiva", refere. Por sua vez, Eugénia Faria contesta a construção de um lago artificial e o entubamento da Ribeira da Castanheira, no terreno da antiga feira de Rio Tinto, sem esquecer que o rio "continua a ter problemas nas zonas da Triana e de Campainha". "Assim que seja concluída a construção do intercetor, passará a existir uma segunda fase da nossa ação. Sempre houve uma tentativa de dizer que as grandes doenças do rio não eram doenças, mas vamos continuar o nosso caminho. Esperamos que exista o diálogo que nos últimos tempos não tem existido com a Câmara de Gondomar ou com a empresa Águas de Gondomar", conclui a ativista. ■ Foto DR

Uma pergunta simples como esta, que muitos dos doentes fazem nas consultas, nem sempre tem uma resposta direta. Quando se infiltra um joelho, primeiro tem de haver um diagnóstico, o mais correto possível. Se é uma patologia extra articular, ou seja, na zona do joelho, relacionada, por exemplo, com uma tendinite do tendão rotuliano, uma infiltração de uma cortisona pode estar indicada, dependendo da idade do doente, doenças que tem, etc. É óbvio que é um ato médico exclusivo, não devendo ser realizado por mais ninguém. A tendinite do rotuliano será das poucas patologias com indicação para este tipo de infiltrações, apesar de hoje em dia já fazermos, em alternativa, infiltrações com PRP, ou seja, fatores de crescimento plaquetários, que é um produto colhido do próprio sangue do paciente, logo sem factores de risco. Mas quando temos um paciente com lesões de cartilagem, ou seja, quando existe uma artrose do joelho, tem muito interesse infiltrações com ácido hialurónico, um produto seguro e muito importante para a saúde da cartilagem doente. Essas infiltrações já muito com muita experiência, na prática clínica, constituem um excelente medicamento para atrasar e mesmo parar a evolução da artrose em muitas articulações doentes, em especial nos joelhos. A má fama das infiltrações tem a ver com aplicação de cortisonas dentro da articulação do joelho o que é totalmente diferente das anteriores, estas sim devem ser ponderadas e só em casos muito especiais. Assim o paciente deve confiar no seu médico, pois muitas infiltrações dentro do joelho têm grandes vantagens para a proteção da cartilagem. Devemos ser nós, médicos, a esclarecer os nossos doentes do que propomos fazer, para que o mesmo não confunda situações que podem ser prejudiciais.

Movimento em Defesa do Rio Tinto organiza 11ª caminhada pelo rio

> Os membros do MDRT prometem continuar a lutar pelo rio


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Sociedade

Três carros incendiados em Rio Tinto Três viaturas foram incendiadas na madrugada de 17 de abril, em Rio Tinto. A Polícia Judiciária está a investigar o caso. A madrugada desta terça-feira não teve a calma habitual para os habitantes de Rio Tinto. Três carros foram incendiados, sendo que um dos automóveis ficou completamente queimado e as outras duas viaturas sofreram estragos. O alerta foi

dado às 1h03 da manhã. De acordo com o que foi possível apurar, uma mulher, que terá problemas de alcoolismo, é suspeita de ter ateado o fogo e foi identificada pela PSP. Terá sido um antigo vizinho da suspeita quem a terá retido até à chegada da polícia. A suspeita tem 56 anos e já tinha sido expulsa do prédio onde vivia, devido a outros episódios que envolvem vários animais dentro da sua propriedade. Ao que tudo indica, esta também não terá sido a primeira vez que ateou fogo a viaturas naquela zona. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária. ■

Escola Secundária de Gondomar encerra comemorações do centenário A Escola Secundária de Gondomar vai encerrar as comemorações do 100.º aniversário a 23 de abril. Ao Vivacidade, Lília Silva, diretora do agrupamento, fala de "uma escola de projeto, com projetos e para projetos".

Foto DR

Foto DR

A Escola Secundária de Gondomar (ESG) foi criada por despacho ministerial, em 1916. No entanto, as funções só arrancaram um ano e meio depois, em novembro de 1917. Posto isto, as comemorações dos 100 anos de existência estenderam-se ao longo de dois anos letivos, tal como a fundação da escola. “Nestes últimos anos, temos procurado levar à prática o slogan de uma escola de projeto, com projetos e para projetos. Temos uma cultura bem definida e, por isso, sabemos bem o caminho que queremos seguir, acreditando que do envolvimento, da colaboração e da cooperação entre todos surgirá uma escola mais forte, mais viva e melhor”, realça Lília Silva, diretora da ESG, que ainda foi mais longe, reiterando “o profundo compromisso da ESG e do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar com as pessoas, com a valoriza-

ção do conhecimento, da excelência e de uma cidadania ativa e responsável”. Desta forma, no próximo dia 23 de abril, numa iniciativa conjunta com a Associação de Pais da Escola Secundária de Gondomar, depois da inauguração de uma galeria de fotos alusiva aos 100 anos de vida da escola, vai proceder-se ao encerramento das comemorações, com um debate subordinado ao tema "Educação: uma responsabilidade partilhada", em que está assegurada a presença de um leque assinalável de representantes da comunidade civil e política. A iniciativa vai contar com a presença do secretário de Estado da Educação, João Costa. ■

Águas de Gondomar solidária com vítimas dos incêndios em Oliveira de Frades

A iniciativa de angariação de bens incidiu sobretudo sobre eletrodomésticos, mobiliário e artigos para o lar, necessidades identificadas no decorrer de uma visita prévia efetuada àquela localidade por um colaborador da Águas de Gondomar. A campanha interna de solidariedade registou uma elevada adesão dos funcionários da AdG, que responderam de forma positiva

ao apelo lançado de ajuda o próximo. Para além dos bens, equipamentos e valores angariados durante esta campanha, a iniciativa reuniu também materiais de construção, fundamentais para a realização de intervenções na reconstrução ou recuperação das casas afetadas pelo flagelo do fogo. Os bens recolhidos foram entregues, na totalidade, às famílias residentes nas casas identificadas, por uma equipa constituída por cerca de 20 homens. Para além da entrega dos bens, a equipa ajudou ainda no terreno, contribuindo com trabalhos de instalação de equipamentos nas habitações e prestando serviços de eletricidade em algumas das residências afetadas. Jaime Martins, diretor-geral da AdG, congratula-se com o espírito de solidariedade dos colaboradores da AdG no apoio a esta causa. “Para nós é um orgulho poder contar na nossa equipa de colaboradores com pessoas solidárias, que fazem a diferença e que se entregam de corpo e alma àqueles que mais precisam. Por isso mesmo, decidimos apoiar esta campanha desde a primeira hora, mobilizando não apenas a estrutura interna,

mas colocando também à sua disposição meios que permitiram a concretização desta

ajuda ao próximo”, sublinha aquele responsável. ■ Foto DR

No dia 7 de abril, dez residências da Aldeia de Penedo, em Oliveira de Frades, dramaticamente afetadas pelos incêndios de outubro do ano passado, receberam os bens recolhidos no âmbito de uma campanha interna realizada junto dos colaboradores da empresa Águas de Gondomar.


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Sociedade

Virgílio Pereira assume comando dos Bombeiros da Areosa-Rio Tinto No dia 29 de abril, Virgílio Pereira vai tomar posse como comandante dos Bombeiros Voluntários da Areosa - Rio Tinto, na sede desta corporação. O novo comandante sucede a José Costa e Silva.

de emergência do INEM. Foi nomeado adjunto de comando em 2006. "O comandante cessante, José Costa e Silva, agora no Quadro de Honra desta associação, desenvolveu, ao longo de 12 anos ao comando desta corporação, um trabalho meritório ao equilibrar e consolidar as relações com a direção. Foi capaz de dar continuidade às boas práticas que tornaram possível o desenvolvimento e afirmação de caráter desta associação e dos seus voluntários", afirma Manuel Correia da Silva, presidente da direção dos BVART. De acordo com o dirigente, a direção partilhará com o novo comandante as metas do Regulamento Interno desta corporação. Além disso, continua, "pretende-se que seja mantido o rigor da proteção e socorro de pessoas e bens, com a melhoria constante da formação e treino dos bombeiros e da capacidade de resposta, tempo e qualidade, para que se possa lutar no dia a dia por um nível de excelência", acrescenta Manuel Correia da Silva. A tomada de posse está marcada para o dia 29 de abril, às 9h45. ■

O projeto "Erasmus+" teve o seu capítulo final na Escola Secundária de Rio Tinto, após dois anos de intercâmbio escolar e intercultural. O programa reuniu escolas de quatro países europeus. A Escola Secundária de Rio Tinto recebeu, entre os dias 19 e 23 de março, quinze alunos e seis professores provenientes da Hungria, Roménia e Suécia, no âmbito do encerramento do programa "Erasmus +". O projeto aprovado para o biénio 2016/2018

viu, na sequência das anteriores mobilidades, promovida a partilha de experiências e vivências multiculturais através do recurso a atividades diversificadas (jogos tradicionais, exibições e concursos culinários, workshops de artesanato, visitas a instituições, empresas e monumentos da região). Durante a visita, os alunos visitantes ficaram alojados em famílias de acolhimento, tal como nas anteriores mobilidades. A imersão cultural intensificada foi considerada uma mais-valia deste projeto. Ao Vivacidade, a Escola Secundária de Rio Tinto faz uma "avaliação positiva de todos os intervenientes neste enriquecedor processo de conhecimento intereuropeu e multicultural proporcionado pelo programa "Erasmus+" da União Europeia. ■ Foto DR

O atual 2.º comandante dos Bombeiros Voluntários da Areosa - Rio Tinto (BVART), Virgílio Pereira, vai assumir o comando desta corporação no final deste mês. A subida no cargo será também acompanhada da ascensão do atual adjunto de comando, João Nunes, a 2.º comandante. Virgílio Pereira conta com 33 anos de serviço, 25 dos quais como profissional deste corpo de bombeiros com a função de coordenador de serviços. Em 2001, foi nomeado adjunto de comando e, em 2006, 2.º comandante. Por sua vez, João Nunes é voluntário há 26 anos e técnico

"Erasmus +" encerrou na Secundária de Rio Tinto

ACIG esclarece empresários APPC debateu "Sexualidade sobre proteção de dados na deficiência"

Foto Arquivo Vivacidade

A Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG) vai organizar uma sessão de esclarecimento sobre o tema "Regulamento Geral de Proteção de Dados". No programa do evento constam quatro pontos de discussão que vão centrar-se no regulamento, nos dados pessoais, nas principais alterações ao documento e no que será necessário fazer para a lidar com as mesmas. Recorde-se que a 27 de abril de 2016, foram aprovadas pela União Europeia novas medidas no que respeita à proteção de dados pessoais, impondo às empresas novos comportamentos que até então não eram neces-

sários. Assim, emergiu um novo paradigma empresarial que, em caso de incumprimento, poderá resultar em coimas elevadas. Sendo esta matéria de extrema sensibilidade, e porque o cumprimento do Regulamento Geral de Proteção de Dados será alvo de uma elevada fiscalização por parte da Comissão Nacional de Proteção de Dados, a ACIG vai procurar esclarecer os empresários sobre os novos cuidados a ter, tendo em conta a legislação que entra em vigor a 25 de maio deste ano. O painel de oradores será composto por Joana de Sá, Augusto Almeida Correia e João Sargaço Raimundo. A iniciativa está marcada para 27 de abril, às 15h, no auditório da ACIG. ■

A Comissão de Residentes da Unidade Residencial Definitiva da Associação do Porto de Paralisia Cerebral promoveu, a 23 de março, uma tertúlia subordinada ao tema da "Sexualidade na deficiência". O conjunto de atividades "Às 6ªs com..." teve, no final do mês passado, novo capítulo. Desta vez, o encontro contou com a participação dos convidados António Salema, Fátima Almeida e João Melro, da Associação Território dos Afetos, sendo moderado por Inês Braga, residente da "Villa Urbana" de Valbom. Objetivo? Discutir o tema "Sexualidade na deficiência" entre clientes, colaboradores, familiares, voluntários e parceiros da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC). A iniciativa procurou dar a conhecer a opinião de especialistas na área, de modo informal, contribuindo também para a autonomia e autodeterminação dos clientes da APPC, nomeadamente na sua capacidade de decidir livremente o seu projeto de vida.

Participaram cerca de trinta pessoas e são de salientar os contributos prestados por Patrícia Vitorino e Marco Aurélio, que partilharam a vivência no que diz respeito à sexualidade na sua condição. No fim, salientou-se a complexidade e necessidade de discussão da promoção da sexualidade num contexto como o da APPC, discutindo-se abordagens e soluções para a promoção dos direitos da pessoa com deficiência. ■ Foto DR

Na antecâmara da entrada em vigor de um novo - e mais rigoroso - Regulamento Geral de Proteção de Dados, a Associação Comercial e Industrial de Gondomar vai realizar uma sessão de esclarecimento sobre o tema, a 27 de abril, no auditório do edifício-sede.


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Gondomar está a celebrar os 44 anos de democracia e liberdade

O programa das comemorações do 25 de Abril já arrancou. Em Gondomar, a democracia e a liberdade estão a ser assinaladas em diversas frentes, com atividades organizadas pelo Município, Juntas de Freguesia e coletividades do concelho. No dia 16 de abril, José Adelino Maltez visitou a Casa Branca de Gramido, dando início às tradicionais Conferências de Abril, organizadas pela Câmara de Gondomar. O professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa admitiu que "cada um tem o seu 25 de Abril".

José Adelino Maltez recordou que no dia da revolução estava em exames na faculdade em Coimbra, de onde é natural, e que só se apercebeu das movimentações pelo final da tarde. O politólogo considerou ainda que Portugal conserva e cultiva como poucos, a "estabilidade da sua política internacional". "A excelente classificação internacional que Portugal tem não se deve à produção, mas é fruto da excelente gestão de dependências", afirma José Adelino Maltez. Segue-se Adriano Moreira, ex-ministro do Ultramar, professor universitário e ex-presidente do CDS-PP, que visita o mesmo espaço a 23 de abril, pelas 21h30. "A confirmação do professor Adriano Moreira é uma excelente adição ao nosso painel de convidados. É um homem com uma grande experiência acumulada, quer antes do 25 de Abril quer depois. É uma figura que consegue ter um respeito de todos os quadrantes políticos e que recolhe uma opinião positiva da generalidade das pessoas, apesar de ter estado ligado ao antigo regime com

Foto DR

O 25 de Abril de 1974 está a ser recordado no concelho de Gondomar. Em todas as freguesias há atividades que evocam a efeméride que libertou Portugal do Estado Novo.

> José Adelino Maltez, inaugurou as conferências dedicadas ao 25 de Abril

responsabilidades acrescidas. Vamos estar perante uma personalidade singular em Portugal", afirma Luís Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara de Gondomar. As comemorações do Município ficarão completas com o concerto do músico Paulo de Carvalho, no dia 21 de abril, pelas 21h30, no Auditório Municipal de Gondomar. Segue-se a sessão solene, a 25 de abril, pelas 10h, na Câmara Municipal de Gondomar. O último ato fica reservado para o concerto da Banda Musical de São Pedro da Cova, Grupo Coral Vox Populi e Coro da Amizade, no dia 1 de maio, no Auditório Municipal.

> Luís Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara de Gondomar

Sociedade

Freguesias apresentam programa das comemorações Na União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, as comemorações do 25 de Abril de 1974 começaram no final de março e vão prolongar-se até ao início de maio. Na agenda estão ainda a Caminhada da Liberdade (22 de abril), o Espetáculo "Melodias de Abril" (24 de abril), a Conferência "A paz e os valores de Abril" (29 de abril) e a Corrida da Liberdade (1 de maio). A sessão solene está reservada para as 10h30 do dia 25 de abril, no auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. Em Rio Tinto, a festa da liberdade começa a 20 de abril com o decorrer de uma Assembleia de Freguesia Especial dedicada às escolas da freguesia, no sa-

lão nobre da Junta. A sessão solene volta a realizar-se na noite de 24 de abril, no mesmo local. No dia da Revolução dos Cravos, realiza-se o hastear das bandeiras (10h) e o concerto da Banda de São Cristóvão de Rio Tinto (10h30). O último ato fica reservado para o Centro Cultural de Rio Tinto com nova sessão das Conversas Culturais, dedicada ao tema "25 de Abril: duas gerações". O evento terá lugar a 27 de abril, pelas 21h15. Na União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, as comemorações vão fazer-se nos três edifícios da autarquia. Primeiro em Jovim (9h), depois em Valbom (9h30) e, por fim, em São Cosme (10h), as bandeiras vão ser hasteadas, no dia 25 de abril. Às 10h30, terá início a Regata 25 de Abril, no Clube Naval Infante D. Henrique. Em Baguim do Monte, a 25 de abril, pelas 10h, tem lugar a sessão solene da Junta de Freguesia, no auditório Carla Laranjeira. A iniciativa contará com intervenções políticas de todas as forças representadas naquele órgão autárquico. Seguir-se-á a entrega de medalha de mérito desportivo a Beatriz Pacheco Mendonça, a entrega de medalhas alusivas ao 25 de Abril e a entrega de prémios do concurso "Revolução de Abril". Durante a manhã, terá lugar o torneio de futsal "25 de Abril", no Pavilhão Municipal de Baguim do Monte. ■


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Destaque

O 25 de Abril contado por quem o viv

Está prestes a celebrar-se o 44.º aniversário de um dos dias mais marcantes da história recente de Portugal. A Revolução dos Cravos primeiro passo para derrubar a ditadura do Estado Novo, implantado em 1933. O Vivacidade falou com quatro gondomarenses que Texto: Pedro Santos Ferreira

No dia 25 de Abril de 1974, Portugal escrevia uma das páginas mais belas da sua história recente. O Movimento das Forças Armadas (MFA) ocupou os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, anunciou à população que pretendia que o País fosse novamente uma democracia, com eleições e liberdades de toda a ordem. No ar passavam músicas que o Estado Novo censurava, como "Grândola Vila Morena", de José Afonso. Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada por Salgueiro Maia, saía da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, rumo a Lisboa. A capital seria o foco de todas atenções, tendo começado aí o cerco a Marcelo Caetano, sucessor de Salazar à frente da ditadura. No entanto, a vontade do MFA alastrou-se rapidamente ao resto do País, tendo chegado através das ondas hertzianas à maioria dos portugueses. Para assinalar a efeméride, o Vivacidade descobriu quatro gondomarenses, de diferentes forças políticas, com estórias por contar. "A Guerra Colonial fazia-me muita confusão" Joaquim Espírito Santo, 60 anos, lembra-se daquele dia "como se fosse hoje". Tudo fazia crer que era só mais um dia, quando o aluno do Liceu Alexandre Herculano acordou cedo para ir de Fânzeres até ao Porto. No autocarro, tudo normal, sem deixar antever sinais maiores da revolução que ocorria em Lisboa. Só quando chegou ao liceu é que o gondomarense percebeu, através de um amigo que ouvia disfarçadamente a rádio, que algo estava a mudar.

"Quando cheguei à escola estava um amigo meu a ouvir a rádio em plena sala de aula. O cabelo tapava-lhe o aparelho, para a professora não ver, e lá me ia dizendo o que se passava. Acabei por não resistir e começamos os dois a ouvir os comunicados do MFA, que garantiam que estava tudo controlado. Foi aí que percebemos que estávamos perante uma revolução a sério", afirma. Antes, ainda de madrugada, escutou, sem saber, uma das senhas do MFA em direto. "Tinha por hábito ouvir o programa 'Limite', na Rádio Renascença, que dava entre a meia-noite e a uma da manhã. Nesse dia ouvi em direto a 'Grândola, Vila Morena' e gravei rádio, sem me aperceber que era a senha para os militares", recorda o gondomarense. Durante a tarde, a escola dispensou os alunos, mas Joaquim Espírito Santo não regressou a casa, como lhe pediram. O jovem de 17 anos preferiu deslocar-se até à Avenida dos Aliados, no Porto, onde encontrou uma multidão em festa. "Falava-se em liberdade sem medo, pela primeira vez em muitos anos. Acabei por voltar a casa só ao final da tarde", acrescenta. A consciência política já tinha sido despertada dois anos antes, a 15 de abril de 1972, quando sem contar, participou numa manifestação contra a ditadura de Marcelo Caetano, episódio que recorda ao nosso jornal. "Ainda frequentava o liceu D. Manuel II. Lembro-me que fui à casa de banho e vi um panfleto apelativo, que nos convidava a ir aos Aliados. Juntei um grupo de amigos e acabamos por ir, sem saber muito bem o que iríamos ver. Quando já lá estávamos a polícia começou a distribuir pancada e fui um dos que ficou em mau estado. Fugi e só parei no jardim da Cordoaria, todo ensanguentado. A partir desse dia, nunca mais tolerei o Es-

> Joaquim Espírito Santo tinha 17 anos em 1974

> Na Avenida dos Aliados, no Porto, também se festejou o 25 de Abril de 1974

tado Novo", lembra o fanzerense. Os dias que se seguiram foram vividos em pleno, com manifestações, cerco à PIDE do Porto, libertação de presos políticos e pessoas nas ruas. Acabava assim a ditadura, a censura, o medo e a Guerra Colonial. "A Guerra Colonial fazia-me muita confusão. Eu pensava muito nessa possibilidade e tentava isolar-me, em desespero. Confesso que se tivesse que ir para a guerra, julgo que fugia do País. Felizmente, o primeiro comunicado do MFA trouxe-nos o anúncio do fim da guerra. Respirei de alívio. Ainda hoje emociono-me a pensar nesse momento de libertação", refere Joaquim Espírito Santo. Hoje, o gondomarense faz parte do Bloco de Esquerda, partido que o conquistou desde a fundação, em 1999. Antes tinha pertencido a outros movimentos de esquerda. Passados 44 anos, não abdica de assinalar a data, "porque recorda-nos que é sempre possível mudar, por mais desfavorável que seja a situação". No peito carrega uma certeza, que "a mudança depende de todos e começa sempre em cada um de nós". "As pessoas passaram a comentar, a falar livremente e deixaram de andar oprimidas" Conhecida em Gondomar por "Rosinha Socialista", Maria Rosa, 77 anos, natural de Covelo, tinha 33 anos no dia 25 de abril de 1974. Na altura, a socialista - como a alcunha não deixa esconder - foi protagonista de um gesto que recorda todos os anos, com a amiga Teresa Jesus. "Já trabalhava nos SMAS Gondomar. Eu e outras funcionárias tínhamos o hábito de lanchar e todos os dias uma de nós ia comprar pão a correr, que acompanhávamos com uma caneca de café...", diz Maria Rosa, antes de ser interrompida pela amiga Teresa - a acompanhar a conversa com o nosso jornal -, que

completa a história. "Estávamos a ouvir as notícias na rádio e falava-se de uma revolução. Foi aí que a Maria Rosa se revoltou e disse que se viesse aí uma revolução, ninguém ia beber o café dela. E atirou a caneca ao chão, que se partiu em bocados. Desde aí, ligo-lhe todos os anos, no dia 25 de abril, a perguntar se já partiu a caneca", revela a amiga, bem-humorada. Maria Rosa era filha única. O seu pai ministrou-lhe uma educação marcada pelo rigor e austeridade, situação que a impediu muitas vezes de "viver a infância". No entanto, a política não lhe passava ao lado desde que o seu pai foi preso pela PIDE. "Estava sozinha em casa quando a PIDE me ligou a informar que o meu pai tinha sido preso. Foi uma chamada muito fria, sem explicações. Fiquei muito aflita e não sabia o que dizer à minha mãe, que estava a trabalhar. O meu primeiro pensamento foi reunir os livros proibidos que o meu pai tinha e escondê-los em casa de uma vizinha idosa, de que ninguém suspeitava", recorda. O episódio não teve consequências graves, mas "marcou e mudou" o pai de Maria Rosa, que ao sair da prisão "parecia outro", embora nunca tenha contado o que lá se passou. Tudo por causa de uma tentativa de angariação de dinheiro para distribuir pelas famílias que tinham presos políticos. "Mal ele sabia que também ia ser preso", desabafa. Após a revolução, lembra, "as pessoas passaram a comentar, a falar livremente e deixaram de andar oprimidas". Atualmente, Maria Rosa integra a Assembleia Municipal de Gondomar, eleita pelo Partido Socialista, de que faz parte há 39 anos. A gondomarense admite "nunca esquecer o dia em que tudo mudou". "Antes de acontecer, era o sonho que todos tínhamos"


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Destaque

veu

s começou durante a madrugada de 25 de abril de 1974, após a ocupação de pontos estratégicos do regime, em Lisboa. Estava dado o e viveram o Dia da Liberdade. Com 72 anos, Manuel Macedo, considera-se riotintense, apesar de ter nascido em Viana do Castelo. Nos dias que correm, acha a Revolução dos Cravos "o sonho que todos tinham, antes de acontecer". Contudo, é pelo início que nos começa a contar a estória de quem viveu a história. "Posso dizer que o meu primeiro contacto com a política, embora sem ter noção, foi nas eleições presidenciais de 1958. Em período de campanha, o meu pai chegou a casa com cartazes do Arlindo Vicente, na altura candidato do PCP, que viria abdicar a favor de Humberto Delgado. Lembro-me que aquilo suscitou a minha curiosidade, mas só mais tarde percebi o que se tinha passado", conta-nos o riotintense. Já em Rio Tinto, onde a família passou a morar, viria a contactar com jornal "Avante", que ainda hoje compra semanalmente. O primeiro encontro foi no café Copacabana, quando decidiu levar para casa um exemplar da publicação comunista. Em casa, o jornal não durou um minuto, tendo sido imediatamente escondido pelos pais, com medo que se soubesse. "Em São Caetano, não havia televisão. O nosso entretenimento era a associação lo-

que a situação mudasse e que houvesse alguma abertura, coisa que não se veio a confirmar", afirma. No entanto, o golpe militar de 25 de abril de 1974 não lhe causou surpresa, a avaliar pelos sinais que ia recebendo. "Há o lançamento do livro de Spínola, "Portugal e o Futuro", depois acontece o Golpe das Caldas... já se ia percebendo que as coisas estavam a mudar. Por isso, todos os dias tinha o hábito de dormir com o rádio ligado. Naquela madrugada a minha mulher acordou-me e ficamos a ouvir a revolução. A partir desse momento a febre do 25 de Abril tomou conta do país", lembra Manuel Macedo. Daí até à filiação no PCP foi um pequeno passo, por acreditar que o comunismo "tem capacidades ideológicas inesgotáveis que mais nenhuma ideologia possui". Fez parte da Comissão Política do PCP Gondomar, foi funcionário do partido até 2000. Hoje a atividade política abrandou, mas nem por isso esquece que "as conquistas de Abril devem estar sempre presentes". "O importante é não ter que repetir a revolução. Importa construir e fazer melhor para que não se volte a esses tempos", finaliza.

> Teresa Jesus e Maria Rosa celebram, anualmente, a Revolução dos Cravos

cal, que tinha uma pequena biblioteca. Lá, a atualidade era discutida à socapa, porque naquela zona existiam muitos agentes da PIDE. Mais tarde, surge a ideia de criar uma cooperativa em Rio Tinto e há frente desse projeto estava gente democrática e republicana. Para arrancar com a cooperativa foi necessário entregar uma lista de 20 nomes à PIDE, mas não tivemos medo de avançar", relembra Manuel Macedo. A morte de António Oliveira de Salazar, em 1970, também não é esquecida. Recordado como um "dia feliz", o comunista lembra, contudo, que Marcelo Caetano já estava no poder há algum tempo, "não tendo sido capaz de trazer a mudança necessária". "Trouxe-nos alguma expectativa, mas era preciso

"Deixei em Moçambique um património avaliado em mais de 40 milhões de escudos" João Neves Pinto, 76 anos, nasceu em 1941, em Quelimane, capital e maior cidade da província da Zambézia, em Moçambique. Fez parte de uma terceira geração de portugueses em África, sendo descendente de uma família que deixou Felgueiras para estabelecer-se em Moçambique após a 1ª Guerra Mundial. "A minha família estabeleceu-se, comprou uma herdade e criou três espaços comerciais. Em Moçambique, a política das pessoas era o trabalho, até porque havia sempre algo para fazer. Criamos lá uma bonita organização com sete lojas distribuídas pela

> Manuel Macedo só acredita no comunismo e não deixa de ler o "Avante"

Zambézia, pequenas propriedades, gado e cultivo de café", começa por revelar. Em Moçambique, chegou a ser administrador de posto e integrou um projeto do Estado Novo que via a colónia como parte integrante da Nação Portuguesa. A 27 de junho de 1974 demitiu-se, "assim que soube que Portugal iria entregar a independência de Moçambique ao partido comunista da FRELIMO, sem eleições democráticas". "Soube que isso iria acontecer antes do 25 de Abril, porque recebi ordens para mandar evacuar as tropas portuguesas das fronteiras. A partir desse momento deixei de me rever como representante de Portugal em Moçambique", afirma João Neves Pinto. No dia da revolução, "a informação chegou mas as pessoas não ligaram e continuaram a trabalhar". "Todos tínhamos a ideia que a independência iria acontecer, mais cedo ou mais tarde, mas que seria através de um processo democrático. Da forma como ocorreu, obrigou os portugueses a sair à pressa, com medo do que se poderia passar a seguir. "A minha família deixou em Moçambique um património avaliado em 41 milhões de euros", lamenta. O regresso de João Neves Pinto a Portugal deu-se em 1980. Antes, em 1976, tinham regressado os seus pais, que prepararam o

caminho para o filho. A chegada, "foi um processo traumatizante". Uma das suas primeiras medidas foi a filiação no CDS-PP, descontente com o que a esquerda lhe tinha "roubado". "Encontrei um país em libertinagem. Já tinha estado a estudar no Porto e regressei depois a Moçambique, mas desta vez foi diferente. Os retornados eram considerados os bodes expiatórios de todos os males. A nossa maior mágoa foi que o governo português não quis saber de nós. Não nos indemnizou um cêntimo que fosse e as pessoas tiveram que reiniciar as suas vidas. Desde então nunca mais regressou ao país que o viu nascer por medo do que poderia encontrar. No entanto, não deixa de festejar as conquistas de Abril "porque trouxe a liberdade", mas admite que nunca perdoará o Partido Socialista e Mário Soares. "Nunca mais voltei a Moçambique. Tenho lá enterrados o meu irmão e os meus avós maternos, mas não ia gostar de ver o que ficou para trás", conclui. João Neves Pinto integra as fileiras do CDS-PP, faz parte da Comissão Concelhia do partido em Gondomar e já integrou o executivo da União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. ■

> João Neves Pinto fez parte dos retornados das ex-colónias portuguesas


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Cultura

Festival de Teatro de Valbom prolonga-se até junho

Pelo 34.º ano consecutivo, a Escola Dramática e Musical Valboense (EDMV) está a organizar o Festival de Teatro Amador de Valbom (FETAV). O encontro traz à sala de espetáculos da coletividade um total de 10 peças, protagonizadas por nove grupos de teatro amador. O pontapé de saída foi dado no dia 7 de abril, pelo Teatro Vitrini - Grupo Nun'Álvares, que trouxe "O mais longo verão" até Valbom. Seguiu-se o espetáculo "Guerras de alecrim e mangerona", pela Nova Comédia Bracarense, no dia 14 de abril.

"Este é considerado o festival de teatro mais antigo da Área Metropolitana do Porto. Já vamos na 34ª edição consecutiva", recorda Augusto Fernandes, responsável pela organização do FETAV. Ao nosso jornal, o dirigente da EDMV salienta que "é sempre complicado conseguir uma boa programação". Até final deste mês, ainda restam dois espetáculos e um deles ficará a cargo do Grupo de Teatro Renascer, que trará ao palco a revista à portuguesa "Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto". Do cartaz [ver caixa] fazem parte outros espetáculos, com destaque para a visita de grupos de teatro amadores de fora de Gondomar. Refira-se que o 34.º FETAV conta com os apoios da Câmara Municipal de Gondomar e da União das Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. A entrada nos espetáculos é livre. EDMV encena "O pecado de Sofia" Após um período sem grupo de teatro residente, a EDMV está de volta aos palcos

com o espetáculo "O pecado de Sofia", adaptado de Fonseca Lobo, com encenação de Jerónimo Silva. O espetáculo não integra, contudo, o 34.º FETAV.

"Estivemos alguns anos sem grupo de teatro residente, mas neste momento temos uma peça em apresentação", conclui Augusto Fernandes. ■ Foto PSF

O 34.º Festival de Teatro Amador de Valbom teve início a 7 de abril, com o espetáculo "O mais longo verão", na Escola Dramática e Musical Valboense. A iniciativa vai prolongar-se até junho.

Programação 34.º FETAV 21 de abril - O Bailado Russo, Teatro Experimental Flaviense 28 de abril - Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto, Grupo de Teatro Renascer 5 de maio - A Salvação de Lutero, Companhia de Teatro Água Corrente de Ovar 12 de maio - Viver a Arte, Associação Recreativa de Perosinho 19 de maio - Escuta Aqui Seu Ladrão, Cénico da Incível Almadense 26 de maio - Forja, Grupo Mérito Dramático Avitense 2 de junho - As Artimanhas de Scapin de Moliére, Nova Comédia Bracarense 9 de junho - O Santo e a Porca, Companhia Teatral de Ramalde

> Augusto Fernandes

Concurso Internacional de Música fez sucesso e promete regressar em 2019

A 1ª edição do Concurso Internacional de Música (CIM) contou com 72 inscritos, divididos entre quatro categorias. Em comum tinham a paixão pela percussão, género musical em destaque nesta edição. Agostinho Sequeira, 1.º classificado na categoria D, Francisco Fernandes, categoria C, Paulo Amendoeira, na categoria B, e António Campos, na categoria A, foram os vencedores do CIM. A entrega de prémios teve lugar a 28 de março, no Auditório Municipal de Gondomar. "Todas estas iniciativas têm como finalidade a promoção do ensino musical e do bem comum. A vossa participação, experiência e partilha de conhecimentos fazem este concurso ter sentido", disse Daniel Fernandes,

presidente da direção da Banda Musical de Gondomar, em discurso. Já Luís Filipe Araújo, vereador da Cultura do Município de Gondomar, admitiu que a autarquia "não pode dizer que não a nenhum projeto que tenha valor". "Em Gondomar, seguimos esses valores e não abdicamos deles. Estamos sempre disponíveis para mais projetos como este, mas é preciso que cada um de nós faça a sua parte quando tem essa oportunidade", salien-

tou o autarca, lembrando que na Cultura "o desperdício é mínimo". No próximo ano, o evento deverá repetir-se, dando destaque a outro instrumento. "Superamos a nossa meta inicial" Em discurso direto, Filipe Fernandes, mentor do CIM, revela ao nosso jornal que a aposta na percussão "não foi ao acaso". "Fez-se porque esta classe está em desenvolvimento e tem motivado uma grande participação neste

Foto PSF

Entre os dias 24 e 28 de março, o Multiusos e o Auditório Municipal foram palcos do 1.º Concurso Internacional de Música, dedicado à percussão. A iniciativa resulta de uma parceria entre o Município e a Banda Musical de Gondomar.

tipo de concursos. Tínhamos uma meta inicial de quarenta inscrições, mas conseguimos superar essa marca", afirma o organizador do evento. Inspirado no concurso musical da Covilhã, Filipe Fernandes trouxe a ideia para Gondomar, vincando "um forte cariz pedagógico, para que não se ficasse apenas pelo caráter competitivo". A escolha do júri, que contou com nomes de prestígio na percussão, também despertou o interesse dos candidatos, traduzindo-se num "balanço muito positivo". Para Daniel Fernandes, da Banda Musical de Gondomar, o CIM foi "uma alegria imensa". "A coletividade está a crescer de uma forma sustentada. Queremos sempre fazer mais e melhor, tendo sempre a noção que o nosso trabalho é para a comunidade, não para nós", refere o dirigente associativo. ■

Ampliação da sede está em marcha

> Filipe Fernandes e Daniel Fernandes na sede da Banda

A ampliação da sede da Banda Musical de Gondomar (BMG) está em marcha. O projeto foi recentemente aprovado pelo Município. A ampliação deverá corresponder também à criação de um estúdio no edifício da BMG.


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Grupo Coral de Baguim comemora 20.º aniversário

São 20 anos dedicados ao canto litúrgico e à cultura. O Grupo Coral de Baguim vai assinalar a efeméride num concerto que contará também com as participações do Madrigal - Grupo Coral de Soutelo e do Cantabile - Grupo Coral e Recreativo de Melres, na sede do Grupo Desportivo de Baguim do Monte. "Vamos celebrar esta data da melhor maneira. Conseguimos reunir no mesmo espetáculo um coro que nos apadrinhou no nosso primeiro concerto (Cantabile)

e outro que é nosso afilhado (Madrigal)", afirma Adélio Silva, presidente da direção do Grupo Coral de Baguim. A 21 de abril de 1998, a constituição do coro litúrgico da missa da comunidade como coletividade cultural marcou um passo decisivo na história deste grupo que, na prática, existe desde a fundação da paróquia, que tem mais de 50 anos. "Desde que nos assumimos como associação cultural que demos início a um trabalho de aprofundamento do coro. No final dos anos 80, decidimos alargar o espetro musical e começamos a cantar música não-sacra. Entretanto fomos crescendo noutras áreas e até chegamos a ter um grupo de música de sopros e um grupo de teatro", recorda o dirigente associativo. Hoje, o grupo coral é constituído por 20 elementos, mas já chegaram a ser 60. Entre os principais objetivos da direção estão a renovação do coro com vozes mais jovens e a criação de um grupo coral infanto-juvenil. "A criação de um coro infanto-juvenil

tem sido uma das nossas maiores ambições. Durante vários anos realizamos o Encontro de Coros Juvenis em Baguim do Monte. Fomos convidando outros coros juvenis para ver se a população aderia à ideia, mas nunca tivemos grandes resultados", lamenta Adélio Silva. O Grupo Coral de Baguim até já editou um disco, intitulado "Em Canto" (2006), em que ficaram registados os vários ciclos musicais desde a música barroca, à música popular portuguesa e música universal e clássica. Contudo, o espaço exíguo que a coletividade ocupa, junto ao Centro Paroquial de Baguim tem dificultado o crescimento do grupo coral, que espera a inauguração da Casa das Coletividades. "O espaço tem sido o nosso maior problema. Esta sala é muito baixa e não tem as melhores condições acústicas. Vemos isso quando chegamos a um palco e percebemos que o concerto vai correr mal, mas sabemos que tão cedo Baguim não terá um auditório", regista o também diretor artístico do Grupo Coral de Baguim.

No entanto, segundo Adélio Silva, o presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, Francisco Laranjeira, terá prometido a mudança da atual sede para a futura Casa das Coletividades ainda este ano, bem como a retoma dos apoios financeiros desta autarquia à coletividade, medidas que tranquilizam o dirigente. ■ Foto PSF

O Grupo Coral de Baguim vai realizar um concerto comemorativo dos 20 anos da constituição como associação cultural. A iniciativa vai realizar-se a 21 de abril, pelas 21h30, no Grupo Desportivo de Baguim.

Cultura

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Cultura

OPINIÃO

Inscrição nos ginásios: esteja atento aos contratos!

Para mais informações contacte o Gabinete de Apoio ao Consumidor da Câmara Municipal de Gondomar. A DECO tem um protocolo de colaboração com o Município e presta apoio presencial gratuito no concelho. Marcações para o e-mail gac@cm-gondomar.pt ou através do contacto telefónico 224 660 536.

Os atores João Carvalho e Sofia Alves vão trazer a comédia "Porta com Porta" à Igreja Matriz de São Pedro da Cova, no dia 5 de maio. O espetáculo marca a estreia do 8.º Festival de Teatro de São Pedro da Cova. A Cripta da Igreja de São Pedro da Cova volta a transformar-se num palco de teatro a partir de 5 de maio, data em que recebe a peça bem-humorada, intitulada "Porta com Porta". Interpretada por João Carvalho, filho de Ruy de Carvalho, e Sofia Alves, com selo de qualidade do DRAMAX - Centro Artes Dramáticas de Oeiras, o espetáculo promete marcar a estreia da 8ª edição do Festival de Teatro de São Pedro da Cova. Seguem os espetáculos "CAOS" (12 de maio), pelo Curso de Teatro Musical do Conservatório de Música de Felgueiras; "Solnando" (19 de maio), pelo Grupo Paroquial de São Pedro da Cova; "Palcos da Vida" (26 de maio), pelo Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta.

"A organização decidiu manter a aposta numa companhia de teatro profissional na abertura do festival, porque acreditamos que engrandece esta iniciativa e os conjuntos que nela participam. Além disso, este ano vamos ter, pela primeira vez, uma comédia musical, que era um anseio da população e da organização", afirma Maria José Cardoso, da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. Por sua vez, Pedro Miguel Vieira, presidente da autarquia, salienta a parceria estabelecida com as paróquias, que permite a realização deste evento. "A relação que existe com ambas as paróquias é de salientar, porque torna-se fundamental para a realização destes eventos. É sempre possível aprofundarmos essa relação, mas o que tem sido feito é muito positivo", atesta. À semelhança das anteriores edições, a compra do passe para as quatro sessões tem um custo de 12 euros. O bilhete para o espetáculo "Porta com Porta" custa seis euros e os restantes espetáculos custam três euros. No entanto, ao contrário do que era habitual, a peça de abertura não irá transitar para o Festival de Teatro de Fânzeres, que terá outro espetáculo na sua inauguração. A iniciativa é organizada pela União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova e Paróquia de São Pedro da Cova. ■

Festival de Teatro SC Dez de Junho leva teatro a Melres e Medas A Sociedade Columbófila Dez de Junho está a organizar o 2.º Festival de Teatro da coletividade, na Casa Cultura e Recreio de Broalhos. O próximo espetáculo terá lugar a 28 de abril. O Grupo de Teatro "Os Plebeus Avintenses" vai trazer o espetáculo "Circo", no dia 28 de abril, pelas 21h45, à Casa Cultura e Recreio de Broalhos. A apresentação integra o 2.º Festival Teatro SC Dez de Junho, iniciativa que teve início a 17 de fevereiro. Pelo palco passou o Teatro Amador de Sandim e o Grupo Cultural e Recreativo de Rossas (Arouca). Na agenda está também o espetáculo "Epidemia Urbana", do Grupo "Era uma vez... Teatro", da APPC Porto. "Definitivamente, aqui há teatro. Este festival é feliz até no nome. População, associações, paróquia e autarquia estão em sinergia. A adesão é de tal forma positiva que estão já alicerçadas as condições básicas para as edições futuras", afirma Inda-

lécio Paiva, presidente da SC Dez de Junho. Ao Vivacidade, o dirigente faz um balanço positivo das duas peças já apresentadas, que tiveram lotação esgotada "e enorme satisfação e reconhecimento do público". O evento reveste-se de grande importância para Melres e Medas, tendo em conta "a dinâmica de permuta entre os grupos participantes, a fidelização da população local ao teatro e a angariação de fundos para as comissões de festas locais", acrescenta Indalécio Paiva. ■ Foto DR

Com a chegada da primavera, há uma maior procura de ginásios pelos consumidores. Assim, é importante alertar para os cuidados a ter durante o processo de escolha do ginásio e aquando da efetivação da inscrição. Normalmente, para dar início à prática de desporto num ginásio, é imposto ao consumidor a assinatura de um contrato. Os contratos de adesão já estão formalizados e as cláusulas são impostas ao consumidor sem que possam ser alteradas ou discutidas. Aquando da inscrição num ginásio, é importante que consumidor questione diretamente a entidade se o contrato implica um período de fidelização, e se não existem outras modalidades de inscrição, que não obriguem a permanência e o pagamento de mensalidade durante um determinado período de tempo. Os ginásios, por norma, dispõem de modalidades de inscrição alternativa mas com preços mais elevados. A inscrição com fidelização apresenta preços mais aliciantes que a modalidade de inscrição sem fidelização. No entanto, mesmo celebrando um contrato, no qual esteja previsto um período de fidelização, existem circunstâncias que podem justificar a sua desvinculação, sem que o ginásio possa exigir qualquer contrapartida. No caso de doenças graves e súbitas que impeçam o utente de praticar atividade física, ou uma gravidez de risco e outras situações que sejam alheias à vontade do consumidor são justificações plausíveis para a desvinculação com o ginásio. Assim, caso decida inscrever-se num ginásio, leia atentamente as condições do contrato antes de assinar, a fim de perceber se a proposta vai de encontro às suas pretensões e como pode pôr termo ao mesmo.

"Porta com Porta" abre 8.º Festival de Teatro de São Pedro da Cova


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"La Ronde" parte à conquista de Lyon O espetáculo "La Ronde", resultado do projeto Residências, vai estrear-se no dia 25 de abril, no Théâtre Le Rex, em Feyzin, Lyon. A peça parte, assim, à conquista do público francês, após ter feito sucesso em Gondomar.

Foto DR

Os atores Carlos Vieira, Nuno Nolasco, Ana Catarina Vigário e Sarah J. M'rad, juntamente com o encenador francês Alexis Henon, compõem o elenco do espetáculo "La Ronde", a partir da obra de Arthur Schnitzler. Por cá, no Auditório Municipal de Gondomar, entre os dias 4 e 7 de abril, a produção fez sucesso e colocou um selo de qualidade no projeto Residências, ideia que quer levar a produção artística para fora dos grandes centros urbanos. O espetáculo parte agora à conquista de

Lyon, mais concretamente na localidade de Feyzin, onde reside uma grande comunidade portuguesa. O "La Ronde" vai estar em exibição entre os dias 25 e 28 de abril, no Théâtre Le Rex. O projeto Residências conta com direção artística de João Ferreira e Carlos Vieira, a par dos apoios institucionais da Câmara Municipal de Gondomar, do Consulado Geral de Portugal em Lyon, do Instituto de Literatura Comparada da Universidade do Porto, da Universidade do Porto e da Vila de Feyzin. ■

Concurso de Quadras Populares: 35ª edição abre candidaturas A União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova lançou a 35ª edição do Concurso de Quadras Populares ao São Pedro. O prazo de entrega de propostas prolonga-se até 1 de junho. Está lançada mais uma edição do Concurso de Quadras Populares ao São Pedro. A iniciativa é já uma tradição da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova e tem como finalidade distinguir as melhores quadras populares alusivas aos festejos de São Pedro, estimular e tornar visível o talento de autores. Cada concorrente poderá enviar quadras (cinco no máximo) que formem

Política

sentido próprio. O trabalho deverá ser acompanhado pelo pseudónimo do seu autor e enviado para a organização. As propostas deverão abordar, obrigatoriamente, símbolos da tradição popular: manjericos, balões, rusgas, marchas, entre outros elementos. Os melhores trabalhos serão premiados a 30 de junho, durante o período das Festas aos Padroeiros, São Pedro e São Paulo, no auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. "Vamos manter o formato habitual neste concurso. Nos últimos anos temos tido uma boa participação, que tem crescido com pequenas oscilações. Temos sempre menos participantes na categoria sub18, mas o concurso já ultrapassa as fronteiras deste território e essa tem sido a sua grande mais-valia", afirma Maria José Cardoso, da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. ■


26 VIVACIDADE ABRIL 2018

Política POSTO DE VIGIA Manuel Teixeira

Professor universitário e investigador científico

O que faz correr Mário Centeno na luta pelo rigor orçamental? 1 – A chegada de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo rapidamente permitiu constatar que o ministro das Finanças vestiu a camisola da moeda única, e muito dificilmente parece disposto a arrancá-la da pele. Bem pelo contrário, pode mesmo dizer-se que, para além da camisola, Centeno já não dispensa o casacão que lhe conforta o corpo nos frios dias de Bruxelas. O mesmo é dizer que o ministro das finanças portuguesas é cada vez mais o ministro das finanças europeias… Esvaiu-se assim, em poucas semanas, a esperança dos que acreditavam que Centeno levaria para a Europa a suave e romântica brisa da política financeira portuguesa, impondo aos seus pares uma leitura mais humanizada do rigor orçamental. Bem ao contrário, Mário Centeno está a demonstrar que, afinal, preferiu vestir o capote da ditadura orçamental dos falcões da moeda única, e que este é o caminho que Portugal também deve seguir. Caso para dizer: volta, Gaspar, que estás perdoado! 2 – Se alguém tiver dúvidas sobre a leitura política que aqui é feita nos parágrafos anteriores, então deve analisar com todo o rigor o Programa de Estabilidade que o ministro das Finanças acaba de dar a conhecer ao país, e que vai ser apresentado à Comissão Europeia como cartilha de orientação e compromisso de honra do governo português para vigorar até 2022. Nem o facto de no próximo ano haver eleições legislativas fez com que Mário Centeno se limitasse a definir a sua política financeira apenas para o horizonte da presente legislatura. Como se explica tanta ousadia? Muitos pensarão que isto traduz apenas a inabalável convicção de Centeno de que o PS irá continuar a ser governo na próxima legislatura. Todavia, mesmo que este possa ser o pensamento dominante da família socialista, politicamente não havia necessidade de ir tão longe. Pior que isso, na lógica da mera tática eleitoral são mais que duvidosos, para um partido de esquerda, os ganhos políticos desta estratégia, muito mais adequada ao discurso da oposição de direita.

O PCP apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução pelo fim das portagens na A41/ A42, A28 e A29. Diana Ferreira, deputada na AR, visitou o concelho de Gondomar. O partido comunista desenvolveu nova ação pela abolição das portagens na A41/A42, A28 e A29. O PCP defende a rápida eliminação da cobrança de tarifas nestas autoestradas, tendo entregue na Assembleia da República um projeto de resolução que prevê a eliminação das portagens e que solicitará a discussão do tema no Parlamento, ainda este mês. "Importa recordar que estamos a falar de ex-SCUT (Sem Custos para o Utilizador) que fo-

ram construídas em cima de estradas nacionais, deixando sem alternativa muitas pessoas e empresas. Estas estradas foram construídas com o pressuposto de não acarretar custos para o utilizador, como o próprio nome indica. Contudo, em 2010, começaram a ter portagens e isso tem causado grande prejuízo aos cidadãos e aos empresários", afirma Diana Ferreira, deputada no PCP na Assembleia da República. No caso de Gondomar, A41/A42, a representante comunista lembra que a discussão "ganha urgência". O concelho está partido a meio. Há uma impossibilidade de circular normalmente dentro deste território e isso não faz sentido. São estradas sem alternativas credíveis, que não existem, por isso não faz sentido que as populações sejam penalizadas com este custo", reitera a deputada. Diana Ferreira, Daniel Vieira, vereador da CDU na Câmara Municipal de Gondomar, e outros autarcas do PCP visitaram o nó das Medas, no âmbito da divulgação desta iniciativa. ■

PSD homenageou Raúl Chagas e Luís Araújo No dia 6 de abril, o PSD Gondomar prestou homenagem a Raúl Chagas e Luís Araújo pelo serviço público prestado durante o exercício de funções autárquicas. Entre 1997 e 2005, Raúl Chagas presidiu a Assembleia Municipal de Gondomar. Durante o mesmo período, Luís Araújo foi tesoureiro da Junta de Freguesia de Rio Tinto, tendo ainda exercido as funções de membro da Assembleia daquela freguesia até 1 de outubro de 2017. Ambos foram eleitos pela PSD, partido que lhes prestou homenagem no início deste mês. O evento, organizado pela Comissão Política do Núcleo do PSD de Rio Tinto, presidido por Bruno Pinto, atual membro da Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, contou também com convidados da estrutura partidária e órgãos autárquicos, destacando-se as presenças de

Amândio de Azevedo, ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, Germana Rocha, deputada na Assembleia da República, Miguel Santos, deputado na Assembleia da República, José Luís Oliveira, presidente do PSD Gondomar, Rafael Amorim, vereador da Câmara Municipal de Gondomar, Valentina Sanchez, membro da Assembleia Municipal de Gondomar e Ana Delindro, presidente da JSD Gondomar. Durante o período de discursos foram enaltecidos os percursos dos homenageados, bem como a sua lealdade ao PSD e à causa pública. "Sem ostentação, mas com orgulho no dever cumprido" Ao Vivacidade, Luís Araújo, um dos homenageados pelo PSD, mostrou-se satisfeito com o gesto do partido. Ao nosso jornal, o histórico autarca gondomarense recorda as funções desempenhadas desde a adesão ao PPD/ PSD, mas lembra que "não desejava a consumação do ato ocorrido". Contudo, "por respeito, consideração e amizade" decidiu aceitar a homenagem pública "sem ostentação, mas com orgulho no dever cumprido". ■ Foto DR

3 – Aqui chegados, é oportuno perguntar: o que faz correr Mário Centeno na luta pelo rigor orçamental? A resposta só pode ser uma: Centeno está mais interessado em agradar aos seus pares europeus do que aliviar a tenaz dos impostos que esmaga a classe média portuguesa. E por isso se profetiza já por aí que a grande motivação de Centeno é a sua carreira pessoal, em disputa acelerada nas pistas de um qualquer grande cargo internacional, mas de preferência nas instituições europeias. É verdade que a concretizarem-se as metas económicas e financeiras previstas no Programa de Estabilidade 2018/2022 as contas públicas ficariam mais robustas, para a economia portuguesa resistir melhor a uma qualquer ameaça de nova crise. Mas não deixa de ser irónico que um partido que foi tão crítico à receita da austeridade imposta pelo anterior governo tenha tão rapidamente concluído que, afinal, as margens de manobra para fazer diferente apenas dependem da conjuntura internacional, e dos favores circunstanciais de comunistas e bloquistas. E, convenhamos, este governo foi mesmo um sortudo…

PCP defende abolição das portagens na A41/A42

> Na foto, Raúl Chagas, José Oliveira, Luís Araújo e António Ambrósio


VIVACIDADE ABRIL 2018 27

Política

Município fecha contas de 2017 com saldo de 11 mil euros

A Câmara de Gondomar terminou o ano com um saldo positivo, apesar do endividamento rondar os 100 milhões de euros. O número tem diminuído desde que o Partido Socialista assumiu a presidência do Município, em 2013, mas corresponde ainda a um excesso de 13 milhões face ao legalmente admitido. Os números foram apresentados na última reunião pública do executivo municipal, realizada na Universidade Sénior de Gondomar. O Relatório de Contas de 2017 mereceu os votos favoráveis da

maioria, mas teve três votos contra, dois da CDU e um do PSD. O Movimento Valentim Loureiro optou pela abstenção. "Fechamos o ano com 11 mil euros de saldo orçamental. Este número é reduzido mas vem provar que fomos executando à medida que tínhamos receita. Só assim se explica a execução de 78% e uma redução da despesa de 77,9% do Orçamento Municipal", afirma Marco Martins, em declarações ao Vivacidade. No entanto, a oposição contestou os valores do passivo e votou contra o documento contabilístico. Em comunicado, a CDU aponta a ausência de uma estratégia para Gondomar. "Os dados de gestão de 2017 provam ainda o quanto foi errada a recente decisão de aumentar os impostos e que uma outra política fiscal era e é possível", pode ler-se na nota enviada à imprensa. A coligação PSD/CDS-PP também se pronunciou sobre o documento, tendo apontado apreensão no que diz respeito aos "valores de endividamento apresentados, que não refletem nada do que foi anunciado pelo Partido Socialista durante a execução do mandato anterior". ■

Ana Delindro renovou mandato na JSD Gondomar A social-democrata Ana Delindro renovou, no dia 29 de março, o mandato na presidência da JSD Gondomar. A tomada de posse realizou-se em Baguim do Monte.

Município adquiriu parcelas no âmbito do Parque Urbano de Fânzeres/Gondomar Na mesma reunião foi aprovada a aquisição de várias parcelas de terreno no âmbito da construção do percurso de ligação ao interface do Metro e parque de estacionamento do futuro Parque Urbano de Fânzeres/Gondomar (São Cosme). A deliberação foi aprovada por unanimidade.

Jornal Vivacidade 22/03/2018 UNIÃO DAS FREGUESIAS DE GONDOMAR (S. COSME), VALBOM E JOVIM

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AVISO HASTA PÚBLICA Dr. António José Ribeiro Braz, Presidente da União das Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, nos termos da deliberação do Órgão Executivo, de 11 de abril de 2018, torna público que terá lugar no dia 21 de maio de 2018, pelas 10h00, no Salão Nobre da sede desta União de Freguesias, sito na Rua da Igreja, n.º 71, 4420-164 Gondomar, a Hasta Pública para venda de viaturas e máquinas usadas, abaixo indicadas, nos termos e condições previstos no Procedimento de Hasta Pública que se encontra disponível nas secretarias e na página eletrónica desta União de Freguesias em www.uf-gvj.pt. Os interessados devem apresentar as propostas até às 17h30 do dia 14 de maio de 2018.

Foto DR

Ana Delindro renovou, no início deste ano, o mandato à frente da Juventude Social Democrata de Gondomar. A gondomarense não chegou a concluir o último mandato, tendo-se demitido em novembro passado para "alargar a equipa, acrescentando-lhe novos elementos com muito valor". "Demiti-me após as eleições autárquicas, mas sem medo decidi recandidatar-me porque achei que conseguiria fazer um trabalho ainda mais profícuo se alargasse a minha equipa", afirma Ana Delindro. Sobre o novo mandato, a social democrata aponta "expectativas elevadas e uma equipa muito motivada" para o decorrer do mandato bienal em vigor. "Dividimos o nosso trabalho por gabinetes para darmos resposta às necessidades dos jovens gondomarenses. Queremos

representá-los e esperamos que o PSD seja bem visto na sociedade gondomarense", refere a presidente da JSD Gondomar. Entre os objetivos está também a captação de um maior número de jovens para a política. "Queremos fazer parte de uma solução de responsabilidade e transparência no trabalho, através de um programa ambicioso que esperamos ver cumprido. Estamos ainda a trabalhar no portal da queixa, onde vamos reportar problemas dos cidadãos. Além disso, vamos dar continuidade a diversas formações em várias áreas da sociedade", conclui Ana Delindro. A tomada de posse contou ainda com as presenças de José Luís Oliveira, presidente do PSD Gondomar, Germana Rocha, deputada social democrata na Assembleia da República, entre outros representantes autárquicos. ■

Foto PSF

O executivo da Câmara Municipal de Gondomar aprovou, no dia 11 de abril, o Relatório de Contas de 2017 com um saldo orçamental de 11 mil euros. Marco Martins destacou, entre outras medidas, a amortização da dívida.

Gondomar, 12 de abril de 2018 O Presidente da União das Freguesias Dr. António Braz


28 VIVACIDADE ABRIL 2018

Política

Nuno Fonseca é o novo coordenador da ANAFRE no Porto

Nuno Fonseca tomou posse como coordenador da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), na delegação distrital do Porto. O autarca riotintense assume, assim, um mandato de quatro anos à frente deste núcleo, sucedendo no cargo a Dário Silva. A cerimónia de tomada de posse teve lugar em Campanhã e contou com as presenças de Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Manuel Pizarro, vereador da Câmara Municipal do Porto, Pedro Cegonho, coordenador nacional da ANAFRE, entre outros autarcas. Em discurso, Nuno Fonseca salientou a relevância da ANAFRE e das freguesias, "que continuam a ter um papel fundamental a nível nacional". "Temos, contudo, a necessidade de mostrar a algumas freguesias a existência deste órgão. Por isso, o crescimento é um dos objetivos fundamentais para os próximos quatro anos. É preciso que a ANAFRE seja uma voz representante das freguesias, cada vez mais", referiu o presidente da Junta de Rio Tinto.

Recorde-se que o autarca integra a ANAFRE desde 2013, ano em que foi eleito para a Junta de Rio Tinto. Desde então, assumiu funções no Conselho-Geral da ANAFRE.

Foto PSF

O presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, assumiu a 12 de abril, a coordenação da delegação distrital do Porto da ANAFRE, em Campanhã.

"Queremos que o Porto tenha mais voz" O que o levou a candidatar-se a este órgão da ANAFRE? Existe um acordo entre partidos e um equilíbrio entre os que detêm as presidências das Juntas de Freguesia. O Partido Socialista está em maioria e, por isso, indicou quem gostaria de ver na presidência deste órgão. Eu serei o coordenador distrital e o presidente da Mesa da Assembleia será do PSD. A direção será composta por sete elementos. A projeção que Rio Tinto tem, contribuiu para esta candidatura e respetiva eleição. Esta freguesia tem cada vez mais visibilidade no distrito do Porto e será a primeira vez que o presidente da Junta de Rio Tinto vai assumir o cargo. Qual o seu objetivo para este mandato? A ANAFRE é uma estrutura de grande relevância. Muitas vezes temos um pensamento local e fechado e infelizmente nem todas as freguesias integram a ANAFRE, mas é este órgão que as representa, a nível distrital, regional e nacional. Temos um papel de esclarecimento e de formação dos autarcas e uma das nossas Foto PSF

> A tomada de posse teve lugar no auditório de Campanhã

> Pedro Cegonho ouviu atentamente o discurso de Nuno Fonseca

missões é fazer crescer este órgão, nomeadamente a nível distrital e nacional. Queremos que o Porto tenha mais voz. Quais serão as principais batalhas? A descentralização das competências é um tema de grande atualidade. Essa discussão terá que passar, obrigatoriamente, pelas freguesias. Terá que envolver o Governo, os municípios e as freguesias. Isso não tem acontecido. As mega freguesias também nos causam problemas, porque têm realidades distintas em relação às outras freguesias. Elas são características desta zona litoral do Porto. Há ainda a questão da possível reversão das agregações de freguesias. Está no programa deste Governo e julgo que nos levará a uma grande discussão. Discutirmos o que vamos separar não será uma discussão fácil de ter. Temos que analisar as situações caso a caso. Espera terminar este mandato com mais freguesias integradas na ANAFRE? Sem dúvida! Essa será uma das nossas grandes lutas. Gondomar, por exemplo, não tem todas as freguesias na ANAFRE, mas espero conseguir convencer os meus colegas presidentes de Juntas de Freguesia a aderir a este órgão. A nível nacional, temos cerca de 60% das freguesias connosco. Os presidentes das Juntas de Freguesia têm que começar a ganhar voz, porque são de extrema

importância para as populações. São o órgão político mais próximo de todos. Consigo à frente da ANAFRE no distrito do Porto, podemos vir a receber um congresso nacional deste órgão no Multiusos de Gondomar? Espero ter reuniões importantes em Gondomar. No que diz respeito ao congresso, a logística é muito grande, mas essa é uma ideia que me agrada muito. ■


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Município avança com construção do Complexo Desportivo do SC Rio Tinto

O terreno adjacente ao Estádio Cidade de Rio Tinto vai ser alvo de uma intervenção da Câmara Municipal de Gondomar. Do projeto consta a construção do restante Complexo Desportivo do clube riotintense, naquele que será o último capítulo de um processo difícil e complexo, iniciado em junho de 2014. O projeto foi apresentado por Marco Martins, presidente do Município de Gondomar. "Estamos aqui para cumprir a palavra, mais uma vez. Relembro que este processo nunca parou, apesar das dificuldades.

Sempre lutamos pela conclusão do Complexo Desportivo do SC Rio Tinto, mas em setembro de 2015 tivemos que anular todo o processo e reiniciar. Só em 2016 é que conseguimos estabilizar um projeto comum e avançar", recordou o edil gondomarense. Assim, o novo projeto, já aprovado pelo IPDJ, terá marcações para futebol de 11 e de 7, rega drenagem e iluminação, quatro blocos de balneários, sanitários e bancada para 672 adeptos sentados. A intervenção terá um custo de 650 mil euros e vai a concurso público no final deste mês. "A obra deverá demorar oito meses a ser concluída. O Município espera que o complexo fique pronto no último jogo da próxima época", reiterou Marco Martins. O projeto técnico foi depois revelado à direção do clube e a um conjunto de associados. A apresentação decorreu no auditório do Estádio do SC Rio Tinto.

Ao nosso jornal, Jorge Pina, presidente da direção do SC Rio Tinto, mostrou-se satisfeito com a ideia apresentada para o complexo desportivo do clube. "Este projeto é desejado há algum tempo, porque é cada vez mais necessário, dado o crescimento da nossa Academia. Recebemos esta boa notícia e ficamos satisfeitos com o projeto apresentado", disse o dirigente.

Campo do Ataense será o próximo O campo de futebol do Ataense, cujo projeto está em fase de estabilização do desenho técnico, será o próximo a ser intervencionado. No horizonte do Município de Gondomar estão também o campo de treinos do Sousense e o piso do Gondomar Sport Clube, à passagem do seu centenário. ■ Foto DR

Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, apresentou a 31 de março, o projeto do Complexo Desportivo do Sport Clube de Rio Tinto. A obra vai a concurso público no final deste mês.

Desporto

"Este projeto é desejado há algum tempo" PUB

Boavista FC vence Torneio "Zé Manel" O Boavista FC sagrou-se vencedor do torneio "Zé Manel", prova organizada pelo Gondomar Futsal Clube e disputada no Pavilhão Municipal de Baguim do Monte. Nos dias 30 e 31 de março, o Gondomar Futsal Clube organizou o torneio "Zé Manel". A competição juntou nove equipas - Boavista, Casa FC Rio Tinto, Gondomar Futsal, GDR Retorta, CDC Santana, Juventude Desportiva de Gaia, AC Alfe-

nense, ARC Alpendorada, ACD Mindelo -, divididos pelos escalões juvenil, sénior feminino e sénior masculino, no Pavilhão Municipal de Baguim do Monte. A prova realizou-se em época de Páscoa, em homenagem ao homem que dá nome ao torneio. Assim, sagraram-se vencedores o Boavista (sénior masculino), que bateu o Gondomar Futsal, a Juventude Desportiva de Gaia (sénior feminino), que eliminou o CDC Santana, e a Casa FC Porto Rio Tinto (juvenil), que levou a melhor sobre a formação do GDR Retorta. O torneio contou ainda com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar, da Junta de Freguesia de Baguim do Monte e da Associação de Futebol do Porto. ■ Foto DR


30 VIVACIDADE ABRIL 2018

Desporto

Gondomar em destaque na 2ª Corrida do Troféu Yamaha

VIVA DESPORTO Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia

Nada é mais perigoso do que não arriscar

Rui Sousa também teve uma tarefa complicada depois de um mau arranque e chegou mesmo a vencer na classe Veteranos Moto 4. Os restantes pilotos - Leonardo Gaio, José Sousa e Libério - também conseguiram boas prestações em representação do clube gondomarense. ■ Foto DR

Foto DR

A Associação de Desportos Motorizados de Gondomar/Motojovinense participou no 2.º Troféu Yamaha. A comitiva gondomarense marcou presença na prova de Alpiarça, Santarém, com seis pilotos em diferentes categorias. Ricardo Sousa demonstrou, entre os pilotos de Moto 4, que é um dos melhores em Portugal, tendo liderado desde o início da corrida com um ritmo muito forte. O piloto terminou a prova em 1.º lugar. Carlos Alberto, na classe Motocross Clássicas, seguiu-lhe as pisadas, após ter arrancado na 4.ª posição. O piloto conseguiu uma excelente recuperação e terminou no lugar mais alto do pódio.

Multiusos preparado para a Taça de Portugal de futsal Nos dias 12 e 13 de maio, o Pavilhão Multiusos de Gondomar volta a receber a fase final da Taça de Portugal de futsal. Benfica, Burinhosa, Fundão, Sporting, SC Braga, Modicus, Farense e Fabril são as oito equipas que vão disputar a fase final da Taça de Portugal de futsal, no Multiusos de Gondomar. O torneio tem início a 12 de maio e coloca frente a frente Benfica/Burinhosa, Fundão/Sporting, Braga/ Modicus e Farense/Fabril. A competição masculina será acompanhada da disputa feminina do troféu. Estão apuradas as equipas FC Vermoim, Novasemente Cavalinho, SL Benfica e Sporting CP. "A decisão de disputar as fases finais da Taça de Portugal de futsal em Gondomar vem na sequência da Cidade Europeia do Desporto e da sustentabilidade que lhe quisemos dar. Queremos também realizar algumas iniciativas paralelas ao mesmo tempo que decorre a prova", afirma Sandra Almeida, vereadora do Desporto do Município de Gondomar. Ao Vivacidade, a autarca garante que a ambição é maior e que justifica a tentativa de afirmação do concelho como "Capital do Futsal". "O objetivo passa por criar o primeiro Centro de Alto Rendimento Escolar, nos próximos dois anos", aponta Sandra Almeida.

Importa referir que o Multiusos de Gondomar já tinha sido escolhido para receber a fase final da prova no ano passado e o vínculo com a Federação Portuguesa de Futebol irá manter-se até 2019. Na última época, o Benfica fez o pleno, tendo conquistado a prova masculina e feminina da Taça de Portugal. ■ Foto Arquivo Vivacidade

15 de abril de 2018. Estádio da Luz. Dia de clássico. O hino do Benfica era a melodia certa para o voo da águia e os milhares de adeptos iam engolindo em seco até que... Artur Soares Dias apitou para o início da partida. Os nervos iam, assim, desaparecendo ao ritmo de Ljubomir Fejsa. A questão é que o médio sérvio não conseguiu aguentar o mesmo ritmo durante os 90 minutos e, por isso, na parte final do jogo, os nervos adensaram-se e o meio-campo portista ganhou tempo e espaço no relvado. A formação da casa foi recuando no terreno, com indicações bem claras nesse sentido por parte do seu treinador (desde logo nas substituições), e o futebol é duro para quem não arrisca. Acredite, é mesmo. Rafa Silva estava a ser o melhor do SL Benfica no que respeita ao processo ofensivo. Esteve nas jogadas de maior perigo da equipa encarnada, arrancou cartões amarelos a adversários, assumiu o jogo. No fundo, arriscou. Ao contrário de quem o retirou do campo aos 66 minutos. Como se não bastasse, passados 8 minutos, colocou o grego Andreas Samaris - que poderia ter sido expulso em 5 minutos - para substituir Franco Cervi e aí, mais do que nunca, a equipa percebeu que o empate era um resultado excelente. A jogar em casa, com o histórico Penta no horizonte, Rui Vitória foi demasiado cauteloso e, por isso, merece a minha crítica. Neste caso específico. Porque esta derrota jamais poderá apagar os títulos (e os ativos) que o técnico português ergueu ao serviço do emblema da Luz. Na verdade, Sérgio Conceição quis (muito) ganhar um jogo em que mesmo saindo derrotado continuava bem dentro da luta. E quem melhor do que Héctor Herrera para lhe fazer a vontade?! O “patinho feio” da Invicta. Lembram-se bem das críticas que lhe fizeram? Um dos melhores médios da nossa Liga. Desde sempre. Com uma intensidade brutal e com um grande entendimento daquilo que é um jogo de futebol. Como diria Maradona, “la pelota no se mancha”. Nunca. Certo também é que ainda faltam quatro jornadas, embora me pareça que só uma hecatombe impedirá o FC Porto de cobrir os Aliados de azul e branco.

Os pilotos Ricardo Sousa, Carlos Alberto e Rui Sousa, da Associação de Desportos Motorizados de Gondomar/Motojovinense, sagraram-se vencedores do 2.º Troféu Yamaha.


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32 VIVACIDADE ABRIL 2018

Desporto TABELA CLASSIFICATIVA DE FUTEBOL Campeonato de Portugal - Série B

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Próximos Jogos: 22/04 Sousense - Gondomar

Pontos 53 51 49 48 45 44 41 39 39 39 38 35 34 29 27 18

Divisão de Elite Pro-nacional Série 1

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Próximos Jogos: 22/04 SC Rio Tinto - Infesta

Pontos 59 57 56 54 50 48 47 41 33 31 31 30 28 25 22 13

Divisão de Elite Pro-nacional Série 2

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Equipa Aliados Lordelo Paredes Rebordosa AC Tirsense Barrosas Vila Meã Paços Ferreira B Lixa CD Sobrado S. Pedro da Cova Emersinde 1936 SC Nun' Álvares Baião FC Vilarinho Folgosa da Maia Penafiel B

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P. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Pontos 65 62 61 51 50 44 40 36 36 30 30 27 27 27 16 16

Próximos Jogos: 25/03 São Pedro da Cova - Aliados de Lordelo

Todavia, o confronto histórico entre os dois clubes é favorável à formação da casa, com cinco vitórias, quatro derrotas e apenas dois empates. Na primeira volta, os pupilos orientados por José Alberto derrotaram a turma da Foz do Sousa por 3-1, com golos de Tiago Gra-

ça, Ivan Santos (dois) e Rui Carvalho. Apesar da indiferença do resultado no que toca à competição em si, o Estádio 1.º de Dezembro promete fervilhar com o dérbi gondomarense e nenhuma equipa quererá, seguramente, despedir-se dos seus adeptos com uma derrota. ■

Num encontro sem grande história - apenas aquela que transporta a eterna rivalidade das duas equipas gondomarenses -, o Gondomar tentará a vitória que lhe poderá dar um honroso segundo lugar, embora já sem qualquer possibilidade de marcar lugar no play-off de subida à Segunda Liga Portuguesa. No que respeita aos locais, o cenário é negro. A equipa que teve vários treinadores durante a presente temporada já não consegue escapar do último lugar e a despromoção é a única consequência possível.

Eurobol 2018 juntou 1100 atletas A Ala Nun'Álvares de Gondomar e o Município de Gondomar juntaram, nos dias 29 e 31 de março, 1100 atletas de 24 clubes num total de seis pavillhões. A organização diz que a receita será para repetir no próximo ano. A 6ª edição do Eurobol realizou-se no final do mês de março. Cerca de 1100 atletas, entre os 10 e os 21 anos, disputaram a vitória nos respetivos escalões femininos e masculinos. Foram 24 clubes e 82 equipas, com um convidado de honra, o Barcelona. "O Eurobol começou por ser um evento regional e neste momento é nacional. Há uma grande envolvência da comunidade e já se tornou um dos maiores eventos desportivos do concelho. É uma prova que faz parte da ambição da Ala de Gondomar e um reflexo da nossa atividade diária", afirma Germano Santos, diretor de voleibol da Ala. O evento começou por ser regional mas rapidamente alargou o seu âmbito ao nível nacional, reunindo agora em Gondomar equipas do Norte e do Sul do país.

"O Eurobol já é uma prova muito ansiada, notamos isso ao longo da época. No total, são quase 300 jogos em três dias. Os atletas ficam hospedados na Escola Secundária de Gondomar e a cidade acaba por notar o de-

correr do evento, porque há muitos pais que vêm acompanhar os seus filhos", conclui o responsável pelo voleibol da Ala. No próximo ano, o Eurobol deverá voltar a reafirmar a prática do voleibol em Gondomar. ■ Foto DR

Equipa Leça Valadares Gaia Boavista B Avintes SC Rio Tinto Rio Ave B Padroense Oliv. Douro Maia Lidador Infesta AD Grijó Pedrouços Varzim B Lavrense CD Candal D. Sandinenses

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O Estádio 1.º de Dezembro, recebe, no próximo dia 22 de abril, às 16h, o dérbi gondomarense. União Desportiva Sousense e Gondomar Sport Clube irão medir forças no encerramento da fase regular do Campeonato de Portugal.

Foto Arquivo Vivacidade

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Equipa FC Felgueiras 1932 Sp. Espinho Gondomar Cesarense Cinfães Amarante FC SC Coimbrões AD Sanjoanense FC Pedras Rubras Trofense Canelas 2010 SC Salgueiros Camacha Aliança de Gandra Freamunde Sousense

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Campeonato de Portugal encerra com dérbi gondomarense


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34 VIVACIDADE ABRIL 2018

Empresas & Negócios

Valpaços acolheu 20ª Feira do Folar Entre os dias 23 e 25 de março, o Pavilhão Municipal de Valpaços abraçou a 20ª edição da Feira do Folar, uma das mais importantes da região, e a adesão encheu de orgulho a organização, bem como os expositores. O ano de 1998 inaugurou uma tradição que é, hoje, considerada pela grande maioria um verdadeiro sucesso. A Feira do Folar de Valpaços pretende valorizar e potenciar um dos maiores petiscos de Valpaços: o folar. Que significa “o que há de melhor” e que, na presente edição, contou com uma surpreendente distinção. Amílcar Almeida, presidente da Câmara Municipal de Valpaços, esteve à conversa com o Vivacidade e falou sobre o inédito “folar certificado”. “Tem selo de garantia e transmite essa maisvalia ao consumidor”, completou o edil. No que respeita ao balanço do evento, as palavras viajaram para uma dimensão de orgulho e satisfação pelo trabalho realizado. “Houve uma melhoria substancial nas vendas e até mesmo no que toca ao número de visitantes. As pessoas que participam nesta feira são os principais responsáveis pela dinâmica deste certame”, realçou o autarca. Nem mesmo a chuva impediu que as pessoas se deslocassem até Valpaços, “porque sabem que aqui podem encontrar o melhor que há no setor primário”, destacou Amílcar Almeida. De realçar que existiu um concurso nacional do folar em Anadia e foi uma padaria desta região que venceu o primeiro prémio. Todavia, à margem do folar, Valpaços dispõe também de um ex-

Carmen Chaves, 44 anos: “O balanço é muito positivo, semelhante aos anos anteriores. Nada a apontar à organização e tudo funciona de forma incrível. Quanto aos nossos produtos, os ases têm um creme caseiro juntamente com amêndoa torrada e é a especialidade da casa. Bem como os ambrósios, feitos com massa folhada e um creme de chantily com amêndoa torrada”. > O Folar certificado foi a grande novidade deste certame

celente azeite, bons vinhos, mel, o fumeiro e as compotas. “As pessoas que nos visitam podem sair de Valpaços com a despensa recheada de produtos de qualidade. E qual é a dona de casa que não gosta disso?!”, questionou o presidente, que não esquece os aspetos a melhorar. “Estamos a fazer um investi-

mento, juntamente com a Santa Casa, de forma a requalificar o nosso hospital e, por isso, não conseguimos avançar já com a construção de um novo pavilhão para responder ao aumento dos visitantes. Ainda assim, todos os dias vamos aprendendo e há que continuar a melhorar e a procurar medidas inovadoras”, rematou o presidente da Câmara Municipal de Valpaços. ■

Daniela Conde, 21 anos: “O balanço é extremamente positivo, cada vez temos mais gente e a procura pelo nosso folar é enorme. A cada ano que passa temos sempre mais gente e as vendas têm aumentado bastante. De ano para ano a organização vai também melhorando alguns aspetos e isso é fundamental”.

Fernanda Campos, 57 anos:

> A vigésima edição da Feira do Folar superou todas as expectativas

“Esta feira é sempre muito boa para a promoção dos nossos produtos. Participo desde a primeira edição e tenho acompanhado a grande evolução do evento. A Câmara também nos tem ajudado muito, mérito seja dado. Sou produtora de fumeiro e as nossas especialidades são as alheiras tradicionais e o salpicão. Devo ainda dizer que terão de reajustar o pavilhão, uma vez que já começa a ser pequeno para este certame”.

Conceição Moutinho, 49 anos:

> Amílcar Almeida, presidente da Câmara Municipal de Valpaços

“O balanço é muito positivo, mesmo muito. Esta edição superou todos os outros anos de uma forma incrível. O Município empenha-se muito na promoção do evento e isso é essencial, bem como esta certificação do folar. Não tenho nada a apontar, não mudaria nada, está tudo a funcionar a 100%. Uma organização de excelência. A grande especialidade da nossa casa é o folar”.


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36 VIVACIDADE ABRIL 2018

Lazer RECEITA CULINÁRIA

AGENDA CULTURAL VIVACIDADE

Empadão de atum e espinafres

EXPOSIÇÕES

DIVERSOS

MÚSICA

Chef João Paulo Rodrigues * docente na Actual Gest

21h45, 21 de abril Concerto Paulo de Carvalho, no Auditório Até 28 de abril - "Anabela Mendes da Municipal de Gondomar Silva", no Centro Cultural de Rio Tinto Até 28 de abril – “Diogo Goes”, na Casa Branca de Gramido

16h, 21 de abril – Ciclo de Conferências Saídos do Pó, na Biblioteca Municipal de Gondomar

TEATRO 21h30, 27 de março - “Palcos da Vida, no Auditório Municipal de Gondomar

1 kg. Batata Leite q.b. Manteiga q.b. Sal, pimenta e noz moscada q.b. 500 gr. de espinafres 4 latas de atum 1 cebola 4 dentes de alho 1 tomate pelado 50 ml. vinho branco 100 ml. polpa de tomate 1 fio de azeite Salsa picada q.b. Queijo ralado q.b.

Foto DR

Até 5 de maio – “Jorge Curval”, no Auditório Municipal de Gondomar

INGREDIENTES

Até 18 de maio - "Lux Folk", na sede da ARGO (Fânzeres) Até 20 de maio – “Uns Dyas entre Nós”, no Lugar do Desenho

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora

210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

Amor: O seu coração está um pouco dividido, pense bem qual o caminho que deve seguir, procure não ferir os sentimentos dos outros. Saúde: Faça uma limpeza geral aos seus dentes para poder ter um sorriso radiante. Dinheiro: A vitalidade e esforço que tem demonstrado no trabalho serão muito favoráveis para si.

Foto DR

HORÓSCOPO

Facebook em maus lençóis VIVA TEC | Fábio Silva

Preparação:

Foto DR

Um Homem está a beber uma cervejinha num bar, quando chega um sujeito e intercepta-o: - O senhor esteve aqui há três meses! - Pode ser, mas como você tem certeza disso? – pergunta intrigado o homem. Explica o primeiro: - Reconheci seu guarda-chuva! Responde o segundo: - Ahhh, mas há três meses eu nem tinha esse guarda-chuva… E diz o primeiro: - Mas eu tinha!

As últimas semanas têm sido bastante conturbadas para a maior rede social do Mundo. No passado mês de março, o Facebook viu-se envolvido num escândalo de grandes proporções que levanta grandes questões sobre a privacidade no mundo virtual. Segundo o The Observer e o The New York Times, a empresa Cambridge Analytica acedeu aos dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook, sem autorização, e utilizou-os para influenciar a campanha presidencial do atual líder dos EUA, Donald Trump. Esta ocorrência gerou uma onde de preocupação internacional, já que trouxe à ribalta as fragilidades das políticas de privacidade na Internet, nomeadamente, nas redes sociais. Face às notícias apresentadas, os EUA iniciaram uma investigação às práticas do Facebook, acompanhados da Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Brasil, entre outros. Por cá, a DECO já questionou a empresa norte-americana, de modo a inteirar-se em que medida poderão os utilizadores portugueses ter sido alvos deste escândalo. Segundo o Observador, a Cambridge Analytica terá obtido acesso à informação de mais de 63 mil cidadãos nacionais. Entretanto, o tumulto internacional já provocou algumas consequências, nomeadamente, o abandono de Alexander Tayler do cargo de CEO da empresa britânica. Do lado do Facebook, Mark Zuckerberg assumiu as culpas pelo ocorrido. “Na dúvida, se alguém é responsável, sou eu”, explica o fundador da rede social ao The Guardian. Relativamente à maior proteção dos dados dos utilizadores, Zuckerberg esclarece que levará algum tempo para que consigam levar a cabo todas as mudanças que devem ser feitas, mas que assume “o compromisso de as fazer", para "melhorar a forma como protegemos os dados dos utilizadores e salvaguardar as eleições em todo o Mundo". No âmbito da investigação a decorrer nos EUA, Zuckerberg depôs no Congresso estadunidense acerca das políticas de privacidade do Facebook, bem como a venda de dados pessoais. “Não vendemos informação, por isso, isso não é uma coisa que vamos fazer”, respondeu, acrescentando que são os utilizadores que controlam os dados que partilham na rede social.

1. Coza as batatas em água abundante temperada com um pouco de sal. De seguida, escorra a água, desfaça as batatas em puré, junte o leite até obter a consistência desejada, um pouco de manteiga, tempere com o sal, a pimenta, a noz moscada e reserve. 2. Entretanto, numa frigideira coloque um fio de azeite, dois dentes de alho picados, salteie as folhas de espinafres, tempere com um pouco de sal, retire e reserve. 3. De seguida, na mesma frigideira deite um fio de azeite, a cebola cortada em meias luas, os restantes dentes de alho, o tomate pelado, a polpa de tomate, o vinho branco e deixe refogar ligeiramente. 4. Junte o atum a salsa picada, mexa e deixe cozinhar cerca de 10 minutos, acrescente os espinafres e apague o lume. 5. Numa travessa de ir ao forno, coloque metade do puré, alise bem e por cima deite a mistura do atum, finalize com a segunda camada do puré. 6. Polvilhe com o queijo ralado e leve ao forno pré-aquecido nos 180ºC, aproximadamente 30 minutos ou até que fique com uma cor dourada.

SOLUÇÕES:


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38 VIVACIDADE ABRIL 2018

Opinião: Vozes da Assembleia Municipal

Satisfação laboral Joana Resende | PS “Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”. Consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o direito ao trabalho prevê que todas as pessoas têm direito a ganhar a vida num trabalho livremente escolhido, com condições equitativas de satisfação e rentabilidade. E as boas notícias é que nos últimos três anos a economia e o emprego têm melhorado significativamente. Paralelamente a isto, e sendo que durante os anos de austeridade o índice de insatisfação dos portugueses com o emprego era alto, a partir de 2014 com a melhoria da

economia e do mercado de trabalho, os trabalhadores portugueses têm vindo a melhorar a sua satisfação com aquilo que fazem. Não será apenas a conjetura económica que potencia esta evolução, mas também a mudança de paradigmas no tecido empresarial e nas novas relações laborais. Hoje em dia, o trabalho não é apenas uma tarefa que se realiza a troco de rendimento. Com a evolução social das últimas décadas, o emprego faz parte importante da realização pessoal e influi diretamente na sua felicidade. Sentir-se útil e relevante dentro de uma estrutura, criar laços com a equipa em que se integra, eleva o bem-estar individual e resulta

numa maior produtividade. Num estudo levado a cabo pelo projeto "Happiness Works", em que que foram entrevistadas 3.952 pessoas, concluiu-se que os trabalhadores felizes faltam cerca de 24% menos que os demais, menos de 38% revelam vontade de mudar de trabalho, o que resulta num aumento de mais 18% na sua produtividade anual. Assim, quem lidera e quem chefia deverá estar atento às suas equipas. O seu objetivo não pode centrar-se em números e resultados líquidos, mas antes na coesão e motivação do seu grupo. O seu papel dentro da estrutura é proporcionar as melhores ferramentas, a melhor formação, a liberdade de

escolha e de ação, a união. A rentabilidade, essa, vem em consequência. Também em Gondomar se tem vindo a notar esta mudança no seu tecido empresarial. Nos últimos anos, várias são as empresas gondomarenses que se destacam a nível nacional e internacional, com crescimentos substanciais e sustentáveis, e que centram as suas atenções na vanguarda técnica, mas principalmente no componente humano. Apraz-me agradecer também ao executivo, pelas inúmeras iniciativas que organiza ou apoia, e que têm permitido às empresas de Gondomar renovarem-se, modernizarem-se e configurarem-se elas próprias em exemplos nacionais.

Partido Socialista é especialista em cosmética

David Santos | Movimento Valentim Loureiro - Coração de Ouro O Partido Socialista (liderado pelo presidente da Câmara Municipal de Gondomar) é especialista em cosmética. Usam cosmética todos os dias. E, assim, tentam enganar os gondomarenses – que, cada vez mais, estão atentos e começam a denotar alguma insatisfação. Isso é o que facilmente se verifica no Facebook institucional da Câmara de Gondomar. Tentam diariamente, até mais do que uma vez por dia, pintar o mundo de rosa

(seguindo as pisadas do partido da rosa, o socialista). Anunciam muita coisa e fazem pouca. E começam a ser constantemente criticados. Vêm estes considerandos a propósito da Assembleia Municipal Extraordinária realizada em Melres (para debater os valores aplicados pela empresa Águas de Gondomar). Num claro golpe de rins (mas boa jogada política), conseguiram transformar uma evidente derrota pública numa vitória pela

margem mínima. Fazem de conta que são os maiores e que conseguiram uma grande conquista. Mas não! A conquista, a existir, foi de toda a oposição, unida, que chamou a atenção do Partido Socialista e do atual executivo municipal. Quanto ao resto? Mais do mesmo em Gondomar… Aprova-se um Plano e Orçamento da Câmara cheio de supostas ambições. Depois, conforme vão passando os meses, os níveis

de concretização ficam cada vez mais reduzidos. Já para não referir os imensos cartazes que nas autárquicas anunciavam a redução do passivo em imensos milhões de euros. Pois… Anunciavam… As reduções afinal só se ficaram pelos cartazes. Podiam, nesses mesmos cartazes, anunciar as fortunas gastas em publicidade e propaganda. Quer eleitoral, quer da Câmara.

Câmara de Gondomar: navegação à vela Maria Olinda Moura | CDU Navegar à vela, ao ritmo e sabor dos ventos, significa navegar sem rumo. É o que acontece na Câmara Municipal de Gondomar, governada por uma maioria PS. Quem o diz é o “Relatório de Gestão e Documentos de Prestação de Contas de 2017” depois de uma análise apurada da execução das diferentes rubricas propostas nas Grandes Opções do Plano e Orçamento para esse ano. Mais do que um conjunto de dados informativos, estamos perante um documento que evidencia as opções políticas da maioria PS na CMG durante o ano de 2017, marcado pela realização das eleições autárquicas. Na análise efetuada, o relatório apresentado evidencia que o PS, responsável por esta gestão, condicionou o investimento no concelho ao não ser capaz de trabalhar para uma alta execução das “receitas de capital” que se ficaram pelos 19,4%, significando isto que a maioria PS no Executivo da Câmara Muni-

cipal não foi capaz de assegurar a entrada de fundos do Orçamento de Estado e de programas comunitários ou de executar investimentos contratualizados, nomeadamente ao nível do Programa “Portugal 2020”. Para compensar esta falta de saber, o PS seguiu o caminho mais fácil: onerar os gondomarenses com “impostos diretos” (117,2% de execução), “impostos indiretos” (150,3% de execução) e “taxas, multas e outras penalidades” (228,7% de execução). Mais uma vez fica demonstrada a opção política de penalizar sempre os mesmos, os contribuintes, para além de ficar também demonstrada a desvalorização do investimento no concelho que teve um baixíssimo nível de execução, ficando-se pelos 41,1% na “aquisição de bens de capital”. Não é por acaso que o concelho de Gondomar continua “cada vez mais na mesma”. E se foi assim no último mandato, tudo aponta que assim será neste mandato em

que o PS continua a ter a maioria na Câmara de Gondomar, não demonstrando, antes pelo contrário, querer navegar com rumo. Veja-se o que já aconteceu com o aumento de 20% do IMI, um “imposto direto” que tanto penaliza as famílias gondomarenses que detêm casa própria, muitas delas à custa de grandes sacrifícios para as pagarem. Veja-se o que aconteceu com o “imposto direto” da Derrama, cuja isenção (proposta pela CDU) para as empresas com volume de negócios igual ou inferior a 150 mil euros que criassem postos de trabalho efetivos, significaria uma medida acertada para a criação de emprego no concelho, mas que foi chumbada pelo PS. Veja-se o que aconteceu com o aumento da tarifa de RSU, que já em 2017 foi superior ao que previa o orçamento e que mesmo assim será maior em 2018. Veja-se o que aconteceu com o recurso sistemático à “aquisição de bens e serviços” (prestação

de serviços) que tanto dinheiro custa ao município, prejudicando-se o investimento nos próprios serviços camarários e na valorização do pessoal. E veja-se a “publicidade e propaganda” que em 2017, ano de eleições, aumentou 181,18% com um gasto de 499.550,74€. E veja-se, por fim, as “Grandes Opções” desta maioria PS para o ano de 2018 em que áreas e matérias fundamentais para o desenvolvimento do concelho, como a educação, a habitação, ou a proteção do ambiente e conservação da natureza, continuam a ser negligenciadas, revelando esta opção o que há muito a CDU vem afirmando: a atual maioria PS não tem uma estratégia para Gondomar, continuando a navegar à vela em prejuízo do futuro do concelho e dos seus habitantes. É caso para dizer que, a Gondomar, os ventos de Abril ainda não chegaram.


VIVACIDADE ABRIL 2018 39

Opinião: Vozes da Assembleia Municipal

O zigzag das contas municipais Valentina Sanchez | PSD

Tal como aconteceu com o Orçamento para 2018, os eleitos do PPD/PSD têm, sucessivamente, recusado aprovar as opções políticas e de gestão do Partido Socialista na Câmara Municipal de Gondomar vertidas nas contas apresentadas. Temos um caminho, propostas e objetivos diferentes do atual executivo do Partido Socialista, pois damos prioridade ao futuro em prol de eleitoralismos de ocasião. Essa dimensão transpira da documentação contabilística apresentada que revela despesas eleitorais criticáveis para o ano de 2017 em ru-

bricas de Fornecimentos e Serviços Externos, onde se salienta mais 181% para “Publicidade e Propaganda”, e aumentos superiores a 15% nos trabalhos especializados. Acresce que os gondomarenses continuam sem saber quanto custou, de forma individualizada, a Cidade Europeia do Desporto 2017 e qual a evolução dos custos, ao longo dos quatro anos de mandato, da Noite Branca. O aumento gradual das receitas provindas dos impostos diretos e indiretos poderia ter travado as alterações do IMI, aliviando a carga fiscal so-

bre os gondomarenses, e permitido um favorecimento fiscal das pequenas e médias empresas. As taxas de execução apresentadas demonstram que não houve rigor na previsão da receita ou, por seu turno, existiu um orçamento empolado em algumas rubricas. Só assim se entende, por exemplo, taxas de execução abaixo dos 35% em rubricas como a Habitação, Ambiente, Transportes e Comunicações, ou uma aposta não suficiente na Educação ou na Ação Social. Os valores orçamentados para 2017, e posteriormente retificados, demonstram que não existiu

uma lógica entre aquilo que foi previsto e o que foi executado. Transparece uma gestão corrente, pouco planeada e consistente. Os eleitos do PPD/PSD estão muito apreensivos com os valores de endividamento apresentados, que não refletem nada do que foi anunciado pelo Partido Socialista durante a execução do mandato anterior, e, em particular, do que foi anunciado na última campanha eleitoral. Nos não somos assim. Por isso não aprovamos as Contas apresentadas pela Câmara Municipal de Gondomar para 2017.

A democracia

Pedro Oliveira | CDS-PP Comemoramos mais um aniversário desse fundamental acontecimento que libertou a Nação portuguesa de tão anacrónico jugo que, durante quarenta e oito anos, a impediu, designadamente pela força, de caminhar livremente o percurso da sua natureza intrínseca enquanto comunidade, isto é, uma indomável apetência para quotidianamente se fazer avançar na modernidade, sempre eivada desses imprescindíveis parâmetros da democracia e liberdade. Quarenta e oito anos de uma ditadura paternalista, obtusa e sem qualquer sentido, enredou o país numa constância terceiro mundista, inadaptada a qualquer laivo de desenvolvimento e de colaboração com os seus pares europeus, cravando na mente dos seus cidadãos um sentimento envergonhado de pequenez, uma psico-

logia objetivamente servil relativamente a tudo o que vinha “de fora”, como se aos portugueses estivesse apenas destinado o elogio da sua história, porque incapazes de poderem sequer ousar pensar, quase por razões da sua própria natureza, em se aproximar dos contornos de qualidade de vida dos seus vizinhos europeus. Foram claramente tempos bafientos, porque serviram unicamente para obliterar a legítima vocação de elevação dos índices de modernidade da nação portuguesa, implicando, cada ano que ia passando, a ampliação do atraso relativo e a frustração daqueles que muitos, se mostravam inconformados com a estagnação que o país vivia. O Estado era securitário e castrador de qualquer veleidade, viesse de onde viesse, razão porque alguma ação transformadora desse “status” seria

duramente reprimida. Por todos saberem que era assim, nunca é demais realçar a coragem dos militares da revolução que, largando a sua “zona de conforto” arriscaram as próprias vidas no derrube de um regime ditador e irracional, logrando libertar todo um povo das garras acintosas de quem não lhe dava o mínimo respeito. A verdade é que a revolução permitiu que um país atrasado e sem rumo, se fosse paulatinamente organizando e transformando e modernizando, ganhando o seu lugar no seio das democracias mais avançadas e o respeito da comunidade internacional. Obviamente que os portugueses continuam a aprender a viver em democracia mantendo um atraso, sempre menos substancial contudo, para com os seus parceiros europeus. No entanto e apesar de

alguns “equívocos” no percurso, o esforço de aproximação tem sido notável, começando a ver reconhecida a excelência de tantas valências sobressaídas da actividade de diferentes sectores, demonstrando ser protagonista de um vasto know how em importantes manifestações do saber. Não é, consequentemente, por acaso, que o maior grau de exercício de uma verdadeira e sustentada qualidade de vida, acontece nas democracias mais avançadas. Tal constatação dever-nos-á a todos nós portugueses, fazer perceber a importância que o ano de 1974 teve, não apenas na inequívoca melhoria da qualidade de vida da Nação mas, acima de tudo, na imprescindível capacidade que todos temos de podermos expressar as nossas ideias, genuína e livremente.

25 de Abril, sempre! Bruno Pacheco | BE

Sim, tenho orgulho de pertencer a uma geração que luta em liberdade. Tivesse isso chegado para não nos mandarem emigrar, para não nos sacrificarem o futuro no altar da austeridade, para não nos falharem a promessa de solidariedade numa Europa que afinal nos quer submissos. Cada geração tem os seus monstros e os nossos aparecem todos os dias na televisão. Quando chamam mãe a uma bomba feita para matar os filhos de alguém porque já não interessa lembrar a rosa de Hiroshima; quando a União Europeia determina que a deportação de refugiados é apenas uma questão de pagar o preço certo à Turquia. Quando movimentos reacionários e ultranacionalistas avançam na Europa alimentando-se dos destroços da austeridade que foi imposta aos povos. O medo converteu-se no maior aliado de um projeto político conservador que domina a Europa. Demasiado

distante das aspirações dos povos para mobilizar as suas vontades, o poder centrista procura ocupar cada espaço da nossa livre decisão com os seus burocratas, sanções e imposições. Perigo é a austeridade que renasce quando baixamos a guarda, as troikas que espreitam atrás de cada Programa de Estabilidade. Servem apenas para nos lembrar que ainda não vencemos, que ainda temos quem se ache nosso dono, que não somos livres. A espera é a derrota, e confronto com as imposições europeias, que é o mais difícil, ainda é o que está por fazer. A propaganda de que todos os protestos são populistas, acabará por servir o branqueamento de forças odiosas. A alternativa aos projetos reacionários não é a moderação do situacionismo, com a sua defesa empenhada do sistema que salva bancos mas que condena gerações a pagar as dívidas e os défices de uma velha elite, demasiado poderosa e não raramente corrupta.

O maior erro é continuar a sacrificar a democracia aos lucros dos mercados financeiros e negar a direitos e liberdades em nome de uma segurança que nunca se cumpre, só oprime. A alternativa é a audácia de quem não se resigna, de quem questiona, de quem não tem medo de existir. O medo e a esperança não só não se confundem, como se combatem. E não há destino para quem fica a meio do caminho, a atrapalhar o futuro, na estreita escolha do mal menor, imagem desbotada de democracia. É por isso que não podemos baixar a guarda na defesa de uma democracia completa, económica e social, soberana, que reclame para si a livre decisão sobre o que é de todos, do trabalho aos bens comuns. Abril, para não ser vazio, precisa de conteúdo, tem de ser esperança. No Bloco de Esquerda batemo-nos por este projeto de esperança.

Por escolhermos a solidariedade em vez da exclusão, por escolhermos a humanidade em vez da guerra, por defendermos investir no que é nosso em vez de cumprir as regras do absurdo monetário, por defendermos que tem de haver um futuro aqui tão luminoso como foi abril, dirão que sonhamos. A melhor resposta foi dada por um homem que sabia exatamente o que existe entre a guerra e a paz e que hoje também homenageamos. Nas palavras de Miguel Portas: “sonhamos? Não sonhamos nada, somos mesmo os únicos realistas deste filme”. Abril foi a melhor promessa que, ao libertar-se do passado, Portugal fez ao seu futuro. O futuro é hoje e nós não pusemos o barco ao mar para ficar pelo caminho. Lutemos por ele, como disse Natália Correia, “o cais é a urgência, o embarque é agora”. Viva o 25 de Abril!


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O Cartão d’Ouro é o cartão de saúde do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa (HE-UFP), um hospital cuja natureza não é a busca do assistencialismo como meio de facturação, mas sim a preocupação de cuidar com rigor profissional e ético. Sendo este um dos pilares da Fundação Fernando Pessoa (FFP), foi criado, em Abril de 2013, o Cartão d’Ouro, especialmente vocacionado para permitir à população ter acesso a cuidados de saúde diversificados a preços altamente bonificados e em condições excepcionais e exclusivas. No âmbito das comemorações do 50 ANIVERSÁRIO do HE-UFP e dos 30 ANOS da FFP, durante todo o mês de Abril, a adesão ao cartão será totalmente GRATUITA!

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