Trabalho Final de curso - Viviane Rodrigues

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humanização

na Revitalização e Ampliação

da UBDS Sergio Arouca Quintino Facci II

Viviane Ferreira Rodrigues


humanização

na Revitalização e Ampliação da UBDS Sergio Arouca Quintino Facci II Viviane Ferreira Rodrigues

Trabalho Final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da profa. Alexandra Marinelli.

Ribeirão Preto 2016


Viviane Ferreira Rodrigues

HUMANIZAÇÃO NA REVITALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO da UBDS Sergio Arouca Quintino Facci II

Trabalho Final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Alexandra Marinelli

Prof. Maria Lidia Guimarães

Novembro 2016


Dedico este trabalho aos meus pais Jair e Adelita por todo investimento e apoio durante a faculdade. Ao meu marido Italo pela paciência e compreensão nesta etapa final do curso. A vocês minha eterna gratidão!


Agradecimentos A Deus por ser fiel e soberano. A minha amada mãe pelo apoio, amor e carinho que me proporcionou nos momentos difíceis. Ao meu pai, por ser meu fiel intercessor e ajudador. Ao meu marido por todo amor que me proporciona. Obrigada pelo apoio e disposição em ouvir meus momentos de desesperos. Te amo Ao meu irmão Lucas, que presenciou a minha luta para chegar até aqui, na reta final. A família Xavier Ferreira e Família Rodrigues, por acreditarem nos meus sonhos. Aos Mestres por todo conhecimento e ensinamento durante a faculdade. A minha querida Mestre e Orietadora Alexandra, pela competência e ajuda para realizar este trabalho. Agradeço por toda confiança e por me mostrar que eu era capaz de chegar até aqui na reta final. Obrigada! As minhas companheiras e parceiras de faculdade Camila Duarte e Thawana Milleny. A vocês, meu agradecimento pela amizade e fidelidade durante os trabalhos acadêmicos. São amigas que levarei por toda vida. Aos meus colegas de sala, por toda alegria que me proporcionaram pelas manhãs, durante esses cinco anos. Vocês são incríveis. Aos Arquitetos Valter Felix e Susana Tarifa, por me dar a oportunidade de estagiar e vivenciar na prática o desenvolvimento dos projetos Arquitetônicos. Aos meus amigos e arquitetos Bárbara Chirieleison e Marcos Viana pelos ensinamentos, dicas, e ajuda para me aperfeiçoar nos desenvolvimentos dos projetos. Obrigada por serem grandes profissionais, exercendo sempre com muita competência.

‘EBENÉZER até aqui o Senhor nos ajudou’

I Samuel 7:12

Enfim, agradeço a todas as pessoas que participaram e vivenciaram, o meu sonho de cursar uma faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Hoje na reta final, deixo minha eterna gratidão!


Resumo O tema abordado é sobre Humanização na Revitalização e Ampliação na UBDS Sergio Arouca, no quintino facci II Ribeirão Preto. Este Trabalho abordará conceitos de Humanização e Sustentabilidade, para serem inseridos na Unidade com função de humanizar e requalificar. O objeto de intervenção sofrerá mudanças, em vista que este tema foi escolhido pela vivência do descaso que há nos Estabelecimentos de Saúde. O trabalho apresentará conceitos importantes como Relação x interior, distrações positivas, cor, técnicas de telhado verde, reuso de água da chuva e conforto ambiental, que contribuirá para organização fisico funcional da UBDS Sergio Arouca, para adequar aos espaços a Resolução RCD n.50. O objetivo final desse projeto é propor ambientes de qualidade em uma Unidade de Saúde , para proporcionar bem estar e conforto para pacientes e funcionários. Palavras Chaves: Revitalização; ampliação; humanização; sustentabilidade; distrações positivas; relação interior x exterior; UBDS Sergio Arouca.


01 APRESENTAÇÃO Cap. 01 - SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL 1.1 - Histórico SUS 05

05

1.2 - Sistema Único de Saúde(SUS) 07 1.2.1 - Humaniza SUS 08 1.2.2 - Soma SUS 09 1.2.3 - Saúde Preventiva

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1.3 - SUS em Ribeirão Preto 10

Cap. 02 - HUMANIZAÇÃO 14 2.1 - Distrações Positivas 17 2.2 - Cor 18 2.3 - Relação Interior x Exterior 20 Cap. 03 - SUSTENTABILIDADE 23 3.1 - Conforto Ambiental: Ventilação e Iluminação 24 Cap. 04 - REFERÊNCIAS DE PROJETO 28 4.1 - Hospital Sara Kubitchek - Rio de Janeiro 28

Cap. 05 - OBJETO DE INTERVENÇÃO E 55 SEU ENTORNO 5.1 - Entorno 55 5.2 - Terreno 62 5.3 - Objeto de Referência UBDS Sergio Arouca 64 Cap. 06 - PROGRAMA DE NECESSIDADES 78 Cap. 07 - O PROJETO 82 7.1 - Memorial Justificativo 82 7.2 - Memorial Descritivo 84 ANEXOS 88 Projetos Perspectivas REFERÊNCIAS 107

4.2 - Hospital Moriah - São Paulo 34 4.3 - Centro Médico de Primeiros Socorros - Ballarat 41 4.4 - Hospital Infantil Nemours -Orlando 46


APRESENTAÇÃO O assunto selecionado para elaboração da Pesquisa de Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo é sobre Arquitetura para Estabelecimentos de Saúde, que está inserido na área de Projeto de Arquitetura. O tema é Humanização na Revitalização e Ampliação da Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca Quintino Facci II, em Ribeirão Preto – SP. Esse tema foi escolhido pela observação e vivência do descaso que há nos estabelecimentos da saúde da rede pública. Dessa maneira, sabemos que os espaços para saúde hoje, em sua maioria, apresentam espaços com várias limitações, e quase sempre não oferecem ambientes adequados como os pacientes e funcionários de fato necessitam. Com isso, podemos observar que há uma carência de espaços humanizados quando falamos em saúde pública. Hoje, o Estabelecimento Assistencial de Saúde, por ser um ambiente que envolve funcionários e pacientes, precisa apresentar humanização e conforto ambiental para proporcionar qualidade de vida para os indivíduos. É extremamente necessário esclarecer os conceitos que serão destacados no decorrer da pesquisa para o Trabalho Final de Graduação, apresentando conceitos que serão a chave para um resultado positivo ao final do trabalho.

Dessa forma, sabemos que a Arquitetura para Estabelecimentos Assistenciais de Saúde é um tema complexo e desafiador, tendo como foco principal a adequação na organização dos espaços, para que pacientes e funcionários vivenciem espaços físicos que contribuam para a cura e o bem estar. Segundo Ciaco: “Pensar os espaços de um hospital é considerar até 120 tipos diferentes de atividades a serem realizadas ao mesmo tempo, 24 horas por dia, pelos mais diversos funcionários [..] sem esquecer da circulação dos pacientes”. GEROLLA (2007 apud CIACO, 2010, p. 72). Assim, fundamentado nesta ideia, para se projetar espaços na área da saúde, recomenda-se planeja-los segundo as Normas e Legislação vigentes para esses espaços. É essencial que o arquiteto, ao desenvolver um projeto, preocupe-se com a legislação e a normatização vigentes, específicas de um ambiente hospitalar, pois o planejamento arquitetônico visa à qualidade e ao bem-estar de seus usuários, levando-se em conta, então, uma revisão nas normas da ANVISA, Ministério da Saúde e normas da ABNT relativas a hospitais, incluindo a acessibilidade, o conforto ambiental, o layout, ou seja, identificando a adequabilidade da arquitetura voltada para a humanização. PINHO ARAÚJO e GIACOMAZZI DANTAS (2013; p. 02)

Um conceito extremamente importante a ser discutido e abordado nesse projeto, é a Humanização em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Desse modo é um processo com intuito de promover mudanças nos espaços e sistemas de saúde, a fim de obter resultados positivos. TOLEDO (2005; p. 05) diz que “[...] caberia aos arquitetos cuidar, particularmente da humanização do edifício hospitalar, que no nosso entender, nada mais seria que realizar uma boa arquitetura.” É preciso então, compreender as necessidades dos espaços inseridos naquele estabelecimento de Saúde, para enfim saber o que irá projetar. TOLEDO (2005; p. 05) confirma que:

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Para projetar um hospital, o arquiteto deve conhecer a forma como são praticados os procedimentos que se desenvolvem em cada um das centenas de ambientes que integram a edificação hospitalar. É preciso também identificar as necessidades de cada ambiente quanto a área, configuração, mobiliário, equipamentos e infraestrutura e saber o número de pessoas envolvidas nos procedimentos, o nível de criticidade de cada ambiente relacionado a riscos biológicos, às exigências de controle da temperatura, exaustão, nível de iluminamento etc.

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Por ser o objeto de estudo uma UBDS inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), vale ressaltar que o Ministério da Saúde criou um programa de melhoria, para que ocorram mudanças significativas e positivas nos sistemas implantados nesses espaços de saúde. O HUMANIZA SUS (2003; p. 06) diz que: “Queremos um SUS com essas mudanças. Para isso, estamos construindo uma política que nomeamos Política de humanização da atenção e da gestão em saúde no Sistema Único de Saúde – SUS: Humaniza SUS”. Por último será discutido a questão do Conforto Ambiental dentro de um Estabelecimento de Saúde, que nos dias atuais, principalmente em Unidades Básica Distrital de Saúde, é dificilmente encontrado. Questões como iluminação, ventilação, acústica e outros requisitos de conforto, precisam ser analisados e considerados em espaços de Estabelecimentos da Saúde. LUKIANTCHUKI e CARAM (2015; p. 02) afirmam que: As considerações com recursos naturais devem ser ainda maiores quando se tratam de estabelecimentos de saúde, uma vez que são espaços onde o cuidado com a saúde humana é o principal objetivo. Aspectos como iluminação e ventilação naturais são indispensáveis,

pois contribuem para boas condições visuais, térmicas e higiênicas, evitam o confinamento dos ambientes internos, além de proporcionarem ambientes humanizados que contribuem para o processo da cura.

Portanto, são conceitos de humanização e conforto ambiental dentro dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde que serão considerados neste projeto. A UBDS Sergio Arouca é um estabelecimento de saúde, localizado no Setor Norte, que pertence ao Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento 24 horas. Dessa forma, perante a avaliação desenvolvida da problemática do edifício, será proposto ideias com o objetivo de humanizar e adequar esta Unidade Distrital. O objetivo é elaborar um projeto de Arquitetura em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, propondo uma intervenção de Revitalização e Ampliação na Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca – Quintino Facci II, no qual será discutido a humanização, o conforto ambiental e a organização dos espaços. Para o levantamento bibliográfico, serão feitas visitas na Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca para levantamento de dados do objeto de estudo do entorno, sob auxilio de entrevistas com pacientes e funcionários para soluções projetuais da problemática dessa Unidade. O trabalho está organizado em seis capítulos: Capitulo 01 – Saúde pública no Brasil – apresenta o histórico que levou a criação do SUS; o conceito e significado do SUS, explicando o funcionamento das políticas públicas como Humaniza SUS, Soma SUS e Saúde Preventiva na Arquitetura; e do SUS em Ribeirão Preto, com o foco na Zona Norte na qual está a UBDS estudada. Capitulo 02 – Humanização – apresenta os principais conceitos e características de como propor humanização nos Estabelecimentos de Saúde. Capitulo 03 – Sustentabilidade – apresenta as principais


características como Ventilação e Iluminação em Estabelecimentos de Saúde. Capitulo 04 – Referências de Projetos – apresenta Projetos de Edifícios Nacionais e Internacionais, analisando as características que apresentam em relação à Humanização, Conforto Ambiental, Revitalização e Ampliação. Capitulo 05 – objeto de intervenção e seu entorno – apresentação de levantamento de dados em relação ao edifício e seu entorno, buscando analisar a área onde ocorrerá a intervenção. Leitura da UBDS Sergio Arouca. Capitulo 06 – Programa de Necessidades – apresentação do dimensionamento dos espaços da UBDS, levando em consideração a Legislação RDC nº50 . Capitulo 07 – projeto – apresentação do projeto da UBDS, memoriais justificativo e descritivo, e perspectivas. Anexos – Apresentação de entrevistas feita com os funcionários e pacientes para saber o que é necessário melhorar em função da problemática. Projetos em uma caixa em anexo.

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1-SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

Esse programa foi destinado aos servidores públicos beneficiado da Lei Orgânica Previdência Social sancionada em 1960 e efetivada em 1966. Onde esse processo de unificação mais tarde possibilitaria na criação do Sistema Nacional de Saúde, BOTARO (2015, p.03): “No ano de 1975 foi criado o Sistema Nacional de Saúde, cuja função foi estabelecer as diretrizes de uma política de promoção, proteção e recuperação da saúde.” Assim, considera-se que esse sistema de previdência social era visto como algo muito complexo, no qual os investimentos do governo eram escassos, e muito burocráticos, e diante de todas essas dificuldades pensou-se em outras possibilidades para promover atendimentos a saúde.

1.1 HISTÓRICO SUS

A história do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil apresentou vários pontos significativos que contribui para elaboração desse programa na área da saúde. Primeiro, é importante esclarecer a trajetória que resultou na fundação desse Sistema. Um dos fatores importantes dessa trajetória de criação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil foi a Previdência Social, que consiste numa forma de atendimento destinado aos trabalhadores: “No Brasil, até a Constituição de 1988, os serviços públicos de atendimento à saúde estiveram vinculados à previdência social, que, pode-se dizer, teve seu marco inicial em 1923, com a criação da Lei Eloy Chaves.” BOTARO (2015, p.02). A lei Eloy Chaves, foi um marco na história desses trabalhadores que, a partir dessa referência, deu o direito da aposentadoria, assistência médica e auxilio farmacêutico, conforme explica BOTARO (2015, p.02): [..]foram criadas as primeiras caixas de aposentadorias e pensões para os empregados das empresas ferroviárias, contemplando-os com os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (que seria atualmente a aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por morte e assistência médica.

No entanto, percebiam-se perdas com a desaceleração econômica, e a crescente necessidade de atualizar o Sistema e criar algo novo que fosse capaz de atender as exigências na área da saúde e atender a população brasileira. Devido a essa crescente necessidade de atualização desse Sistema público de saúde, sabe-se que a decisão para a possível criação do SUS foi marcada pela Reforma Sanitária, que foi um movimento que lutou para conquistar a saúde pública para toda população brasileira. O líder que encabeçou esse movimento foi o Dr. Sergio Arouca, médico, nascido em Ribeirão Preto. Ele defendia o direito de uma saúde igualitária para todos e não somente restrita aos trabalhadores daquela época. A Reforma Sanitária ocorreu na fase da Ditadura Militar, conforme afirmação: “Na década de 1970, em plena ditadura militar, surge o movimento da reforma sanitária. Sergio Arouca desponta como um dos principais militantes.” (PENSE SUS, vídeo SUS). Sergio Arouca afirmava que a “Saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado” (1998). Com isso, durante todo o processo de conquistas da saúde pública, surgiram outros movimentos, dentre eles, o Movimento Estudantil da Medicina, que defendia a mesma ideia fundamentada por Sergio Arouca. Durante a Reforma Sanitária iniciou-se a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que tinha como objetivo final conquistar a Universalização na Saúde, concedendo o direito único para todos. A intenção de Sergio

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Arouca durante essa conferência era eliminar o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS): “Uma das coisas mais importantes, segundo Arouca, era transferir o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps) para o Ministério da Saúde.” (SITE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ). Sobre o INAMPS, sabemos que foi o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social, que na época vinculava-se ao Ministério da Previdência e Assistência Social, e foi criado em 1974 pelo regime militar. Posteriormente, Sergio Arouca decretou a exclusão do INAMPS e, na fase de redemocratização do país em 1980 tornou possível a criação do Sistema Único de Saúde (SUS): “A criação do SUS é um processo que resulta fundamentalmente do engajamento dos movimentos sanitários, autoridades locais de saúde, correntes progressistas da burocracia do Ministério da Saúde e do Inamps.” (BOTARO 2015, p.04). Portanto a criação do SUS iniciou-se a partir dessa trajetória, e assim se deu o nascimento de um novo Modelo de Saúde Pública para a população.

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1.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema que foi instituído em 1988 com a publicação da Constituição da República Federativa do Brasil, que dá o direito de saúde para toda população brasileira. É um programa administrado pelo Governo Federal e Ministério da Saúde, com recursos públicos que possibilita o atendimento a toda população. A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede pública de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no país em saúde pública em todo o Brasil. (CARTILHA SUS, 2006; p. 09).

Por ser um programa da rede pública, sabe-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) é gratuito, por meio do cadastramento do Cartão SUS, e oferece desde atendimentos simples até atendimentos complexos:

(CARTILHA SUS; 2006; p. 02): “[...] trata de um sistema ímpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualitário à população brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos”. Portanto está inserido no Sistema de Saúde da Rede Pública, atendimentos de atenção básica; média e alta complexidade; e assistência farmacêutica a fim de atender as necessidades da população. Esse Sistema Básico de Saúde apresenta quatro requisitos fundamentais básicos, que são os de Universalidade, Equidade, Integralidade e Descentralização. O site PENSE SUS aborda esses conceitos, como pontos principais da implantação e preservação do Sistema Público de saúde no Brasil. O primeiro princípio é da Universalidade, o qual remete a questão de que a saúde deve ser direito de todos, para acabar com a desigualdade e discriminação: (PENSE SUS, 2016) “Universalidade é um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e determina que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações e serviços de saúde.” Assim, observa-se que esse princípio prevalece por conta da ideia principal do SUS, que é destinado a toda população e de forma gratuita. Outro princípio que esse sistema aborda é o da Equidade, que se trata de uma doutrina que estabelece a ordem de igualdade e justiça. Em que o site descreve: “No âmbito do sistema nacional de saúde, se evidencia, por exemplo, no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais precisa e menos a quem requer menos cuidados”. (PENSE SUS, 2016). Com isso, sabemos que até hoje esse conceito permanece, pelo fato de que pacientes em estado grave são atendidos em primeiro lugar. Quando falamos de condição integral e em direito de ouvir os discursos da população em relação à saúde, o princípio que aborda esse assunto é o da Integralidade que tem como objetivo atender as necessidades daqueles que utilizam o Sistema Básico de Saúde: “Pela perspectiva dos usuários, a ação integral em saúde tem sido frequentemente associada


ao tratamento respeitoso, digno, com qualidade e acolhimento” (PENSE SUS,2016). Assim conforme dito, a função da integralidade é zelar pela vida do paciente, atendendo todas as suas necessidades. O último princípio é da Descentralização, organização do Sistema Único de Saúde (SUS), em que o propósito é prestar o serviço à população de maneira correta e eficiente. O Decreto 7.508 de 2011, que regulamenta a Lei 8.080/90, estabelece um novo arranjo para a descentralização, definindo que os serviços prestados permanecerão organizados em níveis crescentes de complexidade, em unidades geográficas específicas e para clientelas definidas. (PENSE SUS,2016).

O objetivo com a descentralização é, organizar de forma correta os locais de atendimento para cada nível, a começar do simples e ir até o complexo. Esse setor é distribuído e administrado em três níveis, sendo eles a União destinada ao Ministério de Saúde, o estado pelo secretário estadual e Município pelo Secretário Municipal, a fim de perpetuar a descentralização no SUS. Devemos também neste trabalho abordar as etapas que o Sistema Público oferece em relação à saúde. Sabemos que existe a fase primária, secundária e terciária de acordo com nível de atendimento de cada Estabelecimento Assistencial de Saúde. A Fase Primária consiste em atender especificamente a população especifica de cada bairro, ou seja, é conhecida como Saúde da Família, na qual a diferença dessa unidade para outras, consiste em ser um local destinado a atendimentos para vacinas; farmácia; consultas como pediatria, ginecologista, clinico geral, oftalmologia e consultas odontológicas. Essa fase é um atendimento básico com exames de rotina, e não atende a situações emergenciais. Seu horário de funcionamento para atender crianças e adultos são limitados, de segunda a sexta entre os horários das 07:00 á 16:00. Essa Unidade Básica de Saúde

Família tem a função de trazer a prevenção aos moradores que frequentam aquela unidade, através de programas e alertas sobre a saúde; conforme citação: “A partir do acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, são desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes” (PENSE SUS,2016). Portanto é extremamente importante essa fase primária destinada à saúde da família, pois apresenta uma organização fundamental de atenção básica. A Fase Secundária representa um atendimento destinado a um número maior de pacientes, onde os recursos são maiores e conseguem socorrer casos específicos e emergenciais; contudo, é uma unidade que comporta consultórios para determinadas especialidades, farmácia e salas para atendimento emergencial. Tem a possibilidade de atender outros bairros e a única diferença desse setor secundário para o terciário é que não tem a necessidade de apresentar leitos para internação. Muitas vezes é uma fase considerada como atendimento ambulatorial e emergencial. Seu horário pode variar, mas a tendência é atender 24 horas, por apresentar características emergências. Dessa forma podemos dizer que a Unidade Básica Distrital Sergio Arouca do Quintino Facci II de Ribeirão Preto, se enquadra nessa fase. A Fase Terciária compõe-se pelas características presentes nas fases primária e secundária, em que quando falamos de saúde terciária no sistema básico de saúde consiste em um atendimento amplo dentro de hospitais, ou seja, o nível de especialidade é destinado para casos mais complexos, e consiste em um local com possibilidade de internação. Nessa fase a tendência é atender a cidade ou até mesmo outras regiões, pois a demanda de médicos e funcionários triplica para atender um número maior de pacientes. Segundo o blog Clinica da Família Isabel Santos que diz: “A Atenção Terciária é organizada em pólos macrorregionais, através do sistema de referência.” Com isso o horário de funcionamento é 24 horas. Portanto conclui–se que o Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta diversos níveis de atenção a saúde da população, ou seja, ele cria essa

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divisão para manter uma organização e no final todos serem atendidos conforme a necessidade. Pode-se dizer que é um Sistema Público que trabalha em escalas, em que a fase primária é a escala pedestre, onde existe a possibilidade de você ir a pé; a fase secundária trabalha na escala do bairro, em que é necessário se locomover utilizando um meio de transporte; e a fase terciária trabalha na escala da cidade. Vale ressaltar também o dimensionamento dos edifícios. Na fase primária a tendência é estabelecimento de saúde menores que comportem poucas pessoas; na fase secundária são estabelecimentos médios, comportando um número maior de pessoas; e a fase terciária são edifícios maiores que comportam um numero maior de pessoas residentes naquela cidade ou região. O Sistema Único de Saúde (SUS) se baseia nesses conceitos, com o objetivo da saúde pública de criar critérios que ajudem no desenvolvimento desse sistema, a fim de constituir resultados positivos de forma a amparem as necessidades da população brasileira em relação à saúde.

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1.2.1 Humaniza SUS O Humaniza SUS é uma Política Nacional de Humanização (PNH), em que o objetivo é apostar em uma política ética: É uma aposta ética porque envolve a atitude de usuários, gestores e profissionais de saúde comprometidos e coresponsáveis. É estética porque se refere ao processo de produção da saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas. E é política porque está associada à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS. (PENSE SUS,2016).

Essa política tem o objetivo de impactar e interferir nessa gestão de saúde. Sabe-se que é uma política pública que foi criada em 2003, e nasceu para aprimorar os princípios estabelecidos pelo SUS. Ela trabalha com base em três princípios fixos que são a Transversalidade e Autonomia; a Inseparabilidade entre a gestão; e o Protagonismo

do sujeito. Em que na Transversalidade segundo o Portal da Saúde SUS (2014): “(...) é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido.”. Isso revela a proposta de integração entre pessoas e grupos que, juntos tem o objetivo de acrescentar uma forma corresponsável na saúde. Sobre a inseparabilidade entre a gestão, trata-se de uma forma de buscar conhecimentos que vão interferir na atenção à saúde, e é dever dos trabalhadores e usuários, segundo confirmação no Portal da Saúde SUS: “[...] trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos, serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva”. Sobre o Protagonismo do Sujeito, o Portal da Saúde SUS diz que é uma construção de ampliação e autonomia das pessoas envolvidas, ou seja, autonomia dos pacientes e trabalhadores e ainda diz sobre o papel de cada sujeito: “Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens: as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um”. (PORTAL SAÚDE SUS; 2014). Isto é o compartilhamento de responsabilidade, é reconhecer o direto e dever de cada cidadão, contudo a produção de saúde é feita pelo incentivo de cada sujeito. O método do Humaniza SUS é oferecer e investir na inclusão daqueles prestadores de serviço que constituem a saúde pública, ou seja, é cuidar dos processos da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma coletiva. Assim, confirma o Portal da Saúde SUS: Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho. (PORTAL SUS,2014).

Como dito anteriormente o Humaniza SUS, consiste em propor a inclusão que leva a mudanças significativas para gerar novos conceitos


de cuidar e organizar, para enfim oferecer melhorias no sistema de saúde pública. Podemos também observar, de acordo com as definições e orientações do documento de discussão do Humaniza SUS que, sobre a Arquitetura existe a necessidade de proporcionar projetos de Estabelecimentos Assistências de Saúde com objetivo de melhorar a ambientação dos espaços desses estabelecimentos. O Humaniza SUS ainda apresenta orientações para cada tipologia do Sistema Único de Saúde (SUS), em que, para Fase de Urgência e Emergência, onde se enquadra o Projeto de Intervenção da UBDS Sergio Arouca do Quintino Facci II, “Os serviços devem ser confortáveis, respeitar a privacidade e promover a ambiência acolhedora” (Humaniza SUS, 2003, p.17). Assim, conclui-se que, o Humaniza SUS planeja promover nos Estabelecimentos de Saúde ambientes acolhedores e que gerem conforto aos pacientes e funcionários. Portanto, a Política Nacional de Humanização (PNH) tem objetivo de propor para cada Edifício da Saúde, inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), mudanças que interferem na organização da gestão dos trabalhadores e dos usuários, em que a estratégia geral, segundo o Humaniza SUS (2003; p. 14) é: “A implementação da PNH pressupõe a atuação em vários eixos que objetivam a institucionalização, difusão desta estratégia e principalmente, a apropriação de seus resultados pela sociedade”.

1.2.2 Soma SUS O Soma SUS segundo o Portal da Saúde SUS (2014) “[...] é uma ferramenta para auxiliar gestores e técnicos de instituições de saúde a planejar, avaliar e elaborar projetos de investimentos em infraestrutura”. Conhecido como Sistema de Apoio a Elaboração de projetos de investimentos em saúde, o Soma SUS como dito, é um instrumento que auxiliará no desenvolvimento dos projetos na saúde pública. Também é uma política pública, em que o Ministério da Saúde a desenvolve, para nortear a criação e organização da estrutura de cada

Estabelecimento de Saúde. Pode-se dizer que é uma preocupação do Ministério da Saúde, perante as deficiências e problemas que ocorrem na organização dos espaços quando falamos em saúde pública do Brasil. Essa política não apenas auxilia nos projetos atuais, ampara no processo de organização dos estabelecimentos de saúde existentes, conforme o Portal da Saúde SUS: “O Soma SUS tem por objetivo se tornar um instrumento não só de auxílio na elaboração de projetos, mas também para a consolidação do processo de reorganização da rede de atenção à saúde”. O que se espera do Soma SUS é que se encontre adequação as necessidades da população brasileira. E segundo o Glossário temático do Soma SUS, esse sistema abrange os tipos de serviços de saúde e seus respectivos ambientes físicos; layouts dos ambientes de saúde; esquema de relação funcional entre os ambientes; tipos, quantidades e custos estimados de equipamentos, mobiliário e materiais permanentes relacionados a cada ambiente. Requisitos importantes que ajudaram a compor a Programação Arquitetônica de Unidades Funcionais de Saúde, baseando-se nas Normas Técnicas Anvisa e RDC nº 50. Com isto, conclui-se que esse sistema desenvolveu um histórico entre os anos 2003 a 2013; são dez anos de discussões, criações, desenvolvimentos, inclusão, reorganização e publicações, com o objetivo de aprimorar a estrutura dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Sabe–se que nos últimos anos houve publicações de livros que orientam de forma adequada o desenvolvimento dos espaços necessários para cada unidade, levando conforto para pacientes e funcionários.

1.2.3 Saúde Preventiva A Saúde Preventiva é um programa desenvolvido também pelo Ministério da Saúde, a fim de prevenir doenças. Sabese que hoje, a população brasileira busca ajuda apenas quando o estado de saúde se agrava, e também que é extremamente importante zelar e cuidar da saúde.

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É um sistema que pode prevenir morte precoce e custos abusivos de investimentos em remédios. O site Arion Corporation afirma: “Os programas de saúde preventiva vêm ganhando notoriedade como uma das políticas públicas de melhor relação custo/beneficio” (2006). Ele ainda explica a importância que tem essa política: Este fenômeno não se observa unicamente no Brasil. Países que adotaram políticas de prevenção ativa vem obtendo excelentes resultados no aumento da expectativa de vida, na melhora dos indicadores sociais, na redução da mortalidade infantil, na redução dos custos para financiamento do sistema público de saúde e na melhora da eficiência no atendimento, com forte impacto na percepção de incremento na qualidade pelas populações atendidas. (site ARION CORPORATION, 2006).

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Podemos perceber que não apenas no Brasil, mas no mundo todo, a tendência é utilizar a prevenção à saúde trazendo um aumento positivo a expectativa de vida da população. São muitas as campanhas de saúde preventivas; campanhas em que a intenção é levar informação sobre saúde física e mental, porém, são campanhas com começo e fim. O site do Portal Educação (2013) confirma que: “Uma Campanha tem data de início e de fim. Possui um objetivo específico e geralmente envolve mutirões para sua condução”. Isso significa que, trata-se de um processo que não tem continuidade, mas quando falamos de programa de saúde preventiva são informações sem interrupções em seu processo de prevenção, conforme explica Portal Educação: No Programa, as ações são continuadas. Não há prazo para encerramento das atividades. Há um cuidado com a Promoção de Saúde por meio de palestras, cartilhas, filmes, bem como com o diagnóstico precoce e o acompanhamento assistencial. (2013).

Dessa maneira, observa-se a importância que tem o Programa de Saúde Preventiva, através de informações que poderão ajudar na saúde da população brasileira. É um programa essencial para ser desenvolvida nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.

1.3 sus em ribeirão preto O Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto, adota os mesmos princípios propostos pelo Ministério da Saúde em relação a saúde pública no Brasil. Observa-se que em Ribeirão Preto a Saúde Pública, pode oferecer recursos maiores em relação as outras cidades. Em alguns casos, dependendo do nível de especialidade, o Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto, atende até mesmo outras regiões. Cidades como Cravinhos, Serrana, Batatais, dentre outras cidades vizinhas na região de Ribeirão Preto, tem a possibilidade de obter atendimento em hospitais com suporte para aqueles que necessitam da saúde pública. Um exemplo de hospital que tem essa função é o Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, onde por dia são atendidas centenas de pessoas. É um hospital que disponibiliza atendimento gratuito para a população e tem condições necessárias para receber pessoas com situações graves que precise de acompanhamento de um especialista, como é o caso de pessoas com doenças Oncológicas. Em Ribeirão Preto muitas são as possibilidades de atendimento da Rede Pública, os atendimentos são divididos conforme a necessidade do paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) organiza o atendimento em etapas. No site da Prefeitura de Ribeirão Preto disponibiliza a definição de cada atendimento que são: “Atendimento Básico – Primário (UBS)”; “Atendimento Especializado e atendimento de urgência e emergência (UBDS)”; “Atendimento Hospitalar – Hospitais integrantes do SUS”. O “Atendimento Básico – Primário (UBS)”, segundo o site da Prefeitura de Ribeirão Preto, afirma “Qualquer cidadão residente em Ribeirão Preto, que necessitar de um atendimento em saúde, deve procurar a UBS – Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa”. (2016). O site também especifica que esse nível de atendimento


é a porta de entrada para a utilização do (SUS) do município, pois o serviço de atendimentos se resume a casos de clinica médica, ginecologia, pediatria, odontologia, enfermagem/vacina, Programa de Integração Comunitária, Assistência domiciliar, Acompanhamento de famílias cadastradas, programa de agentes comunitários e Farmácia. Esse tipo de atendimento é destinado a casos simples que precisam apenas de atenção básica. O “Atendimento Especializado e atendimento de urgência e emergência (UBDS)”, segundo a Prefeitura de Ribeirão Preto: “Sempre que o problema de saúde do usuário não puder ser resolvido pelos médicos, dentistas ou outro profissional do atendimento básico, o usuário será encaminhado a um especialista”(2016). Através de uma Guia de Referência, quando precisar de um atendimento mais especifico, o individuo será encaminhado, ou seja, ele recebe a guia para recorrer ao Estabelecimento Assistencial de Saúde de nível especializado. Sobre o atendimento de Urgência e Emergência a Prefeitura de Ribeirão Preto alerta: “Os usuários deverão se dirigir as UBDS quando ocorrer: Febre Alta, desmaios, acidentes, convulsões; agressões, físicas, afogamentos, quedas, hemorragias, ferimentos, crises, de falta de ar, queimaduras, envenenamentos, dores intensas, fraturas, etc.” (2016). Isto é, serão atendidos aqueles que necessitarem de atendimentos emergenciais 24 horas. Vale lembrar que o objeto de estudo, Unidade Distrital Sergio Arouca Quintino Facci II, em Ribeirão Preto, segundo a Enfermeira Luciana (Funcionária da UBDS), se enquadra no “Atendimento especializado e atendimento de urgência e emergência (UBDS)”. Imagem 01 Fluxograma da divisão de planejamento da saúde Fonte: site Prefeitura de Ribeirão Preto – Dep. de Vigilância em saúde e Planejamento

O “Atendimento Hospitalar – Hospitais integrantes do SUS” promove atendimento ao paciente de forma especializada e tem a possibilidade de cirurgias e internações. É um atendimento que ocorre para casos mais graves, e para ser um atendimento rápido, o SUS de Ribeirão Preto implantou o “Complexo Regulador”, conforme explica o site da Prefeitura de Ribeirão Preto:

Este atendimento será feito através do Complexo Regulador. O paciente será encaminhado para os hospitais integrantes do SUS, com uma guia de referência. O profissional de saúde que está atendendo ao paciente é informado pelo Complexo Regulador, para qual hospital o paciente deverá ser encaminhado. Este sistema é um instrumento que, antes de qualquer coisa, garante maior agilidade no atendimento, evitando que o paciente fique andando, de um hospital a outro, à procura de vaga para internação. (Prefeitura RP; 2016).

Portanto o paciente que necessitar ser encaminhado para um atendimento hospitalar, deverá passar primeiro pelo processo de atenção básica, onde receberá a Guia de Referência e será encaminhado para o Complexo Regulador. Dessa maneira, entendemos como se dá a organização do Sistema Rede de Atenção SUS em Ribeirão Preto.

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Em Ribeirão Preto as Unidades, estão dividas em cinco zonas distritais de saúde, sendo o Distrito Central, Distrito Leste (Castelo Branco), Distrito Oeste (Sumarezinho), Distrito Sul (Vila Virginia) e Distrito Norte (Quintino).

Essas Zonas Distritais de Saúde são constituídas por Unidade de Saúde da Família (USF), Unidade Básica de Saúde (UBS) e Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS). Percebemos que cada Setor Distrital tem capacidade para atender um número especifico de bairros. As Unidades de Saúde da Família (USF) conforme o site da Prefeitura localizam-se somente no Distrito Oeste, com oito unidades e no Distrito Norte com quatro unidades, totalizando doze Unidades de Saúde da Família em Ribeirão Preto.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são distribuídas nas cinco zonas distritais, sendo na Zona Central três unidades; na Zona Leste seis unidades; na Zona Sul uma unidade; na Zona Oeste sete unidades; e na Zona Norte sete unidades, totalizando vinte e quatro Unidades Básica de Saúde em Ribeirão Preto.

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As Unidades Básicas Distrital de Saúde (UBDS) apresentam um número menor de unidades, sendo distribuídas, quase sempre, uma unidade para cada Zona Distrital. Porém, mesmo sua quantidade sendo menor, seu nível de atendimento é maior, e como já dito, são unidades com atendimento especializado e atendimentos de urgências e emergenciais . Na Zona Central é composta por uma unidade; Zona Imagem 02 - Mapa Ribeirão Preto Leste por uma unidade; Zona Sul por três unidades; Zona Oeste por de – Distritos de uma unidade; e Zona Norte por uma unidade. E aqui podemos destacar Saúde 2014 – que a Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca está inserida 2017 Fonte: site na Zona Distrital Norte, no Bairro Quintino Facci II. Assim, o total de Prefeitura de Ribeirão Preto Unidades Básicas Distrital de Saúde totalizam um quantia de sete unidades em Ribeirão Preto. A Zona Distrital Norte, que é composta por doze unidades, distribuídas entre Unidade Familiar, Unidade Básica e Unidade Distrital, conforme o site da Prefeitura de Ribeirão Preto. A seguir abaixo o esquema da Zona Distrital Norte:

localização das Unidades na


a UBDS, nota-se que está inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), localizado na Zona Distrital Norte, em Ribeirão Preto – SP.

Imagem 03 [ao lado] Esquema Mapa localização Unidades Zona Norte – Autoria Pessoal Fonte: site Wikimapia Mapa Aéreo

UBDS Quintino Facci II (1) UBS Jardim Aeroporto (2) UBS Marincek (3) UBS Quintino Facci I (4) UBS Ribeirão Verde (5) UBS Simione (6) UBS Vila Mariana (7) UBS Valentina Figueiredo (8) USF Avelino Alves Palma (9) USF Estação do Alto (10) USF Geraldo Correia de Carvalho (11) USF Jardim Heitor Rigon (12) Podemos observar e concluir que a Zona Distrital Norte, quando falamos de saúde pública, está consolidada em relação ao número de unidades. De acordo com informações do site da Prefeitura, nota-se que é uma zona, onde as unidades são distribuídas entre doze bairros. São desde as Unidades de Saúde da Família e Unidade Básica de Saúde (atendimento aos bairros específicos), até a Unidade Básica Distrital de Saúde (atendimento a toda Zona Norte). Assim, o objeto de estudo

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2- HUMANIZAÇÃO

primeiros hospitais e estabelecimentos de saúde até então tinham a função apenas de acolher os doentes a espera da morte, ou seja, o objetivo segundo Ciaco era ter ambientes com instalações apenas para morrer ( CIACO, 2010, p.45). Com isso, esse conceito não era explorado e era visto como assunto rígido, com poucas discussões, os pacientes e funcionários estavam acostumados com ambientes frios, sem aparência e sem uma organização racional dos espaços. Com a Evolução histórica dos hospitais e estabelecimentos de saúde, observa-se uma transformação, que hoje, são ambientes com objetivo de cuidar e tratar dos pacientes. Humanização significa humanizar, tornar humano, dar condição humana a alguma ação ou atitude, humanar. Também quer dizer ser benévolo, afável, tratável. É realizar qualquer ato considerando o ser humano como um ser único e complexo, onde está inerente o respeito e a compaixão para com o outro FERREIRA ( 2009 Apud; hospital santa casa; 2016).

Segundo Monteiro Mello a humanização é um termo que deixou de ser novidade para muitos conforme explica: Os termos humanização, humanização da assistência hospitalar ou humanização em saúde já são de domínio público, embora haja certo “estranhamento” e resistência por parte de muitos profissionais da saúde em aceitá-los. O argumento principal é que a humanização é inerente à prática de quem cuida de seres humanos. (MONTEIRO MELLO; 2008; p. 07).

Dessa maneira podemos dizer que a humanização planeja um caminho positivo a ser aplicado nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. É um caminho que ensinará a importância do efeito de cuidar e curar. A humanização até o século XX era um termo desconhecido, pois os

O hospital passou a ter uma função terapêutica, deixando de ser um lugar terminal para o doente, transformandose num objeto de preocupação especial, afinal, o sucesso do tratamento, a cura, estaria diretamente relacionada às suas propriedades; BITTENCOURT (1998 apud CIACO, 2010, p.45).

Nesse contexto de humanização, os dois principais fatores a se considerar são o usuário e a arquitetura. São dois elementos importantes para compor projetos de humanização nos estabelecimentos de saúde. O usuário é o fator fundamental a ser considerado na humanização, pois fatores como atendimentos, recursos econômicos, ambientes confortáveis e a arquitetura precisam estar ligados diretamente com o usuário. Hoje, ao se projetar ambientes de saúde, há uma preocupação em promover qualidade nesses espaços para pacientes e funcionários. Dessa maneira, sabe se que o usuário na humanização vem da doutrina renascentista que coloca como centro das atenções o homem: “Humanizar, verbo relativo ao homem, significa dar condições humanas a qualquer coisa ou lugar. Como o Humanismo, doutrina ou movimento

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da época Renascentista, apresenta uma perspectiva exclusivamente antropocêntrica, ou seja, tem o homem como o centro das atenções.” VASCONCELOS (2004; 24). Assim sendo, o individuo como centro das atenções, afirma Vasconcelos “Para humanizar é preciso entender o conceito de ser humano”. Entender as necessidades e expectativas do homem é a chave fundamental para conceber um ambiente de saúde com condições e sensações de bem-estar. Com isso, gestores de saúde adotaram critérios de como proporcionar bem-estar aos pacientes, amadurecendo a ideia de criação de ambientes humanizados que atendem as necessidades do individuo e desconstrói a antiga imagem negativa de ambientes para a saúde.

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[...] alguns gestores da saúde que estão tentando deixar para trás aquela imagem clássica de hospital e colocando no lugar das macas, dos pacientes aglomerados à espera de atendimento, das cadeiras de rodas enfileiradas e do ambiente frio e com cheiro de medicamentos, ambientes agradáveis e confortáveis para os pacientes e seus familiares, com jardins, iluminação natural, música ambiente, lojas e restaurantes. (VASCONCELOS 2004; 29).

bem-estar físico do paciente com a criação de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humanas. (PAIVA MARTINS, 2004, p. 02).

A palavra espaço demonstra uma grande importância nos projetos arquitetônicos e faz jus ao significado do Dicionário da Língua Portuguesa: “s.m. Extensão indefinida que contem e envolve todos os seres e objetos”. Com isso, percebe-se que o espaço possui uma relação direta com o usuário e influencia nas sensações do individuo. Segundo CIACO( 2010, p. 68), onde quer que você esteja, em sua casa ou em um hospital, se o ambiente interagir positivamente com seu usuário, pode ser entendido como um ambiente humanizado. Partindo dessa definição, pode-se dizer que é necessário ter “interação positiva entre ser humano e ambiente”. Ambientes de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde são locais com tendência a receber pessoas enfermas. Com isso, é necessário que o ambiente tenha o objetivo de possibilitar ao ser humano sensação positiva que ajudará no processo terapêutico do paciente, proporcionando através de espaços humanizados a tranquilidade, segurança e bem-estar.

Desse modo, a humanização é apresentada como meio de transformação na gestão de saúde, e o objetivo final é satisfazer positivamente cada usuário, seja ele paciente ou funcionário.

Portanto, o usuário e a arquitetura são elementos principais para se projetar Estabelecimentos Assistenciais de Saúde com foco na Humanização. São dois fundamentos estabelecidos como critérios principais para se obter conforto e bem-estar.

A arquitetura na humanização segundo a Dissertação de Mestrado de CIACO tem a função de criar espaços arquitetônicos com adequações positivas aos indivíduos. Nesse sentido, sabe-se que a humanização se relaciona com a arquitetura através do espaço de saúde para promover conforto aos pacientes e funcionários.

[...] a humanização hospitalar envolve -ou pelo menos deveria envolver – elementos relativos o atendimento e ao espaço físico, estando entre os primeiros a relação estabelecida entre o profissional de saúde e os pacientes, entre os segundos, a ambientação do edifício e o seu paisagismo. MEDEIROS (2004 apud CIACO, 2010, p.69).

No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o


Imagem 04

[ao lado]

Clinica de Oncologia Pediátrica – Cettro Petit (Distrações Positivas) Fonte: Blogspot Marcio Arquiteto

São elementos como usuário e arquitetura, juntamente com as distrações positivas, relação entre interior x exterior e cor etc.; que compõem a humanização que proporcionará qualidade de vida para pacientes e funcionários que frequentam esses estabelecimentos. Ao descrever esses elementos que compõem a humanização, vamos perceber a ligação que existe entre eles e assim, concluir que formam um conjunto necessário para implantar humanização nesses ambientes da saúde.

objetivo é de distrair enquanto esperam a consulta.

2.1 DISTRAÇÕES POSITIVAS Segundo a terceira definição do Dicionário da Língua Portuguesa Distração significa “s.f Entretenimento, passatempo, divertimento, recreação”, assim podemos relacionar como sendo uma distração positiva. As distrações positivas em ambientes para saúde tem o poder de distrair os pacientes e funcionários: A distração positiva é, portanto, proporcionada por um ambiente formado por elementos que provocam sentimentos positivos no paciente, prendendo sua atenção e despertando seu interesse para outras coisas além da sua doença, sem cobrança ou estresse individual, o que reduz ou até mesmo bloqueia os pensamentos ruins. ULRICH (1981 apud VASCONCELOS, 2004, p. 43).

Dessa maneira, incluir distrações positivas ao projetar ambientes na área da saúde, pode garantir o conforto e o bem-estar do paciente. Um exemplo de distração positiva é o Projeto de uma Clinica de Oncologia Pediátrica em Brasília, desenvolvida por MARCIO ARQUITETO’S. Ele utilizou os conceitos de humanização, e como forma de distração positiva aplicou nas paredes e em outros locais, painéis com o tema do “Pequeno Príncipe”. Também criou “cantinhos” para as crianças, com o

Elementos como cores vibrantes, objetos diferentes, luz e textura são estratégias que ajudam na distração de um ambiente de Estabelecimento Assistencial de Saúde. Sabemos que a distração desperta sensações diferentes no ser humano e segundo VASCONCELOS (2004, p. 43): “[...] é de senso comum que as distrações podem fazer as pessoas esquecerem seus problemas, pesquisas confirmam que uma grande variedade de distrações leva à redução do estresse por diferentes caminhos”. Com isso, para incluir distrações positivas que estimule o usuário em ambientes para saúde, é preciso analisar primeiramente o ser humano, para propor distrações segundo as características e necessidades apresentadas pelos indivíduos. O que é válido para atingir um nível satisfatório de estimulação é tomar conhecimento das características da população que utilizará o espaço, como por exemplo idade, sexo, nível cultural e social, e também tomar conhecimento de quais atividades serão desenvolvidas no local. (VASCONCELOS, 2004, p. 44).

Assim sendo, Vasconcelos em sua Dissertação de Mestrado apresenta algumas sugestões de distrações positivas como propor iluminação e usar cores adequadas; promover uma integração com a natureza; fazer o uso de jardins internos ou espaços abertos ao exterior.

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Portanto as distrações positivas são uma forma de humanizar os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, de maneira que distraia os pacientes e funcionários. 2.2 cor Segundo o dicionário: “ [...]comprimento de onda pertencente ao esprecto visível, capaz de produzir uma sensação característica.” Através dessa definição de cor, podemos esclarecer o uso e conceito da cor, em que sabemos que ela transforma o ambiente e desperta reações e sensações.

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Na Dissertação de Mestrado, Vasconcelos revela que o resultado da cor é afetada pela intensidade da luz, ou seja, a cor e a luz estão ligadas dentro de um ambiente para a saúde: “A luz determina a cor, isto é, qualquer luz natural ou artificial que cai sobre uma superfície colorida afeta sua aparência, já que esta cor não existe por si própria, mas como resultado da excitação do olho”. (PAIVA MARTINS, 2004, p. 65). Também é importante esclarecer que a cor em relação ao espaço, pode mudar o ambiente. Segundo artigo de Paiva Martins: “A cor pode unificar o espaço, como no caso de um ambiente com muitas aberturas e formas irregulares: uma única cor aplicada diminuirá as assimetrias e evitará que o olho seja atraído para esses defeitos”. (PAIVA MARTINS, 2004,p.65). A cor também tem o poder de dividir dois ambientes em um único espaço através do uso de cores diferentes. Através da humanização, a cor também trouxe algumas revoluções. Antes nos Estabelecimentos de Saúde eram aplicadas cores “mortas” e hoje tem a possibilidades de aplicar cores “vivas” que deixe o ambiente mais descontraído e confortável, conforme explica Rezende Cunha: A harmonia visual bem como o equilíbrio cromático dependem do tamanho e da forma da área revestida.

Assim, algumas cores atraem, outras repelem – isso quando a cor utilizada não for apropriada àquele espaço – podendo, também, transmitir sensações de calor ou de frio, agitar ou inibir as pessoas. (REZENDE CUNHA; 2004; p.01).

Em primeiro lugar, precisamos desenvolver a teoria das cores, onde elas são dividas entre tons quentes e tons frios; Chamam-se “quentes” as cores que integram o vermelho, o laranja, e pequena parte do amarelo e do roxo; e “frias” as que integram grande parte do amarelo e do roxo, o verde e o azul. As cores quentes parecem dar uma sensação de proximidade, calor, densidade, opacidade, secura, além de serem estimulantes. Em contraposição, as cores frias parecem distantes, frias, leves, transparentes, úmidas, aéreas, e são calmantes. (MODESTO, 1986) (Apud VASCONCELOS; 2004; p. 51).

Imagem 05

Cores quentes x Cores Frias Fonte: Blog Significados


Posteriormente, precisamos entender as sensações que as cores causam dentro de um ambiente para a saúde:

Imagem 06 Sensações Cores Fonte: Blog Significados

[19] Com isso, percebemos que o arquiteto precisa ter cuidado em relação às cores, e buscar conhecimentos do efeito psicológico que as cores podem ocasionar no individuo. Como por exemplo a cor vermelha, que aumenta a atividade do sistema nervoso, enquanto o azul causa um efeito tranquilizante. E aqui podemos, de acordo com a tabela acima de “sensação das cores”, verificar que se atuais Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, destinados à rede pública faz o uso de cores frias e claras, com a predominância da cor branca e verde.

Imagem 07 [ao lado] Corredores Pediatria – Hospital Royal Children Fonte: Umeahara. com.br - Hospital Londres

Dessa forma, podemos também concluir que: “A cor também provoca estímulos sensoriais nas pessoas e, por isso, causa distrações positivas [...] com a intenção de tornar o ambiente mais aconchegante, ou simplesmente com a intenção de criar uma atmosfera de brincadeira e alegria [...]”. (VASCONCELOS; 2004; p. 52). Então sabemos que o uso da cor tem sido desenvolvido e aplicado principalmente na ala pediátrica, onde são aplicadas cores vivas com o objetivo de distrair e animar as crianças.

Um exemplo real de distrações e animação através das cores são os corredores da pediatria do Hospital Londrino Royal Children. Um edifício que faz o uso da mistura de cores com intuito de despertar a alegria nas crianças:


São princípios como a preocupação frente às necessidades apresentadas pelos usuários que levaram o arquiteto a pensar em uma forma diminuir a repetição de cores “mortas” nos Estabelecimentos de Saúde.

2.3 relação interior x exterior A integração interna e externa é importante quando falamos em humanização. Sabe-se que a relação entre eles pode ajudar no desenvolvimento da recuperação do paciente e, ao mesmo tempo tirar o estresse dos funcionários nos Estabelecimentos da Saúde.

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Sabemos que é inevitável o usuário ficar submetido a momentos de estresse dentro dos estabelecimentos de saúde. Com isso, a relação existente entre o interior e exterior dentro dos ambientes, tem sido um dos focos principais para proporcionar o conforto e bem estar ao individuo. Por isso a integração interior/exterior é considerada um dos aspectos mais relevantes na humanização dos ambientes hospitalares. Os benefícios dos estímulos sensoriais causados pelos elementos do espaço exterior nos pacientes, caracteriza a integração como o caminho mais rápido no auxílio do processo de cura através do ambiente. (VASCONCELOS, 2004, p. 74).

Podemos observar que os primeiros vestígios na história de integração entre interior x exterior nos hospitais, sucedeu-se com as incorporações de jardins e pátios internos: “Os primeiros indícios do uso de jardins como ambientes de renovação ocorreram na Europa durante a

Idade Média quando hospitais e monastérios, que cuidavam de doentes físicos e mentais, passaram a incorporar os pátios internos em seus edifícios”. (CIACO, 2010, p. 79). Segundo Vasconcelos, no século XIX surgiram os hospitais pavilhonares, onde nas alas dos pavilhões existiam espaços livres, um exemplo foi o Hopital Johns Hopkins de Baltimore - EUA (1876). E com isso “[...] paisagens eram criadas para proporcionar experiências terapêuticas; cuidados com o solo, jardinagem e cultivo de plantas se tornaram componentes intrínsecos ao regime de tratamento”. (VASCONCELOS, 2004, p. 82). Mais tarde por volta do século XX ocorreu avanços na medicina, em que Vasconcelos afirma que desapareceriam os jardins e abandonariam os terraços e solários; “[...] a paisagem natural do edifício se transformar no hall “embelezado” com plantas e floreiras, nos pátios de serviço para uso da equipe médica e nos estacionamentos para os empregados e visitantes.”. (VASCONCELOS, 2004, p. 82). Hoje, a relação de espaços internos com espaços externos nos estabelecimentos de saúde se dá também através da paisagem da natureza. E Segundo Vasconcelos “Sendo uma fonte rica em estímulos sensoriais, a natureza tornase a terapia principal para qualificar a vida de qualquer pessoa”. (VASCOCELOS, 2004, p. 73). A questão da relação entre o interior e o exterior está bastante ligada à questão da presença do verde pois é através dela que se busca proporcionar um dialogo entre as áreas internas e externa do edifício, através das aberturas.(CIACO, 2010, p. 88).

Podemos perceber que as aberturas também são fundamentais para criar essa relação entre o interno e externo. As aberturas ocasionam a possibilidade de ligação


e conforto visual, pois através de janelas e portas podemos contemplar a paisagem externa, proporcionado conforto aos indivíduos inseridos dentro do espaço. Podemos também citar a importância do uso do vidro nessas aberturas, que possibilita visão no externo. Por causa do fator psicológico - extremamente importante - trabalhadores tem afirmado que embora gostem do conforto estabelecido por condições controladas, também gostam de vidro suficiente para ao menos verem como o tempo está. ROSENFIELD (1950 apud CIACO, 2010, p. 91).

Dessa forma, Ciaco, discorre sobre essa ligação entre interno e externo e confirma: “Quando essa ligação é estabelecida e consegue –se , por exemplo, fazer com que a área externa seja uma continuidade da área interna, a relação está estabelecida de maneira muito eficiente”. (CIACO, 2010, p. 91). Á vista disso, é importante estabelecer algumas diretrizes necessárias para obter integração entre o interior x exterior em um Estabelecimento Assistencial de Saúde. As diretrizes abordadas pela autora Vasconcelos são: a amplitude com objetivo de atrair a visão do observador; a complexidade para evitar monotonia e despertar curiosidades e interesses do individuo; a variedade que explore diversas formas, texturas, mas que haja um ponto de equilíbrio que evite o exagero dessa variedade; o movimento proporcionando estímulos de acordo com as necessidades apresentada pelo paciente; o ritmo que proporcione visão ao exterior, e possibilite discernimento de mudanças da luz entre o amanhecer, o dia e o anoitecer; a cor distribuída na natureza por várias combinações de acordo com as estações do ano; a fragrância como

essências agradáveis através da natureza; e a ordem e eficiência, aplicação projetual de organização dos espaços para conforto dos pacientes. Com a presença dessas diretrizes em projetos de ambientes para saúde, percebe – se a possibilidade da redução de gastos com medicamentos: “Os pacientes, quando favorecidos pelo contato com o ambiente externo, necessitam de doses menores de medicamentos e, além disso, têm uma estadia mais curta no hospital” (VASCONCELOS, 2004, p. 79). Também pode-se dizer que há uma redução no cansaço da equipe de funcionários: “Outro fator a considerar é que o desgaste da equipe médica e de enfermagem, também se reduz, aumentando a produtividade do trabalho” (VASCONCELOS, 2004, p. 79). Portanto, é extremamente importante fazer o uso da relação entre os espaços internos com os espaços externos como forma de humanizar os espaços, pois oferece benefícios de conforto, descanso, distração, bem-estar aos indivíduos. Vale ressaltar a importância da relação do usuário com a natureza e da influência que o ambiente externo exerce sobre pacientes e funcionários, a fim de trazer qualidade de vida e tranquilidade dentro dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.

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3-SUSTENTABILIDADE

Imagem 08 Detalhamento Telhado Verde Fonte: Site Studio Arquitetura

Atualmente, o conceito de Sustentabilidade é um termo essencial inserido nos aspectos ambientais, econômicos e sociais. Essa faz relação com o Meio Ambiente, com função de desenvolver a prevenção e conservação dos meios naturais. Dessa maneira, existem diversas ações Sustentáveis e aplicáveis, que garantem uma boa qualidade ao individuo. Na Arquitetura, sabemos que a Sustentabilidade tem a obrigação de ser inserida nos projetos arquitetônicos, de maneira que os arquitetos utilizem estratégias ecologicamente corretas. São estratégias como Telhado Verde, Materiais Sustentáveis, Reuso de água da chuva e dentre outras. A estratégia de Telhado Verde, sabemos que é importante para os edifícios, pois é uma técnica que funciona para refrescar o edifício, para deixar o ambiente úmido, para diminuir o calor e contribui para um ambiente mais agradável. É um tipo de arquitetura sustentável que atualmente tem sido utilizado e é conhecido como um beneficio que gera bem-estar e conforto. Na imagem abaixo podemos ver os componentes do telhado verde para um bom funcionamento.

Outra estratégia necessária e constituinte de uma Arquitetura sustentável é os Materiais Sustentáveis. Esse tem um fator determinante para o projeto, conforme afirma Zanettine na entrevista para Revista AU(2014) sobre os materiais ter a função de decidir o projeto. Ele também diz que cada ambiente necessita de uma maneira diferente de utilizar o material. Podemos também observar que o material sustentável leva uma característica importante e funcional para o edifício. Um exemplo claro é o vidro, em que ele é quase sempre utilizados nas fachadas como sendo um elemento que transfere a luz natural externa para o ambiente interno, podendo gerar um conforto para o individuo. Materiais como vidros, película opaca, forros e painéis ecoplaca, resina ecopiso, tinta natural, madeira teca e outros diversos materiais exerce funções diferentes, mas o objetivo final sempre é inserir uma técnica sustentável econômica e funcional. O Reuso da Água da Chuva, pode se dizer que ele tem a função de reaproveitar a água da chuva para utilizar na irrigação de plantas, lavagens e outros tipos de serviço em geral. Nota –se que para um Estabelecimento de Saúde, e se tratando de um edifício público mantido pela Prefeitura; é viável utilizar esse esquema, em que claramente

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podemos perceber que o beneficio que apresenta é em questão redução de gastos e prevenção ao meio ambiente. Contudo, conceito de Sustentabilidade também se apresenta de outras formas quando o assunto se refere a diretrizes projetuais. São formas como Aspectos Urbanos, Acessibilidade, materiais, energia, Conforto Ambiental e dentre outros, que carregam características fortes para desenvolvimentos sustentáveis.

Imagem 09 [ao lado] Esquema Conforto nas Edificações Fonte: Site Fórum Construção

É interessante mencionar, que essas formas que constituem as Diretrizes projetuais, quase sempre são utilizadas para solucionarem problemáticas existentes nos edifícios.

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Assim, a sustentabilidade precisa sempre ter compromisso com o projeto, desenvolvendo relação entre o ser humano e a natureza. FERREIRA LIMA (2010) afirma: “ Todo projeto hoje, tem que ter um compromisso de sustentabilidade, com novas tipologias e utilização de novas tecnologias, o que para EDWARDS(2004) é o novo paradigma arquitetônico: a reconciliação do habitat humano com a natureza”.

3.1 conforto ambiental: ventilação e iluminação.

O Conforto Ambiental, assim como a Humanização é um conceito importante, pois sabe que ele em qualquer edifício ou em edifícios da área da saúde, precisa estar presente nos projetos arquitetônicos. Uma das principais características que o Conforto Ambiental exerce, são analises a questão térmica, a iluminação, ventilação, o clima, o acústico e outros elementos dentro de um ambiente. Pode se perceber, conforme a imagem a baixo, que o conforto tem o poder de afetar a saúde e bem estar do individuo através de sensações térmicas como umidade, temperatura, vento, ruídos, barulhos e calor.

O Conforto Ambiental aborda dois conceitos necessários, o de Iluminação e Ventilação. Esses são fundamentais para a proposta de projeto na Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca no Quintino Facci II – Ribeirão Preto. A Ventilação em ambientes para a saúde pode estar relacionada com o Conforto Térmico, associando a ventilação ao clima e temperatura.

[...] uso da ventilação para conforto é indicado para temperaturas entre 18ºC e 32ºC com velocidade máxima de aproximadamente 2 m/s. Acima dos 32ºC os ganhos térmicos por convecção são indesejáveis e abaixo do 18ºC amplia o desconforto por frio. Assim sendo, no caso de baixas temperaturas a ventilação deve ser usada apenas com a função de higienizar o ambiente. (COMIRAN; 2014, p. 58).

Contudo o ar pode circular no ambiente de forma natural e forma artificial. Mas percebe-se que são definidas características primordiais para prever o percurso ou deslocamento que o vento natural pode


fazer no ambiente, com isso é importante esclarecer: “[...] fatores que influenciam na ventilação são a forma e as características construtivas; forma e características da vizinhança; localização e orientação da edificação; posição, tamanho e tipo de aberturas; direção, velocidade e frequência dos ventos.” (COMIRAN; 2014; p. 58). As soluções para ventilação, conforme a dissertação de Comiran são as ventilações de cobertura, ventilação cruzada, e ventilação sob a edificação e captação de vento. Em que, a ventilação de cobertura, se da através de aberturas nos telhados com possibilidades de entrada de vento, como por exemplo, os “Sheds” do João Filgueiras Lima(Lelé); a ventilação cruzada acontece entre diferentes vãos de abertura, sejam eles em cima ou embaixo que permitam ventilação com o ar natural; e por fim, a ventilação sob captação de vento, que ocorre em um determinado ponto alto do edifício, oferecendo aumento de ventilação natural para o interior do ambiente. Portanto é importante destacar algumas estratégias de ventilação segundo o artigo da autora SAMPAIO (2010, p. 170): “São indicadas janelas que possibilitam uma ventilação eficiente – passando pela zona de ocupação, para as épocas quentes” “São indicadas janelas que possibilitam uma ventilação higiênica – alta, acima da zona de ocupação, para as épocas frias” e “As janelas possuem sistemas de abertura que permitem a máxima entrada de ar nos períodos de calor (direção do vento)”. Assim são exigências que devem estar presentes em ambientes para saúde, a fim de proporcionar sensação de conforto ao usuário. Outro fator fundamental do Conforto Ambiental é a iluminação, que está inserida no contexto do conforto visual. E é divida entre iluminação natural e iluminação artificial. Sabemos que é comprovado cientificamente que a iluminação inadequada dentro de estabelecimentos de saúde pode gerar desconfortos, dores agudas, ofuscamento, mau desempenho em atividades de funcionários. Quando o planejamento de iluminação é adequado, espera-se um aumento do desempenho dos trabalhadores, um ambiente agradável e conforto e bem-estar do individuo. Dessa maneira, precisamos entender a

importância e benefícios que a luz natural e luz artificial proporcionam dentro de Estabelecimentos Assistenciais de saúde. A Iluminação natural em um ambiente para a saúde segundo SAMPAIO proporciona uma dinâmica no espaço, que durante o dia pode despertar uma alteração em relação à cor, contraste e intensidade. Com isso, sabe-se da importância que a luz natural exerce dentro do espaço de saúde, por quase sempre trazer benefícios ao usuário. Sabe-se que a luz natural tem o poder de gerar uma boa visão ao paciente em relação ao espaço interno e externo, trazendo paz e descanso para o usuário. A Iluminação artificial, segundo a autora Paiva Martins (2004) é indispensável nos ambientes para saúde e pode influenciar no psicológico e fisiológico do paciente e funcionário. E confirma que a luz artificial é “necessária à noite e nos dias nublados, deve ser vista sempre como uma complementação e nunca como uma substituição da natural”. (PAIVA MARTINS, 2004, p. 65). O Manual de Conforto Ambiental da ANVISA, explica como proceder com o uso da iluminação artificial:

Em locais destinados à internação, onde o usuário pode permanecer por muitas horas ou dias, as condições de iluminação artificial e a visualização do ambiente externo podem trazer conforto, além da importante percepção ou orientação do tempo em face do ciclo circadiano. (ANVISA, 2014 p.77).

Também é importante projetar de acordo com as Normas Técnicas nacionais e internacionais, conforme a imagem abaixo, do manual de conforto da ANVISA (2014, p. 82) apresenta como critérios fundamentais para construção de Estabelecimentos de Saúde.

[25]


Imagem 10 Orientação Iluminação nos Estabelecimentos de Saúde Fonte: Manual de Conforto de ANVISA

[26]

Portanto é extremamente importante que Estabelecimentos Assistenciais de Saúde apresentem critérios como iluminação natural e iluminação artificial, para a ajudar a gerar sensação de bem estar aos pacientes e funcionários.


[27]


4-REFERÊNCIA DE PROJETO [28]

Imagem 11 Imagem volumetria Rede Sarah Fonte: Site globo (Revista Casa Vogue).

Serão apresentas quatro referências projetuais, com o objetivo de inserir na proposta do projeto do objeto de estudo(UBDS Sergio Arouca), ideias e conceitos fundamentais. Nota –se que nesses projetos de referência, percebe a presença de fundamentos primordiais como a humanização, o conforto ambiental e sustentabilidade. Esses conceitos são apresentados e proposto pelos arquitetos com o objetivo sempre de proporcionar o conforto, bem-estar, tranquilidade ao individuo.

4.1 HOSPITAL SARAH KUBISTCHEK DO RIO DE JANEIRO

localização: rio de Janeiro, Brasil área terreno: 87.00m arquiteto: João Filgueiras Lima - Lelé ano projeto: 2001 - Inauguração: 2009

É um Hospital de referência nacional, com um projeto que é um forte exemplo do uso de conceitos como humanização e conforto ambiental. O objetivo deste projeto é ocasionar o bem-estar aos pacientes. O arquiteto João Filgueiras Lima, o famoso Lelé, faz uso de elementos marcantes como Sheds e coberturas onduladas. Este Hospital é um Centro Internacional SARAH de Neurorreabilitação e Neurociências, em que o atendimento geral do hospital é focado em reabilitação para adultos e crianças. O edifício localiza-se um nível acima da Lagoa Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com área construída de 52 mil m², em que sua topografia é linear térrea e sua implantação está no sentido Norte – Sul. Em relação à Orientação Solar, as maiores fachadas privilegiadas estão localizadas no sentido leste e oeste para receber a entrada do sol ao amanhecer e o sol ao entardecer. O Hospital Rede Sarah Rio de Janeiro possui sistema de iluminação natural, por toda área do edifício e iluminação artificial no centro cirúrgico e nas salas de equipamentos. A luz difusa solar entra através de aberturas zenitais na circulação do edifício, nas quais a luz natural penetra através dos sheds conforme no esquema abaixo:


Imagem 12 Esquema entra luz natural pelo Sheds Fonte: Artigo sobre tipologia hospitalar Rede Sarah Rio de Janeiro – autores: Cláudia Serejo, Deisyane Medeiros, José Carmo Filho

Outra Característica importante deste projeto é a ventilação, em que a entrada dos ventos se dá pela mesma forma que a iluminação, através dos Sheds. Foram criados sistemas de Ventilação natural e de ar condicionado, gerando assim uma ventilação flexível (natural, mecânica e artificial). Segundo a Revista AU, este hospital possibilita três alternativas de ventilação, sendo a primeira ventilação natural exclusiva dos basculantes dos tetos planos ou pelas aberturas do teto em arco; a segunda se trata de uma ventilação natural que é forçada através de dutos visitáveis; e a terceira é o ar refrigerado por meio de dutos visitáveis. Abaixo croqui do esquema de ventilação natural, inserido no trabalho de Dissertação de PERÉN(2005).

Imagem 13

[ao lado]

Sistema de Ventilação Natural Fonte: Trabalho de Dissertação PERÉN - 2005

[29]


No Hospital Rede Sarah do Rio de Janeiro sua organização é divido por quatro edifícios que se ligam - se entre si:

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Imagem 14 Implantação Revista AU – Rede Sarah Rio de Janeiro - Esquema Autoria Pessoal Fonte: Revista AU pini

Na setorização da planta térrea, podemos perceber que a divisão é feita através do Auditório; por meio da parte de Serviços técnicos, a qual é distribuída por setores de Vestiários dos funcionários, Administração, Manutenção, Almoxarifado-Farmácia, Quadro geral de energia, Lavanderia, Cozinha, Refeitórios Funcionários e o Pátio do Serviço; por meio de Serviços Gerais, em que sua distribuição se dá por setores de Recepção, Laboratórios, Centro Cirúrgico, Administração e arquivo medico, Ambulatórios, Central de Materiais, Oficina Ortopédica e Central de Macas; e por meio da Internação que são os setores


destinados aos pacientes como Fisioterapia, Enfermaria, Quartos, Cozinha e Refeitórios, Primeiro estágio, Repouso dos Acompanhantes e Solários. E a circulação horizontal é um eixo comum que liga os blocos.

[31]

Imagem 15 Planta Térreo Esquema Autoria Pessoal Fonte: Tese Dissertação PERÉN, 2005, p. 216 – Rede Sarah


Nos cortes EE e AA, podemos perceber uma predominância da organização no sentido horizontal, e também podemos notar o uso público, semi – público e privado.

Imagem 16 Esquema de Distribuição de setores (Autoria Pessoal) corte EE Fonte: Tese Dissertação PERÉN, 2005, p. 217.

[32] Imagem 17

Esquema de

Distribuição de setores (Autoria Pessoal) corte AA Fonte: Tese Dissertação PERÉN, 2005, p. 217.


Imagem 18 Imagens Externas do edifício Fonte: Revista AU Pini (ed. 175, 2008)

Segundo a Revista AU pini (2008), nas imagens acima podemos analisar estruturas como o Auditório e o Solário, que são estruturas de grande importância. No auditório, a estrutura se dá por vigamento radial de dupla curvatura que engasta em um anel superior de metal e em um anel inferior de concreto, onde está apoiado em pilares de concreto. E no solário as plataformas que compõem a estrutura são engastadas em cada lado do pilar da treliça metálica, rotulado ao nível do solo, e seu sistema estrutural é completado por quatro tirantes ancorados no Imagem 18 solo e no topo do mastro com apoios laterais das plataformas. [ao lado]

Imagens Externas do edifício Fonte: Revista AU Pini (ed. 175, 2008)

[33]


4.2 HOSPITAL moriah localização: São paulo, Brasil área terreno: 9.535,75m arquiteto: Siegbert Zanettini ano projeto: 2014

sustentáveis). O arquiteto Zanettini tinha como objetivo propor uma grande transformação funcional de um edifício já existente, a fim de ser considerado um hospital de ponta. O Hospital se encontra em um quarteirão formado pelas Avenidas: Moreira Guimarães, Moaci, Miruna e Alameda Guaramomis, no corredor Sul de São Paulo e sua fachada principal se dá para Avenida Moreira Guimarães. É composto por 60 leitos, Centro Cirúrgico e Obstétrico, Pronto – Socorro e Sala de Hemodinâmica. Por se tratar de uma reforma, sabese que, de acordo com a legislação, não foi possível aumentar muito novas áreas de construção. Na implantação do Edifício podemos perceber os acessos do edifício, a localização das ruas e áreas de estacionamento e áreas verdes.

[34]

Imagem 20 [ao lado] Fachada externa Hospital Moriah Fonte: Revista Finestra

Este Hospital é um projeto de Revitalização de um edifício existente e Ampliação de novos setores, feito pelo Escritório Zanettini Arquitetura. Tem como destaque de projeto a fachada de vidro com duas cúpulas que protegem o átrio. É reconhecido como um hospital moderno de alta complexidade no Brasil e de certificado Leed (construções

Imagem 21 Implantação Hospital Moriah Fonte: Revista Finestra


Este edifício hospitalar é composto por cinco pisos, que está divido em pavimento técnico enterrado; subsolo com estacionamento e serviço de diagnóstico por imagem (Raio-X, Ultrassonografia, Mamografia e outros exames); Pavimento Térreo com Hall de entrada, auditório, loja, pronto-socorro e internação; Primeiro pavimento com administração, restaurante, internação e centro cirúrgico; Na cobertura (solário) encontra-se telhado verde, setores administrativos, e áreas técnicas cobertas e descobertas.

[35]

Imagem 22 Subsolo Hospital Moriah - Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra


[36] Imagem 23 Planta térreo Hospital Moriah Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra

Podemos analisar que na planta do 1º Pavimento conforme esquema feito ao lado, ocorre dois tipos de circulação, uma caracterizada por circulação pública na área do Restaurante e uma circulação privada na área do centro cirúrgico, onde é autorizada apenas entrada de médicos e enfermeiros. Pode-se analisar também uma circulação semi – pública que se dá na parte dos quartos de internação e da administração.


Imagem 24 Planta 1 Pav. Hospital Moriah Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra

Imagem 25 Imagem Restaurante e internação Hospital Moriah Fonte: Revista finestra

[37]


No Solário percebe-se a existência do telhado verde com circulação interna e externa. Também analisa que é uma área técnica.

Imagem 26 Planta Cobertura (solário) Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra

[38]

Nos cortes observa-se a distribuição dos pavimentos e a separação das atividades públicas, semi-públicas e privadas. Com isso, percebese um edifício hospitalar que apresenta variação de setores públicos a setores privados em determinados pavimentos.

Imagem 27 Cortes Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra


Imagem 28 Cortes Esquema (autoria Pessoal) Fonte: Revista finestra

O edifício possui estruturas de concreto e estruturas metálicas. Os apartamentos receberam caixilhos móveis de perfis de alumínio da linha Atlanta e os vidros com acionamento manual, são laminados, insulados com persianas e temperados de 16 milímetros. Sobre a estrutura da fachada sabe-se que é uma das características mais importantes deste projeto, no qual são utilizadas duas meias cúpulas de vidro que protegem o átrio e as fachadas internas. Nesta fachada para dar sensação de leveza, foi necessário o pano de vidro que veda o átrio, que são constituídos por estrutura metálica com pé direito triplo de quase 13 metros. As entradas desse átrio se dão por duas marquises metálicas, em que uma delas faz ligação com a cúpula e se apoia em um pilar. Essas marquises atirantadas por cinco tubos metálicos que são ligados na estrutura de concreto que existe no prédio são constituídas por cobertura de vidro laminado incolor de 12 milímetros. Imagem 29 [ao lado] Imagens Hospital Moriah Fonte: Revista finestra

[39]


Portanto o Hospital Moriah apresenta fundamentos de humanização e Conforto Ambiental, em que elementos como relação interior x exterior, iluminação, estudo de cor, ambientação, conforto, espaços de qualidade, questões climáticas e acústicas foram levados em consideração para proposta e execução do projeto. Importante destacar sobre a materialidade que é constituída por elementos de vidro, pisos diferentes para cada ambiente, revestimentos de paredes com pinturas internas de material lavável e fácil limpeza; forros, paredes externas, Coberturas com pedrisco na argamassa que dispensa pintura e limpeza periódica.

[40]

Imagem 30 Imagens Hospital Moriah Fonte: Revista finestra


4.3 centro médico de primeiros socorros de ballarat localização: Ballarat, Austrália área terreno: 2.850,00m arquiteto: Stephen Webb - Escritório DesingInc ano projeto: 2014

[41]

Imagem 31 Imagem Centro Médico de P. Socorros Fonte: Archdaily

Este Centro Médico de Primeiros Socorros na cidade de Ballarat – Austrália, tem como foco principal do projeto abordar a sustentabilidade e o conforto ambiental. Os conceitos como entrada de luz natural, relação interior x exterior, ventilação natural, eficiência energética estão inseridos neste projeto, a fim de possibilitar promoção de saúde, conforto físico e mental, e um ambiente sustentável.

É um projeto que foi financiado em conjunto com o governo da Austrália, com objetivo de oferecer qualidade de vida por um preço acessível destinado a comunidade. O edifício é composto por Térreo e Pavimento Superior onde é distribuído os espaços de clinica geral, saúde sexual, clinica de podologia, salas de consultas multifuncionais, serviços de bem-estar, academia, salas de conferência e reuniões, café e instalações de escritório para 100 funcionários.


[42]

Imagem 32 Planta térreo Centro médico P. Socorros Fonte: Archdaily

Percebe-se na leitura acima do Pav. Térreo a predominância de setores semi-públicos, por apresentar espaços na maior parte do pavimento com consultórios médicos. Em função disso, há uma divisão entre circulação horizontal pública para espaços de convivência, café, academia e sem-pública para consultórios, sala de reuniões, sala de conferências, dentre outros. Também pode-se destacar dois tipos de acessos, sendo o acesso principal para todos, e acesso de serviço para funcionários ou pessoas autorizadas.


[43]

Imagem 33 Planta Pav. Superior Centro Médico de P. Socorros Fonte: Archdaily

No Pavimento Superior analisado acima podemos notar a predominância de setores semi-públicos por apresentar espaços como escritórios individual e coletivos, sala de reuniões e entrevista, e sala de leituras; pode-se então concluir que é um espaço para trabalho e estudos. Existe também os vazios que fazem integração entre o térreo e o pavimento superior através de jardins internos. A circulação desse pavimento se dá através de circulação interna semi-pública, mas ao mesmo tempo ela pode se tornar privado dependendo da atividade que exerce o escritório. Concluímos ao analisar esses dois pavimentos que é um edifício com uso misto, por tratar de dois tipos de serviço (escritório e posto de saúde).


Imagem 34 Elevação Leste Centro médico P. Socorros Fonte: Archdaily

[44]

Um fator interessante desse projeto é o uso de sheds para entrada da luz natural e relação interior x exterior. O arquiteto prioriza a natureza como ponto inicial para este Centro Médico de ponto socorro, pois afirma a importância do individuo se relacionar com a paisagem externa. O sistema dessa entrada de luz se dá pela presença de janelas que controlam e administram a entrada e circulação de ar quente ou frio.

Imagem 35 Corte Esquema luz e vento Centro médico P. Socorros Fonte: Archdaily


[45]

Imagem 36 Imagens Centro MĂŠdico de P. Socorros Fonte: Archdaily

Sobre a materialidade podemos notar o uso de materiais como tijolos, madeira reciclada, metal de revestimento e policarbonato integrados de forma inovadora. A estrutura ĂŠ composta por ĂĄtrios de madeira e paredes de alvenaria, fachada com tijolo aparente. Portanto esses materiais ajudam a constituir um projeto sustentĂĄvel.


4.4 hospital infantil nemours localização: Orlando, EUA área terreno: 192 mil arquiteto: Stanley Bramam e Sears ano projeto: 2012

[46]

Imagem 37 Imagem Fachada do Hospital Nemours Fonte: Archdaily

Este hospital tem como objetivo tranquilizar, inspirar, encorajar, divertir ou seja, aplicar distrações positivas neste ambiente hospitalar para distrair as crianças durante o atendimento e tratamento de paciente com diagnósticos complexos e crônicos. O partido arquitetônico foi constituído através do questionamento do que seria melhor para a criança dentro de um hospital.

Neste projeto o paisagismo é incluído nos espaços internos para promover relação interior x exterior, das crianças com a natureza. Vale lembrar que este projeto faz o uso das cores como forma de distrair os pacientes, e assim percebem-se conceitos de humanização e conforto ambiental fortemente aplicado neste edifício hospitalar.


Imagem 38 Planta Situação Hospital Nemours Fonte: Archdaily

[47]

Na planta de situação acima, podemos analisar os acessos ao edifício, a localização do estacionamento aberto para pacientes, os elementos de vegetação e paisagismo que compõe o exterior do edifício. Imagem 39 [ao lado] Planta Jardim e imagem Hospital Nemours Fonte: Archdaily

É interessante analisar a contribuição que a natureza e os espaços criativos com vegetação exercem sobre as crianças. Neste projeto os espaços ao ar livre servem para descanso e lazer das crianças e este espaço de lazer é composto com muita vegetação.


Este projeto consiste em térreo e mais quatro pavimentos; possui uma quadra de entrada ajardinada, 95 leitos, 76 salas de exames, emergência, uma central de energia e um estacionamento. É possível também acomodar mais 32 leitos e 24 salas de exame. Existem também quartos com acomodações para dois pais, lavanderias, balcão de atendimento na entrada dos elevadores de cada pavimento para dar informação do percurso que o paciente deve fazer; amplas salas de estar e recreação com vista e acesso para grandes espaços ao ar livre para descanso e lazer; terraços ajardinados na cobertura, instalações aquáticas interativas, jardim de área descoberta e um palco comunitário para apresentações ao ar livre. A organização do hospital tem como estratégia localizar ambulatórios e salas de internação da mesma especialidade em áreas vizinhas no mesmo pavimento, possibilitando interação entre os funcionários e crianças juntamente com seus familiares.

Na planta do Primeiro pavimento, podemos notar a presença de Centro de aprendizagem: destinado aos treinamentos e ensinamentos de funcionários; Clinica de varejo: que consiste em espaços com atendimentos de custo beneficio menor; administração: que administra o hospital; Administração (financeiro-plano de saúde): destinado a adquirir planos de saúde, verificar situação financeira dos planos, dados dos pacientes; Espaço de voluntários da saúde; centro de logística; biblioteca; espaço de espera criativo para distrair as crianças; espaço de convivência; circulação com ócio criativo, com mobiliários de formato diferente com objetivo de distrair as crianças. A circulação horizontal interna predominante é a semi-pública por apresentar ambientes com fluxo de pacientes e funcionários, enquanto em alguns setores a circulação é privada, como por exemplo as salas de administração geral, em que a entrada é somente para pessoas autorizadas.

[48]

Imagem 40 Planta 1 Pav. do Hospital Nemours Fonte: Archdaily


No segundo pavimento, podemos notar a predominância de espaços como ambulatórios, centro cirúrgico e mais uma parte administrativa. A espera de consultórios e cirurgias também apresentam um espaço de distração para as crianças. Sobre a circulação, percebemos uma circulação interna privada com entrada permitida através de autorização na parte de cirurgias, e recuperação; e circulação semi – pública na parte do ambulatório, onde concentram-se os escritórios.

[49]

Imagem 41 Planta 2 Pav. Hospital Nemours Fonte: Archdaily


O Quarto pavimento é composto por ambulatórios, internação (quartos), sala de medicação, administração, e o terraço jardim. A espera é implantada da mesma forma que foi em outros pavimentos, sendo uma espera com mobiliários de formato diferente para distrair as crianças enquanto esperam. Sobre a circulação, pode-se dizer que é uma circulação de predominância semi-pública.

[50]

Imagem 42 Planta 4 Pav. do Hospital Nemours Fonte: Archdaily


Sobre a iluminação, foi feita um estudo que apresentou um intenso nível de sol e umidade, e com isso foram propostos espaços externos sombreados, localização de painéis solares bloqueando a luz direta e permitindo a luz natural nos ambientes internos.

[51]

Imagem 43 Imagens Hospital Nemours Fonte: Archdaily

As técnicas de construção se dá por materiais externos de sistemas pré-moldados, terracota e painéis de vidro com perfis de metal. Nos espaços internos são aplicadas combinações de materiais de acabamentos especiais e de alto desempenho, proporcionando uma estética simples e moderna nos espaços. Os mobiliários e ilustrações gráficas são características que pontuam o espaço, por serem coloridos e de formato diferente, adaptados exclusivamente para as crianças.

A cor neste projeto é o ponto principal e um conceito importante da humanização para trazer qualidade de vida e distrações nos ambientes. Assim este hospital apresenta um diferencial nos quartos e fachadas, de forma que a cor pode ser escolhida pelas crianças, criando uma dinâmica na fachada do edifício e proporcionando um lembrete artístico das crianças a receber um cuidado especial. As luzes coloridas nos quartos dos pacientes são permitidas através de paredes maciças de vidro.


[52]

Imagem 44 [ao lado] Imagens Internas do Hospital Nemours Fonte: Archdaily

Imagem 45 Imagens Externas do Hospital Nemours Fonte: Archdaily


conclusão Portanto diante das analises desses quatro Projetos de Referência, é importante destacar que será utilizado no Projeto da “Humanização na Revitalização e Ampliação da UBDS Sergio Arouca, conceitos conforme já dito de Humanização e Sustentabilidade. Será aplicado no projeto a relação interior x exterior (Presença de vegetação interior e exterior), distrações positivas (cores na pediatria), ventilação e iluminação natural (elementos de vidros com grande abertura para entrada de luz e vento), espaço espera ao ar livre, espaços humanizados com mobiliários aconchegantes, espaço recreativo para as crianças, e técnicas de sustentabilidade como telhado verde e reuso de água da chuva. Todos esses elementos foram analisados durante a leitura projetual e tem como o objetivo levar para a Unidade de Saúde Conforto e Bem estar para os pacientes e funcionários.

[53]


[54]


5- OBJETO DE INTERVENÇÃO E SEU ENTORNO

5.1 ENTORNO [55]

Imagem 46 Mapa de localização Ribeirão Preto Esquema autoria pessoal Fonte: Trabalho Planejamento Urb. Ana miranda, 2015 Moura Lacerda


O objeto de intervenção (UBDS Sérgio Arouca – Quintino Facci II), localiza-se na Zona Norte, município de Ribeirão Preto (SP). A Zona Norte, segundo o Trabalho de Planejamento Urbano solicitado pela Professora Ana Miranda no 4º ano (2015, Moura Lacerda), é uma zona constituída por 19 subsetores e 51 bairros, e o bairro Quinto Facci II onde se encontra a UBDS Sergio Arouca, pertence ao subsetor norte 10.

Mapa Uso

do Solo - Ocupação

[56]

Imagem 47 Uso do solo Ocupação Fonte: Esquema autoria pessoal.

O entorno da UBDS Sergio Arouca – Quintino Facci II, referente ao Uso do Solo, possui predominância de Residencial e alguns pontos de comercio nas principais avenidas: Av. Gen. Euclides de Figueiredo (1); Av. Magrid Simão Trad (2); e na rua Dr. Demétrio Chaguri (5). Possui também áreas institucionais como por exemplo uma Base de Policia Militar, e vale também ressaltar que o entorno

desta UBDS apresenta alguns pontos de serviço, mas não aparece por ser um mapa feito por predominância. Abaixo na imagem 48, estão alguns exemplos de uso do solo existente nessa área, como residência, comercio e serviço.


Imagem 48 Exemplos de Uso do solo Ocupação Fonte: Street view, 2011.

Mapa Uso

do Solo - Gabarito

[57]

Imagem 49 Mapa de Uso do solo Gabarito Fonte: Esquema Autoria pessoal

Sobre o Mapa de Ocupação do Solo Gabarito, predominam no entorno da UBDS Sergio Arouca – Quintino Facci II moradias e comércios de pavimento térreo, mas podemos analisar que existem edifícios com dois pavimentos, e esse tipo de gabarito se dá pelo entorno apresentar algumas moradias sobrado e em alguns casos edifícios de uso misto (Comercio no Pavimento térreo e Residência no pavimento superior).


Mapa Equipamentos

Imagem 50 Exemplos Uso do solo Gabarito Fonte: Street View

[58]

Imagem 51 Mapa Equipamentos entorno UBDS Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto

Podemos analisar no Mapa de Equipamentos que no entorno do objeto de intervenção existem vários equipamentos como Escolas de Ensino de 1º grau e 2º grau Estaduais, uma delas na Av. Magrid Simão Trad (2); e creche e educação pré-escolar municipal, localizada também na Av. Magrid Simão Trad (2); entre outros, como base da policia do

município na Rua Dep. Orlando Jurca (4) e a própria Unidade Básica Distrital de Saúde Serio Arouca localizada na Rua Bruno Pelicani (3). Alguns exemplos de equipamentos deste entorno são:


Imagem 52 Exemplos de Equipamentos Fonte: Street view, 2011.

[59]

Imagem 53 Hierarquia Física Fonte: Esquema Autoria pessoal

Este Mapa Viário de Hierarquia Física do entorno da UBDS Sergio Arouca, apresenta vias arteriais como as Avenidas Gen. Euclides de Figueiredo(1) e Magrid Simão Trad (2), que são vias de maior importância em relação ao dimensionamento e fluxo, e por serem avenidas, possuem um canteiro central em que de cada lado possui via de sentido mão única. As vias coletoras apresentam um fluxo menor, coletando o

fluxo das avenidas, e um exemplo, é a Rua Dr. Demétrio Chaguri (5), onde seu sentido de via é mão dupla. E as vias físicas locais, nas quais se concentram moradias que são conhecidas como vias de fluxo de pedestre.


Imagem 54 Hierarquia Funcional Fonte: Esquema Autoria pessoal

[60]

Em relação ao Mapa Viário de Hierarquia Funcional do entorno da UBDS Sergio Arouca apresenta as vias de maior fluxo. Podemos perceber uma mudança na Rua Dr. Demétrio Chaguri (5) na qual como via física, era considerada via coletora pelo dimensionamento, mas como via funcional é considerada como via arterial, pois apresenta um fluxo maior devido a grande quantidade existente de comércios e por dar acesso as vias locais. As vias funcionais coletoras, permanece da mesma forma que no mapa de hierarquia física, acrescentando a Rua Bruno Pelicani na qual de via física local passou para via funcional coletora, pois apresenta um fluxo maior em função de dar acesso a UBDS Sergio Arouca. E as vias funcionais locais possui um fluxo menor e tem a mesma característica das vias física locais.


[61]

Imagem 55 Meios de transporte Fonte: Esquema Autoria pessoal

Sobre o meio de transporte público do entorno da UBDS Sergio Arouca, analisa-se a concentração de seis pontos de ônibus, em que circula nesta área de estudo sete linhas de ônibus. Portanto em relação ao transporte público

Imagem 56 Ponto ônibus Fonte: Arquivo pessoal

esse entorno está amparado de várias linhas de ônibus. A empresa de transporte público que disponibiliza e gerencia esses ônibus, é a Ritmo.


5.2 Terreno

[62]

Imagem 57 Terreno e cortes da UBDS Fonte: Esquema Autoria pessoal

O terreno da Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca, está localizado entre a Rua Bruno Pelicani e Avenida Euclides de Figueiredo. Em que o acesso ao terreno da UBDS, é um ponto com fluxo intenso de veículos por estar localizado próximo a rotatória. A UBDS Sergio Arouca, esta implantado em um terreno de aproximadamente 9 mil m².


Imagem 58 Terreno Externo Fonte: Arquivo pessoal

Sobre a Legislação do terreno: É uma ZUP – Zona de Urbanização Preferencial. Gabarito: 10 metros Artigo 42 - O gabarito básico, poderá ser ultrapassado na Zona de Urbanização Preferencial(ZUP), desde que atenda as restrições previstas para esta lei e desde que não esteja dentro de nenhuma exceção da lei . Coeficiente de aproveitamento Artigo 49 - O Coeficiente de Aproveitamento Máximo,respeitados os índices estabelecidos pelo memorial descritivo dos loteamentos registrados em cartório, será: I - Na ZUP 5x a área do terreno, assim no terreno escolhido: 45.000 m² Taxa de Ocupação A taxa de ocupação é de 75% para usos residenciais e 80% para usos não residenciais

Solo Natural Permeável Na ZUP – 5% para lotes com área de até 400m² 10% para lotes acima de 400m² até 1000m²; ou seja 15% para lotes com mais de 1000m² . Recuos É permitido para gabarito baixo recuo mínimo de 4 metros e recuo lateral de 1,5 metros.

[63]


5.3 objeto de intervençao ubds sergio arouca

[64]

O Projeto de Revitalização e Ampliação com foco na humanização, será feito como já dito anteriormente, no objeto de intervenção Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca no Quintino Facci II – Ribeirão Preto (SP). Essa unidade, segundo informação de funcionários existe há 13 anos e foi inaugurada no ano do primeiro mandato a presidente do Luiz Inácio Lula da Silvia (Lula). A seguir será apresentada a planta atual da edificação existente conforme apresentada a legenda ao lado:

Planta baixa na folha p. 60.


Legenda na folha p. 59.

Imagem 59 Planta existente UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal

[65]


A UBDS Sergio Arouca passou por uma reforma por volta de 2011, e nesse período houve modificações em alguns espaços, que proporcionou uma nova organização espacial constatada durante a visita técnica da autora desta pesquisa acadêmica:

[66]

Imagem 60 Implantação existente da UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal

Na implantação acima podemos observar para os pacientes; acessos secundários, Podemos perceber também a localização para os funcionários e as áreas verdes UBDS Sergio Arouca.

o acesso principal público e o acesso da ambulância. do estacionamento aberto distribuídas no terreno da

Na planta baixa a seguir, podemos analisar os setores atuais que compõe essa unidade de saúde, como setores de serviço, administração, conforto médico e morgue; setores de Urgência(adulto), Urgência(Pediatra), Sala de Medicação, Sala de Sutura, consultório odontológico, especialidade cardiologia, serviço social, sala de observação, sala de inalação, vacinacoleta, farmácia, raio-x, urgência –dengue, sala de exames são de uso semi-público; e setores como a espera e os banheiros de uso público.

Podemos observar de acordo com a setorização e informação dos funcionários da UBDS, que essa unidade de saúde é de atendimento imediato e ambulatorial(serviço de urgência e emergência); e serviço de atendimento especializado durante a semana de Cardiologia e Reumatologia.


[67]

Legenda na folha p. 63.

Imagem 61 Planta existente UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal


Planta baixa na folha p. 62.

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Sobre a circulação horizontal do objeto de intervenção nota-se que é por dois tipos de circulação interna. Essa circulação é trabalhada através de longos corredores de 1,80m de largura. Na planta baixa a seguir podemos perceber uma circulação interna privada com acesso autorizado apenas para funcionários e circulação pública com acesso dos pacientes aos corredores onde se localizam os consultórios, urgência, farmácia e outros ambientes.

Imagem 62 Planta existente circulação da UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal


No corte AA podemos notar a predominância de uso privado por apresentar setor de administração e serviço. Percebe - se também os domus de ventilação para entrada e circulação de ventilação natural, porém segundo vivencia dos funcionários, os domus não conseguem fornecer ventilação natural satisfatória naquela unidade por falta de manutenção.

Imagem 63 Corte AA existente UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal

No corte BB podemos analisar o uso privado e semi-público, as entradas de luz e ventilação natural; e as estruturas como paredes e pilares deste edifício.

Imagem 65 Corte BB existente UBDS (sem escala)

Fonte: Esquema Autoria pessoal

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Sobre o sistema estrutural da UBDS Sergio Arouca, analisa-se um sistema de paredes de alvenaria, pilares, vigas, presença de cobertura de chapa trapezional pré-pintada na parte externa de cor branca; barras e lajes impermeáveis e marquise de estrutura metálica. Sobre os materiais são apresentadas revestimento interno de poliestireno expandido; pinturas látex acrílico lavável cor branca e verde, azulejos brancos para área molhada; piso korodur.

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Imagem 66 Imagem Corredor UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 67 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 68 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 69 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 70 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 71 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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Imagem 72 Imagens Internas UBDS Fonte: Arquivo pessoal


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6- PROGRAMA DE NECESSIDADES. [78]

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Para elaboração do programa de necessidades, usou –se a RDC nº 50 que normatiza os dimensionamentos e quantidades de cada espaço (uso) dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Inclusive para aprimorar o programa de necessidades foi consultado a Norma NBR 9050 que que informa sobre acessibilidades. A Unidade Básica Distrital de Saúde Sergio Arouca apresenta um programa já elaborado por se tratar de um edifício existente. Porém, por ser tratar de um trabalho em um objeto de intervenção, a autora deste trabalho ao visitar a unidade constatou algumas mudanças na organização espacial. Dessa maneira, conforme as entrevistas feitas com alguns funcionários, essa unidade distrital de saúde tem como predominância atendimento imediato, destinado a atendimentos de urgência e emergência, mas sabe-se que lá também existe atendimento ambulatorial com apenas duas especialidades, sendo Cardiologia e Reumatologia. Através das informações recebidas e da observação visual da organização dos espaços, precisamos primeiramente apresentar uma tabela com a atividade de cada espaço, o dimensionamento e a quantidade que precisa ter no estabelecimento de saúde, conforme a resolução RDC nº50, utilizada em ampliações, reformas e projetos novos de Estabelecimentos.

Imagem 73 Tabela Programa de necessidades Fonte: RDC n. 50


A resolução RDC nº 50 ainda afirma que para espaços de atendimento imediato e ambulatorial é preciso ter ambientes de apoio, sendo eles: Rouparia, Copa, banheiros para funcionários, quartos de plantão, depósito de material limpo, área de recepção de pacientes, banheiros para pacientes, área para guardas macas e cadeiras de roda, sala de espera para pacientes e acompanhantes, sala administrativa e sala de utilidades. Sobre a Acessibilidade, a norma brasileira ABNT NBR 9050 afirma a necessidade de instalar ambientes de apoio com acessibilidade. Como exemplo, sanitários adaptados para portadores de necessidade e calçadas com guia de rebaixamento, para ser um estabelecimento de saúde acessível. A seguir será apresenta a tabela do dimensionamento e quantidade dos espaços existente da UBDS Sergio Arouca:

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Imagem 74 Tabela Existente UBDS Fonte: Autoria pessoal

TABELA EXISTENTE

[AO LADO]


E sobre os ambientes de apoios, foram constatados espaços de espera para acompanhantes, copa, almoxarifado, vestiários para funcionários, salas de utilidades, rouparia, Área de serviço, sala de material limpo, sala administrativas, banheiros e espaço para armazenamento de lixo. Dos ambientes de apoios citados pela resolução RDC nº 50, não existem na UBDS em questão a sala para armazenamento de macas e cadeiras, onde atualmente no edifício encontra-se no meio da circulação, como em corredores e sala de espera. Em vista disso, foi realizada entrevista com funcionários e pacientes para obter-se informações necessárias do que é preciso melhorar nesta unidade de saúde.

[80]

Em relação a entrevistas dos funcionários, ela foi feita com auxiliar de limpeza, técnica de enfermagem, enfermeira padrão, secretária e médicos; através qual se chegou a conclusão de que a sala de gesso não existe, pois não tem funcionário suficiente para atender a especialidade de ortopedia. A sala de espera, os sanitários, a estética do edifício e a iluminação e ventilação, precisam de melhoria. Contudo, eles afirmam também sobre a falta de manutenção e conforto na unidade. Sobre a proposta de descanso para funcionários eles afirmam que seria interessante, porém há pouco tempo hábil para aproveitar desse recurso. A recreação-distração na ala da pediatria, afirmam que é necessário e interessante. A questão da relação entre o interior x exterior através da natureza também acham importante, e com isso a maioria dos profissionais revelaram que muita coisa mudaria na UBDS Sergio Arouca, se essas propostas fossem realizadas, a começar pela questão da iluminação e ventilação natural. Eles finalizam a entrevista solicitando segurança, pois nada adianta trazer melhorias e acabarem sendo destruídas pela população. Sobre a entrevista com os pacientes, com objetivo de trazer melhorias para esta unidade, eles afirmam que é preciso melhorar os espaços dos consultórios, e a questão da iluminação e ventilação. Eles não veem a necessidade de estacionamentos para pacientes e acham que a cor da UBDS está favorável, mas precisa de manutenção. Também solicitam melhorias nos mobiliários e diagnosticam que falta conforto

durante todo o atendimento. Portanto, consideram a ideia de espaços recreativos para crianças necessários e importante, e também afirmam que a espera ao ar livre proporcionaria bem estar por apresentar relação com a paisagem. Dessa maneira será proposto como forma de revitalizar e ampliar a UBDS Sergio Arouca, espaços como recreação com objetivo de distrair as crianças na ala da pediatria; área de descanso para funcionários; consultórios de ortopedia para voltar a existir a sala de gesso e por fim a sala de espera ao ar livre, criando assim um espaço de convivência. Também será proposta uma reorganização dos espaços desta unidade e serão inseridos mobiliários e áreas verdes para ocasionar conforto e bem-estar. Portanto todas essas modificações serão feitas para adequar-se os espaços que estavam inadequados segundo a Resolução RDC nº 50.


[81]


7- O PROJETO [82]

O projeto foi desenvolvido e composto por referências projetuais com conceitos de humanização e sustentabilidade, e foi concluido através do levantamento de dados da região do objeto de intervenção e sua problemática. Também contribui para a finalização do projeto questões com o objetivo de adequar a Resolução n. 50. Dessa maneira, o projeto consite em implantação, planta baixa com layout, planta de Demolir e construir, Planta de circulação, cortes, fachadas e perspectivas, na qual estão contidos informação como a forma que foi organizado os espaços, as paredes que foram demolidas e construidas, a maneira que foi distribuido e organizado a circulção do edifíco, a forma que foi trabalhado a revitalização nas fachadas e as diferentes alturas indicadas nos cortes. ***As impressões deste projeto e perspectivas externas e internas estão inseridos em uma caixa no anexo.***

7.1 MEMORIAL JUSTIFICATIVO A Resolução RDC nº 50, conceitos de Humanização e Sustentabilidade, e a entrevista com os pacientes e funcionários, serviram de base para elaboração do projeto arquitetônico e solução da problemática. A localização do projeto se dá por um entorno constituído por predominância de residências, mas percebe também que há um fluxo e circulação externa intensa por haver uma concentração de comercio nas avenidas principais da proximidade da UBDS, gerando uma concentração de pessoas. Também Unidade de Saúde tem como vista uma praça em seu entorno, que contribui para a relação Interno (UBDS) x Externo(Praça – Paisagem). A implantação do edifício no terreno foi elaborado de maneira que preserve o existente e que relacione com o seu entorno. O Espaço de convivência, a Unidade de Saúde e o estacionamento compõe está implantação e podemos identificar três acessos principais. O primeiro acesso se dá pela frente, sendo a entrada dos pacientes diretamente na espera geral que será recepcionada e destinado a um dos setores (urgência, especialidade e pediatria). O segundo acesso é pela lateral, onde é o desembarque da ambulância dos pacientes em estado grave que vão direto para a sala de urgência. E o Ultimo acesso é pelo fundo que se destina a entrada dos funcionários no estacionamento privado. Também tem um acesso secundário é de carga/descarga e acesso do veiculo funerário para retirada do morgue. A organização e distribuição físico e funcional, se dá por um edifício existente e térreo, em que o programa foi elaborado e organizado com objetivo de separar fluxos que estavam desorganizados. Este programa foi dividido e organizado em três Setores (Urgência, Especialidade e Pediatria).


SETOR URGÊNCIA - A mudança feita neste setor foi modificar as Observações individual (5 salas) para constituir em Obs. Masculina e Obs. Feminina(2 salas). Também foi criar conforme a Resolução - RDC nº 50 a Sala de Higienização, Sala de Isolamento e Sala de gesso que no existia. Criouse uma espera interna com jardim para entrada de luz e banheiros com acessibilidade para este setor de urgência, com o objetivo de desafogar o fluxo em um único local. SETOR ESPECIALIDADES –- Neste setor o objetivo foi criar ambientes de apoio para diminuir o fluxo geral. Também houve uma reorganização dos ambientes como salas e consultórios, e diminuição da Sala de Odontologia para implantar a espera interna com jardim com o pé direito alto. SETOR PEDIATRIA – A principal mudança feita neste setor foi a reorganização e concentração das atividades de pediatria no setor correto. E criação de Posto e Serviço de Enfermagem, Inalação, Sala de medicação, Recreação Infantil, para adequar a resolução RDC nº 50. Também neste setor foi criado ambientes confortáveis para as crianças e seus pais, como forma de distrair durante o atendimento. Na sala de recreação infantil será implantado o conceito de distração positiva com elementos de cores e vidro que relaciona a criança com a paisagem. Também na composição deste programa, foi criado um espaço de estar funcionários com interação do individuo com os jardins, para o bem estar e descanso dos mesmo. A praça em frente á UBDS era um espaço desvalorizado, e com isso foi projetado um espaço de convivência nesse lugar, com deck, bancos, vegetação e alguns mesas e foodtrucks para os pacientes ter a opção de esperar ao ar livre. O objetivo deste espaço foi oferecer aos pacientes uma espera tranquila e confortável antes do atendimentos. Por

fim, espaços destinados as áreas Administrativas e áreas de Serviços não houve grandes modificações. Com isso para constituir este projeto e chegar nessa solução da problemática( ausência de jardins, ventilação, conforto, bem estar, humanização, sustentabilidade e fluxos desorganizados), foram feitas alterações a fim de inserir questões como humanização (relação interna x externo, distrações positivas, bem estar, iluminação e ventilação natural, e presença de cores no setor de pediatria) e Sustentabilidade (Técnicas de Telhado verde; reuso da água da chuva; e utilização de materiais e tecnologias Sustentáveis) para tornar a UBDS Sergio Arouca como referência e atração á população daquele bairro . É necessário destacar a importância dos telhados verdes, que foram implantados no projeto com o objetivo de reduzir o calor e deixar o ambiente mais úmido e fresco. E também destacar a utilização de Reuso da água da chuva que é um reaproveitamento da água com objetivo de trazer benefícios e economia. Portanto como forma de inserir esses conceitos, foram criados espaços internos com jardins, a fim de trazer ventilação e iluminação natural e estabelecer relação interno com externo através das paisagens. Também foram criados espaços de estar funcionários e espera externa como forma de espaço de convivência gerando assim um conforto e bem estar. É importante destacar que onde estão localizados os espaços internos com jardins, seu volume é com pé direito alto de 6,00m com o objetivo de circular a ventilação natural. A unidade de Saúde também é constituída por mais dois volumes com alturas diferentes, sendo o segundo volume com altura de 3,5m (as salas com as atividades) e o terceiro volume com 2,85( corredores de circulação com os domus). Assim, podemos concluir que todas essas modificações e aplicações de conceitos

[83]


inseridos neste projeto, foram feitas para solucionar problemas existentes e gerar conforto e bem estar para os pacientes e funcionários, que é o objetivo principal.

7.2 MEMORIAL descritivo Com o objetivo de inserir conceitos de humanização e sustentabilidade, houve algumas modificações na UBDS Sergio Arouca. Essas modificações foram importantes para atingir o objetivo de gerar bem estar e conforto para os pacientes e funcionários.

[84]

Como já dito no memorial justificativo, a organização funcional da Unidade de Saúde foi divida em três setores: Setor Urgência, Setor Especialidades e Setor Pediatria. Em cada setor e em todo edifício foi pensado como aplicar os matérias, estruturas, vedações e outros detalhes que contribuísse para a revitalização da UBDS Sergio Arouca. Estrutura – A estrutura por ser uma Unidade de Saúde existente será mantida, e composta por concreto armado, pilares e vigas. Os pilares são de 12 x 30. A estrutura da Marquise é metálica com chapa de aço carbono com revestimento interno (Poliestireno Expandido 20mm). Elementos de vedações – As paredes externas e internas são de alvenaria e com espessura de 15cm e são revestidos com acabamento. Aberturas e Fechamentos – As portas e janelas serão esquadrias de alumínio. As portas dos consultórios, salas e sanitários serão de medida padrão de largura 0.80cm. Enquanto a porta da entrada principal, estar funcionários e recreação infantil serão com medida de largura 2,00m de vidro temperado incolor. As portas dos corredores privados e da sala de urgência serão de alumínio também

com medida de 2,00m. As janelas dos consultórios e salas estão suspensas acima de 2,85m de altura, para receber iluminação e ventilação através dos domus que se localizam nos corredores. Lajes e Coberturas – As lajes serão pré-moldadas de concreto, revestido com impermeabilização e manta asfáltica, a cobertura será de telhado verde na parte principal da Unidade. E também serão utilizados forro de gesso nos sanitários de pé direito alto (6m), para atingir a altura de 3,5 m. Pinturas e Revestimentos – As paredes serão pintadas com cores neutras e predominância da cor branco de látex acrílico lavável. Nas paredes dos corredores da Pediatria será trabalhado cores neutras com desenhos como forma de distração positiva. Por ser uma unidade de saúde existente, o revestimento interno continuará de poliestireno expandido. Os azulejos para área molhada serão branco. As portas dos consultórios do setor de urgência será pintado de cor verde e as portas dos consultórios do setor especialidades será pintado de azul, essas cores nas portas serão como forma de sinalizar os corredores de cada setor. Na pediatria as cores das portas branco, pois os corredores já estão com uma quantidade maior de cores vivas. E por fim o piso interno da unidade em alguns lugares será mantido de korodur e em outros principalmente na parte que foi ampliado e revitalizado será utilizado piso vinílico, que são destinados a hospitais por ser um material sustentável, de fácil lavagem, antiderrapante e ainda podem humanizar os ambientes. Os pisos externos da área da calçada será de material cimentícios. E nos espaços de convivência e estar funcionários terá partes com piso de deck. Mobiliários – Os mobiliários serão trocados e implantados mobiliários confortáveis e com o objetivo de humanizar, principal na espera geral. Será colocado poltronas


aconchegantes substituindo as cadeiras “duras” que existia na Unidade de Saúde. Na recreação infantil, será colocados mobiliários como puffs, poltronas para assistir filmes, mesas com cadeiras para desenhos e brinquedos educativos para as crianças. No Estar funcionários será colocado poltronas, puffs internamente e bancos para área externa. No espaço de convivência terá bancos para os pacientes enquanto esperam para serem atendidos; e também terá mesas, com cadeiras para espaço de alimentação.

Imagem 75 Exemplos de memorial descritivo Fonte: Revista Finestra

Exemplo de vidro laminado e jardim interno

Fachada – Será trabalhado grandes aberturas de vidro laminados com proteção solar, concreto em todas as paredes externas e brises metálicos na fachada principal e na elevação do fundo com objetivo de revitalizar a fachada existente e também esconder as janelas dos sanitários. O objetivo de implantar esses materiais nessas fachadas, é como forma de mostrar visualmente a combinação de uma fachada bruta(concreto) com a leveza (vidros), ou cheios e vazios.

Exemplo de pinturas neutras e Recreação Infantil.

Imagem 76 Exemplos de memorial descritivo Fonte: Revista Finestra

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Exemplo de piso Vinílico e mobiliários confortáveis

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Imagem 77 Exemplos de memorial descritivo Fonte: Revista Finestra


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ANEXOS [88]

EntrevistaS com os funcionários: Nome: Shirley Idade: 50 Função na ubds: Enfermeira Padrão Quanto tempo trabalha na ubds: 12 anos Existe apenas atendimento imediato(urgência e emergência): não E os atendimentos especializados, durante as 8hrs as 17hrs: sim, mas apenas cardiologia e reumatologia. Sala de gesso existe. Por que deixou de existir: não, por falta de ortopedista O que você acha que precisa melhorar em relação aos itens abaixo: Administração e enfermaria: conforto, mobiliário consultórios: acha que não precisa urgência: sim, precisa de melhoria sala de observação: sim, de maneira que de para visualizar os pacientes pediatria: Acha ideal consultório odontológico: não sabe opinar serviço de limpeza: falta manutenção sala de espera: precisa de melhoria banheiros: precisa de melhoria estética da ubds, cor: acha o verde adequado iluminação e ventilação: precisa de melhoria O que você acha de um espaço de recreação, convivência para os funcionários da UBDS: Seria interessante O que você acha de espaço de recreação, distração para a pediatria: seria interessante O que você acha de criar uma relação entre o interior x exterior através de paisagens naturais, vegetação, jardins: interessante O que você mudaria na ubds: muita coisa (urgência) O que falta na UBDS: conforto Humanização e Conforto Ambiental ( sensações de bem-estar, conforto) existe: não e seria interessante trazer.

Nome: Luciana Idade: 40 Função na ubds: Técnica de Enfermagem Quanto tempo trabalha na ubds: 2 anos Existe apenas atendimento imediato(urgência e emergência): não E os atendimentos especializados, durante as 8hrs as 17hrs: sim, mas apenas cardiologia e reumatologia. Sala de gesso existe. Por que deixou de existir: não, por falta de ortopedista O que você acha que precisa melhorar em relação aos itens abaixo: Administração e enfermaria: acha que está adequado consultórios: acha que não precisa urgência: acha adequado mais falta alguns equipamentos sala de observação: mobiliário novo pediatria: precisa de reorganização consultório odontológico: não sabe opinar serviço de limpeza: falta manutenção sala de espera: precisa de melhoria banheiros: precisa de melhoria, pois é péssimo estética da ubds, cor: não faz questão iluminação e ventilação: precisa de melhoria O que você acha de um espaço de recreação, convivência para os funcionários da UBDS: Seria interessante, mas não tem tempo O que você acha de espaço de recreação, distração para a pediatria: seria interessante O que você acha de criar uma relação entre o interior x exterior através de paisagens naturais, vegetação, jardins: interessante O que você mudaria na ubds: tudo, traria conforto O que falta na UBDS: conforto Humanização e Conforto Ambiental ( sensações de bem-estar, conforto) existe: não e seria interessante trazer


EntrevistaS com os PACIENTEs: Nome: Marta Idade: 26 Cargo profissional: Diarista Bairro que mora: Quintino Como chega na UBDS: carro e acha que não precisa de estacionamento O que você acha dos espaços e consultórios da UBDS: precisa melhoria O que você acha da iluminação e ventilação da ubds: não tem Você sente sensação de conforto durante todo o atendimento: não O que você acha da cor da ubds, traz tranquilidade e bemestar, o que mudaria na cor: acha que ta bom Você acha que se tivesse um espaço de espera ao ar livre sentiria mais confortável, esqueceria-se da dor: sim O que você acha de espaço de recreação, distração para as crianças na pediatria: interessante e divertido O que você acha de criar uma relação entre o interior x exterior através de paisagens naturais, vegetação, jardins: seria legal, traria conforto O que você mudaria na ubds: ventilação O que falta na UBDS: iluminação, conforto, ventilação Humanização e Conforto Ambiental ( sensações de bem-estar, conforto) existe: não, é interessante

Nome: Isabel Idade: 49 Cargo profissional: Protética dentist. Bairro que mora: simione Como chega na UBDS: carro e acha que não precisa de estacionamento O que você acha dos espaços e consultórios da UBDS: suficiente O que você acha da iluminação e ventilação da ubds: não tem Você sente sensação de conforto durante todo o atendimento: não O que você acha da cor da ubds, traz tranquilidade e bemestar, o que mudaria na cor: acha adequado Você acha que se tivesse um espaço de espera ao ar livre sentiria mais confortável, esqueceria-se da dor: não O que você acha de espaço de recreação, distração para as crianças na pediatria: seria perfeito O que você acha de criar uma relação entre o interior x exterior através de paisagens naturais, vegetação, jardins: contribuiria para o conforto O que você mudaria na ubds: tudo O que falta na UBDS: espaços com conforto Humanização e Conforto Ambiental ( sensações de bem-estar, conforto) existe: não, é interessante.

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PERSPECTIVAS

Implantação da Unidade Distrital Sergio Arouca – Cobertura Telhado Verde


Espaço de Convivência


Espaço de Convivência – Área para crianças.


Entrada e saída Funcionários e abrigo para resíduos (lixos)


Entrada principal pacientes


Entrada principal pacientes e Espelho D´à gua


Elevação Lateral – Abertura com vidros Laminados


Estacionamento Funcionรกrios


Estar Funcionรกrios


Estar Funcionรกrios - Pergolado e Deck


Recreação Infantil


Espaço Interno - Espera Geral – Espelho D’ Água – Painel Pediatria (Distração Positiva)


Espaço Interno - Espera Geral – Recepção e Recreação Infantil


REFERÊNCIAS AU PINI – Revista AU – Projeto Rede Sarah Rio de Janeiro, 2014

PINHO ARAUJO, GIACOMAZZI DANTAS. Arquitetura Hospitalar: a adequação do projeto na fase do estudo preliminar. Revista Universitárias: Arquitetura e Comunicação Social. Brasília, Jun 2013, p.1-21.

ARCHIDALY – Projeto Centro médico de primeiros socorros de ballarat, 2016 ARCHIDALY – Projeto Hospital infantil Nemours, 2016

COMIRAN, S. Conforto e desempenho térmico em hospitais: estudo de caso na área de internação do hospital universitário de Santa Maria - Rs. Santa Maria RS, 2014. LUKIANTCHUKI , CARAM. Arquitetura Hospitalar e o Conforto Ambiental: Evolução histórica e Importância na Atualidade. Artigo Cientifico – Departamento de Arquitetura e Urbanismo USP. São Carlos, Set 2015,p.1-8.

TOLEDO. Humanização do edifício Hospitalar: um tema em aberto. PROARQ. Rio de Janeiro, 2005, p. 1-11. TOLEDO, L. C. M. Feitos para cuidar: a arquitetura com um gesto medico e a humanização no edifício hospitalar. Rio de Janeiro , 2008. VASCONCELOS, R.T. B. Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior-exterior. Florianópolis , 2004.

[107]

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ARCOWEB – Revista Finestra – Projeto Moriah, 2016

LIMA, F.L. A arquitetura hospitalar:sustentabilidade e qualidade – proposta de um instrumento para pesquisa e avaliação. Curitiba , 2010. AU PINI – Revista AU – Projeto Moriah, 2014.



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