Espaço público e meios digitais: reabilitação urbana do Calçadão em Viçosa, Minas Gerais

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<aluno VINÍCIUS PEREIRA CORRÊA >

<orientador “DOUGLAS LOPES DE SOUZA”> . . . .

<tema (grande área “URBANISMO”)=

ESPAÇO PÚBLICO E MEIOS DIGITAIS

> .

<projeto “REABILITAÇÃO URBANA”>

<cidade “VIÇOSA/MG”> <local “CALÇADÃO E CALÇADINHO”> . . .

<entrega “2018 NOVEMBRO 26”> . .

Carregando atualizações de espaço público...

Este trabalho se apresenta em cumprimento às exigências da disciplina ARQ 399 – Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa. Realizado sob orientação do Prof. Douglas Lopes de Souza, o trabalho expõe investigações referentes ao tema escolhido pelo estudante Vinícius Pereira Corrêa, que servem como base para a proposta projetual, necessária para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

O projeto objetiva a legitimação da vida pública , que se materializa pela reabilitação urbana de áreas públicas com a presença de interfaces físico-digitais, promovendo uma continuidade entre projeto e uso. Opta-se por essa abordagem baseando-se no crescente impacto das tecnologias de informação e comunicação (denominadas TICs) no cotidiano dos cidadãos, ao vislumbrar potencialidades na incorporação de meios digitais para a compreensão de novas demandas no espaço público.

Investigações teóricas, levantamentos em fontes primárias e secundárias e referências projetuais subsidiarão a proposta.

FUNDAMENTAÇÃO 10 BIBLIOGRAFIA 53 LEVANTAMENTO 24 INTRODUÇÃO 8 REFERÊNCIAS 34 CONTEXTUALIZAÇÃO 18 ESTRATÉGIAS 41 Created by Gregor Cresnar from the Noun Project CONCEITO 17 ATUALIZAÇÕES 44 DIRETRIZES 40 REDE HÍBRIDA Created by Robin Richards from the Noun Project 42 ANOTAÇÕES 52

INTRODUÇÃO

O presente trabalho propõe-se a localizar espaços públicos físicos na zona central de Viçosa-MG, que não possuam uma infraestrutura que estimule sua ocupação e por conseguinte, não promovam a vida pública. Dessa forma, objetiva-se sugerir atualizações para esses espaços, propondo interfaces urbanas que façam uso de tecnologias digitais de informação e comunicação, assumindo a relação inerente entre o mundo online e offline presente no cotidiano contemporâneo. Assim como usualmente ocorre no espaço digital, essa intervenção no espaço físico se daria em rede, sugerindo uma maior conexão entre os locais concretos e os virtuais. A interação do usuário com os dispositivos a

serem apresentados é o princípio básico dessa proposta, uma vez que a resposta do cidadão à interface é fundamental para a atualização de demandas do espaço urbano e para legitimação desse como esfera da vida pública.

Determina-se a cidade de Viçosa como local de projeto em função da carência de espaços públicos com boa infraestrutura como locais de relações sociais e de diálogo sobre a produção do espaço comum. Para contextualizar esse problema, será abordado à frente, o esvaziamento da vida pública, que ocorre paralelo a um processo de mudança de centralidade na visão social, do âmbito público para o privado. Além disso, será

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Pessoas utilizando celulares em espaço público. Praça Silviano Brandão, Viçosa - MG . Fonte: o autor.

discutido o surgimento de novas tecnologias como modificadoras constantes da experiência do espaço urbano, com destaque para a influência das mídias digitais. Nota-se que muitas vezes mesmo fisicamente inserido em um ambiente, o usuário de um celular permanece imerso em seu contexto digital, sem observar a cidade ao seu redor e sem explorar as possibilidades de interagir com os demais indivíduos.

Dessa forma, questiona-se: e se fossem dispostos pela cidade, elementos de natureza digital, mas que pudessem guiar uma vivência coletiva, esses poderiam estimular espaços mais adequados à promoção da vida pública?

Faz-se necessário, então, investigar a influência das mídias digitais na construção do espaço urbano contemporâneo; conceituar as relações entre a produção do espaço urbano e a manutenção da vida pública; e pesquisar sobre o poder das mídias digitais ao mediar relações sociais e promover a vida pública, seja no âmbito físico ou digital. Levantamentos, diagnósticos e referências projetuais também serão utilizados a fim de se aproximar dos espaços públicos de Viçosa e guiar o processo de projeto.

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FUNDAMENTAÇÃO

A influência das tecnologias de informação e comunicação na construção do espaço urbano contemporâneo

A vivência do espaço público contemporâneo contempla cada vez mais a presença de telas. Segundo Paraizo (2016), os exemplos vão desde as onipresentes telas de telefones celulares até as fachadas interativas, passando por painéis que informam sobre o tráfego nas vias de trânsito ou informações climáticas, além das telas de monitoramento de câmeras de vigilância - que não estão aparentes na paisagem urbana, mas atuam sobre a percepção da mesma.

Essas telas são as formas pelas quais as tecnologias de informação e comunicação (denominadas TIC) mediam a interação com o cidadão. A mensagem transmitida por essa tela, sempre é resultado do “cruzamento de relações de poder e de relações de saber” (AGAMBEN, 2099, p. 29), pois vem de um locutor detentor da informação que opta ou não por filtrar o conteúdo aos interlocutores. Dessa forma, configuram-se como tipos de dispositivo, definido como o

“Conjunto heterogêneo e linguístico, que inclui virtualmente qualquer coisa no mesmo título: discursos, instituições, edifícios, leis, medidas de polícia, proposições filosóficas etc.” (AGAMBEN, 2009, p. 29)

A presença das TIC na cidade contemporânea evidencia uma nova camada do domínio urbano: o ciberespaço, que pode ser definido como “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores” (LÉVY, 1999, p. 93) que tem “a vocação de colocar em sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de simulação” (LÉVY, 1999, p. 94). O acesso a essa camada é facilitado majoritariamente por mídias digitais (como exemplo, as supracitadas telas), resultando em uma experiência urbana tanto no âmbito físico quanto no digital. Essa vivência se intensifica com o início do uso constante das tecnologias de localização, como o GPS (sistemas de posicionamento global), que foram aprimoradas ao longo do tempo, passando a oferecer mais informações sobre o que se encontra ao redor do usuário, como pontos de comércio e serviços, permitindo uma maior permeabilidade do usuário pelo espaço urbano. Dessa forma, essa relação de “possibilidade de trocas entre dois meios distintos” (PARAIZO, 2016, p. 4), no caso o digital e o físico, consolida a noção de interface

As interfaces, como aponta Leonard (2005), se apresentam no espaço em basicamente quatro tipos: físicas, digitais, físico-digitais e digital-físicas. As interfaces físicas, caracterizam-se pela maioria dos instrumentos manuais, como o martelo, e tem como característica a previsibilidade de

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sua interação, não abrindo muitas possibilidades para um uso não habitual. Nas interfaces digitais, que podem ser exemplificadas pelos softwares, a interação ocorre por meio de um sistema digital que se baseia nas escolhas e inputs do usuário, possuindo uma forma mais aberta de interação e passível de atualização. As interfaces físico-digitais e digital-físicas apresentam princípios das duas naturezas citadas. A coexistência das duas naturezas consiste na

“Colaboração mútua que promove aberturas no acesso dos conteúdos das interfaces, permitindo que os usuários criem seus próprios modos de interação.” (LEONARD, 2005, p. 10)

Dessa forma, estariam sendo oferecidas mais alternativas de uso, além das que foram pré-determinadas. Para entender melhor sobre a possibilidade de usos de espaços, é relevante mencionar o modo como Lévy (1996 apud BALTAZAR, 2005) acredita que as coisas se dividem: em substância, abrangendo o potencial e o real, e em evento, compreendendo o virtual e o atual.

Quando projetamos espaços geralmente pré-definimos suas possibilidades de uso (potencial) deixando muito poucas alternativas para usos que não foram prédeterminados (virtual). Assim, estamos, no mínimo, limitando muito, senão desconsiderando totalmente, a virtualidade da arquitetura, por estarmos preterindo do projeto eventos que não foram definidos a priori. Porém, podemos projetar espaços-eventos, ou seja, espaços virtuais. (BALTAZAR, 2005, p. 2)

Logo, para que os espaços não tenham usos completamente pré-definidos e sejam resultado da interação do usuário, faz-se relevante o uso de mídias digitais. Nesse contexto, o uso da tecnologia digital (algo oposto ao analógico) contribui para a construção de um campo virtual (“o que existe em potência” LÉVY, 1997, p. 5) para a arquitetura e o urbanismo, ao compreender novas demandas para a cidade contemporânea.

Tela de celular captura imagem de um ambiente ocupado por pessoas e dispositivos digitais. Times Square, Nova Iorque, EUA. Fonte: Pixabay.

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A produção do espaço urbano e a manutenção da vida pública

Diante do exposto, percebe-se que é necessário direcionar o olhar a forma como os espaços das cidades estão sendo planejados, para que passem a considerar novas possibilidades de ocupação. O planejamento de cidades e de seus espaços públicos inicia-se na antiguidade, e desde então esforça-se em compreender a dualidade entre a estrutura social e a física. A estrutura física não tem uma relação direta com a estrutura social, mas sim com o comportamento social.

“A mudança de comportamentos, hábitos ou costumes, no decorrer dos tempos, acontece em razão de propostas concretas que alteram os espaços, a paisagem e a estrutura física da cidade. Os resultados de novas invenções, novas tecnologias, novas propostas e realizações que alteraram diretamente o espaço das cidades, alteraram também o modo de vida dos habitantes.” (DARODA, 2015, p. 12 )

O que modificou também a maneira de se planejar o espaço. O planejamento urbano atual

tenta adaptar-se a novas demandas de uso, contudo muitas vezes é contido pela submissão ao interesse de grandes entidades privadas. A cidade como república, “ambiente onde o bem comum se sobrepõe ao particular” (BRANDÃO, 2003, p. 9), acontece quando é capaz de se direcionar a vida pública, ao

civilizar a alma dos cidadãos com o hábito de relações recíprocas, tornando-os mais propensos a contraírem amizades, como os nossos antepassados que, ao instituírem os espetáculos da cidade, tinham em mira a utilidade não menos que o divertimento e o prazer (ALBERTI, 1966, Livro VIII, cap. 7, p. 725 apud BRANDÃO, 2003, p. 14)

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Escola de Atenas (Scuola di Atene), representa a ágora grega, lugar significativo para promoção da vida pública. Afresco do pintor renascentista Raphael no Palácio Apostólico, no Vaticano. Fonte: Pixabay.

Historicamente, segundo Whipps (2008), tem-se como locais de expressão máxima da vida pública, as clássicas ágoras da Grécia Antiga, onde realizavam-se eventos de diversos tipos, desde religiosos a econômicos e políticos. Localizadas próximas ao centro das cidades, eram facilmente acessadas por qualquer cidadão: políticos, filósofos, comerciantes, cientistas, escravos etc. Possuíam um grande espaços para encontros, rodeado por pontos de comércio e edifícios de uso público. Era o ponto da cidade onde seu corpo físico, a urbs, abrigava seu corpo político, a polis.

Contudo, ao decorrer da história, vem ocorrendo um esvaziamento dessa vida pública, paralelamente a um processo progressivo de mudança de centralidade na visão social, do coletivo para o individual, como expõe Sennett (1988 apud CERQUEIRA, 2013). Um dos aspectos que contribuiu para essa mudança no paradigma comportamental urbano foi o capitalismo e duas características intrínsecas ao mesmo: a pressão de privatização e a mistificação da vida material, que se intensificam à medida

que mais indivíduos aumentam seu poder aquisitivo econômico.

O status inerente a locomover-se em um automóvel individual, ao invés de utilizar um transporte coletivo; ao se aproveitar uma tarde em shoppings, uma vez que que existem espaços públicos livres, como praças e parques; ao residir em condomínios fechados, em vez de morar em bairros comuns; elucidam uma supervalorização da vida privada e a negação da vida pública. Em todos esses casos, ao optar por espaços privados, o indivíduo também escolhe pela seleção dos usuários no espaço e conseguinte padronização de seu círculo social.

“No mais físico dos níveis, o ambiente incita a pensar no domínio público como desprovido de sentido” (SENNETT, 1988, p. 26 apud CERQUEIRA, 2013, p. 49), pois cada vez mais o olhar é voltado ao espaço privado e não ao público, fazendo com que a vivência do espaço urbano comum seja prejudicada assim como a discussão sobre a produção do mesmo.

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Espaço central privado, rodeado de pontos comércios, mas que diferentemente da ágora grega, no que compete à vida pública, peca por não estimular o contato entre as pessoas. Praça em um shopping center. Fonte: Pixabay.

TICs como mediadoras de relações sociais no espaço urbano

À medida que novas tecnologias surgem, essas causam transformações na paisagem urbana e na forma como experienciamos o espaço. Foi assim com o elevador, proporcionando edificações de maior altura, e com os carros, permitindo percorrer maiores distâncias em menor tempo. No entanto, as tecnologias digitais ainda não transformaram de forma significativa a experiência do espaço público contemporâneo enquanto mediadoras de relações sociais. Mesmo exposto a interações entre indivíduos em um contexto físico, o usuário de um telefone celular muitas vezes continua restrito a seu contexto digital, sem interagir com os demais ali presentes.

Situação análoga ocorre no filme argentino

Medianeras (2011), que tem como enredo a história de dois habitantes de Buenos Aires, que mesmo morando em locais próximos, tem seu primeiro contato pela esfera digital. As duas personagens residem em edificações com fachadas cegas, que por sua vez se encontram de frente uma para a outra e que, segundo

Martinez (2013), os dividem e os separam, os dois cruzam-se inúmeras vezes no espaço público comum, contudo devido à hostilidade do âmbito físico e ao caos citadino, o contato no espaço urbano concreto não ocorre e essa relação mantém-se apenas pela tela do computador.

Ao fim do filme, a realização de aberturas em forma de janelas nas empenas permite que as personagens possam olhar entre si, ainda sem se reconhecer, configurando a ruptura da comunicação exclusiva pela tela digital mas agora também agora pela tela da fachada, e antecedendo o que viria a ser um encontro real no espaço urbano de baixo.

Dentre os motivos pelos os quais os indivíduos – e também as personagens –não tem uma relação facilitada na esfera pública, podemos elencar os já mencionados: a. mudança de centralidade da visão social; b. a pouca atratividade do espaço físico, ocasionada pela infraestrutura; e c. a dependência em relação ao dispositivos digitais.

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Imagens do filme Medianeras. Fachadas se encaram, diferentemente das personagens, que ao ocuparem um mesmo espaço, não tem a chance de interagirem fisicamente, apenas digitalmente. Fonte: Pandora Film Produktion.

Ao perceber essa ligação dos usuários do espaço urbano com suas formas de acessar meios digitais, vislumbra-se a seguinte possibilidade: e se fossem dispostos pela cidade, elementos que mediassem não apenas formas de informação e comunicação, mas também relações sociais - e por conseguinte, a vida pública -, como isso repercutiria no uso do espaço?

Em meio a essa inquietação, os espaços híbridos figuram como alternativas às novas demandas de uso (atualizações) dos espaços urbanos. Tais espaços são resultados das combinações de camadas de contraste, como o concreto e o virtual e o físico e o digital. Sobre espaços híbridos, Karahalios pontua:

“Do mundo online , queremos manter a facilidade de interação com estranhos, a facilidade de entrar em espaços públicos, e o baixo risco associado com a interação. Do mundo físico, queremos manter os recursos (navegação, senso de toque, campo visual, etc.) do espaço físico que nos circunda, a presença das formas físicas e tangíveis, e a percepção sensorial do espaço. Criando estes mundos híbridos, nós não mais interagimos como nós fazemos somente em um espaço online ou somente no espaço físico. Nós criamos um novo estilo de espaço que reúnem pessoas de maneira desconhecida e com descobertas e acasos felizes Por que isto é importante?

Conexões existem em todo o nosso redor e dado o mercado da tecnologia, estas continuarão aumentando.

[...] Quando as combinamos, as conexões multiplicam exponencialmente” (KARAHALIOS, 2004, p.94 apud SANTOS, 2008, p. 24).

Nesse contexto, para mediar as relações entre meios de naturezas distintas no âmbito urbano, estabelecem-se interfaces urbanas. Tais elementos estimulariam as interações entre os indivíduos, desde laços de amizade às relações

ESPAÇOS HÍBRIDOS – Acima, QR codes (interface) revelam outra camada de informação e interação ao espaço. Calçadão a beira-mar no Rio de Janeiro, RJ. Fonte: BBC. Abaixo, tótens funcionam como pontos de internet e de telefone. Calçada em Nova Iorque, EUA. Fonte:

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City of New York.

de poder e de saber. Visando tornar o espaço mais atrativo, essas interfaces conjugariam valores físicos e digitais, ou seja, situariam-se como elementos que teriam um conteúdo aberto e passível de atualização, o que resultaria em mais possibilidades de uso do espaço, promovendo uma continuidade entre o projeto da área urbana e seu respectivo uso.

Para promover os tipos de relações supracitadas e assim legitimar a vida pública no espaço urbano, retoma-se as ágoras gregas como pontos de efervescência da vida pública. Diante dessa analogia, os locais a serem escolhidos para intervenção devem possuir um potencial de abrigar um tipo semelhante de interação e no que compete à estrutura física, as praças são exemplos pertinentes. As praças são tidas como ambientes de vitalidade urbana, marcos locais e pontos focais na organização da cidade. São espaços livres públicos, intrínsecos à cidade e que remetem ao uso coletivo. Contudo,

A praça como espaço geográfico impõe um desafio que é de captá-la enquanto fato dinâmico, onde desfila não só a individualidade de seus passantes e ocupantes, mas sobretudo o continum da coletividade. (DE ANGELIS, 2000, p. 39 apud DARODA, 2015, p. 36)

Sendo assim, deve-se direcionar o olhar também a lugares que não se configuram como convencionais praças físicas (canteiros centrais, áreas gramadas e esplanadas circundadas por ruas etc), mas que possuem um caráter de praça, por promoverem a vida pública e serem um nó de confluência social.

No que compete à estrutura digital, tem-se atualmente como ágoras online as redes sociais. Em suas mais diversas naturezas, funcionam principalmente como locais de propagação de informação, com ferramentas que variam desde fóruns online a blogs pessoais. As redes sociais possuem uma aparência (ou interface) que convida os usuários à interação, possibilitando ainda que se possa interagir remotamente com

pessoas em diferentes contextos físicos e sociais, sendo necessários apenas conexão à internet e um perfil na rede. Ainda como exemplo, mas geralmente em uma escala de interação mais íntima ou direta, tem-se os aplicativos de mensagem instantânea, que permitem o envio de diferentes tipos de conteúdos.

Dessa forma, ao conjugar características de meios físicos e digitais, a implantação das interfaces urbanas em espaços públicos incentivará uma nova dinâmica de ocupação, possibilitando que o espaço se atualize à medida que novas interações sejam realizadas entre os usuários - estejam eles presentes física ou remotamente, sejam eles de um mesmo contexto social ou não.

Infográfico de 2018 ilustra a adesão dos brasileiros nas redes sociais, tidas como locais de interação online e por conseguinte de promoção da vida pública em meio digital. Fonte: Pesquisa Digital in 2018 Global Overview, feita pelas organizações We Are Social e Hootsuite.

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CONCEITO

Legitimação da vida pública, ao reabilitar e atualizar o espaço público utilizando interfaces urbanas físico-digitais que promovam relações sociais entre os usuários

Baixando atualizações de espaço público...

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CONTEXTUALIZAÇÃO

Viçosa, assim como demais cidades brasileiras, possui espaços urbanos centrais que devido à baixa infraestrutura, não tem um uso tão estimulado. Visando potencializar os usos do espaço, a determinação da área de atuação de projeto considerou como critério a variedade de uso do solo aliada à legitimação da vida pública, por acreditar que a diversidade de atividades desenvolvidas em um ponto da malha urbana consolide um nó de atração de pessoas (ALEXANDER, 2013). Para escolha do local de intervenção, analisou-se primeiramente a área entendida como o centro de Viçosa, que compreende um polígono que tem como vértices a Prefeitura Municipal de Viçosa, localizada na Rua Gomes Barbosa; o acesso principal da Universidade Federal de Viçosa na avenida PH Rolfs; a Rodoviária de Viçosa, localizada na Avenida Marechal Castelo Branco; e o Asilo Lar dos Velhinhos, localizado na Rua Doutor Brito.

Devido à alta variedade de uso do solo no centro, tem-se uma grande pluralidade dos usuários que transitam pela região. A área é visitada diariamente por cidadãos de diversas classes sociais e oriundos de diferentes bairros. Dessa forma, pessoas com diferentes contextos seriam expostas a discussão sobre o espaço público, de certa forma conscientizando-se sobre o que acontece na cidade - e não apenas em seu círculo social.

As praças, em suas diferentes naturezas, se estabelecem como oportunidades de projeto porque são áreas com caráter de concentração de pessoas. Contudo, não contribuem para a legitimação da vida pública se não forem espaços que promovam relações sociais entre os indivíduos. Dessa forma, buscou-se analisar o centro e sua relação com as praças em dois critérios: 1. uso do solo e 2. eventos de vida pública.

0 500 1000m 18
ACAMARI BOM JESUS CENTRO NOVA VIÇOSA RAMOS SÃO SEBASTIÃO SANTO ANTÔNIO SILVESTRE NOVA ERA UFV
Localização de Viçosa em Minas Gerais Mapa de Viçosa N

MAPA DE PRAÇAS CONVENCIONAIS Escala: 1:5000

Foram identificadas as praças físicas tidas como convencionais (canteiros centrais, áreas gramadas e esplanadas circundadas por ruas etc).

PRAÇAS CONVENCIONAIS

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1. Praça Silviano Brandão 2. Praça do Rosário 3. Praça da Rodoviária 4. Praça do Carandiru 5. Praça da Integração 6. Praça antes das Quatro Pilastras 7. Praça do Cemitério 8. Canteiro central na Rua Padre Serafim 9. Praça Doutor Cristóvão Lopes de Carvalho 10. Canteiro central da Avenida Santa Rita 11. Praça Mário del Giudice 12. Praça Alice Loureiro 13. Praça no encontro da Rua Gomes Barbosa e Avenida Santa Rita 14. Praça em frente à Prefeitura Municipal
N
do trem 1 2 5 6 9 3 7 8 10 11 12 13 14 4
edificações praças convencionais rio linha

MAPA

DE VARIAÇÃO DO USO DO SOLO

Escala: 1:5000

REGIÃO

(A)

Praças físicas convencionais (canteiros centrais, áreas gramadas e esplanadas circundadas por ruas etc) localizadas próximas a equipamentos urbanos

REGIÃO (D)

vazios praças rio

linha do trem institucional residencial misto comercial

N
EQUIPAMENTOS URBANOS 1. Asilo 2. Hospital 3. Escola 4. Igreja Santa Rita de Cássia 5. Escola 6. Casa Arthur Bernardes 7. Câmara Municipal 8. Igreja 9. Igreja 10. Escola 11. Rodoviária 12. Futura sede do IPLAM e demais órgãos públicos, como biblioteca municipal 13. Estação Cultural 14. Policlínica 15. Creche 16. Creche 17. Cemitério 18. Escola 19. IMAS (Assistência Servidores) 20. Prefeitura Municipal 21. Fórum 22. Consórcio Intermunicipal de Saúde
1 2 3 4 5 6 7 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 8 9 10 11 12
23. CESEC (Educação de Jovens e Adultos)
REGIÃO (C) REGIÃO(B)

MAPA DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA VIDA PÚBLICA

Escala: 1:5000

Nas praças convencionais, buscou-se identificar eventos mais pontuais do que o uso cotidiano; e nas demais áreas, desde calçadas a estacionamentos, foram identificadas apropriações do espaço que se enquadrem como o estabelecimento de relações sociais entre indivíduos, desde manifestações políticas como

edificações praças convencionais rio linha do trem eventos de vida pública

EVENTOS DE VIDA PÚBLICA

1. Quermesse de Santa Rita de Cássia (maio)

2. Feira de artesanato na Praça Silviano Brandão (sábado de manhã)

3. Concentração de pessoas no Calçadão e Calçadinho (manhãs de sábado)

4. Feira na Estação Cultural (quartas-feira ao entardecer)

5. Festival Gastronômico (fim de semana em setembro)

6. Estacionamento do supermercado Bahamas como área de lazer para skatistas e ciclistas (domingos, durante o dia)

7. Feira de venda de carros (manhãs de domingo)

8. Carrinho de churros na Rua dos Estudantes (à noite)

9. Festival de música Vijazz (fim de semana em agosto)

10. Manifestações pela Avenida PH Rolfs (eventuais)

11. Concentração de pessoas

N
no início da Avenida Santa Rita (fins de semana à noite) 12. Concentração de pessoas no posto de gasolina (fins de semana à noite) 13. Carrinho de churros na Avenida Santa Rita (à noite) 14. Trailer de comidas (à noite) 15. Trailer de comidas (à noite) 16. Feira de adoção de animais (manhãs de sábado)
Eventos que ocorrem em praças ou próximas a essas
17. Feira na Rua Gomes Barbosa (manhãs de sábado)
aglomeração de grupos. 14 13 2 1 3 4 7 11 12 10 16 15 9 8 6 17 REGIÃO (E) REGIÃO (H) REGIÃO (G) REGIÃO(F) 5

Ao sobrepor os mapas e buscar por regiões que tenham uma alta variedade no uso do solo e uma concentração de eventos de vida pública, tem-se os seguintes resultados:

MAPA DE VARIAÇÃO DO USO DO SOLO: quatro regiões (A, B, C e D) destacam-se pela concentração de equipamentos urbanos aliada a um uso do solo variado, contudo duas regiões consolidam-se com um maior número de equipamentos:

1. a região (A), da Praça Silviano Brandão – que abrange uma igreja, uma escola, um museu e a câmara municipal;

2. e a região (D), do canteiro em frente à Prefeitura Municipal de Viçosa – que engloba uma escola, o fórum, a prefeitura e mais dois edifícios públicos).

MAPA DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA VIDA PÚBLICA: quatro regiões (E, F, G e H) destacam-se pela característica de possuírem praças convencionais e também eventos de vida pública, no entanto, duas regiões estabelecem-se como maiores referências na vida pública da cidade, pela periodicidade, pela relevância e pela quantidade de pessoas envolvidas em seus respectivos eventos:

1. a região (E), que abrange a Praça Silviano Brandão e a Praça do Rosário, e os seguintes eventos: quermesse de Santa Rita de Cássia no mês de maio, concentração de pessoas no Calçadão-Calçadinho aos sábados de manhã, a feira na Estação Cultural nas quartas-feiras ao entardecer, o festival gastronômico em setembro;

MAPA DA REGIÃO (E)

SEM ESCALA

1 2

2. a região (H), que abrange o canteiro em frente à Prefeitura Municipal de Viçosa e a feira aos sábados de N 3 4

LOCAIS DE VIDA PÚBLICA 1. Rua da Estação Cultural 2. Praça Silviano Brandão 3. Calçadão + Calçadinho 4. Praça do Rosário

Analisa-se agora, na região (E), a relação da variedade de atividades realizad no espaço com a pluralidade dos usuários que circulam por ele durante a semana, considerando dessa forma apenas eventos de frequência semanal e que ocupem diretamente o trecho. As atividades identificadas foram classificadas em quatro categorias: permanência, comércio, cultura e lazer. Uma vez que se objetiva mensurar a diversidade de perfis de pessoas que usam o espaço, a influência da Igreja de Santa Rita de Cássia no trecho 2 não foi considerada na análise por apresentar uma restrição de público, delimitado pela religião.

ATIVIDADE DE VIDA PÚBLICA

Baseando-se no levantamento da rotina semanal de eventos de vida pública, o trecho que mais se consolida como local de intervenção é o trecho 3: Calçadão + Calçadinho. Como visto nos mapas anteriores, a área caracteriza-se por ter um uso predominantemente misto, marcado pela presença do comércio, transformando a via pedestrianizada em uma grande galeria comercial a céu aberto. Sobre a área, Batella, Barros e Maria (2018) pontuam:

“Além da função comercial, o Calçadão e o Calçadinho conectam importantes ruas e praças viçosenses, assegurando, deste modo, a animação do centro e a teia de relações socioculturais que nele se expressam . (...) são ruas de pedestres de propriedade e uso público, diferenciando-se das galerias onde há a conciliação entre o público e a iniciativa privada. (...) são considerados calçadões “uma faixa de via de circulação pavimentada, mais larga que o habitual, por onde as pessoas podem trafegar em diferentes velocidades e experimentar várias formas de mobilidade”.”

(BATELLA, BARROS E MARIA, 2018, p. 10)

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1.
RUA DA ESTAÇÃO CULTURAL
2.
PRAÇA SILVIANO BRANDÃO
CALÇADÃO
3.
+ CALÇADINHO
T Q Q S S D S T Q Q S S D Ocupação pela população local S T Q Q S S D Ocupação pela população local S T Q Q S S D Ocupação pela população local PERMANÊNCIA Created by Adrien Coquet from the Noun Project S T Q Q S S D Comércio informal Feira Livre ao entardecer S T Q Q S S D Feira Livre na manhã de sábado S T Q Q S S D S T Q Q S S D COMÉRCIO Created by Gan Khoon Lay Apresentações na Feira Livre S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D CULTURA Created by ProSymbols from the Noun Project S T Q Q S S D Brinquedos infláveis S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D LAZER
4.
PRAÇA DO ROSÁRIO S

Como já visto, o trecho Calçadão-Calçadinho é uma referência de vida pública em Viçosa durante a semana e isso é garantido principalmente pela presença do comércio. Analisando agora a escala diária, não são todos os estabelecimentos que ficam abertos durante o dia e a noite, o que acaba ocasionando uma baixa ocupação em alguns horários. Ao observar o mapa de uso diurno e pelas observações em visitas, há uma grande vitalidade no uso do espaço, que se manifesta pelo trânsito de pessoas e vários pontos de comércio informal.

MAPA DE USO DIURNO

Escala: 1:1000 vazios institucional pequeno equipamento urbano residencial misto corredor de galeria comercial comercial locais de vida pública linha do trem

PRAÇA SILVIANO BRANDÃO

RUA PRESIDENTE TANCREDO NEVES

AVENIDA BUENO BRANDÃO AVENIDA BUENO BRANDÃO

RUA DA ESTAÇÃO CULTURAL (TRECHO CENTRAL DA AV. BUENO BRANDÃO)

Câmara Municipal

Galeria Maria Mucci

Ômega Pré Vestibular

Galeria Calçadão 65

Anglo Pré Vestibular

Galeria Nair Torres

CALÇADINHO (TRAVESSA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS)

ShoppingCalçadão

CALÇADÃO (RUA ARTUR BERNARDES)

Casa Antiga

Fisk Escola de Inglês

/ futura biblioteca

PRAÇA DO ROSÁRIO

RUA SENADOR VAZ DE MELO

24
LEVANTAMENTO N
municipalpref.

Comércio informal. À esquerda, um comerciante de frutas, ao seu lado um artista de rua. À direita, venda de animais de estimação aglomera pessoas.Fonte: o autor.

Variedade de atividades. À esquerda, pessoas utilizam-se do alto fluxo de transeuntes para panfletar em época eleitoral; à direita, estabelece-se um ponto de comércio de frutas. Fonte: o autor.

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Calçadão no sábado de manhã. Alto fluxo de pessoas, em diferentes sentidos. Fonte: o autor.

MAPA DE USO NOTURNO

Escala: 1:1000

postes de luz e energia elétrica postes de luz

comércio noturno ativo

área ocupada pelos clientes

Quanto ao uso noturno, são poucos os estabelecimentos que se mantém abertos. No Calçadinho, tem-se duas lanchonetes, que por terem pouco espaço interno, ocupam parte da via para mesas e assentos. O mesmo ocorre em um trecho do Calçadão, mas com uma sorveteria. Ainda no Calçadão, na extremidade próxima à Praça do Rosário, um carrinho vende comidas e pessoas se aglomeram em pé ao seu redor. E por último, o shopping se estabelece como uma via interna comercial com melhor estrutura, com boa iluminação, mobiliário, e uma praça de alimentação, reunindo diferentes estabelecimentos. No segundo andar, há um cinema e um fliperama que funcionam à noite, mas essa ocupação não se reflete no uso do espaço público. Em termos gerais, o uso noturno direto do espaço ocorre atrelada ao funcionamento de algum comércio alimentício.

AVENIDA BUENO BRANDÃO

AVENIDA BUENO BRANDÃO

CALÇADINHO

Lanchonete Quero Mais

Sorveteria Sol&Neve Lanchonete Mimmas

Praçade alimentação

ShoppingCalçadão

CALÇADÃO

Carrinho de comidas

PRAÇA DO ROSÁRIO

RUA SENADOR VAZ DE MELO

26
N
RUA PRESIDENTE TANCREDO NEVES
27
Tipologia 1 de ocupação noturna. Carrinho de comidas. Comércio ambulante aglomera pessoas. Fonte: o autor. Tipologia 2 de ocupação noturna. Lanchonete Mimmas. Pontos de comércio com pequena área interna utilizam-se do espaço público para comportar clientes. Fonte: o autor. Tipologia 3 de ocupação noturna. Shopping Calçadão. Galeria comercial, dotada de boa infraestrutura, concentra pessoas em pequenas áreas de convivência e na praça de alimentação. Fonte: o autor.

MAPA DE INFRAESTRUTURA

URBANA

Escala: 1:1000

postes de luz e energia elétrica postes de luz bancos lixeiras orelhão

Pautando-se no baixo uso noturno do espaço, conclui-se que além de poucos comércios abertos à noite, o espaço apresenta-se pouco atrativo. Baseando-se em observações em dias mais propensos à inatividade, como domingos e feriados, o espaço também apresenta baixa vitalidade, atestando que o comércio é o fator responsável pela ocupação da área. Diante disso, objetivase levantar a infraestrutura existente para inferir a quais elementos está atribuída a ausência de vida pública em dias o qual o comércio não funciona: o que fica evidente é uma ausência de planejamento do espaço, que ocasiona o excesso de elementos em pontos desnecessários, como o encontro de vias, e a presença de elementos com design obsoleto, que acabam por poluir a paisagem, obstruir a passagem e tornar a ocupação do espaço menos dinâmica.

CALÇADINHO CALÇADÃO

Galeria Calçadão 65

Galeria Nair Torres

28 N
PRAÇA SILVIANO BRANDÃO
SENADOR
PRAÇA DO ROSÁRIO ShoppingCalçadão RUA
VAZ DE MELO
BUENO BRANDÃO AVENIDA BUENO BRANDÃO
RUA PRESIDENTE TANCREDO NEVES
AVENIDA
Galeria Maria Mucci

Excesso de elementos. A ausência de planejamento do espaço ocasiona um excesso de elementos de infraestrutura em um ponto onde há o encontro de vias. Além de obstruir a passagem, a polui visualmente. Fonte: o autor.

Elementos de permanência. À esquerda, bancos encontrados no Calçadinho. À direita, os bancos inevitavelmente ordenam a disposição de mesas de uma lanchonete. Fonte: o autor.

Design obsoleto. À esquerda, bancos encontrados no Calçadão. Ao centro, luminária de coluna encontrada em frente à entrada do shopping destaca-se na paisagem pelo porte desnecessário. À direita, orelhão e placa informativa encontram-se subutilizados e obstruem a passagem e a paisagem. Fonte: o autor.

29

Escala: 1:1000

fluxo alta intensidade (Calçadão)

fluxo média intensidade (Calçadinho)

fluxo baixa intensidade (galerias e shopping)

A permeabilidade urbana refere-se a facilidade de transitar por um espaço, chegando de um ponto a outro (ERICKSON, 2015). Como visto na análise de infraestrutura, muitos dos elementos que compõem a paisagem urbana do trecho de intervenção situam-se no meio da via. Essa obstrução, mesmo sendo uma poluição visual, acaba por ordenar a passagem de pedestres. Os fluxos de maior intensidade ocorrem no Calçadão, o que se justifica por ser a ligação entre a Praça do Rosário e a Praça Silviano Brandão, e pela presença de grandes lojas e galerias ao longo do percurso. Os de média intensidade, correspondem ao Calçadinho, que pode ser entendido como uma via coletora do Calçadão, por terminar nele. Também há os fluxos de baixa intensidade, que ocorrem dentro do shopping e das galerias comerciais - e no caso da Galeria Nair Torres, serve como atalho da Rua Senador Vaz de Melo para o Calçadão.

ShoppingCalçadão

Galeria Calçadão 65

Galeria Nair Torres

CALÇADINHO CALÇADÃO
DO ROSÁRIO
PRAÇA SILVIANO BRANDÃO
PRAÇA
RUA SENADOR VAZ
DE MELO
BUENO BRANDÃO AVENIDA BUENO
RUA PRESIDENTE TANCREDO NEVES
AVENIDA
BRANDÃO
30 N
MAPA DE PERMEABILIDADE
Galeria Maria Mucci

Infraestrutura (in)oportuna. Manhã de sábado. Elementos obstruem a visão mas acabam ordenando eixos de passagem. Fonte: o autor.

Novas passagens e permanências. Tarde de feriado. À frente, pessoas caminham com bicicletas; mais ao fundo, ao centro, pessoas ocupam um banco; à direita, a presença incômoda do poste, obstrui a passagem em dias cotidianos mas em horários fora de pico acaba configurando uma área de permanência para a sorveteria ao lado oposto da via.Fonte: o autor.

Novos eixos de passagem. Noite de sexta-feira. A disposição do mobiliário das lanchonetes configura uma nova disposição de passagem, reduzindo o espaço de circulação e aumentando o de permanência. Fonte: o autor.

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ANÁLISE DE LEGIBILIDADE DA PAISAGEM

A legibilidade da paisagem refere-se à facilidade de leitura de um espaço, evidenciando onde estão os elementos e suas funções (ERICKSON, 2015). Após as análises de infraestrutura e permeabilidade, constatou-se que os elementos apresentam-se em excesso em muitos dos trechos, ocasionando um significativo nível de poluição visual, que dificulta a leitura da paisagem. Em um nível térreo, de permeabilidade do usuário, os componentes da infraestrutura inevitavelmente ordenam passagens e permanências, dificultando o trânsito pela via. Em um nível superior, de leitura do panorama urbano, os volumes das marquises e das placas dos comércios, em seus avanços e recuos verticais e horizontais, que variam de 60 a 200 centímetros, acabam negligenciando a noção de perspectiva do lugar e dificultando o reconhecimento de pontos de comércio.

visual. A ausência de planejamento ocasiona um excesso de elementos, muitos vezes com design obsoleto, que dificultam a experiência do usuário: à esquerda, o poste torna-se um obstáculo na passagem para o Calçadinho; ao centro, o banco apresenta-se como obstrução aos transeuntes oriundos do Calçadinho, e sua disposição faz com que quando ocupado, o usuário fique de costas para um encontro de vias; ainda ao centro, o restante dos elementos, devido ao porte significativo ocultam o que se encontra no fim da via; e em um nível superior, a fiação e a ausência de padronização, não agregam boas qualidades estéticas à paisagem. Fonte: o autor.

Avanços e recuos horizontais e verticais. A diversidade da natureza das placas evidencia a pluralidade dos comércios existentes e por conseguinte a diferenciação de seus públicos-alvo. Contudo, a ausência de certo nível padronização faz com que alguns pontos comerciais sejam mais facilmente reconhecíveis do que outros, dificultando a leitura da paisagem. Fonte: o autor.

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Poluição

Baseando-se em observações no local e no que já foi levantado, identifica-se quatro principais situações as quais ele naturalmente reconhece o espaço e por conseguinte, transita por ele. A presença de elementos na paisagem faz com que o usuário sinta-se mais confortável a fazer o percurso em determinados trechos.

COTIDIANO NUBLADO

Quando há apenas elementos centrais ordenando passagens, as pessoas tendem a andar mais rápido quando próximas do centro. Quanto mais perto dos comércios, mais lento é o ritmo de caminhada, seja pelo fluxo de pessoas que saem das lojas ou por estarem contemplando as vitrines.

COTIDIANO ENSOLARADO OU CHUVOSO

Novamente o ritmo acelerado de caminhada ocorre mais próximo ao centro, e a faixa de ritmo mais lento, próxima aos comércios, tende a aumentar, uma vez que as marquises servem de abrigo para a chuva ou para o sol.

FERIADO DIURNO

Com a presença de elementos centrais mais largos, como o banco, e mesas em frente aos comércios, nos cantos, os três níveis de velocidade se dividem pela seção. Entre os assentos, a faixa mais lenta. O lado oposto, à direita, concentra o fluxo rápido próximo ao centro, e o médio na extremidade.

COMÉRCIO EM FUNCIONAMENTO

Com a presença de mais mobiliário, a passagem fica certamente mais dificultada, havendo apenas passagens de ritmo médio e lento. Quanto mais estreito, mais cuidado o usuário tende a ter ao circular pela faixa.

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Passagem impossibilitada Passagem em ritmo lento Passagem em ritmo médio Passagem em ritmo rápido

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

MILLA DIGITAL (2006) - Zaragoza, Espanha - Massachussets Institute of Technology

É uma revitalização urbana de uma área de Zaragoza, na Espanha, que tem como atrativo a tecnologia para convidar os usuários ao uso do espaço urbano público.

O projeto, realizado pelo MIT em parceria com o poder público local, foca no desenvolvimento urbano e econômico ao criar uma identidade global para a cidade, reafirmando-a como um pólo de inovação tecnológica e ativando espaços urbanos subutilizados. Ao instalar internet gratuita ao longo de um eixo que liga à cidade antiga à nova expansão, cria-se infraestrutura para que sejam dispostos elementos urbanos que respondem à ação do usuário, como sinalização programável, mobiliário e iluminação. Com isso, é facilitado o estabelecimento de espaços públicos que hospedem eventos que promovam a vida pública.

O QUE INTERESSA NESSA REFERÊNCIA?

O planejamento em rede para democratização do acesso à internet, o uso de interfaces pelo espaço público e integradas à arquitetura e a consolidação de espaços de eventos, com auxílio dos meios digitais.

Áreas de acesso a internet baseadas em serviços e equipamentos locais

Rotas principais de acesso ao público com elementos responsivos como sinalização programável, mobiliário e iluminação

Espaços de evento, consolidando locais de atração de pessoas por meio dos meios digitais

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Abaixo, o Grafitti Digital apresenta-se como uma das interfaces contempladas no Milla Digital, e nela a interação acontece remotamente. Diferentes usuários manifestam-se em meio digital e sua criação é transposta ao meio físico, publicizando assuntos cotidianos e sendo modificada constantemente. Fonte: MIT.

Abaixo, temos a exemplificação de um espaço de eventos, uma praça pública repleta de diferentes dispositivos de interação com o usuário. Fonte: MIT.

1. Grande tela sobre a torre de escritórios

2. Projeções e telas nos limites da praça

3. Entrada para a estação de metrô

4. Paredes de água

5. Muro ativo do museu

6. Projeções em árvores e suas sombras

CO-REUS: CO-CRIANDO ESPAÇOS URBANOS RESPONSIVOS (2017) - Amsterdã, Países Baixos - Amsterdam University of Applied Sciences

É uma série de intervenções interativas, realizadas por uma universidade em parceria com empreendedores e autoridades locais, que visam explorar as possibilidades do design responsivo para espaços urbanos.

Durante o horário de pico, a Boulevard ArenA foi projetada para receber 100.000 visitantes, devido à alta demanda do entorno de edifícios de comércio e serviços. No entanto, fora desse período, o tamanho e o design do espaço público se tornam muito grandes e impessoais para o baixo número de visitantes. Como resultado, isso afeta negativamente a percepção de segurança dos pedestres e a atratividade do espaço, funcionando apenas como passagem. Com uma ênfase lúdica, a série de intervenções acontece em três etapas, 1. incitando um novo percurso pelo espaço, 2. para depois estabelecer um ponto de referência e 3. posteriormente consolidar pontos de atividade noturna e por conseguinte uma nova dinâmica de ocupação espacial. Isso se materializa no uso dos meios digitais e de iluminação responsiva.

O QUE INTERESSA NESSA

REFERÊNCIA? O novo uso dado a uma área em horários fora de pico; o nível de interatividade das intervenções; o uso de meios digitais e de iluminação para aumentar a atratividade de um espaço.

Mapa de setorização da área, resultada pela sobreposição das informações dos mapas anteriores. Fonte: Projeto CO-REUS.

FUNDOS

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Vista aérea da ArenA Boulevard, área de intervenção, em um horário fora de pico. Fonte: Projeto CO-REUS. ZONA ESCURA TRANSIÇÃO ZONA CLARA Mapa de distribuição da iluminação noturna. Fonte: Projeto CO-REUS.
CENTRO
PERIFERIA TRANSICIONAL Mapa de fluxos noturnos dos pedestres. Fonte: Projeto CO-REUS.

À esquerda, a etapa 1 de intervenção, que aconteceu na zona periférica e consistiu em um caminho lúdico que se acendia ao percorrê-lo, criando conexões temporárias por um lugar não usual. À direita, a etapa 2 de intervenção, consistiu em pintar no meio da área transicional um centro de referenciamento, direcionando olhares a pontos menos privilegiados do espaço. Fonte: Projeto CO-REUS.

A etapa 3 de intervenção tem a maior escala de viés lúdico e informativo. À esquerda, os sensores para projeção nas superfícies do espaço; à direita, uma tela exibe a mensagem “Wanna Play?” (em tradução, Quer jogar?) convidando os quem circunda a área transicional a iniciar um jogo. Abaixo, usuários se aproximam da plataforma do jogo: à direita, a tela exibe em formato de quiz desde informações úteis a inusitadas curiosidades; na parte inferior da imagem, observa-se pintado o comando de jogo “Step on the right answer” (em tradução, Pise na resposta correta) e ao lado círculos com as letras A, B e C. Os sensores detectam qual usuário acertou a resposta e esse trânsito entre os círculos também chama a atenção de quem passa. Com isso, mais gente se aglomera para ver o jogo e para participar dele. Fonte: Projeto CO-REUS.

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BACKSTAGE: POLÍTICAS PÚBLICAS, BALADA E ROCK ‘N’ ROLL (2013) - Circuito Fora do Eixo - Nomads.usp

É uma ação cultural que permite que uma banda se apresente em cidades distantes da sua, por meio de parcerias com agentes locais.

Seus principais objetivos são sugerir modos independentes de produção cultural; explorar o potencial dos meios digitais em intervenções em espaços públicos, usando internet; promover a vivência de um evento a contextos físicos variados. Isso acontece por meio da transmissão dos eventos pela internet e a interação intensifica-se à medida que há um painel de comentários no local físico, registrando a reação virtual de usuários próximos e remotos sobre o evento ou temas acerca do espaço urbano. Além disso, pela inserção em contextos físicos distintos, o público exposto varia muito, de classe social a idade.

O QUE INTERESSA NESSA

REFERÊNCIA? A possibilidade de publicizar comentários feitos virtualmente em um meio físico, evidenciando assuntos a usuários de locais com vivências diferentes; além da oportunidade de presenciar um evento estando distante dele.

Acima, um dos shows da banda independente Topsyturvy, promovidos no Circuito Fora do Eixo, na casa FDE, em São Paulo; abaixo, uma foto da projeção dos comentários evidenciando reações a iniciativa cultural, no show ocorrido na Cidade Tiradentes. Fonte: nomads.usp

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SPOTS

É uma instalação temporária que busca transformar a paisagem urbana por meio de uma fachada midiática.

Criada por um estúdio de arte e arquitetura, a instalação reforça um ponto focal da praça Potsdamer Platz, perto da saída da estação de trem, onde circulam muitas pessoas, e com isso aumenta a atratividade do espaço público, principalmente à noite. As imagens formadas são construídas por uma matriz de 1800 lâmpadas de diversos tipos, que são acopladas na fachada da edificação. Um computador central controla cada lâmpada, desligando-as ou não, para criar imagens estáticas ou em movimento, principalmente material artístico. Por não ser uma grande tela, e sim uma membrana permeável, os ocupantes do edifício conseguem visualizar a praça e o impacto na paisagem é minimizado, se dando de forma mais harmônica.

O QUE INTERESSA NESSA

REFERÊNCIA? O local onde a instalação se situa na paisagem, reforçando um ponto focal do espaço, direcionando o olhar do usuário e provendo uma experiência de contemplação; a variabilidade das imagens criadas; a não obstrução do exterior para quem ocupa o interior do edifício; o aumento na atratividade do espaço público.

Acima, a instalação vista ao entardecer: à esquerda, pessoas transitam pela praça, onde a fachada exibe os dizeres Berlin; e à direita, uma imagem de um rosto é exibida. Abaixo, a instalação é vista à noite: à esquerda, um detalhe aproximado da instalação das luzes na fachada, mostrando os diferentes tipos; à direita, a âncora exibida compõe-se de luzes acesas e apagadas. Fonte: Ursula Stalder - Flickr.

39
Instalação exibe material artístico no início da noite. Fonte: realities.united.
(2005) - Berlim, Alemanha - realities.united

DIRETRIZES

De acordo com as deficiências apontadas na seção Levantamento e pautando-se nas referências projetuais apresentadas, crê-se que novos usos (atualizações) podem ser introduzidos ao espaço público, baseando-se nas seguintes diretrizes:

INTEGRAR

Propor uma harmonização da paisagem, visando diminuir a poluição visual, para que haja uma máxima integração entre o espaço a ser atualizado e as interfaces urbanas físico-digitais.

REPROGRAMAR

Incentivar novos usos – permanentes ou temporários – do espaço público e de seus elementos ao dinamizar passagens, permanências e os planos da paisagem.

CONECTAR

Fomentar meios de comunicação pelo espaço urbano, democratizando o acesso à internet por meio de pontos de WiFi e garantindo a coexistência do mundo físico e do mundo online.

PUBLICIZAR

Transpor a um ambiente físico X, algo que acontece em um ambiente físico Y e que está em discussão no meio digital mas que não é evidente aos usuários do ambiente físico X, ao divulgar os assuntos mais comentados em uma rede digital, a fim de conscientizar a população.

ENTRETER

Prover distração por meio da contemplação, do esporte, do lazer e de festas, ao incentivar jogos de imersão, realizar projeções artísticas e fomentar manifestações culturais típicas.

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ESTRATÉGIAS

Guiando-se pelas diretrizes, determinam-se algumas estratégias de projeto a fim de aumentar a atratividade do espaço, propondo atualizações e assim legitimando a vida pública. As iniciativas propostas tem a intenção de compor uma grande rede híbrida, formada por uma série de elementos e iniciativas que proporcionam uma melhor experiência – física e remota – do espaço público.

NOVA FORMA DE ILUMINAÇÃO

As luminárias atuais tem um porte largo no nível das lâmpadas, dessa forma, faz-se necessário projetar algo mais longilíneo para que haja uma desobstrução da paisagem, visando facilitar a permeabilidade do espaço e diminuir a poluição visual.

ATERRAMENTO DA FIAÇÃO ELÉTRICA

A fiação exposta traz um ar de caos ao ambiente, uma vez que os fios são presentes em todo o percurso. Além disso, os postes necessários obstruem a passagem em muitos dos pontos. Diante disso, apresenta-se como uma alternativa pertinente.

PADRONIZAÇÃO DE MARQUISES

As marquises e placas poluem a paisagem e dificultam o reconhecimento do espaço. Um novo design, alinhando recuos horizontais e alturas, conferiria uma maior legibilidade do espaço, facilitando também a identificação de comércios.

BANCOS COM MAIOR LIBERDADE ESPACIAL

Os bancos atuais restringem as possibilidades de ocupação, sendo obstáculo ao trânsito e ao uso pelos comércios. Dessa forma, propõe-se bancos que ofereçam mais dinamicidade ao espaço, assumindo diversas configurações espaciais.

DIMINUIÇÃO

DAS LIXEIRAS

A quantidade de lixeiras existentes é excessiva e é um dos maiores poluidores visuais pelo seu grande porte e pela cor que se destaca. Para uma maior harmonização com a paisagem, sugere-se lixeiras de menor porte e acopladas a elementos.

INTERFACES FÍSICO-DIGITAIS

Visando aumentar a atratividade do espaço público, interfaces serão introduzidas à paisagem na forma de telas midiáticas em marquises e em fachadas e como elementos responsivos para direcionar percursos e consolidar pontos de encontro.

Created by Gregor Cresnar from the Noun Project 41

A proposta consiste em transformar o trecho CalçadãoCalçadinho em um grande espaço público onde o online e o offline encontram-se, a vida pública se legitima e relações sociais de diferentes naturezas se formam. Por meio de diversas interfaces, a vida pública tem suporte para acontecer, culminando em uma ágora físico-digital, que se dá no encontro entre o Calçadão e o Calçadinho.

interface comercial interface midiática interface pública banco dinâmico pavimentação responsiva colunas de luz + lixeiras

42 Created by Robin Richards from the Noun Project
REDE HÍBRIDA

A ágora contemporânea se forma com a presença de três interfaces que divulgam eventos de vida pública e incitam questões de interesse comum, e por conseguinte o debate e a formação de relações sociais.

Uma interface midiática é instalada no prédio da antiga Prefeitura Municipal, por ser um ponto focal para outras vias e por estar em dos acessos do trecho de intervenção..

O acesso pelo Calçadinho foi pensado para que o transeunte descubra espontaneamente a rede híbrida, ao percorrer por um caminho com pavimentação responsiva.

INTERFACE COMERCIAL

As interfaces comerciais consistem em telas acopladas às marquises, que agora estão alinhadas e padronizadas, que conferem ao comerciante uma liberdade maior de circular informação referente ao seu estabelecimento.

INTERFACE PÚBLICA

As interfaces públicas são telas acopladas às interfaces comerciais, que divulgam conteúdos extraídos do meio online, trazendo a discussão pro meio físico, conscientizando pessoas diversas. Além disso, divulgam eventos de diferentes naturezas que promovam a vida pública.

INTERFACE MIDIÁTICA

As interfaces midiáticas são colocadas em edifícios que se encontrem como pontos focais na paisagem e são de certa forma, referências na paisagem. O conteúdo exibido contempla principalmente material artístico, fotografias e demais trabalhos gráficos, que abordem e exaltem a vida pública local.

44

BANCOS DINÂMICOS

Os bancos propostos apresentam três configurações espaciais:

COMPACTO

Permite que haja permanência mesmo em dias de alto fluxo de transeuntes, por obstruir menos a passagem.

L

Permite que em horários de pouco fluxo sejam estabelecidos pontos de encontro, rodas de conversa, ou até mesmo ser usado pelos comércio, podendo etsra junto à uma mesa.

ESTICADO

Permite ser usado pelos comércio, podendo etsra junto à uma mesa, ou para possuir mais assentos ao contemplar uma interface.

45

ATUALIZAÇÕES

46
47

BIBLIOGRAFIA

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