Em o “Rito de passagem”, a artista Celeida Tostes construiu um invólucro totalmente de barro e com ele sugeriu uma ideia de útero. Talvez ali ela estivesse tentando alcançar a consciência do que seria gerar e ser gerada ao mesmo tempo. Como se existissem duas formas e estas ocupassem espaço e tempo diferentes, e na ação da artista essas duas formas criavam um vínculo. Esse algo entre uma coisa e outra era chamado de vinco pela artista Liygia Clark, “aquilo que existe entre uma coisa e outra”. O que essas coisas tem em comum com o meu trabalho “A metamorfose” é que a minha investigação também está nessa passagem. Para mim a criação existe no lugar de encontro entre uma coisa e outra. Assim como Celeida, busco entender a relação entre “o de dentro e o de fora”. O ato de construir e descobrir exige de nós, artistas, manipular materialidades... E através do corpo do barro e daquilo que entendo como meu corpo, vou em busca de uma nova matéria.