1ª Edição/ Outubro de 2016
Reitor Prof. Aldo Nelson Bona Vice-reitor Prof. Osmar Ambrósio de Souza Diretor de campus - Santa Cruz Prof. Ademir Fanfa Ribas Vice-diretora de Campus - Santa Cruz Profª. Christine Vargas Lima Diretor do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Prof. Carlos Eduardo Schipanski Vice-diretor do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Prof. Adnilson José da Silva Chef do Departamento de Comunicação Social Profª. Elisa Roseira Leonardi Vice-chef do Departamento de Comunicação Social Profª. Éverly Pegoraro A revista laboratório Passaporte é desenvolvida pelas acadêmicas do 3º ano de Comunicação Social – Jornalismo da Unicentro ( Turma A/2016) Todos os textos são de responsabilidade das autoras e não refletem a opinião da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
Edição Aline Koslinski e Luna Marques Revisão Sandra Denicievicz e Taís Nichele Diagramação Any Ossak e Walquiria de Lima Reportagem Aline Koslinski Any Ossak Luna Marques Sandra Denicievicz Taís Nichele Walquiria de Lima Supervisão Profª. Elisa Roseira Leonardi E-mail jorunicentro2014@hotmail.com Agradecimento especial Lourival Gonshorowski / Gráfica da Unicentro
Os pontos turísticos são janelas abertas do mundo, são lugares que, em sua maioria, públicos, proporcionam experiências simbólicas e singulares. Mesmo que você frequente a fio determinada praia, jamais um mergulho será igual ao outro, em razão de que, em cada visita, o sentimento se permite mudar. O prazer em conhecer novos lugares, viajar e ter contato com diferentes culturas pode parecer superior ao de fazer um piquenique no mesmo parque todo santo domingo. O cotidiano se torna belo quando há valorização de situações corriqueiramente minimizadas, pois, sair da rotina é também nada mais do que simplesmente dar outro olhar para aquilo que já estamos habituados. É ver a mesma árvore, o mesmo rio, o mesmo parque, é ler o mesmo livro, é conviver com as mesmas pessoas, só que atribuindo uma poética particular. Entrar em contato com a natureza ou visitar um lugar bonito da cidade é mais do que lazer, é colorir um domingo que geralmente pode ser triste por anteceder a segunda-feira, é ter uma vivência singular com a família e amigos, é conhecer novas pessoas e fascinar-se com o trivial. Nesse sentido, caro leitor, esta edição da Revista Passaporte traz temas relacionados a um ponto turístico bastante importante para Guarapuava, o Parque do Lago. Abordagens instigantes para quem não mora na cidade e gostaria de conhece-la, mas também um outro olhar para quem é guarapuavano e pode ter se acostumado com a vista proporcionada por este verdadeiro álbum de paisagens. Portanto, esta produção acadêmica das alunas do 3º ano de jornalismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste, será o seu passaporte para se surpreender a cada página sobre o que há de mais ímpar nas histórias, situações, e vivências plurais deste ponto turístico.
Nosso destino ĂŠ o Parque do Lago ...
Na Passaporte vocĂŞ encontra a melhor rota, para chegar e aproveitar o Lago e tudo que o parque pode oferecer!
Do lixo ao luxo Cor e Sabor A efemeridade da vida na simbologia da flor
Domingando Lago Online É pau, é pedra, é o lixo no rio Mais cultura, por favor!
Parque Poliesportivo ao ar livre Começou no Lago...
Walquiria de Lima
Conheça a história do Parque do Lago Há mais de 20 anos a população de Guarapuava tem lugar de passeio garantido. Com uma bela paisagem, o Parque do Lago é local tradicional para piqueniques, caminhadas, andar skate, jogar futebol, basquete, tomar chimarrão, além de muitas outras atividades. Mas, nem sempre foi assim. Se hoje é um cartão postal da cidade, a área que embeleza Guarapuava já foi um local muito problemático. O chamado “Buraco Quente” era um terreno baldio público com um riacho e além de lixo, possuía moradias irregulares. “Essa grande área sem estrutura estava impedindo o crescimento e valorização de toda uma região importante da cidade”, conta o ex-prefeito Cesar Franco, responsável pela revitalização do parque. O projeto do parque foi desenvolvido pelo arquiteto Jonas Sanches, em seu Trabalho de Conclusão de Curso. Segundo o Jornal Esquema Oeste, em 1985, a proposta era um “suntuoso projeto cultural, de grande alcance social”. Sua construção iniciou em 1986, no governo de Nivaldo Krüger. Em 1993, a Prefeitura Municipal iniciou o projeto de re-
6
vitalização do parque. De acordo com Franco “a parte mais difícil do trabalho foi a despoluição do riacho”, pois o esgoto de algumas casas era despejado nele. Após o término da revitalização do local, além de se tornar ponto turístico de Guarapuava, o Lago valorizou a área ao redor. “O parque trouxe vida, beleza e segurança para um ponto morto da cidade. Houve uma grande valorização de todo aquele local, estendendo-se por vários bairros próximos. Além disso, ganhamos uma área maravilhosa de lazer e encontro da população”, finaliza Franco. Apesar disso, o Parque do Lago ainda enfrenta problemas de poluição ambiental, hoje relacionadas mais ao lixo ao redor do parque. Mas, os maiores problemas que a população enfrentava com “Buraco Quente” foram resolvidos. E é difícil imaginar Guarapuava sem a paisagem do Lago, com sua ponte em estilo pênsil, as cerejeiras e as pessoas aproveitando o dia, seja em dias ensolarados ou nublados.
7
Any Ossak
Com a crise que se instala no país as pessoas buscam diferentes maneiras para conseguir se manter ou para buscar uma renda extra. O mercado informal acaba sendo um dos caminhos escolhidos. A proporção de pessoas que trabalham por conta própria entre o total de ocupados aumentou de 17,9%, em janeiro de 2013, para 19,8% em novembro de 2015, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E em Guarapuava não é diferente, é só circular pela cidade que fica fácil perceber o aumento na quantidade de ambulantes espalhados pelas ruas. Um dos lugares preferidos dos vendedores é o Parque do Lago. Principalmente, nos finais de semana, inúmeras pessoas trabalham vendendo seus produtos.
8 Há aproximadamente cinco anos Noeli comprou o seu primeiro carrinho de pipoca. Foto: Any Ossak
São carrinhos de churros, pipoca, vendedores de picolé, algodão doce, crepe, frutas com chocolate e balões. Esses são alguns exemplos dos produtos que são possíveis de serem encontrados em um domingo ensolarado espalhados pelo parque. Há aproximadamente cinco anos, Noeli Terezinha Albino, 42, comprou o seu carrinho de pipoca e todo final de semana ela marca presença em uma sombra do Parque. É da venda das pipocas que ela tira o seu sustento. Nos dias de semana ela participa de feiras pelos bairros da cidade, e aos finais de semana vem para o Lago, lugar em que em um domingo de sol consegue o mesmo lucro que obtém nos cinco dias
Seo Osmario tem 78 anos, é aposentado e ainda trabalha como sorveteiro. Foto : Any Ossak
trabalhando nas feiras. O segredo para o sucesso de vendas, segundo ela, está na higiene e no atendimento. “Eu cuido da limpeza do carrinho, é tudo com muita higiene. Trabalhando aqui eu converso com muita gente, eu conheço e vendo para o pobre, para o rico, atendo todo mundo igual”, conta orgulhosa a vendedora. Segundo Noeli, uma das principais vantagens de trabalhar por conta é que você é ao mesmo tempo chefe e empregado, ou seja, faz seu próprio horário e não tem padrão para reclamar. Se tem algo que combina com um domingo de
calor, é um sorvete bem fresquinho. Seo Osmario Oliveira de Melo faz a alegria dos visitantes, com o seu carrinho, circula pelo Parque vendendo sorvete de vários sabores. O vendedor já é aposentado, tem 78 anos e trabalha para conseguir uma renda extra, já que a aposentadoria não é suficiente para cobrir as despesas do mês. Seo Osmario não pensa em parar de vender o sorvete tão cedo. “Enquanto eu tiver inteligência para dar o troco, e disposição para andar vendendo, eu vou continua batalhando”, afirma o sorveteiro, para a alegria da clientela.
9 A venda da pipoca é a principal fonte de renda da família Foto: Any Ossak
Sandra Denicievicz As cerejeiras dão os primeiros botões no ar gélido, florescem no inverno e têm seu túmulo traçado pelo vento Há muito tempo, um rei sábio, prudentemente, comparou a existência humana a elementos da natureza. E, assim, os dias do homem seriam como a erva ou a flor do campo, que floresce, mas, passando por ela o vento, logo se vai, e o lugar onde estava e para onde irá não pode ser conhecido. Os japoneses possuem uma filosofia parecida para descrever a simbologia das cerejeiras, as árvores de origem asiática que tomaram conta de várias cidades do Brasil, incluindo Guarapuava. No Japão, há mais de 300 variedades de cerejeiras documentadas. Já em terra verde e amarelo, apenas três espécies obtiveram sucesso. A sakura como é conhecida por lá, tem lendas que permeiam seu aparecimento. Uma delas diz que a cerejeira teria surgido da morte de uma princesa, quando ela caiu do céu perto do Monte Fuji e se transformou na flor. Outra crença está associada aos samurais que apreciavam a flor de cerejeira. Por isso, os botões florescidos passaram a ser comparados à brevidade da existência humana, em razão de que, tanto guerreiros quanto flores tinham um tempo curto de vida. Em terras asiáticas, o desabrochar das cerejeiras é motivo de festa. O costume de comemorar com piqueniques embaixo das árvores foi incorporado pela tradição guarapuavana. Os amigos se reúnem, as conversas são debaixo dos ramos carregados de flores, a esperança se renova, afinal de contas a florada marca mais um ciclo da natureza e da vida, é o fim do inverno, eis que chega a primavera.
10
As primeiras mudas em Guarapuava Por trás das árvores, histórias... O rosa que colore o Parque do Lago todos os anos é fruto da persistência de um japonês, numa tentativa de manter traços importantes da tradição. Há 18 anos, no mês de agosto, Kazuo Kawakami plantava as primeiras mudas de sakura em solo guarapuavano. “Foram trazidas, na época, 411 mudas. Teriam que-w ter no mínimo duzentas árvores formadas das mudas que eu plantei. Daquelas 411 mudas plantadas, hoje não restam nem cem. Roubaram tudo, o pessoal achava bonito e levava para casa” relata. Durante quase três anos, Kawakami cuidava das mudas como se fossem suas próprias filhas. Quase todos os dias ele passava pelo Parque, mesmo assim os roubos persistiam. “ Eu cuidei três anos a fio ali, ia no mínimo duas a três vezes por semana. Onde era o acesso mais fácil, o pessoal levava tudo. Eu ia ver como que estavam as mudas, tinham roubado, replantava num dia, no dia seguinte levavam de novo. Até que acabou o estoque, resolvi não plantar mais não, não adianta. Você trabalha igual condenado e os outros só depredam, não tem condição”.
Além disso, para se desenvolver a cerejeira precisa de cuidados e de plantio adequado. “Elas são de ambiente frio e são Caducifólias. Ou seja, são espécies de inverno que precisam de clima frio e Guarapuava apresenta condições climáticas que contribuem para o seu desenvolvimento. Mas é importante ter acompanhamento pré e pós plantio, adubação adequada e levar em consideração variáveis como o solo e a presença ou não de pragas no ambiente”, explica a engenheira florestal Bruna Eloiza Peres Luza. O formato, desenvolvimento e a coloração da flor variam de um lugar para o outro. Em visita ao Japão, Kawakami relembra a beleza das árvores de solo asiático. “ Eu passei por várias cidades e vi a sequência de floração, nos lugares onde eu ia estava florescendo. Essa espécie que tem no Lago veio do lugar mais
quente do Japão que fica no sul. A coloração da mesma flor aqui e lá é diferente. Lá a flor é bem nítida, bonita de ver. Aqui a flor não é tão linda assim”. A engenheira florestal explica que a exuberância das floradas “além do clima e iluminação, depende de um plano de arborização. Se houver muitas espécies de árvores plantadas no mesmo lugar, a cerejeira não consegue se desenvolver mesmo não sendo uma espécie de grande porte, então é preciso realocar. Principalmente por se tratar de uma espécie exótica”.
O plantio continua Há dois anos está em atuação o projeto intitulado “Guarapuava- a cidade das cerejeiras”, organizado por três mulheres, o objetivo é dar mais visibilidade a cultura de inverno na cidade e levar a cor e o encantamento presente no Parque do Lago para todo canto de Guarapuava. “Ao caminhar no Parque do Lago um domingo tive um insight. Temos no sangue a cultura do frio, da contemplação das flores, do piquenique, da música ao ar livre, do turismo. Mesmo que adormecido, isso tudo está dentro de nós. Olhei para a cidade e a imaginei repleta de cerejeiras, e fiquei pensando que lindo isso seria”, descreve a idealizadora Katia Burko. Um insight a partir de um passeio pelo Lago, um texto postado no facebook e a ideia passou a ganhar corpo com a doação de diversas mudas por pessoas que abraçaram o projeto. Além de campanhas de incentivo ao plantio de novas cerejeiras, ações como apadrinhamento de mudas em espaços públicos, parcerias para o plantio com órgãos municipais, conselhos e empresas também são efetuadas.
Desde o início do projeto, escolas, parques, e outros locais de passeio e uso coletivo receberam as mudas. Daqui alguns anos, o vislumbre é ter uma cidade inteira florida de rosa e de branco, algo parecido com o que acontece na terra mãe da cerejeira, o Japão. Não é beleza só para os olhos, não! Na época de inverno a cidade das cerejeiras poderá receber mais turistas, fortalecendo o comércio local e consolidando um pouco da cultura asiática no Paraná. “Através do turismo, ao longo do tempo, teremos ainda mais cerejeiras. O comércio seria aquecido com mais empregos e mais recursos circulando na cidade, aproveitaremos as características climáticas”, complementa.
13
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras Além da brevidade da vida, a flor de cerejeira também está associada a beleza feminina, esperança, renovação e é muito usada em tatuagens corporais, talvez para eternizar algo tão simplório e passageiro. Já o seu fruto, a cereja, é o uns dos maiores símbolos de sensualidade e desejo. Agora cá entre nós, a cerejeira é tão apreciada que até recebeu poema de ninguém mais, ninguém menos, do que o chileno Pablo Neruda, leia e tire suas próprias conclusões sobre o que Neruda quis dizer quando escreveu:
14
Domingo é dia de parque! As pessoas se reúnem no lago para praticar esportes, passear e se divertir. Pensando nisso, a Revista Passaporte registrou os momentos dos guarapuavanos domingando.
Produção: Aline Koslinski e Luna Marques Fotos: Aline Koslinski e Luna Marques Agradecimento especial aos atores sociais que participaram do Ensaio
30
Quando criança, acordava cedo e corria para o sofá com o edredom na mão, para tomar achocolatado e assistir televisão. Assim,começou uma paixão que me segue pela vida: os desenhos animados. Entre as atrações, uma sempre se destacou: Pokémon. Na minha mente de treinadora Pokémon, enquanto assistia o desenho, tudo era possível. Só não sabia, naquela época, que a tecnologia transformaria algo que parece sonho em realidade. O jogo criado pela Niantic não só fez com que jogadores do mundo inteiro saíssem de casa para jogar no mundo real, mas brincou com o imaginário, trouxe de volta a infância todos os que, como eu, assistiam o desenho. Em Guarapuava, há um lugar que se tornou um dos preferidos para jogar, o parque do lago. Por ser um ponto importante da cidade o sistema de realidade virtual acaba por criar no local uma grande variedade de pokémons. Assim, as
pessoas passam a misturar o mundo que nos rodeia, com interações sociais reais unidas a algo que está apenas na tela dos smartphones. Eu, que costumo caminhar no lago sempre que posso, passei a levar o Pokémon Go comigo. Entre uma volta e outra, além do exercício físico, sempre me deparo com algum dos bichinhos pelo caminho – às vezes, estão até na água – e por ser um ponto turístico da cidade, acaba sendo ali onde encontramos os mais raros. Tem gente que jura que já viu Gyaradus passeando por ali, um dos mais fortes do jogo. Eu, por enquanto, só vi as Magikarp (que espero um dia juntar o suficiente para evoluir). Apesar da falta de sorte com os aquáticos, já encontrei um Snorlax, que quem joga sabe que não é fácil de achar, infelizmente, me faltou a experiência como treinadora para captura-lo. No fim, o que fica é a ideia de que, além de um ótimo lugar para realizar exercícios e relaxar, o lago também é, por incrível que pareça, um bom lugar para jogos online.
31 Foto: Aline Koslinski
Sandra Denicievicz
Em meio a tanta exuberância desemboca também um bocado de sujeira
32
Passeando pelo Lago de Guarapuava nos deparamos com diversas aves, em uma atmosfera cheia de vida. O canto dos pássaros que encontram-se aninhados acima dos nossos olhos é apenas um dos pequenos espetáculos naturais que deixam o local mais atrativo. Para descobrir quantos sons é possível escutar, nada melhor do que assentar-se na grama em um final de tarde ensolarado e deixar o restante por conta da natureza. No entanto, a medida que nos aproximamos das margens da água, as melodias vão ficando cada vez mais distantes e uma realidade não tão bonita assim passa a ser vislumbrada. Nas encostas do rio é possível encontrar desde papéis, plásticos, latas, garrafas até cadáveres de peixes boiando. No Lago desembocam arroios levando todo tipo de sujeira. Sem tratamento, a água que chega possuí vários tipos de resíduos, tanto restos de lixos orgânicos quanto dejetos humanos. Para piorar, ninguém
sabe o que mais vai se misturando a esses riachos até que eles cheguem ao Lago. Apesar disso, o índice de contaminação da água é considerado aceitável. “Pelo que eu sei cai até esgoto lá, e outros produtos como venenos e químicos. O resultado a gente vê toda hora quando passa por lá, um monte de peixe morto boiando. Tinha que ter um processo de tratamento de água. Até porque é um local de turismo”, comenta o vigia Paulo Sergio dos Santos, e ainda pontua um outro problema recorrente “teria que ter mais segurança também, olha só quantas mortes acontecem naquele lugar”. A diretora da Secretaria do Meio Ambiente, Maristela Procidonio Ferreira, explica que várias ações estão sendo implantadas pela Secretaria em conjunto com a SURG na tentativa de manter o Lago agradável para passeio e turismo. “A SURG está sempre fazendo a limpeza do Lago, juntando garrafas e outros resíduos ali presentes. Porém,
é preciso que as pessoas nos ajudem tendo uma ação mais concreta, não adianta cuidar do Lago sendo que as águas que chegam até lá continuam a ser poluídas. É importante a colaboração da população para que cuidem do riozinho que passa perto das suas casas, assim quando ele desembocar no Lago não vai contaminar a água”. Mas não é só na água que o lixo fica acumulado, na grama também vários tipos de recicláveis são depositados. “Quando passo por lá, percebo que há muitos papéis e lixos espalhados ao redor do parque que os próprios frequentadores deveriam zelar”, destaca o administrador Jeferson Bihalba, ao que Maristela
enfatiza “Nós estamos trabalhando não no sentido de conscientizar as pessoas. Porque o certo e o errado todo mundo já sabe. Mas queremos que realmente aconteça uma mudança, uma ação mais concreta. Vamos instalar placas em torno do parque com frases reflexivas alertando para a importância de não descartar resíduos em qualquer lugar, muito menos na água”. Enquanto essa ação mais concreta não vem por parte dos dois lados- poder público e sociedade, o peixe boia, a garrafa afunda, o papel acumula, e o meio ambiente continua a perecer.
Fotos: Sandra Denicievicz
33
Taís Nichelle
A beleza e a popularidade fazem do Parque do Lago o cenário perfeito para manifestações artísticas e culturais
Costumo dizer que cultura é a alma que deixamos na terra. É o que nos diferencia uns dos outros. Também, é o mais forte dos elos que nos unem como família, como comunidade, como povo. A cultura é o resultado de uma equação, onde, mesmo que haja uma lei de formação, jamais será constante. As variáveis que atuam nesse processo são únicas e o resultado dessa somatória é uma riqueza de hábitos e costumes, que trazem sentido para a nossa existência. Por isso, estimular a cultura é estimular o que há de mais belo em nós. O jornalista Mauro Biazi é um dos maiores fomentadores da cultura em Guarapuava. Ciente da importância dessa união entre mente, corpo e espírito, Mauro está a frente da grande maioria das atividades culturais realizadas no município. “Meu objetivo é mostrar que quem faz a cidade é o povo. Sou eu, é você... É quem exerce plenamente a cidadania. Sem cargo, sem salário, sem nem ao menos um reconhecimento maior por aqueles que deveriam valorizar nosso ideal de uma cidade feliz culturalmente. Nossos eventos, sem nenhuma pretensão, provaram que quem faz acontecer somos nós. Nós, como povo, podemos muito. Tento contribuir, modestamente, para instigar, estimular o povo a pensar de maneira diferente”, declara. Mauro é idealizador de eventos em diversos pontos da cidade, mas o Parque do Lago é, com certeza, o mais escolhido. “Porque o Lago? Porque ao povo pertence. O povo tem o dever de ocupar sua cidade como forma de ver o belo que há nela e, também muito importante, afastar a violência que pode gerar um local desocupado, vazio e abandonado”.
34
Desde 2013,diversos gêneros musicais invadem o deck de um dos ambientes preferidos dos guarapuavanos para apresentar artistas locais e, éclaro, embalar os domingos de verão.
Foto: SECOM
Também nos últimos três anos, o “Cerejeiras em Festa”tem como objetivo brindar a beleza das cerejeiras, que colorem com maestria o Parque do Lago todo começo de inverno. “Cerejeiras em Festa éum momento mágico, um tempo para celebrar a árvore que embeleza o Parque do Lago bem como celebrar a vida, a família, os amigos, tudo numa atmosfera de paz e encantamento” ressalta Mauro.
35 Foto: Jeferson Ribeiro
Piquenique premiado da primavera Basta chegar o final de semana, para o Parque do Lago começar a receber toalhas, cestas e guloseimas. Observando isso, Mauro decidiu criar em 2014 o “Piquenique Premiado da Primavera”, onde chefs de cozinha locais avaliam os melhores lanches. De acordo como jornalista, o evento pretende estimular as pessoas a mostrarem seu talento na hora de cozinhar. Além dos promovidos pelo Mauro, o Parque do Lago é palco de outros eventos realizados pela Prefeitura Municipal, que já viraram tradição em Guarapuava.
Foto: SECOM
Coral dos Anjos Em Guarapuava, o Coral dos Anjos abre o calendário de comemorações natalinas. Realizado desde 2006, o espetáculo, que é considerado pela revista Ranking Brasil como maior coral infantil a céu aberto do Brasil, reúne centenas de famílias no Parque do Lago. Para encantar o público, dezenas de professoras da rede municipal de ensino promovem os ensaios com os alunos participantes.
O espetáculo envolve 3 mil crianças, de 35 escolas municipais, que apresentam para a comunidade músicas natalinas.“O anúncio da chegada do tempo natalino em Guarapuava não poderia ser melhor, são nossos pequenos anjos que trazem a esperança de um mundo melhor e a mensagem da mais pura presença de Deus em todos os lugares, abençoando todas as famílias guarapuavanas”, ressalta a secretária de Educação e Cultura, Doraci Senger Luy.
36 Foto: Jeferson Ribeiro
Festa do Trabalhador Quem mora em Guarapuava já sabe, todo 1º de maio, o Parque do Lago recebe centenas de pessoas para comemorar o Dia do Trabalhador. Passeio ciclístico, campeonatos de várias modalidades esportivas e shows artísticos fazem parte da programação. Dentre as atividades, a pesca no Lago éa mais famosa. Dias antes do evento, já é possível ver barracas instaladas em torno do lago: são os participantes garantindo o melhor local para a pescaria. “É uma festa para todas as famílias, que poderão participar de diversas atividades culturais, esportivas e recreativas”, comenta o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Sandro Abdanur. Foto: SECOM
Festival de Inverno Também no Parque do Lago, no mês de julho, ocorre o Festival de Inverno. Apresentações culturais, grupos de leitura e recreação para as crianças, festas julinas, caminhada na natureza, recital de piano, encontro de fuscas e feira gastronômica fazem parte das comemorações do início da estação mais fria do ano que, em Guarapuava, é peculiarmente rigorosa.
37 Foto: Any Ossak
Any Ossak e Walquiria de Lima
Praticar esporte está entre os hobbies mais comuns do brasileiro. Seja pelos benefícios à saúde, pela diversão ou pela interação que o esporte proporciona
38 Fotos: Any Ossak
Seja em dias de chuva ou sol, no frio ou no calor, de segunda a segunda, há um lugar no Parque do Lago em que os frequentadores são assíduos. A paisagem pode até mudar, mas a quadra de futebol de areia está sempre cheia de gente. Odair Ferreira da Silva é figura carimbada da quadra, o pizzaiolo de 42 anos mora próximo ao Lago e conta que, sempre que possível, durante a semana dá uma escapadinha e vem jogar bola. Mas o domingo é sagrado e Odair não vem sozinho. David Gabriel é filho do pizzaiolo e quer ser jogador de futebol, para ficar mais perto do sonho, todo domingo o menino vem treinar com ajuda do seu melhor treinador, o pai. Odair conta que os times são montados na hora, com quem está ali no parque, independentemente de ser conhecido ou não. “Se quiser jogar é só chegar e se enturmar”, conta ele. Edenilson dos Santos é um dos novatos do domingo, ele conta que veio aproveitar a tarde com a família e resolveu participar do jogo, e claro, fazer novas amizades. Como a quadra é próxima ao Lago, uma história acaba sendo comum entre os jogadores, a bola sempre cai na água! “Por não ter grade em volta a bola acaba indo parar dentro do Lago, e aí para não acabar o jogo, a gente acaba entrando para salvar a bola e a brincadeira”, explica o jogador. Para alegria dos jogadores uma das quadras está sendo reformada, e a expectativa já está grande. “Quando inaugurar a outra, vai ficar bom, porque mais gente vai poder jogar, além do mais, não será areia, o piso será de outro material”, conta Edenilson.
Além dos esportes mais comuns como futebol e basquete também é possível encontrar pessoas jogando Bets (também chamado de Bete-ombro ou Bete). Para jogar é preciso de duas duplas, uma fica com a bolinha e outra com os tacos. O objetivo principal do jogo para a equipe rebatedora (que está com os tacos) é fazer pontos cruzando os tacos no meio do campo, enquanto para a equipe lançadora é tentar derrubar um dos alvos da equipe adversária, assim, trocando de posição com a equipe lançadora. Para entrar na brincadeira não tem idade, Adriana Soares trouxe a família toda para participar. Adriana e seus familiares jogavam Bets em outras quadras da cidade, mas acabaram descobrindo no Lago um ótimo lugar para praticar o esporte. “Onde nós moramos não podemos jogar na rua, porque o movimento é grande, e aqui a gente tem a grama que se cair não vai se machucar, além do mais, as crianças ficam livre e a família fica reunida”, explica. A intenção é que com o horário de verão as visitas ao Lago se tornem mais frequentes, não apenas no fim de semana. “Nós moramos perto, então quando as tardes ficarem mais longas, a gente pretende vir inclusive nos dias de semana, pois além de nos divertimos, fazemos exercícios, que fazem bem para a saúde, e dá até para perder uns quilinhos”, conta Adriana. Além de jogar Bets a família também solta pipa e pratica Slackline. Slackline? O que é? É um esporte sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos, o que permite ao
Foto: Any Ossak
praticante andar e fazer manobras por cima. Então, um parque cheio de árvores e sombras se torna um lugar ideal para tal esporte. Realmente pode-se dizer que o esporte não é tão tradicional, e ainda é uma novidade para muitos. Porém, após ser apresentado, passa a ser companhia fundamental na hora do lazer. Foi assim com Kauane Zampiva, um amigo falou sobre a prática do Slackline e ela se interessou. Nas férias de dezembro de 2014, em sua cidade natal, a estudante comprou a fita para começar a praticar. Entre tombos e acertos ela se apaixonou pelo esporte até então desconhecido. As férias acabaram e ela voltou para Guarapuava, onde mora atualmente para fazer faculdade. Mas não foi só ela que voltou, é claro que a fita, sua mais nova companheira, veio com ela. E um dos lugares escolhidos para montar a prática foi o Parque do Lago, já que possui muitas árvores, é perto da casa dela e além de tudo tem uma bela vista. Kauane conta que montar a fita no Lago acaba sendo uma maneira de divulgar o esporte, já que muitas pessoas circulam por lá durante o dia. Assim, quem não conhece vê as pessoas praticando e, então, surge o interesse de também querer aprender e praticar. “Sempre que estou andando no Lago aparece alguém querendo andar, ou pelo menos tentar, e isso é muito legal. E cada vez mais eu percebo que tem mais gente começando a praticar, pois agora vemos várias fitas de slack montadas no Lago e também em outros lugares”, finaliza a estudante. Foto: Any Ossak
39
E quem disse que os esportes precisam ficar restritos só as quadras e ao gramado do Lago? Desde maio desse ano o lago foi liberado para pratica de esportes aquáticos, entre eles estão o caiaque, remo e stand up pedal. Logo que ficou sabendo da novidade Poliane Aparecida Padilha se interessou e quis experimentar. No final de semana convidou o namorado e foram até o Lago. Alugaram um caiaque e se jogaram rumo a uma nova experiência, já que ambos nunca tinham andado de caiaque, ainda mais no Lago. A curiosidade não foi maior que o medo, por ser a primeira vez que ela ia praticar o esporte, o casal alugou um caiaque duplo, e assim puderam se divertir juntos. A experiência foi tão boa, que resolveram compartilhar com os amigos. No final de semana seguinte, Poliane convidou um casal de amigos para irem juntos. Suelen Eloise Pulga e Guilherme Volnei Kolc aceitaram o convite e aprovaram a aventura. “Eu já havia andado, mas há muito tempo, e a experiência de poder andar aqui no Lago é muito interessante, além de ser legal andar de caiaque, tem essa paisagem linda para aproveitar, e o melhor de tudo junto com os amigos”, conta Suelen João Paulo Ivanski, namorado de Poliane, conta que o casal sempre costuma ir no Parque, e agora tem um atrativo a mais para isso. “A gente já gostava de vir no Lago, pois a paisagem é legal, o lugar é interessante, e agora temos uma atividade diferente para aproveitar o fim de semana”, explica João. E agora depois de algumas voltas
pelas águas do Lago, Poliane se encorajou e já anda em um caiaque sem companhia. “Agora eu até prefiro andar sozinha, é melhor”, afirma ela. Seja na terra ou na água, fato é que sempre tem alguém praticando algum esporte no Parque do Lago. Quem não está jogando, caminha ou corre, independente da hora do dia, nos caminhos do parque é comum encontrar pessoas fazendo uma dessas atividades, além do mais, o lago possui uma academia ao ar livre que serve como forma de complemento a todos esses esportes. Portanto, em Guarapuava, falta de dinheiro não é desculpa para não praticar atividades físicas. Basta dar um pulo no Lago, além de se exercitar, você aprecia a paisagem e se diverte.
40 Foto: Kauane Zampiva
Fotos: Arquivo Pessoal
41
42
43
Taís Nichelle Uma palavra, quatro letras e três moléculas: água! De todas as grafias, possui a mais rebuscada semântica. Água nada mais é que sinônimo de vida… E tudo mais é além disso. Nenhuma relação é tão poética e literal, quanto a estabelecida entre o ser humano e essa substância vital, líquida, incolor, insípida e inodora. Cerca de 60% do corpo de um adulto é formado por água. Se for criança então, é 80% encharcado. A água é solvente universal e indispensável em todas as reações químicas do organismo humano. E ao que a ciência não se atém, nossa mente reconhece de imediato. Quem não sente vontade de se aninhar ao primeiro barulho de chuva? Como explicar a fascinação que sentimos diante do mar ou a renovação a qual somos submetidos após um banho de rio, lago, cachoeira…A verdade é que mesmo evoluindo ao ponto de manipularmos átomos a nosso favor, ainda somos meio peixes. Até o segundo mês de vida, o feto humano é igual ao de
44
muitos animais aquáticos. Depois disso, um milagre genético - que você também pode chamar de divino, se assim preferir - nos faz quadrúpedes, mamíferos e pensantes. Mesmo assim, continuamos flutuando na imensidão de uma bolsa d’água, até o dia em que nascemos, nos debulhando em lágrimas. O primeiro choro, o primeiro banho, a água do batismo: vamos nos tornando curso de um rio de lembranças e memórias molhadas. Essa volta toda, caro leitor, apenas para embasar uma curiosidade. O Parque do Lago é um dos principais pontos turísticos de Guarapuava, sobretudo, é claro, pelo lago. É ele que faz do Parque um ambiente ímpar, onde os guarapuavanos buscam refrescar as ideias fervidas pela rotina. Mas será que essa magia da criação presente na água é capaz de aflorar, também, o amor? Quantos relacionamentos já começaram abençoados pela beleza do Parque do Lago?
Raiane Gunha e Marciel Bahls Minha história com o Marciel começou no lago, mas não especificamente no lago (risos). Começou na igre- ja que fica em frente ao lago. Em um sábado fui conhecer a Igreja com minha família e no meio do culto, um conhecido meu passou por mim e me deu um sorriso, mas nem dei muita bola. Quando terminou o culto, fui até o lago e fiquei ali, pensando na vida, quando percebi que ele estava ao meu lado, já conversando com meus pais. Logo fomos embora e já naquela noite ele me mandou uma mensagem. Começamos a conversar e marcamos um encontro. Nosso primeiro encontro foi lá, no Parque do Lago em uma terça feira à tarde. Lembro até hoje do banquinho que sentamos, lá ele cantou para mim. Foi ótimo e com o passar do tempo namoramos, noivamos e nos casamos. Completamos nove meses de casados. Ele é o amor da minha vida!
Mayarah Ribas e Rafael Silvestre
Nossa história começou a 3 anos atrás. Meu agora marido, me levou ao cinema. Quando saímos de lá, ele me convidou para darmos uma volta e acabou me levando no lago. Ficamos algum tempo conversando e, foi lá nosso primeiro beijo. Uma semana depois, estava tendo tardes musicais no Parque do Lago, e nós dois fomos. Depois de muita conversa, vimos um casal de velhinhos de mãos dadas e a cena nos deixou encantados. Uma semana depois, ele me convidou para um jantar na casa dos pais dele, e acabou me distraindo tanto na conversa que nem percebi que ele estava me levando no Lago. Quando chegamos lá, ele encostou o carro no mesmo lugar da primeira vez e tirou do bolso um par de alianças. Me pediu em namoro e ainda ganhei chocolate, foi inesquecível. No mês seguinte fomos morar juntos, depois a gente se casou e agora, três anos depois, estamos aguardando a chegada do nosso primeiro filho, Benjamin. Durante três anos juntos, o Lago fez parte das nossas melhores lembranças, é o lugar onde vamos juntos quando queremos respirar, onde levamos nosso cachorro brincar… Quando passamos no local do nosso primeiro beijo é toda vez a mesma coisa: começamos a falar daquele dia, sempre que passamos por lá rimos muito daquela noite.
45
Saraiva Junior e Danieli Matos Conheci minha atual esposa através da internet, ela morava em Laranjeiras do Sul. Começamos a conversar e sei lá, mesmo longe, tinha algo diferente nela que mexia comigo. Porém, ela não estava nem aí para mim, só me esnobava. Mas eu sou insistente e como bom brasileiro, fui tentando. Quando eu vi que seria muito difícil, decidi deixar pra lá. Então, passaram alguns meses ela passou no vestibular em Guarapuava. Veio morar aqui e no dia 21 de abril de 2010 ela me convidou pra darmos uma volta no Lago, porque ela não conhecia ninguém aqui e ia passar o feriado sozinha. Nos encontramos no Lago e desde então nunca mais nos separamos. Estamos completando seis anos juntos de muito amor, graças a Deus. Todos os dias eu agradeço a ele por ter uma esposa tão maravilhosa. Até hoje vamos ao lago e ficamos naquele mesmo banco, lembrando tudo o passamos e fazendo planos futuros para nossas vidas.
Katy e Adriano
Eu estava passando por uma fase muito difícil da minha vida, pois alguns meses antes de conhecer o Adriano (meu noivo), indo para trabalho, fui surpreendida por um homem que me agarrou na rua. Foi o pior momento da minha vida, me sentia indefesa, sem poder fazer nada enquanto aquele homem que nunca havia visto na vida tentava abusar de mim. A única coisa que eu podia fazer era tentar gritar por socorro e, graças a Deus, um taxista passava naquele momento e me ajudou. Porém, eu fiquei traumatizada. Não confiava em ninguém, muito menos em homens. Tive depressão. Um belo dia, um rapaz me mandou mensagem no Facebook. Era o Adriano. Conversamos por algum tempo e ele me pareceu uma pessoa muito boa. Ele queria marcar um encontro comigo, mas o medo me impedia de aceitar, mas depois de um tempo acabei aceitando e marcamos de nos encontrar no Parque do Lago. No começo, as conversas aconteciam em uma distância enorme um do outro. Eu havia contado pra ele sobre o ocorrido e ele compreendeu, foi sempre muito respeitoso. Sempre foi com muita calma e aos poucos e com o tempo, depois de vários encontros no Lago, ele foi ganhando minha confiança… Em um encontro conseguiu se aproximar, em outro pegar na minha mão, no outro me dar um abraço. Até que, no dia 15 de novembro, nos beijamos. Nesse mesmo dia ele me pediu em namoro. Todos esses encontros aconteceram no Lago, às 16h. Foi realmente como naquela frase do livro do pequeno príncipe: ”Se tu vens ,por exemplo, ás quatro da tarde ,desde as três eu começarei a ser feliz .Quanto mais a hora for chegando,mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então,estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer hora, nunca saberei a hora de preparar meu coração”. O Parque do Lago é o nosso lugar e as 16h é a nossa hora. Foi lá que conheci o amor 46 da minha vida. Foi lá que voltei a confiar nas pessoas.
Andrielli Ferreira e Felipe Cilivi
Em novembro de 2012, eu conheci Felipe em uma rede social e começamos a conversar via internet. Virou rotina, não ficávamos um dia sem pelo menos um “oi”. Após um mês, ele me chamou pra sair, e eu aceitei. Iríamos ao cinema, estava tudo certo… Até que umas duas horas antes de nos encontrarmos, ele mandou uma mensagem avisando que havia tido um imprevisto e que ele teria que cuidar de sua irmã no Coral dos Anjos, que estava acontecendo no Lago. De imediato aceitei a mudança de planos, e como eu era menor de idade, pedi permissão para meus pais, que me autorizaram a sair, coisa que nunca tinha acontecido. Quando é pra dar certo, tudo conspira a favor. Então, chegou a hora de ir, meu irmão mais velho que me levou. Desci do carro e comecei a andar bem sem rumo, até que ele sorriu pra mim, me aproximei e perguntei o nome, ele disse quem era e nos conhecemos. Fomos mais para perto de onde estava acontecendo o coral, e conversávamos sobre tudo, até que quando vimos o coral já tinha terminado e o parque estava vazio. Na hora de ir embora, falei para ele que eu não era moça de só ”ficar”, ou a gente começava a namorar, ou a gente nunca mais se veria (risos). Então, ele me pediu em namoro naquele mesmo dia... Namoramos por dois anos e nove meses, até que noivamos e decidimos morar juntos. Em dezembro vai fazer quatro anos que esse acaso que deu certo! Fotos: Jeferson Ribeiro
47
T?ol
i‘m?O Q mÑ ?PTOXX O
Deixe registrada todas as suas viagens! Recorte o selo no início da revista e cole aqui. Na próxima edição, faça o mesmo. É pra você colecionar!
o n rs‘
?rd
q u hb d
dbh‘k
x
ro
k
c
c dkhu hq ?
x dq
‘
m Ñ?PTOX XO
d khu d q
mc ‘ k h ‘ sg
Qbs r
cdkhudqx