RECUPERAÇÃO E INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DO ATERRO SANITÁRIO DA MAIA

Page 1

1 | 11

RECUPERAÇÃO E INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA DO

ATERRO SANITÁRIO DA MAIA

CONCURSO: CONCEÇÃO DO PROCESSO DE COBERTURA E ARRANJO PAISAGÍSTICO DO ALVÉOLO NORTE DO ATERRO SANITÁRIO DA MAIA AUTORIA

Lázaro Botelho | lazaro.sbotelho@gmail.com Maria João Martins | mjblsmartins@gmail.com Rosendo Silva | rosendo.alds@hotmail.com Wanellyse Menezes | wanellyse@gmail.com


2 | 11

CONCURSO: CONCEÇÃO DO PROCESSO DE COBERTURA E ARRANJO PAISAGÍSTICO DO ALVÉOLO NORTE DO ATERRO SANITÁRIO DA MAIA

O presente material visa apresentar uma proposta para o Concurso:” Conceção do processo de cober tura e arranjo paisagístico do alvéolo nor te do Aterro Sanitário da Maia”.

ALVO DE INTERVENÇÃO Alvéolo Nor te com 3 hectares, ser viu para a deposição de RSU, cinzas iner tizadas, escórias (após recuperação dos materiais ferrosos), durante 18 anos, provenientes da laboração da CVE.

MAIA

LIPOR

LEÇA DA PALMEIRA

MATOSINHOS

PROGRAM A a. Estufa(s) b. Painéis fotovoltaicos c. Valorização estética dos taludes d. Promoção da biodiversidade (fauna e flora) e. Integração do aterro na paisagem envolvente Questões técnicas: a. Manutenção dos acessos nor te e sul para máquinas e equipamentos de manutenção; b. Cumprimento da distância de segurança debaixo da linha de alta tensão; c. Restrições de construção e amarração sobre as telas de cober tura; d. Adequabilidade do material proposto para a cober tura do solo;

PORTO

VILA NOVA DE GAIA


3 | 11

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONCEITO

[1] CIRCULAÇÃO CENTRAL

[2] EIXOS E ACESSOS

[3] MÓDULOS DAS ESTUFAS

[4] ESTUFAS / EXPANSÃO

[5] PLANO CONCETUAL

A par tir da complexidade do programa do concurso, a proposta desenvolve um desenho adaptativo, isto é, liber tamos área para a expansão das estufas, produção de energia solar, aclimatação ou revestimento vegetal, dependendo da função pretendida. Pretendemos apresentar uma proposta equilibrada, sustentada na funcionalidade, que equilibra o retorno financeiro com a promoção da biodiversidade, traduzindo essas duas diretrizes na estética do projeto.

DIRETRIZES DO PROJETO Funcionalidade

+ Sustentabilidade

=

Estética

Economia circular: Uso das escórias no projeto Comercialização dos produtos produzidos nas estufas Recolha e reutilização da água da chuva Aproveitamento de calor proveniente da Central de Valorização Energética para o aquecimento das estufas

PROPOSTA

[1] CIRCULAÇÃO

As estufas foram desenhadas de modo a maximizar o seu espaço e funcionalidade. Estão distribuídas pelo eixo central para facilitar a acessibilidade e têm uma forma rectangular, para rentabilizar o seu espaço. O plano geral desenvolvido apresenta as áreas de expansão como espaços para aclimatização, caso a produção nas estufas seja para plantas de cor te. Nesse caso a área total das estufas é de 5.000 m². Caso a intenção seja a produção de outro produto, será possível alcançar cerca de 8.000 m² de estufas com as áreas de expansão. [3] DRENAGEM

[2] ESTRUTURAS

Circulação central Estufas Promoção da biodiversidade (fauna e flora) Produção elétrica (painéis fotovoltaicos)

Estufas Estruturas taludes Painéis fotovoltaicos

[4] MODELAÇÃO

Espaços para expansão / Aclimatação

[5] VEGETAÇÃO

Biodiversidade: Promoção da biodiversidade nos taludes Escolha das espécies Circulação central que organiza a distribuição espacial das estufas e permite o acesso às mesmas Estufas que podem ser utilizadas para diferentes cultivos Estufas com disposição e módulos pensados para expansão; Cober tura das estufas pensadas para minimizar o efeito dos ventos e recolha das águas da chuva

Direção da recolha da água Canal de drenagem Bacia de contenção

Cotas 1,00 m Cotas 0,25 m

Herbáceas Arbustivas e Subarbusivas

N


4 | 11

PLANO GERAL

FOLH A 00


5 | 11

PROPOSTA

|

HARD LANDSCAPE

PROPOSTA MODEL AÇÃO TOPO

FOLH A 01

A proposta de modelação do topo resulta da área da implantação da estufas, do sistema de recolha das águas pluviais, das áreas de aclimatação. De forma a diminuir a coIocação de solo, as modelação é feita essencialmente com escórias.

FOLH A 05 E 07

ESTUFAS

A disposição das estufas e as variações das cober turas pretendem minimizar o efeito do ventos predominates ao nor te e maximizar a incidência solar (eixo da estufa perpendicular a sul). A direção inver tida das águas ser ve para a recolha das águas. Ventos

O escoamento das águas superficiais realiza-se para a periferia do topo do talude. A água é desviada do caminho por entre as estufas ou através de uma vala adjacente que conduz a mesma para junto da crista, onde se encontra uma faixa drenante. Esta faixa, feita de escórias, é constituída por 10 reser vatórios de água nos seus pontos mais baixos, verificando-se uma constante variação de cotas de 15cm, de 20 em 20 metros. Estes reser vatórios têm como objetivo recolher o máximo de água que a super fície do talude recebe e reaproveitá-la nas estufas. Para os casos de chuva mais intensa foi criado um reser vatório de maiores dimensões para tirar proveito dessas ocasiões mais pontuais.

Chuva

Volumetria Final

TALUDES 56.10

Na composição paisagística dos taludes (nor te, este e oeste) foram desenhados módulos de betão cobrindo cerca de 2006m², sendo no restante aplicado manta orgânica em 8762m².

MÓDULOS DE BETÃO

FOLH A 07

Etruturas de betão são feitas de escórias agregadas, intercaladas em colunas para distribuição das forças por gravidade. O preenchimento dos módulos é feito com escórias soltas e/ou volume de terra para os módulos que terão revestimento vegetal As alturas dos módulos variam de 20 cm, 50 cm e 100 cm. Alguns dos módulos com escórias foram estruturados para promover a nidificação. O muro frontal é per furado e no seu interior são colocados caixas-ninho.

Abrigos para pássaros

Terra 1,0 m

0,50 m

0,20 m

2,0 m

2,0 m

2,0 m

4,1 m³

1,43 m³

0,39 m³

Altura Largura Volume

Escórias soltas Estrutura de betão com escórias

N


6 | 11

PROPOSTA

ÁREAS DE EXPANSÃO

M ANTA ORGÂNICA Na cober tura total do talude foi escolhido a técnica da manta orgânica em primeiro pela sua fácil aplicação e segundo pelo baixo valor de implantação. Em relação a leitura do talude não optamos por envolver toda a super fície com as floreiras uma vez que encareceria o projeto, mantemos esse elementos em alguns pontos e revestimos o restante do talude com a geomanta, criando assim cenas diversas com sítio com vegetação mais densa e outras com vegetação menores. Geomalha Tridimensional

Estaca de Fixação

CENTRAL FOTOVOLTAICA

FOLH A 05 E 07

Os painéis fotovoltaicos estão situados no talude sul, para garantir o máximo de eficiência energética, com inclinação de 30º, sendo que no plano geral estão epresentadas 700 placas (área total de 1400 m²).

Passeio manutenção Painéis

O desenho concetual do projeto apresenta possibilidade de expansão em duas áreas (sul e nor te). Nessa imagem, que ilustra a área de expanção sul, são aprensentadas as possibilidades de usos dessas áreas dependendo da função a ser aplicada para o espaço:

PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

ESTUFAS

|

HARD LANDSCAPE


7 | 11

PROPOSTA

REVESTIMENTO VEGETAL SUCESSÃO ECOLÓGICA Qualquer revestimento vegetal proposto para o aterro encontra-se extremamente condicionado essencialmente por duas questões: erosão de solo e falta de água (período estival). Para o problema da erosão, contemplada no talude, a ancoragem do solo será resolvida pela construção de estruturas modulares tipo floreiras para conter as terras. Enquanto, no topo, propomos um sistema de plantação onde a instalação de prado, através de hidrossementeira, reveste o solo, evitando a erosão. Com falta de acumulação de água, a amplitude térmica do solo aumenta. Desta forma, a vegetação escolhida previligiará espécies de associações de matos rústicos (rupícolas e xerófitas) de forma a garantir o sucesso de plantação. O uso destas associações, num desenho aleatório e repetitivo, pretendem também proporcionam a qualidade estética peIas texturas contrastantes e tons for tes.

A plantação deste projeto pretende ensaiar inicialmente uma sucessão ecológica, sendo instalada uma comunidade pioneira (sementeira de prado) para atingir uma comunidade estruturada e complexa (mato). Assim, as operações culturais respeitam as interações interespecíficas, isto é, dinâmicas de mudança de por te (do estrato herbáceo para o arbustivo). Implantamos comunidades de plantas em vez de indivíduos, através da sementeira do prado e plantação de arbustos, que produz mais rapidamente uma comunidade vegetal do que a plantação de arbustos sobre mulch. As vantagens desta metodologia são a diminuição da manutenção e o aumento do sucesso do cober to vegetal, pois foram selecionadas espécies com características resilientes, com ciclos diferentes de crescimento, facilidade de dispersão de semente e capacidade de atrair fauna.

URZAL

ZIMBRAL

Nome científico

Ciclo de vida

Função

Nigella damascena Papaver rhoeas Antirrhinum majus Digitalis purpurea Verbascum thapsus

anuaI anuaI vivaz bianuaI vivaz

atrair fauna

Briza maxima Agrostis stolonifera Cynodon dactylon Echium plantagineum Echium vulgare Stenotaphrum secundatum

anuaI vivaz vivaz vivaz vivaz vivaz

Stipa gigantea Festuca arundinacea Lolium perenne

vivaz vivaz vivaz

resiliente

revestimento rápido

PROFUNDIDADE DE SOLO

ESTRATO

25cm 50cm 1m >1m

herbáceas subarbustos arbustos de médio por te arbustos de grande por te

|

SOFT LANDSCAPE


8 | 11

METODOLOGI A DE OPERAÇÕES CULTURAIS

Quanto aos arbustos e subarbustos a manutenção é de regime livre, de modo a respeitar as copa natural das plantas, sendo feitas apenas podas de ramos doentes ou secos Quanto ao estrato herbáceo o regime é semi-livre, sendo feito apenas 1 cor te no final de Agosto, ou caso o prado tenha um crescimento rápido, dois cor tes, em Agosto e Janeiro.

PROPOSTA

|

SOFT LANDSCAPE


9 | 11

PROPOSTA

|

SOFT LANDSCAPE

REVESTIMENTO VEGETAL ESPÉCIES ARBUSTIVAS

Au | Arbutus unedo

Cm | Crataegus monogyna

Fc | Ficus carica

Jc | Juniperus communis

Pl | Phillyrea latifolia

Ps | Prunus spinosa

Sa | Sorbus aria

Sat | Salix atrocinerea

Sau | Sorbus aucuparia

Sh | Spiraea hypericifolia

Sn | Sambucus nigra

Vti | Viburnum tinus

Ra | Rhamnus alaternus

Rc | Rosa canina

Rm | Rosa micrantha

Rp | Rhododendron ponticum

SUBARBUSTIVAS

Ear | Erica arborea

Jca | Juniperus communis subesp alpina

Pa | Pteridium aquillium

Rac | Ruscus aculeatus

Gt | Genista tournefortii

Pt | Pterospartum tridentatum

Rmo | Retama monosperma

Rs | Retama sphaerocarpa

Hi | Helichrysum italicum

Jf | Jasminum fruticans

Ld | Lavandula dentata

Ls | Lavandula stoechas

Lp | Lavandula pedunculata

Ro | Rosmarinus officinalis

So | Salvia officinalis

Tf | Teucrium fruticans

Ca | Cistus albidus

Cc | Cistus crispus

Cs | Cistus salviifolius

Hl | Halimium lasianthum

Ho | Halimium ocymoides

Hu |Halimium umbellatum

Arm | Armeria maritima

Cv | Calluna vulgaris

Ea | Erica australis

Ec | Erica ciliaris

Eca | Erica cinerea

Eu | Erica umbellata

MISTURA DE PRADO FLORÍFERO

Am | Achillea millefolium

Lpe | Lolium perenne

As | Agrostis stolonifera

Nd | Nigella damascena

Ama | Antirrhinum majus

Pr | Papaver rhoeas

Bm | Briza maxima

Ss | Stenotaphrum secundatum

Cd | Cynodon dactylon

Sg | Stipa gigantea

Dp | Digitalis purpurea

Vt | Verbascum thapsus

Ep | Echium plantagineum

Ev | Echium vulgare

Fa | Festuca arundinacea

Fo | Festuca ovina

PLANO E PORMENORES DE PLANTAÇÃO

FOLH A 2

PLANO DE SEMENTEIRAS

FOLH A 3

PIANO DE MANUTENÇÃO

FOLH A 4


10 | 11

ESTIMATIVA ORÇAMENTAL

A parcela de maior da estimativa orçamental são as placas solares, com 59% do investimento no projeto. As estufas foram pensados em uma estrutura simples de duas águas, tanto para baixar os custo do projeto como para simplificar sua construção, seu custo total foi de 256 201,42 € cerca de 23% do investimento.. Considerando que numa selagem tradicional o valor estimado para a colocação de solo é de 504 000,00€, a cober tura vegetal do nosso projeto tem o valor total de 149 595,96 €, o que é 71% menor.

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

UND

QNT

PREÇO UNITÁRIO

PREÇO TOTAL

1.0 - ESTUFAS

1.1 - Fundação

1.2. - Estrutura Metálica - Aço em Pilares 1.3 - Vedação - Envidraçado Fixo

VARIAVEL (

176 845,85) €)

m

9 285,47

3,44 € (

31 942,02) €)

und

46,08

1 028,94 € (

47 413,56) €)

(

256 201,42) €)

SUB-TOTAL: 2.0 - TOPO

2.1 - Camada de Terra vegetal

2 604,93

25,00 € (

65 123,25) €)

(

65 123,25) €)

SUB-TOTAL: 3.0 - TALUDE

3.1 - Manta orgânica

4 986,18

8,00 € (

39 889,44) €)

3.2 - Floreira de Escorias

780,49

85,12 € (

66 437,18) €)

3.2.1 - Camada de Terra vegetal

492,32

25,00 € (

12 308,00) €)

3.3 - Pack Solar - Bateria e Placa Solar

und

576,00

1 197,39 € (

689 696,64) €)

(

808 416,38) €)

SUB-TOTAL: 4.0 - VEGETAÇÃO

4.1 - Hidrossementeira

und

VARIAVEL

19 131,75 €

4.2 - Plantações

und

VARIAVEL

11 744,47 €

SUB-TOTAL:

(

30 876,22) €)

TOTAL ESTIMADO:

(

1 160 617,27) €)

COMPARAÇÃO ENTRE A PROPOSTA APRESENTADA E SELAGEM CONVENCIONAL ESTIMATIVA DO PROJETO

SELAGEM CONVENCIONAL

Preço Total

Custo associado ao fornecimento e aplicação de 1m de solo nos taludes e plataforma superior Custo c/ geogrelhas (taludes)

363 000,00 €

Camada de Terra vegetal no topo e taludes

141 000,00 €

Manta orgânica, jardineira de escorias, betão para armar, aço para betão e camada de terra vegetal

Preço Total 65 123,25 €

118 719,74 €


11 | 11

PROPOSTA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.