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Carta do editor
EXPEDIENTE Direção e Edição Denise Camargo revistayoung@gmail.com Colunistas convidados Edson Capoano, Hiran Murbach, Leonor Macedo, Nicolau Kietzman e Karina Muller Colaboradores Edição e textos: Kalu Brum Texto: Priscila Trindade, Taís Ribeiro e Juliana Ribeiro. Fotografia: Sylvia Gosytonyi Projeto Gráfico e diagramação Wave Comunicação Revisão Rosani Andreani
Jo vem est r eia Este é o primeiro número da Revista Young que, como o próprio nome diz, é jovem. A nossa proposta é que a informação não deve ser paga. Por isso, ela será distribuída gratuitamente. E você poderá ainda conferir a versão online no site www.revistayoung.com.br e fazer o download da publicação na íntegra. Queremos conversar sobre carreiras, profissões e objetivos. Isso porque acreditamos que a faculdade poderá até dar um emprego, uma carreira, um caminho, mas enquanto estuda e agrega conhecimento você perceberá que pode montar seu negócio, viver fora do país, fazer outra faculdade. Enfim, se você vai prestar o vestibular e não sabe qual o curso, ou se já entrou na faculdade, e não sabe o que vai fazer com tudo isso, não entre em pânico! Afinal, a vida não é uma linha reta, é um caminho sinuoso, cheio de curvas e o barato de tudo é ir viajando, aproveitando cada pedaço da estrada. Com a certeza de que quando quiser voltar poderá buscar o primeiro retorno, mudar de rodovia, pois tudo muda, constroi, reconstroi. Esteja certo disso! No meu caso, ter optado por jornalismo foi, sim, uma escolha acertada. Depois de nove anos de estrada fui conhecendo muita gente bacana pelo caminho e sempre tive vontade de apresentar esses amigos para todo mundo. Agora, com a Young consegui reunir algumas dessas pessoas que gosto e admiro. Elas estão aqui, com suas seções assinadas e com um breve descritivo de cada uma. A maioria tem blogs que vale a pena procurar para conhecer um pouco mais de cada um deles. Estou muito feliz de transformar a revista Young em realidade. Um dia desses vi uma frase, no “nick” de um amigo no Messenger que dizia: “Na vida, quem perde o teto ganha em troca as estrelas”. O autor é desconhecido, mas ele transmite muito do momento que estou vivendo, pois quando pensamos que tínhamos perdido o melhor surgem novos caminhos, novas possibilidades e esta revista nasce justamente para me provar isso: que há uma constelação, que basta apenas olhar para o céu e contemplar. A Young é a prova que devemos acreditar em nossos sonhos, traçar objetivos, planejar, programar e viabilizar da melhor maneira. Conto com você nas futuras edições. Quero que escreva, fale o que achou da revista e, assim, nos ajudará a escrever o próximo número e deixá-lo ainda mais interessante. Seja bem vindo e até breve!
Publicidade Ligia Sando publicidadeyoung@gmail.com Impressão Mundo Digital www.mundodigital.com.br Tiragem 30 mil exemplares Auditoria
“Tiragem auditada pela BDO Trevisan Auditores Independentes.” Distribuição A Revista é bimestral, distribuída gratuitamente através de blitz, em escolas de ensino médio,cursinhos e universidades de São Paulo, Confira os pontos de distribuição www.revistayoung.com.br Revista Young não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nas matérias assinadas. A Revista Young é uma publicação da Fênix Comunicação CNPJ 10.853.374/0001-03 Rua Umuarama, nº 42 Parque José Alexandre São Paulo - SP CEP: 06321-270
Denise Camargo revistayoung@gmail.com 4
Foto: Sylvia Gosytonyi | Modelo: Bridilla Gobbi
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* Veja regulamento no site www.saocamilo-sp.br. ww.saocamilo-sp.br.
is d a n sio s fi ro p s ore ista h l e s m human ados ores o on nteri ma em i r s i o g F a rv ( ) borda supe tivas a s A ( ) stágio altern s E ( ) odas a Inscrições T ( ) abertas.
Vestibular 20/06
A saúde a além da saúde.
Ensino baseado na ética, no respeito à vida e na discussão das questões mais importantes do nosso tempo.
• Administração Linhas de formação específicas em Empresas e Hospitalar
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• Pedagogia 1º lugar na cidade de São Paulo no ENADE 2005
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Estrelas recebidas no Guia do Estudante 2008/2009 – Editora Abril.
Único curso superior particular do Brasil com nota 5 no CPC do ENADE 2007
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Geração ponto.com Crédito estudantil Giro musical Carreiras Sexo sem tarja Saúde Viagens Por ai
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Perfil Cuide-se Fique de olho Capa Blog Voluntariado Mudança de direção Garimpo Hi-tech
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Fotos Franco Giovanella
Geração ponto.com Por Priscila Trindade/Edição: Kalu Brum
Fo r ma c aç ã o em um C l ic k Você é daquele tipo de pessoa que chega em casa e a primeira coisa que faz é ligar seu computador? Descubra como usar a net para fazer um curso universitário a distância. Basta ter um computador com acesso a internet e pare de usá-lo apenas para acessar seu blog, Orkut ou MSN. Você está com esta revista na mão louco para estar na frente de seu computador? Se sua resposta é sim você é um sério candidato a fazer um curso universitário à distância. Para isso é preciso concentração e disciplina para estudar. Ou seja, nada de deixar o MSN ligado e conversar com os amigos. Estar concentrado e manter uma rotina de estudos são itens fundamentais para quem pretende cursar uma faculdade online. Embora seja uma prática pouco utilizada no Brasil, alternativa tem conquistado milhares de simpatizantes no país inteiro. As vantagens são: •Flexibilidade de horários (você pode dormir até meio-dia) •Economia com gastos de locomoção e transporte. Mas principalmente porque os cursos de EAD – Educação a Distância – estão ganhando cada vez mais respeito no mercado educacional. Voltado para todas as idades e não somente para os adeptos das novas tecnologias, o curso pode ser uma excelente opção para quem sofre com a falta de tempo. Uma prova da boa aceitação entre os estudantes é que em 2008 a modalidade registrou, segundo levantamento do AbraEAD – Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e à Distância, um crescimento de 24,9% no número de alunos em relação ao ano de 2007. 8
TUDO SE TRANSFORMA Não é de hoje que a educação à distância atrai alunos. Essa modalidade de ensino surgiu no final do século 19, bem antes da informática. A primeira forma de EAD foi por correspondência. As pessoas utilizavam o correio para o envio de textos. Com o tempo e o nascimento de novas tecnologias, vídeos e fitas-cassete também passaram a ser enviados. A década de 90 foi marcada por muitas transformações, especialmente por conta do surgimento da internet. O uso de novas ferramentas aprimorou a comunicação à distância entre aluno e professor e atualmente a EAD continua sendo aperfeiçoada. E devido ao aumento de alunos e cursos, o governo federal oficializou em 1996, os processos de ensino que não utilizavam a sala de aula.
TESTARAM E APROVARAM A falta de tempo fez Marcele Rocha, 30 anos, matricular-se no curso de graduação em Pedagogia para Séries Iniciais de Ensino Fundamental na UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, em 2003. Depois de se formar em 2006, ela fez ainda um curso complementar em Educação Infantil e uma pós-graduação em Gestão Escolar. “Tenho certeza que no curso a distância eu adquiri mais conhecimento, pois eu fazia muitas pesquisas e trabalhos. Nas aulas presenciais havia um articulador que me auxiliava a tirar dúvidas por
ONDE ESTUDAR Os dados da AbraEAD mostram também que o número de instituições credenciadas, nos últimos três anos, cresceu 54,8% para atender o aumento na demanda de alunos. Só no ano passado, o aumento foi de 14,2%. A quantidade de instituições de ensino superior que ministram cursos de graduação à distância saltou, em sete anos, de 7 para 77. De olho nessa tendência, a UNAR - Centro Universitário de Araras, implantou cursos online nesse ano. Ricardo Camargo, representante de cursos da instituição, estima que cerca de 1 mil alunos vão participar dessa modalidade educacional somente no segundo semestre. “Resolvemos incluir esta opção porque fizemos uma pesquisa há três anos e 70% dos entrevistados responderam que prefeririam estudar perto de casa por ser muito cansativo se deslocar do trabalho ou de casa até uma faculdade”. Para 2010, o profissional planeja ampliar esse projeto para outros estados do País. Segundo Ricardo, o aluno da UNAR tem direito a consultas na internet durante três vezes por semana em qualquer horário do dia. “O estudante tem um suporte do canal 0800 e da área online em que pode interagir com um coordenador para tirar dúvidas, além de poder contar com a infraestrutura do local, como por exemplo, utilizar a sala de informática.”
Fotos Michal Zacharzewski
meio de chats ao vivo diretamente com o professor”, diz. Atualmente, Marcele é professora na rede municipal de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Para Rita Maria Lino Tarcia, presidente do conselho fiscal da ABED - Associação Brasileira de Educação à Distância e professora e pesquisadora do laboratório de educação à distância da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a grande procura pelas graduações EAD se justificam devido às vantagens em relação às aulas presenciais. “No curso presencial você tem exclusivamente como situação de aprendizagem a sala de aula com o professor; já nas aulas a distância você tem um ambiente virtual, videoconferência, material complementar impresso, etc. Essa riqueza de recursos ajuda o aluno que está interessado em aprender”. Além disso, Tarcia diz que percebeu um aumento na busca por informações no Ministério da Educação e nas instituições educacionais. “O entendimento e a regulamentação da modalidade vem se tornando mais claros para as pessoas. Isso auxilia a ter mais clareza sobre como funciona o curso e qual o comprometimento de cada um”, afirma.
DICAS -Para escolher um curso à distância verifique a instituição responsável, sua idoneidade e reputação, bem como dos coordenadores e professores do curso; -Colha impressões de alunos atuais e ex-alunos do curso. Caso você não tenha contato com nenhum, solicite aos responsáveis indicações de nomes e contato; -Confira ou solicite informações sobre a estrutura de apoio oferecida (suporte técnico, apoio pedagógico, orientação acadêmica, etc); -Preste atenção também na seriedade do atendimento quando solicitar informações; -Verifique se você atende aos pré-requisitos exigidos pelo curso; -Avalie o investimento e todos os custos, diretos e indiretos, nele envolvidos; -Para o caso de cursos que conferem titulação, solicite cópia ou referência do instrumento legal (credenciamento e autorização do MEC ou do Conselho Estadual de Educação) no qual se baseia sua regularidade;
Para saber mais: www.ararasbrasil.net Mais informações podem ser adquiridas no site da ABED (http://www2.abed.org.br). A lista de cursos reconhecidos pelo MEC pode ser acessada na página da Secretaria da Educação à Distância (www.mec.gov.br). 9
Foto Holger Dieterich
Crédito estudantil Por Taís Ribeiro
C réedi t o d o s so n h o s Não se trata de um cartão de crédito ilimitado. Nesta matéria você vai conhecer financiamentos estudantis que podem ajudar você a cursar uma universidade Para que nosso país possa se desenvolver é preciso que você e mais outros milhões de jovens brasileiros entrem na universidade. É bem verdade que a “facul” é o melhor lugar do mundo para a gente se divertir, fazer muitos amigos e ter as melhores lembranças de nossas vidas. Mas é lá que a gente aprende uma profissão, coloca o cérebro para produzir algo bom para o mundo. O governo, aquela entidade que todo mundo adora xingar, há algum tempo percebeu que precisava garantir o nosso acesso às universidades, faculdades e centros universitários do ensino privado. Afinal perceberam que as universidades públicas são muito concorridas e escassas. Quem conseguiria arcar com as altas mensalidades? Por isso no ano de 1999 foi criado o FIES - Fundo de Financiamento Estudantil para substituir o Programa de Crédito Educativo e financiar a graduação no Ensino Superior. Em 2005, foi a vez do Prouni - Programa Universidade Para Todos que oferece isenção de 10
alguns tributos às instituições de ensino que aderem ao Programa. A finalidade é a concessão de bolsas de estudos para estudantes de cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Em resumo, se sua conta bancária e de sua família está no vermelho, você pode fazer sua faculdade com apoio do governo. Essa é realmente uma excelente notícia. Vá em frente e continue a ler esta reportagem para entender como esses programas funcionam. Nós conversamos com a Secretária de Educação do Ensino Superior do Ministério da Educação, Maria Paula Dallari Bucci, para explicar como se beneficiar com estes créditos estudantis e garantir o diploma universitário com a ajuda do Governo Federal. RY - Quais são os créditos estudantis existentes para quem pretende cursar o Ensino Superior? MEC - São duas as iniciativas oferecidas pelo Minis-
Foto Harrison Keely
Podem concorrer ao FIES alunos matriculados em cursos de graduação de instituições particulares e que participam ao Processo Seletivo e que tenham avaliação positiva do MEC.
tério da Educação: o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O Prouni oferece bolsas de estudos voltadas para os estudantes que saíram do ensino médio da rede pública ou da rede particular na condição de bolsistas integrais e que comprovem ter renda per capita familiar máxima de três salários mínimos. Já o FIES é administrado pela Caixa Econômica Federal e destinado a financiar a graduação no ensino superior de estudantes que não têm condições de arcar integralmente com os custos de sua formação. RY - Quantas pessoas já se beneficiaram com estes projetos? MEC - Desde 2005, ano de início do Prouni, 434 mil alunos já foram beneficiados com bolsas de estudos. Em relação ao FIES, 520 mil estudantes já tiveram acesso ao financiamento. (Fonte: MEC 2008) RY - Quais os benefícios oferecidos? MEC - Principalmente as taxas de juros que são bastante reduzidas. O FIES
tem taxas fixas de 3,5% ao ano para estudantes dos cursos de licenciatura, pedagogia, normal superior e das carreiras incluídas no Catálogo de Cursos Superiores de Tecnologia, e de 6,5% ao ano para estudantes dos demais cursos. Outra característica é a modalidade da Fiança Solidária. Os candidatos ao financiamento podem se associar a outros estudantes e formar grupos de 3 a 5 fiadores solidários, todos matriculados na mesma universidade. Nesse caso, não há a necessidade de comprovação de renda e os estudantes tornam-se fiadores entre si, responsabilizando-se reciprocamente pelo pagamento das prestações de todos os participantes do grupo. RY - Quais os critérios para ser beneficiado? MEC - Para concorrer ao Prouni, o estudante deve ter feito o ensino médio na rede pública ou na rede particular na condição de bolsista integral. Como o Exame Nacional do Ensino Médio é utilizado no processo seletivo, o aluno que concorrer a uma bolsa do Prouni deve, necessariamente, ter feito o exame. Para concorrer à bolsa integral de 100%, o aluno deve ter renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio; no caso da bolsa parcial de 50%, a renda deve ser de até três salários mínimos. No caso do FIES, podem concorrer os alunos regularmente matriculados em cursos superiores de graduação não gratuitos oferecidos por instituições que tenham aderido ao processo seletivo e que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação. 11
Crédito estudantil
Fotos Arquivo Pessoal
Esperança e determinação Bruna Lima de Oliveira, graduada em enfermagem, na Uniban, através do benefício do Prouni.
RY - É um processo acessível? MEC - São processos acessíveis a todos que comprovem a documentação exigida e tenham o perfil socioeconômico. Acesse o site http://portal.mec. gov.br para verificar relação de documentos exigidos. RY - O que dizer para as pessoas que pretendem cursar o Ensino Superior e não possuem recursos financeiros? MEC - Esses dois programas tem exatamente o objetivo de ampliar o acesso da população ao ensino superior. A cada ano mais bolsas são oferecidas e mais crédito é disponibilizado. Vale destacar que no caso do bolsista parcial do Prouni, ele ainda tem a possibilidade de financiar pelo FIES o restante da mensalidade a ser paga.
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Se você está pensando que este é mais um daqueles projetos que beneficiam só pessoas que você nunca ouviu falar, se enganou. A Bruna Lima de Oliveira, 24 anos, é uma jovem baiana que sempre teve o sonho de ser enfermeira por ver sua mãe, sua grande inspiração, a cuidar voluntariamente de pessoas na comunidade em que viviam. Ela queria muito fazer uma faculdade, mas a falta de condições financeiras para pagar uma instituição fazia com que o sonho fosse tão real como passar uma noite com o Cauã Reymond. Fez o curso de Técnico de zootecnia oferecido em uma escola pública da região, embora quisesse mesmo enfermagem. Um dia, seus parentes que moram em Jandira, Interior de São Paulo e conheciam seu sonho, propuseram que viesse para São Paulo se preparar e concorrer às vagas de instituições paulistas. Foi no cursinho que conheceu o Prouni e tentou a bolsa integral para o Curso de Enfermagem na Universidade Bandeirantes. Ela fez o Enem e testes na própria faculdade que avaliaram suas necessidades e, em 2005, iniciou o tão sonhado curso. Segundo ela, não foi complicado conseguir a bolsa e na época que tentou o benefício, o Governo Federal acabara de lançar o projeto e conseguiu bolsa integral. Em dezembro de 2008, Bruna se formou depois de muita dedicação, estudo e barreiras sociais. “Hoje em dia as coisas estão mais fáceis de fato, porém aumentou a concorrência. Tem de se esforçar, quebrar barreiras tanto financeiras como culturais, pois por ser do Nordeste tive de lutar contra a discriminação. É preciso que o jovem seja mais confiante no seu potencial e acredite em seus sonhos”, aconselha. O recado que a enfermeira-babá Bruna deixa para os jovens é que mirem em seu exemplo e sejam perseverantes. Hoje ela agradece ao apoio do Governo Federal e dedica o diploma ao seu esforço pessoal e de sua família, que sempre estiveram ao seu lado dando incentivo e apoio ao seu projeto de vida.
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Hiran Eduardo Murbach,
Foto Divulgação
I t s n o t m e, i t s yo u Parte de uma geração de cantoras pop que são mais famosas pelos barracos e bebedeiras, e que frequentam mais os tablóides do que as revistas musicais, Lily Allen lançou no início deste ano seu segundo álbum It’s not me, it’s you, mostrando que realmente é mais do que apenas um rostinho bêbado e arruaceiro. Após o sucesso de “Allright, Still”, de 2006, manteve-se na mídia pintando o cabelo, aparecendo de topless, engordando e emagrecendo e, principalmente, por sua língua afiada e ferina. Língua essa responsável por seus maiores sucessos. Se no primeiro álbum ela falava mal do ex-namorado e do irmão, neste ela dispara sua metralhadora giratória pra todos os lados. Mas é isso que todos esperavam: seu humor ácido somado a melodias grudentas e sua voz deliciosamente desafinada. It’s not me, it’s you tem tudo para ser um dos melhores do ano, num mundo onde musas pop substituíram os rockstars no quesito baixarias.
Foto Divulgação
Giro musical
na casa dos 30 e poucos anos, advogado de profissão, escritor por vocação e baixista numa banda de rock por teimosia
Nãa ga r a g em Toda banda, por mais famosa que seja, um dia começou em uma garagem, um quintal, uma salinha ou mesmo um estúdio. Antes de fazer sucesso, os integrantes tiveram de aprender a tocar, um se adaptando ao estilo do outro. Antes de compor ‘hits’, tocaram muitas músicas de outras bandas e escreveram um monte de baboseira. E, finalmente, antes de fazer sucesso e encher estádios, foram completamente desconhecidos e tocaram em lugares inimagináveis. E em uma rodada nos bares da vida é fácil encontrar milhares de grupos musicais, dos mais diversos tipos, buscando a luz do estrelato. Muitos talentos estão espalhados por aí, aguardando o momento certo de ocupar o mesmo lugar de seus ídolos. Por isso, este espaço será utilizado para apresentar bandas novas, ainda sem a devida publicidade. Você tem uma? Escreva para revistayoung@gmail.com 14
Nãa o im p o rta o caminho A música está espalhada em todas as mídias. Vimos a música no cinema (além da trilha sonora e dos musicais, existem diversos filmes baseados em personalidades da música ou tendo esta como mote principal), na literatura (biografias, romances e afins), na internet (popularização do MP3, trilhas sonoras de jogos), nos comerciais de televisão, ou seja, em todos os lugares que você possa imaginar. Isto porque a música tem um poder de penetrar na mente das pessoas mais fácil do que qualquer outro meio, basta lembrar quantas vezes você se pegou cantarolando uma canção, mesmo que não goste dela. A música traz de volta lembranças de um episódio feliz, ou faz com que nos lembremos de uma pessoa que já não faz mais parte de nossa vida. Bastam poucos acordes ou algumas frases para isto. E é exatamente por isto que ela fascina tanto, é este o poder que ela tem, e isto justifica o fato dela estar presente nos mais diversos meios, e é o que pretendemos escrever por aqui.
Foto Arquivo Pessoal
Larissa Barbeiro da Cruz, 28 anos, de Belo Horizonte, formada em música.
A a rt e d e c r ia r m el o dia s Cantar, tocar algum instrumento ocasionalmente pode ser um hobby prazeroso ou até mesmo uma forma de relaxamento e de extravasar energias. Porém, se você precisa mais do que isso, pretende seguir carreira como músico profissional, é necessário estudar muito. Hoje, no país existem dezenas de instituições que oferecem o curso de bacharelado em Música e na maioria delas, além do vestibular convencional, a vivência musical e prova de aptidão são pré-requisitos no processo seletivo. Para saber um pouco mais do curso e do que ele pode agregar para a carreira conversamos com a mineira Larissa Barbeiro. Confira!
Por que você decidiu fazer faculdade de música?
Tinha interesse por medicina e comecei a estudar para isso, mas no meio do caminho vi que a paixão pela música era muito maior. Queria aprender mais e tinha facilidade com o tema, então, fui estudar música. Comecei a estudar piano aos 7 anos. Depois de dois anos de estudos, parei e voltei aos 14 anos.
Em que você se focou durante o curso?
Piano (concentração maior - 4 anos) e Regência (concentração menor - 2 anos)
O que a faculdade agregou para você?
Na faculdade eu aprimorei muito as técnicas para execução, desenvolvi a percepção musical (conhecer notas e ritmos “de ouvido”), trabalhei harmonia, contraponto, orquestração, composição, educação musical, história da música, influências, além de desenvolver um senso crítico mais apurado em relação a música na sua estética e forma.
E qual a utilização destes conhecimentos no seu dia a dia?
Alguns muito específicos como a harmonia, contraponto, orquestração e composição são voltados aos regentes e a quem trabalha compondo ou fazendo análise musical. A execução é para os concertistas e a educação musical, história da música etc é para quem atua com educação. Como atualmente não trabalho com música, a atividade é mais como um hobby, uma paixão. Estou aprendendo a tocar violão sozinha, já toquei flauta doce e um pouco de violino. Até três anos atrás eu trabalhava com regência de corais nos finais de semana e também já estudei canto lírico e sacro. Também dei muita aula de piano e coordenei uma pequena escola de música.
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Foto Franco Giovanella
Carreiras No curso de gastronomia, desde o primeiro ano você terá matérias práticas na cozinha, como preparação de drinks e cocktails, cozinha brasileira, sobremesas, confeitaria e doceria, entre outras. 16
Se u l uga r e na c o z i n ha! Quem trabalha com gastronomia não cuida apenas do preparo de refeições. Além de criar e elaborar pratos, o profissional atende clientes, supervisiona o funcionamento da cozinha, planeja cardápios e pode também atuar na administração do restaurante. O trabalho de um bacharel em gastronomia é sempre realizado em equipe. Em um restaurante, por exemplo, vários cozinheiros trabalham ao mesmo tempo para fazer os pratos. Já o especialista em gestão do negócio tem que coordenar o trabalho de maîtres, garçons e outros profissionais, para que o cliente saia sempre satisfeito.
treinar os funcionários, elaborar a tabela de preços, fazer contrato com clientes, bolar estratégias de marketing, entre outras atividades.
Ingressando no mercado
O CURSO
Para se formar, as faculdades exigem o cumprimento de um período de estágio, que pode ser feito em restaurantes e hotéis. Aproveite essa oportunidade para entrar logo no mercado de trabalho, procurando vagas nas áreas que mais lhe interessam. Uma boa ideia é também começar a preparar pratos para festas dos amigos, treinando os conhecimentos que você adquiriu no curso e aproveitando para fazer propaganda das suas habilidades.
Dia a dia
Mercado de trabalho
Você vai passar boa parte dos quatro anos de graduação dentro das cozinhas experimentais, aprendendo a elaborar diferentes pratos, e nos laboratórios de bioquímica e biologia. Como o curso é de meio período, você terá tempo para se dedicar aos estágios e a cursos de idiomas, que são um diferencial na hora de batalhar por uma vaga ou especialização. Em algumas universidades, você vai conviver muito com os alunos de hotelaria e nutrição, já que esses cursos têm muitas disciplinas em comum com gastronomia.
O mercado para este profissional está aquecido. As melhores vagas e salários são oferecidos a quem tem conhecimentos especifícos em determinada área da gastronomia. Por isso, é importante fazer cursos e viagens internacionais para aprimorar o currículo. Entre as ocupações mais procuradas, estão chefs de cozinha, confeiteiros, maîtres e sommeliers. As melhores oportunidades estão em restaurantes de cozinha internacional. Esses estabelecimentos, em geral, têm uma política que permite o crescimento na carreira. É comum dar os primeiros passos no mercado como auxiliar de cozinha e chegar a posições como maître ou chef. Os estados com maior demanda são Rio de Janeiro e São Paulo. Mas, com o aumento do número de hotéis e resorts de luxo, a região Nordeste também se tornou um mercado crescente para profissionais especializados em alta gastronomia. Em cozinhas industriais, há uma grande procura por especialistas em gestão de negócios. Outro ramo em crescimento é o da assessoria e consultoria. A abertura de novas cafeterias no Brasil e o lançamento de marcas de cafés especiais no varejo estão abrindo espaço também para os baristas.
Disciplinas Se você está ansioso para colocar as mãos na massa literalmente, não vai se decepcionar. Desde o primeiro ano do curso você terá matérias práticas na cozinha, como preparação de drinks e cocktails, cozinha brasileira, sobremesas, confeitaria e doceria, entre outras. O currículo também apresenta matérias teóricas da área de biológicas, como bioquímica, microbiologia e química culinária. Estas disciplinas são importantes para que você aprenda a composição dos alimentos e possa planejar cardápios balanceados. Você terá também matérias ligadas a administração, como funcionamento de restaurantes, desenvolvimento de pessoal e qualidade na prestação de serviços, além de sociologia, marketing, ética e psicologia. Essas aulas vão ensinar você a supervisionar o funcionamento da cozinha,
Para saber mais: www.ikwa.com.br 17
Foto SXC
Sexo sem tarja
Sexo ver ba l Filho, o que você quer ser quando crescer? Sexólogo, mamãe! Consegue visualizar esta cena? Alguns pais sonham com os filhos médicos, advogados e outras tantas profissões convencionais. Já a carreira de sexólogo, talvez por falta de informações, ainda desperta estranheza em muita gente. Acho que na expressão de médico e louco todo mundo tem um pouco poderíamos adicionar a profissão sexólogo. Afinal, quem não tem problemas sexuais conhece sempre alguém que tem. Mas você sabe o que faz um sexólogo? Bom, não existem graduações em sexologia e, sim, especializações e cursos complementares. Não se anime, os cursos são teóricos e não práticos, viu? Outro quesito que gera confusão é o fato de dois profissionais serem intitulados como sexólogos. Então, vamos colocar os pingos nos “is” ou....Deixe para lá o que vamos colocar. Há profissionais que estudam Educação Sexual e trabalham como orientadores, ministrando aulas, palestras e cursos (teóricos, hein!). Para fazer esta especialização é necessário ter formação nas áreas médicas, comunicação (será sexo oral?), educação, psicologia etc. Mas, para atender como Terapeuta Sexual, tratando o paciente clinicamente, é preciso ser médico ou psicólogo. Estes cursos são relativamente novos, pois até 1997 poucas informações existiam no Brasil. Um dos pioneiros dos estudos da sexualidade humana no País foi o já falecido médico ginecologista e professor Nelson Vitiello. Foi ele que, em meados da década de 90, iniciou projetos educacionais em parcei18
Foto Divulgação
Na sala de aula, os alunos contam com a participação de atores para simular situações do dia a dia, seja em sala de aula ou no consultório.
ra com a Universidade do Grande ABC e a Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash). Atualmente há inúmeras instituições que oferecem a especialização. Um deles é o Centro do Conhecimento da Sexualidade Humana- IPEXP, criado por sócios e alunos do Vitiello, após o seu falecimento. O Instituto oferece duas pós-graduações Lactu Senso, em Educação e Terapia Sexual, ambas com duração média de 18 meses. Duas opções de extensões universitárias (CEUS E CEUTER) dos mesmos temas, com duração de 5 meses e um curso de 36 horas, de capacitação em Sexualidade Humana, direcionado para qualquer interessado no assunto, sem a necessidade de uma graduação universitária. À frente da instituição está a médica Sylvia Marzano, uma das poucas urologistas no Brasil, já que mulheres nesta especialidade representam menos de 1% (cerca de 35 mulheres), dos profissionais da especialidade no País. E a médica
é realmente uma pioneira: formada há mais de 30 anos, foi a terceira mulher a se especializar em Urologia em São Paulo. Não pense que foi fácil, ela teve que lidar com o preconceito de amigos e até professores. No entanto, ao longo desses anos, provou que todos estavam errados. Começou atendendo apenas a urologia infantil. “As mães preferem as médicas urologistas, pois ficam mais confortáveis com outra mulher examinando seus filhos”, explica. Atualmente cerca de 70% dos pacientes que ela recebe em seu consultório são adultos. Sylvia fez a especialização em Terapia Sexual em busca de respostas para seus pacientes. “Muitas pessoas me procuravam para tratar clinicamente problemas que não necessitavam de medicação e sim de orientação, informação ou mudança comportamental”, esclarece. Para ela o curso de educação sexual é fundamental, em qualquer idade ou classe social, mas principalmente nas escolas e entre os
jovens. Ana Cristina Canosa, coordenadora do curso de Educação Sexual do Centro Universitário SalesianoUNISAL é mais uma discípula de Nelson Vitiello e concorda com Sylvia. “Acredito que a curso de educação sexual é mais importante que a terapia, porque através dele trabalhamos a prevenção. É importante que professores, formadores de opinião, líderes estudantis, representantes de ONG, façam esse curso e transmitam esse conhecimento para sua comunidade, seu grupo em geral”, salienta. Ana Cristina Canosa criou o curso de pós-graduação para o qual ministra aulas inclusive para religiosos que estudam na Universidade e, também, para os alunos em geral. Segundo a profissional o curso tem ganhado uma visibilidade maior nos últimos anos graças aos trabalhos iniciados por Vitiello. Jovens a partir de 17 anos podem fazer os cursos e serem propagadores desse conhecimento.
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Foto Divulgação Laura Muller é jornalista e educadora sexual, pós-graduada pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash).
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Ela ficou conhecida nacionalmente como a sexóloga do programa Alta Horas, apresentado por Serginho Groismann, nas madrugadas de sábado, na Rede Globo. Trabalha como colunista de comportamento e sexualidade e escreve artigos e reportagens eventuais para revistas. É palestrante, atuando em escolas, empresas e congressos científicos. A trajetória de Laura Muller, como sexóloga, começou há cerca de 12 anos. Na época ela editava uma das mais conceituadas revistas femininas do país. Escalada para cobrir a editoria de sexo, percebeu que faltavam informações sobre o assunto e existiam poucos especialistas na área. Resolveu estudar o tema e fez vários cursos e entre uma especialização e outra, surgiu uma paixão pela profissão. Logo estava ministrando oficinas e palestras, mas no final desses eventos, os participantes a procuravam para saber se ela atuava clinicamente. Foi assim que ela voltou para as cadeiras universitárias e graduou-se em Psicologia. Hoje é psicóloga clínica especialista em sexualidade pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash). Professora convidada dos cursos de pós-graduação em Educação e Terapia Sexual da Unisal (Universidades Salesiano), Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) e FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Autora de dois livros sobre o tema, ela atende pacientes em seu consultório na zona sul de São Paulo, e se desdobra para cobrir uma longa agenda. Em um bate papo informal pelo telefone entre uma atividade e outra, a especialista conta que “Uma das dúvidas mais freqüentes entre os adolescentes homens é sobre o tamanho do pênis, o medo de não saber como satisfazer a parceira na hora H e principalmente como prorrogar o orgasmo. Já entre as garotas a dúvida é saber qual o momento certo para transar e como ter orgasmos.”
A primeira vez, prevenção da gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, mudanças que o adolescente experimenta em seu corpo e o prazer na relação amorosa. São algumas das questões que Laura Muller aborda no livro “500 perguntas sobre sexo do adolescente”. O resultado são perguntas e respostas que originaram em um texto fácil de ler e consultar. 500 Perguntas sobre sexo do adolescente Editora Objetiva, 256 páginas Preço Sugerido: R$ 34,90 Com uma abordagem de vanguarda sobre a sexualidade humana e unindo-a a ensinamentos milenares, como massagens e exercícios orientais, Laura Muller em parceria com o Dr.Nelson Vitiello, presidente da Sociedade Brasileira de Estudo em Sexualidade Humana, escreveu também o livro “500 perguntas sobre sexo”, que responde as principais dúvidas sexuais de homens e mulheres de diferentes idades. 500 Perguntas sobre sexo Laura Muller e Nélson Vitiello Editora Objetiva, 256 páginas Preço Sugerido: R$ 39,90
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Sexo sem tarja
Ela soó fa la em sexo
Saúde
Fotos: Tosaporn Boonyarangku
Kalu Brum, é Jornalista, Educadora Ambiental, Yogue, Mãe, Ecochata e Reikiana
D esl ig ue sua m ent e Você já ouviu falar de meditação? Não é negócio de monge, não. Descubra os benefícios desta prática para seus estudos Quantas vezes depois de um dia agitado, repleto de informações na cabeça, mil coisas a fazer, namorado(a) que não ligou, em vez do tão sonhado sono reparador você se depara com uma terrível insônia? E não importa se você tem 17, 20 ou 30 anos. Isso acontece porque nosso cérebro é treinado para estar sempre acelerado, analisando informações, formulando julgamentos, ponderando situações. O remédio para encontrar uma pausa entre os pensamentos é a meditação. Há quem pense que para meditar é preciso estar em um monastério nas montanhas. Não é preciso abandonar o seu emprego, sua namorada, vender suas coisas no mercado livre. Pesquisas recentes comprovam que a introspecção oferece surpreendentes efeitos com sessões de apenas 10 minutos. Diversos estudos têm demonstrado que pessoas que alcançam este estado de consciência, mesmo que seja por um pequeno período, mostram diminuição de ansiedade e depressão. Essa é uma boa opção para se preparar para o vestibular ou para enfrentar uma semana de provas.
Benefícios comprovados Embora a meditação seja uma prática ligada a culturas e filosofias orientais, são inúmeros os estudos desenvolvidos no Ocidente que constatam seus benefícios para a saúde. A fim de explorar e descobrir a parte exata do cérebro onde a introspecção atua, pesquisadores americanos da Escola de Medicina de Harvard se valeram da mais alta tecnologia para monitorar as atividades cerebrais dos participantes durante este estado de serenidade. Os estudiosos 22
descobriram que a introspecção ativa as regiões do cérebro encarregadas pelo sistema nervoso independente, que rege as funções no nosso corpo como digestão e pressão sanguínea. Já os cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, dizem ter evidências de que a meditação diminui o nível de ansiedade e cria um estado emocional mais positivo, com reflexos no nível de anticorpos no organismo. No Massachusetts General Hospital, afiliado à Universidade Harvard, neurocientistas observaram melhora em pacientes com depressão, ansiedade e estresse que se dedicaram à prática. Situação parecida ocorreu em Iowa, onde uma pesquisa recente com afro-americanos revelou o poder terapêutico da meditação transcendental em pacientes com hipertensão arterial, doença frequente nesse grupo.
Serenidade No Brasil, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) comprovou a redução da ansiedade pela combinação de exercícios de meditação e respiração. “Meditar é uma pausa necessária para que possamos encontrar a tranquilidade e o equilíbrio em todas as atividades internas e externas que executarmos”, ressalta a psicóloga Arleime Fogaça. Quando conseguimos encontrar este espaço podemos lidar com nossos problemas de uma maneira mais plena e serena, obtendo resultados e soluções muito mais rápidas. No início da prática da meditação é muito comum as pessoas, ao sentarem em silêncio, serem bombardeadas por seus pensamentos. Isso mostra o quanto nossa mente é agitada. O antídoto para isso é prestar atenção na respiração ou em uma frase ou palavra, repetindo esta operação sempre que um pensamento nos pegar”, afirma a psicóloga. Para que a meditação possa gerar benefícios físicos e emocionais, é importante praticar diariamente, de preferência no mesmo horário e local, quando não estiver muito cansado para não acabar dormindo. Uma música suave pode ajudar a tranquilizar a mente e levar à introspecção. Muitos praticantes utilizam-se de mantras, palavras sagradas do idioma sânscrito, o mais antigo da humanidade. (a palavra mantra significa: man= mente e tra = alívio). Portanto, mantras são sons que, ao serem entoados, aliviam e apaziguam a mente. O resultado será, sem dúvida, um aumento de sua tranquilidade, melhora na memória e mais felicidade.
Passos para uma boa meditação - Devemos buscar a introspecção em um ambiente tranquilo e silencioso; - Lembre-se de desligar o telefone e o celular para não ser interrompido; - Sente-se numa postura em que sua coluna possa ficar ereta e confortável. Pode ser sentado numa cadeira, no chão ou encostado na parede; - Faça algumas inspirações e expirações longas. Em seguida, deixe a respiração ficar em seu ritmo natural; - Feche os olhos e relaxe os músculos dos pés à cabeça; - Foque sua atenção na respiração. Se preferir, coloque uma música tranquila para ajudar a relaxar; - O ideal é começar a prática com pelo menos duas sessões ininterruptas e serenas de 10 minutos cada. Uma sessão pela manhã e uma antes de deitar.
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Edson Capoano,
Viagens
Foto SXC
é jornalista e professor de Comunicação e Letras da Universidade Prebiteriana Mackenzie
P e na est r a da Viajar e estudar fora são experiências que dão muita história para contar Sempre tive síndrome de Indiana Jones: viajar, buscando novas aventuras, e voltar ao lugar de rotina, seja a casa ou o trabalho. A sensação de partir, viver experiências novas e trazer o que se aprende delas sempre me fascinou. Acho que por isso hoje sou jornalista, usando o que aprendi em matérias e nas aulas da universidade onde trabalho. Os alunos, aliás, parecem ter essa mesma “coceira” por botar o pé na estrada. Quando me procuram para dividir seus sonhos de viajar eu, mais maduro (mas longe de estar velho, hein!), tento lhes aconselhar sobre como juntar viagem e estudo. Abaixo, conto a vocês algumas dicas para planejar isso bem.
Por que viajar? Viajar amadurece, nos faz valorizar as coisas que já temos, dá novas perspectivas de como mudar a nossa realidade, agrega ao currículo... São tantas vantagens que me lembro da frase “um dia ruim de viagem é melhor que um bom dia de trabalho” Mas é bom ter objetivos. O que se quer em uma viagem? Experiência de vida? Um estágio? Fugir? Achar-se? Perguntar tudo isso a si mesmo é importante para saber as ferramentas necessárias para obter o que se quer. Por isso, seja honesto com você. Não há nada de errado em querer curtir na Europa ou mochilar pela América, trabalhar ou sumir. Só que cada escolha requer algo. E calma para conseguir dinheiro, bolsa de estudos, formar-se ou liberação do serviço. Se Nostradamus não estiver certo, a 24
Inglaterra, Austrália e Califórnia vão continuar onde estão por muito tempo. Bem, a Califórnia talvez não...
Quando ir? Sempre é tempo de botar o pé na estrada. Em todas as opções há vantagens e desvantagens. É bom ressaltar que uma viagem nas férias praticamente não tem ônus nenhum, você viaja e no retorno a vida volta ao normal. Agora, se a ideia for mudar de ares realmente, veja quando e por que viajar para estudar. A viagem durante o ensino médio tem mais cara de aprender uma língua estrangeira e sentir como é viver longe da casa da família. Vale a pena se o estudante não perder os estudos já iniciados por aqui, como por exemplo fazendo um ano integrado de escola estrangeira com a brasileira. Você provavelmente fará muitos amigos e começará cedo uma vida globalizada, com pessoas de outros lugares para te receber em viagens futuras e se hospedando na sua casa. Prepare seus pais para criar um albergue em casa! Se eu pudesse sugerir, o período que me parece melhor viajar é logo após a formatura do ensino médio, com um bom e velho mochilão. Veja se não tenho razão: os estudos obrigatórios terão terminado; você já estará próximo ou no início da maioridade, mas se Deus quiser ainda com a liberdade que desfrutou da adolescência. Muitos jovens ainda não começaram a trabalhar ou tem ocupações de nível médio, que podem ser retomadas no retorno da viagem. Além disso, a próxima etapa que virá é muito importante: a
Foto Arquivo Pessoal
escolha de uma profissão. Geralmente se define isso muito jovem, sem nem saber direito o que se quer ou gosta. Que tal aprender jogando-se no mundo velho sem porteira? Um período sabático pra conhecer gente, lugares, ter experiências e arejar a cabeça parece ótimo. Pelo exterior ou pelo Brasil, sugiro até mesmo tentar bancar a aventura, buscando trabalhos pontuais, semelhantes ao que você pretende fazer no futuro. Vá experimentar na prática antes de escolher o futuro. Vamos lá?
Intercâmbios acadêmicos Já quando se está na faculdade, as opções se ampliam. Há várias Ongs, faculdades e governos com programas de intercâmbio acadêmicos. A vantagem é viajar com um objetivo relacionado à formação, como fazer algumas disciplinas do seu curso universitário em outra faculdade, ou aprender línguas em uma universidade, convivendo com estudantes locais. Na Europa, por exemplo, isso é super comum. Há uma bolsa chamada Erasmus Mundus, que estimula o intercâmbio entre os europeus, e eles adoram conviver com gente de outros continentes. Tente aproveitar o setor de intercâmbio da sua faculdade. Muitos deles têm contatos com instituições estrangeiras, listas de cursos e conhecem os regulamentos, documentos e prazos necessários para inscrição de estrangeiros. Além disso, facilitam a volta aos estudos no Brasil, comprovando o que se fez no exterior e adaptando sua experiência ao curso local.
Especializações Viajar após terminar o curso superior também é legal. Você já tem um diploma superior e talvez mereça umas férias. Porém, deixará de ingressar na profissão escolhida e pode não ser uma boa escolha, afinal, é um período muito importante para o sucesso da carreira. Mas você pode procurar as especializações acadêmicas, chamadas de lato sensu ou master. São cursos de um ano e meio, divididos entre aulas, estudos individuais ou práticas e produção de uma monografia de conclusão. Há inúmeras opções desses cursos, inclusive alguns muito diferentes dos que existem no Brasil. São pagos como quase todo estudo ao redor no mundo, mas seguramente é um diferencial no currículo. A pós-graduação stricto sensu é a opção mais longa. O doutorado serve para aprofundar o conhecimento sobre uma área, gerando novas teorias sobre o tema que está se estudando. Leva de dois a quatro anos, com a possibilidade de se dar aulas em faculdades. Instituições brasileiras como Cnpq e Capes oferecem bolsas para estudo completo no exterior ou para os cursos sanduíche, metade no Brasil, parte no exterior.
A minha maior aventura Eu não tinha grana, mas sempre quis ir à Espanha. Era professor de espanhol e explicava coisas que não conhecia pessoalmente. Mas me formei em jornalismo e os objetivos mudaram. Busquei, então, bolsas que relacionassem línguas estrangeiras à atividade jornalística. E encontrei! Uma fundação espanhola que premia jovens jornalistas com uma bolsa de seis meses em Madri, um salário em euros, trabalho em mídia espanhola e cursos sobre Europa: www.programabalboa.com . Pude conviver com os 20 colegas latinos da minha edição e com eles aprendi tanto sobre nosso continente quando do velho mundo. Trabalhei com europeus na Agência EFE, a quarta maior agencia de notícias do mundo, onde treinei métodos diferentes de trabalho que havia praticado. E viajei muito, muito mesmo, por 22 cidades da Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha, Holanda e Turquia. No total, já visitei 14 países. Legal, né? Hoje escrevo para jornais espanhóis e latinos como correspondente e estou fazendo um programa de TV sobre jovens latinos e emprego, que na próxima lhes conto. Porém, tudo isso não caiu do céu, por mais que pareça. Tá bom, só um pouquinho, mas na verdade estava preparado quando o destino sorriu pra mim. Era fluente em espanhol, já tinha estagiado como correspondente no Brasil e sabia me virar tanto no serviço quanto na vida. Quando concorri com 800 pessoas pela bolsa, tinha boas chances. Esteja também preparado quando a sorte lhe sorrir e você puder viajar. Porque será a melhor experiência da sua vida. 25
Foto Divulgação Alaya
Por aí
Avent ur a d e t i r a r o foôl eg o Nas férias de julho, feriados prolongados ou finais de semana, Brotas, localizada a 261 km de São Paulo, é diversão garantida o ano inteiro Adrenalina é a palavra que melhor traduz a pequena e aconchegante cidade de Brotas, no interior de São Paulo. Cercada por mais de 30 cachoeiras, formadas pelo rio Jacaré-Pepira, está, certamente, predestinada ao turismo de aventura por ser considerado um dos destinos mais radicais do país. Para quem gosta de sentir fortes emoções, é o lugar certo. Lá é possível praticar bóia-cross (descer corredeiras em um bote inflável), rafting e canyoning. Nas opções “a seco” há tirolesas gigantes, rapel, trekking, mountainbike e off-road por trilhas de mata nativa. Tudo isso de isso de maneira segura e seguindo as normas da ABNT para turismo de aventura, normas que fazem parte do programa “Aventura Segura” do ministério do turismo, e que visa fortalecer e profissionalizar o segmento de natureza e aventura no Brasil. Mas Brotas também tem opções para todas as idades e crianças a partir de 4 anos já podem se aventurar. E se você é do tipo que prefere mesmo o contato com a natureza com menos adrenalina encontrará atividades gostosas como as trilhas, o banho de cachoeira, o mini-rafting, as cavalgadas... E viagem boa é aquela que começa em casa, procurando o caminho, vendo os mapas e reunindo os 26
amigos para um “esquenta”. Se você tem um possante, junte a galera e divida as despesas, assim fica mais barato para todo mundo cair na estrada.
Para chegar até lá Existem três opções de caminho, mas nós indicamos o roteiro pela Rodovia dos Bandeirantes. Siga até Cordeirópolis - Km 168 e, lá, entre à direita na Rodovia Washington Luis (sentido São Carlos/São José do Rio Preto). Permaneça até o km 206B e entre à direita (siga as placas Jaú/Brotas) pela SP 225 ou Rodovia Paulo Nilo Romano. Percorra mais 40 Km até a entrada de Brotas. (Tempo aproximado de viagem 2h30). Não esqueça de levar o ipod (se você ainda não tem um confira a seção hitch tech), escolha uma super seleção dos melhores hits para você e a galera cantar. No caminho se bater aquela fome, há opções de restaurantes da Rede Graal e Frango Assado, para um pit stop básico. Outra alternativa é ir de ônibus. Com saída da Rodoviária da Barra Funda, a empresa Expresso de Prata oferece três horários de viagens diariamente (7h, 11h20 e 18h30), com duração aproximada de 4 horas. A passagem sai a R$ 44,75 (preço cotado no mês de maio/2009).
O que fazer
Brotas definitivamente é a cidade da aventura e respira e transpira turismo. É pequena, aconchegante e com uma dezena de atrativos radicais para você aproveitar durante um, dois, três, quatro ou quantos dias quiser.
Onde ficar
Casarão Hotel - O mais antigo hotel da cidade totalmente remodelado.. Tel: (14) 3653 1438 Pousada Sítio Recanto Alvorada - Tem suítes com camas king size, ar condicionado, frigobar e lareira.- Tel: (14) 3656-5091
Onde comer
Pizzaria Supera - Pizzas em forno à lenha. Praça Benedito Calixto, 141 - Praça da Igreja Matriz. Kioski Sakurá - comida caseira muito gostosa, o restaurante possui pomar e horta . Estrada Municipal BRO-050, km 2.
Quem procurar:
Alaya Expedições Tel.: (14) 3653-5656 www.alaya.com.br
Venha fazer Rafting com os atuais bicampeões mundiais da atividade, na Alaya, em Brotas. Prova de Sprint durante o campeonato mundial de rafting em maio 2009, na cidade de Banjaluka, Bósnia
Rafting KR9 Bóia-Cross Verticália-Arvorismo Canionismo Cachoeirismo Trilha Vôo do Falcão Mini-Rafting Verticalinha
alaya.com.br (14) 3653 5656 faleconosco@alaya.com.br 27
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Perfil
Vi da d e at r iz b ela s esc o l ha s e d esa f io s Raquel Scotti Hirson é atriz. Em uma das peças em que atua, “Café com Queijo”, leva a alma e as histórias do povo esquecido do interior de nosso país para o resto do Brasil e do exterior. E essa é apenas uma de suas faces no LUME, grupo sediado em Barão Geraldo, Campinas, onde atua como atriz-pesquisadora desde1993. Foi lá que Raquel aprendeu a dar forma, corpo e voz a todos os personagens que surgem a partir de suas próprias inquietações artísticas e pela observação precisa e sensível das pessoas que a cercam. Depois de ter cursado faculdade de Artes Cênicas continuou estudando e hoje é Mestre pelo Departamento de Artes Cênicas da UNICAMP, onde cursa Doutorado. Sua trajetória é um exemplo de que a carreira de ator e atriz, mesmo no Brasil, pode ser um mergulho comprometido e apaixonado ao ofício, muitas vezes sufocado pelo “glamour” das capas de revistas de telenovelas. Segundo ela, o teatro, em sua essência, tem o caráter transformador de dar voz e corpo para nossa própria natureza a fim de compreendê-la, transformá-la, reinventá-la e reescrevê-la. Na profissão que escolheu na infância, diz que ainda tem muito a realizar e, por isso, o treino, a pesquisa e o estudo fazem parte de sua vida diária. Em uma das pausas do treinamento com seu grupo conversou um pouquinho com a Revista Young. Para conhecer o resultado de sua arte, as peças “Café com Queijo”, “Um Dia...”, “Shi-Zen”, “7 Cuias” e “O que seria de nós sem as coisas que não existem”, expressam a qualidade de seu repertório de atriz. 28
O que a motivou para ser atriz e estudar Artes Cênicas? Ser atriz era desejo de infância. Sempre participei de atividades teatrais na escola e na minha “quadra” (eu morava em Brasília) não tinha dúvidas de que seguiria essa carreira. O curso de Artes Cênicas me pareceu o caminho mais natural após o término do colegial. Meu pai era acadêmico e me incentivou a descobrir o teatro na universidade.
O que esse curso tem de mais importante para alguém que deseja seguir a carreira teatral? Vejo alguns pontos importantes: um leque grande de informações que proporcionam ao aluno a descoberta de sua área de atuação no teatro, pois o “fazer teatral” é muito amplo e nele existem diversas maneiras, diversos métodos a serem seguidos ou até mesmo criados; é um espaço fundamental para o encontro com outras pessoas que buscam coisas comuns - é onde se forma a maior parte dos grupos; e, há ainda a opção de continuar na universidade, seguindo carreira acadêmica de mestrado, doutorado etc.
Como funciona um curso de Artes Cênicas? Qual a dinâmica das aulas, parte prática, experimental? Há sempre uma parte teórica, onde se estuda História da Arte e do Teatro, além de métodos de grandes mestres como Stanislavski e Grotowski, citando os mais conhecidos. Nas aulas práticas se aborda expressão corporal, dança, voz, técnicas de circo, mímica, criação de cenas, máscara etc. Há ainda a parte de criação onde são produzidos espetáculos ao longo do curso e experimentados todos os aparatos da cena como figurinos, maquiagem, ilu-
minação, sonoplastia, cenário etc.
que garantem nosso sustento.
Como é o início de carreira de um ator e quais as possibilidades de trabalho?
Você continuou estudando paralelamente aos trabalhos no Lume. Como é dividir a carreira e os estudos acadêmicos?
É difícil como qualquer carreira. O ator principiante (e quase sempre por toda a sua carreira), sozinho ou em grupo, deve aprender noções de produção, pois precisará saber contatar possíveis patrocinadores, escrever projetos para editais, enfim, buscar recursos financeiros para realizar seu trabalho, enquanto não se tornar auto-sustentável. Os atores que não trabalham em grupos em geral buscam participar de espetáculos pontuais, em companhias teatrais que abrem audições para projetos específicos. Alguns buscam a televisão como possibilidade de trabalho, fazendo comerciais publicitários ou novelas e outros acabam se especializando na linguagem do cinema. Mas os veículos e as formas de atuação são muito distintos no teatro, na televisão e no cinema.
Qual foi a experiência na época da faculdade que definiu o perfil da atriz que você é hoje? Primeiramente ter conhecido pessoas com as quais me identifiquei e com as quais trabalho até hoje, após 16 anos de formados. Além disso ter conhecido um professor que tornou-se um mestre e de quem decidi seguir os passos e ensinamentos.
Você está no Lume desde o início de sua carreira? Como é a rotina de trabalho de vocês? Sim, comecei no Lume assim que me formei, em 1994. Sempre foi uma rotina de muito trabalho, tanto de treinamentos práticos e pesquisa quanto de tarefas administrativas e de produção
Fiz mestrado e hoje curso doutorado na UNICAMP. No meu caso foi o percurso natural, pois o Lume é um núcleo de pesquisas teatrais e estamos interessados em pensar, escrever e publicar aquilo que descobrimos em nossas pesquisas práticas de treinamento e criação de espetáculos.
Quantos países você já conheceu atuando nesse grupo? O que isso influencia no seu trabalho? Fui a 14 países e em junho irei à Polônia. A troca de conhecimento com artistas estrangeiros traz muitos aprendizados e transforma nosso trabalho. Além disso, a experiência pessoal de conhecer outras culturas engrandece nossas possibilidades criativas.
Qual a maior dificuldade na carreira teatral? Estar em movimento contínuo de busca e aprendizado. É uma carreira para a qual nunca se está pronto e há sempre um novo desafio pela frente.
Vocês do grupo escolhem o que vão montar? Como podemos trilhar uma carreira com essa liberdade de criação? Nossa criação parte única e exclusivamente de nossos desejos e inquietações. Isso é algo que se conquista e todo artista deve buscar. O artista deve ser perspicaz o suficiente para usufruir os meios que estão ao seu alcance para produzir aquilo que quer dizer e manifestar através de sua arte. 29
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Cuide-se
Na l uta c o nt r a a ba la nçc a Engana-se quem pensa que o boxe é um esporte exclusivamente masculino! As mulheres têm reforçado esta categoria esportiva nas academias e a modalidade promete nocautear os famosos “quilinhos” a mais, modelar o corpo e deixar a barriga sequinha.Tanto poder está na queima calórica, afinal em apenas uma hora de treino é possível perder até 600 calorias. Além disso, alivia o estresse e relaxa a mente. Gostou? Nós também! Por isso fomos conferir de perto e conversamos com a professora Letícia Klimas, 29 anos, da Academia BioRitmo das unidades Santana e Paulista, em São Paulo, para conhecer mais sobre os benefícios desta arte marcial. Confira tudo de bom que a prática oferece.
O boxe ajuda a definir o corpo e a relaxar a mente?
Quantas calorias se perde em um treino?
Com certeza. A prática promove grande gasto calórico, ajuda a emagrecer e definir o corpo. Ao mesmo tempo alivia o estresse, pois nos faz pensar nos movimentos, relaxando a mente.
Em torno de 600 calorias por hora de treino, em ritmo forte.
Que outros benefícios a prática oferece? Melhora a condição cardiorrespiratória, força muscular, coordenação motora, reflexos e alivia o estresse. Por ser uma aula em grupo, desenvolve o espírito de coletividade e respeito ao próximo.
A partir de qual idade é possível praticar? 16 anos.
Que exercícios compõem o treino? Treinamos em duplas com aparadores de soco, socos em sacos de pancada e no boneco Bob. Na aula também pulamos corda, fazemos muitos abdominais e flexões.
Como o esporte pode ajudar no processo de estudos? A prática de atividades físicas ajuda no processo de aprendizagem e concentração, pois o corpo e a mente estão ativos. E como existe o alívio do estresse e da ansiedade, a prática ajuda a galera que está nessa fase complicada do vestibular.
Dica da Especialista “Você quer ser um professor de educação física? É preciso gostar não só de atividade física, mas de estudar biologia, química e um pouco de física. E ficar sempre ‘antenado’ no que está acontecendo, nas novidades, pois as informações na área estão sempre mudando, o que exige atualização constante. Tem muito profissional que acha que ter um corpinho bonito basta, porém nós cuidamos da saúde das pessoas, é preciso, realmente, gostar de gente”. 30
B oa s r esp o sta s Durante o período que antecedeu o vestibular e agora na fase de provas, percebo que minha pele fica mais oleosa e as espinhas aumentam. O que devo fazer? Juliana Fernandes, 17 anos, aluna do 1º semestre do curso de Publicidade e Propaganda, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP. A acne é um problema inflamatório da pele, muito frequente na adolescência. Nesta fase ocorre um elevado nível de hormônios que causa um aumento da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas, induzindo o aparecimento de lesões inflamatórias (espinhas) e comedões (cravos), principalmente no rosto, costas e peito. No entanto, o estresse e a preocupação com exames e provas podem, sim, piorar ou aumentar as espinhas. Mas não se apavore! Procure um dermatologista para saber qual o tratamento indicado para o seu tipo de pele e conte com os inúmeros tratamentos oferecidos pelo mercado, inclusive orais, para diferentes graus da acne. Há também a Luz Intensa Pulsada e medicamentos de uso local, todos com ótimos resultados. O grau de atividade da acne vai de 1 a 4 e os produtos abaixo são no máximo para Grau 1. Nos demais casos é preciso associar estes e outros medicamentos com prescrição médica.
Suor excessivo é uma doença? Mariana Silva, 15 anos, Escola Professora Maria Theodora Pedreira de Freitas- FIEB Sim, é uma doença denominada Hiperhidrose e consiste na produção exagerada das glândulas de suor localizada (face, axilas, mãos, pés) ou difusamente (corpo todo). Geralmente estresse, ansiedade ou outro sintoma emocional que deixe o indivíduo em “estado de atenção” ajuda a piorar o quadro. Também é importante ficar de olho na alimentação e evitar condimentos e substâncias ácidas que, em alguns casos, contribuem para acentuar o problema. A Toxina Botulínica é o tratamento que apresenta melhor relação custo-benefício, mas há outros tratamentos com resultados momentâneos, com finalidade antiperspirante e secativa. Existe ainda a possibilidade do uso de tecidos chamados “inteligentes” que são mais ventilados e absorvedores de suor. Em casos extremos há a cirurgia de Simpatectomia parcial da área afetada. Indico o antiperspirante da Vichy que pode melhorar em alguns casos, encontrado em farmácias.
Dicas de produtos Limpeza intensa, no mínimo 2 vezes ao dia, com produtos que regulem a oleosidade: Cleanance Gel – Avené – R$ 76,84 Dermotivin Líquido – Galderma R$ 34,00 Uso de esfoliante mecânico nas áreas de “cravos”, 1 vez por semana: Ionax Scrub – Galderma – R$ 30,00 Esfoliante Epidac – Mantecorp. R$ 45,00 Se houver maquiagem, fazer a remoção prévia antes de lavar a face com os produtos: Deep clean demaquilante Neutrogena – R$ 19,90 Effaclar Eau Demaquillante da La Roche-Posay – R$ 69,90 Proteção solar com hidratação durante o dia: Normaderm FPS 15 da Vichy – R$ 68,90 Hydraphase XL Légère da La Roche-Posay – R$ 67,90 Hidratação antioleosiade noturna: Normaderm Noite – Vichy – R$ 70,90 ClenanceK – Avené – R$ 87,20
Dica da Especialista “Para quem deseja ser médico é preciso saber que existem poucas vagas, para muitos candidatos. É importante durante o curso ser persistente e não desistir nas primeiras dificuldades, pois tem de estudar muito para ser diferenciado ao se formar. Além disso, enfrentar a residência, onde há ainda menos vagas para os que querem ter um título de especialista no que fazem. Mas vale a pena, acredite!
Foto Dilvugação
Fique de olho
Karina Müller, Atriz,jornalista ou jornalista atriz (depende do período), trabalha com teatro para crianças, ama viajar e sonha, em um dia escrever um best-seller. Mas mesmo que não consiga esse feito quer ser escritora e, entre tantos narradores, se inspira em Gabriel García Márquez e Isabel Allende para contar histórias reais e fictícias.
Fo t o g r a f ia s d e pa l c o Cenas de grandes montagens teatrais e a atuação de atores que fazem parte da história do teatro brasileiro estão no livro Fotografia de Palco – 25 anos, da fotógrafa Lenise Pinheiro. Mais do que um registro histórico da produção teatral das últimas décadas, a obra capta flagrantes da sutil arte do ator pelos olhos de quem entende realmente do assunto. Lenise trabalhou com os diretores José Celso Martinez Corrêa, Daniela Thomas, Rodolfo Garcia Vazquez, Antunes Filho, Gerald Thomas e Hamilton Vaz Pereira e, além de participar de mais de 30 exposições sobre teatro, a profissional também é iluminadora e atuou em diversas peças na capital paulista. Em 2006, foi indicada ao prêmio Shell de Teatro - Iluminação com a peça Inocência, de Dea Loher. Buscando o instantâneo das cenas e não apenas o retrato, a publicação é indispensável para quem deseja conhecer a essência do trabalho do ator. O livro está a venda nas lojas das unidades SESC e também pelo site www.lojasescsp.org.br (R$ 108,00).
P r im ei r o pa sso s O SENAC São Paulo oferece uma série de cursos na área de Artes Cênicas para quem sonha trabalhar na área ou está se organizando para começar o projeto de formação de ator. Cursos livres, técnicos e até de graduação são oferecidos em diversas unidades da instituição na capital paulista. Na grade de cursos livres estão básicos de teatro, técnicas de dublagem, interpretação para novela e propaganda, montagem teatral, dramatização para educadores, canto, entre outros. O bacharelado em teatro é realizado no campus de Santo Amaro, tem duração de quatro anos e abrange teatro, rádio, TV, audiovisual e multimídia. As datas e horários dos cursos, períodos, locais e procedimento para as inscrições podem ser vistos no portal www.sp.senac.br. Outras informações no 0800-8832000.
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SÃa o pa ul o o n l i n e Quem está chegando em Sampa ou quem quer conhecer em detalhes as inúmeras opções de lazer e cultura dessa fascinante capital deve acessar o site www.visitesaopaulo.com, da Fundação São Paulo Convention & Visitors Bureau. O portal é uma ótima dica para saber tudo o que está acontecendo na metrópole com dados e informações atualizadas sobre a cidade, eventos, roteiros virtuais (com os principais pontos turísticos). Entre os roteiros temáticos estão dicas de arte, gastronomia, negócios, arquitetura, compras, áreas verdes e, claro, muita diversão. A diversidade de povos, culturas e ideais fazem de São Paulo uma das principais cidades do mundo que merece ser conhecida em suas múltiplas particularidades.
O p o rt un i da d es na n et
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Talento, criatividade, beleza e carisma você tem de sobra, mas não sabe onde pode mostrar todo seu potencial para um início de carreira na TV ou no cinema? A internet pode ser uma alternativa. Agências e portais virtuais garimpam atores, modelos, jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos e profissionais de audiovisual, TV, cinema e vídeo para trabalhos freelancers na rede. No portal de empregos www.telabrasileira.com.br seu currículo fica disponível para produtoras, finalizadoras, agências de emprego, emissoras e empresas da indústria audiovisual no Brasil. Além disso, o espaço disponibiliza a apresentação de portfólios e perfis. São cerca de 1.200 profissionais cadastrados e cerca de 600 empresas que já utilizaram o site na busca de profissionais. O cadastro é gratuito, mas para ter acesso a benefícios adicionais e outros serviços é necessário o pagamento de uma taxa mensal ou anual. Informações pelo email contato@telabrasileira.com.br ou (21) 2274-5883.
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Por Denise Camargo e Juliana Ribeiro/Edição: Kalu Brum
Empreendedorismo
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Jo vens T r a nsfo r ma d o r es Uma ideia na cabeça e um bom planejamento pode transformá-lo em um jovem empreendedor. Com experiência para dar e vender sobre novos negócios Você tem uma grande ideia e a considera criativa? Talvez você não saiba, mas este é o primeiro passo para tornar-se um empreendedor. Não é prendedor, hein! Ana Paula Sefton, consultora do Sebrae, explica que empreendedorismo pode ser entendido como um conjunto de comportamentos e hábitos desenvolvidos e praticados de forma a torná-los capazes de gerir e aproveitar oportunidades, melhorar processos e criar negócios. O empreendedor, por sua vez, é aquele que, frente a uma oportunidade, realiza uma ação que agrega valor econômico e social para si e ou para sua comunidade; que sonha e torna este sonho realidade; que aprende com seus erros e vê alternativas onde todos enxergam dificuldade. Geralmente este sonho nasce junto com um espírito jovem. “O jovem empreendedor tende a demonstrar iniciativa na busca por novas oportunidades, com o diferencial de estar mais antenado com as modernas tecnologias. Eles também estão percebendo outras possibilidades de renda, além do emprego formal, ou seja, estão entendendo que um cargo em grandes empresas não é necessariamente a única forma para ascender profissionalmente ou iniciar a caminhada profissional. E assim levam em consideração a oportunidade de abrir o seu próprio negócio”, afirma Ana Paula. Porém não basta uma ideia na cabeça. É preciso planejar e calcular os riscos. “Neste sentido, o jovem empreendedor tende a lidar melhor com as situações difíceis, mostrando capacidade de resistir e crescer na adversidade”, ressalta a consultora. E muita calma! Antes de correr para abrir sua empresa procure desenvolver um plano de negócios e utilizar os comportamentos empreendedores para descobrir uma boa oportunidade.
Características do empreendedor Algumas pessoas demonstram ter mais características empreendedoras que outras, mas o importante é que estas habilidades podem ser desenvolvidas, com muito empenho, dedicação e vontade. O Sebrae considera dez características essenciais para um empreendedor: • Autoconfiança • Iniciativa e busca de oportunidades • Persistência • Estabelecimento de metas • Planejamento e monitoramento constante • Comprometimento • Busca de informações e Rede rede de contatos • Persuasão • Riscos calculados • Exigência de qualidade e eficiência Se você se enquadrou neste perfil, inspire-se nas histórias de jovens empreendedores que transformaram suas idéias ideias em negócios inovadores e colheram o sucesso de sua ousadia planejada.
Para saber mais: Vale a pena pesquisar o site www.sebraesp.com.br 35
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Uma n o va fa se d o jo g o, c o m p o nt o s a c um ula d o s Videogames são sinônimos de lazer, certo? Não necessariamente. Os jogos que para muitos significam diversão, para Túlio Soria, Rafael Fantini, Guilherme Campos e Caio Chagas é sinônimo de trabalho sério. Há um ano eles venceram a Imagine Cup, a Copa do Mundo dos games, organizada pela Microsoft Corporation. O final do campeonato, realizado em Paris, na França, concedeu aos jovens estudantes brasileiros o prêmio de US$ 25.000. O premiado foi City Rain, um jogo baseado no conceito de sustentabilidade, onde vence quem conseguir construir uma cidade ecologicamente correta. A partir da experiência vitoriosa os rapazes correram atrás do sonho e transformaram o desejo em realidade: usaram o prêmio para abrir o Mother Gaia Estudio, empresa de desenvolvimento de games, em Bauru, SP. De todos os sócios, apenas Rafael terminou a faculdade. Os outros cursam o último ano de Ciência da Computação e Design Gráfico. O membro mais velho da equipe tem 25 anos. “Inicialmente 36
nós trabalhávamos nas horas vagas, em casa, pois todos tinham outros empregos. Aos poucos fomos planejando, até nos dedicarmos inteiramente à nossa empresa. O escritório está montado desde agosto de 2008”, conta Túlio, um dos sócios. Segundo eles, a ideia sempre foi propor produtos inovadores, que quebrassem paradigmas. E é esse espírito inovador que norteia o trabalho do Mother Gaia Estudio. Para continuar assim, os meninos consideram importante marcar presença nas competições e acontecimentos do setor. “Em janeiro fomos para São Francisco, EUA, participar de um evento chamado Games Connection, que reuniu cerca de180 empresas fazendo contatos para troca de experiências”, conta o estudante. Túlio diz que esses encontros proporcionam grande aprendizado. “Com isso, elaboraramos melhor a base da empresa para organizar modelo de vendas e produção”, complementa.
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Trabalho e diversão Em meio a tantos compromissos, o trabalho também acaba sendo divertido. “Temos até um videogame aqui, para desenvolvermos uns estudos”, revela Rafael, com cara de quem adora a tal “hora dos estudos”. “Na verdade, temos regras, mas procuramos manter um ambiente descontraído e agradável. Queremos que este seja um local em que nós gostaríamos de trabalhar se fôssemos funcionários”, explica Caio. De acordo com Rafael, às vezes, durante o estudo de algum jogo, é comum se questionarem “será que eu estou mesmo estudando ou só jogando?”. E Caio completa: “Sempre partimos do princípio de que se a gente não gostar do próprio jogo, não tem como convencer nossos clientes de que ele é bom e vale a pena ser comprado”, conclui. Essa maneira de trabalhar vem dando ótimos resultados. Os projetos também e entre as próximas metas está a negociação com uma empresa canadense para comercialização do City Rain. Além disso, eles estão desenvolvendo um novo jogo para o site do Banco Bradesco Universitário. “Também estamos com projetos de games para IPhone, um mercado no qual queremos entrar com toda a força.
Se tudo der certo, até outubro lançaremos dois jogos para ele, inclusive o próprio City Rain”, adianta Túlio. Hoje, o Mother Gaia conta com oito colaboradores, número que deve crescer, pois a empresa está em fase de contratações. Para essa turma, com ou sem crise econômica, o tempo é de crescimento nos negócios. “Pesquisas mostram que em tempos de crise, aumentam as vendas de jogos no mundo. Os norte-americanos, por exemplo, saem menos, evitam gastar. Então o cara compra um game e fica em casa”, conta Rafael. “Sem falar que muitas empresas mandam embora bons profissionais por causa do corte de gastos. Nessas horas é mais fácil encontrar gente competente, que está por aí a procura de um novo emprego”, destaca. Com a expansão da empresa, os jovens empresários fazem planos para o futuro. “Queremos crescer nesse mercado que é tão pequeno no país, produzindo ótimos produtos que façam tanto sucesso quanto o City Rain, mas mantendo a propriedade intelectual no Brasil. Não é fácil, existem muitas panelinhas e você tem de dar um jeito de entrar, dar a cara pra bater. Estamos correndo atrás, sempre com ideias boas”, finaliza Túlio.
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Fotos: Sylvia Gosztonyi
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H o b by que vi r o u n eg oóc io Aos 25 anos Bridilla Gobbi pode ser considerada uma empresária de sucesso. Há três lançou a marca de bolsas Diavolla, o nome que em italiano é um adjetivo que desde pequena ela escutava muito: suas tias gritavam pela casa, atrás dela, e podemos traduzir como sapeca ou criança muito levada. Ela apenas mudou a grafia, já que em italiano a palavra possui apenas uma letra “ele”. O talento da jovem sempre foi percebido por todos, mas foi aflorado na adolescência. Aos 14 anos, quando foi morar com a família na Nova Zelândia, a garota se viu obrigada a fazer uma opção de curso extracurricular, que incluía opções como marcenaria, culinária e corte e costura. Bridilla, não muito habilidosa com as demais alternativas, optou pelo corte e costura. Mais tarde, de volta ao Brasil, fez cursos na Abra - Academia Brasileira de Arte, além de cursos profissionalizantes na área, pelo Senai. No entanto, por hobby, ela tinha o hábito de cortar as velhas calças jeans e transformá-las em bolsas para presentear as amigas em seus aniversários. As peças criativas e cheias de personalidade logo caíram no gosto de todos e as encomendas começaram a surgir. Isso fez com que ela procurasse profissionais para costurar suas bolsas. Na fase de vestibular, não havia dúvidas de que Moda seria o curso certo para aprimorar o seu talento natural. Depois de prestar vestibular em três faculdades paulistanas, a jovem optou pelo curso na Faculdade Santa Marcelina, instituição que ela credita boa parte de seus conhecimentos e técnicas de criação. 38
Atualização constante Mas não pense que ela parou por aí. Sempre de olho em cada novidade, Bridilla fez inúmeros cursos fora do Brasil e constantemente viaja para captar as novas tendências. Segundo ela, sua fonte de inspiração é qualquer detalhe: um filme, uma música ou até mesmo a gastronomia. Sua última campanha foi criada a partir das produções de Charles Chaplin, que falam da importância de celebrar a vida em cada detalhe. Atualmente, a empresa produz em média 400 peças por mês. Bridilla é responsável pela criação e corte de todas as bolsas, feitas com tecidos de decoração que seguem o conceito de leveza e maleabilidade. Todas as peças possuem nomes como Paty, Lulu, entre outros, numa homenagem que a profissional faz questão de prestar às amigas. Existe, no entanto, uma equipe terceirizada para costurar e fazer o acabamento da produção. Os ótimos resultados, ao longo dos três anos da marca no mercado, fizeram a família de Bridilla também apostar em seu trabalho. Hoje, sua mãe cuida da parte financeira, a irmã mais nova das franquias e novos negócios e o pai, vira e mexe também dá uma força no showroom, localizado em Aldeia da Serra. Além disso, todos estão apostando na abertura de franquias e numa novidade da marca: os sapatos que, no último verão, foram sucesso de vendas em suas lojas. A Diavolla está presente em três endereços em São Paulo e tem planos de crescer e criar filiais em outras capitais como Rio de Janeiro. E Bridilla sempre está buscando novas inspirações, novas parcerias para ganhar ainda mais mercado.
Fotos Arquivo Pessoal
C ui da r da nat ur eza p o d e ser m ui t o l uc r at ivo Os estudantes Leonardo e Matheus, não imaginavam que uma simples ação a favor do meio ambiente mudaria suas vidas e os transformaria em empresários de sucesso. De olho nos estragos causados aos recursos naturais do planeta, os jovens da cidade de Resende, RJ, resolveram ajudar o meio ambiente. O resultado foi a criação da Ecoleta, empresa que derivou do Projeto Viva Óleo. Tudo começou em agosto de 2007, quando eles tomaram conhecimento dos danos ambientais causados pelo óleo de cozinha quando despejado ralo abaixo. Na época, havia menos informação que hoje sobre esse tema e os amigos Leonardo e Matheus, então com 21 e 19 anos, resolveram trabalhar o assunto através de programas de conscientização e palestras nas escolas da região. O projeto foi tomando corpo e perceberam que poderiam criar uma demanda: a logística para a coleta e reciclagem do óleo. “Como em nossa região não havia nenhuma empresa ou entidade que fizesse esse trabalho, resolvemos enfrentar o desafio de criar uma empresa”, destaca Leonardo. No início não vislumbraram um negócio próprio. A iniciativa contemplava apenas um projeto ambiental de conscientização. Até porque eles estavam empregados em
indústrias da região. No entanto, perceberam que a ação ambiental criaria uma demanda comercial. E como sempre tiveram vontade de serem donos de empresa começaram a estudar o caso, fizeram planos e perceberam que era viável. “Procuramos realizar todo o trabalho dentro da legalidade e com responsabilidade socioambiental. Fomos a primeira empresa a receber a licença ambiental através da Agência Municipal de Meio Ambiente e atendemos, atualmente, aproximadamente 250 pontos, o que acarreta cerca de 6 a 7 mil litros de óleo coletado por mês. Embora pareça muito, é pouco diante do potencial que a região oferece e das nossas metas”, explica.
Multiplicadores da ideia Através do Projeto Viva Óleo os jovens empresários mantêm contato intenso com a comunidade. “Já fizemos palestras em escolas, universidades, empresas, associações de bairro, reuniões de condomínio. Além disso, sempre que há feiras e exposições estamos lá com o nosso estande”, ressalta. Outro ponto positivo do projeto é a transformação das escolas em pontos de coleta, os eco-pontos, onde recipientes são colocados para que as pessoas possam despejar 39
Empreendedorismo
Quando se recolhe o óleo, na maioria das vezes ele chega ainda com resíduos e água misturados. O trabalho consiste na retirada desses resíduos através da filtragem e decantação.
seus óleos. As escolas armazenam o óleo temporariamente e, no recolhimento, cada cinco litros de óleo se convertem em um bônus de um ponto. Esses pontos são trocados por prêmios como materiais esportivos e didáticos pela escola. Com isso, alunos e professores se sentem estimulados a participar e tornam-se multiplicadores da ideia, repassando o conhecimento para seus vizinhos, amigos, parentes. O empresariado também apóia a iniciativa, pois pode adotar uma escola e fazer com que seu óleo some pontos para que ela receba os prêmios. Desde março o projeto conta com uma expansão, aprovada pela FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - que permitirá um grande aumento de participação no mercado. Está prevista a instalação de quatro mini usinas para o beneficiamento do óleo, com centrífugas, aquecimento, filtragem e decantação, espalhadas pelo estado do Rio. O projeto também dará suporte para a capacitação de 10 grupos de trabalho (associações e cooperativas) para a coleta de óleo, que será comprado pela Ecoleta.
Expansão e parcerias As ações sociais do Viva Óleo também deverão ser expandidas em parceria com as prefeituras dos municípios onde passarão a atuar. “Oficialmente contamos com o apoio das prefeituras de Resende e Quatis, mas temos outros três prefeituras em conversação para estabelecer convênios que visarão a institucionalização do projeto nestes municípios. Além disso, temos o apoio dos órgãos específicos de educação e meio ambiente das cidades, bem como a 40
Águas das Agulhas Negras, empresa responsável pela captação e tratamento de água e esgoto de Resende, a CERES - Cooperativa de Eletrificação Rural de Resende, o Portal Resende, a Associação Ecológica Harmonia Ambiental e a Gota Dourada, que realiza a coleta do óleo nas residências, comércios e indústrias”, conta Leonardo. A longo prazo, se tudo der certo, a intenção dos jovens empresários é a instalação de uma usina de biodiesel que utiliza o próprio óleo como matéria-prima conjuntamente com outros óleos virgens. “Atuamos em uma região que possui cerca de 360 mil habitantes e há estudos que mostram que uma pessoa consome cerca de 500 ml de óleo/ mês. Assim, o consumo total gira em torno de 180 mil litros mensais. Do óleo consumido, grande parte fica retido no próprio alimento como, por exemplo, no feijão, no arroz. Só existe sobra na fritura de um pastelzinho, batata frita, peixe. Com isso, o óleo que é efetivamente descartado representa aproximadamente 50% do montante: 90 mil litros”, explica o estudante.
Como funciona o projeto Vivo Viva Óleo Quando se recolhe o óleo, na maioria das vezes ele chega ainda com resíduos e água misturados. O trabalho consiste na retirada desses resíduos através da filtragem e decantação. Desse processo resultam dois subprodutos: o óleo limpo e a borra de óleo. O primeiro está pronto para ser utilizado pelas mais variadas indústrias, como para a fabricação de sabão, biodiesel e reagentes químicos. Já a borra ainda precisa de centrifugação e aquecimento para tornar-se útil. Esses dois processos fazem parte do projeto de expansão.
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P r a zer, L eo n o r!
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Postado por Leonor Macedo
Como é a primeira edição da coluna, acho que cabe me apresentar. Meu nome é Leonor Maria Martin de Macedo. Macedo do pai, Martin da mãe e Leonor Maria meus. Tenho 26 anos, sou jornalista formada na Universidade São Judas e corintiana apaixonada. Trabalho na área desde 2001, quando passei no vestibular, e sempre no Terceiro Setor. Durante oito anos fui estagiária, depois repórter, editora de dois sites e um boletim de uma Organização não-Novernamental. Ao mesmo tempo, era repórter de uma revista mensal de outra ONG, colaborava para um grande jornal de São Paulo e fazia outros mil freelancers para completar a renda familiar (porque jornalista nunca – ou quase nunca – ganha bem). Tudo isso eu dividia com a criação de um filho incrível que tive aos 19 anos. Enquanto estudava à noite, tinha dois empregos, fazia ‘freelas’ e me descobri mãe dedicada, carinhosa e sensata, algo que nunca tinha me passado pela cabeça. Não que eu não quisesse ter um filho algum dia e não que achasse que seria a pior das mães, mas, aos 18 anos, diante de uma gravidez não planejada, o futuro parece um pouco menos promissor do que o quadro pintado hoje na minha vida.
Militância corintiana De vez em quando, no meio dessa agenda suada e sem respiro, eu arranjava mil outras sarnas para me coçar. Fui diretora de comunicação por dois anos da torcida organizada Gaviões da Fiel, da qual faço parte e militei por um bom tempo. E, como toda boa militância, não ganhei nada de dinheiro para, junto com a turma mais alvinegra que já trabalhei, tocar um boletim, conversar com mil jornalistas ao mesmo tempo, organizar palestras, colocar no ar uma rádio, fazer parte de dezenas de comissões para discutir futebol e Corinthians. Talvez tenha sido o que mais tenha gostado de fazer em toda a minha vida, pois envolveu paixão com todas as experiências profissionais que pude explorar. Hoje, tenho só um trabalho e um filho grande, que tomam quase todo o meu tempo. O resto das horas ou minutos que me sobram, gasto com meus pais, jogos de futebol, papo de boteco com amigos e Kung Fu (pratico há pouco mais de um ano). E da meia noite às 6h é o tempo que sobrará para o Brad Pitt, caso ele realmente se separe da Angelina.
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Blogueira também! Aí você se pergunta: “E eu com tudo isto?”. E eu te respondo: “Não sei, só achei legal me apresentar”. É que esta será uma coluna onde falarei da minha experiência como blogueira, algo que eu também sou e que nem apareceu ali, na minha descrição. Porque o blog, no fim das contas, sempre foi uma consequência de uma vida para lá de atribulada. E se alguém que pegou esta coluna nas mãos ainda não sabe o que é um blog, cabe a explicação. Segundo Edney Souza, um dos primeiros blogueiros brasileiros e pai do portal de blogs Interney (www.interney.net), “blog é uma abreviação de weblog e qualquer registro frequente de informações pode ser considerado um blog”. Em outras palavras, é uma ferramenta usada na internet e atualizada sistematicamente com histórias, notícias, opiniões, artigos, editoriais, entrevistas, poesia, letras de música, contos, trechos de livros, narração de partidas de futebol, piadas engraçadas ou semgraça, enfim, aquilo que der na cachola do blogueiro, pai e dono daquela ideia. Em 2000, ouvi falar em blogs pela primeira vez. Na época, me contaram que era um diariozinho virtual, onde as pessoas escreviam sobre suas experiências para todo mundo na internet e eu achei aquilo uma tremenda papagaiada. Havia acabado de sair da adolescência e se todos achavam aquilo legal e queriam ter um, eu era contra e não teria um, nem ganhando muito dinheiro. Mas, quando entrei na faculdade, alguns colegas começaram a criar seus próprios blogs como uma maneira de treinar a profissão: escrever livremente, sem pressão, sem fechamento, sem editor, o tema que bem quisesse. E as pessoas podiam comentar, interagir, meter o bedelho, interferir no conteúdo, mesmo não sendo o dono do espaço.
Subversiva Dois anos depois que tinha ouvido falar em blog, a novidade me pareceu mais atraente e decidi testar a ferramenta, afinal, era de graça e não arrancava pedaço. Fiz um blog em um servidor gratuito chamado Tabulas, escolhi um nome curto e criativo (Subversiva, que diz muito sobre a minha personalidade) e comecei a escrever algumas besteiras. No começo, poucas pessoas liam (talvez meus pais, meu melhor amigo e um ou outro colega de faculdade), não havia linha editorial definida, nenhum conteúdo relevante, nem contribuição para a paz mundial, nada. E continuou não tendo. Virou um espaço meu, biográfico, sobre a minha vida corrida e cheia de coisas para fazer, onde eu podia explorar qualquer tipo de narrativa. Se quisesse colocar um vídeo do meu filho falando as primeiras palavras, colocava. Se quisesse contar um diálogo com minha mãe, contava. Se quisesse descrever todas as minhas relações amorosas furadas, descrevia. Aos poucos, os acessos foram aumentando. De 15 visitantes, passou a ter 50, 100, 200, 400. E fui vendo que a minha vida podia ser interessante para muito mais gente, o que foi uma surpresa. No meio desse caminho todo, achei uma função principal para o blog: contar histórias sobre o crescimento do Lucas. O que ele disse ou deixou de dizer, o que fez ou deixou de fazer, o primeiro dente que caiu, a primeira paixão, o primeiro amigo, o primeiro dia da escola. E o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto. Um registro de sua vida. No começo, achei que era para que eu não me esquecesse destas histórias. Depois, vi que era para que ele se lembrasse. Daqui uns anos, quando ele tiver 21, talvez, vou compilar essa vida toda sob a minha ótica, reunir em um livro dele, só dele e para ele. Essa é a principal função do meu blog. Desde 2002, quando coloquei meu primeiro post, já tive três blogs: o Subversiva, o Indecências e o Eneaotil. Este último conquistou quase 1.500 acessos diários e foi parar dentro do portal da Editora Trip. Aos poucos, neste espaço, divido com os leitores como isto aconteceu e como o blog me abriu tantas portas, como esta coluna. Além disso, dou dicas de leitura, falo um pouco mais de mim, do Eneaotil, desta ferramenta e dos outros tantos usos que as pessoas fazem dela. Até a próxima!
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Nicolau Kietzmann, é jornalista e assessor de imprensa especializado em gastronomia, literatura e ecoturismo. Viajou durante 10 anos pelo Brasil escrevendo matérias de ecoturismo. Agora vive feliz em São Paulo onde “sentou poeira”.
Voluntariado
O DJ Bola responsável pela criança da Ong A Banca.
A o t enta r m uda r o m un d o, jo vens m uda m a si m esm o s Você já imaginou que uma atitude altruísta pode mudar o mundo? Acredite, tem muita gente que aposta nessa idéia e que em algum momento da vida, ao tentar ajudar ou participar de um trabalho voluntário, acabou mudando o seu próprio rumo. São pessoas que abrem mão de seu tempo, sem se importar em investir até mesmo sua capacidade intelectual ou alguma quantia de dinheiro. A antropóloga e escritora Deborah Goldemberg conta que logo que se formou na London School Of Economics tinha o sonho de trabalhar na ONU - Organização das Nações Unidas para aplicar o conhecimento da faculdade em desenvolvimento social. “Me voluntariei e mudei para Genebra para participar do UNRISD - United Nations Research Institute for Social Development ou Instituto de Pesquisa em Desenvolvimento Social das Nações Unidas, onde tive contato com muitas pesquisas na área. O trabalho 44
mais marcante foi um estudo sobre reforma agrária. Isso mudou o rumo da minha vida e decidi voltar ao Brasil e redescobrir minha terra. Trabalhei muitos anos no Norte e Nordeste com pequenas comunidades, índios e quilombolas e, hoje, sou escritora para contar um pouco desta experiência, e faço consultoria de impacto ambiental”.
Empreendedores sociais Segundo a diretora de Desenvolvimento Institucional da ONG Sou da Paz, Melina Risso, o trabalho voluntário possui várias formas de atuação e todas promovem uma troca de experiência valiosa. Ela acredita que nas ONGs que visam a diminuir a violência, principalmente na cidade de São Paulo, o trabalho com jovens da periferia é interessante para que eles possam se distanciar do grupo de violência e se tornem empreendedores sociais. “Em 2002, tivemos
Fotos: Divulgação/ Arquivo Pessoal
um projeto com esse perfil no Jardim Ângela. Inicialmente, todos eram voluntários, mas depois alguns se tornaram lideranças na comunidade. A taxa de homicídios na região caiu mais de 45%”, revela. Marcelo Silva Rocha, o DJ Bola, participou desta iniciativa e formou A Banca, organização sem fins lucrativos, que organizou uma série de eventos culturais, que hoje é sua fonte de renda. “Antes vivia na correria, mas agora posso viver de música. Estamos com o projeto Poetas Escondidos, ação de inclusão cultural cujo objetivo é integrar jovens artistas em espaços abertos na região do distrito do Jardim. Ângela”, diz.
Rede do bem Um exemplo de que não existem barreiras sociais e econômicas é a de Bruna Simãozinha que começou sua experiência aos 14 anos quando escreveu seu primeiro livro infantil, Reino de Amor. Moradora de uma comunidade carente na baixada fluminense, a garota teve a ajuda dos familiares para publicar seu livro. Para vendê-los organizou um grupo de teatro que se apresentava em escolas publicas da região e assim teve contato com a dura realidade de estudantes de baixa renda. Decidiu que tentaria mudar essa cena. Ao ingressar no curso de Técnico de informática teve acesso a novas informações através da internet e decidiu dar aulas voluntárias em casa. Para sua surpresa apareceram tantos alunos que não coube no espaço e sua mãe teve de desmontar os móveis. Bruna, decidida, então com 16 anos, alugou uma casa e lembra que a proprietária não cobrou os três primeiros meses, mas perguntou como pagaria o restante. “Respondi que faríamos eventos de artes, almoço e daí sairia o dinheiro”, conta. Desde então sua vida mudou: conseguiu uma bolsa integral na faculdade de Serviço Social apresentando o seu projeto e numa entrevista do pro-
A antropóloga e escritora Deborah Goldemberg com comunidades ribeirinhas no Rio Tapajós
grama do Faustão, ganhou um terreno de uma empresa, onde agora começa a construir a nova sede da ONG Novo Mundo da Cultura Viva. “Se o trabalho voluntário mudou minha vida? Hoje sou isso. A ONG atende aproximadamente 150 crianças carentes e até os pais analfabetos têm oportunidade de ter aulas. A proposta de transformação e empreendedorismo é muito importante. Há jovens que passaram por aqui e agora são coordenadores”, destaca. Vale a pena conhecer os trabalhos da jovem empreendedora. Ela mantém um blog (portaldovoluntario. org.br/people/49040-bianca-carvalho), assim como o jovem Rudney Novaes, que trabalhou como voluntário na África (portaldovoluntario.org.br/ people/59795-rudney-novaes). A escritora Deborah também deixa suas impressões na Web com o ressurgenciaicamiaba.blogspot.com.
Para saber mais: www.soudapaz.org www. portaldovoluntario.org.br www.voluntariado.org.br
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Mudança de direção
P eg uei c a r o na na c o nt r a ma o Escolher uma profissão para exercer pelo resto da vida é bastante complicado. Mas a curso universitário não serve apenas para arrumar um emprego. Através dele você pode entender melhor o mundo e encontrar uma ocupação que goste de fazer Juliane Cavalcante tem 28 anos e escolheu cursar Geografia aos 17. “A idade do vestibular é um período em que você deve escolher algo pretensamente eterno e eu, como várias amigas, estava em dúvida. Queria ser jornalista, mas na USP a concorrência era muito alta e, por vir de escola pública, não botei muita fé que passaria. Escolhi Geografia por ser a disciplina que eu mais gostava na escola, com a qual mais me identificava. Dez anos depois é bacana olhar, ter a certeza de que fiz a escolha certa e perceber como a vida me fez retornar ao início dos meus planos, quase naturalmente. Se hoje pudesse voltar no tempo, faria o mesmo caminho. A Geografia deu uma formação humana extremamente sólida e valiosa para o meu trabalho com comunicação”, conta. Quando entrou para Geografia, Juliane esperava atuar na área ambiental. Mas seu primeiro estágio foi em televisão, absolutamente por acaso, segundo ela. “Fiz um cadastro em uma dessas empresas de recrutamento de estudantes e eles me chamaram para um estágio na TV Cultura, no departamento de meteorologia. Fazia a previsão do tempo para o jornalismo da emissora, mas o trabalho era bastante pontual. Por conta da existência de estatística no currículo de geografia, fui chamada para estagiar também no departamento de audiência que estava sendo criado. Vida de estagiário é fogo, me
dividia entre as duas áreas e adorava”, relembra. Foi neste momento que Juliane se apaixonou pela comunicação. De acordo com ela, por conta da formação humanista ela compreendia os números. “Mas eles não davam conta de explicar todo o processo, tudo que eu queria saber. Eu queria entender mais sobre a relação que as pessoas mantinham com a televisão, o que eram os indivíduos por trás dos números, seus desejos e o papel do meio na vida deles. A partir daí, não teve mais jeito: estava completamente envolvida com a comunicação e dando um ‘tchauzinho’ dolorido, naquele tempo, para a geografia”, afirma.
Especialização e crescimento Para mergulhar de cabeça na nova paixão Juliane estudou bastante por conta própria. Depois de um tempo percebeu que precisava de uma formação na área para adquirir maior credibilidade em meu trabalho. “Aprendi bastante, mas precisava de uma certificação para ser reconhecida. Procurei, então, um curso de especialização de Gestão de Comunicação na ECA/USP, que foi fundamental para minha melhoria profissional e para o andamento da minha carreira. Hoje, ainda sentindo que há muito por descobrir nessa área, estou fazendo um mestrado em Comunicação”, relata. Atualmente, Juliane coordena pes-
quisas e audiência em uma emissora de televisão, criou um departamento para suprir uma demanda que ela sentia falta: de conhecer os números e saber o que há de humanos por trás deles, fazendo uma interpretação mais completa dos fenômenos. “Estou num momento muito especial de minha carreira. Consigo unir em meus trabalhos os tão frios números do IBOPE, quantitativos, aos trabalhos desenvolvidos junto aos telespectadores, de foco qualitativo. Meu papel é fazer a interface entre a emissora e o telespectador e aqui me sinto muito feliz, utilizando toda essa bagagem aprendida. A geógrafa aflora quando me vejo diante da possibilidade de fazer uma televisão de melhor qualidade, que atenda aos desejos da sociedade. A comunicóloga ainda se deslumbra toda vez que no contato com o telespectador se dá conta de como o meio tem influência e importância na vida do brasileiro, conscientizando-se cada vez mais de sua responsabilidade”. Juliane não sente a menor frustração por mudar de carreira. Segundo ela o que aprendemos segue sempre dentro de cada um. “Se eu pudesse voltar atrás, faria absolutamente o mesmo caminho”, finaliza.
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Pa r a ela s
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Garimpo
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Jaqueta de moletom da Ecko, com estampas, ziperes, patches, seguindo estilo militar. Preço sugerido: R$ 473,00 www.ecko.com.br
Relógio Puma Time, pulseira em couro preta e vermelha, chrono, 5ATM. Preço sugerido: R$ 720,00. Para saber onde comprar: (31) 3516-7699
Tênis Coolidge LO, Onitsuka Tiger Versão cano baixo do modelo Coolidge, que é uma leitura moderna de elementos do design dos clássicos tênis de basquete feitos na década de 70. Preço Sugerido: R$ 299,90 SAC: 0800-722-7427
A versão nacional de Wolverine, tem 55 cm de altura, material atóxico e é totalmente articulado. Preço sugerido: R$ 99,00 www.brinquedosmimo.com.br
Recém-lançado no Brasil, o BlackBerry Curve 8900 possui GPS integrado, Wi-Fi, tela 480 x 360, processador de 512 MHz, media player e câmera de 3.2 megapixel. Preço sob consulta com a operadora. http://br.blackberry.com
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Foto: Bob Smith
Hi-tech Por Kalu Brum
I P O D, qua l e o se u? O mercado oferece vários modelos, com finalidades e funcionalidades diferenciadas. E para escolher é preciso saber primeiro qual o seu estilo e o quê, como e para quê pretende usá-lo. Por exemplo, se você pretende usar o seu iPod como um “super pen drive” recomenda-se o Classic. Já se sua ideia é praticar esportes, correr, fazer movimentos bruscos vale qualquer um, menos o Classic, pois estes movimentos podem danificar o seu superHD. Para quem vive conectado à web, mas não tem um notebook, o Touch é uma boa opção. A versão de 32GB é indicada para quem curte assistir filmes e seriados e na telinha do Classic essa prática torna-se cansativa. Uma polegada a mais de tela e formato Wide (3,5” Wide do touch contra 2,5” full do Classic) faz muita diferença para vídeo, além de todas as funcionalidades que só o touch e o iPhone possuem. De acordo com usuários, o único que não é considerado uma boa aquisição é o Shuffle, exceto por ser bastante discreto. O Nano Vídeo de 8GB é pequeno, com um bom som e capacidade de armazenamento (8GB) bastante satisfatória. Já o iPod Video 80GB, lançado recentemente nos Estados Unidos, permite ouvir músicas em MP3 e AAC, assistir vídeos, ver fotos e jogar os recém-lançados jogos da Apple. Vale lembrar que o Shuffle só toca músicas e o Nano apenas permite ouvir músicas e ver fotos. Agora é só escolher!
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