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Desculpou-se por fazer o certo

‘‘Moro com a minha tia desde os doze anos, porque foi nessa idade que as coisas �icaram difíceis para mim. A minha mãe e o meu pai estavam desempregados e sem renda. Algumas noites, tínhamos que dormir com fome e esperar até depois da escola, no dia seguinte, para comer alguma coisa. Fosse mingau, pão ou o que estivesse disponível, tinha que ser su�iciente para mim e meus irmãos.

Uma noite, tiros foram disparados na rua. Rastejamos para debaixo da cama, porque a minha tia disse que os tiros poderiam voar pela janela e nos atingir. No dia seguinte, briguei com o meu professor na escola, pois estava perturbada e não conseguia me concentrar. Continuei chorando, embora �izesse o possível para conter as lágrimas. Ele disse que a sala de aula não era lugar para discutir gangsters, e que devíamos trabalhar. Eu disse que ele não me respeitava, e então ele jogou o apagador de quadro-negro em mim. Acertou a minha cabeça.

Apagador de quadro Foi um desses que o professor jogou na cabeça de de Jody.

Forçada a se desculpar Fiquei muito chateada com toda essa violência em Bonteheuwel. Por que o meu professor �icou tão agressivo? Naquela tarde, contei à minha tia o que aconteceu. Ela foi ao director no dia seguinte, para reclamar e dizer que bater numa criança era ilegal. E que isso é proibido pelas legislação de direitos da criança do nosso país. Então, o director discutiu com ela e perguntou se havia alguma testemunha ocular. Meus amigos da escola tinham muito medo de falar contra o professor. Não os culpo, porque há muitas coisas que os adultos podem fazer para machucar as crianças.

Minha voz por direitos

Fui forçada a me desculpar com o professor, ou seria expulsa. Eu não queria ser expulsa da escola, então me desculpei. Na minha cabeça, eu disse a mim mesma que estava me desculpando por fazer a coisa certa.

Minha voz por direitos Conheço os meus direitos. Como Embaixadora dos Direitos da Criança, estou empenhada em usar a minha voz e a minha história para acabar com a violência contra crianças e adultos. Um dia, se Deus me ajudar, quero estudar Direito, para poder tomar medidas legais contra pessoas que machucam as crianças. Eu quero ser uma defensora dos direitos da criança.”

Jody, 16 år

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