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MA GENT A MAGENT GENTA

AMAREL O AMARELO

PRET O PRETO

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Terça-feira, 12 de novembro de 2013

OPINIÃO Triste realidade

Os casos de roubos têm se reproduzido com frequência na cidade e isto sugere que os moradores necessitam cada vez mais se ocupar da própria segurança e agir preventivamente para evitar eventuais ações dos delinquentes, que costumam atacar justamente quando e onde são menos lembrados. Sábado, por exemplo, familiares e amigos se confraternizavam em um churrasco, quando a casa foi invadida

Carta antecipada para Papai Noel

CARTA – Uma leitora se antecipou ao natal e enviou sua cartinha para Papai Noel pedindo de presente um bilhete premiado da Mega Sena da Virada, cujo prêmio é estimado em R$ 200 milhões. CARTA II – Sua intenção é deixar aquele cara que ganhou R$ 80,4 milhões na semana passada com dor de cotovelo só de ver a notícia: “Garota do interior de SP fatura mega prêmio da mega da virada e se escafede mundo afora”. CARTA III – “Ela foi vista pela última vez na ilha de caras com cara de mega felicidade”, conclui a notí-

por três ladrões armados, que am o tterr err or abar am ccom om a espalharam error or,, ac acabar abaram espalhar comemoração e roubaram os objetos de valor de que dispunham. o tiv es al que num ambien tur É na tivo estiv ambientt e ffes tural natur ninguém se man a ou mantt enha na de deffensiv ensiva vá se preocupar demasiadamente com a questão da segurança. e t ende abolir o Também não se pr pre lazer e entretenimento e tampouco substituir o prazer pela condição de alerta permanente, mesmo porque

Roberto Silo

cia. Ela quer ganhar só de pirraça, não que precise de dinheiro ou deseje ficar milionária. É pura pirraça com aquele sujeito dos R$ 80,4 milhões e também com sua vizinha Margarethe.

CARTA V – O carro nem tem placa ainda porque não sobrou dinheiro para pagar o imposto, mas a vizinha desfila para lá e para cá o dia inteiro, para se exibir e encher o seu saco.

CARTA IV – É que a danada comprou um carro novo recentemente e fica o dia todo desfilando em frente de sua casa. Só na padaria ontem ela chegou a ir 4 vezes, para exibir o carro novo.

CARTA VI – Domingo, só para irritar, estacionou na sombra de sua árvore e quando ela chegou da feira não tinha sombra para estacionar a Brasília 1983, que é o carro da família.

isto já seria uma conduta paranóica. Entretanto, face à acentuada presença criminal, todos temos que adotar posturas de segurança e colocar este item na pauta da rotina diária, pois se trata de garantir o óprio bem es pr ar.. estt ar próprio Porta trancada, cerca eletrificada, alarmes, câmaras, cães de guarda e, enfim, todos os recursos devem ser empregados para evitar riscos e dissabores.

CARTA VII – Claro que ela não escreveu tudo isto na carta ao Papai Noel, porque o velhote poderia surtar e lhe negar o prêmio, então explicou que pretende usar parte dos R$ 200 milhões para comprar presentes e distribuir às criancinhas. CARTA VIII – Também não esclareceu que as criancinhas são somente as suas duas sobrinhas. CARTA IX – Por fim, deixou claro ao Papai Noel que, na impossibilidade da Mega da Virada, fica satisfeita com os R$ 6,5 milhões da Mega de amanhã, afinal, é uma mulher humilde e despretensiosa.

ARTIGOS ESPERANÇA Dinheiro público apenas na escola pública? PALAVRAS DE

UMA ÁRVORE NO DESERTO Uma áurea de negativismo generalizado paira sobre o mundo. A crise mundial de alimentos, a alta inédita do petróleo e as ameaças bélicas entre nações são sinais evidentes de dias difíceis que se aproximam. Não quero ser o profeta do caos, mas ao menos uma voz de bom senso em meio a tantas previsões catastróficas. O mundo vai mal? Ou não seria o zelo humano pela própria integridade que dá sinais de cautela diante de fatores de risco, que outrora levaram a humanidade a sangrentas guerras? Ou, como diriam nossos avós, quem um dia comeu jiló rejeita ou aprecia seu sabor. O preocupante desta experiência do paladar é constatar que são muitos os apreciadores do sabor amargo. Nosso desafio é oferecer soluções não conflitantes, porém sem resultados paliativos, emergenciais, mas duradouros. A fome é a pior das doenças. Quando ela mata um indivíduo, enquanto outros se fartam, é porque a dignidade humana morreu há tempo. Há muito que o sentido de raça (o espírito de igualdade enquanto gente, seres dotados de lógica e racionalidade, pra não falar de solidariedade) já se decompõe nas sepulturas de suas classes sociais. A cúpula da FAO, anos passados, diagnosticou a crise alimentar como calamidade sem precedentes. Apontou a doença, mas não o remédio. No entanto, é de conhecimento de todos que um terço apenas do orçamento armamentista do mundo resolveria essa questão. Mas não. Prioriza-se a soberania territorial sobre a soberania da dignidade humana. A cidadania cadavérica e ilusória da pátria terrena sobre a soberania da pátria celeste, aquela que nos faz iguais, merecedores de um mundo fraterno. Assim fugimos, mais uma vez, da copiosa sombra da árvore do Paraíso. Era ela a detentora da distinção entre o Bem e o Mal. Era ela o símbolo de um equilíbrio em nossas relações, que a avidez sem limites do ser humano ousou experimentar, fazendo uso do seu fruto proibido. Resultado: amargamos ainda a perda de um paraíso terreno, sem fome, sem misérias, sem contendas, sem divisas... Caminhamos num deserto inóspito e inseguro, cada qual buscando no horizonte a visão de um oásis, uma esperança de dias melhores. Ora, num deserto havia frondosa árvore. A seus pés, pequenos arbustos, gramíneas, um poço de água. Um oásis. Ali os viajantes aportavam, restauravam suas energias, saciavam a sede, curavam as feridas da jornada. Refeitos, muitos também feriam a saúde da árvore providencial, tiravam-lhe lascas, quebravam seus galhos para fogueiras, faziam braseiros sobre suas raízes, sugavam-lhe todo Bem e lhe retribuíam com o Mal. Um dia a encontraram tombada, com suas folhas entulhando a cisterna -agora seca - e suas raízes expostas ao Sol, quais estandartes nus de uma guerra sem vencedores, só vencidos. Essa é nossa história. Como viajantes no plano existencial, a Terra é nosso oásis. Aqui acumulamos energias, saciamos nossa fome e sede de plenitude, para prosseguir nessa jornada. Mas muitos viajam perdidos no próprio individualismo, cada qual tirando a sua “casquinha”, sem preservação do ambiente, sem cuidados com a árvore da Vida, aquela que nos abriga nesse deserto. Chega de filosofia. A moral da história não vai resolver os problemas do mundo, mas pode amenizá-los: precisamos pensar positivamente. Precisamos de sombra para cabeças quentes. Luz que não seja miragem, ilusão. “Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más” (Jo 3,19). No entanto, a fome no mundo só é menor que a fome que o mundo tem de Deus. “Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). Plantou sua árvore entre nós, sua cruz.

Wanda Camargo é educadora e assessora da presidência das Faculdades Integradas do Brasil UniBrasil e voluntária da Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial, em São Paulo

Comenta-se, acidamente, que “todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros” sempre que vem à luz notícia de privilégios injustos, ainda que legais, auferidos por pessoas ou grupos. Entretanto há prerrogativas que são, sim, devidas legitimamente, ninguém sensato nega a idosos as vagas demarcadas e atendimento prioritário, num exemplo simples. Muitos têm direito a tratamento diferenciado, até como forma de equilíbrio de oportunidades de vida, e agora correm o risco de tê-lo negado: são aqueles com deficiências várias, de visão, de audição, de locomoção, de aprendizagem; estudantes de Escolas de Educação Especial em entidades filantrópicas de terceiro setor, civil, beneficente e outras, a maior parte delas sérias e desenvolvendo um trabalho essencial à sociedade, que estão ameaçadas de fechamento. Isso ocorre, em parte, pela decisão de que “dinheiro público deve ser apenas para a escola pública”, a questão é que a regra, normalmente válida, tem algumas exceções, fundamentais e extremamente justas, como é o caso das escolas voltadas ao deficiente, altamente especializadas e que realizam

Espaço Espírita

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correspondente formação específica. Muitos relatam a existência, numa mesma sala, de vários tipos diferentes de necessidades educacionais, cada uma delas exigindo formação distinta, e individualizado trato pedagógico. A ideia de que as turmas comuns das escolas podem absorver naturalmente todo esse contingente é voluntarista e despropositada, isso pode e deve acontecer em muitos casos, não em todos. Escolas especiais continuarão necessárias, embora sejam dispendiosas pela demanda de atendimento em fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e de vários outros profissionais de saúde, além de mestres com formação específica. Seus alunos, a maioria vinda de famílias de baixa renda, merecem todas as oportunidades de uma formação que lhes permita a verdadeira inclusão. Para boa parte dos professores o atendimento ao deficiente é decorrência de solidariedade, senso de dever e responsabilidade; a esses devemos todo respeito e gratidão por um trabalho indispensável e meritório, embora difícil. No entanto, para os atuantes em instituições de ensino capacitadas para esta atividade, isso é tão natural quanto respirar, e, parafraseando Bertolt Brecht: esses são os imprescindíveis.

U.S.E. - UNIÃO DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – INTERMUNICIPAL DE ASSIS

POVOS DEGENERADOS(conclusão) Comentário de Kardec à questão nº 789: A Humanidade progride através dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem; quando estes se tornam numerosos, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos, surgem os homens de gênio, que lhes dão um impulso, e depois, homens investidos de autoridade, instrumentos de Deus, que em alguns anos a fazem avançar de muitos séculos. O progresso dos povos faz ainda ressaltar a justiça da reencarnação. Os homens de bem fazem louváveis esforços para ajudar uma nação a avançar moral e intelectualmente; a nação transformada será mais feliz neste mundo e no outro, compreende-se; mas, durante a sua marcha lenta através dos séculos, milhares de indivíduos morrem diariamente, e qual seria a sorte de todos esses que sucumbem durante o trajeto? Sua inferioridade relativa os priva da felicidade reservada aos que chegam por último? Ou também a sua felicidade é relativa? A justiça divina não poderia consagrar semelhante injustiça. Pela pluralidade das existências, o direito à felicidade é sempre o mesmo para todos, porque ninguém é deserdado pelo progresso. Os que viveram no tempo da barbárie, podendo voltar no tempo da civilização, no mesmo povo ou em outro, é claro que todos se beneficiam da marcha ascendente. Mas, o sistema da unidade da existência apresenta

neste caso outra dificuldade. Com esse sistema, a alma é criada no momento do nascimento, de maneira que um homem é mais adiantado que outro porque Deus criou para ele uma alma mais adiantada. Por que esse favor? Que mérito tem ele, que não viveu mais do que o outro, e geralmente menos, para ser dotado de uma alma superior? Mas essa não é a principal dificuldade. Uma nação passa, em mil anos, da barbárie à civilização. Se os homens vivessem mil anos, poderia conceber-se que, nesse intervalo, tivessem tempo de progredir; mas diariamente morrem criaturas em todas as idades, renovando-se sem cessar, de maneira que dia a dia as vemos aparecerem e desaparecerem. No fim de um milênio, não há mais traços dos antigos habitantes; a nação, de bárbara que era tornou-se civilizada; mas quem foi que progrediu? Os indivíduos outrora bárbaros? Esses já estão mortos há muito tempo. Os que chegaram por último? Mas, se a sua alma foi criada no momento do nascimento, essas almas não existiriam no tempo da barbárie e é necessário admitir, então, que os esforços desenvolvidos para civilizar um povo têm o poder, não de melhorar as almas imperfeitas, mas de fazer Deus criar outras mais perfeitas. Comparemos esta teoria do progresso com a que nos foi dada pelos Espíritos. As almas vindas no tempo da civilização tiveram a sua infância, como todas as

outras, mas já viveram e chegam adiantadas em consequência de um progresso anterior; elas vêm atraídas por um meio que lhes é simpático e que está em relação com o seu estado atual. Dessa maneira, os cuidados dispensados à civilização de um povo não têm por efeito determinar a criação futura de almas mais perfeitas, mas atrair aquelas que já progrediram, sejam as que já viveram nesse mesmo povo em tempos de barbárie, sejam as que procedem de outra parte. Aí temos, ainda, a chave do progresso de toda a Humanidade. Quando todos os povos estiverem no mesmo nível quanto ao sentimento do bem, a Terra só abrigará bons espíritos, que viverão em união fraterna. Os maus, tendo sido repelidos e deslocados, irão procurar nos mundos inferiores o meio que lhes convém, até que se tornem dignos de voltar ao nosso meio, transformados. A teoria vulgar tem ainda esta consequência: os trabalhos de melhoramento social só aproveitam às gerações presentes e futuras; seu resultado é nulo para as gerações passadas, que cometeram o erro de chegar muito cedo e só avançaram na medida de suas forças, sob a carga de seus atos de barbárie. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam igualmente a essas gerações, que revivem nas condições melhores e podem aperfeiçoar-se no seio da civilização. Extraído de “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – Paris – 1857

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WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac.com.br

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atendimento da população carente. Apenas aquele que nunca entrou em uma delas, e acompanhou seu dia a dia, poderá gritar slogans genéricos de responsabilidade governamental em tema tão delicado, quando na verdade este comprometimento já é insuficiente em segurança, transportes, saúde pública e muitas outras áreas. Existe uma compreensão equivocada de que a inclusão deve ocorrer sempre em salas de aulas comuns, com deficientes convivendo com os demais alunos em condição de igualdade, o que em teoria é perfeito, e é válido para certos tipos e graus de necessidades, porém, infelizmente, nem sempre possível. Além da questão óbvia da falta de qualificação de muitos docentes para o trato com todos os desajustes cognitivos, cegueira, surdez, e outras síndromes, é preciso lembrar que a eles ainda cabe a responsabilidade de ministrar conteúdos (matemática, língua portuguesa, ciências e outras), em salas de 30 ou até 40 alunos, com as demandas normais da faixa etária. A grande queixa atual dos regentes de classe no ensino fundamental é exatamente a dificuldade enfrentada na rotina escolar, pela inclusão forçada e sem a

Aqueles que tomam, no final perdem; mas aqueles que dão, ganham eternamente. Esta é uma regra que o Universo nunca quebra.

2013/ NOVEMBRO/ 3ª FEIRA | Lua CRESCENTE

PRET O PRETO

(Douglas M. Lawson)


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