Bem
Curso Lar & FamĂlia
vindo
Índice Coordenação geral Alacy M. Barbosa Maria Cristina Barbosa Autor Willian Wenceslau de Oliveira Autor dos artigos Felipe Lemos Vanessa Arba Produção executiva Erton C. Kohler Marlon Lopes Edward Heidinger Conselheiros Willie Oliver Elaine Oliver Helder Roger Projeto e design Gustavo Leighton Impressão e acabamento Casa Publicadora Brasileira
4. Uma Família com Propósitos 7. Curando Feridas 10. Aprendendo a se Comunicar 13. Resolvendo os Conflitos 17. Mantenha Viva a Chama do Amor! 20. Restaurando a Família 23. Emoções sob Controle 26. O Poder da Disciplina 29. O Tempo da Família 32. Vencendo o Sofrimento 35. Oito Leis Para a Família Viver Melhor 38. Saúde Financeira do Lar 41. A Família que Serve 44. Uma Aliança Eterna
Apresentação Alacy M. Barbosa é diretor do Ministério da Família da Igreja Adventista em oito países sul-americanos.
E sua família como vai? Quase sempre fazemos essa pergunta às pessoas que encontramos pelo caminho. E quase sempre a resposta é automática: Vai muito bem, obrigado. Essa resposta nem sempre corresponde à realidade que observamos no cotidiano. O que está errado com muitas famílias? Ao longo da nossa jornada e na correria que a vida moderna nos impõe, nem sempre temos estabelecido as prioridades corretas em nossa vida. Por vezes nos esquecemos de que não estamos sozinhos nesta caminhada; temos pessoas pelas quais somos responsáveis e a quem influenciamos na construção do seu presente e futuro. São elas: pais, irmãos, cônjuges, filhos, netos, em m, pessoas que fazem parte do mais importante círculo da vida humana, a família. O que de fato queremos é ver as pessoas deste círculo desfrutando de boa saúde, que estejam bem estabelecidas, felizes e
seguras. Mas, isto nem sempre acontece. Se quisermos que nossos queridos alcancem esses ideais, isso requererá de nós: esforço, tempo, dedicação, sabedoria e conhecimento Daquele que é o caminho, a verdade e a vida: Jesus. Com o objetivo de tornar conhecidas as verdades sobre nosso amoroso Deus e Seus planos para todas as famílias, apresentamos a série de temas “Esperança para a Família”. Oramos para que, por meio destas lições, todos tenhamos esperança de uma vida melhor num mundo por vir. Desfrute!
Introdução Pr. Willian Oliveira Psicólogo e professor de Teologia Sistemática
O mundo nunca esteve tão povoado, e o ser humano, tão solitário. Em uma época de relacionamentos fragilizados e de isolamento, parece que a única preocupação é a felicidade individual. Para alcançá-la roda-se o mundo e tenta-se todas as coisas até descobrir que ela está bem perto, no quintal de casa, como o filho pródigo (Lucas 15:11-32). Ele acreditou que as coisas poderiam tomar o lugar das pessoas e provou de tudo, até entender que deveria se voltar para sua família. Há esperança em família, na família e para a família. Este estudo foi concebido para ser realizado em família. Sua proposta é relacional. Isto significa que a troca de experiências entre instrutor(es) e estudante(s) permite que as duas partes se desenvolvam, o que abrange três aspectos: O primeiro é o papel de cada membro dentro da família. Se em outras instâncias da vida o ser humano descobre ser substituível,
é no interior do lar que se reconhece sua verdadeira importância. Cada um dos seus membros pode contribuir em tornar seu lar um lugar melhor. Segundo, é entender que Deus tem um plano para a família. Vivendo em um mundo que parece ter se esquecido da família, é bom saber que o Deus que a criou, dela não Se esqueceu e tem boas-novas muito especiais para cada lar na Terra. Basta que se dedique tempo para encontrar tais tesouros nas Escrituras. Por último, e mais importante, ao estudar estas lições toda a família será levada a tomar decisões vitais que resultarão em mudanças, afinal melhorar e crescer implica em mudar.
Lição 1
Uma Família com Propósitos Vivemos um momento de crise geral e ela tem atingido a família. Parece que nos dias atuais tem sido cada vez mais difícil mantê-la unida. O que faz da família algo especial para nós? Por que a família é importante? O que podemos fazer para que experimentemos felicidade em família?
Você e sua família
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Quem criou a família? (Gênesis 1:28)
O matrimônio foi criado por Deus e com uma bênção sobre ele. Deus tem um plano para a sua família como tinha um plano para a família de Adão! O que deveria ser o homem para a mulher e vice-versa? (Gênesis 2:18)
Somos seres sociais. Precisamos uns dos outros para sobreviver. No casamento, esposo e esposa se tornam uma só carne (Gênesis 2:8). Homem e mulher foram criados diferentes um do outro, mas não somos de planetas diferentes! São diferenças físicas, emocionais e mentais que, quando compreendidas, enriquecem o relacionamento.
O que é necessário para lidar com as diferenças? (1 Coríntios 13:4-7) A grande notícia é que o amor pode ser desenvolvido em cada uma destas qualidades. Podemos crescer em amor, mesmo quando parece que não tem mais jeito. Lição 1
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O que Adão reconheceu em Eva? (Gênesis 2:23) A expressão ossos dos meus ossos indica que Adão reconheceu em Eva alguém especial e com a qual ele desejava compartilhar sua vida. (Faça uma lista de três coisas positivas que você admira em seu cônjuge e mostre para ele/ela)
Sua família e Deus
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A quem podemos recorrer quando surgem dificuldades em nossos lares? (Salmo 127:1)
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O que o casamento ensina sobre Deus?
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Deus também tem uma família. A quem Ele convida para participar dela? (Efésios 2:19)
Enquanto o casal está empenhado em edificar um relacionamento de amor por si mesmo, surgirão as dificuldades. Mas quando os cônjuges pedem a ajuda de Deus, certamente encontrarão ajuda.
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1 João 4:8
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Deuteronômio 6:4
• 2 Coríntios 13:13 Assim como homem e mulher se tornam uma só carne, Pai Filho e Espírito Santo são três pessoas, mas um só Deus.
Deus se encontrava todo dia com Adão e Eva. Ele quer viver em intimidade com o ser humano. Como uma grande família, Deus quer que, diante das crises, nos apoiemos uns aos outros (Gálatas 6:2).
Lição 1
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Decisão em família
Compreendo que o casamento é uma bênção de Deus para mim. Procurarei desenvolver meu amor pelo meu cônjuge. Diante das dificuldades que possam existir no lar, desejo a ajuda de Deus. Quero que Deus me receba em Sua família.
Para pensar
“Deus celebrou o primeiro casamento. [...] Quando os princípios divinos são reconhecidos e obedecidos nesta relação, o casamento é uma bênção; preserva a pureza e felicidade do gênero humano, provê as necessidades sociais do homem, eleva a natureza física, intelectual e moral”. Patriarcas e Profetas, p. 46.
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amília é um tema que motiva e, ao mesmo tempo, preocupa. Principalmente quando vemos algumas estatísticas sobre o declínio dos casamentos. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) evidenciam que as taxas de casamento estão caindo. As taxas brutas eram de 7 a 9 casamentos para cada 100 pessoas em 1970. Em 1995, para efeitos de comparação, esse índice ficou entre 5 e 7 casamentos para cada 100 pessoas.
prazer dos seus integrantes. Deus tinha propósitos mais elevados ao criar o casamento com Adão e Eva e posteriormente a extensão com os filhos. Em Gênesis 1:28, há uma forte indicação sobre o papel primordial do casal do Éden. Eles deveriam não apenas povoar o planeta, mas fazer isso com a ideia de cuidado da criação de Deus, ou seja, sujeitando a criação. Isso quer dizer que homem e mulher atuariam como “gerentes” de Deus neste mundo, prontos para fazer Sua vontade e, claro, mostrar o caráter divino a outras pessoas.
É muito importante, sob o ponto de vista bíblico, compreender que as famílias foram estabelecidas apenas para a satisfação e Lição 1
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agem como uma dupla missionária, se quisermos utilizar essa expressão. São, a partir do casamento, uma família separada dos seus pais para dar seu próprio testemunho de fé em Deus. Aliás, uma família com propósitos missionários é uma família que tem um objetivo cristão definido. Não existe apenas para enriquecer, adquirir conhecimentos acadêmicos, viver para seus próprios prazeres. Vai muito além disso. Cumpre com a expectativa de Deus descrita na conversa com Abraão sobre sua descendência e o papel que ele teria no “abençoar as famílias da terra”. Esse foi o ideal para Abraão, Sara e Isaque e é o mesmo para as famílias de hoje. Quem se considera cristão precisa ser coerente com a fé que afirma possuir. Casais devem se unir em torno de uma missão muito maior do que talvez imaginem e que consiste em salvar espiritualmente pessoas. A vida de uma família consagrada a Deus é uma forte prova e inspiração para quem está sofrendo e, quem sabe, só consegue enxergar um casamento deteriorado, filhos infelizes e um lar sem perspectiva de unidade e alegria. Da conversa para a prática
Já no versículo 24, do capítulo 2, fica evidente que os dois (homem e mulher) formam um casal para atuação unida, ainda que com suas diferenças de pensamento, mas focados em um mesmo objetivo. O viver como uma só carne é muito mais do que a união sexual, mas a união de propósito. E, claro, aqui Deus trata de ressaltar que eles Lição 1
• Ore em família (pai, mãe e filhos) para entender quais atividades missionárias poderiam fazer em grupo. Trace uma meta e coloque um prazo para realizar (em 3, 6 ou 9 meses, por exemplo). Pode ser orar por algum vizinho, dar estudos bíblicos, convidar alguém para ir à igreja, fazer um almoço para alguém que está sozinho, visitar alguém doente, etc. • Leia, em família, nos cultos em casa, o capítulo 21 do livro Serviço Cristão. O título é: “O lar como centro de educação missionária”.
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Lição 2
Curando Feridas Conta-se que em Madri um pai desejava reconciliar-se com seu filho que havia saído de casa após uma discussão, sem deixar notícias. Resolveu colocar um anúncio em um jornal dizendo: “Paco, se você me perdoa, peço que me encontre na praça em frente à estação, amanhã ao meio-dia. Seu Pai”. No dia e horário estabelecidos haviam 800 rapazes chamados Paco, todos eles tentado reatar relacionamentos quebrados com seus pais! Muitos de nós vivemos mágoas profundas que nos aprisionam e parecem que não têm solução. Precisamos de liberdade, mas onde encontrá-la?
Você e sua família
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Como podemos enfrentar as mágoas que nos causam? (1Pedro 4:8)
Jesus contou uma parábola (Mateus 18:21-34) que ilustra o que é o perdão. Que lições práticas podemos extrair da parábola?
a. Quem não compreende o perdão que Deus concede, nunca aprenderá a perdoar.
Lição 2
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b. A chave para o verdadeiro perdão é deixar de focalizar no que outros nos fizeram, e começar então a olhar para aquilo que Deus fez e faz por nós. c. Quando não perdoamos, por mais prejuízos que se possa ter, o maior prejuízo é viver mal consigo mesmo e com seus sentimentos. d. O perdão exige um preço. O perdão leva tempo e trabalho. Perdoar envolve reconhecer e lidar com a maneira como você foi ferido, optar por não se vingar, ou fazer a outra pessoa sofrer, assim como abandonar a sua própria raiva. Abandonar não significa que você esqueceu, mas isso o liberta para ser curado. “O perdão é um recurso psicológico e social que regula as relações humana” (John Berecz). Não perdoar é manter o papel de vítima, que não permite crescimento. É viver o tempo todo a raiva, a mágoa, o rancor, pois conserva uma situação do passado que influencia o presente e compromete o futuro.
Sua família e Deus
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Como era a Terra quando saiu das mãos do Criador? (Gênesis 1:31)
Como ela ficou depois do pecado? (Gênesis 3:16-19)
Que outras consequências o pecado trouxe? (Romanos 6:23)
O primeiro pecado consistiu na desobediência a Deus que aconteceu quando Adão e Eva estavam longe um do outro (Gênesis 3:1). O distanciamento do casal também provocou acusações (Gênesis 3:12). Quanto mais próximos um do outro melhor o casal saberá lidar com as dificuldades. O que era preciso para restaurar o desequilíbrio gerado pelo pecado? (Mateus 26:28)
Lição 2
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O que podemos fazer pelos outros? (Lucas 6:37)
Ao perdoar os outros experimentamos a liberdade do perdão divino em nossas vidas. Uma vez perdoados, como deve ser a nossa vida? (1 Coríntios 5:17) A culpa é extremamente destrutiva. Precisamos do autoperdão em nossas vidas. Em Cristo, temos a oportunidade de um recomeço!
Decisão em família Quero viver a liberdade do perdão de Cristo em minha vida. Desejo oferecer esse perdão à minha família e a alguém que me machucou. Quero receber o perdão de Jesus em minha vida
Para pensar
“Nós mesmos devemos tudo à livre graça de Deus. A graça do concerto é que prescreveu nossa adoção. A graça do Salvador efetua nossa redenção, regeneração e exaltação a co-herdeiros de Cristo. Que esta graça seja revelada a outros.” Parábolas de Jesus, p. 250.
Lição 2
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oa estranho na sociedade de hoje falar sobre o conceito de pecado. O discurso relativista de muitos não encontra espaço para admitir que todos nós temos culpa e mágoas. São elementos com os quais temos de lidar, consciente ou inconscientemente. Mesmo que alguns insistam em viver como se eles não existissem, lá estão esses dois sentimentos e que, muitas vezes, podem vir à tona e se tornar incontroláveis e impossíveis de se conviver com eles. Na Bíblia, o pecado é apresentado como um elemento desestabilizador na convivência humana com Deus. No livro de Gênesis, é explicado o efeito devastador que essa separação do homem com seu Criador proporcionou, mas as consequências ainda estão por aqui. O salmista diz que os seres humanos são naturalmente pecadores e chega a afirmar, no Salmo 51, versículo 55, que: “eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”. O pecado não é, portanto, um tipo de comportamento a ser vencido, mas uma condição que afeta o ser humano em todas as suas relações. A boa notícia é que biblicamente é possível curar as feridas do pecado. A mágoa e a culpa, por exemplo, não precisam tornar a nossa vida insuportável. No diálogo com o apóstolo Pedro, Jesus lhe ensinou o conceito do perdão. Em Mateus capítulo 18 e versículo 22, Cristo, ao responder à indagação de Pedro sobre o número de vezes que alguém precisa perdoar, afirmou: “não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (versão Almeida Revista e Atualizada). Historicamente, Pedro trouxe uma ideia de que o perdão poderia ser concedido a alguém por até sete vezes, mas Cristo quebrou essa forma limitada de pensar sobre o assunto.
âmbito familiar, dois pensamentos podem ser desenvolvidos para compreender o assunto. O primeiro deles é que o perdão vem de Deus, pois Ele é o primeiro que perdoa o ser humano naturalmente pecador. Não é uma iniciativa humana, mas divina. E só nos cabe aceitar esse perdão, porque é oferecido a cada um de nós em caráter de remissão. O segundo ponto é que, na família, esse mesmo processo precisa ocorrer. Assim como recebemos o perdão divino gratuitamente, devemos perdoar uns aos outros sempre. Devemos exercer isso que nos foi ensinado. Sem perdão no lar, sobram situações de tensão e, consequentemente, mágoas não resolvidas e com as quais insistimos em não lidar. A família vai, aos poucos, desestruturando-se e nem consegue entender a razão disso estar se dando. É a mágoa, o pecado não admitido entre os membros da família, que vai corroer as relações até que elas não existam mais. Vale para o casal e vale para os filhos. Sabiamente, o apóstolo Tiago sugere, em sua carta no capítulo 5 e versículo 16: “portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados”. Da conversa para a prática
• Reúna a família uma vez por semana para terem o momento do perdão, quando dirão uns aos outros o que os magoou ou chateou. Depois, peçam mutuamente perdão e encerrem com uma oração. • Leiam, em família, o capítulo 19 do livro Parábolas de Jesus, de Ellen White, intitulado “Como é alcançado o perdão”.
O perdão é ilimitado, porque ilimitadas são as vezes em que se faz necessário. No Lição 2
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Lição 3
Aprendendo a se Comunicar A grande parte dos conselheiros matrimoniais concorda que na base de todo bom casamento está a capacidade de se comunicar de forma eficiente. Por outro lado, quanto mais difícil for a comunicação maiores complicações poderão surgir no relacionamento.
Você e sua família
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O que podemos fazer para melhorar nossa comunicação? •
Eclesiastes 3:1 Estabeleça um tempo para conversar diariamente com seu cônjuge.
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Provérbios 15:1 Quando falamos de forma agressiva o risco é duplo: acabamos ficando afastados de quem amamos e podemos acabar influenciando os filhos a agirem de igual forma. Se estiver nervoso, antes de falar, se acalme
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Tiago 1:19 Uma das melhores táticas para obter uma comunicação infinita é ouvir mais e falar menos.
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Provérbios 25:11 A forma como se fala é tão importante quanto o que se diz.
Que outro passo é importante em uma boa comunicação? (João 2:25) É importante conhecer o seu cônjuge. Você sabe quais são as três coisas que seu cônjuge mais gosta de fazer e as que ele menos gosta? Faça uma lista e compare os resultados. Lição 3
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Lembre-se de que comunicação não é só o que é falado. Antes de se chatear com algo que lhe foi dito, procure entender os reais motivos. Se sua esposa reclama que você não dá atenção à família, note que por trás desta acusação há um pedido para que você passe mais tempo com ela.
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E se um dia perder o controle, o que fazer? (1 João 1:9) Reconhecer o erro e perdoarem-se mutuamente pode ser o começo de um diálogo reparador.
Sua família e Deus Deus também quer Se comunicar de forma eficiente conosco. Quando oramos, falamos com Deus, quando lemos Sua palavra Ele fala a nós.
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O que a Bíblia ensina sobre a oração? •
1 Pedro 4:7
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Mateus 7:7
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1 Tessalonicenses 5:17
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Daniel 6:10
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Tiago 5:16
O que Deus tem a dizer para nós através de Sua palavra? •
João 17:17
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Romanos 15:4
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Romanos 10:17 Fomos criados com a capacidade de nos comunicarmos e Deus quer Se comunicar diariamente conosco.
Lição 3
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Decisão em família Com a ajuda de Deus, pretendo colocar em prática a boa comunicação no meu lar. Desejo me comunicar com Deus diariamente pela leitura da Palavra e da oração.
Para pensar
“Devemos acostumar-nos a falar em tom agradável, usando linguagem pura e correta, com palavras amáveis e corteses. Palavras suaves e bondosas são para o espírito como o orvalho e a chuva branda. A Escritura diz de Cristo, que havia em Seus lábios uma graça tal que sabia ‘dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado’. Isaías 50:4. E o Senhor nos manda: ‘A vossa palavra seja sempre agradável’ (Colossenses 4:6), ‘para que dê graça aos que a ouvem’. Efésios 4:29 Parábolas de Jesus, p. 336.
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texto bíblico de Efésios, no capítulo 4 e os versículos 26 e 27, apresenta um conceito bem interessante e que diz respeito às relações interpessoais. Ali, o apóstolo Paulo, lembrando os salmos, afirma na lista de conselhos aos seus leitores: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Nem deis lugar ao diabo”. A ira, o ressentimento, sentimentos humanos e que podem ocorrer com qualquer pessoa, não Lição 3
podem destruir as relações entre as pessoas. Especialmente quando diz respeito a um casal que, diante de Deus, jurou lealdade sob a direção divina. Motivos para desgosto, mágoas, incompreensões, etc., são muito comuns na vida de um casal com ou sem filhos. E a forma como isso é encarado pelo homem e pela mulher é que determinará que tipo de comunicação haverá na família.
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A comunicação não se limita, e é importante compreender isso, a alguém emitir uma mensagem e o outro supostamente receber essa mensagem e decodificá-la (isto é, assimilá-la). No casamento, essa máxima se torna ainda mais real. Comunicação tem muito mais que ver com relacionamento entre as pessoas que se expressam em diálogos e atitudes que permitem a duas pessoas se comunicarem adequadamente para resolver seus dilemas e desafios. Por essa razão, o texto de Efésios faz todo o sentido. Não se pode falar em comunicação eficiente para um casal enquanto o ressentimento for forte e vivo entre duas pessoas que decidiram formar uma família. A comunicação entre o casal e, por consequência com os filhos, precisa partir de um lar em que as mágoas não sejam consideradas normais ou corriqueiras. A ira pode surgir, porque existe tensão no cotidiano, mas o sol não pode se pôr sem que isso seja resolvido ou mesmo se torne objeto de um diálogo sincero entre as pessoas da família. A comunicação de qualidade no lar significa, portanto, deixar as mágoas de lado e superá-las. Mas um passo importantíssimo que até vem antes, é a necessidade de haver uma comunicação sincera e real com Deus, o originador da família. Aquele que uniu o casal e permitiu que fossem um para serviLo e servir às pessoas deve ser buscado com todo o fervor e dedicação por cada pessoa. Evidentemente a comunicação na família vai envolver outros aspectos que irão Lição 3
contribuir para que as pessoas não apenas conversem. Mas que esse diálogo resulte em um relacionamento melhor, mais respeitoso, menos egoísta e mais de acordo com os princípios bíblicos. Vale salientar a necessidade de homem e mulher considerarem os sentimentos e as necessidades uns dos outros. Sem que um deseje exercer o domínio e dificultar a comunicação, em momentos de crise ou mesmo nas horas agradáveis. Quando se trata de assuntos difíceis, a capacidade de se colocar no lugar do outro (empatia) é essencial e a paciência precisa ser exercida de forma prática. E obviamente tudo isso só vai funcionar se for dedicado tempo para essa conversa. Tempo sem interrupções, sem distrações, sem desvio para outros temas corriqueiros. O ideal é que ali, entre homem e mulher, ou, entre pais e filhos, não haja falta de tempo, de momento para esse diálogo, para essa efetiva comunicação. Da conversa para a prática
• Crie, em casa, o momento do papo sincero ou papo aberto e incentive todos a falarem mais sobre os pontos positivos e os negativos do dia. Pode ser antes do almoço, jantar ou desjejum. • O casal pode ler o capítulo 16 intitulado “Companheirismo feliz” do livro Fundamentos do Lar Cristão. 18
Lição 4
Resolvendo os Conflitos Um casal de muitos anos comentava com outro o segredo de não terem discussões. Simplesmente não se falavam há anos. Um casamento feliz e duradouro não significa ausência de conflitos. Isso é um mito e precisa ser mudado. De fato, o que faz um casamento ter sucesso é a capacidade de o casal superar seus conflitos. Como podemos fazê-lo?
Você e sua família Passos para resolver os conflitos:
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Efésios 4:26 e 27
Evite o silêncio congelante. Não deixe que pequenas mágoas do cotidiano se transformem em longos períodos de silêncio. Mateus 26:38
Ao invés de falar do que o outro fez, prefira falar do que está sentindo. Use o “eu” ao invés do “você”, para exprimir seus sentimentos. Lembre-se: a mágoa é sua não do seu cônjuge, por isso evite atacá-lo. Tiago 1:19
Esteja pronto para ouvir. Se estiver dominado pela emoção não conseguirá ouvir nada. Relaxe e depois exponha seus pensamentos. Lição 4
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Tiago 5:16
Em uma discussão, nunca estamos totalmente certos, nem totalmente errados. Confessem seus erros um ao outro. Tiago 5:8
Devemos treinar a paciência. A cada conflito que vencemos, nossa paciência é fortalecida. Filipenses 2:4 Lembre-se que em toda discussão há sempre dois lados. As diferenças na forma como vêem as coisas precisam ser compreendidas e aceitas. Desta forma pode-se superar os dilemas e aceitar o que não pode ser mudado. Efésios 6:12 Lembre que o verdadeiro inimigo não é seu cônjuge. Nossa guerra é contra os poderes do inimigo. Ele quer fazer de tudo para destruir seu lar. Mas saiba que em Cristo somos mais do que vencedores (Romanos 8:37)
Sua família e Deus A Bíblia também fala de um grande conflito.
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Onde e entre quem foi o conflito? Apocalipse 12:7-9 Lúcifer, o nome de Satanás antes de seu pecado, entrou em guerra com Deus, porque queria ser igual a Ele (Isaías 14:12-14). Este conflito não terá fim? Apocalipse 14: 6 e 7.
Lição 4
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Quais os resultados desta grande batalha? •
No céu (Apocalipse 12:4)
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Na terra (Gênesis 3:23) O pecado nos afasta de Deus (Isaías 59:2).
Qual será a base do nosso juízo? Apocalipse 20:12
Quem será nosso advogado? 1 João 2:1
O que podemos fazer para nos livrar do pecado e estarmos novamente diante de Deus? 1 João 1:9 Quando confessamos nossos pecados a Deus, ele oferece Seu perdão (Romanos 4:7 e 8).
Decisão em família
Com a ajuda de Deus, pretendo colocar em prática a boa comunicação no meu lar. Desejo me comunicar com Deus diariamente pela leitura da Palavra e da oração.
Para pensar
“O precioso Salvador enviará auxílio exatamente quando dele necessitarmos. O caminho para o Céu acha-se consagrado pelas Suas pegadas. Cada espinho que fere nossos pés, feriu os Seus. A cruz que somos chamados a carregar, Ele a levou antes de nós. O Senhor permite que venham os conflitos, a fim de prepararem a alma para a paz.” O Grande Conflito, p. 633. Lição 4
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O
s conflitos nunca estiveram na agenda de Deus, no Céu, como algo agradável e que o Senhor enxergasse como ideal para Suas criaturas. Pelo contrário, pois biblicamente os conflitos passaram a ser uma realidade quando Lúcifer, um dos anjos de Deus, resolveu confrontar o Criador e, no alto de seu orgulho, criticou a Deus, Seu caráter e se posicionou contrário ao que havia sido estabelecido. Nasceu ali o pecado e, por consequência, o conflito. No âmbito humano, o conflito se desenvolve constantemente entre pessoas que discordam umas das outras, divergem e, em alguns casos extremos, até se tornam agressivas e ofensivas umas com as outras. Na família, seja entre marido e mulher ou entre pais e filhos, os conflitos fazem parte da realidade. E, em muitos casos, até se tornam oportunidades para uma mudança de atitudes e comportamentos. Algumas características marcam os conflitos na família e, para que sejam solucionados, esses traços precisam ser observados e trabalhados. Silêncio e mágoa As mágoas alimentadas por mãe, pai ou filho, não resolvidas, não discutidas, nem enfrentadas com franqueza, tornam-se espécies de tumores ocultos que vão destruindo as pessoas lentamente, ao longo do tempo. E, nesse contexto, o silêncio é altamente prejudicial, pois impede o processo de diálogo e busca de uma solução.
por detalhes e situações de pequena proporção. Tentar entender por qual razão o outro agiu de uma determinada maneira ou procurar, ao menos, imaginar o que se passa na mente do outro é um passo essencial na resolução dos conflitos. Capacidade de ouvir Ouvir é um exercício muito mais importante do que se imagina. Não se resume a escutar o outro de forma desinteressada, mas a realmente valorizar aquilo que está sendo dito. Na família, isso adquire um caráter ainda mais valioso, pois, muitas vezes, o descontrole nas emoções leva o pai, mãe ou filhos a atos impensados e, por isso, um dos lados precisa manter o equilíbrio escutando mais do que falando. A discussão em tom agressivo jamais leva a uma solução pacífica. Pelo contrário, costuma agravar ainda mais o cenário já complexo. Da conversa para a prática
• Faça um teste. Experimente dar o primeiro passo para resolver um conflito familiar. Seja o primeiro a escutar, a tentar pensar em como o outro se sente sobre uma determinada situação e faça algo prático. • Em família, leiam o capítulo 30 intitulado “Companheirismo da família” do livro Fundamentos do Lar Cristão.
Falta de empatia A incapacidade de uma pessoa de se colocar no lugar da outra, ou seja, de exercer empatia, é fatal em uma família. Os conflitos são diários e, muitas vezes, ocasionados Lição 4
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Lição 5
Mantenha Viva a Chama do Amor! Certa vez um casal apreciava um belo luar. De repente uma nuvem atravessou a frente da Lua encobrindo-a. Lembrando-se a esposa de como à época de namoro o seu marido era romântico e em uma situação como essa dizia que a Lua se escondera por causa da beleza de sua amada, ela perguntou onde estava a Lua. A reposta do marido foi: “não está vendo que está atrás da nuvem? Vamos para a casa que vai chover”. O que podemos fazer para manter viva a chama do amor em nossos relacionamentos?
Você e sua família Uma das maiores dificuldades dos relacionamentos é o desgaste produzido pela rotina, pela mesmice, pela falta de diálogo e atenção. O sábio rei Salomão escreveu no livro de Cantares preciosas informações que podem ajudar:
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Cantares 2:4 Tenham um momento especial a sós entre vocês. Coloquem em sua agenda espaço para o romantismo.
Cantares 2:15 Esteja atento às “raposinhas” que destroem os relacionamentos. Os filhos, o trabalho, os parentes, a falta de criatividade podem ser elementos que provocam grande desgaste no casal. Lição 5
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Cantares 7:10
Mostre afeição pelo seu cônjuge. Esteja atento às necessidades emocionais dele/dela. É preciso conhecer o que agrada seu cônjuge: • Elogios (Cantares 4:7) • Toque (Cantares 2:6) • Serviço(Cantares 8:2) • Atenção (Cantares 7:11) • Presentes (Cantares 8:12) Para saber o que agrada seu cônjuge comece perguntando do que ele ou ela sente mais falta ou o que mais gostaria que você fizesse por ele/ela. Em 1 João 3:18, João diz que devemos demonstrar amor por atos. Atos de amor produzirão amor.
Sua família e Deus Jesus sabia que o amor precisa ser cultivado. Ele usou o casamento para ilustrar o Seu amor por nós (Apocalipse 19:7). Em Seu amor, Jesus, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), também deseja que mantenhamos viva a chama do nosso amor. Ele mesmo prometeu voltar (João 14:3) porque deseja que estejamos com Ele por toda a eternidade.
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O que aconteceria nos dias que antecederiam a volta de Cristo? •
Mateus 24:12
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2 Timóteo 3:3-5
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Mateus 24:3-5
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Lucas 21:25
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Mateus 24: 6 e 7
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Como será a vinda de Cristo? Apocalipse 1:7
O que devemos fazer enquanto esperamos a volta de Cristo? •
Mateus 25:13
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Tiago 5:8
Decisão em família Desejo expressar diariamente meu amor pela minha família. Desejo me preparar para o encontro com Cristo quando Ele voltar.
Para pensar
Todo casal que une entre si seus interesses vitalícios deve buscar tornar o mais possível feliz a vida do consorte. Aquilo que prezamos, procuramos conservar e tornar mais valioso, se possível. No contrato matrimonial, homens e mulheres fizeram um ajuste, um investimento para a vida, e devem fazer o máximo possível para controlar suas palavras de impaciência e mau humor, mesmo com maior cuidado do que o faziam antes do casamento, pois agora seus destinos se acham unidos por toda a vida, como marido e esposa, e cada qual é avaliado na exata proporção à quantidade de penoso empenho para reter e manter sempre novo amor, tão ansiosamente buscado e apreciado antes do casamento” O Cuidado de Deus, p. 183. Lição 5
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romantismo no casamento pode ser visto de duas maneiras distintas: Como em uma produção cinematográfica na qual o homem corteja a mulher o tempo inteiro e a surpreende diariamente com atos incríveis de demonstração de afeto. Sai correndo para comprar uma flor antes que ela chegue à casa, faz um jantar especial memorável, etc. Ou, indo para a realidade, é o tipo de ação constante feita para manter os laços afetivos fortes e consistentes. A ameaça da mesmice no casamento e da rotina enfadonha, que desgasta o relacionamento, é real para todas as pessoas que convivem juntas por certo período de tempo. E, em alguns casos, isso pode ser motivo para separação ou divórcio. Aliás, os dados estatísticos não são animadores. O site Hopes and Fears fez um levantamento e constatou o tempo médio de duração dos casamentos em algumas cidades do mundo. Em Roma, por exemplo, o tempo chegou a 18 anos, com uma taxa média de divórcio na casa de 30,7%. Já em Ottawa, capital do Canadá, o tempo ficou em 13,8 anos e a taxa média de divórcio é de 48%. Depois surgem cidades como Paris, Nova Iorque, Sidney, Cidade do México, Tóquio, Londres e outras. Independentemente das causas que possam estar relacionadas a esse fenômeno, que vão desde a facilidade em várias cidades para se conseguir efetivar o divórcio até causas econômicas na vida do casal, o fato é que ali, na maioria das vezes (falando empiricamente claro), há sempre um ingrediente de desgaste. O cultivo de valores e práticas dentro do casamento pode ser um antídoto importante contra o mal do desgaste. A rotina é o ambiente em que todos os casamentos entram, por isso pode não ser em si necessariamente mal. O que se faz a partir dessa constatação é o que provavelmente fará a diferença para marido e mulher. Questões importantes precisam ser levadas em conta e poderíamos resumi-las em três (há outras). Mas essas três sintetizam, de certa maneira, onde pode estar a raiz do problema do desgaste na rotina. Lição 5
Falta de diálogo Comunicação deficiente ou inexistente no casa- mento, por um prolongado período de tempo, é geralmente o fator desencadeante de um começo de desgaste. O casal que deixa de se falar por orgulho, vaidade, egoísmo ou qualquer outra razão pode estar dando o primeiro passo para que a rotina se torne altamente prejudicial à sobrevivência da relação. Falta de atenção O desprezo pela opinião, pela realidade do outro, a incapacidade de se interessar por aquilo que o outro faz, diz ou demonstra é ameaça certa também. Não se trata de apenas criar momentos incríveis para um jantar à luz de velas. Trata-se de uma conversa, talvez em um jantar fora, em que, mais do que comida cara ou um programa diferente, o casal aprenda a se ouvir e a se interessar mais pelas coisas um do outro. Falta de gestos de carinho A convivência diária mecânica, fria e até formal elimina o desejo de surpreender, não necessariamente com presentes comprados a muito custo, mas com gestos de carinho. É o toque com sensibilidade nas horas de alegria e dor, mas é, também, a palavra certa, branda, na hora da angústia e agonia. É o silêncio oportuno quando se precisa mais refletir internamente. Isso pode soar como carinho também. Não há problemas em se ter flores, um presentinho criativo, mas, também, o carinho pode vir na forma de ajuda aos filhos, de apoio em uma atividade doméstica, etc. Da conversa para a prática:
• O casal pode estabelecer uma agenda regular (semanal, quinzenal ou mensal) para passeios e programas apenas com os dois. • O casal pode ler o capítulo 31 intitulado “Segurança mediante o amor”, do livro Fundamentos do Lar Cristão.
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Lição 6
Restaurando a Família Um pregador perguntou a uma criança onde ficava o céu. Apontando para frente disse: “é no apartamento 902 daquele prédio”. Aquele menino via as bebedeiras e as brigas de seu pai e como sua mãe dizia que aquela casa era um inferno. Mas o homem conheceu o evangelho e mudou totalmente. Agora a sua mãe dizia que aquela casa era um céu. É possível fazer da sua casa um pequeno céu? O que a Bíblia pode ensinar para facilitar as relações dentro do lar?
Você e sua família A família é composta de papéis sociais. Assim, o homem é marido e pai, a mulher, mãe e esposa, as crianças, filhos e irmãos. Quando cada um dos componentes da família sabe o que fazer para tornar o seu lar melhor, as coisas ficam mais fáceis. A Bíblia oferece alguns conselhos úteis para toda a família.
1
Quais os deveres entre esposo e esposa? •
Efésios 5:22
•
Efésios 5:24 Se a submissão é a parte da esposa, o sacrifício é do marido. Ambos precisam entender que no casamento negamos o “eu” em prol do “nós”.
Lição 6
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2
E quanto aos pais e filhos?
3
E os irmãos? Salmo 133:1
•
Efésios 6:1-3
•
Efésios 6:4 A criança precisa aprender desde cedo lições de disciplina, autoridade, respeito e obediência. Por outro lado, os pais devem evitar comportamentos contraditórios (faça o que falo, mas não faça o que eu faço) ou desmerecer o valor dos filhos (“você não vale nada”!). A criança precisa entender que é importante e que sua vida tem um propósito especial.
Os filhos costumam competir entre si pela atenção dos pais. Eles precisam se sentir igualmente amados e protegidos, para que estejam unidos. Resumindo, a família feliz é aquela em que cada um se ocupa em agradar e servir o outro.
Sua família e Deus Jesus também preparou um lindo lar para que possamos viver com Ele.
1 2 3
Qual foi a promessa de Jesus a Seus discípulos? (João 14:2,3)
Como é o lar que Ele preparou para nós? •
1 Coríntios 2:9
•
Isaías 32:18
•
Isaías 60:18
•
Isaías 33:24
•
Apocalipse 21:3
Quando poderemos entrar lá? 1 Tessalonicenses 4:16 e 17
Lição 6
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4 5 6
O que acontecerá então? Apocalipse 20:6
E quanto àqueles que não aceitaram a Cristo o que acontecerá com eles? Apocalipse 20:5,12-14
Após a derrota final do mal onde será nosso lar eterno? Apocalipse 21:1-2
Decisão em família
Procurarei fazer com que o meu lar seja um lugar melhor cada dia. Desejo me preparar, junto com a minha família para morar no lar que Deus tem preparado para nós.
Para pensar
“A restauração e reerguimento da humanidade começam no lar. A obra dos pais é a base de toda outra obra. A sociedade compõe-se de famílias, e é o que a façam os chefes de família. Do coração “procedem as saídas da vida” (Provérbios 4:23); e o coração da comunidade, da igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas.” A Ciência do Bom Viver, p. 349.
Lição 6
29
N
o livro de Efésios, especialmente nos capítulos 5 e 6, Deus, por meio do apóstolo Paulo, traça um perfil desejado para pais e filhos nas suas relações. Sabiamente, os primeiros conselhos são para que homem e mulher se amem na mesma medida em que Cristo ama a Sua igreja, ou seja, da mesma forma como Cristo ama as pessoas pelas quais morreu para oferecer salvação e graça. É interessante porque, entre os versículos 23 a 33, fica claro que esse relacionamento entre homem e mulher deve ser de mútuo respeito e profundo cuidado e zelo. A família precisa ser preservada e essa preservação tem base na dimensão espiritual. Não basta que homem e mulher se preocupem com a estabilidade financeira, a comodidade, a formação acadêmica ou outros aspectos que, apesar de serem importantes, não são essenciais na manutenção de uma família bem ajustada e equilibrada. A preocupação espiritual precisa ser a primeira e a principal, não eventual.
a comprometer a capacidade de eles enxergarem, no futuro, quem realmente é o Pai de amor. A restauração da família não é um ato que depende da liderança de uma igreja, de uma escola ou mesmo de um governo. Nada disso. Depende prioritariamente de cada pai e filho. É no ambiente da família, dependente de Deus e dos Seus princípios, que se dá a restauração que Deus espera. O Senhor quer restaurar as famílias de volta ao que foi, um dia, o plano original traçado por Ele para a felicidade humana. Não se engane! A família é um meio criado por Deus para que as pessoas sejam felizes. Seguir os princípios bíblicos é o meio para que isso ocorra.
No trato com os filhos, o capítulo 6 também dá orientações importantíssimas. Há elementos ali meio impopulares hoje, mas que sempre tiveram um papel importantíssimo na educação como a disciplina e a admoestação, ou orientação para ficar mais simples. Crianças, adolescentes e jovens precisam ser educados, ajudados, apoiados, orientados, direcionados. Os extremos que hoje se apresentam são prejudiciais. A atitude descompromissada de alguns pais, absolutamente irresponsáveis, que não se preocupam com o tipo de vida e valores que seus filhos possuem ou deixam de possuir, é uma ameaça. Por outro lado, os pais autoritários, impiedosos, duros e violentos não representam, também, o ideal bíblico descrito por Paulo. Distorcem a imagem de Deus diante dos filhos de forma Lição 6
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Lição 7
Emoções sob Controle Fomos criados com um coração que tem desejos (Salmo 37:5). Nós temos sentimentos que são expressos pelas emoções. Elas dão cor à vida, são uma forma de responder ao ambiente preparando-nos para uma ação. As emoções básicas (que dão origem às demais) são: ira, alegria, tristeza, medo e afeto. Em si elas são neutras, mas, em muitos casos, têm sido a origem de sofrimento para muitos que simplesmente não conseguem se dominar e, em outros casos, para os outros que precisam conviver com alguém que tem dificuldades de lidar com suas próprias emoções ou com as dos outros. O que fazer para manter as emoções sob controle?
Você e sua família
1
O que a Bíblia diz sobre o descontrole emocional?
2
O que podemos aprender com Jesus ao lidar com nossas emoções?
•
Jó 5:2
•
Jó 18:4 Perder o equilíbrio emocional não é saudável.
•
Lucas 19:43
•
Mateus 26:38
•
Lucas 15:10
•
Mateus 27:43
•
Mateus 20:28 Lição 7
31
Em cada uma destas situações, Jesus expressou suas emoções: ira, tristeza, alegria, medo e afeto de forma equilibrada. A grande questão não é que não podemos expressar as emoções, mas como fazê-lo de forma saudável.
3 4
O que você pode fazer quando estiver dominado pela emoção, ou alguém da sua família perder o controle? (Mateus 26:41) A emoção não se defronta com emoção ou razão, mas pelo espírito. A melhor forma de equilibrar as emoções é através de uma vida de oração e comunhão com Deus. Devemos permitir que Ele seja o Senhor de nossas emoções. O que Deus pode fazer se em algum momento nos descontrolarmos emocionalmente? Salmo 145:14
Sua família e Deus
1 2 3
Qual o fundamento para edificarmos nosso caráter? Mateus 7:24-27 Se quisermos ter autocontrole em todas as situações, precisamos edificar nossa vida em Cristo. Quem pode nos ajudar a reconhecer e escolher entre o certo e o errado? João 16:8 O Espírito Santo nos convence do que precisamos mudar em nossa vida. Ele nos faz entender o que é pecado e o que é justo em nossa vida. Quem deve ser o nosso exemplo? 1 Pedro 2:21
Lição 7
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4 5
O que Deus quer que desenvolvamos em nossas vidas? Gálatas 5:22-23 A expressão “fruto do Espírito Santo” indica que se nós permitirmos, Ele nos ajudará a crescer em cada uma dessas áreas importantes da nossa vida. De que forma podemos vencer nossos maus hábitos? Gálatas 2:20
Decisão em família Desejo vencer meus ressentimentos. Quero o poder de Deus em minha vida para que consiga lidar com minhas emoções. Decido andar como Cristo andou, fazendo dEle meu guia. Pelo poder do Espírito Santo quero permitir que o Espírito Santo me ajude a desenvolver o fruto do Espírito em minha vida.
Para pensar
“Se olharmos para o lado brilhante das coisas, acharemos bastante para nos fazer animosos e felizes. Se dermos sorrisos, eles nos serão devolvidos; se pronunciarmos palavras animosas, agradáveis, elas de novo nos serão dirigidas”. Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 758.
Lição 7
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A
Bíblia fala muito sobre o domínio próprio, inclusive como uma virtude que faz parte do fruto do espírito referido no capítulo 6 do livro de Gálatas. Quando se trata da família, então, essa virtude se torna imprescindível para a convivência aceitável entre pais e filhos. As emoções existem e fazem parte do ser, porém é necessário que se compreenda que elas não podem predominar de maneira a criar pontos de ruptura no ambiente familiar. Não há uma regra específica e única para se falar em autocontrole ou controle das emoções, pois se trata de algo bastante individual, porém algumas sugestões, vindas da própria Palavra de Deus, a Bíblia, podem ajudar a fortalecer essa importante característica. Alguns aspectos podem ajudar:
a. Permita-se ser guiado constantemente pelo Espírito Santo e busque-O diariamente por meio da oração e do estudo da Bíblia. Sem a interferência sobrenatural e externa de Deus é impossível se falar sobre autocontrole. a. Compreenda e siga compreendendo que nem sempre é prudente dar vazão a todo o tipo de emoção como a raiva e a ira. As consequências para os relacionamentos podem ser destrutivas nesse caso. Palavras mal colocadas, imprudentes ou fora de hora, no calor da disLição 7
cussão, podem magoar e aprofundar os abismos que muitas vezes já existem. a. Aprenda a respirar antes de falar ou agir de alguma maneira. No caso de emoções negativas, isso pode reduzir o impacto ruim de uma resposta áspera, impensada. a. No caso das emoções positivas, é muito bom compartilhá-las sempre, mas sempre na medida certa. É importante continuamente tentar se colocar no lugar do outro (empatia). Às vezes, a euforia de um pai ou filho extremamente alegre contrasta com outro membro da família que está muito triste e não consegue, naquele exato momento, contagiar-se com a alegria do outro. É necessário respeitar os sentimentos alheios. a. Guardar emoções negativas relacionadas a alguém da família pode, em curto prazo, ser prejudicial para a resolução de problemas simples. E, em longo prazo, é um instrumento muito forte para minar o amor mútuo. Da conversa para a prática O casal pode ler trechos do livro Como Lidar com as Emoções, de Ellen White. Disponível em adv.st/lidaremocoes. 34
Lição 8
O Poder da Disciplina Ao contrário do que se possa imaginar, a disciplina é um ato de amor. O próprio Deus concorda com essa opinião. Ele diz: “Eu repreendo e castigo a todos quanto amo” (Apocalipse 3:19). Muitos pensam que a ausência de disciplina é igual a amar, deixando as crianças fazerem o que bem entenderem. Como resultado, encontramos pais desesperados com crianças agressivas, e que não saberão lidar com as situações da vida no futuro.
Você e sua família
1
O que é preciso para colocar disciplina no lar? •
Efésios 6:4 Seja amigo do seu filho. Lembre-se de que a disciplina deve ser um ato de amor e não de ira contra seu filho. Se estiver irritado com algo que seu filho fez, é preciso ter autocontrole. Lembre que você está ensinando seu filho a se comportar de forma correta, e se a criança vê o descontrole dos pais, ela o imitará.
•
Mateus 5:37 O adulto deve cumprir suas promessas. Se você prometeu punir seu filho, faça-o. Quando não o faz, ensina a impunidade. Se prometer recompensá-lo, cumpra-o também, para que não perca o valor de suas palavras frente aos seus filhos.
•
Provérbios 22:6 As lições de disciplina, respeito, autoridade e reverência devem ser apresentadas bem cedo à criança. Não deixe para depois.
Lição 8
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•
Provérbios 29:15-17 A vara na Bíblia é um instrumento de medição (de juízo). Os pais devem medir as ações de seus filhos e fazer com que vejam onde erraram e o que precisam fazer para mudar. A melhor disciplina não é a que usa a força para não que não se faça algo. Não adianta dizer apenas o que não deve ser feito, deve-se apresentar o que deve ser feito.
•
Hebreus 12:11 Lembre-se que a disciplina é um ato de amor. É claro que não nos alegramos em disciplinar, mas se fielmente prosseguirmos, ela produzirá frutos.
•
Deuteronômio 6:7 A Bíblia orienta que cada pai deve ensinar à criança a Palavra de Deus diariamente. Tais lições jamais serão esquecidas.
Sua família e Deus Deus sabe o que é melhor para nós e por isso também deixou-nos regras para que fôssemos felizes.
1 2 3
O que experimenta quem vive segundo da lei de Deus? Salmo 19:7 e 8
O que é pecado? 1 João 3:4
Nos últimos dias, a lei de Deus seria observada pelos Seus seguidores? Apocalipse 14:12
Leia Êxodo 20:1-17 e conheça os mandamentos de Deus
Lição 8
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Conhecendo a lei, o que devemos fazer? Eclesiastes 12:13 e 14
Decisão em família Desejo preparar meus filhos para este mundo e para a vida eterna. Procurarei ensinar a eles a Palavra de Deus diariamente. Desejo cumprir a lei de Deus em minha vida.
Para pensar
“O caráter formado nesta vida determinará o destino futuro. [...] A cada dia há novas batalhas a combater, e vitórias novas a serem obtidas. Diariamente deve a alma dilatar-se, pleiteando fervorosamente com Deus pelas poderosas vitórias da cruz. Os pais não devem negligenciar de sua parte nenhum dever para beneficiar seus filhos. Devem educá-los de tal maneira, que venham a ser
Conselhos sobre Educação, p. 43.
H
ofni e Fineias, criados no sacerdócio no templo, conheciam muito bem os preceitos de conduta e reverência que deveriam seguir. No entanto, desprezando esse conhecimento, agiam de forma irresponsável e imoral, coLição 8
metendo todo tipo de atrocidade contra as coisas sagradas. Seu pai, Eli, não costumava ficar calado. Frequentemente, os repreendia com palavras e exortações, o que eles também ignoravam.
37
Mesmo sendo advertido por Deus sobre a punição que cairia sobre toda a sua família por causa da rebeldia dos seus filhos, Eli não mudou de atitude. A história, narrada em 1 Samuel 2:12 a 4:22, mostra consequências dramáticas que acompanharam gerações. Mas, se as repreensões de Eli não foram suficientes para educar seus filhos, o que seria? A disciplina, na educação dos filhos, vai muito além do diálogo. Apesar de fundamental, este deve vir acompanhado de lições práticas, de forma que as crianças assimilem melhor o aprendizado. É necessário mostrar-lhes que seus erros têm efeitos negativos, e isso deve ser ensinado por meio de restrições, confiscos e até castigos físicos. “O que retém a vara odeia o seu filho, mas o que o ama, castiga-o na hora precisa” (Provérbios 13:24). É importante ressaltar que a punição física deve ser proporcional à capacidade da criança de superá-la e entendê-la. Abusar da força é outro extremo que, ao invés de ensinar lições, incita a raiva e o sentimento de injustiça. Por isso, o castigo físico deve ser exercido quando o pai/mãe está em pleno controle das suas emoções. Da mesma forma que a repreensão, a recompensa precisa ser usada como recurso na disciplina. Se um castigo mostra ao filho o que não deve ser feito, um “prêmio” ensina-lhe onde está acertando, e incentiva-o a continuar na conduta correta. Os pais devem dar toda atenção a esses detalhes, pois é pela disciplina que se forma o caráter. É por meio dela que os filhos assimilam princípios e valores como a pontualidade, o asseio e a organização, a honestidade, a lealdade, a empatia, o autocontrole, a resiliência, a disposição para o trabalho, o respeito, a dignidade e o amor a Deus.
falhado em se posicionar como tais. É muito comum interpretar o quinto mandamento como uma diretriz para os filhos. Mas “honrar pai e mãe” pressupõe que estes ocupam uma posição de autoridade que implica uma postura ativa, e não passiva. Ou seja, o mandamento também ordena aos pais exigirem dos filhos o devido respeito e obediência. Os pais são a figura representante de Deus durante a formação do caráter da criança. Portanto, ao ensiná-la a prestar-lhes a devida obediência, estão garantindo que, no futuro, será uma pessoa honrosa e temente a Deus. Da conversa para a prática • Dedique um culto familiar ao tema da disciplina. Juntos, leiam Hebreus 12:5-11. Fundamentando-se no exemplo do amor de Deus pelos seres humanos, demonstrado por meio da disciplina, estimule seus filhos a refletirem e a expressarem o quanto se sentem amados ao receberem a devida correção por seus atos. • Desenvolva o hábito de, ao repreender os filhos, dialogar com eles explicando o motivo pelo qual estão sendo disciplinados e, juntos, extraiam lições práticas da situação. A punição sem diálogo e aprendizado não passa de mera tirania.
Em todo caso, uma coisa é certa: cabe aos pais a responsabilidade prioritária e intransferível de disciplinar os filhos. E se estes demonstram rebeldia, certamente os pais têm Lição 8
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Lição 9
O Tempo da Família Algum tempo atrás, um casal de artistas famosos se separou por incompatibilidades de agenda! Estavam tão ocupados em seus afazeres que seu casamento não suportou a distância um do outro! O que tem sido realmente importante na nossa vida? Temos utilizado bem o tempo que temos? O que fazer?
Você e sua família
1
O que a Bíblia diz acerca do uso do tempo? Eclesiastes 3:1 Precisamos aprender a utilizar o tempo de tal forma que seja uma bênção para nós e não que sejamos escravos do mesmo. Como fazê-lo? •
Mateus 22:29 É preciso definir prioridades. Os relacionamentos são os que mais sofrem com o uso que fazemos do tempo. Se não os colocarmos em primeiro lugar, teremos dificuldade em administrar nosso tempo em família.
•
Eclesiastes 3:2-8 É preciso definir uma rotina diária. Não é apenas pensar que dedica tempo para a família, mas estabelecer quais serão estes momentos e dividir isto com todos os membros da família.
•
Salmo 127:3 Lembre-se de que o tempo deve ser dividido de tal forma que os filhos recebam atenção, que eles saibam seus horários de recreação, alimentação, estudo e comunhão com Deus.
•
Hebreus 13:4 Para honrar o matrimônio, o casal deve ter tempo e espaço para a sua intimidade. Lição 9
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•
Salmo 127:2 Valorize seus momentos de descanso. Ele é muito precioso para que você recupere o vigor. Não preencha sua agenda com mais atividades do que seja capaz de realizá-las em um dia. O ideal é que ao selecionar as atividades escolha-as por prioridade e tenha um espaço livre a cada dia para poder lidar com os contratempos.
Sua família e Deus O descanso e a confiança estão muito conectados. Quantas noites de insônia perdidas por conta das preocupações do cotidiano? Não é à toa que Cristo diz que não devemos andar ansiosos com coisa alguma (Mateus 6:25). Ele é o Doador da vida e sabe do que precisamos para nossa sobrevivência.
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Depois de criar toda a Terra e o ser humano, o que mais Deus criou? Gênesis 2:2,3 Deus indicou que precisávamos de um período destinado ao repouso. Deus, o soberano do Universo, dedicou um dia especial para você. Precisamos aprender a descansar em Deus. De que modo devemos separar um dia para Deus? Êxodo 20:8-11
Quais as bênçãos que Deus oferece a quem separar o dia especial para Ele? Isaías 58:13 e 14
Lição 9
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Qual o dia que Jesus guardou quando viveu entre nós? Lucas 4:16
Qual é o convite divino para cada um de nós? Hebreus 4:4 e 9
Decisão em família Entendo que Deus quer que haja um tempo especial para a minha família. Colocarei meus relacionamentos como prioridades na minha vida. Decido experimentar as bênçãos de guardar o dia de descanso que Deus escolheu para mim e minha família.
Para pensar
“O sábado e a família foram, semelhantemente, instituídos no Éden, e no propósito de Deus acham- se indissoluvelmente ligados um ao outro. Neste dia, mais do que em qualquer outro, é-nos possível viver a vida do Éden. Era o plano de Deus que os membros da família se associassem no trabalho e estudo, no culto e recreação. [...] No Seu dia Ele reserva à família a oportunidade da comunhão com Ele, com a natureza, e uns para com outros”
Educação, p. 250-251.
Lição 9
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F
oram seis dias de muito trabalho. Imagine quanta criatividade Deus demonstrou ao trazer à existência cada espécie, cada som, cada cheiro, cada nuance de cor, cada lei para reger a vida! Como por Ele o mundo se formara, este mundo precisaria estar em frequente contato com Ele para continuar a existir. Por isso, o sábado foi estabelecido como memorial da vida e tempo de reconexão com a fonte dela. Mas o que tem que ver o sábado edênico com a família? Tudo. No Éden foi estabelecida a primeira família, que representa o tipo de relação que Deus queria manter com Suas criaturas; uma relação de amor, convivência e união de propósitos. Ao nos lembrar da necessidade que temos de estar na presença de Deus, o sábado nos ensina, também, que a família não sobrevive sem tempo de qualidade e contato pessoal. Com prioridades deturpadas, a sociedade, hoje, permite que a rotina engula o tempo que deveria ser dedicado às coisas fundamentais. Pelo trabalho e compromissos, pela ganância de ter e ser, a família é sacrificada. Logo ela que é a base de tudo! À medida que a família se despedaça, crescem as mazelas sociais. Não à toa! Como haverá ética, respeito e empatia se isso não foi aprendido no lar? Como ter saúde e dignidade se, desde a mocidade, ignora-se a temperança e a disciplina? Como esperar sanidade dos adultos, se as crianças crescem cheias de traumas e complexos causados por uma família desestruturada? Não pode haver equilíbrio num mundo cujo alicerce está em ruínas. O nosso tempo de maior qualidade deve ser dedicado à família; o resto pode esperar. O casal precisa gastar horas no diálogo saudável. Deve reservar-se o tempo do seu Lição 9
divertimento, da sua intimidade, do seu desenvolvimento físico, espiritual e intelectual. Devem buscar sempre surpreender um ao outro, e relembrar o motivo pelo qual se apaixonaram. Os pais devem encarar a educação dos filhos como uma missão prioritária e intransferível. Devem ensiná-los sobre moral, cidadania e temor a Deus com o seu próprio exemplo, e isso só será possível se dedicarem tempo para diálogos e atividades em família. Estes precisam ser hábitos diários. Mas, praticá-los nas horas do Sábado torna-os momentos ainda mais especiais, pois, como dia separado para a comunhão com Deus, acaba unindo a família num propósito espiritual. Da conversa para a prática • Desenvolva o hábito de ter conversas divertidas com a sua família, sem cobranças ou críticas, sem celulares, TV’s ou computadores (esqueça-os nesses momentos!). As refeições à mesa são excelentes oportunidades para isso. • Planejem atividades para realizarem juntos com frequência, e estabeleçam metas a perseguir. Pode ser a prática de uma atividade física, a leitura de um livro, a montagem de um quebra-cabeça, a participação em um projeto social... Mas não torne isso uma rigorosa obrigação; a ideia é que seja um momento de fuga, relaxamento e aprendizado, e não um fardo. • Não abra mão do culto familiar. É um momento muito propício para aprender sobre o amor, princípios, valores, e reforçar a esperança de viverem, em família, com Cristo.
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Vencendo o Sofrimento Ao abrir um jornal, logo nos deparamos com notícias de tragédias e cenas de desespero. Certamente a sua família também já deve ter passado por situações difíceis. Nestes momentos, de dor e sofrimento ficamos nos perguntando o que fazer. Onde encontrar forças para vencer nossas dificuldades? Em que colocar nossas esperanças?
Você e sua família É dito que para enfrentar a dor o primeiro quesito é ter uma atitude positiva diante da vida. O que fazer para construir uma atitude de esperança e encontrar alívio nas horas de angústia.
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O que a Bíblia ensina sobre o sofrimento? João 16:33 O sofrimento é uma realidade neste mundo. Todavia, nem tudo o que fere a sua vida é resultado de algo que você fez. Às vezes resulta de coisas que são feitas contra você. Em outras ocasiões, por ver outras pessoas sendo feridas. Uma atitude vencedora, confiante de que podemos ter a vitória em Cristo é o primeiro elemento para vencer toda barreira. que fazer para superar a dor? Davi foi alguém que sofreu a perda de um filho. Ele pode nos ensinar como vencer o sofrimento em família: •
2 Samuel 12:22-23 Aceite o que não pode ser mudado.
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2 Samuel 12:20 Focalize no que ficou e não no que se foi. Você não precisa permanecer prisioneiro da sua angústia. É uma escolha que você tem a fazer. Lição 10
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2 Samuel 12:24 Focalize no que ficou e não no que se foi. Você não precisa permanecer prisioneiro da sua angústia. É uma escolha que você tem a fazer.
Além do apoio divino, com quem mais podemos contar quando passamos por dificuldades? Filipenses 4:14 Deus espera que apoiemos uns aos outros nas horas de dificuldades.
Sua família e Deus
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Quais foram os resultados do pecado na humanidade? •
Gênesis 3:16-19
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Romanos 6:23 De fato, a morte é o maior drama que a humanidade enfrenta desde que o pecado entrou neste mundo.
O que a Bíblia tem a dizer para confortar os que perdem um ente querido? I Tessalonicenses 4:13-18 A morte não é um fim. O mesmo Cristo que morreu e ressuscitou trará à vida cada um dos que O aceitaram, por ocasião de Sua volta. E como ficarão os mortos até a volta de Cristo? •
Eclesiastes 9:5,6
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Salmo 115:17
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Jó 14:12
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Jó 7:9-10
Lição 10
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A que Jesus comparou a morte? João 11:11-13
É possível vencer a morte? João 11:25 e 26
Decisão em família Diante dos revezes da vida, desejo levar minha família à vitória. Desejo a salvação em Cristo que me faz vencer o sofrimento e mesmo a morte.
Para pensar
“‘Deus enviou o Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.’ João 3:17. Olhando aos homens em seu sofrimento e degradação, Cristo entrevia lugar para esperança onde apenas apareciam desespero e ruína. Onde quer que se sentisse a percepção de uma necessidade, ali via Ele oportunidade para reerguimento. As pessoas tentadas, derrotadas, que se sentiam perdidas, prontas a perecer, Ele defrontava, não com acusações mas com bênçãos” Educação, p. 79. Lição 10
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A
quela sexta-feira parecia nunca terminar. Maria havia acompanhado, durante todo o dia, a trajetória de humilhação, condenação e castigo injusto do seu Filho. Agora, estava diante, talvez, da cena mais forte de todas: Jesus pendurado na cruz, suspirando em Seus últimos resquícios de vida. Não é o tipo de coisa que uma mãe deveria presenciar. Impossível descrever a dor de Maria! Naquele momento, Cristo olha para ela e, percebendo o seu sofrimento, delega ao Seu discípulo João, que estava presente, a tarefa de cuidar dela como mãe (João 19:25 e 26). Ele sabia que somente o aconchego familiar poderia amenizar aquela dor. Não há vida perfeita que não atravesse momentos de sofrimento e angústia. Mas é nas horas difíceis que as pessoas percebem o quanto precisam umas das outras, seja para sanar uma dor, receber um conselho ou buscar uma ajuda material, e o quanto precisam de Deus. É nesses momentos que os laços se estreitam, na esperança de uma força extra. Assim como Cristo providenciou o cuidado para a Sua mãe, Deus nunca desamparou os Seus filhos. Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia está repleta de experiências que mostram Deus agindo em favor do sofrimento humano; não apenas proferindo palavras de esperança, mas transferindo o Seu abraço confortante por meio de anjos e de pessoas.
A família e os amigos são o concreto abraço de Deus estendido a nós. Quando nos permitimos ser usados em favor da felicidade dos outros, pedindo a Deus sabedoria, amor e empatia para lidar com o próximo, a bênção começa a se manifestar em nossa própria vida em forma de alegria, satis- fação e aprendizado. Desfrute dessa bênção! Da conversa para a prática • Em família, leiam o segundo capítulo do livro Beneficência Social, de Ellen G. White. Identifiquem de que maneira Cristo pode usá-los em favor dos outros. Considerem, também, ler a obra completa, e extrair outras lições valiosas. • Conheça os sonhos, as frustrações e os incômodos dos seus familiares. Relembre-os constantemente da sua disposição de ajudá-los e ampará-los. Também, não hesite em compartilhar com eles os seus sentimentos. Os membros da família precisam sentir e transmitir força para lutar pelas conquistas uns dos outros, confiança para dividir as cargas, e aconchego nos momentos difíceis. • Entreguem a Deus, em suas orações em família, os seus sonhos e sofrimentos. Desenvolvam a confiança e a paciência, permitindo que Ele atue em sua vida conforme a Sua vontade.
Ainda hoje, Deus não está indiferente a nós. Ele sempre está atento às nossas perdas, nossos planos frustrados, nossas ansiedades e nosso sentimento de impotência. Não bastas sem as promessas de um fim para tudo isso, Ele cuida de nós por intermédio dos nossos queridos. Da mesma forma, Deus nos usa para amparar, confortar e orientar as pessoas ao nosso redor. Lição 10
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Lição 11
Oito Leis Para a Família Viver Melhor Entre as principais doenças que mais matam e incapacitam no mundo atualmente, estão aquelas relacionadas ao estilo de vida como hipertensão, diabetes e enfermidades cardiovasculares. Os hábitos errôneos de vida têm levado sofrimento a muitas famílias. A questão da prevenção de doenças tem sido um dos maiores focos na luta pela saúde.
Você e sua família
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É bem conhecido o provérbio popular: “a prevenção é o melhor remédio”. A ciência tem comprovado a cada dia mais esta afirmação. O que podemos fazer para prevenir as enfermidades? •
Gênesis 2:7 A respiração profunda é um ótimo relaxante.
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Gênesis 1:3 Sem luz não há vida. Ela permite que o corpo produza vitamina D.
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Isaías 21:14 Nosso corpo é formado por cerca de 70% de água. Ela ajuda na limpeza do organismo.
Você é o que come. Uma boa alimentação é essencial para uma vida com saúde e alegria. •
Provérbios 23:29-32 O uso de bebidas alcoólicas e estimulantes podem gerar uma sobrecarga ao organismo e muitos danos a longo prazo.
Lição 11
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Gênesis 1:29 O uso de vegetais na alimentação aumenta a longevidade.
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Levítico 11:1, 4, 6, 7, 10 Deus selecionou as carnes que poderiam ser consumidas pelos seres humanos.
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Gênesis 2:15 Deus criou o homem para uma vida de atividade. Uma vida sedentária é um fator de risco para a saúde.
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Salmo 127:2 Sem sono adequado, o nosso sistema imunológico fica enfraquecido.
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1 Coríntios 9:25 A falta de domínio próprio no comer e no beber tem destruído muitos lares.
Sua família e Deus
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Provérbios 3:5-6 Pessoas que confiam em Deus costumam enfrentar a doença com mais vigor e podem contar com o Seu poder para a restauração. Satanás utiliza o sofrimento para afastar as pessoas de Deus (Jó 2:7). Mas podemos orar a Deus por cura das nossas enfermidades e dos nossos queridos (Tiago 5:14-16). Precisamos também aprender a aceitar a vontade de Deus para nossa vida (2 Coríntios 12:7-9). Acima da cura nesta vida, Deus quer a nossa salvação. Que outros conselhos podemos encontrar na palavra de Deus sobre nosso estilo de vida? •
Provérbios 17:22
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1 Timóteo 2:9-10
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Filipenses 4:8 Nosso corpo é formado por cerca de 70% de água. Ela ajuda na limpeza do organismo.
Lição 11
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Qual o princípio que deve reger a conduta cristã? 1 Coríntios 10:31
Decisão em família Quero que nossa família tenha saúde. Por isso, utilizarei os remédios de Deus no meu lar. Desejo honrar o Senhor no meu corpo, fazendo todas as coisas para honra e glória dEle.
Para pensar
“Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios. [...] A natureza, não sendo estorvada, faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que perseveram na obediência a suas leis, ganharão em saúde de corpo e de alma”
A Ciência do Bom Viver, p. 127.
Lição 11
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I
magine a reação dos jovens à mesa. Enquanto eles desfrutavam daquele banquete cheio de delícias que o rei mandara que lhes servissem, aqueles quatro indivíduos no cantinho só comiam legumes e bebiam água. “Devem estar sendo castigados por algum erro, ou pagando alguma penitência, fazendo algum tipo de experimento, ou talvez sejam só loucos mesmo”, os outros podiam pensar. Na verdade, foi uma escolha bem consciente de Daniel, Hananias, Misael e Azarias a de se abster da alimentação extravagante que era servida na corte babilônica (Daniel 1:5-20). Apesar de estarem no cativeiro, eles não se esqueceram dos princípios de saúde que aprenderam em casa, em Jerusalém. Mantiveram os bons hábitos, até que o rei mandou chamar todos aqueles jovens para servirem em seu conselho pessoal. Contrariando as expectativas, aqueles quatro “loucos” se destacaram não só pela sua aparência viçosa, mas pela sua inteligência e raciocínio superior. Saúde. Se este não fosse um tema importante, não seria tão recorrente na Bíblia. Desde o Éden, Deus deixou para o homem orientações sobre hábitos saudáveis. E quando Deus determina algo, não é para ver Suas criaturas sofrendo privações e abstenções. Pelo contrário! Ele criou o nosso corpo, então sabe a melhor maneira de fazê-lo funcionar bem. É como um fabricante de carros que sabe exatamente qual combustível proporcionará melhor desempenho àquele modelo. Adão e Eva tinham, no jardim, tudo de que precisavam. Alimentos naturais, sol na medida certa, um ar puríssimo, água potável correndo nas fontes, contato com a natureza, uma rotina ativa, mas sem estresse, noites agradáveis de sono e um privilegiado encontro pessoal com Deus diariamente. Se o pecado não tivesse invadido essa realidaLição 11
de, eles ainda estariam vivendo da mesma forma, ainda com igual. vigor e juventude, sem nenhum prejuízo ao seu corpo ou à sua mente. Mesmo com o pecado e suas consequências, as orientações do Criador para a nossa saúde continuam sendo a melhor opção, amenizando e retardando os efeitos do mal sobre nós. Aqueles famosos “remédios da vovó” podem até funcionar bem, mas a “receita do Pai” não apenas cura as doenças, como também ajuda a preveni-las e nos dá mais disposição. Essa receita mistura oito ingredientes muito simples: alimentação natural e equilibrada, luz solar, água, ar puro, bom senso e temperança, sono de qualidade, atividade física e comunhão com Deus. Por que não tornar esta uma receita tradicional em sua família? Da conversa para a prática
• Em família, dediquem tempo frequente para atividades ao ar livre, onde possam desfrutar do contato com a natureza e exercitar o corpo. • Promovam refeições saudáveis. Se possível, preparem-nas juntos, pois esse momento do preparo dos alimentos pode ser tão bom para a socialização quanto o momento à mesa. • Desestimulem o uso de aparelhos eletrônicos enquanto estiverem juntos. Aproveitem a companhia uns dos outros, interajam e estreitem as relações. • Não abram mão do culto familiar. Deus precisa estar tanto no centro da família quanto da vida pessoal.
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Lição 12
A Saúde Financeira do Lar Uma das áreas mais sensíveis na vida familiar e que costuma ser a causa de muitos problemas é a questão do uso do dinheiro. Muitos casais sentem dificuldades em lidar com a área financeira, resultando em discussões, incompreensão e mágoa. O que pode ser feito para que o lar seja saudável financeiramente?
Você e sua família
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A Bíblia oferece alguns princípios sobre o uso do dinheiro que podem ajudar a família a se organizar nesta área e experimentar a felicidade: •
1Timóteo 6:6-8 Por conta de toda propaganda de consumo, acabamos querendo ter sempre mais coisas em nosso lar, nunca estamos satisfeitos. Precisamos aprender a nos contentar com o que temos e somente comprar algo quando tivermos os recursos disponíveis, se realmente for necessário.
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Romanos 13:7-8 Devemos aprender a fugir das compras a prazo. Aprendendo a economizar, poderemos obter descontos ao invés de ficar pagando juros por longos períodos.
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1Timóteo 6:9-10 O dinheiro resultante do trabalho deve servir a família e não o inverso. Muitas pessoas ficam tão preocupadas em enriquecer que sacrificam a família e os que estão ao seu redor.
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Provérbios 22:6 Uma das lições preciosas que um pai pode oferecer ao filho é ensiná-lo a lidar com o dinheiro.
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Provérbios 22:7 Cuidado com os empréstimos, cartões de crédito e cheque especial. Lição 12
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Sua família e Deus Deus coloca recursos em nossas mãos para que possamos bem utilizá-los. No Éden, Deus disse a Adão que ele seria o administrador daquele jardim e que tiraria todo seu sustento dali (Gênesis 1:26-29). Ele provê o sustento para Seus filhos (Salmo 37:25).
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O que Jesus fala acerca do uso do dinheiro? Mateus 6:21
Deus espera que O honremos ao usar o dinheiro que recebemos. O que podemos fazer? •
Provérbios 19:17 Devemos ajudar desinteressadamente os que estão em dificuldades.
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Provérbios 3:9 Podemos adorar a Deus através dos nossos bens. Quando Zaqueu aceitou a Cristo, ele, de espontânea vontade desejou reparar os erros que havia cometido no passado, devolvendo quatro vezes mais daquilo que tomara injustamente dos outros (Lucas 19:8).
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Malaquias 3:12 Outra forma de adorar a Deus é através de dízimos e ofertas. Ao reconhecer as bênçãos de Deus sobre a sua vida, você abre espaço para que Ele continue a abençoá-lo cada vez mais. Na parábola dos talentos (Mateus 19:14-30), Jesus nos lembra de que nos quer abençoar através dos recursos que Ele colocou em nossas mãos.
Lição 12
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Decisão em família Desejo fazer dos recursos colocados em minhas mãos por Deus uma bênção à minha família. Decido que adorarei a Deus através dos bens e recursos que Ele me deu.
Para pensar
“O dinheiro é de grande valor, porque pode realizar grande bem. Nas mãos dos filhos de Deus é alimento para o faminto, água para o sedento, vestido para o nu. É proteção para o opresso, e meio para socorrer o enfermo. Mas o dinheiro não é de mais valor que a areia, a não ser que o empreguemos para prover às necessidades da vida, para bênção de outros, e para o desenvolvimento da obra de Cristo”
Parábolas de Jesus, p. 351.
T
odos queriam estar com ele. Claro! Ele era descolado, financiava todas as festas, sabia curtir a vida! De repente, o país entrou em recessão. Mas essa turma de amigos nem se preocupou, afinal, o “descolado” iria bancar mais uma temporada de fartura para todos, certo? Não foi bem o que aconteceu. Aquele jovem fora muito audacioso ao pedir ao pai, ainda vivo, para repartir a
Lição 12
herança. Pegando o dinheiro, saiu de casa decidido a aproveitar todos os prazeres que tivesse ao seu alcance. Mas o que lhe sobrava em entusiasmo, faltava-lhe em bom senso e estratégia. Esbanjou toda a fortuna, não investiu em nada. Agora, estava sem dinheiro, os amigos se afastaram, e a única saída que tinha era humilhar-se e buscar na casa de seu pai um refúgio. O dinheiro sempre foi uma das grandes 53
precisa ser pensado para conter reservas, evitando o desgaste e o desespero num momento de crise ou emergência. Não menos importante, este orçamento precisa ser justo, provendo bem-estar a todos, por igual, sem prejudicar ou privilegiar alguém. Por fim, o orçamento familiar também deve prever a realização de sonhos, afinal, a família é o primordial ambiente para o desenvolvimento pessoal e em conjunto. É dela que devem vir as melhores lembranças das grandes conquistas da vida. estratégias de Satanás para destruir vidas e famílias inteiras. E ele sabe muito bem administrar cada situação específica. Ele aproveita situações de escassez de recursos financeiros para desestabilizar relacionamentos, promover a discórdia e causar sofrimento e mágoas. Na abundância, alimenta o orgulho, o egoísmo, a avareza e faz as pessoas sacrificarem coisas fundamentais na busca insaciável por mais riqueza. E por meio do mau uso do dinheiro, leva pessoas à ruína, ao desespero e ao desamparo. Por isso, é preciso lidar com as finanças familiares com muita sabedoria, não importa qual seja o nível econômico dela. Todos os integrantes precisam entender que a família não deve servir ao dinheiro, mas o dinheiro deve servir à família. O amor aos bens materiais jamais deve ser maior do que o amor que une as pessoas. Não há como falar de finanças sem ressaltar a importância da organização e da estratégia. A própria Palavra de Deus afirma esta relevância: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14:28). O orçamento saudável se baseia nas necessidades básicas e nas prioridades. Sim, é imprescindível estabelecer prioridades! Ele Lição 12
Da conversa para a prática
• Organizem o orçamento da família e façam um planejamento financeiro a curto, médio e longo prazo. Levem em conta as prioridades, as despesas do dia a dia e os planos para o futuro. Jamais gastem mais do que ganham, e tenham sempre uma reserva para emergências. • Desenvolvam uma cultura de utilidade, e não de consumismo. Antes de comprar algo, pergunte-se: “Estou, realmente, precisando disto? Ou esta compra será apenas para satisfazer uma vontade momentânea?” • Coloquem nas mãos de Deus as finanças da família. Sejam fiéis nos dízimos e honrem os seus pactos. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas dos céus, e não derramar sobre vós bênçãos sem medida” (Malaquias 3:10).
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Lição 13
A Família que Serve Todo ser humano nasce com um senso de pertencimento. Ele deseja saber que pertence a algo maior do que ele. Ao longo da vida estabelecemos laços que são vitais para o nosso desenvolvimento e felicidade. Todavia, por conta da pressa dos nossos dias, temos nos isolado dessas conexões tão preciosas e o resultado é que vivemos em uma sociedade cada vez mais desequilibrada.
Você e sua família Os consultórios psicológicos estão cheios de pessoas que não conseguiram se ajustar em seus relacionamentos. Quando o ideal para a família é alcançado, ela assume um papel restaurador.
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O que disse Jesus sobre o perdão entre os irmãos? Mateus 18:22 A resposta de Jesus indica que a mente e coração devem estar abertos, as falhas poderão surgir, erros poderão acontecer, mas deve-se estar sempre pronto a perdoar e ver que se está melhor com sua família do que sem ela.
Quando o filho pródigo ficou sem dinheiro o que fez? Lucas 15:18-20 Ao voltar encontrou o apoio do pai e a desconfiança do irmão mais velho. Mas o lar era o lugar em que ele se sentia seguro, mesmo que nem tudo fosse perfeito.
Lição 13
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O que podemos fazer para ter uma família que ofereça apoio aos seus membros? •
Mateus 7:3-5 Antes de criticar o outro, sondar o próprio coração.
•
Mateus 5:23-24 Não agir por mero formalismo para que os outros pensem que você é bom, antes ter real interesse em cultivar um bom relacionamento.
•
Mateus 15:5 Ocupar-se em atender aos seus, segundo suas possibilidades, de acordo com as necessidades de cada um. Não se esqueça dos seus pais. A vida sem amor não tem valor (1Coríntios 13:3)
•
Mateus 7:12 Procure desenvolver um lar em que cada um tenha uma atitude de serviço desinteressado pelo outro.
Sua família e Deus Deus deixou uma família para que encontrássemos apoio em todos os momentos (Efésios 2:19). Sua família não está sozinha!
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Qual deve ser a principal característica do discípulo de Cristo? João 13:35
Em que deve se ocupar cada membro da família de Deus? •
Efésios 4:15-16
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Hebreus 3:13
Lição 13
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O que o Espírito Santo oferece para esta família para que sirvamos uns aos outros? 1 Coríntios 12:8-11 Os dons são diversos e o Espírito Santo escolhe os dons que dará a cada um como quer. Que dom haveria na igreja no final dos tempos? Apocalipse 12:17, Apocalipse 19:10 Em face à separação que o mundo experimentou de Deus, Ele enviaria profetas para levar novamente as pessoas para a Sua Palavra, a Bíblia.
Decisão em família Desejo servir a minha família. Desejo usar os dons que Deus me conceder para edificar a outros.
Para pensar
“O Senhor deseja que estudeis a Bíblia. Ele não deu alguma luz adicional para tomar o lugar de Sua Palavra. Esta luz deve conduzir as mentes confusas a Sua Palavra, a qual, se for comida e assimilada, é como o sangue que dá vida à alma. Então serão vistas boas obras como luz brilhando nas trevas.”
Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 29
Lição 13
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A
pesar de ter esbanjado toda a herança que recebera, ele sabia que ainda lhe restava o amor incondicional do pai. Sim, ainda estamos falando do filho pródigo, pois podemos extrair dessa história outra lição valiosa. Ele não era tão pretensioso a ponto de achar que, voltando para casa, seria recebido com todas as honras e saudações. Sabia que havia errado, mas esperava encontrar em sua família um resquício de misericórdia para aceitá-lo de volta como um dos servos da casa. De qualquer forma, isso demonstra confiança e um senso de pertencimento o qual não conseguia ter fora do seio familiar. Que grata surpresa teve quando seu pai, vendo-o aproximar-se de casa, maltrapilho e envergonhado, correu para abraçá-lo e recebê-lo com o mesmo amor de sempre! Foi nesse momento que ele entendeu o que, de fato, significa uma família: um refúgio incondicional. Todos cometemos erros. Por mais bemintencionados e cuidadosos que sejamos, estamos sujeitos a decepcionar os outros e sermos decepcionados. Mas é nesses momentos que Deus espera de nós a compreensão que Ele mesmo demonstrou pela humanidade caída, perdoando e buscando a reconciliação. É certo que, para nós, humanos, é difícil confiar plenamente em alguém que nos desapontou. Isso é natural; uma autodefesa para evitar novas decepções. Mas o perdão perpassa a confiança. Perdoar é libertar o outro e libertar-se também de um sentimento ruim que corrói e sufoca. Tanto o perdão quanto a confiança são atitudes complexas demais para um ser humano desprender por si só, mas Deus promete sabedoria e força para quem estiver disposto a abnegar-se pelo bem-estar de todos (Filipenses 2:13). Lição 13
Perceba também, na história do filho pródigo, que o pai, ao receber o filho de volta, providencia todos os meios para que se sinta acolhido. Antes mesmo da festa de boas-vindas, ele se preocupou em suprir as necessidades básicas do jovem naquele momento, como roupas limpas e sandálias para os pés. Essa é uma grande lição de humildade e atenção! Precisamos estar atentos ao que os outros precisam, e servir com desprendimento, sem esperar retorno. Na oração modelo (Lucas 11:2-4), Cristo nos ensinou que, antes de buscarmos de Deus o perdão para nossos pecados, precisamos oferecê-lo a quem quer que tenha cometido uma falta contra nós. Sem especificar o tipo de falta ou a quem devemos perdoar, Ele nos mostra que o amor de Deus deve imperar em nós, acima de todo orgulho e todo rancor. Da conversa para a prática • No culto familiar, leiam o capítulo 6 do livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen G. White. Notem, nas atitudes de Jesus citadas no texto, como Ele valorizava o ser humano e o tratava com amor incondicional. Discutam sobre a postura que Deus espera que tenhamos para com o nosso semelhante. • Reflita se há, na sua família, alguém com quem você tenha alguma pendência; alguém que tenha cometido alguma falta contra você, ou vice-versa. Busque, por meio do diálogo, a compreensão e a reconciliação, estando disposto a perdoar por completo ou a demonstrar seu sincero arrependimento. Permita-se libertar, e ao outro, de toda mágoa e rancor, e desenvolver um relacionamento de paz como Cristo deseja.
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Uma Aliança Eterna Um dos elementos mais importantes do casamento é o voto que os nubentes fazem, afirmando o desejo de permanecerem um ao lado do outro por toda a vida e diante de toda e qualquer situação, em amor, honra e respeito. Certamente é um passo muito importante, todavia, muitos têm perdido o valor destas palavras.
Você e sua família Jesus tinha um interesse especial no casamento. Seu primeiro milagre ocorreu em uma festa nupcial. É verdade que muitos casamentos precisam de um milagre. Mas se Cristo o fez no passado, Ele também pode transformar vidas. O que fazer para revitalizar o compromisso estabelecido no altar?
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•
1 Coríntios 11:8,11,12 Faça do seu relacionamento um compromisso, não uma experiência para ver se vai dar certo. Para que um casamento dê certo, deve-se lembrar que homem e mulher dependem um do outro.
•
Hebreus 13:4 Até nossa sexualidade deve ser motivo de honra para Deus. Ao invés dos apelos pornográficos dos nossos dias a intimidade do casal deve ilustrar a relação íntima que Deus quer ter com Seu povo.
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1 Coríntios 7:4-5 O casal deve conversar entre si sobre a questão do sexo, para que o inimigo não encontre espaço para tentar um dos cônjuges. Lição 14
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Efésios 5:31 A ordem bíblica é que o novo casal deixe pai e mãe para formar um novo lar. Muitos relacionamentos acabam encontrando dificuldades por conta da intromissão de parentes no relacionamento.
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Cantares 8:6 “Por como selo no coração” significa dizer que seu coração já tem dono. É preciso afirmar diariamente o seu amor por ele /ela. Todavia, cuidado com o ciúme. Um pouco de zelo é normal, mas o excesso pode causar grandes dificuldades.
Sua família e Deus Jesus também quer estabelecer uma aliança individual com você.
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Qual é o chamado de Jesus? João 1:43
Em que implica este chamado? Mateus 16:24
Qual é a decisão que o Senhor espera de nós? Josué 24:15 Noé aceitou o chamado de Deus e construiu uma arca, com a qual salvou a sua casa (Hebreus 11:7 ). Devemos investir tempo para salvar a nossa família. Aceitar a aliança com Deus é um ato de vontade. De que forma é estabelecida a aliança com Deus? Marcos 16:15 e 16
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O que é o batismo? Romanos 6:4 O batismo bíblico representa a morte para uma velha vida e o nascimento para uma nova vida em Cristo, por isso, ele é por imersão.
Que aliança é fundamental para a salvação da família? Atos 16:30-34 Deus valoriza a família, já que Ele foi o Criador da mesma. Deus quer estabelecer uma aliança de salvação com toda a sua família (1 Timóteo 2:4).
Decisão em família Desejo renovar a aliança feita com meu cônjuge. Desejo, pelo batismo, estabelecer uma aliança com Cristo.
Para pensar
“São recíprocos os compromissos assumidos pela aliança espiritual que celebramos mediante o batismo. O homem, cumprindo sua parte numa obediência tributada de coração, tem o direito de orar: ‘Ó Senhor, ... manifeste-se hoje que Tu és Deus em Israel.’ O fato de que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma garantia de que essas potências nos assistirão em todos os nossos apertos, quando quer que os invoquemos”
Fé pela Qual eu Vivo, p. 145.
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Céu” (Cristo Triunfante, Ellen White, página 477). O casamento é o princípio de toda família. E claro, para que ela se desenvolva bem, precisa começar bem. Por tanto, é a partir da união do casal que precisam imperar os valores que vão acompanhar toda a família adiante. Essa relação deve ser baseada em um compromisso de amor, confiança, compreensão, humildade, respeito, cumplicidade, perpetuidade e temor a Deus. Da mesma forma como num casamento, o batismo representa um compromisso, uma aliança eterna com Deus. É quando o homem, reconhecendo o seu pecado, se lança aos cuidados do Criador, admitindo sua dependência Dele. Essa aliança também deve ser baseada em amor, cumplicidade, confiança, respeito e fidelidade. E Deus irá honrar esse compromisso quando, cumprindo a Sua promessa, vier buscar os Seus para viverem juntos, “felizes para sempre”! Da conversa para a prática • Renove, constantemente, os votos de amor e fidelidade com o seu cônjuge. Dediquem tempo a sós diariamente; tempo de qualidade para conversas e lazer. • Tenham, como casal, o hábito de orar juntos. Nesse momento os propósitos espirituais se unem e é possível conhecer mais a fundo sobre o relacionamento do outro com Deus. • Em família, leiam o livro Fundamentos do Lar Cristão, de Ellen G. White. Além de muitas lições para o bom relaciona- mento do casal, a obra mostra com clareza os propósitos de Deus para toda a família.
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á reparou em como a Bíblia valoriza o casamento? Não é à toa que a história da humanidade começa com um casal, instituído por Deus. Não é à toa, também, que o primeiro milagre de Jesus foi realizado durante um casamento. O próprio Cristo compara o Seu povo a uma noiva, ao encontro da qual Ele está indo, para com ela habitar para sempre. Se Ele faz essa associação a uma raça pela qual deu a Sua própria vida, o casamento deve ser, realmente, um compromisso muito sério! Não é preciso muito esforço para notar que existe uma crise global arruinando casamentos. Satanás sabe que, destruindo o relacionamento de um casal, ele consegue abalar toda a família e, por consequência, toda a sociedade. Por isso, se especializou em artimanhas tanto para desgastar relaciona- mentos firmados quanto para impedir que eles se concretizem. Temos aí exemplos como os vícios, a rotina sufocante, a infidelidade, a pornografia, a homossexualidade, etc. Por outro lado, Deus trabalha com todo vigor para manter a pureza e a paz nos lares. Ele não apenas tem poder para unir pessoas e abençoá-las para que sejam felizes juntas, mas também é poderoso para restabelecer o que foi destruído pelo mal. Assim, para jovens que buscam um matrimônio feliz e próspero, bem como para um casamento em ruínas que deseja ter de volta a sua paz, é necessário que se busque a presença de Deus e que ambos, homem e mulher, disponham-se à vontade dEle e aos Seus propósitos para o lar. “Cristo não veio a este mundo para proibir o matrimônio, romper ou destruir o relacionamento e a influência que existem no círculo doméstico. Veio para restaurar, elevar, purificar e enobrecer toda corrente de pura afeição, para que a família na Terra se tornasse um símbolo da família do
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